Dissertação - Cândida Dias Soares - 2010 PDF
Dissertação - Cândida Dias Soares - 2010 PDF
Dissertação - Cândida Dias Soares - 2010 PDF
Goiânia
2010
CÂNDIDA DIAS SOARES
Goiânia
2010
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Membros:
Data:14/09/2010
ii
Dedico este trabalho a todos os profissionais que trabalham e dedicam-se
ao estudo e a pesquisa da Demência.
iii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, João Paulo e Vânia Lúcia, meus grandes referenciais;
Aos meus irmãos, Pedro e Clara, por fazerem parte da minha vida;
A toda minha família e, em especial, à minha avó Cáritas, que mesmo com
iv
“Senhor!...
Emmanuel
v
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ xi
RESUMO .................................................................................................................... 13
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 15
2. OBJETIVOS............................................................................................................ 24
2.1.Objetivo Geral ....................................................................................................... 24
2.2. Objetivos Específicos ........................................................................................... 24
3. MÉTODO ................................................................................................................ 25
3.1. Sujeitos ................................................................................................................ 25
3.2. Critérios de Inclusão e de Exclusão...................................................................... 26
3.3. Instrumentos ........................................................................................................ 26
3.4. Procedimentos ..................................................................................................... 29
3.5. Tratamento do Dados ........................................................................................... 30
4. ARTIGOS ................................................................................................................ 31
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 89
ANEXOS ..................................................................................................................... 96
ANEXO 1- Parecer do Comitê de Ética ....................................................................... 96
ANEXO 2- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................................ 97
ANEXO 3- Testes Neuropsicolinguísticos ................................................................... 99
vi
TABELAS DO ARTIGO 1
vii
TABELAS DO ARTIGO 2
viii
FIGURAS
ix
SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS
DS Demência Semântica
FV Fluência Verbal
GC Grupo Controle
RM Ressonância Magnética
S Semelhanças
V Vocabulário
x
APRESENTAÇÃO
xi
A observação clínica e o conhecimento da neuropsicologia com
ênfase na linguagem foram as ferramentas que permitiram estabelecer o
diagnóstico diferencial entre normalidade e disfunção neurolinguística bem
como estabelecer uma análise mais apurada das alterações linguísticas
inseridas em grupos distintos de demências.
xii
RESUMO
13
ABSTRACT
The national surveys of dementia and its implications for language, although in
small numbers, line up with the international literature in the early trends of
research. The articles presented were intended to draw a profile comparison
between the differential Neurolinguistics degenerative dementia of Alzheimer
type and non-Alzheimer's and dementia compare the two groups with a control
group. The study was conducted from March 2008 to December 2009 were
evaluated in 90 participants in the Dementia Clinic of the Hospital das Clinicas,
Federal University of Goias The sample consisted of 30 patients with
frontotemporal lobar degeneration (DLF), 30 patients with AD and 30 subjects
with no dementia. We applied the following tests neurolinguistic: Boston
Diagnostic Aphasia Examination (BDAE), Boston Naming Test (Boston Naming
Test - BNT), Verbal Fluency Category for Semantics and Semantic and
Phonemic Fluency (FAS), Token Test, subtest of Vocabulary / WAIS-R
Similarities subtest of and / WAIS-R. To compare the performance of the group
used the Mann-Whitney. All groups showed substantial linguistic differences.
The APP group stood out from the other groups when compared to DA, showing
that fluency, vocabulary, abstraction of ideas, understanding, reading and writing
are more impaired. The FTD group reinforced the presence of dysfunction in
semantic and phonemic verbal fluency DS group showed a statistically
significant abstractive capacity with respect to the AD group. The DLF group is
the group where the oral expression was shown to be noticeably compromised
compared to the AD group. The language is therefore an indispensable tool to
aid in the differential diagnosis of dementia.
KEYWORDS: Alzheimer disease, frontotemporal lobar degeneration, language
tests, language disorders.
14
1 INTRODUÇÃO
15
40 anos de idade, com igual incidência em homens e mulheres (MESULAM,
2000).
A demência frontotemporal (DFT) constitui uma forma pré-senil de
degeneração primária que atinge preferencialmente as regiões pré-frontais e
temporais anteriores do encéfalo.
Seu quadro clínico é caracterizado principalmente por alterações de
personalidade e do comportamento diante de relativa preservação, das funções
mnésticas e vísuo-espaciais. Embora os pacientes com DFT compartilhem os
sintomas centrais que de modo mais importante a caracterizam (início e curso
insidiosos com comprometimento precoce da conduta social e pessoal, do
insight e das emoções), eles estão longe de constituir um grupo totalmente
homogêneo. Três grandes subgrupos podem ser identificados: desinibido,
apático e estereotípico (NEARY et al, 1998; CAIXETA, 2001; SNOWDEN et al,
2002).
A B
16
Ressonância Magnética (RM) do encéfalo (corte coronal e axial em T1) de um paciente
com Demência Semântica (DS) evidenciando atrofia bitemporal assimétrica com
predomínio à esquerda.
17
A Demência de Alzheimer responde por cerca de 60% das demências
degenerativas (LOGIUDICE, 2002). O diagnóstico da mesma é realizado com
bases clínicas segundo alguns critérios, sendo que o primeiro deles a considera
como definida quando os achados clínicos são confirmados por exame
anatomopatológico (placas senis, emaranhados neurofibrilares, diminuição de
densidade sináptica, especialmente na formação hipocampal e córtices de
associação) (ROTH et al, 1986).
O diagnóstico da DA é provável quando o indivíduo apresenta distúrbio
de memória associado ao prejuízo de uma ou mais funções cognitivas e é
considerado possível quando o curso da doença é atípico ou está associada a
outros fatores causais para demência (MC KHANN et al.,1984; FRIEDLAND,
1993; GELDMACHER, et al., 1997).
18
respectivamente. O mesmo destaca a importância de regiões corticais e de vias
que as interconectam, mas não se refere às estruturas subcorticais que também
são importantes para a linguagem (ANDERSON et al, 1999; LACERDA, 2009).
O modelo de Damásio (2000) expande o modelo anterior atribuindo
funções de linguagem a outras áreas como as zonas perisilvianas anteriores e
posteriores e incluindo o subcórtex como parte desse processo.
Lobos frontais
1
Alexander Romanovich Luria foi um dos fundadores de psicologia cultural-histórica em que se inclui o
estudo das noções de causalidade e pensamento lógico–conceitual da atividade teórica enquanto função
do sistema nervoso central.
19
Lobos Parietais
Lobos Temporais
20
Lobo occipital
21
Alterações de Linguagem na Demência Semântica
22
Os pacientes que se encontram com uma síndrome predominantemente
apática, não demonstram interesse em se comunicarem, enquanto na síndrome
desinibida observa-se uma produção excessiva de palavras que fluem
desregradamente.
Uma característica marcante nesta Demência é a economia de esforço
na fala, perda de espontaneidade que poderá se desenvolver para uma
linguagem monossilábica até atingir o mutismo total (NEARY,1998; SNOWDEN,
2002).
