Trab. Hidro

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UNIVERDIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE TECNOLOGIA – IT/UFRRJ


ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

ANA BEATRIZ CERQUEIRA MINGUTA


GABRIEL CABRAL DA CRUZ LIMA
THAYSSA RAMOS QUINTILIANO LIMA

ESTUDO HIDROLÓGICO DA BACIA CÓRREGO TRÊS ORELHAS

SEROPÉDICA
2019
ANA BEATRIZ CERQUEIRA MINGUTA
GABRIEL CABRAL DA CRUZ LIMA
THAYSSA RAMOS QUINTILIANO LIMA

ESTUDO HIDROLÓGICO DA BACIA CÓRREGO TRÊS ORELHAS

Trabalho apresentado para fins de avaliação parcial


do curso de Hidrologia, turma T-01, sob orientação
do professor Leonardo Baptitsta.

SEROPÉDICA
2019
1)INTRODUÇÃO
A Bacia hidrográfica corresponde a uma área drenada por um rio principal, seus
afluentes e subafluentes. A topografia do terreno é responsável pela drenagem da água,
além de ser responsável por delimitar as bacias, ou seja, as partes mais altas do relevo
determinam para onde as águas de precipitação escoarão. A presença de vegetação,
sistemas drenantes ou a impermeabilidade do solo também alteram o tempo de
concentração da bacia, de modo que quanto menor a suscetibilidade de inundação e a
velocidade de escoamento, maior o tempo de concentração. A caracterização de uma Bacia
hidrográfica é necessária, posto que apenas com os devidos cálculos feitos é possível
inferir sobre as características e propriedades da mesma.
A bacia que está sendo estudada situa-se no município de Mangaratiba, no Rio de
Janeiro,compreendendo dois córregos principais, sendo o Córrego das Lajese o Córrego
Três Orelhas, ocupando uma área de 34,11 km². Está situada entre as Serra Três Orelhas,
Serra do Bagre e Serra São Brás, estas são trechos da cumeada elevada da Serra do Mar
entre a Baixada de Ingaíba (Mangaratiba) e o Vale do Rio das Pedras (Rio Claro).
O município está inserido na microrregião de Itaguaí, segundo a classificação da
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade tem como
coordenadas geográficas 22° 56’ 36” de latitude sul e 44° 02’ 25" de longitude a oeste de
Greenwich.
A região onde a Bacia está inserida apresenta clima tropical. Na maioria dos meses
do ano, existe uma pluviosidade significativa em Mangaratiba. Só existe uma curta época
seca e não é muito eficaz. Segundo a Köppen e Geiger o clima é classificado como Am. A
temperatura média anual em Mangaratiba é 22.9 °C. A pluviosidade média anual é 1487
mm.

2) OBJETIVOS

2.1. Geral
- Estudo hidrológico e caracterização da área da Bacia Córrego Três Orelhas.

2.2. Específico
- Área e Perímetro;

- Kc e Kf;

- Razão de Bifurcação e Densidade de Drenagem;

- Declividade Média e Altitude Média;

- Declividade do Rio Principal (S1, S2, S3 e S4);

- Tempo de Concentração (método: Gráfico, Kirpich, Vem Te Chow, Giandotti,


Dodge, SCS e Onda Cinemática);

- Diagrama I-D-F para os tempos de recorrência.


3) LOCALIZAÇÃO
A bacia hidrográfica localiza-seno trecho da Serra do Mar, entre as serras Serra
Três Orelhas, Serra do Bagre e Serra São Brás, no município de Mangaratiba, no Rio de
Janeiro.

Figura 1. Localização da Bacia

De acordo com o Google Earth, a bacia possui latitude de 22° 57’ 09’’S e longitude
de 44°04’33”O.

