Guiadebolsodasifilis 2edicao2016
Guiadebolsodasifilis 2edicao2016
Guiadebolsodasifilis 2edicao2016
2016
2ª edição
São Paulo
2016
Marisa Ferreira da Silva Lima
Diagramação e ilustrações: Denis Delfran Pereira, Daniel Cherubim
Pegoraro
2016
978-85-99792-28-5
2016
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Figura 1: Modelo lógico do Plano de Eliminação da Sífilis Congênita no estado de São Paulo*
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Fases Primária Secundária Latente
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Tempo
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FTA - ABS
100
90
% 80 VDRL
Casos Campo Escuro
Reativos 70 Positivo
60
0
Lesões 2 árias
Recrudescimento Terciária
Curso Latente Latente
Cancro 1 ário das lesões
Clínico recente tardio
2 árias
Cicatriz
3-8 sem
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38
**
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**Os pacientes devem ser seguidos em intervalos mais curtos (a cada 60 dias), para serem avaliados com teste não-treponêmico e
retratamento se necessário
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1. Caso o serviço identifique uma gestante com sorologia
treponêmica reagente que refira TRATAMENTO ANTERIOR,
devo notificar o caso?
O profissional deve fazer a investigação clínica, laboratorial e
epidemiológica do caso. Com a confirmação de uma reinfecção
ou de tratamento inadequado anterior o caso deverá ser
novamente tratado e notificado.
Importante: cada gestação em que haja identificação da
infecção por sífilis deverá ser efetuada uma nova notificação.
2. Caso identifique uma gestante com sífilis na MATERNIDADE,
devo notificar a gestante com sífilis?
Não, a gestante com sífilis deverá ser notificada apenas no
pré-natal. Nesta situação, a parturiente deverá ser notificada
como sífilis adquirida (se preencher os critérios de definição de
caso) e o recém-nascido deverá ser notificado como caso de sífilis
congênita.
3. Devo realizar duas notificações de gestante com sífilis na
gestação gemelar?
Não, deverá apenas ser preenchida uma ficha de gestante
com sífilis. Os recém-nascidos decorrentes desta gestação se
tiverem sífilis congênita, deverão ser notificados em FNI
separadas.
4. QUAIS UNIDADES de saúde devem investigar e notificar o
caso de sífilis em gestante?
As principais fontes de captação de casos são os serviços que
realizam o pré-natal, ou realizam a assistência a gestante e/ou
mulheres em idade reprodutiva. É importante destacar que as
gestantes devem ser captadas precocemente para possibilitar
diagnóstico e tratamento adequado da gestante e seu parceiro
sexual.
5. Quais informações relativas à sífilis na gestante devem ser
anotadas na CARTEIRA/CARTÃO DE GESTANTE para levar à
maternidade?
Devem ser anotadas as informações relativas ao
diagnóstico, tratamento da gestante e do parceiro sexual (data
do tratamento, droga e dose utilizados).
6. Devo iniciar o tratamento da gestante com apenas um TESTE
NÃO-TREPONÊMICO REAGENTE?
Sim, se os resultados das provas sorológicas não estiverem
completos, segundo o fluxograma laboratorial preconizado pelo
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da
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Saúde, o tratamento deverá ser iniciado para a gestante e
parceiro sexual enquanto se aguarda a conclusão da
investigação laboratorial.
7. Devo tratar a gestante com TESTE RÁPIDO para sífilis
REAGENTE?
Sim, o tratamento deverá ser iniciado e deve ser colhida
amostra de sangue para realização de teste convencional - teste
não-treponêmico (VDRL/RPR).
8. É necessária a REALIZAÇÃO DE FTA-ABS-IGM para a
confirmação do teste não- treponêmico reagente?
Não, o teste laboratorial FTA-Abs-Igm apresenta dificuldade
técnica para a sua realização e interpretação, pode apresentar
resultados falso negativos. Deve ser realizado apenas o FTA-Abs
como teste treponêmico para confirmação diagnóstica.
9. Posso realizar o TESTE RÁPIDO TREPONÊMICO NA
MATERNIDADE, na ocasião do parto?
Sim, e se o resultado for reagente deverá ser realizado teste
não-treponêmico e uma detalhada investigação da parturiente.
10. Posso APLICAR PENICILINA G BENZATINA na Unidade Básica
de Saúde (UBS)?
Sim, a penicilina G benzatina deve ser aplicada em todas as
UBS.
11. Como saber se a gestante com sífilis tem REAÇÃO
ANAFILÁTICA à penicilina G benzatina?
