Determinação Da Dosagem Ótima de Coagulante

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

Instituto de Recursos Naturais


Engenharia Hídrica

Hélori Morgan Benoit Coupu – 2019018854


Victorien Gerardo Nago – 34622

Prática 1
Determinação da Dosagem Ótima do Coagulante

Disciplina: SAN602.2 - SISTEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUA


Prof. Dra. Marcia Viana Lisboa Martins

Itajubá
2019
Lista de Figura

Figura 1-1 Processos e operações de tratamento das principais ETAs............................. 5


Figura 3-1 Solução de Sulfato de alumínio ...................................................................... 8
Figura 3-2 Equipamento de reatores estáticos JAR TEST ............................................... 9
Figura 3-3 Potenciômetro utilizado .................................................................................. 9
Figura 3-4 Tubidimetro .................................................................................................. 10
Figura 5-1 Gráfico de Eficiência de remoção de turbidez após 10 minutos................... 12
Figura 5-2 Gráfico de eficiência de remoção final .......... Error! Bookmark not defined.
Lista de Tabela
Tabela 0-1 Caracterização da água bruta................................................................11
Tabela 0-2 Caracterização da água decantada........................................................11
Sumário

1.) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 5


2.) OBJETIVOS .......................................................................................................... 7
3.) MATERIAL .......................................................................................................... 8
4.) METODOLOGIA ................................................................................................ 10
5.) RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 11
6.) CONCLUSION ................................................................................................... 13
7.) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 13
1.) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os riscos presentes nas águas das fontes de abastecimento são reduzidos pelas
Estações de Tratamento de Água (ETAs), por meio de uma combinação de processos e
de operações de tratamento (DI BERNARDO; PAZ, 2008 apud ZAQUE, 2018).
Teoricamente, água de qualquer qualidade pode ser, do ponto de vista tecnológico,
transformada em água potável, contudo, os custos envolvidos e a confiabilidade na
operação e manutenção podem inviabilizar completamente o uso de determinado curso
d’água como fonte de abastecimento (DI BERNARDO; DANTAS, 2005 apud ZAQUE,
2018). Na Figura 1.1 são apresentados os processos e operações de tratamento das
principais ETAs.

Figura 1-1 Processos e operações de tratamento das principais ETAs

Fonte: Di Bernardo e Dantas (2005 apud ZAQUE, 2018)

Segundo Di Bernardo e Paz (2008 apud ZAQUE, 2018), indevidamente


denominado tratamento convencional, na tecnologia de ciclo completo, a água bruta é
coagulada, normalmente, com um sal de alumínio ou de ferro, onde acontece,
predominantemente, formação de precipitados do metal do coagulante, nos quais são
aprisionadas as impurezas. A coagulação ocorre na unidade de mistura rápida, a qual,
dependendo da vazão a ser tratada, da variação da qualidade da água bruta e,
principalmente, das condições disponíveis para operação e manutenção, pode ser

