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ESCOLA DE ENFERMAGEM E CENTRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE SANTA JULIANA

MÓDULO 1 - PREPARAÇÃO
Construindo o conhecimento

Organizadora
Mônica de Morais Sampaio Costa

Colaboradores

André Luiz Fidélis Lima

Camila Lisboa

José Soares

Marcos Antonio

Maceió – AL

2011
ESCOLA DE ENFERMAGEM E CENTRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE SANTA JULIANA

MÓDULO 1 - PREPARAÇÃO
Construindo o conhecimento

O processo de construção desse módulo, que leva o título de “Preparação:


Construindo o Conhecimento”, marca a inicialização do aluno na formação do
profissional de enfermagem.

Nele abordaremos as disciplinas instrumentais, aquelas que introduzem o


aluno no conceito de saúde – doença, conhecimento do corpo e da sua conduta
como profissional.

A preocupação com a qualidade inserida nos faz manifestar uma didática


criteriosa não só nos módulos, mas em todo o contexto pedagógico, da teoria a
prática, que vocês observarão ao longo do curso. É necessário que o aluno aproveite
as oportunidades a ele ofertadas para melhorar a sua formação.

“PREPARAÇÃO” é o início do aprendizado básico da profissão de Técnico de


Enfermagem. Esse módulo foi confeccionado com carinho e aperfeiçoado para
facilitar o ensino aprendizagem, trazendo um quantitativo maior de conhecimento e
formatando um profissional com a marca SANTA JULIANA em educação profissional.
SUMÁRIO

1- ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS SISTEMAS............................................... 06 – 79

2- MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA.......................................................82 – 113

3- FARMACOLOGIA ..................................................................................116 – 137

4- ÉTICA ....................................................................................................140 – 164

5- PSICOLOGIA APLICADA A ENFERMAGEM.............................................167 – 171

6- EPIDEMIOLOGIA, HIGIENE E PROFILAXIA.............................................174 – 188

7- NUTRIÇÃO E DIETÉTICA.........................................................................191 - 218


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ANATOMIA E FISIOLOGIA
DOS
SISTEMAS
Escola de Enfermagem e Centro de Ensino Profissionalizante Santa Juliana........................................Anatomia e Fisiologia dos Sistemas

ANATOMIA

Palavra grega que significa cortar em partes, cortar separado sem destruir os elementos componentes. O
equivalente em português é dissecção. Anatomia é a parte da biologia que estuda a morfologia ou
estrutura dos seres vivos e Fisiologia é a parte da biologia que estuda o funcionamento do corpo.

A unidade fundamental do corpo é a célula. A união de diversas células de mesma função dá


origem aos tecidos. A união de diversos tecidos origina os órgãos, que por sua vez originam os sistemas.

1.1 – TECIDO E FUNÇÃO

EPITELIAL REVESTIMENTO
CONJUNTIVO PREENCHIMENTO
MUSCULAR MOVIMENTAÇÃO
NERVOSO INTEGRAÇÃO

A anatomia macroscópica pode ser estudada de duas formas: (1) anatomia sistemática ou descritiva,
que estuda os vários sistemas separadamente e (2) anatomia topográfica ou cirúrgica, que estuda todas as
estruturas de uma região e suas relações entre si. Quanto à origem, os órgãos podem ser classificados em
homólogos ou análogos. Diz-se que dois órgãos são homólogos quando possuem a mesma origem
embriológica, mas diferentes funções, como, por exemplo, os membros superiores do homem e as asas dos
pássaros. A analogia, por sua vez, acontece quando dois órgãos têm funções semelhantes e diferentes
origens embriológicas, como ocorre com os pulmões humanos e as guelras dos peixes.

1.2 – MÉTODOS DE ESTUDO

1. Inspeção: analisando através da visão. A análise pode ser de órgãos externos (ectoscopia) ou
internos (endoscopia);
2. Palpação: analisando através do tato é possível verificar a pulsação, os tendões musculares e as
saliências ósseas, dentre outras coisas;
3. Percussão: através de batimentos digitais na superfície corporal podemos produzir sons audíveis,
que ajudam a determinar a composição de órgãos ou estruturas (gases, líquidos ou sólidos);
4. Ausculta: ouvindo determinados órgãos em funcionamento (Ex.: coração, pulmão, intestino);
5. Mensuração: permite a avaliação da simetria corporal e de eventuais megalias;
6. Dissecção: consiste na separação minuciosa dos diferentes órgãos para uma melhor visualização;
7. Métodos de estudo por imagem: inclui os raios X, ecografia, ressonância nuclear magnética e
tomografia computadorizada.

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1.3 – VARIAÇÕES ANATÔMICAS NORMAIS

Existem algumas circunstâncias que determinam variações anatômicas normais e que devem ser
descritas:

1. Idade: os testículos no feto estão situados na cavidade abdominal, migrando para a bolsa escrotal e nela
se localizando durante a vida adulta;

2. Sexo: no homem a gordura subcutânea se deposita principalmente na região abdominal,


abdominal enquanto na
mulher o depósito se dá preferencialmente na região tricipital;

3. Raça: nos brancos a medula espinhal termina entre a primeira e segunda vértebra lombar, enquanto que
nos negros ela termina um pouco mais abaixo, entre a segunda e a terceira vértebra lombar;

4. Tipo morfológico constitucional: é o principal fator das diferenças morfológicas. Os principais tipos são:

Longilíneo: indivíduo alto e esguio, com pescoço,


pescoço, tórax e membros longos. Nessas pessoas o
estômago geralmente é mais alongado e as vísceras dispostas mais verticalmente;
Brevilíneo: indivíduo baixo com pescoço, tórax e membros curtos. Aqui as vísceras costumam estar
dispostas mais horizontalmente;
Mediolíneo: características intermediárias.

A identificação do tipo morfológico é importante devido às diferentes


técnicas de abordagem semiológica, avaliação das variações da normalidade e
até mesmo maior incidência de doenças, como por exemplo, a hipertensão,
hi
que é sabidamente mais comum em brevilíneos.

1.4 – POSIÇÃO ANATÔMICA

A posição anatômica é uma posição de referência, que dá significado


aos termos direcionais utilizados na descrição nas partes e regiões do corpo.
As discussões sobre o corpo, o modo como se movimenta sua postura ou a
relação entre uma e outra área assumem que o corpo como um todo está
numa posição específica chamada POSIÇÃO ANATÔMICA. Deste modo, os
anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se
referem ao objeto de descrição
considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada.

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O corpo está numa postura ereta (em pé, posição ortostática ou bípede) com os membros superiores
estendidos ao lado do tronco e as palmas das mãos voltadas para frente. A cabeça e pés também estão
apontados para frente e o olhar para o horizonte.

POSIÇÃO SUPINA E PRONA: são expressões utilizadas na descrição da posição do corpo, quando este não
se encontra na posição anatômica. São elas:

Posição supina ou decúbito dorsal: o corpo esta deitado com a face voltada para cima.

Posição PRONA ou decúbito ventral: o corpo esta deitado com a face deitada para baixo.

Decúbito lateral: o corpo esta deitado de lado.

Posição de litotomia: o corpo esta deitado com a face voltada para cima, com flexão de 90º de
quadril e joelho, expondo o períneo.

Posição de trendelemburg: o corpo esta deitado com a face voltada para cima, com a cabeça sobre
a maca inclinada para baixo cerca de 40º.

As posições ginecológicas e de sims são posições classificadas como posições para exames.

Posição
ginecológica

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1.5 – TERMOS DE RELAÇÃO ANATÔMICA

Inferior ou caudal: mais próximo dos pés.


Superior ou cranial: mais próximo da cabeça.
Anterior ou ventral: mais próximo do ventre.
Posterior ou dorsal: mais próximo do dorso.
Proximal: mais próximo do ponto de origem.
Distal: mais afastado do ponto de origem.
Medial: mais próximo do plano sagital mediano.
Lateral: mais afastado do plano sagital mediano.
Superficial: mais próximo da pele.
Profundo: mais afastado da pele.

1.6 – CORTES ANATÔMICOS

Corte Mediano e Plano Sagital

Corte que divide o corpo em 2 porções simétricas (lado direito e esquerdo)

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Corte Transversal ou Horizontal Corte Frontal ou Coronal


Divide
ivide o corpo em parte superior e inferior Divide o corpo em região anterior e posterior

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Região anterior ou ventral

Cabeça (cefálica), Crânio (cranial), face (facial), testa (frontal), olho (orbital), orelha (ótico),
bochecha (bucal), nariz (nasal), boca (oral), queixo (mental).
Pescoço (cervical).
Axila (axilar), braço (braquial), parte anterior do cotovelo (antecubital), antebraço (antebraquial),
punho (carpal), palma (metacarpal), dedos (digital ou falangico), peito (torácico), esterno (esternal),
mama (mamária), tronco (abdome), virilha (inguinal), umbigo (umbilical), quadril (coxa), mão
(manual), púbis (púbico).
Coxa (femoral), superfície anterior do joelho (patelar), perna (crural), pé (podálico), tornozelo
(tarsal),

Região posterior ou dorsal

Base do crânio (occipital).


Ombro (acromal), escápula (escapular), coluna vertebral (vertebral), dorso (dorsal), parte posterior
do cotovelo (olecraniano), lombo (lombar), entre os ossos do quadril (sacral), nádegas (glúteo).
Parte posterior do joelho (poplítea), panturrilha (sural), calcanhar (calcâneo), planta do pé
(plantar).

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1.7 – QUADRANTES ABDOMINAIS

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Ao movimentarmos o nosso corpo, fazemos uso das


cartilagens, articulações, ossos e músculos, a esse conjunto damos o
nome de sistema locomotor. É ele que nos permite realizarmos todos
os nossos movimentos: correr, andar, dançar, pular, sentar... Esse
sistema é comandado por outro o sistema nervoso central – SNC.

As estruturas ósseas correspondem a cerca de 20% do peso


corporal e tem como função:

• Proteção;
• Apoio;
• Locomoção;
• Armazenamento de minerais;
• Sustentação.

2.1- OSSOS

CAMADA ESPONJOSA DIÁFISE CAMADA RÍGIDA

EPÍFISE MEDULA

Existem 206 ossos no corpo humano eles apresentam grande variedade de forma, tamanho e estrutura
interna.
Os ossos longos, como por exemplo, o fêmur, localizado na coxa, tem sua estrutura composta
externamente por uma camada densa e rígida, e internamente por outra camada, esponjosa, onde se
localiza a medula óssea – a qual possui um tecido de coloração avermelhada e forma a maior parte das
células sangüíneas. No corpo do osso, chamado de diáfise, há uma membrana fibrosa, o periósteo, que o
reveste externamente. As extremidades, onde se processa o crescimento do tecido ósseo por acréscimo de
camadas superficiais, são chamadas de epífises e recobertas de cartilagem para facilitar o movimento.
Os ossos chatos ou planos,, que são largos, compridos e finos. Como exemplo, podemos citar a
escápula, mais compacta, que não produz células sangüíneas - encontrada na face posteriorposter do tórax,
bilateralmente. Geralmente, esses ossos desempenham funções de proteção - como os ossos planos do
crânio, que protegem o cérebro.
Os ossos curtos,, que possuem as três dimensões mais ou menos iguais (assemelhando-se
(assemelhando a um cubo) e
são encontrados apenas no tornozelo (tarso) e punho (carpo).

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Os ossos irregulares,, que possuem diversas formas como aqueles da face, e os ossos sesamóides, que
se desenvolvem em certos tendões (por exemplo, a patela) e são encontrados no cruzamento dos tendões
com as extremidades dos ossos longos nos membros, protegem os tendões do desgaste excessivo e
geralmente mudam o ângulo dos mesmos quando passam por suas inserções.

VAMOS CONHECER O ESQUELETO HUMANO


O esqueleto humano está dividido em cabeça, tronco e membros. Cada parte dessa divisão é
formada por ossos unidos pelas cartilagens. Junto com o seu professor realize essa divisão abaixo:

Dorso Frente

O desenvolvimento dos ossos

Os ossos são estruturas vivas e


dinâmicas que se modificam ao longo do
tempo. A maioria dos ossos do esqueleto
desenvolve-se
se a partir de um processo de
substituição de cartilagem. Ele se fortalece
porque velhas células ósseas morrem e são
reabsorvidas, facilitando o depósito de cálcio,
enquanto novas vão surgindo, transformando
transforman
parte da cartilagem em osso.

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CABEÇA

Divide-se em crânio e face. O crânio é a parte posterior com contorno arredondado, ele envolve o
encéfalo e as meninges (pia-máter, aracnóide e dura-máter) que iremos estudar no sistema nervoso
central, as partes proximais dos nervos cranianos e vasos sanguíneos. A face pode ser identificada
facilmente, pois é onde encontramos os olhos, boca e nariz.

Abaixo vamos identificar os ossos que compõem essas duas regiões. A tabela ao lado os ajudará.

7 1 Antigamente, o osso zigomático


era chamado de malar e a
mandíbula, de maxilar inferior.

8 2 1. Osso frontal;
2. Osso nasal;
9 3 3. Osso lacrimal;
4. Vômer;
5. Osso maxilar;
10 4 6. Mandíbula;
7. Osso parietal;
5 8. Grande asa do
esfenóide;
9. Osso temporal;
10. Osso zigomático.
6

TRONCO

Formado por sua parte anterior: costelas, esterno e clavícula e em sua parte posterior: escápulas e
as vértebras que formam a coluna onde se localiza a medula.

