Aula 2 - Seleção de Bombas e Classificação
Aula 2 - Seleção de Bombas e Classificação
Aula 2 - Seleção de Bombas e Classificação
de máquinas hidráulicas
1 – Seleção de bombas
1.1 – Aspectos gerais:
Para especificar máquinas de fluxo para sistemas de escoamento, o
projetista deve conhecer o aumento de pressão (ou de altura de carga), o
torque, o requisito de potência e a eficiência de uma máquina. Para uma
dada máquina, cada uma destas características é uma função da vazão; as
características para máquinas similares dependem do tamanho e da
velocidade de operação.
Para determinar o desempenho de uma turbo máquina, uma bomba,
ventilador, soprador ou compressor deve ser instalado sobre uma bancada
de testes instrumentada, com capacidade de medir vazão, velocidade, torque
e aumento de pressão.
O teste deve ser realizado de acordo com um procedimento
normalizado, correspondente à máquina sendo testada.
Medições são feitas enquanto a vazão é variada desde o bloqueio (vazão
zero) até a descarga máxima, por meio da variação da carga do máximo até
o mínimo (iniciando com uma válvula fechada e abrindo a em estágios até
sua abertura total).
A altura de carga costuma ser máxima no bloqueio e decresce
continuamente à medida que a vazão aumenta. A potência absorvida é
mínima no bloqueio e aumenta com o aumento da vazão.
Conseqüentemente, para minimizar a carga de partida, é aconselhável
acionar a bomba com a válvula de saída fechada. A eficiência da bomba
aumenta com a capacidade até que o ponto de melhor eficiência seja
atingido, e cai, com o aumento adicional de vazão. Para consumo mínimo
de energia é aconselhável operar o mais próximo desse ponto.
Exemplo 1:
O sistema de escoamento empregado no teste de uma bomba cen -
trífuga com velocidade nominal de 150 mm está mostrado na figura. O
líquido é água a 27ºC e os diâmetros dos tubos de sucção e de descarga são
de 150 mm. Os dados medidos durante o teste são apresentados na tabela.
Calcule a altura de carga líquida da bomba para uma vazão de 227 m³/s.
Sabemos que o escoamento ocorre em regime permanente, com
diâmetros iguais de tubulação, assim a equação de Bernoulli fica:
Operação sem
NPSHd > NPSHr Cavitaç ão
Exemplo 3:
Uma bomba centrifuga Peerless, tipo 4AE11 (Figura D3, apêndice
D) é testada a 1750 rpm usando um sistema de escoamento com o layout
mostrado a seguir. O nível da água no reservatório de alimentação está 1m
acima da linha de centro da bomba; a tubulação de sucção consiste em 1,8m
de tubo de ferro fundido reto de 125 mm de diâmetro nominal, um cotovelo
padrão e uma válvula de gaveta totalmente aberta. Calcule a altura de
sucção positiva líquida disponível (NPSHd) na entrada da bomba para uma
vazão volumétrica de 230 m³/h de água a 30ºC. Compare com a altura de
sucção positiva líquida requerida (NPSHr) pela bomba para esta vazão.
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Para um tubo com diâmetro nominal de 125 mm, calculamos a
velocidade média de escoamento:
A bomba citada para uma vazão de 230 m³/h requer um NPSHr de:
>
(Bomba opera sem cavitação)
Um sistema de fluido é a combinação de uma máquina de fluxo e
uma rede de tubos ou canais que conduzem fluido. A aplicação de
máquinas de fluxo requer uma concordância entre as características da
máquina e aquelas do sistema.
Conforme vimos anteriormente, uma bomba típica produz uma altura de
carga menor conforme a vazão é aumentada. Por outro lado, a carga
requerida para manter o escoamento em um sistema de tubos aumenta com
a vazão. Portanto, uma combinação sistema-bomba funcionará no ponto de
operação, ou seja, com a vazão para a qual a altura de carga da bomba e a
altura de carga requerida pela sistema coincidem. O sistema mostrado na
figura a seguir é estável. Se por algum motivo a vazão cai
momentaneamente abaixo da vazão do ponto de operação, a altura de
pressão da bomba aumenta acima da altura requerida pelo sistema e logo a
vazão aumenta de volta para o ponto de operação.
O ponto de operação de uma bomba é definido pela superposição da curva
do sistema e da curva de desempenho da bomba. O ponto de interseção é a
única condição em que as vazões do sistema e da bomba e as alturas de
carga do sistema e da bomba são simultaneamente iguais.
As formas de ambas as curvas, da bomba e do sistema, podem ser
importantes para a estabilidade do sistema em certas aplicações.
A medida que o sistema envelhece, a bomba desgasta-se e seu desempenho
cai (isso produz menos altura de pressão, assim, a curva da bomba move-se
gradualmente para baixo) e a resistência do sistema aumenta (a curva do
sistema move-se gradualmente para cima por causa do envelhecimento dos
tubos).
