PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
ÍNDICE
PREFÁCIO: 6
I) INTRODUÇÃO: 7
01) Definição do campo de atuação
02) Classificação geral dos materiais
03) Critérios de seleção e aplicação dos materiais
04) Opções de fabricação de produtos metálicos
05) Classificação dos processos de fabricação
06) Tipos de processos de fabricação
07) Classificação dos processos de conformação
08) Critérios de escolha do processo de conformação
09) Questionário
IV) SIDERURGIA: 53
01) Seqüência de fabricação do aço
02) Coqueria
03) Pelotização
04) Produção do ferro gusa
05) Produção do aço
06) Lingoteamento
07) Refusão
08) Influência do processo siderúrgico nas propriedades dos aços
UDESC – CCT – DEM 2
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
09) Questionário
V) PRODUTOS SIDERÚRGICOS: 74
01) Classificação dos produtos siderúrgicos
02) Nomenclatura de produtos metalúrgicos
03) Requisitos dos produtos siderúrgicos
04) Classificação dos produtos planos
05) Propriedades dos produtos planos
06) Controle de qualidade dos produtos planos
07) Fabricação do aço e seus produtos
08) Formas de se produzir produtos siderúrgicos
09) Questionário
VI) LAMINAÇÃO: 92
01) Definição do processo
02) Objetivos da laminação
03) Laminadores
04) Classificação dos laminadores
05) Disposição ou arranjos dos laminadores
06) Seqüência de fabricação
07) Aquecimento de lingotes ou placas
08) Laminação de desbaste
09) Laminação contínua de chapas a quente
10) Laminação contínua de chapas a frio
11) Revestimento de chapas
12) Operações de acabamento de chapas
13) Laminação de perfis
14) Laminação de barras
15) Cilindros de laminação
16) Questionário
X) FORJAMENTO: 160
01) Definição e aplicação
02) Classificação dos processos
03) Forjamento livre
04) Forjamento em matriz
05) Equipamentos de forja
06) Condições de forjamento
07) Martelamento rotativo
08) Forjamento por eletro-recalque
09) Questionário
BIBLIOGRAFIA: 250
UDESC – CCT – DEM 6
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
PREFÁCIO
O presente material consiste em um dos módulos da disciplina Processo de Fabricação, que tem
como principal objetivo contribuir para a formação profissional do engenheiro, transmitindo ao
aluno universitário uma visão generalista dos processos de conformação mais usuais encontrados
no meio industrial. Não têm absolutamente o propósito de ser um material específico e abordar
cada um dos processos de forma mais profunda ou específica, no sentido de servir de subsídio
para resolver os problemas do dia a dia.
Neste trabalho é dada uma ênfase especial não somente aos processos de conformação em si, mas
também aos produtos que podem ser obtidos a través dos mesmos, assim como suas
características e aplicações típicas.
O material inicia-se com uma abordagem geral a respeito dos processos de fabricação,
discutindo-se os aspectos específicos de conformabilidade, absolutamente fundamental para se
entender os princípios e os fenômenos associados. Nesta etapa também se discute alguns
conceitos metalúrgicos envolvidos.
Após se aborda o processo siderúrgico de fabricação do aço importante para se entender como o
aço é fabricado e os problemas ou impactos associados quando da sua conformação. Na
seqüência são estudados os processos de conformação, como a laminação, extrusão, trefilação,
forjamento e estampagem.
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
MUNDO DE MATERIAIS
MATERIAIS METÁLICOS
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
A seleção e a aplicação dos materiais pode ser feita com base nos seguintes critérios:
MATÉRIA-PRIMA
METALURGIA DO FUSÃO
PÓ
PRODUTO SEMI-
ACABADO
PRODUTO ACABADO
a) PRIMÁRIOS = são os processos utilizados para da forma às peças, podendo ser agrupados
em cinco famílias básicas, quais sejam:
• CONFORMAÇÃO;
• FUNDIÇÃO;
• SOLDAGEM;
• METALURGIA DO PÓ;
• USINAGEM.
• TRATAMENTO TÉRMICO;
• TRATAMENTO SUPERFICIAL;
• ACABAMENTO.
Na conformação dos materiais sempre está envolvida uma energia. A diferença entre os
processos é quanto a forma de aplicação desta energia, se através de força mecânica, se através de
temperatura, ou através de ambos ao mesmo tempo, atuando de forma combinada.
c) INTERMEDIÁRIOS = são processos que utilizam tanto a “força como o calor”, que através
da transformação da estrutura cristalina, dão forma aos produtos. Ex = conformação mecânica a
quente;
c) FUSÃO PARCIAL = ocorre em condições de temperatura onde existe uma fusão parcial do
material base ou do material de adição;
• Sinterização (metalurgia do pó);
• Soldagem (elétrica, oxiacetilênica, laser, por atrito, ponto, etc);
• Brasagem;
d) FUSÃO TOTAL = ocorre em condições de temperatura onde existe fusão total do material;
• Fundição (areia, coquilha, sob-pressão, etc);
• Lingoteamento;
Fusão
total
Temperatura de
final da fusão
(linha liquidus).
Fusão
parcial
Temperatura de
início de fusão
(linha sólidus).
Trabalho a
quente
Temperatura de
recrista-
lização
Trabalho a
frio
Ruptura
Tensão de
escoamento
Campo
plástico
Tensão
máxima
Campo
Tensão de elástico
ruptura
6.1) USINAGEM:
ESTADO
TIPO PROCESSO A A FUSÃO FUSÃO
FRIO QUENTE PARCIAL TOTAL
DESBASTE Torneamento X
GROSSO Fresamento X
Furação X
Aplainamento X
Descascamento X
Mandrilhamento X
Serração X
Limagem X
DESBASTE Eletroerosão X
FINO Corte a laser X
Corte por água X
ACABA- Retífica X
MENTO Brunimento X
Brochamento X
Rolagem X
UDESC – CCT – DEM 15
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
6.2) CONFORMAÇÃO:
ESTADO
TIPO PROCESSO A A FUSÃO FUSÃO
FRIO QUENTE PARCIAL TOTAL
LAMINAÇÃO Chapas X X
Tarugos X X
Perfis X X
Tubos sem costura X X
Fio máquina X X
Roscas X X
EXTRUSÃO Perfis X X
Tubos X X
TREFILAÇÃO Barras e perfis X
Tubos X
Arames e fios X
FORJAMENTO Livre X X
Matriz X X
ESTAMPAGEM Bruta X
Fina X
CORTE Puncionamento X X
Tesura X X
Dobragem X
Calandragem X
Repuxamento X
OUTROS Estiramento X
Por explosão X
Tubos com costura X
ESTADO
PROCESSO A A FUSÃO FUSÃO
FRIO QUENTE PARCIAL TOTAL
Peças X
Barras X
Chapas X
UDESC – CCT – DEM 16
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
6.4) SOLDAGEM:
ESTADO
TIPO PROCESSO A A FUSÃO FUSÃO
FRIO QUENTE PARCIAL TOTAL
HETE- Fraca X
RÔGENA Forte X
Brasagem X
AUTÔGENA Caldeamento X
POR Solda topo X
PRESSÃO Solda ponto X
Por atrito X
AUTÔGENA Aluminiotermia X
POR FUSÃO Maçarico ar/comb X
Oxídrico X
Oxiacetilenica X
A arco - MIG X
A arco – MAG X
A arco – TIG X
Eletrodo X
revestido
UDESC – CCT – DEM 17
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
6.5) FUNDIÇÃO:
ESTADO
TIPO PROCESSO A A FUSÃO FUSÃO
FRIO QUENTE PARCIAL TOTAL
AREIA A Por sopro X
VERDE Por tiro X
Por compressão X
AREIA Em casca X
SINTÉTICA Cura a frio X
Cura a quente X
Gás carbônico X
EM Por gravidade X
COQUILHA Centrífuga X
Baixa pressão X
Sob pressão X
Contínua X
MODELO Cera perdida X
PERDIDO Isopor X
O conjunto de critérios que devem ser considerados quando da escolha, utilização ou implantação
de um determinado processo de conformação são:
• Conformabilidade;
• Disponibilidade de tipo, tamanho e forma;
• Qualidade.
• Produtividade;
• Nível de qualidade exigida – repetibilidade, reprodutividade;
• Capacidade produtiva;
• Volume de produção exigida (seriação, escala, quantidade);
8.4) FINANCEIRO:
09) QUESTIONÁRIO:
• Faça uma analogia entre um produto conformado a frio e a quente quanto as suas
características e propriedades finais.
UDESC – CCT – DEM 23
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
CAPÍTULO II
VARIÁVEIS DO PROCESSO
DE CONFORMAÇÃO
01) CONFORMABILIDADE:
1.1) DEFINIÇÃO:
a) DE FORMA DIRETA:
b) DE FORMA INDIRETA:
a) ASSOCIADO AO PRODUTO:
• Precisão dimensional (de forma e dimensão);
• Acabamento superficial;
• Tipo de estrutura cristalina;
• Propriedades mecânicas (dureza, resistência, tenacidade);
• Resistência ao desgaste;
• Isenção de defeitos, tanto superficiais como internos;
• Custo competitivo;
b) ASSOCIADO AO PROCESSO:
• Produtividade;
• Repetibilidade (qualidade);
ESTRUTURA
CRISTALINA
PROPRIEDADES E
CARACTERÍSTICAS
MAT-PRIMA PRODUTO
CUSTO DESEMPENHO
PROCESSO PROCESSO
CUSTO BENEFÍCIO
APLICAÇÃO
PROPRIEDADES E CONFORMABILIDADE,
CARACTERÍSTICAS PROPRIEDADES
DA MECÂNICAS,
MATÉRIA-PRIMA ALONGAMENTO.
PROPRIEDADES E PRODUTIVIDADE,
CARACTERÍSTICAS DESEMPENHO,
DO PROCESSO DE REPETIBILIDADE,
FABRICAÇÃO RENDIMENTO
DEFINIÇÕES:
• PROPRIEDADES = é todo requisito de uma peça, produto, ser ou material que pode ser
medida de forma direta e repetitiva, bem como possui uma unidade e um método de
medição definido, aceito e normalizado. Exemplos = resistência a tração, dureza,
temperabilidade, peso, altura, tamanho, etc.
• CARACTERÍSTICA = é todo requisito que pode ser avaliado, mas não necessariamente
medido de forma direta, mas somente de forma comparativa, e não tem uma unidade
específica, embora possa ser igualmente importante. Exemplos = usinabilidade,
conformabilidade, beleza, etc.
A princípio, com algumas poucas exceções, todos os materiais metálicos, ferrosos ou não
ferrosos, podem ser conformáveis, com maior ou menor dificuldade, envolvendo limitações,
dependendo do processo utilizado. No entanto, existem algumas ligas que, para facilitar o
trabalho de conformação e reduzir os custos envolvidos, são preferencialmente utilizadas, como:
• Chumbo;
• Estanho;
Quando a adição certos elementos químicos presentes tipicamente nas ligas ultrapassa certos
limites, existe perda de solubilidade e pode ocorrer a formação ou precipitação de uma segunda
fase. Neste caso o metal passa a ser constituído de uma mistura de duas ou mais fases como os
carbonetos, nitretos, sulfetos e aluminatos. Muitas destas fases são mais duras e mais frágeis,
portanto mais difíceis de serem conformadas;
Raciocínio vale também para a influência do tamanho do grão, tanto em metais puros como em
ligas. Quanto menor o tamanho do grão, maior a área da superfície dos contornos do grão e mais
resistência terá o metal.
c) O fato do material, durante a conformação, estar em contacto com a ferramenta faz com que o
atrito ao longo da interface de contato material-ferramenta e a temperatura gerada em função
disto interfiram no processo;
Limite de Th = T / Tf
escoamento
Tf = Temperatura de fusão
Temperatura
homóloga - Th
Figura 2.3 – Efeito da temperatura de trabalho sobre o valor do limite de escoamento.
A deformação a quente ocorre quando Th => 0,6 Tf. Neste caso se dá o amaciamento simultâneo
do material com o aumento da temperatura. Isto faz com que a tensão de escoamento diminua.
Para alguns metais a temperatura ambiente pode ser suficiente para o processamento a quente
(Ex: Chumbo – Tf 327 oC). Para outros metais é necessário elevar consideravelmente a
temperatura (Ex: Nb – Tf 2417 oC).
A capacidade de um metal sofrer deformação a frio é limitada pela ocorrência de fratura. Para
evitar este efeito utilizam-se ciclos de “deformação / cristalização estática” quando se deseja
conferir aos metais grande deformação a frio. Neste ciclo o material endurecido é aquecido em
temperaturas acima de 0,5 Tf, ocorrendo um amaciamento. O ciclo pode ser aplicado inúmeras
vezes.
Quando realizado a deformação a quente o amaciamento ocorre logo após a deformação. Neste
caso considera-se um ciclo de recristalização dinâmica, pois ocorre concomitantemente com a
deformação.
Do ponto de vista do produto é importante conhecer-se o histórico termodinâmico que ele foi
submetido durante o seu processamento, pois define a sua microestrutura (tamanho do grão,
distribuição e tamanho de microestruturas, orientação dos grãos), que por sua vez define suas
propriedades.
