RELATÓRIO-Elementos de Máquinas I Ver2

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UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA

CURSO: ENGENHARIA MECÂNICA

ELEMENTOS DE MÁQUINAS I

Juliana Florenzano

Manassés Pinto Siva Júnior

Sandy Vieira

Lauro de Freitas - Ba
2018
UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA

ELEMENTOS DE MÁQUINAS I - SISTEMA DE IÇAMENTO

Juliana Florenzano

Manassés Pinto Silva Júnior

Sandy Vieira

Trabalho apresentado como requisito


para obtenção à nota avaliativa da prova
parcial do 2º bimestre da disciplina
Elementos de Máquinas I, do curso de
Engenharia Mecânica, 10º semestre da
Faculdade UNIME. Sob orientação do Prof.
MSc. Ismael Oliveira.

Lauro de Freitas - Ba
2018
SUMÁRIO

1. Introdução................................................................................................4
2. Objeto de estudo.....................................................................................5
3. Fundamentação teórica..........................................................................6
3.1. Elementos de Máquinas................................................................6
3.2. Resistência dos Mateirais............................................................15
3.3. Analise de falhas estáticas...........................................................20
3.4. Equipamentos de elevação e movimentação de cargas..............23
4. Metodologia...........................................................................................20
4.1 Memorial de cálculo..........................................................................28
4.1.1 Dimensionamento dos elementos de máquinas............................29
4.1.2 Estudo dos esforços solicitantes da estrutura...............................33
4.1.3 Estudo da resistência da estrutura................................................34
4.1.4 Analise de falhas da estrutura.......................................................36
5. Conclusão..............................................................................................39
Referências............................................................................................40
Anexo I...................................................................................................41
Anexo II..................................................................................................42
Anexo III.................................................................................................44
1 - INTRODUÇÃO

Operações de içamento são largamente utilizadas em praticamente qualquer


processo construtivo ou de transporte de cargas, como em atividades portuárias,
construção civil, ou atividades industriais como na área siderúrgica para
transporte dos cadinhos. E com esta grande range de utilização, a compreensão
dos modos de falha destas operações é de um enorme grau de importância no
projeto destes equipamentos, pois além de que sua falha possa causar grandes
perdas produtivas, as maiores perdas podem vir com um acidente envolvendo
os funcionários desta operação. Então definir os modos de falha dessas
operações é de fundamental importância na etapa de projeto, visando evitar tais
problemas.

Porém dentro dos mais diversos equipamentos de levantamento e


movimentação de cargas disponíveis no mercado, seus modos de falha podem
ser os mais diversos, podendo variar desde corrosão de elementos metálicos em
construções offshore até um simples escoamento por mal dimensionamento ou
uso inapropriado do equipamento. Mas uma característica que todos esses
elementos deverão ser testados será relacionado com sua condição de falha
estática. Onde serão avaliadas as tensões admissíveis para o material, e com
metodologias disponíveis em normas e em bibliografias, para que o projetista
possa definir um coeficiente de segurança para operação segura deste
equipamento, a depender de seu grau de periculosidade de operação.

E para isso os projetistas estão munidos de diversas normas internacionais e


nacionais, e de estudos de metodologias já comprovadas, como as metodologias
de falha estática e normas como a NBR 8400 (Equipamentos de elevação e
movimentação de cargas).

A análise de falhas é um tópico importante em projetos de elementos de


içamento de sustentação em geral, pois avaliar possíveis falhas de um sistema
de alta periculosidade, como já foi comentado, é sempre exigido por norma,
como consta na NBR 8400 (1984) no tópico 5.8, um coeficiente de segurança,
que é definido pela análise das piores soli citações deste equipamento e
estudando as tensões de correntes destas solicitações.
Neste presente trabalho será detalhado a metodologia de análise de falhas
estáticas para elementos de sustentação, com a construção de um pequeno
protótipo demonstrativo do sistema.

2 – OBJETO DE ESTUDO

Desenvolvemos um projeto denominado Sistema de Içamento objetivando


demonstrar nossos conhecimentos multidisciplinares até então absorvidos no
curso de Engenharia Mecânica. Em um universo didático, um equipamento
estático que estará submetido a ciclos de carregamentos e descarregamentos
de pressão, temperatura e possíveis condições corrosivas, apresenta-se como
um excelente objeto de demonstração de aprendizado, bem como para
ampliação do conhecimento em função das pesquisas para fundamentar o
estudo teórico.

A comunidade acadêmica como um todo, seja professores, técnicos


especializados, coordenadores de curso, bem como os discentes estão
buscando, incessantemente, o alinhamento entre a teoria e a prática, para que
o graduando possa perceber o quão grande é o universo da engenharia e as
principais especialidade e tendências de mercado.

Este relatório tem como principal finalidade abordar algumas das


principais questões envolvendo as Especificações e Dimensionamento dos
Materiais Metálicos e Não Metálicos aplicados especificamente num sistema
de protótipo de içamento. Vale ressaltar que os diversos dispositivos de
içamento, comumente utilizados nas indústrias, têm na concepção do Projeto
Básico condições e critérios mais amplamente analisados, porém para um
estudo didático e preliminar do tema, é mais que viável e aceitável a metodologia
abordada

5
3- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica do trabalho consiste em abordar todos os temas


utilizados para a metodologia de dimensionamento e também citar as fontes
utilizadas para que fosse possível chegar ao resultado final do projeto.

3.1 –ELEMENTOS DE MÁQUINAS:

3.1.1 – CABOS DE AÇO

Graças ao engenheiro de minas Wilhelm Albert, em 1834, na Alemanha,


houve as primeiras aplicações dos precursores dos cabos de aço da atualidade.
Albert propôs um processo de trefilação e torção de arames de aço visando
substituir correntes até então utilizadas nas minas de carvão da época. Apesar
da enorme evolução desses componentes ao longo do tempo, a concepção
básica deles foi mantida, ou seja, um cabo de aço corresponde a um conjunto
de arames estirados a frio agrupados de forma helicoidal, formando uma secção
transversal metálica capaz de resistir esforços, principalmente de tração,
associados a adequadas condições de flexibilidade.

3.1.1.1 – Composição típica de um cabo de aço

Um cabo de aço típico é formado por arames, pernas e alma. Em uma


concepção mais geral, pode-se definir o cabo como um conjunto de arames de
aço reunidos num feixe helicoidal, constituindo uma corda de metal apta a resistir
esforços de tração com razoável flexibilidade.

Os arames são, assim, as unidades básicas para a formação do cabo,


dado que a partir da torção deles ao redor de um centro comum, em uma ou
mais camadas, obtêm-se as pernas, as quais, por sua vez, são também torcidas
ao redor de outro centro comum, que recebe a denominação de alma. Nesse
sentido, a forma mais comum e simples de se representar um cabo de aço é pela
sua seção transversal.

3.1.1.2 - Nomenclatura básicas dos cabos convencionais

Cabos de aço convencionais apresentam nomenclaturas padronizadas


internacionalmente. Na prática, os cabos devem ser identificados em função da

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quantidade de pernas, da quantidade (exata ou nominal) de arames em cada
perna, do descritivo da sua configuração e do tipo de alma considerada.

Em termos de abreviaturas, pode-se destacar:

 AA – alma de aço
 AF – alma de fibra natural
 AFA – alma de fibra artificial
 AACI – alma de aço de cabo independente
 F – Filler
 S - Seale
 W – Warrington
 WS – Warrington – Seale

3.1.1.3 – Diâmetro nominal / real do arame

O diâmetro nominal de um cabo de aço corresponde àquele designado


nas tabelas dos fabricantes e de referência, com a sua tolerância
correspondente. O diâmetro real corresponde àquele medido pela circunferência
que o circunscreve.

