História Do Maranhão

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HISTÓRIA DO MARANHÃO

Origem do nome Maranhão

Não há só uma hipótese para a origem do nome do Estado do Maranhão. A


teoria mais aceita é que Maranhão era o nome dado ao Rio Amazonas pelos
nativos da região antes dos navegantes europeus chegarem ou que tenha
algum relação com o Rio Marañon no Peru. Mas há outros possíveis
significados como: grande mentira ou mexerico. Outra hipótese seria pelo fato
do Estado conter um emaranhado de rios. Também pode significa mar grande
ou mar que corre.

Início da colonização do território maranhense


Em 1534, D. João III divide a Colônia Portuguesa no Brasil em Capitanias Hereditárias,
sendo o Maranhão parte de 4 delas (Maranhão 1ª parte, Maranhão 2ª parte, Ceará e Rio
Grande), para melhor ocupar e proteger o território colonial.

Porém, a ocupação no Maranhão aconteceu a partir da invasão francesa à Ilha de Upaon-


Açu (Ilha de São Luís) em 1612, liderada por Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière,
que tentava fundar colônias no Brasil. Os franceses chegaram a fundar um núcleo de
povoamento chamado França Equinocial e um forte chamado de "Fort Saint Louis". Esse
foi o início da cidade de São Luís.

Entretanto, os portugueses expulsaram os franceses em 1615 na batalha de


Guaxenduba, sob o comando de Jerônimo de Albuquerque Maranhão, e
passam a ter controle das terras maranhenses. Nesse episódio, foi importante
a participação dos povos índigenas que somaram forças a ambos os lados e
estendendo o tamanho da batalha.

Invasão holandesa

Depois de terem invadido a maior parte do território do Nordeste da Colônia


portuguesa na América, os holandeses dominaram as terras da Capitania do
Maranhão em 1641. Eles desembarcaram em São Luís e tinham como
objetivo a expansão da indústria açucareira com novas áreas de produção de
cana-de-açúcar.
Depois, expandiram-se para o interior da Capitania. Os colonos, insatisfeitos
com a presença holandesa, começaram movimentos para a expulsão dos
holandeses do Maranhão em 1642, sendo o primeiro movimento contra a
dominação holandesa. As lutas só acabaram em 1644 e nelas se destaca
Antônio Texeira de Melo como um dos líderes do movimento.
Revolta de Beckma

Em 1682, a Coroa Portuguesa decidiu criar a Companhia de Comércio do


Maranhão. Tal Companhia tinha o dever de enviar ao Estado do Maranhão
um navio por mês carregado de escravos e alimentos como azeite e vinho.
Assim, Portugal pretendia aumentar o comércio da região.

Mas a estratégia não dera certo. A Companhia abusava nos preços e, por
vezes, atrasava os navios. Isso somado às péssimas condições de vida na
época, fizeram com que entre os colonos se criasse um clima de hostilidade
contra a Metropóle.

Liderada por Manuel Beckman (Bequimão) em 1684, começa uma revolta


nativista conhecida como a Revolta de Beckman. Os revoltosos queriam o fim
da Companhia de Comércio do Maranhão e a expulsão dos jesuítas, pois a
Companhia de Jesus era contra a escravidão indígena (principal fonte de
mão-de-obra na época).

Os revoltosos chegaram a aprisionar o Capitão-mor de São Luís e outras


autoridades, e expulsaram os jesuítas, mas foram derrotados pelas forças da
Coroa. Manuel Beckman foi condenado à morte e enforcado em praça
pública, apesar de seu irmão, Tomás Beckman ter ido à Portugal para falar
diretamente ao rei o motivo da revolta.

O movimento conseguiu fazer com que a Companhia fosse extinta mas não
foram atendidos sobre a expulsão dos jesuítas.

Marquês de Pombal e o Maranhão

Adotando ao modelo de déspota esclarecido, D. José I nomeou a Primeiro-


Ministro, em Portugal, o Marquês de Pombal que teve importante papel na
História do Maranhão.

Pombal fundou o Estado do Grão-Pará e Maranhão com capital em Belém e


subdivido em quatro capitanias (Maranhão, Piauí, São José do Rio Negro e
Grão-Pará). Além disso, expulsou os jesuítas e criou a Companhia Geral de
Comércio do Grão-Pará e Maranhão cuja atuação desenvolveu a economia
maranhense.

Na fase pombalina, a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão


incentivou as migrações de portugueses, principalmente açorianos, e
aumentou o tráfico de escravos e produtos para a região. Tal fato fez com que
o cultivo de arroz e algodão ganhasse força e logo colocou o Maranhão dentro
do sistema agroexportador.
Essa prosperidade econômica se refletiu no perfil urbano de São Luís, pois
nessa época foi construída a maior parte dos casarões que compõem o
Centro Histórico de São Luís que hoje é Patrimônio Mundial da Humanidade.
A região enriqueceu e ficou fortemente ligada à Metrópole, quase inexistindo
relação comercial com o sul do país.

Mas os projetos do Marquês de Pombal foram abalados quando subiu ao


trono D. Maria I que extinguiu a Companhia de comércio e muitas outras
ações do Marquês na Colônia.

Adesão do Maranhão à independência do Brasil

No Maranhão, as elites agrícolas e pecuaristas eram muito ligadas à Metrópole e a exemplo


de outras províncias se recusaram a aderir à Independência do Brasil. À época, o
Maranhão era uma das mais ricas regiões do Brasil.

O intenso tráfego marítimo com a Metrópole, justificado pela maior proximidade com a
Europa, tornava mais fácil o acesso e as trocas comerciais com Lisboa do que com o sul
do país. Os filhos dos comerciantes ricos estudavam em Portugal.

A região era conservadora e avessa aos comandos vindos do Rio de Janeiro.


Foi da Junta Governativa da Capital, São Luís, que partiu a iniciativa da
repressão ao movimento da Independência no Piauí.

A Junta controlava ainda a região produtora do vale do rio Itapecuru, onde o


principal centro era a vila de Caxias. Esta foi a localidade escolhida pelo Major
Fidié para se fortificar após a derrota definitiva na Batalha do Jenipapo, no
Piauí, imposta pelas tropas brasileiras, compostas por contingentes oriundos
do Piauí e do Ceará.

Fidié teve que capitular, sendo preso em Caxias e depois mandado para
Portugal, onde foi recebido como herói. São Luís, a bela capital e tradicional
reduto português, foi finalmente bloqueada por mar e ameaçada de
bombardeio pela esquadra do Lord Cochrane, sendo obrigada a aderir à
Independência em 28 de julho de 1823.

Os anos imperiais que seguiram foram vingativos com o Maranhão; o


abandono e descaso com a rica região levaram a um empobrecimento
secular, ainda hoje não rompido.

A Balaiada

Foi o mais importante movimento popular do Maranhão e ocorreu entre


Período Regencial e o primeiro ano do império de D. Pedro II. Os revoltosos
exigiam melhores condições sociais e foram influênciados pelas lutas
partidarias da aristocracia rural.

Como líderes tiveram: Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (O Balaio),


Raimundo Gomes e Cosme dos Santos. Eles ainda conseguiram tomar a
cidade de Caxias e estender o movimento até o Piauí, porém, as tropas do
imperador lideradas por Luís Alves de Lima e Silva (que recebeu o título de
Duque de Caxias) reprimiram o movimento. Os envolvidos foram anistiados e
Manuel dos Anjos Ferreira e Negro Cosme foram mortos.

O estado do Maranhão recebeu duas importantes correntes migratórias ao


longo do século XX. Nos primeiros anos chegaram sírio-libaneses, que se
dedicaram inicialmente ao comércio modesto, passando em seguida a
empreendimentos maiores e a dar origem a profissionais liberais e políticos.

Entre as décadas de 40 e 60 chegou grande número de migrantes originários


do estado do Ceará, em busca de melhores condições de vida na agricultura.
Dedicaram-se principalmente à lavoura de arroz, o que fez crescer
consideravelmente a produção do estado.

São Luiz - A capital do estado do Maranhão foi fundada em 1612, na ilha de


São Luiz, às margens da baía de São Marcos, do oceano Atlântico e do
estreito dos Mosquitos. Povoada originariamente pelos franceses no século
XVII, atualmente sua população compõe-se de aproximadamente 53% de
mulheres e 47 % de homens. A economia local baseia-se primordialmente na
indústria de transformação de minérios e no comércio.

As principais atrações turísticas da cidade encontram-se na chamada Praia


Grande, onde antigos casarões cobertos de azulejos evidenciam a influência
portuguesa na arquitetura local. O bairro, restaurado quase por inteiro pelo
Projeto Reviver, é ponto cultural de destaque na cidade.

Dispõe de teatro, cinema, bares, lanchonetes, restaurantes e serviços para


turistas. O Reviver recuperou cerca de 107 mil m2, mais de 200 prédios,
substituiu toda a rede elétrica e proibiu o tráfego de veículos.

A obra, estimada em US$ 100 milhões, devolveu à Praia Grande o antigo


cenário de centro comercial e cultural da cidade do século XIX, quando São
Luiz era chamada de Atenas brasileira.

Entre os principais locais procurados por turistas encontram-se o Largo do


Palácio; o Cais da Sagração, onde costumavam ancorar os navios antigos,
que levavam carregamento de açúcar; o Palácio dos Leões, local onde até
1615 funcionou o forte que protegia a capital da França Equinocial e até 1993
era a sede do governo estadual; a Catedral da Sé, construída pelos Jesuítas
em 1726; a igreja do Carmo, construída em 1627, uma das mais antigas da
cidade; o Museu de Artes Visuais, com trabalhos de artistas maranhenses e
azulejos europeus dos séculos XIX e XX; o Museu de Arte Popular, que
funciona também como centro de cultura popular; o Teatro Arthur Azevedo,
construído entre 1815 e 1817, o primeiro a ser construído em uma capital de
estado brasileiro; e a Fonte do Ribeirão (1796), que possui três portões de
ferro dando acesso a passagens subterrâneas que servem para escoamento
de águas pluviais; a Feira da Praia Grande, que funciona em um prédio do
século XIX, exibindo em um de seus portões as armas do Império em relevo.

Trata-se do único exemplar em São Luís, que escapou da depredação depois


de instituído o regime republicano. Hoje, são comercializados víveres, frutas
regionais, artesanato, mariscos e peixes no local.

Existem várias praias cobertas de dunas de areia nas redondezas de São


Luiz. Algumas delas apresentam certo perigo a banhistas, devido às ondas
que quebram a 7 m de altura. Entre as mais populares encontram-se a praia
do Calhau; a de Ponta da Areia, onde se encontram as ruínas do Forte Santo
Antonio (1691); de São Marcos, com as ruínas do Forte de São Marcos, do
século XVIII; e a praia de Araçaji, uma das mais bonitas dessa faixa litorânea.
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, localizado em Primeira Cruz,
ainda não possui infra-estrutura para visitantes.

Indígenas - A população indígena do estado do Maranhão soma 12.238


habitantes, distribuídos entre 16 grupos que vivem numa área total de
1.908.89 hectares. Desse total, aproximadamente 86% (1.644.089 hectares),
que representam 14 áreas, já se encontram demarcadas pela Fundação
Nacional do Índio (FUNAI), órgão do Governo Federal(9). Cerca de 14%, que
correspondem a 264.000 hectares e incluem apenas duas áreas (Awá e
Krikati) ainda estão em processo de demarcação, embora sejam ocupadas
pelos índios.

O grupo mais numeroso é o dos Araribóia, com população de 3.292


habitantes, que ocupa área de 413.288 hectares, já demarcada pela FUNAI,
no município de Amarante. O Cana Brava Guajajara é o segundo grupo em
tamanho da população, com 3.143 índios que ocupam 137.329 hectares nos
municípios de Barra do Corda e Grajaú.

Por Ilmar R. de Mattos e Daniella Calábria

João Francisco Lisboa analisa em seu livro "Apontamentos para a História do


Maranhão", de l852, os acontecimentos gerados pelo descontentamento
criado pela introdução do estanco - comércio de produtos monopolizados pelo
Estado - que tiveram sua culminância na Revolução do Maranhão de l684,
episódio conhecido como a "Revolução de Beckman".

O objetivo deste trabalho é analisar algumas das significações que Lisboa


emprestou a "povo", "moradores", "cidadãos", "plebe" e "turba": a relação
entre "povo" e "herói" e seus conceitos de "ordem" e "desordem".

Povo é o elemento passivo, apesar de agente da desordem, porque é nele


que agem as forças coletivas, não pode controlar as ações, ao contrário, é
levado por elas, tornando-se, então, a força incontrolável que irrompe em
excessos e conduz à desordem.

O sujeito da ação dos eventos narrados é Manuel Beckman, personagem que


agrega os valores capazes de lhe conferir a condição de um herói. Mesmo
assim, com o desenrolar dos acontecimentos, ele também passará a ser
afetado pelas forras coletivas.

Mas vejamos como Lisboa se vale do uso do termo "povo", contraposto ao de


"moradores", até o momento em que os acontecimentos revolucionários
explodem na cidade.

Os "moradores" são a elite da cidade enquanto a ordem é mantida e estão


claramente separados do "povo. Contudo, a partir do momento em que a
opressão a que esses proprietários estão sendo submetidos a partir da
introdução do estanco se explicita, esta elite transforma-se, na narrativa de
Lisboa, em "Povo".

É explícita a identificação do "povo" com uma situação de opressão. Este é o


momento em que se alternam as designação de "moradores" e "Povo".
Entretanto, este "Povo", constituído pela elite, jamais será igual ao "povo",
formado pela plebe.