23
2 OBJETIVOS
24
3 MÉTODO
3.1. Sujeitos
25
3.2. Critérios de Inclusão e de Exclusão
3.3. Instrumentos
26
H & KAPLAN, 1983). É dividido em: Compreensão Oral; Produção Oral;
Compreensão da Escrita e Produção da Escrita. Cada uma delas avalia um
seguimento específico da linguagem no nível expressivo e emissivo.
Na avaliação da compreensão oral verificam-se alterações de
compreensão. É solicitada a identificação de figuras, com estímulos de distintas
categorias semânticas e classes de palavras e a identificação de partes do
corpo, em diversos graus de complexidade e detalhe. Os itens ordens e
material ideacional complexo abrangem a compreensão de frases e pequenos
parágrafos.
Na avaliação da produção oral são realizadas provas de agilidade oral
(verbal e não verbal), envolvendo itens de crescente complexidade e extensão.
A observação da capacidade para recitar seqüências automáticas, também se
insere nesta seção e possibilitam trazer dados sobre habilidades do hemisfério
direito.
As provas específicas de linguagem envolvem repetição e leitura em voz
alta de palavras e frases, denominação responsiva e com estímulo visual e
fluência. Estas provas permitem a análise de transformações fonéticas,
fonêmicas, parafasias verbais e sintagmáticas, anomias e a observação da
ocorrência de agramatismos e dissintaxias, os últimos nas tarefas que
envolvem repetição e leitura de frases.
A avaliação da compreensão escrita propõe um subteste de
emparelhamento com múltipla escolha de grafemas e palavras simples em
diferentes estilos de escrita, a discriminação de símbolos e palavras. A
associação fonética é avaliada pelo reconhecimento de palavras e
compreensão de soletração oral que permitirão verificar a capacidade de
transcodificação do canal auditivo para o visual.
No subteste emparelhamento de palavras e figuras ocorre o
envolvimento do significado na leitura. A leitura de sentenças e parágrafos,
numa tarefa de múltipla escolha, solicita tratamento lingüístico mais complexo
da informação.
27
Na avaliação da produção escrita a mecânica da escrita é pontuada a
partir da observação da assinatura do nome, escrita do endereço, cópia de uma
frase, ditado e nomeação escrita por confrontação, além da narrativa escrita. O
reconhecimento e a evocação de símbolos escritos são avaliados através da
escrita seriada (letras do alfabeto e sequência numérica) e do ditado de
primeiro nível (escrita de números, letras e palavras simples).
O acesso lexical na escrita é avaliado na soletração para ditado, no qual
o indivíduo é solicitado a escrever sob ditado uma lista de 10 palavras e na
nomeação escrita por confrontação em que os itens lexicais são nomeados pela
escrita. Na formulação da escrita, a prova de narrativa verifica a habilidade de
empregar itens corretos, formular sentenças e veicular informação relevante em
idéias encadeadas e organizadas.
Nas provas de produção de linguagem escrita podemos observar se
existem alterações do grafismo, cópia servil, disortografias, paragrafias verbais
e sintagmáticas.
O Teste de Nomeação de Boston (Boston Naming Test – BNT) é
destinado ao estudo quanti-qualitativo da capacidade de nomeação. É
composto de 60 figuras-estímulos, graduado em ordem de dificuldade de
acordo com a freqüência na língua. A análise das respostas é feita segundo o
acerto: sem pistas, quando há necessidade de pistas semânticas ou fonêmicas
e a sensibilidade do paciente a estas pistas (o que caracteriza a preservação da
informação semântica) (KAPLAN et al., 1983).
Os Testes de Fluência Verbal por Categoria Semântica e Fluência Verbal
Fonêmica e Semântica (F.A.S.) avaliam a fluência da fala que é mensurada pela
quantidade de palavras produzidas dentro de uma categoria semântica animais
ou com as letras F, A e S (categoria fonêmica), num tempo limitado. Requer a
geração intrínseca de respostas dentro de um conjunto limitado de restrições
(nome de animais, em 1 minuto, ou palavras iniciadas com a letra F, A e S, 1
minuto para cada letra) (BRUCKI et al, 1997).
O Token Test idealizado por De Renzi e Vignolo (1962) corresponde a
um conjunto de 20 peças diferentes com duas formas geométricas simples
28
(“círculos”e “quadrados”), dois tamanhos padrões para cada peça (“pequeno” e
“grande”) e cinco cores (branco, azul, verde, amarelo e vermelho), uma cor para
cada peça de cada tamanho e de cada forma, ou seja, utilizando um
substantivo e dois adjetivos cada peça das vinte pode ser identificada. Estes
comandos são em número de 61, e estão agrupados em 5 níveis de
complexidade, iniciando com apenas as peças grandes, pode-se com um
substantivo (a forma) e um adjetivo (a cor) identificar as peças, pedindo que os
sujeitos as toque; depois se aumenta a complexidade progressivamente até o
quinto nível lingüístico por excelência que consta de 21 comandos enquanto os
demais níveis constam de 10 comandos cada (LESAK, 1995).
O Subteste de Semelhanças/WAIS-R avalia a capacidade do indivíduo
em estabelecer relações de similitudes entre dois elementos e avalia a
capacidade de raciocínio abstrato. Neste subteste apresentam-se oralmente
duas palavras que representam objetos ou conceitos comuns. O examinando é
solicitado a dizer o que estes objetos ou conceitos têm em comum, em que são
semelhantes (NASCIMENTO, 2004).
O Subteste Vocabulário/ WAIS-R avalia a utilização de conceitos;
pensamento abstrato, riqueza de idéias; tipo e qualidade da linguagem; reflete o
nível de educação (NASCIMENTO, 2004).
3.4. Procedimentos
29
Todos os sujeitos do estudo foram incluídos na pesquisa mediante leitura
e assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) pelo
paciente ou pelo responsável por ele. A pesquisa foi registrada e aceita pelo
Comitê de Ética em Pesquisa Médica Humana e Animal (CEPMHA) da UFG
cujo número do Protocolo é 091/08.
30
ARTIGO
não Alzheimer.
31
ARTIGO 1
Alzheimer
Federal de Goiás.
32
RESUMO
Este artigo tem por objetivo traçar um perfil comparativo neurolinguístico entre
as Demências Degenerativas do tipo Alzheimer e não-Alzheimer realizando
para isso a comparação das alterações neurolinguísticas entre a Demência de
Alzheimer (DA) com a do tipo não-Alzheimer (DNA). Realizamos um estudo de
corte transversal no período de março de 2008 à dezembro de 2009 em que
foram avaliados 60 participantes no Ambulatório de Demências do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Goiás. Trinta pacientes com Degenerações
Lobares Frontotemporais (DLF) e 30 pacientes com DA. Foram aplicados os
seguintes testes neurolinguísticos: Teste de Boston para Diagnóstico da Afasia
(BDAE), Teste de Nomeação de Boston (Boston Naming Test – BNT), Fluência
Verbal por Categoria Semântica e Fluência Fonêmica e Semântica (FAS),Token
Test, Subteste de Vocabulário / WAIS-R e Subteste de Semelhanças / WAIS-R.
