Algo de Cabinda
Algo de Cabinda
Algo de Cabinda
Erick Wolff
Julho de 2011
INTRODUÇÃO:
1 Agradecemos a Luiz L. Marins, irmão de religião, por muito pacientemente ter colaborado
na elaboração deste texto, com seu trabalho de leitura, críticas e sugestões. É autor do Livro
Obàtálá e a Criação do Mundo Ioruba.
A ENTRONIZAÇÃO DO ALÁÀÀFIN E SUA CONSERVAÇÃO: A RAIZ RELIGIOSA KÀNBÍNA, NA RELIGIÃO
BATUQUE NÀGÓ DO RIO GRANDE DO SUL. Por Erick Wolff
OS YORÙBÁ
2
Nação - Substantivo feminino; Conjunto de indivíduos habituados aos mesmos usos, costumes
e língua; Estado que se governa por leis próprias; Casta, raça; Naturalidade, pátria.
(http://www.priberam.pt)
3
Ifè – Cidade da Nigéria a nordeste de Ibadam, considerada o centro cultural do povo Yorubá
(Beniste)
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E sobre o uso da palavra Yorùbá, Juana esclarece a seguir que não é costume entre
a diáspora Afro-Brasileira o uso da palavra, porém ela é usada para determinar um
grupo étnico e religioso de uma determinada região da África:
discussão mais completa desta questão ver Claperton (1829), Rev. Koelle
(1963: 5), Dos Santos (1967 : 14 e nota 38), Fadipe (1970, cap. 2).”
(Elbein dos Santos, 1976, p. 29, nt. 7)
Sobre Obàtálá, veremos que escreve Verger, informando sobre uma das maiores
divindades cultuadas entre os Yorùbá, e a primeira a ser criada por Olórun:
Além disso, Óóni deve enviar todos os anos seu representante a Ideta-
Oko, onde residiu Òrìsànlá. O representante deve levar oferendas,
recebendo as instruções e as bênçãos de Òrìsànlá.[...]. (Verger, apud
Marins, 2013, p. 16)
Com a morte do rei Lamurudu, todos os seus filhos com aqueles que
simpatizavam com eles foram expulsos da cidade. Dos Príncipes que se
tornaram Reis de Gogobiri e do Kukawa foram para o oeste e Odùduwà,
para o leste. Este último viajou 90 dias a partir de Meca, e depois viajar
muito, finalmente estabeleceu-se em Ilè-Ifè onde se reuniu com Agbò-
niregun (ou Setilu) o fundador da adoração à Ifá.
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Odùduwà, e seus filhos haviam escapado com dois ídolos para Ilè-Ifè.
Sahibu foi enviado com um exército para destruir ou reduzi-los, e
subjugando-os foi derrotado, e entre o espólio garantido pelos vencedores
havia uma cópia do Alcorão. Este foi depois preservado em um templo e
não foi apenas venerado por sucessivas gerações como uma relíquia
sagrada, mas é ainda adorado até hoje sob o nome de Idi, significando
possuir algo preso.
A segunda filha foi também uma princesa que se tornou a mãe do Alaketo,
o progenitor do povo Ketu. O terceiro, um príncipe, tornou-se rei do povo
de Benin. A quarta, a Orangun, se tornou rei de Ila, o quinto, o Onisabe,
ou o rei do Sabes, o sexto, Olupòpo, ou rei dos Popos, o sétimo nascido e
último, Oranyan, que era o progenitor dos Yorùbá propriamente dito, como
são mais conhecidos os Òyós. [...](o grifo é nosso)
Como vimos, Okànbi é historicamente citado, ainda que sem mensuração, como o
filho primogênito de Odùduwà, sendo que a palavra Yorùbá para primogênito é,
àkóbí, um adjetivo que significa “primeiro filho”. Foi dito acima, que Oraniyan era o
neto caçula de Odùduwà, e que houve grande destaque de sua pessoa, tornando-se
o mais rico e de renome de todos os outros. Oranyan herdaria terras, segundo a
tradição oral, daí o ditado "Alâfin I'oni ilè" (o Alâfin é o senhor da terra).
Como isso aconteceu, é assim narrado por Jonhson (1973. pgs. 41-46):
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[...] Com a morte do Rei, seu avô, sua propriedade foi desigualmente
dividida entre seus filhos. O Rei de Benin herdou seu dinheiro (que
consistia em búzios), o Orangun de Ila suas esposas, o Rei do Sabe seu
gado, o Olupòpo as contas do Olowu e as vestes, e o Alaketu as coroas, e
nada foi deixado para Oranyan, apenas a terra.
Ele segurou seus irmãos como inquilinos que viviam na terra que era sua,
das rendas que recebeu dinheiro, mulheres, gado, pérolas, vestidos, e
coroas, que eram as partes dos seus irmãos, como todos estes eram mais
ou menos dependentes do solo, e foi decorrente a sustentá-lo.
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E ele foi o escolhido para suceder o pai como Rei, em linha direta de
sucessão. Para seus irmãos foram atribuídos a várias províncias sobre as
quais eles governavam mais ou menos independente, desta forma
Oranyan se viu sendo entronado [...]
