RDSI

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EE-981 Telefonia Prof.

Motoyama 1º Semestre 2004

Capítulo 8
Rede Digital de Serviços Integrados de Faixa Estreita -
RDSI-FE
8.1 Introdução

A digitalização da rede telefônica teve início no segmento da transmissão entre centrais, e


atualmente, as centrais de comutação analógicas estão sendo substituídas pelas centrais digitais
em ritmo acelerado. Essa integração entre transmissão e comutação digitais é denominada de
Rede Digital Integrada - RDI (IDN - Integrated Digital Network). A RDI permitiu uma melhora
na qualidade de serviços telefônicos, na confiabilidade e na economia global da rede. O último
segmento ainda não digitalizado na rede telefônica é a linha de assinante que inclui o aparelho
telefônico. A digitalização desse segmento envolve o aspecto econômico, porque é um segmento
em geral de baixa utilização e opera em uma banda de freqüência da ordem de apenas 4 kHz o
que dificulta a transmissão dos sinais digitais de voz, por ex. a 64 kbps.
Entretanto, observa-se, atualmente, um crescimento substancial de tráfegos não
telefônicos, principalmente pela disseminação explosiva da Internet. Esses tráfegos, para ter
acesso a um provedor de serviços, são encaminhados, também, para a linha de assinante
utilizando os modems. Essa variedade de serviços na linha de assinante justifica a digitalização
desse segmento para oferecer uma alta qualidade de serviço aliada a uma alta taxa de transmissão
de bits. Essa rede digital de terminal-a-terminal é denominada de Rede Digital de Serviços
Integrados - RDSI (ISDN - Integrated Service Digital Network).
As primeiras concepções da RDSI ocorreram nos fins da década de 1960, mas os estudos
realmente começaram em 1972, quando o CCITT (Comitê Consultivo Internacional de Telefonia
e Telegrafia), atual ITU-T (International Telecommunication Union - Telecommunication
Sector), estabeleceu a primeira definição para RDSI na recomendação G.702.
“Uma RDI em que os mesmos comutadores e caminhos digitais são usados para
diferentes serviços como, por ex., telefonia e dados”
Em 1984 surgiram as Recomendações da Série I - Livro Laranja. Uma nova definição foi
estabelecida, enfatizando que as recomendações se concentrariam em conjunto de interfaces.
“A RDSI é uma rede, em geral evoluída da RDI de telefonia, que proporciona uma
conectividade fim-a-fim para suportar uma variedade de serviços, incluindo serviços de voz e
não voz, e os usuários têm acesso a ela através de um conjunto limitado de interfaces
padronizadas e com múltiplas finalidades”
A Recomendação da Série I é composta de:
I.100 - Conceitos gerais de RDSI
I.200 - Serviços
I.300 - Aspectos da rede
I.400 - Interface usuário-rede
I.500 - Interface inter-redes
I.600 - Princípios de manutenção
Na versão de 1988, a Recomendação da Série I já era suficientemente detalhada para
fazer implementações preliminares. Surgiram novas Recomendações em 1990, 1991, 1992 e
1993.

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8.2 Configurações da RDSI

Na Fig. 8.1, a configuração de rede RDSI permite aproveitar ao máximo as redes


atualmente existentes.

Rede de
Comutação
de Circuito

Nó de Rede de Nó de Equipamento
Equipamento Comutação
Terminal Comutação Comutação Terminal
de Pacote

Rede de
Sinalização de
Interface Canal Comum Interface
Usuário-Rede Usuário-Rede

Figura 8.1 Configuração inicial da RDSI.

Pode-se observar pela figura que a central local tem a função de um nó distribuidor de
serviços para as diversas redes em operação atualmente. O usuário vê uma única rede, sem
perceber como o serviço está sendo prestado. A linha de assinante pode ser um par metálico.
Na Fig. 8.2 é mostrada uma configuração para atendimento de serviços de faixa larga.

Rede
Telefônica
Telefone
Terminação de Rede de
Rede
Nó RDSI-FE Pacote
Terminal Par
de dados Trançado Rede Telex

Vídeo
Rede de
Faixa Larga
Terminação de
Rede Nó RDSI-FL
Fibra
Ótica Meios
Vídeo Dedicados

Figura 8.2 Configuração para atendimento de usuários faixa larga.

Existem dois blocos distintos. O bloco superior é denominado de RDSI de faixa estreita,
para serviços de voz, dados e textos de até 2 Mbps. O bloco inferior é denominado RDSI de
faixa larga, envolvendo serviços que requerem taxas superiores a 2 Mbps e utilizando a fibra
óptica como linha de assinante.
A configuração totalmente RDSI é mostrada na Fig. 8.3.

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ATM, SDH, ...

Fibras Fibras
Óticas B-ISDN Óticas
Equipamento Equipamento
Terminal Broadband ISDN Terminal

Telefone,
Vídeo, dados

Rede Gerência
Inteligente de Redes

ATM Asynchronous Transfer Mode


SDH Synchronous Digital Hierarchy

Figura 8.3 Arquitetura final da RDSI.

Nesta configuração haverá o uso intensivo de fibras ópticas como o meio de transmissão,
e na comutação será utilizada a técnica de comutação denominada ATM (Asynchronous Transfer
Mode). Técnica de gerenciamento como rede inteligente poderá ser incorporada nessa rede.