Para comparar o desempenho nos testes de linguagem entre os grupos foi
utilizado o teste de Mann-Whitney. Os resultados mostraram que o grupo com
Afasia Progressiva Primária (APP) destacou-se dos demais grupos quando
comparado ao grupo DA, demonstrando que a fluência, o vocabulário, a
abstração de idéias, a compreensão, a leitura e a escrita encontram-se mais
comprometidas. O grupo de demência frontotemporal (DFT) demonstrou a
presença da disfunção na fluência verbal fonêmica semântica e o grupo de
demência semântica (DS) evidenciou melhor desempenho na capacidade
abstrativa com relação ao grupo DA. O grupo das degenerações lobares
frontotemporais (DLF) foi o grupo em que a expressão oral mostrou-se
visivelmente mais comprometida comparada ao grupo DA. Os resultados
ressaltam que a avaliação neurolinguística cumpre um papel importante na
delimitação de um diagnóstico mais preciso das alterações de linguagem
encontradas nestas demências.
Palavras-Chave: Demência de Alzheimer, Degenerações Lobares
Frontotemporais, Demência Frontotemporal, Afasia Progressiva Primária,
Demência Semântica, alterações de linguagem.
33
ABSTRACT
34
INTRODUÇÃO
35
do tipo-Alzheimer com as degenerações lobares frontotemporais, reconhecidas
como demências do tipo não-Alzheimer.
36
MÉTODO
37
Procedimentos
A coleta de dados incluiu: entrevista padronizada de dados sócio-
demográficos e bateria de testes neuropsicolinguísticos: Teste Boston para
Diagnóstico da Afasia (BDAE)15, Teste de Nomeação de Boston (Boston
Naming Test – BNT)16, Fluência Verbal por Categoria Semântica (FV)17 e
Fluência Fonêmica e Semântica (FAS)17, Token Test (TT)18, Subteste de
Vocabulário (V)19 e Subteste de Semelhanças/WAIS-R (S)19.
Instumentos
Os testes neurolinguísticos utilizados na avaliação de linguagem foram
escolhidos por serem padronizados e frequentemente aplicados em estudos
nacionais e internacionais.
O Teste Boston para Diagnóstico da Afasia (BDAE)15 corresponde a uma
bateria de habilidades metalingüísticas que possuem algumas provas que
envolvem o uso próximo ao de contextos naturais da linguagem. É dividido em:
Compreensão Oral; Produção Oral; Compreensão da Escrita e Produção da
Escrita. Cada uma delas avalia um seguimento específico da linguagem no
nível expressivo e emissivo. O Teste de Nomeação de Boston (Boston Naming
Test – BNT)16 é destinado ao estudo quanti-qualitativo da capacidade de
nomeação. Os Testes de Fluência Verbal por Categoria Semântica (F.V.)17 e
Fluência Verbal Fonêmica e Semântica (F.A.S.)17 avaliam a fluência da fala que
é mensurada pela quantidade de palavras produzidas dentro de uma categoria
semântica animais ou com as letras F, A e S (categoria fonêmica), num tempo
18
limitado; o Token Test corresponde a um conjunto de 20 peças diferentes
dispostas em 2 formas geométricas, 2 tamanhos e 5 cores, com 61 comandos
agrupados em 5 níveis de complexidade. Avalia a capacidade de compreensão
38
para estruturações frasais simples e mais complexas. O Subteste de
Semelhanças/WAIS-R19 avalia a capacidade do indivíduo em estabelecer
relações de similitudes entre dois elementos e avalia a capacidade de raciocínio
abstrato. Neste subteste apresentam-se oralmente duas palavras que
representam objetos ou conceitos comuns. O examinando é solicitado a dizer o
que estes objetos ou conceitos têm em comum, em que são semelhantes. O
Subteste Vocabulário/ WAIS-R19 avalia a utilização de conceitos; pensamento
abstrato, riqueza de idéias; tipo e qualidade da linguagem; reflete o nível de
educação.
Análise Estatística
Em virtude de se tratar de um campo de estudo da cognição, cujas
dimensões não são consideradas como correspondentes à distribuição normal
da população, optou-se por utilizar testes não-paramétricos. Os resultados
obtidos para cada grupo (variáveis numéricas) foram convertidos em médias
com seus respectivos desvios-padrão.
Para comparar os dados demográficos e os testes neurolinguísticos entre
os grupos foi utilizado o teste Kruskal-Wallis. Para os testes estatísticos foi
considerado nível de significância de 5%. Em todos os procedimentos
estatísticos foi utilizado o solftware SPSS versão 15.
39
RESULTADOS
40
Tabela 2. Comparação das médias no desempenho dos testes
neurolinguísticos entre o grupo com demência tipo Alzheimer e o grupo com
demência não Alzheimer.
41
Tabela 3. Comparação das médias no desempenho dos testes
neurolinguísticos entre o grupo com demência tipo Alzheimer e o grupo com
demência Semântica
42
Tabela 4. Comparação das médias no desempenho dos testes
neurolinguísticos entre o grupo com demência tipo Alzheimer e o grupo com
Afasia Progressiva Primária
43
Tabela 5. Comparação das médias no desempenho dos testes
neurolinguísticos entre o grupo com demência tipo Alzheimer e o grupo com
Demência Frontotemporal
44
Tabela 6.Comparação das médias no desempenho do Teste de Boston entre o grupo
com demência tipo Alzheimer e o grupo com demência Semântica
45
Ao se comparar o desempenho do teste de Boston do grupo DA com o
grupo DS, verificamos que no teste de Compreensão Oral (subteste Ordens), o
desempenho do grupo DA foi pior que o grupo DS (média=10,50±1,91) e houve
significância estatística (p≤0,05).
46
Tabela 7. Comparação das médias no desempenho do Teste de Boston entre
o grupo com demência tipo Alzheimer e o grupo com Afasia Progressiva
Primária.
SUBTESTES DO TESTE DE DA (n=30) APP (n=10) p
BOSTON
Média ± dp Média ± dp
COMPREENSÃO ORAL
Discriminação de Palavras 53,50±27,81 52,80 ± 31,59 0,612
Identificação de Partes do Corpo 13,38±3,24 14,50 ± 7,26 0,469
Ordens 5,63±4,80 7,00 ± 4,59 0,842
Material Ideacional Complexo 4,13±3,14 5,40 ± 3,97 0,988
AGILIDADE ORAL
Agilidade Não Verbal 8,13±2,25 9,00 ± 3,19 0,54
Agilidade Verbal 8,44±3,44 10,40 ± 4,08 0,072
Sequências Automatizadas 3,88±2,96 3,20 ± 2,74 0,028*
Recitação 1,69±0,60 1,70 ± 0,48 0,77
REPETIÇÃO
Palavras 9,00±1,53 6,50 ± 4,74 0,363
Frases de Alta Freqüência 5,17±1,84 5,60 ± 4,11 0,528
Frases de Baixa Frequência 5,83±1,98 5,60 ± 4,11 0,89
DENOMINAÇÃO
Denominação responsiva 25,93±2,32 19,90 ± 10,76 0,209
Denominação por Confrontação 101,87±19,89 75,10 ± 51,22 0,432
Visual
Denominação de Animais 6,67 ±3,8 3,00 ± 2,45 0,005*
LEITURA ORAL
Palavras 24,27±8,60 18,00 ±15,49 0,678
Sentenças 6,27±3,04 5,60 ± 4,97 0,939
COMPREENSÃO DA LEITURA
Discriminação de Símbolos 8,43±2,36 6,00 ± 4,69 0,286
Reconhecimento de Palavras 6,40±2,33 4,20 ± 4,04 0,209
Compreensão da Soletração Oral 2,17±1,78 1,30 ± 2,3 0,024*
Emparelhamento de Palavras- 8,70±2,42 6,30 ± 4,62 0,209
Figuras
Leitura de Parágrafos e Sentenças 5,13±2,00 4,80 ± 3,79 0,939
ESCRITA
Mecânica da Escrita 2,73±1,41 5,30 ± 12,30 0,187
Escrita Seriada (Automatismos) 25,63±15,89 14,00 ± 16,10 0,036*
Ditado de Primeiro Nível 9,53±4,67 6,90 ± 5,72 0,177
Soletração para Ditado 4,63±3,18 3,40 ±4,71 0,198
Denominação Escrita por 8,37±2,91 4,60 ± 4,99 0,058
Confrontação
Narração 2,27±1,43 1,10 ± 1,66 0,036*
Sentenças Escritas Sob Ditado 5,10±4,06 3,30 ± 4,80 0,14
DA= Demência do tipo-Alzheimer; APP= Afasia Progressiva Primária; dp=desvio padrão.
