Campanha Dois Corações RCC

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SUMÁRIO

Introdução........................................................................................................03

Orientações.............................................. .......................................................04

1- SEXUALIDADE: PRESENTE DE DEUS.......................................................05

2 - QUEM AMA NÃO USA, QUEM USA NÃO AMA...........................................10

3- NAMORO: UM EXERCÍCIO PARA AMAR...................................................17

4-CASTIDADE GUARDIÃ DO AMOR VERDADEIRO......................................29

5 - Opções de pregadores...............................................................................40

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INTRODUÇÃO
Em 2001, a Campanha Dois Corações surgiu da necessidade de restaurar
o jovem como um todo, principalmente a respeito de sua afetividade e
sexualidade, percebida pela coordenação do Grupo de Oração AJUDES (grupo
misto) de Maringá-PR. Uma vez que a juventude era formada por conceitos
seculares, muitas vezes contrários a vontade de Deus e ao que recomenda a
Santa Igreja. Jovens destituídos da integridade de imagem e semelhança de
Deus, precisavam ser nova criatura. A partir de 2003 a Campanha ganhou
proporção estadual, e foi realizado o primeiro Encontro Dois Corações na
Arquidiocese de Maringá. Nesse ano de 2016, em sua décima terceira edição, a
Campanha tem como tema: MINHA VOCAÇÃO É O AMOR (Santa
Terezinha)!!!
Em um mundo que banaliza a sexualidade, onde muitos jovens até em
nossos grupos perderam a esperança e não acreditam que podem viver sua
sexualidade em Deus, onde se levantam leis que atentam contra o plano de Deus
para a humanidade e mentiras que chegam até nós de várias maneiras.
Queremos declarar nessa campanha uma VERDADE: podemos SIM viver a
sexualidade e a afetividade de maneira saudável, plena e santa. Deus nos fez
seres corporais para que através de nossos corpos amemos como Ele nos ama,
e assim nos aproximarmos d’Ele.
Nós que acreditamos nessa verdade não podemos nos omitir ou fingir que
nada está acontecendo, pois temos um chamado muito claro “Vós sois a luz do
mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha nem
se acender uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la
sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. Assim,
brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5, 14-16).
A campanha esse ano é baseada no livro: Sentinelas da manhã 3 –
Afetividade e Sexualidade, de Fernando Gomes (Coord. Nacional do Ministério
Jovem).

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ORIENTAÇÕES
1º- A acolhida: Preparem para estes dias de campanha um ambiente agradável
e acolhedor que levem os irmãos a viverem o tema do dia, com cartazes ou até
mesmo singelas lembrancinhas. Por exemplo, colocar a imagem da Sagrada
Família numa mesa central, fazer corações de papel; colocar flores...
2º- A Pregação: A pregação deve ser preparada para durar de 20 a 30 minutos
para que logo em seguida tenham um momento de profunda oração.
Pregadores fiquem atentos para não fugirem do tema do dia. Preparem-
se com antecedência, estudem o tema, busquem um aprofundamento, com os
documentos da Igreja, catecismo, livros e materiais que sirvam de auxílio sobre
o que será abordado. Lembre-se, a apostila é um subsídio para dirigir o estudo,
sendo necessário adicionar à pregação: testemunhos de vida e outras fontes de
estudo. Lembre-se é um grupo de oração e este não é momento para
FORMAÇÃO e sim para PREGAÇÃO.
Sejam ousados no Espírito Santo, rezem, jejuem, sejam profetas. O
pregador despreparado, sem formação, sem oração obviamente também estará
sem a unção.
3º- A Condução: Durante a oração não fujam do tema, cada dia está direcionado
a um tema específico. Estejam preparados. Em todos s grupos da campanha
deve haver oração de Batismo no Espírito Santo, esta é a nossa identidade.
4º- Ao final do Grupo de Oração: Motivem os irmãos a virem ao próximo
encontro do grupo, ressalte qual será o próximo tema, diga que a cada encontro
Deus estará nos construindo para uma nova afetividade e sexualidade, para que
sejamos jovens verdadeiramente livres e curados.

Obs: sugerimos que os grupos de oração usem teatros, dinâmicas, danças etc.

1. Sexualidade: Presente de Deus.

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Anselmo José Frugério
Renata Frugério

“O ser humano, com efeito, é chamado ao amor como espírito encarnado,


isto é, alma e corpo na unidade da pessoa. O amor humano abarca também o
corpo e o corpo exprime também o amor espiritual. A sexualidade, portanto, não
é qualquer coisa de puramente biológico, mas refere-se antes ao núcleo íntimo
da pessoa. O uso da sexualidade como doação física tem a sua verdade e atinge
o seu pleno significado quando é expressão da doação pessoal do homem e da
mulher até à morte. Este amor está exposto, assim como toda a vida da pessoa,
à fragilidade devida ao pecado original e ressente-se, em muitos contextos
socioculturais, de condicionamentos negativos e, às vezes, desviantes e
traumáticos.”
O Cardeal Alfonso López Trujillo, ex-presidente do Conselho Pontifício
para a Família, escreveu estas palavras em 1995 num documento cujos textos
vamos aprofundar aqui. O que pretendemos é deixar claro a gratuidade e o
imenso amor com que Deus nos presenteou com nossa sexualidade, muitas
vezes borrada pelas manchas do pecado, mas ainda presente de Deus, ainda
vontade e benevolência Dele para conosco. Queremos também fomentar um
outro pensamente/definição sobre nossa sexualidade: limpa, santa e sem a
culpabilidade do pecado, já que com o batismo, fomos libertos de uma vez por
todas das correntes que nos prendiam e assim, em Cristo Jesus, podemos
experimentar a liberdade de filhos e filhas de Deus.
Quando Deus nos criou, “corpo, alma e espírito” (1Ts 5, 23) nossa
sexualidade não foi tratada pelo criador como um peso ou algo a ser escondido.
A sexualidade faz parte de nós assim como nossa alma e nosso espírito. É a
nossa parte carnal que trabalha aqui, mas não sozinha ou como parte de uma
transformação monstruosa assim como acontece no romance de Robert Louis
Stevenson, “O médico e o Monstro” publicado em 1886: Quando o doutor Henry
Jekyll, toma uma fórmula, criada por ele, para provar que o bem e o mal existem
em todas as pessoas e se transforma no senhor Hyde um monstro terrível e
deformado que é a personificação da maldade. Muitas vezes como cristãos
somos como o pacato doutor Jekyll, somos gentis, acolhemos a palavra de Deus
e as pessoas a nossa volta. Mas quando falamos de nossa sexualidade ou
quando a colocamos em prática, nos transformamos no horrendo monstro, Hyde.
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Somos essencialmente corpo, alma e espírito e se separamos uma destas
dimensões da outra estamos fadados a morte e é isso que a sexualidade é para
algumas pessoas: a morte.
Quando nossa sexualidade nos encaminha para algum tipo de morte,
física, espiritual ou moral, vamos assim dizer é porque separamos nossas
essências e para algumas pessoas é praticamente impossível unir o visível
(corpo) e o invisível (alma e espírito) novamente. Isso é muito mais comum do
que imaginamos. Faça a pergunta ao grupo de oração. Pergunte quem sente
sua sexualidade à margem da sua caminhada para a santidade? Claro que não
se peça para erguer as mãos para não constrangem ninguém, mas peça para
olhar dentro de si. Ter coragem de expor essa condição de separação que o
pecado nos imprime. Enquanto separarmos a nossa sexualidade, enquanto não
falarmos sobre ela ou tirarmos nossas dúvidas à luz dos ensinamentos de Cristo
seremos monstros mutilados, como no romance citado a cima.
“A sexualidade é uma componente fundamental da personalidade, um
modo de ser, de se manifestar, de comunicar com os outros, de sentir, de
expressar e de viver o amor humano. O ser humano é chamado ao amor e ao
dom de si na sua unidade corpórea-espiritual. Feminilidade e masculinidade são
dons complementares, pelo que a sexualidade humana é parte integrante da
capacidade concreta de amor que Deus inscreveu no homem e na mulher.”
Quando Deus nos quis sua imagem e semelhança, ele nos dá a
sexualidade como presente. Presente do Criador para a sua criatura, que pode
assim como o seu Criador, através do amor entre os esposos, também dar a vida
a uma nova criatura. Este dom “emprestado” a nós é expressão máxima do amor
de Deus e a santificação na nossa sexualidade, a santificação do ato sexual que
só vai funcionar santamente, como Deus quer, se estiver ligado a nossa alma e
nosso espírito, pois a vida que geramos, assim como nós, também é corpo, alma
e espírito, um templo vivo de Deus.
Quando o amor é vivido no matrimonio, ele compreende e ultrapassa a
amizade e realiza-se entre um homem e uma mulher que se dão na totalidade,
respectivamente segundo a própria masculinidade e feminilidade, fundando com
o pacto conjugal aquela comunhão de pessoas na qual Deus quis que fosse
concebida, nascesse e se desenvolvesse a vida humana. A este amor conjugal,
e somente a este, pertence a doação sexual, que se realiza de maneira
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verdadeiramente humana, somente se é parte integral do amor com o qual
homem e mulher se empenham totalmente um para com o outro até à morte.
O Catecismo da Igreja Católica recorda: No matrimonio a intimidade corporal dos
esposos torna-se sinal e penhor de comunhão espiritual. Entre os batizados, os
laços do matrimonio são santificados pelo sacramento.
Santificar nossa sexualidade, esta é a resposta às afrontas que o mundo
hoje nos faz. Ficarmos firmes em nossos propósitos de santidade afasta-nos o
“inimigo” e aproxima-nos de Deus. Esta santificação de nossa sexualidade passa
indiscutivelmente pela castidade.
“A castidade é a afirmação cheia de alegria de quem sabe viver o dom de
si, livre de toda a escravidão egoísta. Isto supõe que a pessoa tenha aprendido
a reparar nos outros, a relacionar-se com eles respeitando a sua dignidade na
diversidade. A pessoa casta não é centrada em si mesma, nem tem um
relacionamento egoísta com as outras pessoas. A castidade torna harmônica a
personalidade, fá-la amadurecer e enche-a de paz interior. Esta pureza de mente
e de corpo ajuda a desenvolver o verdadeiro respeito de si mesmo e ao mesmo
tempo torna capaz de respeitar os outros, porque faz ver neles pessoas dignas
de veneração enquanto criadas à imagem de Deus e, pela graça, filhos de Deus,
novas criaturas em Cristo que vos chamou das trevas à sua luz admirável
(1Ped 2, 9).”
Segundo o catecismo: “A castidade significa a integração correta da
sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade interior do homem em seu ser
corporal e espiritual. A sexualidade, na qual se exprime a pertença do homem
ao mundo corporal e biológico, torna-se pessoal e verdadeiramente humana
quando é integrada na relação de pessoa a pessoa, na doação mútua integral e
temporalmente ilimitada do homem e da mulher. A virtude da castidade
comporta, portanto, a integridade da pessoa e a integralidade da doação.” (CIC
2337) Então podemos entender a partir deste princípio que a castidade é para
vida toda. Não só aos padre, não só as freiras, não só aos solteiros, mas e
principalmente aos casados também. Vocês querem dizer que mesmo depois de
casado eu terei que praticar a castidade? Sim.
A Gaudium et spes Constituição Pastoral, do Concílio Vaticano II diz o
seguinte sobre a castidade: “Noivos e cônjuges são muitas vezes convidados
pelas palavras divinas a alimentar e fomentar um amor casto durante o noivado
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e fiel, durante o casamento.” (GS, 49, 2011) Os namorados e noivos são
chamados a viver seu relacionamento num amor casto de abstenção e os
casados, por sua vez, num amor também casto, mas fiel e indiviso. E aqui
complementamos dizendo que sem a graça santificante de Deus a castidade
matrimonial é impossível.
E mais uma vez, a resposta é o bem e velho amor: “A pessoa é, portanto,
capaz de um tipo de amor superior: não o amor da concupiscência, que vê só
objetos com que satisfazer os próprios apetites, mas o amor de amizade e
oblatividade, capaz de reconhecer e amar as pessoas por si mesmas. É um amor
capaz de generosidade, à semelhança do amor de Deus; quere-se bem ao outro
porque se reconhece que é digno de ser amado. É um amor que gera a
comunhão entre as pessoas, visto que cada um considera o bem do outro como
próprio. É um dom de si feito àquele que se ama, no qual se descobre, se atua
a própria bondade na comunhão de pessoas e se aprende o valor de ser amado
e de amar. O amor revelado por Cristo, aquele amor, ao qual o apóstolo Paulo
dedicou um hino na Primeira Carta aos Coríntios... é, sem dúvida, um
amor exigente. Mas nisto mesmo está a sua beleza: no fato de ser exigente,
porque deste modo constrói o verdadeiro bem do homem e irradia-o também
sobre os outros. Por isso é um amor que respeita a pessoa e a edifica porque o
amor é verdadeiro quando cria o bem das pessoas e das comunidades, cria-o
e dá-o aos outros.”
A nossa vocação é o amor. Amor a Deus, a nós mesmos e principalmente
ao próximo. Os sacrifícios que fazemos em função deste amor criam em nós
marcas, como as estrias que se formam no corpo de uma gestante. Todas as
vezes que ela olhar no espelho vai vê-las, e ao vê-las se lembrará de todo
sacrifício que teve que fazer para que aquele “serzinho” pudesse vir ao mundo.
Isso a torna infeliz? De maneira nenhuma. O amor deixa marcas, às vezes não
queremos sair por aí mostrando estas marcas, mas nos orgulhamos delas, pois
elas nos trouxeram o amor e isso é o que importa.
“É coisa estranha o amor apaixonado, que custa tantas lágrimas, tantas
penitências e orações, tantos cuidados de encomendar o amigo às orações de
todos os que possam valer junto a Deus. Há um desejo permanente de vê-lo
beneficiar-se, e um descontentamento quando isso não acontece”. Santa Teresa
de Ávila
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2. Quem ama não usa, quem usa não ama
Geraldo Petrônio Grabosque
Maria Alice Miranda Grabosque