A coluna vertebral inicia-se logo abaixo do crânio e é formada por cinco regiões distintas.
Inicialmente, localiza-se a região cervical, composta por sete vértebras. A primeira e a segunda vértebra,
respectivamente denominada Atlas e Axis, são responsáveis pela sustentação e movimentação da cabeça. A
seguir, temos a região torácica ou dorsal, totalizando doze vértebras. Abaixo desta situa-se a região lombar,
com cinco vértebras; logo após a região sacral, também com cinco vértebras, fixadas entre si. Ao final da
coluna, temos a região coccigeana com quatro vértebras, também fixadas entre si (figura 5). Cada vértebra
possui um espaço no centro, conhecido como forâmen vertebral. O posicionamento das vértebras, umas
sobre as outras, permite a formação do canal vertebral, por onde passa a medula espinhal.
A caixa torácica óssea, além das costelas e esterno, inclui as vértebras torácicas e seus discos
intervertebrais, formando um arcabouço ósteo-cartilaginoso que protege o coração, pulmões e alguns
órgãos abdominais, como o fígado, por exemplo.
A caixa torácica é composta por vinte e quatro costelas (em doze pares), mais o osso esterno,
denso e grosso. As costelas têm forma chata e alongada e o espaço entre elas é chamado de espaço
intercostal.
Na sua maioria, é fixado posteriormente nas vértebras da região torácica ou dorsal e
anteriormente no osso esterno – osso achatado composto pelo manúbrio (parte superior), corpo (parte

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mediana) e apêndice xifóide (parte inferior). Aquelas diretamente articuladas ao osso esterno são
denominadas costelas verdadeiras (da 1ª a 7ª); as falsas (da 8ª a 10ª) são aquelas que se articulam às
cartilagens do osso esterno, e não diretamente a ele. Já as costelas flutuantes (da 11ª a 12ª) são aquelas
que não têm contato com o osso esterno, sendo fixadas somente nas vértebras da região dorsal.
A caixa torácica óssea, além das costelas e esterno, inclui as vértebras torácicas e seus discos
intervertebrais, formando um arcabouço ósteo-cartilaginoso
ósteo cartilaginoso que protege o coração, pulmões e alguns
órgãos abdominais, como o fígado,, por exemplo.
exemplo

cartilagem

manúbrio cervicais

esterno

dorsal

costelas torácica

apêndice xifóide

costelas falsas lombar

costelas flutuantes sacral

vértebras cóccix

MEMBROS

O esqueleto dos membros esta dividido em membros


superiores e inferiores, é composto pela cintura escapular
(cíngulo peitoral) e pelos ossos dos braços e mãos.

A região do braço inicia-sese no ombro ou cintura


escapular, de onde parte a clavícula - osso longo e fino,
situado na parte anterior do corpo. Já a escápula, de forma
achatada e triangular, localizam-se
se na sua parte posterior. O
úmero, osso do braço situado na porção proximal, apresenta
forma longa e tem uma das
extremidades encaixada na escápula - gerando a articulação
que permite a realização de movimentos diferenciados em
várias direções. O antebraço (porção distal), por sua vez, é composto por dois ossos denominados rádio e
ulna, que se articula com o úmero em uma de suas extremidades, formando o cotovelo. Para se distinguir
os ossos do antebraço, basta esticar o braço com a palma da mão voltada para cima e observar que o osso
do mesmo lado do dedo polegar é o rádio; o outro, na direção do dedo mínimo, é a ulna. Estes dois ossos
possuem forma longa, porém são mais finos quando comparados ao úmero. Nas mãos, mãos (encontramos três
diferentes grupos de ossos. O punho ou carpo é formado
formado por oito pequenos ossos. Na palma da mão ou

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metacarpo, somam-se se cinco ossos pequeninos. Os dedos compõem-se de três ossículos denominados
falange proximal, falange medial e falange distal – exceto o polegar, formado por apenas dois ossículos
(não há falange medial). O enriquecimento
de sua alimentação diária
pode ajudar na retenção de
crista ilíaca cálcio, nos ossos,
fortalecendo
fortalecendo-os. Os alimentos
íleo como ovo, peixe, laranja,
amêndoa, brócolis, couve,
vértebras sacrais
leite e derivados com baixo
sínfese púbica teor
eor de gordura são ricos em
acetábulo cálcio. Junto com a
púbis alimentação, a prática de
esportes e a exposição ao sol
ísquio vértebras coccígeas auxiliam a produção de
vitamina D, que ajuda ao
cabeça do fêmur
organismo a reter mais
cálcio...

O quadrilil ou cintura pélvica é considerado parte integrante do esqueleto dos membros inferiores.
São formados por três ossos – ilíacos,
ilíacos ísquio e púbis – que, juntamente, com o sacro e o cóccix, constituem
a bacia ou pélvis.. O ílio é o maior osso do quadril e situa-se
situa na parte superior lateral da pélvis, oferecendo
suporte para as vísceras abdominais. Forma a parte parte superior do acetábulo (depressão côncava) na face
lateral do osso do quadril, onde se articula com a cabeça do fêmur. Sua parte superior é conhecida como
crista ilíaca. O ísquio forma a parte póstero-inferior
póstero da pélvis e é o principal ponto de apoio quando a
pessoa está sentada. O púbis situa--se na parte anterior da pélvis e liga-se se ao ílio e ao ísquio, originando o
que se denomina sínfise púbica.
Na coxa, encontra-se se o fêmur, o mais longo osso do corpo humano, que tem uma de suas
extremidades articulada com o quadril e a outra, com o joelho.
A perna é constituída por três ossos: dois longos e um curto. A patela fica localizada no joelho, o
qual une a coxa com a perna. A tíbia localiza-se
localiza se na parte anterior da perna; a fíbula, na parte posterior.
Podem ser diferenciadas pela espessura: a primeira é mais grossa que a segunda (também conhecida como
osso da canela) A extremidade distal da fíbula forma o maléolo externo,
externo, chamado de osso do tornozelo.
tornozelo
Os pés,, principais pontos de apoio de todo o esqueleto, são compostos
mpostos por três divisões distintas:
tarso, metatarso e falange. Tarso (com sete ossos) é a parte articulada com a perna, onde também se
encontra o calcanhar; o metatarso (com cinco ossos) é a região mediana do peito do pé; a falange (com
quatorze ossos) é a extremidade do corpo e divide-se divide se em proximal, média e distal. O hálux só possui a
falange proximal e distal. Em um pé, totalizamos 26 ossos.

Calcâneo maléolo lateral da fíbulaa fíbula tíbia fíbula

Calcâneo

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Vértebras da coluna

Ao tocarmos algumas regiões do nosso corpo, como a


orelha e a ponta do nariz, são possíveis percebermos alguma
mobilidade. DISCO INVERTEBRAL
NORMAL
Você sabe por que isso ocorre?

Devido à existência de cartilagens,


cartilagens tecido flexível formado
principalmente por fibras colágenas, com consistência semelhante
PROCESSO
a da borracha, em cuja estrutura não há vasos sanguíneos. TRANSVERSO

TIPOS DE CARTILAGENS
CORPO VERTEBRAL
Hialina: reveste as superfícies articulares e é encontrada
principalmente nas paredes das fossas nasais, traquéia e brônquios,
na extremidade ventral das costelas e recobrindo as superfícies
articulares dos ossos longos; DISCO INVERTEBRAL
NORMAL
Fibrosa ou fibrocartilaginosa: tecido intermediário entre o
conjuntivo denso e a cartilagem hialina. É encontrada nos discos
invertebrais, nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se
inserem nos ossos e na sínfise púbica.

Elástica: assemelha-se
se à cartilagem hialina, porém
por inclui, além das fibrilas de colágeno, uma abundante
rede de fibras elásticas finas e contínuas. Este tipo é menos sujeito a processos degenerativos do que a
hialina. Localiza-se
se no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na epiglote e na cartilagem
cartil
cuneiforme da laringe.

Na anatomia do corpo as articulações são a junção de dois ou mais ossos distintos, permitindo o seu
movimento. Essa união dos ossos pelas articulações pode ser móveis, imóveis ou de movimentos limitados,
podendo assim ser classificadas como: fibrosas, cartilaginosas
cart e sinoviais.

• Fibrosas: unidas pelo tecido conjuntivo fibroso, movimento limitado;

• Cartilaginosas: formada pelo tecido cartilaginoso ou por uma combinação de tecido fibroso e
cartilagem, permite pouca habilidade;
• Sinoviais: composta de líquido sinovial
sinovial que circunda a cavidade articular tem movimentação livre.

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Articulações sinoviais

musculatura úmero

membrana sinovial

cavidade articular

cápsula articular

cartilagem articular côndio

rádio ulna

Observando-sese os ossos do crânio, pode-se


pode verificar que os mesmos estão firmemente encaixados
entre si e que suas extremidades são irregulares, ou seja, nem retas nem lisas. Isto exemplifica a sinartrose,
definida como articulação imóvel ou fixa. Já os movimentos realizados pela coluna vertebral, limitados,
representam um exemplo de anfiartrose,
anfiartrose ou seja, articulação semimóvel.
Nas articulações, há também os ligamentos, responsáveis pela união dos ossos, limitando-lhes
limitando os
movimentos a determinadas direções. Esses ligamentos são constituídos dos por tecido conjuntivo fibroso
fibro e
encontram-sese fortemente unidos à membrana de revestimento
rev do osso denominada periósteo. Quando a
articulação não possui ligamentos eficientes, há necessidade do apoio muscular, sendo este o maior
responsável pela estabilidade do conjunto.

As principais articulações do esqueleto humano são têmporomandibular,


têmporomandibular, processo articular
vertebral, coxo-femoral,
femoral, joelho, calcanhar, ombro, cotovelo, punho.

Os principais movimentos articulares são:

• Flexão: diminui o ângulo entre as partes do corpo;


• Extensão: corrige ou aumenta o ângulo entre as partes do corpo;
• Abdução: afasta parte do corpo do plano sagital mediano no plano coronal;
• Adução: aproxima parte do corpo do plano sagital mediano, no plano coronal - exceção feita aos
dedos das mãos e pés, nos quais abdução significa separá-los
separá los e adução, juntá-los;
juntá
• Rotação: mover uma parte do corpo ao redor do seu eixo longitudinal.

O aumento excessivo de líquido


sinovial na articulação do joelho é
popularmente conhecido como
“água no joelho”

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O sistema muscular é formado pelo conjunto de músculos do nosso corpo. Existem cerca de 600
músculos no corpo humano; juntos eles representam de 40 a 50% do peso total de uma pessoa.
A nossa capacidade de locomoção dependem da ação conjunta de ossos,
articulações e músculo, sob a regulação do sistema nervoso. Ao
dobrar firmemente o braço, você fará um movimento de flexão
contraindo o músculo bíceps, que ficará mais curto e grosso; ao
estendê-lo,
lo, o músculo retornará a seu tamanho original. Quando
nos espreguiçamos, acontece um alongamento nos músculos.
Analisando-se se esses dois exercícios pode-se
pode compreender a
principal característica do tecido muscular: sua capacidade
“elástica” de contração e distensão, gerando movimentos que nos
permitem andar, correr, saltar, nadar, escrever, impulsionar o
alimento ao longo do tubo digestório, promover a circulação do
sangue no organismo, urinar, defecar, piscar os olhos, rir, respirar
entre outras atividades corporais.
Para que um músculo funcione, ou seja, para a realização
do movimento, faz-se se necessário um comando do cérebro -
enviado pelos nervos motores e cujo resultado é a contração
muscular. Ao ficar paralisado por longo tempo o músculo perde
suaa tonicidade, o que dificulta ou impede seu movimento. Para
sua recuperação a pessoa precisará praticar exercícios de fisioterapia – o
que fará com que o músculo, aos poucos, retome os movimentos perdidos.
Todas as pessoas possuem a mesma quantidade de músculos,
músculos, mas cada uma apresenta diferenças
em relação à forma e tamanho. Os músculos variam de volume
quando exercitados com freqüência, tornando-
tornando se mais delineados e
desenvolvidos, como podemos observar nos esportistas. Ao tocar
sua coxa

você pode perceber


ber a extensão do músculo que a constitui,
considerado um músculo grande. Ao contrário, seu rosto exemplifica
um conjunto de músculos pequenos.

2.4.1- MÚSCULOS E FIBRAS

Ao observar um pedaço de carne crua, percebemos que ela é


formada por inúmeros fios paralelos e presos uns aos outros por
tecido conjuntivo (parte branca e pelanca). Depois do cozimento, o
tecido conjuntivo se altera e já não prende tão bem esses fios. Assim,
Ass
fica fácil desfiar a carne. Os fios observados são feixes de fibras
musculares. Cada fibra muscular ou miócito é uma célula longa e
fina, com muitos núcleos e com o citoplasma ocupado por filamentos
microscópicos chamados miofibrilas. As miofibrilas permitem
pe a
contração muscular e, portanto, nossos movimentos.
O músculo, constituído por fibras, possui forma alongada,
parte central alargada (ventre, porção carnosa contrátil) e
extremidades afuniladas que se fixam aos ossos ou órgãos por meio

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de tendões (cordões fibrosos) ou aponeuroses (lâminas fibrosas). Cada fibra muscular é uma célula longa e
fina, com vários núcleos e filamentos microscópicos a preencher seu citoplasma. O conjunto de fibras
constitui o feixe muscular e cada músculo possui numerosos feixes.
Em algumas regiões do corpo, a musculatura é diferenciada de acordo com a função a ser
desempenhada.

2.4.2 - FUNÇÕES DOS MÚSCULOS


Os músculos representam
40% do peso do osso
a) Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, corpo.
como andar e correr. Os músculos estriados são
b) Estabilização das Posições Corporais: As contrações dos músculos às vezes chamados de
esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção “músculos vermelhos”, por
das posições corporais. causa de uma proteína
c) Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das chamada de mioglobina.
faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do Essa proteína é uma
conteúdo de um órgão oco. espécie de “parente” da
d) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos hemoglobina das
hemácias: tem um quarto
músculos lisos das paredes vasos sangüíneos regulam a intensidade do
do tamanho dela, é
fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e
vermelha e capaz de se
gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem
combinar com o gás
o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração. oxigênio. A mioglobina
e) Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz funciona como um
calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na reservatório do gás
manutenção da temperatura corporal. oxigênio para as atividades
musculares.
2.4.3 – TIPOS DE MÚSCULOS

A musculatura esquelética estriada, situada nas camadas superficiais do corpo, liga-se firmemente
às cartilagens e aos ossos por meio de tendões ou aponeuroses Seus movimentos são voluntários,
comandados pela vontade. Ela recobre todo o esqueleto, permitindo o controle dos movimentos da face,
pernas, braços, etc.

A musculatura lisa ou visceral, responsável pelo movimento de órgãos como o esôfago, o


estômago e os intestinos, contrai-se lentamente, independente de nossa vontade. Além disso, faz parte da
maioria dos vasos e controla o fluxo do sangue através dos vasos sangüíneos.
A musculatura do coração, músculo estriado cardíaco, também conhecido como miocárdio, é
responsável por seus movimentos (batimentos cardíacos) e contrai-se vigorosa e involuntariamente, apesar
de composta por fibras estriadas.