*: significativo ao nível de significância de 5%. Teste Mann -Whitney
47
Os resultados do teste de Boston na comparação entre os grupos DA e
APP revelaram significância estatística no subteste de seqüências
automatizadas, em denominação de animais, compreensão da soletração oral
,escrita seriada e escrita narrativa com valor de p≤0,05, em que o grupo DA
sobressaiu-se em todos eles, indicando que todos os aspectos lingüísticos
avaliados nestes substestes encontraram-se com maiores alterações no grupo
APP.
48
Tabela 8. Comparação das médias no desempenho do Teste de Boston entre o
grupo com demência tipo Alzheimer e o grupo com demência Frontotemporal.
49
Os resultados obtidos na comparação entre o grupo DA e o grupo DFT
mostraram que houve significância estatística (p≤0,05) em sete subtestes:
agilidade não verbal, repetição para frases de baixa freqüência,denominação
responsiva,leitura de parágrafos e sentenças, ditado de primeiro nível,
denominação escrita por confrontação e sentenças escritas sob ditado,em que
o desempenho foi maior para o grupo DA em todos os subtestes.
50
Tabela 9. Comparação das médias no desempenho do Teste de Boston entre o
grupo com demência tipo Alzheimer e o grupo não Alzheimer.
51
Na comparação entre o grupo DA com o grupo NDA, houve significância
estatística no subteste de agilidade não verbal (p≤0,05), com melhor
desempenho do grupo NDA (média=8,30±2,50). Nos subtestes de
denominação responsiva, o grupo DA demonstrou melhor desempenho assim
como nos subtestes de denominação de animais, denominação escrita por
confrontação e em sentenças escritas sob ditado.
52
DISCUSSÃO
53
estas alterações estariam mais relacionadas à perda da informação semântica
ou às dificuldades no acesso ao léxico. De fato, é bem reconhecido que falhas
de denominação podem ter múltiplas causas. Elas podem estar relacionadas a
falhas no sistema semântico, no sistema léxico-semântico e/ou léxico-
fonológico 23.
Nos casos de denominação por confrontação visual, deve-se também
considerar a hipótese da alteração de denominação e de nomeação existir por
falha no processo de reconhecimento visual da figura ou uma falha no acesso
ao sistema semântico decorrente do processamento visual24. Em relação à
controvérsia relativa a este tópico, há uma tendência em se considerar que tais
prejuízos sejam relativos à perda da informação semântica25 .
Na comparação do grupo DA com o Grupo DS é observado que a
capacidade de abstração, a compreensão oral (ordens), a agilidade oral
(seqüências automatizadas), a repetição (frases de baixa e alta freqüência), a
denominação responsiva e a leitura oral de sentenças foram habilidades
lingüísticas que apresentaram diferenças significativas. O grupo DA apresentou
melhor desempenho apenas no subteste de denominação responsiva durante a
avaliação.
A perda da informação semântica sugere, portanto, ser um dos fatores
importantes que desencadeou a diferença estatisticamente significante
encontrada no desempenho entre o grupo DA e o grupo DS no Teste de
Boston.
Em um estudo Neurolinguístico realizado por um grupo de pesquisadores
da Filadélfia o qual pesquisou a compreensão oral de sentenças em pacientes
com Afasia Progressiva Primária, Demência Semântica e Demência
Frontotemporal observando a imagem da ressonância magnética por meio do
Voxel based morphometry (VBM) que é um programa que realiza o
mapeamento de diferentes áreas do cérebro durante uma determinada
atividade cerebral, concluiram que os pacientes com Afasia Progressiva
Primária exibiram grandes dificuldades na compreensão gramatical de
sentenças complexas. O comprometimento da compreensão para organizações
sintáticas mais elaboradas estaria correlacionado à atrofia no córtex frontal
54
inferior esquerdo sugerindo um declínio na memória operacional. Os pacientes
com Demência Semântica apresentaram a mesma configuração topográfica,
porém havia uma alteração no processamento lexical e nos pacientes com
Demência Frontotemporal estas dificuldades estariam interligadas ao
rebaixamento nas habilidades executivas 26.
Nos testes que exigem memória imediata como no subteste repetição e
ordens do Teste de Boston, os pacientes do grupo DA apresentaram maiores
dificuldades que os do grupo DS. Este fato se deve à falha da chamada
memória "límbica" (memória episódica relacionada às formações hipocampais
das regiões mesiais temporais) como também à memória operacional. Um dos
fatores que contribuíram para o baixo desempenho do grupo DA nestes
subtestes foi pela diminuição da acuidade auditiva neste pacientes
(presbiacusia) por serem um grupo de indivíduos mais velhos.
A repetição encontra-se bastante comprometida na demência
28
semântica e esperaríamos que os resultados ressaltassem nesses subtestes,
significância estatística na comparação com o grupo DA, porém acreditamos
que houve enviesamento amostral devido ao número restrito de pacientes com
DS.
O subteste denominação do Teste de Boston que avalia o aspecto
semântico (subteste do Boston mais sensível na detecção do diagnóstico
diferencial da DS com as demais demências) e lexical da linguagem foi o que
apontou maior rebaixamento para o Grupo DS enquanto nos demais subitens
houve comprometimento maior no grupo DA.
Enquanto a memória episódica na DS está relativamente preservada33,34,
a semântica apresenta-se profundamente alterada. As baterias
neuropsicolinguísticas apóiam-se predominantemente na capacidade de
compreensão de material auditivo-verbal e visual (capacidades comprometidas
na DS e na DA). Os baixo desempenho dos pacientes com DS e dos pacientes
com DA nestes subtestes podem ser justificados pelo prejuízo na memória
27
operacional dos pacientes com DS e rebaixamento da memória do dia-a-dia ,
ou seja, da memória episódica pelo pacientes com DA.
