A Sala de Aula No Contexto Da Educação Do Século 21
A Sala de Aula No Contexto Da Educação Do Século 21
A Sala de Aula No Contexto Da Educação Do Século 21
Ministério da Educação
INEP
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Brasília-DF
2005
COORDENADORA-GERAL DE LINHA EDITORIAL E PUBLICAÇÕES
Lia Scholze
EDITOR EXECUTIVO
Jair Santana Moraes
REVISÃO
Marluce Moreira Salgado
Rosa dos Anjos Oliveira
NORMALIZAÇÃO
Regina Helena Azevedo de Mello
DIAGRAMAÇÃO E ARTE-FINAL
Celi Rosalia Soares de Melo
TIRAGEM
1.000 exemplares
EDITORIA
Inep/MEC - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
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CEP 70047-900 - Brasília-DF - Brasil
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DISTRIBUIÇÃO
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A exatidão das informações e os conceitos e opiniões emitidos são de exclusiva responsabilidade da autora.
CDU 372.42
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................ 5
Em que medida a linguagem poderia ter um papel estratégico diante dos desafios que devem
ser enfrentados pela educação, personificada na figura do professor, na sala de aula? Para a autora,
sua função é significativa, considerando, no mínimo, duas vertentes em que a linguagem, em sentido
lato, e a linguagem verbal, em sentido estrito, conformam os saberes, no sentido não só de referenciá-
los, expressá-los, representá-los ou comunicá-los.
A autora aponta, ainda, como intensa e profunda marca da educação do século 21, a formação
humanista,
[...] a grande responsável pelo cidadão comprometido com o outro e empenhado em atuar socialmente. São as
humanidades saberes fundadores de toda e qualquer transformação; proporcionam as humanidades pressupostos
a quaisquer outras ciências, de tal modo que, só tocados pelas ciências humanas é que nos é possível o
movimento de verticalização mais justo e seguro, na busca de outros saberes e no intérmino e contínuo processo
de aprender.
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objeto) e entidades (a escola, a universidade, Diante desse contexto, seria fácil
etc.), transformadas todas em produtos. desanimar ; mas, também, extremamente
frustrante. Ser professor, de coração e vocação,
O nosso aluno é, pois, também um sujeito e não apenas instrutor de alunos, nas horas
produzido pela velocidade. Para dar um toque vagas, é tomar o contexto como desafio; refletir
de arte que tente nos consolar (e este é o papel sobre um novo paradigma de educação é
da arte) quanto a este “tempo-rolo compressor”, repensar nossa função docente e nosso papel
vale a pena, nostalgicamente, lembrarmo-nos de educador. Lembremo-nos sempre de que a
dos versos de Chico Buarque, que falam de um palavra “crise”, em chinês, contém dois
“tempo da delicadeza” que, definitivamente, não ideogramas: risco e oportunidade.
é o dos nossos dias e que diz, mais ou menos,
assim: Consola-nos, então, a oportunidade de já
ser possível, no emaranhado do mal-estar da
Depois de te perder civilização, nomeado e antecipado por Freud, nos
Te encontro, com certeza anos 30 do século passado, encarar o tempo e o
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada espaço de nossa atuação, como sujeitos. Nesse
Nada aconteceu sentido, vale a pena encharcarmo-nos da certeza
Apenas seguirei, como encantado da relatividade do tempo de aprender e do
Ao lado teu. espaço da aprendizagem, tão bem metaforizados
pelos meios eletrônicos que lidam com tempo e
Mas voltemos ao nosso sujeito, ao nosso espaço virtuais.
aluno, para pensá-lo como alguém aflito, ansioso,
pouco paciente, hedonista, já que a dor se Saber que o tempo que passamos diante
descarta na mesma medida em que seus afetos do aluno é veloz e que nele não caberia o
também são descartáveis, e que, mesmo diante tamanho do conhecimento necessário à ciência
da transformação, do up grade (usando, ou técnica que estamos ensinando; saber que o
ironicamente, o termo do mercado!) que o espaço que ocupamos na sala de aula é restrito
conhecimento possa lhe propiciar, recusa-se a e artificial, e ele não comportaria o espaço da
sofrer a dor da passagem, de um outro nascimento realidade cotidiana e mundial; saber, pois, que
mesmo, do processo de aprender; recusa-se a se diluem as fronteiras entre tempo e espaço e,
esforçar-se para se aproximar do objeto e, por isso mesmo, entre os saberes, antes tão
assujeitando-se a ele, incorporá-lo como aninhados num lugarzinho e num tempinho
conhecido. É que aprender dói, embora o diminutos e demarcados, é apostar em uma outra
conhecimento seja, em si, fonte de prazer e postura diante de nossa tarefa de ensinar e
diferencial importantíssimo no mundo do trabalho... educar.
