Apostila Tecnologia Da Madeira

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TECNOLOGIA DA MADEIRA

SENAI LAGES
UTILIZAÇÃO DA MADEIRA

Há mais de 2 milhões de anos ,quando o ser humano surgiu na terra, as árvores ja


eram pelo menos 223 milhões de anos mais velhas do que ele. Acredita-se que, com
a descoberta do fogo aproximadamente 16 mil anos esse produto natural passou a
ser usado como combustivel. O homem primitivo, ao mesmo tempo que realizava
novas descobertas,pode então dar outras finalidades a madeira transformando as
em:

ARMA PARA CAÇA


MORADIA

UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS
TRANSPORTES FLUVIAL

UTILIZAÇÃO DA MADEIRA

A importância da madeira se intensificou ano a ano.


Ex : Grande desenvolvimentos de máquinas para o setor madeireiro.

A madeira no Brasil

A economia brasileira na época do descobrimento baseou se na extração do


PAU-BRASIL. Quando Cabral e sua tripulação aqui chegaram, em 1500 qual foi
a primeira impressão? Apenas o pau-brasil os entusiasmou, e a coroa
Portuguesa.
Fernando de Noronha responsabilizado pela extração e envio daquela valiosa
madeira vermelha à Metrópole. Iniciava-se assim, o ciclo do Pau-brasil, cujo
monopólio português incluía a extração sem a devida preocupação com o
replantio da espécie.
EXPLORAÇÃO FLORESTAL

Abrange desde sua derrubada ate sua chegada à indústria de transformação.


Serrarias Laminadoras etc.
E a combinação de diferentes tipos e números de maquinas e pessoas.

O QUE É REFLORESTAMENTO

Reflorestamento é uma ação ambiental que visa repovoar áreas que tiveram a
vegetação removida pelas forças da natureza (incêndios, por exemplo) ou
ações humanas (queimadas, exploração de madeira, expansão de áreas
agrícolas, queimadas). ”ARBONIZAÇÃO”

QUAL A IMPORTÂNCIA

Processo de reflorestamento é de grande importância para o meio ambiente.


EX: Recuperar áreas verdes com espécies nativas, melhorando ecossistemas
degradados.
Usando o processo de reflorestamento, muitas empresas deixam de comprar
madeira proveniente do corte ilegal, poupando a natureza.
O processo de reflorestamento é aplicado também em áreas de encostas com
o objetivo de impedir deslizamentos de terras. Neste contexto, ele também é
eficaz no combate à erosão do solo.
O reflorestamento é usado também para criar barreiras de árvores para
proteger determinadas culturas da ação de fortes ventos.
Outro importante objetivo do reflorestamento é melhorar o desempenho de
bacias hidrográficas.
QUAIS OS BENEFÍCIOS

Recuperação das nascentes;


Controle da erosão do solo;
Prevenção do assoreamento dos canais de drenagens, rios e açudes;
Amenização do clima, reduzindo a temperatura média;
Retenção de poluentes atmosféricos;
Redução do aquecimento global por meio do seqüestro de carbono;
Embelezamento da paisagem;
Valorização do imóvel;
Recomposição da Reserva Legal e das Áreas de Preservação Permanente,
regularizando o imóvel perante os órgãos ambientais;
Proporcionar abrigo e alimentação para a fauna;
Estímulo ao ecoturismo;
Prevenção de ocupação de áreas irregulares (favelas, invasões);
Extração / manejo de produtos florestais não-madeiráveis (mel, plantas medicinais,
ornamentais, frutíferas silvestres, palmito);
Implantação de consócios agroflorestais.

ESPÉCIES REFLORESTADAS

PINUS TAEDA
PINUS ELLIOTT
EUCALIPTUS
TECA
Na década de 60 iniciou- se o plantio de pinus e eucaliptus no Brasil. Na década de
80 teve inicio o manejo correto destas espécies devido a necessidade de novas
florestas e preservação da mata nativa. As empresas do sul do Brasil nesta década
iniciaram de forma lenta o reflorestamento de pinus, para suprir a necessidade da
indústria madeireira.
PINUS ELLIOTTI

