CIB O44 - Fanerógamas: Educação À Distância - EAD Curso de Biologia Universidade Estadual Santa Cruz
CIB O44 - Fanerógamas: Educação À Distância - EAD Curso de Biologia Universidade Estadual Santa Cruz
CIB O44 - Fanerógamas: Educação À Distância - EAD Curso de Biologia Universidade Estadual Santa Cruz
Curso de Biologia
Ilhéus- 2013
FANERÓGAMAS
(Do gr. phanerós , ‘aparente’, ‘visível’; gamos , ‘casamento’)
1) Os esporos vegetais são compostos por uma única célula, enquanto as sementescontém uma
estrutura multicelular.
2) As sementes contém um suprimento alimentar. Após a germinação, o embrião dentroda
semente é nutrido pelo alimento nela estocado, até que ele seja auto-suficiente.
3) As sementes são protegidas por uma "capa" (tegumento) bastante resistente.
As coníferas ocupam vastas áreas da Terra hoje em dia. Alcançam do Ártico aos Trópicos
e são a vegetação dominante nas regiões florestais do Canadá, nordeste europeu e Sibéria. São
bastante importantes economicamente na produção de papel, extração de resinas, ornamentação,
etc., além de atraentes durante o inverno, pois estão sempre verdes.Somente poucas espécies são
decíduas (folhas caducas).
As coníferas são a classe mais significativa das gimnospermas atuais, incluindo cerca de
50 gêneros e 550 espécies, atingindo alturas superiores a 117m e diâmetros maiores que11m.
Pinus , que é muito comum para nós, é uma conífera típica. Produz micrósporos (esporos
masculinos) e megásporos (esporos femininos) em estruturas separadas chamadas cones ou
estróbilos, que são também chamados de micro e megastróbilos (cones masculinos e femininos,
respectivamente) e que geralmente situam-se numa mesma planta (figura 1 (b) e (e)).
Em Pinus , os megastróbilos são maiores, geralmente localizados nas ramificações
superiores da árvore e abrigam as sementes após a fertilização. Os estróbilos masculinos
(microstróbilos) são menores que os femininos, sendo produzidos em ramificações menores e
compostos por estruturas semelhante a folhas sobrepostas (os microsporófilos ).
O microsporângio (urna que fica na base dos microsporófilos) abriga numerosas "células-
mãe do micrósporo" (ou microsporócitos ). Essas células sofrem meiose para formar os
micrósporos (n).
Figura 1 (ao lado) Pinus silvestris. a) ramo com estróbilos;b)estróbilo feminino; c e d) escamas
seminíferas; e) estróbilo masculino; f)semente alada. (fonte: Strasburger, 1970).
Figura 3: Ginkgo. Aspecto geral do ramo com sementes. (Adaptado a partir de Joly,91).
2. ANGIOSPEMAS
DIVISÃO MAGNOLIOPHYTA (250.000 espécies)
O segundo grande grupo de plantas produtoras de sementes, as angiospermas, são
também conhecidas como plantas frutíferas e compõem o maior grupo vegetal em número de
gêneros, espécies e indivíduos, e o mais recente a se desenvolver sobre a Terra.
As angiospermas diferem das gimnospermas pelo fato de seus óvulos e sementes estarem
encerrados dentro do megasporófilo (aqui chamado de carpelo), que mais tarde formará o fruto.
A estrutura do carpelo em certas Angiospermas primitivas sugere que o encerramento das
sementes pode ter ocorrido pelo dobramento evolucionário de um megasporófilo foliáceo
portador de óvulo.
As angiospermas superam todas as outras plantas vasculares em termos de diversidade do
organismo, do habitat e de utilidade ao homem. Há angiospermas lenhosas, herbáceas e, entre as
últimas, há considerável diversidade de estrutura vegetativa, representada pelos bulbos de lírios e
cebolas e pelos rizomas de Iris e de muitas gramíneas. A diversidade de habitat está demonstrada
pelas plantas aquáticas como Elodea ou Lemna, pelos gêneros xerofíticos como os cactos e pelas
epífitas, como muitas orquídeas e bromélias.
As angiospermas distinguem-se das gimnospermas principalmente pelas seguintes
características:
Joly (1991) adota o sistema de Melchior (1964), uma adaptação do sistema de Engler,
para a classificação das angiospermas. O sistema de Melchior admite na divisão
Angiospermae duas classes: Dicotyledoneae e Monocotyledonae.