No entanto, ainda essa motivação, a do trabalho,
considerado pragmaticamente como emprego, Em primeiro lugar, é preciso estender essa
paradoxalmente, não lhe aponta no horizonte, com relativização de tempo e espaço também para
a presteza e velocidade ansiosa de seu mundo. nosso papel de sujeitos que ensinam nessa
Portanto, reflitamos sobre essa triste ausência de restrita sala de aula, num horário de, mais ou
motivação, sobre essa meta tão postergada, tão menos, 200 minutos por semana, em cada vez
morosa, cada vez mais distante. menos dias por semestre letivo.
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positivista do século 19, mal lido, insistia em fazer que a palavra do outro, no caso, do
valer. Essa relativização, inclui, certamente, a aluno, passa a ser constituinte também
reversibilidade de papéis – a experiência do de um discurso sobre matéria de ciência
magistério como um lugar de trocas. O professor ou técnica ou arte; de conhecimento,
do século 21 é alguém que, ensinando, está enfim.
absolutamente aberto a aprender. Aqui sou
obrigada a fazer uma breve paráfrase em relação Isso pode, ilusoriamente, fazer crer que o
aos dois, talvez, maiores personagens da obra- trabalho árduo e paciente do preparo das aulas,
prima da literatura brasileira, Grande sertão: na maioria dos casos, realizado no tempo
veredas – o narrador Riobaldo que, diante do sagrado do descanso do sétimo dia, seria
aluno Zé Bebelo, afirma: “Mestre não é quem também relativizado e, de certo modo, facilitado.
sempre ensina, mas quem, de repente, aprende”.
Como sói acontecer, segundo a psicanálise e, Frise-se, no entanto, o engano dessa
especificamente, segundo Lacan, os poetas se dedução.
antecipam a seu tempo: é por isso que, já no
final dos anos 50, em plena alvorada da • Planejar uma aula dialógica, interativa, em
modernidade brasileira, anunciada por Juscelino que os saberes se vão construindo a
Kubitschek, Guimarães Rosa já ficcionalizava quatro mãos, as do professor e as dos
sobre um mundo misturado, em que tudo era e alunos, significa fazer um levantamento
não era, sublinhando a reversibilidade como abrangente de muitas das possíveis
marcas de um novo porvir. intervenções, até porque tais intervenções
devem ser dirigidas, orientadas.
Nessa pauta, pois, é que devemos • Projetar um trabalho desse teor significa
repensar nossa função de ensinar; na pauta não ficar, jamais, à deriva do que possa
mesma do aprender. acontecer, privilegiando o espontaneís-
mo, o “achismo”, o palpite, a dispersão.
Que implicações diretas esse novo
paradigma traria para nossa prática pedagógica No entanto, um Projeto que preveja um
e educativa? lugar ativo para o sujeito-aprendiz deve acolher
a espontaneidade, a opinião, modos de pensar
Inúmeras, a começar pela mudança de não necessariamente previstos pelo cânone da
postura, de atitude diante da nossa escolha ciência, até porque não só é aí que surge o novo,
profissional. como ainda porque o desvio e o erro fazem parte
da aprendizagem do caminho, que se faz ao
Vejamos: caminhar.
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o coração, já que se o experimentou; o que se Deixar de apresentar respostas a
relembra ou se rememora se faz com o esforço perguntas que sequer foram ainda formuladas,
da memória, da lembrança, descolada da em vista do ceticismo generalizado ou que, se o
vivência. foram, continuam a ser respondidas com velhas
fórmulas, é um ponto que merece toda a atenção
Em outras palavras, a distinção entre esses do professor.
dois sentidos similares pretende frisar a idéia de
que a incorporação do conhecimento ao sujeito, Nesse sentido, apresentar os conteúdos
aquela apreensão do objeto, a que me referi ao através da problematização de questões e de
iniciar esta fala, acontece pela experiência, pelo situações que tenham seu aporte na realidade,
movimento do desejo de se dirigir ao objeto e, no mundo do trabalho ou no cotidiano das
logo, é imprescindível a participação efetiva do pessoas, surge como uma sugestão inicial.
aprendiz no processo de aprender.
