Notas EDO C3 PDF
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Notas de Aula
Cálculo III
1
SUMÁRIO
Cálculo III 1
1. Noções Gerais sobre as Equações Diferenciais 5
1.1 Terminologia e classificação 5
1.2 Solução de uma equação diferencial ordinária 8
1.3 Curvas integrais 10
1.4 Problemas de valor inicial e de contorno, existência e 11
unicidade
1.5 Exercícios 17
2. Equações Diferenciais Ordinárias de Primeira Ordem 21
2.1 Metódo por Integração Direta 21
2.2 Exercícios 22
2.3 Método do Fator Integrante 23
2.4 Exercícios 28
2.5 Método das Variáveis Separáveis 29
2.6 Exercícios 32
2.7 Método das Equações Diferenciais Exatas 33
2.8 Exercícios 40
3. Equações diferenciais ordinárias de primeira ordem como 41
modelos matemáticos
3.1 Dinâmica populacional 42
3.2 Decaimento radioativo 45
3.3 Lei de Newton do esfriamento/aquecimento 47
3.4 Mistura de duas soluções salinas 49
3.5 Reações químicas: irreversíveis mononucleares e 52
bimolecular irreversível
3.6 Exercícios diversos 55
4. Equações Diferenciais Lineares de Segunda Ordem 60
4.1 EDO’s lineares de 2a ordem homogêneas e 62
não-homogêneas
4.2 EDO’s de 2a ordem homogêneas com coeficientes 65
constantes
4.3 Método de Variação dos Parâmetros 71
4.4 Exercícios 77
5. Sistemas de Equações Diferenciais Ordinárias Lineares 80
de Primeira Ordem
5.1 Sistemas Homogêneos com Coeficientes Constantes 82
5.2 Exercícios 95
6. Transformada de Laplace 97
6.1 Transformada Inversa de Laplace 105
6.2 O Método da Decomposição em Frações Parciais 109
6.3 Resolvendo PVI com Transformada de Laplace 115
6.4 Exercícios 120
6.5 Tabela: Transformada de Laplace 122
Cálculo III
3
1. Noções Gerais sobre as Equações Diferenciais
∂x2 ∂y
Neste caso, x e y são as variáveis independentes e u é a variável
dependente uma vez que u é visto como uma função de x e y.
5
Para discuti-las melhor, classificamos as equações diferenciais por
tipo, ordem e linearidade. Como existem apenas dois tipos de deriva-
das, as ordinárias e as parciais, existem apenas dois tipos de equações
diferenciais, as Equações Diferenciais Ordinárias e as Equações Diferen-
ciais Parciais. No entanto, neste texto apenas estudaremos as primeiras.
Definição 1.3. Equação Diferencial Ordinária (EDO) é uma equação
que contém somente derivadas ordinárias de uma ou mais variáveis de-
pendentes em relação a uma única variável independente. De maneira
geral, podemos expressar uma EDO em uma variável dependente x da
seguinte forma:
F (x, y 0 , y 00 , . . . , y (n) ) = 0,
onde F é uma função de valores reais de n + 2 variáveis, a saber,
x, y 0 , y 00 , . . . , y (n) , com y (n) sendo a derivada de y com relação a x de
ordem n, ou seja,
dn y
y (n) = n .
dx
Exemplo 1.4. São exemplos de equações diferenciais ordinárias:
d2 y dy 3. (y 00 )3 + yy 0 + 3sen(y) = x2
1. − + 6y = 0
dx2 dx
000 4 x
d2 y dy
2. y + y = e 4. 2
+ + y = sen(x)
dx dx
Também podemos expressar as EDOs da seguinte forma:
dy d2 y d2 y
dy
1. F x, y, , 2 = 2 − + 6y = 0
dx dx dx dx
6
Sendo assim, uma EDO de n-ésima ordem é linear quando ela puder
ser escrita na forma
ou
dn y dn−1 y dy
an (x) n
+ an−1 (x) n−1 + · · · + a1 (x) + a0 (x)y = g(x)
dx dx dx
1. (y − x)dx + 4xdy = 0 d3 y dy
3. 3
+x − 5y = ex
dx dx
2. y 00 − 2y 0 + y = 0 4. y (n) = 1
1. (1 − y)y 0 + 2y = ex d4 y
3. + y2 = 0
dx4
d2 y 1
2 2
2. + sen(y) = 0 4. y 00 = 1 + (y 0 )
dx2
A teoria matemática e as técnicas para o tratamento de equações li-
neares são bastante desenvolvidas. Por outro lado, no caso das equações
diferenciais não-lineares a situação não é tão satisfatória, não havendo
técnicas gerais de solução. Por este motivo, muitas vezes, tentamos des-
crever um fenômeno não-linear como sendo linear, pelo menos em pri-
meira aproximação. Não trataremos o caso não-linear neste texto, mas
nos casos em que a não-linearidade é inevitável, e os métodos analíticos
Cálculo III
7
1.2 Solução de uma equação diferencial ordinária
F (x, y, y 0 , y 00 , . . . , y (n) ) = 0,
x3
y0 = .
4
Agora substituindo na EDO temos:
x3
4y 0 − x3 = 4. − x3 = 0.
4
Portanto, y(x) tal como apresentada é uma solução da EDO dada, uma
vez que é diferenciável (derivável) em R e satisfaz a referida equação.
x4
Uma pergunta que surge naturalmente aqui é: Será que y(x) = é
16
a única solução da EDO 4y 0 − x3 = 0?
A resposta para essa pergunta é não. Certamente, observe que para
Cálculo III
x4
y(x) = + C, C ∈ R, (1.1)
16
8
também é uma solução para a EDO 4y 0 − x3 = 0. Isto porque, derivando
y(x) com respeito a x, obtemos
x3
y0 = .
4
Como R é um conjunto infinito e C é qualquer valor pertencente a
R, temos que há infinitas soluções para a EDO 4y 0 − x3 = 0. Quando
isso acontece dizemos que a EDO possui uma família de soluções a um
parâmetro, que nesse caso o parâmetro é a constante C.
x4
Observe ainda, que a solução y(x) = pode ser obtida da família de
16
soluções apresentada na Eq. 1.1, para isto basta fazer o parâmetro C = 0.
Na verdade, em geral, uma EDO possui um número infinito de solu-
ções. Contudo, também podemos ter soluções de uma EDO que não são
obtidas de uma família de soluções daquela EDO.
Exemplo 1.12. A EDO
dy
= y 2 − 4. (1.2)
dx
possui a seguinte família de soluções
(1 + Ce4x )
y(x) = 2 , C ∈ R. (1.3)
(1 − Ce4x )
No entanto, y1 (x) = −2 é uma solução da EDO dada e não provém dessa
família, uma vez que não existe um valor para o parâmetro C tal que,
quando substituído na Eq. 1.3, nos dê:
y(x) = y1 (x) = −2.
Definição 1.13. Uma solução de uma EDO pode ser uma:
a) Solução geral: é a solução da equação que contém tantas constan-
tes arbitrárias (parâmetros) quantas forem as unidades da ordem de
integração (família de soluções).
b) Solução particular: é a solução deduzida da solução geral atribuindo-
se valores particulares às constantes. Em outras palavras, é quando
a solução vem de uma família de soluções encontrada.
c) Solução singular: é uma solução não deduzida da solução geral (fa-
mília de soluções) e que só existe em alguns casos.
d) Solução trivial: é a solução identicamente nula.
Exemplo 1.14. Como vimos anteriormente, a Eq. 1.1 é uma solução
Cálculo III
x4
geral de 4y 0 − x3 = 0, enquanto que y(x) = é uma solução particular
16
da mesma EDO. Já a EDO dada na Eq. 1.2 possui como solução geral
a função dada na Eq. 1.3 e como solução singular y(x) = −2.
9
1.3 Curvas integrais
Φ(x, y, C) = 0
4y 0 − x3 = 0 (1.4)
x4
+C y(x) = (1.5)
16
onde C ∈ R é uma constante arbitrária. Assim, as curvas integrais da
Eq. 1.4 são obtidas fazendo o gráfico da função apresentada na Eq. 1.5
para diferentes valores de C, como mostram as Figuras 1.1 e 1.2.
y y
4 4
3 3
2 2
1 1
x x
−5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 −5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1 −1
−2 −2
−3 −3
−4 −4
Cálculo III
Figura 1.1: Curva integral da EDO Figura 1.2: Curvas integrais da EDO
4y 0 − x3 = 0 para C = 1. 4y 0 − x3 = 0 para C ∈ (−4, 4).
10
Exemplo 1.17. Consideremos a equação diferencial
dy y
= − , x 6= 0 (1.6)
dx x
A solução geral desta equação é dada pela família de funções
C
y= (1.7)
x
onde C ∈ R é uma constante arbitrária. As curvas integrais da Eq. 1.6
são obtidas fazendo-se o gráfico da Eq. 1.7 para diferentes valores de C,
como mostra a Figura 1.4.
y y
4 4
3 3
2 2
1 1
x x
−5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 −5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1 −1
−2 −2
−3 −3
−4 −4
Figura 1.3: Curvas integrais da EDO Figura 1.4: Curvas integrais da EDO
dy y dy y
= − para C = 1 e C = −1. = − para C ∈ (−4, 4).
dx x dx x
11
onde y0 , y1 , y2 , . . . , yn−1 são constantes reais especificadas previamente.
Os valores de y(x) e suas n − 1 derivadas em um único ponto x0 , a saber,
y(x0 ) = y0 , y 0 (x0 ) = y1 , y 00 (x0 ) = y2 , . . . , y (n−1) (x0 ) = yn−1 ,
são chamados de condições iniciais.
Definição 1.21. Uma solução de um PVI é uma função y = y(x) que sa-
tisfaz não só a equação diferencial dada, mas também todas as condições
iniciais.
Geometricamente, como vimos anteriormente, o conjunto de
solução de uma EDO de primeira ordem define um conjunto de
curvas com traço no plano-xy, chamadas de curvas integrais, e neste
sentido cada uma das curvas integrais é solução de um determinado PVI.
dy y
=−
dx
x
Exemplo 1.22. Encontre a solução do PVI:
y(1) = 3
solução tal que o ponto (1, 3) seja ponto da curva integral dessa solução.
Veremos no futuro que uma família de soluções para a EDO dada é
C
y(x) = (1.8)
x
12
Agora a pergunta é: será que dentre a família de soluções, dada pela Eq.
1.8, existe uma solução tal que y(1) = 3?
A resposta para a pergunta, neste caso, é sim. De fato, observe que
C
y(1) = .
1
Para que y(1) = 3 temos que ter C = 3. Logo, como podemos ver na
Figura 1.5, a solução particular que satisfaz o PVI dado é
3
y(x) = .
x
−5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
−1
−2
−3
−4
y y
Figura 1.5: Curva integral solução do PVI: = − , y(1) = 3.
x x
Cálculo III
13
Definição 1.23. Um problema de valor de contorno (PVC) é uma equa-
ção diferencial que também esta sujeita a determinadas condições pré-
estabelecidas, as chamadas condições de contorno ou condições de fron-
teira. Dessa forma, uma solução para um PVC é uma função y = y(x)
que satisfaz não só a equação diferencial dada, mas também todas as
condições de contorno.
Os PVC surgem em diversos ramos da física, por exemplo, problemas
envolvendo a equação da onda e a equação do calor. Entre os primei-
ros PVC estudados está o problema de Dirichlet de encontrar funções
harmônicas (soluções da equação de Laplace). Na verdade, existe uma
vasta classe de importantes problemas de valores de contorno, como por
exemplo, os problemas de Sturm-Liouville e o problema clássico de de-
terminar a forma que toma um cabo flexível, suspenso em dois pontos
e sujeito a seu peso. Este último problema foi proposto por Leonardo
da Vinci e resolvido após anos por Leibniz e J. Bernoulli, e sua função
solução recebe o nome, dado por Leibniz, de catenária.