O sistema de Cronquist (1981), mais recente, chama a divisão de Magnoliophyta e as
duas classes de Magnoliopsida (Dicotiledôneas) e Liliopsida (Monocotiledôneas). O quadro
abaixo fornece as subclasses das suas respectivas classes:
Subclasses Subclasses
Magnoliidae Alismatidae
Hamamelidae Arecidae
Classe Caryophyllidae Classe Commelinidae
Magnoliopsida Dilleniidae Zingiberidae
(Eudicotiledôneas) Rosidae Liliopsida Liliidae
Asteridae (Monocotiledôneas
Cotilédones 2 1
Nervação da Folha reticulada paralela
Câmbio presente ausente
Feixes do Caule organizados espalhados
Raiz pivotante fasciculada
Flor 2-4 ou 5 pétalas trímeras
Pólen 3 aberturas 1 abertura
A Flor
A maior parte das flores possui dois grupos de apêndices estéreis: as sépalas e as pétalas,
que se prendem ao receptáculo situado abaixo das partes férteis da flor, ou seja, estames e
carpelos. As sépalas encontram-se abaixo das pétalas e os estames abaixo dos carpelos.
O conjunto de sépalas forma o cálice e o de pétalas forma a corola. Juntos, cálice e
corola constituem o perianto. As pétalas e as sépalas são basicamente foliáceas em sua estrutura
e com freqüência as sépalas são verdes e as pétalas vivamente coloridas, embora muitas flores
possuam cores semelhantes em ambas as partes.
Os estames (fig. 7), que em conjunto formam o androceu, são microsporófilos. Na
grande maioria das angiospermas atuais, o estame consiste de uma fina haste (filete) com uma
antera bilobada na extremidade que contém quatro microsporângios, chamados de sacos
polínicos.
Figura 7: Representação esquemática de uma flor.
A porção do ovário onde os óvulos estão inseridos denomina-se placenta, cuja disposição
varia nas diferentes flores. A placentação pode ser: parietal, quando os óvulos situam-se na
parede do ovário ou extensões dela; axial, se os óvulos encontram-se em uma coluna central de
tecido interior de um ovário subdividido em tantos lóculos quantos forem os carpelos existentes.
Em outras flores ainda, a placentação é central livre e os óvulos ficam situados numa coluna
central de tecido onde não há divisões que ligam a placenta parede do ovário (figura 9).
Finalmente, pode ser basal, se houver um único óvulo na própria base de um ovário unilocular.
Se uma flor possui tanto estames quanto carpelos, elas são consideradas perfeitas ou
hermafroditas. Caso inexistam estames ou carpelos a flor é dita imperfeita ou unissexuada,
podendo ser masculina ou feminina. Se tanto flores masculinas como femininas ocorrem no
mesmo indivíduo, ele é denominado monóico, ao passo que, se existirem em indivíduos distintos
a planta é dióica.
Uma flor que apresenta todas as partes florais é chamada completa, mas se faltar uma das
partes ela é dita incompleta. Assim, uma flor imperfeita é sempre incompleta.
Figura 9: Três tipos de placentação. A) parietal; B) axial (ovário plurilocular); C) central
livre. (Segundo Raven, 78).
Esporogênese
A produção de flores com seus esporófilos marca a maturação do esporófilo das
fanerógamas.
A microesporogênese, isto é, o processo de formação do micrósporo não difere, em
nenhum aspecto importante, nas angiospermas e gimnospermas. Os micrósporos são produzidos
em grupos de quatro a partir de microsporócitos que sofrem meiose no interior dos
microsporângios do estame. Os microsporângios, no seu conjunto, constituem a antera. Os
micrósporos e grãos de pólen têm paredes diversamente esculturadas e ornamentadas, bastante
características para cada espécie.
A megaesporogênese também é semelhante a das Gimnospermas. Já foi dito que o
megaesporângios das espermatófitas estão permanentemente envolvidos por integumentos,
constituindo óvulos.
Nas angiospermas, os óvulos sempre ocorrem dentro da base mais ou menos dilatada do
megaesporófilo (carpelo), que é chamado ovário. O número de óvulos dentro do ovário, bem
como o local de inserção (placentação) variam muito. O restante do megaesporófilo é
representado pelo estilete e pelo estigma. Este último é uma superfície receptiva especializada,
onde os grãos de pólen se aderem na polinização. Como nas gimnospermas, cada óvulo produz,
geralmente, somente um megaesporócito, que sofre meiose para formar uma tétrade linear de
megásporos, enquanto a flor ainda é botão. Somente um megásporo funcional sobrevive.
