Glossário Musica
Glossário Musica
Glossário Musica
Letra que, no sistema alfabético (países anglossaxónicos), designa a nota chamada Lá no sistema silábico
de Guido d’Arezzo. Na Época Medieval, a letra A já designava a nota Lá. A letra A pode também ser a
abreviatura de “alto” (contralto) (Cf. SATB).
A battuta:
“com o compasso”, é uma indicação que aparece após uma passagem (cadência, por exemplo) tocada
livremente, “ad libitum”.
A capella:
Locução que designava inicialmente composições polifónicas como “na capella”, em ritmo binário “alla
breve”. A partir do século XIX, passou a designar a música vocal sem acompanhamento instrumental.
ABA:
forma musical estruturada em três secções ou partes, sendo a terceira uma repetição com variações da
primeira, em contraste com a secção B.
Abendmusik (alem.):
Abertura:
peça instrumental que pode introduzir uma obra de grande desenvolvimento, como uma ópera, cantata
ou oratório, ou ser uma obra autónoma.
Abreviatura:
conjunto de letras que simplifica a escrita nas partituras, cada vez mais complexas a partir do século
XVII. Podem ser indicações de intensidade, como p de piano, indicações de movimentos regulares, como
glissandi, substituições de acordes, no caso do baixo cifrado.
Accelerando (ital.):
Accentus (lat.):
canto do celebrante que preside na Liturgia Romana, ao qual o coro ou os solistas respondem em
uníssono (concentus).
ornamento melódico utilizado na literatura para cravo e instrumentos de tecla, em que uma nota, uma
segunda menor inferior à principal, é atacada ao mesmo tempo, mantendo-se depois apenas a principal.
Acento:
sinal em forma de ângulo que na posição vertical (v) significa aumento súbito da intensidade da nota,
enquanto na posição horizontal (>) significa ataque forte seguido de diminuição súbita da intensidade.
Na posição invsersa (<) significa ataque suave seguido de aumento súbito da intensidade.
Acidente:
sinal de notação que indica alteração de uma nota, estranha à tonalidade indicada pela armação da
clave. O bemol baixa meio tom, o sustenido sobe meio tom e o bequadro anula o efeito do sustenido ou
bemol.
Acompanhamento:
conjunto de elementos vocais e instrumentais que estão subordinados à parte principal e a realçam,
pelo seu poder expressivo, carácter rítmico e riqueza harmónica.
Acoplamento:
dispositivo que, no órgão de tubos ou no cravo, permite associar as sonoridades diferentes de dois
teclados.
Acorde:
grupo de três ou mais sons simultâneos identificáveis como um conjunto (dó mi sol, por exemplo, com
duas terceiras sobrepostas).
Acústica:
capítulo da Física e da Música que estuda os fenómenos sonoros, a sua natureza, produção e
propagação.
Ad libitum (lat.):
Adagietto (ital.):
diminutivo de “adagio”, designa um andamento um pouco menos lento e um carácter mais ligeiro que o
“adagio”.
Adagio (ital.):
literalmente “à vontade”, designa um andamento lento de carácter sério, 100-126 batimentos por
minuto. Na sinfonia, o “adagio” é, muitas vezes, o segundo andamento.
Aerofone:
tipo de instrumento, como a flauta, o acordeão ou a trompete, cujo som é produzido pela vibração de
uma coluna de ar dentro de um tubo. A classificação dos instrumentos feita por Hornbostel e C. Sachs
distingue, além dos aerofones, os membranofones, cordofones e idiofones.
Affetto (ital.):
afeto, palavra usada por G. Caccini e outros compositores do Barroco para significar um estado de alma
e ornamentos vocais inspirados em afectos do texto poético.
Affetuoso (ital.):
“Cordeiro de Deus”, designa a tripla invocação feita na missa, com base na metáfora usada por João
Batista, no Evangelho segundo São João, e Apocalipse, para designar Jesus.
Agógica:
conjunto de pequenas flutuações na execução de uma obra musical ao nível do andamento, permitindo
certa liberdade de expressão e interpretação.
grupo de notas com pequenos intervalos entre elas, tocadas ao mesmo tempo, não identificável com os
acordes da harmonia clássica.
Agudo:
som de altura elevada, som fino em linguagem popular, som com elevado número de vibrações por
segundo.
Aleatória (música):
expressão que, no século XX, em obras de Boulez, Berio e Stochausen, por exemplo, apresenta certo
grau de indeterminação que pode afectar vários parâmetros da estrutura global de uma obra.
Aleluia (hebr.):
literalmente a palavra significa “louvai a Deus”. É uma expressão e canto de louvor que aparece em
alguns salmos e é utilizada nas celebrações eucarísticas ao longo do ano litúrgico, excepto na Quaresma
(em que a aclamação ao Evangelho tem outra expressão menos festiva, como “Louvor a Vós, Rei da
Eterna Glória”).
Alemanda:
canção e dança de origem germânica, de andamento moderado, em compasso quaternário 4/4, que
passou a ser utilizada em França a partir do séc. XVI nas suites instrumentais.
Al fine (ital.):
expressão que indica que, após a repetição da primeira parte de uma peça, se deve prosseguir “até ao
fim”.
Alla (ital.):
palavra italiana que significa “à maneira de”, como no “Rondó alla turca” de W. A. Mozart.
“À breve”.
Allargando (ital.):
Allegretto (ital.):
diminutivo de allegro, indica um andamento mais lento que o allegro e pode ser acompanhado de
adjectivo, “giocoso”, por exemplo.
Allegro (ital.):
termo que significa inicialmente carácter “alegre” e designa um andamento rápido, entre 120-168
semínimas por minuto.
All’ottava (ital.):
“à oitava”, é um procedimento que permite escrever notas acima ou abaixo da pauta sem recorrer a
muitas linhas suplementares.
Al segno (ital.):
a expressão significa “ao sinal”, indicando que uma parte da peça deve ser repetida a partir do sinal S e
não desde o princípio.
Alteração:
modificação da altura de uma nota em relação ao seu estado natural, através de bemol, duplo bemol,
sustenido, duplo sustenido, ou bequadro.
Alternância:
execução da música repartida por solista e grupo, ou dois grupos, ou dois solistas, presente tanto na
música tradicional como na música erudita, sacra ou profana.
Alto:
a mais grave das vozes femininas. As solistas aparecem mais frequentemente designadas por contralto.
Altura:
qualidade dos sons que os torna mais graves ou mais agudos e que tem a ver com a frequência mais ou
menos elevada, com o número maior ou menor de vibrações por segundo.
Âmbito:
intervalo entre a nota mais grave e a nota mais aguda de uma partitura, obra vocal ou instrumento.
