Curso 12
Curso 12
Curso 12
Manual de
Combate com
Espingarda 12
Fundamentos
Crédito das Fotografias utilizadas:
Agradecimentos......................................................................................6
Apresentação..........................................................................................7
Prefácio...................................................................................................8
Introdução...............................................................................................9
Conclusão...........................................................................................142
Referências.........................................................................................143
O Autor................................................................................................149
A
confecção deste livro, com as informações e conceitos que
ele traz, não teria sido possível se não houvesse o apoio de
várias pessoas, ao longo dos anos em que se pesquisou e testou
aquilo que ele aborda e em que se escreveu e corrigiu a expressão das idéias das
quais ele se ocupa.
Agradeço ao Coronel Nei Paulo Panizzutti, antigo mestre da Academia
Militar das Agulhas Negras, que com paciência revisou a Língua Portuguesa nos escritos
originais que preparei, além de me animar para prosseguir escrevendo.
Agradeço ao Coronel Athos Gabriel Lacerda de Carvalho, a análise militar
da tática e das técnicas de tiro e emprego do que foi desenvolvido nestas poucas
páginas e ao Primeiro-Sargento PM Luís Alberto Daia Martins do Lago, instrutor de
tiro da Polícia Militar de São Paulo, no reforço desta análise, no sentido policial.
Faço menção especial aos amigos Marcelo Augusto Silva, Luiz Filipe
de Souza Leão e Fábio Pimentel Araújo, que me auxiliaram em diversas instruções
de tiro, das quais foram extraídas experiências práticas que embasaram as teorias
e os treinamentos que aqui se encontram. Todos são excelentes operadores das
armas de fogo, em especial das espingardas. Ao diretor da Gun Sight, Luís Antonio
Martins de Freitas Horta (Tatai), pela oportunidade de ministrar cursos desta escola,
aprendendo novas técnicas e ensiná-las a cidadãos e a equipes operacionais que
delas necessitam.
Ao atleta de tiro Carlos Rodrigues Flores, agradeço a cessão das
instalações do Centro Nacional de Instrução Tática, no Rancho, onde foram realizados
os testes das armas e munições, dos quais ele participou ativamente e ao Tenente
Coronel Autacyr César Coutinho de Queiroz, pelas adequações nas informações
técnicas das espingardas apresentadas. Enfim, agradeço a compreensão de minha
esposa e de meus filhos, quando tive que tomar parte do tempo em que poderíamos
estar aproveitando nossa convivência e a utilizei para finalizar esta pequena obra.
O Autor
C
onheci o, então, Capitão Campoi em 2001, como instrutor da Se-
ção de Tiro da AMAN, quando do início do Projeto Caçador. Partici-
pamos, junto com outros companheiros no Seminário, e depois,
como partícipe do Estágio de “Sniper”, quando fui seu aluno. Já demonstrava naqueles
dias gosto pela pesquisa nos assuntos que envolviam a preparação do combatente,
particularmente preocupado com as lacunas existentes, editando, na época, o seu
Manual de Combate com Facas.
Prosseguindo na mesma senda, com a recente adoção pela Força
da Espingarda Cal. 12, elabora o presente Manual, que vem suprir a carência do
conhecimento deste armamento.
O Manual de Combate com Espingarda 12, trata de todos os aspectos
necessários aos usuários. Inicia com a apresentação dos diversos modelos
existentes no mercado nacional e externo, até porque, ao que parece, o EB
adotou dois modelos aqui fabricados e, também, o rol de munições de possível
utilização. Prossegue com os fundamentos, com ênfase às regras de segurança
e do emprego da arma em cenário normal e em ambiente confinado. Divulgando
o inusitado, para nós, código de cores para o alerta.
Como instrutor de tiro dedicou um capítulo aos fundamentos do tiro,
desde as posições básicas até os princípios fundamentais da pontaria. Preconiza
um programa, bastante viável, de treinamento, prevendo o tiro em situação de
baixa visibilidade. Tudo com uma proposta de consumo de munição adequado,
equilibrando o mínimo necessário para a formação do combatente e a economia
de recursos da Força.
Meu parecer é que este Manual é bastante abrangente e completo nos
aspectos técnicos e táticos para a formação do combatente armado de Espingarda
12, podendo ser adotado na certeza de excelentes resultados.
T
endo sido solicitado, pelo Maj. CAMPOI, a fazer a revisão grá
fica deste Manual, preparei espírito e paciência para enfrentar
mais um trabalho inçado de lugares-comuns, incorreções gramaticais
e vocabulário pobre, como sói acontecer com boa parcela dos escritos quarteleiros.
Contrariando Bilac, parece que os militares, com raríssimas exceções,
somos apenas capazes de gestar produções insossas, obesas de expressões gastas
pelo uso e repetição, ricas em atentados à concordância, regência, ortografia e demais
cacoetes gramáticais e – o que é pior – de conteúdo indigesto.
