Economia Política
Economia Política
Economia Política
CONTEÚDO
Introdução
O Estado
Primeiros estudos: Sócrates, Aristóteles e Platão
Idade Média: Agostinho e Tomaz de Aquino
Maquiavel
- Nasceu em Florença em 03/05/1469 e morreu em 21/06/1527, aos 58 anos,
- Viveu no período áureo do Renascimento,
- Conseguiu seu primeiro emprego público em 1498 onde ficou por 14 anos,
- Em 1512 os Médicis assumiram o governo de Florença,
- Dissolvem a República e demitem Maquiavel mantendo-o exilado dentro do próprio
território italiano.
- Em 1513 começa a escrever O Príncipe,
- Ficou afastado das funções públicas até 1520,
- Recebeu a incumbência pública de escrever a história de Florença.
- Em 1527 os Médicis foram depostos, a República restituída e os novos republicanos o
acusaram de ser aliado da família deposta.
Sua Obra
- “O Príncipe” dá origem à modernidade política.
- Tem uma preocupação de criar um governo eficaz que unisse a Itália.
- Defendeu um príncipe dirigente sem preocupações morais ou éticas,
- Defende um dirigente que não olha a sensibilidades para atingir os seus fins.
- A política, era assim a arte de governar,
- Ou seja, a técnica que permite ao dirigente ou governante alcançar os fins
- Iindependentemente dos meios,
- Não visa a realização geral mas sim pessoal.
- Criou o método comparativo-histórico fazendo comparações entre dirigentes da sua
época e de épocas anteriores através de exemplos.
- Introduziu e reforçou a importância do Estado e da Instituição Estatal.
- PAPEL DO ESTADO
- Estabelecer a ordem e garantir um convívio harmonioso entre os homens,
- Trabalhar sobre duas bases instáveis: a natureza humana e a existência de dois grupos
na sociedade
- Os que querem dominar e os que não querem ser dominados.
- Para Maquiavel o problema político e o papel do Estado é:
- Encontrar formas para tornar as bases instáveis em bases estáveis.
- Dois foram os mecanismos apresentados pela história: o Principado (ou monarquia) e a
República.
- Formas de governo que são necessárias de acordo com as contingências e não com as
ideas abstratas.
- AS FORMAS DE GOVERNO
- De Platão e Aristóteles se vê modelos composto por três formas de governos - Mas
Maquiavel diz: “Todos os ESTADOS que existem e já existiram são e foram sempre
repúblicas ou principados (monarquia)”.
- Com essa afirmação Maquiavel rompe com a visão clássica da tripartição,
- Governo de um, de poucos e de muitos, que deu origem a teoria aristotélica
- Introduz o termo ESTADO (ao que os gregos chamavam de Polis e os romanos de Res
Publica).
Preocupação de Maquiavel que permeia todas as suas obras e por que ele escreve
“O Príncipe”
- Se o Estado estiver desordenado, desagregado e deteriorado (como era o caso da Itália
de seu tempo),
- Só um “príncipe” virtuoso poderia restaurar um governo forte e ordenado.
- Quando o Estado tiver alcançado a estabilidade, o povo - este agora virtuoso- estaria
preparado para viver na República.
- Assim, a formação de um Estado italiano é o que mais preocupava Maquiavel. - Foi para
mostrar “quem” deveria conseguir esse objetivo.
CRITÉRIO DE DISTINÇÃO
- Como distinguir dessa maneira a boa política e a má? É o êxito da política.
- Este êxito é medido pela capacidade de manter o Estado,
- Maquiavel diz no capítulo 8 do livro:”Os que aplicam a força e a violência somente uma
vez com o fim de conquistar o poder, podem se redimir diante de Deus e dos homens, ao
procurar mantê-lo.
- E qual é o fim do príncipe? Depois de conquistar, manter o poder!
HOBBES
- Nasceu no final do reinado de Elizabeth I (em 1588).
- Seu pai era rude e sem muita educação,
- Foi criado por seu tio pastor. Só então pode ter uma boa educação.