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hidráulica, mecanizada ou especial. Logo após, a água coagulada é agitada lentamente
durante o tempo necessário para que os flocos atinjam o tamanho e a massa específica
suficientes para que sejam removidos por sedimentação, por meio de decantadores, ou
por flotação, mediante flotadores. Em seguida, a água clarificada, produzida nos
decantadores ou flotadores, é destinada para unidades de filtração com escoamento
descendente, as quais contêm materiais granulares com granulometria apropriada, em
geral areia ou antracito e areia.
Para Vianna (2014 apud ZAQUE, 2018), a coagulação é a desestabilização
química das partículas, a qual é efetuada em unidades de mistura rápida. Nesta fase, a
água é tratada quimicamente, de modo que as partículas coloidais são desestabilizadas e
aglutinadas umas às outras, com a finalidade da sedimentação ocorrer de forma mais
rápida, favorecendo a decantação, e facilitando sua remoção nos filtros. A coagulação é
um processo muito rápido realizado na unidade de mistura rápida, e é resultado de dois
fenômenos. O primeiro é fundamentalmente químico, compreende as reações do
coagulante com a água e na formação de espécies hidrolisadas com carga positiva, e
depende da concentração do metal e pH final da mistura. O segundo, é basicamente
físico, e consiste no transporte das espécies hidrolisadas para que haja contato com as
impurezas presentes na água. A coagulação depende substancialmente das
características da água e das impurezas presentes, 23 conhecidas por meio de
características como pH, alcalinidade, cor verdadeira, turbidez, temperatura, potencial
zeta, tamanho e distribuição de tamanhos das partículas em estado coloidal e em
suspensão, entre outros (DI BERNARDO; DANTAS, 2005 apud ZAQUE, 2018).
De acordo com Di Bernardo e Dantas (2005 apud ZAQUE, 2018), a coagulação
é considerada como o resultado individual ou combinado da ação de quatro mecanismos
distintos: compressão da dupla camada elétrica; adsorção e neutralização; varredura; e,
adsorção e formação de pontes. No mecanismo da compressão da dupla camada elétrica,
a desestabilização ocorre devido a interações eletrostáticas, por meio da inserção de um
íon de carga contrária. Com o aumento no número de íons na camada difusa, o seu
volume será reduzido para se manter eletricamente neutra, ocorrendo a coagulação por
compressão da dupla camada difusa.
Conforme Richter (2009 apud ZAQUE, 2018), o teste de jarros (JAR TEST) é o
método de avaliação do processo de coagulação-floculação e seus efeitos nas fases
seguintes do tratamento, decantação (ou flotação) e filtração. A partir do uso adequado
do aparelho de teste de jarros, pode-se obter diversas informações, como a dosagem

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ótima de coagulante e outros reagentes, concentração (diluição) ótima, intensidade e
tempo de floculação, sequência de aplicação de reagente, entre outras, as quais são
informações importantes para o projeto de uma nova estação de tratamento, para
otimização ou ampliação de uma existente, e, também para operação de uma ETA.
Teste de Jarros – (JAR TEST), é um procedimento bastante empregado nas
ETAs, para a determinação das dosagens ótimas dos coagulantes a serem empregados.
Isto é, realizam-se seis ensaios de simulação da mesma água bruta, variando a dosagem
de alcalinidade e do coagulante. Porém, este tipo de ensaio vem sendo empregado
também para a determinação de parâmetro básico na elaboração do projeto de uma
ETA. Por este ensaio determina-se a condição ótima para floculação de uma água
caracterizada pelo tempo e agitação necessária, para tanto uma vez determinada a
dosagem ótima dos coagulantes, deve-se verificar qual o tempo, e qual o gradiente de
velocidade ótimo para se flocular a água em estudo. Além disso, deve-se verificar se a
floculação obtida fornece uma água que após a sedimentação apresentará uma grande
redução de turbidez.
Caso ocorra erro na dosagem do coagulante e a concentração estiver abaixo do
necessário para coagular as partículas coloidais, os sólidos suspensos que não formarem
flocos não serão sedimentados, acarretando a sobrecarga dos filtros. Quanto mais
impurezas forem retidas na filtração, menor a carreira de filtração e maior o custo com
limpeza dos filtros. Além disso, existe a possibilidade de as impurezas não serem retidas
pelos filtros, produzindo água de qualidade insatisfatória (SANTANA; CHAGAS, 2015).
Por outro lado, caso ocorra um excesso na dosagem de coagulante químico,
haverá um aumento no custo gasto com a dosagem do produto químico em questão.
Portanto, de maneira a eliminar tanto a dosagem abaixo do ponto ótimo quanto à
dosagem em excesso, a concentração ótima de coagulante na estação de tratamento deve
ser definida criteriosamente (SANTANA; CHAGAS, 2015).

2.) OBJETIVOS

No experimento apresentado neste relatório, teve-se por objetivo a determinação


da dosagem ótima, em mg/L, do coagulante (sulfato de alumínio Al2(SO4)3) para uma
amostra de água bruta.