Existem duas variedades de Pinus elliottii: a var. elliottii densa. Variação densa é
originaria da Florida, é amplamente plantada para a produção de madeira destinada
ao processamento mecânico, bem como para a produção de celulose, papel e
extração de resina.
Esta variedade ocorre em área com temperaturas mais elevadas, em baixa altitude,
onde ocorrem chuvas estacionais, predominantemente no verão, com pequena
deficiência hídrica no inverno e na primavera.
Em comparação com a variedade típica, a variedade densa caracteriza-se pelo
crescimento mais lento, acículas mais longas e densas, ramos mais grossos,
madeira mais dura e densa. Em comparação com a variedade típica, a variedade
densa caracteriza-se pelo crescimento mais lento, acículas mais longas e densas,
ramos mais grossos, madeira mais dura e densa.
No Brasil, a var. elliottii dessa espécie é a mais plantada nas regiões Sul e Sudeste.
Porém, em menor escala do que P. taeda, visto que sua madeira não é usada pelas
indústrias de celulose e papel, e sim na produção de madeira para processamento
mecânico e na extração de resina.
PRODUÇÃO DE RESINA

PINUS TAEDA
Nos Estados Unidos o pinus taeda é a mais importante dentre as espécies de pínus
plantadas e comercialmente.
No Brasil, P. taeda é a espécie mais plantada entre os pínus, abrangendo
aproximadamente um milhão de hectares, no planalto da região Sul do Brasil, para a
produção de celulose, papel, madeira serrada, chapas e madeira reconstituída.
Pinus taeda coloniza facilmente áreas abertas, o que o caracteriza como uma
espécie invasora. Esta característica predomina somente em situações onde há
grande produção de sementes, ausência de predadores naturais.
Anatomia da Madeira

Anat = Através
Tomos = Cortar
Objetivo:
Identificar o material vegetal;
Distinguir espécies aparentemente idênticas;
Prever propriedades e utilização;
Avaliar o comportamento tecnológico da madeira.

Macroscopia

Na macroscopia a equipe técnica de anatomia patológica / patologista, examina


macroscopicamente todos os tecidos removidos dos utentes, com o objetivo de
descrever e identificar as características macroscópicas associadas a várias
patologias.
ANATOMIA DA MADEIRA

A madeira é material orgânico extremamente complexo, heterogêneo, poroso,


higroscópico e anisotrópico.
Orgânica: Pois sua composição química elementar é formada por carbono (C).
Heterogêneo: devido a grande variação existente tanto em tipos como em
componentes básicos e na distribuição destes componentes.
Porosa: A disposição e o arranjo diferenciado destes elementos deixam espaços
vazios, tornando, portanto, a madeira porosa, com poros visíveis a nível
macroscópico (olho nú).
Higroscópico: Na sua estrutura íntima (ultra-estrutura), a madeira pode reter água,
fisicamente aderida às paredes e no interior delas, sendo, portanto um material
higroscópico.
Anisotrópico: A anisotropia é extremamente importante tanto no processamento
como no uso. Deste modo, a madeira seca absorve água mais facilmente na direção
do comprimento, pois a permeabilidade longitudinal é muito mais alta que a
transversal (radial ou tangencial), e contrai mais transversalmente do que no
comprimento. Inúmeras outras propriedades variam dependendo da direção ou eixo
anatômico.
Atividades fisiológicas do tronco

Funções vitais mais importantes para a anatomia da madeira.


Condução (ascendente)
Sustentação
Armazenamento transformação e translocação.
Crescimento.

CONDUÇÃO

As substâncias retiradas do solo pelas raízes (água e sais minerais) ascendem na


forma de seiva bruta pelas regiões externas do alburno. Ao atingir as partes do
vegetal que possuem clorofila, são transformadas pelo processo da fotossíntese em
substâncias nutritivas, que descem pelas regiões da casca (floema), nutrindo a
árvore.

SUSTENTAÇÃO

Esta função é desempenhada principalmente pelas células alongadas que


constituem, via de regra, a maior parte do xilema secundário.
Coníferas: Traqueóides axiais
Folhosas: Fibras
TRANSFORMAÇÃO, CONDUÇÃO E ARMAZENAMENTO.