Qual não foi minha surpresa, ao constatar que o autor domina muito
bem o idioma pátrio, manejando-o com simplicidade tal, que não nos cansa a sua
leitura. Ao longo das cento e cinqüenta páginas de um trabalho que mescla – com
rara habilidade e maestria - conhecimentos táticos com técnicos, fomos recordando
toda uma vivência de ítalo-brasileiro acostumado a lidar com espingardas de caça
desde a mais tenra idade. E mais, filho de artesão emérito, que só não produzia a
pólvora com que caçava, fui encontrando, ao correr do texto, as explicações técnicas
daquilo que usava, instintivamente, desde tempos imemoriais.
Daí, poder afirmar que minha leitura do texto do Maj Art Valdir CAMPOI
Júnior foi um aprendizado útil e agradável, qualidades que raramente andam juntas
em semelhantes compêndios. Da existência de espingardas dotadas de cano raiado,
tomamos conhecimento por esta leitura, além de mil e uma outras noções óbvias, mas,
que, exatamente por serem óbvias – como os cuidados primários com a segurança
– devem ser repetidas à exaustão, para evitar acidentes e incidentes.
Em nenhum momento de sua escritura, o autor se deixou enlear pela
tentação de exibir cultura técnica militar. Seus ensinamentos tanto servem para um
competidor de tiro esportivo, como para alguém que se prepare para a guerra de
resistência que – mais cedo ou mais tarde – o Exército Brasileiro terá de utilizar na
Amazônia. Portanto, é com prazer que saudamos o aparecimento deste MANUAL DE
COMBATE COM ESPINGARDA 12. E festejamos seu jovem autor, elogiável debutante
nas letras impressas.
AMAN, fevereiro de 2006
Nei Paulo Panizzutti
Cel R/1 Assessor do Comando da AMAN
A
s espingardas são armas pouco conhecidas e pouco entendi-
das, mesmo por pessoas que as utilizam diariamente. Essas
armas são dotadas de características que as tornam
praticamente insuperáveis em determinadas situações. Por exemplo, quando se
necessita de um grande poder de parada, em distâncias curtas, poucas armas
podem superar a atuação das espingardas.
Além disso, a simplicidade de operação e a possibilidade de se acertar
um alvo no primeiro tiro fazem dela uma arma capaz de ser bem utilizada mesmo
por iniciantes, com um mínimo de treinamento.
Ao contrário do que a mídia quer fazer crer ao cidadão, apresentando
a espingarda 12 como uma arma poderosíssima, capaz, como já ouvimos, de
“matar elefantes”, ela tem algumas limitações que a impedem de realizar tal
feito com facilidade.
Explodir automóveis, derrubar helicópteros ou impelir um ser humano
num vôo, após ele receber um disparo, também são coisas que vemos em filmes,
na televisão e no cinema, mas não denotam uma realidade absoluta.
De qualquer forma, a aparência dela e a sua sólida reputação intimidam
muito e fazem com que ela seja levada a sério em um confronto armado.
A utilização correta de uma espingarda, por um policial, um militar
ou um cidadão, dará a ele uma grande vantagem, desde que ele conheça suas
limitações e suas possibilidades, bem como tire proveito dos equipamentos que
podem ser acoplados a ela, para facilitar o seu uso, ou torná-las melhores.
O uso correto das munições existentes vai completar essa vantagem,
por isto elas devem ser do conhecimento do operador da arma. A rápida perda de
velocidade dos bagos de chumbo utilizados para carregar a munição das espingardas,
causa uma menor penetração e não coloca em risco premente a vida de pessoas
que estejam próximas do local onde uma espingarda venha a ser utilizada.
Diferentemente ocorrerá com relação a um projetil disparado de uma
arma curta, submetralhadora ou fuzil, que alcança distâncias muito maiores,
colocando em risco cidadãos afastados do local onde tenha acontecido um tiro
de uma destas armas.
Capítulo I
Histórico
A
s espingardas, de modo geral, foram concebidas como armas
de caça, que garantissem ao homem o acesso a animais que
ele pudesse utilizar para sua alimentação e em seu vestuário.
Considerando-se que são chamadas espingardas as armas cujos canos não
possuem raiamento, podemos dizer que as primeiras armas de fogo inventadas
pelo homem foram espingardas, não importando os nomes que receberam à
época de sua criação. Ao longo do tempo, devido à facilidade de se lidar com
elas, à sua simplicidade de funcionamento e de manutenção e, principalmente,
a grande possibilidade de se acertar um tiro no alvo pretendido à curta distância,
ela passou a ser utilizada para defesa pessoal. Logo se seguiu o seu uso em
combate, desde o século XIX, tanto por militares, especialmente tropas de
operações na selva, quanto por policiais, em diversos países.