Como no caso dos PVI, o número de condições impostas para os
PVC é igual à ordem da equação diferencial. No entanto, uma diferença
essencial entre os PVI e os problemas que envolvem condições de con-
torno é que estes podem ter uma, nenhuma ou infinitas soluções. Além
disso, diferentemente das condições iniciais, as condições de contorno
não envolvem derivadas e são definidas em dois ou mais valores da va-
riável independente. De outra forma, sendo I algum intervalo contendo
x0 , x1 , x2 , . . . , xn−1 , um PVC envolvendo uma EDO pode ser dado da
seguinte maneira:
dn y
Resolver:
= f (x, y, y 0 , y 00 , . . . , y (n−1) )
dxn
Sujeita a: y(x0 ) = y0 , y(x1 ) = y1 , y(x2 ) = y2 , . . . , y(xn−1 ) = yn−1
8 6
sabendo que a solução geral da EDO dada é:
y(x) = C1 sen(2x) + C2 cos(2x).
14
Observe que:
π π π 1√ 1√
y( ) = C1 sen( ) + C2 cos( ) = 2 C1 + 2 C2
8 4 4 2 2
π π π 1√ 1
y( ) = C1 sen( ) + C2 cos( ) = 3 C1 + C2
6 3 3 2 2
π
Além disso, para atender às condições de contorno, y( ) = 0 e
8
π
y( ) = 1, devemos ter
6
1√ 1√
2 C1 + 2 C2 = 0 (1.9)
2 2
1√ 1
3 C1 + C2 = 1 (1.10)
2 2
Considerando as Eqs. 1.9 e 1.10 como um sistema e resolvendo-as
simultaneamente, obtemos
2
C1 = −C2 = √ .
3 − 1
Portanto, substituindo estes valores de C1 e C2 na solução geral y(x) =
C1 sen(2x) + C2 cos(2x) obtemos a solução do PVC que é
2
y(x) = √ sen(2x) − cos(2x) .
3 − 1
Exemplo 1.25. Determine uma solução do PVC:
y 00 + 4y = 0
y(0) = 1 y( π ) = 2
2
sabendo que a solução geral da EDO dada é
2
π
fazer a segunda condição de contorno y( ) = 2. Assim, para satisfazer
2
ambas as condições de contorno simultaneamente, devems ter C2 = 1 e
C2 = −2, o que é impossível. Portanto, o PVC dado não admite solução.
15
Exemplo 1.26. Vale observar que podemos ter um Problema Misto,
ou seja, um problema com condições iniciais e de contorno. Um típico
problema misto, ou seja, com condições iniciais e de contorno é a Equação
da Onda, que é:
2
∂ u ∂2u
∂x2 − ∂t2 = 0 sobre M
∂u
u(x, 0) = p(x), (x, 0) = q(x), a ≤ x ≤ b (Condições iniciais)
∂t
t≥0
u(a, t) = r(t), u(b, t) = s(t), (Cond. de contorno)
16
Exemplo 1.28. Considere o PVI de 1a ordem:
y0 − y = 0
y(−3) = 8
a0 (x) = −1 e g(x) = 0.
(4 − x)y 0 + 2xy = ex
1.5 Exercícios
17
(a) x2 y 00 + xy 0 + 2y = sen(x) (h) 3x2 y (4) + (y 0 )6 = 1
dy dz dx dy
(b) 3x + = x5 (i) + 3x + 1 = 90
dx dx dt ds
d3 y dy d3 x dx
(e) x 3
−2 +y =0 (l) ln(x) +5 −x=0
dx dx dt3 dt
y 00 + 16y = 0.
y 00 + 4y = 0
Cálculo III
(b) y(x) = cos(2x)
y(0) = 1 y 0 (0) = 0
18
5. Em cada caso, verificar que a função dada é solução da equação
diferencial correspondente e determinar as constantes A, B e C de
modo que a solução particular satisfaça a condição dada.
y0 + y = 0
(a) y(x) = Ce−x
y(0) = 3
y0 + y = 5
(b) y(x) = Ce−x + 5
y(1) = 6
y 0 + 2xy = 0
2
(c) y(x) = Ce−x
y(0) = −2
dy 2y
=
dx
x
(d) y(x) = Cx2
y(1) = 3
d2 y dy
x dx2 − dx = 0
(e) y(x) = Ax2 + B
y 0 (1) = 4
y(1) = −8,
dy
= y2
dx
1
(f) y(x) =
C −x
y(1) = 2
19
(b) y(x) = C1 ex + C2 e2x + 3e3x y(0) = 0 y 0 (0) = 0
20
2. Equações Diferenciais Ordinárias de Primeira Ordem
Existem alguns tipos de EDO de primeira ordem que podem ser resolvi-
das analiticamente. Comecemos por estudar o caso mais simples dentre
todas as equações diferenciais, ou seja, quando f na Eq. 2.1 é indepen-
dente de y. De outra forma, quando
f (x, y) = g(x).
Neste caso, a EDO de primeira ordem da Eq. 2.1 é reescrita como
dy
= g(x). (2.2)
dx
Obeserve que a Eq. 2.2 pode ainda ser reescrita como
dy = g(x)dx, (2.3)
e resolvida “facilmente” por integração, usando o Teorema Fundamental
do Cálculo Integral. De fato, se g(x) for uma função contínua, integrando
ambos os lados da Eq. 2.3, obtemos a solução
Z
y(x) = g(x)dx = G(x) + C,
dy
Exemplo 2.1. A solução da EDO = 1 + e2x é dada por
dx
Z
1
y = (1 + e2x )dx = x + e2x + C.
2
21
2.2 Exercícios
dy dy
1. = x4 17. = cossec2 (x)cotg(x)
dx dt
2. y 0 = sen(x) 18. y 0 = x3 sen(x)
dy 1
3. = 7x5/2 + 4 19. y 0 =
dx x2
4. y 0 = x3 (−2x + x−5 ) dy √
20. = 3x
dy x+1 dx
5. =
dx x5 dy 1
√ 21. =
dy dt sen2 (t)
6. = 2 2 − 3x
dx
dy
p 22. = cos(x) − sec(x)tg(x)
7. y 0 = 3x 2x2 − 4 dx
dy x dy 2x
8. =√ 23. = 2
dx 1+x dx x +1
3x 2
9. y 0 = sen ln(x)
2 dy
24. =
dy dx x
= 3tcos 3t2
10.
dt dy et
25. =
dy dt cos (et − 2)
2
11. = cos2 (t)
dt
26. y 0 = x4 cos x5
dy 1
12. =
dt 1 + 9x2 dy
27. = e2t
dy x dt
13. =√
dx x+1 dy 4
28. = 2x x2 + 3
dy dx
14. = arcsen(x) √
dx 29. y 0 = e−3x + x
dy
15. = (2x + 1)sen(x) dy
dx 30. = 7x4 + sec2 (x)
dx
dy
16. = sen(x)sec2 (x) 31. y 0 = xcos(x)
dt
Cálculo III
22
2.3 Método do Fator Integrante
estão bem definidas em I, uma vez que as funções P (x) e f (x) são
contínuas nesse intervalo.
Seja φ(x) uma solução da Eq. 2.5, isto é,
R 0 R
P (x)dx
φ(x)e = e P (x)dx f (x)
R Z R
φ(x)e P (x)dx = e P (x)dx f (x)dx + C
23
Donde, isolando φ(x), obtemos:
Z R R
φ(x) = e P (x)dx
f (x)dx + C e− P (x)dx
.
Com isso provamos que toda solução φ da Eq. 2.5 tem a forma da Eq. 2.6.
Reciprocamente, qualquer função que tenha a forma da Eq. 2.6 é
solução da Eq. 2.5. Com efeito, por derivação e considerando o Teorema
Fundamental do Cálculo Integral, temos
h R R i
− P (x)dx R P (x)dx
dy(x) d e e f (x)dx + C
y 0 (x) = =
dx dx
h R i
d e− P (x)dx Z R
P (x)dx
= e f (x)dx + C
dx
hR R i
P (x)dx
R d e f (x)dx + C
+ e− P (x)dx
dx
R Z R
= − P (x) e− P (x)dx
e P (x)dx
f (x)dx + C
| {z }
y(x)
R R
+ e− P (x)dx
f (x)e P (x)dx
| {z }
f (x)
= −P (x)y(x) + f (x)
O teorema anterior nos diz que se a Eq. 2.5 tem uma solução, então
ela é da forma apresentada na Eq. 2.6. No entanto, não é necessário
memorizar aquela fórmula, mas é de extrema importância que lembremos
do termo especial µ(x), dado a seguir e chamado de fator integrante,
pois ele fornece uma procedimento simples de resolver a Eq. 2.5. Tal
procedimento é conhecido como Método do Fator Integrante.
Cálculo III
R
µ(x) = e P (x)dx (2.7)
24
Método do Fator Integrante para resolver a equação diferencial:
y 0 + P (x)y = f (x)
25
(3) Multiplicando a forma padrão pelo fator integrante obtemos:
0
e−3x y = 0
e−3x y = C
y = Ce3x
dy
(b) − 3y = 6.
dx
(1) A equação já esta na forma padrão.
(2) P (x) = −3 e, então, o fator integrante é:
R
µ(x) = e −3dx = e−3x
e−3x y = −2e−3x + C
y = −2 + Ce3x
(c) xy 0 − 4y = x6 ex .
26
(3) Multiplicando a forma padrão pelo fator integrante obtemos:
0
−4
x y = xex
27
2.4 Exercícios
dy dy
(a) (x2 − 9) + xy = 0 (f) + 2y = 0
dx dx
(b) y 0 + 3x2 y = x2 dr
(g) + rsec(θ) = cos(θ)
dθ
dy dy
(c) = 5y (h) x − y = x2 sen(x)
dx dx
0
(d) xy + 2y = 3 (i) x2 y 0 + xy = 1
dy dy
(e) + y = e3x (j) +y =x
dx dx
28
2.5 Método das Variáveis Separáveis
29
Exemplo 2.7. Verifique se as seguintes EDO’s de primeira ordem são
de variáveis separáveis.
dy dy
1. = y 2 xe3x+4y 2. = y + sen(x)
dx dx
Solução: A primeira equação podemos fatorar da seguinte maneira
dy
= (xe3x )(y 2 e4y )
dx
Portanto, esta equação é de variáveis separáveis. Agora a segunda não
é possível expressa-la como sendo um produto de uma função de x por
uma função de y, ou seja, a equação não é de variáveis separáveis
Exemplo 2.8. Resolva a equação diferencial
(1 + x)dy − ydx = 0.
ln|y| = ln|1 + x| + C1
elevando a e ambos os membros da última igualdade vem que
y(x) = eln|1+x|+C1
= eln|1+x| .eC1
= |1 + x|eC1
= ±eC1 (1 + x)
=−
dx y
y(4) = −3
30
Solução: Observe que a EDO dada é de variáveis separáveis, sendo
assim reescrevendo a equação temos
ydy = −xdx
y2 x2
= − + C1
2 2
ou ainda,
y 2 + x2 = 2C1 .
y 2 + x2 = C 2 .
C 2 = (−3)2 + 42 = 25.
y 2 + x2 = 25.
31
2.6 Exercícios
32
2.7 Método das Equações Diferenciais Exatas
Uma grande quantidade das EDO’s de primeira ordem pode ser escrita
na sua forma normal, dada por:
dy
y 0 = f (x, y) ou = f (x, y).
dx
Também, EDO’s de primeira ordem são ocasionalmente escritas na forma
diferencial, dada por:
∂g ∂g
(x, y) = M (x, y) e (x, y) = N (x, y).