Deve constar da anamnese o relato de reação alérgica
prévia, se o relato for positivo deve-se aplicar questionário
especifico para avaliar o tipo de reação descrita. Após a
aplicação de questionário, se a suspeita de alergia a penicilina
persistir deve ser realizado teste de sensibilidade a penicilina e,
no caso de teste positivo, proceder a dessensibilização em
ambiente hospitalar.
12. Devo realizar TESTE DE SENSIBILIDADE à penicilina em
TODAS as gestantes?
Não, apenas nas gestantes com suspeita de alergia a
penicilina durante a anamnese.
13. Existe alguma indicação para o tratamento da gestante com
sífilis com eritromicina?
Não, a Eritromicina não está mais indicada para o
tratamento alternativo de gestante com sífilis, uma vez que não
trata a gestante, nem o bebê.
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14. Como proceder se APÓS O TRATAMENTO ADEQUADO (com
medicação e doses adequadas para a fase da doença),
OCORRER ELEVAÇÃO DO TÍTULO de teste não-treponêmico
(VDRL) da gestante em duas vezes?
Deve ser investigado o tratamento correto da gestante e do
parceiro sexual, além de avaliar a possibilidade de nova
exposição – outro parceiro sexual. O tratamento deverá ser
reiniciado imediatamente com a gestante e parceiro(s)
sexual(is).
15. No caso de gestante, o que é considerado PARCEIRO COM
SÍFILIS?
Será considerado parceiro com sífilis, aquele que apresentar
sorologia reagente em teste treponêmico ou teste não-
treponêmico, sem tratamento prévio documentado, e/ou
apresentar sinais/sintomas de sífilis adquirida.
16. Parceiro com sífilis é um dos critérios para tratamento
adequado ou inadequado da gestante. No caso do PARCEIRO
SEXUAL que RECUSA COMPARECER ao serviço, como saber se
ele TEM SÍFILIS OU NÃO?
Na situação, em que o parceiro mantém relações sexuais
com a gestante e se recusa a comparecer no serviço de saúde,
deve ser avaliada a fase clínica da sífilis na gestante. Se a
gestante está com sífilis na fase primária, secundária ou latente
recente, a transmissão horizontal (passagem do treponema da
gestante para o parceiro e vice-versa) pode ser elevada, devido à
alta treponemia e, se o parceiro não for tratado, ele pode
reinfectar a gestante. Neste caso, é possível considerar
presumivelmente o parceiro com sífilis.
17. Qual é o critério de TRATAMENTO CONCOMITANTE do
parceiro sexual da gestante com sífilis?
É considerado como concomitante aquele que ocorrer entre
a data de início até a data de aplicação da última dose do
tratamento da gestante. Nas situações em que o parceiro sexual
encontra-se ausente, fora do convívio da gestante e sem relações
sexuais com a mesma, o tratamento deverá ocorrer antes de
voltar a ter contato sexual com a gestante tratada.
18. Gestantes tratadas com penicilina G benzatina, na dose
certa para a fase clínica da doença e o parceiro tratado
concomitantemente, com outra droga (Doxiciclina ou
Ceftriaxona) será considerado ADEQUADO do ponto de vista da
prevenção da Sífilis Congênita?
Sim, o tratamento do parceiro será considerado adequado se
receber a medicação conforme protocolo (dose e duração
adequados para a fase da doença) e seguimento sorológico, pois
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a Doxaciclina e a Ceftriaxona são drogas alternativas para
tratamento de sífilis em pacientes alérgico a penicilina.
19. Em um PARCEIRO SEXUAL de gestante com sífilis recente
(fase primária, secundária ou latente recente), se o TESTE
RÁPIDO ou outro TESTE PARA SÍFILIS for NÃO REAGENTE, devo
realizar o tratamento? Com qual esquema?
Sim, o tratamento deve ser realizado presumivelmente,
mesmo com prova sorológica não reagente para sífilis, se o
parceiro sexual foi exposto nos últimos 90 dias (ele pode estar em
período de janela), neste caso, o parceiro poderá ser tratado com
esquema para a sífilis recente (penicilina G benzatina 2.400.000
UI, IM, dose única). Os parceiros sexuais expostos há mais de 90
dias deverão ser avaliados clinica e laboratorialmente e tratados
conforme achados diagnósticos ou, na ausência de sinais e
sintomas e na impossibilidade de estabelecer a data da infecção,
deverão ser tratados com esquema para sífilis latente tardia.
20. Parceiros expostos há MAIS DE 90 DIAS com exames para
sífilis NEGATIVOS, os médicos referem que não tem porque
tratar visto que, a exposição foi há mais de 90 dias. Como
devemos orientá-los?
