94867168240A00 Metrologia PDF
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Metrologia
Metrologia
© SENAI-SP, 2009
3a Edição.
Avaliação do capítulo assinalado no cabeçalho da primeira página do capítulo por Comitê Técnico. O
crédito aos avaliadores encontra-se na última página do capítulo.
2a Edição, 2006
Trabalho organizado, atualizado e editorado por Meios Educacionais da Gerência de Educação e CFPs
1.01, 1.09, 1.23, 3.01, 4.02, 5.01 e 6.01 da Diretoria Técnica do SENAI-SP.
1a Edição, 2000
Trabalho adaptado de Metrologia do Telecurso 2000 profissionalizante pela Faculdade SENAI de
Tecnologia Mecatrônica e Gerência de Educação da Diretoria Técnica do SENAI-SP.
E-mail [email protected]
Home page http://www.sp.senai.br
Metrologia
Sumário
Fundamentos da metrologia 9
Um breve histórico das medidas 9
Medidas inglesas 14
Padrões do metro no Brasil 14
Terminologia e conceitos de metrologia 14
Medida 15
Erro de medição 16
As principais fontes de erro na medição 17
Princípios básicos de controle 18
Critério de seleção do instrumento de medição 20
Classificação dos instrumentos de medição 21
SI – Sistema Internacional de Unidades 22
Medidas e conversões 25
O sistema inglês 25
Conversões 27
Representação gráfica 30
Paquímetro 31
Tipos e usos 32
Princípio do nônio 35
Cálculo de resolução 37
Sistema métrico 37
Sistema inglês 39
Erros de leitura 47
Forma de contato 49
Técnica de utilização do paquímetro 51
Micrômetro 53
Origem e função do micrômetro 53
Tipos e usos 55
Aplicação 56
Sistema métrico 58
SENAI-SP – INTRANET 5
CT078-09
Metrologia
Sistema inglês 60
Calibração (regulagem da bainha) 62
Micrômetro interno 63
Bloco-padrão 67
Classificação 69
Erros admissíveis 70
Técnica de empilhamento 71
Blocos e acessórios 73
Tolerância dimensional 77
Sistema de tolerância e ajuste ABNT/ISO 84
Folga 85
Interferência 86
Ajuste 87
Sistemas de ajustes 88
Designação de tolerâncias e ajustes 90
Limite de máximo material 91
Relógio comparador 111
Relógio comparador eletrônico 114
Mecanismos de amplificação 114
Condições de uso 116
Relógio com ponta de contato de alavanca (apalpador) 119
Traçador de altura 123
Utilização e conservação 125
Calibrador e verificador 127
Tipos de calibrador 127
Verificador 134
Régua de controle 135
Esquadro de precisão 137
Cilindro-padrão e coluna-padrão 139
Gabaritos 140
Fieira 143
Goniômetro 147
Cálculo da resolução 149
Leitura do goniômetro 149
Régua e mesa de seno 150
Mesa de seno 152
Conservação do goniômetro 155
Projetor de perfil 157
SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Inclinação 240
Tolerâncias de posição 244
Concentricidade 249
Coaxialidade 251
Simetria 252
Tolerância de batimento 255
Referências 265
SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Fundamentos de metrologia
Como fazia o homem, cerca de 4.000 anos atrás, para medir comprimentos?
SENAI-SP – INTRANET 9
CT078-09
Metrologia
O côvado era uma medida-padrão da região onde morava Noé, e é equivalente a três
palmos, aproximadamente, 66cm.
Em geral, essas unidades eram baseadas nas medidas do corpo do rei, sendo que tais
padrões deveriam ser respeitados por todas as pessoas que, naquele reino, fizessem
as medições.
10 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Como as pessoas têm tamanhos diferentes, o cúbito variava de uma pessoa para
outra, ocasionando as maiores confusões nos resultados nas medidas. Para serem
úteis, era necessário que os padrões fossem iguais para todos. Diante desse
problema, os egípcios resolveram criar um padrão único: em lugar do próprio corpo,
eles passaram a usar, em suas medições, barras de pedra com o mesmo
comprimento. Foi assim que surgiu o cúbito-padrão.
Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir comprimentos
eram a polegada, o pé, a jarda e a milha.
SENAI-SP – INTRANET 11
CT078-09
Metrologia
Entretanto, esse padrão também foi se desgastando com o tempo e teve que ser
refeito. Surgiu, então, um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural,
isto é, que pudesse ser encontrada na natureza e, assim, ser facilmente copiada,
constituindo um padrão de medida. Havia também outra exigência para essa unidade:
ela deveria ter seus submúltiplos estabelecidos segundo o sistema decimal. O sistema
decimal já havia sido inventado na Índia, quatro séculos antes de Cristo. Finalmente,
um sistema com essas características foi apresentado por Talleyrand, na França, num
projeto que se transformou em lei naquele país, sendo aprovada em 8 de maio de
1790.
Estabelecia-se, então, que a nova unidade deveria ser igual à décima milionésima
parte de um quarto do meridiano terrestre.
Essa nova unidade passou a ser chamada metro (o termo grego metron significa
medir).
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CT078-09
Metrologia
Foi esse metro transformado em barra de platina que passou a ser denominado metro
dos arquivos.
Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser, na época, a mais facilmente
obtida com o gelo fundente.
No século XIX, vários países já haviam adotado o sistema métrico. No Brasil, o sistema
métrico foi implantado pela Lei Imperial nº 1.157, de 26 de junho de 1862. Estabeleceu-
se, então, um prazo de dez anos para que padrões antigos fossem inteiramente
substituídos.
Assim, em 1889, surgiu a terceira definição: Metro é a distância entre os eixos de dois
traços principais marcados na superfície neutra do padrão internacional depositado no
B.I.P.M. (Bureau Internacional des Poids et Mésures), na temperatura de zero grau
Celsius e sob uma pressão atmosférica de 760 mmHg e apoiado sobre seus pontos de
mínima flexão.
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CT078-09
Metrologia
É importante observar que todas essas definições somente estabeleceram com maior
exatidão o valor da mesma unidade: o metro.
Medidas inglesas
e que trata de muitos desses termos e conceitos buscando uma padronização para
que o vocabulário técnico de Metrologia no Brasil seja o mesmo utilizado em todo o
mundo.
Do ponto de vista técnico, quando uma medição é realizada espera-se que ela seja:
• exata, isto é, o mais próximo possível do valor verdadeiro;
• repetitiva, como pouca ou nenhuma diferença entre medições efetuadas sob as
mesmas condições;
• reprodutiva, como pouca ou nenhuma diferença entre medições realizadas sob
condições diferentes.
Medida
SENAI-SP – INTRANET 15
CT078-09
Metrologia
Não existe medição 100% exata, isto é, isenta de dúvidas no seu resultado final. Na
realidade o que buscamos é conhecer a grande incerteza, identificando os erros
existentes, corrigindo-os ou mantendo-os dentro de limites aceitáveis.
Erro de medição
Este erro pode ser eliminado na calibração, pois normalmente ocorrem em função de
uma causa constante.
Erro grosseiro
Este erro não está definido no VIM, uma vez que ele é devido a fatores externos e não
aos instrumentos. Ele pode decorrer de leitura errônea, de operação indevida ou de
dano no sistema de medição.
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CT078-09
Metrologia
Variação de temperatura
A temperatura padrão de referência é de 20°C para todos os países industrializados.
Normas Mercosul NM-ISO 1:96 e do Brasil NBR 06165 da ABNT.
Força de medição
Os processos simples de medida envolvem o contato entre o instrumento e a peça,
sendo que a força de contato deve ser tal que não cause deformações na peça ou no
instrumento.
Forma da peça
Imperfeições na superfície, retitude, cilindricidade e planeza exigem um
posicionamento correto do instrumento de medição.
Forma do contato
Deve-se sempre buscar um contato entre a peça e o instrumento que gere uma linha
ou um ponto.
Erro de paralaxe
Quando os traços de uma escala principal e uma secundária estiverem em planos
diferentes.
SENAI-SP – INTRANET 17
CT078-09
Metrologia
Habilidade do operador
A falta de prática ou desconhecimento do sistema de medição pode ser uma fonte
importante de erros.
Método
A medição pode ser direta ou indireta por comparação.
A medida indireta por comparação consiste em confrontar a peça que se quer medir
com aquela de padrão ou dimensão aproximada. Assim, um eixo pode ser controlado,
por medida indireta, utilizando-se um calibrador para eixos.
18 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Um calibrador para eixos, tipo boca fixa, possui duas bocas. O eixo a ser medido deve
passar pela boca maior, ou seja, pelo lado "passa", mas não pode passar pela boca
menor (que é o lado "não passa", pintado de vermelho).
Outro calibrador do tipo "passa não passa" é o tampão para furos, em que o lado "não
passa" é o mais curto.
SENAI-SP – INTRANET 19
CT078-09
Metrologia
Instrumento de medição
Para se ter uma medida precisa, é indispensável que o instrumento corresponda ao
padrão adotado. É necessário, também, que ele possibilite executar a medida com a
tolerância exigida. Em suma, a medição correta depende da qualidade do instrumento
empregado.
Operador
É o operador quem deve apreciar as medidas e executá-las com habilidade. Daí a sua
importância em relação ao método e ao instrumento.
É mais provável que um operador habilidoso consiga melhores resultados com
instrumentos limitados do que um operador inábil, com instrumentos excelentes.
Campo de tolerância
O instrumento ideal para cada caso deve ter uma leitura ou resolução de acordo com
medida a ser verificada e sua tolerância. Assim, recomenda-se que o instrumento
possua uma leitura no mínimo igual à decima parte do campo de tolerância da peça
ou, no pior dos casos, igual à quinta parte.
20 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
0,05mm seria satisfatório, porem outro com leitura de 0,10mm ainda poderia ser
utilizado.
Podemos concluir, por exemplo, que os instrumentos da faixa horizontal n°1 e com
capacidade de 250mm definem uma incerteza de medição entre 12 e 30μm e os de
capacidade de 1.000mm definem entre 30 e 60μm, e assim pode-se fazer uma análise
comparativa entre os diversos sistemas de medição, o que ajudará a entender melhor
porque alguns instrumentos podem auxiliar na verificação de outros (ação que
chamamos de calibração).
SENAI-SP – INTRANET 21
CT078-09
Metrologia
Faixa Instrumentos
1 paquímetros, traçadores, esquadros combinados
2 calibradores e instrumentos com relógios comparadores
3 micrômetros internos e externos em geral centesimais
4 micrômetros milesimais, microscópios, projetores, relógios apalpadores
5 banco micrométrico e aferidores em geral
6 padrões de altura, blocos-padrão
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CT078-09
Metrologia
Unidades de Base
No SI apenas sete grandezas físicas independentes são definidas, as chamadas
unidades de base. Todas as demais unidades são derivadas destas sete. Embora o
valor de cada grandeza seja sempre fixo não é raro que a forma de definir uma
grandeza sofra alteração. Quando ocorrem, estas alterações são motivadas por algum
avanço tecnológico que cria melhores condições de reprodução do valor unitário desta
grandeza, isto é, praticidade e menores erros.
SENAI-SP – INTRANET 23
CT078-09
Metrologia
Metro m 1 = 1m
24 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Medidas e conversões
Apesar de se ter chegado ao metro como unidade de medida, outras unidades também
são usadas. Na Mecânica, por exemplo, é comum usar a polegada.
O sistema inglês ainda é muito utilizado na Inglaterra e nos Estados Unidos, assim
como no Brasil devido ao grande número de empresas procedentes desses países.
Porém, esse sistema está, aos poucos, sendo substituído pelo sistema métrico,
embora ainda permaneça a necessidade de se converter o sistema inglês em sistema
métrico e vice-versa.
O sistema inglês
Esse sistema tem como padrão a jarda, que é um termo vindo da palavra inglesa
“yard”, que significa “vara”, em referência ao uso de varas nas medições. Esse padrão
foi criado por alfaiates ingleses.
No século XII, em conseqüência da sua grande utilização, esse padrão foi oficializado
pelo rei Henrique I. A jarda teria sido definida, então, como a distância entre a ponta do
nariz do rei e a de seu polegar, com o braço esticado. A exemplo dos antigos bastões
de um cúbito, foram construídas e distribuídas barras metálicas para facilitar as
medições. Apesar da tentativa de uniformização da jarda na vida prática, não se
conseguiu evitar que o padrão sofresse modificações.
