Teoria Da Decisão Estatística
Teoria Da Decisão Estatística
Teoria Da Decisão Estatística
quantos erros padrão corresponde o desvio entre 𝑥 = 135 e 𝜇0 = 128. Se o desvio for não
significativo, conclui-se que a suposição inicial, de que 𝜇𝐴 = 128, pode ser aceita. Mas se o desvio for
significativamente grande, o mais provável é que 𝜇𝐴 não seja 128 e, então, 𝐻0 deve ser rejeitada.
Tomando-se 𝛼 = 0,05, 𝓏0,05 = 1,96. Logo, um desvio de até 1,96 erros padrão é admitido
como não significativo, isto é, casual.
Para os dados do Exemplo 1, verifica-se que
𝑥 − 𝜇0 135 − 128
𝓏𝑐𝑎𝑙𝑐 = = = 2,26
𝜎⁄√𝑛 3,1
Isto é, o afastamento de 𝑥 em relação à 𝜇0 = 128 é de 2,26 erros padrão. O desvio, portanto, é
significativo, sendo dificilmente explicado pelo acaso.
Se a população tiver média 128, é pouco provável que se obtenha, ao acaso, uma média
amostral igual a 135 com uma amostra de 60 indivíduos. Seria mais fácil obter uma amostra com tal
média se a média populacional fosse maior. Portanto, é razoável rejeitar a hipótese (𝐻0 ) de que as
duas populações têm média igual e supor que a média das pessoas que toma M é maior do que 128.
A conclusão, então, é que o medicamento M modifica os níveis de pressão arterial sistólica,
aumentando-os.
Toda conclusão sobre uma população, feita com base em uma amostra, está sujeita a um erro
com probabilidade 𝛼. Isso acontece porque existe a possibilidade, embora remota, de que 𝑥 = 135
seja, na verdade, originária da população onde 𝜇0 = 128. Como é baixa a probabilidade de isto
ocorrer, prefere-se afirmar que 𝑥 = 135 provém de outra população. No entanto, a possibilidade de
𝑥 ser originária de um universo com 𝜇 = 128, embora pouco provável, existe, Daí a possibilidade de
errar ao afirmar que 𝜇𝐴 ≠ 𝜇0 . No teste realizado, a probabilidade associada a esse erro é de, no
máximo, 0,05, pois esse foi o nível de significância (𝛼) escolhido para o teste.
Etapas do teste de hipóteses para uma média, conhecendo-se 𝝈
(1) Estabelecimento das hipóteses estatísticas:
𝐻0 : 𝜇𝐴 = 𝜇0 𝑜𝑢 𝐻0 : 𝜇𝐴 − 𝜇0 = 0
𝐻1 : 𝜇𝐴 ≠ 𝜇0 𝑜𝑢 𝐻1 : 𝜇𝐴 − 𝜇0 ≠ 0
(2) Escolha do nível de significância:
𝛼 = 0,05
(3) Determinação do valor crítico do teste:
𝓏0,05 = 1,96
(4) Determinação do valor calculado do teste:
𝑥 − 𝜇0 135 − 128
𝓏𝑐𝑎𝑙𝑐 = = = 2,26
𝜎⁄√𝑛 3,1
(5) Decisão:
|𝓏𝑐𝑎𝑙𝑐 | < 𝓏𝛼 , 𝑛ã𝑜 𝑠𝑒 𝑟𝑒𝑗𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐻0
|𝓏𝑐𝑎𝑙𝑐 | ≥ 𝓏𝛼 , 𝑟𝑒𝑗𝑒𝑖𝑡𝑎 − 𝑠𝑒 𝐻0
Como |𝓏𝑐𝑎𝑙𝑐 | = 2,26 > 𝓏0,05 = 1,96 𝑟𝑒𝑗𝑒𝑖𝑡𝑎 − 𝑠𝑒 𝐻0 .
(6) Conclusão:
A média amostral (135 mmHg) difere significativamente do parâmetro de referência (128
mmHg); portanto, as médias das duas populações não são iguais. A pressão arterial sistólica da
população de indivíduos tratados com o medicamento M é mais elevada do que a PAS da população
de pessoas não tratadas (𝛼 = 0,05).
Erros do Tipo I e II
Se uma hipótese for rejeitada quando deveria ser aceita, diz que foi cometido um erro Tipo I.
Se, por outro lado, for aceita uma hipótese que deveria ser rejeitada, diz que foi cometido um erro
Tipo II. Em ambos os casos ocorreu uma decisão errada ou em erro de julgamento.