Configuração Conceitual
A configuração conceitual é mostrada na Fig. 8.4.

Casa de Assinante

Central
Central
Plug Plug Plug Plug NT
NT Digital
Linha de Digital
Transmissão Local
Local
Digital

PC Telefone Terminal Telefone


de dados

Figura 8.4 Configuração conceitual da RDSI

Na configuração da Fig. 8.4, o aparelho telefônico é digital e os sinais que trafegam o


meio de transmissão são, também, digitais. Naturalmente, os computadores pessoais e os
terminais de dados são digitais. Assim temos uma rede completamente digital de terminal-a-
terminal. Nessa rede, são possíveis vários terminais conversarem simultaneamente. Além disso,
são introduzidas inteligências em cada um dos terminais para se ter serviços mais flexíveis.
Como a casa de assinante possui vários aparelhos e um número limitado de canais, deve-
se implantar um esquema de controle de acesso aos canais. Deve-se, também estabelecer
procedimentos de trocas de informações (protocolos de comunicação) entre os terminais e o
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bloco NT (controlador de interface entre os terminais e a central local), entre o bloco NT e a
central local e entre os terminais e a central local. São informações para estabelecimentos e
liberações das chamadas telefônicas e para transmissão e recepção das mensagens de dados.

Configuração de Referência
A configuração de referência utilizada na Recomendação I.411 do ITU-T é mostrada na
Fig. 8.5.

S T U

TE1 NT2 NT1

NT1: Terminação de rede 1 (Network Termination 1)


R NT2: Terminação de rede 2 (Network Termination 2)
TE2 TA TE1: Equipamento terminal 1 (Terminal Equipament 1)
TE2: Equipamento terminal 2 (Terminal Equipament 2)
TA: Adaptador de terminal (Terminal Adaptor)

Figura 8.5 Configuração de referência.

As interfaces S, T, U e R são denominados de pontos de referências, e os blocos TE1,


TE2, TA, NT2 e NT1, de grupos funcionais.
O TE1 representa um terminal compatível com a RDSI como telefone digital, terminal de
dados ou uma estação de trabalho integrado. São equipamentos produzidos especialmente para a
RDSI e compatíveis com a interface S. O TE2 é um terminal não compatível com a RDSI, como
o telefone e o terminal de dados existentes atualmente. Portanto, necessitam de um equipamento
adaptador para compatibilizar com a RDSI. Isto é feito através do TA. A interface R representa a
interface telefônica ou de dados utilizados atualmente.
A NT1 possui as funções básicas da camada 1 do modelo OSI da ISO. A NT2 possui as
funções de comutação e/ou concentração local; é, funcionalmente, equivalente às 3 camadas
inferiores do modelo OSI.
A NT2 pode não estar presente; neste caso, as interfaces S e T se confundem, como
mostrado na Fig. 8.6.
A Fig. 8.6 mostra uma configuração para um assinante comum ou para uma
microempresa em que existe somente o bloco NT1. Os barramentos passivos são conectados
diretamente a NT1, através de um conector padrão. As funções de gerenciamento da rede, testes
local e remoto, manutenção e monitoração de desempenho são embutidas no NT1. Além disso, o
NT1 contém a lógica de resolução de conflito, no caso em que vários terminais tentam o acesso
simultâneo ao barramento.

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Ambiente do Assinante

S/T U
NT1
Terminal Linha de
RDSI
Transmissão
Central RDSI
Telefone
R

TA
Terminal
Não RDSI

Figura 8.6 Configuração sem NT2.


.
Para empresas de porte médio e grande, a configuração da Fig. 8.6 não é conveniente,
pois, pode haver muitas conversações telefônicas simultâneas que o barramento não teria
capacidade de suportar. Assim, a configuração mais conveniente, utilizando o bloco NT2, é
mostrada na Fig. 8.7.

Ambiente do Assinante

S U
T
NT1
Terminal NT2
RDSI
Acesso
S Primário Central RDSI
Telefone
R

TA
Terminal
Não RDSI Gateway

 

Figura 8.7 Configuração com NT2.

A NT2 tem a função básica de uma central PABX (Private Automatic Branch eXchange)
conectada a NT1, e proporciona interfaces para telefones, terminais de dados e outros
equipamentos. As chamadas internas, que ocorrem dentro da empresa, são comutadas na NT2,
sem o conhecimento da central de comutação RDSI. Somente as chamadas externas são
encaminhadas através da NT1.

8.3 Estrutura de Canais

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O modo de transferência na RDSI-FE é síncrono (STM - synchronous transfer mode) e os
canais na RDSI são utilizados para transportar informações de dados dos usuários, de sinalização
e de gerenciamento. Os seguintes tipos de canais são padronizados:

Canal B - 64 Kbps: canal digital PCM para voz e dados.


Canal D - 16 ou 64 Kbps: canal digital para sinalização (out-of-band).
Canal H
H0 - 384 Kbps: (6 canais B).
H11 - 1536 Kbps (24 canais B).
H12 - 1920 Kbps (30 canais B).

O canal B permite o transporte de informações para comunicações comutadas por


circuito (voz) e por pacote (dados).
As diferentes taxas de bits do canal D são utilizadas dependendo da estrutura de interface.
O canal D é usado prioritariamente para transmissão de informações de sinalização, mas, pode
ser utilizado para transmitir dados comutados por pacotes. Tanto o canal B como o canal D é
síncrono ao nível de bits, mas as mensagens podem ser assíncronas ao nível de quadro. Os canais
H são utilizados pelos usuários que necessitam de faixas maiores que 64 Kbps como fac-smile
rápido, dados em alta velocidade, áudio de alta qualidade, vídeo para teleconferência, etc.

