Agrupamentos Produtivos

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO


Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB
Departamento de Desenvolvimento Curricular e de Gestão da
Educação Básica - DEGEB
Centro de Ensino Fundamental dos Anos Iniciais - CEFAI

A ORGANIZAÇÃO DOS ALUNOS PARA AS SITUAÇÕES DE


RECUPERAÇÃO DAS APRENDIZAGENS: UMA CONVERSA SOBRE
AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS EM SALA DE AULA

Prezo insetos mais que aviões.


Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios

Manoel de Barros

Introdução

O documento tem por finalidade discutir as questões relacionadas ao


agrupamento de alunos, tanto na sua própria sala de aula, quanto na articulação com
as salas que compõem a escola. Os agrupamentos seguem os princípios dos saberes já
construídos pelas crianças em seu percurso escolar, bem como leva em consideração
a heterogeneidade de saberes existentes no espaço escolar e a sua importância na
construção dos saberes dos alunos, pois essa forma de trabalho é ancorado, em sua
concepção, pela interação entre as crianças com a mediação do professor.

A bela música "Todos Juntos" entoada no espetáculo "Os Saltimbancos" faz a


seguinte referência no que pode-se transpor para a realidade na sala de aula /[...]
Junte um bico com dez unhas / Quatro patas, trinta dentes /[...] Todos juntos somos
fortes / Somos flecha e somos arco / Todos nós no mesmo barco / Não há nada pra
temer / - ao meu lado há um amigo / Que é preciso proteger / Todos juntos somos fortes
/ Não há nada pra temer [...]/ 1. Os versos da música tratam da importância do
trabalho colaborativo e encoraja as pessoas em confiar e ajudar seus companheiros

1Todos Juntos, letra e música de Luis Enriquez Bacalov, Sergio Bardotti, tradução e adaptação de Chico
Buarque de Holanda / 1977. Letra completa disponível em: http://bit.ly/29LIrlN
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para que coletivamente se constituam numa equipe fortalecida. Ao seguir o mesmo


raciocínio, as analogias que podem ser realizadas dizem respeito ao envolvimento de
todos os atores dentro do espaço escolar para a aprendizagem dos seus alunos. Com
isso o princípio de heterogeneidade e a sua relação direta com a interação devem ser
levados em consideração no trabalho da escola.

O trabalho com os agrupamentos produtivos considera que os alunos têm


saberes diferentes e pressupõe um trabalho em um sistema de ensino que possibilite
que esses saberes sejam compartilhados, discutidos, confrontados, modificados 2, e
que, ao mesmo tempo, possam trocar seus saberes relacionados aos conteúdos, como
ainda pensar em estratégias para a resolução da situação problema demandada pelo
professor, analisar os diferentes pontos de vista para realizar generalizações e
negociar em um acordo que represente o grupo.

Neste aspecto, o professor não assume o papel de mero, nem o único,


informante em sala de aula, ou é visto por seus alunos como aquele que compartilha
informações e fatos com a turma, transmite saberes considerados importantes para a
vida das crianças em um futuro breve, mas sim, o grande mediador do processo de
ensino e de aprendizagem. Além disso, os próprios alunos assumem o papel central
neste processo, como seres humanos que tem algo a dizer e a contribuir para a
construção do conhecimento quando organizados em pequenos agrupamentos. Assim
como sua contribuição individual para o desenvolvimento intelectual da classe toda, a
partir das situações de comunicação oral das aprendizagens, expressas por situações
de rodas, entre elas: de conversa, de indicação literária, de curiosidade, de jornal,
socialização dos conhecimentos matemáticos, entre tantas outras possibilidades nas
quais os alunos possam trocar experiências sobre os mais diversos conteúdos.

Dessa forma, o movimento metodológico das atividades propostas, além de


permitir que todos avancem, possibilita uma mobilidade maior ao professor dentro
da sala de aula para atender os que precisam de mais ajuda. Desse modo, o professor

2Trecho extraído do Texto: Contribuições a Prática Pedagógica - 6, elaborado pela equipe pedagógica
do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores, Ministério da Educação (MEC), Brasília,
2002, disponível em: http://bit.ly/29Nz2XJ
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poderá planejar esse atendimento de forma que, por exemplo possa se dedicar a
todos ao longo de uma semana.