O aparecimento de espingardas cuja recarga era feita pelo sistema de
bomba (“pump action”) ou de forma semi-automática, com carregadores tubulares
ou do tipo cofre metálico, elevou bastante sua eficiência. A maior quantidade
de munição disponível aumentou o seu poder de fogo. As novas espingardas
ultrapassaram em muito as antigas, de um cano ou dois, que exigiam a abertura
da arma para inserção de cartuchos carregados e a retirada dos utilizados.
De qualquer modo, o peso dos cartuchos, ainda bastante elevado, quando
comparados aos de outras armas, limita a quantidade que um operador pode
levar consigo em uma missão.
Chamadas de “Armas de Trincheira”, pelos militares, devido ao seu
destacado desempenho neste tipo de combate, na 1ª Guerra Mundial e chamadas,
ainda, de “Arma de controle de distúrbios”, quando usada por forças policiais, elas
Partes da Espingarda
Serão descritas a seguir partes importantes de algumas espingardas,
com o intuito de familiarizar o leitor com essas armas. O nome de alguns dos
componentes apresentados serão exaustivamente repetidos nos capítulos que
compõem este manual, por isso é necessário seu conhecimento.
Tipos de Espingardas
As empresas que produzem espingardas oferecem, normalmente,
diversos tipos e modelos destas armas, para que possam preencher nichos
importantes e possam adquirir para si uma boa parte do mercado nacional e
internacional de armamentos.
Existem em vários países, como Brasil, Itália, Estados Unidos da
América, Rússia e África do Sul, grandes fabricantes de espingardas, fazendo
Fig.1.17 - RMB-93.
Fig.1.30 - HK CAW.
Fig.1.31 - AA-12.
Fig.1.32 - Protecta.
Fig. 1.53 - Redutor para carregador. Fig. 1.54 - Redutor para coronha.
Capítulo II
Gereralidades
U
ma característica extremamente vantajosa das espingardas
é a possibilidade de se utilizar nelas uma imensa variedade
de cartuchos. Esses cartuchos podem ser carregados com
projéteis feitos de vários materiais, como chumbo, borracha e plásticos, em
quantidades que chegam ás centenas de unidades. Grande parte das munições
encontradas atualmente é carregada com múltiplos bagos de chumbo, que variam
bastante em tamanho e peso. Quanto menor o seu tamanho, mais rapidamente
ele perde energia, tornando-se menos letais a distâncias que passem dos 50
metros. Tendo isso em vista, pode-se dizer que apesar da gama imensa de
munições passíveis de serem utilizadas nas espingardas 12, apenas uma
pequena quantidade tem as características necessárias para ser utilizada em
combate. Os chamados “chumbos grossos”, como o SG (“00 Buck”) e os projéteis
singulares (balotes), estão entre eles, pois mantém sua energia a distâncias bem
maiores que os chumbos mais finos.
As medidas ou graduações, também chamadas de calibre e gáugio
(“gauge”), para as armas não raiadas, como são a absoluta maioria das
espingardas, baseiam-se no número de esferas de mesmo diâmetro que podem
ser confeccionadas a partir de 01 libra (454 gramas) de chumbo. Há que se ter
atenção, nessa oportunidade, pois se está falando de como surgiu a medida
utilizada no estabelecimento do padrão de gáugio ou calibre para as espingardas
e não se está falando dos chumbos utilizados no carregamento de um cartucho,
esse assunto será discutido mais adiante, em item específico.
No caso da medida, gáugio ou calibre 12, pode-se confeccionar 12
esferas de igual diâmetro partindo-se de uma libra de chumbo. O diâmetro de
uma dessas esferas é o mesmo do cano e mede 18,52 mm (0,729 pol). Existem
outras medidas para as quais foram construídas espingardas, muito utilizadas
para caça de animais de grande porte, em especial os africanos, calçando
munições de calibre 2, 4 e 8. A energia gerada por esses cartuchos é muito
grande e o peso da arma que os dispara, também, ainda assim o seu recuo
castiga severamente a estrutura física de seus operadores. Nos Estados Unidos
da América o calibre 10 foi utilizado em algumas corporações policiais, um disparo
dele é praticamente equivalente a dois disparos de calibre 12. Nas medidas
menores, como os calibres de 16 a 36 ainda são encontradas espingardas em
todo o mundo, utilizadas para a caça de pequenos animais e aves.
BUCHA
ESTOJO
PÓLVORA
ESPOLETA
Mistura iniciante
Bigorna
Evento
Fig. 2.10 -Espoleta tipo bateria. Fig. 2.1 - Espoleta na
Ainda nos EUA, as esferas de chumbo do tipo “Bukshot”, Fig. 2.16 , mais
grossos, são bastante utilizadas no trabalho policial, em especial as “0 Buck” (8,1
mm de diâmetro), “00 Buck” (8,4 mm) e “000 Buck” (9,1 mm). Os outros chumbos
“Buckshot” de número 4 (6 mm), 3 (6,3 mm), 2 (6,9 mm) e 1 (7,6 mm) já foram
utilizados para esse fim, mas perderam espaço, pois tinham uma penetração
limitada em veículos e anteparos finos, porém continuam a ser utilizados na caça
de animais grandes. Outros diâmetros, que vão de 12 (1,27 mm) a BB (4,6 mm)
são utilizados para caça de animais menores e aves. Vários fabricantes oferecem
cartuchos carregados com esses tipos de chumbo, naquele país.