Existe, porém, um termo intermediário nesta transição de "moradores" para


"Povo" "cidadão", que surge para designar os moradores uma vez que
assumam parte ativa em uma situação política; termo que só permanece
enquanto não surgem nenhum tipo de ação identificada com uma subversão
da ordem. Isso significa dizer que permanecem cidadãos enquanto se
mantêm no âmbito da reflexão , passando a tornar-se"Povo" se partem para a
ação propriamente dita.

Esta idéia nos permite uma aproximação com as observações de Michelet no


livro "O Povo", de l846. Interessante porque, ambos se consideram liberais e
poucos anos separam as duas obras. Podemos usar, portanto, algumas
chaves presentes em Michelet para interpretar Lisboa.
Em ambos os escritores está presente a idéia de que o povo é arrastado por
grandes forças coletivas; bem como, a distinção que fazem entre "homens de
reflexão", binômio de onde emergirá afigura do herói, ou para usar a
denominação de Michelet, do gênio individual.

Apesar do povo ser "arrastado pelas grandes forças coletivas", o que Michelet
considera mais interessante no povo é a sua capacidade de ação, por esta
razão, segundo ele, o maior erro que as pessoas do povo podem cometer é
abandonar os "seus instintos" e lançar-se em busca das "abstrações e
generalidades", que, inversamente, caracterizam os homens das altas
sociedades, que os fazem ser, "homens de reflexão".

O intuito de Michelet era resgatar a imagem do povo, porém, na verdade,


esse objetivo ia além: ele estava descrevendo uma fórmula para salvação do
povo, função esta, que caberia ao gênio individual, o herói:

"O povo, em sua concepção mais elevada, dificilmente se encontra no povo.


Quer eu o observe aqui ou ali, não se trata dele, mas de uma classe, uma
forma parcial do povo, alterada e efêmera. Em sua verdade, em seu poder
maior, ele só existe no homem de gênio; neste é que mora a grande alma...
Essa voz é a voz do povo; mudo pôr si, ele fala pela boca deste homem..., e
nele, finalmente, todos são glorificados e salvos".

O limite a que chegou Michelet ao abordar o tema "povo" é revelado pela


inversão que faz: ao invés de colocar o homem de gênio no povo, coloca o
povo dentro do homem gênio.

No caso de Lisboa, o herói, em nenhuma de suas componentes, saí do seio


do povo,partilha de elementos comuns com o povo ou o carrega em sua alma,
como em Michelet; ao contrário, o herói é uma personagem que atravessa a
fronteira entre a elite e o povo e ', é por causa dos valores que, por um lado, o
destacam singularmente; e por outro, carregar consigo deberço , que o
habilitam a desempenhar este papel.

O heroísmo que Beckman representa não está em momento algum a serviço


do povo para resgatá-lo de sua posição. Seu heroísmo existe para reagir à
injustiça e à opressão que, aliás, são sofridos mais diretamente pelos
proprietários submetidos à tiraniado estanco e à proibição do livre comércio. A
designação de Povo que Lisboa emprega serve para nomeara elite que está
submetida à opressão . O povo identificado com a maior gama da população
é indicado mais propriamente pelas designações de turba, multidão ou plebe.

A política da Corte, "para não contrariar a prática seguida no Estado em


ocasiões semelhantes" era fazer as coisas de modo a que, pelo menos, em
aparência se dessem pela aceitação voluntária da parte do povo.

O que importava era que não se subvertesse a rotina naquele lugar. A


novidade maléfica é a revolução que se anuncia através de uma série de
pequenos incidentes que acabam por degenera-se até causar a deflagração
da desordem no sistema. É exatamente isto que diz Francisco Lisboa "... em
regra as crises natureza nunca deixam de trazer consigo todos os elementos
indispensáveis a seu completo desenvolvimento". Esta mentalidade é a marca
da permanência e da continuidade mantidas pela Corte como garantia da
manutenção de seu poder.

As calamidades naturais entram no rol das causas gerais que se acumulam


para agir de uma só vez, culminando no processo incontrolável que escapa ao
controle humano e leva à revolução. O "povo" é o elemento impulsionado
pelas "causas gerais", não possui ação própria, ele é mostrado como uma
massa passiva pronta a ser conduzida.

É um acidente o estopim que detona a crise - o elemento próprio da situação


de desordem, contido naturalmente no processo de degeneração. Este
acidente é a aparição da voz que levará atrás de si a multidão: a figura do
revolucionário. A multidão sozinha, como já acentuado, jamais poderia levar
este processo adiante.

Para desempenhar este papel, Beckman sofre um rito de passagem através


de um rebaixamento à condição do homem comum, o que se dá quando ele
"ata o seu destino ao destino do povo" atravessando a distância que separa a
elite privilegiada do homem do povo, passando a participar"da miséria e
opressão comuns" sendo, portanto, "dominado e arrastado pelas mesmas
idéias e paixões, que eram de todos". Isso faz com que Beckman não possa
ter mais total controle da situação.

Entretanto, esta situação não é absoluta já que Beckman nunca completa esta
transição. Ele fica em uma situação intermediária entre o mundo da elite e o
mundo do povo, entre o seu status nobre de "homem de reflexão" e o
rebaixamento a "homem de ação". É esta localização especial que o habilita a
conduzir as multidões e, sob este aspecto, ele representa o protótipo do
herói.

A voz de Beckman, o líder, ao conduzir as novas ordens se confunde com a


ação da multidão. Sua voz torna-se a própria ação. Mas é também , ao
mesmo tempo, pela posição intermediária que ocupa, o elemento de
moderação capaz de controlar a selvageria do povo, que a esta altura, já
aparece representado totalmente por uma multidão que não possui mais faces
identificáveis, é somente "povo", e o "povo" entregue a seu estado completo,
torna-se "plebe", e junto com ela, estará sempre presente a perspectiva de
violência, permanecendo, entretanto, a separação entre os líderes e o "povo",
antepostos como nobres diante da plebe furiosa.

Segundo o relato, fica claro que Beckman não teria tido o intento de instalar
uma nova ordem, mas, pelo contrário, restaurar a antiga. A manutenção da
ordem mínima, surge como um ponto de honra a ser preservado pelos
"melhores cidadãos", coisa muito diferente do que poderia fazer a "plebe".

Com o passar do tempo, começa a aparecer toda a inconstância do "povo",


característica da falta das virtudes identificadas com a firmeza de propósitos e
com a tenacidade próprias somente do herói. Gradualmente, a ordem começa
a ser restabelecida, e com a normalidade, a rotina.

É o retorno do mundo da permanência suplantado o instante fugaz da


novidade revolucionária. Está demonstrada a instabilidade do povo, que
parece saudar o fim da revolução com o mesmo entusiasmo com que
abraçara a sua causa. A moral da história parece querer dizer que o "povo",
enfim, ama a normalidade:

O início dos infortúnios de Beckman dera-se com o rompimento com o acordo


tácito que mantinha as aparências "da aceitação voluntária do povo".

A revolução de Lisboa não é alteração radical das bases em que se apoiam a


sociedade brasileira, a glória que destaca da revolta do Maranhão não é o fato
de haver sido uma revolução, mas o heroísmo de Beckman.

Sobre revoluções, Lisboa não as apoia, sua atração pelo tema restringe-se às
discussões entre homens ilustrados, entre os "homens de reflexão", lugar
onde ele mesmo se situa, e de onde pode encontrar a legitimidade e a justiça
de uma revolução, que seria um movimento, como já se disse, voltado,
unicamente, contra as injustiças e a falta de liberdade política e econômica
para aqueles que identifica como cidadãos. Vai nesse sentido o liberalismo de
Lisboa.

Poderia parecer absurdo, que Lisboa acabe reverenciando a revolução pela


sua moderação, "respeito à vida", à "fazenda" e aos direitos dos adversários".
O respeito à "fazenda", serve para diferenciar estas de outras revoltas menos
nobres descritas como "simples fatos materiais", enquanto que, por outro
lado, uma revolução feita de idéias poderia, facilmente, permanecer restrita
aos salões da República das Letras, em perfeito isolamento dos ditames da
tão temida necessidade.

É ao intelecto que deve estar ligada a revolução e não à necessidade. Esta é


a divisão entre "homens e reflexão" e "homens de ação", de que nos fala
Michelet, e que parece fornecer os limites do mundo de Francisco Lisboa.

Bibliografia

Lisboa, J. Francisco. Crônica do Brasil colonial: apontamentos para a história


do Maranhão, Petrópolis: Vozes, l976.
Michelet, Jules. O Povo, SP: Martins Fontes, l988.

FUNDAÇÃO DA CIDADE DE SÃO LUÍS

Francesa ou portuguesa? Artigo polêmico do saudoso historiador José


Moreira, publicado no início dos anos 80, defende a tese de que foram os
portugueses e não os franceses que verdadeiramente fundaram a cidade de
São Luís.

Derrotados os franceses em Guaxenduba, de uma maneira fragorosa, ao


primeiro confronto com os portugueses e neo-brasileiros, tratou a toda pressa
Daniel Ravardiere, de conseguir com o pernambucano Jerônimo de
Albuquerque, filho de um nobre português do mesmo nome, cunhado do
donatário da Capitania de Pernambuco, com a índia Maria do Espírito Santo e
nascida em Olinda, um armistício, durante o qual esperava tirar a forra,
através de reforços que esperava de Cancale e Diepe, no canal da Mancha,
em França.

Acertaram as partes contratantes que seriam enviados embaixadores aos


governos de seus países, para resolverem, se continuariam a luta, já que
Ravardiere, insistia em dizer que ocupara o Maranhão por ordem de sua
rainha a regente Maria de Médicis.

Foi uma farsa dos franceses, pois na verdade eles não tinham credencial
nenhuma e tanto é verdade , que Maria de Médicis, que reinava em nome de
seu filho, ainda menor, Luís XIII, estava ela há muito tempo negociando o
casamento dele com a princesa Ana d’Austria, filha de Felipe III, que era
portador das coroas Espanha e Portugal.

Nutria esse desejo de muito tempo e por isso, não iria autorizar um
aventureiro e conhecido pirata Daniel Ravardiere, inimigo da sua religião, a
invadir terras que eram da coroa portuguesa, desde a assinatura do Tratado
de Tordesilhas, homologado pelo Papa Alexandre VI, há 118 anos, isto é,
antes da descoberta do Brasil. O Maranhão já tinha tido, até então, vários
donatários.
Na ilha do Maranhão, já tinha existido a povoação de Nazaré, fundada pelos
náufragos remanescentes do afundamento dos navios da expedição
colonizadora de Aires da Cunha e isto mesmo foi dito por Jerônimo de
Albuquerque e Rararvardiere, como sólido e incontestável argumento de que
o Maranhão já pertencia a Portugal, cujos habitantes dessa povoação por falta
de meios, uns regressaram a Pátria e outros amasiaram-se com índias, daí
surgido uma tribo de índios ferozes, brancos, barbados que foram desimados
a ferro e a fogo em Peritoró, muitos anos depois pelos portugueses.

Diogo de Campos, embaixador do lado português, ao chegar a Lisboa, levou


uma reprimida do vice-rei, que era o arcebispo dali, obrigando-o a regressar
imediatamente a Pernambuco, dizendo-lhe que os franceses que ocupavam
nossa ilha eram piratas e hereges (protestantes), portanto o tratado de
armistício não tinha nenhum valor jurídico.

Chegando a Olinda, capital então de Pernambuco, Diogo de Campos foi


incorporado como almirante a uma poderosa esquadra, sob o comando de
Alexandre de Moura, que imediatamente partiu para o Maranhão, onde
chegou expedindo ordens a Jerônimo de Albuquerque que estava aquartelado
no forte de Itapari, na baía de São José, que partisse imediatamente a sitiar o
Forte de São Luís, pois iria atacá-lo e tomá-lo por mar, Jerônimo de
Albuquerque partiu logo e no dia 31 de outubro de 1615, acampou com suas
tropas junto a Fonte das Pedras, local onde hoje se encontra o prédio da
antiga Fábrica Santa Amélia.

A Fonte das Pedras constava de alguns olhos d’água que escorria para o mar
que banhava as barracas, na época, onde se encontravam. Alexandre de
Moura fundeou sua esquadra na foz do rio Maioba, hoje Anil, em frente ao
Forte de São Luís, desembarcando imediatamente tropas especializadas
numa ponta da ilha de São Francisco, carregando estacas de faxina, dirigidas
pelo engenheiro-mor do Brasil, capitão Francisco Frias de Mesquita, que para
isso, havia se oferecido, ganhando apenas o soldo de soldado raso.

Ravardiere, covardemente, não esboçou um só gesto de reação intimado a


render-se pelo general português, o fez prontamente comparecendo a
presença deste. Já conhecia o peso do braço português, mal armado e não
iria submeter-se a nova derrota certa, mas sem dúvida, honrosa, perante
forças bem nutridas e não como as de Albuquerque que se alimentavam só
de farinha de mandioca e caça, mal municiadas.

Ravardiere de início, solicitou pagamento de artilharia do forte além de


transporte para seus piratas para a Mancha, de cujas cidades eram oriundos
o que foi aceito inicialmente, porém, no dia seguinte, 2 de novembro,
Alexandre Moura, percebendo a fraqueza e covardia de seu adversário,
acrescentou ao termo da rendição mais as seguintes palavras:
“ Que hade entregar o Sr. Ravardiere a fortaleza em nome de sua majestade
com toda a artilharia, munições, e petrechos de guerra, que nela habitam sem
por isso sua Majestade ficar obrigado a lhe pagar nada de sua real fazenda; e
não deferindo a isto, torno a quebrar a minha palavra, ficando ele na
fortificação e eu a fazer o que for servido; e isto, hoje, quarta-feira”.