O grande desafio para o professor diz respeito a propositura de situações de


aprendizagens que possam ser adequadas aos diferentes saberes em sala de aula, pois
devem propor desafios a todos os alunos que compõem os mais diferentes
agrupamentos em sala. Nesse processo, é necessário se atentar a algumas
considerações que se fazem necessárias, entre elas:

a. os conhecimentos prévios dos alunos (diagnóstico inicial);


b. a organização dos grupos de trabalho a partir do diagnóstico inicial;
c. a seleção adequada de materiais considerando os diferentes agrupamentos e
as adequações necessárias;
d. a importância de se dar vez e voz ao aluno nos agrupamentos e nas situações
coletivas;
e. proposição de situações de aprendizagens nas quais os alunos tenham
problemas a resolver e sejam desafiadoras;
f. o reconhecimento e o respeito aos saberes que os alunos constroem;
g. acompanhamento pontual em cada um dos agrupamentos, no sentido de
potencializar a reflexão dos grupos;
h. iniciação à pesquisa, mesmo quando os alunos ainda não sabem ler e
escrever convencionalmente;
i. auxílio aos alunos na prática do registro;
j. oferecimento da oportunidade de trabalho com textos longos e difíceis, com o
propósito de aprender a estudar;
k. a pesquisa como uma das atividades fundamentais para o processo de
aprender a estudar.
l. o diagnóstico dos alunos público alvo da educação especial para que se
pense em agrupamentos, bem como a adaptação curricular no que diz
respeito ao acesso desses alunos, bem como, em relação ao conteúdo.
m. a proposição de ações de acompanhamento pontual para os alunos
imigrantes e indígenas.

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n. a retomada da avaliação inicial (anexo I) quando se refere a alunos público


alvo da Educação Especial, conforme Resolução SE 61/14.

Agrupamentos Produtivos, tão importante para o processo de ensino e


aprendizagem, mas o que de fato isso é?

Nos Anos Iniciais, nessa última década, muito tem se falado em agrupamentos
produtivos, como também a organização da sala de aula e a forma como o professor
agrupa os alunos deve seguir um critério claro em favor da aprendizagem dos
sujeitos. Os conhecimentos em relação aos agrupamentos produtivos se
intensificaram a partir das ideias vinculadas a alguns programas de formação de
professores, entre eles, o que mais teve impacto nesse sentido foi Programa de
Formação de Professores Alfabetizadores - PROFA, o qual, na rede estadual de São
Paulo passou pela alcunha de Letra e Vida.

No entanto, os programas de formação se ativeram, até os dias de hoje, nos


agrupamentos de alunos em processo de aquisição do Sistema de Escrita Alfabética
(SEA) e os critérios são as hipóteses de escritas que os alunos constroem no processo
de alfabetização. Este documento tem a pretensão de realizar uma transposição para
além do processo de alfabetização, alcançando os conteúdos referentes a aquisição da
linguagem escrita mediadas pelas práticas letradas próprias da cultura do escrito,
como também em relação ao desenvolvimento das habilidades de matemática.

Para título de análise e aprofundamento das reflexões foi inserido, neste


documento, o panorama de uma sala do 1º ano referente aos saberes dos alunos em
relação a apropriação do SEA. Com isso o documento recupera alguns conhecimentos
já construídos e com certo enraizamento na rede.

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Tabela 1.

Panorama geral dos alunos em Processo de aquisição do SEA, da sala da


professora Glória

NÍVEL DE NÍVEL DE
ALUNOS ALUNOS
ESCRITA ESCRITA
Ana Julia Maria
Arthur Mário
Bárbara Melissa
Cauê Nicolas
Débora Paulo
Enzo Pedro
Gabrielly Pietro
Iago Raquel
Ismael Renato
Julia Sofia
Julio Tamires
Cauane Tiago
Lorenzo Vinicius
Maria Eduarda Vitor

Legenda
pré-silábica
silábica sem valor sonoro convencional
silábica com valor sonoro convencional
silábico-alfabética
alfabética

Para o agrupamento dos alunos da sala da professora Glória é necessário,


antes de mais nada, compreender que os saberes dos alunos são diferentes. Essa
diferença se dá pelo fato da classe ter 3 alunos que já compreenderam a base
alfabética, 4 com hipótese de escrita silábico-alfabética, 7 que apresentam escrita
silábica com valor sonoro convencional, 11 alunos com escrita silábica sem valor
sonoro e por fim 3 deles com escrita pré silábica. Diante desse cenário, a professora
poderá realizar agrupamentos produtivos3 da seguinte forma:

1. Alunos apresentando escrita alfabética com os que apresentam escrita


silábico-alfabética - esse tipo de agrupamento apresenta-se bastante

3 Cabe aqui uma pequena ressalva quanto a formação desse agrupamento, em se tratando da
complexidade do conteúdo (apropriação do SEA) o melhor dos agrupamentos é a dupla, já que, garante
boas discussões entre as crianças, ou em casos esporádicos o agrupamento de três alunos, o que
depende do bom senso do professor para esse último tipo.
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produtivo pelo fato do aluno com escrita alfabética já ter compreendido o


sistema de escrita, e ao escrever já faz uso das regras de geração do SEA, assim
já consegue pensar em quantas e quais letras utilizar na escrita das palavras, o
que o torna um bom parceiro para alunos com escrita silábico-alfabética. Esta
é conhecida por uma fase de transição entre a escrita silábica com a alfabética,
na qual os alunos encontram-se em desestabilização da escrita silábica e na
qual apresentam uma escrita alternada. Em alguns momentos já reconhecem
os elementos que fazem parte da pauta sonora (escrita alfabética), em outros
reconhecem apenas um dos elementos que compõem a escrita silábico-
alfabética.

Exemplos de escrita alfabética Exemplos de escrita silábico-


alfabética
Escrita de RINOCERONTE
Escrita de RINOCERONTE

RI NO CE RO TE RI N CE O T
RI NO CE RON TE I NO E O TE
Observações: Na escrita de rinoceronte Observações: Na escrita de rinoceronte
os alunos com escrita alfabética já os alunos com escrita silábico-alfabética
compreenderam a geração do sistema de alternam entre a escrita silábica
escrita, no primeiro exemplo apresenta (identificam 1 elemento da pauta sonora)
uma escrita convencional da palavra e e escrita alfabética (reconhecem outros
quando atribui RO para RON, não é uma elementos que compõem a pauta
questão relacionada a aquisição do sonora). Percebe-se essa alternância no
sistema, mas sim, às questões primeiro exemplo, já que escreve
qualitativas da escrita (ortografia), já a alfabeticamente RI e CE e silabicamente
segunda escrita demonstra que há quando atribui N para NO, O para RON e
preocupação na qualidade da escrita, já T para TE, o mesmo acontece na segunda
que produz uma escrita convencional escrita quando escreve alfabeticamente
com ortografia regular. NO e TE e silabicamente I para RI, e para
CE e O para RON.

2. Alunos com escrita silábico-alfabética e os que apresentam escritas


silábicas (com valor ou sem valor sonoro convencional) - como já dito no
item anterior, o aluno com escrita silábico-alfabética encontra-se desconfortável
com a escrita silábica e inicia um processo, na qual reconhece outros elementos
que compõem a pauta sonora e apresenta, assim, uma escrita de palavras em que

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alterna entre a escrita silábica e a alfabética, já os alunos com escrita silábica com
valor sonoro reconhecem um dos elementos que compõem a pauta sonora. Nesse
sentido, o agrupamento torna-se produtivo pois escrevem de forma diferente a
mesma palavra, e portanto, tem muitas coisas para discutir quando desafiados a
escreverem juntos uma lista de palavras, uma parlenda, um trecho de uma
música, frases de caminhão, ditados populares, nomes dos colegas da classe,
entre outras atividades próprias para o processo de ensino e de aprendizagem da
escrita.