Ambrosiano:
Amen (hebr.):
usada muitas vezes por Jesus, a palavra significa “em verdade”, ou “assim seja”. Na liturgia, dita ou
cantada, a palavra significa adesão ao que foi dito antes.
Anacrusa:
nota ou grupo de notas não acentuadas que começam um trecho musical antes do primeiro tempo
forte.
Análise:
estudo da forma, estrutura, tonalidade, ritmo, harmonia, melodia, orquestração, temática, intensidade,
dinâmica e outros parâmetros de uma obra musical.
Andamento:
Andante (ital.):
palavra que apareceu em finais do séc. XVII e significa “andando”. Designou um andamento moderado,
entre o adagio e o allegro; com o romantismo, aproximou-se do adagio. A sua velocidade está entre 76-
108 semínimas por minuto.
Andantino (ital.):
Animato (ital.):
Antecipação:
técnica de composição que consiste na escrita de uma nota estranha à harmonia que pertence já ao
acorde seguinte.
Antífona (gr.):
elemento muito antigo da liturgia católica que se canta normalmente no princípio e no fim de um salmo
ou cântico bíblico.
Antifonário:
em sentido estrito, o livro que continha as antífonas para a Missa e o Ofício Divino, na liturgia católica.
A piacere (ital.):
sinónimo de “ad libitum”, “à vontade”, livremente no que se refere ao tempo e ao uso do rubato pelo
intérprete.
Apassionato (ital.):
Appoggiatura (ital.):
nota (longa ou breve) estranha à harmonia do acorde, dissonante, que resolve por tom ou meio tom
ascendente ou descendente.
Ar:
elemento gasoso que, no canto, faz vibrar as cordas vocais e vibra quando o executante ou um
mecanismo faz com que ele entre num tubo.
Arco:
parte de madeira e pelo de crina de cavalo com que normalmente os vioninistas, violistas e
violoncelistas friccionam as cordas do instrumento. Na partitura, a palavra indica ao violinista que deve
retomar o arco, após um “pizzicato”.
Argumento:
Ária:
melodia cantável, ou trecho incluído numa ópera, por exemplo, cantado a solo com acompanhamento
instrumental. Na música instrumental, francesa, sobretudo, designa uma peça com carácter melódico.
Armação da clave:
número de sustenidos ou bemóis que, colocados no princípio da pauta, imediatamente a seguir à clave,
afectam todas as notas respectivas. A ordem dos sustenidos é “fá dó sol ré lá mi si” e a dos bemóis é “si
mi lá ré sol dó fá”. Se existe apenas um sustenido, na linha do Fá, por exemplo, todas as notas Fá são Fá
#, a não ser que, entretanto, apareça indicação contrária (bequadro). No fundo, as alterações
constitutivas fazem com que se mantenha a sequência de tons e meios tons que existe na escala de Dó
maior, qualquer que seja a nota em que se comece.
Arpejo:
execução sucessiva das notas de um acorde, da nota mais grave para a mais aguda, podendo também
suceder o inverso.
Arranjo:
transcrição de uma peça para um instrumento ou instrumentos diferentes daqueles para que foi
composta, ou redução de uma obra orquestral para um instrumento.
música que vai desde as origens da polifonia, de finais do séc. IX até ao primeiro quartel do séc. XIV.
estilo polifónico na França do século XIV, com novas formas musicais como o motete a três e quatro
vozes, novas temáticas musicais, ritmo e contraponto mais livres.
Articulação:
execução clara do fraseado, interpretação desligada das notas de uma peça instrumental.
Assai (ital.):
ligada a uma indicação de andamento, significa “bastante”. “Allegro assai” significa tempo bastante
rápido.
Ataque:
fase inicial da produção de um som por um instrumento. Pode também significar o início, a primeira ou
as primeiras notas de uma peça musical.
A tempo (ital.):
locução sinónima de “tempo primo”, que devolve uma peça ao andamento incial, após uma parte em
que aconteceu uma aceleração ou retardamento.
Atonal:
música sem um centro tonal ou nota que atraia as outras ou tenha preponderância sobre elas.
Atonalidade:
característica da música em que não são aplicadas as funções e leis tonais em que repousa a música
ocidental desde o Barroco.
Audição:
conjunto de processos que vão desde a percepção pelo ouvido humano ao reconhecimento dos sons
pela consciência.
Aumentação:
prolongação da duração de uma nota, através de um ponto, por exemplo. Processo da composição que
consiste em acrescentar proporcionalmente valor às notas.
Aumentado:
intervalo (ou acorde) meio tom maior do que o intervalo normal. Dó-Fá, por exemplo, é uma quarta
justa; Dó-Fá# é uma quarta aumentada.
a mais conhecida de todas as orações do culto católico à Virgem, cujas palavras se baseiam no
Evangelho de São Lucas, na Anunciação do Anjo e Visitação de Isabel à sua prima Maria. Numerosos
compositores musicaram esta oração, desde a Renascença à actualidade. A “Ave Maria” de Franz
Schubert é a adaptação latina, apócrifa, de uma poesia alemã sobre a qual o compositor escreveu. Num
processo questionável, Gounod acrescentou uma melodia ao primeiro prelúdio do “Cravo bem
temperado”, de Johann Sebastian Bach. A “Ave Maria” de Verdi é uma oração de Desdémona, da ópera
“Otelo”.
B
B:
nome da nota “si” nos países anglossaxónicos. Nos países de língua alemã, a letra B designa o si bemol
enquanto que o si (natural) é representado pela letra H.
Badinerie:
sinónimo de bagatela, designa uma peça musical dos séc. XVII e XVIII, com um matiz certa ingenuidade e
simplicidade. Ficou célebre da “badienrie” da Suite nº 2 em Si menor de Johann Sebastian Bach.
palavra que designa uma peça musical viva, ligeira e breve. A mais conhecida é provavelmente a
“Bagatela em lá menor ‘Para Elisa'”, de L. v. Beethoven.
Bailado:
Baixo cifrado:
escrita musical abreviada dos acordes por meio de cifras, a partir do baixo. Faz parte do ensino
académico da Harmonia e esteve particularmente em voga durante o século XVII e XVIII.
Balada:
uma das formas da poesia lírica medieval, em forma estrófica, inicialmente monódica e depois
polifónica; canção sentimental em andamento lento, na Pop, Rock, Jazz.
Ballata (ital.):
forma musical em forma estrófica destinada ao canto e à dança, muito difundida na Itália, entre os séc.
XIII-XV. Antes de ser destronada pela “frottola”, foi cultivada por compositores célebres como Landini,
Ciconia e Dufay.