“ Estoy por el acima declarado por el senor general Alexandro de Moura” e


assinou por baixo “Ravardiere”; e por este modo expedito libertou-se o
general português das condições estipuladas por Jerônimo de Albuquerque
de pagar aos franceses toda a sua artilharia e munições”.

Tudo lhe foi imediatamente entregue, os fortes, como os navios da armada,


bem como destes, se cedessem três aos inimigos, conforme um dos artigos
da capitulação, nos quais voltaram para a França mais de 400, deixando,
apenas ficar alguns poucos que se haviam casado com índias da terra,
conforme diz João Lisboa. Isso se fez em atenção de serem, os que ficavam,
católicos e que podiam ser úteis aos portugueses, porém os holandeses por
ocasião em que ocuparam o Maranhão, mataram todos sob a desconfiança
de que estariam ajudando os portugueses, durante a luta pela recuperação de
nossa terra.

Expulsos os franceses do Maranhão, tratou Jerônimo de Albuquerque de


fundar a cidade de São Luís, por recomendação da corte de Madrid, sendo
enviado Francisco Caldeira Castelo Branco, para fundar a cidade de Belém do
Pará.

Os franceses durante os três anos e quatro meses que aqui passaram, não
trataram de erigir nenhuma cidade, como muita gente supõe. Construíram
apenas o Forte que era de madeira e que sete anos após os portugueses
erigiram outro de pedra e cal, já com o nome de São Felipe.

O engenheiro-mor do Brasil, Francisco Frias de Mesquita, o primeiro que o


Maranhão teve, fez o traçado da cidade engenhosamente, aproveitando bem
a sinuosidade do terreno. A primeira olaria, como diz Mário Meireles, foi
levantada por Albuquerque, porque as poucas casas esparsas, inclusive o
forte, eram cobertas com palha de pindoba.

Além do forte com um grande barracão, também coberto de palha, para


abrigar a guarnição, existia o convento de São Francisco, dos frades dessa
ordem, que vieram com Francisco de Rassilly, católico e sócio na pirataria
com Ravardiere, este não era nobre como se propala, desconhece-se o grau
de sua nobreza, não era barão, visconde, conde, marquês ou duque.

Em papelórios a guisa de ata, cujo original ninguém viu, ele figura como
“cavaleiro”. Já um de seus sócios de Diepe, é nesse papelório chamado
Barão de Molle. Sócio. Sim, porque a expedição foi financiada por esse barão,
Francisco de Rassilly, este católico, e os outros protestantes, e nunca pelo
Rei, acuados nas margens francesas do Canal da Mancha. Aqui, em São Luís
viviam os frades trazidos por Rassilly em desavença com os hereges de
Ravardiere e já estavam tramando a deposição deste na chefia.

Os franceses viviam distribuídos na ilha, em grupos de 10 pelas 27 aldeias


existentes no Maranhão, por falta de habitações em conjunto que formasse.
Ao menos, uma povoação em torno do forte, conforme diz Berredo; por
necessidade sexual, pois nas aldeias dos índios, os piratas (quando não
estavam ausentes da ilha na pilhagem de sua profissão da qual a ilha na
pilhagem de sua profissão da qual a ilha ora repositório de seus roubos, como
ainda diz aquele autor), tinham as índias com quem se amancebavam.

Ravardiere não veio aqui estabelecer uma cidade, pois, tempo teve, mas fixar
uma feitoria de piratas, como ainda afirma Berredo, e explorar o terreno a cata
de minas e ouro, o que não conseguiu. Ravardiere daqui foi levado preso por
Alexandre de Moura para Lisboa, onde esteve guardado no Forte de Belém, à
margem direita do Rio Tejo, durante dois anos, segundo uns, e três segundo
outros.

Se fora um grande senhor, como querem seus afeiçoados fazer, crer, isso não
aconteceria, pois Luiz XIII era genro do rei espanhol e de Portugal, Felipe III,
que certamente intercederia por ele. Jerônimo de Albuquerque Maranhão,
como passou a chamar-se o fundador e construtor da cidade de São Luís,
nela faleceu, adotando também sua família o nome de Maranhão.

A fundação usam o nome de São Luís, por Jerônimo de Albuquerque, se


encontra descrita nos “Anais do Estado do Maranhão” , de Berredo e nas
obras a história do nosso Estado de Raimundo Gaioso, Frei Francisco de
Nossa Senhora dos Prazeres, João Lisboa, César Marques, Ferdinand Deniz,
este francês, Barbosa de Godóis, Fran Pacheco e Ribeiro do Amaral, de
modo incontestável.

Em vez de andarem os maranhenses desavisados a tecerem loas e


homenagens imerecidas a Ravardiere, o assaltante de nossa indefesa terra,
em 1612, o que constitui a mais nefante ingratidão, deveriam as autoridades
gravar indelevelmente, num monumento, os nomes daqueles que morreram
para que o Maranhão fosse Brasil. Concomitantemente se estendesse até o
fim da Amazônia para que todos que hoje vivem e viveram neste solo
abençoado, existissem, porque senão fosse o seu sacrifício e sua bravura,
não existiríamos nós, os maranhenses, como disse João Lisboa a Gonçalves
Dias, mas um povo estranho, falando outra língua, teriam outros costumes,
porque queiram ou não, os que pensam o contrário, descendemos mesmos
irrefutavelmente dos portugueses, através de brancas, negras e índias.
A eles é que devemos honrar, como nossos pais, avós, tetravós etc. A eles,
cuja língua falamos, ensinada por eles e os heróis que morreram na Batalha
de Guaxenduba que são: Luís de Guevara, natural de Tanger, filho de
Gonçalo Guevara, cavaleiro da Ordem de Cristo, homem nobre, natural de
Braga; Francisco de Bessa (castelhano), João da Mata, natural do Brasil;
Pedro Olivares, de Viana; Amaro de Couto, natural de Lisboa; Bartolomeu
Ramires, natural das Ilhas; Manoel de Loureiro, natural de Abrantes;
Domingos Correia, natural da Ilha Graciosa.

A estes sim competem todas as homenagens do povo maranhense, porque


morreram para que nosso povo, hoje existisse e que vivem escondidas nas
páginas rarississimamente lidas da “jornada ao Maranhão”, escrita por seu
comandante Diogo de Campos Moreno, o único a homenageá-los. Nós porém
dizemos: glória eterna a eles, que morreram para que pudéssemos existir...

MOREIRA, José. Fundação da cidade de São Luís. Jornal o Estado do


Maranhão. 1981, p.6.

A (DES)CONSTRUÇÃO DA MODERNIDADE MARANHENSE

Por Alan Kardec Pacheco filho -Profº. da UEMA e mestre em História do


Brasil,UFPE.

A discussão entre passado/presente; velho/novo; antigo/moderno tem


suscitado um intenso e acalorado debate no meio intelectual. O homem
ocidental se envolve há quase oito séculos com o passado. Desde Heródoto,
o Pater Historiae do Ocidente, que ao resgatar 150 anos de história, fez mais
que um relato. Trouxe para o presente o passado, que ao transformar-se em
tempo, tornou-se o fio condutor da História da humanidade e matéria-prima do
historiador.

Essa discussão historiográfica nos interessa por demais, visto que, o tema em
questão Modernidade na Política Maranhense exige que se faça,
previamente, uma abordagem de natureza conceitual e metodológica acerca
da modernidade.

A procura pela imortalidade levou o homem a descrever, interpretar, relatar e


analisar seus feitos. Há muito, o homem caminha em busca do novo. As
profundas transformações ocorridas no tamanho físico do mundo ocidental no
século XV e a mudança na mentalidade no século XVI levaram esse novo
homem a questionamentos até então irrefutáveis ao longo de sua existência.

São os renascentistas, os humanistas e bem mais próximos de nós os


filósofos das “luzes”, que desafiaram, as verdades absolutas que sustentaram
o mundo ocidental até o século XVI. Mas, a história é feita de construção e
desconstrução. Dessa forma a razão passa a ser a partir das luzes a
explicação fundante de um paradigma científico.

Houve rupturas, continuidades, permanências e descontinuidades, mas


principalmente a passagem da “transcendência à imanência” consolida o
primado da razão.

Neste sentido, o termo moderno surge no baixo latim com o significado de


“recente”. A palavra antigo se referia à antiguidade, sem o sentido por vezes
pejorativo que alguns lhe atribuem hoje.

No século XVI, com a divisão da História em Antiga, Medieval e Moderna,


ainda assim, o “termo moderno opõe-se mais a medieval do que a antigo” (LE
GOFF: 1992, 168 ).

Foi a sociedade capitalista advinda da revolução industrial, que associou ao


termo moderno o atual significado: novo, fazendo grande oposição ao
passado, agora, sinômino de antigo/velho pejorativamente.

A roupagem que é dada ao novo/moderno assumi um conteúdo de pureza no


seu significado, sem nenhuma vinculação com o passado.

O que é velho/novo? antigo/moderno? Como delimitar, demarcar essas


fronteiras? O senso comum mostra o novo/moderno como sendo uma ruptura
com o passado. A igreja usou as expressões “Boa Nova ” e “Novo
Testamento” não com o sentido que a sociedade contemporânea compreende
o que seja moderno, mas com o sentido de atual, de hoje, para diferenciar do
velho.

O ano de 1922 no Brasil é o marco da Semana da Arte Moderna, fortemente


vinculada ao nacionalismo, mas que não deixa de significar uma ruptura. Os
anos 60 nos trazem a Bossa Nova, a Jovem ( nova ) Guarda e o Cinema
Novo. Todos se apresentando como novo, rompendo com um passado já
ultrapassado.

Ainda tratando da modernidade a música, no cenário internacional, no final


dos anos 50 e começo dos 60 de nosso século, o Rock n` roll, foi usado no
sentido de novo/moderno, e aqui nitidamente com o sentido de ruptura.

“O que ainda poderia haver, após a modernidade? Um período chamado


moderno só pode pensar que a História atingiu o seu fim, e que os humanos
viverão, daí em diante, num presente perpétuo” [CASTORIADIS, 1992. O
caráter dialético do termo moderno, como nos já referimos é que permite uma
afinidade de interpretações, conceitos, teorias, conforme esta breve
discussão.

Feita esta abordagem inicial, passemos para as questões conceituais.

Utilizaremos o conceito de modernidade/modernização que entende a


modernidade como sendo “... aquele conjunto de mudanças operadas nas
esferas política e econômica e social que tem caracterizado os dois últimos
séculos” (BOBBIO,1994:768). Da modernização política econômica, surge e
não poderia ser diferente a modernização social, que implica na melhoria da
qualidade de vida das pessoas em todos os aspectos.

Refletir sobre tendências historiográficas é dever do profissional de história


para compreensão de seu tempo e de si mesmo enquanto agente do fato que
pretende narrar.

A metodologia adotada neste trabalho configura-se a partir das concepções


da Escola dos Annales, mais precisamente no campo da História das
Mentalidades. Indo de encontro aos que afirmam ser a história tradicional
apenas a “história política, história do Estado e das instituições” ( BARREIRO,
1994:8 ). Pretendemos fazer uma história política respaldada na ambivalência
da Nova História, por entendermos que “toda história é escolha. É-o até
devido ao acaso que aqui destruiu e ali salvou os vestígios do homem.

Desastre e corrupção política

É-o devido ao homem” ( apud: BOTO, 1994,24 ). O ato social objeto de nosso
estudo, o então candidato ao governo do Estado, Sr. José Sarney, elegeu-se
com o slogan “Maranhão Novo”, ambicioso projeto político, coletivo,
arquitetado por um grupo de intelectuais maranhenses, cujo objetivo maior era
colocar o Maranhão na modernidade, e com isso resgatar agora para todo o
Estado do Maranhão e não só, para sua capital, São Luís, o título que outrora
tanto orgulho deu aos maranhenses “Atenas brasileira”. projeto esse que
como governador, o Sr, Sarney, torna-o pessoal. Mas o que sucedeu foi o
Estado do Maranhão ser roubado pela família Sarney transformando o
Maranhão em um descaso social, onde a pobreza e a insegurança predomina.
A origem do Maranhão tem por base a luta entre povos, a luta pelo território. No ano
do descobrimento do Brasil, os espanhóis foram os primeiros europeus a chegarem à
região onde hoje se encontra o Maranhão. Somente trinta e cinco anos depois, que os
portugueses tentaram ocupar o território, sem êxito.

E a partir disso, em 1612, os franceses ocuparam definitivamente o Maranhão,


originando a França Equinocial. A ocupação foi num cenário de lutas e tréguas entre
portugueses e franceses durante três anos e, no ano de 1615, os franceses
retomaram definitivamente a colônia.

Com o objetivo de melhorar as defesas da costa e os contatos com a metrópole,


instituiu-se em 1621 o Estado do Maranhão e Grão-Pará. Isto, porque as relações
com a capital da colônia, Salvador, localizada na costa leste do oceano Atlântico eram
dificultadas, devido às correntes marítimas.

A separação do Maranhão e Pará ocorreu em 1774, após a consolidação do domínio


português na região. A forte influência portuguesa no Maranhão fez com que o Estado
só aceitasse em 1823, após intervenção armada, a independência do Brasil de
Portugal, ocorrida em 7 de setembro de 1822.

Dados Gerais do Maranhão

Capital –São Luis


Área (km²) –331.983,293
População estimada –6.367.138 pessoas
Número de Municípios –217

Arquitetura

Chamada por um viajante francês de “ Pequena vila dos palácios de porcelana” , São
Luís tem o maior conjunto arquitetônico de origem portuguesa da América Latina. O
casario colonial do Centro Histórico da capital – e de algumas cidades do interior,
como Viana, Guimarães e Alcântara – é herança de um tempo de riqueza, quando o
Maranhão era um grande exportador de algodão e cana-de-açúcar.