3.1.1.4 – Diâmetro do arame

O arame de um cabo corresponde ao resultado final do seu processo


produtivo de trefilação. Tal processo envolve uma decapagem inicial (conjunto
de banhos químicos aplicados à matéria-prima original), passando por uma
trefilação grosseira (produzindo um diâmetro inicial também grosseiro) e, por fim,
uma trefilação fina ou final, a qual apresenta rígida tolerância de saída para os
arames trefilados.

Tais diâmetros podem ser relacionados com o diâmetro nominal do cabo


de aço mediante uma constante.

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Figura 1 – Parâmetros gerais para seleção de cabos de aço.

Fonte: Almeida (2017).

3.1.2 – ROLAMENTOS

Durante a construção desse trabalho verificamos a importância da NBR


8400 referente ao cálculo de equipamento para levantamento e movimentação
de cargas, independente do seu grau de complexidade ou tipo de serviço do
equipamento, visando assegurar o trabalhador e os equipamentos. A evolução
tecnológica e aumento de recursos disponíveis, permitiu o planejamento e
realização de trabalhos que requerem extrema precisão com raios de operação
cada vez maiores, e eventualmente podem ocorrer fora do campo de visão do
operador, o que requer maior qualificação tanto dos profissionais de sinalização,
como dos profissionais de planejamento que precisam ter a correta
compreensão dos fenômenos envolvidos na atividade. A grande maioria das
operações de movimentação de cargas pode ser planejada por profissionais que
tenham recebido treinamento específico para fazê-lo.

Com relação aos cálculos de rolamento, para calcular as cargas dos


rolamentos, deve-se determinar as forças que atuam sobre o eixo que é
suportado pelos rolamentos. Estas forças incluem o peso morto inerente ao
corpo giratório, a carga produzida quando a máquina realiza um trabalho e a
carga produzida por ação da força dinâmica de transmissão. Teoricamente, as
cargas podem ser calculadas, mas o cálculo é difícil na maioria dos casos. Em
muitos casos, em circunstância normais, a carga sobre os rolamentos utilizados
em máquinas irá flutuar em função de um período fixo, ou de uma jornada de
trabalho programada. A carga sobre os rolamentos que operam sob estas
condições pode ser convertida em uma carga média (Fm); esta é uma carga que

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dá aos rolamentos a mesma vida que teriam sob condições de operação
constantes.

As funções requeridas para os rolamentos diferem de acordo com a


aplicação, e devem ser mantidas necessariamente por um período além do
determinado. O rolamento, mesmo que utilizado corretamente, ao passar do
tempo deixa de desempenhar sua função de forma satisfatória, devido entre
outros casos ao aumento de ruído e vibração, à redução da precisão pelo
desgaste, à deterioração da graxa lubrificante ou ao escamamento por fadiga na
superfície de rolamento. A vida do rolamento no amplo sentido do termo são
estes períodos até a impossibilidde de uso, denominados respectivamente vida
de ruído, vida de desgaste, vida de graxa ou vida de fadiga. Além destas vidas
existem outros casos que não permitem a utilização dos rolamentos, como o
superaquecimento, a trinca, o lascamento, o arraste prejudicial nas pistas e
danos nas placas de proteção. Estes são casos de natureza a serem distinguidos
como vida pelo mau funcionamento do rolamento, frequentemente com origem
em erros, como de seleção do rolamento, da falha no projeto do eixo, alojamento
e correlacionados, da falha na instalação, do erro no método de utilização ou da
manutenção deficiente.

Figura 2: Cálculo da vida nominal do rolamento

Fonte: Shigley (2011).

3.1.3 – EIXOS

3.1.3.1 Materiais de eixo


A deflexão não é afetada pela resistência, mas, ao contrário, pela rigidez
como está representado pelo módulo de elasticidade, que é essencialmente
constante para todos os aços. Por essa razão, a rigidez não pode ser controlada

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por meio de decisões relativas ao material, mas somente por decisões
geométricas.
A resistência necessária para resistir às tensões de carregamento afeta a
escolha de materiais e seus tratamentos. Muitos eixos são feitos de aço de baixo
carbono, estirado a frio ou laminado a quente, tais como os aços ANSI 1020-
1050.
Enrijecimento significativo por tratamento térmico e conteúdo elevado de
liga não é frequentemente garantido. A falha por fadiga é reduzida
moderadamente pelo aumento na resistência e, em tal caso, somente até um
certo nível antes que efeitos adversos no limite de endurança e na sensibilidade
a entalhes comecem a se contrapor aos benefícios da resistência mais elevada.
Uma boa prática é começar com um aço barato, baixo ou médio carbono para a
primeira etapa por meio dos cálculos de desenho. Se considerações de
resistência dominarem sobre as de deflexão, então um material de resistência
mais elevada deve ser tentado, permitindo os tamanhos de eixos serem
reduzidos até que a deflexão excessiva se torne um problema. O custo do
material e seu processamento deve ser pesado contra a necessidade de
diâmetros menores de eixo. Quando certificados, os aços-liga típicos para
termotratamento incluem ANSI 1340-50, 3140-50, 4140, 4340, 5140 e 8650.
Eixos usualmente não necessitam ter a superfície endurecida a menos
que sirvam como o munhão verdadeiro de uma superfície de mancal. Escolhas
típicas de material para endurecimento superficial incluem graus de
carbonetação de ANSI 1020, 4320, 4820 e 8620.
Aço estirado a frio é normalmente usado para diâmetro abaixo de três
polegadas (75 mm). O diâmetro nominal da barra pode ser deixado sem usinar
em áreas que não requeiram ajuste de componentes. Aço laminado a quente
deve ser usinado por inteiro. Para eixos grandes requerendo muita remoção de
material, as tensões residuais podem tender a causar empenamento. Se a
concentricidade for importante, pode ser necessário usinagem bruta, seguida de
termotratamento para remover tensões residuais e aumentar a resistência,
depois usinagem de acabamento até as dimensões finais.
Ao abordar a seleção de material, a quantidade a ser produzida é um fator
saliente. Para pequena produção, torneamento é o processo usual primário de
conformação. Um ponto de vista econômico pode requerer remoção mínima de
material. Alta produção pode permitir um método de conformação conservativo
de volume (forjamento a quente ou a frio, fundição), e um mínimo de material no
eixo pode se tornar uma meta de desenho. Ferro fundido pode ser especificado
se a quantidade de produção for elevada e as engrenagens puderem ser
integralmente fundidas com o eixo.
Propriedades do eixo localmente dependem de sua história trabalho a frio,
forjamento a frio, laminação de detalhes de filete, tratamento térmico, incluindo
meio de têmpera, agitação e regime de revenido.
Aço inoxidável pode ser apropriado para alguns ambientes.

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3.1.3.2 Disposição do eixo
A disposição geral de um eixo para acomodar os elementos de eixo, por
exemplo, engrenagens, mancais e polias, deve ser especificada cedo no
processo de desenho a fim de realizar uma análise de forças de corpo livre e
obter os diagramas de cisalhamento e momento. A geometria de um eixo é
geralmente aquela de um cilindro escalonado. O uso de ressaltos de eixo é um
meio excelente de localizar axialmente os elementos de eixo e para transmitir
quaisquer cargas de axiais. A Figura mostra o exemplo de um eixo escalonado
suportando a engrenagem de um redutor de velocidade de engrenagem sem-
fim. Cada ressalto no eixo serve a um propósito específico, que você deve tentar
determinar por observação.
Figura 3: Um redutor vertical de velocidade de engrenagem sem-fim.

Fonte: Shigley (2011).


A configuração geométrica de um eixo a ser desenhado é em geral
apenas uma revisão de modelos existentes nos quais um número limitado de
mudanças deve ser feito. Se não houver desenhos feitos para usar como um
arranque, a determinação da disposição do eixo poderá ter muitas soluções.