Banda de música:
geralmente em compasso 6/8, (semínima colcheia semínima colcheia) é uma canção inspirada na
ondulação do mar, inicialmente canção dos gondoleiros de Veneza. Esta forma musical foi usada por
vários compositores europeus, designadamente Mendelssohn e Offenbach.
Bardo:
Barítono:
a voz masculina intermédia entre o baixo, a mais grave e o tenor, a voz mais aguda. No Jazz, barítono
sem mais designa o saxofone barítono.
Barra:
linha vertical que, dividindo os compassos se chama simples, podendo, além disso, ser dupla ou final.
Barroco:
estilo muito ornamentado nascido em Itália com a monodia acompanhada e a invenção do baixo
contínuo. Neste período de um século e meio (1600-1750, sensivelmente), entre a Renacença e o
Classicismo, surgem a ópera, a cantata, o oratório e desenvolvem-se a sonata, o concerto e a música
para teclado, especialmente para órgão. A utilização do baixo contínuo e a teoria dos afectos
caracterizam este período da História da Música. Entre os grandes compositores deste período contam-
se Giovanni Gabrieli, Claudio Monteverdi, Antonio Vivaldi, Domenico Scarlatti, Johann Sebastian Bach,
George Frederick Haendel.
Batalha:
composição vocal ou organística de carácter bastante descritivo muito em voga no século XVI. Ficou
célebre a “Batalha de Marignan”, de Jannequin).
ópera; maneira de cantar e estilo de composição entre o séc. XVII até às primeiras décadas do séc. XIX,
na Itália.
Bemol:
sinal usado na notação musical para baixar meio tom, sem que ela mude de nome. O duplo bemol baixa
dois meios tons.
fórmula dialogada utilizada na liturgia como cláusula da Liturgia das Horas ou a própria Missa.
Benedicite (lat.):
Benedictus (lat.):
segunda parte do “Sanctus”, na Missa. Na Liturgia, quando se fala hoje em “Benedictus” refere-se o
canto Bíblico retirado do Evangelho de São Lucas 1, 68, que começa com as palavras “Benedictus
Dominus Israel” (“Bendito o Senhor, Deus de Israel”) e é cantado na Liturgia das Horas, na oração
matinal de Laudes. Este é, com o “Magnificat” (cantado ou rezado à tarde, na oração de Vésperas) e o
“Nunc dimittis” (na oração de completas, antes de deitar), um dos cânticos maiores da Igreja Católica
Romana.
Bequadro:
sinal gráfico usado na notação musical para anular o efeito das alterações anteriores.
Binário:
compasso ou ritmo de dois tempos, sendo forte o primeiro tempo e fraco o segundo. Os compassos
simples são constituídos por tempos divisíveis por dois (divisão binária).
Bis (lat.):
no fim de um refrão, por exemplo, significa que se canta “duas vezes”. No fim de um concerto, o público
pede a repetição de uma peça ou a execução de um número extra programa.
Bitonalidade:
base de composição de uma peça musical em que estão presentes duas tonalidades em simultâneo.
Bizantino (canto):
canto tradicional da Igreja ortodoxa cujas origens remontam ao canto hebraico e a tradições musicais
sírias e arménias.
Blues (ingl.):
música lenta e triste dos negros americanos, sobre poesia popular, que fundiu as influências das músicas
europeias e africanas.
Bolero:
dança espanhola, particularmente andaluza, conhecida desde finais do séc. XVIII, em compasso ternário
e andamento moderado. Tornou-se também popular na América Latina e mesmo em Paris, no século
XIX, sendo especialmente conhecida na música erudita pela obra homónima de Ravel.
Bombarda:
instrumento de sopro em madeira, de palheta dupla, da família do oboé, usado especialmente entre os
séculos XV-XVII; registo do órgão.
Bombo:
Bourdon:
um dos registos de base do órgão de tubos, tanto na pedaleira como nos outros teclados.
Bourrée (fr.):
antiga e animada dança francesa em compasso binário ou ternário, ainda hoje praticada em certas
regiões de França (Berry).
Braguinha:
Breve:
unidade fundamental de duração na métrica antiga que se manteve nos solfejos até meados do século
XX, sendo equivalente a duas semibreves.
Buffa (Opera):
BWV:
C:
Caccia (ital.):
forma vocal utilizada na Itália por Landini e outros compositores da Ars Nova, sobretudo no século XIV.
“Da caccia”, indicação que podemos encontrar em cantatas de Johann Sebastian Bach, por exemplo,
precisa o carácter de certos instrumentos do Barroco.
Cadência:
Caixa de ressonância:
Calando (ital.):
Canção de embalar:
canção popular em andamento lento e melodia docemente balançada para adormecer as crianças.
Cânone:
forma musical baseada na imitação | uma melodia é executada em duas ou mais partes diferentes,
repetindo-se indefinidadmente.
Cantata:
melodia de um canto religioso ou profano, tomado como base de uma obra contrapontística.
melodia de um canto religioso ou profano, tomado como base de uma obra contrapontística.
Canzona (ital.):
Cifra:
Clave:
símbolo colocado logo no princípio da pauta ou pentagrama para indicar o nome das notas musicais. Há
três claves: Sol, Fá e Dó, em diferentes linhas da pauta.
Cláusula:
Coda:
termo italiano que significa cauda, isto é, fim de um trecho musical, de um andamento de uma sonata
ou sinfonia.
locução italiana que significa “com a madeira” em vez de tocar com o arco da forma normal (indicação
para os intrumentistas de arco).
Coloratura:
significando inicialmente cor ou colorido, a palavra italiana passou a designar as obras vocais
extremamente ornamentadas em registo agudo que exigem do intérprete grande virtuosidade.
Compasso:
divisão métrica de um texto musical, em que há uma regularidade de tempos fortes e fracos.
Concerto:
Concerto grosso:
Conductus (lat.):
forma medieval em que uma voz realizava um contraponto incipiente sobre um canto dado, chamado
“cantus firmus”.
Consonância:
Contraponto:
Cordofone:
instrumento com cordas, sejam elas percutidas, como o caso do piano, friccionadas com um arco, como
ou violino, ou dedilhadas, como a guitarra portuguesa.
Coro:
grupo de cantores que executam em conjunto obras de música profana ou sacra, a uma ou várias vozes
diferentes, masculinas, femininas ou mistas, juvenis ou adultas.
Corpo:
Cromática:
escala em que os doze sons se sucedem sempre por meios tons, por movimento ascendente ou
descendente.
Courante (fr.):
Crescendo (ital.):
D
D:
Da capo (ital.):
voltar ao princípio do trecho musical. Aparece muitas vezes abreviada pelas letras D. C.