A ENTRONIZAÇÃO DO ALÁÀÀFIN
Devido à riqueza de detalhes, optamos por fazer a seguir uma longa transcrição do
livro The History of the Yoruba, de Samuel Jonhson (1973, pgs. 41-46), sobre o
Aláààfin e o ritual de Entronização:
O Aláààfin de Òyó
Foi, portanto feita uma lei na Constituição que, como o Aremo reinava ao
lado do seu pai ele deveria também morrer com o rei. Essa lei surtiu
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A escolha pode, por vezes, recair sobre um dos primeiros príncipes mais
pobres, em busca de tranquilidade para o seu reinado, sem qualquer
vocação para o trono, tal escolha supressa é feita para inutilizar um
possível candidato. Ele pode não estar ciente das intenções do Mesi Òyò
até que seja advertido por eles como para as funções e responsabilidades
da alta posição, que ele em breve preencherá.
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A tradição diz que nos primeiros dias, enquanto o rei eleito está na casa do Otun'efa é servido
entre os pratos para que ele partilhe, um será preparado a partir do coração do falecido rei que
foi extraído e secretamente. Após participar disso é dito, que ele "comeu o Rei". Daí a origem
da palavra Je Oba, para se tornar um rei (ht. para comer um Rei). (Jonhson, 1973, pgs. 41-
43).
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qual ele entra e sai da sua residência temporária. Durante esse tempo ele
permanece rigorosamente no aprendizado, secreto e praticando o estilo e
comportamento de um Rei, e os detalhes dos deveres e funções
importantes de seu reinado. Durante este período ele se vestirá de preto,
e tem o direito de usar uma "touca de chef" chamado "Ori-kò-Gbe-ofo". (A
cabeça não pode ficar a descoberto). Os assuntos de Estado neste
momento são conduzidos pelo Basorun.
A Coroação de um Aláààfin
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Nota nossa. Não confundir com Bará, a divindade Èsù.
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Depois disso, ele prossegue para o Barà acompanhado por toda a multidão
de pessoas que terão de ficar do lado de fora. Ele entra nos recintos
sagrados com a presença do Magaji lyajin (seu irmão mais velho) as
princesas, a Ona-Onse-awo (um funcionário), o Otun-wefa (o lado do
chefe dos eunucos), que é um sacerdote e o Omo-ni-nari, um conjunto de
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servos. Estes últimos são para o abate e a pele dos animais a serem
oferecidos em sacrifício.”
No quinto dia após isso, ele passa a Koso, o santuário de Sàngó, para a
coroação real. Aqui ele é recebido pela Otun-wefa que tem a seu cargo o
santuário, o Bale (prefeito) de Koso uma vila suburbana, o Omo-ni-naris, e
os Isonas [O Isonas são um corpo de homens cujo único emprego é fazer
todas as agulhas e trabalho bordado para a realeza. Eles também são os
confeccionadores de guarda-chuva. A coroa, pessoal, roupas, e todos
ornamentais trabalhos manuais e funcionamento em algodão, seda ou
couro são executados por eles]. Rodeado pelos principais eunucos e os
príncipes a grande coroa é colocada em sua cabeça com muita cerimônia
pela lyàkere, quem é lyàkere, para quem está reservada a mais
importante função será visto abaixo. As vestes reais são colocadas sobre
ele, o Ejigba em volta do pescoço, o pessoal e a espada da misericórdia
são colocados em suas mãos. [O Ejigba é um colar de contas caras
descendo até os joelhos. Grânulos são usados para pedras preciosas. Isto
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representa celas, cadeias que dizem ser para os prisioneiros, por isso, eles
usam várias contas.]
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No quinto dia após isso, ele passa para o santuário de Oranyan, aqui a
grande espada ou “Espada da Justiça” são trazidas de Ilè Ife sendo
colocada em suas mãos, sem o qual ele não pode nenhuma autoridade
para uma ordem de execução”.
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Mas uma nova abertura é feita por ele na Aganju Kobi, através dela
que ele entra no recinto interior do palácio. Esta entrada é para o
seu uso exclusivo dentro e fora do Kobi durante o seu reinado: em
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Após o Rei ter sido coroado, ele passa a estar proibido de aparecer em
vias públicas por dias, exceto nas muito especiais e extraordinárias
ocasiões, ele é, no entanto, permitido passeios à noite de lua cheia,
quando ele pode andar incógnito. Este isolamento não só aumenta a
admiração e majestade devido a um soberano, mas também empresta
poder e autoridade aos seus comandos, e é melhor o guarda seguro para a
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considerados ideais para o sacrifício. Isto teria dado origem ao termo Ijesa (Ije +
Òrìsà, o alimento para os Deuses). Estes sacrifícios humanos tinham a finalidade de
pedir proteção aos antepassados e ao mesmo tempo garantir que Eégún6 estaria
protegendo o novo e eleito Aláààfin. O sacrifício humano foi extinto em meados do
século XIX.
São estas fortes ligações do Aláààfin com os Ancestrais (Eégún), que determinam a
segurança do seu reinado. Em nosso caso, é o ancestral Waldemar Antônio dos
Santos, fundador do culto da Kànbína no R.S. que nos liga à sua divindade Sàngó.
Esta será a base para o nosso estudo comparativo dos rituais de iniciação da raiz
religiosa Kànbína, no Batuque do Rio Grande do Sul, e a iniciação e entronização
do Aláààfin, que passa pelos rituais dos ancestrais, antes da coroação.
O BATUQUE DO R.S.
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Eégún – Espírito do ancestral. (Beniste)
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A Kànbína, de ritual nàgó, será o tema principal da nossa pesquisa, sendo que esta
última é comumente confundida com Cabinda, colônia de Angola (Banto), sem que
possamos encontrar elementos que façam ligação alguma.