3.1.3.2 Disposição axial de componentes

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O posicionamento axial de componentes é frequentemente ditado pela
disposição do compartimento e por outros componentes engrenantes. Em geral,
é melhor suportar componentes condutores de carga entre mancais, em vez de
em balanço fora dos mancais. Polias e rodas dentadas frequentemente
necessitam serem montadas fora por facilidade de instalação de correia ou
corrente. O compri- mento do balanço deve ser mantido curto para minimizar a
deflexão.
Somente dois mancais devem ser usados na maioria dos casos. Para
eixos extremamente longos carregando vários componentes de suporte de
carga, pode ser necessário prover mais que dois mancais de suporte. Nesse
caso, cuidado particular deve ser dado ao alinhamento dos mancais.
Eixos devem ser mantidos curtos para minimizar momentos flexores e
deflexões. Algum espaço axial entre componentes é desejável para permitir o
fluxo de lubrificante e fornecer espaço de acesso para desmontagem de
componentes com um puxador. Componentes de suporte de carga devem ser
colocados próximos a mancais, novamente para minimizar o momento flexor nas
posições que provavelmente terão concentrações de tensão e para minimizar a
deflexão nos componentes condutores de carga.
Os componentes devem ser situados acuradamente no eixo para alinhar
totalmente com outros componentes acoplados e uma estipulação deve ser feita
para seguramente manter as componentes em posição. O meio primário de
situar as componentes é posicioná-las contra um ressalto do eixo. Um ressalto
também provê um suporte sólido para minimizar deflexão e vibração da
componente. Às vezes, quando as magnitudes das forças são razoavelmente
baixas, encostos podem ser construídos com anéis de retenção em sulcos,
espaçadores entre componentes ou colares de aperto. Nos casos em que as
cargas axiais são muito pequenas, pode ser viável construir sem ressaltos
plenamente e depender inteiramente de ajustes de pressão, pinos, ou colares
com parafusos de fixação para manter uma localização axial.

3.1.3.3 Cargas axiais de suporte


Nos casos em que cargas axiais não são triviais, é necessário um meio
de transferir as cargas axiais ao eixo, depois através de um mancal para o chão.
Isso será particularmente necessário com engrenagens helicoidais ou biseladas
(cônicas), ou mancais de rolos cônicos, visto que cada destes produz
componentes de força axial. Frequentemente, o mesmo meio de fornecer
localização axial, por exemplo, ressalto, anéis de retenção e pinos será usado
também para transmitir a carga axial ao eixo.
É em geral melhor ter apenas um mancal para suportar a carga axial, a
fim de permitir maiores tolerâncias nas dimensões de comprimento do eixo, e
para prevenir confinamento no caso de o eixo expandir em razão de mudanças
de temperatura. Isso é particularmente importante para eixos longos.

3.1.3.4 Provendo a transmissão de torque

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A maioria dos eixos serve para transmitir torque de uma engrenagem de
entrada ou polia, através do eixo, para uma engrenagem de saída ou polia; por
isso, o eixo deve ser dimensionado para suportar a tensão torcional e a deflexão
torcional. Também é necessário prover um meio de transmitir o torque entre o
eixo e as engrenagens. Os elementos comuns de transferência de torque são:
 Chavetas
 Estrias
 Parafusos de fixação.
 Pinos.
 Ajustes de pressão e contração.
 Ajustes cônicos.

Figura 4: Mancais cônicos de rolo usados em um eixo curto de máquina de


cortar grama.

Fonte: Shigley (2011).

Figura 5: Uma transmissão de engrenagens cônicas (reta) na qual ambos,


pinhão e engrenagem, são montados internamente.

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Fonte: Shigley (2011).
Além de transmitir torque, muitos desses dispositivos são desenhados
para falhar caso o torque exceda limites operacionais aceitáveis, protegendo
componentes mais caros.
Um dos meios mais efetivos e econômicos de transmitir níveis moderados
a elevados de torque é por meio de uma chaveta que se ajusta em uma ranhura
em um eixo e engrenagem. Componentes chavetados geralmente têm um ajuste
deslizante no eixo, assim, a montagem e desmontagem tornam-se fáceis. A
chaveta estipula a angular positiva de um componente, que é útil nos casos em
que o sincronismo de ângulo de fase é importante.
Estrias são essencialmente seções de dentes de engrenagem formados
no lado externo do eixo e no lado interno do cubo do componente transmissor
de carga. Estrias geralmente são muito mais caras de manufaturar que chavetas,
e usualmente não são necessárias para transmissões simples de torque. Elas
são usadas tipicamente para transferir torques elevados. Uma característica da
estria é que ela pode ser feita com um ajuste deslizante razoavelmente folgado
para permitir amplo movimento axial entre o eixo e a componente enquanto ainda
está transmitindo torque. Isso é útil ao conectar dois eixos cujo movimento
relativo entre eles é comum, tais como ao conectar um eixo de saída de potência
(PTO) de um trator a um implemento. SAE e ANSI publicam normas para estrias.
Os fatores de concentração de tensão são maiores onde uma estria termina e
se combina ao eixo, mas geralmente são bastante moderados.
Para os casos de transmissão de baixo torque, vários meios de transmitir
o torque estão disponíveis. Eles incluem pinos, parafusos de fixação em cubos,
ajustes cônicos e ajustes de pressão.
Ajustes por pressão e por contração para segurar cubos a eixos são
usados para transferir torque e para preservar a localização axial. O fator
resultante de concentração de tensão é usualmente bem pequeno. Esse método
permite desmontagem e ajustes laterais. Um outro método similar usa um cubo
de duas partes constituído de um membro partido interno que se assenta em um
furo cônico. A montagem é então apertada ao eixo com parafusos, a qual força
a parte interna à roda e prende a montagem completa contra o eixo.

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Ajustes cônicos entre o eixo e o dispositivo montado ao eixo, tal qual um
roda, são frequentemente usados na extremidade em balanço de um eixo.
Roscas de parafuso na extremidade do eixo permitem o uso de uma porca para
travar a roda apertadamente ao eixo. Essa abordagem é útil porque pode ser
desmontada, mas não provê uma boa localização axial da roda no eixo.
Em estágios iniciais da disposição do eixo, é importante selecionar meios
apropriados de transmitir torque e determinar como isso afeta o arranjo global do
eixo. É necessário saber onde descontinuidades do eixo, tais como ranhuras de
chavetas, furos e estrias, es- tarão a fim de determinar locais críticos para
análise.

3.1.3.5 Montagem e desmontagem


Deve-se considerar o método de montar os componentes no eixo e a
montagem do eixo na estrutura. Isso geralmente requer o maior diâmetro no
centro do eixo, com diâmetros progressivamente menores em direção às
extremidades para permitir os componentes deslizarem pelas extremidades. Se
um ressalto for necessário em ambos os lados de um componente, um deles
deve ser criado por meios tais como um anel de retenção ou por um espaçador
entre dois componentes. A caixa de engrenagens necessitará meios para
posicionar fisicamente o eixo em seus mancais, e os mancais na estrutura. Isso
em geral é alcançado fornecendo acesso através da caixa ao mancal em uma
extremidade do eixo.
Quando componentes são ajustadas à pressão ao eixo, o eixo deve ser
desenhado tal que não seja necessário pressionar o componente abaixo de um
longo comprimento de eixo. Isso pode requerer uma mudança adicional no
diâmetro, mas reduzirá o custo de manufatura e montagem por somente requerer
a tolerância apertada por um comprimento curto.
Deve-se considerar também a necessidade de desmontar as
componentes do eixo. Isso leva em conta assuntos como acessibilidade dos
anéis de retenção, espaço para puxadores para acessar mancais, aberturas na
caixa para permitir pressionar o eixo ou mancais para sair etc.