Dedilhação:
Diapasão:
embora haja o diapasão de sopro (que dá as doze notas da escala cromática e se chama, por isso,
diapasão cromático) o diapasão de percussão é um objecto de metal em forma de garfo, sensivelmente,
que dá apenas a nota Lá. Batendo-se contra uma uma superfície dura, dá as 440 vibrações por segundo.
Diatónico:
“Dia de Ira”, é a parte da Missa de Requiem (dos Defuntos) que se refere ao Juizo Final.
Diminuendo (ital.):
Dinâmica:
Dissonância:
Dó:
Dodecafonismo:
sistema de composição baseado nas doze notas da escala cromática. No que diz respeita à melodia,
harmonia e contraponto, rejeita as bases admitidas pelo sistema tonal, como a preponderância de
determinados graus sobre outros (como a tónica, dominante, subdominante, sensível).
Doxologia:
forma laudatória utilizada na liturgia no fim de um salmo, hino ou outra oração. O canto dos salmos e
cânticos da Liturgia das Horas é concluído com “Gloria Patri…”, ou “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito
Santo”.
Duração:
E:
Ensemble:
série de sons que serve de base a uma composição musical e que dá a uma peça o seu estilo de música
ligeira, cigana, chinesa ou jazz, por exemplo.
Estilo:
termo amplamente usado na música e com diferentes significados, associado a diversos adjetivos: estilo
monódico, estilo polifónico, estilo galante, estilo clássico, estilo New Orleans (Jazz).
Etnomusicologia:
ramo da musicologia que estuda cientificamente as músicas do mundo tanto do passado como do
presente, com especial ênfase para as influências culturais e raciais.
Exposição:
primeira parte de uma peça em forma de sonata, em que os temas principais são apresentados.
F:
Fado:
Canção urbana originária de Lisboa, cantada de forma diferente em Coimbra e no Porto, com
acompanhamento da guitarra portuguesa, é um símbolo internacionalmente reconhecido de Portugal.
Fandango:
dança popular espanhola, andaluza, especialmente, em compasso ternário 3/4 ou 3/8, acompanhada
por guitarra e castanholas. Importada, provavelmente, da América Latina, era muito divulgada já no
século XVII. Embora lhe esteja subjacente a temática amorosa, nesta dança homem e mulher não se
tocam. Em Portugal, o fandango enraizou-se especialmente no Ribatejo, onde é executada por dois
homens e acompanhada de concertina, harmónica e outros instrumentos nos ranchos folclóricos.
Nicolai Rimsky-Korsakov introduziu esta dança no seu “Capricho Espanhol”, o que aconteceu também
com obras orquestrais de outros compositores (Albéniz, Falla, Graandos, Soler, Bocherini).
Fantasia:
peça musical que, composta a partir de melodias conhecidas e trechos de ópera, revela a técnica do
compositor e o virtuosismo do intérprete.
Falsa relação:
Fermata:
prática medieval e renascentista que consistia em omitir na escrita musical alterações que deviam ser
feitas na execução.
Figuras:
símbolos que indicam a duração dos sons (semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia, fusa e
semifusa, que vão desde os 4 tempos até 1/16 tempo).
Finale (ital.):
Forte:
qualidade dos sons executados com intensidade elevada, isto é, dos sons que têm grande amplitude de
onda sonora.
Forte-piano (ital.):
expressão que aparece abreviada na partitura (fp) e significa ataque forte de uma nota, seguido de uma
execução em piano.
Fortissimo (ital.):
Fox-trot:
Dança norte-americana que surgiu por volta de 1910; música sincopada, em andamento moderado, em
compasso 4/4, e marcha moderada.
Frase:
pequena secção coerente de uma música, comparável a uma oração na linguagem falada.
Fuga:
obra contrapontística em três ou mais partes com a mesma importância, que entram sucessivamente,
imitando a outra.
Funaná:
G:
designação da nota Sol na Idade Média e no sistema alfabético hoje usado nos países de língua inglesa
ou alemã. Foi inicialmente o símbolo da clave de sol que, através de várias transformações, chgou à
actual configuração.
Galharda:
dança de corte, em andamento vivo, compasso ternário, muito em voga no séc. XVI, que entrou nas
suites instrumentais dos séc. XVI-XVII.
Galope:
dança rápida originária da Europa central, em compasso binário, cujo ritmo evoca o galope de um
cavalo; figura pontuada seguida da figura que vale metade daquela.
Gavota:
dança muito graciosa e delicada, nascida no século XVI, nos Alpes Franceses, em compasso binário,
andamento moderado e ritmo anacrúsico. Na música “erudita”, podemos encotrar esta dança em L.
Marchand, os Couperin, Lully).
Giga:
dança bastante movimentada em compasso 6/8 ou 12/8 que teve origem na Inglaterra entre as gentes
do mar.
Glissando (ital.):
Gloria (lat.):
Primeiro nome de várias peças latinas (Glória ao Pai, Glória a Deus nas alturas…)
Graduale (lat.):
Parte do Ordinário (conjunto de cantos váriáveis de missa para missa), normalmente em estilo
melismático, cantada entre a Epístola e o Evangelho. A palavra “Graduale” designa também o livro que
inicialmente continha estes cânticos. O cântico ou salmo é actualmente cantado de modo responsorial,
com uma parte cantada pelo salmista e um refrão entoado por toda a assembleia.
Grave:
som de altura reduzida, de baixa frequência que, por analogia, popularmente se diz “grosso” (que
alguém tem uma “voz grossa”).
Gregoriano:
canto coral monofónico sacro, “a capella”, que a tradição da Igreja Católica associou ao Papa Gregório I.
Gymel (ingl.):
tipo rudimentar de polifonia a duas partes paralelas, muito utilizado no século XV, na Inglaterra. As
partes evoluem em intervalos de terceira ou sexta.
H
H:
Nos países de língua alemã, a letra H designa o Si natural, enquanto o B designa o si bemol, His, o Si
sustenido e hisis o Si duplo sustenido.
Habanera:
dança de origem provavelmente afro-cubana, de Habana, em compasso 2/4. O seu ritmo é basicamente
constituído por uma colcheia pontuada seguida de semicolcheia e duas colcheias. A habanera foi trazida
para Espanha na segunda metade do século XIX. Uma dessas danças foi utilizada por Georges Bizet na
ópera “Carmen”, em 1875. A habanera inspirou outros compositores, tanto em Espanha como em
França (Isaac Albéniz, Manuel de Falla, Camille Saint-Saëns, Georges Bizet, Emmanuel Chabrier, Claude
Debussy).
Handel-Werke-Verzeichnis (alem.):
catálogo que identifica as obras de Georg Frederic Handel. Cada obra aparece identificada pela
abreviatura HWV seguida de um número.
