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Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências

Departamento de Engenharias e Tecnologias

Engenharia Química

Mecânica dos Fluidos Aplicada

Relatório
EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS
Integrantes do grupo:

 Jessica Graciano Bartolomeu-----------------------20130446


 Jurema Graciana Walaka Buienga---------------20130599

Luanda, Novembro
1. INTRODUÇÃO

O número de Reynolds é o parâmetro adimensional que relaciona as


forças inerciais e as forças viscosas da vazão de um fluido
incompressível, na ausência de campo gravitacional.1

A trajectória de uma partícula fluida consiste no caminho percorrido


pela partícula. Experimentalmente, pode-se determinar as trajectórias
através de traçadores (elementos que podem ser identificados no
escoamento e que não perturbam significativamente o escoamento do
fluido), que são colocados no fluido e seguidos, em função do tempo,
ao longo do escoamento.2

A experiência de Reynolds teve como objectivo a visualização do


padrão de escoamento da água através de um tubo de vidro, com o
auxílio de um fluido colorido (azul de metileno), e através disto,
a comparação dos tipos de escoamentos, a partir dos dados
levantados no laboratório com os limites estabelecidos por Reynolds.

O número foi calculado através das características físicas do fluido,


como sua velocidade de escoamento, viscosidade, densidade, etc.

No escoamento laminar, verificou-se Re <2100, para o regime


turbulento Re >4000, já no transitório há uma faixa intermediária
2100<Re<4000. Observou-se também que a distinção visual do regime
transitório é muito difícil, pois se assemelha muito aos dois extremos,
sendo possível comprovar a existência do mesmo apenas pelo número
de Reynolds.

Dessa forma, o número de Reynolds é de real importância, pois dessa


forma podemos entender o tipo de escoamento numa tubulação, de
forma a conhecer essas propriedades para eventuais aplicações, como
restauração e planeamento de dutos, e etc.
2. MATERIAIS E MÉTODO EXPERIMENTAL

Para a demonstração da experiência de Reynolds foram usados os


seguintes materiais:

 1 Termómetro de mercúrio;
 1 Proveta de 280ml;
 Cronómetro;
 Paquímetro;

Abaixo, está representado o esquema da aparelhagem usada


para levar a cabo a experiência:

Legenda:

 Base (1) com as ligações para o


fornecimento de água (10), com válvulas
de controlo (13) e descarga de água
(11)
 Reservatório de água (2) com bolas de
bloqueio (9) para conter o fluxo
 Secção de transbordo (7) para manter a
pressão constante no reservatório
 Reservatório de alumínio (4) para o
líquido corado com torneira de medição
(5) e zona de entrada (6)
 Secção de tubo transparente (8) com
regulador de caudal (3)

Figura 1: Descrição dos componentes


 Válvula de drenagem (12)
do equipamento HM150
Procedimentos

1) Com o paquímetro mediu-se o diâmetro da secção do


tubo transparente;
2) Mediu-se a temperatura da água do reservatório e
colocou-se o azul de metileno no reservatório de
alumínio para líquido corante;
3) Ligou-se a bomba e abriu-se ligeiramente a válvula de
drenagem para produzir um caudal baixo de
escoamento;
4) Abriu-se ligeiramente a torneira de medição para
permitir que um fio fino de corante azul pudesse indicar
o regime de escoamento;
5) Regulou-se o caudal de entrada da água de forma a
visualizar os 3 regimes. Para isso, aumentou-se
progressivamente o caudal e registou-se na tabela 1 o
caudal correspondente ao fim de cada regime
(recolheu-se na proveta uma certa quantidade de fluido
cronometrando o tempo que levou essa recolha).
6) Repetiu-se a experiência 5 vezes para a obtenção de
valores médios.
3. RESULTADOS

Após a medição do diâmetro do tubo transparente obteve-se o


valor de 0,01m. Inicialmente o termómetro, registou a temperatura de
24ºC, após um longo período de tempo, a temperatura no reservatório
de água aumentou para 26ºC, e no final registou-se um ligeiro aumento
para 27ºC devido ao calor fornecido pela bomba. Sendo assim, o valor
da temperatura média do sistema foi de 26ºC:

Os valores dos caudais estão representados abaixo na tabela 1.