Os parceiros sexuais expostos há mais de 90 dias,
principalmente os precedentes ao diagnóstico de SÍFILIS
PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA ou LATENTE PRECOCE da gestante,
mesmo com resultados de provas sorológicas não reagentes ou
se o resultado dos testes não estiver imediatamente disponível,
devem ser tratados presumivelmente, uma vez que, nestas
situações (gestante com sífilis recente) a transmissão horizontal
da sífilis pode ser elevada, devido à alta treponemia. No caso de
parceiros de gestantes na fase de LATÊNCIA INDETERMINADA
OU TARDIA, expostos há mais de 90 dias, com sorologia negativa
não precisa ser realizado o tratamento, a menos que os testes
não estejam imediatamente disponíveis, neste caso, você não
sabe se o parceiro está ou não infectado, devendo tratar
presumivelmente o parceiro sexual.
21. Os PARCEIROS de GESTANTES COM SÍFILIS na fase de
LATÊNCIA INDETERMINADA OU TARDIA, expostos NOS
ÚLTIMOS 90 DIAS devem ser tratados presumivelmente,
mesmo com testes não reagentes. Nesta situação, alguns
médicos nos questionam o seguinte: “O tratamento é iniciado
concomitantemente, é feito uma dose de penicilina e quando
chega o resultado do teste, este é negativo, precisa dar mais
doses de penicilina, visto que o parceiro foi exposto à gestante
com sífilis e se estivesse em período de janela, uma dose já
proporcionaria o tratamento”. O que devemos responder?
Nesta situação, em que o parceiro recebeu uma dose da
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penicilina G benzatina de 2.400.000 UI, IM e o resultado de testes
treponêmico E não-treponêmico for não reagentes, uma dose já
teria tratado o parceiro, porque o mesmo provavelmente estaria
com sífilis recente. No entanto, se o parceiro apresentar testes
reagentes deverá ser tratado com esquema para sífilis latente
tardia, na ausência de sinais e sintomas e quando for impossível
estabelecer-se a data da infecção ou, ser tratado conforme os
achados clínicos da sífilis, segundo a fase da doença.
22. Gestante e parceiro usuários de drogas e não aderente ao
tratamento ou se recusam a realizar o tratamento. Como
proceder? Fazemos a comunicação para qual órgão? Conselho
Tutelar? O feto está em risco.
Realmente esta é uma situação muito difícil. Devem ser
articuladas ações intersetoriais, com a prevenção das IST/aids e
entre Secretarias.
23. Nos casos em que a gestante trata e o parceiro não trata
(muitas vezes a gestante não o comunica) a busca do parceiro
deve ser consentida, mas se o bebê está em risco, podemos
contatá-lo sem o consentimento da gestante?
É importante trabalhar o convencimento da gestante em
comunicar o parceiro. Outra possibilidade é trabalhar o pré-
natal do homem, junto com o programa de saúde do homem.
Desta forma, o parceiro poderá participar do pré-natal da
gestante e também cuidar da saúde dele, com realização de
exames. Esta inserção do parceiro (casal grávido) permite a
participação do homem durante todo o processo, pré-natal,
parto e puerpério.
24. Como posso ENCONTRAR A FICHA DE NOTIFICAÇÃO de
sífilis em gestante?
A ficha de notificação de sífilis em gestante encontra-se
disponível no: “formulários de notificação de doenças”, no link
abaixo em "Documentação" -> "SINAN NET 4.0/Patch 4.2
( V e r s ã o e m u s o ) " - > " F i c h a s " .
http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb . A ficha também se
encontra disponível nos sites do Programa Estadual DST/AIDS-SP
e do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo: www.crt.saude.sp.gov.br e
www.cve.saude.sp.gov.br respectivamente.
25. Após o preenchimento da ficha de notificação de sífilis em
gestante no serviço de atendimento para onde encaminho a
ficha?
A ficha de notificação e investigação deve ser enviada ao
serviço de vigilância epidemiológica municipal, e através de
rotina estabelecida previamente, para a vigilância regional,
55
seguindo para o estadual e nacional. É importante que os
profissionais conheçam o fluxo estabelecido no serviço para que
as notificações sejam encaminhadas de forma correta e em
tempo hábil.
26. Gestantes notificadas e tratadas, que durante a gestação
apresentem aumento do título com provável reinfecção,
devem ter preenchida uma nova ficha de notificação de
gestante?