55
O grupo APP destaca-se como o grupo que apresentou maior declínio
nos aspectos lingüísticos avaliados comparando-se com o grupo DA. A
agilidade oral para sequências automatizadas, a denominação de animais (FV),
a compreensão da soletração oral, a escrita seriada e a escrita narrativa foram
os subitens do Teste de Boston que se destacaram nos resultados estatísticos.
Quando se procura compreender a semiologia clínica apresentada ao
nível da linguagem em pacientes com APP, desde o ponto de vista dos
mecanismos que subjazem aos déficitis clínicos apresentados, os seus déficits
incluem erros fonológicos, fala telegráfica, bem como dificuldade de
compreensão de estruturas sintáticas complexas. Segundo Radanovic28 apesar
de se verificar um processamento semântico relativamente intacto, observam-
se alterações no que diz respeito aos mecanismos de compreensão de palavras
únicas, bem como manutenção da compreensão e desempenho adequado em
tarefas semânticas não-verbais que são também avaliadas e observadas pela
escrita narrativa e na escrita seriada.
A comparação do desempenho nos testes neurolinguísticos entre o
grupo DA e APP indicou que o grupo APP apresenta um comprometimento
maior na expressão oral, escrita, na nomeação e na compreensão comparando-
se com o grupo DA.
O baixo desempenho no Token Test pelos pacientes com APP pode ser
explicado pelo estudo realizado por Fontanari29 que pesquisou a aplicação
deste teste na versão ampliada com pacientes afásicos (com ausência de
demência) propondo uma versão mais reduzida, no qual verificou que o teste
exige dois sistemas mnemônicos verbais: um deles envolvido com a
memorização dos itens (categorias semânticas) e o outro com a memorização
dos elementos (organização sintática). Os afásicos possuem dificuldades na
memorização dos itens e na memorização da ordem em que ocorrem,
sugerindo comprometimento no armazenamento das informações; a percepção
não é instantânea e sua codificação pode exigir mais tempo que a duração do
próprio estímulo.
56
A dificuldade que os pacientes com DFT apresentaram no FAS
comparando com os pacientes com DA reafirma que uma das alterações
marcantes nos pacientes com DFT é a redução do fluxo verbal 32, utilização de
estratégias de busca lexical e otimização de geração de palavras30. O teste FAS
é um teste mais sensível para a predição do diagnóstico diferencial entre DA e
DFT comparando-se com o teste de Fluência Verbal, porque o primeiro teste
requer melhor desempenho nas funções executivas que envolvem capacidade
de planejamento, fôlego atencional e iniciativa na emissão verbal. Estas
funções estão diretamente relacionadas com o papel que o lobo frontal
exerce31,32.
Pacientes com DFT apáticos apresentam-se econômicos em suas
manifestações verbais e emocionais e, ainda mentalmente lentos. Durante a
avaliação, esses pacientes, algumas vezes respondem “não sei” em
testemunho da economia de esforço que caracteriza este distúrbio ou iniciam a
fala de seqüência de palavras e mudam o enfoque rapidamente da temática
abordada33,34 .
Este dado também foi observado em um estudo realizado por Razani et
al.35 utilizando baterias neuropsicológicas padronizadas em que observaram a
performance de 16 pacientes com Alzheimer comparados com 11 pacientes
com DFT com comprometimento predominante no lobo frontal esquerdo e 11
pacientes com DFT com maior alteração no lobo frontal direito. Verificaram que
na prova de habilidades verbais executivas (fluência fonêmica e semântica), os
pacientes frontotemporais com atrofia mais predominante à esquerda obtiveram
pior desempenho com relação ao grupo DA.
No teste de Boston foi possível perceber que os itens agilidade não-
verbal, repetição de frases de baixa freqüência, denominação responsiva,
ditado de primeiro nível, denominação escrita por confrontação e sentenças
escritas sob ditado apontaram comprometimento maior no grupo DFT com
relação ao grupo DA. No subteste leitura de parágrafos e sentenças, o grupo
DFT demonstrou melhor desempenho.
57
Em um estudo comparativo longitudinal36, o qual comparou as alterações
de linguagem entre sujeitos com DA e sujeitos pertencentes ao grupo das
degenerações lobares frontotemporais, verificaram que nos pacientes com DFT
havia redução no out-put da fala e nos aspectos pragmáticos da conversação.
Observou-se maior lentificação no tempo de execução dos testes pelos
pacientes com DA.
No subteste de agilidade não-verbal em que o paciente é solicitado a
executar um movimento orofacial (“colocar a língua no céu-da-boca e estalá-la
três vezes”, por exemplo), os pacientes com DFT por apresentaram maiores
alterações frontais desistem rápido, “poupam” esforço para a execução dos
comandos e, normalmente, nem iniciam a tarefa. Alguns desses pacientes não
conseguem manter a atenção para os comandos solicitados, demonstrando
comportamentos de desinibição37 (risos descontrolados) ou inibição (apatia
acentuada). Nos demais subtestes como repetição oral de frases e na escrita, o
baixo desempenho do grupo DFT sugere estar relacionado com as
caracteríticas comportamentais apontadas que são observadas durante a
testagem.
58
CONCLUSÃO
59
Considerações Finais
60
REFERÊNCIAS
1- Nitrini R, Caramelli P, Herrera JR, Bahia VS, Caixeta LF, Radanovic M et al.
Incidence of dementia in a community-dwelling brazilian population. Alzheimer Dis
Assoc Disord 2004; 18: 241- 246.
3- Abreu, ID ; Nunes, PV; Diniz, BS; Forlenza, OV. Combining functional scales and
cognitive tests in screening for mild cognitive impairment at a university-based memory
clinic in Brazil. Rev. Bras. Psiquiatr. 2008, 30: 346-349.
4- Caixeta, L & Vieira, RT. Demência na doença de Parkinson. Rev. Bras. Psiquiatr.
2008,4:375-383.
8- Brucki SMD, Malheiros SMF, Okamoto IH, Bertolucci PHF. Dados normativos para o
uso do teste de fluência verbal categoria animais em nosso meio. Arq Neuropsiquiatr
1997; 55: 56-61.
61
11- Hutchinson AD & JL Mathias. Neuropsychological Deficits In Frontotemporal
Dementia and Alzheimer`s Disease: A Meta-Analytic Review. J. Neurol. Neurosug.
Psychiatry 2007; 78: 917-928.
18- De Renzi E, Vignolo RA. The Token Test: A sensitive test to detect receptive
disturbances in Aphasias. Brain 1962; 85: 665-78.
20-Brucki SMD, Rocha MSG. Category fluency test: effects of age, gender and
education on total scores, clustering and switching in Brazilian Portuguese-speaking
subjects. Braz J Med Res 2004;37:1771-1777.
62
22- Caixeta,L.Demências do tipo não-Alzheimer. Demências Focais Frontotemporais.
São Paulo, Artmed, 2010.
24- Radanovic, M; Mansur, LL; Scaff, M. Normative data for the brazilian population in
the Boston diagnostic aphasia examination: influence of schooling. Braz. J. Med. Biol.
Res.2004, 37,11: 1731-1738.
25- Grossman M, Smith EE, Glosser KG, Rhee J, Dennis K. Categorization of Object
Descriptions in Alzheimer’s Disease and Frontotemporal Dementia: Limitation in rule-
based processing. Cognitive, Affective, & Behavioral Neuroscience, 2003; 2 : 20-132.