SENAI-SP – INTRANET 25
CT078-09
Metrologia
1"
(meia polegada)
2
1"
(um quarto de polegada)
4
1"
(um oitavo de polegada)
8
1"
(um dezesseis avos de polegada)
16
1"
(um trinta e dois avos de polegada)
32
1"
(um sessenta e quatro avos de polegada)
64
1"
(um cento e vinte e oito avos de polegada)
128
26 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Exemplo
a. 1,003" = 1 polegada e 3 milésimos
b. 1,1247" = 1 polegada e 1.247 décimos de milésimos
c. 0,725" = 725 milésimos de polegada
Note que, no sistema inglês, o ponto indica separação de decimais. Nas medições em
que se requer maior exatidão, utiliza-se a divisão de milionésimos de polegada,
também chamada de micropolegada. Em inglês, “micro inch”. É representado por
μ inch.
Exemplo
0,000001" = 1 μinch
Conversões
Sempre que uma medida estiver em uma unidade diferente da dos equipamentos
utilizados, deve-se convertê-la (ou seja, mudar a unidade de medida).
Exemplos
a. 2" = 2 x 25,4 = 50,8mm
SENAI-SP – INTRANET 27
CT078-09
Metrologia
Exemplos
⎛ 12,7 ⎞
⎜ ⎟ x 128
⎝ 25,4 ⎠ 0,5 x 128 64"
a. 12,7 mm 12,7mm = = =
128 128 128
64 32 16 8 4 2 1"
simplificando: = = = = = =
128 64 32 16 8 4 2
⎛ 19,8 ⎞
⎜ ⎟ x 128
⎝ 25,4 ⎠ 99,77 100"
b. 19,8 mm 19,8mm = = arredondando:
128 128 128
100 50 25"
simplificando: = =
128 64 32
Regra prática
Para converter milímetro em polegada ordinária, basta multiplicar o valor em milímetro
por 5,04, mantendo-se 128 como denominador. Arredondar, se necessário.
Exemplos
12,7 x 5,04 64,008 64" 1"
a. = arredondando: , simplificando:
128 128 128 2
Observação
128
O valor 5,04 foi encontrado pela relação = 5,03937
25,4
que arredondada é igual a 5,04.
Exemplo
Escolhendo a divisão 128 da polegada, usaremos esse número para:
• Multiplicar a medida em polegada milesimal: 0,125" x 128 = 16"
28 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
16 8 1"
= =
128 64 8
Outro exemplo
Converter 0,750" em polegada fracionária
Exemplos
3" 3
a. = = 0,375”
8 8
5" 5
b. = = 0,3125”
16 16
Para converter polegada milesimal em milímetro, basta multiplicar o valor por 25,4.
Exemplo
Converter 0,375" em milímetro: 0,375" x 25,4 = 9,525mm
Para converter milímetro em polegada milesimal, basta dividir o valor em milímetro por
25,4.
Exemplos
5,08
a. 5,08mm = 0,200"
25,4
18
b. 18mm = 0,7086" arredondando 0,709”
25,4
SENAI-SP – INTRANET 29
CT078-09
Metrologia
Representação gráfica
A equivalência entre os diversos sistemas de medidas, vistos até agora, pode ser
melhor compreendida graficamente.
Sistema métrico
30 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Paquímetro
Largamente usado na indústria mecânica devido a sua grande versatilidade. Onde será
apresentado a seguir conceitos, tipos, uso e conservação desse instrumento.
SENAI-SP – INTRANET 31
CT078-09
Metrologia
Tipos e usos
Paquímetro universal
É utilizado em medições internas, externas, de profundidade e de ressaltos. Trata-se
do tipo mais usado.
32 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Paquímetro de profundidade
Serve para medir a profundidade de furos não vazados, rasgos, rebaixos etc.
SENAI-SP – INTRANET 33
CT078-09
Metrologia
Esse tipo de paquímetro pode apresentar haste simples ou haste com gancho. Veja a
seguir duas situações de uso do paquímetro de profundidade.
Paquímetro duplo
Serve para medir dentes de engrenagens.
Paquímetro digital
Utilizado para leitura rápida, livre de erro de paralaxe, e ideal para controle estatístico.
34 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Princípio do nônio
SENAI-SP – INTRANET 35
CT078-09
Metrologia
Há, portanto, uma diferença de 0,1 mm entre o primeiro traço da escala fixa e o
primeiro traço da escala móvel.
Essa diferença é de 0,2mm entre o segundo traço de cada escala; de 0,3m entre o
terceiros traços e assim por diante.
36 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Cálculo de resolução
UEF
Resolução =
NDN
Exemplo
• Nônio com 10 divisões
1 mm
Resolução = = 0,1mm
10 divis ~
oes
Sistema métrico
Em seguida, você deve contar os traços do nônio até o ponto em que um deles
coincidir com um traço da escala fixa.
Depois, você soma o número que leu na escala fixa ao número que leu no nônio.
SENAI-SP – INTRANET 37
CT078-09
Metrologia
UEF 1 mm
Resolução: = = 0,1mm
NDN 10 div.
Leitura Leitura
0,3mm → nônio (traço coincidente: 3º) 0,5mm → nônio (traço coincidente: 5º)
1,3mm → total (leitura final) 103,5mm → total (leitura final)
1 mm
Resolução = = 0,05mm
20
Leitura
0,65mm → nônio
73,65mm → total
38 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
1 mm
Resolução = = 0,02mm
50
Leitura
0,32mm → nônio
68,32mm → total
Sistema inglês
Um problema
Agora que o pessoal da empresa aprendeu a leitura de paquímetros no sistema
métrico, é necessário aprender a ler no sistema inglês.
UEF 0,025"
Resolução = R= = 0,001”
NDN 25
SENAI-SP – INTRANET 39
CT078-09
Metrologia
Contam-se as unidades 0,025" que estão à esquerda do zero (0) do nônio e, a seguir,
somam-se os milésimos de polegada indicados pelo ponto em que um dos traços do
nônio coincide com o traço da escala fixa.
Leitura
Leitura
1,700" → escala fixa
+ 0,021" → nônio
1,721" → total
1"
UEF 16 1 1 1 1
Resolução = = = R= ÷8= x =
NDN 8 16 16 8 128
1"
Assim, cada divisão do nônio vale .
128
2" 1"
Duas divisões corresponderão a ou e assim por diante.
128 64
40 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
A partir daí, vale a explicação dada no item anterior: adicionar à leitura da escala fixa a
do nônio.
Exemplo
3" 3"
Na figura a seguir, podemos ler na escala fixa e no nônio.
4 128
A medida total eqüivale à soma dessas duas leituras.
3" 5"
Escala fixa → 3 nônio →
16 128
SENAI-SP – INTRANET 41
CT078-09
Metrologia
3 5 24 5
Portanto: 1 + ⇒ 1 +
16 128 128 128
29"
Total: 1
128
1" 6"
Escala fixa → nônio →
16 128
1 6 8 6 14
Portanto: + ⇒ + =
16 128 128 128 128
7"
Total:
64
Observação
As frações sempre devem ser simplificadas.
Você deve ter percebido que medir em polegada fracionária exige operações mentais.
Para facilitar a leitura desse tipo de medida, recomendamos os seguintes
procedimentos:
1º passo
Verifique se o zero (0) do nônio coincide com um dos traços da escala fixa. Se coincidir,
faça a leitura somente na escala fixa.
1"
Leitura = 7
4
42 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
2º passo
Quando o zero (0) do nônio não coincidir, verifique qual dos traços do nônio está
nessa situação e faça a leitura do nônio.
3º passo
Verifique na escala fixa quantas divisões existem antes do zero (0) do nônio.
4º passo
1 2 4 8
Sabendo que cada divisão da escala fixa eqüivale a = = = e com base
16 32 64 128
na leitura do nônio, escolhemos uma fração da escala fixa de mesmo denominador.
Por exemplo:
3" 4"
Leitura do nônio fração escolhida da escala fixa
64 64
7" 8"
Leitura do nônio fração escolhida da escala fixa
128 128
5º passo
Multiplique o número de divisões da escala fixa (3º passo) pelo numerador da
fração escolhida (4º passo). Some com a fração do nônio (2º passo) e faça a leitura
final.
SENAI-SP – INTRANET 43
CT078-09
Metrologia
a.
3"
2º passo →
64
3º passo → 1 divisão
3" 4"
4º passo → fração escolhida →
64 64
4 3" 7"
5º passo → 1 x + =
64 64 64
7"
Leitura final:
64
b.
3"
2º passo →
128
3" 8"
4º passo → fração escolhida
128 128
8 3" 67"
5º passo → 2” + 8 x + =2
128 128 128
44 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
67"
Leitura final: 2
128
1º passo
Verificar se a fração tem denominador 128. Se não tiver, deve-se substituí-la pela sua
equivalente, com denominador 128.
Exemplo
9"
não tem denominador 128.
64
9" 18"
→ é uma fração equivalente, com denominador 128.
64 128
Observação
O numerador é dividido por 8, pois 8 é o número de divisões do nônio.
2º passo
Dividir o numerador por 8.
18 8
2 2
resto quociente
SENAI-SP – INTRANET 45
CT078-09
Metrologia
3º passo
O quociente indica a medida na escala fixa; o resto mostra o número do traço do nônio
que coincide com um traço da escala fixa.
25"
Outro exemplo: abrir o paquímetro na medida
128
A fração já está com denominador 128.
25 8
1 3
resto quociente
46 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Conservação
• Manejar o paquímetro sempre com todo cuidado, evitando choques.
• Não deixar o paquímetro em contato com outras ferramentas, o que pode lhe
causar danos.
• Evitar arranhaduras ou entalhes, pois isso prejudica a graduação.
• Ao realizar a medição, não pressionar o cursor além do necessário.
• Limpar e guardar o paquímetro em local apropriado, após sua utilização.
Erros de leitura
Paralaxe
Dependendo do ângulo de visão do operador, pode ocorrer o erro por paralaxe, pois
devido a esse ângulo, aparentemente há coincidência entre um traço da escala fixa
com outro da móvel.
O cursor onde é gravado o nônio, por razões técnicas de construção, normalmente tem
uma espessura mínima (a), e é posicionado sobre a escala principal. Assim, os traços
do nônio (TN) são mais elevados que os traços da escala fixa (TM).
Para não cometer o erro de paralaxe, é aconselhável que se faça a leitura situando o
paquímetro em uma posição perpendicular aos olhos.
SENAI-SP – INTRANET 47
CT078-09
Metrologia
Pressão de medição
Já o erro de pressão de medição origina-se no jogo do cursor, controlado por uma
mola. Pode ocorrer uma inclinação do cursor em relação à régua, o que altera a
medida.
Para se deslocar com facilidade sobre a régua, o cursor deve estar bem regulado: nem
muito preso, nem muito solto. O operador deve, portanto, regular a mola, adaptando o
instrumento à sua mão. Caso exista uma folga anormal, os parafusos de regulagem da
mola devem ser ajustados, girando-os até encostar no fundo e, em seguida,
retornando 1/8 de volta aproximadamente. Após esse ajuste, o movimento do cursor
deve ser suave, porém sem folga.
48 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Forma de contato
Nas medidas externas, a peça a ser medida deve ser colocada o mais profundamente
possível entre os bicos de medição para evitar qualquer desgaste na ponta dos bicos.
SENAI-SP – INTRANET 49
CT078-09
Metrologia
Para maior segurança nas medições, as superfícies de medição dos bicos e da peça
devem estar bem apoiadas.
Toma-se, então, a máxima leitura para diâmetros internos e a mínima leitura para
faces planas internas.
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CT078-09
Metrologia
Não se deve usar a haste de profundidade para esse tipo de medição, porque ela não
permite um apoio firme.
É importante abrir o paquímetro com uma distância maior que a dimensão do objeto a
ser medido.
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CT078-09
Metrologia
O centro do encosto fixo deve ser encostado em uma das extremidades da peça.
Convém que o paquímetro seja fechado suavemente até que o encosto móvel toque a
outra extremidade.
Feita a leitura da medida, o paquímetro deve ser aberto e a peça retirada, sem que os
encostos a toquem.
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Metrologia
Micrômetro
Jean Louis Palmer apresentou, pela primeira vez, um micrômetro para requerer sua
patente. O instrumento permitia a leitura de centésimos de milímetro, de maneira
simples.
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CT078-09
Metrologia
Princípio de funcionamento
O princípio de funcionamento do micrômetro assemelha-se ao do sistema parafuso e
porca.
Assim, há uma porca fixa e um parafuso móvel que, se der uma volta completa,
provocará um descolamento igual ao seu passo.
