Revista Areia e Brita
Revista Areia e Brita
Revista Areia e Brita
Publicação da anePac - ASSocIAção NAcIoNAl dAS eNtIdAdeS de ProdutoreS de AgregAdoS PArA coNStrução
ISSN 1518-4641
Capa
Areia de
brita para
construção
Representatividade
AGREGADOS - Desafios,
novas tecnologias e produtos.
Pág_27
EDITORIAL
Inovações tecnológicas na
mineração de agregados
O
s avanços tecnológicos observa- em, nem diria matemática, mas simples
dos nas duas últimas décadas são aritmética, não poderão fazer manutenção
impressionantes e, muitas vezes, básica do dia-a-dia do equipamento ou
difíceis de acompanhar mesmo para máquina que operam e interpretar dados
pessoas bem formadas técnica e intelec- que os painéis indicam.
tualmente. Infelizmente, os avanços
observados na educação no Brasil nessas Evidentemente, esses tristes dados não
mesmas duas décadas estão longe de podem impedir o avanço tecnológico. As
serem pelo menos razoáveis. Os números empresas vêm lidando com essa mão de
mostrados pelo MEC no último SAEB obra precária há muito tempo. Elas não
(Sistema de Avaliação da Educação podem prescindir das inovações para não
Básica) para o ano de 2017 mostrou que ver sua produtividade cair. Investir em
no ensino médio a nota dos estudantes qualificar sua própria mão de obra custa
para matemática e português é mais baixa caro, mas não há saída no curto prazo.
Fernando que a registrada em 1997, não somente Dependemos de ações de incremento e
Mendes Valverde nas escolas públicas, mas também nas devemos criar oportunidades de ampliar
Presidente Executivo
particulares, embora nestas a piora tenha as discussões e fomentar o conhecimento
sido maior. Ou seja, os estudantes do técnico tão necessário às empresas e ao
ensino médio de 2018 sabem menos que setor industrial.
sabiam os de 1997.
Dentro deste contexto é muito importante
Os equipamentos e máquinas usados e pertinente a realização de eventos como
na mineração trazem cada vez mais o Seminário Agregados - Desafios, Novas
inovações. Essa mão-de-obra que nosso Tecnologias e Produtos, uma parceria
ensino público e privado vem preparando entre Metso e ANEPAC que tratou de
vai conseguir fazer uso dessas novas assuntos pertinentes ao cotidiano das
ferramentas que a tecnologia aporta? Para empresas e sinalizou para a necessidade
fazer uso delas é preciso que o operador de formação constante dos gestores e
saiba ler instruções, entender ordens, fazer empregados nas mineradoras de agrega-
checagens nas máquinas e equipamentos, dos. O saber deve ser perseguido constan-
seguir regras de segurança. Sem proficiên- temente em nosso setor, tanto quanto a
cia em português não compreenderão inovação tecnológica, pois, são comple-
instruções por não conseguir interpretá- mentares e igualmente necessários para
las, nem ordens e regras. Sem proficiência que o crescimento seja real e sustentável.
capa
Areia de
brita para
construção
20
representatividade
Eleições ANEPAC
27
AGREGADOS - Desafios, novas tecnologias e produtos
expediente
artigos destaque
6 Presidente do Conselho da ANEPAC
é eleito Personalidade do Ano
31
Novos Tempos em São
Paulo?
SOMAR recebe prêmio
A jornada da Transformação
Digital
legislação
ABDI disponibiliza novas normas
32
no Catálogo da ABNT
33
36 eventos
brasil Eventos ABRAINC 2019
Novos Tempos
em São Paulo? * Diretor Executivo da Anepac
H
á muito tempo que se faz necessário um Atualmente é patente que a mineração é muito
planejamento da atividade minerária no mais uma “parceira” do que uma “adversária” para
Estado de São Paulo. As primeiras tentati- o planejamento do uso do solo nas cidades, visto
vas remontam à década de 70 e os maiores que as áreas por ela utilizadas acabam sendo as
interesses foram direcionados para a várzea do rio mais conservadas, recuperadas e/ou reaproveita-
Tietê, devido à dicotomia mineração x indústria, das ambientalmente, assim como comunitari-
com o aumento do crescimento econômico da amente. Vide os vários parques existentes no
região metropolitana de São Paulo. Estado; antigas áreas que servem de armaze-
namento de água, tanto para captação como
Foram realizados alguns trabalhos nesse sentido, para regulação em épocas de cheias em algumas
tanto pela Emplasa, como Secretaria de Negócios várzeas e que, portanto, acabam evitando a
Metropolitanos, CPRM, IPT, etc. Sem, contudo, “invasão” urbana e consequente impermeabiliza-
se transformarem em políticas públicas que ção das mesmas.
garantissem o planejamento da mineração,
evitando a esterilização de potenciais jazidas e Nesse sentido, o Estado de São Paulo tem
problemas com o futuro fornecimento de minéri- procurado avançar em algumas frentes,
os, principalmente os agregados (areia e brita) e demonstrando uma maior preocupação com o
argila, básicos para toda a cadeia da infraestru- Setor Minerário Paulista. Primeiramente, com a
tura e construção e o consequente desenvolvim- criação em 2009 da FPAM – Frente Parlamentar
ento econômico do Estado. de Apoio à Mineração, iniciativa suprapartidária
da ALESP – Assembleia Legislativa do Estado
O resultado foi que das 142 minerações de areia de São Paulo, composta atualmente por mais de
existentes na região da Grande São Paulo não 20 Deputados Estaduais, onde são discutidas a
sobrou uma sequer em atividade e atualmente situação e as necessidades do Setor Minerário
o suprimento da região tem que vir de até 200 Paulista, podendo gerar demandas da área
km de distância. Será que os nossos gestores legislativa junto à executiva do Estado.
públicos calcularam o quanto isso acarretou em
aumento do custo de vida para a nossa popula- Posteriormente, reativou a antiga Coordena-
ção? E as consequências para o meio ambiente, doria de Mineração, então ligada à Secretaria de
devido à necessidade de transporte, quase todo Energia, Saneamento e Recursos Hídricos, a qual
ele realizado por caminhões e às áreas imperme- foi transformada em Subsecretaria de Minera-
abilizadas com o avanço da urbanização sobre ção em 2011. Sendo que, em 2015, a própria
as mesmas? Será que o meio ambiente não Secretaria mudou de nome para Secretaria de
teria ganhado mais com a regularização dessas Energia e Mineração do Estado de São Paulo,
minerações e as consequentes preparações das ficando definitivamente encarregada de ser a
áreas mineradas para a conservação e/ouo uso protagonista nos assuntos ligados à mineração
futuro pela própria comunidade? no Estado.