Diversos outros fatores podem influenciar adversamente o
desempenho da bomba: bombear líquidos quentes, líquidos com
vapor entranhado e líquidos de altas viscosidades, estima-se que algo tão
pouco quanto 4% de vapor arrastado pode reduzir a capacidade da bomba
em mais de 40%.
Em alguns sistemas , tais como abastecimento de água em cidades, pode
haver uma larga faixa na demanda com uma resistência de sistema
relativamente constante. Nestes casos, é possível operar bombas de
velocidade constante em série ou em paralelo para atender os requisitos do
sistema, sem dissipação excessiva de energia devido ao estrangulamento da
descarga.
Para bombas em série, a curva combinada de desempenho é obtida
somando os aumentos de altura de carga para cada vazão. O ganho na vazão
na operação de bombas em série depende da resistência do sistema.
Em um sistema real, não é apropriado simplesmente conectar duas
bombas em série. Se apenas uma bomba fosse acionada, o escoa -
mento através da segunda (não acionada) causaria perdas adicionais,
aumentando a resistência do sistema. Também é conveniente arranjar as
bombas e as tubulações de modo que cada bomba possa ser retirada do
circuito para manutenção, reparos ou substituição. Assim, um sistema de
contorno (bypass) com válvulas de bloqueio e de retenção pode ser
necessário.
Para bombas em paralelo, a curva de desempenho resultante é obtida pela
soma das capacidades de cada bomba, para cada altura de carga.
Uma instalação real com bombas em paralelo também requer mais atenção,
é necessário impedir o refluxo através da bomba que não está em operação.
Para prevenir o refluxo e remoção da bomba, uma configuração de
tubulação mais complexa e dispendiosa é necessária.
Arranjo de bombas em série
Arranjo de bombas em paralelo
2 – Classificação de máquinas hidráulicas
As máquinas de fluxo podem ser classificadas como máquinas de
deslocamento positivo ou como máquinas dinâmicas. Nas máquinas de
deslocamento positivo, a transferência de energia é feita por variações de
volume que ocorrem devido ao movimento da fronteira na qual o fluido está
confinado. Essas incluem dispositivos do tipo cilindro-pistão, bombas de
engrenagens e bombas de lóbulos. Os dispositivos fluidodinâmicos que
direcionam o fluxo com lâminas ou pás fixadas em um elemento rotativo
são denominados turbomáquinas. Em comparação com as máquinas de
deslocamento positivo, não há volume confinado em uma turbomáquina.
Todas as interações de trabalho em uma turbomáquina resultam de efeitos
dinâmicos do rotor sobre a corrente de fluido.
Uma distinção adicional entre os tipos de turbomáquinas é
fundamentada na geometria do percurso do fluido. Nas máquinas
de fluxo radial, a trajetória do fluido é essencialmente radial, com
mudanças significativas no raio, da entrada para a saída (máquinas
centrífugas). Nas máquinas de fluxo axial, a trajetória do fluido é
aproximadamente paralela à linha de centro da máquina, e o raio de
percurso não varia significativamente. Nas máquinas de fluxo misto, o raio
da trajetória do fluido varia moderadamente.
Toda a interação de trabalho em uma turbomáquina ocorre devido a troca
de trabalho entre o fluido e o rotor da máquina tanto pode aumentar quanto
diminuir a velocidade do escoamento. Além da transferência de energia
cinética, máquinas que possuem carcaça também envolvem a conversão de
energia de pressão em energia cinética ou vice-versa.
Fluxo axial
Fluxo radial
Fluxo misto
As máquinas que adicionam energia a um fluido, realizando
trabalho sobre o fluido, são denominadas bombas, quando o escoa-
mento é líquido ou pastoso, e ventiladores, sopradores ou compressores
para unidade que lidam com gás ou vapor, dependendo do aumento de
pressão. Em geral, ventiladores geram pequeno aumento de pressão e os
sopradores geram aumento de pressão moderado; bombas e compressores
podem ter aumentos de pressão muito grandes. Os sistemas industriais da
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atualidade operam com pressões de até 1GPa (10 atmosferas).
Bombas e compressores consistem de um elemento rotativo (chamado de
impulsor ou rotor) acionado por uma fonte de energia externa (motor) para
aumentar a energia cinética do escoamento. Na sequência, um elemento
desacelera o fluxo, assim aumentando sua pressão. Essa combinação é
conhecida como estágio. Uma bomba ou compressor pode consistir em
vários estágios com uma só carcaça.
Esses elementos estão contidos na carcaça. O eixo que transfere
energia mecânica para o rotor penetra na carcaça. Um sistema de
mancais e selos é necessários para minimizar as perdas mecânicas por atrito
e prevenir vazamentos do fluido de trabalho.