4) ÁREA

A delimitação de uma bacia hidrográfica inicia a partir do exutório, conectando os pontos


mais elevados, tendo por base as curvas de nível. O limite da bacia circunda o curso d’água
e as nascentes de seus tributários, e a delimitação da bacia deve retornar ao ponto inicial.
Para se calcular a área da bacia foi utilizado o método das pesagens, que consiste na
pesagem de um papel com área conhecida (quadrado 4x4) e a posterior pesagem desse
mesmo papel recortado no formato da bacia em questão, a partir daí tem-se uma relação
entre essas medidas e com os cálculos é obtida a área da bacia hidrográfica em estudo.
Dados:

Escala do Mapa (original) 1:50000


Papel utilizado Papel Vegetal
Área do Quadrado 16 cm² (4x4)
Peso do Quadrado 0,1154 g
Peso da Bacia 0,9843g

Área da bacia = (16 x 0,9843)/0,1154


Área da bacia = 136,50 cm²
Área real da bacia com mudança de escala:
1cm² = 0,25km²
Área real da bacia = 136,50 x 0,25 = 34,125 km²
5) PERÍMETRO
Para se calcular o perímetro da bacia hidrográfica foi usado o método do barbante,
no qual é utilizado um barbante para medir o tamanho da bacia no mapa em centímetros e
depois esse valor é passado pela escala para o tamanho real em quilômetros. Pelo método
foi encontrado um perímetro igual a 31,136cm.
Comprimento da linha (perímetro da bacia) = 59,6 cm
Mudança de Unidade: 1 cm = 0,5 km
Perímetro da bacia = 0,5 x 59,6 = 29,8 cm

6) FORMA DA BACIA
Dependendo da estrutura geológica do terreno e do clima da região uma Bacia
Hidrográfica pode apresentar formas variadas. Este formato influenciará o escoamento
global na bacia. Alguns coeficientes são utilizados na quantificação no que se refere à
influência da forma no modo de resposta de uma bacia à ocorrência de uma precipitação.
6.1. Capacidade de campo (Kc)
A capacidade de campo ou coeficiente de compacidade é um valor adimensional
que deriva da relação entre o perímetro e a circunferência da área de um círculo de
área igual a da bacia. Quanto mais próximo de 1 for o Kc, mais circular será a
bacia.
Kc = 0,28 x P/√ A = 0,28 x 29,8/√ 34,125 = 1,43
Considerações importantes:
- Bacias naturais possuem Kc ˃ 1;
- Quanto menor o Kc (bacia mais circular), menor o tempo de concentração,
menor a oportunidade de infiltração e maior a susceptibilidade a cheias.
- Limites do Kc:
(1,00 – 1,25) bacia com alta propensão a grandes enchentes;
(1,25 – 1,50) bacia com tendência mediana a grandes enchentes; e
(> 1,50) bacia não sujeita a grandes enchentes.
O coeficiente de compacidade (kc) calculado para a bacia foi de 1,43. Constata-se,
em relação ao Kc, que a bacia estudada, apresenta tendência mediana a grandes
enchentes.

6.2. Coeficiente de forma (Kf)


O coeficiente de forma é resultado de uma relação entre a área e o comprimento
axial (L) da bacia estudada. Esse também é um valor adimensional.
Kf = Área / L² = 34,125/ (7,15)² = 0,66
Conversão de Unidade:
Comprimento axial da Bacia (cm) = 14,3
1 cm – 0,5 km
14,3 cm – L
L= 0,5 x 14,3 = 7,15km
Considerações importantes:
- Quanto maior for o Kf, menor será o comprimento da bacia (L), menor
tempo de concentração e maior a susceptibilidade a cheias.
- Limites de Kf:
(1,00–0,75) sujeito a enchentes;
(0,75 – 0,50) tendência mediana; e
(< 0,50) não sujeito a enchentes
O coeficiente de forma (kf) calculado para a bacia foi de 0,66. Isto significa dizer
que, a bacia estudada apresenta tendência mediana a cheias, comprovando a análise
feita para o coeficiente de compacidade.

6.3. Fator de forma de I-Pai-Wu (F)


Este método constitui-se num aprimoramento do Método Racional, podendo ser
aplicado para bacias com áreas de drenagem de até 200 km².
F = L/(2*√A/pi) = 7,15/(2*√34,125/pi) = 1,085
Considerações importantes:
- Bacias naturais possuem F ˃ 1;
- Quanto mais estreita for a bacia ˃ F;
-Quanto ˃ F, ˂ susceptibilidade a cheias.
A Bacia estudada apresentou fator de forma (F) igual a 1,085, logo, para este
método, a bacia apresenta tendência mediana a cheias.