Colonizadores portugueses e seus descendentes reproduziam nos solares e casarões


o estilo arquitetônico colonial europeu. Utilizaram ainda o revestimento em azulejos
nas fachadas, para amenizar o calor e evitar a umidade. Uma idéia funcional que
também agregou charme e beleza, e se tornou marca característica das construções
coloniais maranhenses.

Além das fachadas, os azulejos também eram utilizados em painéis dentro de casas e
igrejas. A arquitetura da época se caracteriza ainda pelo uso de pedras de cantaria
trazidas de Portugal, sacadas com balcões em ferro e mirantes.

Patrimônio Cultural da Humanidade


A área de casarões históricos de São Luís ocupa 250 hectares e envolve três mil e
quinhentas construções. A beleza e a importância histórica deste acervo arquitetônico
foram reconhecidas em 1997, durante o primeiro mandato da governadora Roseana,
pela Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (UNESCO), que
concedeu à cidade o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Para concessão do título, também foi levada em conta a preservação dos prédios
antigos e a revitalização dos bairros que formam o Centro Histórico (especialmente a
Praia Grande, obra iniciada na década de 70 e retomada a partir de 1987, com o
Projeto Reviver, no governo do presidente José Sarney).

Principais festas populares

Carnaval
O desfile das escolas de samba é disputado atualmente por doze agremiações de São
Luís e São José de Ribamar, algumas com décadas de tradição e participação na folia.
Na passarela, também se apresentam os blocos afros e uma tradição carnavalesca:
os blocos tradicionais.

Esses grupos também fazem cortejos nas ruas do bairro histórico da Madre Deus e no
Maranhão têm um estilo único. Vestidos com roupas luxuosas, inspirados em trajes
do tempo do Império, os blocos tradicionais maranhenses têm, além do figurino, um
ritmo próprio, caracterizado pela forte e cadenciada percussão.

Outras atrações típicas do carnaval maranhense são as tribos de índios e a casinha da


roça. As tribos reúnem crianças e adolescentes vestidos com trajes indígenas,
imitando rituais de cura. A casinha da roça reproduz uma casa coberta com palha, em
cima de um caminhão. Dentro da casa, tocadores e coureiras dançam o tambor de
crioula.

São João
No mês de junho, a temporada de festejos para Santo Antonio (dia 13), São João
(24), São Pedro (29) e no maranhão, São Marçal (30), reúne milhares de pessoas nos
arraiais para ver e acompanhar as danças tradicionais, além das saborosas comidas
típicas, vendidas em barracas de palha.

No centro do arraial ou em outro lugar de destaque, há espaço para apresentação dos


grupos folclóricos. As atrações são variadas: desde a tradicional quadrilha, que se
manifesta em outras regiões do Brasil, até o típico bumba-meu-boi, tambor de
crioula, dança portuguesa, dança do coco, dança do lelê, cacuriá e dança do
boiadeiro.

Além dos arraiais espalhados em diversos pontos da capital, inclusive no Centro


Histórico, em duas datas há encontros de grupos de bumba-meu-boi que reúnem na
mesma ocasião milhares de admiradores. Na noite do dia 28 de junho, véspera de
São Pedro, depois de percorrer os arraiais os grupos vão para o Largo do Santo, na
Madre Deus, para ir à capela louvar e agradecer as graças alcançadas.

Depois de muitas orações, eles se apresentam no largo, no meio da multidão. Ao


longo de toda a madrugada, até a manhã do dia 29, dezenas de grupos se revezam
entre as orações na capela e as danças no largo.
Outro momento é o dia 30 de junho. O tradicional encontro dos bois do sotaque de
matraca acontece no bairro do João Paulo. Diferente das homenagens a São Pedro, o
encontro em homenagem a São Marçal começa pela manhã e tem seu ponto alto à
tarde, quando há uma maior concentração de grupos na antiga avenida João Pessoa,
rebatizada de São Marçal.

Festa do Divino
A Festa do Divino é uma das manifestações culturais e religiosas mais ricas e
tradicionais do Maranhão. Há indícios de que essa tradição teria chegado com a
colonização açoriana, no século XVII. Realizada em várias cidades, a festa em
homenagem ao Divino Espírito Santo ocorre em diferentes datas e de formas
variadas.

Em São Luís, essa manifestação é marcada pelo sincretismo religioso entre a religião
católica e os cultos de origem africana. Cada terreiro de mina realiza sua festa,
também associada a santos católicos e entidades espirituais. Uma das mais famosas é
a festa da Casa Fanti-Ashanti, dirigida por um dos pais-de-santo mais conhecidos de
São Luís, Pai Euclides.

A celebração mais famosa é a Festa do Divino na cidade histórica de Alcântara, que


fica do outro lado da baía de São Marcos, próximo à capital.

Realizada tradicionalmente no mês de maio, com encerramento no domingo de


Pentecostes, a festa mistura lendas, história e religiosidade. Em quase duas semanas,
são realizados diversos rituais, como procissões, levantamento do mastro, louvores,
banquetes e missas.

A organização desses eventos é de responsabilidade de um grupo chamado de corte


do Império, formado por adultos, que são representados nos altares festivos e
procissões por crianças, nas funções de Imperador ou Imperatriz (a cada ano um
deles se reveza no papel principal), mordomos-régios, mestre-sala e vassalos.

A corte se veste de trajes luxuosos, imitando o figurino imperial, um símbolo do


imaginário popular sobre a visita que Dom Pedro faria à cidade, no século XIX,
quando Alcântara era uma das mais ricas do país, graças à produção de algodão e
aos engenhos de cana-de-açúcar.
Segundo os registros históricos, duas das famílias mais abastadas da cidade
disputaram quem faria o mais belo palacete para hospedar o Imperador.

Com a desistência de Dom Pedro em fazer a viagem, as construções foram


abandonadas e suas ruínas ainda resistem nas ruas da cidade, junto com as de outros
prédios que pereceram ao longo do tempo.

Manifestações Culturais e Ritmos

Bumba meu boi


Tradição de mais de duzentos anos, o bumba-meu-boi já foi alvo de proibições da
polícia no século XIX e hoje é reconhecido como a principal manifestação cultural
popular do Maranhão, festejado em todas as regiões do estado, em diversos ritmos e
estilos.

A brincadeira mistura lendas indígenas, dança e música, além de uma indumentária


caprichada e cheia de brilho.

É na temporada junina que as centenas de grupos reinam nos arraiais como principal
atração da cultura maranhense.

No enredo, o peão Pai Francisco mata o boi mais bonito da fazenda onde trabalha,
para satisfazer o desejo de sua esposa Catirina, que grávida, deseja comer a língua
do animal, estima do fazendeiro.

A desfeita deixa o dono da fazenda furioso e um grupo de índios é chamado para


fazer rituais de pajelança e ressuscitar o novilho.

Sotaques
O bumba meu boi é brincados em diferentes estilos, conhecidos como sotaques. Cada
um tem ritmo, roupa, instrumento e coreografia próprios. Os principais são os de
matraca (ou da ilha), zabumba, orquestra, baixada e costa de mão (ou Cururupu).
Também há grupos mais recentes que não seguem um único sotaque e,
principalmente no interior do estado, outros que seguem estilo próprio, que não se
enquadra a nenhuma das categorias mais específicas.
Tambor de Crioula – Patrimônio Imaterial do Brasil
Manifestação cultural de matriz afro-brasileira, o tambor de crioula mistura dança,
canto e percussão de tambores. No carnaval, nos festejos juninos, em louvor a São
Benedito ou associado a outras festas, o tambor de crioula não tem data específica e
pode ocorrer ao longo de todo o ano, no interior de terreiros ou ao ar livre.

Com saias rodadas de chitão (tecido) florido, blusa branca com rendas e babados,
torso na cabeça e colares, as dançarinas do tambor de crioula, chamadas de
coureiras, se dispõem em formação circular e dançam diante dos percussionistas. Um
passo tradicional na dança é a punga, ou pungada, uma espécie de cumprimento –
feito com o toque do ventre – entre a coureira que vai sair da roda e outra que vai
dançar no centro da formação.

Reconhecimento
A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) define
como Patrimônio Cultural Imaterial “as práticas, representações, expressões,
conhecimentos e técnicas junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares
culturais que lhes são associados que as comunidades, os grupos e, em alguns casos,
os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural”.

No Brasil, o registro dos Patrimônios Culturais Imateriais é feito pelo Instituto do


Patrimônio Histórico e Artístico – IPHAN. O registro do tambor de crioula do
Maranhão como Patrimônio Imaterial do Brasil ocorreu em 18 de junho de 2007, e,
segundo o site do IPHAN, faz parte de um projeto de reconhecimento das formas de
expressão que compõem o amplo e diversificado legado das tradições culturais de
matriz africana no país.

Tambor de mina
Diferente do tambor de crioula, o tambor de mina não é dançado como simples
diversão e faz parte dos rituais da umbanda, religião afro-brasileira trazida pelos
descendentes negros de origem jeje e nagô. O culto é realizado nos terreiros, onde os
iniciados cultuam, invocam e incorporam entidades espirituais. Com roupas especiais
para a ocasião, os integrantes cantam e tocam instrumentos como tambores,
cabaças, triângulos e agogôs.

Entre as casas de culto religioso em São Luis, a mais antiga é a Casa das Minas,
fundada no século XIX. Comandada por mulheres, é uma casa de culto aos voduns
(entidades do reino africano de Dahomé atual Benin), pertencente ao vodum
Zomadônu, da família real de Davice. Único terreno de mina-jeje de São Luís é muito
visitada durante a Festa do Divino. Além da Casa das Minas, a Casa de Nagô e a Casa
Fanti-Ashanti também merecem destaque.

Um templo de beleza e história.


O Palácio dos Leões é uma preciosidade que há quase 400 anos permanece
conservado para servir de residência e sede administrativa do Governo do Maranhão,
figurando como o endereço mais nobre da Ilha de São Luís.

Com três mil metros quadrados de área construída e esculpido com o primor da
arquitetura neoclássica, o forte erguido em 1612 pelos franceses transformou-se em
um suntuoso palácio nos tempos do governador Joaquim de Mello e Póvoas, no ano
de 1766.

A obra de arte, que representa um dos maiores símbolos da cultura maranhense,


guarda relíquias da história política do Maranhão. Seus salões nobres e luxuosos são
recheados com um mobiliário eclético e exibem peças que remontam a mais de
duzentos anos, nos mais variados estilos.

O prédio é um dos mais antigos construídos na Ilha de São Luís, é hoje vigiado por
duas imponentes estátuas de leões, em bronze, dispostas em frente à fachada e que
representam o poder executivo. Na entrada principal, uma escadaria é o caminho
para a ala nobre, com seus cinco salões principais.

O Palácio dos Leões é uma viagem extraordinária ao passado, arte, cultura e política
do Brasil.
Maranhão, um Brasil de descobertas

O Maranhão tem revelado ao mundo que, desde tempos antigos, cultiva a beleza e a
tradição. Aqui, você descobre que ser Amazônia e, ao mesmo tempo, Nordeste
resulta numa beleza natural com forte poder de atração.

O Maranhão é diferente porque abriga cidades históricas singulares, riquezas


ecológicas, além de contar com manifestações populares, representadas pelo
exuberante Tambor de Crioula e pela variedade e beleza do Bumba-Meu-Boi.

Satisfaça a sua curiosidade, o desejo de navegar outros mundos e venha descobrir o


Maranhão.

Turismo de Aventura, Cultural, Gastronômico, Ecológico, de Lazer.

Fonte: www.ma.gov.br

Maranhão

São Luís

O Pólo São Luís abrange os municípios que compõem a Ilha,a capital São Luís, São
José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, e a cidade Monumento de Alcântara.

São Luís foi fundada em 1612 por franceses, invadida por holandeses, mas
totalmente construída pelos portugueses.

Seu famoso conjunto arquitetônico, do Centro Histórico, com cerca de 5 mil imóveis
datados dos séculos XVII e XIX, remetem qualquer pessoa a um passado de muita
riqueza, onde barões e prósperos comerciantes acumularam fortunas.

Tombado em 1997 como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, o acervo colonial,


abriga, atualmente, lojas, cinemas, museus, teatros, bares, restaurantes e hotéis.

Se a opção é a natureza, basta lembrar que São Luís está localizada numa ilha,
cercada de belas praias. Ponta D’ Areia, Calhau, Olho D’ Água e Araçagy são
algumas opções.

Fonte:www.turismo.ma.gov.br

Maranhão

No Maranhão o ambiente de negócios é muito favorável para investir.

O estado tem ótimas áreas agricultáveis, abundância de água (três bacias


hidrográficas que podem integrar projetos de irrigação), e oportunidades de negócios
nas áreas Aeroespacial, Corredor centro norte, Fazendas florestais, Implantação de
negócios ligados à pecuária, Implantação de indústrias de pesca, Indústrias de
laticínios, Maricultura, Minérios provenientes de Carajás, Pólo calcário e gesso, Pólo
cerâmico, Pólo coureiro, Pólo de carcinicultura, Pólo guseiro, Pólo mínero-metalúrgico,
Pólo turístico, e Piscicultura dentre outros.

O estado possui rotas ferroviárias e rodoviárias que se interligam e levam até São
Luís, onde fica o porto com capacidade para exportar toda produção do Maranhão e
estados vizinhos.

Localização: O Maranhão está localizado no oeste da região Nordeste e tem como


limites o Oceano Atlântico (N), o Piauí (L), Tocantins (S e SO) e o Pará (O).

