Apostila - Revoluções Inglesas
Apostila - Revoluções Inglesas
Apostila - Revoluções Inglesas
APOSTILA-RESUMO
Resumo de
Revoluções Inglesas
1648-1689
Resumo de Revoluções Inglesas
Antecedentes
Após a Guerra das Duas Rosas, em 1485, a dinastia dos Tudors dominou a
Coroa inglesa, fundando um governo despótico. Dentre os mais célebres membros
dessa dinastia, pode-se destacar Henrique VIII (1509-1547) e Elizabeth I (1558-1603).
Os Tudors eram notórios em sua habilidade para lidar com o Parlamento inglês,
mantendo o Poder Legislativo controlado.
Em 1603, a rainha Elizabeth I morre sem deixar um sucessor. Seu parente
mais próximo era seu primo, o rei Jaime VI da Escócia, que se tornou o rei soberano
dos dois países sob o nome de Jaime I.
O Reinado de Jaime I
A ascensão de Jaime I ao trono assinala o início da última dinastia absolutista
da Inglaterra, a dinastia dos Stuarts.
Apesar de ser anglicano, o rei Jaime I incorporou a doutrina francesa do direito
divino dos reis em seu reinado. Essas pretensões, no entanto, seriam a causa de forte
oposição do povo inglês, que ainda mantinha consideráveis tradições de liberdade.
O rei Jaime I, em busca de novas formas de financiamento (os impostos eram
tradicionalmente aprovados pelo Parlamento), dissolveu as duas câmaras. Além
disso, interferiu na liberdade comercial ao conceder monopólios e privilégios a com-
panhias protegidas, e conduziu as relações exteriores do país de forma a negligenciar
interesses poderosos.
Anglicano que era, Jaime I desconfiava de toda e qualquer religião que não a
sua. Contudo, grande parte da população da Inglaterra era Calvinista. Uma parte des-
ses calvinistas formou uma seita, conhecida como puritanos, radicais que desejavam
“purificar” religiosamente o país.
Essas foram as raízes que, mais tarde, iriam abalar os alicerces do absolutismo
britânico.
Em 1625, Jaime I morreu e foi sucedido por seu filho, Carlos I.
O Reinado de Carlos I
Carlos I, tão logo subiu ao trono, entrou em discordância com os puritanos e
com os líderes da oposição parlamentar (com o parlamento, da mesma forma que
Jaime I, a discordância foi motivada por questões de tributação), inclusive prendendo
alguns dos membros do Parlamento.
Em consequência dessas ações autoritárias, foi implementada a famosa Peti-
ção de Direitos, que os líderes do Parlamento obrigaram o rei Carlos I a assinar, em
1628. Comparado à Magna Carta, esse documento declarava ilegais:
No entanto, esse acordo em torno da Petição de Direitos não pôs fim às dis-
putas. Pouco tempo depois, em mais uma manobra para arrecadar fundos, Carlos I
implementou as impopulares contribuições navais (ship money). Essas contribui-
ções atingiram especialmente a classe média, contribuindo para aumentar a oposição
a seu reinado.
Não satisfeito, assim como seu pai, Carlos I despertou o antagonismo dos cal-
vinistas e, como resultado, provocou uma rebelião dos calvinistas mais exaltados do
Norte do país.
Para custear o combate aos calvinistas exaltados do Norte, Carlos I se viu obri-
gado a convocar o Parlamento em 1640, depois de 11 anos fechado. A partir daí os
líderes da Câmara dos Comuns tiveram a oportunidade de tomar para si o comando
do governo. Foi decretada uma lei que proibia o rei de dissolver o Parlamento.
A resposta de Carlos I foi invadir a Câmara dos Comuns.
Nesse cenário, os dois partidos constituíram tropas para enfrentar o governo
militarmente, dando início a uma guerra civil, entre 1642 a 1649. Do lado de Carlos I
estavam a maior parte dos nobres e latifundiários mais importantes, os católicos e os
anglicanos fiéis - conhecidos como “Cavaleiros”. Do lado do Parlamento estavam
os pequenos proprietários de terra, os comerciantes e os manufatureiros (a maior
parte deles, puritanos ou presbiterianos) - conhecidos como “Cabeças-redondas”.
Após perder as primeiras batalhas, o rei Carlos I foi forçado a se render em
1646. Entretanto, disputas internas dentro da coalizão parlamentar, entre presbite-
rianos (maioria) e a minoria radical de puritanos (chefiados por Oliver Cromwell),
possibilitou ao rei retomar a guerra, em 1648.