Nomenclatura
Vamos ver os principais componentes de um micrômetro:
• Arco é constituído de aço especial ou fundido, tratado termicamente para eliminar
as tensões internas;
• Isolante térmico, fixado ao arco, evita sua dilatação porque isola a transmissão de
calor das mãos para o instrumento;
• Fuso micrométrico é construído de aço especial temperado e retificado para
garantir exatidão do passo da rosca;
• As faces de medição tocam a peça a ser medida e, para isso, apresentam-se
rigorosamente planos e paralelos. Em alguns instrumentos, os contatos são de
metal duro, de alta resistência ao desgaste;
• A porca de ajuste permite o ajuste da folga do fuso micrométrico, quando isso é
necessário;
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CT078-09
Metrologia
Componentes de um micrômetro
Tipos e usos
Características
Os micrômetros caracterizam-se pela:
• Capacidade - A capacidade de medição dos micrômetros normalmente é de 25mm
(ou 1"), variando o tamanho do arco de 25 em 25mm (ou 1 em 1"). Podem chegar a
2.000mm (ou 80").
• Resolução - A resolução nos micrômetros pode ser de 0,01mm; 0,001mm; 0,001"
ou 0,000 1". No micrômetro de 0 a 25mm ou de 0 a 1", quando as faces dos
contatos estão juntas, a borda do tambor coincide com o traço zero (0) da bainha. A
linha longitudinal, gravada na bainha, coincide com o zero (0) da escala do tambor.
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Aplicação
De profundidade
Conforme a profundidade a ser medida, utilizam-se hastes de extensão, que são
fornecidas juntamente com o micrômetro.
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Metrologia
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Metrologia
Contador mecânico
É para uso comum, porém sua leitura pode ser efetuada no tambor ou no contador
mecânico. Facilita a leitura independentemente da posição de observação (erro de
paralaxe).
Digital eletrônico
Ideal para leitura rápida, livre de erros de paralaxe, próprio para uso em controle
estatístico de processos, juntamente com microprocessadores.
Sistema Métrico
0,5mm
= 0,01mm
50
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Metrologia
Exemplos
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Metrologia
Sistema inglês
Um problema
Embora o sistema métrico seja oficial no Brasil, muitas empresas trabalham com o
sistema inglês. É por isso que existem instrumentos de medição nesse sistema,
inclusive micrômetros, cujo uso depende de conhecimentos específicos.
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Metrologia
Exemplo
bainha → 0,675"
+ tambor → 0,019"
leitura → 0,694"
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Metrologia
Exemplo
bainha → 0,375”
+ tambor → 0,005”
+ nônio → 0,0004”
62 SENAI-SP – INTRANET
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Metrologia
Conservação
• Limpar o micrômetro, secando-o com um pano limpo e macio (flanela);
• Untar o micrômetro com vaselina líquida, utilizando um pincel;
• Guardar o micrômetro em armário ou estojo apropriado, para não deixá-lo exposto
à sujeira e à umidade;
• Evitar contatos e quedas que possam riscar ou danificar o micrômetro e sua escala.
Micrômetro interno
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Metrologia
Para obter a resolução, basta dividir o passo do fuso micrométrico pelo número de
divisões do tambor.
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Metrologia
Precaução
Devem-se respeitar, rigorosamente, os limites mínimo e máximo da capacidade de
medição, para evitar danos irreparáveis ao instrumento.
Observação
A calibração dos micrômetros internos tipo paquímetro e tubular é feita por meio de
anéis de referência, dispositivos com blocos-padrões ou com micrômetro externo. Os
micrômetros internos de três contatos são calibrados com anéis de referência.
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Metrologia
Bloco-padrão
Ao longo do tempo, diversos padrões foram adotados (o pé, o braço etc) até se chegar
ao sistema métrico.
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Metrologia
Bloco-padrão protetor
A fabricação dos protetores obedece às mesmas normas utilizadas na construção dos
blocos-padrões normais. Entretanto, emprega-se material que permite a obtenção de
maior dureza.
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Metrologia
Classificação
DIN/ISO/JIS BS FS Aplicação
Aço
Atualmente é o mais utilizado nas indústrias. O aço é tratado termicamente para
garantir a estabilidade dimensional, além de assegurar dureza acima de 800 HV.
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Metal duro
São blocos geralmente fabricados em carboneto de tungstênio. Hoje, este tipo de bloco-
padrão é mais utilizado como bloco protetor. A dureza deste tipo de bloco-padrão situa-se
acima de 1.500HV.
Cerâmica
O material básico utilizado é o zircônio. A utilização deste material ainda é recente, e
suas principais vantagens são a excepcional estabilidade dimensional e a resistência à
corrosão. A dureza obtida nos blocos-padrões de cerâmica situa-se acima de 1.400HV.
Erros admissíveis
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Metrologia
Exemplo
Para saber a tolerância de um bloco-padrão de 30mm na classe 0 (DIN), basta descer
a coluna Dimensão, localizar a faixa em que se situa o bloco-padrão (no caso 30mm),
e seguir horizontalmente a linha até encontrar a coluna correspondente à classe
desejada (classe 0).
até 10mm ↓
10 a 25mm ↓
25 a 50mm → → → ± 0,20
50 a 75mm
Técnica de empilhamento
Depois, retira-se toda impureza e umidade, com um pedaço de camurça, papel ou algo
similar, que não solte fiapos.
Os blocos são colocados de forma cruzada, um sobre o outro. Isso deve ser feito de
modo que as superfícies fiquem em contato.
Em seguida devem ser girados lentamente, exercendo-se uma pressão moderada até
que suas faces fiquem alinhadas e haja perfeita aderência de modo a expulsar a
lâmina de ar que as separa. A aderência assim obtida parece ser conseqüência do
fenômeno físico conhecido como atração molecular (com valor de aproximadamente
SENAI-SP – INTRANET 71
CT078-09
Metrologia
500N/cm2), e que produz a aderência de dois corpos metálicos que tenham superfície
de contato finamente polidas.
Para a montagem dos demais blocos, procede-se da mesma forma, até atingir a
medida desejada. Em geral, são feitas duas montagens para se estabelecer os limites
máximo e mínimo da dimensão que se deseja calibrar, ou de acordo com a qualidade
prevista para o trabalho (IT).
Exemplo
Os blocos-padrões podem ser usados para verificar um rasgo em forma de rabo de
andorinha com roletes, no valor de 12,573 + 0,005. Devemos fazer duas montagens de
blocos-padrões, uma na dimensão mínima de 12,573mm e outra na dimensão máxima
de 12,578mm.
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Metrologia
Exemplo
12,578 12,573
BLOCO - 5,000 1
→
0 6 blocos
Blocos e acessórios
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Metrologia
Observação
No jogo consta um só padrão de cada medida, não podendo haver repetição de blocos.
Existe um suporte, acoplado a uma base, que serve para calibrar o micrômetro interno
de dois contatos.
Nele, pode-se montar uma ponta para traçar, com exatidão, linhas paralelas à base.
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Metrologia
Conservação
• Evitar a oxidação pela umidade, marcas dos dedos ou aquecimento utilizando luvas
sempre que possível;
• Evitar quedas de objetos sobre os blocos e não deixá-los cair;
• Limpar os blocos após sua utilização com benzina pura, enxugando-os com
camurça ou pano. Antes de guardá-los, é necessário passar uma leve camada de
vaselina (os blocos de cerâmica não devem ser lubrificados);
• Evitar contato dos blocos-padrões com desempeno, sem o uso dos blocos
protetores.
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Metrologia
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Metrologia
Tolerância dimensional
Eixo
É o termo convencional utilizado para descrever uma característica externa de uma
peça, incluindo também elementos não cilíndricos.
Eixo-base
É o eixo cujo afastamento superior é zero.
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Metrologia
Furo
É o termo convencional utilizado para descrever uma característica interna de uma
peça, incluindo também elementos não cilíndricos.
Furo-base
É o furo cujo afastamento inferior é igual a zero.
Elemento
Parte em observação de uma peça que pode ser um ponto, uma reta ou uma
superfície.
Dimensão
É um número que expressa em uma unidade particular o valor numérico de uma
dimensão linear.
Dimensão nominal
É a dimensão a partir da qual são derivadas as dimensões limites pela aplicação dos
afastamentos superior e inferior.
Dimensão efetiva
É a dimensão de um elemento, obtida pela medição.
Dimensão limite
São as duas dimensões extremas permissíveis para um elemento, entre as quais a
dimensão efetiva deve estar.
Dimensão máxima
É a maior dimensão admissível de um elemento.
Dimensão mínima
É a menor dimensão admissível de um elemento.
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Metrologia
Linha zero
É a linha reta que representa a dimensão nominal e serve de origem aos afastamentos
em uma representação gráfica de tolerâncias e ajustes.
SENAI-SP – INTRANET 79
CT078-09
Metrologia
Afastamentos fundamentais
É a diferença algébrica entre qualquer um dos tipos de dimensão (dimensão efetiva,
dimensão limite, etc.) e a correspondente dimensão nominal. Os afastamentos são
designados por letras maiúsculas para furos (A...ZC) e por letras minúsculas para
eixos (a...zc).
• Afastamento superior (ES, es)
é a diferença algébrica entre a dimensão máxima e a correspondente dimensão
nominal. No caso de afastamentos em furos, usam-se as letras maiúsculas ES;
quando se trata de eixos, usam-se as minúsculas es.
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CT078-09
Metrologia
SENAI-SP – INTRANET 81
CT078-09
Metrologia
Por convenção, o campo de tolerância dos eixos será representado por hachuras à
esquerda (eixo) e à direita (furo). Na representação dos furos, as hachuras serão
desenhadas à direita com maior espaçamento do que na representação dos eixos.
Conforme mostra a figura a seguir:
Tolerância
É a diferença entre a dimensão máxima e a dimensão mínima, ou seja, diferença entre
o afastamento superior e o afastamento inferior em valor absoluto, sem sinal.
Tolerância-padrão (IT)
Qualquer tolerância pertencente a este sistema. As letras IT significam International
Tolerance.
Desvios em micrometros (μm) para furo base (H) ou, eixo base (h)
Dimensão nominal Graus de tolerância-padrão
mm IT6 IT7 IT8 IT9 IT10 IT11
Até e Tolerância
Acima
inclusive μm
- 3 6 10 14 25 40 60
3 6 8 12 18 30 48 75
6 10 9 15 22 36 58 90
10 18 11 18 27 43 70 110
18 30 13 21 33 52 84 130
30 50 16 25 39 62 100 160
50 80 19 30 46 74 120 190
80 120 22 35 54 87 140 220
120 180 25 40 63 100 160 250
Campos de tolerância
É uma representação gráfica de tolerâncias que consiste em esquematizar as
dimensões máxima e mínima por meio da largura de um retângulo, definindo a
magnitude da tolerância e sua posição relativa em relação à linha zero.
SENAI-SP – INTRANET 83
CT078-09
Metrologia
O sistema ISO consiste num conjunto de princípios, regras e tabelas que possibilita a
escolha racional de tolerâncias e ajustes de modo a tomar mais econômica a produção
de peças mecânicas intercambiáveis. Este sistema foi estudado, inicialmente, para a
produção de peças mecânicas cilíndricas com até 500mm de diâmetro; depois, foi
ampliado para peças com até 3.150mm de diâmetro. Ele estabelece uma série de
tolerâncias fundamentais que determinam a precisão da peça, ou seja, a qualidade de
trabalho, uma exigência que varia de peças para a peça, de uma máquina para outra.
Qualidade de trabalho
IT IT IT IT IT IT IT IT IT IT IT IT IT IT IT IT IT IT IT IT
01 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Eixos
Mecânica Mecânica Mecânica
Furos
extra precisa corrente grosseira
Peças que funcionam acopladas a outras têm, em geral, sua qualidade estabelecida
entre IT 4 e IT 11, se forem eixos; já os furos têm sua qualidade entre IT 6 e IT 11.
Essa faixa corresponde à mecânica corrente, ou mecânica de precisão.
84 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Classe de tolerância
É a combinação de letras representando o afastamento fundamental, seguido por um
número representando o grau de tolerância padrão, por exemplo: H7(furos) h7(eixos).
Folga
Folga mínima
É a diferença positiva entre a dimensão mínima do furo e a dimensão máxima do eixo.
Folga máxima
É a diferença positiva entre a dimensão máxima do furo e a dimensão mínima do eixo.
SENAI-SP – INTRANET 85
CT078-09
Metrologia
Interferência
Interferência mínima
É a diferença negativa entre a dimensão máxima do furo e a dimensão mínima do eixo.
Interferência máxima
É a diferença negativa entre a dimensão mínima do furo e a dimensão máxima do eixo.
86 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Ajuste
Ajuste incerto
É o ajuste no qual pode ocorrer uma folga ou uma interferência entre o furo e o eixo
quando montados, dependendo das dimensões efetivas do furo e do eixo, isto é, os
campos de tolerância do furo e do eixo se sobrepõem parcialmente ou totalmente.
SENAI-SP – INTRANET 87
CT078-09
Metrologia
Sistemas de ajustes
88 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Notas
a. As linhas contínuas horizontais representam os afastamentos fundamentais para
furos ou eixos.
b. As linhas tracejadas representam os outros afastamentos e mostram as
possibilidades de diferentes combinações entre furos e eixos, relacionados ao seu
grau de tolerância (por exemplo: G7/h4, H6/h4, M5/h4).