“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco;


porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei. Pois os preceitos: não
cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e ainda outros
mandamentos que existam, eles se resumem nestas palavras: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. A caridade não pratica o mal contra o próximo.
Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei”. Romanos 13, 8-10.
Conforme nos revela a palavra “Deus é amor” (I João 4,8b), portanto, se
o nosso criador é amor, somos criados no amor, por amor e com amor
verdadeiro. Assim não devemos ter em nossos corações outro sentimento que
não seja o amor. Ao apresentar este tema queremos lembrar que somos templos
de Deus, morada do Espirito Santo e, consequentemente, chamados a viver o
amor.
A Construção do ser humano, do novo homem e da nova mulher, está
atrelada a abertura que temos ao amor de Deus, ao despojamento do nosso
coração a ação transformadora do Espirito Santo que habita em nós.

2.1 Somos todos chamados a viver o Amor


“Todas as qualidades que vos dei, destinam-se ao benefício dos outros,
em geral e em particular. É vossa obrigação amar com o mesmo puro amor que
Eu vos amo”. Santa Catarina de Sena
O chamado de todos os homens e mulheres é viver o amor em sua
plenitude, no amor pleno que é Deus. Somos vocacionados ao amor ao virmos
a este mundo. Nossa vida, como dom de amor de Deus e de nossos pais,
somente alcançará sua plenitude no amor.
“O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do
homem à comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de
dialogar com ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é
porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o
homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este
amor e se entregar ao seu Criador” CIC nº 27 GS 19,1.

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A plenitude do amor do homem é a caridade, e a caridade é viver o amor
de Deus pelos outros, é a busca da felicidade plena dos irmãos e com os irmãos.
Portanto todos os esforços para viver este amor, vale a pena, é assim que vamos
aprendendo no dia a dia a viver na plenitude o amor ao qual fomos criados.
Quem tem amor não faz mal aos outros. O amor é a maior e principal arma
para combater as investidas que satanás coloca em nossas vidas e, é por isso
que ele vive elaborando situações, verdadeiras armadilhas para que não
sintamos e consigamos viver o amor verdadeiro que vem de Deus. Porque viver
o amor de Deus, é sem dúvida nenhuma o caminho para encontrar o verdadeiro
no outro, sendo que o amor é que nos faz pessoas novas, verdadeiras, sinceras,
além de construir em nós a fidelidade, o respeito e a realização pessoal.

2.2 Maturidade no Amor: Relacionamento


“A verdadeira alegria vem da harmonia profunda entre as pessoas, que
todos experimentam no seu coração e que nos faz sentir a beleza de estar juntos,
de se apoiar mutuamente no caminho da vida” Papa Francisco – Missa de
encerramento da peregrinação das famílias a Roma, 27 de outubro de 2013.
“Deus não criou o homem solitário. Desde o início, ‘Deus os criou varão e
mulher’ (Gn 1,27). Esta união constituiu a primeira forma de comunhão de
pessoas”. CIC 383, GS 12,4.
Regra de Ouro “O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também
a eles” Lucas 6,31
Esta regra aplica-se a todo tipo de relacionamento. Muitas vezes
queremos receber dos outros um tratamento que, entretanto, não lhes
oferecemos. Se não gosto de ser usado como um simples objeto, não devo usar
o outro. Se queremos ser bem tratado devemos dar o mesmo tratamento, se
desejamos ser respeitado, devemos respeitar, se queremos que o outro seja fiel,
devemos ser fieis, se queremos ser amados, devemos amar, compreendido,
devemos compreender. O pior pecado é sempre o pecado contra a caridade,
contra o próximo.
Segundo o dicionário da língua portuguesa AMAR é: Ter amor a; gostar
muito de; ou estar apaixonado. Já a compreensão cristã é que o amor vem de
Deus. Amar é um mandamento, uma ordem. Para o cristão, amar não é uma
opção. O cristão ou ama, ou não é cristão. De acordo com os ensinamentos de
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Jesus, acreditamos que amar a Deus com todo o teu coração, mente e força e
amar ao teu próximo como a ti mesmo (Marcos 12, 30-31), são os dois
mandamentos mais importantes.
Sem dúvida o amor gera vida, o egoísmo produz a morte. Hoje segundo
a psicologia, a frustração de amor, é quase sempre a causa de perversões
morais. Jovens se encaminham para uma vida de drogas, alcoolismo, brigas,
sexo livre e outras tantas violências de si mesmo de dos outros, tudo isto porque
possuem um vazio dentro de si mesmo, são na verdade carentes de amor. A
falta de amor é uma doença degenerativa, uma anemia total do corpo e da alma.
Não se pode ser feliz sem amor, ninguém pode ser feliz se não for amado, o
amor é importante em todas as fases da vida, na infância, na adolescência, na
juventude, na vida adulta e, também na vida conjugal, e sim o amor é
fundamental no relacionamento de namoro.
“O amor não se gasta como o dinheiro. O dinheiro se esgota quando é
usado, enquanto o amor cresce com o uso”. Santo Agostinho
“ Quem quer ser santo, não precisa fazer uma promessa, mas deve
procurar cada dia dar alguns passos no caminho da santificação”. Santo Afonso
de Ligório
“Limpa teu coração. Faz dele uma casa para o Senhor. Deixa que ele
more em ti e tu morarás n’Ele”. Santo Agostinho
Podemos nitidamente notar a falta de sentido de vida que muitos jovens
passam hoje. Não adianta o disfarce, a capa de fortaleza e independência, o
olhar triste e distante denuncia o coração; a presença do vigor e do entusiasmo
muito particulares à juventude, parece estar faltando. O que se passa? O que
tem acontecido com os nossos jovens? Às vezes parece haver uma distorção de
valores, quando a alegria e a liberdade são confundidas com a baderna, quando
a coragem e a ousadia são confundidas com a falta de respeito e amor ao
próximo; quando a felicidade e a realização interior são buscadas através da
instrumentalização de si mesmo e do outro. É preciso rejeitar toda forma de
instrumentalização, não se trata de um moralismo barato, mas de uma proteção
do coração. O princípio que vamos usar é esse: “Quem ama não usa, e quem
usa não ama”. Olhando sempre do princípio de que somos templos do Espírito
Santo (I Cor. 6, 19), e que temos de preservar, proteger e resguardar esse templo
que somos nós. Portanto “A castidade é uma virtude que não podemos praticar,
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se Deus no-la não concede. Deus, porém, só a concede aos que a pedem”.
Santo Afonso de Ligório