2.4.4 – TRABALHO E FADIGA MUSCULAR

Uma das principais propriedades dos músculos é a capacidade de se contrair; a contratilidade; é ela
que torna possíveis os movimentos.
No caso dos músculos estriados esqueléticos, os ossos atuam como alavancas e permitem a
efetivação do movimento. Às vezes, o movimento é possível graças ao trabalho antagônico de dois
músculos. Por exemplo: quando você dobra um braço, o bíceps braquial se contrai, diminui no
comprimento e aumenta na espessura. Ao mesmo tempo, o tríceps braquial relaxa. Ao esticar o braço, a
situação se inverte: o bíceps braquial relaxa, voltando ao tamanho normal, e o tríceps braquial se contrai.
Quando uma pessoa realiza um esforço muscular muito intenso, é comum ela ficar cansada e sentir
dores na região muscular mais solicitada. É a fadiga muscular, que ocorre por causa do acúmulo de ácido
lático no músculo.

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Em situação de intensa atividade muscular, os músculos estriados esqueléticos necessitam de


muita energia. Essa energia é obtida pela “queima” de alimento com o uso de gás oxigênio. Mas, nesse
caso, parte da energia necessária para a atividade muscular é obtida também por um tipo de fermentação,
um mecanismo de “queima” de alimento sem utilização gás oxigênio. A fermentação que ocorre no
músculo é chamada fermentação láctica, pois gera ácido láctico como produto final. Após um período de
repouso, o ácido láctico presente no músculo da pessoa é “queimado”, e as dores musculares
desaparecem.

2.4.5 - GRUPOS MUSCULARES

a) Cabeça
b) Pescoço Tonicidade – estado em que
os músculos apresentam vigor
c) Tórax ou energia; o seu oposto é a
d) Abdome flacidez.
e) Região posterior do tronco
f) Membros superiores
g) Membros inferiores
h) Órgãos dos sentidos
i) Períneo

2.4.5.1 - MÚSCULOS DA FACE E PESCOÇO

Os músculos da face contraem-se e relaxam-se inúmeras vezes, o que nos permite expressar
sensações como sorrir, chorar, espantar-se, sentir dor, raiva, etc. Cada uma dessas expressões envolve
movimentos de diversos músculos faciais, também conhecidos como mímicos.
Ao nos alimentarmos faz-se necessária a mastigação, processo que exige a participação dos
músculos mastigadores. Localizem em seu próprio corpo, com o uso de um espelho, ou em seu colega, os
músculos a seguir comentados.

Na face:

Frontal: situa-se na testa e forma rugas quando elevado;

Músculo do supercílio: realiza os movimentos de elevação e aproximação das sobrancelhas;

Orbicular dos olhos: localiza-se em torno das pálpebras e realiza os movimentos de abrir e fechar
os olhos;

Músculo do nariz: responsável pelo movimento de franzir o nariz;

Bucinador: situa-se na bochecha e atua nos movimentos de inflar e contrair;

Masseter: localiza-se nos lados da face, movimentando-se durante a mastigação;

Orbicular dos lábios: situa-se em volta dos lábios e é responsável pelo sopro, sucção, beijo estalado
e assobio;

Músculo depressor do lábio inferior: atua na projeção do lábio inferior e na contração do queixo.
No pescoço são encontrados os músculos platisma e esternocleidomastóide (responsável pela
rotação da cabeça).

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Frontal

Músculo do supercílio

Orbicular do olho

Orbicular dos lábios

Masseter Depressor
epressor do lábio inferior

Bucinador esternocleidomastóide

platisma

2.4.5.2 - MÚSCULOS DOS MEMBROS SUPERIORES

Determinados movimentos necessitam dos músculos flexores,, que participam da retração


muscular; outros, dos músculos extensores,
extensores, que permitem a extensão do membro.
Na região do braço localizam-se
localizam se os músculos com grandes massas, responsáveis pela força. Os
principais são:

Deltóide – encontra-se na articulação do ombro e produz a elevação do braço - é nele que se aplica
a injeção intramuscular;
Bíceps – localiza-se
se na parte anterior do braço, sendo responsável pela flexão do antebraço sobre si
mesmo – é bem delineado em pessoas que exercem práticas
prática esportivas;
Tríceps – situa-se
se na parte posterior do braço e afasta o antebraço do bíceps.
Flexor dos dedos – situa-se
se na parte anterior do antebraço e promove a flexão dos dedos;
Extensor dos dedos – localiza-se
localiza se na parte posterior do antebraço, sendo responsável pelo
afastamento dos dedos.

Deltóide

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2.4.5.3 – MÚSCULOS DO TÓRAX

Trapézio – localiza-se
se na região superior das costas, sendo responsável pela elevação dos ombros -
é nele que se realiza a massagem de conforto;
Grande dorsal – situa-sese na região inferior das costas, tendo como função principal levar o braço
para trás;
Peitoral maior – como o nome indica, localiza-se
localiza no peito, permitindo o movimento do braço para
frente;
Grande denteado – situa--se na parte lateral do tórax, promovendo a elevação das costelas,
ajudando, dessa forma, o processo de respiração.

2.4.5.4 – MÚSCULOS DO ABDOME

Reto abdominal – localiza--se na frente do abdome ou barriga, sendo responsável por dobrar o
tórax sobre o abdome, ajudando na inspiração (entrada de ar no organismo) forçada;
Oblíquo externo – situa-se
se nos lados do abdome; atua comprimindo as vísceras e inclinando o
tórax para frente;

Diafragma – separa o tórax do abdome e ajuda na inspiração. A musculatura abdominal é também


responsável pela sustentação do peso e pressão dos órgãos viscerais.
Na prática de seu trabalho três posições distintas são muito utilizadas;

Decúbito dorsal - quando o corpo se encontra com o dorso (costas) em contato com a superfície de
apoio (maca ou leito);

Decúbito ventral - quando o corpo está apoiado sobre o ventre (de barriga para baixo);

Decúbito lateral - quando o corpo está apoiado em um lado específico, seja o direito ou o
esquerdo.

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2.4.5.5 - MÚSCULOS DOS MEMBROS INFERIORES

Grande glúteo ou glúteo superior - localiza-se nas nádegas e permite a extensão da coxa;
Quadríceps - situa-se
se na parte anterior da coxa, sendo responsável pela extensão da perna;
Costureiro - é o músculo mais longo do corpo: inicia-se
inicia se no quadril, cruza a coxa e termina na lateral
interna do joelho; sua função é aproximar a coxa do abdome;
Bíceps crural ou femoral – localiza-se
localiza se na face posterior da coxa, permitindo o movimento de flexão
das pernas;
Gêmeos ou gastrocnêmios – situam-se na face posterior da perna (“batata” batata” da perna) e são
responsáveis pela extensão dos pés. Por sua vez, os pés apresentam movimentos de extensão,
flexão e rotação – possíveis devido à utilização dos músculos extensores e flexores neles inseridos
por meio dos tendões.
Vasto lateral da coxa

Revestimento dos tendões Músculo extensor dos dedos

Tendões

Tendões dos músculos


extensores

Músculos extensores dos dedo

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2.4.5.6 – MÚSCULOS DO PERÍNEO

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A pele reveste todo o corpo humano, exercendo funções indispensáveis para a manutenção da
vida. Adicionalmente, como vive em perfeita harmonia com o organismo, reflete seu estado de saúde.
Ao mesmo tempo em que mantém a temperatura corporal estável, protege-o contra agressões
físicas, químicas e biológicas, além de captar sensações e participar da síntese de vitamina D, pela utilização
dos raios solares. Internamente, temos a mucosa, nome dado ao tegumento que reveste as cavidades
internas como, por exemplo, a mucosa oral.
A coloração da pele depende da espessura (quanto mais espessa mais amarela), do grau de
irrigação sangüínea (o que a torna mais ou menos rosada), da presença de melanina (um pigmento que
escurece a pele) e da absorção do caroteno (responsável pela tonalidade amarela). Quanto maior a
quantidade de melanina existente, mais intensa será a cor.

3.1. Camadas da pele

A pele é formada por três camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme ou tecido celular
subcutâneo.
A epiderme, por sua vez, é constituída por cinco camadas, sendo que a quinta, a camada córnea
rica em queratina, só existe nas palmas das mãos e plantas dos pés. A camada mais interna, situada logo
acima da derme, é a responsável pelo surgimento das células epiteliais, sendo por isso chamada de
germinativa ou basal. Conforme as células vão surgindo na camada basal, as demais vão amadurecendo e
sendo empurradas para camadas superiores pelas células mais jovens. Sofrem um processo de
queratinização que as torna mais resistentes e impermeáveis, até se depositarem na camada superior da
epiderme, quando, então, já estão mortas e são eliminadas por descamação. Nesta camada também se
localiza a melanina, responsável pela coloração da pele, que apresenta maior concentração nas pessoas da
raça negra.
A epiderme é responsável pela impermeabilidade da pele, o que dificulta a evaporação da água
pela superfície corporal.

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A derme,, localizada logo abaixo da epiderme, é um tipo de tecido conjuntivo que também possui
fibras elásticas. Nesta camada, que é bem vascularizada, encontram-se
se as terminações nervosas, vasos

linfáticos, glândulas sebáceas e alguns folículos pilosos.


pi Nela se desenvolvem as defesas contra agentes
nocivos que tenham vencido a primeira barreira, ou seja, a epiderme. Em sua atividade profissional, você
perceberá que é na derme que se realizam a maioria dos testes cutâneos e administração de vacinas -
como a BCG, por exemplo.
A derme mantém a pele sob constante tensão elástica e forma a impressão digital pela projeção
das papilas dérmicas para a epiderme, com formato de cristas separadas por sulcos. O tecido celular
subcutâneo ou hipoderme encontra-se
encontra logo abaixo da derme. É um tecido conjuntivo gorduroso (tecido
adiposo), representando importante reserva calórica para o organismo, além de funcionar em algumas
partes do corpo como um coxim (almofada) - denominado panículo adiposo -,, evitando traumas. É nele que
encontramos, em pessoas obesas, os “detestados” excessos de gordura.
No entanto, o panículo adiposo proporciona proteção contra o frio. Distribui-se
Distribui por toda a
superfície do corpo e varia de acordo com a idade, sexo, estado nutricional e taxa de hormônios. Por ser
mais vascularizada que a derme essa camada da pele é capaz de absorver com maior rapidez as substâncias
O hábito de massagear diariamente a pele com um creme hidratante mantém a boa irrigação de sangue nas células da
epiderme. Tal procedimento é particularmente importante no caso caso de pacientes acamados que, devido à má circulação
sangüínea e à morte prematura de células epidérmicas por falta de oxigenação, podem apresentar lesões
les de pele, denominadas.

nela injetadas – motivo pelo qual recebe a administração de certas medicações, como a insulina para
pacientes diabéticos, por exemplo.

3.2. Anexos da pele

Se a pele tem importância para a saúde das pessoas, seus


anexos não podem ser esquecidos: os pêlos, glândulas sebáceas,
glândulas sudoríparas e unhas.
Aparentemente, pode parecer que os pêlos são superficiais,
mas se você depilar a sobrancelha, por exemplo, verificará que eles
têm uma inserção profunda, pois se situam em invaginações
(saliências) na epiderme.
Os pêlos são constituídos
onstituídos por células queratinizadas
produzidas por folículos pilosos,, localizados na derme ou hipoderme,
onde se abrem as glândulas sebáceas. Têm por função proteger áreas
de orifícios e olhos, possuindo rica inervação que lhes confere, ainda,
o papel de aparelho sensorial cutâneo.
cutâneo
A cor dos pêlos, tamanho e disposição variam de acordo com a raça e a região do corpo. Estão
presentes em quase toda a superfície da pele, exceto em algumas regiões bem delimitadas.
As glândulas sebáceas situam-se
situam na derme e, como já dito, formam- se junto aos pêlos, podendo
existir várias para cada folículo piloso. Em certas regiões, como lábio, glande e pequenos lábios da vagina,
os ductos das glândulas sebáceas abrem-se
abrem se diretamente na pele. São responsáveis pela secreção de
gorduras que lubrificam e protegem a superfície da pele e estão presentes em todo o corpo, exceto nas
palmas das mãos e plantas dos pés.
As glândulas sudoríparas são encontradas em toda a pele, exceto em certas regiões, como a
glande. Secretam o suor – soluçãoução extremamente diluída, que contém pouquíssima proteína -, além de
sódio, potássio, cloreto, amônia e ácido úrico. Nas palmas das mãos e plantas dos pés se abrem
diretamente na superfície cutânea, sendo mais numerosas nessas áreas. Ao atingir a superfície
superfíc da pele o
suor se evapora, baixando a temperatura corporal. Dessa forma, exercem importante papel no controle da
temperatura corporal – motivo pelo qual suamos mais no calor e menos no frio. A presença de catabólitos
no suor sugere que as glândulas sudoríparas
sudo também têm função excretora. Quando desembocam nos

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folículos pilosos são chamadas de glândulas sudoríparas apócrinas e localizam-se apenas nas regiões
axilares, perianal e pubiana. Podem ser estimuladas pela tensão emocional e sua secreção é ligeiramente
viscosa e sem cheiro, mas adquire odor desagradável e característico pela ação de bactérias na pele.
As unhas recobrem a última falange dos dedos e são formadas por queratina dura e fixadas sobre a
epiderme nos denominados leitos ungueais. Crescem apenas longitudinalmente, não para os lados.
Protegem as pontas dos dedos, evitando traumatismos e possuem em seu contorno uma espécie de selo
chamado cutícula, que impede a entrada de agentes infecciosos, como bactérias. Para o profissional de
saúde, a pele deve ser objeto de atenção especial, pois sua coloração, textura e aparência podem ser
indicativos de alterações no organismo. Por outro lado, os cuidados básicos de higiene e hidratação são
essenciais para a manutenção da saúde em geral.

Quando sentimos frio ou estamos em uma situação considerada “arrepiante”,


podemos observar que os pêlos ficam eretos, arrepiados, devido à função sensorial da
pele.
Ao cuidar das unhas, muitas pessoas têm o hábito de retirar a cutícula, o que
pode resultar na contaminação do leito ungueal e em processos inflamatórios –
vulgarmente conhecidos por “unheiro” – que podem até mesmo causar, conforme o
grau de agressão, uma deformação permanente na unha. O cuidado com as unhas deve
limitar-se à limpeza, escovação e corte.

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O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de tubos de


vários tipos e calibres, que põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro
desses tubos circula o sangue, impulsionado pelas contrações rítmicas do
coração.

O sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com grande eficiência:

Transporte de gases: Os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigênio e pela eliminação de


dióxido de carbono, comunicam-se
comunicam se com os demais tecidos do corpo por meio do sangue.
Transporte de nutrientes: No tubo digestivo, os nutrientes resultantes da digestão passam através
dee um fino epitélio e alcançam o sangue. Por essa verdadeira "auto-estrada",
"auto estrada", os nutrientes são
levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líquido intersticial que banha as células.
Transporte de resíduos metabólicos: A atividade metabólica das células do corpo origina resíduos,
mas apenas alguns órgãos podem eliminá-los
eliminá los para o meio externo. O transporte dessas
substâncias, de onde são formadas até os órgãos de excreção, é feito pelo sangue.
Transporte de hormônios: Hormônios
rmônios são substâncias secretadas por certos órgãos, distribuídas
pelo sangue e capazes de modificar o funcionamento de outros órgãos do corpo.
Intercâmbio de materiais: Algumas substâncias são produzidas ou armazenadas em uma parte do
corpo e utilizadass em outra parte. Células do fígado, por exemplo, armazenam moléculas de
glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, que o sangue leva para outras células do
corpo.
Transporte de calor: O sangue também é utilizado na distribuição homogênea de calor ca pelas
diversas partes do organismo, colaborando na manutenção de uma temperatura adequada em
todas as regiões; permite ainda levar calor até a superfície corporal, onde pode ser dissipado.
Distribuição de mecanismos de defesa: Pelo sangue circulam anticorpos
icorpos e células fagocitárias,
componentes da defesa contra agentes infecciosos.
Coagulação sangüínea: Pelo sangue circulam as plaquetas, pedaços de um tipo celular da medula
óssea (megacariócito), com função na coagulação sangüínea. O sangue contém ainda
aind fatores de
coagulação, capazes de bloquear eventuais vazamentos em caso de rompimento de um vaso
sangüíneo.
O sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior, constituído por tubos,
que são chamados vasos, e por uma bomba percussora
percussora que tem como função impulsionar um líquido
circulante de cor vermelha por toda a rede vascular.
O sistema cardiovascular consiste no sangue, no coração e nos vasos sangüíneos. Para que o sangue
possa atingir as células corporais e trocar materiais com
com elas, ele deve ser constantemente, propelido ao
longo dos vasos sangüíneos.

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4.1 – O CORAÇÃO

O coração é um órgão musculoso oco, o miocárdio,


com fibras estriadas, revestido externamente pelo
pericárdio (serosa). O coração é do tamanho aproximado de
um punho fechado e com peso em média de 400 g, tem
cerca de 12 cm de comprimento por 8 a 9 cm de largura.
la O
coração quase sempre continua a crescer em massa e
tamanho até um período avançado da vida; este aumento
pode ser patológico. Ele se localiza no meio do peito, sob o
osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda.
Ocupa no tórax, a região conhecida
nhecida como mediastino
médio.. O coração funciona como uma bomba, recebendo o
sangue das veias e impulsionando-o o para as artérias.
O coração bombeia sangue para todo o corpo
através de uma rede de vasos. O sangue transporta oxigênio
e substâncias essenciaisis para todos os tecidos e remove
produtos residuais desses tecidos.
O coração é formado por quatro cavidades; as
aurículas direitas e esquerdas e os ventrículos direito e
esquerdo. O lado direito do coração bombeia sangue
carente de oxigênio, procedente dos tecidos, para os pulmões, onde este é oxigenado. O lado esquerdo do
coração recebe o sangue oxigenado dos pulmões, impulsionando-os,
impulsionando os, através das artérias, para todos os
tecidos do organismo.
A atividade do coração consiste na alternância da contração (sístole) e do relaxamento (diástole)
das paredes musculares das aurículas e ventrículos. Durante o período de relaxamento, o sangue flui das
veias para as duas aurículas, dilatando-as
dilatando as de forma gradual. Ao final deste período, suas paredes se
contraem e impulsionam
mpulsionam todo o seu conteúdo para os ventrículos. A sístole ventricular segue-se segue
imediatamente a sístole auricular. A contração ventricular é mais lenta e mais energética. As cavidades
ventriculares se esvaziam quase que por completo com cada sístole, depois, depois, o coração fica em um
completo repouso durante um breve espaço de tempo.

VISTA FRONTAL

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VISTA POSTERIOR

• A função básica do sistema cardiovascular é a de levar material nutritivo e


oxigênio às células.
• O coração é a bomba que promove a circulação de sangue por cerca de 100 mil
quilômetros de vasos sangüíneos.
• A freqüência cardíaca normal é de 80 batimentos por minuto, em situação de
repouso.

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4.2- O sangue

O sangue é um tecido vivo que tem como principais funções


transportar o oxigênio dos pulmões para o corpo, defender o organismo contra
infecções e promover a coagulação. O sangue recebe os alimentos já
assimilados e os transporta para as células. Recolhe também todos os resíduos
que se formam nos órgãos e os leva até os rins para serem eliminados através
da urina.
É composto de uma parte líquida e de uma parte sólida. A parte
líquida é o plasma, que contém proteínas, hormônios e fatores de
coagulação, entre outros componentes. Se colhermos uma pequena
quantidade de sangue observaremos que em pouco tempo haverá a separação
entre um líquido amarelado e uma massa vermelha (coágulo). Assim, verificamos que o sangue é formado
de uma parte líquida, denominada plasma, e de uma parte sólida, composta por células e fragmentos de
células (elementos figurados).

4.2.1 - O plasma

O plasma representa 56% do volume sangüíneo e é constituído por 90% de água e diversas
substâncias, como proteínas, sais inorgânicos, aminoácidos, vitaminas, hormônios, lipoproteínas, glicose e
gases - oxigênio, gás carbônico e nitrogênio -, diluídos em seu meio.
Os sais minerais, juntamente com a água, regulam a pressão osmótica, ou seja, a força que
pressiona a passagem de água através de uma membrana de um local menos concentrado para outro mais
concentrado. Os principais sais minerais são o cloreto, o sódio, o potássio, o cálcio e o magnésio.
Com relação ao plasma, suas principais proteínas são a albumina, as globulinas e o fibrinogênio.
Entre outras funções, a albumina transporta medicamentos, bilirrubina e ácido biliar, além de manter a
pressão osmótica uniforme no plasma, propiciando a troca de água entre o sangue e os tecidos. As
globulinas são compostas pelas alfas e betaglobulinas que transportam o ferro e outros metais, hormônios,
vitaminas, lipídios e as gamaglobulinas (anticorpos) que protegem o nosso organismo – motivo pelo qual
são chamadas de imunoglobulinas. Por sua vez, o fibrinogênio é necessário para a formação de fibrina, na
etapa final da coagulação sangüínea.

Proteínas albumina (pressão osmótica); função tampão (manutenção do pH)


Especiais globulina (anticorpo)
Fibrogênio e protombina (coagulação)
Aglutinas (aglutinação)

Outras substâncias orgânicas enzimas - catalisadoras


Anticorpos – defesa
Hormônios reguldoras
Substâncias vitaminas
orgânicas
Aminoácidos

Substâncias nitrogenadas uréia, ácido úrico e creatinina


de excreção

lipídeos colesterol e triglicérides

glicídeos glicose

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4.2.2. Parte sólida

Glóbulos Vermelhos, também chamados de Hemácias ou Eritrócitos. Contém a hemoglobina,


substância que faz o transporte do oxigênio dos pulmões para as células e do gás carbônico das
células para os pulmões, onde será eliminado. É a hemoglobina que dá a cor vermelha ao sangue.
Glóbulos Brancos, também chamados de Leucócitos. Têm como principal função defender o
organismo contra elementos externos, evitando, por exemplo, infecções.
Plaquetas são as células especializadas em estancar sangramentos. Atuam na coagulação do
sangue junto com outros fatores de coagulação dissolvidos no plasma.

Dados do sangue humano

[1]
Valores normais para eritrócitos, hemoglobina, hematócrito
6 3
Tipo de indivíduo Eritrócitos (x 10 /mm ) Hemoglobina (g/100mL) Hematócrito (%)
Recém nascidos (a termo) 4 - 5,6 13,5 - 19,6 44 - 62
Crianças (3 meses) 4,5 - 4,7 9,5 - 12,5 32 - 44
Crianças (1 ano) 4,0 - 4,7 11,0 - 13 36 - 44
Crianças (10 a 12 anos) 4,5 - 4,7 11,5 - 14,8 37 - 44
Mulheres (em situação de gravidez) 3,9 - 5,6 11,5 - 16,0 34 - 47
Mulheres (normais) 4,0 - 5,6 12 - 16,5 35 - 47
Homens 4,5 - 6,5 13,5 - 18 40 - 54

4.3 – Vasos sanguíneos


Formam uma rede de tubos que transportam sangue do coração em direção aos tecidos do corpo e
de volta ao coração.

4.3.1. Sistema arterial - Constitui um conjunto de vasos que partindo do coração, vão se ramificando,
cada ramo em menor calibre, até atingirem os capilares.

4.3.2. Sistema Venoso - Formam um conjunto de vasos que partindo dos tecidos, vão se formando em
ramos de maior calibre até atingirem o coração.
Os vasos sanguíneos que conduzem o sangue para fora do coração são as artérias. Estas se
ramificam muito, tornam-se progressivamente menores, e terminam em pequenos vasos determinados
arteríolas. A partir destes vasos, o sangue é capaz de realizar suas funções de nutrição e de absorção
atravessando uma rede de canais microscópicos, chamados capilares, os quais permitem ao sangue trocar
substâncias com os tecidos. Dos capilares, o sangue é coletado em vênulas; em seguida, através das veias
de diâmetro maior, alcança de novo o coração. Esta passagem de sangue através do coração e dos vasos
sanguíneos é chamada de CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA.

Os vasos sangüíneos são compostos por várias anastomoses, principalmente nos vasos cerebrais.
Anastomose significa ligação entre artérias, veias e nervos os quais estabelecem uma comunicação entre si.
O Polígono de Willis (melhor estudado em "Vascularização do SNC") é um exemplo de vasos que se
anastomosam, formando um polígono. Esse processo ocorre no cérebro para garantir uma demanda
adequada de oxigênio às células nervosas, ou seja, caso ocorra à obstrução de uma artéria cerebral, a
região irrigada pelo vaso lesado ainda receberá sangue proveniente de outra artéria do polígono,
preservando o tecido nervoso.

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Veias - possuem paredes musculares finas, podendo contrair-se


contrair ou expandir-se
se conforme a necessidade.
Não pulsam, funcionam como reservatórios do sangue que nelas se movimenta.
movimenta
Geralmente, transportam o sangue já utilizado pelo organismo, portanto rico em detritos e gás
carbônico. Seu diâmetro aumenta gradativamente à medida que se aproximam do coração. Apresentam
válvulas no seu interior, principalmente nos membros inferiores e superiores, para direcionar o fluxo
sangüíneo no sentido do coração e impedir
i o refluxo. Quando essas válvulas perdem parte de sua
funcionalidade as veias se dilatam e surgem as varizes.

Artérias - são vasos sanguíneos que carregam sangue a partir dos ventrículos do coração para todas as
partes do nosso corpo.. Elas se contrastam com as veias,, que carregam sangue em direção aos átrios do
coração.
As artérias podem ser palpadas, principalmente em regiões articulares, onde são mais superficiais.
Os batimentos arteriais palpados são o que chamamos de pulso e recebem os nomes conforme a artéria
palpada, sendo os mais comuns: pulso carotídeo - artéria carótida; pulso radialdial - artéria radial; pulso
femoral - artéria femoral; e pulso pedial - artéria pediosa. Devido à pressão existente no interior
inter desses
vasos, quando puncionados para a realização de exames diagnósticos e/ou terapêuticos devem receber
uma compressão no local, por alguns minutos, para evitar o sangramento e a formação de hematoma.

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PRINCIPAIS ARTÉRIAS E VEIAS

ARTÉRIAS E VEIAS DOS MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES

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4.4 – CIRCULAÇÃO PULMONAR E SISTÊMICA

Circulação Pulmonar ou
pequena circulação

Leva sangue do ventrículo direito


do coração para os pulmões e de volta ao
átrio esquerdo do coração. Ela transporta
o sangue pobre em oxigênio para os
pulmões, onde ele libera o dióxido de
carbono (CO2) e recebe oxigênio (O2). O
sangue oxigenado, então, retorna ao lado
esquerdo do coração para ser bombeado
para circulação sistêmica.

Circulação Sistêmica ou
grande circulação

É a maior circulação; ela fornece o


suprimento sangüíneo para todo o
organismo. A circulação sistêmica carrega
oxigênio e outros nutrientes vitais para as
células, e capta dióxido de carbono e
outros resíduos das células.

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Você, por certo, já observou em algum paciente a saída de um


líquido aquoso drenado de uma lesão - aquela famosa “agüinha” que sai
do machucado. Esta “agüinha” é o que chamamos de linfa, principal
elemento na formação da crosta ou “casca” protetora das
feridas, cuja função é auxiliar a cicatrização.

Mas o que é a linfa e de onde vem? Quais são suas demais


funções? Para responder a essas perguntas lembre-se do que aprendeu
sobre circulação sangüínea, pois o papel da linfa é, de certo modo,
complementar ao do sangue venoso, pois também drena as impurezas do
corpo através da circulação.
Recorde-se de que o sangue arterial, ao sair do ventrículo
esquerdo pela artéria aorta, empreende uma fabulosa jornada por todo o
corpo penetrando em artérias de calibres cada vez menores até chegar às
arteríolas e iniciar seu retorno pelas vênulas. É nessa passagem das
arteríolas para as vênulas que uma fração aquosa, denominada plasma,
escapa dos vasos e circundam as células, fornecendo-lhes substâncias
trazidas pelo sangue, ao mesmo tempo em que recolhe os resíduos do
metabolismo celular.
Quando fora dos vasos capilares, esse líquido permanece nos
espaços entre as células (espaço intercelular ou espaço intersticial), ali
ficando estagnado. Você imagina o que aconteceria se não houvesse a
drenagem desse líquido? Saiba que todo ele é drenado por capilares
linfáticos de calibre microscópico; ao atravessar suas paredes, o líquido
intercelular passa a chamar-se linfa. Agora, você pode deduzir o que
acontece, já que o processo é semelhante ao da circulação sangüínea.
A linfa percorre a rede de vasos linfáticos, que se ampliam cada
vez mais. Para realizar esse movimento ela não depende do coração, pois
o mesmo ocorre por meio de compressões resultantes de movimentos
incidentais, isto é, movimentos efetuados com outra finalidade, como as
pulsações das artérias vizinhas, os movimentos respiratórios e as
contrações musculares, principalmente durante a locomoção.
Assim, a linfa percorre lentamente o corpo em vasos
gradualmente mais calibrosos, até desembocar na confluência das veias
subclávia e jugular, retornando então à circulação sangüínea.
Provavelmente, você pode estar pensando que o sistema linfático serve apenas para conduzir a
linfa, o que não é verdade. Ao longo de todo o trajeto existem formações denominadas linfonodos ou
nodos linfáticos, de tamanhos variados; responsáveis pela filtragem da linfa, dela retiram as partículas
estranhas e, concomitantemente, destroem as bactérias. Portanto, os linfonodos exercem importante
papel, retendo microrganismos ou células mortas, impedindo, assim, que um processo infeccioso no
organismo se dissemine ou provoque perturbações em outros pontos. Entretanto, por vezes, o processo
infeccioso é tão intenso que provoca acentuada proliferação das células dos linfonodos. Tal fato faz com
que a filtragem da linfa ocorra de forma mais restrita em vista do grande número de células presentes, que
acabam por reduzir sua passagem, resultando no chamado enfartamento ganglionar ou, como comumente
chamado, íngua. A compreensão do funcionamento do sistema linfático propicia ao profissional de saúde
conteúdos relevante para a prevenção de doenças e de edemas - com suas conseqüências.