SENAI-SP – INTRANET 89
CT078-09
Metrologia
Notas
a. As linhas contínuas horizontais representam os afastamentos fundamentais para
furos ou eixos.
b. As linhas tracejadas representam os outros afastamentos e mostram as
possibilidades de diferentes combinações entre furos e eixos, relacionados ao seu
grau de tolerância (por exemplo: G7/h4, H6/h4, M5/h4).
Exemplos
32H7; 80js15; 100g6 ou 100 −−00,,034
012
Exemplos
H7
52 H7/g6; 52 H7-g6 ou 52
g6
90 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
Designação aplicada a uma das duas dimensões limites que corresponda à dimensão
de máximo material, como, por exemplo: a dimensão máxima (superior) para um
elemento externo (eixo) e a dimensão mínima (inferior) para um elemento interno(furo)
Nota
Limite de máximo material anteriormente conhecido como “limite passa”.
Nota
Limite de mínimo material anteriormente conhecido como “limite não passa”.
Até e
3 6 10 18 30 50 80 80 120 180 250 315 400 500
inclusive
Tabelas
Os afastamentos superiores e inferiores são determinados por meio de fórmulas
matemáticas que contemplam os graus de tolerância padrão (IT), os afastamentos
fundamentais (A.....ZC ou de a.....zc) e as dimensões nominais utilizados para a
escolha do ajuste.
SENAI-SP – INTRANET 91
CT078-09
Metrologia
Neste trabalho, por uma questão de aplicação, foram selecionadas somente as tabelas
nas quais os afastamentos fundamentais estão próximos da linha zero, e a dimensão
nominal chega até 500mm. Na eventualidade do operador ou projetista necessitar de
um afastamento fundamental ou dimensão nominal não apresentado na tabela,
consulte a norma NBR6158:1995 que fixa todos afastamentos, permitindo uma escolha
racional de tolerâncias e ajustes para a realização do trabalho.
92 SENAI-SP – INTRANET
CT078-09
Metrologia
SENAI-SP – INTRANET 93
CT078-09
Metrologia
Dimensão H
nominal
mm 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Até e Desvios
Acima
inclusive μm mm
- 3 +0,8 +1,2 +2 +3 +4 +6 +10 +14 +25 +40 +60 +0,1 +0,14 +0,25 +0,4 +0,6
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3 6 +1 +1,5 +2,5 +4 +5 +8 +12 +18 +30 +48 +75 +0,12 +0,18 +0,3 +0,48 +0,75 +1,2 +1,8
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
6 10 +1 +1,5 +2,5 +4 +6 +9 +15 +22 +36 +58 +90 +0,15 +0,22 +0,36 +0,58 +0,9 +1,5 +2,2
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
10 18 +1,2 +2 +3 +5 +8 +11 +18 +27 +43 +70 +110 +0,18 +0,27 +0,43 +0,7 +1,1 +1,8 +2,7
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
18 30 +1,5 +2,5 +4 +6 +9 +13 +21 +33 +52 +84 +130 +0,21 +0,33 +0,52 +0,84 +1,3 +2,1 +3,3
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
30 50 +1,5 +2,5 +4 +7 +11 +16 +25 +39 +62 +100 +160 +0,25 +0,39 +0,62 +1 +1,6 +2,5 +3,9
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
50 80 +2 +3 +5 +8 +13 +19 +30 +46 +74 +120 +190 +0,3 +0,46 +0,74 +1,2 +1,9 +3 +4,6
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
80 120 +2,5 +4 +6 +10 +15 +22 +35 +54 +87 +140 +220 +0,35 +0,54 +0,87 +1,4 +2,2 +3,5 +5,4
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
120 180 +3,5 +5 +8 +12 +18 +25 +40 +63 +100 +160 +250 +0,4 +0,63 +1 +1,6 +2,5 +4 +6,3
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
180 250 +4,5 +7 +10 +14 +20 +29 +46 +72 +115 +185 +290 +0,46 +0,72 +1,15 +1,85 +2,9 +4,5 +7,2
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
250 315 +6 +8 +12 +16 +23 +32 +52 +81 +130 +210 +320 +0,52 +0,81 +1,3 +2,1 +3,2 +5,2 +8,1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
315 400 +7 +9 +13 +18 +25 +36 +57 +89 +140 +230 +360 +0,57 +0,89 +1,4 +2,3 +3,6 +5,7 +8,9
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
400 500 +8 +10 +15 +20 +27 +40 +63 +97 +155 +250 +400 +0,63 +0,97 +1,55 +2,5 +4 +6,3 +9,7
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
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98 SENAI-SP – INTRANET
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Metrologia
SENAI-SP – INTRANET 99
CT078-09
Metrologia
Neste caso a dimensão mínima do furo é maior que a dimensão máxima do eixo,
portanto o ajuste é com folga, então:
• Folga máxima = 75,040 - 74,951 = +0,089mm;
• Folga mínima = 75,012 - 74,970 = +0,040mm.
Neste caso a dimensão máxima do furo é menor que a dimensão mínima do eixo,
portanto o ajuste é com interferência, então:
• Interferência máxima = 54,961 - 55,019 = -0,058mm;
• Interferência mínima = 54,991 - 55,011 = -0,020mm.
Exemplos
a. Determinar os parâmetros dimensionais do sistema de ajustes eixo-base, nas
dimensões 65G7/h4 e classificar o ajuste proposto por meio de representação
gráfica.
- Afastamento superior do furo (ES) = +40μm (dados da tabela);
- Afastamento inferior do furo (EI) =+10μm (dados da tabela);
- Afastamento superior do eixo (es) = 0μm (dados da tabela);
- Afastamento inferior do eixo (ei) = -8μm (dados da tabela);
- Dimensão nominal = 65mm.
Dimensões limites:
- Máxima do furo = 65 + 0,040 = 65,040mm;
- Mínima do furo = 65 + 0,010= 65,010mm;
- Tolerância do furo = 65,040 - 65,010 = 0,030mm;
- Máxima do eixo = 65 - 0= 65,000mm;
- Mínima do eixo = 65 - 0,008 = 64,992mm;
- Tolerância do eixo = 65 - 64,992 = 0,008mm.
Neste caso, a dimensão mínima do furo é maior que a dimensão máxima do eixo,
portanto o ajuste eixo-base é com folga, então:
• Folga máxima = 65,040 - 64,992 = +0,048mm;
• Folga mínima = 65,010 - 65,000 = +0,010mm.
Neste caso a dimensão máxima do furo é maior que a dimensão mínima do eixo,
temos então folga máxima e a dimensão máxima do eixo é maior que a mínima do furo
logo temos interferência, portanto o ajuste eixo-base é indeterminado então:
• Interferência máxima = 64,981 - 65,000 = -0,019mm;
• Folga máxima = 64,994 - 64,992 = +0,002mm.
Exemplo
a. Determinar os parâmetros dimensionais do sistema de ajustes furo-base, nas dimensões
35H6/h6 e classificar o ajuste proposto por meio de representação gráfica
- Afastamento superior do furo (ES) = +16μm (dados da tabela);
- Afastamento inferior do furo (EI) = 0μm (dados da tabela);
- Afastamento superior do eixo (es)= 0μm (dados da tabela);
- Afastamento inferior do eixo (ei) = -16μm (dados da tabela);
- Dimensão nominal = 35mm.
Dimensões limites:
- Máxima do furo = 35 + 0,016 = 35,016mm;
- Mínima do furo = 35 - 0 = 35,000mm;
- Tolerância do furo = 35,016 - 35 = 0,016mm;
Neste caso, a dimensão mínima do furo é igual a dimensão máxima do eixo, portanto o
ajuste furo-base é com folga, segundo as definições das normas ISO 286-1/88 e NBR
6158/95
Neste caso, a dimensão máxima do furo é menor que a dimensão mínima do eixo,
portanto o ajuste furo-base é com interferência, segundo as definições das normas ISO
286-1/88 e NBR 6158/95.
Relógio comparador
Também se pode tomar como padrão uma peça original, de dimensões conhecidas,
que é utilizada como referência.
Quando a ponta de contato sofre uma pressão e o ponteiro gira em sentido horário, a
diferença é positiva. Isso significa que a peça apresenta maior dimensão que a
estabelecida. Se o ponteiro girar em sentido anti-horário, a diferença será negativa, ou
seja, a peça apresenta menor dimensão que a estabelecida.
Relógio vertical
Os relógios comparadores também podem ser utilizados para furos. Uma das
vantagens de seu emprego é a constatação, rápida e em qualquer ponto, da dimensão
do diâmetro ou de defeitos, como conicidade, ovalização etc.
Mecanismos de amplificação
A ponta de contato move o fuso que possui uma cremalheira, que aciona um trem de
engrenagens que, por sua vez, aciona um ponteiro indicador no mostrador.
Assim, temos:
compriment o do ponteiro (a)
Relação de amplificação =
distância entre os cutelos (b)
Durante a medição, a haste que suporta o cutelo móvel desliza, a despeito do esforço
em contrário produzido pela mola de contato. O ponteiro-alavanca, mantido em contato
com os dois cutelos pela mola de chamada, gira em frente à graduação.
Amplificação mista
É o resultado da combinação entre alavanca e engrenagem. Permite levar a
sensibilidade até 0,001mm, sem reduzir a capacidade de medição.
Condições de uso
Antes de medir uma peça, devemos nos certificar de que o relógio se encontra em
boas condições de uso.
Observação
Antes de tocar na peça, o ponteiro do relógio comparador fica em uma posição anterior
a zero. Assim, ao iniciar uma medida, deve-se dar uma pré-carga para o ajuste do
zero.
Colocar o relógio sempre numa posição perpendicular em relação à peça, para não
incorrer em erros de medida.
Verificação do paralelismo
Verificação de concentricidade
Conservação
• Descer suavemente a ponta de contato sobre a peça;
• Levantar um pouco a ponta de contato ao retirar a peça;
• Evitar choques, arranhões e sujeira;
• Manter o relógio guardado no seu estojo;
• Os relógios devem ser lubrificados internamente nos mancais das engrenagens.
É um dos relógios mais versáteis que se usa na mecânica. Seu corpo monobloco
possui três guias que facilitam a fixação em diversas posições.
Relógio apalpador
Por sua enorme versatilidade, pode ser usado para grande variedade de aplicações,
tanto na produção como na inspeção final.
Exemplos
• Excentricidade de peças;
• Alinhamento e centragem de peças nas máquinas;
• Paralelismos entre faces;
• Medições internas;
• Medições de detalhes de difícil acesso.
Exemplos de aplicação
Conservação
• Evitar choques, arranhões e sujeira;
• Guardá-lo em estojo apropriado;
• Montá-lo rigidamente em seu suporte;
• Descer suavemente o ponta de contato sobre a peça;
• Verificar se o relógio é anti-magnético antes de colocá-lo em contato com a mesa
magnética.
Observações
• A posição inicial do ponteiro pequeno mostra a carga inicial ou de medição;
• Deve ser registrado se a variação é negativa ou positiva.
Traçador de altura
Para ser utilizado, esse traçador precisa ser regulado. Isto é feito colocando-se a ponta
do riscador no plano de referência e fazendo o traço zero do nônio (ou vernier)
coincidir com o traço zero da escala graduada. Após isso, o riscador e a escala são
fixados e o instrumento estará regulado. Em seguida, girando o parafuso de chamada,
leva-se o cursor até a medida desejada e aperta-se o parafuso de fixação. O
instrumento está pronto para ser usado.
Esse outro modelo também possui um cursor dotado de nônio. O ajuste para a tomada
de uma medida é feito soltando o parafuso de fixação do ajuste fino e o parafuso do
cursor. Estando ambos os parafusos soltos, o cursor é levado próximo à medida
desejada. A seguir, aperta-se o parafuso de fixação do ajuste fino e gira-se a porca de
ajuste fino até obter a medida desejada. Quando a medida desejada é obtida, o cursor
é fixado e o instrumento estará pronto para ser usado.
Utilização e conservação
Uma vez preparados, os traçadores verticais poderão ser utilizados para a traçagem
ou verificação de medidas.
Quando as peças possuem formato geométrico que favorece seu apoio, elas poderão
ser colocadas diretamente sobre o desempeno. Em caso contrário, será necessário o
SENAI-SP – INTRANET 125
CT078-09
Metrologia
Os traçadores que possuem riscador tipo agulha deverão ter suas pontas protegidas
para evitar acidentes.
Calibrador e verificador
Quando as peças estão entre o limite máximo e o limite mínimo, isto é, na situação
passa/não-passa, dizemos que estão dentro dos limites de tolerância.