A partir da situação-problema, de uma
Se em relação a essa postura da troca de opiniões, mesmo que intuitivas (e a
construção conjunta dos saberes, professor e intuição, o empirismo é o primeiro contato para
aluno mereceram, ambos, essa reflexão, há um desvelar o desconhecido), orientar-se-á o aluno
ponto desse processo que dirá respeito, na busca de respostas.
exclusivamente, à figura do professor sobre o
qual já fiz algumas insinuações. Tais respostas podem ser pesquisadas em
fontes bibliográficas, incluindo-se a bibliografia
Trata-se de desvestirmo-nos da vaidade da indicada, a freqüência a bibliotecas, a busca na
segurança que supomos ter, quando, mais que Internet, etc., etc., etc.; podem ser buscadas no
lecionamos, prelecionamos; fazemos preleções mundo do trabalho pelo cotejo de situações
que nos dão exclusividade ao direito da palavra, análogas ou decorrentes da questão proposta;
a certeza de sermos detentores da verdade, podem ser procuradas entre especialistas, num
conferindo ao aprendiz o papel de ouvinte contato pessoal através de entrevistas ou,
passivo e um lugar subalterno na relação indireto, por correio eletrônico; podem ser
professor-aluno, no processo de aprendizagem. vasculhadas na mídia, nos meios de
Essa postura é a postura das fórmulas, das comunicação; com outros sujeitos de outros
regras fixas, dos macetes, do pulo do gato; enfim, campos do saber, numa relação tão mais extensa
é, na gíria, a postura de “quem tem a manha”, quanto maior for a criatividade dos sujeitos-
que relega ao outro o lugar do ignaro, do que aprendizes – os alunos em si mesmos e até o
não conhece, do insciente. professor que se está inteirando de uma nova
forma de abordagem de determinado conteúdo.
Assim, voltemos à questão dessa outra e
nova condução de aula. Perceba-se, ainda, que, nesse caso, o
domínio de um certo conhecimento/conteúdo
A aula dialógica, participativa, interativa, a será concomitante à aquisição de habilidades e
aposta no trabalho compartilhado entre professor à formação de atitudes. Esse processo estará
e aluno exigirão uma outra ética do mestre e um dando ênfase à formação do sujeito, usando a
papel mais efetivo do aprendiz. informação como caminho crítico em prol da
reflexão. Tal estratégia, para além de buscar a
E aí, professor, de que estratégias lançar motivação perdida, mal do nosso século, já que
mão para viver um outro tempo na sala de aula? tentará envolver o sujeito na situação de
aprendizagem, será, ainda, um antídoto contra
Tornar o conhecimento instigante de tal o veneno da informação descartável, que se
forma que, por si só, ele seja motivador e atenue recicla continuamente. É que buscar essa
o pragmatismo que caracteriza os nossos tempos informação recuperada historicamente pelo
e a ausência de perspectivas de emprego, pelo tratamento bibliográfico e tentar acompanhar seu
menos a curto e médio prazos, é tarefa bastante percurso, através de discussões de diferentes
desafiadora. pontos de vista e de perspectivas, através de
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comparações e cotejos, é dar-lhe uma atualidade É que a educação deve sustentar-se também no
necessária à sua contextualização diante da aprender a ser, na busca incessante de uma
realidade na qual o sujeito vive e sobre a qual subjetividade que faça diferença no já estatuído
deve intervir. e garanta ao sujeito uma identidade forte o
suficiente para conviver com a diversidade – esse
Esse processo seria, num nível micro e saudável confronto entre o eu e o outro deve ser
nem por isso menos importante, um momento cultivado pela escola, pela universidade, a partir
de cruzamento dos três segmentos já da sala de aula. É por isso que hoje tanto se
caracterizadores do ensino universitário, ou seja, preza o trabalho em equipe, o trabalho em grupo,
o ensino, a pesquisa e a extensão. Aí também a partilha de tarefas, no sentido de mimetizar
seria possível vivenciar a chamada “tessitura dos mesmo o papel a ser desempenhado pelo sujeito
saberes”, expressão cunhada por Edgar Morin e na sociedade, cuidando, é óbvio, para que não
a transdisciplinaridade, uma vez que um se instituam o parasitismo, os sanguessugas, o
conteúdo, suscitado por um dado campo do encosto, a exploração. (Há algumas estratégias
saber, poderá ser buscado em outro campo no interessantes para neutralizar isso...).
qual também é refletido. Por esse viés, ainda é
que se pensam os projetos interdisciplinares Assim é que o outro pilar da educação para
como lugares dialógicos dos muitos saberes que o século 21, o terceiro, advindo do convívio com
informam um dado campo do conhecimento. Por o outro, com o diferente, com a alteridade, é o
esse prisma é que se desenham, também, os aprender a conviver, a viver juntos, tendo em
projetos político-pedagógicos dos cursos, sempre mente formar-se, continuadamente, para atuar
em função do perfil do profissional que se numa sociedade cada vez mais desigual.
pretende formar.