Nas gimnospermas, o óvulo alcançava seu tamanho máximo na fecundação, mas nas
angiospermas, o aumento continua após a fecundação. Estames e pétalas são eliminados e o
ovário originará o fruto (via de regra) e os óvulos, as sementes.
O núcleo triplóide forma o endosperma celular, que é um tecido rico em metabólitos de
reserva que foram transportados da planta esporofítica-mãe e serve como fonte de nutrição para o
embrião.
Nas gimnospermas, vimos que o embrião é alimentado por um tecido haplóide do
gametófito feminino, formado antes da fecundação. O zigoto sofre uma série de divisões
nucleares e celulares para formar o esporófito embrionário da próxima geração e que recebe o
nome de embrião da semente (fig. 11).
Em certas espécies, o embrião sofre um período de dormência após o desenvolvimento de
algumas células da semente.
Quando o desenvolvimento do embrião se aproxima do fim, os tecidos do óvulo se
tornam desidratados, os tegumentos impermeáveis e de colaboração escura, os óvulos
transformam-se então em sementes. A semente consiste de um esporófito embrionário (embrião)
em situação dormente e imerso no endosperma e tecidos remanescentes do megasporângio,
sendo tudo envolvido pelos integumentos, que agora passam a ser chamados tegumentos da
semente.
O fruto é o ovário amadurecido (e, em certos casos, estruturas associadas) de uma ou
mais flores. Os frutos são classificados segundo a origem em simples, agregados e múltiplos.
Simples: origina-se de um único ovário de uma flor.
Agregado: surge de um certo número de ovários separados, presos a um único receptáculo de
uma flor.
Múltiplo: desenvolve-se de diversos ovários das flores de uma inflorescência, como é o caso da
espiga de milho ou do abacaxi.
Figura 11. A1) Saco embrionário em processo de fecundação. A 2-5) fases sucessivas de formação
do embrião. B Corte esquemático num óvulo fecundado. C) corte transversal de um fruto (cariopse)
de gramínea. D) Corte transversal esquemático de um fruto carnoso (pêssego).
Os frutos simples podem ser secos ou carnosos. Exemplo de frutos carnosos são as bagas
como tomate e uva e as drupas como a cereja, pêssego e ameixa.
Maçã, pera e marmelo são frutos simples que se originam de ovários compostos; durante
o desenvolvimento, o receptáculo e outras partes acessórias aumentam de tamanho e se tornam
carnosas.
A embriogenia e desenvolvimento o fruto, processos também envolvidos na reprodução
das angiospermas, já foi discutido anteriormente (veja capítulo sobre frutos).
Os Agentes Polinizadores
Os vegetais terrestres, ao contrário da maior parte dos animais, não podem se locomover
de um lugar para o outro a fim de encontrar alimento ou abrigo e muito menos, sair em busca de
seus parceiros para a reprodução. De modo geral, eles precisam satisfazer as necessidades
passivamente. As plantas floríferas, ou melhor, as angiospermas desenvolveram uma série de
características que lhes possibilitaram “movimentar-se” a procura do parceiro, características
estas que estão incorporadas à flor. À medida que atraem insetos e outros animais, dirigem suas
atividades de modo que isto resulte numa alta freqüência de fecundação cruzada entre os vegetais
conseguindo, de certo modo, transcender sua condição de imobilidade.
As primeiras fanerógamas, entre elas vários grupos de gimnospermas, polinizavam-se
passivamente pela ação do vento. Os óvulos que eram conduzidos sobre as folhas ou dentro dos
cones, transpiravam gotas de seiva viscosa pela micrópila, como ocorre até hoje nas coníferas.
Estas gotas levaram os grãos de pólen até as micrópilas. Insetos, provavelmente besouros, que se
alimentavam dessa seiva e da resina dos caules e folhas devem ter se deparado com os grãos de
pólen ricos em proteína e com as gotículas viscosas dos óvulos. O fato de tais insetos passarem a
retornar regularmente a estas fontes de alimento, fizeram deles os primeiros agentes
polinizadores.
Quanto mais atrativas fossem as plantas para o inseto, mais freqüentemente eles as
visitariam e mais sementes seriam produzidas. Assim, qualquer mutação que ocasionalmente
tornasse as visitas mais eficientes ou freqüentes, ofereciam uma vantagem seletiva imediata.
