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Geographia: uma, datada de 1482 (ed. de Ulm, fig. 8), oufra de 1572 (ed.
do Theatmm Orbis Terramm feita em Amesterdão, fig. 9). Do século
XVII retivemos um mapa de 1618/19 (ed. de Jodocus Hondius, também
em Amesterdão, fig. 10) e a edição de Willem Blaeu de 1613, preparada
na mesma cidade (fig. 11). Um exemplar do século XVIII, editado em
Espanha por Tomás López em 1770 completa esta colecção de mapas da
Península Ibérica (fig. 12).
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' Omitimos intencionalmente a menção à Hispânia, à Lusitânia e à Bélica; também não nos
referimos à presença ou ausência de fronteira política terrestre, aspectos comentados por
João Carlos Garcia (1996).
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litoral de Portugal cujo recorte nos parece familiar, olhando para a Galiza,
parece que voltamos ao início do século XVI - o Cabo Finisterra excede
em quase 1° de longitude o Cabo da Roca, na realidade o ponto mais oci-
dental do continente europeu. Se nos detivermos na fronteira terresfre,
descobrimos um norte de Portugal muito encolhido no sentido Norte/Sul,
apesar da vincada protuberância minhota, enquanto as Beiras se estendem
no sentido Leste/Oeste.
De que fontes se serviu a família Blaeu e as oficinas cartográficas
anteriores e porquê? Talvez esteja aqui a pergunta mais enigmática na
fase actual dos conhecimentos. É provável que mais do que inovar, no
sentido de trazer algo de novo e mais correcto às formas defiguraçãodo
Planeta, se procurassem vender as imagens mais apetecidas, porque
melhor decoradas. Além disso, imprimiam-se seguramente as mais fáceis
de reproduzir, isto é, as que não obrigavam à produção sistemática de
novas chapas de gravação para cada nova edição de atias. Editar muitos
mapas, mas não necessariamente os melhores, foi o que os holandeses
primeiro, depois os alemães, franceses e ingleses souberam fazer defen-
dendo involuntariamente, assim, o nosso patrimônio o qual, sem esse
empenho, estaria quase totalmente perdido. Nestes países editaram-se e
deste modo conservaram-se muitos milhares de mapas, cujo alinhamento
cronológico de edições não reflecte a evolução real do conhecimento do
Planeta, que ficou sujeito às vicissiitudes do nascimento e crescimento de
casas comerciais concorrentes.
No século XVIII a febre dos editores cartográficos flamengos,
holandeses e franceses diminui. Entram na corrida os ingleses e os países
do Sul da Europa que ambicionam reaver a primazia perdida. Em
Espanha, uma figura incontomável é Dom Tomás López, um prolífico
compilador de mapas no seu próprio gabinete. Aí reúne informação, aí a
depura para passar ao papel. Da sua abundante produção reproduzimos
este mapa da Península de 1770 (fig. 12), que pouco melhora anteriores
figurações desta parte da Europa. Repare-se no defeituoso contomo da
Galiza e na convexidade do perfil norte, ou mesmo no esfreito contomo
do Norte de Portugal que se ^arga progressivamente para Sul, lembrando
quase uma pera.
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sagrados, que já nem a criticamos. Sabemos que Portugal não é uma ilha,
mas figuramo-lo como se o fosse e achamos natural. Paradoxo seme-
lhante ao de escrevermos com erros e considerarmos que isso não tem
2 Luis de Camões, como Orlando Ribeiro recorda (1971), dá nos Lusíadas (III, 20) a
seguinte imagem:
Eis aqui, quase cume da cabeça
Da Europa toda, o Reino Lusitano
Onde a terra se acaba e o mar começa
E onde Phebo repousa no oceano
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WHrWUW-tfffiS:
Fonte: DIAS, Maria Helena; BOTELHO, Henrique Ferreira (coord., 1998) - Qua-
tro Séculos de Imagens da Cartografia Portuguesa, Comissão Nacional de Geog
fia; Cenfro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, Instituto Geográfico
do Exército, Lisboa, p. 5.
3 Foi por gentileza do falecido Comandante Avelino Teixeira da Mota que se conseguiu
uma reprodução fotográfica do exemplar existente na Biblioteca Nacional de Paris.
Apesar de essa imagem facilitar mais a leitura do que a dos Portugaliae Monumenta
Cartographica, a grande densidade de informação permanece um obstáculo.
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4. Remate
A comparação visual de mapas que fizemos é uma metodologia de
frabalho que se pode classificar de "grosseira". Ela permite registar gran-
des parentescos e dissemelhanças enfre mapas, mas não fazer estudos
rigorosos e de pormenor. Um dos grandes problemas que se coloca aos
estudiosos de antigos mapas é exactamente o da escolha do processo de
análise. Na maior parte dos casos, o rigor do estudo implica a manipula-
ção de informações, por meios mais ou menos sofisticados, com sacrifício
da subjectividade, menos apreciada do que o positivismo, este sim tido
como seguro. No entanto, o investimento em equipamento e em tempo
que estes métodos impUcam, não serão um importante enfrave à multipli-
cação de estudos? Seguramente, antes de mais, há que ter o inventário do
que existe e acesso aos fundos cartográficos, problema não integralmente
resolvido em Portugal (Maria Helena Dias, 1996). Mas, admitindo que o
que se conhece permite já desenvolver muitofrabalho,teremos de conse-
guir que os mapas antigos não sejam vistos pelo comum das pessoas ape-
nas como coisas belas que se olham deleitadamente numa sala de espera
de um consultório, mas como peças que exprimem conhecimentos, factos
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