∂x ∂y
33
As respostas para estas perguntas vem através do Teorema 2.13 a
seguir, mas antes observe que sendo a diferencial total de g(x, y) dada por
∂g ∂g
dg(x, y) = (x, y)dx + (x, y)dy,
∂x ∂y
se a Eq. 2.12 é uma equação diferencial exata, então
dg(x, y) = M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0.
Sendo assim, por integração, obtemos que g(x, y) = c é uma solução
geral da Eq. 2.12, com c ∈ R uma constante, chamadas curvas integrais
da equação diferencial.
Teorema 2.13. Se as funções M (x, y), N (x, y) e suas derivadas parciais
∂M ∂N
(x, y) e (x, y)
∂y ∂x
forem contínuas em um quadrado R, então uma condição necessária e
suficiente para que
M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0
seja exata é
∂M ∂N
(x, y) = (x, y).
∂y ∂x
Demonstração: (⇒) Se a equação M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 é exata,
então existe uma função g(x, y) tal que:
∂g ∂g
(x, y) = M (x, y) e (x, y) = N (x, y).
∂x ∂y
Dessa forma, derivando parcialmente M (x, y) em relação a y e N (x, y)
em relação a x temos:
∂2g
∂M ∂ ∂g
(x, y) = (x, y) = (x, y)
∂y ∂y ∂x ∂y∂x
∂2g
∂N ∂ ∂g
(x, y) = (x, y) = (x, y)
∂x ∂x ∂y ∂x∂y
∂M ∂N
Logo, sendo as derivadas parciais (x, y) e (x, y) contínuas,
Cálculo III
∂y ∂x
temos que
∂2g ∂2g
(x, y) e (x, y)
∂y∂x ∂x∂y
34
também são contínuas e, consequentemente, vale a seguinte igualdade:
∂2g ∂2g
(x, y) = (x, y)
∂y∂x ∂x∂y
Portanto,
∂M ∂N
(x, y) = (x, y).
∂y ∂x
(⇐) Seja M (x, y)dx + N (x, y)dy = 0 e suponhamos que
∂M ∂N
(x, y) = (x, y).
∂y ∂x
∂g ∂g
(x, y) = M (x, y) e (x, y) = N (x, y).
∂x ∂y
Consequentemente,
Z
∂
φ0 (y) = N (x, y) − M (x, y)dx .
∂y
Portanto,
Cálculo III
Z Z Z
∂
g(x, y) = M (x, y)dx + N (x, y) − M (x, y)dx dy.
∂y
35
Na verdade, a prova de suficiência do Teorema 2.13 nos fornece um
procedimento para resolver EDOs de primeira ordem exatas. A saber:
∂M ∂N
(x, y) = (x, y).
∂y ∂x
∂g ∂g
(x, y) = M (x, y) e (x, y) = N (x, y).
∂x ∂y
36
Exemplo 2.14. A equação (x−y)dx+(x+y)dy = 0 não é uma equação
exata, pois, sendo M (x, y) = x − y e N (x, y) = x + y temos que:
∂M ∂N
(x, y) = −1 e (x, y) = 1
∂y ∂x
∂M ∂N
Portanto, (x, y) 6= (x, y) e pelo Teorema 2.13 a equação dada
∂y ∂x
não é exata.
Exemplo 2.15. Mostre que as equações a seguir são exatas e resolva.
1. 2xydx + (x2 − 1)dy = 0.
∂g
(3) Integrando (x, y) com relação a x, considerando y como
∂x
uma constante, obtemos:
Z
g(x, y) = 2xydx + φ(y) ⇒ g(x, y) = x2 y + φ(y).
g(x, y) = c ⇒ x2 y − y = c.
37
2x y 2 − 3x2
2. dx + dy.
y3 y4
2x y 2 − 3x2
M (x, y) = e N (x, y) =
y3 y4
Consequentemente,
∂M 6x ∂N 6x
(x, y) = − 4 e (x, y) = − 4
∂y y ∂x y
∂g 2x ∂g y 2 − 3x2
(x, y) = 3 e (x, y) = .
∂x y ∂y y4
∂g
Donde integrando (x, y) com relação a x vem que:
∂x
x2
Z
2x
g(x, y) = dx + φ(y) ⇒ g(x, y) = + φ(y).
y3 y3
x2 1
− = c.
y3 y
38
Exemplo 2.16. Resolva o problema de valor inicial:
(cos(x)sen(x) − xy 2 )dx + y(1 − x2 )dy = 0
y(0) = 2
y 2 (1 − x2 ) − cos2 (x) = C.
22 (1 − 02 ) − cos2 (0) = C ⇒ C = 3.
Cálculo III
y 2 (1 − x2 ) − cos2 (x) = 3.
39
2.8 Exercícios
40
3. Equações diferenciais ordinárias de primeira ordem como mo-
delos matemáticos
41
Na sequência, trataremos sobre modelos abstratos que podem ser
descritos por equações matemáticas, ou seja, usaremos o termo modelo
para representar modelo matemático.
Um modelo matemático consiste de um conjunto de equações que
representam, de uma forma quantitativa, as hipóteses que foram usa-
das na construção do modelo, as quais se apoiam sobre o sistema real.
Tais equações são resolvidas em função de alguns valores conhecidos ou
previstos pelo modelo real, e podem ser testadas através da compara-
ção com os dados conhecidos ou previstos com as medidas realizadas no
mundo real.
As equações matemáticas de um modelo não proporcionam a pró-
pria explicação científica do modelo, mas simplesmente interpretam as
hipóteses de um ponto de vista quantitativo, dando-nos a condição de
deduzir consequências e mostrar-nos onde estão os detalhes que deverão
ser aceitos ou recusados.
De maneira geral, a construção de um modelo matemático de um
problema segue o seguinte:
dP (t) dP
Cálculo III
42
Em geral, o modelo muito usado hoje em dia para modelar o cres-
cimento/decaimento de pequenas populações, em um curto intervalo de
tempo, é dado pelo PVI:
dP
= kP
dt
(3.1)
P (t ) = P
0 0
ln(P ) = kt + C3
P (t) = Cekt ,
ou melhor,
43
Exemplo 3.1. Uma cultura tem inicialmente P0 bactérias. Em t = 1h,
3
o número medido de bactérias é de P0 . Se a taxa de crescimento
2
for proporcional ao número de bactérias P (t) presente no instante t,
determine o tempo necessário para triplicar o número de bactérias.
P (0) = P
0
Como vimos antes, a solução deste PVI é dada pela Eq. 3.3, com as
devidas substituições, ou seja, para t0 = 0 temos
P (t) = P0 ekt .
3
Agora fazendo t = 1 e sabendo que P (1) = P0 , obtemos:
2
3 3 3
P (1) = P0 ek ⇒ P0 = P0 ek ⇒ ek = ⇒ k = ln
2 2 2
Portanto, a solução do PVI dado é:
P (t) = P0 eln(3/2)t .
ln(3) 3 3
ln(3/2)t = ln(3) ⇒ t = = ln 3 − ⇒ t = ln .
ln(3/2) 2 2
o que nos leva a resposta desejada.
44
3.2 Decaimento radioativo
A(0) = A
0
45
Logo,
1
A(t) = A0 e 15 ln(0,99957)t
Agora, a meia-vida do plutônio corresponde ao valor do tempo t
para o qual
1
A(t) = A0 .
2
Sendo assim,
1 1 1 1 1
A(t) = A0 ⇒ A0 e 15 ln(0,99957)t = A0 ⇒ e 15 ln(0,99957)t = .
2 2 2
Portanto, a meia-vida do plutônio é:
15 ln( 21 )
t= .
ln(0, 99957)
Exemplo 3.3. Foi encontrado um osso fossilizado que contém um mi-
lésimo da quantidade original de C-14. Determine a idade do fóssil.
A(0) = A
0
A(t) = A0 ekt .
Cálculo III
46
Logo, a quantidade de C-14 presente num fóssil no instante t é:
ln(2)
A(t) = A0 e− 5600 t .
que é:
T (t) = Cekt + Tm .
47
Exemplo 3.4. O café está a 90o C logo depois de coado e, um minuto
depois, passa para 85o C, em uma cozinha a 25o C. Vamos determinar a
temperatura do café em função do tempo e o tempo que levará para o
café chegar a 60o C.
T (0) = 90
T (1) = 85
T (0) = 300
T (3) = 200
Cálculo III
48
Uma vez que T (0) = 300 temos
T (0) = C + 70 ⇒ C + 70 = 300 ⇒ C = 230.
Consequente,
T (t) = 230ekt + 70.
Para determinar o valor de k nos valemos da condição T (3) = 200.
Isto é,
130
T (3) = 230e3k + 70 ⇒ 230e3k + 70 = 200 ⇒ e3k = .
230
ln(13/23)
O que nos leva a k = , ou seja,
3
ln(13/23)
t
T (t) = 70 + 230e 3 .
O tempo que o bolo levará para sua temperatura chegar a 75o F , ou seja,
T (t) = 75 é:
ln(13/23)
t
ln(13/23)
t
ln(13/23)
t 5
70 + 230e 3 = 75 ⇒ 230e 3 =5 ⇒ e 3 = .
230
Portanto, fazendo as devidas simplificações obtemos t =.
Vamos supor que um tanque contenha uma mistura de água e sal com um
volume inicial de V0 litros e Q0 gramas de sal. Suponhamos, também,
que uma solução salina seja bombeada para dentro do tanque a uma
taxa de Te litros por minuto possuindo uma concentração de Ce gramas
de sal por litro. Suponha que a solução bem misturada sai a uma taxa
de Ts litros por minuto.
A taxa de variação da quantidade Qt de sal no tanque é igual à taxa
com que entra sal no tanque menos a taxa com que sai sal do tanque,
ou seja,
dQ
= (taxa de entrada de sal) - (taxa de saída de sal)
dt
A taxa com que entra sal no tanque é igual a taxa com que entra a
mistura, ou seja, Te , vezes a concentração de entrada, Ce .
Te Ce
Cálculo III
E a taxa com que sai sal do tanque é igual a taxa com que sai a mistura
do tanque, ou seja, Ts , vezes a concentração de sal que sai do tanque, Cs .
Ts Cs
49
Figura 3.1: Mistura de duas soluções salinas
V (t) = V0 + Te t − Ts t
= V0 + (Te − Ts )t
dt V0 + (Te − Ts )t
Q(0) = Q0
50
Exemplo 3.6. Num tanque há 100 litros de salmoura contendo 30 gra-
mas de sal em solução. Água (sem sal) entra no tanque à razão de 6
litros por minuto e a mistura se escoa à razão de 4 litros por minuto,
conservando-se a concentração uniforme por agitação. Vamos determi-
nar qual a concentração de sal no tanque ao fim de 50 minutos.
(100 + 2t)2 Q = C
ou seja,
C
Q(t) =
(100 + 2t)2
Substituindo t = 0 e Q(0) = 30 vem que:
C = 30.1002 = 3.105
Assim,
3.105
Q(t) =
(100 + 2t)2
Cálculo III
V (t) = 100 + 2t
51
Logo
3.105
c(t) =
(100 + 2t)3
Portanto, após 50 minutos
3.105 3
c(50) = = gramas/litro
(100 + 2.50)3 80
Solução: São injetados 100 cm3 por hora, e cada centímetro cúbico
contém 5 mg do remédio. Assim, o remédio entra na corrente sanguínea
do paciente a uma taxa de 500 mg/h. Por outro lado, se Q(t) é a
quantidade (em mg) de remédio na corrente sanguínea no tempo t, então
o remédio deixa a corrente sanguínea a uma taxa de
0, 4Q(t) mg/h
dQ(t)
= 500 − 0, 4.Q(t).
dt
52
molar do produto por unidade de tempo ou o decréscimo na concentração
molar do reagente na unidade de tempo. Vale ressaltar também que
a Constante da velocidade, k, é uma constante de proporcionalidade
que relaciona velocidade e concentração. Tem valor constante a uma
temperatura e varia com a temperatura.
