TULPAS
TULPAS
TULPAS
No Ocidente, muito se fala em lendas urbanas que ganham vida e se alimentam do medo
exalado pelas vítimas. Diversos filmes se baseiam nesta ideia, alguns deles com teor
criptozoológico (criaturas biológicas desconhecidas da ciência), como Olhos Famintos, e
outros com teor psicológico, como Babadook, e há mesmo uma sobreposição com
questões relacionadas a espíritos obsessores, como verificado em A Invocação do Mal.
Tulpas Tibetanas
As Tulpas são citadas em diversos textos referentes aos ensinamentos do budismo
tibetano, compilados em sua versão mais conhecida por volta do ano 1300 na forma do
Kangyur (A Tradução da Palavra) e do Tengyur (A Tradução dos Tratados).
Em um significado mais geral, “sprul” é utilizado para se referir às ilusões geradas por
mágicos ou ilusionistas, e às formas-pensamento criadas na Magia Tibetana, sempre
mediante forte intenção e de forma proposital. De fato, a gramática tibetana distingue
verbos ativos de verbos passivos, e neste sentido a palavra se refere somente a uma
manifestação realizada de forma proposital.
Formas-Pensamento
Por volta de 1890, o conceito de formas-pensamento, que já era amplamente conhecido,
foi estudado e aprimorado pela Teosofia. O novo conceito adquirido se referia a qualquer
forma — animada ou não — manifestada a partir de um pensamento — de forma proposital
ou não. Embora ainda não tivesse sido relacionado diretamente às Tulpas, estas formas-
pensamento eram definidas de forma bem próxima à que seria imputada posteriormente
às Tulpas Tibetanas.
Por volta de 1960, outra praticante de magia, Alexandra David-Neel, também teria criado
uma forma-pensamento que a auxiliasse. Após extenso treinamento com monges
tibetanos, conhecendo as teorias acerca das Tulpas Orientais, David-Neel mentalizou um
frade tibetano rechonchudo que a acompanhava nos lugares e auxiliava nos estudos
mágicos. Porém, este ser teria começado a aparecer sem ser evocado, e teria começado
também a ser visto pelas pessoas ao seu redor, tendo adquirido senciência independente
da magista.
Com base principalmente nestes dois casos documentados, a figura da Tulpa passou a ser
conhecida no Ocidente, e o termo foi aplicado a formas-pensamento que saíam de
controle. Vários ensaios e livros — ocultistas ou mesmo de ficção — foram escritos sobre
o assunto, ajudando a disseminar esta ideia no Ocidente.
Tulpas na Internet
Mais recentemente, em 2009, o autor do site Something Awful, Eric Knudsen, começou
a publicar relatos sobre uma entidade chamada Slenderman, que aparecia na forma de
um ser branco e alto, de terno, e possuía tentáculos com os quais caçava sua vítimas em
florestas. A entidade se alimentaria do medo das pessoas, e não tardou para que
surgissem vários relatos de avistamentos deste ser nos EUA, e no mundo.
Este episódio se assemelha muito de várias outras lendas urbanas, que por serem muito
difundidas acabam ficando gravadas no inconsciente das pessoas, e acabam se
manifestando em momentos de vulnerabilidade psicológica, como no estágio entre o
sono e a vigília, ou em situações de estresse emocional. No Brasil, as lendas urbanas da
Loira do Banheiro, da Noiva das Estradas e da Maria Sangrenta seriam exemplos de
histórias que alcançaram tal patamar de influência sobre a psiquê coletiva.
Servidores Descontrolados
Mais recentemente, em fóruns de Magia do Caos, há relatos de Servidores criados com
propósitos específicos e que, por falhas no contrato, alimentação energética excessiva, ou
inexperiência dos usuários, saem de controle ou realizam ações prejudiciais aos magistas.
De qualquer forma, qualquer que seja sua origem, formas-pensamento ainda são feitas de
matéria mental, e portanto podem ser desfeitas com banimentos e canalização de
pensamento, requerendo mais ou menos energia no processo. O medo inconsciente pode
atuar contra o magista, gerando descontrole de suas criações, mas a força de vontade é o
que basta para retomar o controle.
Ass.: RoYaL.