Estruturas de Interface
O ITU-T define duas estruturas de interface, pelas diferentes combinações dos canais B e
D. A primeira, denominada de interface básica ou acesso básico, é formada de 2 canais B e um
canal D de 16 Kbps (2B + D). A segunda estrutura, denominada de interface primária ou acesso
primário, é formada de 30 canais B e um canal D de 64 Kbps (30B + D), para países cuja
primeira hierarquia PCM é de 2.048 Kbps (Europa, Brasil) ou uma estrutura formada de 23
canais B e um canal D de 64 Kbps (23B + D), para países com PCM de 1.544 Kbps (USA e
Japão).

Interface S/T de Acesso Básico


Nesta estrutura, 2 barramentos num total de 4 fios são conectados ao NT1 no ambiente do
assinante e 2 fios no lado da rede, como mostrado na Fig. 8.7.
Os modos de conexões podem ser ponto-a-ponto e ponto-multiponto. No modo ponto-a-
ponto, a distância máxima que um equipamento terminal TE pode ser instalado é 1 Km,
considerando uma atenuação de 6 dB/Km na freqüência de 96 KHz. No modo ponto-multiponto,
podem ser conectados até 8 terminais em paralelo em qualquer ponto do barramento, mas o
comprimento do barramento é limitado a 200 metros.
As conexões aos barramentos são feitas por conectores de 8 pinos. São utilizados 2 canais
B de 64 Kbps, 1 canal D de 16 Kbps e outros bits com finalidades diversas como sincronização
de quadro e contenção de colisões. A taxa adicional desses bits é 48 Kbps, ficando a taxa total de
192 Kbps nos barramentos.

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TE NT1

Barramento 2 fios
TE S/T de 4 fios

Figura 8.7 Barramento S/T de 4 fios.

A escolha do canal B é feita na fase de sinalização da chamada, através das mensagens


trocadas utilizando o canal D. O canal B fica alocado até o final da conversação. O acesso ao
canal D é disputado pelos vários terminais, através de um procedimento de acesso.

Estrutura de quadro
A estrutura de quadro utilizada na interface S/T possui um comprimento de 250 µseg. e
48 bits, o que equivale a uma taxa de 192 Kbps, em cada sentido de transmissão. Há uma
defasagem de 2 bits nos quadros que são transmitidos de TE para NT1 em relação aos quadros
que vão de NT1 para TE. Essa folga é utilizada para os terminais processarem as informações
que chegam da NT1. A composição do quadro é mostrada na Fig. 8.8.
Cada quadro possui:
- 2 amostras de 8 bits do canal B1,
- 2 amostras de 8 bits do canal B2,
- 4 bits do canal D,
- bit F, para alinhamento de quadro,
- bits FA e N, para auxiliar o alinhamento de quadro,
- bit E, para o eco do canal D,
- bit A, para fins de ativação,
- bits S e M, para reserva e estrutura de multiquadros e
- bit L, para balanceamento de quadro.
O código de linha utilizado no barramento é o AMI (Alternate Mark Inversion).
Diferentemente daquele utilizado em linhas digitais, neste caso o “0” lógico ou binário “0” é
transmitido como positivo ou negativo, e o “1” lógico ou binário “1” é transmitido como nível
zero. Este código é conhecido também, como pseudoternário.

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48 bits em 250 microsegundos
NT para TE
B1 B2 B1 B2
D L. F L. E D A FA.N EDM EDS EDL F L

Binário
0
1

2 bits de atraso TE para NT


B1 B2 B1 B2
D L. F L. L. D L. FA L. L. D L. L. D L. F
L. D L.

F - bit de alinhamento de quadro FA, N - bits auxiliares de alinhamento, N = FA Tempo


L - bit de balanceamento DC B1 - bits do canal 1
D - bit do canal D B2 - bits do canal 2
E - bit de eco do canal D A - bit de ativação
S - reservado M - bit de multiquadro

Figura 8.8 Estrutura de quadro.

As flechas indicam a posição de bit de cada eco referente ao bit de cada canal D.
Nos quadros que são transmitidos da NT1 para TE, o bit L de balanceamento no final do
quadro é preenchido da seguinte maneira: se a contagem de binários zeros no quadro for par, o L
terá nível zero; se a contagem for ímpar, o L terá nível positivo. Nos quadros que são
transmitidos do TE para NT1, existe um bit L para cada amostra do canal B, para cada bit D e
para os bits F e FA. Isso é necessário, porque as amostras podem ser geradas por terminais
diferentes, nenhum tendo o controle completo do quadro (Na Fig 8.8 esse fato é indicado por um
ponto após o L).
Todos os sinais de relógios necessários para as sincronizações de bits, octetos e quadros
são gerados na NT1.