Harmonia:
Harmónico (intervalo):
Harmónicos:
sons que acompanham a emissão de um som fundamental, formando uma série de harmónicos
superiores naturais.
Hebraica (música):
conjunto de práticas vocais e instrumentais dos antigos hebreus que assumiram grande importância no
templo de Jerusalém, transmitidas oralmente e testemunhadas por muitos exemplos da Sagrada
Escritura.
Heptatónica (grec.):
Hertz:
sinónimo de “ciclos por segundo”, é a unidade de medida da frequência dos sons. O nome homenageia
o físico alemão Heinrich Hertz (1857-1894).
Heterofonia:
na etnomusicologia designa a prática de executar em várias partes a mesma melodia, com variantes e
ornamentos que não estão presentes em outras partes.
Hinário:
recolha de hinos e, por extensão, de cânticos cristãos. Com a imprensa, os hinários deixaram de ser
conjuntos isolados, estando hoje os hinos colocados nos ofícios próprios, juntamente com outros
cânticos.
Hino:
poema estrófico a Deus, Cristo, aos santos, que termina muitas com uma doxologia à Santíssima
Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). A palavra pode designar também a música identificativa de uma
congregação, associação, movimento religioso, região, país.
Homofonia (gr.):
Homorritmia (gr.):
concordância de uma nota, em termos de ritmo, com as notas das outras partes, executadas em
simultâneo. Enquanto a polirritmia, que surge com o motete, desenvolve o Contraponto, a homorritmia,
que nasce do “conductus” do séc. XIII, está na base da Harmonia.
Hoqueto:
processo rítmico que consiste em repartir as notas de uma linha melódica entre as vozes ou
instruemntos de uma composição. Esta técnica apareceu no século XIII e foi muito utilizada no século
XIV, na Ars Nova.
Ofício litúrgico católico que consiste na recitação e canto de salmos e cânticos bíblicos enquadrados por
antífonas, e escuta de leituras da Bíblia e da Tradição da Igreja.
Hossana (hebr.):
Humoresque:
a palavra designa uma peça instrumental que apareceu no século XIX, com sentido humorístico
(“humour”), ou como expressão de um estado de alma (do francês “humeur”).
Idiofone:
instrumento de percussão, em que uma parte bate na outra, sem ajuda de membrana, cordas ou tubos.
Infra-som:
Impressionismo:
tendência musical que surgiu em França, no início do Século XX. Paralelamente à pintura de Monet,
Manet, Sisley (nos anos 1860/1870), é aplicada a certas obras de Debussy e Ravel.
Improvisação:
criação de uma música no momento, designadamente no Jazz e no Órgão de Tubos.
Incipit (lat.):
terceira pessoa do singular do verbo latino que significa “começar”. Designa as primeiras notas de um
trecho musical.
Indefinida:
Intensidade:
qualidade do som que se prende com a energia utilizada pelo executante e a amplitude da vibração
sonora, com sons mais fortes ou mais fracos.
Intermezzo (ital.):
peça que assumiu diversos papéis na evolução dos géneros líricos. No século XVI, era um espectáculo
completo, com dança, canto e música instrumental. No século XVII, estava inserido nas festas palacianas
e, nos teatros, teve também a função de distrair o público nas mudanças de cena.
Interlúdio:
intermezzo, pequena peça instrumental entre duas cenas ou actos de uma ópera, preenchendo o vazio
gerado pelo fechar do pano. São célebres os interlúdios de “Pelléas et Melisande”, de Claude Debussy.
Interpretação:
Intervalo:
Introdução:
secção inicial de uma peça que não começa directamente pelo tema.
Introito (lat.):
primeiro canto da missa católica, do próprio, na liturgia anterior ao II Concílio Vaticano; cântico de
entrada. Entoado enquanto o padre entra e se dirige ao altar, o cântico de entrada dá aos fiéis o sentido
litúrgico da celebração.
Invenção:
peças musicais que correspondem a uma especial intenção do compositor. Ficaram célebres as
invenções para cravo de Johann Sebastian Bach a duas e três vozes.
Fórmula pela qual na missa em latim se despediam os fiéis (“Ide, a missa acabou”).
Jazz:
Música afro-americana nascida no século XX em comunidades negras dos Estados Unidos da América,
baseada na improvisação e num especial tratamento do ritmo (swing). O Jazz teve desde o início a
influência das culturas europeias e africanas.
Jota:
dança tradicional espanhola de origem aragonesa, em compasso ternário, que inspirou vários
compositores (Granados, Albéniz, Falla, Glink, Lizst, Chabrier).
Jubilus (lat.):
palavra que evoca a alegria (júbilo) comentada por Santo Agostinho nas “Enarrationes super salmos”,
consiste em vocalisos que ornamentam a sílaba final da aclamação “Alleluia”.
Kantorei (alem.):
nome dado nos séc. XVI e XVII a um coro pertencente a uma igreja, corte de um rei ou príncipe.
Kyriale (gr.):
livro litúrgico com as melodias do Comum ou Ordinário da Missa, cujo primeiro canto é o “Kyrie”.
Primeiras palavras da tripla invocação que dá início ao Ordinário da Missa, aparecendo assim em
primeiro lugar nas missas polifónicas ou corais que não incluem o Próprio, mas apenas as partes
comuns. Com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, canta-se geralmente em português: “Senhor,
tende piedade de nós”.
Lá:
sexto grau da escala diatónica de Dó, designado pela letra A nos países anglossaxónicos; nota dada pelo
diapasão.
Lamentações:
Música baeada no “Livro das Lamentações” de Jeremias, utilizado na Liturgia Católica da Semana
anterior à Páscoa, chamada Semana Santa. Entre os séculos XV-XVIII, numerosos compositores
escreveram “Lamentações”, “a capella” e com acompanhamento de órgão e outros instrumentos
(Thomas Tallis, Orlando di Lasso, Tomás Luís de Victoria, Palestrina, Marc-Antoine Charpentier, François
Ciuperin, Igor Stravinsky).
Larghetto (ital.):
diminutivo italiano que designa um andamento lento, menos lento que o largo, de carácter lento e
solene, entre 69-100 batimentos por minuto.
Largo (ital.):
termo italiano que indica um andamento muito lento, o mais lento de todos, entre 40-69 batimentos
por minuto.
Lauda:
termo que significa “canto de louvor”. Canção religiosa escrita em língua vernácula, teve um papel
importante na Itália pré-renascentista, antecedendo, pelo seu carácter polifónico, a “frottola”.