A transformação de seiva bruta em seiva elaborada se processa nos órgãos do


vegetal que possuem clorofila, principalmente nas folhas, por meio da fotossíntese.
Uma vez transformados, os produtos de assimilação, seu transporte se dá no floema,
parte interna da casca, pelas células especiais: os tubos crivados (angiospermas) e
células crivadas ( gimnospermas).
Ao contrário dos traqueóides e dos vasos, que assumem a função de condução após
sua morte, as células do floema, responsáveis pelo transporte da seiva elaborada,
são células vivas, translocando os nutrientes pela pressão osmótica de seus
protoplasmas.
O armazenamento das sustâncias nutritivas é feito nos tecidos parenquimáticos:
medula, parênquima axial, raios. Ocasionalmente, fibras vivas, principalmente as
septadas, podem armazenar substâncias nutritivas.

CRESCIMENTO

Meristema apical ou primário - altura:


Ápice do tronco e ramos.
Através de sucessivas divisões celulares, novas células são acrescentadas para
baixo, enquanto o tecido meristemático vai sendo deslocado para cima. As células
produzidas vão constituir os tecidos primários, como a medula, córtex, epiderme, etc.
Predomina nas plantas jovens.
Meristema Cambia largura diâmetro Tecido constituído por uma camada de células
que se localiza entre o floema (casca interna) e o alburno. Existem dois tipos de
células no câmbio:
Iniciais fusiformes: originam todos os elementos celulares axiais do lenho;
Iniciais radiais: produzem os elementos celulares transversais do lenho.

DEFINIÇÕES

Câmbio: Esta entre a casca e o tecido lenhoso.


Medula: É o resto do tecido primário.
Xilema: Formação do câmbio, parte de dentro.
Floema: Formação do câmbio parte de fora.
Casca: Tem como principal função a proteção.
Dutos Resiníferos: Condução da seiva bruta e elaborada.

Planos de corte

Transversal (X): Perpendicular ao eixo da árvore.


Longitudinal radial (R): Paralelo os raios ou perpendicular aos anéis de
crescimento.
Longitudinal tangencial (T): Tangenciando os anéis de crescimento ou
perpendicular aos raios.
Anel de crescimento

Crescimento primaveril (Juvenil): Ocorre na primavera e verão, tem como


identificação macro o anel de maior proporção volumétrica. Lúmem grande parede
fina.
Crescimento outonal (Tardio): Ocorre no outono e inverno, tem como identificação
macro o anel de menor proporção volumétrica. Lúmem pequeno e parede grossa.
Composição da Madeira

Celulose: É componente majoritário perfazendo aproximadamente metade das


madeiras coníferas e folhosas.
Polioses: Estão em estreita associação com a celulose Cinco açucares neutros, as
hexoses, glucose, manose e galactose; e as pentoses, xilose e arabinose são as
principais constituintes das polioses.

Propriedades organolépticas

As que impressionam os órgãos dos sentidos físicos perceptivos.


COR;
ODOR;
GOSTO;
GRÂ;
TEXTURA;
BRILHO;
DESENHO;

COR
Devido à impregnação de substâncias orgânicas nas células.
Algumas delas são tóxicas: maior durabilidade
Importância prática: Valor decorativo
Extração comercial de substâncias corantes
Secundária para anatomia e identificação.

ODOR
Devido à presença de substâncias voláteis.
Pode ser agradável, ou NÃO;
Importante para a utilização, embalagens de produtos alimentícios: inodora -
charutos: melhor sabor em caixas de cedro, artigos de perfumaria: sândalo.
GOSTO
Madeira com alto teor de tanino apresentam gosto amargo.
Pode excluir a madeira para fabricação de embalagens para alimentos, palitos de
dentes, brinquedos para bebês, etc.

GRÃ

Orientação dos elementos verticais constituintes do lenho em relação ao eixo da


árvore
Grã direita (linheira ou reta)
Considerado normal. tecidos axiais orientados paralelamente ao eixo principal do
tronco ou peças de madeira contribui para uma elevada resistência mecânica é de
fácil desdobro e processamento não provoca deformações indesejáveis por ocasião
da secagem.

