1 - Fichamento Miriam Lemle-Guia Teórico Alfabetizador
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(Série Princípios).
Lemle (1991) apresenta uma subdivisão dos tipos de relação existentes em nossa
língua entre sons da fala e letras do alfabeto. São três tipos de relação:
• relação de um para um: cada letra com seu som, cada som com uma letra
(Quadro 1);
• relação de um para mais de um, determinadas a partir da posição: cada letra
com um som numa dada posição (Quadro 2), cada som com uma letra numa
dada posição (Quadro 3);
• relações de concorrência: mais de uma letra para o mesmo som na mesma
posição (Quadro 4).
“Nos dois quadros a seguir, podem ser vistas as mais importantes correspondências
múltiplas entre letras e sons (Quadro 2) e entre sons e letras (Quadro 3). É
importante ter claro na mente que tais correspondências são determinadas pela
posição, ou seja, são regulares. É possível aprendê-las por meio de uma regra, de
modo que podem ser sistematicamente ensinadas por um professor bem preparado
para exercer sua profissão”. (LEMLE, 1991, p.21).
“Com base nos fatos do dialeto carioca, é fornecida no Quadro 4 uma visão dos
principais casos da situação de concorrência pela qual mais de uma letra, na mesma
posição, pode servir para representar o mesmo som”. (LEMLE, 1991, p.23).
“No Quadro 5, temos um resumo dos sufixos e dos prefixos mais importantes para a
ortografia, pois são aqueles cujos sons poderiam, sem erro de posicionamento das
letras, ser escritos com outras letras”. (LEMLE, 1991, p.37).
Alternativa
Afixo ortográfica Exemplos
fonologicamente
plausível
“Nosso primeiro passo foi perceber que uma mudança lingüística ocorre em duas
etapas. Na primeira, há uma fase de mera flutuação fonética, decorrente da variação
no desempenho articulatório de um grupo de falantes. Essa variação no
desempenho tende a concentrar as realizações dos sons mutantes em uma das
extremidades do espectro das realizações possíveis. Num segundo momento, com a
entrada em cena de uma nova geração de falantes a adquirirem a língua, os dados
do desempenho fonético dos mutantes fonéticos são reinterpretados e reanalisados
pelos recém-chegados, que os organizam em seu saber lingüístico de uma maneira
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diferente da utilizada por seus predecessores”. (LEMLE, 1991, p.53).
“... a mudança é inevitável, como qualquer fenômeno natural. Tal mudança não torna
uma língua pior nem melhor, mas, apenas, diferente”. (LEMLE, 1991, p.60).
“O professor que não tem preparo para entender o fenômeno da mudança lingüística
com a mesma naturalidade com que entende o fenômeno da evaporação ou da
condensação da água é presa fácil de uma teorização preconceituosa dos fatos da
língua. E uma teorização tremendamente perniciosa. Esse professor, que não
entende o fenômeno da mudança da língua, acaba fatalmente acreditando na idéia
de que a língua escrita é a língua certa e que tudo aquilo que não é igual ao certo é
errado. Todos aqueles que falam errado são inguinorantes. Ao professor, cabe
reprová-los. E a situação se eterniza”. (LEMLE, 1991, p.63-4).