2.3 Ofensas ao amor e à castidade


A abordagem anterior sobre nosso chamado a viver o amor, a maturidade
no amor e no relacionamento entre as pessoas é fundamental para entendermos
que Deus criou a pessoa humana para viver o amor e a comunhão a qual é
chamada e que é preciso manter um respeito e vigilância.
Entretanto, podemos observar que existem ofensas ao amor e à
castidade, as quais prejudicam o crescimento do ser humano à imagem e
semelhança de Deus, ofensas que ultrapassam a barreira de nossa intimidade e
chega até o outro. Quando nos deixamos levar por nossa própria
concupiscência, a qual gera o pecado que causa a morte (conf. Tiago 1, 15).
“Nada arruína mais o homem interior do que os deleites do homem
exterior”. São Leão Magno
O uso inadequado da liberdade, nos desfigura pois “eu pecava, porque
em vez de procurar em Deus os prazeres, as grandezas e as verdades,
procurava-os nas suas criaturas: em mim e nos outros. Por isso precipitava-me
na dor, na confusão e no erro”. Santo Agostinho
“O pecado, em seu sentido mais profundo, não é mais que a vontade
pervertida”. Santo Agostinho
“Quem quer ser santo, não precisa fazer uma promessa, mas deve
procurar cada dia dar alguns passos no caminho da santificação”. Santo Afonso
de Ligório
Antes de mais nada é importante entendermos que Deus criou a pessoa
humana para viver o amor e a comunhão. A sexualidade afeta todos os aspectos
da pessoa humana, em sua unidade de corpo e alma. Diz respeito
particularmente à afetividade, à capacidade de amar e de procriar e, de uma
maneira mais geral, à aptidão a criar vínculos de comunhão com os outros. CIC
2332.
A sexualidade é definida pela identidade sexual do homem e da mulher,
onde a diferença e a complementaridade física, psicológica e espiritual estão
orientadas para o casamento, para ser imagem da generosidade e fecundidade
do Criador.
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A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e,
com isso, a unidade interior do homem e seu ser corporal e espiritual. A
sexualidade, na qual se exprime a pertença do homem ao mundo corporal e
biológico, torna-se pessoal e verdadeiramente humana quando é integrada na
relação de pessoa a pessoa, na doação mútua integral e temporalmente ilimitada
do homem e da mulher.
A virtude da castidade comporta, portanto, a integridade da pessoa e a
integralidade da doação. CIC 2337
A ofensa a castidade é sem dúvida nenhuma um desrespeito ao sexto
mandamento “não cometerás adultério” Ex 20,14. Este mandamento engloba
todo conjunto da sexualidade humana. Convida-nos à vivência da castidade, que
é a integração correta da sexualidade na pessoa. A não observância dos
mandamentos de Deus é pecado. O pecado é uma falta contra a razão, a
verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e
para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens (CIC 1849).
O que engloba as ofensas à castidade, reduz o homem e a mulher a mero
objetos de prazer, conforme CIC 2351, 2352, 2353, 2354 e 2355 são elas:
a) A luxúria – é um desejo desordenado ou um gozo
desregrado do prazer venéreo;
b) A masturbação – se deve entender a excitação voluntária
dos órgãos genitais, a fim de conseguir um prazer venéreo. “Na linha de
uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral
dos fiéis afirmaram sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseca
e gravemente desordenado”;
c) A fornicação – é a união carnal fora do casamento entre um
homem e uma mulher livres. É gravemente contrária à dignidade das
pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos
esposos;
d) A pornografia – consiste em retirar os atos sexuais, reais ou
simulados, da intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de uma
forma deliberada. Ela ofende a castidade porque desnatura o ato conjugal,
doação íntima dos esposos entre si;
e) A prostituição – vai contra a dignidade da pessoa que se
prostitui, assim, ao prazer venéreo que dela se obtém. Aquele que paga
peca gravemente contra si mesmo; viola a castidade à qual se
comprometeu em seu batismo e mancha seu corpo, templo do Espirito
Santo.

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Olhando para a Palavra em Gálatas 5,19-21, podemos observar as obras
da carne, que traduz bem as ofensas contra à castidade e contra Deus.
Para a vivência da castidade é necessário aprendermos a ter domínio
sobre nós mesmos, que alcançamos com a vivência da virtude cardeal da
temperança. E pelo fato da castidade ser um dom de Deus, Ele nunca nos
abandona. Ele nos dá a sua graça para que possamos vivê-la em plenitude.
O domínio de si mesmo é um trabalho a longo prazo. Nunca deve ser
considerado definitivamente adquirido. Supõe um esforço a ser retomado em
todas as idades da vida. O esforço necessário pode ser mais intenso em certas
épocas, por exemplo, quando se forma a personalidade, durante a infância e a
adolescência. CIC 2342
A castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça,
um fruto da obra espiritual. O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza
de Cristo àquele que foi regenerado pela agua do Batismo. CIC 2345

2.4 Conselhos práticos para Castidade:


a) Acredite que a sua sexualidade é um dom de Deus! Deus, ao criar o
homem, o fez na sua totalidade, individualidade e definido sexualmente.
Sendo dom de Deus, a sexualidade não pode ser vista como algo
separado do homem, mas algo essencial para a salvação. Procure zelar
por esse dom de forma correta e sadia.
b) Corte definitivamente todo tipo de acesso à pornografia. Ninguém cai no
vicio da pornografia de uma hora para outra. Seja por revista, sites, redes
sociais, vídeos e outros. Não fique flertando com o inimigo, não seja tolo,
corte todos os estimuladores da pornografia, músicas, leitura etc...
c) Ocupe bem o seu tempo livre. Procure ocupar-se de coisas boas, não
fique ocioso, especialmente sozinho a não para orar.
d) Delimite seu contato físico no namoro. Evite caricias íntimas que possam
leva-los a uma excitação difícil de controlar.
e) Vigie e ore . “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao
redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” I Pedro
5,8. “É a Deus que você deve recorrer face aos assaltos do demônio.”
(Padre Pio)

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Confie sempre na Infinita Misericórdia de Deus. Confie sempre em Deus,
pois ele é a rocha firme na qual você pode se apoiar. Faça do Senhor o seu apoio
em todos os momentos de sua vida, é ele quem conduz pelo caminho certo.
A sexualidade está ordenada para o amor conjugal entre o homem e a
mulher. No casamento, a intimidade corporal dos esposos se torne um sinal e
um penhor de comunhão espiritual. Entre os batizados, os vínculos do
matrimônio são santificados pelo sacramento. CIC 2360.