O rei perdeu novamente. Essa segunda derrota deu aos puritanos o domínio
da situação política e militar. Assim, Cromwell e seus partidários puderam efetuar
uma “depuração” do corpo legislativo, expulsando 143 deputados presbiterianos da
Câmara dos Comuns. Os 60 deputados que restaram extinguiram a monarquia. Em
janeiros de 1649, o rei Carlos I foi decapitado.
Pouco depois, a Câmara dos Pares foi abolida e a Inglaterra passou a ser uma
República Oligárquica. Esses eventos concluíram a primeira fase das Revoluções
Inglesas: a Revolução Puritana.
Em 1658, Cromwell morre, assumindo seu filho Ricardo, que permaneceu so-
mente alguns meses no cargo (Nem a Commonwealth nem o Protetorado tiveram o
apoio da maioria dos ingleses).
O Reinado de Carlos II
O filho do rei decapitado, príncipe Carlos da Escócia, foi convidado pelo parla-
mento recém-empossado, em 1660, a voltar à Inglaterra e ocupar o trono vago desde
1649.
Para tanto, o novo rei teve que se comprometer a não reinar como um déspota,
mas a respeitar o Parlamento e a observar a Magna Carta e a Petição de Direitos.
Esse período ficou conhecido como Restauração, compreendendo os reina-
dos de Carlos I (1660-1685) e de seu irmão Jaime II (1685-1688).
Embora existisse um entendimento inicial entre o novo rei e o Parlamento, mui-
tos dos problemas preexistentes não foram resolvidos, e voltariam à tona mais tarde.
O rei Carlos II mantinha uma posição favorável aos católicos, e despertou gran-
de preocupação nos ingleses mais patriotas de que o país pudesse retornar à zona de
influência do Vaticano. Além disso, o rei voltou a desafiar a autoridade do Parlamento,
suspendendo, em 1672, as leis contra os católicos e outros dissidentes. Nove anos
mais tarde, decidiu por dispensar o Poder Legislativo.
A Lei de Exclusão
A Lei de Exclusão foi um projeto de lei, apresentado em 1679, e defendido
pelos Whiggs (partido mais liberal, composto por puritanos e presbiterianos, em sua
maioria), para excluir o irmão do rei Carlos II, Jaime II, pois este havia se convertido
ao catolicismo. Os Tories (partido que reunía a aristocracia conservadora britânica)
eram contra.
Em 1673, Jaime negou-se a prestar o juramento prescrito do Ato de Prova
(Ato de Prova ou Lei do Teste é uma série de leis penais inglesas do século XVII que
instauravam a revogação de diversos direitos cívicos, civis ou de família para os ca-
tólicos e outros dissidentes religiosos não anglicanos), tornando desta forma público
que era católico.
Como tudo parecia indicar que a lei ia ser provavelmente aprovada, o rei usou
sua prerrogativa real novamente, e dissolveu a câmara de novo. Os parlamentos su-
cessivos que quiseram retomar o projeto foram dissolvidos.
O Reinado de Jaime II
O rei Jaime II, que sucedeu Carlos II em 1685, era um católico declarado e
parecia resolvido a fazer do catolicismo a religião oficial da Inglaterra. O rei tinha duas
filhas protestantes como herdeiras, o que tranquilizava seus adversários. No entanto,
já no seu segundo casamento (com uma católica), Jaime II teve um filho. A revolução
era uma questão de tempo.
A Revolução Gloriosa, de 1688-89, não derramou sangue. Tanto Tories como
Whiggs apoiaram a deposição do rei (que ofendia o anglicanismo dia após dia).
O príncipe Guilherme de Orange e sua esposa Maria, filha mais velha de
Jaime II, foram convidados a ocupar em conjunto o trono da Inglaterra. Desse modo,
Guilherme de Orange reuniu um exército na Holanda e ocupou Londres, sem ter a
necessidade de um confronto. O rei Jaime II refugiou-se na França.
Em 1689, o Parlamento aprovou diversas leis com o objetivo de proteger os
direitos dos ingleses e seu próprio poder contra intromissões da coroa:
Conclusão
O êxito do parlamento sobre o rei da Inglaterra colocou um fim definitivo na mo-
narquia absolutista na Inglaterra, além de sepultar a teoria do direito divino dos reis.
Esses aspectos da Revolução Puritana e da Revolução Gloriosa contribuíram para
inspirar as revoluções americana e francesa, em finais do século XVIII.
Bibliografia