GRÃS IRREGULARES

Elementos axiais apresentam variações de inclinação quanto ao eixo longitudinal do


tronco ou peças de madeira.
Grã espiral (torcida): determinada pela orientação espiral dos elementos axiais
constituintes da madeira em relação ao eixo do tronco.
Grã entrecruzadas (revessa):

Tecido axiais orientados em diversas direções, origina-se de árvore com grã espiral
nas quais a direção de inclinação sofreu alterações periódicas. resistência mecânica
não é muito afetada, mas a madeira apresenta problemas de deformações e
empenamentos durante a secagem e é de difícil trabalhabilidade. Sob aspecto
estético, produz desenhos muito atraentes.
Grã ondulada (crespa): elementos axiais do lenho alteram constantemente sua
direção, aparecendo como uma linha sinuosa regular.
Superfícies longitudinais apresentam faixas escuras e claras, alternadas e de belo
efeito decorativo.
Grã inclinada, diagonal ou oblíqua: é o desvio angular que apresentam os
elementos axiais constituintes da madeira com respeito ao eixo longitudinal da peça.
Proveniente de árvores com tronco excessivamente cônico, crescimento excêntrico,
etc.

TEXTURA
Efeito produzido na madeira pelo conjunto das dimensões, distribuição e
percentagem dos diversos elementos estruturais constituintes do lenho Nas
coníferas, é determinado pela maior ou menor nitidez, espessura e regularidade dos
anéis de crescimento. Nas folhosas é determinada pelo diâmetro dos vasos e largura
dos raios.
BRILHO

Capacidade do corpo refletir a luz incidente;


Face radial sempre mais reluzente;
Importância de ordem estética;
Pode ser acentuado artificialmente por polimentos e acabamentos superficiais.
INCHAMENTO E CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA
*Inchamento: está relacionado ao aumento de volume de uma madeira quando está
encontra-se com uma determinada umidade entre 0% a 30%, e ganha água devido a
oferta por umidade de equilíbrio ou contato direto com água. Pode ocorrer de forma
gasosa ou líquida tal transferência.
Contração: está relacionado com a perda de umidade, ocorre entre 30% a 0% de
umidade. Madeira é um material higroscópico e poroso, portanto tem a capacidade
de perder e ganhar água.
Existem três tipos de água na madeira:
Água livre
Água de adesão
Água de absorção química.
Água livre ou de capilaridade - é a água que está presente no lúmen das células.
Umidade maior de 30%.
Água de adesão ou higroscópica – é a água que está localizada no interior das
paredes celulares. Umidade entre 6% a 30%.
Água de absorção química - é a água que está localizada no interior das células.
Umidade entre 0% a 6%.
O inchamento e a contração volumétrica ocorrem quando a umidade da madeira
entra no que chamamos de ponto de saturação das fibras 0% a 30%.
O coeficiente de contração e inchamento está diretamente relacionado à massa
específica de cada madeira.
Quanto maior a massa específica maior variação de volume da madeira.
Exemplo: Madeira com massa específica de 600kg/m3, contrai e incha mais que uma
madeira de 400kg/m3.

Obs: Não devemos confundir resposta higroscópica com volume de contração e


inchamento.
Massa específica: É a relação entre a densidade de um material e a densidade da
água. É a relação em proporção, quanto de material sólido e quanto de material
líquido.
Densidade é igual à massa específica. É expressa em g/cm3 ou kg/m3

FORMULA CONTRAÇÃO
ß= Vu – Vo x100
Vu
Vu= Volume umido
Vo= Volume seco a 0%
100= É a representação matemática para a transformação em %.

FORMULA DE INCHAMENTO
Ƴ= Vu – Vo x100
Vo
Vu= Volume umido.
Vo= Volume seco a 0%.
100= É a representação matemática para a transformação em %.

EXEMPLO

Uma peça de madeira com Vu=100cm3 e Vo=0%=90cm3.


Ƴ= Vu-Vo x100 ƴ= 100-90 x100 Ƴ=11,11%
Vo 90
ß= Vu-Vo x100 ß= 100-90 x100 ß=10%
Vu 100

Os itens de contração e inchamento tratados acima são com relação a contrações e


inchamentos de forma linear, isto é sempre tratam a umidade inicial não interessa
pois sabemos que a madeira somente se contrai ou incha entre 0% a 30%.
Vale a pena lembrar que embora só possa zerar a umidade fazendo carvão da
madeira para uso industrial é considerada com 0% de umidade quando posta em
estufa aquecida com temperatura de +- 103 graus centigrados e não mais altera seu
peso. Todo material de madeira incha mais do que se contrai, devido ao acumulo de
água ser maior por várias vezes isto ocorre devido à alteração do gradiente.
Gradiente= velocidade de secagem.

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