• Possibilidade de obter materiais com menores dimensões, não possível de ser obtido pelo
processo a quente, pois neste caso o material romperia durante a conformação;
• Melhor acabamento superficial, pois não ocorre oxidação superficial provocada entre o
material e a atmosfera do forno;
• Menores perdas de material associada à oxidação excessiva que ocorre na conformação a
quente, com formação de carepas;
• Ausência de descarbonetação superficial, também associado a oxidação superficial típico
no processo de conformação a quente;
• Melhor resistência mecânica do material, associado ao encruamento sofrido durante o
processo de conformação.
Quando se deforma um metal a maior parte da energia cedida a este metal se transforma em
calor. Quanto maior for a velocidade de deformação, menor será a dissipação de calor e
conseqüentemente, maior será a temperatura do produto fabricado. Esse problema é de particular
importância na deformação a quente, onde o aumento da temperatura considerado pode causar a
fusão do metal, caso a temperatura inicial for alta demais.
A velocidade de deformação também influi sobre a tensão necessária para deformar um metal,
particularmente para altos valores de Th.
11.1) ATRITO:
Mecanismo pelo qual se desenvolvem forças na superfície de dois corpos em contato, que se
traduzem numa resistência ao deslizamento de um corpo sobre o outro.
F H
W R
Figura 2.4 – Efeito do atrito.
UDESC – CCT – DEM 33
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
U=F/R
Onde:
U = Coeficiente de atrito;
F = Força necessária para vencer o atrito e movimentar o corpo;
R= Resistência do corpo contra a superfície de apoio;
11.2) CONSIDERAÇÕES:
F’ = u’ R < F
u’ << u
11.3) LUBRIFICAÇÃO:
12) QUESTIONÁRIO:
CAPÍTULO III
FENÔMENOS ENVOLVIDOS NA
CONFORMAÇÃO
Os defeitos presentes nas estruturas cristalinas pontuais (lacunas, interstícios), em forma de linha
(discordâncias) como os espaciais (contornos de grão), a princípio favorecem a conformação,
pois provocam a ausência de algumas ligações interatômicas. Como o número de defeitos
presentes na estrutura cristalina é muito grande, menor a quantidade de ligações a serem
rompidas quando o material está sujeito à aplicação de uma carga. Isto gera a redução da
resistência mecânica natural do material, bem como um menor esforço para deformar.
O efeito das cargas aplicadas sobre um material pode ser avaliado através do diagrama tensão X
deformação, através da medição das deformações sofridas, como mostrado a seguir.
Tensão
Ruptura
Campo
plástico
Tensão
Escoamento
Campo
Elástico
As deformações sofridas pelo material quando da aplicação de uma carga sobre o mesmo, podem
ser do tipo:
UDESC – CCT – DEM 39
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Ocorre quando os átomos se movem uns em relação aos outros, no entanto, não existe qualquer
ruptura da ligação entre os átomos. Ocorre deslocamento dos átomos entre si, que voltam a
posição inicial após a retirada da carga.
Figura 3.2 - Esquema mostrando a deformação elástica da estrutura cristalina, quando submetida
a compressão.
Tensão
Deformação
Te = A en
Onde:
A = coeficiente de resistência à deformação (Kg/mm2) - tabelado
n = coeficiente de encruamento - tabelado
e = deformação
MATERIAL A (Kg/mm2) n
Aço (0,05 % C) 54 0,26
Aço 1010 recozido 70 0,20
Aço 4135 recozido 103 0,17
A1 6061 recozido 21 0,20
A1 6061 envelhecido 42 0,05
Cobre recozido 32 0,54
Latão 70/30 recozido 91 0,49
Ocorre quando as forças de conformação envolvidas são de tal intensidade que as ligações entre
os átomos se rompem, mas voltam a se ligar em seguida, quase que instantaneamente, com outros
átomos ao seu redor que também tiverem a sua ligação rompida;
Neste caso, quando se aplica certa carga as discordâncias tendem a se movimentar dentro da
estrutura cristalina, facilitando o processo de deformação, pois menor o número de ligações a
serem rompidas, associado ao grande número de discordâncias presentes. A facilidade de ocorrer
deformação plástica dos metais é, portanto, explicado pela capacidade das discordâncias se
movimentarem dentro da estrutura cristalina, dentro do grão, através dos “planos de
escorregamento” (Figura 4, 5 e 6).
Figura 3.5 - Planos de átomos escorregando entre si, através dos planos de escorregamento,
devido a aplicação de forças de conformação.
.
UDESC – CCT – DEM 41
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Plano de escorregamento
• FERRITA = apresenta uma estrutura cristalina do tipo CCC com grande número de
planos de escorregamento, apresentando, portanto, uma boa conformabilidade;
• AUSTENITA = apresenta uma estrutura CFC, com planos de escorregamento em
quantidade até maior que a ferrita, portanto o material apresenta um potencial de
conformação excepcional, preferível quando o trabalho de conformação é muito intenso;
UDESC – CCT – DEM 42
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Quando as forças aplicadas sobre o material são muito elevadas, ou seja, maiores do que a
própria resistência do material ocorre a ruptura definitiva das ligações atômicas, gerando
deformações tão intensas que não existe mais a religação. Isto provoca uma ruptura permanente
na estrutura cristalina do material, gerando as trincas, fissuras, fraturas ou mesmo colapso;
02) ENCRUAMENTO:
Quando a discordância se move dentro da estrutura cristalina também pode ocorrer um processo
de multiplicação, quando ela se interage com outras discordâncias. Este fenômeno faz com que
exista o aumento do número de discordâncias acompanhado da possibilidade de um maior
número de interações, como mostrado na figura a seguir.
A taxa de conformação sofrida pelo material pode ser avaliada através da análise metalográfica,
por intermédio da deformação do grão, como mostrado na figura a seguir.
UDESC – CCT – DEM 45
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
03) RECRISTALIZAÇÃO:
No caso de grandes volumes de conformação existe a necessidade que a deformação seja feita em
etapas, intercaladas por um processo de recuperação da estrutura. Isto é feito através da
recristalização, que consiste no rearranjo da estrutura cristalina por intermédio do tratamento
térmico de recozimento, onde a peça permanece durante um certo tempo dentro de um forno, a
temperatura acima da crítica, seguido de um resfriamento muito lento (dentro do próprio forno).
Apesar disto verifica-se que quando do recozimento aumentando-se a temperatura para valores
muito elevados ou aumentando-se demasiadamente o tempo pode-se aumentar o tamanho de
grão, como visto na figura a seguir.
UDESC – CCT – DEM 49
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Os aços de baixo teor de carbono (Ex: ABNT 1004, com 0,04%C) são preferencialmente os
melhores aços para serem conformados, pois apresentam uma estrutura totalmente ferrítica, que é
mole, com elevada ductilidade e reduzida resistência mecânica.
Os aços com médio teor de carbono (Ex: ABNT 1040, com 0,40%C) apresentam uma estrutura
ferrítica perlítica. A perlita por sua vez é constituída de lamelas intercaladas de ferrita e
cementita, que é muito dura, frágil, quebradiça e apresenta elevada resistência mecânica, portanto
mostra uma maior resistência à conformação.
Lamelas de ferrita
Lamelas de cementita
Figura 3.17 – Formação da perlita, composto por lamelas intercaladas de ferrita e cementita.
UDESC – CCT – DEM 50
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Os aços de elevado teor de carbono (EX: ABNT 1080, com 0,80%C) apresentam uma estrutura
totalmente perlítica, portanto são muito mais difíceis de conformar. Por último, os aços de
maiores teores de carbono (Ex: aços com mais que 0,80% C) apresentam além de uma estrutura
quase que totalmente perlítica, carbonetos de cementita precipitados junto aos contornos de grão,
o que o tornam praticamente indeformáveis, pelo menos a temperatura ambiente.
Temperatura de
recristalização
A solubilidade do carbono nos aços, pelo menos a temperatura ambiente, é muito pequena,
portanto, em aços com maiores teores de carbono, ele se precipita na estrutura atômica na forma
de cementita (Fe3C). Esta, por ser muito dura, quando precipita nos planos de escorregamento,
age como um ancoramento ou travamento dos mesmos, dificultando ou mesmo impedindo sua
movimentação, aumentando por conseqüência a resistência mecânica do material e diminuindo a
conformabilidade.
material, o que só de dá de forma plena acima das temperaturas de equilíbrio “Ac3” e “Acm” do
diagrama Fe-C. Nesta condição a cementita presente a baixas temperaturas, juntamente com a
ferrita, se transforma em austenita, através da reação eutetóide, como pode ser observado a
seguir:
A austenita apresenta uma conformabilidade muito maior do que as outras fases, associado aos
seguintes fatores:
• O carbono presente, qualquer que seja a quantidade, está totalmente em solução sólida,
pois a solubilidade de carbono na austenita nesta condição de temperatura é muito elevada
de até 2,11% (a 1123 oC), quanto a 0,02% na ferrita a 723 oC. Nesta condição não existem
fases precipitadas na estrutura e os planos de escorregamento se deslizam livremente entre
si;
• A resistência mecânica da austenita é muito menor que a da cementita, da perlita ou até
mesmo da ferrita que já é mole por si só. Com isto a resistência que se impõe a
deformação é muito menor;
• A estrutura austenítica (CFC) apresenta um maior número de planos de escorregamento
que a própria estrutura ferrítica (CCC), portanto têm mais alternativas de escorregamento,
aumentando a conformabilidade;
• O encruamento formado durante a deformação, através do ancoramento de discordâncias,
é simultaneamente removido, pois o grau de recristalização, associado maior mobilidade
atômica a elevada temperatura (maior vibração) é muito elevado.
Por esta razão os aços de elevado teor de carbono são somente conformados à elevada
temperatura, ou mesmo os aços de baixo teor de carbono quando se deseja atingir elevada
produtividade.
06) QUESTIONÁRIO:
UDESC – CCT – DEM 53
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
CAPÍTULO IV
SIDERURGIA
PELOTIZAÇÃO COQUERIA
(homogeneização) (produção Coque)
ALTO FORNO
(redução do minério de
Ar (O2) Escória
ferro e fusão do metal)
DESSULFURAÇÃO
DESCARBONETAÇÃO
(Conversor)
DESGASEIFICAÇÃO
OU DESOXIDAÇÃO
AÇO LÍQUIDO
LINGOTEAMENTO
LAMINAÇÃO
02) COQUERIA:
2.1) OBJETIVO:
O carvão tem objetivo de fornecer carbono ao sistema que age como elemento redutor e como
gerador de calor.
Existem alto-fornos que operam com coque metalúrgico e outros a carvão vegetal:
2.4) COQUEIFICAÇÃO:
03) PELOTIZAÇÃO:
O minério de ferro pode se encontrar na natureza sob dos seguintes tipos de minérios:
3.2) OBTENÇÃO:
c) SECAGEM = consiste em eliminar a umidade fazendo com que exista a aglomeração das
partículas e as pelotas adquiram certa rigidez para que possam ser manipuladas.
4.1) ALTO-FORNO:
A carga do alto-forno é composta por minério de ferro, coque e calcário (carregado pela porta de
carga no topo do alto-forno) e ar (injetado através das ventaneiras do forno);
UDESC – CCT – DEM 57
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
O coque adicionado no alto-forno, juntamente com o minério de ferro, tem a seguintes funções:
b) GERAR GÁS REDUTOR = o gás CO2 ascende (sobe) para a parte superior do forno e entra
em contato com o coque incandescente e gera o gás CO, que é o principal elemento redutor, a
partir da seguinte reação:
CO2 + C (coque) = 2 CO
O processo de redução no alto-forno passa por três etapas sucessivas, quais sejam:
a) NA PARTE SUPERIOR = a carga sólida é carregada pelo topo do forno e desce e no sentido
ascendente recebe os gases quentes que provocam o aquecimento e a secagem da carga;
• O minério de ferro possui impurezas (40 a 60%) que se volatilizam ou geram escória
durante o processo de redução e fusão dentro do alto-forno;
• O coque possui na sua constituição impurezas como os materiais voláteis e as cinzas, que
também geram escória;
• Parte do refratário do forno se derrete em função da elevada temperatura e do atrito com a
carga e também gera escória;
• Estas escórias formadas necessitam ser removida para possibilitar uma operação contínua
do forno;
• O calcário é um fundente, rico em cálcio e magnésio, que é adicionado com o objetivo de
reduzir o ponto de fusão da escória, tornando-a fluída (líquida);
• A escória, por ser mais leve, se separa e flutua sobre o ferro líquido, permitindo ser
removida dentro do alto-forno por um orifício separado.
UDESC – CCT – DEM 60
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
No estado em que sai do alto-forno, o ferro líquido é chamado de “ferro-gusa” e possui elevados
teores de carbono além de outras impurezas, como o enxofre e o fósforo em teores relativamente
elevados. Neste estado apresenta características tecnológicas muito pobres, com grandes
restrições quanto a sua aplicação. Nesta condição a composição química aproximada é a
seguinte:
O carbono elevado é absorvido do coque, o silício vem do refratário do forno e/ou do minério e o
enxofre também é absorvido do coque.