Vista aérea
de SP.
Google Earth
A jornada da
Transformação Digital * Diretor de Transformação
Digital da Fujitsu no Brasil
Nilton Cruz*
H
á tempos apontada como tendência e Humanos e vendas. Essa mudança de cenário
diferencial competitivo, a Transforma- está relacionada, principalmente, com o fato
ção Digital tornou-se uma necessidade de que esses setores passaram a conversar e
vital para as empresas– e elas sabem disso. De interagir muito mais para atender a todas as
acordo com o Gartner, a Inteligência Artificial necessidades do negócio e, principalmente, focar
deve movimentar US $ 1,2 trilhão em 2018 - esse no consumidor final. Com os usuários cada vez
número representa aumento de 70% em relação mais conectados, nos deparamos com uma vasta
a 2017. As empresas também já entendem que troca de experiências, opiniões e sentimentos que
investir em tecnologias como Inteligência Artifi- não devem ser ignorados, mas sim, levados em
cial, por exemplo, já não é mais suficiente para consideração para cada passo que vamos tomar.
transformar a organização. As tecnologias e os
projetos precisam estar integrados para serem A indústria de mineração por exemplo, deve
capazes de trazer insights relevantes para os considerar iniciativas de Transformação Digital
negócios. como um motor de crescimento e desenvolvi-
mento desse mercado. Soluções que trazem
É possível perceber, ainda, que o investimento em produtividade para o negócio e eficiência nas
tecnologia deixou de ser uma responsabilidade operações passam a ser fundamentais para as
atribuída apenas para o setor de Tecnologia empresas que querem se manter competitivas.
da Informação e passou a demandar esforços É importante reforçar que o conceito de Transfor-
de outras áreas, como marketing, Recursos mação Digital é muito mais amplo que apenas
uma tecnologia de ponta para inovar processos, exemplo, o cruzamento de dados que auxiliam no
e busca encontrar, por meio de soluções comple- monitoramento de equipamentos e trabalhadores,
tas, maneiras de otimizar operações em todas as na gestão em tempo real dos processos e
etapas do negócio. Só assim é possível atingir produtos, e também na integração da equipe para
o resultado esperado de forma assertiva e com que seu desempenho seja otimizado.
riscos minimizados.
É preciso uma mudança de cultura em torno de
O desenvolvimento de um ambiente de trabalho velhas ideias sobre maneiras de trabalhar e os
digital também passa pela mudança nas colaboradores precisam ter a oportunidade de
políticas da empresa. Estruturas organizacionais aproveitar a flexibilidade aumentada no local de
e até mesmo funções de trabalho terão que trabalho e os benefícios de uma infraestrutura
mudar para permitir que uma força de trabalho totalmente conectada e padronizada.
engajada digitalmente possa produzir mais do
que nunca e com maior eficiência. No caso da Chegou a hora de mudar o mindset, estudar a
mineração, soluções seguras de autenticação cultura organizacional da empresa e avaliar pontos
de usuários e ferramentas que automatizem que podem ser melhorados e comportamentos
processos nos setores logísticos possibilitam, por que já estão ultrapassados.
Escute mais seus colaboradores. Quando as Por fim, mas não menos importante, saiba reunir
áreas conversam entre si, outras fontes e insights várias perspectivas e conhecimento. Isso permite
podem vir dos clientes, pesquisas, prospects, criar novos insights e provocar mudanças positi-
entre outros. vas. Como identificar quando algo está errado?
Ainda há tempo para mudar? Ainda existem
3) Vá além de fornecer empresas com muito potencial, porém as informa-
ções são utilizadas de maneira errada ou ineficaz.
As empresas provedoras de tecnologia não se Incluir projetos e laboratórios para os novos
limitam mais em apenas fornecer a solução. profissionais é uma aposta na educação dos
Elas precisam se posicionar como verdadeiras seus colaboradores e colabora para a evolução da
consultoras, capazes de auxiliar na escolha organização como um todo.
Agregados Calcários
Horizonte, MG.
3 Mestre em Geologia e
Geoquimíca, UFPA 2001.
Cleber Rodrigues de Macêdo1; Vinicius Soares Possa Andrade2; Luciana Viana de Melo3
Professora do Centro
Universitário de Belo
Horizonte – UniBH. Belo
Horizonte, MG.
RESUMO: O setor de agregados é um setor escasso de estudos geológicos em todo o Brasil, existem alguns raros estudos
aprofundados que relacionam petrografias com os agregados, de forma que ainda é um setor que necessita de vários estudos que [email protected]
podem ser de valor importante academicamente e para o mercado. Devido a ideias não comprovadas geologicamente de que existem
pulverulências diferentes de acordo com a cor do calcário utilizado no Membro Lagoa Santa da Formação Sete Lagoas, o presente
trabalho irá verificar a petrografia dos calcários existentes no Membro Lagoa Santa e fazer uma análise correlacionando com os
finos gerados por cada calcário ao ser britado em laboratório, para verificar se realmente há uma notável diferença nos finos gerados
entre os diferentes calcários britados da mesma unidade geológica. Será realizada a lamina delgada para descrição microscópica,
descrição macroscópica com os calcários coletados em campo e por fim a britagem e peneiramento das mesmas amostras que
foram realizadas as descrições, para que se possa realmente verificar se existe uma variação entre as características petrográficas
dos calcários e o resultado no momento da britagem. Foram coletadas amostras de próximas as regiões de extrações de calcário no
Membro Lagoa Santa, nas Cidades de Pedro Leopoldo e Matozinhos que são grandes destaques no mercado de extração de calcário.