Essa atuação, essa intervenção social
No entanto, é preciso frisar que o preparo implica, já em si, o quarto e último pilar para a
desse profissional deve transcender o tempo de educação do futuro, como apregoa a Unesco.
sua formação; esta não poderá estar circunscrita Trata-se do aprender a fazer, que, formalmente,
a certo momento histórico; ela deve contemplar institui o cruzamento entre teoria e prática, que,
a formação contínua e continuada, em virtude para além de se complementarem, devem ser
daquela velocidade, do descarte e da reciclagem consideradas como simultâneas, pois que se
sobre as quais vimos insistindo. nutrem reciprocamente.
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educação, que seria o do aprender a empreender. transferir e associar, indispensáveis ao próprio
No entanto, no meu modo de pensar, este último aprender.
pilar seria implícito aos quatro primeiros, pois
empreender decorre de um fazer criativo em que Isso tudo dito de modo teórico, muito
ser e conviver se conjugam – esse seria, de fato, técnico.
o verdadeiro empreendedorismo.
No entanto, trocada em miúdos, a
importância da linguagem na sala de aula pode
LINGUAGEM E APRENDIZAGEM – RIMA ser exercitada na criação de ocasiões de
QUE PODE SER SOLUÇÃO seminários, debates, manifestações de
pensamento, defesas de monografia e de bancas
Agora, é tempo de voltarmos ao princípio de exame oral, em que o poder, a força e a forma
da nossa exposição, para sublinharmos aquela dos argumentos vão não apenas construindo o
questão que ficou pendente: a questão da conhecimento, mas também assegurando ao
linguagem. Em que medida ela poderia também sujeito sua identidade e auto-estima e dando-lhe
ter um papel estratégico, diante desses desafios mais condições de vivenciar a diversidade e de
que devem ser enfrentados pela educação, conviver com a diferença.
personificada na figura do professor, na sala de
aula? Considero, de minha parte, que sua função Os textos escritos, quanto possível,
é significativa, considerando, no mínimo, duas ensejam a organização do conhecimento
vertentes em que a linguagem, em sentido lato, trabalhado e treinam a habilidade de linearizar,
e a linguagem verbal, em sentido estrito, através do código lingüístico, toda a
conformam os saberes, no sentido não só de simultaneidade advinda da apreensão do saber.
referenciá-los, expressá-los, representá-los ou Se essa linearidade faz que se recorte o excesso
comunicá-los. do pensamento, para conformá-lo ao código
natural, sabendo-se, a priori, que, na leitura, se
A primeira vertente é que, como código fará justo o contrário, quando se desconstruirá o
verbal, a linguagem é instrumento de produção enunciado para a extração dos muitos
de sentidos, concretizados tanto em textos significados deslocados e condensados, e se, por
escritos quanto no registro oral. Ora, se nos textos isso, ela é fonte de angústia (escrever é mesmo
você pode produzir sentidos, por eles mesmos, um parto!), de qualquer modo, a escrita, além de
textos, você comprova um produto do processo organização, é registro da fatura dos saberes.
de aprendizagem; ora, se nas manifestações da
oralidade, você realiza, além da produção de Acresça-se a isso que o diálogo entre os
sentido, inerente a qualquer linguagem, as diversos campos do conhecimento e áreas de
situações da interação verbal, na sala de aula, competência, em termos bem práticos, poderá
essa seria, se não a primeira, pelo menos uma começar exatamente por uma troca de leituras
das primeiras atividades na construção dos entre textos previstos por disciplina: isso
saberes. Assim, a vertente da produção de propiciará a interdisciplinaridade e apontará para
sentido, via escrita ou via oralidade, é o cruzamento dos diversos discursos,
imprescindível às situações de aprendizagem. enfatizando-se a for mação generalista e
preocupada com a habilidade da transferência e
A segunda vertente, a da recepção de de estabelecimento de relações, solicitada,
sentido, menos tecnicamente chamada leitura, enfaticamente, hoje, no mundo do trabalho.
é, também ela, estratégica, diante dos desafios
do aprender. No entanto, a ênfase à linguagem deve
arrolar, ainda, a preocupação com atividades
Ler é multiplicar pontos de vista; ler é relacionadas com as situações de uso da
distinguir no texto, como dispersão de sujeitos e linguagem virtual e dos meios eletrônicos,
orquestração de vozes, a diversidade que marcas inconfundíveis do nosso século e que
caracteriza a realidade; ler é potencializar vieram para mudar os parâmetros do homem em
habilidades diversas e, sobretudo, aquela de relação à realidade, como um dia aconteceu com
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a invenção da escrita e, depois, com a da informação, a necessidade de se fazer mais
imprensa. perguntas que de encontrar respostas.
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