- Terminado seus estudos trabalha como educador de filhos de nobres ricos,
- Convivia com a nobreza e dependia dela.
CHARLES DE MONTESQUIEU
- Nasceu em 18/01/1689
- Morreu em 10/02/1755
- Foi um político, filósofo e escritor francês.
-Ficou famoso pela sua teoria da separação dos poderes,
- Aristocrata, filho de família nobre e cedo teve formação iluminista,
- Revelou-se um crítico severo e irônico da monarquia absolutista decadente,
- Adquiriu conhecimentos humanísticos e jurídicos,
- Em 1714, entra para o tribunal provincial de Bordéus de 1716 a 1726.
- Fez longas viagens pela Europa e esteve na Inglaterra.
- Escreve sobre a natureza e o princípio de um governo,
- Ou seja, os fenômenos que caracterizam as formas de governo
- E a relação dessas formas com as leis que regulam e criam as instituições.
- INFLUÊNCIAS:
- Viveu em um período de transição influenciado pelos Contratualistas,
- Não seguiu a mesma metodologia.
- Leu os clássicos, principalmente Aristóteles e Maquiavel,
- Mas não os segue de totalmente,
- Utiliza da dedução para chegar a algumas conclusões,
- Mas procura associá-las ao historicismo, ou seja, evolução real da história,
- Em outras palavras tudo o que acontecia e que era de seu conhecimento,
- Todas as descobertas científicas e os relatos históricos, acabaram por repercutir em suas
obras.
- No século XVIII em pleno iluminismo, difunde idéias políticas,
- Que têm por base a ação humana.
- A geografia dos Estados e a geopolítica se tornam importante,
- Nas análises políticas e introduz o método comparativo de base geográfica;
- Faz a distinção entre república, monarquia e despotismo,
- Afirma que o despotismo deveria ser erradicado.
- Pois na república o poder pertence ao povo ou a uma parte esclarecida deste;
- Na monarquia o poder pertence ao monarca;
- No despotismo, o poder pertence a um indivíduo, o déspota.
- Governa sem honra, utiliza o terror e a violência como métodos do poder;
- Apresenta a separação d0s poderes (Executivo, Legislativo e Judiciáio),
- De forma que o poder seja descentralizado das mãos de uma só pessoa,
- Para que não o use em proveito próprio.
- Resolvia-se o perigo do despotismo com a institucionalização dos poderes.
ROUSSEAU
Nascido em Genebra (1712 - 1778),
- Foi um dos maiores nomes do iluminismo,
- Foi convidado pelos enciclopedistas para escrever um verbete sobre a música (sua
paixão inicial).
- Os enciclopedistas o influenciaram até que rompeu com eles,
- Se transforma no precursor do romantismo (“Eu senti antes de pensar”).
- Longe da nobreza só obteve reconhecimento em 1750,
- Quando ganhou o concurso sobre as ciências e as artes,
- Promovido pelo governo francês.
- Morou muitos anos entre a Suíça e a França devido a perseguições.
- Em uma das fugas se hospedou na casa de David Hume.
- Possui idéias semelhantes de Hobbes e Locke,
- Na concepção de um Estado de Natureza e de um Estado de Sociedade.
- Mas vai além de seus antecessores.
- O objetivo dele é analisar não o aspecto jurídico do Estado, mas o que sustenta este
aspecto que é a esfera social.
- Trabalha com três momentos ao contrário de Hobbes e Locke,
- Que trabalharam com dois (o Estado de Natureza e o Estado de Sociedade). -- Hobbes
diz que o homem é mau,
- Locke que é neutro, mas se torna bom ou tem a tendência de ser bom,
- E Rousseau diz que o homem é bom por natureza,
- Para Hobbes no Estado de Natureza o homem entra em contato com outros homens,
- E é por isso que surgem as guerras de todos contra todos;
- Para Locke também existe o contato dos homens uns com os outros,
- E é por isso que fala do direito de propriedade privada e do comércio entre os homens.