3. Namoro: Um exercício para amar


Allana Antonello Furlan Milan
Joatan Bitencourt Milan

Esse capítulo se propõe a abordar o namoro vivido à maneira cristã. Você


já se perguntou o que é um namoro cristão? Ser cristão é seguir os passos de
Cristo, é ser ungido do Espírito Santo (cf. CIC 1289). Essa missão deve ser vivida
em todas as fases da vida de uma pessoa que aceita trilhar o caminho com
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Jesus, inclusive no namoro. Quando Deus entra na vida de uma pessoa, Ele vem
para dar sentido a tudo que ela faz e não seria diferente no namoro. O tempo do
namoro e de sua preparação, se não for vivido reconhecendo no outro o seu
valor de pessoa criada por Deus, dotada de corpo, mente e alma vai ser um
tempo desperdiçado e que não leva para um caminho de santidade.
Pode-se dizer que esse é um dos principais problemas na sociedade atual
e que reflete também nos relacionamentos em geral e no namoro: a
desvalorização do ser humano. O namorado(a) é a face do próprio Cristo para o
outro, é uma pessoa cheia de valores, virtudes e também de defeitos e que se
for da vontade de Deus, pode se tornar o esposo(a) para toda vida. Isso mesmo,
o namoro cristão é um caminho para um possível casamento, por isso, assim ele
deve ser encarado, pois se entendermos sua importância, viveremos esse tempo
procurando investir o que lhe cabe e o que a Igreja ensina.
Diante disso, esse capítulo tem o objetivo de trazer reflexões sobre o
namoro cristão, alicerçado nos valores evangélicos, levando em consideração o
estado de espera que se vive antes do início de um relacionamento, como da
experiência concreta do namoro e sua finalidade na visão da Igreja Católica.
Utilizaremos fontes de livros católicos sobre o tema, o Catecismo da Igreja
Católica (CCI), a Bíblia e nossa experiência de vida.
Recordando o título desse capítulo, podemos começar a trilhar nosso
caminho: “Namoro: Um exercício para amar”. Mas, de qual amor estamos
falando? São Paulo traz a essência do que é o amor em uma passagem que é
muito conhecida:
“A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade
não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus
próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a
injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta. A caridade jamais acabará. (...) Por ora subsistem a fé, a
esperança e a caridade- as três. Porém, a maior delas é a caridade.” (I Cor. 13,
1-8a; 13).
Essa palavra de Deus é como um filtro para nós descobrirmos se
realmente sabemos o que é amor. Com coragem, façamos o exercício de olhar
como temos vivenciado o amor. Primeiro, responda a si mesmo: Você ama? É
certo que ninguém sobrevive sem amor, nem ao menos uma planta vive sem
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cuidado, sem dedicação. Nós humanos também não sobrevivemos sem amor.
Então já que você ama, faça a experiência de ler esses versículos apresentados,
avaliando sua forma de amar. E pergunte-se: “É assim que tenho vivido o
amor?”. Conseguimos amar alguém a ponto de não pensarmos nos nossos
próprios interesses? Sabemos nos alegrar com as alegrias do outro e chorar com
suas dores? Rejubilarmo-nos com a verdade, mesmo que estejamos errados?
Sabemos desculpar, esperar e suportar qualquer coisa por amor? Essas são as
exigências de um amor verdadeiro e só são possíveis de serem vivenciadas por
um coração aberto e com a força do Espírito Santo.
Quando se afirma que existe o amor verdadeiro, é porque existe também
um amor falso. Na verdade, o mundo tenta apresentar uma caricatura de amor,
que não se parece nada com a descrição de amor apresentada por São Paulo,
muito menos se parece com o Jesus desfigurado na cruz, que se doou por inteiro
pela salvação da humanidade, sinal do amor de Deus por cada um de nós,
conforme está escrito no Evangelho de São João (3, 16): “Com efeito, de tal
modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que
nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” Esse é o modelo de amor que
Deus nos deixou, um amor que se doa sem limites.
Compreender e aceitar viver o amor em sua plenitude é a condição para
ser feliz também nos relacionamentos, pois a aproximação com outra pessoa é
oportunidade não só de conhecê-la melhor, mas também de autoconhecimento.
Um namoro revela o que as duas pessoas tem de melhor e de pior também. Se
desejarmos viver esse momento do namoro com a seriedade que ele exige,
descobriremos que ele se trata de um exercício para amar.
Contudo, na linguagem do mundo, esses conceitos de amor estão
confusos. Até mesmo o conceito de doação está deturpado, onde se pode
interpretar como “doar o corpo” e viver uma vida sexual fora do casamento. A
caricatura de amor que o mundo apresenta fala de paixão, sentimentalismo,
sexualidade desequilibrada, “usar o outro” para o próprio prazer, etc. E é também
por isso, dessa confusão em torno do amor que conhecemos tantas pessoas
desiludidas, feridas, machucadas, manchadas, infelizes, frustradas no campo
dos relacionamentos. Enquanto tentarmos preencher nosso anseio de amor com
isso que o mundo apresenta, que mais parece com uma armadilha,
continuaremos incompletos, vazios e infelizes. Jesus já disse no Evangelho de
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São João (4, 14) “(...) mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede.
Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida
eterna.” Essa é a resposta para construir um namoro saudável e um casamento
sólido: Preencher-se de Jesus! Ele é o amor verdadeiro que sacia nossa fome e
mata a nossa sede!
Vamos refletir como podemos procurar viver esse exercício do amor
verdadeiro na “espera” e no namoro.

3.1 A espera
O período anterior ao início de um namoro é conhecido como tempo de
espera. Para algumas pessoas esse momento traz uma certa ansiedade, e em
alguns casos, preocupações desnecessárias. Podemos nos prender tanto no
futuro a ponto de esquecer de viver o presente de forma a conquistar o namoro
almejado e sonhado por Deus. Essa dificuldade é explicada por um filósofo
francês que dizia nunca temos o presente como nosso objetivo ou fim, apenas
como meio. Portanto, nunca vivemos, mas esperamos viver; e, preparando-nos
sempre para ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos (Blaise Pascal, 1623-
1662, in “Pensamentos”).
A ideia fixa em uma pessoa ou em um relacionamento que ainda não
existe, acaba por nos distrair do plano de Deus para nós, pois é quando mais
estamos próximos de Deus e cuidando de seus assuntos que Ele olha por nós e
providencia o necessário, conforme Sua vontade. O evangelista São Mateus
aponta: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas
coisas vos serão dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de
amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta
o seu cuidado.” (6, 33-34).
Se alguém se preocupa com o(a) namorado(a) que ainda não chegou,
esteja certo que deixará de viver com plenitude o momento presente, talvez até
deixando passar despercebida alguma oportunidade de Deus para conhecer
alguém. Isso também se aplica aos outros momentos da vida: namorados que
se preocupam com o noivado, noivos que se preocupam com o casamento,
esposos que se preocupam em ter filhos, etc. A própria palavra “pré-ocupação”
já revela que essa situação não tem nada de sadia. Devemos, em vez disso, nos
ocupar em fazer o que nos é possível.
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Quando a ansiedade toma conta de nós, perdemos a oportunidade de
viver com o potencial que Deus nos deu e ainda corremos o risco de culpá-lo
pela “demora” em nos atender. Como dizia São Francisco de Sales: “Cada
momento que chega até nós encerra em si uma ordem de Deus, e irá mergulhar
na eternidade, permanecendo para sempre aquilo que dele fizermos”.
A Palavra de Deus também diz que “para tudo há um tempo, para cada
coisa há um momento debaixo dos céus” (Ecle. 3,1), então também existe um
tempo de esperar, e esperar em Deus! Isso significa abandonar nossa vontade,
nossas preocupações nas mãos Dele e saber se contentar com sua presença.
Santa Tereza D’Ávila, doutora da igreja, deixou-nos uma linda oração que pode
nos ajudar muito nesse tempo de espera e também depois, no período de
namoro, noivado e casamento. Eis aqui um fragmento dessa oração: “Nada te
perturbe, nada te amedronte. Tudo passa, a paciência tudo alcança. A quem tem
Deus nada falta. Só Deus basta!”
Se soubermos nos saciar com a presença de Deus em nossas vidas, não
exigiremos do outro o que só Deus pode nos dar: a plenitude do amor! Deus
preenche nosso coração completamente, e quando entendemos esse amor
podemos vivencia-lo mais livremente num relacionamento a dois, como no
namoro.
Não podemos cobrar das pessoas o que somente Deus pode nos dar.
Procurar viver a máxima: “Só Deus basta”, com certeza auxiliará a esperar sem
ansiedade, o que também fica visível para quem está ao redor da pessoa “tão
cheia de amor e realizada”, de quem é agradável se aproximar. O contrário
acontece quando nos rendemos às nossas carências afetivas e vivemos como
que mendigando o amor dos outros. Isso, além de não ser saudável, faz com
que as pessoas de afastem de quem se comporta assim.
Por isso, viva intensamente o presente com a alegria de Cristo
Ressuscitado, rezando, fazendo a vontade de Deus, cultivando boas amizades,
conhecendo o outro, vivendo com as diferenças que cada pessoa traz, se
aproximando de Deus para ser amado(a) e assim poder amar a outra pessoa
que Deus colocar em sua vida.
Baseados no material “Sentinelas da manhã: afetividade e sexualidade” e
no livro “Namoro” do prof. Felipe Aquino, vamos abordar algumas dicas para
viver o tempo de espera em Deus e também o período do namoro.
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1- Cuidado com a onda do “ficar”.
O “ficar” remete à cultura do descartável, é a busca de preencher um vazio
com quantidade. Quem almeja um namoro cristão deve ter a coragem de assumir
o compromisso de um relacionamento de qualidade. É preciso abrir mão de
prazeres momentâneos para investir numa felicidade duradoura.
2- Espera ativa: tempo de preparar-se.
Para além de esperar a pessoa certa, é necessário, buscar se tornar a
pessoa certa, ou seja, aproveitar o momento da espera como uma oportunidade
de se preparar para um relacionamento. Procurar ser uma pessoa melhor, livrar-
se de vícios e maus costumes, aprender sobre a beleza de um relacionamento
em Deus, sobre as diferenças entre o homem e a mulher e principalmente rezar,
confiando tudo nas mãos de Deus.
3- Estar inteiro para o começo de um relacionamento.
Caso alguém tenha passado por outro relacionamento que acabou, é
importante um tempo de reflexão para não correr o risco de levar a diante as
mesmas frustrações e erros. É preciso deixar Deus curar esse coração primeiro.
Como já diz o ditado “Não colocar leite novo em leiteira suja”. O novo
relacionamento exige também um coração novo e aberto.
4- Cultivar boas amizades.
Procurar manter bons amigos e frequentar ambientes saudáveis, não se
isolando, aumenta as chances de encontrar alguém especial para namorar. Bons
amigos podem se tornar bons namorados, conhecer o outro pode evitar um
término precipitado do namoro pela decepção com sei jeito de ser.
5- O essencial é invisível aos olhos.
A sociedade trocou a “cultura da alma” pela “cultura do corpo”. A exaltação
do físico, do estético proporcionou uma inversão de valores, onde o que importa
é o externo, que um dia acaba, deixando de levar em consideração as virtudes
e o caráter, que são invisíveis aos olhos. Como dizem: “nem tudo que reluz, é
ouro”, por isso, se quer um relacionamento duradouro e eterno, procure valores
que não passam.
6- Conversa: Um filtro necessário.
Quando uma amizade caminha para aquele período saudável de paquera,
então é hora de conversarem a respeito dos seus sentimentos e intenções, isso
não significa “sair ficando” ou namorando, mas voltar esse período para a
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oração, investindo no diálogo e na partilha. Isso ajudará saber se devem iniciar
ou não esse relacionamento. Sendo assim um filtro necessário, que pode evitar
um problema ou obter mais êxito na escolha.
É claro que não existe uma regra geral para iniciar um relacionamento,
mas é certo que as colocações deste capítulo podem nos ajudar a planejar um
namoro em Deus. Para isso, todo esse assunto deve ser matéria de oração no
encontro com Deus, pois só Ele trará discernimento e paz no coração sobre as
escolhas que Ele sonha para seus filhos.

3.2 O Namoro
Quando uma pessoa vai comprar um sapato ou uma calça, não leva para
casa o primeiro que experimenta. Ela escolhe, escolhe... até gostar da cor, do
modelo, do preço e servir bem nos seus pés ou no seu corpo. Como escolhe
com tanto cuidado um simples sapato ou uma calça, quanto mais cuidado você
precisa ter ao escolher a pessoa que deve viver ao seu lado para sempre.
Se a pessoa decide levar aquele par de sapatos, só porque é bonito e
está na moda, mesmo que aperte um pouco os seus pés, corre-se o risco deles
causarem calos a ponto de não mais poder usá-los. Assim também, quando
escolhe aquele rapaz ou moça só porque ele é um “gato(a)” e sua aparência
chama a atenção de todos, pode ser que amanhã esta mesma pessoa faça calos
em seu coração.
Por isso, o namoro é este belo tempo de saudável relacionamento entre
jovens, em que, conhecendo-se mutuamente, vão se descobrindo e fazendo “a
grande escolha”. O casamento é o namoro que desabrochou bem, ou seja, não
há como ter um namoro sadio, maduro, se não tiver como fim último o
casamento, mesmo que sem nenhum compromisso ainda. Afinal, ninguém
chega a lugar algum se não sabe onde quer chegar.
Cada pessoa humana é um mistério a ser revelado, desconhecido para o
outro. A tarefa do namoro é proporcionar ao outro se aproximar com respeito
desse mistério e, aos poucos, conhecer essa pessoa.
Sabe-se que essa revelação não será feita em poucos encontros, que no
início se conhece as qualidades, mas conforme vão caminhando juntos e se
estabelece a confiança e a

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cumplicidade, os dois vão se mostrando tal como são, com suas
qualidades e fraquezas, como também os seus sonhos, anseios, lutas e
dificuldades.
Como todo namoro deve ter a finalidade do casamento e a formação de
uma família, sabemos que a verdade, a transparência e a autenticidade são
essenciais no relacionamento. O problema é que normalmente nós nos
apaixonamos não pela pessoa real, mas pelo ideal que fizemos daquela pessoa.
Em uma sociedade que exalta muito o externo e a superficialidade nas
relações. Muitos namoros acontecem por anos seguidos e de maneira tão
artificial que, muitos se casam iludidos, e depois se frustram ou sentem-se
lesados, porque pensam que o outro mudou, quando na verdade você que não
o tinha conhecido. Por isso é tão essencial analisar o namoro à luz do amor
verdadeiro, pois é nele que um compromisso sólido deve ser firmado.
As dicas abaixo são para ajudar nesse discernimento.
1 – Diferencie Atração, Paixão e Amor
A admiração e a atração pela outra pessoa nos leva a ir ao encontro dela,
mas ainda não é amor. Assim como uma fruta gostosa que você a come, não
pode dizer que a ama. Ter o coração batendo acelerado diante de alguém que o
atrai, é sensibilidade, paixão carnal, egoísmo. Estar encantando com a beleza,
com a cultura, com a carreira dele(a) é admiração, não é ainda amor.
Amar não é “ser fisgado” por alguém, “possuir” alguém, ou ter afeição
sensível por ele(a), ou mesmo render-se a alguém.
Amar é uma atitude livre e consciente, é doação, é dar-se ao outro para
completá-lo. Bento XVI ensina que “o sentimento pode ser uma maravilhosa
centelha inicial, mas não é a totalidade do amor”.
Amar é uma decisão pautada na inteligência e na vontade, exige-se treino
e preparação, renúncia de si e sacrifício, assim como para formar-se em um
curso superior são necessários esses atributos. O amor vive de gratuidade, de
perdão e de respeito ao outro.
2 – Diferencie o Essencial do Secundário
Sempre que se começa um namoro, imaginamos que aquela é a pessoa
ideal. No começo, isso fica mascarado, mas com o tempo se revela a pessoa
como um todo e passamos a conhecê-la com seus defeitos e qualidades. Porém,

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é necessário saber distinguir se o outro corresponde mais nas expectativas
essenciais do que nas secundárias.
Por exemplo, se você é católico e deseja abraçar o sacramento do
matrimonio e educar seus filhos na fé, essa pessoa precisa partilhar do mesmo
estilo de vida, do contrário, pode trazer muita insatisfação. Mas, se essa pessoa
mora em cidade diferente, ou é um pouco mais tímida, fala errado, tudo isso e
muito mais pode ser superado pelo amor verdadeiro, pois não compromete as
bases do relacionamento.
Por isso, o importante é identificar o que vocês tem em comum, que é
essencial e sigam em frente, crescendo e amadurecendo com as diferenças.
3 – Busque o diálogo e evite a Discussão
Desde o namoro é preciso saber que “amar não é querer alguém
construído, mas construir alguém querido”. E como buscar construir alguém se
não houver diálogo? O diálogo é o momento da revelação do “eu” que espera
um outro para ouvi-lo, é assim que conhecemos seu jeito, suas escolhas e seus
pensamentos. Isso não deve se tornar uma briga. A discussão desgasta os
relacionamentos, pois é a busca de um vencedor tentando impor sua razão sobre
um perdedor. É claro que haverá no namoro alguns momentos de desencontros
que são resultados das diferenças entre os namorados e das circunstâncias da
vida. Pior do que discutir é não se
reconciliar. O casal de namorados precisa estar aberto para o perdão
mútuo e permitir que o diálogo aconteça, sabendo falar e principalmente,
sabendo ouvir.
4- O respeito no namoro
O mundo está perdido na escala de valores, onde o homem se adora
como seu próprio deus e dá mais valor às coisas do que às pessoas. No namoro,
para que você possa amar de verdade, como Deus quer, é preciso assumir o
lugar que Deus nos deu, de criatura e caminhar respeitando a primazia dos
valores: em cima, o espírito; depois o racional; e abaixo o físico. Com esses
princípios fica mais fácil de ver no namorado(a) alguém que merece seu respeito.
Existem diversas atitudes práticas de como exercitar o respeito no
namoro: evite chamar a atenção dele(a) na frente dos outros, isso poderia
humilhá-lo; se precisar corrigir fazer isso com carinho e a sós; é preciso aprender
a elogiar e reconhecer o que a pessoa faz de bom, isso, quando verdadeiro, faz
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com que ela se sinta valorizada; lute contra o mau humor e irritação por qualquer
coisa; se ele(a) confidenciar algo, seja fiel, guarde seu segredo; aprenda a
combinar e cumprir as coisas.
5- O exercício do perdão
Já diz um pedaço da música “Oração pelas Famílias” do padre Zezinho:
“Que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão.” O perdão é um
exercício, por isso é necessário vencer o orgulho e tomar a iniciativa de pedir
perdão e quando for o caso, de perdoar. É necessário ter a humildade de pedir
perdão sem ficar se justificando e esforçar-se para melhorar. Não guarde
mágoas, um dia o ressentimento pode voltar com sabor amargo.
No namoro, diferente do casamento, depois de perdoar é possível analisar
se vale a pena continuar o relacionamento, ou não, principalmente se este te
deixa inseguro em relação ao matrimônio.
6- Namoro e os laços familiares
O namoro traz também o envolvimento com a família do outro, e esta pode
influenciar positiva ou negativamente em um relacionamento. É importante os
namorados saberem que sempre existe lugar para todos, ou seja, a namorada
não vai tomar o espaço da mãe e vice-versa. Deve-se buscar adentrar, com
respeito na cultura familiar do namorado(a), que muitas vezes é diferente da sua
e encontrar seu lugar mostrando o compromisso do relacionamento que está se
estabelecendo.
7- Términos necessários
Mesmo que exista um compromisso de ambas as parte no namoro é muito
importante sempre avaliar o andamento do namoro. Se o relacionamento não
está fazendo dos dois pessoas mais santas e melhores é preciso parar, revê-lo
e, caso necessário, terminar.
O namoro tem que levar o outro para mais próximo de Deus e não o
contrário.
Um sinal de que o namoro não vai bem são as brigas constantes por
qualquer motivo e a falta de respeito. Por isso, reflita e analise sempre o namoro
à luz do amor verdadeiro e da santidade.
8- Não enrolar pra casar

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Não existe um tempo ideal para o namoro evoluir para o casamento. O
compromisso que é sério se encaminha para o matrimônio, que exige maturidade
e preparação em diversas dimensões: espiritual, psicológica e financeira.
No entanto, não é interessante prolongar um namoro por muitos anos sem
perspectiva de futuro. Ainda mais para os casais cristãos que vivem o namoro
na castidade. O importante é ter as condições mínimas para começar uma vida
a dois, pois o restante o casal pode conquistar junto.
Case-se somente quando estiver certo de que quer assumir esse
relacionamento para a vida toda, mas não brinque com os sentimentos e a vida
das pessoas.
9- Viver a castidade
Todos somos chamados a viver a castidade: virgens, celibatários e
casados, conforme afirma o Catecismo da Igreja Católica n. 2348:
“Todo batizado é chamado à castidade. O cristão ‘se vestiu de Cristo’,
modelo de toda castidade. Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma
vida casta segundo seu específico estado de vida. No momento do Batismo, o
cristão se comprometeu a viver sua afetividade na castidade.”
O Catecismo também define a castidade como a “integração da
sexualidade na pessoa,” que “inclui a aprendizagem do domínio pessoal.” (CIC
n.2395).
Até agora foi possível perceber que o modelo de namoro cristão não é o
mesmo modelo de namoro que a sociedade apresenta. E apesar do mundo não
acreditar mais nisso, o namoro não é o momento de manter relações sexuais e
nem as carícias íntimas que são ordenadas para o matrimônio. Até porque o
sexo foi criado por Deus para ser vivido no casamento devido as suas duas
finalidades: unitiva e procriativa.
Por isso, não use seu corpo como uma arma, atrapalhando o outro de
viver a castidade, atraindo-o para a sexualidade com o uso de roupas cada vez
menores e inadequadas. Lembre-se que seu corpo é um templo do Espírito
Santo, é sagrado; portanto, não se deixe levar pela moda do mundo que quer
desconfigurar esse atributo divino em nós.
A castidade traz muitos benefícios para os casais: alegria; paz; a certeza
de estar sendo fiel a Deus e a Sua vontade; mostrar para o outro que sabe

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esperar e se sacrificar; a certeza de que vão se casar por amor puro (decisão) e
não por prazer sexual.
Como relatado anteriormente, o amor é doação ao próximo e só
poderemos dar aquilo de que estivermos cheios, por isso a oração é fundamental
para o casal, pois irá sustentá-los, fortalecendo seu amor, trazendo a paz e
perseverança na vida de santidade a dois.
Além do seu momento com Deus para se abastecer individualmente, é
fundamental pensar no crescimento espiritual do casal, como por exemplo, por
meio das seguintes práticas realizadas em conjunto: participarem na missa,
frequentarem um grupo de oração, fazerem adoração ao Santíssimo
Sacramento, rezarem o terço e o rosário, se envolverem em atividades
paroquiais e muitas outras. Levando em consideração tudo isso, o casal de
namorados poderá descobrir a beleza de um namoro cristão no exercício do
amor verdadeiro, consolidado em Deus, nosso amor maior.
Sendo assim, um namoro bem vivido tende a ser um casamento
consolidado, em que os vocacionados ao matrimônio conseguirão viver este
sacramento deixado por Jesus da maneira mais bela e assertiva: buscando a
santidade e levando a futura família à felicidade plena e à vida eterna.
Referências: 1-Catecismo da Igreja Católica; 2- Biblia, Ed. Ave Maria; 3-
Livro: Namoro, Autor: Prof. Felipe Aquino, Ed. Cléofas; 4- Apostila Sentinelas da
manhã: Afetividade e Sexualidade, Capítulo 4.
Sugestões de leituras (além das referências): Livro: O Brilho da
Castidade, Autor: Prof. Felipe Aquino, Ed. Cléofas; Livro: Família- Novo Sinal
dos Tempo, Autor: Padre Rafael Solano, Ed. Canção Nova; Livro: A verdadeira
realização sexual, Autora: Roberta Castro, Ed. Canção Nova.

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4. CASTIDADE - GUARDIÃ DO AMOR VERDADEIRO!

Ierecê Jussara Correia Gilberto

“A verdade ilumina a inteligência e modela a liberdade do homem, que,


deste modo, é levado a conhecer e a amar o Senhor.”(BENTO XVI. Encíclica
Caritas in Veritate).
É muito natural perguntarmos às pessoas o que elas entendem por
CASTIDADE e obtermos respostas como: é a renúncia ou proibição das relações
sexuais; é abstenção do ato sexual; é beatice; coisa de carola; coisa de gente
mal resolvida sexualmente; negação da vida sexual ou da sexualidade; negação
dos prazeres corpóreos e por aí vai.

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Se consultarmos o dicionário, encontramos que castidade é: 1 Qualidade
de casto, isto é, daquele que se abstém dos prazeres sexuais. 2 Teol Abstinência
completa de todas as paixões desordenadas.3 Pureza: e Casto: 1 Que se
abstém de atos contrários à modéstia, ao pudor ou à pureza. 2 Que se abstém
de quaisquer relações sexuais. 3 Puro. 4 Estreme, não misturado, sem mescla.2
Desta forma, a Castidade acaba sempre sendo associada unicamente ao
sexo e na maioria das vezes, simplesmente como uma proibição, dando-nos uma
definição e visão errônea ou pelo menos reducionista do seu verdadeiro
significado, especialmente para quem faz a opção de SER um Cristão Católico
Carismático.
Falando a Jovens Cristão Católicos Carismáticos, precisamos retomar a
nossa essência, para podermos tentar compreender o verdadeiro significado e
beleza da castidade e a razão para vivermos castamente, ou não veremos
sentido algum nisso. Assim, precisamos nos fazer e responder algumas
perguntas que dizem respeito à nossa essência.
1 – Quem é Deus? Qual a Sua essência? “DEUS É AMOR.” (I Jo 3,8).
2 – Quem é o Homem? Qual a sua essência? “ Façamos o homem à
nossa imagem e semelhança. Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou, criou o homem e a mulher.” (Gen 1, 26-27)
Logo, se somos criados à imagem e semelhança de Deus e a essência
de Deus É AMOR, também a nossa essência É AMOR. Lembremos ainda que
Jesus ao ser perguntado pelos fariseus qual era o maior mandamento da lei de
Deus nos ensinou que são dois: “Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a ti mesmo.” (Mt 22 34-40).
Desta forma, somos amor e temos que amar. O problema é que às vezes
nos esquecemos disso ou não compreendemos esta verdade. Deus, no seu
infinito amor, nos fez como maior obra de sua criação. Então, se somos amor e
fomos criados para amar, por que tanta dificuldade para isto? Devido ao pecado
que entrou na vida do homem, o orgulho, fragmentou seu interior. Onde tinha
equilíbrio, o pecado deixou desequilíbrio. Mas para resolver esse problema,
Deus enviou seu filho amado, Jesus Cristo, para restaurar essa fragmentação
no interior do homem, devolvendo a ele sua essência. Podemos experimentar
isto quando estamos íntimos do Espírito Santo, ele traz de volta o que é a nossa
essência. Mas para isso é necessário antes darmos um passo muito importante
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que só pode ser feito de forma pessoal e consciente, que é professar a nossa Fé
em Jesus Cristo e livremente aderirmos ao seu plano de Amor, através da
Conversão, ou seja, da mudança pessoal de vida, colocando Jesus Cristo no
Centro da nossa Vida, como Senhor e Rei. Aí o Espírito Santo vem em nosso
auxílio, para vivermos a Vida Nova em Cristo, a essência do Plano de Amor do
Pai para cada um de nós!
Quando nos esquecemos quem somos, de onde viemos e a quem
pertencemos, começamos a acreditar em tudo o que dizem a nosso respeito,
nos deixamos levar pelos outros e não pela luz do Espírito Santo e aos poucos
tudo vai perdendo o verdadeiro sentido.
2 - CASTIDADE, apenas uma privação?
Vimos acima que a castidade costuma ser definida unicamente como algo
negativo (abstenção, renúncia, privação). Essas palavras normalmente indicam
uma lacuna, uma falta, um vazio. Não está errado as usarmos para definirmos
castidade, todavia, não podemos parar nelas. Pois qual o sentido de
enaltecermos um vazio? Elogiarmos uma privação ou uma falta? Não seria mais
sensato preenchermos o vazio? Satisfazermos à privação? Suprirmos a falta?
Ao falar da castidade como algo que se deixa de fazer, como algo de que
se abstém, como algo a que se renuncia, é preciso acrescentar o motivo de tal
não fazer, de tal abstenção, de tal renúncia. É preciso ainda, além dos motivos,
falar dos frutos de tal atitude. Em suma: é preciso falar do que a castidade tem
de positivo, nos seus motivos e nos seus efeitos.
3 - MAS ENTÃO O QUE É CASTIDADE?
“A castidade supõe uma aprendizagem do domínio de si, que é uma
pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda as
suas paixões e alcança a paz, ou se deixa comandar por elas e se torna infeliz.”
(Catecismo da Igreja Católica, 2339).
3.1 - Castidade: pleno domínio de si. A castidade não pode ser
compreendida sem a virtude do AMOR. Aquele que permite que seus desejos
sexuais orientem suas relações, ignora outras formas de manifestar amor,
carinho, ternura. O homem não é somente corpo (carne), todos nós possuímos
um mistério pessoal que precisa e merece ser respeitado, conhecido e amado.
Desconsiderar isso é nos considerarmos como simples objetos, que podem ser
usados e descartados. Objetos existem para ser usados e podem ser
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descartados, mas o Homem, criado a imagem e semelhança de Deus, existe
para Amar e ser Amado, pois o AMOR é sua essência. Nós buscamos usar
aquilo que gostamos, então lembremos sempre que há uma distinção grande
entre gostar e amar. Gostar quer dizer, tirar prazer, usufruir, satisfazer (eu gosto
de chocolate, música, viajar), enquanto Amar quer dizer, doar-se inteiramente
pelo bem do outro.
3.2 - Castidade é liberdade de escolha. Você escolhe o que convém a
Deus, não se deixando levar por seus próprios egoísmos, vontades e impulsos.
3.3 - Castidade é um grande SIM a Deus e a Seu plano de Amor por nós.
É um sinal verdadeiro da minha adesão integral ao Amor Autêntico – Deus! Essa
é uma das melhores definições. Muitas pessoas têm uma imagem errada de
castidade, associando-a unicamente ao NÃO: não a sexo, não ao prazer, não à
diversão; enquanto castidade quer dizer SIM. Primeiro você diz sim ao plano de
Deus, então, você vive a castidade como uma resposta a este sim e,
consequentemente, diz não a tudo que é oposto a Ele.
4 - FRUTOS DA CASTIDADE:
A castidade, quando bem vivida, gera frutos como: serenidade;
temperança; amor a Deus; alegria; visão pura; vigor para coisas úteis como
visitar um doente, estudar, praticar esportes; amadurecimento da personalidade;
respeito; esforço em fazer o outro feliz; boa superação de problemas ou
dificuldades; etc.
4.1 - Integridade – A virtude da castidade nos faz pessoas íntegras
(inteiras) para amarmos por inteiro (integralmente), livremente. Quem não é
casto é escravo dos seus desejos. Como poderá doar-se a alguém por inteiro se
não é inteiro.
4.2 - Temperança (domínio de si) – Não é apenas o instinto sexual que
precisa ser controlado em nós. Também nosso instinto alimentar, que existe para
assegurar nossa sobrevivência, precisa de domínio. Não podemos sair por aí
comendo tudo que encontramos pela frente, nem comermos a toda hora que
bem quisermos ou ainda, tomar o alimento de quem bem quisermos por nosso,
por mais apetitoso que nos pareça. Embora sintamos fome, sabemos que
devemos aguardar os horários certos das refeições nos alimentarmos. Também
sabemos que devemos nos portar com boas maneiras quando estamos à mesa.
A virtude que regula o comer e o beber chama-se sobriedade, que é o domínio
31
desse instinto. Já a virtude que regula o instinto reprodutor (sexual) do homem e
da mulher, é a Castidade. Não fomos criados como animais irracionais, que
agem meramente por instinto, mas somos imagem e semelhança de Deus,
temos uma razão (inteligência) que precisamos aprender a utilizar também para
o domínio dos nossos instintos.
“Por isso se requer uma capacidade e uma atitude de domínio de si que
são sinal de liberdade interior, de responsabilidade para consigo mesmo e para
com os outros e, ao mesmo tempo, testemunham uma consciência de fé;”3
Podemos relacionar ainda outros presentes que nos traz a vivência da
castidade, como por exemplo:
 A pessoa que vive a castidade deixa de ser centrada em si
mesma e passa a ter um olhar mais voltado para o próximo e para o mundo à
sua volta;
 Seu relacionamento com as outras pessoas não é um
relacionamento egoísta;
 Torna-se livre interiormente, porque se torna integralmente
dono de si;
 Sua personalidade torna-se harmônica;
 Aumenta sua capacidade para o amadurecimento emocional
e inclusive espiritual;
 Torna-se uma pessoa repleta de paz interior por sentir-se
inteiramente livre;
 Alcança mais rapidamente a aprendizagem do domínio de
si;

5-POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DA NÃO VIVÊNCIA DA CASTIDADE:


Antes de entrarmos no item das consequências, vale ainda um rápido
esclarecimento sobre uma questão que muitas vezes fica confusa na cabeça de
alguns de nós, que é a diferença entre virgindade e castidade. É bem importante
que isto fique claro. Assim, podemos dizer que Virgem significa intocado,
imaculado. Dentro da temática que estamos abordando, trata-se daquela pessoa
que nunca vivenciou uma experiência sexual. Já o Casto, é aquele que pessoal
e livremente decide-se pela vivência e prática sexual exclusivamente dentro do
matrimônio, nem antes e nem fora dele, recebendo o nome de castidade para os
solteiros e fidelidade para os casados, ou ainda, aqueles que livre e
pessoalmente também, decidem-se por sublimar a vivência da prática sexual,
vivendo como celibatários, no caso os sacerdotes, religiosos, religiosas ou leigos

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consagrados que fazem essa opção. Desta forma, uma pessoa que não seja
mais virgem, seja por que motivo for, pode e deve tornar-se uma pessoa casta,
decidindo-se por viver verdadeiramente a castidade, amparada pela misericórdia
infinita do Pai.
Dito isto, vamos falar rapidamente sobre algumas consequências a que
se sujeitam aqueles que abrem mão da vivência da castidade.
Lembremos antes de tudo, que a Castidade está ligada diretamente à
transmissão da VIDA e que, portanto, a prática sexual, necessária à transmissão
da vida, é algo criado por Deus, é um dom de Deus. O sexo para nosso Criador
e para a Igreja tem duas finalidades/aspectos muito claros: unitivo e procriativo.
“Salvaguardando estes dois aspectos essenciais, unitivo e procriador, o
ato conjugal conserva integralmente o sentido de amor mútuo e verdadeiro e a
sua ordenação para a altíssima vocação do homem para a paternidade.”
(CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A FAMÍLIA. Sexualidade Humana: Verdade e
Significado. São Paulo: Paulinas, 2002.).
 Vício - do prazer pelo prazer, a qualquer momento – criando uma
mentalidade errada, banalizando o ato sexual e terminando por escravizar a
pessoa;
 Traumas – o ato sexual é o encontro mais profundo entre um
homem e uma mulher, consequentemente, suas marcas serão também mais
profundas e podem ser, positivas (querendo sempre mais) ou negativas
(sequelas graves que afetarão o bom relacionamento conjugal).
 Traições – No caso dos solteiros a (moça) – se o namoro termina
e futuramente o esposo não a satisfaça como o ex, acabará adulterando em
pensamento e em muitos casos até mesmo fisicamente; já o (rapaz) – se bem
sucedido terá necessidade de repetir cada vez mais, insistir com a namorada e
se ela se negar terá necessidade de buscar outras, podendo tornar-se um futuro
adúltero.
 Se fizer contra a vontade, só para satisfazer o outro – tem chance
de gerar problemas graves no futuro da boa harmonia sexual no matrimônio, já
que o ato sexual estará sempre relacionado a uma imposição.
 Comparações – Deus criou cada um de nós como único e
irrepetível, portanto, não temos o direito de nos compararmos uns aos outros,
todavia aquele que não vive a castidade, dificilmente se eximirá de fazer
comparações entre seus pares, além de se tornarem, por conta disso, sérios
candidatos à infidelidade no matrimônio.
 Doenças venéreas, gravidez indesejada, aborto, desconfianças,
insegurança.

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Como podemos concluir, a Castidade é uma verdadeira guardiã do AMOR
e da VIDA e a sua falta, a falta da sua prática, está diretamente ligada à morte.
Nem poderia ser diferente, uma vez que Deus nos ordena a não pecarmos contra
a castidade e bem sabemos qual é o salário do pecado, “Porque o salário do
pecado é morte;” (Rom 6,23).
6 - PASSOS PARA VIVER A CASTIDADE
“A ação é cega sem o saber, e este é estéril sem o amor. Não aparece a
inteligência e depois o amor: há o amor rico de inteligência e a inteligência cheia
de amor.” (CRUZ, Pe. Luiz Carlos Lodi da. VIII Congresso Teológico 2004. “A
Família Cristã: Célula-Mãe de uma Sociedade Melhor,” Palestra do dia
29.07.2004, as 17h30. http://www.providaanapolis.org.br/index.php/todos-os-
artigos/item/128-a-beleza-fascinante-da-castidade).
Como podemos fazer então, como Cristãos Católicos Carismáticos, para
viver a Castidade?
6.1 – Decidir-se por isso: antes de mais nada a vivência da castidade
precisa ser uma decisão de vida. Uma decisão positiva, livre e consciente, por
um estilo de vida. Que implica antes em conhecer e reconhecer a sua devida
importância e benefícios. Quando temos convicção das nossas decisões,
mesmo que elas venham a exigir de nós sacrifícios e renúncias, nós não
desanimamos, pois temos um objetivo para esta opção, há uma razão para
nossa decisão, assim, seguimos em frente, batalha a batalha, até vencermos a
luta.
6.2 – Autodomínio: a castidade supõe uma aprendizagem do domínio de
si, que é uma pedagogia da liberdade humana. Este domínio de si comporta
tanto o evitar as ocasiões de provocação e de incentivo ao pecado, como o saber
superar os impulsos instintivos da própria natureza.
6.3 – Conhecimento/Formação – procure conhecer mais profundamente
sobre os temas Amor, Sexualidade, Afetividade. Procure conhecer o que diz a
Doutrina Cristã Católica, buscando para isso os documentos da Igreja. Leia,
estude e medite a Palavra de Deus, especialmente os textos bíblicos que tratam
desse assunto. Busque a indicação de boa literatura secular sobre esses temas.
Participe das formações oferecidas pela diocese, faça os encontros relacionados
aos temas. Excelente ajuda ainda é a leitura da Vida de Santos, seus
testemunhos nos fortalecem e motivam!
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6.4 – Fugir das ocasiões – é imprescindível fugir das ocasiões e pessoas
que sejam para você ocasião de pecado, buscando sempre um bom
discernimento e equilíbrio nesse sentido. Afastar-se do perigo é ser prudente,
assim, evite as situações e atitudes que podem colocar em risco sua decisão de
viver a castidade e busque substituir essas ocasiões por outras mais saudáveis
e proveitosas. Lembre-se que você é único e irrepetível, com isso quero enfatizar
que o que pode não ser uma ocasião de pecado para outras pessoas, pode vir
a ser para você, então é fundamental conhecer-se e respeitar os SEUS limites.
6.5 – Equilíbrio quanto ao Sono – é essencial respeitarmos o repouso
necessário para nosso equilíbrio físico, emocional e espiritual. Ajuda-nos a
treinar o autodomínio aprendermos a dosar o nosso sono, respeitando o horário
de repouso, indo para a cama na hora certa e despertando no horário certo
também.
6.6 – Atividade Física e Trabalho Manual – vivemos uma época em que
nos desgastamos muito intelectualmente, passamos horas em atividades
intelectuais e menosprezamos a necessária atividade física e manual. Devemos
ainda, a todo custo, evitarmos o ócio. É fundamental em todas as idades, mas
especialmente na juventude onde há um excesso de energia acumulada e
intensa atividade hormonal em nosso organismo, buscarmos atividade física
cotidiana (prática de algum esporte que lhe agrade, dança, caminhadas, etc),
bem como o desenvolvimento de alguma atividade manual ou mesmo artística a
fim de canalizar toda essa energia, para que não se transforme em ansiedade
ou alguma outra enfermidade. Nosso corpo necessita de um sadio cansaço físico
diário.
6.7 – Guarda dos Sentidos – hoje em dia o apelos eróticos são muito
intensos, constantes e até mesmo agressivos e isso por todos os lados, em todos
os lugares. Precisamos preservar nossos sentidos a fim de evitarmos as
ocasiões de pecado, especialmente a visão, a audição e o tato. Não dá para
sairmos por aí olhando, ouvindo e tocando tudo que está à disposição ou nos dá
na cabeça sem comprometermos ou colocarmos em risco nossa decisão pela
vivência da castidade. Precisamos lutar para guardar nossos sentidos e isso
implica no cuidado e moderação nos beijos e abraços, pois muitas vezes tendem
a provocar excitação sexual. É necessário que busquemos educar nossos
contatos físicos.
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6.8 – Pudor e Modéstia – é essencial a prática do pudor e da modéstia no
falar, no agir e no vestir, para uma boa vivência da castidade, para se criar um
ambiente de conservação da castidade, motivado pelo respeito do próprio corpo
e da dignidade dos outros. O pudor e a modéstia protegem o mistério e a
intimidade da pessoa. Precisamos prestar atenção em nossos comportamentos
(como falamos, como nos portamos, cuidado com as confidências que fazemos,
a quem fazemos, buscarmos ser discretos no agir e no falar). Também
precisamos de pudor e modéstia no vestir. Ter consciência que certas partes do
corpo chamam mais atenção do sexo oposto e que, portanto, isso deve ser
respeitado para não colocar em risco a decisão dos outros de viver a castidade.
Tenho mais dois passos essenciais a indicar para se buscar a vivência da
Castidade, todavia, por serem de suma importância, optei por abrir um item
especial para eles, porque implicam um olhar diferenciado, são eles a Oração e
a mortificação e jejum.
7 - A CASTIDADE COMO VIRTUDE SOBRENATURAL:
Perceba que até aqui falamos da castidade como virtude natural. Não
fizemos menção alguma à graça sobrenatural, que Jesus Cristo conquistou para
nós pelo preço de seu sangue derramado lá na cruz “Porque fostes comprados
por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” (I Cor 6,20).
Também não falamos do Espírito Santo que, como fruto da redenção de
Cristo, passou a habitar em nosso corpo como em um templo. “Ou não sabeis
que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual
recebestes de Deus, e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?” (I Cor 6,19).
Se todo homem tem o dever de ser casto, pelo simples fato de ser
racional, nós Cristãos temos um motivo a mais para cultivarmos a castidade:
SOMOS TEMPLOS DO ESPÍRITO SANTO. Nossos instintos devem ser
governados, não apenas pela razão natural, mas pela graça sobrenatural. "Se
vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito.” (Gl 5,25).
Para o cristão, a vida humana, que é sagrada por ser criada por Deus, é
sagrada também por ter sido "recriada" por Cristo. Ele deu a Sua vida por nós.
Ele veio para que tivéssemos vida, e vida em abundância (Jo 10,10). Ele
prometeu habitar naquele que cumpre sua palavra: "Se alguém me ama,
guardará minha palavra, e meu Pai o amará. E viremos a ele, e nele faremos

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morada" (Jo 14,23). Assim podemos dizer como e com São Paulo: "Já não sou
eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20).
Para nós, cristãos, a vida humana, elevada pela graça à participação com
a vida divina (2Pd 1, 3-11), tem um valor de eternidade. Assim, temos maior
razão para respeitarmos a vida. E, em consequência, temos maior razão para
valorizarmos a castidade.
Sendo assim, como sabemos que a Graça pressupõe a natureza,
precisamos preparar nossa natureza humana para vivenciarmos essa Graça
sobrenatural que é para nós a Castidade. Cientes agora que não se trata apenas
de uma vivência natural ou ordinária, mas de uma Graça essencialmente
sobrenatural, pois somos Templos Vivos do Espírito Santo que se dignou, pelo
Sacramento do Batismo habitar em nós, precisamos tomar consciência também
de que “A Graça não nos livra da luta, mas faz com que a luta não seja em vão.”
Desta forma, precisamos lutar e vigiar com armas sobrenaturais, para
perseverarmos em nossa decisão de vivermos a Castidade. E que armas são
essas, senão a Oração, o Jejum e as Mortificações?
7.1 – ORAÇÃO: Precisamos buscar cultivar uma vida de oração pessoal
diária, através da leitura orante da Palavra de Deus; também as orações
devocionais nos ajudam, muito embora não substituam a Oração Pessoal. Como
Cristãos Católicos precisamos zelar e perseverar na vivência sacramental, de
modo particular os Sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia, que são
sustento e remédio para nosso corpo, alma e espírito. Jesus nos deixou ainda
Sua Mãe como nossa Intercessora e alguém que combate poderosamente ao
lado de seus filhos, em todas as suas lutas, portanto, diariamente cuidemos de
nos consagrar à Sua guarda e proteção e fazermos uso da poderosa arma do
Santo Rosário na luta pela preservação da nossa Castidade e da perseverança
da nossa decisão de vivê-la incondicionalmente!
7.2 – JEJUM E MORTIFICAÇÕES: aqui não se trata simplesmente de
ficar sem comer ou abster-se de alguma coisa que goste muito, mas trata-se de
um verdadeiro exercício espiritual que envolve o corpo. Todo jejum ou
mortificação precisa necessariamente ser acompanhado de oração, ou não
atenderá seu real objetivo. É uma atitude que nos ajuda a educar nossas
vontades e também a crescer e amadurecer no autodomínio. Certamente se não
formos moderados no comer e no beber não o seremos também em relação aos
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nossos impulsos da sexualidade humana. Procure ler e conhecer melhor sobre
o que diz a Igreja sobre o jejum e as mortificações.

8 - CONCLUSÃO
Para finalizar, gostaria de dizer que o mundo hoje é bombardeado
diariamente com ideias para se viver a seu bel prazer. Disseminam a ideia de
uma vida de ilusão onde ninguém precisa ter responsabilidade com ninguém.
Não podemos nos enganar. Precisamos rezar para que, à luz do Espírito Santo,
tomemos cada dia a decisão correta. Devemos lutar pelo projeto de Deus para
nós, Seus filhos e filhas. A felicidade plena só será alcançada quando fizermos
a vontade de Deus e Sua vontade está na ordem que dele recebemos: “SEDE
SANTOS, PORQUE EU SOU SANTO.” (I Pedro 1,16) Ainda que o mundo grite
aos nossos ouvidos, seja feliz, devemos, como Cristãos, ter a clareza de que, a
verdadeira felicidade está na SANTIDADE, Santidade essa que nos é permitida
viver com o auxílio do Espírito Santo que habita em nós. Por isso, não cessemos
de clamar insistentemente, vem Espírito Santo, vem, vem, vem!!!
“Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era
velho; eis que tudo se fez novo!” (II Cor 5,17).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BENTO XVI. Carta Encíclica Caritas in Veritate. Aos bispos, presbíteros e
diáconos, às pessoas consagradas, aos fiéis leigos e a todos os homens de boa
vontade. Sobre o desenvolvimento humano integral na Caridade e na Verdade.
São Paulo: Paulinas, 2009.
2. BÍBLIA SAGRADA. São Paulo: Ave Maria, 1995.
3. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Vozes, 1993.
4. CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A FAMÍLIA. Sexualidade Humana: Verdade
e Significado. São Paulo: Paulinas, 2002.
5. CRUZ, Pe. Luiz Carlos Lodi da. VIII Congresso Teológico 2004. “A Família
Cristã: Célula-Mãe de uma Sociedade Melhor,” Palestra do dia 29.07.2004, as
17h30. http://www.providaanapolis.org.br/index.php/todos-os-artigos/item/128-
a-beleza-fascinante-da-castidade
6. DICIONÁRIO MICHAELIS ON LINE. Disponível em:
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php.
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7. JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Veritatis Splendor. A todos os bispos da
Igreja Católica sobre algumas questões funndamentais do ensinamento moral
da Igreja. São Paulo: Paulinas, 2004.

5- OPÇÕES DE PREGADORES

Não é obrigatório chamar os pregadores dessa lista, esses nomes são


apenas sugestões.

Pregador Grupo de Oração Telefone

Wellington e Geisy Ágape (Marialva) 9864-8626

Gislaine e Gustavo Cristo Vive 9802-5208

Claudia e Rodney Raio de Luz 9102-0432

Lisiane e Sandro (Mandaguari) 9880-7511


Apostolado Familia e
Alana e Joatan 9810-0779 / 9769-0011
Vida
Fonte de Água Viva
Rafael e Bete (43) 9964-0102
(Jandaia)
Robson e Andréia Rei Davi 8802-7824

Miguel Leão de Judá 9102-8505

Reginaldo e Elisângela Lírio do Vale 9972-6064

Pávila e Hugo Fogo do Alto 9115-5416/ 9997-5416

Ierecê e Oscar GPP Sopro de Vida 9912-9492/ 3025-7725

Marlon e Fernanda Juc (Doutor Camargo) 9713-9477 / 8845-1400


Servos dos pobres
Maicon e Gislaine 9948-9050/ 8852-3142
(Sarandi)

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Santa Rosa de Lima
Simone e Eduardo 9911-7475/ 3266-1003
(Iguatemi)
Wellington Esgoti e Banhados no Espírito
9872-1197/ 8404-5495
Fabricia (Mandaguaçu)
Geraldo e Maria Alice Santo Antonio 9912-8611

Alex Chaves e Viviane São Mateus Apóstolo 9983-6418

Luisão e Néia Boa Nova 9947-1151

Luis Carlos e Edilene Raio de Luz 9972-9750/ 9989-7774


Paulo Fernandes e
Raio de Luz 9935-8477
Waldimeire
Fernando e Cássia JAD 9982-5448

Maciel Renascer 9944-1432


Imaculado Coração de
Patrick e Natalia 9813-0001
Maria
Bom Pastor 9828-1569
Hudson e Rose
(Mandaguari)
Reflexo de Deus 9953-8301
Weverton
(Mandaguari)
Jacqueline Minella MUR 8827-2764

Gabriel Favine MUR 9821-4438

Mazo Jacs 9823-7467


Frutos da Aliança
Aline 9838-1070
(Mandaguaçu)
Robertinho Boa Nova 9952-1249
8806-3483 (Tim)/
Paulo Gustavo Cristo Vive
3274-7675

40

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