Fig. 2.23 – “Bean bag” caudado. Fig. 2.24 – “Bean bag” Fiocchi.
Dispersão de Projéteis
A dispersão de projéteis, o seu espalhamento, é o modo como eles se
distribuem ao longo de sua trajetória, no ar, até atingirem um alvo, a uma distância
determinada. Os resultados alcançados por uma espingarda, disparando um
certo tipo de munição, variam bastante. Fazer o teste de dispersão, com a arma
que será utilizada por um operador, com a munição que nela será usada é uma
necessidade. Isto deverá ser feito em todas as distâncias em que possam se
apresentar alvos para uma espingarda 12.
A medição da dispersão para cartuchos de caça é chamada “Rosada”
e é feita disparando-se sobre um círculo de 76 centímetros de diâmetro, a 36
metros de distância e medindo-se a porcentagem de bagos que atingiram o
círculo. No uso da espingarda para fins de combate ou defesa pessoal, espera-
se que o diâmetro do círculo atingido pelos bagos de chumbo seja bem menor,
cobrindo a área aproximada de um torso ou de um rosto humano, dependendo
da distância.
Alguns fatores que influem na dispersão são: o cano da arma, as
condições atmosféricas, os componentes usados no carregamento de um
cartucho e o tamanho e material de que são feitas as esferas. O cano da arma
pode ser dotado de “choke”, o que reduzirá a dispersão, pois ele forçará os
bagos a ficarem mais juntos. As condições atmosféricas, como a temperatura, a
densidade do ar e a pressão influenciarão na queima da pólvora e na maior ou
menor resistência do ar à passagem dos projéteis. Os componentes usados no
carregamento de um cartucho, como pólvora, bucha e espoleta vão determinar,
em conjunto, as características daquele cartucho e estas características não
Áreas de dispersão
Pode-se considerar quatro áreas ou zonas ao se dividir o estudo dos
padrões de dispersão de projéteis disparados por espingardas em situação de
combate. Na primeira área a distância vai até 5 metros . Nessa área os projéteis
disparados atingem o alvo com uma dispersão mínima, não importando o tamanho
do chumbo usado. O efeito destrutivo no alvo é deveras impressionante.
Na segunda área, a partir de 5 metros até 25 metros, a dispersão
dos projéteis vai alcançar seu melhor padrão. Nessa área o espalhamento vai
possibilitar que os projéteis atinjam um alvo já com suficiente separação entre eles
para distribuir melhor a energia da pancada, provocando efeitos consideráveis e
danos sensíveis. Uma vez mais é bom que seja lembrado que há a necessidade
de serem testadas as munições que serão utilizadas em uma missão, disparadas
pela arma que será usada, pois só assim haverá segurança do operador de que
a dispersão possibilitará que seja atingido um alvo.
Na terceira área, a partir dos 25 metros até aproximadamente
45 metros, a dispersão dos projéteis será bastante grande, fugindo daquele
padrão quase ideal encontrado na área anterior. A rápida perda de velocidade
dos projéteis esféricos, cujas características balísticas são pobres, fará cair
sua energia e poderá não provocar o efeito desejado no alvo. Nessa área pode
ocorrer, inclusive, uma dispersão tão grande, que os projéteis passem por um
alvo sem que sequer um deles o atinja. O comportamento arma-munição deve ser
do conhecimento do operador da espingarda, pois sabe-se que cada modelo de
arma provoca uma dispersão diferente. Ele talvez tenha que pensar seriamente
em abandonar as munições carregadas com vários projéteis e passar a utilizar
aquelas carregadas com balotes.
Na quarta área, a partir dos 45 metros e mais distante, deverão
ser usadas munições carregadas com projéteis singulares. O operador deve
conhecer o ponto de impacto desses balotes, desde a distância de 20 metros,
quiçá menos, até a máxima distância que seja possível alcançar com precisão
Poder de Parada
(“Stopping Power”)
Ferimentos
Os disparos de espingardas 12 podem produzir diversos tipos de feri-
mentos, dependendo da munição usada e da distância em que se encontra um
alvo. A distância tem um efeito crítico na severidade do traumatismo provocado.
Fig. 2.44
Ferimento com balote.
Fig. 2.45
Ferimento
com chumbo
4 “Buckshot”.
Fig. 2.46
Ferimento de contato.
Capítulo III
M
uitos são os fundamentos, princípios e regras que devem
ser observados quando se utiliza uma arma de fogo em trei
namentos e em operações.