3.2 - RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Para que seja possível realizar uma análise analítica do protótipo de


sistema de içamento de cargas, é necessário assumir alguns pontos
importantes, sendo a maioria deles a respeito do mecanismo de distribuição de
tensões do material

Os materiais, quando sofrem determinadas solicitações de cargas,


possuem diversos mecanismos de distribuição de tensão, podendo eles,
primordialmente, transformarem-se em tensões de tração, compressão ou

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tensões cisalhantes. As tensões de tração e compressão são consideradas
tensões normais, onde estas tensões atuam axialmente ao corte transversal da
superfície do corpo. Já as cisalhantes atuam perpendicularmente à seção
transversal.

Estas tensões podem ser expressas da seguinte forma.

𝐹
𝜎=
𝐴

𝐹
𝜏𝑚𝑒𝑑 =
𝐴

Onde σ representa a tensão normal e 𝜏 a tensão cisalhante.

Para as seguintes aplicações de cargas.

Figura 6 – Tensão normal

Fonte: Beer (2011)

Figura 7 – Tensões cisalhantes

Fonte: Beer (2011)

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Figura 8 - Principio de Saint-Venant

Fonte: Beer (2011)

Outra afirmação importante a se considerar é relacionada com o princípio


de Saint-Venant, que parte da suposição de que quando aplicada uma carga
pontual em na seção transversal de um elemento, a tensão não vai se distribuir
de forma uniforme, como é o esperado e considerado. Porém isto só ocorre na
vizinhança imediata de onde é aplicado a carga, se fosse feito um corte na seção
transversal de uma viga, a tensão atuante estaria distribuída de forma uniforme.
E o princípio afirma exatamente que esta tensão pode ser considerada uniforme
desde que uma espessura “b” do elemento seja respeitada. Tendo que “b” é a
distância de uma das cotas paralelas à seção transversal do solido, ser igual ao
comprimento da viga, conforme demonstra a figura 4 acima. Caso seja
necessário calcular tensões na vizinhança imediata do local de aplicação da
carga, é necessário utilizar de algumas outras metodologias, como a utilização
de fatores de concentração de tensão, tabelados a partir de ensaios em
laboratório para diferentes geometrias. Ficando fora do escopo do projeto deste
protótipo analisar tais concentrações de tensões.

Para “gerar” uma tensão normal ou de cisalhamento, além de aplica-los


diretamente ao solido, é possível obter tensões normais através do mecanismo
de flexão pura, e as tensões de cisalhamento podem ser obtidas por mecanismos

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de cisalhamento transversal devido à flexão, e torção. Onde o cisalhamento
decorrente da flexão pode ser explicado através de uma observação da atuação
de cargas sobre chapas paralelas, como demonstra a figura abaixo.

Figura 9 – Representação de deslizamento entre chapas paralelas

Fonte: Beer (2011)

Onde na imagem (c) é demonstrado como é considerado o mecanismo de


flexão pura, onde se as chapas paralelas fossem agrupadas por uma outra chapa
no final da seção transversal, não haveria deslizamento entre elas, mas como na
realidade essa afirmação não procede, o que o correria para o caso (b) seria o
deslizamento destas chapas quando aplicado uma força P. Mesmo que para uma
viga homogênea esse movimento de deslizamento não o corra, haverá uma
tendência ao deslizamento interno, ocasionando uma tensão cisalhante no plano
em questão, que pode ser expressa pela seguinte relação. (Beer, 2010)

𝑉𝑄
𝜏𝑥𝑦
𝐼𝑡

Sendo “V” a força atuante que causará a tensão cisalhante, no caso da


figura 5 seria a força P, “Q” é o momento estático da seção transversal, “I” o
momento de inercia da seção transversal e t a distância entre a extremidade e o
ponto de analise, em questão, podendo variar da extremidade até o centro da
seção transversal da viga.

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E essa última afirmação é comprovada pelo estudo do plano de tensões,
através do círculo de Mohr, onde está analise comprova que no plano de tensão
normal máxima não haverá tensões cisalhantes, e a 45º graus deste plano de
tensões estará o plano de máxima tensão cisalhante. E como a tensão normal
máxima o corre nas extremidades da viga para o mecanismo de tensão de flexão.

Figura 10 - círculo de Mohr

Fonte: Beer (2011)

E como é possível visualizar na imagem abaixo, existe uma superfície


neutra para a tensões normais geradas de correntes da flexão, e nesta região
encontra-se, como já comentado, a zona onde haverá tensão de cisalhamento
máxima devido a tendência de deslizamento.

Figura 11 - Flexão

Fonte: Beer (2011)

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3.3 – ANALISE DE FALHAS ESTÁTICAS

Uma análise de falhas estáticas é de grande importante no projeto de


algum equipamento, pois quando não é possível realizar testes de laboratório
nestes equipamentos, ou no material deste equipamento, com as cargas
combinadas que tal sofreria, a análise de falhas viria a ser a analise realizada
para conhecer e evitar as falhas nestes equipamentos. E esta realidade é ainda
maior para equipamentos que exigem um alto nível de confiabilidade, como
equipamentos de elevação de cargas, pois a depender desta carga, sérios
acidentes podem ocorrer, ocasionando, em muitas das vezes, perda da vida
humana.

E para que seja possível o desenvolvimento desde projetos, sem que haja a
possibilidade de testes laboratoriais, normalmente são utilizadas tabelas básicas
de resistência ao escoamento, resistência última, redução porcentual em área e
elongação porcentual. [3]

3.3.1 Coeficiente de concentração de tensão

Os coeficientes de concentração de tensão são utilizados para encontrar


a tensão máxima verdadeira que um determinado solido pode sofrer. Essa
tensão torna-se máxima pois muitas vezes as geometrias dos equipamentos
possuem os chamados “entalhes” [3], que são pontos de transição de geometria,
normalmente, que concentram a tensão que passaria por este solido. E para isso
são utilizados tabelas e gráficos de concentração de tensão, que são
basicamente gráficos gerados a partir de dados coletados de ensaios
laboratoriais realizados para diferentes tipos de geometria que possivelmente
concentrem tensão. Essa metodologia é fundamental nos projetos mecânicos
pois na maioria das vezes não se têm geometria continuas e fáceis de calcular
analiticamente, então para garantir que o coeficiente de segurança seja
calculado de forma correta, deve-se levar em consideração a maior tensão
sofrida pelo equipamento.

Os entalhes podem escoar mesmo que a tensão nominal do corpo não


ultrapasse a tensão de escoamento, pois as tensões nestes entalhes são
maiores que a tensão nominal, e a depender do seu coeficiente tabelado, este

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valor referente a tensão nominal pode ser controlado, evitando tal escoamento.
Porém quando este escoamento ocorre algumas falhas podem suceder desta
ação, onde o próprio escoamento do material causaria um alivio da tensão local
no entalhe, porém causaria problemas como o encruamento, sendo que
posterior a isso, microtrincas podem ser iniciadas na superfície, podendo causar
posteriormente em alguma falha por fadiga. Para evitar esses picos de tensão,
deve-se utilizar um valor de Kt para corrigir a tensão nominal sofrida pelo corpo.

Basicamente estes fatores são definidos da seguinte forma, induz um


determinado corpo a uma tensão nominal “x”, e determina a tensão no entalhe
“x1” (muitos dos coeficientes de concentração de tensão foram determinados
através de ensaios fotoelásticos), então é dividido o valor de x1 por x, e encontra-
se o valor do coeficiente de concentração de tensão.

3.3.2 Teoria das falhas para carregamentos estáticos

Existem diversas teorias de falhas para materiais submetidos a


carregamentos estáticos, sendo que estas são separadas em dois subgrupos,
sendo eles a teoria das falhas para materiais dúcteis e para materiais frágeis.
Sendo que segundo Buddynas [3], são considerados materiais dúcteis aqueles
que apresentam a seguinte relação.