PALAVRAS-CHAVE: Calcário, Agregado, Petrografia, Finos, Formação Sete Lagoas, Membro Lagoa Santa.
Lagoa Santa no mercado de agregado e cimenteiro em Minas Gerais sendo base para extração de três das maiores
cimenteiras do estado e da principal fornecedora de agregados para argamassa da região metropolitana de Belo
Horizonte. A área de estudo fica entre as cidades de Matozinhos e Prudente de Morais, com acesso feito a partir de
Belo Horizonte pela MG-424 sentido Sete Lagoas, os afloramentos estudados se localizam na margem esquerda da
rodovia, podendo ser acessados por caminhos vicinais.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A realização deste trabalho envolveu as seguintes etapas: Levantamento bibliográfico, confecção de mapas temáticos
(topográfico e geológico), trabalhos de campo e trabalhos laboratoriais. O levantamento bibliográfico permitiu
coletar informações acerca da geologia da área de trabalho, com enfoque nos calcários da Formação Sete Lagoas,
pertencente ao Grupo Bambuí e sobre materiais agregados calcários utilizados na construção civil. A confecção dos
mapas temáticos se deu através do Softaware Arcgis ® versão 10.5, onde foram criados mapas temáticos, como:
localização, topográfico e geológico, utilizando como base dados do IBGE e CRPM/CODEMIG.
Figura 1 - Mapa de Localização com os pontos estudados. Fonte: Google Earth e IBGE.
Foram realizadas três campanhas de campo nos dias Para a realização dos testes físicos granulométricos foram
24 e 25 de março, 23 de abril e 20 de maio de 2018. Ao coletados em torno de 2 Kg/amostra de cada afloramento
todo foram estudados 05 afloramentos, sendo que na de calcário descrito visando caracterizar a granulometria
primeira campanha foram descritos 02 pontos situados dos diferentes tipos de calcários estudados. Os testes
no município de Pedro Leopoldo. Na segunda campanha foram feitos no laboratório de Beneficiamento de Minério
foram estudados 03 pontos localizados no município do curso de Engenharia de Minas do UniBh. As amostras
de Matozinhos. A escolha dos afloramentos levou em foram britadas no britador de mandíbula Tormax, modelo
consideração os tipos de calcários (claros e escuros) BT.TRM. O quarteamento das amostras foi feito no
similares aos usados pelas empresas de agregados da quateador do tipo Jones da Brastorno. Para o peneira-
região. A descrição e seleção de amostras consideraram mento das alíquotas quarteadas foram utilizadas peneiras
critérios texturais, mineralógicos e estruturais, sendo que da Bronzeinox de configuração ASTM, nas malhas 8, 10,
foram coletadas 06 amostras, das quais duas são do 100, 200 mesh e fundo, segundo os critérios da NBR
ponto 01 onde havia o contato entre calcários claros e 7211/2005.
escuros. A terceira campanha visou à coleta de amostras
dos calcários (claros e escuros) em maior volume para os 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
testes físicos de moagem.
3.1 AGREGADOS
Para os estudos petrográficos microscópicos foram
confeccionadas e descritas seis lâminas delgadas A Associação Nacional de Entidades de Produtores
comuns, três de calcários escuros e três de calcários de Agregados para Construção (ANEPAC) define o
claros, com o auxílio do microscopio petrográfico agregado como materiais minerais, sólidos e inertes
Nikon Elicpse E200 com objetivas de 4x, 10x e 40x, do que de acordo com a granulometria são utilizados
laboratório de petrografia e microscopia do curso de para fabricação de produtos artificiais que se tornam
geologia do UniBH. As proporções do percentual dos resistentes perante a mistura com materiais aglomeran-
minerais foram estimadas por análise visual. tes de ativação hidráulica e também materiais granula-
res rochosos utilizados para pavimentos ou ferrovias, cas petrográficas da rocha britada. Assim, a análise
podendo ser naturais provindos de fontes particuladas petrográfica da rocha-fonte pode ser uma importante
da própria natureza sem a necessidade de processos ferramenta na pré-avaliação da distribuição granulo-
industriais ou artificiais, ou seja, produzidos apenas por métrica e características do material após ser britado
processos físicos de britagem. (Pinho, 2007).
A NRB 7211/2005 classifica os agregados como miúdos De acordo com Frazão (2002) a influência da petrografia
e graúdos, sendo os miúdos as areias naturais/artificiais nas características do agregado pode ser explicada pelas
e os graúdos as britas e materiais mais grosseiros. Essa estruturas das rochas, onde rochas que possuem algum
norma ainda define como agregado miúdo (peneiras tipo de foliação como estratificações, xistosidades
ABNT), o material passante da peneira de abertura 4,8 e bandamentos tendem a produzir fragmentos
mm e retido na de abertura 0,075 mm, já os agregados com formas lamelares e alongadas, já as rochas
graúdos são aqueles passantes da peneira de abertura sem estruturas orientadas, ou maciças, produzem
152 mm e ficam retidos na peneira de abertura 4,8 mm. fragmentos com forma cúbica. Para esse mesmo autor
A NBR 7389/2009 afirma que a petrografia é a principal a influência da composição mineralógica vem do fato
ferramenta usada para caracterização de agregados e de que rochas constituídas por minerais de granulações
concretos e consta de estudos da composição e textura muito grossas, como quartzo e feldspato, irão tender
das rochas e sua classificação. Esses estudos fornecem a produzir fragmentos de forma cúbica, enquanto que
informações úteis para prever o comportamento dos rochas constituídas por minerais micáceos tenderão a
agregados, o seu beneficiamento, quando necessário, e produzir formas lamelares.
identificar as causas das falhas no concreto.