7 Èje – Sangue de animais de pena ou pelo, há necessidade dos sacrifícios serem feitos dentro
do próprio templo da Religião Batuque R.S., é muito importante, pela necessidade de
aproveitar tudo que a natureza fornece, usando o Èje como elemento conector, após o
sacrifício, é costume cobrir o recipiente que o ritual procedeu com penas, acreditamos que as
cores das penas, foram convencionadas para que pudéssemos identificar as vasilhas quando
necessário, sendo que não apenas penas, e sim o Èje, por isso, que podemos imaginar que foi
mais por necessidade de identificação do que ritualística, evitando assim que fossem oferecidas
aves de cores diferentes dos conceituados para determinada divindade, o que voltamos a
lembrar, que não oferecemos penas e sim o Èje. O mesmo ocorre com os pelos dos animais de
pelos, que são identificados por cores, assim cada divindade recebe um animal de uma cor, que
o identifique, porém neste caso apenas a cabeça do quatro pés que fica no Yàrá-Òrìsà, e a
carcaça é levada para corear, e os bichos de pena depenar, para que toda a comunidade possa
se alimentar, pois há todo um ritual para que a comunidade possa se alimentar durante as
festas, e precisamos dos miúdos e da carne, que não deve ser comprada em mercado, pela
necessidade do ritual de preparação do alimento. Vale lembrar, que existe a diferença entre
ofertar aves machos e fêmeas, onde as divindades masculinas receberão bichos macho, e
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Dante de Laytano, em, A igreja e os Orixás, registra que nas décadas de 40/50
havia cinco raízes religiosas distintas, conceituadas na época de Nações, porém, a
Kànbína ainda não era mencionada, como poderão ver a seguir no texto registrado
pela Comissão Gaúcha de Folclore:
Òòsàálá e as divindades femininas, recebem bichos fêmeas, com exceção de alguns casos aos
quais oferecerão um casal de pombos ou angolistas, para qualquer um deles.
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Orí – Cabeça, no entanto, os Yorùbá convencionaram que Orí também serviria para traduzir
tudo que está ligado ao mundo espiritual, independente da cabeça física.
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- Nagô
- Gegê
- Oió
- Ijecha
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- Obá
- Ijechá- Obá
A verdade que 80% a 90% dos batuque são mesmo gêge, oió, e nagô
acrescentam-se entre os 71 estes 8 yjecha ou estes 5 que diríamos “misto”.
Misto não é a palavra própria. Mas serve.
Os informes, não tem muita unidade porque alguns não fazem referência ao
número de instrumentos, há os que descrevem o tamanho e outros não e
finalmente os que dão os dois nomes para a mesma coisa: sineta e
campainha. O principal é assinalar o tipo de instrumento, o que se fez sem
dificuldade.
- Búzio, algodão, prata, bacia branca com seus pratinhos, bastão para
Oxalá.
- Cachimbo, pedra, corrente, foice, canivete, para Exu.
- Cobra e corrente com acessórios: apito, canivete, etc... espada para
Ogum.
- Coroa de espinhos numa vasilha de barro, bastão, revolver, para Omulu.
- Pedra em forma de machado, uma gamela, ou pilão, balança, para Xangô.
- Pedra em forma de coração e uma vasilha de louça, pratos, para Yansan.
- Boneco de madeira, bodoque para Oxossi.
- Leque, buzo, campainha, pulseira de barro, para Nanan.
- Leque, epdras, conchas, buzo, dinheiro, tijelas, barro, para Yemanjá.
- Leque, algodão, moeda, para Oxum.
- Barro, pedra, algodão, para Oxumaré.
- Maleta, bastão, para Locô.
- Manto, capa, para Obatalá.
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Neste texto chegou ao nosso conhecimento as nações que eram conhecidas entre
1948 à 1956, no Batuque. Importante ressaltar que nenhuma nação banto foi
mencionada.
Curiosamente, até 1956, existia a “Nação Obá”, em Porto Alegre, que atualmente é
desconhecida pelos Afro-Gaúchos, e possivelmente seja uma corruptela de Ègbá,
uma das sub nações Yorùbá.
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Norton Correa (1992, p. 55) não utiliza a palavra “Cabinda”, fazendo constar
“Cambini ou Cambina”, possivelmente o nome original que os mais antigos
falavam. Observem que seus informantes não fazem nenhuma relação com a
Cabinda Banto, nem sequer comentam. Confira:
Cambíni ou Cambína.
[...] É um lado, pelo que sei, com poucos templos, igualmente, em relação
aos outros, embora em maior proporção do que o nagô. Talvez haja cerca
de cinco chefes auto-denominados de cambíni. E mesmo assim, inserem,
apenas, elementos desta origem em meio aos de jexá, que domina o
ritual.
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Segundo Ayrton do Xangô, quem trouxe o cambíni para porto Alegre, foi o
Gululú, um africano que morava no antigo Beco do Poço, e falava
português muito mal. Pertencem, hoje, ao canbína os pais-de-santo
Romário do Oxalá e um filho-de-santo seu , Luiz da Oxum. Na linhagem
ritual que vai deste último ao Gululú temos a Madalena, mãe-de-santo do
Romário, e o Valdemar de Xangô, pai-de-santo desta e filho-de-santo do
africano.