28- Radanovic M, Senaha MLH, Mansur LL et al. Primary progressive aphasia - analysis
of 16 cases. Arq. Neur Psiquiatr 2001; 59 : 512-520.
32. Porto, CS; Bahia, VS; Brucki SMD; Caramelli P; Nitrini, R. Neuropsychological
differences between frontotemporal lobar degeneration and Alzheimer's disease.
Dement Neuropsychol 2008; 2: 223-227.
33. Marczinski CA & Kertesz, A. Category and letter fluency in semantic dementia,
primary progressive aphasia, and Alzheimer´s disease. Brain and Lang 2006; 97: 258-
265.
63
35- Razani J, Boone KB, Miller BL, Lee A, Sharmen D. Neuropshychological
performance of right and left-frontotemporal dementia compared to Alzheimer’s
disease. Journal of the International Neuropsychological Society 2001;7: 468-480.
36- Blair M, Marczinski CA, Faroque, ND, Kertesz A. A longitudinal study of language
decline in Alzheimer´s disease and frontotemporal dementia. Journ Internat
Neuropsycol Soc 2007; 13: 237-245.
64
ARTIGO 2
Federal de Goiás.
65
RESUMO
Este artigo teve por objetivo traçar um perfil comparativo neurolinguístico entre
as Demências Degenerativas do tipo Alzheimer e não-Alzheimer com um grupo
controle constituído por indivíduos saudáveis. Realizou-se um estudo de corte
transversal no período de março de 2008 a dezembro de 2009 em que foram
avaliados 90 participantes no Ambulatório de Demências do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Goiás. Trinta pacientes com Degenerações
Lobares Frontotemporais (DLF); 30 pacientes com DA e 30 indivíduos
saudáveis foram incluídos na amostra. Foram aplicados os seguintes testes
neurolinguísticos: Teste de Boston para Diagnóstico da Afasia (BDAE), Teste
de Nomeação de Boston (Boston Naming Test – BNT), Fluência Verbal por
Categoria Semântica e Fluência Fonêmica e Semântica (FAS), Token Test,
Subteste de Vocabulário / WAIS-R e Subteste de Semelhanças / WAIS-R. Para
comparar o desempenho nos testes de linguagem entre dois grupos foi utilizado
o teste de Mann-Whitney e entre três grupos o teste de Kruskal Wallis. Os
resultados mostraram significância estatística em todos os testes
neurolinguísticos, com p<0,05, sugerindo comprometimento nos grupos com
demência em todos os aspectos da linguagem avaliados.
Palavras-Chave: Demência de Alzheimer, Degenerações Lobares
Frontotemporais, linguagem, alterações de linguagem, testes
neuropsicológicos.
66
ABSTRACT
67
INTRODUÇÃO
68
MÉTODO
69
Para compor o grupo controle foram incluídos sujeitos que
apresentassem características sociodemográficas semelhantes aos grupos
experimentais, excluindo-se aqueles com histórico de afecções neurológicas ou
psiquiátricas ou que estivessem em tratamento de alguma outra doença
sistêmica ou de impacto na cognição.
Foram excluídos da pesquisa pacientes com doenças associadas (AVC,
AIDS), que pudessem interferir com a pureza das alterações de linguagem.
Todos os sujeitos do estudo foram incluídos na pesquisa mediante leitura
e assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) pelo
paciente ou pelo responsável por ele. A pesquisa foi registrada e aceita pelo
Comitê de Ética em Pesquisa Médica Humana e Animal (CEPMHA) da UFG
cujo número do Protocolo é 091/08 (Anexo 1).
Procedimentos
A coleta de dados incluiu: entrevista padronizada de dados sócio-
demográficos e bateria de testes neuropsicolinguísticos: Teste Boston para
Diagnóstico da Afasia (BDAE)11, Teste de Nomeação de Boston (Boston
Naming Test – BNT)12, Fluência Verbal por Categoria Semântica (FV)13 e
Fluência Fonêmica e Semântica (FAS)14, Token Test (TT)15, Subteste de
Vocabulário (V)16 e Subteste de Semelhanças/WAIS-R (S)16.
70
Instrumentos
Os testes neurolinguísticos utilizados na avaliação de linguagem foram
escolhidos por serem padronizados e frequentemente aplicados em estudos
nacionais e internacionais.
O Teste Boston para Diagnóstico da Afasia (BDAE)11 corresponde a uma
bateria de habilidades metalingüísticas que possuem algumas provas que
envolvem o uso próximo ao de contextos naturais da linguagem. É dividido em:
Compreensão Oral; Produção Oral; Compreensão da Escrita e Produção da
Escrita. Cada uma delas avalia um seguimento específico da linguagem no
nível expressivo e emissivo. O Teste de Nomeação de Boston (Boston Naming
Test – BNT)12 é destinado ao estudo quanti-qualitativo da capacidade de
nomeação. Os Testes de Fluência Verbal por Categoria Semântica (F.V.)13 e
Fluência Verbal Fonêmica e Semântica (F.A.S.)14 avaliam a fluência da fala que
é mensurada pela quantidade de palavras produzidas dentro de uma categoria
semântica animais ou com as letras F, A e S (categoria fonêmica), num tempo
15
limitado; o Token Test corresponde a um conjunto de 20 peças diferentes
dispostas em 2 formas geométricas, 2 tamanhos e 5 cores, com 61 comandos
agrupados em 5 níveis de complexidade. Avalia a capacidade de compreensão
para estruturações frasais simples e mais complexas. O Subteste de
Semelhanças/WAIS-R16 avalia a capacidade do indivíduo em estabelecer
relações de similitudes entre dois elementos e avalia a capacidade de raciocínio
abstrato. Neste subteste apresentam-se oralmente duas palavras que
representam objetos ou conceitos comuns. O examinando é solicitado a dizer o
que estes objetos ou conceitos têm em comum, em que são semelhantes. O
Subteste Vocabulário/ WAIS-R16 avalia a utilização de conceitos; pensamento
abstrato, riqueza de idéias; tipo e qualidade da linguagem; reflete o nível de
educação.
71
Análise Estatística
72
RESULTADOS
Características DA NDA GC p
Demográficas (n=30) (n=30) (n= 30)
73
Tabela 2. Comparação das médias no desempenho dos testes
neurolinguísticos entre o grupo com demência tipo Alzheimer e o grupo controle
Testes Neurolinguísticos DA (n=30) GC (n=30) p
Média ± dp Média ± dp
74
Tabela 3. Comparação das médias no desempenho dos testes
neurolinguísticos entre o grupo com demência tipo não Alzheimer e o grupo
controle.
DA= Demência do tipo-Alzheimer; NDA= Demência do tipo não-Alzheimer; GC= grupo controle;
dp=desvio padrão.
*: significativo ao nível de significância de 5%. Teste Mann-Whitney
75
Tabela 4. Comparação das médias no desempenho do Teste de Boston entre o
grupo com demência tipo Alzheimer e o grupo controle.
76
Na comparação do desempenho neurolinguístico no teste de Boston entre
os grupos DA e GC verificou-se significância estatítica (p ≤0,05) em todos os
subtestes, indicando comprometimento na compreensão oral, agilidade oral,
repetição, denominação, leitura oral, compreensão da leitura e escrita no grupo
DA.