Primeiro deve ser observado se o caso é de reinfecção ou
subtratamento; ou se temos uma neurolues, cuja penicilina
benzatina não tratou ou se ocorreu falha de tratamento
(coinfectados HIV). Na análise dos dados, se notificarmos duas
vezes o caso teremos dificuldades para identificar no Sinan se
trata-se de uma reinfecção (nova notificação) ou uma
duplicidade. No momento, a orientação é para realizar uma
notificação, uma vez que estamos notificando o evento gestação
com sífilis, e digitar no Sinan (na notificação já realizada), no
campo "Observações", que está no final da parte de
investigação no sistema (este campo não consta na ficha, apenas
no sistema, portanto, escrever no verso da ficha a informação),
os seguintes dados: "reinfecção 12/01/2015, título 1/32" (data
da coleta e título do VDRL que apresentou elevação, após
tratamento adequado com cura documentada).
27. Quem consolida os dados e analisa as informações de sífilis
em gestante?
A consolidação e análise dos dados devem ser realizadas nos
diversos níveis de VE: nos serviços de saúde dos níveis municipal,
estadual, federal e no próprio local. É importante que as
informações analisadas sejam devolvidas aos serviços que
notificaram os casos, assim como o nível municipal trabalhe e
discuta as informações com os serviços envolvidos no
atendimento materno infantil. Cada nível hierarquicamente
superior deverá enviar as informações a fim de que cada
município/região possa discutir, avaliar e planejar suas ações.
No estado de São Paulo o profissional de saúde pode tabular
informações sobre este agravo no site do Programa Estadual
DST/Aids - SP: www.crt.saude.sp.gov.br.
56
2. Sífilis Congênita
2.1. Definição
A sífilis congênita é o resultado da disseminação
hematogênica do Treponema pallidum, da gestante
infectada não tratada ou inadequadamente tratada
para o seu concepto, geralmente por via transplacentá-
ria1. Os principais fatores que determinam a probabili-
dade de transmissão vertical do Treponema pallidum
são o estágio da sífilis na mãe e a duração da exposição
do feto no útero. Ocorre aborto espontâneo, natimorto
ou morte perinatal em aproximadamente 40% dos con-
ceptos infectados a partir de mães com sífilis precoce,
não tratadas. Mais de 50% das crianças infectadas são
assintomáticas ao nascimento, com surgimento dos
primeiros sintomas durante os primeiros três meses de
vida. Por isso, é muito importante a triagem sorológica
da mãe na maternidade e o seguimento ambulatorial do
recém-nascido.
A transmissão da sífilis ao concepto pode ocorrer
em qualquer fase da doença, mas é bem maior nas eta-
pas iniciais, quando há “espiroquetemia” importante,
ou seja, quanto mais recente a infecção, mais trepone-
mas estarão circulantes e, portanto, mais gravemente o
feto será atingido. Inversamente, a infecção antiga leva
à formação progressiva de anticorpos pela mãe, o que
atenuará a infecção no concepto, produzindo lesões
mais tardias na criança. A taxa de transmissão vertical
em mulheres não tratadas é de 70 a 100%, nas fases
primária e secundária da doença, e de aproximadamen-
59
te 30% nas fases tardias da infecção materna (latente
tardia e terciária)1.
A passagem materno-fetal da doença faz-se basica-
mente por via transplacentária. O Treponema pallidum
provoca uma placentite caracterizada macroscopica-
mente por uma placenta grande, pálida e grosseira, e
microscopicamente por vilosite, vasculite e imaturidade
relativa do vilo. A transmissão hematogênica da sífilis
implica o fato de o concepto já iniciar a doença na sua
fase secundária. Além da via transplacentária, o micro-
organismo pode ainda migrar da placenta para a câmara
amniótica, atingindo também o feto, porém essa é uma
forma bastante rara de infecção1.
A transmissão direta do Treponema pallidum por
meio do contato da criança com o canal de parto é
excepcional, podendo ocorrer apenas se houver lesões
genitais maternas. Durante o aleitamento materno, a
transmissão pode ocorrer apenas se houver lesão
1
mamária por sífilis, o que também é muito raro . O leite
materno não transmite a sífilis da mãe para a criança.
Anteriormente, se acreditava que a infecção do
feto não ocorresse antes da 18ª semana de gestação
devido às características placentárias, entretanto, já se
constatou a presença do Treponema pallidum em fetos
a partir da 9ª semana de gestação e em estudos de
abortamentos de mães com sífilis não tratadas, mos-
trando, portanto, que ela pode ocorrer em qualquer
1
fase .
Acredita-se que as lesões não são clinicamente
60
aparentes até a 18ª ou 20ª semanas de gestação, por-
que só nesta fase o concepto adquire certa competência
imunológica, podendo então apresentar o processo
inflamatório reacional típico da sífilis congênita, obser-
vado nas fases mais avançadas da gravidez ou no perío-
1
do neonatal .