Como a Comissão Gaúcha de Folclore, liderada por Dante por Laytano não registrou
esta nação no final dos anos 40 e 50, ainda que existisse antes, muito
possivelmente esta só ganhou destaque e notoriedade após os anos 60.
aval de vários sacerdotes de destaque na época, que este seria o nome da nação, e
que seria banto, com origem em Cabinda, território de Angola.
Entretanto, tal auto declaração parece não ter comovido a comunidade científica,
pois Norton (1992), não a registra com este, e não faz nenhuma relação com os
bantos, como já vimos.
Os informantes de Norton narram que a Kànbína era muito semelhante aos rituais
Ijesa, no entanto, vemos que todas as raízes se assemelham, havendo diferenças
muito sutis entre uma e outra.
Lá pelo ano de 1983, o escritor Paulo Tadeu levanta o conceito da Nação Cabinda,
como sendo Banto, em seu livro “Os Fundamentos Religiosos da Nação dos Orixás”,
conceituando assim cultura Banto entre os Batuqueiros. Como vimos, até agora os
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Banto não foram citados pela Comissão Gaúcha de folclore, a não ser pelo Paulo
Tadeu, nesta obra.
Havemos por bem, de, pedindo licença, chamar a atenção dos mestres de
ensinamentos, seus adeptos, e, daqueles que escrevem para os meios
comunicativos para que, ao se referirem à CABINDA (Nação dos Orixás) ou
à CAMBINDA (dança folclórica) o façam assegurando a diferença, sob pena
de confusão daqueles que vão tomar conhecimento, e dos leigos em geral.
Paulo Tadeu no seu livro em 83, nos ofereceu informações e dados sobre o
Waldemar para os adeptos da Kànbína, e seus descendentes. Porém notem que
Paulo Tadeu confunde Kànbína com Cambinda, uma dança:
Cambindas
YORÙBÁ IORUBÊS
[http://iledeobokum.blogspot.com.br/2009/11/quando-ase-nao-e-axe.html]
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Se uma simples palavra “Axé”, pode gerar muita confusão, imaginemos em pleno
anos 80, os escritores e sacerdotes sofrendo com os problemas religiosos,
perseguições, incompreensão da própria religião e idioma. Foi uma tentativa de
salvar a dignidade de um povo e conceituar a própria raiz religiosa, de muito brava
atitude, no entanto, onde se encontra a nossa herança religiosa, entre os Banto ou
Yorùbá?
No mesmo texto notamos que Paulo, especifica a “Nação dos Orixás”, sabemos que
em território Africano, existe uma diversidade muito grande de divindades e nem
todas são Òrìsà, entres os diversos cultos e povos encontramos as divindades
Vodun, Nkissi, Eégun, etc...
Porém, sabemos que somente os Yorùbá cultuam Òrìsà, entre eles alguns Vodun,
todavia até mesmo estes Vodun já vieram da África sob o culto dos Yorùbá. Seria
um erro nosso, acreditar que os fundadores do Batuque não tinham conhecimento
disso.
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Para nos ajuda a conceituar alguns pontos sobre a cultura Banto procuramos o
Tata9 Matâmoride, sacerdote do culto Angola (Banto);
“Um iniciado nesta religião passa pelo ritual do banho da menga10, sem ele
não há iniciação de um muzenza11. “
9
Tata – Pai no idioma mbundo.
10
Menga – Sangue no idioma mbundo.
11
Muzenza – Iniciado na religião Candomblé Angola, seria o mesmo que Ìyáwó (Yorùbá).
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“Matamba não é Oya, a origem das duas são totalmente diferentes, que
apesar de acharem que ambas são as mesmas, por conter elementos que
12
Òkúta – Pedra, elemento usado pelos Yorùbá para representar uma divindade (Beniste).
13
Obí-Ota – Idem a Òkúta
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Outro dado importante, fornecida pelo Tata Matâmoride 14, vai de encontro ao
propósito deste texto, pois, segundo ele," a tradição Bantu não permite que Nzaze
o Nkissi da justiça (divindade semelhante a Sàngó) o rei que traz abundância ao
seu povo, fique na presença da Fu kia fuíla (morte), ele possui aversão a Fu Kia
Fuíla, ele é aquele que desaparece do Abaçá (barracão) quando ela (Fu kia fuíla) o
ronda, pois, quando morre algum membro do Abaçá, o costume é, suspender todos
os atos, e, se tiver algum Ìyáwó recolhido, o mesmo permanece, porém,
as obrigações são suspensas, parando tudo e prepara-se o Ntambi (Sirrum,
Axexe), que apenas ao termino dos rituais fúnebres é que se dará a Muzenza
(saída do Yawó)".
Como vimos, estas informações contribuem para que a Nação Kànbína seja
fundamentada nas origens dos iorubas, e não dos Bantos, pois, para que realmente
houvesse alguma ligação banto com a nação Kànbína, não poderia haver uma
ligação tão forte desta, com Eégún.
14
Eduardo Brasil, sacerdote da Nação Angola, Banto, iniciado em 23/7/76.
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Outro ponto, que fica para ser estudado num próximo trabalho, é o conceito de
nação no Batuque, uma vez, neste quesito, ele diverge das demais vertentes afro-
brasileiras. O Batuque se divide em quatro nações, a saber, Kànbína, Jeje, Ijesa e
Oyo. Entretanto, há poucos elementos de diferenciação que possam distinguir uma
nação, de outra. Isto nos permite repensar o conceito de nação no Batuque, pois
devido à similaridade de ritos e cultos, o próprio Batuque forma uma única “Nação”
afro-sul, com quatro denominações, lados, ou raízes, mas que possuem o mesmo
ritual litúrgico, divindades e cantigas, com poucas mudanças significativas.