Alinhamento de quadro
O 1o bit de cada quadro é o bit F, e é necessariamente o binário zero. O procedimento de
alinhamento é feito usando o fato de que o bit F tem a mesma polaridade do pulso precedente, o
que representa uma violação do código AMI. É necessária uma nova violação da regra para não
haver desbalanceamento dos pulsos positivos e negativos. A segunda violação ocorre no 1o zero
que aparecer logo após o bit L, usado para balancear o bit F. Para garantir o alinhamento no caso
de seqüência de 1s no canal B1, são utilizados bits auxiliares FA e N, no sentido NT1 para TE ou
bits FA e L no sentido TE para NT1. No sentido NT1 para TE, o bit FA é sempre binário zero e N
é complementar a FA. No sentido TE para NT1, o bit FA pode ser binário zero (pulso negativo)
ou binário 1.
Este esquema de alinhamento garante que sempre haverá uma violação em 14 bits ou
menos, contado a partir do bit F.
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É considerado que houve perda de alinhamento quando, em dois quadros consecutivos,
não foram detectados os pares válidos de violações AMI. Os quadros podem ser considerados
alinhados (em sincronismo) quando 3 consecutivos pares de violações de AMI forem
corretamente detectados.

Controle de Acesso ao Canal D


O esquema de acesso ao canal D é baseado no método CSMA/CD (Carrier sensing
multiple access with collision detection), estudado no capítulo 6. Este esquema garante que
quando dois ou mais terminais tentam o acesso simultâneo ao canal D, isto é quando há colisão,
um terminal terá sempre sucesso na transmissão de informação.
O procedimento de controle de acesso é baseado no fato que o quadro de dados da
camada 2 é delimitado por “flags” consistindo de padrão binário 01111110. Para garantir que
esse padrão não ocorra dentro do quadro é inserido um “zero”, toda vez que forem detectados
cinco “1”s consecutivos. Através de um processo inverso na recepção o bit “zero” inserido é
removido do quadro. Assim, em um quadro podem ocorrer no máximo seis “1”s consecutivos
correspondente ao do flag. Esse fato é utilizado para detectar, se o canal está vazio ou não. Como
um TE ou NT insere binários “1”s no canal D, quando não tem dados para transmitir, a contagem
de mais de seis “1”s consecutivos indica que o canal está vazio.
A colisão é detectada através do bit de eco E. Se os bits transmitidos são os mesmos
daqueles dos ecos recebidos, significa que o terminal teve sucesso na transmissão. Se, entretanto,
o eco do bit transmitido for diferente, o terminal percebe que houve a colisão e que não teve
sucesso no acesso ao canal e cessa de transmitir.
A contagem de “1”s consecutivos permite também colocar prioridade nos dados a
transmitir. Por exemplo, um terminal conta oito “1”s se os dados para transmitir são de
sinalização (prioridade mais alta) e dez “1”s se são outros tipos de dados (prioridade mais baixa).
No caso em que dois ou mais terminais possuam dados de mesma prioridade para transmitir é
utilizado o seguinte procedimento: o terminal que teve sucesso na transmissão de um quadro,
para uma nova transmissão de quadro, conta agora nove “1”s no caso de prioridade mais alta e
onze “1”s no caso de prioridade mais baixa. Isso garante aos terminais, para uma mesma classe
de prioridade, a igualdade de acesso.

Interface Primária
Neste tipo de interface, só é permitida a configuração ponto-a-ponto e, os equipamentos
deverão estar continuamente ativados. Na configuração de acesso básico, os equipamentos
poderão estar inativos e ativados pela central RDSI da rede através de procedimentos previstos
na Recomendação da Série I. A estrutura de acesso primário, baseada na taxa de 2.048 Kbps, é
mostrada na Fig. 8.9.

256 bits = 125 µs

Canal 0 Canal 1 Canal 31

1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 ... 1 2 3 4 5 6 7 8

Figura 8.9 Interface a 2.048 Kbps.

Cada quadro possui 256 bits e consiste de 32 canais numerados de 0 a 31. Cada canal
possui 8 bits. É uma estrutura semelhante ao sistema E1. O canal 0 é usado para o alinhamento
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de quadro. Para o procedimento de alinhamento, é utilizada uma palavra composta de 7 bits
(0011011) e aparece uma vez em cada dois quadros. Nos quadros em que não aparece o padrão
de alinhamento, o canal 0 pode ser utilizado para transportar informações de manutenção e de
códigos cíclicos para detecção de erros (CRC). O canal 16 é utilizado para fins de sinalização.
A estrutura de acesso primário, baseada na taxa de 1.544 Kbps, é mostrada na Fig. 8.10.

193 bits = 125 µs

Canal 0 Canal 1 Canal 23

F 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 ... 1 2 3 4 5 6 7 8

Figura 8.10 Interface a 1.544 Kbps.

A estrutura de quadro é a mesma do sistema T1 americano. O padrão de alinhamento de


quadro é composto de 6 bits (001011). Cada bit dessa palavra é retirado do bit F a cada 4
quadros. Desse modo, necessita-se de 24 quadros para conseguir a palavra toda. O bit F dos
demais quadros pode ser utilizado para fins de manutenção e informações de CRC. O canal de
número 23 é utilizado para sinalização.