Agora definimos o que venha a ser uma reação química:
Definição 3.9. Uma reação química é a transformação de um con-
junto de substâncias (chamadas reagentes) A, B, etc. em outro con-
junto de substâncias (chamadas produtos) P , Q, etc. mediante proces-
sos que preservam os elementos químicos componentes; nesse caso, tanto
o consumo quanto a produção de substâncias ocorrem segundo propor-
ções inteiras características dadas pelos chamados coeficientes da reação
a, b, · · · , p, q, · · · .
Simbolicamente, representamos a reação por uma equação química
aA + bB + · · · −→ pP + qQ + · · ·
mdc(a, b, · · · , p, q, · · · ) = 1
53
São formadas duas moléculas, uma de glicose e outra de frutose. Como,
neste caso, a concentração da água pode ser suposta constante durante a
reação, já que sua variação é desprezível nas condições em que o problema
se realiza, chamamos A esta concentração, a a da sacarose antes de
iniciar a reação e x a da sacarose decomposta ao fim do tempo t. A
velocidade com que se verifica a inversão será dada pela derivada da
quantidade decomposta em relação ao tempo; como esta derivada deve
ser proporcional às concentrações A da água e a − x da sacarose que
ainda não reagiu, temos:
dx
= k1 A(a − x)
dt
Reescrevendo a EDO acima, onde fazemos k = k1 A, isto é:
dx
= k(a − x),
dt
e contando o tempo a partir do momento em que se inicia a reação, para
t = 0, devemos ter x = 0; logo, temos o seguinte PVI:
dx
= k(a − x), com x(0) = 0
dt
A EDO é de variáveis separaveis e sua solução, utilizando a condição
inicial, nos dá a quantidade de sacarose decomposta por unidade de
volume ao fim do tempo t.
Exemplo 3.12 (Reação Bimolecular Irreversível). Consideremos a rea-
ção:
C2 H2 + O2 −→ 2CO + H2 .
Chamando a e b as concentrações iniciais de acetileno e oxigênio e x a
quantidade de cada reagente, expressa tal como as concentrações iniciais,
em moléculas/ grama por unidade de volume, a velocidade da reação é:
dx
= k(a − x)(b − x).
dt
Cálculo III
54
3.6 Exercícios diversos
dy x3
18) = (x + 1)2 R: y = + x2 + x + C
dx 3
dy 2
19) + 2xy = 0 R: y = Ce−x
dx
55
dy y+1 1
20) = R: y = x(C − )
dx x x
0
21) xy = 4y R: y = Cx4
dy
22) (x + 1) =x+6 R: y = 5ln(x + 1) + x + C
dx
dy
23) ex = 2x R: y = 2(−x − 1)e−x + C
dx
dy
24) = 5y R: y = Ce5x
dx
4x
dy e
25) 3 + 12y = 4 R: y = e−4x +C
dx 3
4x
dy −x e
26) + y = e3x R: y = e +C
dx 4
dy
27) + 2y = 0 R: y = Ce−2x
dx
dy 3x2 + 2C
28) x + 2y = 3 R: y =
dx 2x2
dy
29) = y + ex R: y = (x + C)ex
dx
x3
−x3 e
30) y 0 + 3x2 y = x2 R: y = e +C
3
ln(x) + C
31) x2 y 0 + xy = 1 R: y =
x
2
(x − 1)ex
2
2
32) y 0 + 2xy = x3 R: y = e−x +C
2
4Ce2x − 2x2 − 2x − 11
33) y 0 = 2y + x2 + 5 R: y =
4
34) y 0 = y + x R: y = −x − 1 + Cex
Cex − x2 − 3x − 3
35) (1 + x)y 0 − xy = x + x2 R: y =
x+1
2. Resolva os seguintes problemas de valores iniciais.
1
0
y − y=x 2
t2 y 0 + ty = 1
x
(a) (b)
Cálculo III
y(1) = 3
y(1) = 2
56
dy 4
+ y = x2 , x ∈ (0, ∞) y 0 + 3x2 y = 6x2
dx x
(c) (e)
y(0) = 3
y(1) = 0
2
dy
y 0 − 2xy = 6xex
sen(t) + cos(t) = cos(2t)
dt
(d) (f)
y( π ) = 1
y(0) = 1
2 2
57
5. Uma cultura de bactérias cresce a uma taxa proporcional à quan-
tidade da substância. Ao fim de 10 minutos cresceu 3%.
(a) Determine a constante de proporcionalidade.
ln(3/100)
Resposta: k =
10
(b) Quanto tempo levará a cultura para duplicar?
10ln(2)
Resposta: t =
ln(3/100)
6. Certa substância radioativa decresce a uma taxa proporcional à
quantidade presente. Observa-se que após 1 hora houve uma re-
dução de 10% da quantidade inicial da substância, determine a
meia-vida da substância.
58
a fábrica parou de lançar dejetos, cuja concentração no lago foi
estimada em 120 ppm. Hoje, verificou-se que a concentração de
dejetos no lago é de 60 ppm. Supondo-se que a taxa de variação
da concentração de dejetos no lago é proporcional à concentração
presente no lago em cada instante, quanto tempo ainda levará para
se poder nadar sem o perigo de sofrer irritação na pele?
11. Em uma comunidade de 100 pessoas, inicialmente, existe 1 pessoa
infectada com um vírus. A velocidade de propagação do vírus é
proporcional ao número de pessoas infectadas vezes o número de
1
pessoas não infectadas. Após 1 dia, da comunidade está contami-
4
nada. Assim, após 2 dias, quantas pessoas estarão contaminadas?
59
4. Equações Diferenciais Lineares de Segunda Ordem
60
Teorema 4.4 (Teorema do Wronskiano). Sejam f (x) e g(x) funções
deriváveis em [a, b]. Se o Wronskiano de f (x) e g(x) for diferente de zero
para algum x0 ∈ [a, b], então f (x) e g(x) são linearmente independentes
em [a, b]. Por outro lado, se f (x) e g(x) são linearmente dependentes,
então o Wronskiano de f (x) e g(x) é zero para todo x ∈ [a, b].
Dessa forma, pelo Teorema do Wronskiano temos:
• duas funções f (x) e g(x) são linearmente independentes se
W [f, g](x) 6= 0 para algum x0 ∈ [a, b].
• se f (x) e g(x) são linearmente dependentes, então W [f, g](x) = 0
para todo x ∈ [a, b].
Os exemplos a seguir são muito importantes, pois vemos que as fun-
ções trigonométricas e exponenciais são soluções freqüentes de EDO’s
lineares de 2a ordem.
Exemplo 4.5.
1. Vimos no Exemplo 4.3 que W [sen(x), cos(x)](x) = −1 6= 0. Por-
tanto, pelo Teorema do Wronskiano as funções sen(x) e cos(x) são
linearmente independentes para x ∈ (0, π).
2. As funções ex e e−x são linearmente independentes, pois,
x −x
e e
W [ex , e−x ](x) =
ex −e−x
61
4.1 EDO’s lineares de 2a ordem homogêneas e não-homogêneas
A forma mais geral de uma EDO linear de segunda ordem é dada por
onde p(x), q(x), r(x) e g(x) são funções contínuas. Se g(x) 6= 0, a equa-
ção 4.1 é dita não-homogênea e se g(x) = 0 a equação é dita homogênea.
Apesar do teorema a seguir ser enunciado para EDO’s de 2a ordem,
vale ressaltar que tal fato é verdadeiro para qualquer EDO linear homo-
gênea independentemente da ordem.
Teorema 4.7 (Princípio de Superposição). Consideremos a EDO linear
homogênea de segunda ordem
e
p(x)y200 + q(x)y20 + r(x)y2 = 0.
Portanto, substituindo c1 y1 + c2 y2 em 4.2 e usando as regras básicas de
derivação obtemos:
00 0
p(x) c1 y1 + c2 y2 + q(x) c1 y1 + c2 y2 + r(x) c1 y1 + c2 y2 =
p(x) c1 y100 + c2 y200 + q(x) c1 y10 + c2 y20 + r(x) c1 y1 + c2 y2 =
00 0 00 0
c1 p(x)y1 + q(x)y1 + r(x)y1 + c2 p(x)y2 + q(x)y2 + r(x)y2 =
Cálculo III
c1 .0 + c2 .0 = 0
62
Uma pergunta que surge naturalmente é: Se y1 e y2 são duas soluções
de p(x)y 00 + q(x)y 0 + r(x)y = 0, podemos afirmar que toda solução de
tal equação é da forma c1 y1 + c2 y2 ? A resposta para esta pergunta é
positiva e vem através do próximo teorema.
Teorema 4.8. Sejam y1 e y2 soluções linearmente independentes da
equação diferencial linear homogênea de 2a ordem
Y = c1 y1 + c2 y2 .
Este último teorema é muito útil, pois, ele nós diz que se conhecemos
duas soluções particulares linearmente independentes, então conhecemos
todas as soluções. Em outras palavras, se y1 e y2 são duas soluções para
uma EDO linear homogênea de 2a ordem
y100 − y1 = 0 e y200 − y2 = 0.
63
Definição 4.11 (Conjunto Fundamental de Soluções). Se y1 e y2 são
soluções linearmente independentes de p(x)y 00 + q(x)y 0 + r(x)y = 0 com
p(x) 6= 0, então as soluções y1 e y2 são chamadas de Conjunto Funda-
mental de Soluções.
Agora vamos pensar um pouco sobre como resolver uma equação
diferencial de segunda ordem não homogênea, ou seja, como resolver
p(x)y 00 + q(x)y 0 + r(x)y = g(x), (4.4)
com p(x) 6= 0 e g(x) 6= 0.
Lema 4.12. Suponha que Y1 e Y2 são duas soluções da Equação 4.4.
Então, a função Y1 − Y2 é uma solução da equação homegênea
y − yp = yh
y = yh + yp .
64
4.2 EDO’s de 2a ordem homogêneas com coeficientes constantes
ay 00 + by 0 + cy = 0, (4.6)
Nós estamos procurando uma função y tal que uma constante vezes sua
segunda derivada y 00 mais uma outra constante vezes y 0 mais uma
terceira constante vezes y seja igual a 0.
Nós sabemos que a função exponencial y = eλx (onde λ é uma cons-
tante) possui a propriedade que sua derivada é uma constante vezes ela
mesma: y 0 = λeλx . Além disso, y 00 = λ2 eλx .
Logo, vamos assumir que todas as soluções de 4.6 serão da forma:
y = eλx .
eλx (aλ2 + bλ + c) = 0.
aλ2 + bλ + c = 0.
65
Também, a equação característica é uma equação de segundo grau
e, portanto, possui duas raízes, digamos: λ1 e λ2 . Consequentemente,
temos duas soluções para a equação diferencial 4.6, a saber:
y1 = eλ1 x e y2 = eλ2 x .
.
Se as raízes da equação característica aλ2 + bλ + c = 0 são reais e
distintas, ou seja, λ1 6= λ2 , então as soluções
y1 = eλ 1 x e y2 = eλ2 x
λ2 + 11λ + 24 = 0,
Contudo, estas soluções não são LI e, portanto, não podem gerar a so-
Cálculo III
y1 = eλx .
66
Agora, mantendo a mesma linha de raciocínio, vamos admitir que a
segunda solução de ay 00 + by 0 + cy = 0 seja:
y2 = xeλx .