A escória gerada pelo alto-forno é retirada do seu interior no estado líquido, sendo
posteriormente solidificada. Apresenta a seguinte composição aproximada:
• SiO2 = 28 a 38%;
• Al2O3 = 10 a 22%;
• CaO + MgO = 44 a 48%;
• FeO + MnO = 1 a 3%;
• CaS = 3 a 4%.
A escória é posteriormente utilizada como sub produto para correção da acidez de solo, indústria
cementeira, fabricação de tijolos, etc.
Os gases gerados pelo alto-forno, a partir das inúmeras reações que ocorrem no seu interior
durante o processo de redução, saem pela parte superior do forno, pela chaminé, e apresentam a
seguinte composição aproximada:
• CO2 = 13%;
• CO = 27%;
• H2 = 3%;
• N2 = 57%;
Estes gases, por serem quentes e ainda serem combustíveis, são aproveitados para aquecer o ar
utilizado no alto-forno, através de trocadores de calor externos, melhorando com isto o
UDESC – CCT – DEM 62
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
5.1) DESSULFURAÇÃO:
O ferro gusa, ainda no estado líquido, é transportado do alto-forno para aciaria (fabricação do
aço), através de carros torpedos, com capacidade de até 100 t de carga;
A primeira operação realizada no ferro-gusa, muitas vezes ainda dentro do próprio carro torpedo,
é reduzir a quantidade de enxofre para teores aceitáveis, de forma que posteriormente não venha
a prejudicar as propriedades do aço quando de sua aplicação. O ferro gusa, após sair do alto-
forno, contém um teor de enxofre de até 0,20%, enquanto o normalmente aceitável para o aço é
menor que 0,04%, sendo ainda exigido teores abaixo de 0,02% especificamente para os aços
ferramenta;
A dessulfuração é feita adicionando-se calcário (CaO) ao gusa líquido ainda dentro do carro-
torpedo, ou em uma panela separada, seguido de uma agitação através da injeção de argônio ou
nitrogênio através de uma lança. As reações que ocorrem durante este processo são:
C (gusa) + O2 = CO2 e
C (gusa) + ½ O2 = CO
2 Fe + O2 = 2 FeO
FeO + C = Fe + CO
Algumas destas reações são extremamente exotérmicas, liberando grande quantidade de calor,
promovendo o aquecimento do metal, que pode chegar a atingir temperaturas superiores a 1600
UDESC – CCT – DEM 63
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
o
C. Para aproveitar este calor, o conversor é carregado com sucata de aço sólida, oriunda do
processo de laminação, na quantidade de até 10 % em relação ao peso do aço líquido,
aumentando-se com isto o volume de aço líquido final;
Figura 4.9 – Variação da composição química do metal, em particular o teor de carbono, com o
tempo de sopro no processo de redução no conversor.
UDESC – CCT – DEM 65
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
5.3) DESOXIDAÇÃO:
Para remover os gases retidos no interior do aço líquido, é realizada uma desoxidação e uma
dessulfuração, através da adição de alumínio e manganês, seguida de uma agitação através da
injeção de um gás neutro, normalmente argônio ou nitrogênio. Durante o processo ocorrem as
seguintes reações típicas:
Al + CO ou CO2 = C + Al2O3
3 FeO + 2 Al = Al2 O3 + Fe
FeO + Mn = MnO + Fe
FeS + Mn = Mns + Fe
A partir deste momento se adicionam os elementos de liga (Cr, Mo, V, Mn, Ni, W, etc),
normalmente na forma de ferro-liga, para que sejam formadas as diferentes ligas de aço. Na
seqüência do processo o aço líquido é lingoteado.
UDESC – CCT – DEM 66
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Algumas empresas siderúrgicas não fabricam o aço a partir do ferro gusa líquido, mas sim a partir
da reutilização da sucata de aço existente no mercado. Para este caso utilizam fornos elétricos a
arco para fundir a carga e preparar o aço líquido. A partir daí, as demais etapas envolvidas na
conformação, podem ser semelhantes as usinas siderúrgicas tradicionais.
UDESC – CCT – DEM 67
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
06) LINGOTEAMENTO:
Neste caso o aço líquido é vazado dentro de lingoteiras de ferro fundido, previamente preparadas,
onde permanecem até que todo o material se solidifique, o que leva algumas horas.
Como o volume de aço do lingote é muito grande (algumas toneladas) e demora muito tempo
para solidificar, em função da grande massa térmica envolvida, durante o processo de
solidificação, ocorre certa segregação de elementos de liga para o centro do lingote, bem com a
formação de bolhas de gases, que se forma devido a redução de solubilidade dos gases
dissolvidos no aço. Isto gera certa heterogeneidade do lingote entre as partes mais periféricas e o
seu núcleo, interferindo significamente nas propriedades finais do aço.
O lingoteamento contínuo, onde o aço líquido é vazado dentro de coquilhas de cobre refrigerada
com água. O objetivo da coquilha é extrair o calor envolvido e ao mesmo tempo dar uma forma
definitiva ao aço. O aço, depois de solidificado, pelo menos externamente, é continuamente
extraído de dentro da coquilha, através de tracionadores. Na seqüência é barra contínua é cortada
em segmentos com comprimento adequado, utilizando-se maçaricos. Neste caso se obtém
diretamente as barras ou placas.
07) REFUSÃO:
A estrutura cristalina é determinada tanto pela composição química, como pelo processo de
fabricação do aço. Os elementos básicos presentes no aço são o C, Si, Mn, P e S. O carbono
UDESC – CCT – DEM 71
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
O silício normalmente está presente em pequenos teores (0,10 a 0,20%), no entanto em alguns
aços especiais (aços elétricos) pode chegar até a 3%;
O manganês também está presente em pequenos teores (0,10 a 0,3%), no entanto em aços onde é
exigida maior resistência pode chegar até 2% e em aços de elevada resistência ao desgaste até a
14%;
O fósforo e o enxofre são invariavelmente muito baixos (máximo 0,02%), pois prejudicam a
conformabilidade e algumas propriedades mecânicas, no entanto, em aços de boa usinabilidade,
pode estar presente em teores mais elevados (até 0,2%)
8.3) ALTO-FORNO:
O processo de redução que ocorre no interior do alto-forno define a composição química do ferro
gusa, associado aos seguintes elementos: C, Si, Mn, P e S.
O teor de S está muito associado ao tipo de carburante utilizado, pois o S presente no mesmo
tende a se incorporar ao ferro gusa durante a operação de redução;
O carvão vegetal não tem S enquanto no coque (obtido a partir do carvão mineral) o teor de
enxofre já é mais elevado;
A qualidade do carvão mineral também é importante, pois carvões nacionais normalmente têm
um teor de enxofre mais elevado que o importado.
A maior parte do silício bem do próprio minério enquanto outra pode ser incorporada do
refratário do alto-forno, que normalmente é silicioso;
Os teores de Mn e P dependem quase que exclusivamente da composição do minério de ferro;
8.4) DESSULFURAÇÃO:
É parte importante do processo e tem o objetivo de remover a maior parte do enxofre absorvido
durante a etapa anterior de redução no alto forno;
A presença de uma maior ou menor quantidade de enxofre presente após a dessulfuração vai
determinar a quantidade de inclusões de sulfetos presente na estrutura dos aços, que por sua vez
afeta significamente as qualidades mecânicas e conformabilidade do aço;
A dessulfuração normalmente é feita através da adição de calcário ao banho líquido. O cálcio
dificilmente se incorpora ao ferro gusa, portanto não altera sua composição química;
8.5) ACIARIA:
8.6) DESGASEIFICAÇÃO:
Na etapa final do processo de aciaria ocorre a adição de elementos de liga através da adição de
ferro-liga ao banho líquido, que irão definir a composição final do aço;
Nesta etapa também podem ser feitas adições para correção do Mn, Si e P, quando necessário.
8.8) LINGOTEAMENTO:
A forma de lingoteamento tem uma influência significativa nos aços, principalmente quanto à
concentração e distribuição de inclusões;
No lingoteamento convencional, como a massa é maior e o tempo de solidificação mais longo,
existe uma maior segregação de elementos da superfície para o centro do lingote liga, gerando a
formação de maior quantidade de inclusões nesta região;
No lingoteamento contínua as massas envolvidas são menores e a velocidade de solidificação
maior, gerando menos segregações e maior uniformidade do material.
Durante a solidificação também ocorre a formação de estruturas dendríticas mais grosseiras que
apresentam propriedades mais pobres.
8.9) REFUSÃO:
Alguns tipos de aços, principalmente os mais nobres, utilizados para a fabricação de ferramentas,
sofrem o processo de refusão, que consiste em refundir o lingote, em condições controladas;
Este processo é feito para redistribuir a inclusões presentes e uniformizar a composição química e
estrutura do lingote, melhorando as propriedades do aço.
Durante a laminação a frio o aço assume a forma final, definindo com isto sua precisão
dimensional, principalmente em relação à espessura, que pode afetar o processo de fabricação
onde este material irá ser utilizado;
Por outro lado a conformação a frio gera encruamento na estrutura cristalina que torna o aço mais
resistente.
8.12) RECRISTALIZAÇÃO:
Após a laminação a frio alguns aços são normalmente recristalizados para eliminar a estrutura
encruada. Isto altera significamente as propriedades do material.
09) QUESTIONÁRIO:
CAPÍTULO V
PRODUTOS SIDERÚRGICOS
• Produtos planos;
• Tarugos e barras;
• Perfis, vigas, trilhos, cantoneiras;
• Tubos – com costura, sem costura e dupla parede;
• Vergalhões;
• Arames e fios.
• Formas diversas.
Quanto a forma de acabamento os produtos siderúrgicos podem ser fornecidos nas formas:
PRODUTO DEFINIÇÃO
Produto semi- Produto que, para utilização final, necessita de acabamento (Ex: placa,
acabado tarugo, etc)
Produto Produto que pode ser empregado na forma em que se encontra.
acabado
Produto plano Produto obtido com cilindros de geratriz aproximadamente reta.
Bloco Produto semi-acabado de secção transversal maior que 15.600 mm2, de
relação largura/espessura <= 2 e com arestas arredondadas.
Placa Produto semi-acabado com espessura > 40mm, relação largura/espessura
> 2 e com arestas arredondadas.
Platina Produto semi-acabado com largura >= 150mm e espessura >= 6 e <=
40mm.
Tarugo Tarugo semi-acabado de seção transversal <= 15.600 m2, de espessura
mínima = 40 mm, relação largura/espessura <= 2, e com arestas
arredondadas; outra denominação possível é palanquilha.
Barra Produto acabado de seção transversal constante e com forma geométrica
simples (barra quadrada, retangular, oval, sextavada, etc).
Vergalhão Barra redonda laminada a quente com amplas tolerâncias dimensionais
ou de superfície (uso comum em concreto armado).
Perfil Produto acabado de seção transversal com forma geométrica simples ou
composto de formas geométricas simples.
Perfil leve Perfil com dimensões nominais < 80mm.
Perfil médio Perfil com dimensões nominais > 80mm e > 200mm.
Perfil pesado Perfil com dimensões nominais > 200mm.
Trilho Perfil de seção transversal especial destinado a formar a pista de
rolamento dos veículos do tipo ferroviário.
Tubo Produto oco de seção constante e parede uniforme, geralmente retilíneo
e de seção circular.
Viga metálica Perfil de seção transversal na forma de H. I, U, etc.
Fio-máquina Produto intermediário de seção circular utilizado para a fabricação de
arames, fios, rebites, etc, e geralmente fornecido em rolos.
Chapa Produto plano de espessura >= 0,30mm e largura >= 300mm.
Tira Produto plano de espessura >= 0,30mm e <= 5,00mm, e largura <
300mm.
Chapa grossa Chapa com espessura >= 5,00mm e largura >= 300mm.
Chapa fina Chapa com espessura >= 0,30mm e <= 6,00mm, e largura >= 300mm.
Folha Produto plano de espessura < 0,30mm e com qualquer largura.
Fita Produto plano de largura <= 300mm e fornecida em bobinas.
UDESC – CCT – DEM 76
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
4.1) FABRICAÇÃO:
acabamento superficial que o laminado a quente. Condição necessária para aços com
espessura menor que 2 a 3 mm.
• BAIXO CARBONO = são aços com muito baixo teor de carbono (0,03 a 0,05%), com
excelente estampabilidade. Aplicado em peças que envolvem um repuxo muito profundo
ou que exigem grande produtividade. Fabricado e fornecidos em condições especiais (Ex:
aço SAE 1003 ou 1005);
• MÉDIO CARBONO = são aços com baixo teor de carbono (0,06 a 0,08%), que ainda
apresentam boa estampabilidade, fabricados e fornecidos normalmente (Ex: aço SAE
1006 ou 1008);
• ALTO CARBONO = são aços mais comuns com maiores teores de carbono (=>0,10%),
para aplicações mais comuns onde a trabalhabilidade passa a não ser mais tão exigida
(Ex: aço Sae 1010 ou 1015);
4.5) DIMENSÕES:
4.6) PROTEÇÃO:
Quanto à proteção, os aços planos podem ser fornecidos das seguintes maneiras:
outras) os fardos também podem ser utilizados para o acondicionamento de barras, perfis,
(tubos empilhados);
• BOBINAS = rolos com largura entre 1000 e 1500mm, acondicionados e devidamente
embaladas para resistir às condições de transporte e armazenagem;
• SLITERS = chapas finas em bobinas cortadas com menor largura;
• TIRAS = rolos com larguras variadas, originárias das bobinas, que foram cortadas em
larguras menores.