8.4 Arquitetura da RDSI

Nas seções anteriores foram estudadas as configurações da RDSI e as interfaces de


acesso que se referem, praticamente, a camada física do modelo OSI. No caso dos serviços de
voz a alocação dos canais é suficiente para haver comunicação entre dois usuários; não há
necessidade de tratamento de erro, portanto pode se restringir à camada inferior. Entretanto, para
informações de sinalização e de dados, há exigências de tratamento de erros, considerando que
os meios de transmissão poderão ser pares metálicos, necessitando, portanto, da camada 2 e
também das camadas superiores.
Na Fig. 8.9, a arquitetura da RDSI e o seu relacionamento com o modelo OSI são
mostrados.
Pode-se observar pela figura que os serviços utilizando os canais B e H, para linhas
discadas e dedicadas (comutação por circuito), necessitam somente da camada física. Entretanto,
se os serviços são de dados utilizando a comutação por pacote, necessita-se de protocolos do
padrão X.25. O padrão X.25 é composto da camada de enlace de dados denominada de LAP B
(Link Access Protocol B) e da camada de rede denominada de PLP (Packet Level Protocol).
Na Fig. 8.11 é mostrado que o canal D pode ser utilizado para controle de chamada
(sinalização), serviço de dados (comutação por pacote) e serviço de telemetria. A camada de
enlace de dados é comum a todos eles e é um protocolo especificado na recomendação Q.921,
denominado de LAP D. O LAP D é baseado em LAP B, mas com modificações, como por ex., a
possibilidade de multiplexação, utilizando os endereços separados na camada 2. Isso permite que
até 8 terminais compartilhem o canal de sinalização na configuração de barramento passivo. A
camada de rede, para o controle de chamada, é especificada na recomendação Q.931; para
serviços de dados, deve-se utilizar o PLP do padrão X.25, e para serviços de telemetria não há
ainda uma especificação concreta.
Para o serviço de controle de chamada, prevê-se a utilização de camadas superiores (4 a
7) para uma eventual necessidade de sinalização entre usuários.

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A p lic a ç ã o

A p re s e n ta ç ã o S in a liz a ç ã o
d e u s u á rio
S e s sã o fim a fim

T ra n s p o rte

C o n tro le d e X .2 5 E s tu d o X .2 5
R ede C h a m a d a Q .9 3 1 PLP P o ste rio r PLP
E n la c e d e L A P D (Q .9 2 1 ) I.4 6 5 /V .1 2 0 LAPB
D ados

F ís ic a In te rfa c e B á sic a I.4 3 0 + In te rfa c e P rim á ria I.4 3 1

P a c o te S e m i-
S in a liz a ç ã o T e le m e tria C irc u ito P a c o te
P e rm a n e n te

C anal D C a n a is B e H

Figura 8.11 Relacionamento entre OSI e RDSI-FE

8.5 LAP D (Link Access Procedure for D Channel)

O LAP D descreve os procedimentos de acesso ao enlace através do canal D. O objetivo


desse protocolo é proporcionar uma conexão segura e sem erros entre dois pontos finais
conectados por um meio físico.
As informações de controle de chamada telefônica da camada 3 estão embutidas na parte
de informação do quadro da camada 2 (LAP D), e devem ser entregues em seqüência e sem
erros. A camada 2 tem a responsabilidade de detectar e retransmitir quadros com erros ou
perdidos.
Cada conexão da camada 2 é um enlace lógico (denominado genericamente de LAP)
separado e os pontos de terminação dos enlaces estão dentro dos terminais em uma ponta e na
periferia da central de comutação, na outra ponta.
Um quadro da camada 2 consiste de um conjunto de bits estruturado como mostrado na
Fig. 8.12.
O campo de controle é um ou dois octetos dependendo do tipo de quadro e carrega
informação que identifica a seqüência de numeração dos quadros. É através desse campo que os
enlaces lógicos são estabelecidos ou liberados. O campo de informação existe somente quando
as informações da camada 3 são transmitidas. Os octetos de seqüência de teste de quadro (Frame
Check Sequence - FCS) são usados para detecção de erros.

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F la g d e d e lim ita ç ã o
O c te to 1 0 1 1 1 1 1 1 0
d o q u a d ro
O c te to 2 E n d e re ç o 1

O c te to 3 E n d e re ç o 2
A e s tru tu ra d o c a m p o d e
O c te to 4 C o n tro le 1 c o n tro le d e p e n d e d o tip o d e
q u a d ro . O c a m p o d e c o n tro le 2
O c te to 5 C o n tro le 2 p o d e n ã o e s ta r p re s e n te
O c te to 6 O c a m p o d e in fo rm a ç ã o
In fo rm a ç ã o d a s ó e s tá p re s e n te e m q u a d ro s
cam ada 3 d e in fo rm a ç ã o
O c te to n -3

O c te to n -2 FCS 1 B its d a d e te c ç ã o d e
e rro s (F ra m e c h e c k
O c te to n -1 seq u en ce)
FCS 2
F la g d e d e lim ita ç ã o
O c te to n 0 1 1 1 1 1 1 0
d o q u a d ro

Figura 8.12 Estrutura de quadro da camada 2

Endereçamento e Controle da Camada 2


Os endereços utilizados na camada 2 só têm significados locais e são conhecidos apenas
pelos dois pontos finais do enlace lógico. Eles não podem ser utilizados para fins de
encaminhamento na rede. A Fig.8.13 mostra os significados dos bits de campo de controle.

8 7 6 5 4 3 2 1

S A P I C /R EAO O c te to 2

T E I EA1 O c te to 3

SA PI - Id e n tific a d o r d e p o n to d e a c e s so d e s e rv iç o
TEI - Id e n tific a d o r d e p o n to fin a l d e te rm in a l
C /R - B it d e c o m a n d o e re s p o sta
EA0 - B it 0 d e e n d e re ç o e s te n d id o
EA1 - B it 1 d e e n d e re ç o e s te n d id o

Figura 8.13 Campo de endereço do quadro da camada 2.