A criança com sífilis congênita ao nascer já pode se
encontrar gravemente doente ou com manifestações
clínicas menos intensas ou até com aparência saudável
(a maior parte dos casos, atualmente), vindo a manifes-
tar a doença mais tardiamente, meses ou anos depois,
quando sequelas graves e irreversíveis podem se insta-
lar. Não há, portanto, um período de incubação estabe-
1
lecido como regra para a criança desenvolver a doença .
Importante:
Em casos de sífilis congênita tardia deve ser realiza-
da sempre uma investigação para a exclusão de sífilis
adquirida (agressão ou abuso sexual).
65
Quadro 7: Principais alterações clínicas em crianças com diagnóstico de sífilis congênita
66
Alterações Alterações Alterações Alterações
Alterações
do sistema no sistema do sistema do sistema Gastro-
mucocu- Renais Oculares Pulmonares
retículo- hemato- músculo- nervoso intestinal
tâneas
endotelial lógico esquelético central
- Convulsões
2.2.2. Aspectos do diagnóstico laboratorial
Embora os testes laboratoriais apresentem um
bom desempenho, não existe um teste sorológico ideal
para o diagnóstico da sífilis congênita. É importante
para o diagnóstico da sífilis congênita a associação dos
critérios epidemiológicos, clínicos e laboratoriais para
todos os casos, uma vez que, mais da metade das crian-
ças podem ser assintomáticas ao nascer ou ter sinais
muito discretos ou pouco específicos. A avaliação com-
plementar da criança com sífilis congênita baseia-se na
realização de um conjunto de exames laboratoriais (san-
gue e líquor) e de imagem. Quando possível, pode-se
realizar pesquisa do Treponema pallidum por meio de
microscopia.
O diagnóstico laboratorial da sífilis congênita pode
ser realizado por pesquisa direta, com identificação do
1
agente etiológico ou testes sorológicos .
Pesquisa direta
A pesquisa direta do Treponema pallidum em mate-
rial coletado de lesão cutâneo-mucosa, secreção nasal,
de biópsia ou necropsia, assim como, de placenta e de
cordão umbilical, por meio do campo escuro, é um pro-
cedimento que apresenta sensibilidade de 70 a 80% e
especificidade que pode alcançar 97%, dependendo da
experiência do avaliador. A preparação e a observação
em campo escuro, imediatamente após a coleta, permi-
1
tem visualizar os treponemas móveis .
Quando a observação não pode ser realizada logo
67
após a coleta, a imunofluorescência direta está indica-
da. Esta técnica apresenta sensibilidade de 70 a 100% e
especificidade de 89 a 100%, sendo importante para
materiais provenientes de regiões onde existem trepo-
nemas saprófitos (boca e nariz). É bastante sensível para
detecção da espiroqueta em cordão umbilical, órgãos e
tecidos de natimortos portadores de sífilis congênita.
Os fatores que diminuem a sensibilidade do teste são:
coleta inadequada, tratamento prévio e coleta nas fases
finais da evolução das lesões, quando a população de
1
Treponema pallidum estará muito reduzida .
Além das técnicas descritas, podem ser realizados
estudos histopatológicos para a identificação do Trepo-
nema pallidum em material de biópsia ou necropsia, por
meio da coloração pela prata ou de outras colorações, é
pouco sensível e específico pelo fato de artefatos técni-
cos e outros treponemas poderem ser confundidos com
1
o agente da sífilis .
Testes Sorológicos
a) Testes não-treponêmicos (VDRL e RPR): Recém-
nascidos de mães com sífilis, mesmo os não infectados,
podem apresentar anticorpos maternos transferidos
passivamente pela placenta até o sexto mês de vida.
Nesses casos, em geral, o teste não-treponêmico pode-
rá ser reagente, devendo ser comparado o título do
VDRL ou RPR do recém-nascido com o título do VDRL ou
RPR materno, realizado na admissão para o parto1.
A coleta de sangue de cordão umbilical para a reali-
zação do teste está contraindicada pela baixa sensibili-
68
dade. Deve-se coletar sangue periférico de todo recém-
nascido, cuja mãe apresentar teste para sífilis reagente
no momento do parto. A negatividade sorológica do
recém-nascido não exclui a infecção, principalmente
quando a infecção materna se dá no período próximo ao
parto. Recém-nascidos com sorologias não reagentes,
mas com suspeita epidemiológica, devem repetir estes
testes após o terceiro mês, devido à possibilidade de
1
positivação tardia .