Laudes:
oração matinal da “Liturgia das Horas” forma, com as orações de Vésperas e Completas, a parte mais
importante do Ofício Divino. Antigamente, as laudes rezavam-se ou cantavam-se ao amanhecer,
enquanto as matinas, “Ofício das trevas”, se cantavam ainda de noite.
Legato (ital.):
modo de executar uma música vocal ou instrumental em que as notas estão o mais possível ligadas
entre si, sem qualquer interrupção.
Lento (ital.):
andamento semelhante ao “largo”, mas sem ter necessariamente aquele carácter grave.
Leitmotiv (alem.):
palavra usada especialmente para a obra de Wagner, que significa “motivo condutor”, tema.
Lento (ital.):
andamento lento.
Libreto (ital.):
diminutivo de “libro”, passou a designar texto de uma ópera, oratório ou outra obra de características
operáticas.
Lição:
tradução inexacta de “lectio”, leitura de textos do Antigo Testamento, dos Padres da Igreja e de Santos,
colocada nas horas canónicas. Em França, Lambert, Charpentier, F. Couperin, Delalande compuseram
para as “Leituras de trevas”.
Lied (alem.):
palavra alamã que, remontando à Idade Média, designa uma forma musical característicmente alemã
constiuída por um texto poético cantado, com acompanhamento de piano. Entre os compositores de
“lieder” encontram-se Schubert, Beethoven, Schumann, Brahms, Wolf, Mahler, Richard Strauss.
Ligadura:
linha curva que junta duas notas da mesma altura somando-lhes a duração (ligadura de prolongação) ou
várias notas de alturas diferentes para sugerir que não se devem destacar mas ligar (ligadura de
expressão).
Linha suplementar:
linha que, em caso de necessidade, se acrescenta por cima (suplementar superior) ou por baixo da pauta
(suplementar inferior), permitindo escrever notas num âmbito mais alargado.
Litania (gr.):
oração dialogada, rezada ou cantada, constituída por uma série mais ou menos longa de invocações com
respostas curtas.
Liturgia (gr.):
conjunto de celebrações públicas da Igreja, que pode ter ou não canto e acompanhamento
instrumental.
Loco (ital.):
“no lugar”, significa que, depois de uma passagem executada “à oitava”, se regressa à tessitura normal.
Longa:
Luthier (fr.):
designando inicialmente um fabricante de alaúdes, com o seu declínio, passou a designar o construtor
de violinos e outros instrumentos da família.
M
Machete:
Madrigal:
peça de carácter contrapontístico e vocal sobre um texto profano, cultivada na Europa entre os séc. XV-
XVII.
Maestoso (ital.):
indicação de “majestoso”, de carácter solene, mas não necessariamente lento. Um andamento pode ser
“allegro maestoso”.
Maestro (ital.):
director de um coro ou de uma orquestra, que é também, por vezes, na música barroca, um dos
instrumentistas.
Magnificat (lat.):
primeira palavra (verbo na terceira pessoa do singular) do cântico evangélico atribuído por São Lucas a
Maria: “Magnificat anima mea Dominum”. Estas palavras de louvor aparecem no contexto da Visita que
Maria faz à sua prima Isabel após a Anunciação. É rezado ou cantado na oração litúrgica de Vésperas (ao
fim da tarde). Johann Sebastian Bach e K. Penderecki, entre muitos outros, compuseram sobre o
“Magnificat”.
Manual:
teclado de um órgão tocado com as mãos, ao contrário da pedaleira, que é um teclado adaptado e
tocado com os pés.
Manúbrio:
puxador existente na consola de um órgão de tubos histórico, que serve para ligar ou desligar os
registos, na medida em que se puxa ou empurra.
Marcato (ital.):
Marcha:
peça musical com grande regularidade rítimica, em compasso binário. Originariamente servia para o
acompanhamento de uma procissão ou exército. Há várias tipos de marcha: marcha turca, marcha
fúnebre, marcha nupcial, encontrando-se exemplares em Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Méhul.
Marcha harmónica:
Máxima:
Mazurka:
Mediante:
terceiro grau da escala nos sistemas tonal ou modal. A palavra “Mediante” significa o grau que está a
meio caminho entre a tónica e a dominante.
Meio soprano:
Melisma (gr.):
“cantar sem palavras”, significa um grupo maior ou menor de notas musicais sobre uma mesma sílaba
com uma função ornamental ou jubilatória. Diversamente do vocalizo, tem um carácter ocasional, uma
dimensão restrita (e não inclui a noção de virtuosismo).
Melismático:
Melodia:
Melódico (intervalo):
intervalo horizontal, isto é, em que uma nota é tocada ou cantada a seguir a uma outra, seja ela igual,
mais aguda ou mais grave.
Melos (gr.):
Metrónomo:
aparelho mecânic (ou digital) criado por Winkel e patenteado por Maelzel para regular o andamento da
execução musical. O metrónomo dá ao compositor a possibilidade de escrever o andamento exacto que
pretende para a sua obra.
“A meia voz”, expressão que tanto pode dar para o canto como para a execução instrtrumental.
Mezzo-forte (ital.):
Mezzo-soprano (ital.):
Mi:
terceira nota da escala diatónica de de Dó, correspondente à letra E nos países anglossaxónicos.
Minueto:
dança rústica francesa em compasso ternário usada especialmente nos séc. XVII e XVIII.
Miserere (lat.):
palavra que significa “Tende compaixão” e dá início aos salmos 50, 54 e 55. Aparece muitas vezes nos
textos litúrgicos católicos.
Missa:
Celebração principal do culto católico, é constituído por duas partes essnciais: a Liturgia da Palavra e a
Liturgia eucarística.
Moderato (ital.):
Modo:
Modulação:
mudança de tonalidade.
Monorritmia:
Morna:
Motivo:
pequena célula rítmico-melódica que está na origem da frase musical e que pode surgir com sons de
alturas diferentes.
Música de câmara:
música destinada a uma pequena sala de concertos, geralmente composta para um reduzido grupo de
instrumentos ou vozes.
Neoclássico:
termo aplicado a alguns compositores do século XX que usaram formas e processos composicionais da
música do Período Clássico.
Neumas:
sinais da notação medieval eclesiástica colocados sobre as sílabas para representar subida ou descida da
melodia.
Neumático:
estilo de canto gregoriano em que a cada sílaba correspndem sensivelmente duas a quatro notas.
Noturno:
pequena peça para piano em um andamento, com carácter lírico e poético. John Field, Chopin e Francis
Poulenc, entre outros, compuseram nocturnos.
Notação:
conjunto de sinais convencionais utilizados para representar graficamente a duração, altura, ritmo e
outros aspectos de uma obra musical.
Ofertório:
canto da missa católica cantado durante a apresentação das oferendas, a seguir ao Credo (e à chamada
Oração dos fiéis).