Nos treinamentos deve-se levar em conta que o objetivo é chegar o
mais próximo daquilo que pode ser exigido de um militar, de um policial ou de um
cidadão que encara uma situação de risco. No entanto, a segurança deve estar
em primeiro lugar quando se está treinando. Não se concebe que um acidente ou
incidente qualquer venha a ferir com gravidade alguém que esteja se preparando
para bem utilizar uma arma. A perda da vida de um instrutor ou de um instruendo,
nessas ocasiões, não pode ser aceita como uma possibilidade.
Em operações há enormes dificuldades para se controlar um ambiente
onde um combate se desenrola e as pessoas que nele atuam. Há necessidade
de se estar preparado para utilizar uma arma com precisão e eficiência, de forma
a pôr fim a uma agressão ou cumprir uma missão determinada e, ainda, para
socorrer e evacuar feridos, quando necessário. Para que isso seja possível,
existem fundamentos importantes, que serão abordados e descritos para serem
prontamente entendidos quando deles se falar. A sua intelecção possibilitará sua
aplicação nas situações em que sejam necessários.
Fundamentos de Segurança
Os fundamentos que dão base as regras de segurança são inúmeros
e cada profissão possui uma verdadeira infinidade deles. Todos são importantes
e visam preservar a incolumidade das pessoas e não deixar que corram riscos
desnecessários no desenrolar de seus trabalhos. Na utilização de armas de
fogo, em quaisquer situações, algumas regras são fundamentais e, como não
são muitas, fica fácil entendê-las. Elas devem ser aplicadas constantemente.
Mentalidade de Combate
A Mentalidade de Combate é um estado mental alcançado por aqueles
que conseguem se sobrepor ao medo e ao aturdimento que uma situação muito peri-
gosa pode causar, especialmente aquelas em que um combate ou um enfrentamento
acontece, envolvendo armas. Essas pessoas, através de treinamentos constantes e
da visualização de cenários em que tais circunstâncias aparecem, têm confiança na
Os Níveis de Competência
Na classificação adotada quando do estudo dos níveis de compe-
tência, a palavra competência está sendo usada com o sentido de uma pessoa
possuir habilidade, tanto física quanto mental, para agir em determinadas situa-
ções de estresse. As categorias que são utilizadas para se classificar as pessoas
são: inconscientemente incompetente (II), conscientemente incompetente (CI),
conscientemente competente (CC) e inconscientemente competente (IC).
Inconscientemente Incompetente (II) – A pessoa classificada nesse
nível não tem competência para usar uma arma de fogo em uma situação de
grande risco ou em uma situação tática. Ela não teve o treinamento necessário
dentro dos padrões exigidos ou nem mesmo teve qualquer treinamento e, por
conta disto, não tem consciência de sua incompetência. Ela encara sua inade-
quação, normalmente, num momento de perigo extremo e só se conscientiza dela
quando já se encontra em combate. A sua primeira grande lição pode também
ser a última. Infelizmente, parte significativa das pessoas que possuem armas
ou as utilizam em seu trabalho podem ser assim consideradas. Um exemplo é
o cidadão que adquire uma arma e a munição dela, dispara alguns tiros em um
estande e, de volta à sua residência, guarda essa arma em uma gaveta, acredi-
tando estar em condições de utilizá-la com eficiência para proteger-se, quando
necessário. Nesta categoria podem ser classificados os militares e policiais que
atiram com suas armas de serviço apenas uma ou duas vezes por ano.
Fundamentos de Operações
Os fundamentos de operações devem ser observados quando se
planeja, se executa e se finaliza uma missão. Eles possibilitarão que exista
uma vantagem para aqueles que os apliquem, fazendo com que os objetivos
determinados sejam alcançados com um mínimo de exposição ao perigo e sem
perdas ou com perdas aceitáveis, caso venham a ocorrer.
Princípios de Tática
As táticas passíveis de serem utilizadas nos diversos cenários que
podem se desenrolar à frente de um cidadão, um militar ou um policial são muitas.
Algumas devem ser do conhecimento de todos, pois possibilitarão que se consiga
Complementos
Evitar o “Funil Fatal” – Chama-se funil fatal àquela posição em
que alguém atrai a observação e o fogo de um adversário. Ele pode ser o vão
de uma porta, por onde uma pessoa deve forçosamente passar para entrar em
uma sala; pode ser, também, um grande corredor ou, em campo aberto, uma
posição em que alguém tenha a silhueta de seu corpo destacada contra um
fundo contrastante, como o céu azul. Entre os militares isso é chamado “dar
sopa na crista”, pois quando um deles se encontra na crista de uma elevação,
que é a parte mais alta, a sua silhueta se destaca e ele passa a ser um alvo
fácil para o inimigo.