Como o canal D pode ser utilizado tanto para a sinalização de serviço de telefonia, assim
como para serviços comutados por pacote, é necessário um identificador de tipo de serviço. O
SAPI - identificador de ponto de acesso de serviço, é utilizado para essa finalidade.
Os seguintes serviços podem ser identificados pelo SAPI:

SAPI = 0, o quadro é de sinalização.


SAPI = 16, o quadro é de comunicação de dados.
SAPI = 32 - 47, são reservados para utilização nacional.
SAPI = 63, o quadro é de manutenção.
Outros = reservados para futuras padronizações.

O identificador de terminal (TEI) está associado com os terminais na casa do assinante. A


combinação de TEI e SAPI identifica um LAP e fornece um único endereço na camada 2. Um
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terminal usará o seu endereço da camada 2 em todos os quadros transmitidos e apenas os
quadros recebidos com seus endereços corretos serão processados. Por exemplo, um quadro
originário de controle de chamada telefônica terá um SAPI que identifica o quadro como
“telefonia” e todos os equipamentos de telefonia examinarão o quadro. Apenas o terminal cuja
numeração é igual ao TEI do quadro, receberá o quadro para o processamento. Os TEIs podem
ser classificados nas categorias abaixo:

0 – 63, TEIs com alocação não automática.


64 – 126, TEIs com alocação automática.
127, TEI global.

Os TEIs de alocação não automática são numerados pelo usuário e sua alocação é da
responsabilidade do usuário (podem vir já numerados da fábrica). Os TEIs automáticos são
selecionados pela rede e sua alocação é da responsabilidade da rede. O TEI global é alocado
permanentemente e é freqüentemente chamado de TEI de difusão. Por exemplo, é o número que
todos os terminais reconheceriam e indicaria a todos os telefones que uma chamada está
chegando.
O campo de controle pode ter um ou dois octetos, dependendo do tipo de quadro.
Existem três tipos de quadro: informação, supervisão e não numerados. Os formatos de campo
de controle são mostrados na Fig. 8.14.

Com ando Resposta Codificação


8 7 6 5 4 3 2 1
Quadros de inform ação
N(S) 0
N(R) P
Quadros de supervisão
0 0 0 0 0 0 0 1
RR RR
N(R) P/F
RNR RNR 0 0 0 0 0 1 0 1
N(R) P/F
REJ REJ 0 0 0 0 1 0 0 1
N(R) P/F
Quadros não num erados
SABM E - 0 1 1 P 1 1 1 1
- DM 0 0 0 F 1 1 1 1
UI - 0 0 0 P 0 0 1 1
DISC - 0 1 0 P 0 0 1 1
- UA 0 1 1 F 0 0 1 1
- FRM R 1 0 0 F 0 1 1 1

IFRAM E - Inform ation Fram e DISC - Disconnect


RR - Receiver ready UA - Unnum bered
RNR - Receiver Not Ready Acknowledgem ent
REJ - Reject FRM R - Fram e Reject
SABM E - Set Asynchronous DM - Disconnect M ode
Balanced M ode Extended UI - Unnum bered Inform ation

Figura 8.14 Campo de controle de quadro da camada 2.

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Operação da Camada 2
Seja um exemplo em que um terminal quer se comunicar com a rede. A ação de
estabelecer uma chamada ocasiona a troca de protocolos entre terminal e a rede. Se não houve
comunicação anterior é necessário ativar a interface. O processo inicia quando o usuário solicita
um serviço. Essa solicitação faz com que a camada 3 encaminhe um pedido de serviço à camada
2. A camada 2 pode oferecer um serviço somente se a camada 1 estiver disponível e assim faz
uma solicitação apropriada à camada 1. A camada 1, recebendo a solicitação, prepara-se para
iniciar a comunicação e coloca um enlace físico em disponibilidade. A partir daí, a camada 2
pode iniciar o procedimento conhecido como “estabelecimento de um enlace lógico ou LAP”.
O estabelecimento do LAP é feito através da troca de quadros entre a entidade da camada
2 do terminal e a correspondente entidade da camada 2 da rede (entidades pares – peer entities).
A finalidade dessa troca é ajustar as variáveis de estado a serem utilizadas para garantir o correto
seqüenciamento dos quadros de informação. Os quadros que podem ser transmitidos no início do
estabelecimento são somente quadros não numerados. Um enlace lógico é estabelecido se um
ponto final (do lado do terminal) transmitir um quadro SABME (Set Asynchronous Balanced
Mode Extended) e o outro ponto final (lado rede) responder com um quadro UA (Unnumbered
Acknowledgement).
Uma vez estabelecido o enlace lógico, a camada 2 é capaz de transportar a informação da
camada 3 e fica no estado “estabelecido com múltiplos quadros”. Nesse estado, a camada 2 opera
com mecanismo de proteção de quadro (detecção de erro e retransmissão de quadros).
A troca de quadros da camada 2, nas condições normais, é ilustrada na Fig. 8.15.

T e r m in a l R ede

SA BM E

UA

IF R A M E

RR
IF R A M E

RR
IF R A M E

RR

D is tâ n c ia

T em po

Figura 8.15 Troca de quadros da camada 2 em condições normais.