Oitava:
grau número 8 da escala; som resultante de multiplicar por dois a frequência de um som (oitava
ascendente) ou de reduzi-la para metade (oitava descendente).
Ópera:
obra musical composta sobre uma argumento, cantada com acompanhamento instrumental e encenada
à semelhança do teatro.
Opus (lat.):
termo latino que significa obra ou trabalho. A partir do século XVII, seguida de um número, serve para
estabelecer a ordem de classificação das obras de um compositor.
Oratório:
obra musical religiosa ou profana, para coros e orquestra, por vezes com solistas, com proporções e
estilo comparável à ópera. Nasceu em meados do século XVI na Congregação do Oratório de São Filipe
de Neri, com carácter religioso, em vista da Reforma da Igreja Católica.
Organum (lat.):
forma polifónica primitiva medieval. Na sua forma mais rudimentar consiste em dobrar uma melodia
com a sua quarta ou quinta.
Ornamentação:
Orquestra:
Ostinato (ital.):
Pantonalidade:
termo que designa uma organização harmónica e melódica que, não sendo propriamente atonal, evolui
do sistema tonal e se alarga através da assunção de influências diversas.
Partitura:
representação gráfica do conjunto dos sons e silêncios de uma obra, partes instrumentais ou vocais de
um trecho musical em que as diversas partes simultâneas aparecem sobrepostas.
Pasodoble (esp.):
dança espanhola em compasso 2/4 e em tempo allegro moderato, quase sempre em modo menor.
Pausa:
silêncio que pode durar mais ou menos tempo e é representado por um símbolo numa partitura.
Pauta:
pentagrama, isto é, conjunto de cinco linhas paralelas e equidistantes com quatro espaços entre elas
onde se escrevem os sinais musicais.
Pavana:
dança de corte da Renascença (séc. XVI), em andamento lento e estilo solene, em compasso 2/4.
Pedilhação:
utilização dos pés na execução do órgão com pedaleira, ou a indicação numérica de como os pés devem
evoluir na pedaleira.
Pentagrama:
sinónimo de pauta musical, conjunto de cinco linhas paralelas e equidistantes onde se escrevem as
figuras musicais.
Pentatónico:
sistema que utiliza cinco sons da escala diatónica (dó ré mi sol lá, por exemplo).
Percussão:
Perfil sonoro:
tempo de vida de um som, desde que é atacado até que se extingue (ataque, corpo, queda).
Piano:
antes de significar o conhecido instrumento musical de corda e tecla, já este termo italiano significava
um som ou um conjunto de sons tocados com pouca de intensidade.
Pizzicato (ital.):
indicação, nos instrumentos de arco, de que o intérprete deve tocar as cordas com os dedos e não com
o arco.
Plectro:
pequena peça utilizada para tocar certos de corda como a cítara, a lira e a balalaika.
Poema Sinfónico:
Polifonia:
Politonalidade:
Ponto de aumentação:
ponto que, colocado imediatamente a seguir a uma figura musical, lhe aumenta a duração em metade
do seu valor.
Portamento:
termo italiano que significa passagem gradual de uma nota a outra, que pode ser intencional ou
acontecer por falta de conhecimentos em muitos coros e cantores amadores.
Prelúdio:
introdução musical a uma ópera, ou pequena peça independente, sem forma pre-estabelecida, como os
“Prelúdios e fugas” de J. S. Bach, ou os “Prelúdios” de Chopin.
Prestissimo (ital.):
andamento ainda mais rápido que o presto, entre 200-208 semínimas por minuto.
Presto (ital.):
palavra italiana que significa andamento muito rápido, entre 168-200 semínimas por minuto.
Pulsação:
marcação regular de uma música ou canção que pode não se ouvir mas se sente por trás do ritmo.
Quadrivium (lat.):
nome que Boécio deu ao conjunto das ciências dos números (Aritmética, Música, Geometria e
Astronomia), na obra “De Arithmetica”.
Quaternário:
Quinta:
grau número 5 de uma escala diatónica, ou o intervalo entre uma nota e outra nota cinco graus acima
ou abaixo.
Quinteto:
Rajão:
Rapsódia:
composição com carácter de fantasia sobre temas pre-existentes, em geral populares. Na História da
Música, destacam-se as rapsódias de Liszt, Lalo e Rachmaninov).
Ré:
segunda nota da escala diatónica de dó, designada por D nos países anglossaxónicos.
Recital:
Recitativo:
parte de uma obra que valoriza especialmente o texto e que, nas óperas e oratórios, antecede uma ária;
nome de um dos teclados do órgão.
Renascimento:
palavra que designa a época da História, das Artes e da Música, entre a Idade Média e antes do Barroco,
sensivelmente entre 1430-1600 d. C. É um período em que se evolui dos modos eclesiásticos para o
sistema tonal e a polifonia atinge um lugar destacado. Alguns dos instrumentos mais utilizados são o
alaúde, a harpa, o virginal, o órgão (de tubos), a flauta doce, o oboé e o cromorne. Entre os
compositores da Época devem referir-se Giovanni Pierluigi da Palestrina, Orlando di Lassus, William
Byrd, Orlando Gibbons, Tomás Luis de Victoria.
Requiem (lat.):
Missa dos Defuntos. Palavra tirada do canto inicial: “Requiem aeternam dona eis, Domine”, que significa
“Dá-lhes, Senhor, o eterno descanso”.
Ricercare (ital.):
palavra italiana que designava no séc. XVI e XVII uma forma instrumental com carácter de improvisação.
Ritardando (ital.):
Ritmo:
componente fundamental da música, tem a ver com a organização dos sons e dos silêncios e respectiva
duração.
Roda:
círculo que se forma para certas canções infantis, podendo também verificar-se em danças espanholas.
Rondó:
Rumba:
dança popular cubana de origem negra, com carácter sincopado, que usa como acompanhamento
instrumentos de percussão, essencialmente.
RV:
letras seguidas de um número que designam as obras de Antonio Vivaldi, segundo o catálogo de Peter
Ryom’s, “Ryom Verzeichnis”.
Saibara:
Salmo:
poema cantado retirado do “Livro dos Salmos”, do Antigo Testamento (parte da Bíblia anterior a Cristo).
Os salmos são utilizados na Liturgia Católica, tanto na Missa e nos sacramentos em geral, e foram
musicados por numerosos compositores.
Saltarello (ital.):
Samba:
género musical que deriva do canto, dança e instrumentos musicais dos negros no Brasil ( século XIX).