Exemplos de escrita silábica com valor Exemplos de escrita silábica sem


sonoro convencional valor sonoro
Escrita de RINOCERONTE Escrita de RINOCERONTE

R N E O T A J U A M
I O C O E B R V K R
IN TO CV KO EL Observações: Nesse tipo de escrita, a
criança já relaciona as partes do escrito
Observações: Na escrita de rinoceronte com as partes do falado, isto fica evidente
os alunos com escrita silábica quando o aluno realiza a leitura e efetua
normalmente atribuem uma letra para as marcações do que se lê e na ordem em
cada sílaba como no primeiro e no que realiza. No primeiro exemplo de
segundo exemplos, já a terceira escrita escrita trata-se da aluna Ana Júlia que na
chama bastante atenção pelo fato que leitura marca com tranquilidade as
muitos alunos apresentam escritas como partes sonoras da palavra, mas no
o exemplo descrito, acrescentam letras entanto, utiliza repertório de letras
entre as que reconhecem ou então no praticamente do seu próprio nome. A
final de sua escrita. Isto evidencia duas segunda escrita, da aluna Bárbara, dá
ideias em sua produção: 1 - o aluno já indícios que pauta a construção de suas
está desconfortável em sua escrita escritas utilizando o alfabeto como
silábica e começa a preencher de letras, repertório de letras.
mesmo sem identificar os sons, pois A aluna Barbara quando solicitada a
acredita que apenas a escrita silábica não escrever TIGRE apresenta a seguinte
mais garante e 2 - o aluno ainda se escrita:
encontra com a reflexão no eixo
quantitativo da escrita, e quando escreve S M B V
palavras menores não aceita serem
escritas com menos de 4 letras. Como no
exemplo da escrita de TIGRE abaixo: A aluna Barbara encontra-se bastante
confortável com a escrita silábica, apesar
de, ainda se prender na quantidade
T G V N mínima de letras, já que não reconhece
como escrita válida palavras com menos
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I E S O de quatro letras. No entanto, ajusta a sua


escrita a partir de sua hipótese silábica. A
Vale destacar que as marcações em verde aluna Ana Júlia, que já se desprendeu do
dizem respeito a marcação da leitura quantitativo mínimo de letras, apresenta
realizada. Neste sentido, observa-se que, a escrita de TIGRE da seguinte forma:
em todos os exemplos, a criança
estabelece relação entre partes do falado J N
com partes do escrito e reconhece sons
de um elemento da pauta sonora. No caso A aluna atribui duas letras para a escrita
da escrita de TIGRE, ela realiza um ajuste de tigre, realiza a leitura relacionando as
das letras que escreveu a mais, com as da partes do falado com a do escrito, mas
sua hipótese silábica. não reconhece os sons que acompanham
a pauta sonora.

3. Alunos que escrevem silabicamente com valor sonoro e alunos com


escritas pré-silábicas - os exemplos de escritas silábicas e as observações
necessárias podem ser consultadas no item anterior, nessa parte, a atenção
ficará em torno das escritas pré-silábicas. Cabe relembrar que nesse tipo de
escrita a criança ainda não estabelece relação entre a fala e a escrita, por isso a
sugestão é que esses alunos sejam agrupados com os que já estabelecem essa
relação e já possuem o valor sonoro convencional, pois assim ambos são
desafiados e tem problemas a serem resolvidos quando agrupados.

Exemplos de escrita pré-silábica I Exemplos de escrita pré-silábica II

Escrita de RINOCERONTE Escrita de RINOCERONTE

Escrita 2 - Iago
Escrita 1 - Enzo
VAKIAGO
NZEOAZEZANZONAZEABZABOE
Escrita 3 - Renato

RINBAOL
Observações: Na escrita de rinoceronte
o aluno com escrita pré-silábica 2- A escrita dos alunos Iago e Renato tem
normalmente apresenta leitura global, ou natureza diferentes do aluno Enzo,
seja, para efeito de ilustração, esse tipo apesar da escrita 2, Iago utilizar o
de leitura, se dá quando a criança faz repertório de letras praticamente as que
uma leitura sem realizar a marcação de fazem parte do seu próprio nome, o que a
partes do falado com as partes do escrito, escrita 2 parece romper com essa ideia,
demonstrando que não estabelece já que existe uma preocupação do aluno
Renato em utilizar letras além das que
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relação entre o que é ditado e o que é fazem parte do seu nome. Em relação a
escrito. essa escrita, deve-se pensar no nome da
No entanto ao observar as escritas criança e a do animal, já que RENATO e
produzidas pelos alunos da professora, RINOCERONTE, tem um inicio
algumas questões devem ser observadas, fonologicamente parecidos. Na verdade,
entre elas: um princípio bastante interessante, pode
1- A escrita do aluno Enzo demonstra ser aplicado aqui, a chamada consciência
que ainda não apresenta controle fonológica, na qual a criança parte
quantitativo em suas escritas, já que daquilo que tem o repertório de som e
utilizou todo o espaço da linha para que o RE do próprio nome ajuda a
produzi-la. No entanto, a criança sabe escrever o RE de rinoceronte.
que para a escrever é necessário a As duas escritas apresentam controle
utilização de letras, este é, um grande quantitativo, portanto, essas crianças já
passo para a criança rumo a aquisição da compreenderam, que para escrever uma
escrita, visto que algumas crianças palavra de uma lista proposta pelo
apresentam escritas mais primitivas professor, é preciso utilizar uma
utilizando-se de garatujas (desenhos) e quantidade de letras, geralmente o
pseudoletras (letras não convencionais). mínimo entre 4 ou 5 letras, além de uma
Além disso, cabe frisar que a maioria das quantidade máxima, sem prosseguir até
letras que o aluno tem como repertório o final da linha.
são originarias de seu próprio nome.