• ROLOS = utilizados no caso de fio máquina, arame, etc;
4.8) APLICAÇÃO:
De acordo com a forma de aplicação os aços planos podem ser classificados da seguinte forma:
• Uso geral;
• Uso estrutural para automóveis,
• Estrutural geral;
• Estrutural soldável e alta temperatura;
• Estampagem;
• Recipientes transportáveis;
• SUPERFÍCIE “A” = deve ser isenta de defeitos, sendo normalmente adotado para
fabricação de peças que ficarão expostas (Ex: lataria de um automóvel, carcaça de uma
geladeira, eletrodomésticos, etc);
• SUPERFÍCIE “B” = pode possuir defeitos de pequenas intensidades. Utilizado para
fabricação de peças que normalmente não ficarão expostas (Ex: carcaça de um
compressor hermético, fundo de um carro, carter, etc);
• SUPERFÍCIE “C” = admite a existência de defeitos, desde que esses não prejudiquem
as propriedades mecânicas do produto (Ex: chapas para pisos, chapas para silos e
depósitos, etc).
• BRILHANTE = rugosidade (Ra) máxima 0,6 microns. Utilizado para revestimentos por
eletrodeposição, metalização, ou acabamento em que se deseja brilho (Ex: cromagem,
niquelação, cobreamento, etc);
• FOSCA = rugosidade entre 0,8 e 1,8 microns. Aplicado quando de deseja certa
rugosidade para melhorar a aderência do revestimento que será aplicado sobre a superfície
(Ex: pintura, fosfatização, etc);
UDESC – CCT – DEM 80
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
• ÁSPERA = rugosidade entre 1,5 e 3,0 microns. Aplicado onde é necessário promover um
grande agarramento entre o material e o revestimento que será aplicado sobre a superfície
da peça ou por questões estéticas (Ex: esmaltação vítrea, etc);
Tabela 5.II – Composição química especificada dos produtos planos laminados a frio.
Tabela 5.III – Propriedades mecânicas especificada dos produtos planos laminados a frio.
• EM = estampagem média;
• EP = estampagem profunda;
• EPA = estampagem profunda, acalmado com alumínio.
Tabela 5.IV – Composição química especificada dos produtos planos laminados a quente.
Tabela 5.V – Propriedades mecânicas especificada dos produtos planos laminados a quente.
a) METALÚRGICOS:
b) SUPERFICIAIS:
c) MECÂNICOS:
d) DIMENSIONAIS:
e) ACONDICIONAMENTO:
Para que o material tenha uma boa estampabilidade é recomendado que suas propriedades ou
características estejam dentro do seguinte padrão:
Através das figuras a seguir, é possível visualizar o processo integrado de fabricação do aço, bem
como os produtos obtidos a partir dos mesmos.
Figura 5.3 – Processo geral de fabricação do aço, com os produtos obtidos a partir do mesmo.
UDESC – CCT – DEM 85
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
MINÉRIO ALTO
DE FERRO FORNO
FERRO
GUSA
ACIARIA
SUCATA FORNO
DE AÇO ELÉTRICO
AÇO LÍQUIDO
LINGOTE- LINGOTE-
AMENTO AMENTO
CONVENC. CONTÍNUO
LAMINADOR
DESBAS-
TADOR
TARUGO PLACA
TARUGOS TARUGOS
GROSSOS
LAMINAÇÃO TARUGOS
TARUGOS A LAMINADO A
QUENTE QUENTE
EXTRU- PERFIS E
SÃO TUBOS
EXTRUDADOS
LAM. TUBOS S/
TUBOS COSTURA A
A FRIO FRIO
LAMINAÇÃO PERFIS
DE PERFIS A ESTRUTURAIS
QUENTE
TREFI- ARAMES E
LAÇÃO FIOS EM
BOBINAS
PLACAS
LAMINADOR PLACAS
PLACAS GROSSAS
CONFOR- TUBO
MAÇÃO GROSSO
TUBOS SEM
COSTURA
LAMINAÇÃO CHAPA A
CONTÍNUA A QUENTE EM
QUENTE BOBINAS
CORTE CHAPA A
TRANS- QUENTE EM
VERSAL FARDOS
CORTE TIRAS A
LONGI- QUENTE EM
TUDINAL SLITERS
CONFOR- TUBOS A
NAÇÃO QUENTE
DE TUBOS COM
COSTURA
TREFI- TUBOS A
LAÇÃO FRIO COM
DE COSTTURA
TUBOS TREFILADO
S
LAMINAÇÃO
CONTINUA A
FRIO
LAMINAÇÃO CHAPAS
CONTÍNUA FINAS A
A FRIO FRIO EM
BOBINAS
RELAMI- CHAPAS
NAÇÃO FINAS A
FRIO
RELAMIN.
CORTE CHAPA
LONGI- FINA A
TUDINAL FRIO EM
TIRAS
CONFOR- TUBOS A
MAÇÃO FRIO COM
DE SOLDA
TUBOS
ZINCAGEM CHAPA A
E FRIO
ESTANHAGEM REVESTIDA
CORTE CHAPA A
TRANS- FRIO EM
VERSAL FARDOS
Os produtos siderúrgicos podem ser produzidos e fornecidos através das seguintes alternativas:
São as grandes usinas siderúrgicas que operam de forma integrada e fabricam aços comuns ou
especiais em grande escala, a partir do processamento do minério de ferro, envolvendo as etapas
de:
UDESC – CCT – DEM 89
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
São usinas que realizam somente parte do processo siderúrgico. Neste caso destacam-se dois
tipos:
• Aquelas que partem do minério de ferro e produz os lingotes, ou no máximo os produtos
laminados a quente como os tarugos, placas ou chapas laminadas a quente (Ex: CST –
Companhia Siderúrgica de Tubarão);
• Aquelas que recebem o produto semi-elaborado, como o laminado a quente, e produzem o
laminado a frio ou produtos revestidos (Ex: Vega do Sul).
São indústrias que produzem normalmente produtos siderúrgicos comuns (baixa ou sem liga), a
partir da sucata de aço, envolvendo as seguintes etapas de fabricação:
• Placas;
• Fio máquina;
• Vergalhão de construção civil;
• Tarugos;
• Barras;
• Perfis especiais;
• Tubo sem costura;
• Arames;
• Pregos.
• Aços Gerdau;
• Belgo Mineira;
• Vibasa Indústria se Base (Villares);
São indústrias que fabricam aços especiais ligados (aços ferramenta, aços inoxidáveis) a partir de
sucata de aço e ferros ligas, envolvendo as etapas de:
• Fusão;
• Refino;
• Lingoteamento;
• Refusão;
• Laminação.
• Barras;
• Blocos.
• Aços Villares;
• Aços Finos Piratini (Gerdau).
8.5) DISTRIBUIDORAS:
São empresas que adquirem aços das usinas, agregam valor e os revendem, realizando as
seguintes operações de:
8.6) PROCESSADORAS:
São empresas que adquirem aços das usinas e os processam, fornecendo produtos, peças ou
componentes numa condição mais acabada, tais como:
• Conformadoras (fabricação de tubos especiais);
• Trefilarias (conformação de barras ou tubos trefilados);
• Extrusoras (conformação de barras ou perfis especiais extrudados);
• Estamparias (conformação de peças estampadas);
• Usinadoras (fornecedoras de barras, tubos ou peças usinadas).
8.7) FUNDIÇÕES:
São empresas que fazem peças fundidas a ligas especiais, sob encomenda, a partir de sucata de
aço e ferros liga específicos. O processo de fabricação consiste em:
• Fundição;
• Moldagem;
• Vazamento;
• Desmoldagem;
• Acabamento;
• Tratamento térmico;
• Usinagem.
09) QUESTIONÁRIO:
UDESC – CCT – DEM 92
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
CAPÍTULO VI
LAMINAÇÃO
Através da laminação é possível obter-se tanto produtos acabados como chapas, barras perfis,
como produtos semi-acabados como as placas.
NÚMERO DE OPERAÇÕES:
O número de operações que o material irá passar desde o lingote inicial até o produto final, já na
forma devidamente acabado e embalado, dependerá das especificações estipuladas acima. Quanto
mais detalhados forem os requisitos exigidos, mais complexo será o processo, o que exigirá um
maior número de operações.
03) LAMINADORES:
Os laminadores podem ser classificados de acordo com o úmero de arranjo dos cilindros de
laminação, da seguinte forma:
Figura 6.7 – Laminador do tipo Sendzimir, onde pode ser observada a existência de dois
cilindros de trabalho e de múltiplos cilindros de apoio.
UDESC – CCT – DEM 97
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Figura 6.9 – Arranjos de laminadores, formando trens de laminação do tipo: a)simples, b)de três
passes, c)em série, d)contínuo, e)semicontínuo, f)em ziguezague e g)alternado.
As etapas de fabricação dos produtos siderúrgicos podem ser mais bem visualizadas através do
esquema no “Anexo A”.
UDESC – CCT – DEM 99
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Figura 6.15 – Diagrama esquemático de uma instalação de laminação de chapas a frio: a)Emenda
da de bobinas, b)Decapagem, c)Secagem, d)Corte, e)Laminação contínua a frio,
f)Corte, g)Recozimento, h)Aparamento lateral e embalagem das bobinas e i)Corte transversal e
montagem dos fardos.
UDESC – CCT – DEM 102
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Após a laminação a frio a chapa fica bastante encruada e muito dura, sendo muito difícil sua
aplicação nestas condições. Para promover a recristalização e reduzir sua dureza é necessário
realizar um recozimento, o que pode ser feito a partir das bobinas, através de fornos do tipo
retorta, mufla ou campânula, em uma atmosfera e temperatura adequada.
Figura 6.17 – Figura mostrando processo de revestimento contínuo de chapas de aço: a)Emenda
das bobinas, b)Fosso de compensação, c)Decapagem, d)Estanhagem eletrolítica, e)Secagem,
f)Inspeção, g)Preparação e embalagem das bobinas e h)Preparação e embalagem das chapas em
fardos.
A laminação de perfis é sempre realizada a quente a partir de tarugos e pode ser feita através de:
Figura 6.21 – Figura mostrando um setor de laminação de perfis, com trens de laminação
dotados de laminadores do tipo duo reversível.
As barras também são laminadas a quente a partir de tarugos, como mostrado na figura a seguir.
• Cilindros de trabalho:
• Cilindros de encosto ou apoio:
• Cilindros para conformação a frio:
• Cilindros para conformação a quente:
• Cilindros de desbaste:
• Cilindros de acabamento:
• Cilindros para produtos planos:
• Cilindros para produtos especiais (tarugos, perfis):
FERROS FUNDIDOS:
AÇOS FUNDIDOS:
• Fusão;
• Vazamento;
• Usinagem de desbaste – torneamento;
• Tratamento térmico – têmpera e revenimento;
• Usinagem de acabamento – retificação;
• Inspeção.
AÇOS FORJADOS:
• Fusão;
• Desgaseificação a vácuo;
• Lingoteamento;
• Forjamento;
• Tratamento térmico – recozimento;
• Usinagem de desbaste – torneamento;
• Tratamento térmico – têmpera e revenimento;
• Usinagem de acabamento – torneamento;
UDESC – CCT – DEM 109
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Os cilindros de laminação se não forem devidamente dimensionados podem gerar produtos com
qualidade não adequada, associada principalmente à variações dimensionais. Dependendo do tipo
de material que está sendo laminado e da condição de laminação, os esforços envolvidos podem
ser muito elevados e o cilindro sofre uma deformação gerando uma laminação com coroamento,
ou seja, a espessura junta às bordas são menores que a do centro da chapa. Isto pode provocar
sérios problemas quando da utilização ou aplicação do produto.
UDESC – CCT – DEM 110
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
16) QUESTIONÁRIO:
CAPÍTULO VII
PROCESSOS ESPECIAIS
DE LAMINAÇÃO
Este processo permite cortar bobinas em bobinas com menor largura, chamados também de
“sliters”:
Bobina Lâminas
Rotativas
Figura 7.2 – Seqüência de operações para laminação de tubos sem costuram de paredes grossas
através de um laminador tipo Assel.
Também é um processo de laminação, pois emprega dois rolos de laminação embarrilhados que
são postados com um ângulo entre eles. Com isso desenvolve-se um repuxo radial e uma rotação
do tarugo, desenvolvendo-se tensões de tração ao longo do eixo do tarugo, que promovem a
deformação.
Neste caso é utilizado um longo mandril contendo uma bucha, para reduzir a espessura do tubo e
melhorar o acabamento superficial, tanto externo como internamente.
Este processo usa três rolos de laminação cônicos, que produzem tubos mais concêntricos com
superfícies mais lisas do que o laminador Mannesmann.