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As células do sistema imunológico têm a função de defender o organismo contra qualquer tipo de
ataque invasor - uma bactéria, vírus ou até mesmo alguma outra célula defeituosa do nosso organismo
que, por estar anormal, é identificada como um corpo estranho e logo eliminada.
Os glóbulos brancos dividem-se em macrófagos e linfócitos - estes, por sua vez, subdividem-se em
três grupos: linfócitos B, linfócitos T matadores e linfócitos T auxiliares.

MACRÓFAGOS

São células que se movimentam continuamente entre os tecidos, envolvendo


substâncias estranhas, como microrganismos, restos de células mortas, etc. Quando
presentes no sangue são chamados de monócitos.

LINFÓCITOS
Linfócitos B: ou células de memória, originados na medula óssea, são transportados
pelo sangue e se instalam nas estruturas linfáticas - exceto o timo -, onde se proliferam
quando ativados por substâncias estranhas. São responsáveis pela formação dos
anticorpos, proteínas específicas que se combinam com alguma substância estranha e
também específica, inativando-a. Essa substância contra a qual o anticorpo reage é
chamada de antígeno e esse tipo de resposta imunitária, imunidade humoral.

Linfócitos T: Os precursores dos linfócitos T originam-se na medula óssea, penetram no sangue e são
retidos no timo, onde se proliferam e se diferenciam em linfócitos T, os quais, novamente carregados pelo
sangue, vão ocupar áreas definidas em outros órgãos linfáticos. No timo, os linfócitos T se diferenciam em
linfócitos T matadores (citotóxicas), linfócitos T supressores e linfócitos T auxiliares (helper), conferindo a
chamada imunidade celular.
Os linfócitos T matadores reconhecem e matam células anormais ou desconhecidas, como as
infectadas por vírus, células transplantadas e células malignas (cancerosas).

Os linfócitos T supressores inibem a resposta humoral e celular e apressam o término da resposta


imunitária.

Os linfócitos T auxiliares comandam o sistema imunológico. Recebem informações dos macrófagos


sobre a presença de antígenos no organismo e estimulam os linfócitos B e os T matadores a combater Os
invasores. Se os linfócitos T auxiliares não atuarem bem, ou simplesmente não atuarem, as células de
combate não poderão ser ativadas - conseqüentemente, o organismo não reagirá ao ataque invasor (é o
caso da AIDS, em que o vírus HIV ataca e destrói os linfócitos T auxiliares, impedindo o sistema imunológico
de combater as infecções).

ORGÃOS IMUNOLÓGICOS

São aqueles que possuem relação com o sistema imunológico do organismo. Dividem-se em duas
classes: primários e secundários. Os linfócitos T e os linfócitos B são gerados na medula óssea vermelha ou

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rubra, como as demais células sangüíneas. Ainda jovens, os linfócitos T dirigem-se para o timo, órgão
situado sobre o coração, onde irão amadurecer. Já os linfócitos B amadurecem na própria medula óssea.
Por constituírem os principais locais de produção e amadurecimento dessas células, a medula óssea e o
timo costumam ser denominados órgãos imunológicos primários ou centrais.
O timo localiza-se no mediastino, atrás do esterno e na altura dos grandes vasos do coração. Suas
células mais abundantes são os linfócitos T.
Ao passar pelos gânglios linfáticos, os linfócitos T e B fixam- se temporariamente. Neste local,
detectam a presença de invasores trazidos pela linfa e passam a se reproduzir, formando verdadeiros
exércitos de células de combate. Os órgãos que apresentam aglomerados de linfócitos em
amadurecimento, como os gânglios linfáticos, as amígdalas (tonsilas palatinas), o apêndice, as placas de
Peyer no íleo e o baço recebem o nome de órgãos imunológicos secundários.
O baço é o maior dos órgãos linfóides e situa-se no quadrante superior esquerdo do abdome. É o
único órgão linfóide interposto na circulação sangüínea e tem significativa importância na defesa contra
microrganismos que penetram na corrente sangüínea.

Na vacinação, os anticorpos são produzidos pelo organismo, o que requer determinado


tempo. Por isso se você quer se considerar imunizado para realizar viagens ou ir
freqüentar o estágio, observe o tempo que cada vacina leva para produzir anticorpos.
Vacine-se com antecedência!

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...........................................................................................

A função do sistema respiratório é facultar ao organismo


uma troca de gases com o ar atmosférico, assegurando
permanente concentração de oxigênio no sangue, necessária para
as reações metabólicas, e em contrapartida servindo como via de
eliminação de gases residuais, que resultam dessas reações e que
são representadas pelo gás carbônico.
O sistema respiratório humano é constituído por um par de
pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para
fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os
brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
A boca só participa do sistema devido à necessidade de liberar o ar interno durante a fala.
O nariz é o órgão que comunica o meio externo ao interno. As fossas nasais iniciam-se nas narinas,
estendendo-se até a faringe. Dividem-se por uma parede cartilaginosa chamada septo nasal. A inspiração
(condução do ar para dentro) filtra as impurezas do ar, possibilitando que chegue mais limpo aos pulmões.
Esse processo ocorre porque no interior das fossas nasais encontram-se os pêlos e o muco (secreção da
mucosa nasal), cuja função é reter substâncias do ar, manter a umidade da mucosa e aquecer o ar,
facilitando o desempenho dos outros órgãos.

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O CAMINHO DO AR

Para respirarmos é necessário que o ar que inalamos o oxigênio, chegue até os nossos pulmões.
Esse caminho é feito através dos órgãos que formam o sistema respiratório:

Fossas nasais: são duas cavidades


paralelas que começam nas narinas e terminam
na faringe. Elas são separadas uma da outra por
uma parede cartilaginosa denominada septo
nasal. Em seu interior há dobras chamadas
cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar.
Possuem um revestimento dotado de células
produtoras de muco e células ciliadas, também
presentes nas porções inferiores das vias aéreas,
como traquéia, brônquios e porção inicial dos
bronquíolos. No teto das fossas nasais existem
células sensoriais, responsáveis pelo sentido do
olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e
aquecer o ar.

Faringe: é um canal comum aos sistemas


digestório e respiratório e comunica-se com a
boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas
narinas ou pela boca passa necessariamente pela
faringe, antes de atingir a laringe.

Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagens articuladas, situado na parte superior do
pescoço, ao nível da 5ª, 6ª e 7ª vértebras cervicais, em continuação à faringe. O pomo-de-adão,
saliênciaque aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe. A entrada
da larine chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingüeta” de cartilagem denominada
epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é
fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias. O
epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante
a passagem de ar. É conhecida como o órgão da fonação e suas cartilagens principais são: cricóide,
tireóide e a epiglote.

Traquéia: canal situado entre a laringe e a origem dos


brônquios. Tem de 12 a 15cm de comprimento e é
formada por 16 a 20 cartilagens em forma de anel unidas
entre si. Está revestida por epitélio com abundantes
glândulas mucosas.

Brônquios: são os canais resultantes da bifurcação da


traquéia. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere
partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão no
ar inalado, que são posteriormente varridas para fora
(graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas.
No pulmão direito há três brônquios: lobar superior, médio
e outro inferior. No pulmão esquerdo encontramos dois:
brônquio lobar superior e inferior. Estes por sua vez, dão origem aos brônquios segmentares, para
os diferentes segmentos de cada lobo pulmonar. Os brônquios segmentares vão se dividindo em

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outras ramificações até alcançarem tamanhos diminutos, terminando cada um deles num álveolo
pulmonar.

Pulmões: são em número de dois, um direito e outro esquerdo, situados no interior da cavidade
torácica, separados pelo coração e pelos órgãos do mediastino, espaço compreendido entre ambos
os pulmões. São órgãos moles, esponjosos e dilatáveis. A sua forma é a de um cone truncado.
Apresenta uma face externa em relação com a parede costal, uma face interna,
interna, em relação com o
mediastino, uma base que repousa sobre o diafragma e um vértice, situado ao nível da 1ª costela.
Estão divididos em lobos – três no direito e dois no esquerdo – pelas fissuras. Têm cerca de 26 cm
de altura por 15 de diâmetro ântero-posterior,
ântero posterior, e uma capacidade aproximada de 1.600cm cúbicos,
sendo o direito maior que o esquerdo pesando aproximadamente 700 gramas e o outro 600g. 600g Os
pulmões sadios são de cor rosada, mas devido a poluição do ar podem gradualmente mudar de cor
para cinza ou preto. Cada pulmão é envolto por uma dupla e fina membrana, chamada de pleura,
que tem a função de protegê-lo
protegê lo do atrito com as costelas cada vez que respiramos.

Como respiramos – REALIZAÇÃO DAS TROCAS GASOSAS

A inspiração,, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se


dá se pela contração da musculatura do
diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se,
elevam promovendo o
aumento da caixa torácica, com conseqüente redução da pressão interna (em relação
relação à externa), forçando
o ar a entrar nos pulmões.
A expiração,, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se
dá se pelo relaxamento da musculatura do
diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma eleva-se
eleva e as costelas abaixam o que diminui o volume
da caixa
ixa torácica, com conseqüente aumento da pressão interna, forçando o ar a sair dos pulmões.
Durante a passagem do ar pelas vias aéreas ele é
umidificado, aquecido e filtrado de corpos estranhos
pela mucosa e cílios que revestem as porções
condutoras do sistema
istema respiratório. O ar inspirado é
composto de O2 (oxigênio), que passa para o sangue
do capilar, e CO2 (gás carbônico). Através da
hemoglobina, substância existente nos glóbulos
vermelhos, o O2 é transportado pelo sangue. Com o
CO2 ocorre o processo inverso:
verso: passa do sangue para
o alvéolo, de onde é eliminado através da expiração. O
sangue que foi oxigenado nos pulmões é levado ao
coração, que, pelos vasos sangüíneos, o distribui a
todo o corpo.

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DIAFRAGMA - A base de cada pulmão se apóia no diafragma, músculo-membranoso que separa o tórax do
abdômen.

O número de respirações e o volume de ar que uma pessoa consegue inspirar dependem de sua estatura, idade,
condições de saúde.
Respirando normalmente, em média, um adulto inspira e expira 0,5l de ar.
Cerca de 1,5l de ar permanece sempre nos pulmões, não importa o esforço que façamos para eliminá-lo. Esse ar
residual indica que mesmo entre uma respiração e outra os alvéolos e os capilares sanguíneos ao seu redor
continuam trabalhando.
A tosse pode aborrecer, mas ela ajuda a expelir as sujeirinhas e o excesso de muco. A glote se fecha fazendo
aumentar a pressão existente no interior dos pulmões, repentinamente ela se abre e ocorre a tosse, o ar sai a uma
velocidade de 100 km/h.
O bocejo ocorre frequentemente quando estamos aborrecidos, sonolentos, cansados. Provavelmente ele ocorre
porque fornecemos ao organismo todo o oxigênio de que ele precisa e o cérebro ordena uma tomada de ar maior. A
carga extra de oxigênio melhora a circulação e nos deixa mais espertos.
O espirro ocorre quando algo irrita o nariz ou a boca. O corpo providencia o espirro para expelir a causa do
incômodo.

Outras imagens

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É através da ingestão de alimentos que nosso organismo retira os nutrientes necessários para a
construção de novos tecidos e também faz a manutenção dos tecidos danificados. Este processo somente é
possível graças ao sistema digestório, que é o responsável por transformar os alimentos que ingerimos em
moléculas suficientemente pequenas para penetrarem em nossas células.
O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados
órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões; boca, faringe, esôfago,
estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus.
A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa,
submucosa, muscular e adventícia.

VAMOS CONHECER UM POUCO ESSES ÓRGÃOS E GLÂNDULAS........................................

A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí se encontram os dentes e a
língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os alimentos
em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas.
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade
principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na
articulação das linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos
sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por
várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a
substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa
até a raiz, está situada uma camada
de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é
ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente
vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento
separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o

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Sistema

dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se


assemelha se ao osso; dispõe-se
dispõe como
uma fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz,
penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo.
Em suaa primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes de leite. À
medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos por outros 32 do tipo permanente. As
coroas dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os caninos
caninos ou presas e os molares. Os
incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrás dele, há três peças dentais usadas
para rasgar. A primeira tem uma única cúspide pontiaguda. Em seguida, há dois dentes chamados pré- pré
molares, cada um com duas cúspides. Atrás fica os molares, que têm uma superfície de mastigação
relativamente plana, o que permite triturar e moer os alimentos.

A língua movimenta o alimento


empurrando-o o em direção a garganta, para
que seja engolido. Na superfície da língua
existem dezenas de papilas gustativas, cujas
células sensoriais percebem os quatro sabores
primários: amargo, azedo ou ácido, salgado e
doce. De sua combinação resultam centenas
de sabores distintos. A distribuição dos quatro
tipos de receptores gustativos, na superfície
da língua, não é homogênea.

A presença de alimento na boca,


assim como sua visão e cheiro, estimula as
glândulas salivares a secretar saliva, que
contém a enzima amilase salivar ou ptialina,
além de sais e outras substâncias. A amilase
amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o
glicogênio), reduzindo-os
os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de lançam sua secreção
na cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual:

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Sistema

Glândula parótida - Com massa variando


variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se
situa na parte
lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha.
Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz.
Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa
mucosa do assoalho da boca.