Cabe destacar que, os agrupamentos precisam ser pensados sempre e cabe


uma ressalva neste documento sobre essa movimentação, já que, na escola muitas
vezes depara-se com alunos que ficam agrupados quase o ano todo com o mesmo
colega, é necessário que o professor pense com clareza na formação desses
agrupamentos e que os critérios mencionados anteriormente (no processo de
alfabetização) e utilizar desses conhecimentos com certa cautela, pois é necessário
que os alunos tenham mobilidade em sala de aula para interagirem com diferentes
conhecimentos, a exemplo disso:

 Alunos com escrita alfabética podem ser agrupados quando a intenção do


professor é promover uma reflexão qualitativa da escrita referente a
ortografia das palavras, a segmentação do texto em palavras, a produção
textual em duplas, entre outras atividades.

 Os alunos com escrita silábico-alfabética em alguns momentos podem ser


agrupados aos alunos com escrita silábica, mas também nos outros momentos

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com os alunos que apresentam escrita alfabética, para que haja, a maior troca
de informações e conhecimentos entre os participantes.

 Os alunos com escrita silábica com valor sonoro podem ser agrupados com os
que não sonorizam a escrita, ou os que apresentam escrita pré-silábica.

No entanto em atividades relacionadas a produção textual os alunos podem


ser agrupados com os que já escrevem convencionalmente, basta que se definam os
papeis nos agrupamentos, como por exemplo o que escreve fica a cargo da
textualização e o que se encontra em processo de aquisição do sistema dita o texto
para o colega.

Em leitura e escrita (produção de textos) é necessário que se pense no


movimento metodológico desse tipo de situação. Nesse sentido, pode-se prever
agrupamentos de diferentes formas em sala de aula, tais como:

a) o trabalho coletivo, no qual o professor modeliza procedimentos e


comportamentos oferecendo referências dos mesmos aos alunos, assim como
repertoria o aluno sobre os conteúdos em foco, possibilitando-lhe a
exercitação colaborativa com todos da classe (e, dessa maneira, a constituição
progressiva da capacidade envolvida na tarefa);

b) o trabalho em grupo/duplas, no qual o aluno trabalha em colaboração com


um ou mais parceiros em uma situação que permite que ele desenvolva tarefas
utilizando apropriações em andamento, ao mesmo tempo em que cria
condições para novas apropriações ou para a consolidação das efetivadas em
momentos anteriores;

c) o trabalho independente – ou individual – no qual o aluno realiza trabalhos


de maneira autônoma, ou seja, a partir das apropriações já realizadas, e não
aquelas que se encontram, ainda, em andamento4.

4
Trecho retirado do documento "ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS FUNDAMENTAIS SOBRE AS EXPECTATIVAS DE
APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA", Kátia Lomba Brakling, Equipe CEFAI, Formadores do programa
Ler e Escrever, sob supervisão de Telma Weisz, 2013
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Em se tratando de agrupamentos - possíveis de serem realizados em sala de


aula - dos alunos que já alcançaram a escrita alfabética para o desenvolvimento das
atividades de reflexão sobre a escrita convencional [caso específico das atividades
relacionadas a ortografia], as situações de leitura realizada pelos alunos em sala de
aula e as situações de produção de textos é necessário levar em consideração as
formas de organização da sala de aula, como descritas anteriormente, mas as
atividades em duplas é que merecerão uma maior atenção neste documento. Claro
está que as demais formas de organização da sala tem seu papel importante no
desenvolvimento das capacidades e habilidades cognitivas e não cognitivas dos
alunos, no entanto, no trabalho em parceria, os critérios de agrupamento devem estar
b em claros o professor e a sua intencionalidade nas atividades encaminhadas de
leitura, escrita e geração da escrita.