77
Tabela 5. Comparação das médias no desempenho do Teste de Boston entre o
grupo com demência tipo não Alzheimer e o grupo controle.
78
Na comparação do desempenho neurolinguístico no teste de Boston entre
os grupos NDA e GC verificou-se significância estatítica (p≤0,05) em todos os
subtestes de Boston, evidenciando comprometimento nos seguimentos
lingüísticos avaliados que compõem a expressão e a compreensão verbal e
escrita.
79
DISCUSSÃO
80
Radanovic & Mansur10 realizaram um estudo neurolinguístico com 107
indivíduos brasileiros normais com a aplicação do Teste de Boston e constatou-
se que o grau de escolaridade interferiu de forma significativa no desempenho
desses sujeitos, principalmente em provas que avaliaram discriminação de
palavras, denominação por confrontação visual, compreensão de parágrafos e
sentenças e Ditado.
Os pacientes do grupo das demências demonstraram fluência verbal com
declínio significativo comparados ao grupo controle. Em um estudo realizado
com pacientes em estágios iniciais de DA e controles normais em que foi
aplicado o teste de Fluência Verbal (animais) com o uso específico de notas de
corte ajustado para cada categoria de escolaridade, verificou-se que o teste de
Fluência Verbal pode ser um teste sensível de triagem para DA leve.16
A Nomeação foi um dos aspectos lingüísticos que também se mostrou
reduzido nos grupos demenciais. Estudo realizado com pacientes com Défict
Cognitivo Leve (DCL), Demência de Alzheimer (DA) leve e controles normais
com aplicação do Boston Naming observou que os pacientes com DCL
necessitavam de menor número de pistas semânticas e fonêmicas que os
pacientes com DA leve. Após o uso de pistas semânticas, os indivíduos com
DCL e controles evocaram mais respostas corretas do que os pacientes com
DA leve, mas depois de utilizar pistas fonêmicas, não houve diferença entre os
três grupos, sugerindo que o baixo desempenho dos pacientes com DA não
pode ser completamente explicada pela discriminação semântica. 17
As características de um primeiro estágio na Demência de Alzheimer
correspondem a déficits na nomeação de objetos e pessoas, discurso
circunloquial, uso excessivo de pronomes demonstrativos (aquilo, isso, etc.) e
uso de estruturas sintáticas simples. Não são observados neste estágio déficits
expressivos no processamento fonológico. A produção da linguagem é
geralmente normal no nível da articulação; nota-se, porém, uma quantidade
expressiva de pausas.
Com relação à compreensão da linguagem, especificamente o
processamento sintático é levemente afetado. Enquanto a compreensão de
81
orações simples parece ser normal, o uso de sentenças mais complexas
dificulta o processamento da linguagem. Este aspecto da linguagem foi
observado na avaliação dos dois grupos demenciais durante a execução do
Token Test.
O segundo estágio da DA é caracterizado pela deterioração expressiva
tanto do processamento semântico quanto do sintático18. Nesta fase, os
pacientes apresentam uma tendência de empregar inadequadamente palavras
ou expressões semanticamente relacionadas à palavra que deveria ter sido
adequadamente utilizada (p. ex. utilizar a palavra mesa por cadeira), ou seja,
utilizam parafasias semânticas.
Com relação ao processamento sintático nos pacientes com DA, há uma
progressão na dificuldade de compreender orações simples e complexas 19. A
expressão verbal destes pacientes apresenta uma elaboração sintática
extremamente simples, muitas vezes com ausência de conjugação do verbo e
trocas fonêmicas. Nos testes de Vocabulário, de Nomeação (Boston Naming) e
em Fluência Verbal esses aspectos são evidentes.
O estágio final é caracterizado pela dissolução quase completa de
habilidades lingüísticas20.Tanto a produção quanto a compreensão da
linguagem encontram-se seriamente comprometidas. A escrita é caracterizada
por uma deterioração, geralmente com presença de erros de ortografia e
repetições de palavras o que pode ser observado nos subestes do Teste de
Boston.
O comprometimento apresentado pelos pacientes do grupo das
demências do tipo não Alzheimer na testagem da fluência verbal, fonêmica e
semântica pode ser justificado pela própria topografia cerebral. O envolvimento
dos lobos frontais está relacionado aos componentes do planejamento e busca
do léxico assim como o lobo temporal está interligado à fluência semântica21.
Um estudo realizado com pacientes pertencentes ao grupo das
degenerações lobares frontotemporais divididos por grau de severidade e grupo
controle normal no qual foi aplicado o teste de Nomeação no qual observaram
as áreas corticais envolvidas durante a execução desta prova, observou-se que
82
houve maior atrofia do córtex do lobo temporal quando a doença se tornou mais
grave (avaliada pela severidade da anomia). No grupo com menor nível de
gravidade da doença, a alteração cerebral foi predominante na parte anterior e
inferior do lobo temporal esquerdo. Nos grupos mais comprometidos houve a
participação de outras regiões superiorer e posteriores do lobo temporal
esquerdo (giros órbito-frontal e inferior), e da ínsula e cíngulo 22 .
No Token Test, observa-se que os pacientes com Afasia Progressiva
Primária e Demência Semântica apresentam um quadro de alteração de
compreensão que são, na maioria das vezes, confundidos com declínio da
função auditiva alterada. Fisiopatologicamente, a existência de agnosias
auditivas nestas demências sugere a existência de transtornos fundamentais do
processamento da informação cortical, afetando outras modalidades de
informações auditivas complexas, além de discurso 23 .
83
CONCLUSÃO
84
CONSIDERAÇÕES FINAIS
85
REFERÊNCIAS
4.Johnson, JK; Diehl,J ; Mendez,MF; Neuhaus, J ,Shapira, JS; Forman; Chute, MD;
Pace-Savitsky C; Neumann,M; Rosen HJ; Forstl H; Kurz,A ; Miller, BL. Frontotemporal
Lobar Degeneration. Arch Neurol. 2005;62:925-930.
11-Brucki SMD, Rocha MSG. Category fluency test: effects of age, gender and
education on total scores, clustering and switching in Brazilian Portuguese-speaking
subjects. Braz J Med Res 2004;37:1771-1777.
86
12-Spreen o, Strauss E. A compendium of Neuropsychological Tests. New York.
Oxford University Press, 1998.
13-De Renzi E, Vignolo RA. The Token Test: A sensitive test to detect receptive
disturbances in Aphasias. Brain 1962; 85: 665-78.
17. Balthazar ML, Cendes F, Damasceno BP.Semantic error patterns on the Boston
Naming Test in normal aging, amnestic mild cognitive impairment, and mild Alzheimer's
disease: is there semantic disruption? Neuropsychology.2008; 22(6):703-9.
87
22- J D. Rohrer, J D. Warren, M Modat, G R. Ridgway, A Douiri, M N. Rossor, S
Ourselin, and N C. Fox .Patterns of cortical thinning in the language variants of
frontotemporal lobar degeneration.Neurology. 2009 May 5; 72(18): 1562–1569.
