Relações e Funções
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Relações e Funções
Material Teórico
Relações e Funções
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Relações e Funções
• Relação
• Representações das Relações
• Tipos de Relações
• Função
• Tipos de Funções
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Identificar e classificar uma relação de acordo com suas propriedades;
· Identificar e classificar uma função de acordo com suas propriedades;
· Diferenciar uma função de uma relação.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Relações e Funções
Introdução
Nesta Unidade, estudaremos os conceitos de relações e funções.
Figura 1 – Pascalina
Fonte: Wikimedia Commons
Blaise Pascal, além de físico e matemático, era também filósofo e trouxe grandes con-
Explor
tribuições para a Ciência. Para conhecer um pouco mais sobre sua via e obra, indicamos o
material disponível no link https://goo.gl/duLHn3.
8
Mesmo objetos artísticos, como a imagem da Figura 2, são feitos a partir de
uma função. Um fractal é um tipo mais geral de uma curva geométrica que pode
ser dividido em partes – as frações – e de cada uma delas geramos outras curvas
semelhantes à original.
Função
9
9
UNIDADE Relações e Funções
Relação
Veremos que a relação se dá entre dois conjuntos e utilizaremos alguns exemplos
numéricos para:
Exemplo 1
Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1 , 2}
Faremos uma relação de A para B de forma que cada elemento de A irá se
relacionar com todos os elementos de B, formando todos os pares ordenados
possíveis (a, b), ou seja: de A para B.
Logo, o produto cartesiano será dado por:
A x B = {(1,1) (1,2) (2,1), (2,2), (3,1), (3,2), (4,1), (4,2)}
1
2 1
3 2
4
Figura 4 – Relação de A em B
Importante! Importante!
Note que, nesse caso, o primeiro elemento do par ordenado será sempre um elemento
de A, e o segundo um elemento de B, pois a relação vai de A para B.
Os conjuntos A e B podem ser, inclusive, iguais; não há impedimento para que dois
conjuntos iguais tenham uma relação.
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Representações das Relações
O Produto Cartesiano pode ser representado por diagramas e também no plano
cartesiano. Vejamos o exemplo com o produto A x B = {(1,1) (1,2) (2,1), (2,2),
(3,1), (3,2), (4,1), (4,2)}.
A B
1
2 1
3 2
4
5
y
4
1
0 x
-1 0 1 2 3 4 5 6
-1
11
11
UNIDADE Relações e Funções
Exemplo 2
Sejam A = {2;3} e B = {0;1;2} temos que A x B ≠ B x A
A B B A
AxB BxA
0 0
2 2
1 1
3 3
2 2
Figura 7 – Relação A x B ≠ B x A
Exemplo 3
Faremos, agora, uma nova relação, dados dois novos conjuntos A e B. Seja o
conjunto A o conjunto dos números naturais menores que 10 e o conjunto B o
conjunto dos números naturais menores ou iguais a 15, temos:
A {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}
O resultado da relação será R = {(1,2) (2,4), (3,6), (4,8), (5,10), (6,12), (7, 14)}.
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Tipos de Relações
Classificamos uma relação de acordo com as propriedades e para dizermos que
uma relação é de certo tipo, é necessário que a propriedade esteja presente em
todos os pares da relação.
Relação Reflexiva
Uma relação R em A é reflexiva se todos os elementos de A estão relacionados
consigo mesmos.
Ou seja:
Exemplo
Seja A = {10, 12, 14, 16, 18}
A Relação R1 = {(10, 10), (10, 18), (12, 12), (12, 14), (14, 14), (14, 16),
(16, 16), (16, 18), (18, 18)} é reflexiva pois cada um dos elementos de A se
relacionou consigo mesmo. Notamos a existência dos pares reflexivos destacados
em vermelho: R1 = {(10, 10), (10, 18), (12, 12), (12, 14), (14, 14), (14, 16),
(16, 16), (16, 18), (18, 18)}.
Relação Simétrica
Uma relação R em A é simétrica se cada elemento x de A que está relacionado
com y também ocorre que y está relacionado com x.
Ou seja:
Exemplo
Seja A = {10, 12, 14, 16, 18}
A Relação R2 A x A = {(10, 10), (10, 18), (12, 14), (14, 12), (14, 14), (14, 16),
(16, 14), (16, 16), (16, 18), (18, 10), (18, 16), (18, 18)} é simétrica, pois cada um
dos elementos de A que se relacionou com B teve também o mesmo elemento
de B que se relacionou com A.