Aplicar a técnica “Cortando o Bolo” – Essa técnica deve ser apli-
cada por alguém que se aproxima de um canto, de um vão de porta ou de um
outro local em que não seja possível verificar o seu entorno. Deve-se inspecionar
toda a área, um pedaço, por vez. Quando se realiza essa ação, não se deve
deixar que qualquer parte do corpo ou da arma que se está utilizando durante a
aplicação da técnica, se adiante e seja vista pelo oponente. Conforme se verifica
cada área, deve-se manter a habilidade para realizar um tiro preciso, fazendo
com que o olho que faz a pontaria, o ombro que apoia a arma e a mão que a
disparará, caso necessário, estejam em um mesmo plano, movendo-se juntos
para a área que será verificada. Na figura 3.1 observa-se um operador que
aplica a técnica, ocupando as posições sucessivas 1,2,3 e 4.
Inspecionar tudo visualmente – Todos os cômodos de uma cons-
trução, seja ela uma casa, seja um apartamento ou outra qualquer, deve ser
inspecionado visualmente, quando se aplica a técnica “cortando o bolo”. Tudo
deve ser verificado, inclusive sótãos, armários e móveis embaixo dos quais possa
se esconder um ser humano. Em locais mal iluminados, uma boa lanterna será
essencial. Essa inspeção será realizada verticalmente, do chão para o teto e
em cada pedaço em que se tenha dividido um cômodo. Vários podem ser os
Recarga Tática – É aquela que visa manter a arma com sua capaci-
dade plena. Será realizada durante o desenrolar de uma operação, logo após o
disparo da espingarda e quando o operador tiver oportunidade de recarregar.
Capítulo IV
O
s fundamentos de tiro abordados em antigos manuais de ins-
trução eram apresentados em número excessivo. Ao longo
do tempo, conforme foram sendo ensinados e postos em
prática pelas turmas de aprendizes que passavam pelo treinamento de tiro, tanto de
precisão quanto de combate, esses fundamentos foram lapidados e se amalgamaram.
Hoje poucos princípios embasam o ensino das técnicas de tiro mais importantes e
funcionais, são eles: Posição Estável, Pontaria, Respiração e Acionamento do Gatilho.
Estes fundamentos, bem aplicados, possibilitam a realização de um disparo que pode
acertar um alvo em um ponto determinado pelo atirador.
Posição de Tiro
Posição de tiro é a postura corporal assumida quando há a
necessidade de se atirar. Ela deve dar um bom equilíbrio ao atirador, para
absorver o impacto do recuo da arma e para possibilitar disparos sucessivos,
com uma boa recuperação da visada das miras sobre o alvo. Em competições
de tiro, especialmente de precisão, as posições são determinadas nas regras
aplicadas a cada disputa. Exige-se que os competidores executem uma dada
quantidade de disparos em pé, deitado, sentado ou ajoelhado. Em situações de
Empunhadura
Empunhadura é o modo como são colocadas as mãos em uma arma e
como ela é apoiada no corpo, de forma que sua estabilidade seja a melhor possível.
Quando se empunha deve-se fazê-lo de maneira firme, de modo que ela possa ser
disparada repetidamente, caso haja necessidade. Rigidez e pressão excessivas
na empunhadura não traduzem firmeza, cansam rapidamente um operador e
fazem deteriorar a aplicação de outros fundamentos de tiro, de combate e de
segurança. Costuma-se utilizar uma figura bastante útil no ensino daquilo que se
espera quando se exige firmeza na empunhadura. É a figura do pássaro. Quando
se tem um pássaro na mão e se aperta demasiadamente, acaba-se por matá-lo,
esmagando-o. Se a mão for deixada frouxa, o pássaro escapará. Deve-se, então,
dosar a pressão para que ele possa ser mantido cativo, sem que seja morto ou
possa fugir. Em relação às armas de fogo pode-se aplicar essa idéia, apenas há
que se conhecer a intensidade de seu recuo, praticando-se constantemente com
ela, para que não venha a saltar das mãos que a empunham.
O cano da arma pode, inclusive, ser apoiado no anteparo, pois isto não
fará com que haja perda de precisão, mesmo utilizando-se balotes. O cuidado a
ser tomado é de não se apoiar o cano muito próximo de sua porção final, a sua
boca, pois o recuo poderá fazer com que ele venha para trás da proteção e em
disparos subseqüentes acabe por atingi-la. Em espingardas semi-automáticas a
própria telha pode ser apoiada, já que não haverá a necessidade de movê-la.
3º Fundamento - Respiração
Fazer o controle da respiração, quando se dispara uma arma, significa
para o atirador, interromper seu ciclo respiratório, composto pelas fases de inspiração
e expiração, por sua própria vontade. A movimentação do diafragma e dos músculos
intercostais, que são responsáveis pela respiração, pode influir no disparo, tirando a
arma da exata direção para onde está sendo feita sua pontaria.
O controle da respiração, realizado em competições de tiro, é feito
enchendo-se os pulmões, pela inspiração e esvaziando-os, pela expiração, até
que se encontrem com uma quantidade de ar que permita ao competidor acionar
o gatilho, mantendo sua pontaria precisa, em um lapso de tempo que varia de 8 a
12 segundos. Nesta pausa respiratória controlada o atleta atirador obtém o melhor
de sua performance. Em uma situação de combate, quando um tiro deve ser
disparado com rapidez e em um momento indeterminado, a pausa na respiração
poderá ocorrer em qualquer oportunidade, durante o ciclo respiratório.