b) Testes treponêmicos (FTA-Abs, TPHA, ELISA):
São testes qualitativos para detecção de anticorpos
antitreponêmicos específicos, úteis para confirmação
do diagnóstico, mas de uso limitado em recém-
nascidos, pois os anticorpos IgG materno ultrapassam a
barreira placentária. Sendo assim, a utilização de testes
treponêmicos não auxilia na confirmação dos casos em
recém-nascidos; recomenda-se, então, a análise clínico-
epidemiológica de cada caso, especialmente o histórico
da doença materna, para aplicação das condutas clíni-
cas. No entanto, em crianças maiores de 18 meses, um
resultado reagente de teste treponêmico confirma a
infecção (que pode ter sido tratada ou não), pois os
anticorpos maternos transferidos passivamente já terão
desaparecido da circulação sanguínea da criança. Não
se preconiza a realização de FTA-Abs para detecção de
anticorpos da classe IgM, uma vez que não tem boa
sensibilidade, acarretando resultados falsos negativos
1
antitreponêmicos .
69
PCR
Mais recentemente, testes para amplificação de
ácidos nucléicos, como a reação em cadeia polimerase
(PCR), vêm sendo desenvolvidos e avaliados com resul-
tados que indicam aumento da sensibilidade (91%)
para o diagnóstico da infecção pelo Treponema palli-
dum. Entretanto, esses testes, além do elevado custo e
da complexidade de realização, ainda não estão dispo-
níveis comercialmente, estando limitados a centros de
1
pesquisa .
Radiografia de tórax
Nos casos com “Pneumonia Alba” observa-se míni-
ma aeração alveolar, com presença de broncogramas
aéreos, semelhante à síndrome do desconforto respira-
tório neonatal grave1.
Hemograma completo
Alterações hematológicas como anemia, leucocito-
se (em geral com linfocitose ou monocitose) e plaqueto-
penia são os achados mais frequentes na sífilis congêni-
ta. Considerar hemograma alterado diante de hemató-
crito inferior a 35%, número de plaquetas abaixo de
150.000/mm³ e/ou leucopenia ou leucocitose de acor-
do com as curvas de normalidade para as horas de vida1.
74
Figura 7: Fluxograma de condutas no recém-nascido exposto a sífilis materna
75
para controle da sífilis congênita: manual de bolso14, 2006.p59
Nota explicativa:
*Nas situações em que a gestante não manteve mais contato sexual com
o parceiro ou não possui parceiro sexual, após o tratamento adequado
para a fase clínica e instituído antes dos 30 dias que antecedem o parto, o
tratamento será considerado adequado para a sífilis materna. Observar
queda de títulos na sorologia não-treponêmica da gestante.
76
**Será considerado parceiro com sífilis:
78
na dose de 50.000 UI/Kg/dose, por via intravenosa,
a cada 12 horas (nos primeiros 7 dias de vida) e a
cada 8 horas (após 7 dias de vida), durante 10 dias;
ou penicilina G procaína 50.000 UI/Kg, a cada 24
horas (dose única diária), via intramuscular, duran-
te 10 dias (se houver perda maior do que um dia na
aplicação da penicilina G procaína a criança deverá
1,4
reinicializar o tratamento );
•A 2 - se houver alteração liquórica ou se não foi
possível colher o líquor, o tratamento deverá ser
feito com penicilina G cristalina, na dose de 50.000
UI/Kg/dose, por via intravenosa, a cada 12 horas
(nos primeiros 7 dias de vida) e a cada 8 horas (após
7 dias de vida), durante 10 dias;
•A 3 - se não houver alterações clínicas, radiológi-
cas, hematológicas e/ou liquóricas e a sorologia
de sangue periférico do recém-nascido for negati-
va, o tratamento deverá ser feito com penicilina G
benzatina, na dose única de 50.000 UI/Kg, por via
intramuscular. O acompanhamento é obrigatório,
incluindo o seguimento com titulações de teste
não-treponêmico (VDRL) sérico após conclusão do
tratamento (ver seguimento, adiante). Na impossi-
bilidade de garantir o seguimento clínico-
laboratorial, o recém-nascido deverá ser tratado
com o esquema A1.
B - Nos recém-nascidos de mães adequadamente
tratadas: realizar teste não-treponêmico (VDRL) em
amostra de sangue periférico do recém-nascido; se este
for reagente, com titulação maior do que a materna
e/ou na presença de alterações clínicas, realizar hemo-
79
grama, radiografia de ossos longos e análise do LCR:
•B 1 - se houver alterações clínicas e/ou radiológi-
cas, e/ou hematológica sem alterações liquóricas, o
tratamento deverá ser feito como em A1;
•B 2 - se houver alteração liquórica, o tratamento
deverá ser feito como em A2;
C - Nos recém-nascidos de mães adequadamente
tratadas: realizar teste não-treponêmico (VDRL) em
amostra de sangue periférico do recém-nascido:
•C 1 - se for assintomático e o teste não-treponê-
mico (VDRL) não for reagente proceder apenas ao
seguimento clínico-laboratorial. Na impossibilida-
de de garantir o seguimento realizar o tratamento
com penicilina G benzatina, na dose única de
50.000 UI/Kg, via intramuscular.
•C 2 - se for assintomático e tiver o teste não-
treponêmico (VDRL) reagente, com título igual ou
menor que o materno o tratamento deverá ser
feito como em A3.