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3.) MATERIAL

Para realização do experimento, foram utilizados os seguintes materiais:

 REAGENTE
O reagente que foi utilizado durante o experimento para promover a coagulação
é o sulfato de alumínio [Al2(SO4)3] de 1% com uma concentração de 10 mg/mL. Está
apresentado na Figura 3.1 abaixo uma imagem do mesmo.

Figura 3-1 Solução de Sulfato de alumínio


Fonte: Autoria própria

 EQUIPAMENTO DE REATORES ESTÁTICOS JAR TEST


O JAR TEST é o equipamento utilizado na determinação das dosagens ótimas
dos coagulantes. Possui seis (6) compartimentos nos quais é colocado a amostra de água
bruta, agitadores, tubos de coleta de água e um controle digital de velocidade para
regular a intensidade de agitação. O aparelho em questão é mostrado na Figura 3.2 a
seguir.

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Figura 3-2 Equipamento de reatores estáticos JAR TEST
Fonte: Autoria própria

 POTENCIÔMETRO
Utilizou-se um potenciômetro do modelo DM 20 da marca Digimed com
tensão de 220 V para leitura do pH da água como mostrado na Figura 3.3 a seguir.

Figura 3-3 Potenciômetro utilizado


Fonte: Autoria própria

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 TUBIDÍMETRO
Para realizar as leituras de turbidez, utilizou-se o tubidímetro de modelo AP-
2000R da marca PoliControl que pode ser visualizado na Figura 3.4 abaixo.

Figura 3-4 Tubidimetro


Fonte: Autoria própria

 CRONÔMETRO
Utilizamos o cronômetro disponível no celular para cronometrar os tempos de
mistura de forma precisa.

4.) METODOLOGIA

Antes de tudo, fez-se a caracterização da água bruta coletando os dados de


temperatura, pH e turbidez cujos resultados estão disponíveis no item 5.
O procedimento se iniciou adicionando 1500 ml de água bruta em cada um dos
cincos jarros de teste. Depois desse processo, acrescentou-se a solução de sulfato de
alumínio em diferentes quantidades. No primeiro jarro foi adicionado 1,0 ml de sulfato
de alumínio 1%, no segundo 4,0 ml, no terceiro 2,0 ml, no quarto 5,0 ml e no quinto 8
ml. Em seguida, ligou-se o aparelho JAR TEST, ajustou-se a rotação para o valor de
480 RPM correspondente ao gradiente de velocidade de mistura rápida e, foi
cronometrado 1 minuto. Logo após o tempo cronometrado, diminiu-se a rotação de 480

Relatório sobre a Determinação da Dosagem Ótima do Coagulante 10


para o valor de 54 RPM, correspondente ao gradiente de velocidade de floculação e
cronometrou-se 10 minutos. Após o tempo de floculação, desligou-se o aparelho,
levantou-se as paletas dos agitadores e cronometrou-se 30 minutos para que ocorra a
sedimentação. No fim dos 30 minutos, coletou-se amostras de água decantada em cada
um dos jarros de teste e caracterizou-se as mesmas anotando os valores de turbidez em
uma tabela. Os resultados dessas amostras também estão apresentados no item 5.

5.) RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da caracterização da água bruta e da água decantada estão


dispostos respectivamente nas Tabela 5.1 e Tabela 5.2 abaixo.

Tabela 5-1 Caracterização da água bruta

Parâmetros Valores
Turbidez (NTU) 116
Temperatura (°C) 18
pH 7,39
Fonte: Autoria própria

Tabela 5-2 Caracterização da água decantada

Turbidez Eficiência de
Turbidez Eficiência Final de
Volume após 10 remoção de
Jarro final (UNT) remoção de
coagulante (mL) minutos turbidez após 10
turbidez (%)
(UNT) min (%)
1 1 67.5 51.9 41.81 55.26
2 4 60.8 36.4 47.59 68.62
3 5 36 16.9 68.97 85.43
4 6 28.1 9.81 75.78 91.54
5 8 15 0.81 87.07 99.30
Fonte: Autoria própria

Foram plotados gráficos correspondentes respectivamente a eficiência após 10


minutos e a eficiência final de remoção de turbidez para melhor análise dos resultados.
Os gráficos podem ser visualizados nas Figuras 5.1 a seguir.