A medida indireta por comparação consiste em confrontar a peça que se quer medir
com aquela de dimensão ou padrão aproximados. Assim, um eixo pode ser medido
indiretamente, utilizando-se um calibrador para eixos, e o furo de uma peça pode ser
comparado por um calibrador tampão.
Tipos de calibrador
O lado não-passa tem uma marca vermelha. Esse tipo de calibrador é normalmente
utilizado em furos e ranhuras de até 100mm.
Calibrador de boca
Esse calibrador tem duas bocas para controle: uma passa, com a medida máxima, e a
outra não-passa, com a medida mínima. O lado não-passa tem chanfros e uma marca
vermelha. É normalmente utilizado para eixos e materiais planos de até 100mm.
O calibrador deve entrar no furo ou passar sobre o eixo por seu próprio peso, sem
pressão.
O eixo deve passar no diâmetro máximo (Dmáx.) e não passar no diâmetro mínimo
(Dmín.). Sua utilização compreende dimensões de até 500mm.
Calibrador chato
Para dimensões internas, na faixa de 80 a 260mm, tendo em vista a redução de seu
peso, usa-se o calibrador chato ou calibrador de contato parcial.
Para dimensões acima de 260mm, usa-se o calibrador tipo vareta, que são hastes
metálicas com as pontas em forma de calota esférica.
O calibrador ajustável para eixo tem dois ou quatro parafusos de fixação e pinos de
aço temperado e retificado. É confeccionado de ferro fundido, em forma de ferradura.
A dimensão máxima pode ser ajustada entre os dois pinos anteriores, enquanto a
dimensão mínima é ajustada entre os dois pinos posteriores.
verificação por atrito, depois de ter estendido sobre a superfície do cone padrão uma
camada muito fina de corante, que deixará traços nas partes em contato. Por fim,
verifica-se o diâmetro pela posição de penetração do calibrador. Esse método é muito
sensível na calibração de pequenas inclinações.
Calibrador de rosca
Um processo usual e rápido de verificar roscas consiste no uso dos calibradores de
rosca. São peças de aço, temperadas e retificadas, obedecendo a dimensões e
condições de execução para cada tipo de rosca. O calibrador de rosca da figura a
seguir é um tipo usual de calibrador de anel, composto por dois anéis, sendo que um
lado passa e o outro não passa, para a verificação da rosca externa.
A extremidade de rosca mais longa do calibrador tampão verifica o limite mínimo: ela
deve penetrar suavemente, sem ser forçada, na rosca interna da peça que está sendo
verificada. Diz-se lado passa. A extremidade de rosca mais curta, não-passa, verifica o
limite máximo.
Os roletes cilíndricos podem ter roscas ou sulcos circulares, cujo perfil e passo são
iguais aos do parafuso que se vai verificar.
Conservação
• Evitar choques e quedas;
• Limpar e passar um pouco de óleo fino, após o uso;
• Guardar em estojo e em local apropriado.
Verificador
Verificadores são instrumentos para medição indireta os quais confrontam a peça com
condições aceitáveis de acabamento.
Régua de controle
Régua biselada
Para verificar a planicidade de uma superfície, coloca-se a régua com o fio retificado
em contato suave sobre essa superfície, verificando se há passagem de luz. Repete-se
essa operação em diversas posições.
Régua triangular
Construída de aço-carbono, em forma de triângulo, com canais côncavos no centro e
em todo o comprimento de cada face temperada, retificada e com fios arredondados.
Dimensões
Sempre que for possível, a régua deve ter um comprimento maior que o da superfície
que será verificada.
As dimensões das réguas encontradas no comércio estão indicadas nos catálogos dos
fabricantes.
Condições de uso
Verifique se as arestas ou faces de controle estão em perfeitas condições, antes de
usar as réguas.
Conservação
• Não pressionar nem atritar a régua de fios retificados contra a superfície;
• Evitar choques;
• Não manter a régua de controle em contato com outros instrumentos;
• Após o uso, limpá-la e lubrificá-la adequadamente (a régua de granito não deve ser
lubrificada);
• Guardar a régua de controle em estojo;
• Em caso de oxidação (ferrugem) nas superfícies da régua de aço ou ferro fundido,
limpá-las com pedra-pomes e óleo. Não usar lixa.
Esquadro de precisão
Forma
Esquadro simples ou plano de uma só peça.
Esquadro com lâmina biselada, utilizado para se obter melhor visualização, em virtude
da pequena superfície de contato.
Tamanho
Os tamanhos são dados pelo comprimento da lâmina e da base: 1 e 2.
Conservação
• Manter os esquadros livres de batidas;
• Conservá-los sem rebarbas, limpos;
• Lubrificá-los e guardá-los em lugar onde não haja atrito com outras ferramentas (o
esquadro de granito não deve ser lubrificado).
Cilindro-padrão e coluna-padrão
Gabaritos
Verificador de raio
Serve para verificar raios internos e externos. Em cada lâmina é estampada a medida
1 1
do raio. Suas dimensões variam, geralmente, de 1 a 15mm ou de a .
32 2
Verificador de ângulos
Usa-se para verificar superfícies em ângulos. Em cada lâmina vem gravado o ângulo,
que varia de 1º a 45º.
Verificador de rosca
Usa-se para verificar roscas em todos os sistemas.
Em suas lâminas está gravado o número de fios por polegada ou o passo da rosca em
milímetros.
Verificador de folga
O verificador de folga é confeccionado de lâminas de aço temperado, rigorosamente
calibradas em diversas espessuras. As lâminas são móveis e podem ser trocadas. São
usadas para medir folgas nos mecanismos ou conjuntos.
Observação
Não exercer esforço excessivo, o que pode danificar suas lâminas.
Fieira
Os dois modelos acima são de aço temperado. Caracterizam-se por uma série de
entalhes. Cada entalhe corresponde, rigorosamente, a uma medida de diâmetro de fios
ou espessuras de chapas, conforme a fieira adotada.
Essas tabelas, em geral, compreendem números de fieiras de seis zeros (000000) até
fieira 50. A tabela a seguir compara, com as medidas americanas e inglesas, os
números de fieiras de 10 a 30. Essa comparação é feita em milímetros.
Observação
Existe norma brasileira para fios, estabelecendo suas bitolas pela medida da seção em
milímetros quadrados.
Conservação
• Evitar choques ou batidas nas faces de contato dos gabaritos, o que pode danificá-
los irremediavelmente;
• Após o uso, limpá-los e guardá-los em local apropriado.
Goniômetro
Cálculo da resolução
Na leitura do nônio, utilizamos o valor de 5' (5 minutos) para cada traço do nônio.
Dessa forma, se é o 2o traço no nônio que coincide com um traço da escala fixa,
adicionamos 10' aos graus lidos na escala fixa; se é o 3o traço, adicionamos 15'; se o
4o, 20' etc.
Leitura do goniômetro
Os graus inteiros são lidos na graduação do disco, com o traço zero do nônio. Na
escala fixa, a leitura pode ser feita tanto no sentido horário quanto no sentido anti-
horário.
A leitura dos minutos, por sua vez, é realizada a partir do zero nônio, seguindo a
mesma direção da leitura dos graus.
Conservação
• Evitar quedas e contato com ferramentas de oficina;
• Guardar o instrumento em local apropriado, sem expô-lo ao pó ou à umidade.
A régua e a mesa de seno são utilizadas nas oficinas em máquinas como retificadoras
e fresadoras para a usinagem de partes inclinadas que requerem alto grau de exatidão
e em laboratórios de metrologia na medição e controle dessas partes e também na
verificação de tolerâncias geométricas.
Com formato retangular, possui dois rebaixos: um numa extremidade e outro próximo à
extremidade oposta. Nesses rebaixos é que se encaixam os dois cilindros que servem
de apoio à régua.
Os furos existentes no corpo da régua reduzem seu peso e possibilitam a fixação das
peças que serão medidas.
A distância entre os centros dos cilindros da régua de seno varia de acordo com o
fabricante, que garante a exatidão da distância (L). A altura (H) é conseguida com a
utilização de blocos-padrão e é determinada pela relação trigonométrica.
Recordando trigonometria:
cateto oposto a α
sen α =
hipotenusa
Por exemplo: para inclinar a régua de seno 30° (α), sabendo que a distância entre os
cilindros é igual a 100mm (L), a altura (H) dos blocos-padrão será?
Então:
H
seno α = ⇒ H = seno α . L
L
H = 0,5 . 100
H = 50mm
Mesa de seno
A mesa de seno com contrapontas permite medição de peças cilíndricas com furos de
centro.
Técnica de utilização
Para medir o ângulo de uma peça com a mesa de seno, é necessário que a mesa
esteja sobre o desempeno e que tenha como referência de comparação o relógio
comparador.
Com a mesa de seno com contrapontas, podemos medir ângulos de peças cônicas.
Para isso, basta inclinar a mesa, até que a superfície superior da peça fique paralela à
base da mesa. Dessa forma, a inclinação da mesa será igual à da peça fixada entre as
contrapontas.
Observação
A inclinação é igual a metade da conicidade.
Conservação do goniômetro
Projetor de perfil
O projetor de perfil é um equipamento que utiliza um sistema de medição por meio óptico
sendo largamente empregado na medição de peças pequenas e de perfil complexo onde
dificilmente seria possível a utilização de instrumentos convencionais.
Característica e funcionamento
Através da combinação de lentes, luzes e espelhos ele permite projetar em sua tela de
vidro a imagem ampliada da peça, as quais podem ser medidas. Os projetores de perfil
mais comuns podem ser vertical ou horizontal e a escolha do equipamento ideal
depende de uma série de fatores que devem ser avaliadas caso a caso.
Esta tela possui gravadas duas linhas perpendiculares, que podem ser utilizadas como
referência nas medições.
O projetor possui uma mesa de coordenadas móvel com dois cabeçotes micrométricos, ou
duas escalas lineares, posicionados a 90º.
Ao colocar a peça que será medida sobre a mesa, obtemos na tela uma imagem
ampliada, pois a mesa possui uma placa de vidro em sua área central que permite que a
peça seja iluminada por baixo e por cima simultaneamente, projetando a imagem na tela
do projetor. O tamanho original da peça pode ser ampliado em 5, 10, 20, 50 ou 100
vezes por meio de objetivas intercambiáveis, o que permite a verificação de detalhes da
peça em vários tamanhos.
Jogo de objetivas
Em seguida, move-se a mesa até que uma das linhas de referência da tela tangencie o
detalhe da peça e zera-se o cabeçote micrométrico (ou a escala linear). Move-se
novamente a mesa até que a linha de referência da tela tangencie a outra lateral do
detalhe verificado. O cabeçote micrométrico (ou a escala linear) indicará a medida.
O projetor de perfil permite também a medição de ângulos, pois sua tela é rotativa e
graduada de 1º a 360º em toda a sua volta. A leitura angular se faz em um nônio que
permite resolução de 10’. (Nos projetores mais modernos a indicação é digital).
Outra maneira de verificação pode ser utilizando um desenho da peça feito em acetato
transparente e fixado na tela do projetor.
Sistemas de projeção
Para que a imagem não fique distorcida, o projetor possui diante da lâmpada um
dispositivo óptico chamado condensador. Esse dispositivo concentra o feixe de luz sob
a peça. Os raios de luz, não detidos por ela, atravessam a objetiva amplificadora.
Quando se trata de peças planas, devemos colocar a peça que será medida sobre uma
mesa de vidro. As peças cilíndricas com furo central, por sua vez, devem ser fixadas
entre pontas.
Medição de roscas
Podemos usar o projetor de perfil também para medir roscas. Para isso, basta fixar entre
pontas e inclinar a rosca que se quer medir.
Não devemos esquecer que uma das referências da tela deve ser alinhada com o perfil
da rosca. O ângulo que ela faz com a direção 0º é lido na escala da tela e no nônio.
Para determinar o passo, basta deslocar a rosca por meio de um micrômetro. Isso
deve ser feito de modo que a linha de referência coincida, primeiro, com o flanco de
um filete e, depois, com o flanco do outro filete, os quais aparecem na tela.
Exemplo
Leitura inicial: 5,000mm
Após o segundo alinhamento: 6,995mm
Passo = 6,995 - 5,000 = 1,995mm
Montagem e regulagem
Observação
No caso de projeção episcópica, devemos posicionar o feixe de luz sobre a peça; em
seguida, colocamos o filtro que protege a visão do operador; e, por fim, regulamos a
abertura do feixe de luz.
Conservação
• Limpar a mesa de vidro e a peça que será examinada com benzina ou álcool;
• Limpar as partes ópticas com álcool isopropílico somente quando necessário;
• Manter as objetivas cobertas e em lugar bem seco quando o aparelho não estiver
em uso;
• Lubrificar as peças móveis com óleo fino apropriado;
• Limpar as partes expostas, sem pintura, com benzina, e untá-las com vaselina
líquida misturada com vaselina pastosa.