Para que quaisquer testes de hipóteses ou regras de decisão sejam bons, eles devem ser
planejados de modo que os erros de decisão sejam reduzidos ao mínimo. Isso não é tarefa simples,
3
porquanto para um dado tamanho de amostra, a tentativa de diminuir um certo tipo de erro é
acompanhada, em geral, pelo acréscimo de outro, de modo que se deve procurar uma acomodação
que favoreça a limitação do erro mais sério. O único caminho para a redução de ambos os tipos de
erros consiste em aumentar o tamanho da amostra, o que pode ou não ser possível.
A probabilidade do erro Tipo I é determinada pelo pesquisador, mas para determinar a
probabilidade de erro Tipo II, devemos considerar a hipótese nula com falsa e, então determinar qual
a verdadeira distribuição da característica em estudo.
Exemplo 2. O peso médio de litros leite de embalagens enchidas em uma linha de produção está sendo
estudado. O padrão prevê um conteúdo médio de 1000 ml por embalagem. Sabe-se que o desvio
padrão é de 10 ml e que a variável tem distribuição normal.
Para encontrar a probabilidade de erro Tipo II, quando testamos a média ser diferente de 1000 ml ao
nível de 5% de significância com 4 unidades amostrais, e sendo o real conteúdo médio da embalagem
de 1012 ml, tem-se:
Ou seja, a probabilidade de não rejeitarmos H0, quando a média real da embalagem é de 1012 ml é de
33%. A partir dessa informação podemos obter o poder do teste é de:
1 − 𝛽 = 1 − 0,33 = 0,67
Nível de Significância
Ao testar uma hipótese estabelecida, a probabilidade máxima com a qual estaremos dispostos
a correr o risco de um erro do Tipo I é denominada nível de significância do teste. Essa probabilidade,
representada frequentemente por 𝛼, é geralmente especificada antes da extração de quaisquer
amostras, de modo que os resultados obtidos não influenciam a escolha.
Na prática, é usual a adição de um nível de significância 0,05 ou 0,01, embora possam ser
usados outros valores. Se, por exemplo, é escolhido um nível de significância 0,05 ou 5%, no
planejamento de um teste de hipótese, há então cerca de 5 chances em 100, da hipótese ser rejeitada,
quando deveria ser aceita, isto é, há uma confiança de cerca de 95% de que se tome uma decisão
acertada. Nesses casos, diz-se que a hipótese é rejeitada no nível de significância 0,05, o que significa
que a probabilidade de erro seria de 0,05.
4
entrevistou 200 pessoas na qual 107 afirmaram realmente torcer para o clube A. Formule a hipótese
e realize o teste ao nível de significância de 10%.
6
Exercícios
1) Dada a amostra de observações de glicemia: 76, 90, 78, 82, 90, 84, 86, 90 e 107 mg/dL,
determinar a probabilidade de essa amostra pertencer a uma população cuja média é 75 mg/dL
para 𝛼 = 5%. (Adote 𝑡0,05;8 = 2,30).
3) Deseja-se saber se um novo medicamento para a redução de PAS tem maior ou menor eficiência
que o medicamento correntemente utilizado para um nível de significância 𝛼 = 5%. Foram
selecionados 32 pacientes hipertensos e divididos em dois grupos por processo aleatório. Após o
emprego da medição corrente (grupo 1) e do novo medicamento (grupo 2), obtiveram-se os
seguintes resultados:
Grupo 1: 𝑛1 = 15; 𝑥1 = 134 𝑚𝑚𝐻𝑔 𝑠12 = 98
Grupo 2: 𝑛1 = 17; 𝑥1 = 128 𝑚𝑚𝐻𝑔 𝑠12 = 87
(Adote 𝑡0,05;30 = 2,04).
4) Para avaliar a efetividade de um programa de perda de peso, dez indivíduos foram selecionados
aleatoriamente para a investigação. Os participantes foram pesados antes e após a participação
no programa de perda de peso. Deseja-se saber: o programa de perda de peso surtiu efeito para
𝛼 = 5%? (Adote 𝑡0,05;9 = 2,26).
Sujeitos Peso inicial (kg) Peso final (kg) Diferença (𝑑) 𝑑2
1 96 94 2 4
2 81 79 2 4
3 100 97 3 9
4 92 92 0 0
5 103 100 3 9
6 85 86 -1 1
7 94 93 1 1
8 97 93 4 16
9 104 103 1 1
10 90 88 2 4
𝑥1 = 94,2 𝑘𝑔 𝑥2 = 92,5 𝑘𝑔 ∑ 𝑑 = 17 ∑ 𝑑2 = 49