Ocupa uma área de 331.983,293 km².

A capital é São Luís com 998.385 habitantes (Estimada 2006

Outras cidades importantes são Açailândia, Imperatriz, Timon e Caxias.

População: 6.103.327 habitantes ( Estimada 2005)

Densidade demográfica: 17,03 habitantes/km²

Distribuição demográfica: urbana: 59,5 % rural: 40,5 %

Hora local: G.M.T. menos 3 (três) horas

Temperatura : Apenas pequenas variações no decorrer do ano:

média das mínimas: 21ºC

média das máximas: 32ºC

Precipitação pluviométrica média de 1200 mm a 2000 mm / ano

Relevo: apresenta duas regiões distintas: a planície litorânea e o planalto tabular.

Vegetação: Mata dos Cocais a Leste, mangues no litoral, floresta Amazônica a Oeste,
cerrado ao Sul.

Quantidade de Municípios: 217


Fonte:www.sebrae.com.br

Maranhão

João Francisco Lisboa analisa em seu livro “Apontamentos para a História do


Maranhão”, de l852, os acontecimentos gerados pelo descontentamento criado pela
introdução do estanco – comércio de produtos monopolizados pelo Estado – que
tiveram sua culminância na Revolução do Maranhão de l684, episódio conhecido como
a “Revolução de Beckman”.

O objetivo deste trabalho é analisar algumas das significações que Lisboa emprestou
a “povo”, “moradores”, “cidadãos”, “plebe” e “turba”: a relação entre “povo” e “herói”
e seus conceitos de “ordem” e “desordem”.

Povo é o elemento passivo, apesar de agente da desordem, porque é nele que agem
as forças coletivas, não pode controlar as ações, ao contrário, é levado por elas,
tornando-se, então, a força incontrolável que irrompe em excessos e conduz à
desordem.

O sujeito da ação dos eventos narrados é Manuel Beckman, personagem que agrega
os valores capazes de lhe conferir a condição de um herói. Mesmo assim, com o
desenrolar dos acontecimentos, ele também passará a ser afetado pelas forras
coletivas.

Mas vejamos como Lisboa se vale do uso do termo “povo”, contraposto ao de


“moradores”, até o momento em que os acontecimentos revolucionários explodem na
cidade.

Os “moradores” são a elite da cidade enquanto a ordem é mantida e estão


claramente separados do “povo. Contudo, a partir do momento em que a opressão a
que esses proprietários estão sendo submetidos a partir da introdução do estanco se
explicita, esta elite transforma-se, na narrativa de Lisboa, em “Povo”. É explícita a
identificação do “povo” com uma situação de opressão. Este é o momento em que se
alternam as designação de “moradores” e “Povo”. Entretanto, este “Povo”, constituído
pela elite, jamais será igual ao “povo”, formado pela plebe.

Existe, porém, um termo intermediário nesta transição de “moradores” para “Povo”


“cidadão”, que surge para designar os moradores uma vez que assumam parte ativa
em uma situação política; termo que só permanece enquanto não surgem nenhum
tipo de ação identificada com uma subversão da ordem. Isso significa dizer que
permanecem cidadãos enquanto se mantêm no âmbito da reflexão , passando a
tornar-se”Povo” se partem para a ação propriamente dita.

Esta idéia nos permite uma aproximação com as observações de Michelet no livro “O
Povo”, de l846. Interessante porque, ambos se consideram liberais e poucos anos
separam as duas obras. Podemos usar, portanto, algumas chaves presentes em
Michelet para interpretar Lisboa.

Em ambos os escritores está presente a idéia de que o povo é arrastado por grandes
forças coletivas; bem como, a distinção que fazem entre “homens de reflexão”,
binômio de onde emergirá afigura do herói, ou para usar a denominação de Michelet,
do gênio individual.

Apesar do povo ser “arrastado pelas grandes forças coletivas”, o que Michelet
considera mais interessante no povo é a sua capacidade de ação, por esta razão,
segundo ele, o maior erro que as pessoas do povo podem cometer é abandonar os
“seus instintos” e lançar-se em busca das “abstrações e generalidades”, que,
inversamente, caracterizam os homens das altas sociedades, que os fazem ser,
“homens de reflexão”.

O intuito de Michelet era resgatar a imagem do povo, porém, na verdade, esse


objetivo ia além: ele estava descrevendo uma fórmula para salvação do povo, função
esta, que caberia ao gênio individual, o herói:

“O povo, em sua concepção mais elevada, dificilmente se encontra no povo. Quer eu


o observe aqui ou ali, não se trata dele, mas de uma classe, uma forma parcial do
povo, alterada e efêmera. Em sua verdade, em seu poder maior, ele só existe no
homem de gênio; neste é que mora a grande alma… Essa voz é a voz do povo; mudo
pôr si, ele fala pela boca deste homem…, e nele, finalmente, todos são glorificados e
salvos”.

O limite a que chegou Michelet ao abordar o tema “povo” é revelado pela inversão
que faz: ao invés de colocar o homem de gênio no povo, coloca o povo dentro do
homem gênio.

No caso de Lisboa, o herói, em nenhuma de suas componentes, saí do seio do


povo,partilha de elementos comuns com o povo ou o carrega em sua alma, como em
Michelet; ao contrário, o herói é uma personagem que atravessa a fronteira entre a
elite e o povo e ‘, é por causa dos valores que, por um lado, o destacam
singularmente; e por outro, carregar consigo deberço , que o habilitam a
desempenhar este papel. O heroísmo que Beckman representa não está em momento
algum a serviço do povo para resgatá-lo de sua posição. Seu heroísmo existe para
reagir à injustiça e à opressão que, aliás, são sofridos mais diretamente pelos
proprietários submetidos à tiraniado estanco e à proibição do livre comércio. A
designação de Povo que Lisboa emprega serve para nomeara elite que está
submetida à opressão . O povo identificado com a maior gama da população é
indicado mais propriamente pelas designações de turba, multidão ou plebe.

A política da Corte, “para não contrariar a prática seguida no Estado em ocasiões


semelhantes” era fazer as coisas de modo a que, pelo menos, em aparência se
dessem pela aceitação voluntária da parte do povo.

O que importava era que não se subvertesse a rotina naquele lugar. A novidade
maléfica é a revolução que se anuncia através de uma série de pequenos incidentes
que acabam por degenera-se até causar a deflagração da desordem no sistema. É
exatamente isto que diz Francisco Lisboa “… em regra as crises natureza nunca
deixam de trazer consigo todos os elementos indispensáveis a seu completo
desenvolvimento”. Esta mentalidade é a marca da permanência e da continuidade
mantidas pela Corte como garantia da manutenção de seu poder.

As calamidades naturais entram no rol das causas gerais que se acumulam para agir
de uma só vez, culminando no processo incontrolável que escapa ao controle humano
e leva à revolução. O “povo” é o elemento impulsionado pelas “causas gerais”, não
possui ação própria, ele é mostrado como uma massa passiva pronta a ser conduzida.

É um acidente o estopim que detona a crise – o elemento próprio da situação de


desordem, contido naturalmente no processo de degeneração. Este acidente é a
aparição da voz que levará atrás de si a multidão: a figura do revolucionário. A
multidão sozinha, como já acentuado, jamais poderia levar este processo adiante.

Para desempenhar este papel, Beckman sofre um rito de passagem através de um


rebaixamento à condição do homem comum, o que se dá quando ele “ata o seu
destino ao destino do povo” atravessando a distância que separa a elite privilegiada
do homem do povo, passando a participar”da miséria e opressão comuns” sendo,
portanto, “dominado e arrastado pelas mesmas idéias e paixões, que eram de todos”.
Isso faz com que Beckman não possa ter mais total controle da situação. Entretanto,
esta situação não é absoluta já que Beckman nunca completa esta transição. Ele fica
em uma situação intermediária entre o mundo da elite e o mundo do povo, entre o
seu status nobre de “homem de reflexão” e o rebaixamento a “homem de ação”. É
esta localização especial que o habilita a conduzir as multidões e, sob este aspecto,
ele representa o protótipo do herói.

A voz de Beckman, o líder, ao conduzir as novas ordens se confunde com a ação da


multidão. Sua voz torna-se a própria ação. Mas é também , ao mesmo tempo, pela
posição intermediária que ocupa, o elemento de moderação capaz de controlar a
selvageria do povo, que a esta altura, já aparece representado totalmente por uma
multidão que não possui mais faces identificáveis, é somente “povo”, e o “povo”
entregue a seu estado completo, torna-se “plebe”, e junto com ela, estará sempre
presente a perspectiva de violência, permanecendo, entretanto, a separação entre os
líderes e o “povo”, antepostos como nobres diante da plebe furiosa.

Segundo o relato, fica claro que Beckman não teria tido o intento de instalar uma
nova ordem, mas, pelo contrário, restaurar a antiga. A manutenção da ordem
mínima, surge como um ponto de honra a ser preservado pelos “melhores cidadãos”,
coisa muito diferente do que poderia fazer a “plebe”.

Com o passar do tempo, começa a aparecer toda a inconstância do “povo”,


característica da falta das virtudes identificadas com a firmeza de propósitos e com a
tenacidade próprias somente do herói. Gradualmente, a ordem começa a ser
restabelecida, e com a normalidade, a rotina. É o retorno do mundo da permanência
suplantado o instante fugaz da novidade revolucionária. Está demonstrada a
instabilidade do povo, que parece saudar o fim da revolução com o mesmo
entusiasmo com que abraçara a sua causa. A moral da história parece querer dizer
que o “povo”, enfim, ama a normalidade:

O início dos infortúnios de Beckman dera-se com o rompimento com o acordo tácito
que mantinha as aparências “da aceitação voluntária do povo”.

A revolução de Lisboa não é alteração radical das bases em que se apoiam a


sociedade brasileira, a glória que destaca da revolta do Maranhão não é o fato de
haver sido uma revolução, mas o heroísmo de Beckman. Sobre revoluções, Lisboa
não as apoia, sua atração pelo tema restringe-se às discussões entre homens
ilustrados, entre os “homens de reflexão”, lugar onde ele mesmo se situa, e de onde
pode encontrar a legitimidade e a justiça de uma revolução, que seria um movimento,
como já se disse, voltado, unicamente, contra as injustiças e a falta de liberdade
política e econômica para aqueles que identifica como cidadãos. Vai nesse sentido o
liberalismo de Lisboa.

Poderia parecer absurdo, que Lisboa acabe reverenciando a revolução pela sua
moderação, “respeito à vida”, à “fazenda” e aos direitos dos adversários”. O respeito
à “fazenda”, serve para diferenciar estas de outras revoltas menos nobres descritas
como “simples fatos materiais”, enquanto que, por outro lado, uma revolução feita de
idéias poderia, facilmente, permanecer restrita aos salões da República das Letras,
em perfeito isolamento dos ditames da tão temida necessidade. É ao intelecto que
deve estar ligada a revolução e não à necessidade. Esta é a divisão entre “homens e
reflexão” e “homens de ação”, de que nos fala Michelet, e que parece fornecer os
limites do mundo de Francisco Lisboa.

Bibliografia
Lisboa, J. Francisco. Crônica do Brasil colonial: apontamentos para a história do
Maranhão, Petrópolis: Vozes, l976.
Michelet, Jules. O Povo, SP: Martins Fontes, l988.

Geografia e Dados Gerais do Maranhão MA

O Maranhão é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado no oeste da


região Nordeste e tem como limites o Oceano Atlântico (N), o Piauí (L), Tocantins (S e
SO) e o Pará (O). Um pouco Maior que a Itália e um pouco menor que a Alemanha, o
estado ocupa uma área de 331.983,293 km². A capital é São Luís, e outras cidades
importantes são Açailândia, Imperatriz, Timon, Caxias, Codó, Bacabal, Balsas e Santa
Inês.

Localização:Região Nordeste.
Ponto mais alto:localizado na Chapada das Mangabeiras (804 metros)
Região Nordeste
Estados limítrofes Piauí, Tocantins e Pará

Mesorregiões 5

Microrregiões 21

Municípios 217

Capital São Luís


Área
Total 331.983,293 km² (8º)

População
2006 estim. 6.184.538 hab. (10º)

Densidade 18,6 hab./km² (16º)


Bandeira do Maranhão

Brasão do Maranhão
Habitante
Maranhense

Principais Municípios
São Luís, Imperatriz, Caxias, Codó, Santa Luzia, Bacabal.

Atividades Econômicas
extração de babaçu e cera de carnaúba, pecuária (bovinos, suínos), avicultura,
agricultura (milho, arroz, mandioca, feijão, algodão, cana-de-açúcar, laranja), pesca
(camarões, lagosta) e minerais (calcário, gás natural, gipsita, petróleo e sal marinho).

Geografia
Estado referente à região do Nordeste brasileiro. O Maranhão tem fronteiras estaduais
com os seguintes Estados: Piauí (ao leste), Tocantins (ao sudoeste) e Pará (ao
oeste). Ao norte, o Estado é limitado pelo Oceano Atlântico. São Luís é a capital do
Estado e sua cidade mais populosa, situada na região da costa atlântica,
apresentando um litoral bastante recortado.

Hidrografia
A rede hidrográfica maranhense é, em sua maior parte, pertencente à bacia do Norte
e Nordeste. Entre os principais rios do Estado se encontra o Paranaíba, dividido com o
Piauí na região fronteiriça entre os dois Estados. Outros rios que banham o território
do Maranhão são o Gurupi (zona de fronteira com o Pará), o Tocantins (zona de
fronteira do Maranhão com Tocantins), Turiaçu, Itapecuru, Pindaré, Grajaú e Mearim.