Os tubos com costura são fabricados a partir de chapas de aço estreitas, que são conformadas
através da passagem sucessiva através de inúmeros rolos conformadores e na seqüência é soldada
no topo por solda elétrica. Posteriormente pode sofrer um processo de usinagem, tanto externo
como interno, para permitir o acabamento da região da solda.
Figura 7.7 – Seqüência de fabricação de tubos com costura a partir de tiras laminadas
Figura 7.8 – Fabricação de tubos por soldagem elétrica por resistência: a)desbobinador,
b)máquina de soldagem a topo, c)tesoura lateral, d), e), f), g)rolos moldadores, i)equipamento de
solda, j), k), l), m)rolos calibradores e n)cortador.
UDESC – CCT – DEM 116
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Este processo tem o objetivo endireitar tanto barras como perfis, melhorando sua a retilineidade,
passando-o através de diversos rolos rotativos sucessivos:
Figura 7.9 – Diferentes tipos de máquinas para o indireitamento de barras, tubos ou perfis.
Este processo permite melhorar o acabamento de barras como de tubos, tanto externamente como
internamente.
Figura 7.10 – Alisamento por laminação: a) por roletes, b)máquina e peça e c)laminação rotativa
para alisamento de furos.
UDESC – CCT – DEM 117
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Figura 7.12 – Laminação de roscas por cilindros ou rolos: a)peça, b)rolo e c)trilho de guia.
Figura 7.13 – Laminação de roscas com mordentes planos ou pentes tangenciais: a)peça e
b)mordente plano
UDESC – CCT – DEM 118
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Figura 7.15 – Laminação a frio de eixos ranhurados e perfis de dentes: a)rolete para dentes,
b)porta roletes, c)cabeçote de rolar e d)peça.
08) REPUXAMENTO:
11.1) TIPOS:
• Tubos industriais;
• Tubos estruturais;
• Tubos para condução de fluídos.
11.2) APLICAÇÕES:
• Circulares;
• Quadradas:
• Retangulares;
• Triangulares;
• Oblongos;
• Oblongulares;
• Trapezoidais;
UDESC – CCT – DEM 121
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
• Elípticos;
• Octogonais;
• Redondos com ranhuras;
• Retangulares com abas;
• Em forma de “I”;
• Redondos perfurados
11.4) PROTEÇÃO:
• Sem proteção;
• Proteção anticorrosiva (emulsão água / óleo)
• Galvanizados;
• Aluminizados.
P = (2 x 60% LE X e) / DE
• P = Pressão (Kg/mm2)
• E = espessura (mm)
• LE = Limite de Escoamento (N/ mm2)
• DE = Diâmetro Externo (mm)
12) QUESTIONÁRIO:
UDESC – CCT – DEM 122
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
CAPÍTULO VIII
TREFILAÇÃO
1.1) PROCESSO:
O processo de trefilação é sempre realizado a frio, mas deve-se considerar que existe um certo
aumento de temperatura durante a operação, em função tanto das deformações internas sofridas
pelo material bem como pelo atrito gerado entre o material e a superfície da ferramenta. Apesar
disto esta temperatura não afeta as propriedades do material.
Como a trefilação é feita a frio sofre o efeito de encruamento, tornando-se mais duros e
resistentes. Combinado com o tratamento térmico adequado pode-se obter resistências mecânicas
de até 3000 Mpa. O processo de trefilação reduz o material a um diâmetro que não se pode
conseguir com outro processo.
Os arames ou fios podem ser fornecidos em dimensões desde 0,02 até 25 mm e podem ser
classificados de acordo com as seguintes bitolas:
• GROSSOS = 2 a 5 mm;
• MÉDIOS = 2,0 a 0,5 mm;
• FINOS = 0,50 a 0,15 mm;
• CAPILARES = < 0,15 mm;
• Peças pré-fabricadas;
• Produtos laminados = barras, tubos, fio máquina, etc;
• Produtos extrudados = barras, tubos, etc;
O processo de trefilação é pouco versátil, permitindo a obtenção somente de itens com seções
aproximadamente circulares (circulares, ovalizadas, sextavadas, etc). Seções mais complexas
UDESC – CCT – DEM 124
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
tenderiam a se deformar durante a conformação, perdendo tanto a forma como a precisão, pois o
material é tracionado e não empurrado, como no caso da extrusão.
A matriz de trefilação, também chamada de fieira, é composta de três elementos principais, quais
sejam:
• ÂNGULO DE ENTRADA = deve ter um tamanho suficiente par dar espaço ao
lubrificador;
• ÂNGULO DE APROXIMAÇÃO = seção da matriz onde realmente ocorre a redução da
seção;
• SUPERFÍCIE DE APOIO = serve para guiar o material a medida que esta deixa a
matriz;
CARACTERÍSTICAS:
No processo de trefilação de barras e arames, como não podem ser bobinados (enrolados), são
utilizadas as “Bancadas de Trefilação”, como mostrado na figura a seguir.
Neste processo é utilizado como matéria-prima tarugos ou eventualmente rolos de fio máquina
laminados a quente. O processo tem início dentro da seguinte seqüência:
• Uma das extremidades dos tarugos ou fio máquina é apontado através de um processo de
martelamento rotativo;
• Esta ponta é introduzida através da trefila;
• A ponta é presa às tenazes do cabeçote de tração, que é movimentado por um mecanismo
hidráulico ou transmissão por corrente.
Como os arames e fios apresentam um diâmetro menor que 12 mm, podendo, portanto serem
enrolados, são fabricados através de “Sarilhos”.
UDESC – CCT – DEM 126
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Ao invés de sarrilhos existem máquinas que utilizam rolos de trefilar como forma de
tracionamento do fio.
• ARAMES FINOS = 15 a 25 %;
• ARAMES GROSSOS = 20 a 50 %
UDESC – CCT – DEM 127
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
A velocidade de trefilação pode superar 1500 m/min nos equipamentos mais modernos.
O processo de trefilação de arames de fios é feito a partir de vergalhões ou fio máquina laminado
a quente, e consiste das seguintes etapas:
Alguns produtos, como os tubos, fabricados por processos de fabricação a quente, como a
extrusão ou a laminação por exemplo, podem ser trefilados a frio a fim:
• Se obter maior precisão dimensional;
• Melhor acabamento superficial;
• Obter tubos com paredes mais finas e diâmetros menores;
Neste processo só o mandril promove a conformação e como o interior do tubo não é suportado a
parede se torna ligeiramente mais espessa e a superfície interna mais irregular
Neste processo tanto o mandril como o plugue promovem a conformação e ambos, diâmetro
interno e externo, são controlados. O plugue pode ser cilíndrico ou cônico e controla o tamanho e
a forma do diâmetro interno, resultando numa produção de precisão dimensional superior ao
processo anterior. Como o atrito desenvolvido com o plugue é maior, a redução de área possível
de ser obtida neste processo não é maior que 30%.
Neste caso um plugue flutua na “boca” da fieira e quando adequadamente projetados podem
proporcionar redução de área de até 45% com cargas menores que o processo de plugue
estacionário. No entanto a lubrificação e o desenho da ferramenta são bastantes críticos.
UDESC – CCT – DEM 130
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Neste processo o mandril consiste numa barra longa e dura que se estende por todo o
comprimento do tubo, o qual é puxado através da matriz, juntamente com o tubo. Neste processo
a força de trefilação é transmitida ao metal, parcialmente pela puxada ba seção de saída e
parcialmente pelas forças de atrito que atuam ao longo da interface tubo-mandril. Após a
trefilação o mandril pode ser removido do interior do tubo.
• Materiais capilares são fios e tubos com dimensões muito reduzidas, que podem variar
desde alguns poucos milímetros até décimos de milímetros, para aplicações específicas;
• Torna-se quase impossível fabricar este material a partir de trefilação, pois seria muito
difícil fabricar uma fieira com um orifício tão reduzido;
• Neste caso, o material, após trefilado até uma dimensão que o processo permite, é estirado
através da aplicação de uma força de tração por intermédio de rolos tracionadores;
UDESC – CCT – DEM 131
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
ROLOS
TRACIONADORES
Em relação ao teor de carbono pode-se ter os seguintes tipos de aços com as respectivas
aplicações na tabela a seguir:
• BAIXO CARBONO = são aços com 0,06 a 0,20%C, são dúcteis com excelente
conformabilidade, associado a uma baixa dureza e resistência mecânica. Utilizado para a
fabricação de fios para aplicações gerais (Ex: arame farpado, arame para embalagens,
varal, pregos, etc);
• MÉDIO CARBONO = são aços com 0,30 a 0,50%C, são mais duros e resistentes, no
entanto, embora comprometida, ainda apresenta certa conformabilidade. Podem ser
tratados e aplicados onde se deseja maior resistência mecânica (Ex: fabricação de
parafusos especiais);
• ALTO CARBONO = são aços com 0,60 a 0,80%C, bem mais duros e resistentes, com
baixa conformidade. Aplicado onde é exigida elevada resistência mecânica (Ex: fio de
instrumentos musicais, cabo de aço, molas, etc).
Em relação à condição de tratamento térmico os aços trefilados podem ser fornecidos nas
seguintes condições:
• RECOZIDOS: são aços que foram recozidos para eliminar a estrutura encruada.
Apresentam elevada ductilidade. Típico em aço de baixo carbono ou aço ligado que ainda
será conformado (Ex: aço mola)
• TEMPERADOS E REVENIDOS: alguns aços de médio e alto carbono, ou ligados, são
temperados e revenidos para obtenção de uma estrutura martensita revenida, muito mais
resistentes e principalmente apresentam um campo elástico bastante elástico. Típico em
aços molas onde se deseja uma elevada tensão de escoamento e um campo elástico bem
amplo.
• PATENTEADOS: o patenteamento é um processo de tratamento térmico tipicamente
utilizado para a fabricação de aços de médio e elevado carbono, ligados ou não. O
objetivo é obter uma estrutura formada por perlita fina que oferece uma melhor
combinação entre a resistência mecânica e a ductilidade, como em fios para fabricação de
cabos de aço ou fio música. O processo consiste nas seguintes etapas:
Forno de
aquecimento
Banho de resfriamento
isotérmico - tanque
Figura 8.15 – Diagrama TTI, mostrando o resfriamento isotérmico, realizado por intermédio de
banho de chumbo derretido.
UDESC – CCT – DEM 134
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Figura 8.17 – Efeito da taxa de estiramento sobre o aumento de resistência à tração de aços com
diferentes faixas de carbono.
Os aços mola são aços com elevado teor de carbono (0,60 a 0,80%), com certo teor de manganês
(0,60 a 0,90%) e com elementos de liga (Cr, V, Mo, etc) no sentido de melhorar as propriedades a
fadiga e o limite elástico. São necessariamente temperados e revenidos.
UDESC – CCT – DEM 136
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Ft = Fid + Fa + Fe
Onde:
Ft = Força total;
Fid = Força de conformação;
UDESC – CCT – DEM 137
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Ft = Kfm . A1 . ( G . ( 1 + U / tg C ) + 2/3 . tg C )
onde:
Ft = Força total necessária a trefilação (Kg);
Kfm = Resistência mecânica do material;
A1 = Seção da área de saída;
G = Grau de conformação (%);
U = Coeficiente de atrito da fieira;
C = Ângulo da fieira;
Força de
Ft
Conformação
Fid
Fe
Fa
14 Ângulo da Fieira
Figura 8.19 – Efeito do ângulo da fieira sobre as forças envolvidas de conformação envolvidas
na trefilação.
UDESC – CCT – DEM 138
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
14
Ângulo
ótimo da
fieira
0,8
Grau de
Deformação
09) LUBRIFICAÇÃO:
Grau de
conformação
Coeficiente
10) QUESTIONÁRIO:
CAPÍTULO IX
EXTRUSÃO
01) DEFINIÇÃO:
É um processo no qual um bloco metálico é colocado dentro de uma recipiente e reduzido na sua
seção transversal através da aplicação de elevadas forças de compressão, forçando-o a escoar
através de um orifício ou matriz.
Devido às grandes forças necessárias para promover a conformação, a maioria dos metais é
extrudada a quente, condições onde a resistência à deformação do metal é menor, porém para
muitos metais, de caráter mais dúctil, é possível a extrusão a frio, que se torna uma tecnologia
tanto comercialmente como tecnologicamente importante devido à redução do custo e as
características apresentadas pelos produtos;
02) APLICAÇÃO:
Figura 9.2 – Tipos de perfis possíveis de ser obtido pelo processo de extrusão a quente: a)barras,
b)perfis maciços, c)perfis ocos, e d)tubos.
UDESC – CCT – DEM 142
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
3.3) EXTRUSÃO INDIRETA = neste caso o próprio êmbolo, vazado, conduz a matriz,
enquanto o outro extremo do container é fechado por uma placa.
No processo de extrusão indireta existe uma nítida vantagem em relação a extrusão direta, pois
neste processo não existe o movimento relativo tarugo-container e menores as forças de atrito
envolvida . Isto apresenta as seguintes vantagens:
• Prensa de extrusão;
• Ferramentas de extrusão;
• Equipamento para aquecimento dos tarugos;
• Serra para cortar o material a quente para cortar o rejeito da ponta;
• Mesa de saída para acompanhar o material extrudado;
• Desempenadeira para corrigir pequenos empenos no produto final.