𝜀𝑓 ≥ 0,05

Onde 𝜀𝑓 é a deformação relativa, obtida através de ensaio de tensão


deformação de corpos de prova para cada material. E além deste valor, a curva
característica de tensão-deformação dos materiais dúcteis possuem um
escoamento identificável, e frequentemente é a mesma sob compressão e
tração. Já os materiais frágeis possuem a seguinte relação.

𝜀𝑓 < 0,05

E não exibem resistência ao escoamento identificável como de materiais


dúcteis.

Sendo assim, das diversas teorias das falhas, as geralmente aceitas são as
seguintes. [3]

21
1) Materiais Dúcteis (critério de escoamento)
a) Tensão de cisalhamento máxima
b) Energia de distorção
c) Coloumb-Mohr dúctil
2) Materiais Frágeis
a) Tensão normal máxima
b) Coloumb-Mohr frágil
c) Mohr modificada

Sendo que a teoria utilizada para a análise de falha do protótipo será a


teoria de Energia de distorção (critério de falha de Von Mises), pois é um dos
métodos mais utilizados para materiais dúcteis, e é menos conservativo que os
demais métodos. Conservativo, neste caso, significa que este método consegue
definir limites admissíveis de tensão maiores para determinados tipos de
carregamentos. Este método, além do estado biaxial de tensões, admite o estado
triaxial de tensões.

Esta teoria surgiu da verificação que em materiais tracionados


hidrostaticamente exibiam, nos testes, uma resistência de escoamento bem
superior que os valores dados pelos ensaios de tração simples, sendo definido
que o fenômeno de o escoamento não é um fenômeno somente de tração e
compressão, mas sim, também, relacionado com determinada distorção angular.

Sendo este critério demonstrado pela figura abaixo

Figura 12 – Teoria da energia de distorção para estados planos de tensões


comparado com teoria de máxima tensão de cisalhamento para materiais dúcteis

Fonte: Beer (2011)

22
Estando representado a teoria de energia de distorção (DE) e de máxima
tensão de cisalhamento (MSS) para materiais dúcteis apenas de forma
demonstrativa de que a primeira teoria alcança “ranges” maiores de tensões
admissíveis para materiais dúcteis. [3]

E também é definido pela seguinte expressão. [3]

1 2 2 1/2
𝜎′ = [(𝜎𝑥 − 𝜎𝑦 ) + (𝜎𝑦 − 𝜎𝑧 ) +(𝜎𝑧 − 𝜎𝑥 )2 + 6(𝜏𝑥𝑦 +2 𝜏𝑦𝑧 2 + 𝜏𝑧𝑥 2 )]
√2

E para o estado biaxial de tensões, a seguinte expressão. [3]

1/2
𝜎 ′ = (𝜎𝑥 2 − 𝜎𝑥 𝜎𝑦 + 𝜎𝑦 2 3𝜏𝑥𝑦 2 )

Sendo que para não ocorrer escoamento, a tensão acima deve ser: [3]

𝜎 ′ ≥ 𝑆𝑦

3.4 – EQUIPAMENTOS DE ELEVAÇÃO DE CARGAS

Os equipamentos de elevação e movimentação de cargas de processos


industriais, de mineração, depósitos e armazéns, assim como os de atividades
portuárias, podem ser classificados da seguinte forma. [5]

1) Veículos de transporte
a) Veículos de transporte manual (carrinhos, carros)
b) Veículos motorizados (carro, trator, empilhadeira). Elétrico, a diesel ou
gás.
2) Meios de Elevação
a) Talhas
i) Polias
ii) Talhas helicoidais
iii) Talhas de engrenagem frontal
iv) Talhas elétricas
v) Carros de ponte para talhas
b) Guinchos
i) Guinchos de cremalheira

23
ii) Macaco de rosca
iii) Macaco hidráulico
iv) Guinchos manuais
v) Guinchos acionados por motor elétrico
c) Guindastes
i) Guinaste de ponte (pontes rolantes)
ii) Guindastes moveis de parede
iii) Pontes de embarque
iv) Guindaste de cabo
3) Transportadores contínuos
a) Correias transportadoras
b) Transportadores articulados: Esteira articuladas, transportador de
canecas, transportador circular, transportador raspador e Transportador
de correntes
c) Hélice transportadora
d) Transporte oscilante
e) Mesas de rolos
f) Instalações pneumáticas e hidráulicas de transporte

Para estre protótipo, os dimensionamentos foram feitos considerando o


equipamento como um tipo de guindaste de cabo. Sendo que para projeto de
equipamentos de elevação de carga, é comum definir alguns parâmetros
antes de começar o dimensionamento do equipamento em sí, como está
demonstrado na tabela abaixo. [5]

24
Tabela 1 – Definições preliminares no projeto de equipamentos de elevação de
cargas

Fonte: Nassar (2001)

Sendo que alguns itens da tabela acima não serão considerados no


dimensionamento do protótipo, por ficar muito distante do escopo do trabalho.

A maioria dos equipamentos de elevação possuem alguns dispositivos


genéricos, como cabos de aço (que já foi discutido na seção anterior), e polias.
As polias são utilizadas nesses equipamentos para guiar e sustentar o cabo de
aço, e a carga em questão. Sendo que as polias, no equipamento de elevação,
podem ser moveis ou compensadoras (equalizadoras). As polias moveis
possuem rotação que acompanha a velocidade de rotação do cabo enquanto as
polias compensadoras apenas ajustam o movimento do cabo. Sendo o projeto
do sistema de polias um dos pontos chaves para o sistema de transmissão ser
realizado considerando o menor desgaste possível do cabo de aço e a polia, e
de forma que o sistema aguente carga mais elevadas. [5]

25
No caso do protótipo idealizado para o trabalho, o sistema de polias é
muito simples, pois consiste basicamente em redirecionar o cabo de aço através
de duas polias até o final da torre de sustentação (Ver anexo II) para realizar a
elevação da carga.

3.4.1 Guinchos

Os guinchos são equipamentos utilizados como meio de elevação de


cargas, podendo possuir conjuntos fixos ou moveis, constituídos basicamente de
um tambor para o enrolamento do cabo de aço e um sistema de transmissão
para o acionamento do tambor. [5]

Os guinchos podem ser manuais ou automatizados, podendo ser


encontrado comercialmente guinchos com um range de operação de elevação
de cargas de 50 até 6000 Kgf. Podendo este equipamento ser ativado por um
motor elétrico, hidráulico ou pneumático, dependendo da característica de
aplicação do equipamento. Sendo que para definir a potência necessária do
motor, a seguinte equação é utilizada. [5]

𝐾𝑠 ∗ 𝐾𝑣 ∗ 𝑊𝐿 ∗ 𝑉𝐿
𝑃𝑜𝑡 (𝑒𝑚 𝐻𝑃) =
33000 ∗ 𝐸c

Onde Ks é o fator de serviço (ver anexo III, tabela ), Kv – fator de correção


da voltagem (ver anexo III, tabela ), W L – peso total da carga incluindo dispositivo
de manuseio (em libras), VL – velocidade do sistema de levantamento (pés por
minuto) e Ec – eficiência combinada das engrenagens e polias. Onde está
eficiência é expressa por:

𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚𝑎𝑛cais de deslizamento 0,93𝑛 ∗ 0,98𝑚 𝑒

𝑚𝑎𝑛cais de rolamento 0,97𝑛 ∗ 0,99𝑚

Sendo “n” o número de engrenamentos e “m” o número de polias moveis por


enrolamento.

3.4.2 Estrutura Metálica das Máquinas de Levantamento:


A estrutura de construção das máquinas de levantamento segue diversas
formas em função do tipo, capacidade de carga e das dimensões utilizada.