Lista de Rios do Maranhão


Rio Gurupi
Rio Itapecuru
Rio Mearim
Rio Munim
Rio Parnaíba
Rio Pindaré
Rio Tocantins
Rio Turiaçu
Clima e Vegetação
A característica climática predominante no Maranhão é configurada como tropical. As
temperaturas médias anuais são superiores a 24°C, enquanto os índices
pluviométricos variam entre 1500 e 2500mm anuais. As chuvas no território do
Maranhão caracterizam duas áreas distintas: no litoral as chuvas são mais
abundantes, enquanto no interior são mais escassas.

Outro fator condicionante do clima no Estado é sua posição geográfica, dividida entre
a área situada no complexo amazônico, ao noroeste, onde o clima tende à
caracterização como equatorial, e a área situada na região semi-árida do Nordeste
brasileiro.

O fator condicionante do clima é responsável pela distinção entre algumas áreas de


vegetação: ao noroeste há a presença da Floresta Amazônica ou Hiléia Brasileira,
sendo esta região também conhecida como Amazônia Maranhense; nas regiões de
clima caracterizado como tropical, predomina o cerrado, ao sul do território estadual;
no litoral, há a presença do mangue; ao leste, numa zona de transição entre o
cerrado e a floresta equatorial, há a Mata dos Cocais, de vegetação relativamente
homogênea, onde predomina o babaçu (Orbignya martiana), de grande importância
econômica para o Estado.

Relevo
O relevo maranhense é basicamente dividido em duas grandes áreas: a região de
planície no litoral e a região de planalto nas demais áreas do Estado. A planície
caracteriza-se pela presença de tabuleiros (pequenos platôs) e baixadas alagadiças.
Esta região de planície chega a avançar, a partir de sua região central, em direção ao
interior do território. Quanto ao planalto, com forma tabular e de formação basáltica a
partir do mesozóico, há a presença de áreas de chapadas, com escarpas que
constituem, por exemplo,as serras da Desordem, da Canela e das Alpercatas.

A população indígena do Maranhão está entre as mais significativas do país do ponto


de vista numérico, sendo estimada em pouco mais de 12,2 mil habitantes. Está
dividida em dezesseis grupos, sendo que quatorze destes já vivem em áreas
demarcadas para si pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio).

Como nos demais Estados nordestinos, a população maranhense também enfrenta


problemas infra-estruturais, como a rede hospitalar insatisfatória, em que grande
parte dos estabelecimentos são mantidos por entidades privadas. Outro grave
problema social trata-se dos conflitos rurais resultados da baixa condição econômica
dos trabalhadores rurais, destituídos de terras próprias para o cultivo e a
subsistência.

Economia
As atividades econômicas predominantes no Estado do Maranhão são a agropecuária
e o extrativismo vegetal: o arroz é o principal produto agrícola, em conjunto com o
milho, a mandioca, o feijão e a cana-de-açúcar; o babaçu é o produto de extração de
extrema importância para a economia do Estado, seguido da carnaúba.
A pecuária regional tem os bovinos, caprinos, asininos e suínos entre seus principais
rebanhos.

O cultivo agrícola é desenvolvido sobretudo nas regiões dos vales do Pindaré e do


Mearim.

No período entre os anos de 1949 e 1953, a pesca maranhense esteve no primeiro


lugar em termos de produção nacional. Já as atividades industriais são restritas; há
no Estado a participação dos setores industriais alimentícios, madeireiros e de
processamento de alumínio.

Etnias
O Maranhão é um dos estados mais miscigenados do país, o que pode ser
demonstrado pelo número de 68,8% de pardos auto-declarados ao IBGE, resultado
da grande concentração de escravos indígenas e africanos nas lavouras de cana,
arroz e algodão; os grupos indígenas remanescentes e predominantes são dos grupos
linguísticos Jê e Tupi. No tronco Macro-Jê destaca-se a família Jê, com povos falantes
da língua Timbira (Mehim), Kanela (Apanyekra e Ramkokamekra), Krikati, Gavião
(Pukobyê), Kokuiregatejê, Timbira do Pindaré e Krejê. No Tronco Tupi a família tupi-
guarani, com os povos falantes das línguas Tenetehára: Guajajara, Tembé e Urubu-
Kaapor, além dos Awá-Guajá e e um pequeno grupo Guarani. concentrados
principalmente na pré-Amazônia, no Alto Mearim e na região de Barra do Corda e
Grajaú.

Os afro-descendentes são maioria da população, devido ao forte tráfico negreiro entre


os séculos XVIII e XIX, que trouxe milhares de negros da Costa da Mina e da Guiné.
Muitas das tradições maranhenses tem a forte marca das culturas africanas: culinária
(Arroz de Cuxá), religião (Tambor de Mina e Terecô), festas (Bumba-Meu-Boi e
Tambor de Crioula) e músicas (Reggae). Atualmente, o Maranhão conta com mais de
700 comunidades quilombolas em toda região da baixada, rio Itapecuru e Mearim.

A população branca, 24,9% é quase exclusivamente descendentes de portugueses,


dada a pequena migração de outros europeus para a região. Ainda no início do século
XX a maior parte dos imigrantes portugueses era oriunda dos Açores e da região de
Trás-os-Montes. Também no século XX vieram contingentes significativos de sírios e
libaneses, refugiados do desmonte do Império Otomano e que hoje têm grande e
tradicional presença no estado. A proximidade com a cultura portuguesa e o
isolamento do estado até a metade do século XX gerou aqui um sotaque próprio e
ainda bastante similar ao português falado em Portugal, praticando os maranhenses
uma conjugação verbal e pronominal vizinha àquela lusitana.

Gentílico
Maranhense

Hora local
A mesma em relação a Brasília.

Hino do Maranhão

I
“Entre o rumor das selvas seculares,
Ouviste um dia no espaço azul, vibrando,
O troar das bombardas nos combates,
E, após, um hino festival, soando.
Estribilho
Salve Pátria, Pátria amada!
Maranhão, Maranhão, berço de heróis,
Por divisa tens a glória
Por nome, nossos avós.
II
Era a guerra, a vitória, a morte e a vida
E, com a vitória, a glória entrelaçada,
Caía do invasor a audácia estranha,
Surgia do direito a luz dourada.
III
Quando às irmãs os braços estendeste,
Foi com a glória a fulgir no teu semblante
E foi sempre envolta na tua luz celeste,
Pátria de heróis, tens caminhado avante.
IV
Reprimiste o flamengo aventureiro,
E o forçaste a no mar buscar guarida
Dois séculos depois, disseste ao luso:
– A liberdade é o sol que nos dá vida.
V
E na estrada esplendente do futuro,
Fitas o olhar, altiva e sobranceira,
Dê-te o porvir as glórias do passado
Seja de glória tua existência inteira.”
Fonte:www.achetudoeregiao.com.br

Maranhão

Tudo que o turista com espírito de descoberta espera encontrar no Nordeste, o


Maranhão tem. Maranhão possui uma costa de 640 km de extensão, a segunda maior
do Brasil, tem o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, o maior conjunto de
dunas do mundo, e o Parque Estadual de Manuel Luís – maior banco de corais da
América do Sul.
Maranhão ainda tem um das áreas mais ricas e desconhecidas da Selva Amazônica e
a maior área preservada de cerrados, com dezenas de grandiosas cascatas. Maranhão
já nasceu diferente.

Possui a única capital brasileira fundada por franceses e é, curiosamente, a mais


portuguesa. Isto é explicado pelos tesouros naturais que existem na região, no
Estado de transição entre Norte, Nordeste e o Centro -oste brasileiro que motivaram
muitas guerras entre os colonizadores.

Os portugueses venceram a guerra e dominaram no Maranhão, especialmente em


cidades como São Luís e Alcântara, que possui uma preciosa herança: o maior
conjunto de arquitetura civil portuguesa da América Latina, com mais de 3000
construções de valor histórico.

O encanto de São Luís e de Alcântara, onde a mistura entre negro, índios e brancos
resultou em um sólido e exuberante patrimônio cultural, vem, durante vários séculos,
impressionando muitos viajantes. Agora está se revelando, para pioneiros novos, o
grande potencial do Maranhão para o ecoturismo. Conhecer as maravilhas do Estado
exige espírito de aventura.

O Governo de Maranhão já está abrindo estradas para isso, preparando a infra-


estrutura básica do mundo inteiro de forma que turistas de todo o mundo possam
desfrutar dos encantos do Estado. Maranhão o espera. Maranhão é o Nordeste com
algo mais.

Cultura Popular

A Cultura Popular do Maranhão é uma feliz convergência de influências. Produto da


mistura de brancos, negros e índios, ela também traduz a localização geográfica do
Estado, mostrando a sua ascendência nordestina e amazônica. A força deste
multiculturalismo deu origem a uma das mais ricas, vivas e originais expressões
culturais do País.

Sua personalidade está impressa em todas as suas manifestações: seja no trançado


da palha, no trabalho das rendeiras, na tradição da pesca artesanal e da construção
de barcos, quanto no sabor de sua comida, nas lendas, no som arrebatador do
Bumba-meu-boi e nos seus diferentes “sotaques” e na variedade das danças, como a
Dança do Coco, Dança do Caroço e Dança de São Gonçalo.

Mas as festas são um dos momentos de expressão máxima da cultura maranhense.


As festas no Maranhão são um espetáculo de cores, sons, sabores, fé, magia e
tradição. É festa o ano inteiro: Festa do Divino, de São Benedito, Carnaval, São João
e muitas outras. Em todas elas, a mesma característica: a participação popular e a
alegria.

Bumba-Meu-Boi
O Bumba-meu-boi é uma das mais expressivas manifestações culturais do Maranhão.
Este espetáculo de música, dança, cantos e cores arrebata os sentidos e alegra as
noites de São João em São Luís.

O Bumba-meu-boi é um auto dramático, uma fantástica mistura de teatro, dança e


folclore, com traços semelhantes aos autos medievais, mas suas verdadeiras origens
estão perdidas no tempo. A história de Pai Francisco, Catirina, e a sua relação com o
boi, é encontrada com variações, em diversas culturas. Mas só aqui no Maranhão ele
é tão empolgante.

Produto da mistura de brancos, negros e índios, estas influências estão presentes nos
diferentes estilos de boi – os chamados “sotaques”. São 3 os principais sotaques:
Boi de matraca: de marcada influência indígena, se caracteriza pela utilização da
matraca, um instrumento construído com pequenas tábuas que fazem a percussão;

Boi de zabumba: de influência africana, utiliza a zabumba, uma espécie de tambor,


na marcação.

Boi de orquestra: predomina a influência branca, utiliza instrumentos de sopro como


saxofones, clarinetas e pistões.

Cada sotaque é uma batida, um ritmo diferente. E com o sotaque mudam também as
indumentárias, as cenografias e as toadas. O resultado é uma festa, uma mistura de
sons, ritmos e cores, que arrebata a assistência. Um espetáculo de grande beleza e
valor cultural inestimável.

Brincar o Bumba-meu-boi no Maranhão é uma experiência inesquecível. Venha você


também viver esta alegria e descobrir o segredo de um São João diferente!

São João
O São João do Maranhão é uma comemoração sem igual em todo o Brasil. A partir O
São João do Maranhão é uma comemoração sem igual em todo o Brasil. A partir da
segunda quinzena do mês de junho, a cidade de São Luís se transforma num grande
arraial.

Compõem o folguedo as barraquinhas de palha, as bandeirolas, as fogueiras, os


licores e as comidas típicas. A diferença fica por conta das muitas manifestações
culturais que ocorrem durante o São João e que fazem desta festa um dos momentos
mais ricos da cultura popular do País. A Festa de São João é como um caleidoscópio
da riqueza cultural, artística e folclórica do Maranhão. O Bumba-meu-boi é a mais
expressiva delas.

Esta fantástica mistura de teatro, dança e folclore, com traços semelhantes aos autos
medievais, tem as suas origens perdidas no tempo. Mas até hoje ele empolga e
arrebata a assistência. Suas cores, a beleza das suas coreografias, o brilho das
fantasias, o esvoaçar das fitas e o som quente, forte e perturbador dos diferentes
“sotaques” do Bumba-meu-boi, arrasta o povo todo pelas ruas para acompanhar as
suas evoluções. É um espetáculo emocionante.

E tem mais cultura neste São João! Tem a sensualidade do Tambor-de-crioula, uma
dança herdada dos escravos e conduzida por tambores em um ritmo frenético, onde
as mulheres em movimento sensual, coroam a dança com uma “umbigada”, tem a
Dança do coco, o Lelê ou Pela porco, o Cacuriá, a dança de São Gonçalo, Bambaê de
caixa, a dança portuguesa e a tradicional quadrilha.

A presença do povo, a alegria dos participantes e todas estas atrações culturais fazem
da Festa de São João do Maranhão uma comemoração verdadeiramente diferente de
tudo o que você já viu!

Circuito Religioso
Os tambores ressoam no Maranhão durante o ano inteiro. A religiosidade do povo
maranhense se expressa através da devoção, da dança, da alegria das festas.

O São João do Maranhão é uma comemoração sem igual em todo o Brasil. As


fogueiras são acesas e o povo todo vai para as ruas acompanhar as evoluções, as
danças, os brilhos e coloridos do Bumba-meu-boi. É um espetáculo emocionante, com
um som quente que arrasta toda a assistência. E, para deixar ainda mais animados os
festejos de São João, tem a tradição do Tambor-de-crioula, dança quente e sensual.

Mas o circuito religioso no Maranhão ainda tem mais comemoração! Como a Festa do
Divino, na cidade de Alcântara, os festejos de São Benedito, protetor dos escravos e a
festa em homenagem a São José de Ribamar, santo reconhecido pela fama de
milagreiro.