A extrusão pode ser feita com um bloco de carbono entre o tarugo e o estampo para permitir a
completa extrusão do tarugo, sem sobras ou refugo. As prensas de extrusão em função da direção
de movimentação da haste do êmbolo são classificadas em:
5.1) VERTICAIS:
5.2) HORIZONTAIS:
• Fornecer peças com maior resistência mecânica, dureza, resistência ao desgaste e rigidez;
• Usar materiais mais baratos com baixo teor de elementos de liga;
A maioria dos metais são extrudados a quente devido a vantagem da diminuição da tensão de
escoamento e da resistência à deformação que ocorre com o aumento da temperatura. Por outro
lado o trabalho a quente introduz problemas associados a:
Deve ser considerado se é uma extrusão direta ou inversa, conforme já abordado no item 3.
É a razão entre a área inicial da seção transversal do tarugo (Ao) e da seção transversal do perfil
após a extrusão (Af):
R = Ao / Af
As razões de extrusão atingem valores de 40:1 para a extrusão a quente de tarugos de aço e
podem chegar a 400:1 para o alumínio;
A pressão de extrusão (P) está diretamente relacionada com a razão de extrusão, de acordo com a
relação abaixo, onde K é a constante de extrusão, que é um fator que engloba a tensão de
escoamento do material, o atrito e a deformação heterogênea:
P = K Ao Ln Ao/Af
Na extrusão direta de tubos utiliza-se uma prensa de dupla ação com mandril, a partir das
seguintes etapas:
• Fixação do tarugo dentro do container com auxílio do êmbolo, com o mandril retraído;
• Avanço do mandril até próximo da entrada da matriz de extrusão (mandrilhamento);
• Avanço do êmbolo, extrudando o tarugo sobre o mandril e a ferramenta, produzindo o
tubo. O espaçamento entre o mandril e as paredes internas da matriz determina a
espessura do tubo extrudado;
Figura 9.9 – Fabricação de tubos pelo processo de extrusão direta, mostrando na seqüência as
operações de mandrilhamento e extrusão;
Outro método de extrusão de tubos é usado para ligas de alumínio e magnésio, que consiste no
uso de uma matriz especial com êmbolo convencional. Neste caso o metal é forçado a escoar
através de orifícios separados em torno de uma ligação central que suporta o mandril. Os orifícios
se unem na parte posterior da matriz e o metal é soldado numa câmara em torno do mandril,
deixando a matriz na forma de tubo.
12) RECALQUE:
A operação de recalque pode ser classificada como uma forma de extrusão, pois estão envolvidos
princípios semelhantes. No recalque o punção se move em direção à matriz e forma a parte que
sobressai daquela. Algumas peças se formam no punção, outras na matriz, outras ainda no punção
e na matriz.
UDESC – CCT – DEM 151
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
É um processo de conformação a frio, no qual o bloco metálico é posto em uma “matriz” e, por
meio de um “estampo ou punção”, é sujeito a elevados esforços de compressão, fazendo com que
o material escoe através da cavidade interna, assumindo a sua forma.
ESTAMPO
FORÇA
PEÇA
MATRIZ
EXTRA
a) EXTRUSÃO DIRETA:
b) EXTRUSÃO INVERSA:
c) EXTRUSÃO COMBINADA:
d) EXTRUSÃO TRANSVERSAL:
Em alguns casos, para atingir a forma desejada, as peças são conformadas a frio em etapas
sucessivas, intercaladas por recozimentos para promover a recristalização da estrutura encruada.
Em outros casos isto não é necessário, pois a peça é conformada em uma só etapa ou fornecida no
estado encruado. Podem existir dois tipos básicos de operações de extrusão a frio:
Os tipos de peças que podem ser confeccionadas a partir deste processo são:
• Buchas de mancal;
• Tuchos;
• Condensadores;
• Engrenagens;
• Cartuchos;
• Cápsulas;
• Cones de arrasto, etc.
Os tamanhos de peças que podem ser obtidas por estes processos são:
Como material inicial utiliza-se blocos maciços ou já previamente furados, bem como peças já
pré-formadas por forjamento em matriz ou por embutimento.
A superfície interna da ferramenta deve ser retificada para reduzir os atritos envolvidos. Podem
ser utilizados os seguintes materiais para a confecção da ferramenta:
• ESTAMPOS = aço Cr-Ni com 0,4/0,6 % C, 0,6/2,0 % Cr, 1,4/5,0 % Ni, 0,7 % Mo, 0,4 %
V e 1,0 % W (dureza 60 A 63 Hrc);
• MATRIZES = 0,8/1,2 % C, 1 % Cr, 0,1/0,3 % V (dureza 58/60Hrc);
UDESC – CCT – DEM 157
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
13.5) LUBRIFICAÇÃO:
Os lubrificantes convencionais não servem para essas pressões por serem facilmente expulsos à
pressões elevadas. Neste caso são utilizados óleos e graxas especiais, aos quais se misturam
aditivos resistentes às altas pressões (cloretos, sulfetos, fosfetos, nitretos orgânicos, etc). Também
podem ser utilizados lubrificantes sólidos (bissulfeto de molibdênio) que reduzem sensivelmente
o atrito;
UDESC – CCT – DEM 158
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
13.6) LIMITAÇÕES:
14) QUESTIONÁRIO:
CAPÍTULO X
FORJAMENTO
O processo consiste em dar uma forma útil aos materiais através de prensagem ou martelamento.
É um dos processos mais antigos de transformação dos metais, utilizados por primitivos ferreiros.
Sofreu uma grande evolução durante a Revolução industrial onde deixou de ser um processo
meramente manual, passando a ser mecanizado, permitindo atualmente fabricar desde peças
pequenas, como um parafuso, até bastante grandes, como a asa de um avião.
A peça é deformada entre duas metades da matriz, a alta pressão, que conferem sua forma final. É
utilizada para:
UDESC – CCT – DEM 161
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
3.1) PROCESSO:
O forjamento livre é utilizado para a conformação de peças com geometrias simples, que não
requerem grande precisão dimensional, o que é conseguido posteriormente através da usinagem.
O processo podem ser utilizado para fabricação de peças pequenas de alguns poucos quilos,
seriadas ou não, no entanto seu grande diferencial é permitir a fabricação de peças muito grandes,
com até 300 t, a partir de lingotes fundidos.
Todo forjamento em forja livre é feito a elevadas temperaturas, onde as peças são aquecidas até a
temperatura de recristalização, em fornos especiais com carrinhos, que podem atingir até 1300
o
C.
Figura 10.8 - Estiramento sobre mandril, sobre uma prensa hidráulica, com o uso do
posicionador.
UDESC – CCT – DEM 165
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Para as operações de forjamento livre podem ser utilizados os seguintes tipos de equipamentos:
4.1) PROCESSO:
Figura 10.15 – Figura mostrando as partes de uma matriz de forjamento para a fabricação de
uma biela.
UDESC – CCT – DEM 169
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
• RIGIDEZ = deve ter uma resistência mecânica adequada para resistir aos esforços de
compressão e aos esforços radiais combinados e não deformar no sentido de garantir a
precisão dimensional do produto;
• DUREZA = deve ter dureza suficiente para resistir ao desgaste abrasivo entre o material e
a superfície da ferramenta, garantindo a vida útil adequada da mesma;
• RESISTÊNCIA A QUENTE = deve resistir tanto mecanicamente às elevadas
temperaturas ao qual a ferramenta está exposta, pois está em contato com o material
aquecido, bem como os ciclos térmicos (fadiga térmica);
• TENACIDADE = deve resistir ao choque da ferramenta com o material;
• RESISTÊNCIA A FADIGA = deve resistir ao ciclo repetitivo de aplicação e retirada da
carga, no sentido de garantir a vida útil da ferramenta.
Figura 10.16 – Forjamento de uma peça, mostrando as três etapas do processo de forjamento em
matriz sobre a barra.
UDESC – CCT – DEM 170
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
• Permite que resto do metal que sobrou dentro da matriz, após o seu completo
preenchimento, escoe para fora da mesma;
• Regula a pressão no interior da matriz, garantindo que seja elevada a um valor mínimo
suficiente para preencher toda a cavidade do molde, mas também não demasiadamente
elevada a ponto de comprometer estabilidade do molde ou aumentar demasiadamente a
carga de forjamento, dificultando até o fechamento da matriz;
UDESC – CCT – DEM 172
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
• Age como uma espécie de válvula de segurança, liberando o material excedente para fora
da matriz no momento adequado;
• Permite que as duas partes da matriz se fechem completamente, garantindo assim a
precisão dimensional da peça.
Figura 10.22 – Vista em corte mostrando a cavidade interna do molde e a calha de rebarba.
O dimensionamento da rebarba deve ser feito de maneira que a extrusão do material através da
abertura estreita do canal da rebarba seja mais difícil do que preencher os detalhes mais
intrincados da matriz. Porém isso não deve ser feito em excesso para não se criar altas cargas de
forjamento, como também evitar problemas com a deformação ou até quebra da matriz.
Os equipamentos de forja podem ser classificados de acordo com o seu princípio de operação:
São máquinas onde a força é fornecida pela queda de um peso (a massa cedente do martelo de
queda); são limitados energicamente, uma vez que a deformação resulta da dissipação da energia
cinética do martelo;
UDESC – CCT – DEM 174
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
São máquinas limitadas pelo curso da pancada do sistema deformante. A capacidade destas
máquinas é representada pelo comprimento do êmbolo da prensa e pela carga disponível a várias
posições de curso da pancada;
São máquinas limitadas apenas pela carga, uma vez que a sua capacidade para provocar a
deformação do metal está restringida pela carga máxima que o sistema pode resistir.
6.1) VARIÁVEIS:
MATERIAL FAIXA DE
TEMPERATURA (oC)
Ligas de alumínio 320 – 520
Ligas de cobre (latões) 650 – 850
Aços de baixo teor de C 900 – 1150
Aço de médio teor de C 850 – 1100
Aço de alto teor de C 800 – 1050
Aço liga com Mn ou Ni 850 – 1100
Aço liga com Cr ou Cr-Ni 870 – 1100
Aço liga com Cr-Mo 850 – 1050
Aço inoxidável (18/8) 750 - 1100
UDESC – CCT – DEM 178
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Figura 10.34 – Operação de forjamento livre ou recalque a frio, realizado em uma prensa
horizontal.
09) QUESTIONÁRIO:
• Faça uma comparação entre os processos de forjamento livre e forjamento em matriz com
relação à aplicabilidade, vantagens e desvantagens?
• Quais os principais tipos de operações e aplicações do forjamento livre?
• Explique a operação de recalque no forjamento.
• Quais as etapas do processo de forjamento em matriz?
• Qual a finalidade da rebarba na matriz de forjamento?
• Quais os principais tipos de equipamentos de forjamento?
• Quais a importância das principais variáveis do processo de forjamento?
UDESC – CCT – DEM 181
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
CAPÍTULO XI
ESTAMPAGEM
01) INTRODUÇÃO:
1.1) ESTAMPAGEM:
Estas operações podem ser realizadas pela própria usina fabricante dos materiais, em centros de
processamento ou eventualmente pelos próprios usuários finais, neste último caso quando os
volumes se justificarem.
As chapas planas normalmente são utilizadas diretamente desta forma na prensa de estampagem,
mas os “sliters” ainda podem sofrer mais uma operação que consiste na obtenção de “blanks”,
que são peças planas geralmente com formatos redondos, obtidos por estampagem de
cisalhamento ou corte.
desejada da peça. Nesta operação o material deve ter requisitos superiores, principalmente
a ductilidade, para que não se rompa durante a operação.
• DOBRAMENTO = neste caso a matéria-prima, ou seja, a chapa plana, é simplesmente
dobrada para se conseguir forma final da peça (Ex: carcaça de uma geladeira);
Dependendo do tipo de peça que está se produzindo e de sua complexidade, pode-se realizar
primeiro a operação de estampagem, para se conseguir a sua forma, e após a operação de corte ou
puncionamento de orifícios (Ex: porta de um carro, primeiro se estampa a peça e após se realiza o
puncionamento para abertura das janelas e dos orifícios das fechaduras). Em algumas ferramentas
mais complexas a operação de corte pode ser realizada junto com as demais operações de
conformação e repuxo.