Para o cálculo dos caudais foram utilizados os valores medidos dos
volumes e tempo que se encontram na tabela 1 do pré-relatório:

Tabela1- tabela dos caudais calculados

Caudal Exp 1 Exp 2 Exp 3 Exp 4 Exp 5 Tipo de


regime

Q1 (m3/s) 1,275.10-5 2,04.10-6 3,70.10-6 2,72.10-6 4,429.10-6 Laminar

Q2 (m3/s) 2,378.10-5 2,296.10-5 1,405.10-5 1,425.10-5 4,529.10-6 Transição

Q3 (m3/s) 4,37.10-5 2,79.10-5 3,123.10-5 2,480.10-5 2,676.10-5 Turbulento

As velocidades de escoamento em regime estacionário foram


obtidas pelo quociente do caudal volumétrico pela área da secção do
tubo transparente:
Tabela 2- tabela das velocidades calculadas

Velocidades Exp 1 Exp 2 Exp 3 Exp 4 Exp 5 Tipo de


regime

v1 (m/s) 0,162 0,026 0,047 0,035 0,056 Laminar


v2 (m/s) 0,303 0,292 0,179 0,182 0,058 Transição
v3 (m/s) 0,557 0,355 0,398 0,316 0,341 Turbulento

Para calcular os valores do número de Reynolds, foi usada a


fórmula: , sendo que os valores da densidade e da viscosidade

da água a 26ºC encontram-se nos anexos I e II respectivamente.

Tabela 3- tabela dos resultados do número de Reynolds

Nº Exp 1 Exp 2 Exp 3 Exp 4 Exp 5 Reynold Tipo de


Reynold s médio regime
s

Re1 1853,9 297,5 537,8 400,5 640,8 746,118 Laminar


9

Re2 3467,6 3341, 2048, 2032, 663,7 2320,87 Transição


6 7 5 8 2

Re3 6374,5 4062, 4554, 3616, 3902, 4502,18 Turbulent


4 7 8 4 5 8 o
4. DISCUSSÕES

O regime laminar foi facilmente observado e depois confirmado


pelos cálculos, bem como o regime turbulento.

Na experiência 5 do regime transitório, observou-se realmente um


regime transitório, mas pelos valores obtidos no laboratório e após
efectuados os cálculos, verificou-se um regime laminar (Re= 663,7). Por
ser transitório, esse regime pode facilmente passar para o laminar ou
para o turbulento uma vez que ao se abrir a válvula de controlo de
água pode se dar o caso que não se tenha regulado devidamente o
que fez com que não se encontrasse um ponto em que o escoamento
fosse constante ( nesse caso transitório). Ao se observar o regime, o
corante mostrava um regime transitório, o que não coincide com o Re
calculado nessa experiência. Pode-se dizer que o erro também está na
má observação por parte dos operadores.

Devido a solubilidade do azul de metileno não se conseguiu observar


concisamente o tipo de regime. Deste modo, nas experiências 4
(Re=3616,4) e 5 (Re=3902,5) do regime turbulento, obtivemos pelos
cálculos um regime transitório e se analisarmos bem estes valores, não
se encontram tão distantes do limite que Reynolds estabeleceu para o
início do regime turbulento. Podemos considerar os valores aceitáveis.
5. RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DO PROTOCOLO

1. Classifique os regimes de escoamento que observou durante a


experiência e compare com o que esperaria obter.
R: Durante a experiência, foram observados os 3 tipos de
escoamento (laminar, transitório e turbulento) e foram os
escoamentos obtidos pelos cálculos, pois o valor médio para
Re1 foi de 746,118 que nos indica um perfil de escoamento
laminar ( ). Já o valor médio para Re2 foi de 2320,872
que nos dá informação de um perfil de transição (
) e o terceiro valor médio de Reynolds foi de 4502,188(
).

2. O que acontece ao regime de escoamento quando se


aumenta o caudal?
R: Quando se aumenta o caudal, as forças viscosas são
vencidas pelas forças de inércia que aumentam a turbulência
no escoamento, ou seja, o regime de escoamento é
turbulento.

3. O que aconteceria ao regime de escoamento se o fluido fosse


mais viscoso?
R: Se o fluido fosse mais viscoso, o regime seria laminar pois no
escoamento laminar a viscosidade age directamente no fluido
no sentido de amortecer a tendência de surgimento da
turbulência.

4. Os limites estabelecidos por Reynolds são validos para que

fluidos?
R: O número de Reynolds é usado apenas para definir
escoamentos de fluidos newtonianos.

5. O aumento de temperatura provocaria mudança no número


de Reynolds calculado? Justifique.
R: Sim. Porque o número de Reynolds está directamente
relacionado com a densidade e a viscosidade, propriedades
essas que dependem da temperatura. Variando essas duas
propriedades obteríamos um valor diferente para o número de
Reynolds.

