FERRARETTO Luiz Artur. Radio Teoria e PR PDF
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A crença no ser humano impõe reconhecer características essenciais para que alguém se
qualifique como tal: admitir a própria ignorância, saber pedir “por favor”, dizer “muito obrigado”,
arrepender-se com um “peço desculpas”... Agradeço aqui, portanto, a todos aqueles que, cruzando o
caminho deste livro, iluminaram as trevas do meu desconhecimento com seu auxílio fraterno e pro-
videncial. Com beijos, começo por minha companheira de afetos, Elisa Kopplin Ferraretto, revisora
incansável e palpiteira frequente, e estendo um abraço aos meus colegas do Grupo de Pesquisa Rá-
dio e Mídia Sonora da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Inter-
com). Entre estes, destaco os de contribuição direta – Alvaro Bufarah Júnior, João Baptista de
Abreu Júnior, Luciano Klöckner, Marcelo Kischinhevsky e Wanderlei de Brito. Pelos esclarecimen-
tos a respeito de seus escritos, abordando assuntos correlatos ao rádio, agradeço também o trabalho
de pesquisadores como James Kellaris, da Universidade de Cincinnati, e Jean-Charles Jacques Zoz-
zoli, da Universidade Federal de Alagoas. Vale o mesmo para os profissionais de veículos Eva
Kaufman, Fernando Morgado, Milton Jung (filho) e Rodrigo Koch. Coerente, aproveito para pedir
desculpas aos atingidos pelo inevitável risco do meu esquecimento. Creditem isto à forma quase
assistemática de produção deste Rádio – Teoria e prática, que foi sendo planejado, pesquisado e
redigido enquanto o tempo ia passando, levando junto parte da vida da gente.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 11
CAPÍTULO 1 – O RÁDIO 13
CONCEITOS BÁSICOS 14
Radiodifusão 14
Rádio 15
O produto do rádio comercial 16
MODELO COMUNICACIONAL RADIOFÔNICO 18
RÁDIO COMO COMPANHEIRO 21
CAPÍTULO 2 – A LINGUAGEM E A MENSAGEM RADIOFÔNICAS 24
ELEMENTOS DA LINGUAGEM RADIOFÔNICA 25
A voz 25
A música 26
Os efeitos sonoros 26
O silêncio 27
A MENSAGEM RADIOFÔNICA E OS SEUS CONDICIONANTES 27
Capacidade auditiva 28
Linguagem radiofônica 28
Tecnologia disponível 28
Fugacidade 28
Tipo de público 28
Formas da escuta 28
CAPÍTULO 3 – A PROGRAMAÇÃO, O SEGMENTO, O FORMATO E O PROGRAMA 31
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE 32
O SEGMENTO 38
Tipos de segmentos 39
Jornalístico 40
Popular 40
Musical 40
Musical adulto 40
Musical jovem 40
Musical gospel 41
Musical popular 41
Comunitário 41
Cultural 41
Religioso 41
O FORMATO 41
Formatos de programa 46
Formatos falados e/ ou não musicais de programação 49
Formatos musicais de programação 50
Principais formatos nos Estados Unidos e seus correlatos no Brasil 53
All-news, all-talk, talk and news e news plus 53
Adulto contemporâneo 54
Country, jazz, pop, rock e outros formatos por gênero musical 54
Beautiful music, easy music ou golden music 55
5
Caráter interpretativo 97
Ritmo 97
Particularidades e recursos de redação 99
Desdobramento 99
Declarações 100
Verbos de elocução 101
Simplificação do nome de instituições 102
Procedência 102
Suítes 102
Textos para públicos mais específicos 103
Expressões e situações que devem ser evitadas 104
Abreviaturas 104
Aliterações 104
Aspas e parênteses 104
Cacofonias 106
Conjunções 106
Expressões que diminuem o impacto da notícia 107
Frases negativas 107
Intercalações 108
Palavras e expressões vetadas 108
Rimas 111
Erros mais frequentes 111
Colocação de vírgula entre o sujeito e o verbo 111
Falta de precisão 111
Repetição de palavras ou de estruturas 112
Simplificação inadequada de nomes próprios 112
Uso de estruturas não radiofônicas 113
CAPÍTULO 7 – OS NOTICIÁRIOS E A SUA EDIÇÃO 115
A SÍNTESE NOTICIOSA 115
O RADIOJORNAL 119
Edição por similaridade de assuntos 120
Edição por zonas geográficas 121
Divisão por editorias 121
Edição em fluxo de informação 121
TOQUE INFORMATIVO 125
CAPÍTULO 8 – A REPORTAGEM 127
A PAUTA 127
O REPÓRTER 128
Requisitos essenciais para o repórter 129
Recomendações gerais 130
A REPORTAGEM 131
A apuração da notícia 132
Observação direta 132
Coleta 133
Levantamento 133
Despistamento 133
Análise 134
A estrutura da reportagem 134
Manchete e chamada 134
8
A reportagem em si 135
Montagem 138
A GRANDE REPORTAGEM 139
Abordagens mais comuns 139
A realização da grande reportagem 141
ESPECIALIZAÇÃO 141
Cobertura policial 142
Cobertura geral 143
Cobertura econômica 143
Cobertura política 143
Cobertura judiciária 143
CAPÍTULO 9 – A ENTREVISTA 145
TIPOS DE ENTREVISTA 146
Entrevista noticiosa 147
Entrevista de opinião 147
Entrevista com personalidade 147
Entrevista de grupo ou enquete 147
Entrevista coletiva 147
PROCESSO DE ENTREVISTA 147
Fases da entrevista 149
Recomendações gerais 150
Perguntas e respostas 152
CAPÍTULO 10 – OS COMENTÁRIOS, OS EDITORIAIS E A PARTICIPAÇÃO DO OUVINTE 155
CATEGORIAS DE OPINIÃO 155
A da empresa 156
A dos formadores de opinião 156
A dos ouvintes 156
TIPOS DE TEXTO OPINATIVO 157