Posições de Pronto
As posições de pronto possibilitam a tomada rápida das posições de tiro
e facilitam a aplicação dos fundamentos de tiro. Elas são utilizadas em situações
onde há uma grande possibilidade de um operador vir a utilizar sua arma. Estas
situações são chamadas de alto risco ou de risco moderado. Existem diversos tipos
de posições de pronto e cada uma delas se adequará a determinadas exigências.
De qualquer modo, há uma melhor possibilidade de reação, demandando um tempo
mais curto, quando um operador utiliza-se de sua espingarda a partir de uma delas.
As seguintes serão descritas: posição de Pronto Alta, posição de Pronto Baixa e
posição de Pronto para Ambiente Confinado.
Fig. 4.22 – Pronto Alta ,vista lateral. Fig. 4.23 – Vista frontal.
Fig. 4.24 – Pronto Baixa ,vista lateral. Fig. 4.25 – Vista frontal.
Fig. 4.33
Transporte tipo berço.
Fig. 4.34
Silhueta baixa.
Fig. 4.35
Silhueta alta.
Capítulo V
H
á sempre a necessidade de se realizar treinamentos para a
manutenção de habilidades e para a aquisição de novas ha
bilidades. É muito importante que o treinamento seja
acompanhado e orientado por pessoas qualificadas que possam corrigir os
praticantes e levá-los a atingir patamares mais elevados.
É bastante difícil para os militares e policiais conseguirem munição
suficiente, de boa qualidade, para executarem treinamentos com constância.
O acesso a estandes que possibilitem o tiro e a sua aplicação tática também
é difícil hoje em dia, pois eles são escassos. Para o cidadão que se dispõe a
praticar as dificuldades são ainda maiores.
Apesar disso, a recarga de munições pode melhorar esta situação
e, sendo as espingardas mais utilizadas no combate aproximado, os locais
de prática de tiro não necessitam possuir distâncias muito longas entre as
linhas de tiro e os paredões, barrancos ou barreiras que absorverão os
impactos dos projéteis.
Além de tudo isso, há a prática em seco. Praticar em seco significa
realizar os movimentos que compõem cada técnica mostrada aqui ou aprendida
em cursos ou nas experiências vividas por um operador, sem, no entanto, realizar
o tiro real. Faz-se o disparo, sem munição real na arma. Esse treino em seco
pode ser feito em um cômodo, onde tenha sido afixado um alvo na parede e onde
não haja muitos móveis para atrapalhar o manuseio da espingarda.
É de suma importância que não haja munição real por perto, de
preferência nem sequer dentro da sala onde a prática esteja sendo realizada.
Isto evitará, por completo, a possibilidade de um disparo acidental dentro de
uma residência, por exemplo.
Prática em Seco
A prática em seco é assim chamada porque não envolve o disparo de
munição real. Ela consta de exercícios, distribuídos ao longo de uma sessão, em
que a arma estará descarregada, sem munição na câmara e não-alimentada,
ou seja, sem munição no seu carregador. Este tipo de prática permitirá ao
atirador manter e aperfeiçoar seus movimentos, concernentes às manobras que
Fig. 5.17 - Pronto baixa. Fig. 5.18 - Checagem. Fig. 5.19 - Checagem final.
Exercícios básicos
Partindo da posição de pronto baixa, com a arma carregada, realizar
a montada, desengajando a trava de segurança. Aplicar os fundamentos de tiro
e disparar, visando o centro do alvo. Executar as checagens, o escaneamento
e a recarga tática. Utilizar alvos de papel.
5 metros, 1 tiro em 1 alvo. Repetir 4 vezes. Tempo: 1,0 segundo.
10 metros, 1 tiro em 1 alvo. Repetir 4 vezes. Tempo: 1,5 segundos.
15 metros, 1 tiro em 1 alvo. Repetir 4 vezes. Tempo: 2,0 segundos.
25 metros, 1 tiro em 1 alvo. Repetir 4 vezes. Tempo: 2,0 segundos.
35 metros, 1 tiro em 1 alvo. Repetir 4 vezes. Tempo: 2,5 segundos.
Obs.: O tempo considerado é para cada disparo.
Combinação arma-lanterna
A melhor maneira de combinar uma arma com uma lanterna é acoplar a
segunda à primeira. No caso de uma espingarda, existem telhas que podem substituir
as originais e que possuem uma lanterna já afixada, como foi mostrado no Capítulo
1, quando foram abordados os acessórios. Há, também, a possibilidade de montar
um suporte no carregador tubular da arma e prendê-la ali. Todas as vezes em que a
arma for colocada em uso, o imprescindível acessório estará com ela. Em ambas as
formas de acoplamento o foco estará voltado para a direção da boca do cano e, tão
Capítulo VI
A
s armas de modo geral, mesmo aquelas construídas com ma-
teriais de altíssima qualidade e técnicas muito acuradas, es
tão sujeitas a terem peças quebradas e sofrerem algum tipo
de pane que impossibilite sua utilização.