2.2.5.2. No período Pós-Neonatal (com 28 dias ou
mais de vida)
Crianças com quadro clínico e/ou sorológico suges-
tivos de sífilis congênita devem ser cuidadosamente
investigadas: as sorologias e o tratamento materno
(incluindo a análise dos títulos de teste não-
treponêmico, para observar se ocorreu queda ou eleva-
ção após tratamento) e a sorologia de teste não-
treponêmico da criança, assim como os prontuários
devem ser revisados para avaliar se é um caso de sífilis
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congênita ou de sífilis adquirida por agressão ou abuso
sexual.
Em caso de sífilis congênita, deve ser realizada radio-
grafia de ossos longos, hemograma e análise do LCR.
Mediante confirmação diagnóstica, realizar o tratamen-
to com penicilina G cristalina na dose de 50.000
UI/Kg/dose, por via intravenosa, a cada 4 horas por 10
dias, respeitando a dose máxima de 200.000 a 300.000
4
UI/Kg/dia .
Se a criança não apresentar manifestações da doen-
ça e o exame de LCR constar como normal poderá ser
realizado o tratamento com penicilina G procaína
50.000 UI/Kg, de 12/12 horas, intramuscular, durante
10 dias (se houver perda maior do que um dia na aplica-
ção da penicilina G procaína a criança deverá reiniciali-
1,4
zar o tratamento ).
Importante:
•Os dados da literatura científica nacional e internaci-
onal, disponíveis até o momento não permitem reco-
mendação de outro antibiótico para o tratamento da
sífilis congênita, conforme já foi descrito; isso é válido
também para crianças que têm o diagnóstico da sífilis
congênita no transcorrer de algum outro tratamento
(por exemplo, ampicilina para sepse), devendo ser
“desconsiderado” esse curso de antibiótico prévio
(que não foi a penicilina) e iniciar o esquema preconi-
zado para sífilis conforme recomendação acima1,4.
•Em relação à biossegurança hospitalar, são recomen-
dadas precauções de contato para todos os casos de
81
sífilis congênita até 24 horas do início do tratamento
15
com penicilina .
•Os filhos de mães soropositivas para o HIV não preci-
sam de regimes terapêuticos diferenciados, podendo
seguir as diretrizes acima propostas.
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•Caso sejam observados sinais clínicos compatíveis
com a sífilis congênita, ou não ocorra a queda esperada
de títulos, deve-se proceder à repetição dos exames
sorológicos, ainda que não esteja no momento previs-
to acima e reavaliação da criança para conduta ade-
quada;
•Diante de elevação do título sorológico ou da sua
não negativação até os 18 meses de idade, reavaliar o
paciente e proceder ao retratamento, se necessário;
•No caso de neurossífilis, repetir o exame de líquor a
cada seis meses, até a normalização bioquímica, cito-
lógica e sorológica;
•Espera-se que o teste não-treponêmico (VDRL) do
líquor se apresente negativo por volta do sexto mês de
vida e que o líquor esteja normal ao fim do segundo
ano;
•Alterações liquóricas persistentes indicam necessida-
de de reavaliação clínico-laboratorial completa e retra-
tamento;
•Em toda criança com diagnóstico de sífilis congênita,
recomenda-se o acompanhamento oftalmológico,
neurológico e audiológico semestral até os dois anos
de idade;
•Nos casos de crianças tratadas de forma inadequada,
na dose e/ou tempo do tratamento preconizado, deve-
se convocar a criança para reavaliação clínico-
laboratorial e reiniciar o tratamento, obedecendo aos
esquemas anteriormente descritos;
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Recém-nascidos que não atingiram os critérios diag-
nósticos de sífilis congênita não tratados no período
neonatal
•Realizar exame clínico minucioso com 1, 2, 3, 6, 12 e
18 meses de vida;
•Realizar teste não-treponêmico (VDRL), com titula-
ção, com 1, 3, 6, 12 e 18 meses de vida;
•Interromper a coleta do teste não-treponêmico
(VDRL) seriado após a obtenção de dois exames conse-
cutivos negativos;
•Realizar teste treponêmico (TPHA ou FTA-Abs) a par-
tir dos 18 meses de vida;
•Se os títulos de testes não-treponêmicos (VDRL) esti-
verem caindo nos primeiros três meses e forem negati-
vos entre 6 e 18 meses de vida, acompanhados por um
teste treponêmico negativo após os 18 meses de vida,
considera-se que o lactente não foi afetado pela sífilis
ou foi tratado de maneira apropriada durante a vida
fetal. Caso contrário, deve-se realizar a reavaliação
diagnóstica e o tratamento adequado.