3.3 CALCÁRIOS
Cuchierato (2000) classifica os agregados miúdos de
acordo com o diâmetro do grão, sendo classificados Os calcários são rochas utilizadas amplamente na
como: Pó de pedra (abaixo de 4,8 mm comercializado a construção civil, produção de cimento, produção de
seco), areia de brita (entre 4,8mm e 0,075 mm) e finos de agregado e como rochas ornamentais. São rochas
pedreira (abaixo de 0,075 mm em suspensão na água). compostas por carbonato de cálcio na forma de calcita
e/ou aragonita (CaCO3) no qual tem como principal
Devido ao modo como são obtidos, os agregados constituinte da sua mineralogia a calcita (Tucker, 2014).
artificiais tendem a ter mais material pulverulento e por A sua origem vem de precipitação química e orgânica,
não ter passado por um processo de intemperismo e sendo que a maior parte do calcário existente hoje é de
arredondamento, os grãos tendem a ser mais angulosos origem orgânica. Durante os processos de formação
e lamelares do que os agregados naturais (Freitas, 2013). o calcário pode se contaminar com impurezas como
materias silicosos, siltes ferruginosos e argilosos,
Os agregados são utilizados amplamente para este último considerado como principal impureza que
preparação de concreto, argamassas, pavimentação dependendo da sua quantidade transforma o calcário
asfáltica, bloquetes, lajes, ferrovias, obras de drenagem, em marga que é uma rocha argilosa (SGARBI, 2012).
muros de contenção e pisos, com o propósito de
aumentar a resistência mecânica, reduzir variações Os calcários são também classificados de acordo com
volumétricas e reduzir custos. Em termos percentuais, o teor de MgO presente na rocha, sendo classificado
seu consumo é dividido em 35% para argamassa, 20% como: Calcário Calcítico (5% de MgO), Magnesiano (
concreteiras, 15% construtoras, 10% pré-fabricados, entre 5 e 12% de MgO) e por fim Dolomítico (acima de
10% revendedores/lojas, 5% pavimentadoras/usinas de 12% de MgO), cada tipo de calcário vai inferir no seu uso
asfalto, 3% órgãos públicos e 2% outros (DNPM, 2015). para o mercado de acordo com o teor de magnésio, pois
há fins comerciais no qual esse teor pode ter influências
Para cada uso é necessário um tipo específico de negativas no processo produtivo (CETEM, 2008).
granulometria do agregado, mas o material rochoso
fonte varia de acordo com a região, à exemplo da região 3.4 UTILIZAÇÃO DO CALCÁRIO NA FORMA DE AGREGA-
sul que tem as rochas basálticas como principal fonte de DO EM ARGAMASSA E CONCRETO.
agregados, enquanto que as regiões sudeste e nordeste
tendem a utilizar granitos, gnaisses e calcários. Segundo Devido a escassez de extrações naturais de agregados,
o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) o uso do agregado artificial cresce cada vez mais no
as rochas mais utilizadas para produção de agregados mercado de argamassas e concretos. O calcário britado
são: arenitos, siltitos, quartzitos, calcários, gnaisses, tem sido atualmente uma alternativa para compen-
granitos, sienitos, basaltos e diabásio. sar a escassez de agregados naturais, principalmente
no estado de Minas Gerais (PINHO, 2007). Seu uso se
3.2 INFLUÊNCIA DA PETROGRAFIA DA ROCHA-FONTE destaca principalmente como areia para argamassas e
NO PRODUTO DA BRITAGEM como brita na produção de concreto, no qual tem o papel
de dar volume, aumentar a resistência abrasiva, durabili-
As características e a disposição dos minerais consti- dade e reduzir custos de produção (FREITAS, 2013).
tuintes de uma rocha-fonte irão ter grande influência
no produto final britado, de modo que o tamanho dos A argamassa é um produto composto basicamente por
agregados está diretamente ligado as característi- areia, cimento e aditivos químicos no qual se torna reativo
12 ANO 20
22 EDIÇÃO 70
73 OUTUBRO/2018
JANEIRO A ABRIL
A 2017
JANEIRO/2019
ANEPAC - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS ENTIDADES DE PRODUTORES DE AGREGADOS PARA CONSTRUÇÃO
com água. O concreto é a mistura do cimento, areia, Figura 2 - Localização da área de estudo (quadro vermelho)
no contexto do Cráton São Francisco.
brita e água. Na argamassa a areia representa aproxi-
madamente de 60% a 80% do volume do produto e no
concreto sua proporção vai de 50% a 80% do volume final
do concreto, cada situação vai de acordo com o objetivo
almejado na produção da argamassa e do concreto, no
qual a sua granulometria e volume vai influenciar direta-
mente nas características finais (NBR 14081/2005).
Tanto a argamassa quanto o concreto estão relaciona-
dos com o consumo de água, em ambos o excesso de
finos no processo de britagem do agregado adquirido
influencia diretamente no resultado final do produto.