Essas panes podem ser geradas por um mau uso, um uso prolongado
ou pela falta de manutenção, desgastando partes importantes da arma. Podem
ser geradas, ainda, pelo uso de munição de baixa qualidade ou cujo carregamento
não seguiu os parâmetros especificados para aquele calibre.
A utilização incorreta de uma espingarda por um operador, que
desconheça suas características e as localizações de seus controles pode,
também, levar à ocorrência de panes.
Fig. 6.1
Ciclando a arma
com firmeza.
Fig. 6.2
Inclinando a arma.
Fig. 6.4 - Manobra perigosa - canivete. Fig. 6.5 - Manobra perigosa - chaves.
DEADLY EFFECTS WOUND BALLISTICS. Alexander Jason and Dr. Martin L. Fakler.
Pinole: Anite Productions, 1987. 01Videocassete.
G. DAVID TUBB NRA HIGH POWER RIFLE, VOLUME I: equipment and 200 yard
positions. San Diego: Lenny Magill Productions, 1992. 01Videocassete.
G. DAVID TUBB NRA HIGH POWER RIFLE, VOLUME II: 300 yard and 600 yard posi-
tions. San Diego: Lenny Magill Productions, 1992. 01Videocassete.
G. DAVID TUBB NRA HIGH POWER RIFLE, VOLUME III: questions and answers. San
Diego: Lenny Magill Productions, 1992. 01Videocassete.
house cleAring and cornering TACTICS AND TECHNIQUES. Bill Wilson and
Ken Hackathorn. San Diego: Lenny Magill Productions, 1997. 01Videocassete.
MASTERING REVOLVERS. Lenny Magill. San Diego: Lenny Magill Productions, 1995.
01Videocassete.
NIGHT MASTER “LOW LIGHT” SHOOTING & FLASHLIGHT TECHNIQUES. Bill Wilson
and Ken Hackathorn. San Diego: Lenny Magill Productions, 1997. 01Videocassete.
SHOOT TO LIVE: gunfight survival. Massad Ayoob. San Diego: Lenny Magill Productions,
1994. 01Videocassete.
TACTICAL CARBINE. Bill Jeans and Jack Furr. Paulden:Gunsite Training Center, 1997.
01Videocassete.
O
autor teve o primeiro contato com armas de fogo aos seis
anos de idade, auxiliando seu avô na preparação de muni-
ções e espingardas para caçar aves e pequenos animais e acom-
panhando-o nestas caçadas. Isto se deu nos primeiros anos da década de 1970.
O reforço neste contato foi feito por seu pai, que lhe mostrou como disparar armas
curtas e longas. Ambos também lhe ensinaram o respeito que as armas de fogo
exigiam, sem, no entanto, impor-lhe o temor a elas. No decorrer de seu crescimento,
diversas outras oportunidades surgiram, que o levaram ao trato com espingardas,
carabinas, pistolas e revólveres.
Depois de se incorporar ao Exército Brasileiro, aos dezoito anos de idade,
o interesse pelas armas aumentou substancialmente. Concomitante ao aprendizado
do uso tático e técnico do armamento militar e da instrução ministrada aos seus
subordinados, aproximou-se dos atiradores civis que praticavam nos clubes de tiro
que freqüentou. Novos conhecimentos e habilidades foram, então, somados aos que
já trazia. Exerceu a função de diretor de tiro, do Clube de Tiro de Itu; reativou o Clube
de Caça e Tiro de Guarapuava, do qual foi vice-presidente; administrou o Clube de
Tiro da AMAN e participou, como sócio, das competições do Clube de Tiro Guilherme
Paraense, quando morou na cidade de Boa Vista, Roraima. Destacou-se e venceu
diversos torneios locais, tanto militares quanto civis, nas cidades onde viveu.
Nomeado instrutor da Seção de Tiro da Academia Militar das Agulhas
Negras, onde serviu de 1999 a 2001, auxiliou na elaboração do Programa Curricular
do Estágio de Sniper Militar, hoje chamado Caçador. Coordenou o primeiro estágio,
além de ter sido um dos instrutores. Deu início ao processo que levou ao reconhe-
cimento do estágio pelo Exército.
Freqüentou vários cursos onde a habilidade no uso de armas e as táticas
para emprego delas foram treinadas e praticadas com profundidade. Entre estes
cursos estão:
• Operações na Selva Categoria B (COS B) - CIGS.
• Defensive Handgun Course - Front Sight Firearms Training Institute.
• VIP Protection Course Bodyguard - Tactical Explosive Entry School.
• Resgate de Reféns e Operações Especiais de Alto Risco - Academia
Policial Militar do Guatupê.