Os sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e


mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente ácido
(6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se
transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua
para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o
esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como
mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10
segundos para percorrer o esôfago. Através dos
peristaltismos, você pode ficar de cabeça para baixo e,
mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra
em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando
que o alimento penetre nas vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa,
permite a passagem do alimento para o interior do
estômago.
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um
canal comum aos sistemas digestório e respiratório:
re por
ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar,
que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago,
localiza-se
se entre os pulmões, atrás do coração, e
atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen.
abdôm

É uma bolsa de
parede musculosa,
Mucosa localizada no lado
esquerdo abaixo do
Gástrica abdome, logo abaixo
das últimas costelas. É
um órgão muscular que
liga o esôfago ao
intestino delgado. Sua
função principal é a
digestão de alimentos
protéicos. Um músculo
circular, que existe na
parte inferior, permite ao estômago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se
tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J"
maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos
ân agudos.

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O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm
ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do estômago entre 0,9 e
2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação
mecânica iniciada pela mastigação.
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico,
bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa
estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre
sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias.
Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação
difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras
gástricas).
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12. O
bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco
gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosa
acidificada e semilíquida, o quimo. Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo,
aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.

O intestino delgado é um tubo com pouco mais


de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode
ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25
cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). A
porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura
e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte
inferior do estômago pela qual este esvazia seu
conteúdo no intestino.
A digestão do quimo ocorre
predominantemente no duodeno e nas primeiras
porções do jejuno. No duodeno atua também o suco
pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm
diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua
no duodeno é a bile, produzida no fígado e
armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre
8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente,
emulsificando ou emulsionando as gorduras
(fragmentando suas gotas em milhares de
microgotículas).
No intestino, as contrações rítmicas e os
movimentos peristálticos das paredes musculares,
movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este
é atacado pela bile, enzimas e outras secreções, sendo
transformado em quilo.
A absorção dos nutrientes ocorre através de
mecanismos ativos ou passivos, nas regiões do jejuno e
do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas
regiões, apresenta, além de inúmeros dobramentos
maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões),
chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a
superfície de absorção intestinal. As membranas das
próprias células do epitélio intestinal apresentam, por
sua vez, dobrinhas microscópicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a

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água ingerida, os íons e as vitaminas. Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino
passam ao fígado para serem distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de
gorduras (principalmente glicerol e ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo
fígado, como ocorre com outros nutrientes. Nas células da mucosa, essas substâncias são
reagrupadas em triacilgliceróis (triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de proteínas,
formando os quilomícrons, transferidos para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos
sangüíneos, onde alcançam as células gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados.

É o local de absorção de água, tanto a


ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma
pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia,
que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções.
Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam
muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e
eliminação pelo ânus.
Mede cerca de 1,5 m de comprimento e
divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon
transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e
reto. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por
um músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no
intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver
os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o
movimento intestinal e proteger o organismo contra
bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
As fibras vegetais, principalmente a celulose,
não são digeridas nem absorvidas, contribuindo com
porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de
serem eliminadas.
O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só absorve
água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita água, o conteúdo
intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados.

O pâncreas é uma
glândula mista, de mais ou menos
15 cm de comprimento e de
formato triangular, localizada
transversalmente sobre a parede
posterior do abdome, na alça
formada pelo duodeno, sob o
estômago. O pâncreas é formado
por uma cabeça que se encaixa no
quadro duodenal, de um corpo e
de uma cauda afilada.

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Sistema

O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino.

O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas ácinos. Os


ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um
condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão. O pâncreas endócrino secreta os
hormônios insulina e glucagon, já trabalhados no sistema endócrino.

É o maior órgão interno, e é ainda


um dos mais importantes.
im É a mais
volumosa de todas as vísceras, pesa cerca
de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher
adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor
arroxeada, superfície lisa e recoberta por
uma cápsula própria. Está situado no
quadrante superior direito da cavidade
abdominal

FUNÇÕES

Secretar a bile, líquido que


atua no emulsionamento das gorduras
ingeridas, facilitando, assim, a ação da
lipase;
Remover moléculas de
glicose no sangue, reunindo-as
reunindo as quimicamente para formar glicogênio, que é armazenado;
nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose, que
são relançadas na circulação;
Armazenar ferro e certas vitaminas
vitamin em suas células;
Metabolizar lipídeos;
Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação
e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;
Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado
castanho esverdeado presente na bile.

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OUTRAS IMAGENS

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.............................Sistema Urinário

O sistema urinário ou excretor é formado por um


conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e
excretam a urina - o principal líquido de excreção do
organismo.
A eliminação da urina é feita através do sistema
urinário. Os órgãos que compõe o sistema urinário são os
rins e as vias urinárias. As vias urinárias compreendem o
ureter, a bexiga e a uretra. Os nossos tecidos, que
recebem do sangue as substâncias nutritivas,
nutriti ao sangue
abandonam aqueles compostos químicos tóxicos que
neles se formam como resultado do complexo fenômeno
da nutrição. Tais substâncias são danosas e devem ser
eliminadas para não intoxicar o organismo e pôr a vida
em perigo. A maior parte desses produtos é eliminada
por trabalho do aparelho urinário; somente uma parte
mínima é eliminada pelas glândulas sudoríparas mediante
o suor.
O sistema urinário tem a tarefa de separar do
sangue às substâncias nocivas e de eliminá-las
eliminá sob a
forma de urina. Compõe-se se ele dos rins, que filtram o
sangue e são os verdadeiros órgãos ativos no trabalho
de seleção das substâncias de rejeição; dos bacinetes
renais com os respectivos ureteres, que conduzem a
urina até a bexiga; da bexiga, que é o reservatório da
urina;
ina; da uretra, canal mediante o qual a urina é
conduzida para fora. Juntamente com as substâncias
de rejeição, o aparelho urinário filtra e elimina também
água.
A eliminação de água é necessária seja porque
as substâncias de rejeição estão dissolvidas no plasma,
que é constituído, na sua maior parte, de água, seja
porque também a quantidade de água presente no
sangue e nos tecidos deve ser mantida constante. A
água entra na composição de todos os tecidos e da
substância intercelular (que enche os espaços entre as
células): ela é o constituinte universal de todos os
"humores" do organismo e tem a tarefa essencial de
servir de "solvente" de todas as substâncias
fisiologicamente ativas. A água entra no organismo
com os alimentos e as bebidas; em parte se forma form no
próprio organismo por efeito das reações químicas que
aí têm lugar. Depois de ter realizado as suas importantes funções, a água deve ser eliminada: como antes
tinha servido de veículo às substâncias nutritivas, agora serve de veículo às substâncias de rejeição.

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.............................Sistema Urinário

O nosso sangue contém muitas substâncias de que


não necessitamos e algumas podem mesmo ser perigosas -
água em excesso, sais minerais, células mortas ou alteradas
e resíduos das atividades celulares. Por isso têm de ser
eliminadas.
Os componentes do sistema urinário são: dois rins,
dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Os rins são os
principais órgãos do sistema urinário. Situados na cavidade
abdominal, na região lombar, um de cada lado da coluna
vertebral e rodeado por um tecidoido gorduroso, os rins são
órgãos em forma de feijão, de cor vermelha escura. Têm o
tamanho de um ovo de galinha, medindo cerca de 11 cm de
comprimento e 6 cm de largura. Pesam entre 115 e 155
gramas nas mulheres e entrere 125 e 170 gramas nos homens.
O lado côncavo está voltado para a coluna
vertebral e é por esse lado que entram e
saem os vasos sanguíneos, do qual a
artéria renal e a veia renal são os mais
importantes.
Os rins extraem os produtos
residuais do sangue através de milhões de
pequenos filtros, denominadas néfrons,
néfrons
que são a unidade funcional dos rins. Cada
néfron apresenta duas partes principais: a
cápsula glomerular (ou cápsula de
Bowman) e os túbulos renais. Nas figuras
os túbulos renais são identificados como
túbulo contorcido proximal, alça néfrica
(alça de Henle) e túbulo contorcido distal.
No interior da cápsula glomerular penetra
uma arteríola (ramificação da artéria renal)
que se ramifica, formando um
emaranhado de capilares chamado
glomérulo renal. A cápsula glomerular
continua no túbuloo contorcido proximal, que
se prolonga em uma alça em forma de U
chamada alça néfrica. Dessa alça segue um
outro túbulo contorcido, o distal. O conjunto
desses túbulos forma os túbulos renais.
A urina se forma nos néfrons
basicamente em duas etapas: a filtração
glomerular e a reabsorção renal.renal É na
cápsula glomerular que ocorre a filtração
glomerular, que consiste no extravasamento
de parte do plasma sanguíneo do glomérulo
renal para a cápsula glomerular. O líquido
extravasado é chamado filtrado.. Esse filtrado
f
contém substâncias úteis ao organismo,
como água, glicose, vitaminas, aminoácidos e
sais minerais diversos. Mas contém também
substâncias tóxicas ou inúteis ao organismo,
como a uréia e o ácido úrico. Da cápsula

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.............................Sistema Urinário

glomerular, o filtrado passa para os túbulos renais. O processo em que há o retorno ao sangue das
substâncias úteis ao organismo presentes no filtrado é chamado reabsorção renal e ocorre nos túbulos
renais. Essas substâncias úteis que retornam ao sangue são retiradas do filtro pelas células
célula dos túbulos
renais. Daí passa para os vasos capilares sanguíneos que envolvem esses túbulos.
Dos néfrons, os resíduos recolhidos são enviados através dos ureteres para a bexiga. Os ureteres
são dois tubos musculosos e elásticos, que saem um de cada um dos dos rins e vão dar à bexiga. A bexiga é um
saco musculado, muito elástico, com um comprimento aproximado de 30 cm, onde a urina (resíduos
filtrados) é acumulada. Este reservatório está ligado a um canal - a uretra - que se abre no exterior pelo
meato urinário,
io, e a sua base está rodeada pelo esfíncter uretral, que pode permanecer fechado e resistir à
vontade de urinar. Válvulas existentes entre os ureteres e a bexiga impedem o retrocesso da urina.
A urina é um líquido transparente, amarelado, formado nos rins rins e que transporta produtos
residuais do metabolismo até ao exterior do organismo. Ela é constituída por 95% por água, na qual a uréia,
toxinas e sais minerais, como o cloro, o magnésio, o potássio, o sódio, o cálcio, entre outros (que formam
os restantes 5%), estão dissolvidos. Também pode conter substâncias comuns, utilizadas freqüentemente
pelo organismo, mas que se podem encontrar em excesso, pelo que o corpo tem de se ver livre delas.

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Encontramos na espécie humana diferenças anatômicas sexuais entre homem e


mulher que são muito relevantes para a procriação da espécie. A célula reprodutora
masculina recebe o nome de espermatozóide e a célula feminina é conhecida como óvulo.
Tanto o espermatozóide como o óvulo caracterizam-se por apresentar somente a
metade do número de cromossomos encontrados normalmente nas células que
constituem o corpo humano.
Os cromossomos são partículas incumbidas da transmissão dos caracteres
hereditários e que entram na constituição dos núcleos celulares. Admitindo-se que as
células humanas apresentam 46 cromossomos, tanto os espermatozóide como os óvulos apresentam
somente 23 cromossomos cada um deles, o que nos leva a deduzir que as células reprodutoras são na
realidade hemi-células, sendo necessário à conjugação de duas delas para que se constitua uma célula
básica, denominada ovo. O ovo resulta da fusão do espermatozóide com o óvulo.

O sistema reprodutor masculino é formado por:


Testículos ou gônadas
Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra.
Pênis
Escroto
Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais.

Testículos

São as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os ductos
seminíferos Esses ductos são formados pelas células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo,
onde ocorrerá a formação dos espermatozóides. Em meio aos ductos seminíferos, as células intersticiais ou
de Leydig (nomenclatura antiga) produzem os hormônios sexuais masculinos, sobretudo a testosterona,
responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários:

Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo pubiano.
Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.
Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento do
tamanho das fibras musculares.
Ampliam a laringe e torna mais grave a voz.
Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a osteoporose.

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Epidídimos

São
ão dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os espermatozóides são armazenados.

Canais deferentes

São
ão dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e unem-se
unem ao ducto
ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais.

Vesículas seminais

Responsáveis
esponsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no ducto ejaculatório que,
juntamente
mente com o líquido prostático e espermatozóides, entrarão na composição do sêmen. O líquido das
vesículas seminais age como fonte de energia para os espermatozóides e é constituído principalmente por
frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não protéico,
protéico, cloretos, colina (álcool de cadeia aberta
considerado como integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas (hormônios produzidos em
numerosos tecidos do corpo. Algumas prostaglandinas atuam na contração da musculatura lisa do útero na
dismenorréia – cólica menstrual, e no orgasmo; outras atuam promovendo vasodilatação em artérias do
cérebro, o que talvez justifique as cefaléias – dores de cabeça – da enxaqueca. São formados a partir de
ácidos graxos insaturados e podem ter a sua síntese interrompida
interrompida por analgésicos e antiinflamatórios).

Próstata

Glândula
lândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas que neutralizam a acidez da
urina e ativa os espermatozóides.

Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper

Sua secreção transparente


sparente é lançada dentro da uretra para limpá-la
limpá la e preparar a passagem dos
espermatozóides. Também tem função na lubrificação do pênis durante o ato sexual.

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Pênis

É considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois tipos de
tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a uretra). Na
extremidade do pênis encontra-se se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura da
uretra. Com a manipulação da pele que a envolve - o prepúcio - acompanhado de estímulo erótico, ocorre
a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se
tornando se rijo, com considerável aumento
do tamanho (ereção).o). O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o esmegma (uma
secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente em células
epiteliais descamadas que se acumulam debaixo do prepúcio). Quando a glande
glande não consegue ser exposta
devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se
diz que a pessoa tem fimose.
A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada da bexiga se
contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum sêmen entre na bexiga.
Todos os espermatozóides não ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.
Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozóide leva cerca de 70 dias para ser
produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura normal do corpo (36,5°C).
Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de
termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os
mantendo os a uma temperatura
geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal.

O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas (trompas
deFalópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve
pel
constitui um marco ósseo forte que realiza uma função protetora.

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A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do útero


aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém internamente, duas glândulas
denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante. A entrada
ntrada da vagina é protegida
por uma membrana circular - o hímen - que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal
vaginal e é quase sempre
perfurado no centro, podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras
relações sexuais. A vaginaa é o local onde o pênis deposita os espermatozóides na relação sexual. Além de
possibilitar a penetração do pênis, possibilita a expulsão da menstruação e, na hora do parto, a saída do
bebê.