Editorial 157
Comentário 157
Crônica 157
Crítica 157
ESTRUTURA DO TEXTO OPINATIVO 157
CAPÍTULO 11 – A PRODUÇÃO, A SONOPLASTIA E O ROTEIRO 160
A SONOPLASTIA 160
Inserções sonoras 162
Ilustrações ou sonoras 162
Trilhas 162
Característica 162
Cortina 162
Fundo musical 162
Efeitos sonoros 162
Vinhetas 162
Passagens entre inserções sonoras 163
Corte seco com emenda 163
Fusão 163
Sobreposição 163
O ROTEIRO RADIOFÔNICO 163
O roteiro em uma coluna 164
9
INTRODUÇÃO
O rádio é, por definição, um meio dinâmico. Lá, onde a notícia acontece, está presente,
transmitindo-a em tempo real para o ouvinte. Também aparece, ali, onde se faz necessária uma can-
ção para espairecer ou enlevar. E chega, acolá, naquele cantinho humilde a carecer de uma palavra
de apoio, de conforto ou, com certeza, de indignação. Neste século 21 de tantas tecnologias e, por
vezes, de poucas humanidades, constitui-se, por natureza e cada vez mais, em um instrumento de
diálogo, atento às demandas do público e cioso por dizer o que as pessoas necessitam e desejam
ouvir em seu dia a dia. Tudo de forma muito simples, clara, direta e objetiva.
Coerente com o objeto de que trata, o presente livro quer acompanhar as características e o
ritmo do meio. Este Rádio – Teoria e prática pretende, assim, de forma dinâmica e ciente das ne-
cessidades de seu público – estudantes e profissionais –, fornecer informações atualizadas e didati-
camente expostas para subsidiar aqueles que têm, ou preparam-se para ter, o rádio como sustento.
Ou, quem sabe, como um quase sacerdócio. Porque o rádio tem dessas coisas.
Em realidade, este livro é a terceira versão de uma mesma ideia. Que começou a ser desen-
volvida, no início da década de 1990, em Técnicas de redação radiofônica, escrito em parceria com
a jornalista Elisa Kopplin, com a intenção de sistematizar os padrões de texto então mais utilizados.
E que amadureceria nas três edições (em 2000, 2001 e 2007) de Rádio – O veículo, a história e a
técnica, nas quais era apresentada uma visão mais contextualizada do meio, mesclando a aborda-
gem de conceitos, um pouco de história e muitas orientações técnicas sobre o fazer radiofônico.
Novas tecnologias, abordagens conceituais e demandas do público surgidas e/ou consolida-
das na primeira década do século 21 fizeram com que o rádio, em alguns aspectos, se modificasse,
embora suas características básicas tenham sido mantidas. O cenário de atuação profissional, no
entanto, alterou-se. Técnicas e tecnologias empregadas evoluíram.
Neste contexto, faz-se necessária uma nova obra que reflita tais mudanças. Assim, surgiu es-
te terceiro livro. Seu objetivo é, portanto, falar sobre o rádio contemporâneo, como se caracteriza e
como deve, ou pode, ser feito utilizando as tecnologias, estas que vão deixando de ser novas en-
quanto outras vão surgindo. Tudo com excelência técnica, seguindo padrões éticos e sem perder de
vista as expectativas daquele que é a razão de existir de qualquer emissora e de qualquer profissio-
nal: o ouvinte.
Não é, certamente, intenção impor um padrão instrumental único e irrefutável para o rádio.
Até porque, sendo este meio, como foi dito anteriormente, dinâmico e em diálogo permanente com
o público, é inevitável que possua uma série de particularidades de acordo com o segmento que visa
atingir, modo como se apresenta formatado, características regionais, natureza das emissoras, obje-
12
tivos dos gestores, interesses do público... O que se pretende apresentar aqui é uma síntese dos con-
ceitos, técnicas e normas mais usuais, os quais, adaptados adequadamente pelo bom profissional a
diferentes realidades, configuram as práticas adequadas.
Trata-se de algo comum, quando se estuda a história ou se reúnem experientes profissionais
de rádio, referir-se a uma determinada época – aquela em que este meio era predominante com seu
espetáculo de humorísticos, novelas e programas de auditório – como a era do rádio. O presente
livro, no entanto, sem jamais perder de vista a importância da ímpar e rica trajetória das emissoras
brasileiras, parte do pressuposto de que o rádio segue tendo importância e vigor, em uma nova era.
Adaptado aos tempos modernos e às renovadas tecnologias, ocupa um espaço valioso no cotidiano e
no imaginário de milhões de ouvintes, que têm nele um insubstituível companheiro. Em outras pa-
lavras: se tempos gloriosos houve, gloriosos tempos podem seguir existindo. E a era do rádio conti-
nua sendo a de cada minuto em que ocorre a transmissão.
É disso que, com o objetivo de ensinar novas gerações, trata Rádio – Teoria e prática. Do
bom rádio, daquele que, seja no velho aparelhinho transistorizado, na internet ou no celular, acom-
panha o ouvinte, fornece informação, proporciona entretenimento, conversa. Do rádio que se adap-
ta, se renova e segue ocupando um lugar especial. E que, sintonizado com o presente, prepara-se
para o futuro.