7) SISTEMAS DE DRENAGEM
7.1. Padrão de Drenagem
A Bacia estudada apresenta padrão de drenagem Dendrítica. Sua rede de
drenagem se assemelha aos ramos de uma árvore. Isso ocorre quando os ângulos
que os afluentes formam com o rio principal são agudos.
7.2. Razão de Bifurcação (Rb)
Também conhecida como Lei no Número de Canais foi proposta por Horton
(1932). Trata-se da relação entre o número de canais de uma dada ordem (n) e o
número de canais de uma ordem superior (n+1). Desse modo, em uma bacia
determinada de ordem n, ter-se-á n-1 valores de Rb (conforme tabela abaixo). O
valor médio dos Rbs individuais da bacia representa a sua Razão de Bifurcação
média.

Tabela 1. Razão de Bifurcação Média

Razão de Bifurcação
Numero de Canais Ordem Rb
59 1
22 2 2,68
15 3 1,47
4 4 3,75

Rb médio = 2,63

ORDEM NW Log NW
1 18,25 1,261267604
2 6,93 0,840845069
3 2,63 0,420422535
4 1 0

Figura 2. Razão de Bifurcação da Bacia

7.2.1. Método utilizado:

- Uma nascente tem ordem 1 até bifurcar;


- Quando dois trechos de mesma ordem se encontram o trecho subsequente
aumenta uma ordem;
- Quando dois trechos de ordens diferentes se encontram permanece ordem do
maior.
A razão de bifurcação da bacia estudada é igual a 4.
A

Figura 3.
4. Ordem da Bacia

7.3. Densidade de Drenagem

É a razão entre o somatório dos comprimentos dos cursos d’água da bacia e sua
área.

Dd (km/km²) = ΣComprimento dos rios (km)/ Área da bacia (km²)

Dd = 77,55/34,125 = 2,27km/km²

Comprimento dos rios = 155,1 cm


Comprimento real dos rios = 155,1 x 0,5 = 77,55 km

Segundo CARVALHO & SILVA (2006):

Tabela 2. Limites Densidade de Drenagem

Tipo de Drenagem Valor da Densidade de drenagem (Dd)


Pobre Dd< 0,5 km.km-2
Regular 0,5 ≤ Dd< 1,5 km.km-2
Boa 1,5 ≤ Dd< 2,5 km.km-2
Muito boa 2,5 ≤ Dd< 3,5 km.km-2
Excepcionalmente boa Dd ≥ 3,5 km.km-2

A partir desses dados, pode-se afirmar que a bacia possui boa drenagem, já que sua
Dd está entre 1,5 e 2,5 km/km².
7.4. Extensão média do escoamento sobre o terreno ( l)
Esse parâmetro indica a distância média (l) que a água teria que escoar sobre
os terrenos da bacia (em linha reta) do ponto de queda até o curso d’água mais
próximo.
l = 1/4 * 1/Dd
l = 1/4 * 1/2,27
l = 0,1100 km

8) DECLIVIDADE MÉDIA DA BACIA


Para calcular da declividade de uma bacia é necessário utilizar o método das
quadriculas associadas a um vetor. Esses vetores devem ser traçados perpendicularmente
às curvas de nível nos pontos em que essas curvas encontram as quadrículas, simulando a
descida da água a partir destes pontos.

Figura 5. Método das quadrículas associadas a um vetor

Foram encontrados 104 vetores dentro da bacia. A partir dos comprimentos dos vetores e
da diferença de nível encontramos a declividade da bacia em diversos pontos.
Dd(i) = Diferença de nível / √ (comprimento do vetor) ² - (diferença de nivel) ²
(Sendo i o número do vetor e variando de 1 a 104)
O cálculo da Declividade média da bacia se dá por uma relação entre o número de
ocorrência das declividades e declividade média do intervalo
Dd média = ∑(nº de ocorrência*declividade média) / nº de ocorrência total
Dd média = 43,95 / 104 = 0,42258 m/m