Vale ressaltar que os agrupamentos de alunos devem ter como primeiro


critério o conhecimento, que devem ser próximos, mas que no entanto possam, a
partir de uma tarefa ajustada aos seus saberes, terem problemas para discutirem e
resolverem, outro critério que deve-se levar em consideração diz respeito a boa
relação entre os alunos, já que é sabido que crianças, principalmente os pré
adolescentes, idade típica das classes de 4º e 5º anos possuem suas diferenças e suas
pequenas inimizades temporárias, nesses casos o professor deve analisar com
cuidado, pois ao invés de se constituírem em agrupamentos produtivos, na verdade a
lógica vai ao contrário de tudo isso.

No sentido de dar luz a essa temática dos agrupamentos toma-se como


exemplo algumas habilidades referentes a textos de divulgação científica para
crianças, em que, abaixo estão expressos os dados da 12ª AAP referentes ao
desempenho dos alunos em relação as habilidades de leitura desse tipo de texto.

QUESTÃO A B C D HABILIDADE
4º ANO
H14 Localizar informação explícita em um texto de divulgação
Q15 15,8 31,2 12,2 40,9
científica com base em sua compreensão global.
5º ANO
Q12 52,6 15,2 23,1 9,1 H 12 - Localizar informações explícitas em um texto expositivo

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(informativo) com base em sua compreensão global.


H 13 - Inferir informação a partir da leitura global de um texto
Q14 19,6 34,4 26,9 19,1
expositivo.

Ao observar as ações em sala de aula as situações de leitura em sala de aula, os


múltiplos agrupamentos devem ser levados em consideração, mas a importância da
leitura em duplas, para que possam juntos reconstruírem os sentidos do texto, para
que posteriormente em uma atividade coletiva possam discutir com os demais
colegas da classe quais as informações que chamaram atenção durante a leitura do
artigo expositivo e quais as informações que ainda precisam de maior
aprofundamento.

Quando os dados são comparados entre os itens referentes a divulgação


científica e os textos de outros gêneros que compunham a prova AAP, observa-se uma
certa "queda" no desempenho em habilidades como a inferência de informação ou a
localização de informação explicita no texto. Nesse sentido os agrupamentos podem
contribuir para o desenvolvimento dessas habilidades pois pode-se agrupar alunos
que já possuem maior domínio de leitura desse tipo de texto com aqueles que
precisam se apropriar de suas características, linguagens próprias, procedimentos
típicos da leitura de gêneros que compõem a divulgação científica, fazer uso de
estratégias de inferência e antecipação do conteúdo temático do texto, estabelecer
relação entre outros textos, etc.

Não é só no processo de alfabetização que os agrupamentos produtivos devem


ser levados em conta, mas sim em todo o percurso acadêmico dos alunos deve-se ter
critérios claros para essa e alguns princípios que torna uma atividade de leitura [ou
de escrita] em uma boa situação de aprendizagem [como também de ensino], tais
princípios são:

1. Os alunos precisam pôr em jogo tudo o que sabem e pensam sobre o conteúdo
em torno do qual o professor organizou a tarefa.

2. Os alunos têm problemas a resolver e decisões a tomar em função do que se


propõem a produzir.
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3. O conteúdo trabalhado mantém as suas características de objeto sociocultural


real.

4. A organização da tarefa garante a máxima circulação de informação possível


entre os alunos — por isso as situações propostas devem prever o intercâmbio
e a interação entre eles.

Os alunos possuem, conhecimentos em relação a leitura de textos de


divulgação científica, uns já se constituíram leitores mais proficientes nos gêneros
que compõem essa esfera de circulação, outros que precisam ser mais expostos aos
referidos gêneros. Como esse tipo de texto desperta muito a curiosidade da criança
[um dos pilares para a disseminação de textos de divulgação científica para crianças é
o de lhes despertar vocações para a vida].

As crianças precisam ser desafiadas a todo o momento, como também cada


grupo deverá ter um propósito claro para a leitura, poderão ler para compartilhar
conhecimentos com a outra dupla, confrontar as informações que a outra dupla
julgou importante, comunicar observações e curiosidades para toda a classe ou
alguém do espaço escolar. Esses propósitos fazem com que os alunos se mobilizem
para a leitura e tenham problemas a resolver.

Outro fator importante no trabalho com a leitura é que na escola o alunos


percebe uma diferença grande entre ler na vida [ler na vida é mobilizado por uma
intencionalidade, um propósito claro] e ler na escola muitas vezes são exercícios
repetitivos e a prioridade, muitas vezes, na leitura oral. É desvinculada de significação
prática, e por último e a principal é que agrupar os alunos é necessário a interação
entre esses sujeitos para resolver um problema único para ambos.

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REFERÊNCIAS

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