26
As principais formas de construção dessas estruturas podem ser
caracterizadas pelos seguintes tipos de viga:

As vigas abertas normalmente utilizam os perfis de construção estrutural,


como por exemplo o “I” e o “U”. Esta forma construtiva é utilizada em pontes
rolantes, pórticos e guindastes giratórios.

Este tipo de estrutura simplifica a construção, porém tem a capacidade de


carga limitada. A Figura abaixo mostra um exemplo de construção de ponte
rolante com perfis abertos.

Figura 13 - Construção de Ponte Rolante com Vigas Abertas

Fonte: Nassar (2001)

As vigas fechadas, também conhecidas como viga em caixa, ou


simplesmente viga caixão, são utilizadas principalmente em equipamentos de
grande porte e capacidade de carga elevada. Nas construções atuais é muito
utilizada em pontes rolantes e pórticos.
Figura 14 - Construção de Ponte Rolante e Pórtico com Vigas Caixão

Fonte: Nassar (2001)

As treliças também podem ser utilizadas na construção de estruturas de


sustentação e que utilizam a combinação de perfis soldados ou parafusados,
obtendo vigas com elevada capacidade de carga. Os elementos construtivos

27
podem ser cantoneiras, tubos, perfil “I”, perfil “U”, etc. Este tipo de construção é
utilizado atualmente em lanças de guindastes móveis, guindastes de construção
civil e máquinas de pátio de minério.
Figura 15 - Construção da Barragem de Itaipú (1982) com Pórtico a Frente e
Guindastes com Lanças Treliçadas ao Fundo.

Fonte: Nassar (2001)

4 – METODOLOGIA

Primeiramente foi concebido o protótipo através de softwares de


modelagem paramétrica de design tridimensional (CAD), baseando seus
formatos com os materiais encontrados no mercado, onde a lista dos materiais
utilizados pode ser encontrada no anexo I.

Abaixo representação do modelo preliminar.

Figura 16 – Modelo preliminar do protótipo do sistema de içamento.

Fonte: Autor

28
Após definido a geometria base, os cálculos para dimensionamento do
sistema foram elaborados, baseados na metodologia de cálculos de sistemas
estáticos, presentes na referencia [3] e [4], para que fosse possível determinar
os esforços soli citantes do sistema e encontrar as forças de reação.
Posteriormente uma análise de resistência foi realizado na estrutura do metalon,
sendo a analise deste elemento uma das bases fundamentais do trabalho,
utilizando de princípios de tensão normal e forças de flexão, definindo a força
máxima do sistema.

Após definição das tensões, uma metodologia de análise de falhas, foi


utilizada para definir se o corpo irá ou não falhar, e para isto também foi realizada
uma simulação computacional para verificar se as cargas foram devidamente
projetadas e comparar resultados, afim de garantir uma maior confiabilidade para
o sistema. E a partir desses valores de tensão encontrados, foi definido o valor
do coeficiente de segurança, baseado na tensão admissível para o material em
questão.

Os cálculos realizados para o dimensionamento dos componentes do


protótipo estão presentes no memorial de cálculo.

4.1 – MEMORIAL DE CÁLCULO

4.1.1 Dimensionamento dos elementos de máquinas

4.1.1.1 – Dimensionamento do cabo de aço

 Força mínima do cabo de aço

𝐹𝑚𝑖𝑛 = 𝐹𝑐𝑎𝑏𝑜 ∗ 𝑘

Segundo tabela 3 do anexo III, “k” será igual a 5, e a força a ser levantada
pelo cabo de aço foi definida como sendo de 50 kg, logo.

𝐹𝑚𝑖𝑛 = 50 ∗ 9,81 ∗ 5 = 2452,5 𝑁 ≅ 2500 𝑁

Segundo tabela 2 do anexo III, para guindastes e gruas é recomendado o


uso de cabos de aço do tipo 6x25 Filler + AACI ou 19x7, torção regular, EIPS,

29
polido. Porém cabos similares podem ser utilizados, já que se trata de um
protótipo estudantil, então foi selecionado para os cálculos o cabo 6 x 19 (6
pernas x 19 fios. E como o cabo encontrado no mercado tinha alma de aço, a
tabela 4 do anexo III foi utilizada para definir o modulo de elasticidade, “E” sendo
igual a 100.000 a 110.000 N/mm².

 Carga de ruptura

Segundo a tabela 5 do anexo III, a carga de ruptura do cabo de 1/8” 6x19


é 6600 newtons, portanto resistira aos 2500N calculados. Sendo assim, o cabo
com seção de 1/8” o selecionado. Sendo o real coeficiente de segurança do cabo
de:

𝐹min 𝑟𝑢𝑝 6600


𝑘= = = 2.64.
𝐹𝑚𝑖𝑛 2500

O que está abaixo do requerido pelo cabo de aço para sistemas de grua
e elevação de carga, mas como trata-se de um protótipo estudantil, e para
diminuir os custos de construção, será optado pelo cabo de aço de 1/8”.

 Diâmetro mínimo do tambor

E para o diâmetro mínimo do tambor, é utilizada a tabela 6 do anexo III.


Onde para o cabo de aço escolhido é recomendado que o diâmetro seja 26 vezes
o diâmetro nominal, ou 85 mm.

Uma outra informação pertinente para o projeto é que o ângulo máximo


de desvio máximo entre o tambor e o sistema não deve ultrapassar 1,5º, pois
acima disse o cabo de aço corre o risco de “embolar” no tambor, podendo causar
posteriormente uma dificuldade de retirada do cabo do tambor, ou até mesmo
danos prematuros ao cabo.

 Deformação elástica

Por fim didático, também foi calculado a deformação elástica sofrida pelo
cabo de aço.

𝐹∗𝑙
∆𝑙 =
𝐴𝑚 ∗ 𝐸

30
Onde F é a carga aplicada ao cabo, l o comprimento do cabo (mm), Am e
a área metálica (mm²), e “E” (N/mm²) o modulo de elasticidade.

E para encontrar a área metálica é necessário conhecer o fator de


construção do cabo, que pode ser encontrado na tabela 1 do anexo III, que para
o cabo selecionado, este fator é igual a 0,395. E para o comprimento do cabo de
15 metros, teremos.

𝐴𝑚 = 𝐹 ∗ 𝑑2 = 0,395 ∗ 1/8" ∗ 25,4 = 1,254𝑚𝑚²

2500 ∗ 15000
∆𝑙 = = 271,85𝑚𝑚
1,254 ∗ 110000

O que é cerca de 1,8% do comprimento do cabo de aço, e segundo [4],


nas primeiras semanas de uso é comum haver uma deformação de 0,5 a 0,75%
do cabo de aço. A grande deformação deve ser devida ao pequeno coeficiente
de segurança em relação a sua utilização apropriada, com longos e altos ciclos
de carregamento.

4.1.1.2 – Dimensionamento dos rolamentos

Segundo o catalogo da SKF [8], para o rolamento 6003, seus valores de


referência são os seguintes:

𝑟𝑒𝑣
𝐷𝑖 = 17 𝑚𝑚 ; 𝐷𝑒 = 35; 𝑐 = 6,37 𝑘𝑁; 𝑐0 = 3,25 𝑘𝑁; 𝑉𝑟𝑒𝑓 = 45000
𝑚𝑖𝑛

Onde “Di” é o diâmetro interno do rolamento, “De” o diâmetro externo, “c”


a carga dinâmica, “c0” a carga estática e “Vref” é a velocidade de referência do
rolamento.

Segunda a tabela 7, do anexo III, é utilizado um fator de aplicação de


carga para o valor da força resultante do sistema de 1,2, assim a força resultante
utilizada na equação de vida do rolamento será de 1200 Newtons.