QUEM É KAMUKA
Em 2008, surge mais um livro do escritor Paulo Tadeu, “QUEM É O ORIXÁ XANGÔ
KAMUCÁ, NA NAÇÃO RELIGIOSA DE CABINDA?”, e volta a falar, da Kànbína,
reafirmando como uma cultura Banto. Às pgs. 23 e 24, informa:
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Notem que o escritor Paulo Tadeu, registrou as seguintes Nações Gêge, Ijexá,
Oyó, Nagô, concordando com Dante, porém, não incluiu a nação “Obá (Ketu)”
(Ègbá; Eba). Ela foi apagada dos registros e da mente dos descendentes do
Batuque R.S.; acreditamos que atualmente ninguém saiba da existência desta
Nação.
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No mesmo texto o autor inclui entre as Nações a Cabinda, referindo-se como uma
Nação de origem Banto tradicionalista, contendo divindades e idioma, citando
diversos idiomas comuns entre os povos Bantos, porém não nos orienta onde são
empregados e quais estão dentro do batuque.
Os Banto cultuam nKissi15, porém, quais nKissi que são cultuados no Batuque e
como são cultuados?
[...] pelo Orixá XANGÔ KAMUCÁ se dá pela Sua gloriosa tradição de REI
DA NAÇÃO RELIGIOSA DE CABINDA e pelo poder (Axé, Força) que emana
deste Orixá Coroado e responsável por esta grandiosa e tão importante
Nação de Orixá [...] (Tadeu, p. 26)
15
nKissi – Divindades cultuadas entre os Banto, segue algumas; lembaraganga; kajanjá;
kanbaranqueje; matamba; kaitumbá; dandalunda; bombojira/aluvaiá; mucumbe;
kassumbenca; angoromea; wunje; yombe; catendê; Kitembu; zumbarandá; kafundeji
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Os bantos não cultuam Òrìsà, então ainda que se queria imaginar em sua fundação
um sangue Banto, ela deixou-se ser absorvido pelos Yorùbá.
Assim, concluímos que os Banto não cultuam Òrìsà, nem mesmo Sàngó, o rei da
Kànbína, da mesma forma que os Yorùbá não cultuam nKissi, nem mesmo existe
culto à nKissi em forma de Òrìsà.
O relato do escritor Paulo Tadeu, merece muita atenção, pois ele é revelador,
estamos diante de uma situação riquíssima de informações, “XANGÔ AGODÔ
KAMUCÁ BARUÁLOFINA”, sem dúvida que é uma divindade que tudo gira em torno
dele, dentro da raiz religiosa Kànbína, e seus descendentes o veneram em seus
rituais e fundamentos, sabemos que Agodô é um Ìran-òòsà16 de Aláààfin, que entra
no culto à Sàngó no Brasil, o que nos revela para qual divindade Waldemar foi
iniciado, quebrando o mito de que Waldemar foi iniciado Kamuka, sendo que Paulo
16
Ìran-òòsá – Geração, descendência
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BATUQUE NÀGÓ DO RIO GRANDE DO SUL. Por Erick Wolff
“Waldemar foi feito para Agodô, e foi sento o Kamuka na casa dele, o que
o fez ser conhecido por Waldemar do Kamuka, porem o que as pessoas
não sabem é que Kamuka é um assentamento, assim como o Legba e a
Zina, que não pega cabeça nem dança no salão.” (informante – Bàbá Raul
Sàngó)
Sabemos que no Batuque acredita-se que, enquanto o indivíduo está vivo, ele
carrega o Òrìsà, quando este falece, o Òrìsà carrega o indivíduo, ou seja o Òrìsà se
torna um Eégún.
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Este conceito não está de acordo com a Matriz Yorùbá, onde Eégún é um
antepassado cultuado individualizado, digamos que é uma honra ser um Eégún.
Porém falaremos mais a frente sobre Eégún e antepassados.
[...] Kamucá não é uma Classe do Orixá Xangô, é um nome apenas. [...]
Diferente das demais Nações em que os Religiosos (por receio dos
inimigos os enfeitiçarem, ou por desconhecimento) costumam omitir o
nome do Orixá-de-cabeça, os Cadindeiros costumam se apresentar sempre
declarando o nome do seu Orixá-de-cabeça; Oxalá ONIFÁ; Cleon de
OXALÁ ELEFÃ [...] (Tadeu, p. 59)
Paulo Tadeu informa que Kamuka não é uma divindade individualizada, com culto
próprio, e sim um nome de um dos Sàngó na verdade um Agodô, cultuados entre a
diáspora do Batuque do R.S., é comum no dia a dia de uma casa de ouvirmos “fale
com a Oxum” ou “o Xangô quer falar com você” . Na prática, não se refere aos
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orixás propriamente ditos, e sim às pessoas iniciadas nestes orixás. São expressões
idiomáticas que significam “fale com fulana de Oxum” ou “beltrano de Xangô
deixou recado para você”. Ainda a tempo, precisamos informar que o Paulo Tadeu
pertence a uma família que não possui o Kamuka sento, apenas faz a segurança
de Kamuka no meio do salão, que apesar de serem descendentes do Waldemar,
eles possuem assentamentos diferentes do Henrique da Òsùn.