Relatório sobre a Determinação da Dosagem Ótima do Coagulante 11


Eficiência de remoção em função do volume de coagulante
100.00

90.00

80.00
Eficiencia de remoção (%)

70.00

60.00

50.00

40.00

30.00

20.00

10.00

0.00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Volume do coagulante (ml)

Ao final Após 10 min

Figura 5-1 Gráfico de Eficiência de remoção de turbidez em função do volume


Fonte: Autoria própria

Com base nas informações do gráfico, o volume de sulfato de alumínio


(Al2(SO4)3) de 8ml apresentou a maior eficiência de remoção da turbidez presente na
amostra de água bruta. Pudemos notar que 1 ml do coagulante foi suficiente para
remover mais de 50% da turbidez da amostra da água bruta. Apesar de ter apresentado a
maior eficiência, o volume de 8 ml não conseguiu remover 100% da turbidez, mas o
valor está muito próximo, o que pode ser considerado satisfatório.
O excesso na dosagem de coagulante químico pode causar a diminuição da
eficiência de remoção da matéria orgânica em suspensão (MOS), a contaminação da
água que está sendo tratada, um acréscimo na geração de lodo e consequentemente o
aumento no custo gasto com a dosagem do coagulante e do tratamento deste. Consoante
alguns estudos a presença desses coagulantes na água podem causar doenças (como
Alzheimer). A dosagem coagulante abaixo do recomendado pode provocar a baixa
eficiência da remoção da MOS pois, todas as partículas coloidais não poderão ser
atingidas e todos os sólidos suspensos presente naquela água não sedimentarão. A
ineficiência na remoção dos MOS acarreta consequentemente a ineficiência das outras
etapas do tratamento (problemas na fase da filtração), tornando assim o tratamento

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insatisfatório. O aumento de custo também é também previsto para o levantamento de
medidas para a manutenção de componentes da estação de tratamento.

6.) CONCLUSION

Pode se concluir que o objetivo proposto pelo experimento foi atingido devido
aos resultados obtidos. Determinou-se satisfatoriamente o volume de coagulante que
proporcionou uma remoção eficiente da turbidez a água bruta. Por fim, entendeu-se o
quão importante é o JAR TEST realizado nas ETAs.

7.) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SANTANA, Henrique Freitas; CHAGAS, Marcelo Martins. OTIMIZAÇÃO DA


DOSAGEM DE COAGULANTE NAS ETAS DE VIÇOSA-MG. XIX Exposição de
Experiências Municipais em Saneamento, Poços de Caldas, p. 1-6, 29 maio 2015.
Disponível em:
http://www.trabalhosassemae.com.br/sistema/repositorio/2015/1/trabalhos/107/285/t285
t1e1a2015.pdf. Acesso em: 8 set. 2019.

ZAQUE, RICARDO AUGUSTO MORAES. SISTEMA ESPECIALISTA PARA


APLICAÇÃO DE COAGULANTE NO TRATAMENTO DE ÁGUA:
IMPLEMENTAÇÃO EM TEMPO REAL. Orientador: Welitom Ttatom Pereira da
Silva. 2018. 94 f. Dissertação (Mestrado em Recursos Hídricos) - UNIVERSIDADE
FEDERAL DE MATO GROSSO, Cuiabá, 2018. Disponível em:
https://www1.ufmt.br/ufmt/unidade/userfiles/publicacoes/e3a02ba1ac7557b4e94aeab50
1a4d961.pdf. Acesso em: 8 set. 2019.

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