Muitos progressos evolutivos são considerados como uma conseqüência direta, da
polinização por meio de insetos. Além de fontes comestíveis da flor e do pólen, as plantas
também evoluíram de modo a desenvolver glândulas especializadas em suas flores, conhecidas
como nectários. Tais glândulas secretam o néctar, atrativo para insetos.
O fato de se atrair insetos para flores provocou benefícios e problemas. Problemas porque
houve a necessidade de proteger o óvulo dos insetos predadores. A evolução por seleção natural
do carpelo fechado provavelmente foi uma conseqüência disto. Mudanças posteriores da flor
(como ovário ínfero, por ex.) podem também servir para proteger os óvulos.
Um outro desenvolvimento foi a flor bissexuada. A presença de carpelos e estames na
mesma flor serve para tornar mais eficiente cada visita de um polinizador. Isto, por sua vez,
conduziu ao desenvolvimento precoce da auto incompatibilidade genética, ou seja, a inabilidade
de um organismo autofecundar-se. A auto incompatibilidade genética naturalmente provoca a
fecundação cruzada.
No início da era cenozóica, abelhas, vespas, borboletas e mariposas deram entrada ao
cenário evolutivo. O aumento da diversificação destes insetos de trombas compridas, para os
quais as flores são freqüentemente a única fonte de alimento, foi uma consequência direta da
evolução das angiospermas.
Os insetos tiveram, por sua vez, grande influência no curso evolutivo das angiospermas e
contribuíram duplamente para a sua diversificação. Uma parte dos insetos visita um grupo muito
restrito de plantas para sua alimentação, porém uma dada espécie vegetal quase nunca depende
completamente de um só agente polinizador. A maior parte das flores é visitada por mais de um
tipo de inseto. Inversamente, um inseto quase nunca depende de um só tipo de flor, até aqueles
que parecem mais limitados a uma espécie, na verdade, freqüentam diversas espécies a medida
que florescem.
Se a espécie vegetal é visitada por um grupo relativamente pequeno de insetos, tende a se
especializar de acordo com as características destes polinizadores. Muitas das modificações que
a flor primitiva sofreu foram essenciais para estimular a constante visita dos insetos.
Estas modificações foram:
cores, odores e formas altamente distintas de outras flores, sinalizando a orientação de seus
polinizadores;
alterações estruturais para excluir determinados polinizadores. Por exemplo: mudança no tubo
da corola, adaptada só para insetos de tromba longa, fusão de partes da flor, como carpelos, que
permitiu com uma única porção de pólen a fertilização de um grande número de óvulos que
fossem simultaneamente produzidos.
Por exemplo:
Besouros - Flores brancas ou de cores sombrias
Abelhas - Visitam flores azuis ou amarelas (pois enxergam no U.V.)
- Orquídeas: têm trilhas que forçam-nas a seguirem determinados caminhos para dentro e para
fora da flor.
Um exemplo curioso de coevolução é a polinização da orquídea do gênero Ophrys (figura
12), cuja flor é semelhante a fêmea do inseto polinizador. O macho pratica uma pseudo-cópula
com a flor, enganado pela aparência semelhante dessa e após muitas “visitas” a várias flores,
acaba disseminando o pólen entre elas e promovendo, assim a polinização cruzada.
Estímulos visuais e olfativos atraem estes insetos. Algumas borboletas são capazes de ver
o vermelho, o azul e o amarelo. Já a maioria das mariposas voa à noite e o tipo característico de
flor que elas polinizam é branca (pois destaca-se no escuro) e possui uma forte fragrância
adocicada. Ex.: tabaco e dama-da-noite. Outras flores que não são brancas, mas que sobressaem
no fundo escuro da noite são polinizadas por mariposas, como por ex.: Amaryllis belladonna,
que é rosa.
As flores são de corola tubulosa onde na base há o nectário, de modo que o acesso só é
possível para as trombas longas das mariposas e borboletas.
Besouros :
As plantas consideradas como Angiospermas Basais são aquelas que possuem caracteres tanto de
Monocotiledôneas como de Eudicotiledôneas. Como exemplos, estudaremos aqui duas famílias: a família
Annonaceae e a família Lauraceae.