6. Qual é a utilidade prática do número de Reynolds?


R: O número de Reynolds é usado para definir o perfil de
escoamento de um fluido. O número de Reynolds constitui a
base do comportamento de sistemas reais, pelo uso de
modelos físicos reduzidos. Um exemplo comum é o túnel
aerodinâmico onde se medem forças dessa natureza em
modelos de asas de aviões, automóveis, em projectos de
tubulações industriais, etc.
6. CONCLUSÕES

A observação do regime pela injecção do corante torna-se


imprecisa em muitos dos casos. A confiabilidade depende
directamente do cálculo do número de Reynolds. Entretanto,
verificamos que os regimes observados foram confirmados através do
modelo matemático adequado, de acordo com as faixas de regime do
número de Reynolds da literatura.

Pelos valores médios dos números de Reynolds obtidos para cada


regime, podemos dizer que a experiência foi satisfatória, uma vez que
para cada regime observado obteve-se pelos cálculos o mesmo
regime, logo, conclui-se que os objectivos foram cumpridos com êxitos.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Fenómenos de transporte/ R. Byron Bird, Warren E. Stewart,


Edwin N. Lightfoot; equipe de tradução Afonso Silva Telles-
Rio de Janeiro: LTC 2012
2. Fundamentos de fenómenos de transporte: um texto pra
cursos básicos/ Celso Pohlmann Livi.- 2.ed.- Rio de Janeiro:
LTC 2012
3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Coeficiente_de_Reynolds
acessado a 11/08/215
4. http://infofluidos.blogspot.com/2010/05/escoamento-
laminar-turbulencia-e-numero.html acessado a 16/08/2015
5. http://www.infoescola.com/mecanica-de-fluidos/tipos-de-
fluxos-e-escoamentos/ acessado a 14/08/2015
6. www.vaxasoftware.com acessado a 16/08/2015
7. Handbook of Chemistry and Physics, CRC press, Ed 64
8. ANEXOS
ANEXO I-VISCOSIDAD DINÁMICA DEL AGUA LÍQUIDA A VARIAS
TEMPERATURAS
Viscosidad Temperat Viscosidad Temperatur Viscosidad
Temperatur dinámica ura dinámica a dinámica
a kg / (m·s) °C kg / (m·s) °C kg / (m·s)
°C
0 0,001792 34 0,000734 68 0,000416
1 0,001731 35 0,000720 69 0,000410
2 0,001674 36 0,000705 70 0,000404
3 0,001620 37 0,000692 71 0,000399
4 0,001569 38 0,000678 72 0,000394
5 0,001520 39 0,000666 73 0,000388
6 0,001473 40 0,000653 74 0,000383
7 0,001429 41 0,000641 75 0,000378
8 0,001386 42 0,000629 76 0,000373
9 0,001346 43 0,000618 77 0,000369
10 0,001308 44 0,000607 78 0,000364
11 0,001271 45 0,000596 79 0,000359
12 0,001236 46 0,000586 80 0,000355
13 0,001202 47 0,000576 81 0,000351
14 0,001170 48 0,000566 82 0,000346
15 0,001139 49 0,000556 83 0,000342
16 0,001109 50 0,000547 84 0,000338
17 0,001081 51 0,000538 85 0,000334
18 0,001054 52 0,000529 86 0,000330
19 0,001028 53 0,000521 87 0,000326
20 0,001003 54 0,000512 88 0,000322
21 0,000979 55 0,000504 89 0,000319
22 0,000955 56 0,000496 90 0,000315
23 0,000933 57 0,000489 91 0,000311
24 0,000911 58 0,000481 92 0,000308
25 0,000891 59 0,000474 93 0,000304
26 0,000871 60 0,000467 94 0,000301
27 0,000852 61 0,000460 95 0,000298
28 0,000833 62 0,000453 96 0,000295
29 0,000815 63 0,000447 97 0,000291
30 0,000798 64 0,000440 98 0,000288
31 0,000781 65 0,000434 99 0,000285
32 0,000765 66 0,000428 100 0,000282
33 0,000749 67 0,000422
ANEXO II- TABELA DE DENSIDADE DA ÁGUA COM A TEMPERATURA
Temperatura Densidade
(ºC) (g/ml)
15 0,9991
16 0,9989
17 0,9988
18 0,9986
19 0,9984
20 0,9982
21 0,9980
22 0,9978
23 0,9975
24 0,9973
25 0,9970
26 0,9968
27 0,9965
28 0,9962
29 0,9959
30 0,9956

Obs: Valores com representação de quatro dígitos na pressão de


1 atm.
Fonte: Handbook of Chemistry and Physics, CRC press, Ed 64)

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