Queremos relembrar ao leitor a fala do Bàbá Raul, quando cita que Waldemar ficou
conhecido por Waldemar do Kamuka, porem sabemos que ele era do Agodô e
carregava um ojúbo17 de Kamuka, e ainda afirma que seria impossível que o
Kamuka deixasse uma mensagem dizendo que ele jamais pegaria cabeças, por que
assentamentos nunca pegam cabeça.
Waldemar é o Rei da raiz religiosa Kàmbína, não devemos confundir Waldemar com
Sàngó, pedir proteção aos nossos antepassados para assegurar um ritual, é
comum. Paulo Tadeu diz que “[...] Kamuca é o nome deste Orixá Rei que foi
Assentado para o Babalorixá Rei, Waldemar Antônio dos Santos; Barualofina [...]”
(Tadeu, p. 59)
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Ìgbàlè – Uma dependência secreta, local do culto ao Egúngún (Beniste)
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Durante a palestra de bábà Hugo de Oxalá, iya Peggy narra uma versão
diferente para o mito de Kamucá. Segundo a sacerdotisa, a partir de
escavações arqueológicas na Nigéria, se encontrou o túmulo de Xangô
Kamucá. Pelo seu léxico, mucá, significaria servo e, portanto, o túmulo era
de um servo de Xangô. O culto a Kamucá seria a reverência a um escravo
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fiel, que nunca abandonara Xangô, enquanto homem e rei de Oyó e que,
por isso, entrara no panteão de ancestrais cultuáveis publicamente, mas
não incorporáveis.
Este texto sobre Kamuka, é revelador, até então, não tínhamos informações que
nos levassem a esta divindade direto para a Nigéria, por isso procuramos a
Embaixadora da Cultura do Alaafin de Òyó, Paula Gomes (informação pessoal) para
nos auxiliar com dados que nos leve ao mucá (servo), que nos respondeu;
“Na hierarquia dos servos de Alaafin até ao dia de hoje, esse nome não
existe, a historia oral é recontada através dos oríkì, esse nome não existe,
não existem provas de nenhumas escavações feitas. Não existem provas
orais, nem físicas. Ninguém conhece. Como lhe disse esta história não
pertence a Òyó.”
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Referente ao nome kamuka, ficou claro que não existe tal divindade no culto em
Òyó, por isso, voltamos ao inicio e menção de três fontes, a primeira foi o próprio
Paulo Tadeu e a segunda o nosso informante Bàbálòrìsà e professor de História
Denis de Odé, e finalmente o Bàbá Raul, que confirmam que Waldemar foi iniciado
para Sàngó Agodô.
O professor e pesquisador Ari Oro, citado por Tadeu, fala sobre os Kànbína,
segundo a sua fonte, apesar do nomes induzir ao povo Banto, o seu informante
narra que não encontrou nKisse sendo cultuados no culto da Kànbína, confira;
Segundo consta, este culto foi trazido para o Rio Grande do Sul por um
africano conhecido por Gululu, de cujas mãos saiu a figura mais marcante
do culto Cabinda no Rio Grande do Sul: Waldemar Antônio dos Santos, do
Xangô Kamucá. Dele descenderam as famosas Mãe Maria Madalena Aurélio
da Silva, de Oxum Epandá Demun, que iniciou Romário Almeida, do Oxalá,
e Henrique Cassemiro Rocha Fraga, de Oxum Epandá Bomi, todos
falecidos, e Mãe Palmira Torres dos Santos, de Exum Epandá Olobomi, que
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iniciou João Cleon Melo Fonseca, do Oxalá, que é tido hoje como o mais
importante herdeiro da tradição Cabinda do estado, embora, como diz
Pernambuco Nogueira, “de sua origem mantém apenas o rótulo: o
conteúdo é todo ele Ijexá” [...] (ibidem).
Referente ao Gululu, vale trazer um trecho do escritor Paulo Tadeu, que menciona
o seguinte;
O texto do Paulo Tadeu sobre Gululu, nos despertou uma dúvida, e segundo os
nossos informantes, o resultado foi o seguinte;
Há possibilidade de que Waldemar Antonio dos Santos, tenha sido feito por
algum batuqueiro sim, infelizmente não há registros que provem a
existência nem do Gululu, nem de quem o iniciou, mas sabemos que
naquela época trocavam muitos conhecimentos entre os batuqueiros, e
que era comum um ajudar o outro em seus rituais, o que nos faz pensar
que Waldemar ao iniciar o “Lado da Kànbína”, ele pode filtrar informações
e receber fundamentos dos lados (Jeje, Ijesa e Òyó) já instalados na
época. (informante – Ìyá Dida de Sàngó)
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E durante o Arissum19, e/ou, missa dos Eégún, as oferendas e rituais são feitas
para os espíritos daqueles que se foram, e, ocorre o mesmo no Ìgbàlè fazem
oferendas para os antepassados, sendo que sabemos que ali não está mais o Òrìsà
de um falecido. Mesmo porque no Arissun, com os rituais que são feitos, desligam
as divindades do Òkúta, seria nada mais que uma pedra, pois o Òrìsà já abandonou
esta pedra nos rituais do Arissun.