Como a carga que o rolamento sofre é totalmente radial, a carga


equivalente para o cálculo da vida útil do rolamento será a mesma da carga a
ser elevada. Sendo que também será considerado uma velocidade de rotação

31
do motor de 300 rpm, o diâmetro do eixo 20mm e do tambor 100mm, e como o
tambor está acoplado ao eixo, suas respectivas velocidades tangenciais são as
mesmas, sendo assim, pode-se obter o seguinte valor para a velocidade angular
do tambor:

𝑅1 10
𝑉1 = 𝑉2 = 𝜔1 𝑅1 = 𝜔2 𝑅2 → 𝜔2 = 𝜔1 → 𝜔2 = ∗ 300 = 60𝑟𝑝𝑚
𝑅2 50

Sendo possível encontrar quantidade de horas de funcionamento do


sistema para 90% de confiabilidade.

106 𝑐 𝑝 106 6370 3


𝐿10ℎ = 60∗𝑛 ∗ (𝑃) → 60∗60 ∗ (1200) → 41550,1 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

Onde “p” é o expoente da equação de vida, onde para rolamentos de


esferas seu valor é 3.

Tornando-se evidente que este rolamento suporta as cargas do sistema,


e pode ser usado com uma vida útil bastante longa, atingindo os propósitos
destinados ao protótipo para a atividade didática.

4.1.2 – Esforços solicitantes da estrutura

A torre, diferentemente do cabo de aço, foi projetada para uma carga de


100 Kg, como garantia de qualquer carga abrupta que possa haver durante os
experimentos, para que essa torre não venha a demonstrar falhas.

Uma análise estática básica pode ser realizada para verificar as tensões
atuantes no corpo, onde uma análise no software FTools foi feita para assegurar
a seguinte afirmação, se uma viga engastada em um suporte a 45º sofrer uma
força perpendicular à sua superfície, esta viga terá suas forças distribuídas da
esma forma caso esteja engastada a 90º da superfície e uma força a 45º da viga
seja aplicada. E isso pode ser afirmado no software e pela seguinte relação de
igualdade.

32
Figura 17 - Representação das cargas aplicadas e das forças normais geradas
à seção transversal

Fonte: Autor

Figura 18 – Representação das forças cisalhantes atuantes na seção


transversal

Fonte: Autor

33
E já que as forças são iguais independente da forma de analise, será avaliado o
somatório de forças estáticas para uma força aplicada a 45º da viga.

𝜋 √2
∑ 𝐹𝑥 = 0 → 𝑅𝑥 − 100 ∗ 9,81 ∗ cos ( ) = 0 → 𝑅𝑥 = 981 ∗ → 𝑅𝑥 ≅ 707,11 𝑁
4 2

𝜋 √2
∑ 𝐹𝑦 = 0 → 𝑅𝑦 − 100 ∗ 9,81 ∗ sen ( ) = 0 → 𝑅𝑥 = 981 ∗ → 𝑅𝑥 ≅ 707,11 𝑁
4 2

∑ 𝑀0 = 0 → 𝑀 + 𝑅𝑦 ∗ 0 + 𝑅𝑥 ∗ 0 − 707,11 ∗ 0,250 + 707,11 ∗ 0 →

𝑀 = 176,78 𝑁. 𝑚

Onde as cotas de distância entre forças de aplicação e centro onde foi


considerado M0 pode ser encontrado no desenho da figura 2 do anexo II

4.1.3 - Estudo de resistência da estrutura

Com o momento fletor em mãos, é possível calcular a tensão normal total


do sistema, com o somatório da própria tensão normal devido a força agindo na
direção normal a superfície de corte transversal da viga. Porém antes, algumas
considerações têm de ser feitas.

A torre possui um corte de 45º na sua base, significando que quando a


flexão pura atuar no corpo, a parte superior terá uma tensão muito superior à
tensão que ocorrerá na parte inferior, pois o momento da parte superior será
maior que na parte inferior, pois o comprimento da extremidade de aplicação da
força até a base da torre é menor na parte inferior que na superior, ocasionando
um momento menor (Ver anexo II, figura 2).

Logo deve-se admitir a pior condição de carregamento para os cálculos


de tensão, então o comprimento admitido da viga será de 250 mm. E assim o
momento será o mesmo do calculado na seção anterior (4.1.2 Esforços
solicitantes na estrutura). Porém ainda é necessário calcular o momento de
inércia da seção transversal

34
 Momento de inercia da seção considerada

A seção transversal da torre não é constante em toda sua seção, havendo


pontos onde pode haver concentração de tensão, nas furações feitas na torre.
Porém para base de cálculos de tensão, será considerada a seção transversal
inteiriça, e posteriormente analises serão feitas para comparar os resultados
obtidos com as simulações computacionais.

Para o cálculo de momento de inercia, a seguinte seção transversal da


torre foi considerada.

Figura 19 – Seção transversal considerado da torre

Fonte: Autor

Sendo o resultado deste momento se inercia, utilizando a expressão


referente aos eixos paralelos.

ℎ1 ∗ 𝑏13 𝑏2 ∗ ℎ23
𝐼𝑥 = 2 ∗ ( + 𝑑12 ∗ 𝐴1) + 2 ∗ ( + 𝑑22 ∗ 𝐴2)
12 12

Sendo “h1” – a espessura da parede do metalon de cor vermelha e “h2” da de cor


cinza, sendo o mesmo jogo de cores validos para os demais valores; “b” – o
comprimento efetivo do retângulo; “d” a distância do centro geométrico do objeto
de rotação e o centro geométrico do metalon; e “A” a área respectiva de cada
seção.

1,5 ∗ 573 40,3 ∗ 1,53


𝐼𝑥 = 2 ∗ ( + 19,42 ∗ 85,5) + 2 ∗ ( + 29,252 ∗ 60,45) →
12 12

𝐼𝑥 = 214115,985 𝑚𝑚4 = 2,1416 ∗ 10−7 𝑚4

35
 Tensão de flexão

Logo a tensão de flexão será.

𝑀𝑐 176,78 ∗ 0.03
𝜎= → = 24,76 𝑀𝑃𝑎
𝐼 2,1416 ∗ 10−7

Sendo que somando com a tensão normal presente na seção


transversal, comprovada na seção anterior, o resultado será.

0,7 𝑘𝑃𝑎
𝜎𝑥 = 24,76 𝑀𝑃𝑎 + → 24,76𝑀𝑃𝑎 + 47𝑘𝑃𝑎 = 26,807 𝑀𝑃𝑎
0,14895

Não alterando muito o resultado final.

4.1.4 - Análise de falha da estrutura

A análise das falhas estáticas foi realizada através de simulações


computacionais. Foram utilizados como referência para a análise dos resultados
da simulação, os resultados obtidos do estudo da resistência da estrutura.

Um estudo da convergência da malha do solido foi realizado, para verificar


que os resultados estão acurados, segundo a metodologia numérica do software.
E também diversas condições de contorno foram empregadas, para garantir que
não houve qualquer problema relacionado com a singularidade causadas pelos
elementos fixadores. Estando a versão final da malha e elementos da condição
de contorno demostrado na figura abaixo.

Figura 20 – Representação da malha e condição de contorno

Fonte: Autor

36
Foi considerado uma situação de fixação de engaste na base inferior da
torre, pois esta região será soldada na chapa, que por sua vez será fixada na
mesa. As forças nas furações foram colocadas em sentidos contrários, porém
com mesma magnitude, pois caracteriza as roldanas, sendo nos dois furos
inferiores o cabo de aço passara “por baixo” da roldana, a empurrando para cima,
e nas furações superiores o contrário ocorre, pois, a roldana é “empurrada” para
baixo pelo cabo de aço, já que este terá de elevar alguma carga.

As cargas localizadas nas furações, na simulação, possuem a magnitude


de 1000 Newtons.