A deposição da Formação Sete Lagoas ocorreu Nos calcários do Membro Lagoa Santa não são verifi-
em ambiente marinho raso em rampa carbonática, cados facilmente os traços das foliações, visto que os
decorrente de ciclos transgressivos-regressivos que materiais que constituem os microgrãos de carbonato
caracterizam padrões de empilhamento estratigráficos se apresentam recristalizados sob a forma de micritas,
do tipo retrogradacionais-progradacionais, caracterizan- resultando numa estrutura relativamente compacta
do tratos de sistemas de mar alto e tratos de sistemas (MAGALHÂES 1988).
de mar baixo. As matérias orgânicas encontradas com
abundância nos calcários resultam de um ambiente de 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
deposição em águas profundas e anóxico, o qual foi
favorecido para preservação das matérias orgânicas. Para este trabalho foram estudados cinco afloramentos
(ABREU-LIMA 1997, NOBRELOPES 2002, VIEIRA et al., situados nas regiões de Pedro Leopoldo e Matozinhos,
2007). no Ponto 1 foram coletadas duas amostras por ter dois
tipos de calcários (cinza e escuro), nos demais pontos
3.6.1 CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS DOS foi coletada apenas uma amostra em cada (Figura 4).
CALCÁRIOS DO MEMBRO LAGOA SANTA Nas análises petrográficas foram coletadas informa-
ções de textura, estruturas presentes e mineralogias
Os afloramentos estudados encontram-se no Membro das rochas, sendo todas classificadas como metacal-
Lagoa Santa (Figura 4) que é constituído, principal- cários, porém com características composicionais e
mente, de calcarenito fino a médio, calcirrudito, calcilu- estruturais que às diferenciam umas das outras.
tito, calcissiltito fino a grosso, esteira microbiana e
construções estromatolíticas do tipo gymnosolenides 4.1 DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
(MARCHESE, 1974). Nos afloramentos calcários que
ocorrem nas proximidades das cidades de Vespasiano e O Ponto 01 (UTM: 604.911/7.837.125), FIGURA 5, locali-
Matozinhos são reconhecidas quatro fácies: calcarenito, za-se na região de Pedro Leopoldo. As FIGURAS 6 E 7
calcário wackestones, calcário maciço e calcário micríti- mostram os afloramentos onde as amostras foram
co laminado, as quais estão em contato gradacional coletadas. Nesse ponto foram descritos e amostra-
entre si, e tem coloração característica principalmente dos dois tipos de calcário, um basal e um de topo. O
cinza escura com textura granular e granulometria calcário da base tem coloração cinza clara a escuro e
variando de fina a grossa, contendo na sua mineralogia tem estrutura maciça, (Figura 8), já o calcário de topo
apenas calcita (ILAMBWETSI 2015). Ainda segundo o tem coloração cinza clara e estrutura maciça (Figura 9).
referido autor não foram observadas nenhuma estrutura As rochas podem ser descritas como calcários finos de
de deformação dúctil nas litologias, devido a ausência matriz carbonática. Em lâmina tratam-se de metacal-
de fácies argilosa nesse membro (ILAMBWETSI 2015). cários com textura granular, com granulometria fina
Figura 4 - Mapa
Geológico da área
de estudo com os
pontos coletados.
(8-50 μ), seleção moderada. Nota-se um bimodalismo de grãos de calcita na amostra. A maioria dos grãos estão
orientados segundo uma direção preferencial, sendo a foliação marcada pela presença de argilominerais e alguma
sericita. Observa-se estrutura do tipo estilólito que segundo Sgarbi (2012) é uma estrutura diagenética resultada de
dissolução por pressão direcionada (stress), além de microdobras, onde se destacam grãos de calcita granulares.
Figura 5 - Afloramento Ponto 01. UTM: Figura 6 – Coleta da amostra AM02-P1. Figura 7 - Local da coleta da amostra
604.911/7.837.125 Região de Pedro – Esta parte do afloramento apresenta AM02-P1. AM02- Esta parte do afloramento
Leopoldo – Membro Lagoa Santa estrutura maciça, cinza claro e apresenta estrutura foliada e coloração
granulometria fina. cinza claro e granulometria fina.
Figura 12 - Afloramento P2. Localizado na Figura 13 - Amostra metacalcário (AM03) Figura 14 – Fotomicrografia de
cidade de Pedro Leopoldo. com textura cristalina, estrutura maciça, metacalcário (AM03) de textura granular
granulometria fina composto por calcita. com grãos recristalizados. Obj. 4x
Figura 15 - Afloramento Ponto 04 na região Figura 16 - Amostra de metacalcário Figura 17 - Fotomicrografia de metacalcário
de Matozinhos em área privada – Membro (AM04) de coloração cinza claro a cinza (AM04) apresentando microdobras e
Lagoa Santa. escuro, textura cristalina, granulometria bandamentos; os minerais claros são calcitas
fina e minerais de calcita. e os escuros argilominerais. Obj 4x.
Figura 22 - Amostra AM06 metacalcário maciço com coloração Figura 23 – Fotomicrografia de metacalcário (AM06) de
cinza escuro a cinza claro, textura cristalina, granulometria fina estrutura foliada com granulometria fina (8-50 μ). Composta
com cristais de calcita. por calcita, algum quartzo e mica (sericita).
Quadro 1 - Valores
obtidos para cada
amostra, os quadros
azuis são referentes aos
calcários claros e os
cinzas referentes aos
calcários escuros
Figura 24 - Curva
granulométrica
obtida com todas
as amostras.
Areia de brita
para construção
Evolução de processos e mudanças
estruturais nos grandes centros
urbanos favorecem utilização do
produto para o mercado.
N
o passado o beneficiamento de rochas
tinha um passivo que precisava ser
tratado. A grande quantidade de finos,
conhecido como pó de pedra, resultante dos
processos de britagem que ficava estocada nos
pátios era tratada como rejeito ou como material
de uso secundário por não ter demanda direta do
mercado. Por necessidade e, também, por visão
de futuro, os empresários passaram a estudar
formas de aprimorar este produto e inseri-lo
no mercado para aplicações paralelas ou em
conjunto com as pedras britadas. Desse processo
surgiu a areia de brita, ou areia britada que, pouco
a pouco, com investimento dos produtores e
mudanças no cenário do mercado ganha espaço
em obras e produtos pré-fabricados.