ÀMÀLÀ DO BATUQUE
A comida de Sàngó, chamada Àmàlà, deve ser a mais popular entre todas as
religiões, que dificilmente foge do “Quiabo”, refogado com carne de peito, camarão
20 Baru - Na África o culto a este Aláààfin está cercado de tabus, pois durante seu reinado cometeu muitas
atrocidades, motivo pelo qual os africanos não o raspam nem assentam. Não fazia prisioneiros, matava todos,
incendiou seu reinado e possuía um temperamento incontrolável, é conhecido como o Sàngó Baru (dono do
buraco, um quadrado no chão como Ilé-ìbó-akú), justo por ter sumido num buraco na terra. Está ligado
diretamente à Eégún e ancestrais, conhecido na cultura Afrosul como Kamuka, conforme reza a mitologia afro-
brasileira na diáspora Afrosul.
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Arissum, não que ele seja um Eégún, participando do ritual. Saiba o que a Mãe
Beata nos informa sobre Baru;
“Existe uma qualidade de Xangô, chamada Baru, que não pode comer
quiabo. Ele era muito brigão. Só vivia em atrito com os outros. Ele é que
era o valente. Quem resolvia tudo era ele. Xangô Baru era muito
destemido, mas, quando ele comia quiabo, que ele gostava muito, lhe
dava muita lombeira. Dormia o tempo todo! E por isso perdeu muitas
contendas, pois quando ele acordava seus adversários já tinham voltado
da guerra. Ele ficava indignado. Então, resolveu consultar um oluô, que
lhe disse:
- Então, fique por sua conta. Não me incomode mais! Será que a
gula vai vencê-lo?
- perguntou o Oluô.
Xangô Baru foi para casa e pensou:
Eu não vou me deixar vencer pela boca. Vou lá e perguntar a eleo
que eu faço, pois o quiabo é meu prato predileto.
E saiu no caminho da casa do Oluô, que já sabia que ele voltaria. Lá
chegando, disse:
- Aqui estou. Me diz o que eu vou comer no lugar do quiabo.
- Aqui neste mocó tem o que você tem que comer. São estas
folhas. Você temperando como quiabo, mata sua fome – lhe
mostrou o Oluô.
- Folha?! – perguntou Xangô Baru.
- Sim – respondeu o Oluô. – Tem duas qualidades, uma se chama
Oyó e outra Xanã. São tão boas e gostosas quanto o quiabo.
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Waldemar, era filho de Pedro dos Santos e Maximiliana dos Santos, e na verdade
faleceu dia 16 de setembro, aos 52 anos, por complicações do coma, causado pela
diabetes. Deixando a viúva Ottilia Tavares dos Santos e os filhos Antonio (21 anos),
Manoel (16 anos) e Nair com (6 anos).
Filho de escravos, ele nasceu livre, pois a lei nº 2.040, lei do ventre livre, de 28 de
setembro de 1871, que liberou as crianças nascidas de pais escravos, e, mais tarde
quando ele estava com cinco anos, veio a Lei Áurea, Lei Imperial nº 3.353,
sancionada em 13 de maio de 1888, extinguindo a escravidão.
Waldemar foi operário de construção civil. E em meados dos anos 30, Waldemar
deixara uma filha de religião pronta21, a sacerdotisa Maria Madalena Aurélio Òsùn
Jimu, segundo o nosso informante ela foi única a ser aprontada por ele, quem
finalmente aprontou Bàbá Romário Òòsàálá e Palmira Torres Òsùn Pandá Olobomí,
entre outros. Palmira Torres aprontou Ìyá Olê Sàngó; Bàbá Cleon Òòsàálá, Bàbá
21
Pronto – Termo usado entre os Afro-Gaúchos para determinar quem chegou ao sacerdócio e
está apto a iniciar indivíduos na religião Batuque.
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Henrique de Òsùn; Bàbá Adão Bará Èsù Biomi; Alágbè e Bàbá Antonio Carlos
Sàngó e Ìyá Marlene Òsùn [Informação pessoal do Bàbálòrìsà e professor Denis de
Odé]
Já vimos que Sàngó não é cultuado entre os Bantos. Entretanto, Paulo Tadeu nos
traz o seguinte:
Se Waldemar nasceu em 1883, aos doze anos seria o ano de 1895, mas no início
da década de 50 não havia registros da Cabinda, nem Banto, nem Yorùbá.
Cabe salientar que, Paulo Tadeu não apresenta referencias, quando, falando de
Waldemar, diz que “o mesmo foi escolhido no ventre”. Não sabemos como ele
obteve esta informação (e talvez outras).
BUSCANDO KÀMBÍNA NA GEOGRAFIA YORÙBÁ
Os quartos do palácio de Òyó eram conhecidos por Káà, (ver foto abaixo) o que
gera uma leve possibilidade de estarmos visualizando a possível origem da
Kánbìna, que, baseia-se nos rituais, divindades e conceitos Yorùbá, e, por possuir
grande vínculo com o Aláààfin e os rituais Yorùbá, que nos chamou atenção.
Não é possível afirmar que este ou aquele é o caminho certo e único, no entanto,
podemos observar o nosso culto, nossa comunidade e nossos rituais, que nos
levam à cultura Yorùbá e seus costumes, e o estudo das evidencias e possibilidades
nos levam a imaginar possíveis vínculos da Kànbína com a Àbína, como também o
nome dos Káà(lugar) e kòbì (quartos) do palácio de Òyó.
Por isso, existe a possibilidade do nome Kànbína ser a aglutinação das palavras
Káà+Ábìna = Káàabin. Naturalmente que são apenas sugestões. Porém diante de
tantas informações que nos levam ao Alafinato, esta possibilidade mostra-se um
caminho comum e honesto.