= 0.xeλx + 0.xeλx = 0.
b
Note que o primeiro termo é 0, porque λ = − e, consequentemente,
2a
2aλ + b = 0. Já o segundo termo é 0, pois λ é raiz da equação caracte-
rística. Por fim, é fácil verificar que as soluções
y1 = eλx e y2 = xeλx
λ2 − 4λ + 4 = 0,
λ1 = α + iβ e λ2 = α − iβ,
Cálculo III
y1 = e(α+iβ)x e y2 = e(α−iβ)x .
67
Para uma melhor apresentação da solução geral vamos nos valer da
Fórmula de Euler:
eiθ = cos(θ) + isen(θ).
Precisamos ainda de uma variante da Fórmula de Euler que é:
e−iθ = cos(θ) − isen(θ).
Inicialmente, podemos reescrever
y1 = e(α+iβ)x e y2 = e(α−iβ)x
como sendo
y1 = eαx ei(βx) e y2 = eα e−i(βx) .
Usando a Fórmula de Euler e sua variante obtemos:
y1 = eαx (cos(βx) + isen(βx)) e y2 = eα (cos(βx) − isen(βx)).
Substituindo y1 e y2 em y(x) = C1 y1 + C2 y2 vem que:
= eαx (C1 + C2 )cos(βx) + i(C1 − C2 )sen(βx)
αx
= e c1 cos(βx) + c2 sen(βx) ,
onde c1 = C1 + C2 e c2 = i(C1 − C2 ).
Portanto, se as raízes da equação aλ2 + bλ + c = 0 são complexas
conjugadas, digamos, λ1 = α + iβ e λ2 = α − iβ, então a solução geral
de ay 00 + by 0 + cy = 0 é:
αx
y=e c1 cos(βx) + c2 sen(βx) .
68
EDO’s de 2a Ordem Homogêneas com Coeficientes Constantes:
ay 00 + by 0 + cy = 0
aλ2 + bλ + c = 0.
y(x0 ) = y0 e y 0 (x0 ) = y1 .
69
Exemplo 4.17. Determine a solução do PVI y 00 + 11y 0 + 24y = 0, com
y(0) = 0 e y 0 (0) = −7.
Pelo exemplo 4.14, a solução geral da EDO y 00 + 11y 0 + 24y = 0 é:
e sua derivada é:
y 0 (x) = −8c1 e−8x − 3c2 e−3x .
Assim, temos que y(0) e y 0 (0) são dados por:
y(0) = c1 e0 + c2 e0 = c1 + c2
0 0 0
y (0) = −8c1 e − 3c2 e = −8c1 − 3c2
e sua derivada é:
y(0) = c1 e0 + c2 .0.e0 = c1
0 0 0 0
y (0) = 2c1 e + c2 e + 2c2 .0.e = 2c1 + c2
sistema:
c1 = 12
2c1 + c2 = −3
70
Resolvendo este sistema obtemos c1 = 12 e c2 = −27 e, consequente-
mente, a solução do PVI é:
λ2 + 4 = 0,
e consequentemente,
yh = c1 y1 (x) + c2 y2 (x)
Cálculo III
y 00 + p(x)y 0 + q(x)y = 0,
71
e tentemos encontrar uma solução particular da EDO não homogênea
yp0 = u01 y1 + u1 y10 + u02 y2 + u2 y20 = (u1 y10 + u2 y20 ) + (u01 y1 + u02 y2 ).
u01 y1 + u02 y2 = 0.
Consequentemente,
(u01 y10 +u1 y100 +u02 y20 +u2 y200 )+p(x)(u1 y10 +u2 y20 )+q(x)(u1 y1 +u2 y2 ) = g(x).
Simplificando obtemos:
u01 y10 + u02 y20 + u1 (y100 + p(x)y10 + q(x)y1 ) + u2 (y200 + p(x)y20 + q(x)y2 ) = g(x).
Portanto,
u01 y10 + u02 y20 = g(x).
72
Logo, para determinar u1 e u2 devemos resolver o seguinte sistema:
(
u01 y1 + u02 y2 = 0 (4.8)
u01 y10 + u02 y20 = g(x) (4.9)
u02 y2
u01 = − . (4.10)
y1
Substituindo 4.10 em 4.9, após algumas simplificações obtemos que:
y1 g(x)
u02 = . (4.11)
y1 y20 − y2 y10
y2 g(x)
u01 = − .
y1 y20 − y2 y10
y2 g(x) y1 g(x)
u01 = − , u02 = .
W [y1 , y2 ](x) W [y1 , y2 ](x)
73
para se aplicar a cada equação diferencial que desejamos resolver. Dessa
forma, o mais conveniente é usar o roteiro apresentado a seguir.
y 00 + p(x)y 0 + q(x)y = 0,
ou seja,
yh = c1 y1 + c2 y2 .
W [y1 , y2 ](x).
(3) Determinamos u1 e u2 :
Z
y2 g(x)
u1 = − dx
W [y1 , y2 ](x)
Z
y1 g(x)
u2 = dx
W [y1 , y2 ](x)
yp = u1 y1 + u2 y2 .
y = yh + yp .
Cálculo III
74
Exemplo 4.20. Resolva a seguinte equação diferencial:
y 00 − 3y 0 + 2y = ex sen(x).
y 00 − 3y 0 + 2y = 0,
λ2 − 3λ + 2 = 0.
ex ex sen(x) e−x
Z Z
u2 = dx = e−x sen(x)dx = − cos(x) + sen(x)
e3x 2
Logo,
yp = u1 y1 + u2 y2
e−x
= cos(x)ex − cos(x) + sen(x) e2x
2
ex
= cos(x) − sen(x) .
2
Cálculo III
ex
y(x) = c1 ex + c2 e2x + cos(x) − sen(x)
2
75
Exemplo 4.21. Resolva a equação diferencial
1 π
y 00 + y = , 0<x< .
cos(x) 2
y 00 + y = 0,
λ2 + 1 = 0.
yh = c1 cos(x) + c2 sen(x).
Assim temos:
Z Z
1 sen(x)
u1 = − sen(x) dx = − dx = ln(cos(x))
cos(x) cos(x)
Z Z
1
u2 = cos(x) dx = 1dx = x
cos(x)
Logo,
yp = u1 y1 + u2 y2
= ln(cos(x))cos(x) + xsen(x).
Portanto, a solução geral é dada por y = yh + yp , ou seja,
Cálculo III
76
4.4 Exercícios
1) y 00 + 4y = 0 24) y 00 − 5y = 0
2) y 00 − 2y 0 − 2y = 0 25) y 00 + 4y 0 + 5y = 0
3) 2y 00 + 2y 0 + 3y = 0 26) y 00 + 4y = 0
4) y 00 − 2y 0 + 2y = 0 27) y 00 − 3y 0 + 4y = 0
5) 4y 00 + y 0 = 0 28) y 00 + 4y 0 + 4y = 0
6) y 00 − 36y = 0 29) y 00 = 0
7) y 00 + 9y = 0 30) y 00 − y = 0
00
8) 3y + y = 0 31) y 00 − y 0 − 30y = 0
00 0
9) y + 5y = 0 32) y 00 − 2y 0 + y = 0
00 0
10) y − y − 6y = 0 33) y 00 + y = 0
00 0
11) y + 3y − 5y = 0 34) y 00 + 2y 0 + 2y = 0
00 0
12) 12y − 5y − 2y = 0 35) y 00 − 7y = 0
00 0
13) 3y + 2y + y = 0 36) y 00 + 6y 0 + 9y = 0
00 0
14) y − 4y + 5y = 0 37) y 00 + 2y 0 + 3y = 0
00 0
15) 2y − 3y + 4y = 0 38) y 00 − 3y 0 − 5y = 0
00 0
16) 2y + 2y + y = 0 1
39) y 00 + y 0 + y = 0
17) 2y 00 − 5y 0 = 0 4
18) y 00 − 8y = 0 40) 2y 00 − 5y 0 − 3y = 0
19) y 00 − 25y = 0 41) −10y 00 + 25y = 0
20) 9y 00 − 12y 0 + 4y = 0 42) y 00 − 4y 0 + 13y = 0
21) 6y 00 + y 0 − y = 0 43) y 00 − 8y 0 + 17y = 0
22) y 00 − y 0 − 2y = 0 44) 4y 00 − 4y 0 − 3y = 0
23) y 00 − 7y 0 = 0 45) y 00 − 10y 0 + 25y = 0
1) y 00 − y 0 − 2y = 0, y(0) = 2, y 0 (0) = 1
2) y 00 + y = 0, y(2) = 0, y 0 (2) = 0
Cálculo III
77
3) y 00 + 16y = 0, y(0) = 2, y 0 (0) = 2
4) y 00 + 6y 0 + 5y = 0, y(0) = 0, y 0 (0) = 3
6) y 00 − y = 0, y(0) = 1, y 0 (0) = 1
8) y 00 − 2y 0 + y = 0, y(0) = 5, y 0 (0) = 10
9) y 00 + y 0 + 2y = 0, y(0) = 0, y 0 (0) = 0
00 1 5) y 00 + y = tg(x)
2) y − y =
x 6) y 00 + y = sec(x)tg(x)
3) y 00 + y = sen(x) 7) y 00 + y = sec2 (x)
78
e2x 14) y 00 + 2y 0 + y = e−x ln(x)
8) y 00 − 4y =
x
9x e−10x
00
9) y − 9y = 3x 15) y 00 + 10y 0 + 25y =
e x2
1
10) y 00 + 3y 0 + 2y = ex
1 + ex 16) y 00 − 2y 0 + y =
ex x
11) y 00 − 2y 0 + y =
1 + x2 17) y 00 − y 0 − 2y = e3x
e3x
12) y 00 − 3y 0 + 2y = 18) y 00 + 4y = sen2 (2x)
1 + ex
ex ex
13) y 00 − 2y 0 + 2y = 19) y 00 − 2y 0 + y =
cos(x) x5
4) y 00 − y 0 − 2y = 0, y(0) = 2 e y 0 (0) = 1
6) y 00 + y = x, y(1) = 0 e y 0 (1) = 1
79
5. Sistemas de Equações Diferenciais Ordinárias Lineares de
Primeira Ordem
...
..
.
..
.
x0 (t) = p (t)x (t) + p (t)x (t) + · · · + p (t)x (t) + g (t)
n n1 1 n2 2 nn n n
80
g1 (t)
g2 (t)
e g(t) =
..
, é possível simplificar a notação para uma mais
.
gn (t)
compacta, que é:
x0 = P (t)x. (5.2)
Uma solução para o sistema 5.2 é uma função vetorial x(t) que satisfaz
5.2 para todo t ∈ (α, β).
Teorema 5.1 (Princípio da Superposição). Se φ1 , φ2 , . . . , φn são solu-
ções do sistema linear homogêneo x0 = P (t)x, então qualquer combina-
ção linear c1 φ1 + c2 φ2 + · · · + cn φn é também uma solução do referido
sistema.
Demonstração: Se φ1 , φ2 , . . . , φn são soluções do sistema linear
homogêneo x0 = P (t)x, então temos que:
φ01 = P (t)φ1
c1 φ01 = c1 P (t)φ1
φ02 = P (t)φ2 c2 φ02
= c2 P (t)φ2
.. .. .. ⇒ .. .. ..
. . .
. . .
φ0 = P (t)φ
c φ0
= cn P (t)φn
n n n n
Simplificando, obtemos:
81
linear de n soluções φ1 , φ2 , . . . , φn linearmente independentes (LI) em
(α, β), isto é,
x = c1 φ1 + c2 φ2 + · · · + cn φn ,
x0 = Ax. (5.3)
Porém, para que (A−λI)v = 0 tenha uma solução não nula é necessá-
rio e suficiente que a matriz A − λI seja não inversível, ou seja, devemos
ter det(A − λI) = 0. Em outras palavras, λ deve ser um autovalor de
A e v o autovetor de A associado à λ. Consequentemente, determinar
uma solução do sistema linear homogêneo x0 = Ax é, de certa forma,
equivalente a determinar os autovalores e autovetores da matriz A.