Granulometria uniforme;
Isenção de elementos contaminantes;
Homogeneidade;
Otimização do uso de mão de obra
(não é necessário peneiramento do material);
O rígido controle tecnológico adotado por mercados importantes nos próximos anos”,
muitas empresas para garantir a qualidade do estima Debiazzi.
produto é outro diferencial na produção de areia
de brita. Como todo o processo é realizado A questão cultural, apontada como um
por meio industrial é possível controlar com entrave para o uso corrente da areia de brita é
maior segurança índices como teor de finos, outro desafio que, aos poucos, na visão dos
granulometria e homogeneidade de grãos. empresários, vem sendo vencido. “Cada dia que
passa a aceitação da areia britada é maior, visto
FUTURO – Na visão dos produtores, embora a areia que é uma questão muito mais cultural. A partir
de brita seja um produto relativamente novo no do momento em que os clientes vão conhecendo
mercado e sua utilização ainda encontre gargalos
melhor o produto, a experiência com o uso
em algumas regiões, a aceitação do mercado
da areia de brita permite que ela esteja mais
é crescente, principalmente em aplicações que
presente no mercado e sua utilização tende a
exigem homogeneidade e estabilidade do produto
crescer.” É a opinião de Gustavo Lanna.
como é o caso do concreto e artefatos produzidos
com ele. Para Daniel Debiazzi, as restrições hoje
Na Mineração Santiago, que também atua em
existentes estão mais relacionadas à aparência
da areia britada do que à qualidade, visto que Minas Gerais, a participação da areia de brita no
as areias naturais têm uma cor tipicamente faturamento já é muito relevante e, na visão do
mais clara e as areias de brita apresentam diretor Marcelo Santiago, é um caminho sem volta.
graduações de tons de cinza. “A transposição “Hoje a areia representa cerca de 25% do nosso
desta última barreira constitui a fronteira final faturamento e sua utilização é crescente. Com a
para a plena aceitação do produto no mercado e questão ambiental e as exigências da legislação
que, inexoravelmente, se dará até em função da acredito que o produto vai ganhar ainda mais
exaustão ou impossibilidade de aproveitamento espaço no mercado por suas características
de reservas naturais de areia, devendo levar as que garantem, de janeiro a janeiro, um produto
areias manufaturadas a prevalecer em alguns homogêneo, estável e de alta qualidade”, defende.
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REPRESENTATIVIDADE
Eleições ANEPAC
Diretoria eleita pela ANEPAC mantém principais
membros, mas conta com importantes reforços
para o novo biênio de atividades.
Em assembléia realizada no mês de novembro, o Conselho Diretor da ANEPAC elegeu a diretoria para
o biênio 2019/20. A presidência do Conselho continua sob a gestão de Gustavo Lanna e a presidência
executiva com Fernando Valverde.
Saiba mais:
www.anepac.org.br
AGREGADOS
Desafios, novas tecnologias
e produtos
Seminário realizado pela ANEPAC em parceria com a Metso
discute soluções para mais eficiência na mineração de agregados
O
s avanços tecnológicos aliados ao interes- INDÚSTRIA 4.0 – A entrada das mineradoras de
se dos empresários do setor de agregados agregados na era digital também foi discutida
têm estimulado as indústrias a investir em no seminário. A Metso apresentou seu portfólio
novos equipamentos e processos de britagem e de soluções com destaque para a nova linha de
beneficiamento para um mercado que, embora britadores e peneiras com recursos de automa-
desafiador, tem se mostrado cada vez mais ção que incluem recursos avançados de controle,
exigente. Com esse mote, a ANEPAC em parceria produtividade e redução de custos. A empresa
com a Metso realizou o seminário Agregados também apresentou a realidade de várias minera-
– Desafios, Novas Tecnologias e Produtos em doras que utilizam este sistema, provando que a
setembro, na sede da Fiesp. automação já está presente na rotina das indústri-
as e tende a crescer nos próximos anos.
O evento reuniu empresários, consultores e
representantes de entidades para discutir o atual ROCHAGEM – Um dos assuntos que mais
momento do mercado de agregados no país, as chamou a atenção dos participantes foi a utiliza-
inovações propostas pela indústria de equipamen- ção das rochas britadas como remineraliza-
tos, novos processos de britagem e o futuro do uso dores, condicionadores e fontes de nutrientes
de agregados para além da construção civil. para solos agrícolas, a rochagem. O processo
foi apresentado durante o evento pelo pesquisa-
PLANEJAMENTO E PROCESSOS – O desenvolvi- dor da Embrapa, Eder Martins, que falou sobre
mento e aproveitamento futuro das minas foi um a regularização pelo Ministério da Agricultura,
dos temas abordados no evento. Em uma das Pecuária e Abastecimento (MAPA), certificações
palestras foi discutido o Planejamento Dinâmico necessárias para as pedreiras e os desafios
de Lavra (PDL) que tem como proposta identificar encontrados na adaptação das plantas para
as potencialidades das minas, otimizando sua atendimento às exigências do órgão.
capacidade produtiva e longevidade dos proces-
sos de extração. Para o presidente executivo da ANEPAC, Fernan-
do Valverde, a realização do seminário veio de
A redução de custos nas operações também encontro às necessidades do setor de aprimora-
foi tema de debate. Para os palestrantes o mento profissional e troca de experiências entre
alinhamento dos empresários do setor com as empresas e entidades. “Esse tipo de ação é muito
tendências do mercado exige atenção quanto ao importante para o setor mineral e particularmente
consumo de energia, automação e readequação para o de agregados que sofreu muito com as
de planta e com a inovação nos processos de mudanças na economia e precisa continuamente
britagem por meio do uso de equipamentos que se aprimorar para encontrar soluções para as
atendam à estas necessidades. dificuldades que enfrenta”, enfatizou o executivo.
