Psicologia de Grupo e Analise Do Ego

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Resumo do texto “Psicologia de grupo e a análise do ego” (1921) de Sigmund Freud

I-Introdução
A partir de fenômenos considerados sociais, a psicanálise irá colocar em contraste
os processos narcisistas, que obtém satisfação dos instintos parcialmente ou totalmente a
partir da influência de outras pessoas. Assim, a partir das relações sociais, de um grupo,
em que um membro é componente de algo maior, em situação não natural, é possível
encontrar situações onde há um instinto especial, o instinto social, que talvez não seja
primitivo, sendo possível descobrir os primórdios de sua evolução, a partir da família.
VII- Identificação
Para Freud, a identificação é a expressão de um laço emocional com outra pessoa,
que desempenha um papel na história primitiva do complexo de Édipo. A partir da
identificação com uma figura parental, o Ego será moldado sobre a pessoa que foi tomada
como modelo.
Quando há uma identificação do filho com um sintoma de um dos pais, pode se
perceber um desejo hostil, da criança em ter o lugar de um dos pais, a fim de receber o
amor do outro, muito comum na histeria. Ainda é possível pensar nos sintomas assumidos
pela criança, sobre o objeto amado, aqui, o Ego assume característica do objeto. Outra
forma, é em situações grupais, quando alguém assume o sintoma a partir do sentimento
de outra pessoa, em um desejo de se colocar na mesma situação. Assim, nessas três
possibilidades, existe primeiro, a identificação como uma forma constituidora da forma
original do laço emocional com o objeto, a segunda acontece de maneira regressiva,
introjetando o objeto no ego, e a terceira por surgir uma percepção da qualidade em
comum compartilhado com outra pessoa.

VIII- Estar amando e hipnose

Estar amando, para Freud, seria uma catexia de objeto por parte dos instintos
sexuais, que visa a satisfação sexual, que expira quando alcança o objetivo de amor
sensual comum.

Na vida erótica do homem, há na primeira fase, aos cinco anos de idade, quando
existe a descoberta do primeiro objeto de amor, em um dos pais, todos os instintos
sexuais, a fim de satisfação, são unificados no objeto. Aqui há as tendências afetuosas. Já
na puberdade, novos impulsos fortes, são dirigidos a objetivos diretamente sexuais. Aqui
separa-se as tendências afetuosas da corrente sensual.

O objeto, consome o Ego, quando o homem está amando, colocando o narcisismo


limitado, com traços de humildade e causando danos a si próprio. Na devoção do Ego ao
objeto, não há distinção de devoção sublumada e uma ideia abstrata, deixando de
funcionar as funções dadas ao ideal do Ego. Assim, tudo que o objeto faz, é correto e
inocente, há uma cegueira pelo amor, o objeto é colocado como ideal do ego.

Na hipnose, acontece algo de maneira parecida, o hipnotizador se coloca no lugar


do ideal de ego, onde há nessa relação, uma devoção ilimitada de alguém apaixonado,
que exclui sua satisfação sexual. Na realidade, amar, é uma satisfação que é refreada,
permanecendo em segundo plano, como possibilidade de ter um objeto para alguma
situação a frente. Em hipnose, a pessoa ainda pode apresentar resistência, mas pelo fato
de poder parecer apenas um jogo, reproduzindo de maneira equivoca, uma situação
importante da vida.

X - O grupo e a horda primitiva


O mito da horda primitiva pode explicar o funcionamento da psicologia de grupos.
Especialmente, percebemos a desenrolar desse mito pode ser associado ao surgimento do
totemismo, da religião, da moralidade e da organização social. Percebemos também a
existência concomitante no mito da psicologia de grupo, dos irmãos sujeitos à vínculos
tal qual na atualidade, e a individual, do pai da horda primeva cujo ego possuía poucos
vínculos libidinais. O amor seria então o freio ao narcisismo absoluto desse líder, daí sua
importância civilizatória.
Se na horda primeva os membros do grupo temiam o pai por serem perseguidos
individualmente, o que mantém um grupo artificialmente unido, como o exército e a
Igreja, é a ilusão de que o líder ama todos os membros igualmente. Na sociedade, como
clã totêmico isso se redesenha. No grupo familiar, o amor do pai pode finalmente ter uma
aplicação real. A hipnose e a sugestão tem bases num poder misterioso que despoja o
indivíduo de seu controle próprio, poder que indica a força do tabu.
A distração intencional provocada pelo hipnotizador permite que a energia mental
inconsciente seja trabalhada ao criar um rapport, uma transferência, mecanismo
semelhante ao papel de líderes.
Ferenczi auxiliou Freud a pontuar que as ordens do hipnotizador remetem à
infância, realizando uma regressão a esse tempo onde a única atitude possível perante o
pai é a passividade-masoquista. As características coercitivas dos grupos podem, assim,
ser explicadas pela regressão psíquica a horda primeva, sendo o líder da horda o ideal do
grupo que toma o lugar do ideal do ego, indicando o caráter erótico dessa relação.
XI - Uma gradação diferenciadora no ego
O apagamento do indivíduo se dá quando seu ideal de ego é substituído pelo objeto
da figura do líder, que, para alcançar essa função, muitas vezes apresentar uma imagem
de maior força e liberdade libidinal. Os outros membros do grupo são arrastados por
sugestão/identificação.
A distinção entre o ego e o ideal do ego permite que ocorra a identificação e a
colocação de um objeto no lugar do ideal de ego. Nossa mente está sempre em risco de
desintegração. O ego se divide com a parte inconsciente e reprimida encontrando meios
de contornar as resistências, através do chiste e do humor, por exemplo.
Eventualmente o ego burla as proibições estabelecidas pelo ideal do ego,
entretanto há uma sensação de triunfo quando eles coincidem e de culpa há uma tensão
entre eles. As oscilações entre mania e melancolia poderiam ser uma aplicação desse
mecanismo. O mesmo se verifica quando é necessário renunciar ao objeto amoroso,
voltando a libido para o ego e através da identificação, o ideal do ego o condena, levando
à melancolia.

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