23. OIizuka , Suzuki K, Endo K , T Fujii, Mori E. Surdez palavra pura e anartria pura em
um paciente com demência frontotemporal. Eur J Neurol . 2007;14:473 -5.
88
REFERÊNCIAS
BRUCKI SMD, ROCHA MSG. Category fluency test: effects of age, gender
and education on total scores, clustering and switching in Brazilian
Portuguese-speaking subjects. Braz J Med Res, v.37,p.1771-1777, 2004
89
CAIXETA,L. Demências do tipo não-Alzheimer. Demências Focais
Frontotemporais. São Paulo, Artmed, 2010.
90
FONTANARI, JL. O Token Test: Elegância e Concisão na Acvaliação do
Afásico. Validação da Versão Reduzida de De Renzi para o Portugês.
Neurobiol., 52, v. 2, p. 177-218, 1989.
91
HERRERA, E.JR, CARAMELLI, P., SILVEIR, A.A.S., NITRINI, R.
Epidemiologic survey of dementia in a community-dwelling Brazilian
population Alzheimer. Dis Assoc Disord, v.16, n.2, p.103-108, 2002.
92
MC KHANN G., DRACHMAN D., FOLSTEIN M., KATZMAN, R., PRICE, D.&
STADLAN, E. M. Clinical diagnosis of Alzheimer’s disease: Report of the
NINCDS-ADRDA work group. Neurology, 34, p. 939-944,1984.
93
PORTO, C.L.; BAHIA, V.S.; BRUCKI, S.M.D.; CARAMELLI, P; NITRINI, R.
Neuropsychological differences between frontotemporal lobar
degeneration and Alzheimer´s disease. Dementia & Neuropsychological,
v.3, p. 223-227, 2008.
94
SNOWDEN, J.S. Semantic dysfunction in frontotemporal lobar
degeneration Dement Geriatr Cogn Disord; v.10, p. 32- 33,1999.
95
ANEXOS
96
Anexo 2 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa.
Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir e no caso de aceitar fazer parte do
estudo, assine ao final deste documento. Você deverá assinar duas vias, uma delas é sua e a
outra é do pesquisador responsável. Em caso de dúvida sobre a pesquisa, você poderá entrar
em contato com os pesquisadores responsáveis, Dr. Leonardo Caixeta ou Dra. Cândida Dias
Soares no telefone: (62)9959-04-52. Em caso de dúvidas sobre os seus direitos como
participante nesta pesquisa, você poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa, no telefone: 3269 8338.Título do projeto: Diagnóstico Diferencial Neurolinguístico
entre as Demências Degenerativas tipo Alzheimer e tipo não-Alzheimer
Pesquisadora responsável: Cândida Dias Soares
Pesquisador orientador: Prof. Dr. Leonardo Caixeta
Eu sou a fonoaudióloga Cândida e responsável por esta pesquisa em que você está
sendo convidado (a) a participar e que está aplicando este termo. Esta pesquisa servirá para
conclusão do mestrado e escrita da dissertação. A pesquisa que vou realizar é para ter
conhecimento sobre as alterações da comunicação, por exemplo, se está conversando
corretamente, compreendendo as pessoas e o que elas falam, como está a memória. Estas
alterações acontecem quando algo de errado está acontecendo com o cérebro, quando ele está
doente. Para saber como está a comunicação e a memória, vou aplicar alguns testes onde faço
algumas perguntas, peço para escrever algumas coisas e falar outras também. Com esta
pesquisa, as alterações de comunicação e todas as outras alterações fonoaudiológicas nas
diversas formas de demências, poderão ser mais bem compreendidas e caracterizadas, o que
também ajudará futuramente no processo de terapia. É necessário gravar sua voz no gravador
(digital) e/ou ter a necessidade de filmar enquanto realizo alguns testes, todas essas gravações
serão guardadas (até o final do estudo) e usadas para este estudo em que você está sendo
convidado a participar. O acompanhamento, ocorrerá entre 3 e 5 atendimentos que serão todos
realizados no Ambulatório de Demência do Hospital das Clínicas. Nenhum desses testes
apresentam riscos ou danos físicos. Você tem o direito de pedir indenização em caso de danos
comprovadamente decorrentes de sua participação na pesquisa. Você não receberá nenhum
tipo de pagamento ou gratificação em dinheiro pela sua participação em minha pesquisa porém,
também não terá despesas financeiras pela sua participação. Todos os dados que vou coletar
terão garantia de sigilo e é garantido a você a liberdade de não aceitar em participar, bem como
retirar a autorização, sem qualquer prejuízo da continuidade do acompanhamento/tratamento.
Todos os dados coletados serão utilizados apenas para esta pesquisa e não serão
armazenados para outros estudos.
97
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO DA PESQUISA
Eu,____________________________,RG____________,CPF______________abaixo
assinado, concordo em participar do estudo acima descrito, sob a responsabilidade da Fga.
Cândida Dias Soares como voluntário. Fui devidamente informado e esclarecido pelo
pesquisador _________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela
envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi
me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à
qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.
Local e data _____________________________________
Nome e assinatura do sujeito ou responsável:
______________________________________________
Assinatura Dactiloscópica:
Observações Complementares:
98
Anexo 3 – Protocolo dos Testes Neuropsicolinguísticos Aplicados
VOCABULÁRIO (WAIS-III)
Apontar a palavra e dizer: diga-me o que significa ..........................
Pontuação:
99
TESTE DE FLUÊNCIA VERBAL
TESTE F.A.S.
FAS- Dizer nomes que iniciam com as respectivas letras com excessão nomes
próprios (cidade, estado, país, pessoa)
F=
A=
S=
100
TOKEN TEST
Avalia Memória Imediata para freqüências verbais e capacidade para usar a sintaxe.
20 peças
2 formas: círculos e quadrados
2 tamanhos: grande e pequeno
5 cores
4 paralelas: quadrados grandes, círculos grandes, círculos pequenos e quadrados pequenos
Nome:_________________________Data:_____________________________Idade:_______
Total A (7)
B. Apresentar somente peças grandes. Instruções podem ser repetidas 1 vez (2 pontos
para cada
Mostre-me o quadrado amarelo
Mostre-me o círculo azul
Mostre-me o círculo verde
Mostre-me o quadrado branco
Total B (8)
101
F. Apresentar somente peças grandes. Não repetir instruções (6 pontos cada)
Ponha o círculo vermelho sobre o quadrado verde
Ponha o quadrado branco atrás do círculo amarelo
Toque o círculo azul com o quadrado vermelho
Toque o círculo azul e o quadrado vermelho
Pegue o círculo azul ou o quadrado vermelho
Mova o quadrado verde para longe do quadrado amarelo
Ponha o círculo branco em frente do quadrado azul
Se existir um círculo preto, pegue o quadrado vermelho
Pegue todos os quadrados exceto o amarelo
Ponha o quadrado verde ao lado do círculo vermelho
Toque os quadrados vagarosamente e os círculos rapidamente
Ponha o círculo vermelho entre o quadrado amarelo e o quadrado verde
Toque todos os círculos, exceto o verde
Pegue o círculo vermelho-não-o quadrado branco
Ao invés do quadrado branco, pegue o círculo amarelo
Junto com o círculo amarelo, pegue o círculo azul
Total F (96)
102