Importante:
As crianças que apresentarem o teste treponêmico
reagente aos 18 meses deverão realizar seguimento por
longo prazo, pelo menos até os cinco anos de idade,
para monitoramento de possíveis alterações tardias da
sífilis (visuais, auditivas e de desenvolvimento), mesmo
que estas crianças tenham recebido tratamento ade-
22,23
quado na maternidade .
84
Figura 8: Diagrama de seguimento do recém-nascido (RN) exposto à sífilis materna
85
1,14,15,16
Importante :
O prognóstico da sífilis congênita parece estar liga-
do à gravidade da infecção intrauterina e à época em
que o tratamento foi instituído. Quanto mais precoce
tiver sido a terapêutica, menos estigmas aparecerão no
desenvolvimento desta criança. O tratamento após o
terceiro mês de vida pode não evitar a surdez (por com-
prometimento de pares cranianos), nem a ceratite
intersticial, nem o aparecimento das articulações de
Clutton.
1º critério:
· Criança cuja mãe apresente, durante o pré-natal
ou no momento do parto, testes para sífilis não-
treponêmico reagente com qualquer titulação e
treponêmico reagente, e que não tenha sido tra-
tada ou tenha recebido tratamento inadequado;
· Criança cuja mãe não foi diagnosticada com sífilis
durante a gestação e, na impossibilidade de a
maternidade realizar o teste treponêmico, apre-
sente teste não-treponêmico reagente com qual-
quer titulação no momento do parto;
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· Criança cuja mãe não foi diagnosticada com sífilis
durante a gestação e, na impossibilidade de a
maternidade realizar o teste não-treponêmico,
apresente teste treponêmico reagente no
momento do parto;
· Criança cuja mãe apresente teste treponêmico
reagente e teste não-treponêmico não reagente
no momento do parto, sem registro de tratamen-
to prévio.
2º critério:
Todo indivíduo com menos de 13 anos de idade
com pelo menos uma das seguintes evidências
sorológicas:
· Titulações ascendentes (testes não-treponêmi-
cos);
· Testes não-treponêmicos reagentes após 6
meses de idade (exceto em situação de segui-
mento terapêutico);
· Testes treponêmicos reagentes após 18 meses de
idade;
· Títulos em teste não-treponêmico maiores do
que os da mãe, em lactentes;
· Teste não-treponêmico reagente com pelo
menos uma das alterações: clínica, liquórica ou
radiológica de sífilis congênita.
3º critério:
Aborto ou natimorto cuja mãe apresente testes
para sífilis não-treponêmico reagente com qual-
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quer titulação ou teste treponêmico reagente, rea-
lizados durante o pré-natal, no momento do parto
ou curetagem, que não tenha sido tratada ou tenha
recebido tratamento inadequado.
4º critério:
Toda situação de evidência de infecção pelo Trepo-
nema pallidum* na placenta ou no cordão umbilical
e/ou em amostras da lesão, biópsia ou necropsia de
criança, produto de aborto ou natimorto, por meio
de exames microbiológicos.
Tratamento inadequado para sífilis materna
• Tratamento realizado com qualquer medicamento
que não seja a penicilina; ou
• Tratamento incompleto, mesmo tendo sido feito com
penicilina; ou
• Tratamento inadequado para a fase clínica da doença;
ou
• Instituição de tratamento dentro dos 30 dias que
antecedem o parto; ou
• Elevação de títulos em sorologia não-treponêmica
(VDRL ou RPR) ou ausência de queda de títulos (exce-
to quando o título inicial for menor ou igual a 1:4),
após tratamento adequado; ou
• Parceiro com sífilis** não tratado ou tratado inade-
quadamente.
92
2.5. Perguntas frequentes de sífilis congênita
94
o mesmo deverá ser avaliado e investigado e
tratado se indicado.
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17. O “PROTOCOLO PARA INVESTIGAÇÃO DE CASOS
DE SÍFILIS CONGÊNITA” deve ser preenchido?
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103
25. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico
e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral as Pessoas com
Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da
Saúde, 2015, 120p.
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Verso
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