Neste sentido, usaremos o chamado método dos autovalores para re-
solver o sistema linear homogêneo 5.3, onde A é um matriz real 2 × 2
com entradas constantes. Porém, este método pode ser usado no caso
Cálculo III
82
5.1.1 Autovalores reais e distintos
φ1 = v1 eλ1 t e φ2 = v2 eλ2 t
det(A − λI) = 0
1 1 1 0
− λ = 0
4 1 0 1
1−λ
1
= 0
1−λ
4
(1 − λ)(1 − λ) − 4 = 0
λ2 − 2λ − 3 = 0
83
a
Sendo assim, para λ1 = −1, o autovetor v1 = é dado por:
b
(A − λ1 I)v1 = 0
1 1 1 0 a 0
− λ1 =
4 1 0 1 b 0
1 − λ1 1 a 0
=
4 1 − λ1 b 0
2 1 a 0
=
4 2 b 0
−2 1 a 0
=
4 −2 b 0
84
Donde se segue o sistema:
−2a + b = 0
4a − 2b = 0
1 −2 −1
Exemplo 5.3. Resolva o PVI: x0 = x, com x(0) = .
3 −4 2
2b
b=3 2
v1 = 3 =⇒ v1 = .
b 3
85
a
Para λ1 = −1 temos que o autovetor v2 = é dado por:
b
1 − (−1) −2 a 0
=
3 −4 − (−1) b 0
2 −2 a 0 2a − 2b = 0
= ⇒ ⇒ a = b.
3 −3 b 0 3a − 3b = 0
b b=1 1
v2 = =⇒ v2 = .
b 1
Portanto, a solução geral do sistema linear homogêneo é:
2 1
x(t) = c1 e−2t + c2 e−t .
3 1
−1
Da condição inicial x(0) = vem que:
2
2 1
x(0) = c1 e−2·0 + c2 e−0
3 1
2c1 + c2 −1
= ⇒ c1 = 3 e c2 = −7.
3c1 + c2 2
Consequentemente, a solução do PVI é:
2 1
x(t) = 3 e−2t − 7 e−t ,
3 1
ou melhor,
6 −7
x(t) = e−2t + e−t .
Cálculo III
9 −7
86
5.1.2 Autovalores reais e iguais
(A − λI)v1 = 0.
(A − λI)v2 = v1 .
Cálculo III
87
2 0
Exemplo 5.4. Resolva o sistema x0 = x.
0 2
1 0
x(t) = c1 e2t + c2 e2t .
0 1
3 2 4
Exemplo 5.5. Encontre a solução do sistema x0 = 2 2 x.
0
4 2 3
det(A − λI) = 0
(3 − λ)2 (−λ) + 32 + 16λ − 8(3 − λ) = 0
3 2
−λ + 6λ + 15λ + 8 = 0
88
Observe que λ = 8 é uma raiz da equação. Sendo assim podemos dividir
a equação por (λ − 8) donde obtemos:
−5 2 4 a 0
−5a + 2b + 4c = 0
−8 2 b = 0 ⇒ 2a − 8b + 2c = 0
2
2 −5 4a + 2b − 5c = 0
4 c 0
4 2 4 c 0 4a + 2b + 4c = 0
89
Consequentemente,
a a 0 1 0
v = −2a − 2c = −2a + −2c = a −2 + c −2 .
c 0 c 0 1
3 −4
Exemplo 5.6. Resolva o sistema x0 = x.
1 −1
2b b=1 2
v1 = =⇒ v1 = .
b 1
90
c
Para determinar u = devemos resolver (A − λI)u = v1 , que é:
d
2 −4 c 2c − 4d = 2 2
(A − λI)u = v1 ⇒ = ⇒
1 −2 d 1 c − 2d = 1
c 1 + 2d 1 2d
u= = = + ,
d d 0 d
ou seja,
1 2
u= + d .
0 1
2 2 1
x(t) = c1 et + c2 t + et .
1 1 0
91
serão complexos conjugados, digamos v1 = µ + iη e v2 = µ − iη, com µ e
η vetores de mesma dimensão. Também, os autovetores v1 e v2 são LI,
e φ1 = v1 eλ1 t e φ2 = v2 eλ2 t são soluções do sistema x0 = Ax.
Certamente, como v1 e v2 são vetores complexos, temos que as so-
luções φ1 e φ2 também são complexas. No entanto, nosso interesse é
encontrar soluções reais para o sistema linear homogêneo x0 = Ax, e que
correspondam aos autovalores complexos. Neste sentido, temos que:
φ1 + φ2 = v1 eλ1 t + v2 eλ2 t
= (µ + iη) e(α+iβ)t + (µ − iη) e(α−iβ)t
= (µ + iη) eαt eiβt + (µ − iη) eαt e−iβt .
v1 − v 2 i(v2 − v1 )
v1 − v2 = 2iη ⇒ η= ⇒ η=
2i 2
Consequentemente,
k1 µ + k2 η = 0
v1 + v2 i(v2 − v1 )
k1 + k2 = 0
2 2
k1 (v1 + v2 ) + ik2 (v2 − v1 ) = 0
(k1 − ik2 )v1 + (k1 + ik2 )v1 = 0
Cálculo III
92
Agora mostremos que ψ1 e ψ2 são LI.
k3 ψ1 + k4 ψ2 = 0
αt αt
k3 e (µcos(βt) − ηsen(βt)) + k4 e (ηcos(βt) + µsen(βt)) = 0
k3 (µcos(βt) − ηsen(βt)) + k4 (ηcos(βt) + µsen(βt)) = 0
(k3 cos(βt) + k4 sen(βt))µ + (k4 cos(βt) − k3 sen(βt))η = 0
2 8
Exemplo 5.7. Resolva o sistema x0 = x.
−1 −2
2 + 2i 2 2i 2 2
v1 = = + = + i .
−1 −1 0 −1 0
93
2 2
Logo, µ = eη= . Consequentemente,
−1 0
2 2 2cos(2t) − 2sen(2t)
ψ1 = cos(2t) − sen(2t) = .
−1 0 −cos(2t)
2 2 2cos(2t) + 2sen(2t)
ψ2 = cos(2t) + sen(2t) = .
0 −1 −sen(2t)
1 2 −1
Exemplo 5.8. Resolva o PVI: x0 = x e x(0) = .
−2 1 1
Donde obtemos,
a a=1 1 1 0
v1 = =⇒ v1 = ⇒ v1 = + i .
ia i 0 1
1 0
Logo, µ = eη= . Consequentemente,
0 1
Cálculo III
1 0 cos(2t)
ψ1 = et cos(2t) − sen(2t) = et .
0 1 −sen(2t)
94
0 1 sen(2t)
ψ2 = et cos(2t) + sen(2t) = et .
1 0 cos(2t)
Por fim,
c1 0 c1
x(0) = + = ⇒ c1 = −1, c2 = 1.
0 c2 c2
5.2 Exercícios
1 9 2 3
d) x0 = x. i) x0 = x.
−1 −5 4 3
95
2. Resolva os problemas de valores iniciais a seguir.
−2 2 5
a) x0 = x, x(0) = .
2 1 0
5 −1 2
b) x0 = x, x(0) = .
3 1 −1
1 9 1
c) x0 = x, x(0) = .
−1 −5 −1
−3 2 1
d) x0 = x, x(0) = .
−1 −1 −2
3 6 2
e) x0 = x, x(0) = .
−2 −3 4
−1 −1 −4
f) x0 = x, x(0) = .
1 −1 2
−4 0 5
g) x0 = x, x(3) = .
0 −4 −2
x = 6x + 8x
1 1 2
e) , x1 (0) = 8, x2 (0) = 0.
x = 2x + 6x
2 1 2
96
6. Transformada de Laplace
Demonstração: De fato,
Cálculo III
Z ∞ Z ∞
−st
L{af (t)}(s) = af (t) e dt = a f (t) e−st dt = a L{f }(s).
0 0
97
Teorema 6.3 (Linearidade). Sejam f (t) e g(t) funções definidas para
todo real t ≥ 0. Se a e b são constantes, então:
Z ∞ Z ∞
−st
= a f (t)e dt + b g(t)e−st dt
0 0
temos: Z ∞
F (s − a) = f (t)e−(s−a)t dt
0
Z ∞
= f (t)eat e−st dt
0
= L{ eat f (t)}(s).
98
Exemplo 6.5. A Transformada de Laplace da função f0 (t) = 1 é:
Z ∞ ∞
−st e−st
F0 (s) = L{1}(s) = e dt = −
0 s 0
e−sA
1
= lim − − lim −
A→∞ s A→∞ s
1 1
= 0 − (− ) = .
s s
1
Portanto, F0 (s) = .
s
Exemplo 6.6. A Transformada de Laplace da função f1 (t) = t é:
Z ∞
F1 (s) = L{t}(s) = t e−st dt
0
∞
t e−st 1 ∞ −st
Z
= − + e dt
s 0 s 0
1 1 1 1 1
= 0+ L{1}(s) = F0 (s) = · = 2 .
s s s s s
1
Portanto, F1 (s) = .
s2
Exemplo 6.7. A Transformada de Laplace da função f2 (t) = t2 é:
Z ∞
2
F2 (s) = L{t }(s) = t2 e−st dt
0
∞
t2 e−st 2 ∞ −st
Z
= − + t e dt
s 0 s 0
2 2 2 1 2
= 0+ L{t}(s) = F1 (s) = · 2 = 3 .
s s s s s
2
Portanto, F2 (s) = .
Cálculo III
s3
99
Exemplo 6.8. A Transformada de Laplace da função f3 (t) = t3 é:
Z ∞
3
F3 (s) = L{t }(s) = t3 e−st dt
0
∞
t3 e−st 3 ∞ 2 −st
Z
= − + t e dt
s 0 s 0
3 3 3 2 6
= 0+ L{t2 }(s) = F2 (s) = · 3 = 4 .
s s s s s
6
Portanto, F3 (s) = .
s4
Exemplo 6.9. Seja fn (t) = tn . Pelos exemplos anteriores notamos que:
1 1 0!
L{t0 }(s) = = = .
s s0+1 s0+1
1 1 1!
L{t1 }(s) = = = .
s2 s1+1 s1+1
2 2·1 2!
L{t2 }(s) = = = .
s3 s2+1 s2+1
6 3·2·1 3!
L{t3 }(s) = = = .
s4 s3+1 s3+1
Nesse sentido, por indução, é possível mostrar que:
n!
Fn (s) = L{tn }(s) = .
sn+1
Exemplo 6.10. A Transformada de Laplace da função f (t) = eat , com
a ∈ R, é dada por:
Z ∞ Z ∞
at −st
at
F (s) = L{ e }(s) = e e dt = e−(s−a)t dt
0 0
∞
1 −(s−a)t
1
= − e = .
s−a s−a
Cálculo III
1
Assim, para s > a, F (s) = .
s−a
100
Exemplo 6.11. A Transformada de Laplace da função g(t) = e−at ,
com a ∈ R, é dada por:
Z ∞
1
G(s) = L{ e−at }(s) = e−(s+a)t dt = .