A resposta normal a um quadro de IFRAME é o quadro RR. Observa-se que a cada


IFRAME transmitido na Fig. 8.15, é recebida uma resposta RR. Entretanto, o transmissor pode
transmitir os quadros IFRAMEs seguidos sem receber resposta RR. O número desses quadros
pendentes (outstanding frames) é o comprimento da janela (window size) e pode variar de 1 a
127 (é o valor de W da seção 6.5 do capítulo 6). Para aplicação na sinalização telefônica, esse

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comprimento é 1, isto é, a cada IFRAME transmitido, espera-se uma resposta correspondente da
entidade par, como mostrado na Fig. 8.15.

Controle de Erro
Os bits do campo FCS (Frame Check Sequence) são utilizados para detectar se um
quadro teve alguns dos seus bits alterados pelo ruído no meio de transmissão. Os quadros com
bits alterados são descartados.
O método de recuperação dos quadros perdidos (quadros com erros de endereçamento)
ou descartados é baseado no esgotamento do tempo de um temporizador. A cada quadro de
comando transmitido é acionado um temporizador que é zerado quando recebe uma resposta
apropriada. Esse temporizador pode ser usado tanto nos quadros de comando como nos de
resposta. Quando se esgota o tempo, não é possível saber qual dos dois quadros foi descartado.
Desse modo, o seguinte procedimento é tomado.
Quando se esgota o tempo, a camada 2 transmite um quadro de comando com o bit poll
em 1. Esse quadro obriga a entidade par transmitir uma resposta com os valores das variáveis de
estado. É possível saber através dessas variáveis, se aquele quadro transmitido foi recebido. Se
aquele quadro foi recebido, então o transmissor deve esperar uma resposta de confirmação
daquele quadro. Se, entretanto o quadro foi descartado, a camada 2 entende que deve retransmitir
aquele quadro. Uma entidade da camada 2 pode retransmitir o mesmo quadro três vezes. Após
essas três tentativas, se não houver uma confirmação correta, a entidade da camada 2, considera
que houve uma falha na conexão e inicia uma nova tentativa de estabelecer o enlace lógico.
Uma outra situação de erro de protocolo pode ocorrer com o recebimento de um quadro
IFRAME, com o número de seqüência N(s) inválido. Se, por exemplo, o terceiro quadro de uma
seqüência de quatro é perdido, a entidade receptora da camada 2 terá conhecimento disso,
através da descontinuidade na numeração, e não emite o quadro de confirmação do quarto
quadro recebido. Emite, entretanto o quadro REJ, com o N(R) indicando o último quadro
recebido corretamente (no caso 2). Isso possibilita ao receptor confirmar todos os quadros
recebidos corretamente e informar ao transmissor para retransmitir os quadros a partir do terceiro
quadro.
O quadro Receiver Not Ready (RNR) é usado para inibir o transmissor de mandar novos
quadros IFRAME. Esta situação pode ocorrer, por exemplo, se o processador estiver
sobrecarregado.
Algumas situações de erro não são recuperáveis, pela simples retransmissão. É o caso,
por exemplo, de um campo de controle não identificado. Essa situação pode ser comunicada ao
lado transmissor, utilizando o quadro de resposta FraMe Reject (FRMR).

Liberação do Enlace
A desconexão do enlace lógico da camada 2 é feita utilizando o quadro Disconnect
(DISC) do lado do transmissor e a confirmação UA do lado do receptor.

8.6 Camada 3 – Q.931

As funções da camada 3 são estabelecer, liberar e executar os controles das conexões


comutadas por circuito e também por pacote. A estrutura de mensagens de sinalização da camada
3 é mostrada na Fig. 8. 16.

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O primeiro octeto é utilizado para discriminar os protocolos. O uso desse campo permite
uma flexibilidade muito grande, possibilitando facilidades na incorporação de novos protocolos
de comunicação.
B it s

8 7 6 5 4 3 2 1

O c te to 1
D is c r i m i n a d o r d e P r o t o c o l o s

C o m p r i m e n t o d o v a lo r
0 0 0 0 d e re fe rê n c ia d e c h a - O c te to 2
m a d a (e m o c te to s)

V a lo r d e R e fe rê n c ia d e C h a m a d a
O c te to 3

0 T ip o d e M e n s a g e m O c te to 4

O u tro s E le m e n to s d e In fo rm a ç ã o E tc .

Figura 8.16 Estrutura de mensagem de sinalização.

O quarto octeto indica o tipo de mensagem. Por exemplo, a mensagem SETUP, significa a
solicitação de um início de uma chamada. A relação das possíveis mensagens está mostrada na
Fig. 8.17.