Nas casas de culto africano, o Tambor de Mina, ritual semelhante ao do Candomblé,


ressoa em dezenas de cerimônias ao longo do ano.

Fé, alegria e uma pluralidade de sons, ritmos e movimentos contribuem para fazer do
circuito religioso uma das grandes atrações culturais do Maranhão.

Festa do Divino
A Festa do Divino é comemorada durante o mês de maio em várias cidades do
Maranhão. Mas é em Alcântara que ela alcança todo o seu esplendor. Esta festa, que
reúne devoção e história, encontra no casario colonial e nas ruínas do tempo do Brasil
Império de Alcântara o cenário perfeito para nos transportar para uma época em que
ainda viviam reis e imperadores.

No período das comemorações, sobe a luz bruxuleante dos archotes, os cortejos


populares percorrem as ruas da cidade, entoando cânticos até chegar à casa onde
está hospedado o Imperador ou Imperatriz, que então recebe as homenagens do
povo. As “caixeiras” comandam a celebração. Elas acompanham o cortejo rufando
suas “caixas” (uma espécie de tambor), entoando cânticos e executando os passos de
uma dança muito peculiar. As “bandeirinhas” participam do canto e da dança,
acompanhando o toque das caixeiras. Ao final, são servidos doces e bebidas para os
participantes do cortejo.

Homenagem a São José de Ribamar


A apenas 35 km de São Luís, a cidade de São José de Ribamar é o maior santuário de
peregrinações religiosas do Estado. Graças aos milagres atribuídos ao Santo
Padroeiro, fervorosos romeiros de todas as regiões do País para lá se dirigem, no mês
de setembro, quando da realização dos festejos em sua homenagem.

Numa comovente profissão de fé, grande número de fiéis dirigem-se à Casa dos
Milagres para depositar seus ex-votos. São cabeças, membros e órgãos do corpo
humano ou peças como casas ou embarcações, esculpidas em cera ou madeira,
simbolizando o agradecimento pela graça de curas alcançadas ou sonhos realizados.

Mais de 100.000 pessoas dividem suas atenções entre o profano e o sagrado.


Romeiros que, contritamente, participam das missas, dos batizados e acompanham a
procissão são os mesmos que animam os shows, bailes de reggae, apresentações
folclóricas, desfiles carnavalescos, numa demonstração de que a fé e a devoção não
excluem a alegria.

O cenário dessas manifestações, já antes deslumbrante, em frente à Baía de São


José, ganhou imponência e conforto com a construção da basílica pelo governo atual.
No largo da igreja foi erguida uma estátua do Santo, com 17,50m de altura, que pode
ser avistada de bem longe da costa

Em torno, outras doze edificações menores representam etapas da vida do padroeiro:


nascimento, noivado, os passos de São José. Fazem ainda parte do complexo
religioso a grande concha acústica e o Museu dos Ex-Votos. Essas obras contribuíram
para a consolidação dos festejos de São José como um dos mais importantes eventos
do calendário turístico do Maranhão.

Fonte:www.braziliantourism.com.br

Maranhão

Formação Histórica
Foram os espanhóis os primeiros europeus a chegarem, em 1500, à região onde hoje
se encontra o Estado do Maranhão.
Em 1535, no entanto, verificou-se por parte dos portugueses, uma primeira tentativa
fracassada de ocupação do território.

Foram os franceses que realizaram a ocupação efetiva iniciada em 1612, quando 500
deles chegaram em três navios e fundaram a França Equinocial.

Seguiram-se lutas e tréguas entre portugueses e franceses até 1615, quando os


primeiros retomaram definitivamente a colônia.

Em 1621, foi instituído o Estado do Maranhão e Grão-Pará, com o objetivo de


melhorar as defesas da costa e os contatos com a metrópole, uma vez que as
relações com a capital da colônia, Salvador, localizada na costa leste do oceano
Atlântico eram dificultadas, devido às correntes marítimas.

Em 1641, os holandeses invadiram a região e ocuparam a ilha de São Luiz, nomeando


o povoado em homenagem ao rei Luiz XIII.

Três anos depois, foram expulsos pelos portugueses. A separação do Maranhão e


Pará veio a ocorrer em 1774, após a consolidação do domínio português na região.

A forte influência portuguesa no Maranhão fez com que o Estado só aceitasse em


1823, após intervenção armada, a independência do Brasil de Portugal, ocorrida em 7
de setembro de 1822.

No século XVII, a base da economia do Estado encontrava-se na produção do açúcar,


cravo, canela e pimenta; no século XVIII, surgiram o arroz e o algodão, que vieram a
se somar ao açúcar, constituindo-se estes três produtos a base da economia
escravocrata do século XIX.

Com a abolição da escravatura, a 13 de maio de 1888, o Estado enfrentou um


período decadência econômica, do qual viria a se recuperar no final da primeira
década do século XX, quando teve início o processo de industrialização, a partir da
produção têxtil.

O Estado do Maranhão recebeu duas importantes correntes migratórias ao longo do


século XX. Nos primeiros anos chegaram sírio-libaneses, que se dedicaram
inicialmente ao comércio modesto, passando em seguida a empreendimentos maiores
e a dar origem a profissionais liberais e políticos.

Entre as décadas de 40 e 60 chegou grande número de migrantes originários do


Estado do Ceará, em busca de melhores condições de vida na agricultura. Dedicaram-
se principalmente à lavoura de arroz, o que fez crescer consideravelmente a produção
do Estado.

Origem do nome
Maranhão
Do tupi, mba’ra, mar, e nã, corrente, rio que semelha o mar, primeiro nome dado ao
rio Amazonas.

Fonte:citybrazil.uol.com.br
Maranhão

Como tudo começou

A divisa fixada em 1494 pelo Tratado de Tordesilhas, entre Espanha e Portugal para
dividir as terras ainda desconhecidas pelos europeus, cortava a linha do Equador em
um ponto qualquer afastado do Amazonas.

Os métodos rudimentares para determinar as distâncias em alto mar não


possibilitavam uma localização precisa e, na dúvida, devido às sanções que
ameaçavam os que não teriam respeitado este “testamento de Adão” – como o
chamava ironicamente Francisco I da França – era preferível manter-se distante da
zona incerta.

Os sucessores de Colombo, assim como os de Cabral, não se distanciavam das rotas


conhecidas, e todo o litoral entre o Orenoco e o Nordeste brasileiro tornava-se um “no
man’s land”, que somente alguns raros exploradores clandestinos ousavam percorrer.

Para incentivar o povoamento do Brasil, o rei João III, de Portugal, dividiu-o em


capitanias hereditárias, em 1535. A Capitania do Maranhão, situada mais ao Norte,
ele a deu ao tesoureiro – e célebre historiador – João de Barros, que levou muito a
sério a sua missão colonizadora.

Ao longo de três décadas, ele enviou não menos de quatro frotas com mais de 3.000
colonos, que fundaram a cidade de Nazaré (muito provavelmente na localização atual
de São Luís) e três outros vilarejos, sob as ordens de seus próprios filhos, que ali
ficaram durante cinco anos (1555-60).

A falta de ajuda oficial e o precário conhecimento das rotas marítimas (por causa do
Gulf Stream era mais fácil ir de São Luís à Europa do que de São Luís para o resto do
Brasil!) contribuíram, pouco a pouco, para o desaparecimento destas colônias.

Depois de 1570, enquanto o Brasil já tinha cidades tão ricas quanto Salvador e
Olinda, toda a costa do Norte era uma região abandonada à própria sorte.

Este descaso do poder despertou a cobiça dos ambiciosos: traficantes portugueses e


espanhóis, corsários holandeses, ingleses e, principalmente, franceses, que vinham
todo ano para comerciar com os índios, estabelecendo assim as bases de um contato
vantajoso.
Em 1612, uma expedição francesa comandada por Daniel de la Touche, Senhor de la
Ravardière, partia de Cancale (Saint-Malo) na Bretanha, com o apoio da regente
Maria de Médicis, para se apossar do lugar (“não pela força mas por amor”, segundo
as palavras do missionário capuchinho Claude d’Abbeville) e fundar aqui a França
Equinocial.

No dia 8 de setembro, foi concluído o Forte e Vila de São Luís, assim nomeado em
homenagem a Luís XIII (alguns anos mais tarde, no lado contrário ao Atlântico, na
embocadura do Senegal, uma outra cidade seria batizada com o nome de São Luís,
mas em homenagem a Luís XIV). O fato teve uma certa repercussão e provocou uma
crise diplomática, resultando, finalmente, na reconquista do Maranhão pelos
portugueses de Pernambuco, em 1615.

Fonte:www.topgyn.com.br

Maranhão

O estado do Maranhão localiza-se entre a Amazônia e o Nordeste, constituindo-se a


fronteira entre as duas regiões. Conta com 216 municípios, 5,6 milhões de habitantes
e uma extensão superior a 333 mil quilômetros quadrados, tendo como capital a
cidade de São Luís.

Economia
Possui indústrias diversas, destacando-se as de transformação de alumínio, alimentos
e madeiras. Também possui atividades de extrativismo do coco babaçu e da
agricultura da soja, mandioca, arroz, milho, e pecuária.

Localização
Limita-se com o Piauí, Tocantins e o Pará. Em 1612, colonizadores franceses queriam
fundar nesse território, a França Equinocial Brasileira. O Maranhão guarda as marcas
do passado, principalmente na arquitetura de sua capital, São Luís, que mostra as
marcas do Brasil Colonial.

O centro possui ruas estreitas e sobrados com fachadas de azulejos datados dos
séculos XVII a XIX. Alcântara, município de reduto negro, foi tombada pelo
Patrimônio Histórico Nacional pela riqueza de sua arquitetura que também revela o
passado histórico.
Amazônia Maranhense
No Maranhão a região amazônica propriamente dita é compreendida pelas regiões a
oeste do paralelo 44 menos os cerrados do sul-maranhense. inclui-se aí todo o litoral
ocidental até a baía do Tubarão (extensão do chamado litoral norte, que inclui São
Luís), toda a baixada maranhense (espécie de prolongamento das várzeas da bacia
amazônica e dos campos do Marajó), os vales dos extensos e perenes rios Gurupi,
Turiaçu, Pindaré, Grajaú e Mearim até mais ou menos a região de Grajaú, tornando-
se difícil muitas vezes definir onde começa um bioma e termina o outro. O traçado
que delimita o bioma nunca é retilíneo.

Assim sendo, a cidade de São Luís seria a terceira maior da Amazônica e um dos seus
portais litorâneos e Imperatriz a segunda maior do interior da Amazônia e um dos
seus portais interioranos.

Isso quer dizer que, no Maranhão, as áreas compreendidas por essas regiões que
hoje estão devastadas ou fragmentadas em sua maior parte (cerca de 69%, o pior
índice da Amazônia Brasileira), outrora foram cobertas pela mais exuberante floresta
tropical densa e ecossistemas associados.

Esse cenário compõe mais de um terço do estado, todo o oeste e centro-norte; as


áreas adjacentes são conformadas por ecótonos(área de transição) ou as formações
florestais pré-amazônicas propriamente ditas, que abrange algumas áreas próximas à
fronteira leste com o Piauí (zonas de transição para o domínio da Caatinga e parte do
Cerrado) e as regiões de tensão ecológica com os cerrados do sul do Estado (como
exemplo da Pré-Amazônia está o Parque Estadual do Mirador).

Colonizadores e cientistas que visitaram o litoral e o interior do Maranhão na época


colonial nos deixaram relatos das paisagens, fauna e flora tipicamente amazônicas e
bem distintas daquelas encontradas nas capitanias do Nordeste.

A distância e a dificuldade de acesso deixou o Maranhão e todo o norte do país no


primeiro século isolados do contato com o restante da colônia e a mercê de piratas
franceses, ingleses, espanhóis e holandeses.

Com a definitiva expulsão dos franceses em São Luís dá-se início a ocupação
portuguesa efetiva no Maranhão em particular e na Amazônia em geral.

Interior do Maranhão
Não só a capital encanta o visitante. O interior exibe belezas naturais exuberantes. A
Floresta dos Guarás, por exemplo, é recortada por baías e centenas de canais e furos.
Há fartura de peixes, caranguejos e aves que alimentam em manguezais.

Os manguezais são visitados por diversos animais, entre os quais, o guaxinim e o


macaco-prego. A Em diversas ilhas, artesãos do mar fabricam embarcações para
pesca e transporte de pessoas. Em Cururupu ainda funcionam rústicos estaleiros
artesanais. A região integra a Área de Proteção Ambiental Reentrâncias Maranhenses,
nos municípios de Cururupu, Cedral, Guimarães e Porto Rico.

Lençóis
Os Lençóis Maranhenses são também um pedaço dos grandes atrativos naturais. A
região forma um Parque Nacional (155 mil ha) com dunas. O delta do rio Parnaíba é
maravilhoso. A região de Carolina e os recifes do Parcel de Manoel Luís, onde se
encontra o maior banco de corais da América do Sul, são bons lugares para o
mergulho.

“Minha terra tem palmeiras”

Conhecido também por “Terra das Palmeiras”, o Maranhão tem nas várias espécies
desta árvore a sua principal fonte de renda. Entre as mais significativas do ponto de
vista econômico está a palmeira do babaçu.

A agropecuária, as plantações de soja, no Sul do Maranhão, as indústrias de


transformação de alumínio e de alumina, e as indústrias alimentícia e madeireira
complementam a economia estadual.