0 s + a
1
Logo, para s > −a, G(s) = .
s+a
Exemplo 6.12. A Transformada de Laplace da função f (t) = eiat , com
a ∈ R, é dada por:
1
F (s) = L{ eiat }(s) = .
s − ia
Exemplo 6.13. A Transformada de Laplace da função g(t) = e−iat ,
com a ∈ R, é dada por:
1
G(s) = L{ e−iat }(s) = .
s + ia
Exemplo 6.14. Encontre a Transformada de Laplace das funções
cos(at) e sen(at), com a ∈ R. Da Fórmula de Euler temos que:
e + e−iat
iat
L{cos(at)}(s) = L (s)
2
1
= L{ eiat }(s) + L{ e−iat }(s)
2
1 1 1
= +
2 s − ia s + ia
Cálculo III
1 2s s
= = 2 .
2 (s − ia)(s + ia) s + a2
s
Logo, L{cos(at)}(s) = .
s2 + a2
101
Por fim, a Transformada de Laplace da função sen(at) é:
e − e−iat
iat
L{cos(at)}(s) = L (s)
2i
1
= L{ eiat }(s) − L{ e−iat }(s)
2i
1 1 1
= −
2i s − ia s + ia
1 2ia a
= = 2 .
2i (s − ia)(s + ia) s + a2
a
Logo, L{cos(at)}(s) = .
s2 + a2
Exemplo 6.15. Vamos determinar a Transformada de Laplace da fun-
ção derivada y 0 (t).
Z ∞
L{y 0 (t)}(s) = y 0 (t) e−st dt.
0
−st
Integrando por partes, onde u = e e dv = f 0 (t)dt, vem que:
Z ∞ ∞ Z ∞
y(t)
L{y 0 (t)}(s) = y 0 (t) e−st dt = st + s e−st y(t)dt
0 e 0 0
Logo,
L{y 0 (t)}(s) = s L{y(t)}(s) − y(0).
Ou ainda,
L{y 0 (t)}(s) = sY (s) − y(0).
Exemplo 6.16. Encontre a Transformada de Laplace da função y 00 (t).
Do exemplo anterior temos que:
L{y 00 (t)}(s) = s L{y 0 (t)}(s) − y 0 (0) = s sY (s) − y(0) − y 0 (0),
ou seja,
L{y 00 (t)}(s) = s2 Y (s) − sy(0) − y 0 (0).
Cálculo III
102
Inicialmente, determinamos a Transformada de Laplace de cada membro
da equação diferencial, isto é:
Z 2 Z ∞
= h(t) e−st dt + h(t) e−st dt
0 2
Z 2 Z ∞
= e−st dt + (t − 2) e−st dt
0 2
2 ∞
1 −st 1 −st 1 −st
= − e + −(t − 2) e − 2e
s 0 s s 2
2 ∞ ∞
1 −st 1 −st 1 −st
= − e −(t − 2) e − 2 e
s 0 s 2 s 2
1 1 1
= − e−2s + + 2 e−2s .
s s s
Cálculo III
1 −2s 1
− 1 + 2 e−2s .
Dessa forma, temos que H(s) = − e
s s
103
Exemplo 6.19.
7! 5040
a) L{t7 }(s) = = 8 .
s8 s
1
b) L{ e2t t}(s) = L{t}(s − 2) = .
(s − 2)2
c)
2 8 16
= 3
+ 2+ .
s s s
d) Seja f (t) = 5 e6t − 3sen(7t) + 2cos(8t).
5 21 2s
= − + .
s − 6 s2 + 49 s2 + 64
e)
= 4 L{ et cos(2t)}(s) + 36 L{ et }(s)
4(s − 1) 36
= + .
(s − 1)2 + 4 (s − 1)
f) Seja y 0 (t) = 3 − 2t, com y(0) = 0. Então:
3 2
sY (s) − y(0) = −
Cálculo III
s s2
3 2
Y (s) = 2
− 3.
s s
104
6.1 Transformada Inversa de Laplace
105
Exemplo 6.22. Diretamente da definição temos que:
−1 1 −1 1
a) L =1 i) L = ei2t
s s − 2i
−1 n! −1 1
b) L =t n
j) L = e−i5t
sn+1 s + 5i
2 s
c) L−1 = t 2
k) L −1
= cos(at)
s3 s2 + a2
1 s
d) L−1 = eat l) L−1 = cos(3t)
s−a s2 + 9
−1 1 3t −1 a
e) L = e m) L = sen(at)
s−3 s2 + a2
−1 1 −at −1 5
f) L = e n) L = sen(5t)
s+a s2 + 25
1 a
g) L−1 = e−7t o) L−1 = senh(at)
s+7 s2 − a2
1 8
h) L−1 = eiat p) L−1 = senh(8t)
s − ia s2 − 64
s−a
Exemplo 6.23. A Transformada Inversa de Laplace de é:
(s − a)2 + b2
−1 s−a at −1 s
L = e L = eat cos(bt).
(s − a)2 + b2 s2 + b2
1
Exemplo 6.24. A Transformada Inversa de Laplace de é:
s2 + b2
1 1 b
L−1 = L−1 · 2
s + b2
2 b s + b2
1 −1 b
= L
b s2 + b2
Cálculo III
1
= sen(bt).
b
106
1
Exemplo 6.25. A Transformada Inversa de Laplace de é:
(s − a)2 + b2
1 1 b
L−1 = L−1 ·
(s − a)2 + b2 b (s − a)2 + b2
1 −1 b
= L
b (s − a)2 + b2
1 at −1 b
= e L
b s + b2
2
1 at
= e sen(bt).
b
1
Exemplo 6.26. A Transformada Inversa de Laplace de é:
sn
−1 1 −1 1 (n − 1)!
L = L · (n−1)+1
sn (n − 1)! s
1 (n − 1)!
= L−1
(n − 1)! s(n−1)+1
tn−1
= (n ≥ 1).
(n − 1)!
√ √
1 1 10 1
b) L−1 = L−1 √ · √ = √ sen 10 .
s2 + 10 10 s2 + ( 10)2 10
10s s
c) L−1 = 10 L−1 = 10cos(4t).
Cálculo III
2
s + 16 2
s + 16
107
d)
s−1 s−1
L−1 = L−1
s2 − 2s + 5 (s − 1)2 + 4
t −1 s
= e L = et cos(2t).
s2 + 4
e)
1 6 1 −1 2 2
L−1 + 2 = L + 3 L−1
s3 s +4 2 s3 s2 + 4
t2
= + 3sen(2t).
2
1 s−3
f) Seja F (s) = + .
(s + 1)4 (s − 3)2 + 6
1 s−3
L−1 {F (s)} = L−1 + L −1
(s + 1)4 (s − 3)2 + 6
e−t t3 √
= + e3t cos 6t .
6
s
g) Seja F (s) = .
s2 + 4s + 5
Observe que por fatoração temos s2 + 4s + 5 = (s + 2)2 + 1. Logo,
−1 −1 s
L {F (s)} = L
s2 + 4s + 5
(s + 2) − 2
= L−1
(s + 2)2 + 1
−1 s+2 2
= L −
(s + 2)2 + 1 (s + 2)2 + 1
s+2 2
L−1 − L−1
Cálculo III
=
(s + 2)2 + 1 (s + 2)2 + 1
108
6.2 O Método da Decomposição em Frações Parciais
P (s)
Seja F (s) uma função racional da forma , onde P (s) e Q(s) são
Q(s)
polinômios com grau{P (s)} ≤ grau{Q(s)}. O método da decomposi-
P (s)
ção em frações parciais consiste em decompor F (s) = em termos
Q(s)
que são uma variante das Transformadas de Laplace apresentadas na
Tabela 6.5.
Na verdade, a essência deste método é fatorar o polinômio Q(s) em
fatores, de preferência, lineares. Neste sentido, o Teorema do Fator nos
diz que (s − s1 ) é um fator de Q(s) se, e somente se, Q(s1 ) = 0. De outra
forma, (s−s1 ) é um fator de Q(s) se, e somente se, s1 é uma raiz de Q(s).
Não obstante, o polinômio Q(s) pode ter raízes reais distintas, reais
repetidas, complexas conjugadas ou uma combinação delas. Vejamos os
caso por meio de exemplos.
7s − 1
Exemplo 6.28 (Raízes reais e distintas). Encontre L−1 .
s3 − 7s − 6
Neste caso, Q(s) = s3 − 7s − 6 e suas raízes são −1, −2 e 3, ou seja,
Q(s) pode ser fatorado como segue:
Q(s) = (s + 1)(s + 2)(s − 3).
Logo, a função racional pode ser reescrita da seguinte forma:
7s − 1 7s − 1
= .
s3 − 7s − 6 (s + 1)(s + 2)(s − 3)
Agora aplicamos o método da decomposição em frações parciais, que
neste caso é através da seguinte igualdade:
7s − 1 A B C
= + + .
(s + 1)(s + 2)(s − 3) s+1 s+2 s−3
Multiplicando ambos os lados da última igualdade pelo denominador da
fração do lado esquerdo temos:
7s − 1 = A(s + 2)(s − 3) + B(s + 1)(s − 3) + C(s + 1)(s + 2).
Simplificando, vem que:
7s − 1 = (A + B + C)s2 + (−A − 2B + 3C)s + (−6A − 3B + 2C).
Da igualdade de polinômios obtemos o seguinte sistema:
Cálculo III
A+B+C = 0
−A − 2B + 3C = 7 ,
−6A − 3B + 2C = −1
109
cuja solução é A = 2, B = −3 e C = 1. Logo,
7s − 1 2 3 1
= − + .
s3 − 7s − 6 s+1 s+2 s−3
Consequentemente,
7s − 1 1 1 1
L−1 = 2 L −1
−3 L−1
+ L−1
.
s3 − 7s − 6 s+1 s+2 s−3
Portanto,
−1 7s − 1
L = 2 e−t − 3 e−2t + e3t .
s3 − 7s − 6
s2 + 9s + 2
Exemplo 6.29 (Raízes reais repetidas). Sendo F (s) = ,
s3 + s2 − 5s + 3
encontre L−1 {F (s)}.
Observe que 1, 1 e −3 são as raízes de s3 + s2 − 5s + 3. Logo,
s2 + 9s + 2 s2 + 9s + 2
= .
s3 + s2 − 5s + 3 (s − 1)2 (s + 3)
Neste caso, o método da decomposição em frações parciais nos pede a
seguinte igualdade:
s2 + 9s + 2 A B C
2
= + 2
+ .
(s − 1) (s + 3) s − 1 (s − 1) s+3
Donde obtemos:
s2 + 9s + 2 = A(s − 1)(s + 3) + B(s + 3) + C(s − 1)2 .
Simplificando,
s2 + 9s + 2 = (A + C)s2 + (2A + B − 2C)s + (−3A + 3B + C).
Da igualdade de polinômios temos:
A+C = 1
2A + B − 2C = 9 ,
−3A + 3B + C
= 2
Portanto,
s2 + 9s + 2
L−1 = 2 et + 3t et − e−3t .
s + s2 − 5s + 3
3
110
s+3 −1
Exemplo 6.30 (Raízes Complexas). Encontre L .
s2 + 4s + 5
As raízes do polinômio s2 + 4s + 5 são complexas conjugadas, a saber
−2 ± i. Neste caso, nosso primeiro passo é usar o método de completar
quadrados para transformar o polinômio s2 + 4s + 5 em um produto
notável. Isto é:
s2 + 4s + 5 = (s + 2)2 + 1.
Logo,
s+3 (s + 2) + 1 s+2 1
= = + .
s2 + 4s + 5 2
(s + 2) + 1 (s + 2) + 1 (s + 2)2 + 1
2
Portanto,
s+3 s+2 1
L−1 = L−1 + L−1
s2 + 4s + 5 (s + 2)2 + 1 (s + 2)2 + 1
−2t −1 s −2t −1 1
= e L +e L
s2 + 1 s2 + 1
A+B = 0
1 1 4
4A + 5B + C = 1 ⇒ A=− , B= , C= .
5 5 5
5A + 5C = 3
111
Logo,
s+3 1 s+4
=− + .