Tabela 3. Cálculo da Declividade Média

1 2 3 4 5 6
DECLIVIDADE Nº DE % DO % COL.2 * COL.
DECLIV. MÉDIA
(m/m) OCORRÊNCIAS TOTAL ACUMULADA 5
0,000 - 0,199 26 25,00 100 0,0995 2,59
0,200 - 0,399 30 28,85 75,00 0,2995 8,99
0,400 - 0,599 28 26,92 46,15 0,4995 13,99
0,600 - 0,799 0 0,00 19,23 0,6995 0,00
0,800 - 0,999 18 17,31 19,23 0,8995 16,19
1,000 - 1,199 2 1,92 1,92 1,0995 2,20
TOTAL 104 100,00 -- -- 43,95
Declividade Média
(m/m) 0,42258
Dm (mm/m) 422,6

A partir da Frequência acumulada (%) e da declividade média obtemos a Curva de


distribuição da declividade da bacia.

Declividade média da bacia

0.9000
Declividade (m/mm)

0,4226

0.0900
0 20 40 60 80 100 120
Frequencia Acumulada (%)

Figura 6. Curva de Distribuição da declividade da Bacia


9) ALTITUDE MÉDIA DA BACIA
A altitude média foi calculada pelo Método das áreas entre as curvas de níveis, que
consiste na pesagem de um papel de área conhecida (quadrado 4x4) e posteriormente a
pesagem das áreas onde estão compreendidas as curvas de nível da bacia. As subáreas são
calculadas por meio da relação que se estabelece entre o peso do papel e sua respectiva
área pré estabelecida e o peso recortado entre as curvas de níveis, como exemplificado a
seguir:
Área da curva (cm²) = (área do quadrado * peso da curva) / peso do quadrado
Conversão de Unidade:
1 cm² - 0,25 km²
Área da curva (cm) * 0,25 = Área da curva (km²)

Tabela 4. Áreas das curvas de Nível da Bacia

Tabela das Áreas


Referência Peso Área (cm²) Área (km²)
Bacia 0,9843 136,47 34,12
Quadrado 0,1154 16,00 4,00
curva 1 0,1178 16,33 4,08
curva 2 0,0799 11,08 2,77
curva 3 0,0712 9,87 2,47
curva 4 0,0720 9,98 2,50
curva 5 0,0812 11,26 2,81
curva 6 0,0967 13,41 3,35
curva 7 0,0931 12,91 3,23
curva 8 0,0891 12,35 3,09
curva 9 0,0985 13,66 3,41
curva 10 0,0834 11,56 2,89
curva 11 0,0609 8,44 2,11
curva 12 0,0323 4,48 1,12

A partir das áreas das curvas monta-se a tabela para o calculo da altitude média da bacia:

Tabela 5. Altitude média da Bacia

Tabela Altitude Média da Bacia


1 2 3 4 5 6
Cotas (m) Ponto Médio (m) Área (km²) Área Ac. (km²) % Acumulada Col.2*Col.3
1290-1100 1195 4,08 4,08 12,07 4879,41
1100-1000 1050 2,77 6,85 20,25 2907,97
1000-900 950 2,47 9,32 27,55 2344,54
900-800 850 2,50 11,82 34,92 2121,32
800-700 750 2,81 14,63 43,24 2110,92
700-600 650 3,35 17,98 53,15 2178,68
600-500 550 3,23 21,21 62,69 1774,87
500-400 450 3,09 24,30 71,82 1389,77
400-300 350 3,41 27,71 81,91 1194,97
300-200 250 2,89 30,60 90,45 722,70
200-100 150 2,11 32,71 96,69 316,64
100-0 100 1,12 33,83 100,00 111,96
SOMA TOTAL = 34 SOMATÓRIO = 22053,76

Com os dados da tabela acima calcula-se a Altitude Média da Bacia a partir da equação
abaixo:
A = ∑ (subárea * cota média) /área total = 22053,76 / 34 = 651,83 m

Figura 7. Curva Hipsométrica

10) DECLIVIDADE DO TALVEGUE DA BACIA


A declividade do rio principal é calculada por 4 métodos diferentes que serão
esmiuçados a seguir:

10.1. Método S1
Este método se baseia exclusivamente nas extremidades da bacia hidrográfica,
que são as cotas da nascente e da foz. E a declividade S1 é calculada por meio da
fórmula abaixo:

S1 = (cota da foz – cota da nascente) / comprimento do rio


S1 = (1200 – 100)/8800 = 0,125m.m-¹

Figura 8. Declividade Método S1

10.2. Método S2
Neste método utiliza-se um triângulo de área equivalente à da bacia para se
calcular a declividade, primeiro calcula-se a área desenhada da bacia pelo gráfico plotado
abaixo:

Figura 9. Declividade método S2


A partir da associação entre a área e peso de um quadrado de área conhecida
com o peso do gráfico obtemos a área do gráfico e posteriormente sua altura que será
aplicada no calculo da declividade.

