Arte Real 112
Arte Real 112
Arte Real 112
A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade
mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 27.874 e-mails de leitores cadastrados,
no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005
JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.
www.revistaartereal.com.br - [email protected] - Facebook RevistaArteReal - (35) 99198-7175 Whats App.
Coisas
de
Agosto! Francisco Feitosa
O
nome do mês de agosto teve sua origem em sucessor, o Imperador Augusto, fosse obrigado a fazer
Roma, em homenagem Imperador Caio Julio um pequeno ajuste, colocando os anos bissextos, a
César Octaviano Augustus (63 a.C. a 14 d.C.), cada quatro anos.
de uma forma muito interessante. Seu antecessor, Julio
Devido a uma conspiração de aristocratas do
César, general, ditador, cônsul vitalício e imperador,
Senado, foi assassinado; entre os senadores, que lhe
idolatrado por muitos e odiado por alguns, fez, em
cravaram as adagas, estava Bruto, seu filho adotivo.
46 a.C., uma reforma no calendário, estabelecido por
Daí a célebre frase: “Até tu, Bruto, meu filho!”. Após
Rômulo, fundador e rei de Roma, e modificado por
sua morte, o mesmo Senado, que lhe ceifara a vida,
Numa Pompílio, segundo rei de romano (716 a.C. a
prestava-lhe uma homenagem, substituindo o nome
673 a.C.). César, percebendo que as festas romanas
do 7º mês do calendário, “quinquiliu”, por “juliu”.
em comemoração à estação mais florida, marcadas
para o mês de março (primeiro mês do ano), cairiam em Segundo alguns historiadores, posteriormente,
pleno inverno, determinou ao astrônomo Alexandrino o vaidoso Imperador Augusto prestaria uma auto-
Sosígenes as devidas correções. Nascia o calendário homenagem, trocando o nome do 8º mês, “sextiliu”,
Juliano, com 12 meses e 365 dias; janeiro (“januariu”) para “augustu”. Não satisfeito, ao perceber que esse
e fevereiro (“februariu”) passaram a ser os primeiros mês tinha, apenas, 30 dias e não 31 como o mês de
meses do ano. Tais modificações, dentre outras, foram julho, que homenageava seu antecessor, resolveu
essenciais para corrigir as discrepâncias e facilitar a tirar um dia do mês de fevereiro (“februariu”) e passar
vida dos romanos. Embora, mais tarde, em 8 d.C., seu para o mês de agosto (“augustu”), ficando assim, em
igualdade com o mês que homenageava Julio César.
O
presente trabalho será lido por uma minoria de Música e Astronomia. O dicionário de Aurélio Buarque
irmãos que cultivam o hábito pela leitura, mas de Holanda define: “MESTRE – homem que ensina;
se esta minoria o divulgar nas Lojas poderá professor; o que é perito numa ciência ou arte; homem
estar a prestar um grande serviço em defesa da nossa de muito saber”.
Sublime Instituição.
Será que está acontecendo alguma coisa
Tenho verificado que a cultura na Maçonaria errada? Para quem deseja subir nos graus da
está muito aquém. O quadro é simplesmente Maçonaria é exigido um trabalho escrito (muitas vezes
desolador. O Maçom em geral tem, em média poucos meramente copiado, sem pretensão de aprender) e as
anos de estudo, não lê, não estuda e nada sabe. E o taxas de elevação (que geralmente são caríssimas).
que tem este facto a ver com a Maçonaria? Tudo! Não Só isto, nada mais do que isto e… tome-lhe grau por
é possível realizar novos progressos sem o auxílio cima de grau, sem o mínimo avanço cultural. Mas,
da cultura e do saber. O 1° grau, há 40 anos atrás, em compensação, os aventais, colares e medalhas
dava ao cidadão uma base de cultura geral muito na subida dos graus vão ficando mais caros, mais
maior do que a de hoje e a culpa de tal retrocesso é, bordados, mais coloridos e mais vistosos.
exclusivamente, do vergonhoso e criminoso sistema
E lá vai o nosso Maçom falando em
educacional que, paulatinamente, foi implantado no
“beneficência”, “filosofismo”, “Pedra Bruta”, “Pedra
país e, evidentemente, dentro da própria Maçonaria.
Polida”, “Espada Flamejante”, “Câmara de Reflexões”,
No 1° grau de hoje o estudante ainda é um
etc… E para completar o FEBEAMA (Festival de
semianalfabeto que não sabe sequer cantar o Hino
Besteiras que Assola a Maçonaria) diz, por ter ouvido
Nacional, que há muito foi expulso das escolas. O
dizer, que a Maçonaria é milenar.
Maçom não gosta de ler. A afirmação é absolutamente
VERDADEIRA. Há uma mínima parte do povo que Diz um provérbio popular que “NINGUÉM AMA
ama a leitura, outra, um pouco maior, que a detesta O QUE NÃO CONHECE”. Como pode a Maçonaria
e a esmagadora maioria nem sabe que ela existe, e a esperar que os seus Mestres Maçons, os seus
Maçonaria é formada por homens vindos do povo. Em componentes dos Altos Corpos Filosóficos, sejam
todos os rituais maçónicos, fala-se nas sete ciências bons transmissores das suas doutrinas, histórias e
que formavam a sabedoria dos antigos, composta pela conhecimentos se… nada sabem?
Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria,
Q
uando te perguntam: o que vindes fazer aqui? O podem levá-lo à realização de grandes feitos. A paixão,
que você responderia? Você, logo, responde: propriamente dita, é o sentimento exacerbado de uma
“Vencer as minhas paixões, submeter a minha necessidade. Isso quer dizer que, portanto, combatendo os
vontade e fazer novos progressos na Maçonaria”. Mas, vícios e não se deixando dominar pelas paixões, o Maçom
para refletirmos sobre a palavra vontade, primeiramente, há consegue caminhar em direção à perfeição.
a necessidade de entendermos uma das afirmações acima,
quando você responde: “Vencer as minhas Paixões”. Evidentemente, que isto não e tarefa que se
realizará de um momento para outro. Ou seja: conhecidas
Cada Maçom tem conhecimento do significado da as causas, o remédio se apresentará por si mesmo. Quando
palavra “Paixões” dentro de si e dentro dos nossos princípios entramos para a Ordem, logo a Maçonaria já começa a nos
e leis. Paixões são atitudes que não estão relacionadas com ensinar que todos nós, devemos caminhar, sempre, em
nosso comportamento maçônico, com nossos atos, tanto busca da boa Moral. Ou seja: aquela Moral Sã, que nos faz
no meio maçônico com na vida profana. Ao falarmos de discernir entre o bem e o mal, que estudamos na segunda
Paixões, não podemos deixar de lembrarmo-nos do “Vício”. instrução do Ritual do Aprendiz Maçom.
Afinal, quando perguntado: Para que nos reunimos
Ela, e somente ela, nos fará homens de bem.
em Loja? O irmão Primeiro Vigilante responde que é para
Simples e de bons costumes. Ela nos fará entender que
combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os
deveremos ser realmente fraternos, e que temos que
erros, para levantar templos à Virtude e cavar masmorras
ter amor ao nosso próximo. Mesmo que a recíproca não
ao vício. Aliás, é conveniente fazer uma distinção entre
seja verdadeira. Esta Moral sã nos faz lembrar e carregar
vício e paixão. Tudo o que é contrário à virtude é vício, por
conosco as palavras de Divaldo Pereira Franco, que nos
exemplo, o egoísmo, o orgulho, a vaidade, o exibicionismo
lembra: “Vale a pena amar! Se você não é amado, isso não
a ira a maledicência, a hipocrisia, a avareza, o ciúme, a
é importante. O importante e você amar. Se alguém não
inveja, a preguiça, etc. e os vícios que geram dependência
gosta de você, o problema é dele. Mas quando você não
física e psíquica.
gosta de alguém o problema é seu”.
Essencialmente, a paixão não deveria ser um mal,
Esta máxima é algo que deve estar presente, no dia
já que, por definirão, a paixão é (...) o excesso de que se
a dia de cada um de nós, por onde quer que andemos. Agora,
acresceu à vontade, uma vez que, o princípio que lhe dá
quando respondes: submeter a minha vontade... surgirá em
origem, foi posto no homem para o bem. Tanto que as paixões
você a necessidade de entender o que realmente significa
H
á uma história que é muito contada nas escolas e correram rios, e assopraram ventos, e combateram
para os alunos bem como é fonte de inspiração aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre
para vários desenhos animados e acredito que a rocha”.
todos nós conhecemos. Refiro-me à história infantil em
E cada um de nós conhecedores destas
que aparecem os “três porquinhos” como personagens.
histórias poderíamos nos perguntar: como estamos
Portanto, vamos fazer um rápido resgate desta história
construindo nossa casa? Será que estamos realmente
infantil.
edificando a nossa morada, tornando-a um porto
Resumidamente, a história conta como cada seguro para nós mesmos bem como para aqueles do
um dos três porquinhos construiu a sua própria casa, qual somos coabitantes?
na tentativa de se proteger e escapar do lobo mau.
Não pretendo com este texto discutir a questão
Um deles, cheio de preguiça, construiu sua casa de
da engenharia, o que não poderia justamente pela
palha, veio o vento e destruiu tudo; um outro, também
falta de conhecimento, mas sim aproveitar destas
não muito animado, usou uma madeira leve, fraca e
passagens para construir uma reflexão que possibilite
também não obteve sucesso, pois a casa desmoronou;
perceber e refletir sobre a nossa própria existência,
já o terceiro, que acabou demorando mais pois usava
sendo assim, uma reflexão metafórica sobre a nossa
um material que requeria mais trabalho pesado, mas
própria vida.
quando vieram as tempestades e as ameaças do lobo,
não teve o que temer, pois seu abrigo realmente o A vida é uma eterna construção. Nossos
deixou protegido. corpos representam o imóvel que se move sem
cessar. Da mesma forma que construímos a nossa
Há uma passagem bíblica no Livro de Mateus,
vida, construímos também a nossa história. Pois uma
que diz que não devemos construir nossa casa em um
é o reflexo da outra.
terreno arenoso. Pois não tendo uma base segura ela
poderá desmoronar. Devemos sabiamente procurar Quando decidimos construir, dentro das
um lugar que esteja preparado para as intempéries nossas possibilidades, primeiramente nos deparamos
e assim como está no livro sagrado “desceu a chuva
Seguindo com a utilização dos materiais, pouco Ser obreiro da própria vida é a nossa grande
adianta subir uma parede se ela não está aprumada e razão de ser. Os porquinhos nos ensinaram da mesma
ereta. O mesmo deveria servir para nós, o que adianta forma que a vida nos indica a todo momento, que a
uma vida torta, sem prumo, fora de esquadro. Uma nossa casa terá o formato que estivermos dispostos
hora vai desmoronar, mas até este dia chegar todo a edificar.