Durômetro
A verificação da dureza pode ser feita de diversas formas como veremos adiante.
Atualmente, o método mais empregado é o da penetração. A penetração pode ser feita
por meio de uma esfera de aço, de um cone de diamante ou ainda por um penetrador
padronizado e o equipamento utilizado é o durômetro.
Resta observar que qualquer que seja o modelo, o durômetro deve estar munido de
penetrador(es) convenientemente alojado(s) e de um aplicador de pressão.
Aplicações
Ensaio de dureza
Uma das definições científicas diz que, dureza é o grau de resistência a deformação
permanente. É uma definição bem genérica. Outra que a dureza de um metal é a
resistência que ele oferece à penetração de um corpo duro. Para nossa área a
segunda opção é a que melhor define.
Escalas de dureza
Em função dos materiais, características e métodos dos ensaios, temos vários tipos de
escalas de dureza a saber:
• Brinell;
• Rockwell;
• Vickers;
• Shore;
• knoop;
• Mohs.
P
Tomemos agora , que é a relação da carga aplicada pelo quadrado do diâmetro da
D2
P
esfera. Segundo os estudos de Meyer, desde que a relação 2 , seja mantida
D
constante, obtêm-se os mesmos valores de dureza Brinell, através da fórmula:
P
HB =
Sc
π D . (D - D 2 − d 2 )
Como S c =
2
Segue-se que:
P 2P
HB = = kg/mm 2
S C π D (D - D 2 - d 2 )
Sendo que:
HB - número de dureza Brinell em kgf/mm2;
P - carga;
D - diâmetro da esfera;
d - diâmetro da impressão.
Na prática, a dureza Brinell não é calculada pela fórmula acima. O que comumente se
faz é o seguinte: uma vez conhecido o diâmetro da impressão deixada no material
testado, consultam-se tabelas que fornecem, diretamente, o valor da dureza Brinell.
Exemplo
Tabela de dureza Brinell D = 1mm
d HB
mm 30kgf 10kgf 5kgf 2,5kgf
0,200 945 315 158 78,8
0,202 926 309 154 77,2
0,204 908 303 151 75,7
0,206 890 297 148 74,2
0,208 873 291 146 72,8
0,210 856 286 143 71,3
0,212 840 280 140 70,0
0,214 824 275 137 68,7
0,216 809 270 135 67,5
0,218 794 265 132 66,2
0,220 780 260 130 65,0
Usando uma esfera de 1mm de diâmetro e uma carga de 30kgf, obtém-se um diâmetro
da impressão d=0,212mm o que dá uma dureza de 840HB.
P
A tabela a seguir dá o valor recomendado para cada tipo de material.
D2
Carga P (kgf)
Espessura Nível de carga P/D2
θ
de 30 10 5 2,5 1,25
esfera
material aço e ferro ligas Al Al puro metais para Pb, Sn
mm
mm fundido bronze latão zinco mancais metais
duro cobre moles
10 acima 6 3.000 1.000 500 250 125
5 3a6 750 250 125 625 31,27
2,5 1,5 a 3 187,5 62,5 31,25 15,62 7,81
1 0,5 a 1,5 30 10 5 2,5 1,250
Aplicados para valores de
90 a 415 30 a 140 15 a 70 até 30 até 30
dureza Brinell entre
A carga e a esfera escolhidas devem produzir uma impressão de diâmetro entre 0,3 e
0,6 vezes o diâmetro da esfera:
Exemplo
Determinar a carga que deve ser aplicada em um ensaio de dureza Brinell para:
a. aço com esfera de ∅ 10mm;
b. latão com esfera de ∅ 10mm;
c. latão com esfera de ∅ 5mm;
d. alumínio com esfera de ∅ 2,5mm.
P
Vamos usar as relações recomendadas para cada material.
D2
Assim temos:
P = 30 . D2 P = 10 . D2 P = 10 . D2 Q = 5 . D2
P = 30 . 102 P = 10 . 102 P = 10 . 52 Q = 5 . 2,52
P = 3.000kgf P = 1. 000kgf P = 250kgf Q = 31,25kgf
A dureza Brinell é fornecida por uma representação de cinco campos. Veja o esquema.
315HB5 / 250 / 10
↑ ↑ ↑ ↑
315HB - Dureza Brinell;
5 - Diâmetro da esfera;
250 - Carga 250kgf;
10 - Duração do ensaio.
Cuidados especiais
• A espessura da peça a ser medida deve ser no mínimo igual a duas vezes o
diâmetro da impressão obtida;
• A superfície a medir deve ter um raio de curvatura no mínimo de cinco vezes o
diâmetro da esfera utilizada;
• Cada impressão deve estar distante de uma impressão vizinha, no mínimo 2,5
vezes o seu diâmetro (distância de centro a centro);
• A carga de ensaio deve ser mantida sobre a peça a ser medida no mínimo durante
trinta segundos. Exceções: para materiais em que HB>300, esse tempo pode ser
reduzido a dez segundos. Para materiais moles em que HB<60, a carga deve ser
mantida durante sessenta segundos.
Tanto a aplicação da pressão como da martelada deve ser axial. lsto significa que tem
de ser perpendicular ao corpo de prova e passar pelo centro da esfera, que não deverá
mover-se durante o ensaio. O mesmo se recomenda em relação ao material ensaiado.
Dureza Rockwell
O ensaio Rockwell, que leva o nome do seu criador, é hoje o processo mais utilizado
no mundo inteiro, devido à rapidez e à facilidade de execução, isenção de erros
humanos, facilidade em detectar pequenas diferenças de durezas e pequeno tamanho
da impressão.
Todas essas razões justificam dedicar uma aula ao estudo deste método de ensaio. No
final, você ficará sabendo como é feito o ensaio Rockwell, qual o equipamento
empregado e como utilizar as diferentes escalas de dureza Rockwell.
Descrição do processo
Nos equipamentos com mostrador digital, uma vez fixada a escala a ser usada, o valor
é dado diretamente na escala determinada.
Curiosidade
A escala do mostrador é construída de tal modo que uma impressão profunda
corresponde a um valor baixo na escala e uma impressão rasa corresponde a um valor
alto na escala. Desse modo, um valor alto na escala indica que se trata de um material
de alta dureza.
Nos ensaios de dureza Rockwell normal utiliza-se uma pré-carga de 10 kgf e a carga
maior pode ser de 60, 100 ou 150 kgf.
Estas escalas não têm relação entre si. Por isso, não faz sentido comparar a dureza de
materiais submetidos a ensaio de dureza Rockwell utilizando escalas diferentes. Ou
seja, um material ensaiado numa escala só pode ser comparado a outro material
ensaiado na mesma escala.
E por falar em escalas, analise os quadros a seguir, que mostram as escalas mais
utilizadas nos processos industriais.
Para entender a informação contida na coluna Faixa de utilização, você precisa saber
como são representados os valores de dureza Rockwell. É o que explicaremos a
seguir.
• Uma vez que o ensaio deve ser feito na escala C, você já sabe que se trata de um
ensaio de dureza Rockwell normal;
• Ensaio é de dureza Rockwell normal, logo a máquina a ser utilizada é a padrão.
• Penetrador para esta escala é o cônico de diamante;
• Penetrador deve ter 120º de conicidade;
• A carga maior do ensaio é de 150kgf;
Profundidade de penetração
A profundidade que o penetrador vai atingir durante o ensaio é importante para definir a
espessura mínima do corpo de prova.
Dureza Vickers
Entretanto, o ensaio Rockwell também mostra limitações. Por exemplo, suas escalas
não têm continuidade. Por isso, materiais que apresentam dureza no limite de uma
escala e no início de outra não podem ser comparados entre si quanto à dureza.
Outra limitação importante é que o resultado de dureza no ensaio Rockwell não tem
relação com o valor de resistência à tração, como acontece no ensaio Brinell.
Isso não quer dizer que o ensaio Vickers resolva todos os problemas de avaliação de
dureza dos materiais. Mas, somado aos outros dois métodos já estudados, é um bom
caminho para atender às necessidades de processos industriais cada vez mais
exigentes e sofisticados.
Nesta aula você ficará sabendo como é realizado este ensaio e como se calcula a
dureza Vickers, além de constatar as vantagens e limitações deste método, em
comparação com os dois anteriores.
O valor de dureza Vickers (HV) é o quociente da carga aplicada (F) pela área de
impressão (A) deixada no corpo ensaiado. Essa relação, expressa em linguagem
matemática é a seguinte:
F
HV =
A
A máquina que faz o ensaio Vickers não fornece o valor da área de impressão da
pirâmide, mas permite obter, por meio de um microscópio acoplado, as medidas das
diagonais (d1 e d2) formadas pelos vértices opostos da base da pirâmide
d2
A=
⎛ 136° ⎞
2 sen ⎜ ⎟
⎝ 2 ⎠
Voltando à fórmula para cálculo da HV, e substituindo A pela fórmula acima, temos:
F F x 2 sen 68 o 1,8544F
HV = 2
⇒ HV = 2
⇒ HV =
d d d2
2 sen 68 o
d1 + d2
d= e deve ser expresso em milímetro (mm). Se a máquina der o resultado em
2
mícron (μ), esse valor deve ser convertido em milímetro.
Por exemplo, para encontrar o valor de dureza Vickers de um material que apresentou
0,24mm e 0,26mm de medida de diagonal da impressão, após aplicação de uma força
de 10kgf, basta utilizar as fórmulas apresentadas.
d1 + d 2 0,24 + 0,26
d= ⇒ d= ⇒ d = 0,25mm
2 2
Assim, ficamos sabendo que o valor de dureza Vickers (HV) para o material ensaiado é
296,7.
Outra forma de obter os valores de dureza Vickers é consultar tabelas montadas para
determinadas cargas, em função da diagonal média.
A representação 440 HV 30 indica que o valor da dureza Vickers é 440 e que a carga
aplicada foi de 30kgf.
O ensaio Vickers produz valores de impressão semelhantes aos da dureza Brinell. Isso
ocorre porque o ângulo de 136º da ponta de diamante produz uma impressão que
mantém a relação ideal de 0,375 entre o diâmetro da calota esférica (d) e o diâmetro
SENAI-SP – INTRANET 181
CT078-09
Metrologia
da esfera do penetrador Brinell (D), seja qual for a carga aplicada. É isso o que mostra
o desenho abaixo.
O uso de cargas diferentes é necessário para se obter uma impressão regular, sem
deformação e de tamanho compatível com o visor da máquina.
Defeitos de impressão
Uma impressão perfeita, no ensaio Vickers, deve apresentar os lados retos.
Quando ocorrem esses defeitos, embora as medidas das diagonais sejam iguais, as
áreas de impressão são diferentes.
É possível corrigir esses defeitos alterando-se o valor da carga do ensaio para mais ou
para menos, dependendo do material e do tipo de defeito apresentado.
O ensaio Vickers fornece uma escala contínua de dureza, medindo todas as gamas de
valores de dureza numa única escala.
Este ensaio aplica-se a materiais de qualquer espessura, e pode também ser usado
para medir durezas superficiais.
Por outro lado, devem-se tomar cuidados especiais para evitar erros de medida ou de
aplicação de carga, que alteram muito os valores reais de dureza.
A preparação do corpo de prova para microdureza deve ser feita, obrigatoriamente, por
metalografia, utilizando-se, de preferência, o polimento eletrolítico, para evitar o
encruamento superficial.
Quando se usam cargas menores do que 300gf, pode haver recuperação elástica,
dificultando a medida das diagonais.
É claro que muito mais poderia ser dito sobre os ensaios de dureza, mas vamos parar
por aqui, pois a base deste assunto foi apresentada.
É importante que você saiba que existem outros métodos de ensaio de dureza, que
servem a aplicações específicas. Caso queira ou precise saber mais a esse respeito,
procure obter catálogos, prospectos e manuais dos fabricantes de equipamentos de
ensaio, que, juntamente com a literatura técnica, constituem excelente fonte de
informações atualizadas.
Rugosidade
A produção das superfícies lisas exige, em geral, custo de fabricação mais elevado.
Os diferentes processos de fabricação de componentes mecânicos determinam
acabamentos diversos nas suas superfícies.
Erros macrogeométricos
São os erros de forma, verificáveis por meio de instrumentos convencionais de
medição, como micrômetros, relógios comparadores, projetores de perfil etc.
Erros microgeométricos
São os erros conhecidos como rugosidade.
Rugosidade
Conceitos básicos
Superfície geométrica
Superfície ideal prescrita no projeto, na qual não existem erros de forma e
acabamento. Por exemplo: superfícies plana, cilíndrica etc., que sejam, por definição,
perfeitas. Na realidade, isso não existe; trata-se apenas de uma referência.