Dados:

Pesagem (g) Quadrado


(2x2) Gráfico
Quadrado (2x2) 0,029
cm² 4
Gráfico 0,101
km² 1 3,48275862
m² 1000000 3482758,62
Área do gráfico (km²) = peso gráfico*área quadrado/peso quadrado

Área do gráfico (km²) = 0,101*1/0,029 = 3,48275862 km² = 3482758,62 m²

H = 2 * área gráfico/comprimento talvegue = 2*3482758,62/8800 = 791,54 m

S2 = H/comprimento talvegue = 791,54/8800 = 0,0899473 m/m

10.3. Método S3

O método S3 consiste em determinar a declividade levando em consideração o


tempo de percurso da água ao longo da extensão do perfil longitudinal, neste método
é como se todo o perfil tivesse uma mesma declividade igual à declividade
equivalente.

Dados para o cálculo da declividade por este método estão na tabela abaixo:

Tabela 6. Método S3

1 2 3 4 5 6 7
Distância Declividade
Distância Distância(Km) Raiz Col. 5
Cotas Acumulada por segmento Li/Si
(m) (Li) (Si)
(Km) 100/(2)
0 - 100 2000 2,00 2 0,0500 0,223606798 8,94427191
100 -
0,1000 0,316227766 3,16227766
200 1000 1,00 3
200 -300 1000 1,00 4 0,1000 0,316227766 3,16227766
300 -400 1000 1,00 5 0,1000 0,316227766 3,16227766
400 -500 500 0,50 5,5 0,2000 0,447213595 1,118033989
500 -600 750 0,75 6,25 0,1333 0,365148372 2,053959591
600 -
0,1538 0,39223227 1,657181342
700 650 0,65 6,9
700 -
0,2000 0,447213595 1,118033989
800 500 0,50 7,4
800 -
0,3333 0,577350269 0,519615242
900 300 0,30 7,7
900 -
0,1667 0,40824829 1,469693846
1000 600 0,60 8,3
1000 -
0,4000 0,632455532 0,395284708
1100 250 0,25 8,55
1100 -
0,4000 0,632455532 0,395284708
1200 250 0,25 8,8
TOTAL 8800 8,8 27,1582

A partir dos dados da tabela acima se calcula a declividade do talvegue pela equação:

S3 =(∑col.3/∑col.7)²

S3 = (8,8/27,1582)²

S3 = 0,1050 m.m-1

10.4. Método S4
O método S4 se baseia no método da declividade baseada nos extremos. Para
o calculo da S4 se faz necessário o calculo das distâncias correspondentes a 15 e 85%
do comprimento do talvegue principal.
Dados:
Declividade S4 (m/m)
15% Comp. 85% Comp. S4 (m/m)
1320,0 7480,0 0,130

A partir das distâncias de 15 e 85% do comprimento do talvegue e das cotas


extremas se calcula a declividade pela equação:

S4 = (cota 0,85L – cota 0,15 L)/ (0,85L – 0,15L)

S4 = 850 - 50 / 7480 – 1320 = 0,130 m/m

Figura 10. Declividade Método S4


11) TEMPO DE CONCENTRAÇÃO
O Tempo de Concentração refere-se ao tempo que uma última gota, aquela com a
maior dificuldade de locomoção devido as barreiras impostas pelo relevo, leva para
sair da bacia através do escoamento superficial.