Ao contrário do que ocorre em outros estados da região nordeste, o Maranhão não


sofre com a seca. Existe em seu território uma extensa rede de rios perenes e uma
estação chuvosa regular. Fazem parte desta rede o rio Parnaíba, o maior deles, e os
rios Gurupi, Grajaú e Tocantins, que corre ao sul delimitando a fronteira do estado
com o Tocantins.

Lendas do Maranhão

Lenda do Milagre de Guaxenduba


Conta-se que, no principal e decisivo confronto entre portugueses e franceses,
travado em 19 de novembro de 1614, diante do Forte de Santa Maria de
Guaxenduba, já se tornava evidente a derrota dos lusitanos, por sua inferioridade
numérica em homens, armas e munições.

Apesar de lutarem, iam-se arrefecendo os ânimos dos soldados de Jerônimo de


Albuquerque. Mas eis que surge, entre eles, uma formosa mulher em auréola
resplandecente.

Ao contato de suas mãos milagrosas, transforma-se a areia em pólvora e os seixos


em projéteis. Revigorados moralmente e providos das munições que lhes estavam
faltando, os portugueses impõem severa derrota aos invasores, a quem só restou o
recurso da rendição.

Em memória deste feito, foi a Virgem aclamada padroeira da cidade de São Luís do
Maranhão, sobre a invocação de Nossa Senhora da Vitória.

O Padre José de Moraes, em “História da Companhia de Jesus na Extinta Província do


Maranhão e Pará” (1759), demonstra a antigüidade desta lenda, escrevendo: “Foi
fama constante (e ainda hoje se conserva por tradição) que a virgem Senhora foi
vista entre os nossos batalhões, animando os soldados em todo tempo de combate.

Lenda da Carruagem de Ana Jânsen


No século 19 viveu em São Luís a Senhora Dona Ana Joaquina Jânsen Pereira,
comerciante que, tendo acumulado grande fortuna, exerceu forte influência na vida
social, administrativa e política da cidade.

Era voz corrente, então, que Donana Jânsen – como era comumente chamada –
cometia as mais bárbaras atrocidades contra seus numerosas escravos, os quais,
submetia a toda sorte de suplícios e torturas em sessões que, não raro, terminavam
com a morte.

Alguns anos após o falecimento de Donana, passou a ser contada na cidade a


fantástica estória, segundo a qual, nas noites escuras das sextas-feiras, boêmios e
notívagos costumam deparar com uma assombrosa e apavorante carruagem, em
desenfreada correria pelas ruas de São Luís, puxada por muitas parelhas de cavalos
brancos sem cabeças, guiados por uma caveira de escravo, também decapitada,
conduzindo o fantasma da falecida senhora, penando, sem perdão, pelos pecados e
atrocidades, em vida, cometidos.

Quem tiver a infelicidade e a desventura de encontrar a diligência de Donana Jânsen


e deixar de fazer uma oração pela salvação da alma da maligna senhora, ao deitar-se
para dormir, receberá das mãos de seu fantasma uma vela de cera.

Esta, porém, quando o dia amanhecer, estará transformada em descarnado osso


humano.

Lenda da Serpente da Ilha


Submersa nas águas que circundam a Ilha de São Luís, continuamente cresce,
enquanto dorme, camuflada pelo limo e pelo musgo grudados sobre suas grossas
escamas. Ninguém sabe por quanto tempo esse animal dormirá.

O certo, porém, é que chegará o dia em que, findo o processo de crescimento, a


cabeça desse monstro encontrará a ponta de sua própria cauda. Nesse dia, para
desgraça dos habitantes de São Luís, essa fenomenal criatura acordará.

Então, produzindo rugidos ensurdecedores, soltando enormes labaredas pelos olhos e


pela boca, abraçará a Ilha com força descomunal e, com fúria diabólica, a arrastará
para as profundezas do mar, afogando, de maneira trágica, todos os habitantes da
ilha.

Fonte:portalamazonia.globo.com

Maranhão

Estado de Maranhão – Brasil

Este Estado é considerado o estado com a maior diversidade de ecossistemas do


Brasil: desde a floresta amazônica até o litoral, cerrados e pântanos, além de ter o
maior banco de corais da América do Sul, e conta com uma população de: 6.184.538
hab.

Tem um dos patrimônios históricos, culturais e arquitetônicos mais ricos do país.

Este Estado tem 640 quilômetros de litoral atlântico.

Foi colonizado pelos franceses, holandeses e portugueses sucessivamente.


Sua capital, a cidade de São Luís, é a porta de entrada ao Estado e foi declarada
Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO e hoje conta com uma população
de: 957.899 hab.

É interessante visitar:
Parque Nacional dos Lençóis Marañenses

Delta do Rio Paranaíba

Parque Provincial Marino do Parcel de Manoel Luís

Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses

É um dos ecossistemas mais assombrosos do mundo, já que se trata do único deserto


do planeta que tem milhares de lagoas cristalinas de água doce; além de ser um mar
de dunas que ocupa 70 quilômetros da costa.

A paisagem é deslumbrante, já que esta zona árida está repleta de oásis sombreados
por palmeiras e tem inumeráveis lagoas com águas azuis e verdes, que durante a
época de chuva, se contrastam com as dunas de areia branca.

É um dos lugares mais bonitos do litoral brasileiro.

O parque é muito extenso e não tem estradas para o acesso, e para conhecê-lo, é
aconselhável visitá-lo com um guia local em veículos quatro por quatro.

Alcântara
É uma cidade histórica com numerosos casarões coloniais.

São José de Ribamar


É uma aldeia de índios antiga.

Carolina
Nesta cidade existe formações geológicas de origem ainda inexplicáveis, e também
cascatas grandes, cavernas e covas com inscrições nas rochas.

Venha conhecer o Maranhão e descubra que além de seu rico Patrimônio Histórico,
Cultural e Arquitetônico, tem também, um extraordinário potencial sócio-ambiental
como o da Ilha dos Lençóis na Floresta dos Guarás. Sinta a adrenalina borbulhar
pelas suas veias ao ter a empolgante experiência de visitar uma das últimas
fronteiras descobertas pelo ecoturismo no Brasil!

É um santuário ecológico que reúne no mesmo lugar e ao mesmo tempo cenários


bucólicos exuberantes, uma avifauna com milhares de pássaros Guarás (Eudocimus
ruber) que parecem incendiar o manguezal com sua plumagem de vermelho intenso,
lendas épicas extraordinárias como a do Rei dom Sebastião e uma comunidade de
pescadores que ainda hoje mantém a lendária tradição.

Paisagens bucólicas e lendas épicas à parte, o lugar é também um bálsamo do tempo


e do espaço para quem é atraído pela emoção de novas descobertas, por lugares
remotos e pouco freqüentados, que gosta do inusitado e não prioriza o conforto
convencional, mas, não rejeita uma deliciosa culinária local e um bom repouso numa
aconchegante rede embalada pela refrescante e acariciadora brisa do mar, para
descansar de todas estas sensações vividas por aqui

Fonte:www.brasilcontact.com

História do Maranhão

Não existem evidências de que os espanhóis tenham chegado à costa norte do Brasil,
antes dos portugueses, como demonstrado no artigo Falsos Descobrimentos do
Brasil.
As primeiras tentativas dos portugueses de colonizar o atual território do Maranhão
ocorreram com a criação das Capitanias Hereditárias. Os primeiros colonos da
Capitania do Maranhão chegaram em 1535. Eram cerca de 900 pessoas e fundaram o
povoado de Nazaré, mas os ataques dos índios resultou na morte da maioria dos
colonos. Em 1538, os cerca de 200 sobreviventes retornaram a Portugal. Outras
tentativas ocorreram no século 16, mas sem sucesso.
No final do século 16, os franceses já exploravam o litoral norte brasileiro. Em 1612, eles
ocuparam parte da costa do Maranhão (Isle de Maragnan), fundaram a França
Equinocial e a cidadela deSão Luís. Os missionários capuchinhos franceses
conseguiram o apoio dos tupinambás. Os portugueses e espanhóis tentaram tomar o
território durante os anos seguintes.
Em 1614, forças portuguesas, comandadas pelo caboclo Jerônimo de Albuquerque
derrotaram os franceses na Batalha de Guaxenduba. Em novembro de 1615, o
comandante francês Daniel de la Touche de La Ravardière foi preso, enviado para
Lisboa e encarcerado na Torre de Belém.
Após a expulsão dos franceses, os portugueses iniciaram uma rápida colonização do
território. Além do pessoal vencedor das batalhas, chegaram cerca de mil colonos
dos Açores, em 1619. A Câmara de São Luís foi instalada no final do mesmo ano.
Em 21 de fevereiro de 1620, foi criado, por carta régia, o Estado do Maranhão, com
capital em São Luís, separado do Estado do Brasil. Outra carta régia, de 13 de junho de
1621, mudou o nome para Estado do Maranhão e Grão-Pará. Entretanto, o governo do
Estado somente foi instalado em 1623, por demora na chegada do governador
nomeado. Uma das razões para a separação era a difícil navegação até a Bahia. Além
disso, existia a vastidão das capitanias do norte.
Em 1641, São Luís foi invadida pelos holandeses, mas recuperada três anos depois.
O padre Antonio Vieira teve importante papel no Maranhão como missionário entre os índios.
Em 30 de agosto de 1677, foi criada a Diocese de São Luís do Maranhão, como sufragânea do Patriarcado de
Lisboa. Em 5 de junho de 1827, após a Independência do Brasil, tornou-se sufragânea da Arquidiocese de
São Salvador da Bahia. Em 1º de maio de 1906, subordinou-se à Arquidiocese de Belém do Pará.
Tornou-se a Arquidiocese de São Luís do Maranhão, em dois de dezembro de 1921.
Em 1751, a capital do Estado foi transferida para Belém e o nome do Estado passou a ser Estado do Grão-
Pará e Maranhão, invertendo a ordem dos nomes e envolvendo as duas capitanias do Grão-Pará e do
Maranhão.
Em 1772, foi criado o Estado do Maranhão e Piauí, separado do Grão-Pará. Entretanto, a separação só se
efetivou com a provisão de 9 de julho de 1774.
Em 1755, o Marquês de Pombal criou a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão,
promovendo o desenvolvimento da região e intensificando o comércio de escravos africanos. Essa empresa
entrou em processo de liquidação, em 1778, mas funcionou até 1784.
Em 10 de outubro 1811, a carta régia de D. João separou a Capitania do Piauí da administração do
Maranhão.
Em Sete de Setembro de 1822, o Príncipe D. Pedro rompeu com Portugal. O governo de algumas províncias
aderiram ao Príncipe, outros permaneceram leais a Portugal. A Bahia já estava em guerra desde junho,
Pernambuco lutava pela independência desde 1817. O Maranhão foi dominado pelas forças brasileiras em
1823.
Após 1889, com a República, o Maranhão tornou-se um estado do Brasil.

Com a assinatura do Tratado de Tordesilhas entre os portugueses e espanhóis por volta de 1494, a região
onde hoje se encontra o estado do Maranhão ainda não fazia parte do território brasileiro.

Entretanto, em 1534, o rei de Portugal D. João III dividiu o Brasil-colônia em Capitanias Hereditáriasa fim
de fazer um cerco no país e impedir a invasão de estrangeiros. Nesta divisão, o território do Maranhão foi
fragmentado, mas logo seria invadido pelos franceses por ter uma localização estratégica na região
Nordeste do país.

Em 1612, Daniel de La Touche comandou uma missão francesa até a ilha de Upaon-Açu e tornou-se um dos
fundadores do povoado da França Equinocial, chegando a construir o Fourt de Saint-Louis, nome dado em
reverência ao rei de seu país. Neste momento, nascia a futura capital do Maranhão: a cidade de São Luís.

Os portugueses decidiram reivindicar o território ocupado e expulsaram os franceses em 1615, sob comando
de Jerônimo de Albuquerque Maranhão, que lutou ao lado de algumas tribos indígenas. O nome que deu
origem ao estado tem relação com o Rio Marañón do Peru, que em linguagem tupi significa ‘mar’,
‘corrente’.

No ano de 1621, a Coroa portuguesa nomeou as divisões territoriais de Maranhão e Grão-Pará, para
defender a costa marítima do país e estabelecer contato com a metrópole, que estava centralizada na cidade
de Salvador.

Ainda no século XVII, as Invasões Holandesas no Nordeste também viriam a influenciar no


desenvolvimento econômico do Maranhão. Estes estrangeiros queriam expandir a indústria açucareira com a
procura de terrenos férteis para a produção de cana-de-açúcar.

Um novo movimento de expulsão por parte dos colonizadores portugueses se iniciou: em 1642, o capitão
Antônio Teixeira de Melo organizou uma expedição para enfrentar os holandeses, mas só conseguiu a
vitória efetiva dois anos depois.

Com a nomeação do Marquês de Pombal como Primeiro-Ministro português, o estado maranhense foi
subdividido em quatro capitanias: Maranhão, Piauí, São José do Rio Negro e Grão-Pará.

Pombal fundou a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e estimulou a migração de outros


povoados nordestinos para a região com o cultivo de arroz e algodão. Estas novas mercadorias aceleraram o
desenvolvimento do estado, que chegou a abrigar diversos casarões antigos que fazem parte do Centro
Histórico de São Luís.

Entretanto, com o fim do sistema escravocrata em 1888, o estado passou por um difícil período econômico e
só veio se recuperar no início do século seguinte, por volta de 1910, com a industrialização do material
têxtil.

O Maranhão é o segundo maior estado da região Nordeste e tem uma população estimada em 6,3 milhões de
habitantes.

Fontes:
http://www.mundi.com.br/Wiki-Maranhao-687.html
http://citybrazil.uol.com.br/ma/historia-do-estado

Arquivado em: História do Brasil, Maranhão

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