OPORTUNIDADE EM
BRITA
/ Diabásio PAE satisfatório pela ANM/DNPM
Licença CETESB outorgada em
/ Basalto Novembro 2018 (RCA-PCA)
Erasto Boretti A.
Consultoria em Recursos Minerais
Confraternização
Sindipedras-APEPAC
Em dezembro o Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra
Britada do Estado de São Paulo (Sindipedras) e a Associação
Paulista das Empresas Produtoras de Agregados para Construção
(APEPAC) reuniram associados, parceiros e profissionais do setor
de agregados em uma confraternização. O evento marcou o final
das atividades de 2018 e se transformou em espaço para troca Marcelo Rodrigues Sampaio, José Carlos Garcia Ferreira, Almir Guilherme.
de informações entre os convidados.
Eduardo Rodrigues Machado Luz Júnior, Antero Saraiva Júnior, Eduardo Rodrigues Machado Luciana Rontani, Mariane Souza, Idianara Lira Navarro,
Luz, Arnaldo Jardim, Carlos Eduardo Pedrosa Auricchio, Carlos Alberto Laurito. Gilsa Dorneles de Andrade
Fernando Mendes Valverde, Carlos Eduardo Pedrosa Auricchio, Antero Saraiva Júnior,
Ciro Terêncio Russomano Ricciardi, Daniel Debiazzi Neto, Luiz Eduardo José Eduardo Franco Zuccolo, Itamar Borges, Paulo Camilo Vargas Penna, Luiz Eulálio Moraes
Pamplona Martins Pereira Terra, Eduardo Rodrigues Machado Luz
30 ANO 21
22 EDIÇÃO 73 JANEIRO
OUTUBRO/2018
A ABRIL
A 2019
JANEIRO/2019
ANEPAC - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS ENTIDADES DE PRODUTORES DE AGREGADOS PARA CONSTRUÇÃO
D E S TA Q U E
Presidente do
Conselho da ANEPAC
é eleito Personalidade
do Ano
SOMAR recebe
prêmio
A
SOMAR, mineradora de areia localizada
em Porto Alegre, conquistou mais uma
vez o prêmio Latin American Quality Award
O
presidente do conselho da ANEPAC, Gustavo Lanna, da empresa 2018 em cerimônia realizada pela Latin América
mineira Martins Lanna, foi escolhido como um dos ganhadores Quality Institute em Punta Del Este, Uruguai, onde
do prêmio Personalidades do Ano do Setor Mineral de 2018, pela estavam reunidos mais de 500 empresários.
revista Brasil Mineral, na categoria Agregados/Minerais para Construção.
O prêmio reconhece os profissionais e empresários que se destacaram Para a diretora executiva da empresa, Veronica
na atividade durante o ano. Della Mea o prêmio é um reconhecimento da
importância da mineração de areia para o Brasil.
Por meio de um processo de votação direta, os leitores da revista “Foi um encontro muito produtivo, com muito
votaram em três candidatos indicados pelos membros do Conselho conteúdo e troca de experiências. A minera-
Consultivo da revista. Gustavo Lanna foi escolhido juntamente com ção de areia é um setor altamente relevante da
mais sete profissionais de outras categorias. A premiação aconteceu no economia.”
dia 27 de novembro, em São Paulo, por ocasião do Fórum Brasil Mineral.
Latin American Quality Institute (LAQI) - É uma
Para Gustavo Lanna o prêmio foi “resultado do trabalho que estamos organização privada sem fins lucrativos, fundada
desenvolvendo no setor e reforça que estamos no caminho certo”. na Cidade do Panamá, cujo objetivo é promover e
apoiar a competitividade de empresas e organiza-
ções latino-americanas, promovendo a cultura de
Responsabilidade Total através da metodologia
“LAEM”, dentro dos conceitos de Qualidade Total,
Responsabilidade Social Corporativa, Desenvolvi-
mento Sustentável, Comércio Justo e Qualidade
Educacional.
Empresas, instituições, profissionais e pesqui- Há mais de cinco anos, a ABDI e a ABNT mantêm
sadores ligados à indústria da construção civil parceria para facilitar o acesso a normas técnicas
já podem ter acesso a mais de 100 normas da construção civil. No biênio 2013/2014,
técnicas editadas pelo Comitê Brasileiro da foram disponibilizadas 48 normas aplicáveis
Construção Civil. Fruto de um contrato entre a à construção civil e outros setores, como Bens
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industri- de Capital (BK), Tecnologia da Informação e
al (ABDI) e a Associação Brasileira de Normas Comunicação (TIC), além do BIM. Ao todo, foram
Técnicas (ABNT), foi disponibilizado o Catálogo registrados mais de três mil downloads das
de Normas da ABDI-ABNT, com desconto de 80% normas e cerca de dez mil visualizações.
no valor. No portal, também estão disponíveis
normas e tabelas aplicáveis à tecnologia Building Para ter acesso às normas técnicas, basta
Information Modeling (BIM). acessar o site, fazer o cadastro e efetuar o
pagamento de apenas 20% do valor total do
“A proposta é democratizar e ampliar o acesso documento requerido.
das empresas e profissionais, não só ao
acervo normativo da construção civil em geral, BIM - O Building Information Modeling (BIM) é
mas também com foco no BIM, que é uma uma metodologia de modelagem virtual parame-
nova metodologia de modelagem virtual de trizada dos componentes e sistemas aplicados
componentes, elementos e sistemas, essencial em uma edificação. Segundo a coordenadora de
para a industrialização da construção”, explicou Difusão Tecnológica da Agência, Talita Daher,
a gerente de Desenvolvimento Produtivo e o BIM permite maior exatidão nas informações
Tecnológico da ABDI, Cynthia Mattos. do projeto, com uma consequente redução de
prazos e custos, simulações e correções prévias
Com 113 normas disponíveis, sendo 104 da à construção.
construção e 9 referentes ao BIM, o portal já teve
mais de 500 downloads. Uma das normas mais “Além disso, a tecnologia BIM promove maior
procuradas no Catálogo é a NBR 10152:2017, transparência e controle de toda informação
atualizada em novembro do ano passado, e que física, financeira e de desempenho do empreen-
regulamenta os níveis de ruído compatíveis com dimento em todo o seu ciclo de vida. É uma
o conforto acústico. Obras de hospitais, escolas, tecnologia essencial para elevar a produtividade
escritórios, shopping centers, aeroportos e do setor da construção civil”, ressaltou a coorde-
terminais rodoviários e ferroviários estão na lista nadora.
dos ambientes que devem atender às diretrizes
definidas pela norma.