Superfície real
Superfície que limita o corpo e o separa do meio que o envolve. É a superfície que
resulta do método empregado na sua produção. Por exemplo: torneamento, retífica,
ataque químico, etc. Superfície que podemos ver e tocar.
Superfície efetiva
Superfície avaliada pela técnica de medição, com forma aproximada da superfície real
de uma peça. É a superfície apresentada e analisada pelo aparelho de medição. É
importante esclarecer que existem diferentes sistemas e condições de medição que
apresentam diferentes superfícies efetivas.
Perfil geométrico
Interseção da superfície geométrica com um plano perpendicular. Por exemplo: uma
superfície plana perfeita, cortada por um plano perpendicular, originará um perfil
geométrico que será uma linha reta.
Perfil real
Intersecção da superfície real com um plano perpendicular. Neste caso, o plano
perpendicular (imaginário) cortará a superfície que resultou do método de usinagem e
originará uma linha irregular.
Perfil efetivo
Imagem aproximada do perfil real, obtido por um meio de avaliação ou medição. Por
exemplo: o perfil apresentado por um registro gráfico, sem qualquer filtragem e com as
limitações atuais da eletrônica.
Perfil de rugosidade
Obtido a partir do perfil efetivo, por um instrumento de avaliação, após filtragem. É o
perfil apresentado por um registro gráfico, depois de uma filtragem para eliminar a
ondulação à qual se sobrepõe geralmente a rugosidade.
Composição da superfície
A distância percorrida pelo apalpador deverá ser igual a 5 le mais a distância para
atingir a velocidade de medição lv e para a parada do apalpador lm.
Sistema M
No sistema da linha média, ou sistema M, todas as grandezas da medição da
rugosidade são definidas a partir do seguinte conceito de linha média:
Parâmetros de rugosidade
Vantagens do parâmetro Ra
• É o parâmetro de medição mais utilizado em todo o mundo;
• É aplicável à maioria dos processos de fabricação;
• Devido a sua grande utilização, quase todos os equipamentos apresentam esse
parâmetro (de forma analógica ou digital eletrônica);
• Os riscos superficiais inerentes ao processo não alteram muito seu valor.
Desvantagens do parâmetro Ra
• Valor de Ra em um comprimento de amostragem indica a média da rugosidade.
Por isso, se um pico ou vale não típico aparecer na superfície, o valor da média
não sofrerá grande alteração, ocultando o defeito;
• Valor de Ra não define a forma das irregularidades do perfil. Dessa forma,
poderemos ter um valor de Ra para superfícies originadas de processos diferentes
de usinagem;
• Nenhuma distinção é feita entre picos e vales;
• Para alguns processos de fabricação com freqüência muito alta de vales ou picos,
como é o caso dos sinterizados, o parâmetro não é adequado, já que a distorção
provocada pelo filtro eleva o erro a altos níveis.
Rugosidade Ra
Classe de rugosidade
(valor em μm)
N12 50
N11 25
N10 12,5
N9 6,3
N8 3,2
N7 1,6
N6 0,8
N5 0,4
N4 0,2
N3 0,1
N2 0,05
N1 0,025
Vantagens do parâmetro Ry
• Informa sobre a máxima deteriorização da superfície vertical da peça;
• É de fácil obtenção quando o equipamento de medição fornece o gráfico da
superfície;
• Tem grande aplicação na maioria dos países;
• Fornece informações complementares ao parâmetro Ra (que dilui o valor dos picos
e vales).
Desvantagens do parâmetro Ry
• Nem todos os equipamentos fornecem o parâmetro. E, para avaliá-lo por meio de
um gráfico, é preciso ter certeza de que o perfil registrado é um perfil de
rugosidade. Caso seja o perfil efetivo (sem filtragem), deve ser feita uma filtragem
gráfica;
• Pode dar uma imagem errada da superfície, pois avalia erros que muitas vezes não
representam a superfície como um todo. Por exemplo: um risco causado após a
usinagem e que não caracteriza o processo;
Observação
O parâmetro Ry substitui o parâmetro Rmáx.
Rugosidade Rt. Distância entre pico mais alto e vale mais profundo
O parâmetro Rt tem o mesmo emprego do Ry, mas com maior rigidez, pois considera o
comprimento de amostra igual ao comprimento de avaliação.
Vantagens do parâmetro Rt
• É mais rígido na avaliação que o Ry, pois considera todo o comprimento de
avaliação e não apenas o comprimento de amostragem (1 valor de cut off);
• É mais fácil para obter o gráfico de superfície do que com o parâmetro Ry ;
• Tem todas as vantagens indicadas para o Ry.
Desvantagem do parâmetro Rt
Em alguns casos, a rigidez de avaliação leva a resultados enganosos.
Vantagens do parâmetro Rz
• Informa a distribuição média da superfície vertical;
• É de fácil obtenção em equipamentos que fornecem gráficos;
• Em perfis periódicos, define muito bem a superfície;
• Riscos isolados serão considerados apenas parcialmente, de acordo com o número
de pontos isolados.
Desvantagens do parâmetro Rz
• Em algumas aplicações, não é aconselhável a consideração parcial dos pontos
isolados, pois um ponto isolado acentuado será considerado somente em 20%,
1
mediante a divisão de. ;
5
• Assim como o Ry, não possibilita nenhuma informação sobre a forma do perfil, bem
como da distância entre as ranhuras;
• Nem todos os equipamentos fornecem esse parâmetro.
Representação da rugosidade
Símbolo básico; só pode ser usado quando seu significado for complementado por
uma indicação.
Caracteriza uma superfície na qual a remoção de material não é permitida e indica que
a superfície deve permanecer no estado resultante de um processo de fabricação
anterior, mesmo se ela tiver sido obtida por usinagem.
Esses símbolos podem ser combinados entre si, ou utilizados em combinação com os
símbolos que tenham a indicação da característica principal da rugosidade Ra.
Os símbolos e inscrições devem estar orientados de maneira que possam ser lidos
tanto com o desenho na posição normal como pelo lado direito.
Muitas direções
Se for necessário definir uma direção das estrias que não esteja claramente definida
por um desses símbolos, ela deve estar descrita no desenho por uma nota adicional.
Rugosímetro
Aparelhos eletrônicos
Apalpador
Também chamado de “pick-up”, desliza sobre a superfície que será verificada, levando
os sinais da agulha apalpadora, de diamante, até o amplificador.
Apalpador
Unidade de acionamento
Desloca o apalpador sobre a superfície, numa velocidade constante e por uma
distância desejável, mantendo-o na mesma direção.
Amplificador
Contém a parte eletrônica principal, dotada de um indicador de leitura que recebe os
sinais da agulha, amplia-os, e os calcula em função do parâmetro escolhido.
Registrador
É um acessório do amplificador (em certos casos fica incorporado a ele) e fornece a
reprodução, em papel, do corte efetivo da superfície.
Para que esse processo ocorra de forma confiável, dentro dos padrões de normas já
citados, devemos tomar alguns cuidados que são necessários no momento da
medição. A tabela abaixo ilustra bem os passos que devem ser seguidos e alguns
pontos que devem ser observados.
Tolerância geométrica
Isso ocorre porque vários fatores interferem nos processos de fabricação: instrumentos
de medição fora de calibração, folgas e desalinhamento geométrico das máquinas-
ferramenta, deformações do material, falhas do operador, etc.
Mas, a prática tem demonstrado que certas variações nas características das peças,
dentro de certos limites, são aceitáveis porque não chegam a afetar sua
funcionalidade.
Peças produzidas dentro das tolerâncias especificadas podem não ser idênticas entre
si, mas funcionam perfeitamente quando montadas em conjunto. Porém, se estiverem
fora das tolerâncias especificadas, deverão ser retrabalhadas ou refugadas, o que
representa desperdício de tempo e de dinheiro.
Todo produto é concebido para atender a uma função, com o menor número possível
de erros. A aplicação das tolerâncias dimensionais e geométricas permitirá atender à
função desejada com menor índice de rejeição. É de suma importância atingir os
requisitos de funcionalidade e exatidão de forma e de posição dos elementos
produzidos, para assegurar a durabilidade, a confiabilidade e o bom desempenho do
produto.
A norma que orienta sobre a execução dos símbolos para tolerância geométrica, suas
proporções e dimensões é a ISO 7083:1983, que ainda não foi traduzida e adaptada
pela ABNT.
Embora esse método continue sendo utilizado até hoje, em alguns casos essa
avaliação qualitativa já não é suficiente para garantir os requisitos de exatidão e
funcionalidade das peças. As tolerâncias geométricas são especificadas
quantitativamente nos desenhos técnicos e devem ser verificadas, após a produção
da peça, segundo princípios de medição rigorosamente estabelecidos.
Na falta de uma norma brasileira que oriente sobre os princípios de verificação, e tendo
em vista a necessidade de produzir dentro de padrões internacionais de qualidade,
impostos pelo processo de globalização da economia, é recomendável tomar como
referência os procedimentos para verificação das características geométricas
propostos pelo Relatório Técnico ISO / TR 5460:1985, que apresenta as diretrizes
para princípios e métodos de verificação de tolerâncias geométricas.
Todo corpo é separado do meio que o envolve por uma superfície. Esta superfície, que
limita o corpo, é chamada de superfície real.
O perfil real é o que resulta da interseção de uma superfície real por um plano
perpendicular.
As diferenças entre o perfil efetivo e o perfil geométrico, que são os erros apresentados
pela superfície em exame, classificam-se em dois grupos:
• Erros microgeométricos: detectáveis por meio de instrumentos, como
rugosímetros e perfiloscópios, etc... Esses erros são também definidos como
rugosidade da superfície;
• Erros macrogeométricos: são também conhecidos como erros de forma e/ou de
posição. Podem ser detectados por instrumentos convencionais. Exemplos:
ondulações acentuadas, conicidade, ovalização, etc.
Retitude
Elementos
isolados
Planeza
Circularidade
Forma
Cilindricidade
associados
Elementos
isolados
Paralelismo
Orientação Perpendicularidade ⊥
Inclinação
Elementos associados
Posição
Concentricidade
Posição
Coaxialidade
Simetria
Circular
Batimento
Total
Cada uma dessas tolerâncias será explicada detalhadamente nos próximos capítulos.
Tolerâncias de forma
Retitude
Tolerância de retitude refere-se ao desvio aceitável da forma do elemento tolerado, na
peça pronta, em relação a uma linha reta, representada no desenho técnico.
Este tipo de tolerância só se aplica a elementos isolados, como linhas contidas nas
faces de peças, eixos de simetria, linhas de centro ou geratrizes de sólidos de
revolução.
Na figura a seguir, a seta que liga o quadro de tolerância ao elemento tolerado indica
que a tolerância é especificada somente em um plano.
Neste caso, o campo de tolerância é limitado por duas retas paralelas, separadas por
uma distância de 0,1mm.
Isso quer dizer que qualquer linha da face superior da peça, paralela ao plano de
projeção no qual é indicada a tolerância, deve estar contida entre duas retas paralelas
afastadas 0,1mm entre si.
A verificação qualitativa da retitude pode ser feita com uma régua com fio, porém este
método não permite verificar se o desvio está ou não dentro do campo de tolerância.
A tolerância pode ser especificada em dois planos perpendiculares entre si, como
mostra a figura a seguir.
Portanto, neste caso, a linha de centro da peça pronta deve estar contida dentro de um
paralelepípedo de 0,1mm de altura por 0,2mm de largura, ao longo de toda a extensão
da peça.
Planeza
Tolerância de planeza é o desvio aceitável na forma do elemento tolerado em relação à
forma plana ideal.
A indicação deste tipo de tolerância significa que a superfície efetiva tolerada deve
estar contida entre dois planos paralelos afastados de uma distância “t”, que definem o
campo de tolerância.
Isso significa que qualquer ponto da superfície efetiva da face superior da peça
acabada deve estar situado na região entre dois planos paralelos distantes 0,08mm um
do outro, como mostra a figura.
Em outras palavras, depois de acabada a peça, bastará verificar quanto à planeza uma
área de 50mm x 100mm, livremente escolhida na sua face superior. Se todos os
pontos da superfície verificada estiverem compreendidos dentro de uma região
delimitada por dois planos paralelos distantes 0,1mm entre si, a peça deverá ser
aprovada quanto a este requisito.
Neste caso, a região a ser verificada é limitada a uma área circular livremente
escolhida sobre a face tolerada.
Circularidade
Tolerância de circularidade corresponde ao desvio da forma geométrica circular, que
pode ser aceito sem comprometer a funcionalidade da peça. Esta característica é
tolerada principalmente em peças cônicas e cilíndricas.