• Fabricação da bobina;
• Indireitamento e corte da bobina em chapas ou sliters;
• Estampagem do “blank” (opcional);
• Estampagem da peça;
• Estampagem de orifícios (opcional);
• Estampagem (remoção) da rebarba (quando necessário);
• Furar;
• Cortar;
• Repassar;
• Calibrar;
• Dobrar;
• Formar;
• Cunhar;
• Recalcar;
• Repuxar;
• Endireitar;
• Recortar;
• Puncionar;
• Seccionar;
• Cisalhar;
• Repassar;
• Aparar;
• Rebarbar;
• Curvar;
UDESC – CCT – DEM 183
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
• Enrolar;
• Encravar;
• Estirar;
• Estirar;
A espessura que deve ser penetrada pelo punção da ferramenta a fim de produzir o corte total está
diretamente relacionada com a ductilidade do material, da seguinte forma:
Nota-se que tanto o punção como a matriz apresenta ângulos retos, formando justamente o efeito
faca que irá permitir o corte do material.
a) BORDAS:
b) FOLGA:
A folga entre as bordas cortantes da matriz e do punção é expressa por uma porcentagem da
espessura da chapa como:
• SE FOREM ADEQUADAS = as trincas de inicial nas bordas das lâminas (duas bordas –
inferior e superior) e se propagam através da sua espessura encontrando-se uma com a
outra próxima à região central, gerando uma superfície de corte lisa e bem acabada;
• SE FOR INSUFICIENTE = neste caso a superfície da fratura é áspera e a energia
despendida no corte ser maior, além do maior risco de desgaste e lascamento da aresta de
corte da ferramenta;
• SE FOR EXCESSIVA = maior será a distorção da aresta de corte e a energia envolvida
na deformação será maior, pois maior a quantidade de metal que ira ser deformado antes
de ocorrer a fratura. Adicionalmente também haverá uma maior propensão de formação
de rebarbas, o que é crítico em algumas aplicações.
UDESC – CCT – DEM 186
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
c) ANGULO DE DESPRENDIMENTO:
Para evitar que a peça fique pressa dentro da matriz após o corte, todo o contorno interno da
matriz deve aumentar, através de um ângulo de saída. Este ângulo deve variar de 0,25 a 2,5 graus.
UDESC – CCT – DEM 187
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Figura 11.5 – Disposição de esboço de estampagem, definido por dois pares de punções e
matrizes, em posições invertidas.
3.1) OPERAÇÃO:
A operação de conformação e repuxo é utilizada para modelar chapas planas em artigos com as
formas mais diversas. A estampagem é feita geralmente a partir do “blank” obtida na
estampagem de corte abordada anteriormente. Este “blank”, de tamanho e forma adequada a peça
que irá ser estampada, é comprimida para dentro de uma matriz através de um punção, adquirindo
a sua forma.
UDESC – CCT – DEM 188
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
As operações que podem ser realizadas através da conformação são mostradas na figura a seguir:
Figura 11.7 – Operação de estampagem: a)peça simplesmente curvada, b)peça com flange
estirado, c)peça com flange contraído, d)peça com seção curva, e)peça com embutimento
profundo e f)peça corrugada.
UDESC – CCT – DEM 189
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Dependendo da peça que está sendo estampada, podem surgir diferentes tipos de esforços, que
podem trazer resultados diversos tanto sobre a peça como sobre o comportamento da ferramenta.
a) TIPOS DE FERRAMENTAS:
COMPLEXIDADE:
• SIMPLES = para pequenas seriações de peças ou itens pouco complexos para operações
simples. São ferramentas baratas, facilmente amortizáveis;
• COMPLEXAS = ferramentas para conformação de peças com geometrias mais
complexas ou grandes seriações de peça, com o objetivo de reduzir o tempo de operação e
o custo;
• SERIADAS = conjunto de ferramentas, cada qual fazendo uma operação específica que
trabalham de forma sincronizada e em série. Sistema “transfer”, para peças que envolvem
um grande repuxo e seriações muito grandes.
• OPERAÇÕES MÚLTIPLAS = a operação de conformação pode ser feita em uma só
operação em peças simples onde a relação altura diâmetro não for muito grande, no
entanto, quando se tem uma peça muito complexa e principalmente quando a relação
entre o diâmetro do corpo e sua altura for maior que 1/3, a operação de conformação deve
ser realizada em diversas etapas.
• COMBINADAS = executam duas ou mais operações ao mesmo tempo;
• PROGRESSIVAS = executam operações que se sucedem com o avanço da fita;
PRODUÇÃO:
• Pequena;
• Média;
• Grande.
TIPO DE PEÇA:
• BORDAS = as bordas das ferramentas, tanto o punção como a matriz, possuem bordas
arredondadas para facilitar a conformação sem ruptura do material.
• PRENSADOR DE CHAPAS = na operação na qual a chapa plana na forma de um disco
é repuxada em um mesmo sentido a fim de assumir a forma de um cilindro, deve-se
exerce pressão contra a borda do disco atreves de um anel. Isto é feito para garantir o
repuxo adequado do material e principalmente se evitar a formação de rugas sobre o
corpo estampado
• SAÍDAS DE AR = na operação de repuxo, em função das grandes pressões envolvidas, a
chapa tende a aderir sobre o punção, aprisionando uma certa quantidade de ar que pode
dificultar a finalização da operação. Por outro lado, também pode ocorrer a formação de
vácuo entre o punção e a peça, o que dificulta a extração. Estes inconvenientes podem ser
eliminados adicionando-se furos de saída de ar em posições adequadas do macho.
• ANTI-RUGA = geralmente é necessária uma pressão de fixação ou ação de grampos para
comprimir as bordas do “blank” contra a matriz, a fim de evitar a formação de rugas na
chapa ou na peça estampada, provocando acabamento superficial ruim. Isto é feito através
de um dispositivo especial “anti-rugas” ou “anel de fixação”.
Os punções e as matrizes devem ser fabricados a partir de aços para trabalho a frio, tipo SAE D-
2, D-6, O-1, S-1 ou outros, que possuem elevado teor de carbono e elementos de liga para
garantir a resistência mecânica e a resistência ao desgaste. O principal efeito do carbono é gerar
uma grande quantidade de carbonetos completos muito duros, bem como aumentar a dureza da
própria matriz martensítico, após tratamento térmico.
O efeito dos elementos de liga é, além de possibilitar a formação de carbonetos juntamente com o
carbono, melhorar a temperabilidade do material, de forma que possam ser tratados, adquirindo
elevada dureza, sem grandes deformações.
Após a têmpera as ferramentas são acabadas ou afiadas, por retífica, e em seguida ainda podem
sofrer um revestimento superficial, através do processo PVD, que consiste na deposição sobre a
sua superfície de finas camadas de nitretos de titânio, cromo, alumínio, etc, com o objetivo de
elevar sua resistência ao desgaste, permitindo aumentar sua vida útil.
UDESC – CCT – DEM 193
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
d) FORMA DA FERRAMENTA:
04) QUESTIONÁRIO:
UDESC – CCT – DEM 195
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
CAPÍTULO XII
DOBRAMENTO
1) INTRODUÇÃO:
Processo de dobramento é uma operação onde ocorre uma deformação por flexão. Quando um
material é dobrado a superfície externa fica tracionada e a interna comprimida. Junto a linha
interna neutra as tensões são nulas, mas crescem a partir deste ponto chegando a valores máximos
nas camadas mais externas e internas, como pode ser visto através da figura a seguir.
Com isto verifica-se que as tensões na peça variam de um máximo negativo para um máximo
positivo, passando por zero. Desta forma, uma parte das tensões atuantes nas seções de dobra
estará abaixo do limite elástico (LE) e outra acima, conferindo à peça uma deformação plástica
permanente. Uma vez cessado os esforços de dobramento a parte da seção que ficou submetida
ao regime elástico tende a retornar a posição anterior ao dobramento. Como resultado o corpo
dobrado apresenta um pequeno “retorno elástico” definido por “springback”, o qual deverá ser
compensado durante a operação de dobramento no sentido de se atingir a precisão dimensional
desejada na peça.
O retorno elástico, também conhecido como ”efeito mola”, é uma função da resistência do
material, do raio de dobra e da espessura do material de dobra. A princípio quanto maior a
possibilidade de encruamento de um determinado material maior será o seu retorno elástico.
Como orientação prática o retorno elástico pode ser calculado a partir da seguinte equação:
RE = ½ (0,2 LE + LR)
Onde:
RE= Retorno Elástico (graus);
LE = Limite de Escoamento (Mpa);
LR = Limite de Resistencia (Mpa).
UDESC – CCT – DEM 197
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
2) VARIÁVEIS DO PROCESSO:
3) TIPOS DE DOBRAMENTO:
Neste caso o punção penetra na abertura em V da matriz até o ponto em que o material atinge seu
fundo. O ângulo obtido no dobramento é igual ao ângulo da matriz descontado o retorno elástico
do material. O ângulo do punção não dita o ângulo de dobra acabada e nem o raio da ponta do
punção produz o raio interno de dobra. O raio da dobra está diretamente relacionado ao tamanho
da abertura em V da matriz. Quanto maior a abertura, maior será o raio interno produzido. Em
casos especiais, pode-se usar elevado nível de pressão na prensa viradeira, o que leva o material a
tomar a forma de ângulo e do raio do ferramental que está sendo empregado. Neste tipo de
dobramento o ângulo de dobramento é igual ao ângulo do punção. O raio interno da dobra é
produzido pelo raio da ponta do punção que penetra no material.
Neste aceso o material é dobrado em três pontos: o raio do punção e os dois pontos da abertura da
matriz. O material nunca entra em contato com o fundo da abertura em V da matriz. O raio
interno de uma dobra em vazio é função da abertura da matriz: quanto maior for a abertura, maior
será o raio interno resultante. O curso do punção determina o ângulo da dobra final. Neste tipo de
dobramento é possível produzir, com um único conjunto de ferramentas, qualquer ângulo de
dobra, de 180º até o ângulo da matriz.
UDESC – CCT – DEM 198
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
4) FERRAMENTAS DE DOBRAMENTO:
Figura 12.14 – Operação de dobra em “L” (a), bilateral (b) e ondulada (c).
5) EQUIPAMENTOS DE DOBRAMENTO:
6.1) CASO 1:
6.2) CASO 2:
UDESC – CCT – DEM 204
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
6.3) CASO 3:
07) QUESTIONÁRIO:
UDESC – CCT – DEM 205
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
CAPÍTULO XIII
CURVAMENTO
1) INTRODUÇÃO:
• Chapas;
• Placas;
• Barras
• Perfis;
• Tubos;
O curvamento de chapas e placas são realizados em calandras, a partir do qual podem ser obtidas
chapas curvas com raio de curvamento pré-determinados, como:
• Cilindros
• Cones;
• Tronco de cone
• Qualquer outra superfície de revolução.
UDESC – CCT – DEM 206
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
• CALANDRA DE PASSO = neste caso a folga entre os rolos alinhados é ajustável para
várias espessuras e o rolo de trabalho pode se deslocar para a obtenção de diferentes
diâmetros. O diâmetro mínimo que pode ser obtido é o rolo superior acrescido de 50 mm.
Este tipo de calandra é adequado para grandes volumes de produção de peças de
diâmetros (raios) menores. São mais precisas que as calandras piramidais;
• CALANDRA PIRAMIDAL = neste caso o rolo superior pode ser ajustado para exercer
maior ou menor pressão, obtendo-se peças de diâmetros e/ou raios menores e maiores. O
diâmetro/raio mínimo obtido é de cerca de duas vezes o diâmetro do rolo superior para os
aços inoxidáveis e de duas vezes e meia para aços ao carbono. O diâmetro máximo da
peça é limitado pela estabilidade da peça dobrada.
3) CURVAMENTO DE TUBOS:
O curvamento de tubos está relacionado à deformação por flexão quer produz tensões de
compressão na camada interna e de tração na camada externa de curvamento. O diferencial de
tensão entre as partes tracionada e comprimida é responsável por uma redução na seção do tubo
conformado. Essa deformação depende do diâmetro do tubo, da espessura da parede e do raio de
curvatura.
• Por compressão;
• Por rolos;
• Por matriz rotativa.
É obtido através de uma prensa cuja punção exerce uma força que flete o tubo contra dois
cossinetes móveis e ajustáveis.
UDESC – CCT – DEM 208
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Neste tipo de equipamento a flexão é obtida pela ação de três rolos, dois fixos e um móvel,
regulável, destinado à ajustagem do raio de curvatura. A direção de rotação é reversível.
É conseguido fazendo com que o tubo seja dobrado em torno de uma matriz que pode assumir
duas configurações:
Figura 13.7 – Normógrafos para determinar onde o mandril é necessário e o tipo correto a usar.
UDESC – CCT – DEM 210
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
4) VARIÁVEIS DO PROCESSO:
5) QUESTIONÁRIO:
UDESC – CCT – DEM 212
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
CAPÍTULO XIV
CORTE
1) INTRODUÇÃO:
O corte por cisalhamento é executado colocando-se a chapa ou o material a ser cotado entre duas
facas de corte constituídas de aço especial, mais duro que o material a ser cortado. A faca inferior
é fixa e a superior é dotada de um movimento ascendente/descendente. O esforço cortante cria na
região de corte as seguintes zonas:
• Zona de deformação;
• Zona de corte por cisalhamento;
• Zona fraturada com ruptura por traço;
• Zona de rebarba
ESPESSURA DA FOLGA (% da
CHAPA A SER espessura a ser
CORTADA (mm) cortada)
> 1,57 5
< = 1,57 3
OBS: para corte por cisalhamento com facas circulares (“slitting”) devem ser ajustadas as folgas
horizontais e verticais. As folgas verticais variam de uma montagem para outra. Na pratica adota-
se uma folga de 8% da espessura da chapa a ser cortada. As folgas verticais dependem da dureza
do material.Materiais duros exigem folgas menores que os materiais mais macios. A folga
vertical é positiva para cortes de até 1,15mm de espessura, devendo ser mínima para manter as
bordas livres de rebarbas. Para espessuras maiores as facas são separadas por folga vertical
negativas.