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13
UNIDADE Relações e Funções
A Relação R2 A x A = {(10, 10), (10, 18), (12, 14), (14, 12), (14, 14), (14, 16),
(16, 14), (16, 16), (16, 18), (18, 10), (18, 16), (18, 18)} é, portanto, simétrica.
Relação Transitiva
Uma relação R em A é transitiva se cada elemento x de A que está relacionado
com y e y está relacionado com z; então, ocorre que x está relacionado com z.
Exemplo
A relação x < y é transitiva, pois se x < y, então, pela definição de ser menor,
existe um número k tal que x + k = y. Analogamente, se y < z, então, existe um
número m tal que y + m = z.
Logo, x < z.
Exemplos Numéricos
5 < 6 pois 5 + 1 = 6 e 6 < 10 pois 6 + 4 = 10, como 5 + (1 + 4) = 10; então,
5 < 10.
Relação Antisimétrica
(∀x, y ∈ A) [(x, y) ∈ R ^ (y, x) ∈ R → x = y]
Alguns exemplos
Considere o conjunto A {1,2,3,4,5}
A relação R1 dada por x ≤ y na qual temos {(1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (1,5), (2,2),
(2,3), (2,4), (2,5), (3,3), (3,4), (3,5), (4,4), (4,5), (5,5)}
Não é simétrica: vemos que em alguns pares, x se relaciona com y, mas y não
se relaciona com x; como (1,2) já que não temos o par (2,1) na relação;
A relação R2 dada por x = y, na qual temos {(1,1), (2,2), (3,3), (4,4), (5,5)}
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É reflexiva, simétrica e transitiva.
É apenas transitiva.
Função
Uma função de A em B é uma relação nos mesmos conjuntos, na qual se
satisfazem os dois itens:
1. Dom(f) = A
2. Se (x,y) ∈ f e (x,z) ∈ f, então y = z
Ou seja:
A notação de função é:
f: A → B
x → y = f(x)
Em uma função:
• Dom (f) = A (o que não ocorre necessariamente nas relações, já que nas
relações nem todos os elementos precisam se relacionar, mas na função sim,
cada um dos elementos do Domínio necessariamente deve se relacionar, e
apenas com um único elemento no contradomínio);
• Os elementos do contradomínio que são resultados da função para algum
elemento do Domínio constituem a IMAGEM da função, denotada por Im(f).
Im(f) = { f(x)|x ∈ A }
Im(f) B
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UNIDADE Relações e Funções
Domínio Contra-Domínio
f
Imagem
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Não é função Nesse diagrama, não temos uma fun-
ção. Notamos que um dos elementos do
domínio não se relaciona com o contrado-
mínio. E para ser função, todo e qualquer
elemento do domínio deve se relacionar
com um elemento do contradomínio.
0
-1 0 1 2
-1
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UNIDADE Relações e Funções
-1
-2
0
-2 -1 0 1 2 3 4 5
-1
0
-1 0 1 2 3 4
-1
-2
Exemplo 1
A → B {(a,0) (b,2) (c,2) (d,4)
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um único elemento em B (ainda que um mesmo elemento em B tenha sido imagem
de mais de um elemento de A).
Exemplo 2
A → B {(a,0), (a,2), (b,4), (c,4), (d,2)}
Exemplo 3
A → C {(a,1), (b,3), (c,5), (d,7)}
Exemplo 4
A → C {(a,1), (c,3), (d,7)}
Exemplo 5
A → C {(a,1), (b,1), (c,1), (d,1)}
Outros exemplos
Dado o conjunto A {1,2,3,4} e o conjunto B {1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12},
determine:
f: A → B
x → y f(x)
f(x) = x + 2
Vemos que a função é dada pela regra que associa a cada elemento em A um
único elemento em B e essa regra, nesse exemplo, é dada por f(x) = x +2.
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UNIDADE Relações e Funções
Logo, temos:
f(x) = x +2
Para x = 1 teremos: f(1) = 1 + 2 = 3
Para x = 2 teremos: f(2) = 2 + 2 = 4
Para x = 3 teremos: f(3) = 3 + 2 = 5
Para x = 4 teremos: f(4) = 4 + 2 + 6
Após aplicar a função para todos os elementos do domínio, vemos que cada um
deles possui uma imagem (resultado da função) no contradomínio.