Foi calculado por diversos métodos, que se baseiam nos seguintes dados:

– Comprimento do talvegue = 8800 m


– Área da bacia = 34,125 km²
– Perímetro da bacia = 29,8 km
– Declividade = 0,42258 m.m-1
Os métodos foram calculados por fórmulas pré-estabelecidas e o resultado
desses cálculos estão na tabela a seguir:
Tabela 7. Tempo de concentração para diferentes métodos

Equação
Método Equação Ven Te Equação Equação Eq. Onda
gráfico Kirpich Chow Giandotti de Dodge Equação SCS Cinemática
117,2199
Min. 565,7789 47,40 47,75 136,4517 90,75888889 212,364911
1,9537
Hora 9,4296 0,79 0,80 2,2742 1,512648148 3,539415183

11.1. Método Gráfico


O cálculo do tempo de concentração se deu pela equação:
tc = ∑ tp = 33946,7370 s = 565,7789 min
tp (floresta) = L/v = 8900 / 0,2592 = 33946,7370 s
v = f*√I = 0,08*√10,5 = 0,2592
Sendo:
- tc o tempo de concentração em segundos;
- tp o tempo de percurso em segundos;
- L o comprimento da trajetória de escoamento em metros. Este comprimento
foi obtido pelo método do barbante, onde foi calculado o comprimento do
ponto mais distante do mapa até a foz do rio principal – ponto D (Figura 11).
- v a velocidade de escoamento em m/s
- f o fator de escoamento, que é função da superfície de escoamento. No caso
desta bacia, o tipo de superfície de escoamento é floresta em sua totalidade
(Figura 12).
- I a declividade da trajetória em porcentagem. A trajetória apresenta
declividade igual a 0,1050 m/m (declividade do talvegue) ou 10,5 %.

Figura 11. Trajetórias A, B, C e D de escoamento

cm km m
Ponto A 15,5 7,75 7750
Ponto B 11,5 5,75 5750
Ponto C 14,3 7,15 7150
Maior trajetória de
Ponto D 17,8 8,9 8900
escoamento

Figura 12. Velocidade do escoamento superficial


11.2. Equação de Kirpich
É recomendada para áreas ˂ 1000 ha e relativamente homogêneas. Este método
subestima o tc e, consequentemente, superestima a chuva intensa.
O cálculo do tempo de concentração se deu pela equação:
tc = 57*(L^1,155)*(H^-0,385)
tc = 57*(8,8^1,155)*(1100^-0,385) = 47,40 min
Sendo:
- tc o tempo de concentração em minutos;
- L o comprimento do talvegue principal em quilômetros;
- H o desnível entre a cabeceira e a seção de controle da bacia em metros

11.3. Equação de Vem Te Chow


É recomendado para áreas ˂ 2500 ha e relativamente homogêneas.
O cálculo do tempo de concentração se deu pela equação:
tc = 52,64* (L/√So)^0,64
tc = 52,64* (8,8/√105)^0,64 = 47,75 min
Sendo:
- tc o tempo de concentração em minutos;
- L o comprimento do talvegue principal em quilômetros;
- So a declividade média do talvegue em m/km
Declividade média do talvegue (m/m) = 0,1050
Declividade média do talvegue (m/km) = 0,1050*1000 = 105

11.4. Equação de Giandotti


O cálculo do tempo de concentração se deu pela equação:
tc = 4*√A + 1,5*L / 0,80*√H
tc = 4*√34,125 + 1,5*8,9 / 0,80*√551,83 = 1,9537 horas
Sendo:
- tc o tempo de concentração em horas;
- A área da bacia em km²;
- L o comprimento da seção de controle até o ponto mais afastado (ponto D -
figura 11) em quilômetros;
- H desnível entre a cota média e a seção de controle da bacia em metros;
Cota média = 651,83 m
Seção de controle = 100 m

11.5. Equação de Dodge


É recomendada para bacias rurais de grande porte, com área entre 140 - 930 km².
O cálculo do tempo de concentração se deu pela equação:
tc = 21,88 * A^0,41 * So ^-0,17
tc = 21,88 * 34,125^0,41 * 0,1050 ^-0,17 = 136,4517 min
Sendo:
- tc o tempo de concentração em minutos;
- A área da bacia em km²;
- So a declividade média d talvegue em m/m.