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O fato da Kànbína possuir uma construção nos templos que cultuam esta
divindade, localizada no pátio dos templos, ao lado do Bara Lode, vai de encontro,
em África, com a arquitetura do Palácio do Aláààfin, que possui um quarto exterior,
uma extensão da construção principal, chamado kòbì. Para relembrar, citaremos
novamente, Johnson:
[…] uma nova abertura é feita por ele na Aganju Kobi, através dela que ele
entra no recinto interior do palácio. Esta entrada é para o seu uso
exclusivo dentro e fora do Kobi durante o seu reinado: em sua morte é
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22 Um sacerdote que possua casa aberta, pode herdar apenas os assentamentos ou fundamentos de seu Bàbá
ou Ìyá, para preservar o àse.
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kòbì – (1) [a]. uma extensão construída fora do palácio, para servir como
quarto. [b] v. Ààfin 4 L. (2) ~ agonjú. [a] trono-quarto onde o Aláààfin
aparece. [b] v. Ààfin 4 H. [c] o terceiro ou quarto kòbì, é para os músicos.
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Chamamos a atenção que, a palavra Bàrà, acima, não tem nenhuma relação com
Òrìsà Èsù ou Bará. Para que isso fique claro, vamos transcrever também o item 4
D, idem, idem.
No ritual da Kànbína, quando um sacerdote de uma casa falece, após 32 dias, joga-
se para ver qual procedimento deverá ser tomado em relação à casa-de-santo e
aos iniciados por ele. Somente após três meses é que deverá ser feito qualquer
ritual para retirada da mão do antigo sacerdote.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido ao foco direcionado deste texto, pode o leitor ser induzido a pensar que a
Kànbína é um culto de Eégún... Não, não é. A nação Kànbína é voltada ao culto de
Òrìsà assim como as outras nações, mas tem um ritual de Eégún diferenciado, que
a caracteriza das demais, cujos ritos demonstram uma sobrevivência do Alafinato
Yorùbá.
Vimos que, ao estudar os ritos da nação Kànbína, fizemos um paralelo entre os
costumes Yorùbá para entronação do Aláààfin, e o culto de Kamuka, rei desta
nação, no Batuque do Rio Grande do Sul.
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E finalmente o texto esclarece que no Ìgbàlè, não vai Òkúta, pois não segue o
costume da matriz Yorùbá, por isso, precisamos conceituar e esclarecer também
que não se cultuar òrìsà no Ìgbàlè, nem mesmo há possibilidade de òrìsà virar
Eégún.
Concluímos com a visão de que, a Nação Kànbína, do Batuque afro-sul, nada tem
de Banto, antes, trazem em seus rituais, reminiscências do Alafinato, e
sobrevivências de antigos rituais nagô, dos Yorùbá.
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BIBLIOGRAFIA
ABRAHAM, R.C. Dictionary of Modern Yoruba, Hodder and Stoughton, London, 1962
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JOHSON, Samuel. The History of de Yoruba, Routledge & Kegan paul Ltda, London,
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WILLIANS, Lizzie. Nigeria, New York, The Globe Pequot Press, 2008 [2005].
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BARROS, José Flavio Pessoa, Eduardo Napoleão, Ewé Òrìsà Uso Litúrgico e
Terapêutico dos Vegetais nas Casas de candomblé Jêje-Nagô, Bertran Brasil,2013.
INFORMANTES
PAULA GOMES
Embaixadora da Cultura do Alaafin de Òyó, uma pessoa de confiança entre os
Yorùbá, que apoia a preservação do antigo patrimônio cultural e tangível e
intangível dos Yorùbá, Unida com o Alaafin de Òyó, Oba (DR.) Olayiwola
Adeyemi III, JP., CFR., LLD para preservar o património Oyo. A Fundação tem
a sua sede em Òyó Alaafin Palace, Òyó, estado de Òyó, na Nigéria.
www.paulagomesfoundation.com
EDUARDO BRASIL
Tata Matâmoride, iniciado quando 23 de julho de 1976, Nação Bantu, por Kaobakessy, Ilé Alaketu
Ijoba àse Ayra.
Conselheiro do CONPAZ - Conselho de Cultura de Paz da Assembleia Legislativa de São Paulo;
Secretário do CONER/SP - Conselho de Educação Religiosa do Estado de São Paulo;
Vice-Presidente do FOESP - Fórum de Sacerdotes e Sacerdotisas de Matriz Afro Brasileira;
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BÀBÁLÒRÌSÀ DENIS
Denis Odé, Iniciado em Junho de 1996 pela Yalorixá Isabel de OXALÁ Nação
Cabinha, Apronte feito em 23 de Abril de 1999 pelo Babalorixá Clovis de
Aganju. Atualmente filho de Antônio Carlos de Xangô nação Cabinda. Nome da
Casa de Santo. Ylê de Odé e Osun. Graduado em História pela ULBRA Canoas
(2006), Pós Graduado pela Unisinos 2008 em História Do Rio Grande do Sul.
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RAUL DORNELLES
Raul de Sàngó, iniciado por Mãe Moça em 1958, depois foi para a mão da Ìyá
Otilia Rocha Montiel de Òsùn, e finalmente foi para a mão do Bàbá Henrique de
Òsùn.
Fontes virtuais:
Blog Danças Folclóricas, publicado em Terça-Feira, 29 de março de 2011 -
http://dancasfolcloricas.blogspot.com.br/2011/03/cambindas.html
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