BRASIL
Em novembro foi publicado o Decreto nº 9.587 que oficializa a criação da Agência Nacional de Minera-
ção (ANM), órgão que substitui o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que atuou
durante 84 anos com a gestão dos bens minerais no Brasil.
De acordo com a diretoria do órgão, a Agência “nasce como fruto de um trabalho intenso” dos
membros do governo anterior - Casa Civil da Presidência da República, Ministério de Minas e Energia,
Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME e dos servidores do DNPM que,
“incansavelmente, lutaram para ver realizado esse sonho de mais de vinte anos”.
No mesmo decreto foi nomeada a primeira Diretoria Colegiada da ANM, com Victor Hugo Froner
Bicca, como Diretor-Geral e Eduardo Araújo de Souza Leão, Tasso Mendonça Júnior, Débora Toci
Puccini e Tomás Antônio Albuquerque de Paula Pessoa Filho como diretores.
Criação da Agência – Após anos de expectativa do setor de mineração, em julho de 2017 o governo
brasileiro apresentou a Medida Provisória nº 791/2017, sancionada em dezembro de 2017 quando foi
publicada a Lei 13.575 que criou a Agência Nacional de Mineração (ANM) como um autarquia federal
vinculada ao Ministério das Minas e Energia (MME). Com a instalação da Agência o governo tinha
como principal objetivo modernizar o órgão e melhorar a competitividade do setor.
Em fevereiro/2018, foi montado o Comitê de Instalação da Agência com o objetivo de preparar a Casa
para a transformação de DNPM em ANM. Desde então, era aguardada a publicação do decreto que
formalizava a criação da Agência e sua diretoria.
Saiba mais:
DNPM
Para o secretário de Energia e Mineração João Carlos Meirelles trata-se de uma política de
Estado para maximizar todas as cadeias produtivas em São Paulo. “Hoje nossas fronteiras
não são mais horizontais e sim verticais. Temos que aumentar a produtividade, agregar
valor, gerar emprego e renda para a população”, explica.
Por ter um solo predominantemente ácido o território paulista necessita de correção e Link para
adubos para a agricultura e a pecuária se desenvolver com mais eficiência, produtividade
e sustentabilidade ambiental.
download:
www.energia.sp.gov.
O agronegócio paulista pelas suas características está entre os mais avançados do br/wp-content/
planeta pelo alto desempenho de produtividade. Em 2016 o Estado consumiu 4,3 milhões uploads/2018/11/
de toneladas de calcário para fins agrícolas. Cadeia-produtiva-da-
mineração-para-o-
“A fertilização do solo é um processo fundamental para disponibilizar macros e micronu- agronegócio.pdf
trientes às culturas e garantir produção de qualidade. A maioria desses elementos é
de origem mineral com exceção do nitrogênio, que tem origem na cadeia do petróleo”,
explicou o subsecretário de mineração José Jaime Sznelwar.
De acordo com o relatório “os resultados positivos, ora como coadjuvantes na incorpo-
ração de nutrientes, ora na reconstrução de solos erodidos, ainda se limitam a alguns
casos específicos dependentes da disponibilidade dos minerais e da localização das
culturas. Estes resultados sinalizam a necessidade de incentivo à pesquisa integrada das
Fonte:
diversas áreas, sendo que parte das necessidades de importação poderia ser atendida Secretaria de Energia e
com produtos disponíveis localmente.” Mineração e Secretaria
de Agricultura e
Abastecimento
O Seminário 100 Dias de novo Governo debaterá uma série de questões que
terão de ser enfrentadas pelo novo governo: reequilíbrio fiscal, retomada dos
investimentos privados e públicos, reforma tributária, política e previdenciária,
crescimento da indústria e do emprego e manutenção das políticas sociais.
EXPOSIBRAM: Mais de
70% dos estandes já
foram comercializados
Espaço tradicional para bons negócios e muita visibilidade do setor mineral,
a Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM) já está no radar
das principais mineradoras e prestadoras de serviço relacionadas a esse
mercado. Prova disso é que mais de 70% dos estandes da edição 2019 já
foram comercializados, faltando menos de alguns meses para a inauguração
da Feira e do Congresso. Os preços para comercialização de estandes variam
de acordo com o prazo de antecedência com que as reservas são efetivadas.
Mais informações:
Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM)
Data: 9 a 12 de setembro de 2019
Local: Belo Horizonte (MG)
Mais informações: www.portaldamineracao.com.br/exposibram (11) 3171.0159
Secretaria Executiva: (31) 3444 – 4794
[email protected]
www.anepac.org.br
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MUNDO
A Ciplan tem fábrica em Brasília com capacidade instalada total de 3,2 milhões de toneladas de cimento
por ano e atua nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste.A empresa também possui nove
usinas de concreto e cinco plantas de mineração, incluindo duas de agregados.
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SANDVIK PANTERA
UMA EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Nossas carretas de perfuração de superfície da série Pantera DPi foram reformuladas para
aumentar ainda mais a produtividade, oferecendo alta performance, redução do consumo de
combustível, economia, mais horas de trabalho e excelente eficiência operacional.
ROCKTECHNOLOGY.SANDVIK
[email protected]