Esta família está representada por plantas lenhosas, geralmente árvores ou arbustos, com folhas
simples, alternas. Flores geralmente isoladas, crassas, trímeras, diclamídeas,
heteroclamídeas,actinomorfas, andróginas. Cálice dialissépalo. Corola dialipétala, pétalas crassas.
Androceu com numerosos estames, livres, isodínamos, dispostos em espiral, anteras com deiscência
longitudinal. Gineceu pluricarpelar, dialicarpelar, ovário supero, unilocular com um óvulo por lóculo.
Fruto múltiplo. Ex. Annona L. (pinha, graviola).
Distribuição: as plantas que representam esta família se distribuem principalmente nas regiões tropicais.
No Brasil, a maioria de seus representantes ocorrem no Bioma Mata Atlântica.
Esta família está geralmente representada por plantas lenhosas, árvores ou arbustos, raramente
escandentes com folhas simples, alternas, raro áfilas. Flores trímeras, diclamídeas, homoclamídeas,
actinomorfas, andróginas. Cálice dialissépalo. Corola dialipétala. Androceu com um ou mais de um
verticilo de estames heterodínamos, anteras com deiscência valvar, presença de estaminódios. Gineceu
unicarpelar, ovário súpero, unilocular, um óvulo com placentação apical. Frutos baga. Ex. gênero Persea
Mill. (abacate).
A família possui um gênero chamado Cassytha L., o qual é representado por plantas parasitas.
Distribuição: regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, tem maior ocorrência na Mata Atlântica, estando
representada principalmente pelo gênero Ocotea Aubl. (louro).
3.2. MONOCOTILEDÔNEAS
As monocotiledôneas representam 22% do total das Angiospermas com aproximadamente 52.000
espécies. Elas constituem um grupo natural, ou seja, monofilético. E um grupo de plantas é considerado
monofilético, quando todos os seus representantes compartilham um mesmo caráter, indicando, que
possivelmente tiveram um ancestral comum. Os caracteres considerados mais recentes, como sendo
novidades evolutivas são chamados apomorfias. Quando são compartilhados por todas as espécies, são
chamados sinapomorfias. Entre as Monocotiledôneas muitos caracteres são compartilhados, como
demonstra o esquema. Estudaremos nesta disciplina as famílias Araceae, Arecaceae, Bromeliaceae,
Poaceae, Cyperaceae, Orchidaceae, Zingiberaceae.
SINAPOMORFIAS QUE SUSTENTAM AS MONOCOTILEDÔNEAS COMO GRUPO MONOFILÉTICO.
1. Presença de um só cotilédone.
2. Ausência de câmbio e de crescimento lateral homólogo ao das eudicotiledôneas.
3. Nós com numerosos traços foliares.
4. Sistema de raízes fasciculadas, adventícias, sem crescimento secundário.
5. Folhas invaginantes.
6. Nervação paralelinérvea.
7. Flores trímeras.
8. Grãos de pólen monossulcados.
A partir de uma espécie desta família, Cyperus papyrus L., foi fabricado o papiro. O gênero
Cyperus L. também é conhecido porque muitas de suas espécies são invasores de culturas, a exemplo da
tiririca.
3.3. EUDICOTILEDÔNEAS
As Eudicotiledôneas estão divididas em dois grandes grupos: Eurosidae e Euasteridae. As
Angiospermas Eurosideae são reconhecidas pelos caracteres abaixo relacionados:
• Presença de glândulas nectaríferas livres ou unidas formando um disco nectarífero, forrando o
receptáculo flor.
• Flores diclamídeas, dialipétalas ou quando gamopétalas, os estames são opostos às pétalas.
Como representantes de Eurosidae, estudaremos as famílias Fabaceae, Euphorbiaceae, Myrtaceae,
Rhamnaceae e Anacardiaceae.
Subfamília Mimosoideae
Os representantes desta subfamília são árvores e arbustos com folhas bipinadas, flores
gamopétalas, actinomorfas, com 5-10 ou mais estames, geralmente maiores que as pétalas.
Subfamília Caesalpinioideae
Os representantes desta subfamília são árvores, arbustos ou ervas com folhas imparipinadas ou
mais raramente bipinadas, flores dialipétalas, zigomorfas com 10 ou menos estames, livres ou
monoadelfos.
Subfamília Cercideae
Embora ainda não bem aceita, provém da Subfamília Caesalpinioideae e corresponde ao gênero
Bauhinia L., cujas folhas são bifolioladas.