Sanctus (lat.):
parte invariável da missa, particularmente solene, de louvor a Deus (“Santo, santo, santo, Senhor Deus
do universo”).
locução latina, ligada à Igreja Católica, que significa “grupo de cantores”. Vincent d’Indy fundou em
Paris, em 1896, uma escola de música que adoptou o nome de “Schola Cantorum”.
Segunda:
relação de um grau da escala com o grau anterior ou seguinte, podendo ser de um tom ou meio tom.
Seguidilla (esp.):
Semibreve:
figura rítmica de maior duração, utilizada atualmente como padrão e referência para o compasso. No
compasso 4/4, por exemplo, o denominador indica qual a figura que é unidade de tempo (a que vale 1/4
da unidade de valor, isto é, a semínima). O numerador indica que o compasso, no caso apresentado,
tem 4 semínimas ou o equivalente.
Sensível:
sétimo grau da escala diatónica, com intervalo de meio tom relativamente à tónica, para a qual tem
tendência a resolver.
Serenata:
peça instrumental sem forma determinada. É célebre a “Pequena Serenata Nocturna” de Mozart.
Septeto:
Sétima:
som que na escala diatónica ocupa o 7º grau ascendente. É sétima também o intervalo entre as duas
notas.
Sexta:
som que numa escala diatónica é o sexto a contar da tónica (Dó-lá); intervalo que daí resulta.
Sexteto:
Silábico:
Síncopa:
forma rítmica em que o acento do tempo forte é deslocado para o tempo fraco, ou a parte fraca do
tempo.
Sinfonia:
Sinfonietta (ital.):
diminutivo que pode designar uma pequena orquestra ou uma pequena sinfonia.
Solo:
Sonata:
Sonatina:
Soprano:
execução de uma música em que cada nota aparece um pouco destacada da nota seguinte.
Suite:
Sustenido:
sinal da notação musical que modifica uma nota em meio tom ascendente. O duplo sustenido sobe dois
meios tons.
Tarantela:
dança rápida em compasso 6/8 rápido e com mudanças entre tonalidade maior e menor.
Te Deum (lat.):
Tiento (esp.):
termo utilizado no século XVI para designar uma obra instrumental com carácter bastante improvisativo,
designadamente ao órgão.
Tenor:
intervalo entre uma nota (primeira) e a nota que se segue à nota seguinte, inferior ou superior.
Tercina:
célula rítmica que subdivide em três um tempo que normalmente se divide em duas partes iguais.
Ternário:
Tessitura:
parte da escala sonora de um instrumento ou voz, indicando as oitavas e fragmentos de oitava que o
instrumento ou voz compreende.
Tetracorde:
quatro notas, havendo entre cada uma delas e a superior, um tom, excepto entre o terceiro e o quatro
graus, que se encontram à distância de meio tom.
Textura:
termo que, por analogia, significa a quantidade de sons e timbres utilizados em determinada peça
musical.
Timbre:
cor ou característica do som que permite distinguir um instrumento ou uma voz, mesmo quando dão
notas da mesma altura, deve-se à forma como o som é produzido.
Tocata:
composição instrumental livre, de carácter brilhante e vivo, normalmente para órgão ou cravo.
Tom:
intervalo de segunda maior. A palavra pode significar também tonalidade.
Tónica:
a nota fundamental de uma escala diatónica, ou o centro que polariza a tonalidade no regime
harmónico diatónico.
Trio:
composição escrita a três partes ou para três instrumentos. A mesma palavra pode designar a parte
central do minueto, e um conjunto de três instrumentos.
Trítono:
intervalo de três tons, que corresponde a uma quarta aumentada. Pela dificuldade de entoação, era
chamado na Época Medieval “Diabolus in Musica”.
Trovador:
poeta músico medieval existente em vários países da Europa com nomes e características diferentes.
Tuna:
Tutti (ital.):
Uníssono:
Ut (lat.):
Nome antigo da nota Dó, manteve-se até ao séc. XVII. No séc. XI, na Itália, a partir do conhecido hino a
São João Baptista “Ut queant laxis / Resonare fibris / Mira gestuorum / Famuli tuorum / Solve polluti /
Labii reatum / Sancte Iohannes” (Para que os teus servos possam exaltar a plenos pulmões as
maravilhas dos teus milagres, perdoa a falta dos lábios impuros, São João!), Guido de Arezzo achou que
podia ensinar os alunos a memorizar a altura dos sons, tendo assim nascido o sistema silábico.
Valsa:
dança em compasso ternário muito popular entre as danças de salão vienenses do século XIX, em
grande parte pelo contributo dos compositores da família Strauss. É uma das poucas danças ocidentais
que conjugaram música erudita e o gosto popular.
Variação:
forma musical em que um tema é transformado através de vários recursos próprios da composição. Até
se tornar uma forma complexa, partiu de um princípio muito simples e comum, o de acrescentar a uma
composição novos elementos musicais e ornamentos.
Verismo:
palavra que designa uma corrente literária italiana e, por extensão, diversas óperas de finais do século
XIX e princípios do séc. XX. Entre os compositores de óperas veristas, com o seu realismo trágico,
destacam-se Mascagni e Leoncavallo.
Versículo:
parte de um cântico litúrgico entoado por um solista, a que o coro ou a assembleia responde com um
“responsório” ou aclamação.
Vésperas:
oração católica da Liturgia das Horas, feita ao final da tarde por padres e religiosos, sobretudo, e
cantadas nas festividades mais solenes, muitas vezes com acompanhamento instrumental. A partir do
século XIX, tornou-se muito raro entre os compositores eruditos a composição de música para a Liturgia
das Horas, designadamente, a oração da tarde.
Vibrato:
ligeira ondulação provocada num som com uma finalidade expressiva, no canto ou em instruemntos de
sopro.
Villanella (ital.):
canção popular popular a três e quatro vozes, com origem napolitana, popular na Itália do século XVI.
Villancico (esp.):
tipo de canto religioso espanhol conhecido desde finais do séc. XVI, com raizes na música profana
(danças populares), na tradição religiosa (Natal).
Viola de arame:
Vira:
Vivace (ital.):
Vocaliso:
execução vocal sem palavras, ou sobre uma sílaba. Exercício técnico em que um fragmento melódico é
repetido em diferentes alturas para aquecimento das cordas vocais ou outros objectivos específicos.
Voz:
instrumento musical privilegiado e universal, pode executar música a solo ou em grupo, com
acompanhamento de um instrumento ou de uma orquestra.
W
Work-song (ingl.):
tipo de canto que serve para sustentar o trabalho ou torná-lo menos árduo, é, por vezes, acompanhado
pela própria ferramenta de trabalho.
Yodel:
modo de cantar característico dos Alpes suiços e do Tirol, sobretudo por homens.
Zarzuela:
Zingaresca:
Zortzico: