Sídrome Metabólica Obesidade Cirurgia Bariátrica
Sídrome Metabólica Obesidade Cirurgia Bariátrica
Sídrome Metabólica Obesidade Cirurgia Bariátrica
SÍNDROME METABÓLICA E
CIRURGIA BARIÁTRICA
CONTEÚDO
1. A obesidade
→ Epidemiologia
→ Classificação
→ Etiologia
→ Doenças associadas à obesidade
→ Aspectos importantes na história clínica e no exame físico
2. Síndrome Metabólica
→ Conceito
→ Epidemiologia
→ História clínica, exame físico e exames laboratoriais
3. Cirurgia Bariátrica
→ Histórico
→ Indicação
→ Técnicas cirúrgicas
→ Complicações pós-operatórias
OBESIDADE MÓRBIDA, SÍNDROME METABÓLICA E CIRURGIA BARIÁTRICA
OBESIDADE
EPIDEMIOLOGIA
Obesidade no Brasil
CLASSIFICAÇÃO
Existem algumas formas de classificar a obesidade
• Conforme o IMC
IMC ( kg/m2) Grau de Risco Tipo de obesidade
18 a 24,9 Peso saudável Ausente
25 a 29,9 Moderado Sobrepeso ( Pré-Obesidade )
30 a 34,9 Alto Obesidade Grau I
35 a 39,9 Muito Alto Obesidade Grau II
40 ou mais Extremo Obesidade Grau III ("Mórbida")
2 2
IMC= Peso (Kg) / Alt (m )
ETIOLOGIA
Histórico da obesidade- desde quando possui obesidade; qual foi o peso máximo
e quando isto ocorreu; quais fatores desencadearam ganho ponderal maior; quais,
quantos tratamentos já fez e por quanto tempo cada um deles; quantos quilos perdeu
em cada tratamento
Padrão alimentar- qual tipo de alimento mais gosta? (doces, salgados); existe
algum distúrbio do comportamento alimentar? (comer compulsivamente, provocar
vômitos após comer, fazer uso de laxantes...); quantas vezes por dia come?
SÍNDROME METABÓLICA
CONCEITO
Fonte – 8 e 9
EPIDEMIOLOGIA
Porcentagem de pessoas de 20 a 79 anos, portadoras de diabete melito no ano
de 2010, no mundo. Fonte – International Diabetes Federation
CIRURGIA
CIRURGIA BARIÁTRICA
(Figuras obtidas de
e sites de Cirurgia Bariátrica – IFSO/ SBCBM/ outros)
HISTÓRICO
Cirurgia de Payne
técnica é utilizada até hoje, portanto há mais de 25 anos. Em 1988, Hess modificou a
técnica de Scopinaro, realizando gastrectomia vertical em vez de transversal e
preservando o piloro que passava a se anastomosar (emendar) com o íleo. Criou o
Duodenal Switch, vindo a publicar seus resultados apenas em 1998. Marceau no
Canadá publicou a mesma técnica em 1993. O primeiro Duodenal Switch laparoscópico
foi descrito pelo grupo do Dr. Michel Gagner em 2000.
Em 1986 MathiasFobi, apresentou uma técnica de septação gástrica de forma
que o estômago seria separado em dois: um pequeno de 100 ml por onde a comida
passava (pouch) e outro grande de 1.500 ml por onde a comida não passava (estômago
excluso), associada a um desvio intestinal. Fobi também criou um anel de silicone que
impedia a dilatação do estomago.
Em 1991 Rafael Capella sugeriu a diminuição do pouch de 100 ml para 20 ml e
passou a proteger o pouch com o intestino delgado para evitar fistulas (vazamentos).
Ao invés de usar o anel de silicone (de Fobi) ele usava uma tira de tela de
polipropileno.
Em 1994 Wittgrove e Clark fizeram o primeiro Bypass Gástrico por
Videolaparoscopia onde a única diferença em relação ao Fobi e Capella era a ausência
de anel ou fita. Até hoje o "Bypass Gástrico por Videolaparoscopia" é tido como o
"Padrão Ouro" da Cirurgia Bariátrica.
Em 1986 Dr Lubomyr Kuzmak relatou o uso de uma banda gástrica ajustável de
silicone (ASGB), implantado através de um procedimento aberto para restringir a
cavidade gástrica. Esta primeira banda era um dispositivo primitivo, se comparada com
as bandas gástricas moderna, mas, no entanto, os primeiros resultados foram muito
encorajadores. Professor Franco Favretti e sua equipe começaram a promover a
utilização do "Kuzmak" ASGB em vários centros ao redor do mundo e entre 1991 e
1994 mais de 2000 bandas gástricas foram implantadas.
Outras técnicas ou variações das antigas surgiram mais recentemente.
O OBJETIVO DA CIRURGIA NÃO É ESTÉTICO E SIM PERDER PESO PARA A
MELHORA DE DOENÇAS ASSOCIADAS JÁ EXISTENTES OU EVITAR AS QUE PODEM VIR
A CO-EXISTIR COM A OBESIDADE
INDICAÇÃO CIRÚRGICA
Indicações gerais
• Pacientes com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 40 kg/m2.
• Pacientes com IMC maior que 35 kg/m2 e afetado por comorbidezes (doenças
agravadas pela obesidade e que melhoram quando a mesma é tratada de
forma eficaz) que ameacem a vida, tais como diabetes tipo 2, apneia do sono,
hipertensão arterial, dislipidemia, doença coronariana, osteo-artrites e outras.
• Idade: maiores de 18 anos. Idosos e jovens entre 16 e 18 anos podem ser
operados, mas exigem precauções especiais e o risco/benefício deve ser muito
bem analisado.
• Obesidade estabelecida, conforme os critérios acima, com tratamento clínico
prévio insatisfatório de, pelo menos, dois anos.
• Não uso de drogas ilícitas ou alcoolismo.
• Ausência de quadros psicóticos ou demenciais graves ou moderados.
• Compreensão, por parte do paciente e familiares, dos riscos e mudanças de
hábitos inerentes a uma cirurgia de grande porte sobre o tubo digestivo e da
necessidade de acompanhamento pós-operatório com a equipe
multidisciplinar, a longo prazo.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS
As técnicas cirúrgicas podem ser divididas e 3 grandes grupos:
→ Cirurgias restritivas – Gastroplastia vertical (Mason), Banda Gástrica,
Gastrectomia vertical
→ Cirurgias disabsortivas – Derivações intestinais, enterectomias (Cirurgias
de Lazzaroto, Payne, Santoro). Não são aprovadas para serem realizadas
→ Cirurgias mistas – Componente restritivo maior (Derivação gástrica em “Y
de Roux” – Fobi/Capella); componente disabsortivo maior (Derivação
bilio-pancreática a Scopinaro, e modificada com Duodenal Switch –
Marceau/Hess)
Prof. Dr. Wilson Salgado Júnior
OBESIDADE MÓRBIDA, SÍNDROME METABÓLICA E CIRURGIA BARIÁTRICA
“PROCEDIMENTOS ACEITOS
1- BALÃO INTRAGÁSTRICO
2- GASTROPLASTIA VERTICAL BANDADA OU CIRURGIA DE MASON
3- BANDA GÁSTRICA AJUSTÁVEL
4- GASTRECTOMIA VERTICAL
5- CIRURGIA DE GASTROPLASTIA COM RECONSTITUIÇÃO EM Y DE ROUX (Fobi/Capella)
6- CIRURGIA DE DERIVAÇÃO BÍLIO-PANCREÁTICA COM GASTRECTOMIA HORIZONTAL (Scopinaro)
7- CIRURGIA DE DERIVAÇÃO BÍLIO-PANCREÁTRICA COM GASTRECTOMIA VERTICAL E PRESERVAÇÃO DO
PILORO (Cirurgia de Duodenal Switch)”
Método puramente restritivo, não tem sido mais utilizado de rotina nos serviços.
É realizado com o uso de grampeadores cirúrgicos (circular e linear) e uma banda
(anel) de silicone ou polipropileno. Tem a intenção de criar dois compartimentos
gástricos, sendo o menor superior (que vai gerar saciedade) e um maior que receberá
o alimento que irá lentamente ser esvaziado do compartimento superior através do
anel de contenção. A perda de peso estimada é de aproximadamente 20-25% do peso
inicial e não funciona para comedores de doce. A recuperação do peso perdido em
alguns pacientes é um dos problemas desta cirurgia.
4. BALÃO INTRA-GÁSTRICO
6. DERIVAÇÃO BILIO-PANCREÁTICA
PANCREÁTICA (Cirurgia de Scopinaro)
Esta modalidade de cirurgia tem sido realizada com menor frequencia e envolve
uma
ma gastrectomia parcial (retirada de parte do estômago), deixando
aproximadamente 350 ml de estômago, o que não gera uma grande saciedade. O
segundo passo desta cirurgia é seccionar o íleo a 250cm da válvula íleo-cecal,
íleo ficando
com dois segmentos de intestino.
intestino. O distal (que se une ao intestino grosso) será levado
para fazer a anastomose com o estômago. O proximal, que vem do duodeno com os
sucos digestivos, será anastomosado novamente com o íleo a 50 cm da válvula íleo- íleo
cecal. Portanto a alça comum neste caso
caso é de apenas 50 cm, o que acaba por gerar
uma grande má-absorção.
absorção. Este paciente pode apresentar muitos episódios de diarréia,
principalmente se comer alimentos com gordura ou fritura. A perda de peso média é
de 38 a 43% do peso inicial, sendo esta uma das cirurgias que mais mantém a perda de
peso ao longo dos anos, no entanto às custas de um risco maior de déficits nutricionais
importantes.
Alguns cirurgiões deixam esta alça comum maior, com 75 cm ou até mesmo 1
metro.
1°
2°
3°
4°
• Úlcera péptica
• Colelitíase
• Obstrução intestinal
6. Mortalidade –
Referências
Artigos
3) JUNG, R. Obesity as a disease. British Medical Bulletin, London, v.53, n.2, p.307-
321, 1997.