Teste Maias Correcao
Teste Maias Correcao
Teste Maias Correcao
GRUPO I
De acordo com o texto, responda de forma clara, objectiva e documentada às questões que se seguem.
1. O presente excerto insere-se no primeiro capítulo da obra; fazendo parte da longa analepse que
explica os antecedentes de Carlos da Maia. Incide sobre a educação que Pedro recebeu, e sobre
a descrição da sua personalidade fraca.
2. Fisicamente Pedro da Maia era pequenino, frágil, com uma face oval, trigueiro e com uns olhos
lindos e irresistíveis: “Ficara pequenino e nervoso como Maria Eduarda, tendo pouco (…) da
força dos Maias, a sua linda face oval de um trigueiro cálido, dois olhos maravilhosos e
irresistíveis, (…) faziam-no assemelhar-se a um belo árabe.”; no entanto, tinha um aspecto
pouco saudável, pois andava frequentemente “murcho, amarelo, com olheiras fundas e já
velho”.
Psicologicamente Pedro era nervoso; sentimental (emotivo / piegas); apático (passivo /
indiferente a tudo), mole, melancólico e mórbido: “Ficara pequenino e nervoso (…) dois olhos
maravilhosos e irresistíveis, prontos sempre a humedecer-se, (…) Desenvolvera-se lentamente,
sem curiosidades, indiferente a brinquedos, a animais, a flores, a livros. Nenhum desejo forte
parecera jamais vibrar naquela alma meio adormecida e passiva: (…) Era em tudo um fraco; e
esse abatimento contínuo de todo o seu ser resolvia-se a espaços em crises de melancolia
negra, que o traziam dias e dias mudo, murcho, (…) já velho. O seu único sentimento vivo,
imenso, até aí, fora a paixão pela mãe. (…) O menino continuou em Benfica, dando os seus
lentos passeios a cavalo (…)”; mas, por outro lado, era também “muito esperto, são e, como
todos os Maias, valente”.
Pedro manifestava, de facto, uma personalidade inconstante e desequilibrada, pois tão
depressa tinha crises de melancolia como se divertia nos botequins: “Pedro teve na sua dor os
arrebatamentos de uma loucura. (…) e levado o caixão, (…) caiu numa angústia soturna1,
obtusa2, sem lágrimas, de que não queria emergir, (…). Muitos meses ainda não o deixou uma
tristeza vaga. (…) Esta dor exagerada e mórbida cessou por fim; e sucedeu-lhe, quase sem
transição, um período de vida dissipada5 e turbulenta, estroinice6 banal, (…) sua natureza
desequilibrada (…).”
4. Diz-se que Pedro «Era em tudo um fraco», pois era sensível/ piegas / chorão (“dois olhos
maravilhosos e irresistíveis, prontos sempre a humedecer-se,”); não tinha vontades, nem
desejos (“Nenhum desejo forte parecera jamais vibrar naquela alma meio adormecida e
passiva”); apesar de não gostar do Padre Vasques, não ousava desobedecer-lhe (“Tomara birra
ao padre Vasques, mas não ousava desobedecer-lhe.”); andava frequentemente murcho /
apático, dando lentos passeios a cavalo e, após a morte da mãe, esteve dias e dias sem
conseguir sair da sua dor e, quando saía, para ir até ao túmulo da mãe, fazia-o de forma lenta e
triste (“ (…) caiu numa angústia soturna1, obtusa2, sem lágrimas, de que não queria emergir,
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estirado de bruços sobre a cama numa obstinação de penitente (…), sair todos os dias a
passos de monge, lúgubre4 no seu luto pesado, para ir visitar a sepultura da mamã…”).
GRUPO II
OPÇÃO A
Referir os tópicos abaixo indicados, relacionando-os com momentos da peça.
LIBERDADE
NACIONALISMO
NATUREZA NOCTURNA
MULHER ROMÂNTICA
AMOR
ELEVADA RELIGIOSIDADE
1. a crença no sebastianismo;
2. a crença no aparecimento dos mortos, em Telmo;
3. a crença em agouros, em dias aziagos, em superstições;
4. as visões de Maria, os seus sonhos, o seu idealismo patriótico;
5. o «titanismo» de Manuel de Sousa incendiando a casa só para que os Governadores do Reino a não
utilizassem;
DL – Professora Cristina Pimentel
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6. a atitude que Maria toma no final da peça ao insurgir-se contra a lei do matrimónio uno e indissolúvel,
que força os pais à separação e lhos rouba.
OPÇÃO B
Podemos dizer que Frei Luís de Sousa é uma tragédia, quanto ao assunto, pois na verdade,
1. o número de personagens é diminuto e pertencem a uma classe social elevada;
2. Madalena, casando sem ter a certeza do seu estado livre, e Manuel de Sousa, incendiando o palácio,
desafiam as prepotências divinas e humanas (a hibris);
3. uma fatalidade (a desonra de uma família, equivalente à morte moral), que o assistente vislumbra logo
na primeira cena, cai gradualmente (climax) sobre Madalena, atingindo todas as restantes personagens
(pathos);
4. contra essa fatalidade os protagonistas não podem lutar (se pudessem e assim conseguissem mudar o
rumo dos acontecimentos, a peça seria um drama); limitam-se a aguardar, impotentes e cheios de
ansiedade, o desfecho que se afigura cada vez mais pavoroso;
5. há um reconhecimento: a identificação do Romeiro (a agnorisis);
6. Telmo, dizendo verdades duras à protagonista, e Frei Jorge, tendo sempre uma palavra de conforto,
parecem o coro grego.