Isso quer dizer que o contorno de cada seção transversal da peça acabada deve estar
compreendido entre dois círculos concêntricos e coplanares afastados 0,1mm.
Entretanto, nos casos em que os erros permissíveis de forma são muito pequenos, a
tolerância dimensional não é suficiente para garantir a funcionalidade. Nesses casos, é
imprescindível especificar tolerância de circularidade. É o caso típico dos cilindros dos
motores de combustão interna, nos quais a tolerância dimensional pode ser aberta
(H11), porém a tolerância de circularidade tem de ser estreita, para evitar vazamentos.
Cilindricidade
É o desvio aceitável da superfície cilíndrica efetiva em comparação com a superfície
cilíndrica ideal, representada no desenho.
Em alguns casos, a exatidão das formas irregulares de linhas com perfis compostos
por raios e concordâncias, pode ser imprescindível para a funcionalidade da peça.
Para garantir essa exatidão, é necessário especificar a tolerância de perfil de linha
qualquer.
Este tipo de tolerância pode aplicar-se, também, a elementos associados. Neste caso,
o desvio da linha tolerada deve ser verificado em relação à linha tomada como
elemento de referência.
Um dos princípios de verificação dos desvios de perfil de uma linha qualquer baseia-se
na comparação com um elemento que apresenta o perfil correto. Essa verificação é
feita de modo indireto e não fornece valores numéricos dos desvios.
A figura abaixo mostra o perfil de uma linha qualquer verificada por meio de um
gabarito de perfil biselado e com o fio lapidado.
O verificador deve ser colocado sobre o raio a ser verificado e alinhado na direção
especificada no desenho. O raio da peça deve ser comparado com o raio do
verificador. Não havendo passagem de luz, a peça está aprovada.
As superfícies das peças também podem apresentar perfis irregulares, compostos por
raios e concordâncias. Quando a exatidão da superfície irregular for um requisito
fundamental para a funcionalidade da peça, é necessário especificar a tolerância de
perfil de superfície qualquer.
Seu campo de tolerância é limitado por duas superfícies geradas por esferas de
diâmetro “t”, cujos centros situam-se sobre a superfície geométrica teórica do perfil
considerado.
Tolerâncias de orientação
Paralelismo
Uma linha é paralela a outra quando ambas são eqüidistantes em toda sua extensão.
Pode-se falar também em paralelismo de superfícies e paralelismo de linhas e
superfícies.
No exemplo abaixo, a indicação no desenho mostra que a tolerância deve ser aplicada
no plano horizontal.
Neste caso, o campo de tolerância é definido por duas retas horizontais, paralelas à
linha de centro do furo inferior tomada como referência, como mostra a figura a seguir:
O eixo do cilindro imaginário, que delimita o campo de tolerância, deve ser paralelo ao
elemento de referência, que no caso é a linha de centro do furo inferior.
No exemplo, o eixo do furo cilíndrico deve estar paralelo à superfície inferior da peça.
O desvio de paralelismo admitido é de 0,01mm. Isso significa que o eixo do furo deve
estar situado entre dois planos distantes 0,01mm entre si e paralelos à superfície da
peça tomada como referência.
Aqui o eixo do furo foi tomado como elemento de referência para verificação do
paralelismo da superfície superior da peça.
A superfície efetiva deve estar contida entre dois planos afastados 0,1mm e paralelos
ao eixo do furo da peça.
Segundo o desenho, a face superior externa da peça deve ser paralela à face inferior,
tomada como referência. O desvio máximo aceitável de paralelismo é de 0,01mm. Isso
quer dizer que a superfície da face superior deve estar contida entre dois planos
afastados 0,01mm, paralelos à face inferior da peça.
Se o valor da tolerância for limitado a uma extensão da peça, como aparece indicado
no desenho a seguir, a verificação do paralelismo deve restringir-se ao comprimento
indicado, em qualquer lugar da superfície.
Perpendicularidade
O elemento tolerado é o eixo do furo que na vista frontal aparece inclinado. O elemento
de referência, em relação ao qual será verificada a perpendicularidade é o eixo do furo
da peça. O valor da tolerância é de 0,06mm.
O campo de tolerância é limitado por duas retas paralelas, afastadas 0,06mm, neste
exemplo, e perpendiculares à linha de referência, constituída pelo eixo do furo
horizontal. A peça será aprovada se o eixo do furo inclinado estiver contido entre essas
duas paralelas.
O campo de tolerância correspondente fica limitado por duas retas paralelas, afastadas
0,1mm e perpendiculares à superfície de referência, uma vez que a tolerância está
especificada somente em uma direção. Isso quer dizer que, na peça pronta, o eixo do
cilindro deve estar contido entre essas duas retas paralelas que definem o campo de
tolerância na direção especificada.
Aqui a tolerância aparece indicada tanto na vista frontal como na vista lateral esquerda.
O dispositivo para verificação requer uma mesa rotativa, apoiada sobre a superfície
plana de um desempeno. A superfície de referência da peça deve ser apoiada sobre a
mesa rotativa, de tal modo que o eixo de simetria tolerado coincida em pelo menos
uma seção com o eixo de rotação da mesa. Normalmente, a seção mais próxima da
mesa rotativa é utilizada para estabelecer essa centralização.
É o que aparece indicado no desenho ao lado, onde a face lateral direita está sendo
tolerada quanto à perpendicularidade em relação à base da peça. O valor da tolerância
é de 0,08mm.
Inclinação
Quando o ângulo entre duas partes de uma peça for diferente de 90º e sua exatidão for
imprescindível por razões de funcionalidade, é necessário especificar no desenho a
tolerância de inclinação.
O eixo do furo oblíquo pode apresentar certo desvio de sua inclinação geométrica
ideal, desde que esteja contido dentro do campo de tolerância determinado por duas
retas paralelas afastadas 0,08mm e que formam o eixo longitudinal um ângulo de 60º.
Neste exemplo, o campo de tolerância compreende a região limitada por duas retas
paralelas, distantes 0,08mm uma da outra, que formam com a superfície de referência
um ângulo de 60º.
O campo de tolerância, dentro do qual deve estar contida a superfície inclinada efetiva
da peça, corresponde à região limitada por dois planos paralelos, distantes 0,08mm um
do outro, e que formam com a base da peça um ângulo de 40º.
Tolerâncias de posição
Posição de um ponto
Nos sistemas de cotagem por coordenadas, a localização de um ponto é dada pela
interseção do prolongamento de duas cotas. Esta interseção representa a posição
ideal do ponto, dificilmente conseguida na prática. Por isso, muitas vezes é necessário
especificar a tolerância de posição de um ponto.
A tolerância de posição de uma linha delimita o desvio aceitável da posição dos pontos
que compõem a linha efetiva em relação a sua posição ideal. Este tipo de indicação
limita, ao mesmo tempo, os desvios de forma da linha.
O campo de tolerância de cada linha é limitado por duas retas paralelas, afastadas
0,05mm entre si, dispostas simetricamente em torno da posição ideal das linhas
toleradas (0,025mm para cada lado da posição teórica).
No exemplo apresentado, cada linha tolerada quanto à posição deve ser verificada
independentemente das demais.
No desenho a seguir, os elementos tolerados quanto a posição são os eixos dos furos
da peça. A tolerância aparece especificada em duas direções perpendiculares entre si.
Na peça pronta, o eixo efetivo deve estar totalmente situado dentro da região limitada
pelas faces do paralelepípedo.
Finalmente, o campo de tolerância de posição de uma linha pode ter a forma cilíndrica,
se o símbolo indicativo de diâmetro aparecer antes do valor da tolerância, como no
desenho a seguir.
Concentricidade
Dois elementos são concêntricos quando seus centros ocupam a mesma posição no
plano. Para que se possa verificar essa condição, a posição de um dos elementos tem
de ser tomada como referência.
O centro do círculo tolerado deve estar contido dentro do círculo de 0,01mm, cujo
centro coincide com o centro do círculo de referência e que limita o campo de
tolerância.
Quando um eventual erro de forma puder ser desprezado, isto é, quando não
influenciar a funcionalidade da peça, um método de verificação consiste em medir a
menor distância entre a circunferência tolerada e a circunferência de referência (a),
bem como a distância entre as duas circunferências em posição diametralmente
oposta (b), como na figura a seguir:
Coaxialidade
Dois elementos são chamados coaxiais quando seus eixos ocupam a mesma posição
no espaço. Para verificar a coaxialidade é necessário escolher um dos elementos
como referência.
O desenho mostra uma peça composta por vários rebaixos cilíndricos. O eixo de
referência é o que aparece identificado pelas letras A e B. O eixo tolerado é o da parte
cilíndrica central, de diâmetro maior. O valor da tolerância é de 0,08mm.
O eixo tolerado deve situar-se dentro da região limitada pelo cilindro que define o
campo de tolerância, com 0,08mm de diâmetro. Deve-se assumir que o eixo deste
cilindro coincide com o eixo do elemento de referência.
Simetria
Pode-se tolerar quanto à simetria o plano médio da peça e eixos (ou linhas).
Isso significa que o plano médio efetivo do rasgo deve estar contido entre dois planos
paralelos, afastados 0,08mm um do outro, simetricamente dispostos em torno do plano
médio da peça. Esses dois planos paralelos eqüidistantes do plano médio da peça
0,04mm cada um, limitam o campo de tolerância de simetria.
Na peça acabada, o eixo efetivo do furo deverá estar contido dentro do campo de
tolerância, que neste caso compreende a região limitada por duas retas paralelas,
afastadas 0,08mm entre si e dispostas simetricamente em torno da localização ideal do
eixo.
Nesta peça, a simetria do eixo do furo deve ser observada tanto no sentido horizontal
como no sentido vertical. No plano vertical, o elemento de referência é o plano médio
da peça, identificado pelas letras A e B. No plano horizontal, o elemento de referência é
o plano médio do rasgo assimétrico, identificado pelas letras C e D.
Tolerância de batimento
A verificação desses erros só pode ser feita de modo indireto, a partir de outras
referências que estejam relacionadas ao eixo de simetria da peça inspecionada,
porque é praticamente impossível determinar o eixo de revolução verdadeiro.
Essa variação de referencial geralmente leva ao acúmulo de erros, envolvendo a
superfície medida, a superfície de referência e a linha de centro teórica.
Batimento circular
A tolerância de batimento é circular quando a verificação do desvio se dá em um
ponto determinado da peça. Neste caso, a tolerância é aplicada em uma posição
determinada, permitindo verificar o desvio apenas em uma seção circular da peça.
Em geral, este tipo de tolerância se aplica a rotações completas, mas pode também ser
limitado a setores de círculos, como mostra o desenho abaixo.
O batimento deverá ser verificado apenas em relação à superfície delimitada pela linha
traço e ponto larga, isto é, não será necessário imprimir uma rotação completa à peça
para avaliar o desvio de batimento circular.
Quando a peça não tem a forma circular completa, o batimento deverá ser verificado
somente na superfície à qual está ligado o quadro de tolerância.
Batimento axial
A tolerância de batimento circular axial refere-se ao deslocamento máximo admissível
do elemento tolerado ao longo do eixo de simetria quando a peça sofre uma rotação
completa.
Batimento total
O batimento total difere do batimento circular quanto aos procedimentos de verificação.
Ao passo que no batimento circular a verificação se dá em planos de medição
determinados, no batimento total a verificação deve ser feita ao longo de toda a
extensão da superfície tolerada. Ou seja, na verificação de batimento total, além do
movimento de rotação, ocorre também um deslocamento do dispositivo de medição ao
longo da superfície tolerada, segundo uma direção determinada.
Este tipo de batimento também pode ser verificado no sentido radial e no sentido
axial.
O campo de tolerância é limitado por dois cilindros coaxiais, separados por uma
distância “t” que corresponde ao valor da tolerância (0,1mm neste exemplo). O eixo
desses dois cilindros coincide com o eixo de referência teórico.
Batimento axial
Na tolerância de batimento total axial, a superfície é tolerada simultaneamente quanto
à retitude e quanto ao batimento circular axial em relação a um eixo de referência.
Neste exemplo, a superfície tolerada quanto ao batimento total é a face lateral direita
da peça. O valor da tolerância é de 0,1mm.
O campo de tolerância é formado por dois círculos paralelos, que devem estar
afastados 0,1mm um do outro e perpendiculares à linha de referência.
Este caso esgota os tipos de tolerâncias geométricas normalizadas pela ISO e ABNT. A
compreensão do significado de cada tolerância e a capacidade de interpretação da sua
representação no desenho técnico são condições essenciais para a realização de um
trabalho de qualidade na área de produção industrial.
Referências
LIRA, Francisco Adval. Metrologia na Indústria. 2 ed. São Paulo, Érica, 2001. 246p.