11.6. Equação SCS


O cálculo do tempo de concentração se deu pela equação:
tc = 16,67 * ∑(Lt/Vt)
tc = 16,67 * 5,4444 = 90,75888889 min
Sendo:
- tc o tempo de concentração em minutos;
- Lt o comprimento de cada trecho com cobertura vegetal distinta em km;
- Vt a velocidade da água em cada trecho em m/s. O valor da velocidade da
água é dada pela tabela:
Tabela 8. Velocidades médias do escoamento superficial (m s-1)
O calculo foi realizado considerando a trajetória do ponto D (ponto mais distante) até
a seção de controle do talvegue. Neste percurso há um trecho sobre a superfície do
terreno (floresta) e outro trecho sobre o canal. Logo, foram considerados os valores
médios dos intervalos de velocidade no terreno e no canal para o cálculo do tempo de
concentração.
Dados:
Superfície Lt (km) Vt (m/s) Lt/Vt
Floresta 0,1 0,9 0,111111
Canal 8,8 1,65 5,333333
TOTAL 5,444444

11.7. Equação da Onda Cinemática


É recomendada para pequenas bacias hidrográficas.
O cálculo do tempo de concentração se deu pela equação:
tc = 447 * (Ln)^0,60 / i^0,4 * S^0,3
tc = 447 * (8,8*0,028)^0,60 / 1,5^0,4 * 0,42258^0,3 = 212,364911 min
Sendo:
- tc o tempo de concentração em minutos;
- L o comprimento do talvegue principal em km;
- n o coeficiente de rugosidade de Manning, adimensional;
- S a declividade média da bacia em m/m;
- i a intensidade da precipitação em mm/h.
O cálculo foi realizado considerando o coeficiente de Manning para Córregos e rios
limpos, retilíneos e uniformes em condição boa. E a precipitação considerada foi a do
dia 01/06/2019 obtida no site do INPE.
Dados:
Córregos e rios Limpos, retilíneos e uniformes
Condição Boa
n 0,028
Ppt. 01/06 (mm/h) 1,5
12) Diagrama I-D-F para os tempos de recorrência (TR's) 10, 20, 50 e 100 anos
A curva IDF (intensidade-duração-frequência) é muito utilizada em estudos
Hidrológicos, ela relaciona a intensidade máxima de chuva (mm/h) com a sua
probabilidade de retorno.

Para a plotagem deste diagrama é necessário o cálculo da chuva intensa a partir


do período de retorno (T em anos) e da duração da chuva (min), pela equação:

I = (k*T^a)/(t+b)^c

Onde k,a,b e c são constantes obtidas em software Plúvio

Dados:

I-D-F
Dados Plúvio
k 1045,123
a 0,244
b 49,945
c 0,679

Foram aplicados na equação os períodos de retorno de 10, 20, 50 e 100 anos


e as durações de chuva de 15, 30, 60 e 120 minutos.

Os resultados dos cálculos estão na tabela abaixo:


Tabela 9. Intensidade de chuva para diferentes T (anos) e Duração de chuva (mim)

Período de retorno
(A) / Duração da 15 30 60 120
chuva (min)
T=10 10 107,7578359 93,57764426 75,37186333 56,0774178
T=20 20 127,614546 110,8213476 89,26075808 66,41089397
T=50 50 159,5870114 138,586456 111,6240904 83,0494362
T=100 100 188,9943672 164,1240057 132,1932415 98,35308968

A partir da tabela acima é possível montar a curva I-D-F:


I-D-F
200
180
160
Intensidade (mm/min)

140
120 T=10
100
T=20
80
60 T=50
40 T=100
20
0
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135
Duração (min)

Figura 13. Curva I-D-F

13) REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


FERREIRA, C. W. S. Caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do Açide
Cachoeira II, no município de Serra Talhada – PE, Brasil. VI Seminário Latino
Americano de Geografia Física. Universidade de Coimbra, 2010.
INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Disponível em:
http://clima.cptec.inpe.br/. Acesso em: Maio, 2019.
PORTAL EDUCAÇÃO. Forma da Bacia Hidrográfica. Disponível em:
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/forma-da-bacia-
hidrografica/42222. Acesso em: Maio, 2019.
TISCHER, L. P. Equações de chuvas intensas no estado de Roraima. Trabalho de
Conclusão de Curso. Universidade Federal de Roraima, 2015. 76 p.

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