São plantas lenhosas, arbustivas ou arbóreas, com córtex geralmente esfoliado, possuem canais
resiníferos aparentes, sob a forma de pontos translúcidos, nas folhas, flores, frutos e sementes. As folhas
são simples, opostas com margem inteira, nervação peninérvea com nervura marginal e glândulas
dispersas na lâmina. As flores são diclamídeas, gamossépalas, dialipétalas, actinomorfas. O androceu é
polistêmone, dialistêmone com anteras rimosas e o gineceu é bicarpelar a pluricarpelar, gamocarpelar
com ovário ínfero, bilocular a plurilocular, 1 a muitos óvulos por lóculo, placentação axilar; 1 estilete e 1
estigma. Fruto baga, drupa ou cápsula loculicida.
Distribuição: habita nas regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, ocorre principalmente na Mata
Atlântica, Restinga e Cerrado. A família, incluída na ordem Myrtales, é muito importante
economicamente. Muitos gêneros têm frutos introduzidos na alimentação humana, por serem ricos em
vitamina C, como Eugenia L. (pitanga), Psidium L. (goiaba, araçá), Myrciaria Berg. (jaboticaba),
Syzygium Gaertn. (jambo, oliveira, cravo-daíndia). O gênero Eucalyptus L'Hér. é cultivado para a
produção de celulose e papel.
4. GLOSSÁRIO
Anemofilia – polinização feita pelo vento.
Bráctea – folha modificada, que protege uma flor, uma inflorescência ou protege o ovário de flores aclamídeas.
Crasso – sinônimo de espesso, referindo-se a tecido ou estruturas que são formados por muitas camadas de células.
Conchiforme – pétala em forma de uma concha.
Cosmopolita – termo usado para expressar um distribuição geográfica muito ampla, ocorrendo no mundo inteiro.
Cuculada – pétala com a parte laminar côncava na face interna e convexa na face externa.
Diclinas – flores que possuem apenas androceu ou gineceu.
Dióica – termos usado para designar a planta que produz um tipo de esporo, grão de pólen ou óvulo.
Escandentes – plantas de caule flexível, que necessita de um apóio para crescer, por isto também são conhecidas
como trepadeiras.
Espermatófitas – plantas que produzem sementes.
Epífitas – são plantas que crescem e vivem sobre outras plantas comumente em árvores ou outros suportes.
Esporófilo – folha modificada com função reprodutiva, que sustenta esporângios.
Estróbilo – ramo fértil das gimnospermas.
Flabelada – folha em forma de leque.
Gametófito – planta produtora de gameta.
Latescente – designação dada a planta que produz látex.
Lóculo – cavidade do ovário
Megásporo – esporo grande, referindo-se ao óvulo.
Micrósporo – esporo pequeno, referindo-se ao grão de pólen.
Microsporófilo – folha modificada com função reprodutiva, que produz microsporângio e este por sua vez produz
micrósporos (grãos de pólen).
Megasporófilo – folha modificada com função reprodutiva, que produz megasporângio e este por sua vez produz
megásporos (óvulos).
Microstróbilo – ramo modificado com função reprodutiva, que sustenta os microsporófilos.
Megastróbilo – ramo modificado com função reprodutiva, que sustenta os megasporófilos.
Monofilético – grupo de plantas originadas de um mesmo ancestral.
Monóica – planta que produz dois tipos de esporos, grão de pólen e óvulo.
Parafilético – designação dada a um grupo de plantas, contendo representantes que descendem de diferentes
ancestrais.
Pelos – expansões epidérmicas encontradas nas raízes, mais precisamente na zona pilífera da raiz. Quando
aparecem em outras estruturas como caule, folha, flor, fruto ou semente são chamados tricomas.
Polinização – transporte de grãos de pólen de uma planta para outra da mesma espécie.
Semente – órgão vegetal, contendo o embrião da planta que a produziu.
Sistemática – estudo da diversidade, descrição dos organismos, incluindo a sua filogenia;
Súber – substância produzida pelos vegetais para cicatrização de ferimentos, que possam ser ocasionados na
planta.
Tricomas – expansões epidérmicas que recobrem a superfície de ramos, folhas, flores, frutos ou sementes.
Quando as estruturas vegetais são cobertas por tricomas, as chamamos de pilosas.
Tudo polínico – tubo formado a partir da germinação do grão de pólen, contendo os gametas masculinos e,
portanto, corresponde ao gametófito masculino.
Unguiculada – pétala com base alongada e estreita.