(s + 5)(s2 + 4s + 5) 5(s + 5) 5(s2 + 4s + 5)
Daí, completando quadrados e manipulando algebricamente obtemos:
s+3 1 s+4
= − +
(s + 5)(s2 + 4s + 5) 5(s + 5) 5((s + 2)2 + 1)
1 s+2+2
= − +
5(s + 5) 5((s + 2)2 + 1)
1 s+2 2
= − + + .
5(s + 5) 5((s + 2)2 + 1) 5((s + 2)2 + 1)
Portanto,
−1 1 1 1 s+2
L {F (s)} = − L−1 + L−1
5 s+5 5 (s + 2)2 + 1
2 −1 1
+ L
5 (s + 2)2 + 1
1 1 2
= − e−5t + e−2t cos(t) + e−2t sen(t).
5 5 5
2s2 + 10s
Exemplo 6.32. Se F (s) = , encontre L−1 {F (s)} .
(s2 − 2s + 5)(s + 1)
Nos valendo do método da decomposição em frações parciais temos
a seguinte igualdade:
2s2 + 10s As + B C
= 2 + .
(s2 − 2s + 5)(s + 1) s − 2s + 5 s + 1
Donde obtemos,
Consequentemente,
Cálculo III
A+C = 2
A + B − 2C = 10 ⇒ A = 3, B = 5, C = −1.
B + 5C = 0
112
Isto é,
2s2 + 10s 3s + 5 1
= 2 − .
(s2 − 2s + 5)(s + 1) s − 2s + 5 s + 1
Agora, completando quadrados e manipulando algebricamente obtemos:
2s2 + 10s 3s + 5 1 3s − 3 + 8 1
= − = −
(s2 − 2s + 5)(s + 1) (s − 1)2 + 4 s + 1 (s − 1)2 + 4 s + 1
3s − 3 8 1
= + − .
(s − 1)2 + 4 (s − 1)2 + 4 s + 1
Portanto,
−1 −1 s−1 −1 2
L {F (s)} = 3L + 4L
(s − 1)2 + 4 (s − 1)2 + 4
1
− L−1
s+1
5s2 + 8s − 5
Exemplo 6.33. Se F (s) = , encontre L−1 {F (s)} .
s2 (s2 + 2s + 5)
Temos que:
5s2 + 8s − 5 A B Cs + D
= + 2+ 2 .
s2 (s2 + 2s + 5) s s s + 2s + 5
Logo,
Sendo assim,
A+C = 0
2A + B + D = 5
⇒ A = 2, B = −1 , C = −2, D = 2.
5A + 2B = 8
= −5
5B
Cálculo III
Consequentemente,
113
Portanto,
−1 −1 1 −1 1 −1 s+1
L {F (s)} = 2L −L − 2L
s s2 (s + 1)2 + 4
2
+ 2 L−1
(s + 1)2 + 4
3s2 + 2s + 3
Exemplo 6.34. Se F (s) = , encontre L−1 {F (s)} .
s2 + 3s + 2
P (s)
Diferentemente dos exemplos anteriores, onde F (s) = e o
Q(s)
grau{P (s)} < grau{Q(s)}, aqui temos o grau{P (s)} = grau{Q(s)}.
Por isso, para decompor F (s) devemos efetuar a divisão do polinômio
3s2 + 2s + 3 pelo polinômio s2 + 3s + 2. Feito isso, obtemos:
3s2 + 2s + 3 = 3(s2 + 3s + 2) + (−7s − 3).
Consequentemente,
3s2 + 2s + 3 3(s2 + 3s + 2) + (−7s − 3) −7s − 3
2
= 2
=3+ 2 .
s + 3s + 2 s + 3s + 2 s + 3s + 2
Como as raízes de s2 + 3s + 2 são −1 e −2 vem que:
−7s − 3 A B
3+ =3+ + .
(s + 1)(s + 2) s+1 s+2
Daí obtemos A = 4 e B = −11, consequentemente:
4 11
F (s) = 3 + − .
s+1 s+2
Logo, de acordo com a Tabela 6.5,
−1 −1 −1 4 −1 11
L {F (s)} = L {3} + L −L
s+1 s+2
δ(t − t0 ) = 0, t 6= 0;
Z +∞
δ(t − t0 )dt = 1.
−∞
114
6.3 Resolvendo PVI com Transformada de Laplace
L {y 00 } − 10 L {y 0 } + 9 L {y} = 5 L {t}
5
s2 Y (s) − sy(0) − y 0 (0) − 10(sY (s) − y(0)) + 9Y (s) =
s2
−s3 + 12s2 + 5 A B C D
= + 2+ +
s2 (s − 9)(s − 1) s s s−9 s−1
50 5 31 2
Y (s) = + + −
81s 9s2 81(s − 9) s − 1
Cálculo III
115
Exemplo 6.36. Resolva o PVI.
L {y 00 } + 4 L {y 0 } = L {1}
1
s2 Y (s) − sy(0) − y 0 (0) + 4(sY (s) − y(0)) =
s
1 t e−4t
y(t) = − + + .
16 4 16
L {y 00 } − 6 L {y 0 } + 5 L {y} = L {0}
2 0
s Y (s) − sy(0) − y (0) − 6(sY (s) − y(0)) + 5Y (s) = 0
116
b) Substituindo as condições iniciais, fatorando e obtendo Y (s):
s−9 A B
= + ⇒ s − 9 = A(s − 5) + B(s − 1)
(s − 1)(s − 5) s−1 s−5
A+B = 1 A=2
s−9 = (A+B)s+(−5A−B) ⇒ ⇒
−5A − B = −9 B = −1
2 1
Y (s) = −
s−1 s−5
d) Determinando a solução do PVI:
2 1
y(t) = L−1 −
s−1 s−5
−1 1 −1 1
y(t) = 2L −L
s−1 s−5
y(t) = 2 et − e5t .
L {y 0 } + 2 L {y} 4 L e−2t t
=
Cálculo III
4
sY (s) − y(0) + 2Y (s) =
(s + 2)2
117
b) Substituindo as condições iniciais, fatorando e obtendo Y (s):
4
sY (s) + 3 + 2Y (s) =
(s + 2)2
4 3 −3s2 − 12s − 8
Y (s) = − ⇒ Y (s) =
(s + 2)3 s+2 (s + 2)3
c) Aplicando o método da decomposição em frações parciais:
−3s2 − 12s − 8 A B C
= + +
(s + 2)3 (s + 2)3 (s + 2)2 s+2
C = −3 A=4
B + 4C = −12 ⇒ B=0
−8 C = −3
A + 2B + 4C =
4 −3
Y (s) = +
(s + 2)3 s+2
d) Determinando a solução do PVI:
4 −3
y(t) = L−1 +
(s + 2)3 s+2
−1 2 −1 1
y(t) = 2L − 3L
(s + 2)3 s+2
2 1
y(t) 2 e−2t L−1 − 3 e−2t L−1
Cálculo III
=
s3 s
118
Exemplo 6.39. Resolva o PVI.
L {y 00 } − 2 L {y 0 } + 2 L {y} = L {cos(t)}
s
s2 Y (s) − sy(0) − y 0 (0) − 2(sY (s) − y(0)) + 2Y (s) =
s2 + 1
s3 − 2s2 + 2s − 2 As + B Cs + D
= 2 + 2
(s2 + 1)(s2 − 2s + 2) s +1 s − 2s + 2
s−2 4s − 6
Y (s) = 2
+ 2
5(s + 1) 5(s − 2s + 2)
s−2 4(s − 1) − 2
Y (s) = +
5(s2 + 1) 5((s − 1)2 + 1)
s 2 4(s − 1) 2
Y (s) = − + −
Cálculo III
119
d) Determinando a solução do PVI:
1 −1 s 2 1
y(t) = L − L−1
5 (s2 + 1) 5 (s2 + 1)
4 s−1 2 −1 1
+ L−1 − L
5 ((s − 1)2 + 1) 5 ((s − 1)2 + 1)
1 2 4 2
y(t) = cos(t) − sen(t) + et cos(t) − et sen(t).
5 5 5 5
6.4 Exercícios
ex + e−x ex − e−x
2. Sendo cosh(x) = e senh(x) = , encon-
2 2
tre, usando a definição, a Transformada de Laplace das funções
cosh(at) e senh(at).
3. Usando a Tabela 6.5, se necessário, determine a Transformada de
Laplace das seguintes funções:
120
d) f (t) = e3t + cos(6t) − e3t cos(6t)
e) y 00 − 2y 0 + 2y = 2 et , y(0) = 0, y 0 (0) = 1
f) y 00 − 3y 0 + 2y = 0, y(0) = 1, y 0 (0) = 1
g) y 00 + 2y = sen(t), y(0) = 1, y 0 (0) = 0
1 2 6s2 + 36s + 20
a) F (s) = + f) F (s) =
s s+1 (s + 1)(s + 2)(s + 3)
3s + 1 2s + 26
b) F (s) = g) F (s) =
s+4 s(s2 + 4s + 13)
4 6s2 + 8s + 3
c) F (s) = h) F (s) =
(s + 1)(s + 3) s(s2 + 2s + 5)
12 s2 + 5s + 6
d) F (s) = i) F (s) =
(s + 2)2 (s + 4) (s + 1)2 (s + 4)
20(s + 2) 10
e) F (s) = j) F (s) =
s(s2 + 6s + 25) (s + 1)(s2 + 4s + 8)
a) 2y 00 + 3y 0 − 2y = t e−2t , g) y 00 − 3y 0 − 4y = 16t,
y(0) = 0, y 0 (0) = −2. y(0) = −4, y 0 (0) = −5.
i) y 00 + 5y 0 + 6y = 10 e−t ,
c) y 00 + 7y 0 + 12y = 0,
y(0) = 2, y 0 (0) = 4.
y(0) = 1, y 0 (0) = 2.
j) y 0 + y = sen(3t),
d) y 00 − y 0 − 2y = 0, y(0) = 0.
y(0) = 1, y 0 (0) = 0.
k) y 00 + 2y 0 + 5y = 0,
(4)
e) y − 4y = 0, y(0) = 1, y 0 (0) = 0.
y(0) = 1, y 0 (0) = 1,
y 00 (0) = −2, y 000 (0) = 0. l) y 00 − 2y 0 + y = et ,
y(0) = −2, y 0 (0) = −3.
Cálculo III
f) y 0 − 2y = e3t ,
y(0) = −5. m) y 00 − 5y 0 + 6y = 0,
y(0) = 2, y 0 (0) = 2.
121
6.5 Tabela: Transformada de Laplace
1
1 (1)
s
δ(t) 1 (3)
dn F (s)
tn f (t) (−1)n (5)
dsn
n!
tn (n ≥ 0) (10)
sn+1
a
sen(at) (11)
s2 + a2
s
cos(at) (12)
s2 + a2
1
eat (13)
s−a
a
senh(at) (14)
s2 − a2
s
cosh(at) (15)
s2 − a2
Cálculo III
eat − ebt 1
(16)
a−b (s − a)(s − b)
122
aeat − bebt s
(17)
a−b (s − a)(s − b)
1
teat (18)
(s − a)2
n!
tn eat (19)
(s − a)n+1
b
eat sen(bt) (20)
(s − a)2 + b2
s−a
eat cos(bt) (21)
(s − a)2 + b2
b
eat senh(bt) (22)
(s − a)2 − b2
s−a
eat cosh(bt) (23)
(s − a)2 − b2
2as
tsen(at) (24)
(s2 + a2 )2
s2 − a2
tcos(at) (25)
(s2 + a2 )2
2as
tsenh(at) (26)
(s2 − a2 )2
s2 + a2
tcosh(at) (27)
(s2 − a2 )2
sen(at) a
arctag (28)
t s
Cálculo III
123