8 7 6 5 4 3 2 1 Tipos de Mensagem 8 7 6 5 4 3 2 1 Tipos de Mensagem


0 0 0 0 0 0 0 0 Mensagem nacional específica 0 1 0 - - - - - Mensagens de desconexão de chamada
0 0 0 - - - - - Mensagens de Estabelecimento de chamada 0 0 1 0 1 DISCONNECT
0 0 0 0 1 ALERTING 0 1 1 0 0 RELEASE
0 0 0 1 0 CALL PROCEEDING 0 1 0 1 0 RELEASE COMPLETE
0 0 1 1 1 CONNECT 0 0 1 1 0 RESTART
0 1 1 1 1 CONNECT ACKNOWLEDGE 0 1 1 1 0 RESTART ACKNOWLEDGE
0 0 0 1 1 PROGRESS 0 1 1 - - - - - Mensagens Miscelâneas
0 0 1 0 1 SETUP 0 0 0 0 0 SEGMENT
0 1 1 0 1 SETUP ACKNOWLEDGE 1 1 0 0 1 CONGESTION CONTROL
0 0 1 - - - - - Mensagens de informação na fase de chamada 1 1 0 1 1 INFORMATION
0 0 1 1 0 RESUME 0 0 0 1 0 FACILITY
0 1 1 1 0 RESUME ACKNOWLEDGE 0 1 1 1 0 NOTIFY
0 0 0 1 0 RESUME REJECT 1 1 1 0 1 STATUS
0 0 1 0 1 SUSPEND 1 0 1 0 1 STATUS ENQUIRY
0 1 1 0 1 SUSPEND ACKNOWLEDGE
0 0 0 0 1 SUSPEND REJECT
0 0 0 0 0 USER INFORMATION

Figura 8.17 Tabela de possíveis mensagens.

Os octetos, após o quinto, são utilizados para transportar outras informações. Essas informações
podem ser, por ex., os números do chamador e do chamado, tipo de serviço, tipo de canal
solicitado, etc.
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Exemplo 8.1

Na Fig. 8.18 é mostrado um exemplo de procedimento para estabelecimento de uma


chamada telefônica.
No exemplo da Fig. 8.18, existem dois telefones ligados em um mesmo barramento, com
os identificadores de terminais de números 5 e 8. O processo é iniciado quando o usuário A
levanta o fone do gancho, e o terminal (TE) chamador envia o sinal de estabelecimento para a
rede, que por sua vez envia a confirmação de estabelecimento e o terminal gera o tom de discar.
As informações de discagem do usuário são enviadas à rede. A rede envia ao terminal chamador
um sinal de chamada em andamento, e ao mesmo tempo analisa as informações recebidas e
envia o sinal de estabelecimento de chamada ao terminal chamado. Como existem dois telefones,
ambos recebem o sinal de estabelecimento e enviam os sinais de alerta para a rede e iniciam os
toques de campainhas. O usuário B atende no telefone cujo TEI é 5. O terminal envia o sinal de
conexão para a rede e, esta ao terminal chamador. Após a chegada do sinal de confirmação ao
terminal chamado, é iniciada a fase de conversação. Como o terminal com o TEI de número 8
não está sendo usado, a rede envia o sinal de liberação que é respondido pelo terminal com
liberação completa. Quando o usuário A repõe o fone no gancho, é iniciado o processo de
desconexão dos dois terminais.

Equipamento Terminal Equipamento Terminal


Usuário A Usuário B, TEI=5
TE Central de Central de TE
(Aparelho Chamado (Aparelho
Telefônico) Chamador Comutação Comutação Telefônico)
Levanta fone Setup Rede
Tom de discar Setup ack

Envia dígitos Information


Information
Tom de controle Call proceeding
Troca de informações
Setup
Tom de campainha
Tom de camp. Alerting Alerting (TEI=5)
Alerting (TEI=8)
Connect (TEI=5) Atende
Connect (TEI=8)
Connect Connect ack
(TEI=5)
Connect ack Release (TEI=8)

Release complete
(TEI=8)
Fase de Conversação
Repõe fone Disconnect
Release Tom de ocupado
Disconnect
Release complete Release
Release complete

Figura 8.18 Exemplo de procedimento para conexão de uma chamada telefônica.

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REFERÊNCIAS

1. J. M. Griffiths, "ISDN Explained: Worldwide Network and Applications Technology", John


Wiley & Sons LTD, 1990.

2. W. Stallings, " ISDN and Broadband ISDN with Frame Relay and ATM", Prentice Hall, 1995.

EXERCÍCIOS

8.1 Seja uma RDSI de faixa estreita.


a) Quantos fios tem a interface S/T?
b) Para que servem os bits E no quadro da Interface S/T?
c) Porque no quadro da interface S/T só existem 2 bits L no sentido NT1 → TE, e vários
no sentido TE → NT1?

8.2 Seja uma RDSI-FE utilizando um barramento passivo na casa de um assinante. Dois
terminais TE1 e TE2, com um mesmo nível de prioridade, tentam o acesso simultâneo ao canal
D. Os bits a serem transmitidos pelos terminais têm a seguinte seqüência:
TE1: 10110011
TE2: 10111011
a) Mostre em um diagrama de tempo como a colisão é detectada e resolvida.
Suponha agora que o TE1 tenha prioridade no acesso e que o barramento esteja livre.
b) Explique como o TE1 tem o acesso ao canal D sem haver a disputa com o TE2.

8.3 Para a figura abaixo:


a) Suponha que os bits de B1, E, D e A, são todos binários '1's. Complete a figura a) com
as polaridades corretas.
b) Supondo que o segundo bit de B1 seja binário '0' e todos os outros de B1, E, D e A
sejam binários '1's, completa a figura b) com as polaridades corretas.
c) Supondo os bits de B1 e o de D, binários '1's, complete a figura c).
d) Supondo o segundo bit de B1 e o de D, binários '0', e os outros bits de B1 binários '1's,
complete a figura d).

NT para TE
B1 B1
L F E D A FA L F E D A FA

a) b)

TE para NT

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B1 B1
L F L. D L. F A L F L. D L. F A

c) d)

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