No sistema de corte por disco rotativo o formato circular das facas não oferece obstrução ao
movimento da chapa para a esquerda ou direita, o que permite cortes tanto em linha reto como
circulares ou irregular. Dependendo da sobreposição das facas, pode até ser feito um corte
inclinado da chapa resultando numa aresta afiada ou num canto chanfrado. O corte da chapa em
“blanks” circulares requer uso de suporte de fixação que permite a rotação da chapa. Para um
corte em linha reta em tesoura rotativa utiliza-se um dispositivo de encosto reto montado na parte
de trás das facas de corte.
UDESC – CCT – DEM 214
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Pode ser manual, vibratória manual e vibratória universal, conforme descrito na tabela a seguir:
É realizado pela fricção de uma ferramenta de corte no material a ser cortado. Neste caso são
arrancados partículas do material, com conseqüente aumento da temperatura da zona cortada.
Este tipo de corte é executado por dois tipos de equipamentos:
O corte por serra pode ser manual ou mecanizada. As serras podem ser de co rápido e realizam o
movimento de ida e volta com amplitude e velocidade adequadas, com o retorno em vazio para
evitar um rápido aquecimento da superfície que está sendo cortada. Recomenda-se o uso de
lubrificante para qualquer tipo de serra, exceto para o caso de serra de fita de fricção de alta
velocidade. Existem três alternativas de corte por serra, como descrito na tabela a seguir.
UDESC – CCT – DEM 216
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
TIPO DESCRIÇÃO
SERRA Utilizado para corte de peças finas e serviços não repetitivos.
MANUAL Recomenda-se o uso de lâminas de 32 dentes por polegada para peças
com até 1,60 m de espessura e de 24 dentes por polegada para material
com espessura compreendida entre 1,60 e 6,35 mm. Para espessuras
maiores recomenda-se utilizar lâminas de dentes grossos para facilitar
a remoção dos cavacos e prevenir entupimento. Para um corte suave é
necessário manter pelo menos dois dentes em contato constante com a
peça a ser cortada.
SERRA Utilizado para cortes de seções relativamente grossas em trabalhos
MECÂNICA repetitivos ou não. O emprego de equipamento motorizado permite
cortes mais profundos por amplitude de curso e requer o emprego de
lâminas com dentes mais largos, usualmente de 8 a 12 dentes por
polegada. A velocidade de corte varia de 15 a 30 m/min, dependendo
da potência disponível e do tipo de lâmina. A lâmina deve ser resfriada
por mistura de óleos para serviços pesados solúveis em água
SERRA DE Largamente utilizada para corte de aços comuns e especiais, como os
FITA inoxidáveis austeníticos. Executa cortes retos ou em contornos
irregulares tanto em chapas quanto em barras e tubos. O emprego de
lâminas de aço rápido possibilita maior durabilidade e a utilização de
velocidades de corte maiores. Nos modelos mais recentes, operam-se
velocidades de corte de 18 a 30 m/min para materiais acima de 1,60
mm de espessura e de 30 a 58 m/min para materias mais finos. O corte
em materiais trabalhas a frio deverá ser executado em velocidades
menores.
Para a seleção do disco de corte mais adequado devem ser considerados certos parâmetros,
conforme discutido na tabela a seguir.
UDESC – CCT – DEM 218
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
PARÂMETRO DESCRIÇÃO
DE ESCOLHA
Material do Como regra geral, especifica-se para o corte de materiais macios,
disco X discos duros ou de grãos grossos e, para materiais duros, discos moles
material a ser ou de grãos mais finos. Discos fabricados com carbeto de silício (SiC)
cortado apresentam maior rendimento em materias de baixa resistência à tração
(ferro fundido cinzento, materiais não-ferrosos ou não metálicos). Para
aços, especificam-se discos fabricados em óxido de alumínio (Al2O3)
reforçados por telas laterais.
Arco de contato O arco de contato entre a peça e o disco de corte determina o
disco/peça comprimento do cavaco produzido. Cavacos grandes obstruem o
caminho dos grãos abrasivos na periferia do disco e reduzem a ação de
corte.
Pressão de corte Em peças de paredes finas a pressão unitária de corte aumenta,
acarretando o desprendimento prematuro dos grãos abrasivos e
acelerando o desgaste das faces do disco. Por este motivo recomenda-
se usar discos de durezas elevadas. Inversamente, em peças de paredes
mais grossas, onde o arco de contato aumenta, onde a pressão unitária
resultante será mais baixa, recomenda-se o uso de discos de durezas
mais baixas.
Acabamento As características de corte livre dependem do tamanho do grão
abrasivo e do grau de dureza do disco, determinando a geração de calor
e a rebarba produzida. Quanto mais elevado o calor gerado, mais
rebarba é produzida pelo corte. Quanto mais fino é o disco, menor
índice de rebarba é produzido, pela menor quantidade de material
removido pelo corte e, conseqüentemente, menor a geração de calor.
Potência da Quanto maior a potência disponível, maior poderá ser a pressão
máquina de exercida, podendo-se empregar com êxito, discos de dureza mais altas
corte com maior economia.
UDESC – CCT – DEM 219
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Este tipo de corte foi desenvolvido para substituir o corte oxiacetileno para realizar o corte em
alguns materiais, como o aço inoxidável, por exemplo, além de realizar o corte com muito mais
velocidade.
O processo consiste em realizar um arco elétrico entre um eletrodo (cátodo) e o material base a
ser cortado (anodo). A ponta do eletrodo fica embutida no bocal de gás que é refrigerado por
água ou ar. O gás de plasma é ionizado e direcionado através do metal. Tanto o arco elétrico
quanto o gás são forçados a passar por uma área estreita da ponta do bocal. O jato concentrado de
plasma atinge grande velocidade e alta temperatura (30.000oC). Ao atingir o material base, este é
fundido e removido pelo jato de gás.
05) QUESTIONÁRIO:
UDESC – CCT – DEM 221
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
CAPITULO XV
FURAÇÃO
1) INTRODUÇÃO:
• Volume de produção;
• Repetitividade desejada;
• Forma e dimensão da peça;
• Disponibilidade do recurso;
Com o objetivo de se reduzir a força de cisalhamento necessária para o corte usa-se o artifício de
usinar na cabeça do punção uma inclinação em um ângulo tal que a distância entre a ponta do e a
sua parte reta seja próxima da espessura da chapa. Esta inclinação também tem a finalidade de
concentrara a região de deformação na parte que vai ser descartada (parte central), mantendo a
parte externa sem deformação, conforme mostrado na figura a seguir.
De acordo com a folga entre matriz e punção ter-se-ia diferentes condições de superfície de corte.
Com o aumento da folga aumenta-se o ângulo de fratura e rebarba formada pelo corte, e diminui
a parte polida (cisalhada). De acordo com as folgas adotadas, definem-se 5 tipos de furos
mostrados na figura a seguir.
Figura 15.2 – Efeito da folga entre punção e matriz sobre a superfície furada.
O processo de furação por usinagem, realizado através de broca, apresenta a vantagem do baixo
investimento e custo operacional compatível em serviços onde não se exige elevada
repetitividade e, portanto não se justifica o investimento com o ferramental. O processo é ideal
para pequenas seriações em empresas de pequeno porte.
• O puncionamento inicial do furo deverá ser feito com ponta piramidal e não ser muito
profundo para evitar o endurecimento desnecessário da parte que irá ser furada;
• É preferível usar guias de furação dotada de folga suficiente entre o embuchamento (da
guia) e a peça furada (mínimo uma vez o diâmetro do furo) de modo a não impedir o
fluxo de cavacos;
• A furadeira deverá trabalhar a baixas rotações e deve-se preferencialmente utilizar brocas
de aço ferramenta (HSS) com ponta de carboneto;
• O avanço deve ser suficiente para penetrar embaixo da superfície endurecida a frio. Se for
necessário, reduzir a velocidade e aumentar o avanço;
• A furação deve ser iniciada e realizada sem nenhuma pausa. Entrada e reentrada após a
saída, devem ser feito em velocidade e avanço plenos;
• Brocas com ângulo de hélice maior melhorar o fluxo de cavacos;
• A lubrificação da ferramenta deve ser feita com óleos minerais sulfurizados ou óleos
imulsionadas.
A furação por fusão tem todos os seus parâmetros idênticos ao corte por plasma. Este processo é
utilizado para fazer furos com diâmetros e tamanhos diversos em locais de difícil acesso. É
particularmente recomendado para chapas espessas. O custo do equipamento e a geração de
rebarba ao longo do perímetro de corte são as limitantes do processo.
UDESC – CCT – DEM 226
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
05) QUESTIONÁRIO:
UDESC – CCT – DEM 227
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
CAPÍTULO XVI
CONFORMAÇÃO POR ESTIRAMENTO
1) INTRODUÇÃO:
• PUNÇÃO = também chamado de bloco de modelo esta parte tem o formado ou o perfil
da geometria desejada na peça;
• PISTÃO HIDRÁULICO = movimenta o punção;
• GARRAS = fixadas nas extremidades da placa que se deseja conformar. Podem ser
móveis, permitindo que a força de tração esteja sempre em linha com as bordas da chapa,
ou fixas, necessitam que o raio seja grande a fim de evitar a ruptura da chapa nas garras.
UDESC – CCT – DEM 228
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
2) TIPOS DE PROCESSOS:
CAPÍTULO XVII
CONFORMAÇÃO POR
EXPLOSÃO E HIDRÁULICA
CAPÍTULO XVIII
METALURGIA DO PÓ
01) INTRODUÇÃO:
1.1) DEFINIÇÃO:
• Fabricação do pó;
• Preparação do pó;
• Compactação do pó;
• Sinterização;
• Calibração;
• Tratamento térmico;
• Mecânico;
• Químico
• Físico-químico;
• Deposição eletrolítica,
• Atomização de líquidos = é o processo mais usado. Consiste na passagem de um jato de
alta pressão de gás (argônio) ou líquido (água) sobre um jato ou feixe de metal líquido,
provocando a sua dispersão ou desintegração em inúmeras partículas, que na seqüência se
solidificam, formando o pó;
UDESC – CCT – DEM 234
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
• Forma;
• Pureza;
• Composição química;
• Microestrutura;
• Tamanho;
• Composição ou distribuição granulométrica;
• Porosidade;
• Densidade aparente;
• Velocidade de escoamento
• Superfície específica;
• Compressibilidade;
• Piroforicidade;
• Toxidade.
Quanto à forma os pós podem ser: acicular, dendrítica, esférica, irregular, escamosa, porosa,
angular, cúbica, cilíndrica, gotícula, fibrosa, poligonal, etc, conforme mostrado na figura a seguir;
UDESC – CCT – DEM 236
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
Antes de sua utilização o pó necessita ser homogeneizado. Diferentes tipos de pós podem ser
misturados entre no sentido de se conseguir ligas com propriedades especiais. Também devem
ser incorporados outros aditivos a mistura para acerto de suas características, como a composição
química, granulometria, etc;
• Cilíndrico;
• De cone duplo;
• Em “Y”, etc;
UDESC – CCT – DEM 237
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
• Carregamento do pó;
• Compactação do pó;
• Extração da peça;
É o método mais usual, realizado em prensas com auxílio de ferramentas de compactação rígidas;
UDESC – CCT – DEM 238
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
06) SINTERIZAÇÃO:
• Resistência mecânica
• Densidade;
• Nível de porosidade;
• Tamanho do grão, desejados;
É importante que seja determinada a atmosfera no interior do forno de sinterização no sentido que
sejam controladas as reações entre o meio e a superfície da peça, evitando com isto que ocorram
efeitos não desejados, associado principalmente a formação de óxido (carepa) e descarbonetação.
• Redução dos óxidos presentes na atmosfera = necessário para evitar que o oxigênio
eventualmente presente na atmosfera oxide a peça.;
• Carbonetação e descarbonetação em peças de ferro e aço;
• Reação com o nitrogênio em aços inoxidáveis.
• Hidrogênio;
• Amônia associada;
• Produtos de combustão de hidrocarbonetos;
• Nitrogênio com ou sem misturas de hidrogênio.
UDESC – CCT – DEM 244
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO POR CONFORMAÇÃO MECÂNICA
ANDRÉ OLAH NETO
07) CALIBRAÇÃO:
Realizado em ferramentas mais simples que tem o objetivo de melhorar a tolerância dimensional
de algumas partes da peça, conseguindo-se precisão até milésimos de milímetro.
Também pode ser realizado nitretação. Neste caso o processo mais adequado é a nitretação a
plasma ou iônica. Esta prática contribui para aumentar a dureza superficial da ferramenta, bem
como sua resistência ao desgaste e sua performance (vida útil);
a) COBRE:
PÓS FINOS:
PÓS MÉDIOS:
PÓS GROSSOS:
b) LIGAS DE BRONZE:
c) ESTANHO:
d) PÓ DE FERRO:
10) QUESTIONÁRIO:
BIBLIOGRAFIA