E como e possível visualizar na figura abaixo, pelo método de von Mises,


o máximo valor de tensão encontrado pela simulação é de 149 MPa, e o limite
de escoamento para o material do metalon (AISI 1020) é 351,6Mpa. E utilizando
o método da energia de distorção para o estado plano de tensões, é possível
verificar que a tensão da região azul, de aproximadamente 25,09Mpa, fica
próxima das tensões de flexão encontradas na seção anterior (26,807 MPa),
pois esta carga de flexão é a que possui maior valor dentre as tensões normais
calculadas.

Figura 21 – Tensões segundo análise de falha de von Mises

Fonte: Autor

37
Também é possível notar que esta tensão máxima é decorrente de uma
concentração de tensão na região cortada, que possui canto vivo, para a
passagem do cabo de aço, e para liberar espaço para a roldana ser fixada
internamente à torre. E na figura abaixo, é possível perceber que também há
tensões próximas a máxima encontrada na localidade do corte retangular na
região das furações de fixação das roldanas.

Já a tensão media encontrada é compatível com as afirmações tomadas


na seção anterior (analise da resistência da estrutura), sendo um bom ponto de
partida para avaliações mais profundas de concentração de tensão, que ficarão
fora do escopo do trabalho em questão, porém estaria validado para este avanço
na prática.

Figura 22 – Áreas de concentrações de tensões

Fonte: Autor

Portanto, é possível definir o seguinte coeficiente de segurança para a


estrutura, com as condições de contorno demonstradas anteriormente.

351,6 𝑀𝑃𝑎
𝐾𝑡 = = 2,36
149 𝑀𝑃𝑎

38
Sendo assim cumprida a avaliação de tensões e falha estática do
protótipo.

5 – CONCLUSÃO
Ao fim do dimensionamento, é possível reforçar alguns pontos
importantes, como o fato de a torre ser superdimensionada para evitar qualquer
falha devido a aplicação abrupta de forças. E também pelo fato de que o cabo
de aço está subdimensionado, ou com um coeficiente de segurança baixo para
operações de gruas e guindastes.
Primeiramente, quando relacionado a torre, o superdimensionamento foi
feito pois com o perfil de metalon disponível no laboratório foi possível realizar
testes computacionais e analíticos que verificam que as tensões atuantes para
cargas de 50 e 100 quilos são perfeitamente viáveis para a aplicação de carga
nesta torre, com um coeficiente de segurança relativamente seguro para um
protótipo.
Já em relação ao cabo de aço, ele foi subdimensionado pois o valor de
longas extensões de cabo de aço poderia aumentar o valor do projeto de forma
desproporcional, não somente pois uma seção transversal maior em suas
dimensões seria mais onerosa, mas também por que exigiria um tambor para
acomodar tal cabo com maiores dimensões, pois este sofre com flexão, devendo
possuir dimensões suficientes para aguentar tais cargas. E todos estes fatores
encareceriam de mais o projeto, que somente teria fins didáticos.
Portanto, o projeto foi concluído e seu objetivo comprido, conforme
solicitado pelo professor da disciplina de Tópicos especiais de Engenharia, tendo
como resultado final um protótipo foi construído, e uma análise de falhas foi feita
em cima desse elemento. Onde foram aprofundados alguns conhecimentos em
áreas especificas, como de equipamentos de elevação e movimentação de
cargas.
Os integrantes tiveram de aprender a metodologia utilizada, mesmo que de
forma superficial, para projetos de elementos de elevação e movimentação de
cargas, segundo a NBR 8400, utilizando também, outras fontes bibliográficas
que não estão referenciadas na ementa da disciplina, expandido assim o
conhecimento nessa área. Sendo que as bibliografias utilizadas para explorar
este assunto estão na seção de referência.

39
REFERÊNCIAS

ABNT – NBR 8400, Equipamentos de elevação e movimentação de cargas,


Associação Brasileira de normas técnicas – ABNT, 1984, 108 p. [1]

ALMEIDA, Julio Cezar de – Elementos de máquinas: Projetos de sistemas


mecânicos – Elsevier Editora Ltda – 2017. [2]

BUDYNAS, R. G., E NISBETT, J. K., Elementos de máquinas de Shigley, 10ª


ed, McGrawHill, 2016.1073 p.[3]

CIMAF, Manual técnico de cabos de aço, Manual técnico, São Paulo, SP, 2012,
105p.[4]
link:<https://www.aecweb.com.br/cls/catalogos/aricabos/CatalogoCIMAF2014C
ompleto.pdf> Acessado em: 28/10/2018

NASSAR, W. R., Máquinas de elevação e transporte, Universidade Santa


Cecília, 215 p.[5]

NORTON R. L., Projeto de Máquinas: Uma abordagem integrada, 4ª ed.,


Bookman, 2013, 1030 p.[6]

Melconian, S., Elementos de Máquinas, 9ª ed., Erica [7]

SKF, Rolamentos de esferas, catalogo SKF, 2015. [8]

Olivio, A., Elementos de Máquinas, Livro base, Educacional S.A, 2017. [9]

40
Anexo I – MATERIAIS E CUSTOS

Os materiais utilizados no projeto estão descritos nas tabelas abaixo, assim


como o custo de fabricação. Uma observação em relação a estes custos é que
somente o cabo de aço, presilhas para cabo de aço, e o material para o
acoplamento foram realmente comprados, os demais itens foram reaproveitados
de projetos anteriores, e o preço de fabricação foi coberto pela empresa Tecman
Serviços industriais LTDA, e a soldagem foi realizada no laboratório de motores
da faculdade UNIME.

Portanto o custo que a equipe desembolsou para compra de materiais foi de


R$70,65 reais, porém utilizando de uma metodologia de gestão de projetos,
todos os custos foram levantados a partir do valor de mercado de cada material
e serviço, como pode ser visto nas tabelas. Sendo o valor total do projeto de
R$294,40, fora preço do projeto do protótipo, que é de desenvolvimento dos
participantes do grupo, em questão.

Tabela 1 – custos dos materiais

Custo do Material
Materiais Valor unitário QTD. Total
cabo de aço de 1/8"(metros) R$ 2,66 15 R$ 39,90
Presilhas para cabo de aço R$ 0,15 5 R$ 0,75
Metalon de 60x40,8x1,5(metros) R$ 25 0,25 R$ 6,25
Eletrodo(Kg) R$ 15 0,5 R$ 7,50
Rolamento 6003 R$ 15 2 R$ 30,00
Rolete R$ 10 2 R$ 20,00
Total R$ 104,40
Fonte: Autor

Tabela 2 – custos de fabricação.

Custo de Fabricação
Peças Preço H/M T.L H/M Preço do Material Total
Acoplamento R$ 35,00 0,5 25 R$ 42,50
Eixo R$ 35,00 1 40 R$ 75,00
Tambor R$ 35,00 0,5 30 R$ 47,50
Soldagem da estrutura R$ 25,00 1 0 R$ 25,00
Total R$ 190,00
Fonte: Autor

41
ANEXO II – VISTAS TÉCNICAS

Figura 1 – Vista técnica completa

Fonte: Autor

42
Figura 2 – Vista técnica da coluna

Fonte: Autor

43
ANEXO III – Tabelas e Gráficos

Tabela 1 – Fator de construção do cabo

Fonte: Melconian

Tabela 2 – Tipos de cabos para determinados tipos de serviço

Fonte: Melconian

44
Tabela 3 - Fatores de segurança k

Fonte: cimaf (2012)

Tabela 4 – Modulo de elasticidade para o cabo selecionado

Fonte: Melconian

45
Tabela 5 – carga de ruptura mínima para cabos 6x19

Fonte: Sarkis Melconian

Tabela 6 – Diâmetro do tambor

Fonte: Sarkis Melconian

46
Tabela 7 – Fator de aplicação de carga

Fonte: Budynas (2016)

47

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