O conjunto Imagem, ou seja Im(f) = {3,4,5,6}
Como resultado da função, temos os seguintes pares ordenados:
F = {(1,3), (2,4), (3,5), (4,6)}
b) A
partir dos mesmos conjuntos, determine o conjunto imagem e os pares
ordenados a partir de f(x) = 2x
Aplicando a função f(x) para todos os elementos do conjunto A {1,2,3,4}, teremos:
f(1) = 2.1 = 2
f(2) = 2.2 = 4
f(3) = 2.3 = 6
f(4) = 2.4 = 8
A imagem da função Im(f) = {2,4,6,8}, que está contida no contradomínio.
E os pares ordenados da função f = {(1,2) , (2,4), (3,6), (4,8)}
Exemplos numéricos
Sejam A = {1,2,3} e B {a,b,c} temos as funções f e g:
f = {(1,a), (2,b), (3,c)}
g = {(2,b) , (1,a), (3,c)}
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Tipos de Funções
Assim como ocorre com as relações, de acordo com as propriedades e regras
observadas, também classificamos as funções.
Função Injetora
Uma função f: A → B será injetora se:
f f
Im(f) Im(f)
Função Sobrejetora
Chamamos de sobrejetora a função na qual todo o contradomínio é imagem da
função, isto é, todo elemento que pertence ao contradomínio é resultado da função.
(∀ y ∈ B) (∃ x ∈ A)[ f(x) = y]
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UNIDADE Relações e Funções
f f
Im(f)
Neste exemplo a função também é injetora Neste exemplo a função também é injetora
Função Bijetora
Há alguns casos em que além de ser injetora (cada um dos elementos do
contradomínio é imagem de apenas um elemento do domínio) a função é também
sobrejetora (todos os elementos do contradomínio são imagens de algum elemento
do domínio). Quando isso ocorre, chamamos a função de BIJETORA.
Uma função f: A → B é do tipo BIJETORA se e somente se f é injetora e tam-
bém sobrejetora.
f f
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Para ver outros exemplos de funções, acesse o material disponível no link
Explor
https://goo.gl/JxY221
Função Inversa
Na função inversa, temos a troca dos papéis entre domínio e imagem, mas na
qual a relação se mantém. Por exemplo: temos uma função f de A em B, na qual
é A o domínio (conjunto de partida) e B o contradomínio (conjunto de chegada).
A Função f B A Inversa de f B
Para que uma função possua sua inversa, ela deve ser necessariamente bijetora;
somente assim a inversão ocorrerá para todos os elementos em ambos os conjuntos.
Em Síntese Importante!
Nesta Unidade, vimos que uma relação é uma Lei ou regra de transformação dos
elementos de um conjunto que resulta em elementos em um outro conjunto.
Especialmente nas funções, temos que para todo elemento do conjunto de partida há
uma única imagem no conjunto de chegada. Além disso, vimos que, de acordo com
propriedades e características, as funções e as relações podem ser classificadas.
Esse conceito de relações e funções, na Matemática, é muito importante, pois vai
além das funções matemáticas e lógicas que regem os computadores e as redes
de comunicação.
A partir do conceito de funções e relações, da observação e da análise de fenônemos e
padrões, é possível prever tendências e acontecimentos como fenômenos da natureza
e ocorrências na sociedade: fenômenos atmosféricos, mercado financeiro, nível de
produção e redes sociais entre outros.
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UNIDADE Relações e Funções
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Trama Matemática: Princípios e Novas Práticas no Ensino Médio
No livro Trama Matemática, das páginas 47 a 60, você pode explorar o assunto de
relações e funções. O livro está disponível na Biblioteca Virtual Universitária: BARRE-
TO, M. Trama matemática: Princípios e novas práticas no ensino médio. Campinas:
Papirus 2013.
Vídeos
O que é uma Função
Nesse link, você pode ver o vídeo do renomado Sal Khan, do projeto Khan Academy,
sobre funções;
https://goo.gl/QqJLMK
Leitura
Aplicações das Relações e Funções no Cotidiano
https://goo.gl/8QVKFn
Relação
https://goo.gl/drPFo8
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Referências
BARRETO, M. Trama Matemática: Princípios e novas práticas no ensino médio.
Campinas: Papirus 2013.
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