A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo-mucosas


cutâneo
intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente madura, os grandes
lábios são recobertos por pêlos pubianos. Mais internamente, outra prega cutâneo-mucosa
cutâneo envolve a
abertura da vagina - os pequenos lábios - que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também
está o clitóris, formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem.

Ovários

São
ão as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios sexuais femininos que qu
serão vistos mais adiante.
No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células que irão
transformar-se
se em gametas nos seus dois ovários. Estas células - os ovócitos primários - encontram-se
dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos
folículos ovarianos. A partir da adolescência, sob
ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os folículos em
desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno.
Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, m
rompendo-sese e liberando o ovócito secundário (gameta feminino): fenômeno conhecido como ovulação.
Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se
transforma se em corpo lúteo ou amarelo, que passa a
secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se
converte em
corpo albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário.
O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por finas terminações das
tubas uterinas - as fímbrias.

Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio

São
ão dois ductos que unem o ovário ao
útero. Seu epitélio de revestimento é formado
por células ciliadas. Os batimentos dos cílios
microscópicos e os movimentos peristálticos das
tubas uterinas
inas impelem o gameta feminino até o
útero.

Útero

Órgão oco situado na cavidade pélvica


anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto,
de parede muscular espessa (miométrio) e com
formato de pêra invertida. É revestido
internamente por um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio.

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9.2.1- FISIOLOGIA
OGIA DO CICLO MENSTRUAL
A menstruação é uma descamação do endométrio (membrana que reveste a
cavidade do útero, em vermelho na figura), acompanhada de saída de sangue. Isto
ocorre porque os ovários reduzem muito a secreção de hormônios, e estes, por vários
mecanismos, reduzem o estímulo ao endométrio, cujas células morrem e descamam. O
primeiro dia do ciclo menstrual é o dia de início da menstruação, não importando
quantos dias ela dure.

Ainda enquanto o endométrio descama o hormônio FSH (folículo estimulante)


estimul começa a ser
secretado em maior quantidade pela hipófise (glândula situada no cérebro), fazendo com que se
desenvolvam os folículos ovarianos (bolsas de líquido que contém os óvulos ou oócitos). Perto do 7º dia do
ciclo, o FSH começa a diminuir e, com
co a falta desse hormônio, alguns folículos
ulos param de crescer e morrem.
Por isso, em cada ciclo menstrual, de todos aqueles folículos recrutados (que começam a crescer), apenas
um (raramente dois) se desenvolve até o fim e vai ovular.

O folículo começa a crescer


rescer mais ou menos a partir do sétimo dia do ciclo. Durante seu
crescimento, secretas quantidades cada vez maiores de estradiol,, que é um hormônio feminino. Este
hormônio produz as seguintes alterações na mulher:

Estimula o crescimento do endométrio: depois


d da menstruação,
ção, o endométrio é muito fino.
Conforme a secreção de estradiol vai aumentando, começa a se tornar espesso e se preparar para a
implantação do embrião.
Estimula a secreção de muco pelo canal cervical: quanto mais estradiol é secretado, mais o muco
tende a ficar receptivo ao espermatozóide.

Quando a quantidade de estradiol no sangue é máxima, o


endométrio atinge também o máximo crescimento e o muco se torna t
ótimo para ser penetrado pelo espermatozóide. Nessa ocasião, é
estimulada a secreção de um hormônio da hipófise: o hormônio
luteinizante (LH). O LH aumenta muito depressa no sangue e atinge o
máximo (pico de LH). Algumas horas após, ocorre à ovulação. Muito do
LH secretado é retirado pelos rins e sai na urina. Por isso, a medida de
LH na urina pode ser utilizada para detectar um período muito próximo
da ovulação

Em média, a ovulação ocorre no décimo quarto dia do ciclo


menstrual (mas pode ocorrer antes ou depois, sem que isso impeça a
gravidez).

Após a ovulação, o folículo se transforma numa estrutura chamada


corpo lúteo, e passa a fabricar, além do estradiol, o hormônio
progesterona, que vai terminar o preparo do endométrio para a implantação do
embrião.
ão. Mais ou menos entre o sexto e o oitavo dias após a ovulação, o nível de progesterona no sangue
atinge o máximo, e a medida deste hormônio no sangue, se for baixa, é causa de infertilidade. Ainda não se
conhece com toda a precisão o dia da implantação do do embrião: parece acontecer de cinco a dez dias após a
ovulação. Se não ocorre implantação, então a progesterona e o estradiol param de ser fabricado pelo corpo
lúteo, seu nível diminui no sangue e se inicia outra menstruação.

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O sistema
nervoso, juntamente
com o sistema
endócrino, capacita o
organismo a perceber as
variações do meio
(interno e externo), a
difundir as modificações
que essas variações
produzem e a executar as
respostas adequadas
para que seja mantido o
equilíbrio interno do
corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação
coordenação e regulação das funções corporais.

No sistema nervoso diferenciam-se


diferenciam duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou
da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio
(interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da
homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais:
fundamentais: a irritabilidade
(também denominada excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade.. Irritabilidade é a capacidade
que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade
não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente
aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos
também diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios
neurônios assemelha-se
assemelha a uma corrente
elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios
transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande
velocidade e em um curto espaço ço de tempo. Esse fenômeno deve-se
deve se à propriedade de condutibilidade.

Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo sistema


nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a mensagem nervosa é
transmitida. Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e
o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos,, que podem ser subdivididos
em dendritos e axônios.

Os dendritos são prolongamentos


ongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de
estímulos, funcionando, portanto,, como "antenas" para o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos
que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações
são chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio
propriamente dito) e um fim (terminal
terminal axonal ou botão terminal).). O terminal axonal é o local onde o
axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso)
para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-se
chama
sinapse.. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma

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uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são chamadas coletivamente de
arborização terminal.

O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido


dendrito corpo celular  axônio.

Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema
nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, localizados próximo da
coluna vertebral. Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes
chamados nervos,, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP).

Sinapse é um tipo de junção especializada em que um terminal axonalaxonal faz contato com outro
neurônio ou tipo celular. As sinapses podem ser elétricas ou químicas (maioria). As sinapses elétricas, mais
simples e evolutivamente antigas, permitem a transferência direta da corrente iônica de uma célula para
outra. Via de regra,
ra, a transmissão sináptica no sistema nervoso humano maduro é química. As membranas
pré e pós-sinápticas
sinápticas são separadas por uma fenda com largura de 20 a 50 nm - a fenda sináptica. A
passagem do impulso nervoso nessa região é feita, então, por substâncias químicas: os neuro-hormônios,
também chamados mediadores químicos ou neurotransmissores,, liberados na fenda sináptica. O terminal
axonal típico contém dúzias de pequenas vesículas membranosas esféricas que armazenam
neurotransmissores - as vesículas sinápticas.
sinápt . As sinapses químicas também ocorrem nas junções entre as
terminações dos axônios e os músculos; essas junções são chamadas placas motoras ou junções neuro-
musculares.

O mediador químico adrenalina, além de servir como neurotransmissor no encéfalo, também é


liberado pela glândula adrenal para a circulação sangüínea.

Abaixo são citadas as funções específicas de alguns neurotransmissores.

Endorfinas e encefalinas:: bloqueiam a dor, agindo naturalmente no corpo como analgésicos.


Dopamina: neurotransmissor inibitório derivado da tirosina. Produz sensações de satisfação e
prazer. Os neurônios dopaminérgicos podem ser divididos em três subgrupos com diferentes
funções. O primeiro grupo regula os movimentos: uma deficiência de dopamina neste sistema si
provoca a doença de Parkinson, caracterizada por tremuras, inflexibilidade, e outras desordens.
desordens

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motoras, e em fases avançadas pode verificar-se demência. O segundo grupo, o mesolímbico,


funciona na regulação do comportamento emocional. O terceiro grupo, o mesocortical, projeta-se
apenas para o córtex pré-frontal. Esta área do córtex está envolvida em várias funções cognitivas,
memória, planejamento de comportamento e pensamento abstrato, assim como, em aspectos
emocionais, especialmente relacionados com o stress. Distúrbios nos dois últimos sistemas estão
associados com a esquizofrenia.
Serotonina: neurotransmissor derivado do triptofano regula o humor, o sono, a atividade sexual, o
apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor,
atividade motora e funções cognitivas. Atualmente vem sendo intimamente relacionada aos
transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos chamados
antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância no espaço
entre um neurônio e outro. Tem efeito inibidor da conduta e modulador geral da atividade
psíquica. Influi sobre quase todas as funções cerebrais, inibindo-a de forma direta ou estimulando o
sistema GABA.
GABA (ácido gama-aminobutirico): principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ele está presente
em quase todas as regiões do cérebro, embora sua concentração varie conforme a região. Está
envolvido com os processos de ansiedade. Seu efeito ansiolítico seria fruto de alterações
provocadas em diversas estruturas do sistema límbico, inclusive a amígdala e o hipocampo. A
inibição da síntese do GABA ou o bloqueio de seus neurotransmissores no SNC, resultam em
estimulação intensa, manifestada através de convulsões generalizadas.

Ácido glutâmico ou glutamato: principal neurotransmissor estimulador do SNC. A sua ativação


aumenta a sensibilidade aos estímulos dos outros neurotransmissores.

TIPOS DE NEURÔNIOS
De acordo com suas funções na condução dos impulsos, os neurônios podem ser classificados em:

Neurônios receptores ou sensitivos (aferentes): são os que recebem estímulos sensoriais e


conduzem o impulso nervoso ao sistema nervoso central.
Neurônios motores ou efetuadores (eferentes): transmitem os impulsos motores (respostas ao
estímulo).
Neurônios associativos ou interneurônios: estabelecem ligações entre os neurônios receptores e
os neurônios motores.

As células da neuróglia cumprem a função de sustentar, proteger, isolar e nutrir os neurônios. Há


diversos tipos celulares, distintos quanto à morfologia, a origem embrionária e às funções que exercem.
Distinguem-se, entre elas, os astrócitos, oligodendrocitos e micróglia. Têm formas estreladas e
prolongações que envolvem as diferentes estruturas do tecido.
O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de decisões e o envio de
ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema
nervoso central para os órgãos efetores (músculos e glândulas).
O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais),
diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que se divide em: BULBO, situado
caudalmente; MESENCÉFALO, situado cranialmente; e PONTE, situada entre ambos.
No SNC, existem as chamadas substâncias cinzentas e brancas. A substância cinzenta é formada pelos
corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula, a
substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais internamente.

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Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana,, protegendo o encéfalo; e
coluna vertebral, protegendo a medula - também denominada raque)) e por membranas denominadas
meninges,, situadas sob a proteção esquelética: dura-máter (a externa), aracnóide (a do meio) e pia-máter
(a interna). Entre as meninges aracnóide e pia-máter
pia máter há um espaço preenchido por um líquido denominado
líquido cefalorraquidiano ou líquor.

SISTEMA NERVOSO

SISTEMA NERVOSO CENTRAL SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO


SNC SNP

ENCÉFALO SNP - SOMÁTICO SNP - AUTÔNOMO

MEDULA ESPINHAL SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO

O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes,


situam-se
se as sedes da memória e dos nervos sensitivos e motores. Entre os hemisférios, estão os
VENTRÍCULOS CEREBRAIS (ventrículos laterais e terceiro ventrículo); contamos
contamos ainda com um quarto
ventrículo, localizado mais abaixo, ao nível do tronco encefálico. São reservatórios do LÍQUIDO CÉFALO-
RAQUIDIANO, (LÍQÜOR),, participando na nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso.

O DIENCÉFALO (tálamo e hipotálamo) Todas as mensagens sensoriais, com exceção das


provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta é uma
região de substância cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua como estação
retransmissora
nsmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos
às regiões apropriadas do cérebro onde eles devem ser processados. O tálamo também está relacionado
com alterações no comportamento emocional; que decorre, não só da própria atividade, mas também de
conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as emoções).

O hipotálamo,, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro integrador das
atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos
dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz
ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas
endócrinas. É o hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o apetite e o balanço de água
águ no
corpo, o sono e está envolvido na emoção e no comportamento sexual. Tem amplas conexões com as
demais áreas do prosencéfalo e com o mesencéfalo. Aceita-se
Aceita se que o hipotálamo desempenha, ainda, um
papel nas emoções. Especificamente, as partes laterais parecem
parecem envolvidas com o prazer e a raiva,
enquanto que a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e à tendência ao riso
(gargalhada) incontrolável. De um modo geral, contudo, a participação do hipotálamo é menor na gênese
(“criação”) do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais.

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O tronco encefálico interpõe-se


interpõe se entre a medula e o diencéfalo, situando-se
situando ventralmente ao
cerebelo. Possui três funções gerais; (1) recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os
músculos da cabeça; (2) contém circuitos nervosos
que transmitem informações da medula espinhal
até outras regiões encefálicas e, em direção
contrária,, do encéfalo para a medula espinhal (lado
esquerdo do cérebro controla os movimentos do
lado direito do corpo; lado direito de cérebro
controla os movimentos do lado esquerdo do
corpo); (3) regula a atenção, função esta que é
mediada pela formação reticular (agregação mais
ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos
diferentes, separados por uma rede de fibras
nervosas que ocupa a parte central do tronco
encefálico). Além destas 3 funções gerais, as várias
divisões do tronco encefálico desempenham
funções motoras e sensitivas específicas.

Situado atrás do cérebro está o cerebelo,


que é primariamente um centro para o controle
dos movimentos iniciados pelo córtex motor
(possui extensivas conexões com o cérebro e a
medula espinhal). Como o cérebro, também está
dividido em dois hemisférios. Porém, ao contrário
dos hemisférios cerebrais, o ladoado esquerdo do
cerebelo está relacionado com os movimentos do
lado esquerdo do corpo, enquanto o lado direito,
com os movimentos do lado direito do corpo. Dessa
forma, o cerebelo relaciona-se
se com os ajustes dos
movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular.
musc

Durante uma fratura ou deslocamento da


coluna, as vértebras que normalmente protegem a
medula podem matar ou danificar as células.
Teoricamente, se o dano for confinado à massa
cinzenta, os distúrbios musculares e sensoriais
poderão estar apenas noss tecidos que recebem e
mandam sinais aos neurônios “residentes” no nível
da fratura. Por exemplo, se a massa cinzenta do
segmento da medula onde os nervos rotulados C8
for lesada, o paciente só sofrerá paralisia das mãos,
sem perder a capacidade de andar ou o controle
sobre as funções intestinais e urinárias. Nesse caso,
os axônios levando sinais para “cima e para baixo”
através da área branca adjacente continuariam
trabalhando. Em comparação, se a área branca for
lesada, o trânsito dos sinais será interrompido
interro até o
ponto da fratura. Infelizmente, a lesão original é só
o começo. Os danos mecânicos promovem
rompimento de pequenos vasos sangüíneos,
impedindo a entrega de oxigênio e nutrientes para
as células não afetadas diretamente, que acabam morrendo; as células lesadas extravasam componentes

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citoplasmáticos e tóxicos, que afetam células vizinhas, antes intactas; células do sistema imunológico
iniciam um quadro inflamatório no local da lesão; células da Glia proliferam criando grumos e uma espécie
de cicatriz, que impedem os axônios lesados de crescerem e reconectarem.
O vírus da poliomielite causa lesões na raiz ventral dos nervos espinhais, o que leva à paralisia e
atrofia dos músculos.
O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer as ligações entre o
sistema nervoso central e o corpo. NERVO é a reunião de várias fibras nervosas, que podem ser formadas
de axônios ou de dendritos.
As fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus
envoltórios, organizam-se em feixes. Cada feixe forma um nervo. Cada fibra nervosa é envolvida por uma
camada conjuntiva denominada endoneuro. Cada feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva
denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é
envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro. Em nosso corpo existe um número
muito grande de nervos. Seu conjunto forma a rede nervosa.
Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o SNC são os nervos sensoriais (nervos
aferentes ou nervos sensitivos), que são formados por prolongamentos de neurônios sensoriais
(centrípetos). Aqueles que transmitem impulsos do SNC para os músculos ou glândulas são nervos motores
ou eferentes, feixe de axônios de neurônios motores (centrífugos). Existem ainda os nervos mistos,
formados por axônios de neurônios sensoriais e por neurônios motores.
Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal
denominam-se raquidianos.
Do encéfalo partem doze pares de nervos cranianos. Três deles são exclusivamente sensoriais,
cinco são motores e os quatro restantes são mistos.
Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionam-se com os músculos
esqueléticos. Eles se formam a partir de duas raízes que saem lateralmente da medula: a raiz posterior ou
dorsal, que é sensitiva, e a raiz anterior ou ventral, que é motora. Essas raízes se unem logo após saírem da
medula. Desse modo, os nervos raquidianos são todos mistos. Os corpos dos neurônios que formam as
fibras sensitivas dos nervos sensitivos situam-se próximo à medula, porém fora dela, reunindo-se em
estruturas especiais chamadas gânglios espinhais. Os corpos celulares dos neurônios que formam as fibras
motoras localizam-se na medula. De acordo com as regiões da coluna vertebral, os 31 pares de nervos
raquidianos distribuem-se da seguinte forma:

Oito pares de nervos cervicais

Doze pares de nervos dorsais

Cinco pares de nervos lombares

Seis pares de nervos sagrados ou sacrais.

O conjunto de nervos cranianos e raquidianos forma o sistema nervoso


periférico.
Com base na sua estrutura e função, o sistema nervoso periférico pode
ainda subdividir-se em duas partes: o sistema nervoso somático e o
sistema nervoso autônomo ou de vida vegetativa.

As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados esqueléticos, que estão sob o
controle do sistema nervoso periférico voluntário ou somático. Já as ações involuntárias resultam da
contração das musculaturas lisa e cardíaca, controladas pelo sistema nervoso periférico autônomo,
também chamado involuntário ou visceral.

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O SNP Voluntário ou Somático tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente
externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos
músculos esqueléticos. O corpo celular de uma fibra motora do SNP voluntário fica localizado dentro do
SNC e o axônio vai diretamente do encéfalo ou da medula até o órgão que inerva.
O SNP Autônomo ou Visceral, como o próprio nome diz, funciona independentemente de nossa
vontade e tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas
digestório, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do
sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. Um nervo motor do
SNP autônomo difere de um nervo motor do SNP voluntário pelo fato de conter dois tipos de neurônios,
um neurônio pré-ganglionar e outro pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pré-ganglionar fica
localizado dentro do SNC e seu axônio vai até um gânglio, onde o impulso nervoso é transmitido
sinapticamente ao neurônio pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pós-ganglionar fica no interior do
gânglio nervoso e seu axônio conduz o estímulo nervoso até o órgão efetuador, que pode ser um músculo
liso ou cardíaco.

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O sistema nervoso autônomo compõe-se de três partes:

Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses ramos são formados por pequenas
dilatações denominadas gânglios, num total de 23 pares.

Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos de nutrição, como o
estômago, o coração e os pulmões.

Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos raquidianos, fazendo com
que o sistema autônomo não seja totalmente independente do sistema nervoso cefalorraquidiano.

O sistema nervoso autônomo divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso


parassimpático. De modo geral, esses dois sistemas têm funções contrárias (antagônicas). Um corrige os
excessos do outro. Por exemplo, se o sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração, o
sistema parassimpático entra em ação, diminuindo o ritmo cardíaco. Se o sistema simpático acelera o
trabalho do estômago e dos intestinos, o parassimpático entra em ação para diminuir as contrações desses
órgãos.
O SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao
organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o sistema simpático é responsável pela
aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão arterial, da concentração de açúcar no
sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo.
Já o SNP autônomo parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes, como as
reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre outras.

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Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e parassimpáticos é que as fibras pós-
ganglionares dos dois sistemas normalmente secretam diferentes hormônios. O hormônio secretado pelos
neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual esses
neurônios são chamados colinérgicos.
Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente
noradrenalina, razão por que a maioria deles é chamada neurônios adrenérgicos. As fibras adrenérgicas
ligam o sistema nervoso central à glândula supra-renal, promovendo aumento da secreção de adrenalina,
hormônio que produz a resposta de "luta ou fuga" em situações de stress.
A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir outros, de maneira
antagônica.
Os atos reflexos ou simplesmente reflexos são respostas automáticas, involuntárias a um estímulo
sensorial. O estímulo chega ao órgão receptor, é enviado à medula através de neurônios sensitivos ou
aferentes (chegam pela raiz dorsal). Na medula, neurônios associativos recebem a informação e emitem
uma ordem de ação através dos neurônios motores (saem da medula através da raiz ventral). Os neurônios
motores ou eferentes chegam ao órgão efetor que realizará uma resposta ao estímulo inicial. Esse caminho
seguido pelo impulso nervoso e que permite a execução de um ato reflexo é chamado arco reflexo.

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Os hormônios são substâncias liberadas na corrente sangüínea por uma glândula ou órgão e que
afetam a atividade de células de outro local. Em sua maioria, os hormônios são proteínas compostas de
cadeias de aminoácidos de variável. Quantidades muito pequenaspequenas de hormônios podem desencadear
respostas muito grandes no organismo. Os hormônios ligam-se ligam se aos receptores localizados sobre a
superfície da célula ou no seu interior. A ligação de um hormônio a um receptor acelera, reduz ou altera a
função celular de outra maneira. Em última instância, os hormônios controlam a função de órgãos inteiros.
Eles controlam o crescimento e o desenvolvimento, a reprodução e as características sexuais. Eles
influenciam a maneira como o organismo utiliza e armazena a energia. Além disso, os hormônios controlam
o volume de líquido e as concentrações de sal e de açúcar no sangue. Alguns hormônios afetam somente
um ou dois órgãos, enquanto outros afetam todo o organismo.
organismo
Por exemplo, o hormônio estimulante
estim da tireóide é produzido na hipófise e afeta apenas a tireóide.
Em contraste, o hormônio tireoidiano é produzido na tireóide, mas afeta células de todo o organismo. A
insulina, produzida pelas células das ilhotas pancreáticas, afeta o metabolismo da glicose, das proteínas e
das gorduras
ras em todo o organismo. Alguns dos principais órgãos que constituem o sistema endócrino são:
A hipófise, o hipotálamo, a tiróide, as supra-renais,
supra renais, o pâncreas, as gônadas (os ovários e os testículos).

Hipófise: é uma glândula que produz


numerosos e importantes hormônios, por
isso reconhecida como glândula mestra do
sistema nervoso.

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GLÂNDULA HORMÔNIO FUNÇÃO

- Atua no crescimento dos ossos e músculos.


SOMATOTRÓFICO (STH)
OU - Também aumenta a utilização de gorduras e
HORMÔNIO DO inibe a captação de glicose plasmática pelas
ADENO-HIPÓFISE CRESCIMENTO (GH) células, aumentando a concentração de glicose
no sangue (inibe a produção de insulina,
Lobo anterior da hipófise
predispondo ao diabetes).

FOLÍCULO ESTIMULANTE - Na mulher, estimula o desenvolvimento e a


(FSH) maturação dos folículos ovarianos.

- No homem, estimula a espermatogênese.

- Na mulher estimula a ovulação e o


LUTEINIZANTE (LH) desenvolvimento do corpo lúteo.

- No homem, estimula a produção de


testosterona.

- Estimula a produção de leite pelas glândulas


mamárias.
PROLACTINA
- Sua produção acentua-se no final da gestação,
aumenta após o parto e persiste enquanto durar
o estímulo da sucção.

- Na mulher, estimula a contração da musculatura


uterina durante o parto e a saída do leite.
OXITOCINA
NEURO-HIPÓFISE - No homem, provoca relaxamento dos vasos e
Lobo posterior da hipófise dos corpos eréteis do pênis, aumentando a
irrigação sangüínea.
(não produz hormônios;
armazena dois hormônios - Regula o volume de urina na bexiga e a pressão
produzidos pelo hipotálamo) sanguínea.
ANTIDIURÉTICO (ADH) OU
- Sua produção é estimulada pelo aumento da
VASOPRESSINA
pressão osmótica do sangue.

Obs: O etanol inibe sua secreção, tendo ação


diurética.

- Estimulam a pigmentação da pele (aceleram a


síntese natural de melanina) e a síntese de
Lobo intermédio da Hormônio melanotrófico hormônios esteróides pelas glândulas adrenal e
hipófise ou melanocortinas (MSH) gonadal. Ainda interferem na regulação da
ou intermedinas temperatura corporal, no crescimento fetal,
secreção de prolactina, proteção do miocárdio
em caso de isquemia, redução dos estoques de
gordura corporal (*) etc.

(*) A leptina, hormônio secretado pelas células do tecido adiposo, ao ser liberada na circulação periférica, atua sobre o hipotálamo, inibindo o apetite. A ligação da
leptina aos receptores hipotalâmicos estimula a secreção de MSH que, por sua vez, se liga a outros neurônios, responsáveis pela diminuição do apetite. Entretanto, a
perda de peso observada com o tratamento com MSH sugere também sua ação direta na mobilização dos depósitos de gordura.

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GLÂNDULA HORMÔNIO FUNÇÃO

TIREÓIDE -Regula o desenvolvimento e o metabolismo geral do


TIRONINA (T3) corpo.
E
TIROXINA (T4) -Para síntese deste hormônio é necessária a ingestão de
iodo, cuja carência pode provocar aumento da glândula
tireódea.

CALCITONINA - Regula a taxa de cálcio no sangue, inibindo sua


remoção dos ossos. O que diminui a taxa plasmática de
cálcio.

- Regula a taxa de cálcio, estimulando a remoção de


PARATIREÓIDES PARATORMÔNIO cálcio da matriz óssea. O que aumenta a taxa plasmática
de calcio. A absorção de cálcio dos alimentos pelo
intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais,
aumentando a concentração de cálcio no plasma.

Glicocorticóides - Relacionado com o metabolismo


ou Cortisona de glicose. Atuam também como
antiinflamatórios e antialérgicos.

- Estimulam a conversão de
proteínas e de gorduras em
glicose, ao mesmo tempo em que
diminuem a captação de glicose
pelas células, aumentando, assim,
SUPRA-RENAIS CÓRTEX a utilização de gorduras. Essas
(ADRENAIS) ações elevam a concentração de
glicose no sangue, a taxa
metabólica e a geração de calor.

- Os glicorcoticóides também
diminuem a migração de glóbulos
brancos para os locais inflamados,
determinando menor liberação de
substâncias capazes de dilatar as
arteríolas da região;
conseqüentemente, há diminuição
da reação inflamatória.

Andrógenos - Desenvolvimento e manutenção dos


caracteres sexuais secundários
masculinos.

Adrenalina - Promove taquicardia (batimento


cardíaco acelerado), aumento da
MEDULA pressão arterial e das freqüências
cardíaca e respiratória, aumento da
secreção do suor, da glicose sangüínea,
da atividade mental e constrição dos
vasos sangüíneos da pele

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GLÂNDULA HORMÔNIO FUNÇÃO

- Reduz o nível de Glicose no sangue.


INSULINA
PÂNCREAS (Ilhotas de Langerhans - Aumenta a captação de glicose pelas células e, ao
(Glândula anfícrima) - células betas) mesmo tempo, inibe a utilização de ácidos graxos e
estimula sua deposição no tecido adiposo. No fígado,
estimula a captação da glicose plasmática e sua
conversão em glicogênio. Portanto, provoca a
diminuição da concentração de glicose no sangue.

GLUCAGON - Aumenta o nível de Glicose no sangue.


(Ilhotas de Langerhans
- células alfa) - Ativa a enzima fosforilase, que fraciona as moléculas de
glicogênio do fígado em moléculas de glicose, que
passam para o sangue, elevando a glicemia (taxa de
glicose sangüínea).

TESTÍSCULOS - Promove o desenvolvimento e o crescimento dos


testículos, além do desenvolvimento dos caracteres
TESTOSTERONA sexuais secundários masculinos

- Aumento da libido (desejo sexual), aumento da massa


muscular e da agressividade.

- Estimulam o crescimento do útero, da vagina e das


glândulas mamárias durante a puberdade.
ESTRÓGENOS
- Promove o desenvolvimento dos caracteres sexuais
femininos e da parede uterina (endométrio); estimula o
crescimento e a calcificação óssea, inibindo a remoção
desse íon do osso e protegendo contra a osteoporose;
OVÁRIOS
protege contra a aterosclerose (deposição de placas de
gorduras nas artérias).

- Prepara o útero para a gravidez.


PROGESTERONA
- Modificações orgânicas da gravidez, como preparação
do útero para aceitação do óvulo fertilizado e das
mamas para a lactação. Inibe as contrações uterinas,
impedindo a expulsão do feto em desenvolvimento.

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