- Mas para Rousseau, no começo da civilização os homens não tinham contato uns com
os outros,
- E nem sabiam que existiam outros grupos.
- Só se preocupavam consigo mesmo
- O indivíduo vivia bem neste estado de natureza porque ele era bom,
- Tirava tudo o que precisava da natureza e não tinha contato com outras pessoas,
- Consequentemente não sabia o que era propriedade privada.
- Só que, com o passar do tempo, chega um momento, com o aumento da população,
- Que os grupos humanos se encontram.
- Então surge o atrito entre esses grupos e surge a corrupção entre um grupo,
- Os homens vão se preocupar com o que tinham,
- Pois antes não precisavam dividir com outros grupos,
- E que agora terão que dividir. Terão que se precaver com antecedência.
- Isso para ele é a corrupção do ser humano.
- Agora o ser humano irá correr atrás, não mais do que ele precisa,
- Mas do que ele acha que vai precisar.
- Então o Estado de Natureza deixa de ser bom para se tornar ruim,
- Começa a ideia de propriedade privada,
- Surgem os conflitos e os homens terão de defender seu território,
- Porque surgiu um novo grupo que também está interessado em aproveitar o que esse
território oferece.
- Para se evitar os conflitos será criado o Estado de Sociedade com um pacto social,
- Para ele Estado de Sociedade é ruim porque vai garantir a propriedade privada e esta
gerará desigualdades.
- É uma visão contrária a de Hobbes e Locke que diziam que a passagem do estado de
natureza para o Estado de Sociedade seria bom,
- Para Rousseau o Estado garantirá na lei a igualdade entre todos,
- Mas as pessoas não são iguais em condições econômicas.
- Então o Estado de Sociedade defenderá o direito a propriedade privada,
- E conseqüentemente em uma eleição, quem se elegerá?
- Quem terá condições de fazer uma boa campanha?
- Quem terá condições de correr atrás de votos?
- Para ele sempre será o rico. E uma vez eleito, o que ele fará com o direito?
- A situação mais lógica é perpetuar a desigualdade social existente.
- Isso vai gerar uma ausência de liberdade material.
- Então no Estado de Sociedade o homem não é completamente livre,
- Porque ele só vai até onde o dinheiro pode levá-lo.
- Mas o homem é livre para procurar qualquer condição financeira melhor.
- Para ele não, porque o homem não vai atrás do emprego que ele quer.
- Ele vai atrás do emprego que está disponível para ele naquele momento,
- Assim como uma viagem de férias, que só pode ser feita até onde o seu recuso financeiro
lhe pode levar,
- As pessoas vão poder eleger qualquer soberano ou qualquer candidato?
- Não. As pessoas vão poder eleger só quem está disponível como candidato,
- Elas vão escolher entre os candidatos que foram propostos,
- Sem seu consentimento.
- Então neste Estado de Sociedade o indivíduo não tem liberdade.
- Para ele a liberdade e a igualdade neste Estado de Sociedade são falsas
- Porque não são os indivíduos que definem quem serão os candidatos, mas outras
pessoas.
- Então, propõe o Contrato Social e para que este exista,
- 1º O indivíduo deve saber que no Estado de Sociedade ele não será livre.
- A lei diz que ele é livre, mas ele não será livre,
- Porque não fará o que quiser.
- Ele fará o que outros definem para ele fazer.
- 2º Deverá ser implantado uma democracia direta, onde o indivíduo participa da criação
da lei da qual ele se submeterá.
- Para Rousseau na democracia representativa, quem criará as leis são os representantes
do indivíduo,
- E estes por sua vez não farão nada a não ser obedecê-la.
- Então qual a liberdade que o indivíduo terá? E na democracia direta o que é esse
governo?
- Ele cria a idéia de soberania popular.
- O povo é o soberano e não vai transferir seus direitos individuais para um administrador
ou para o Estado.
- Ela é inalienável, indivisível, infalível e absoluta.
- Ou seja, compete ao povo mostrar quais os caminhos que o Estado deve tomar.
- Quando o indivíduo cria a lei, ele é o soberano e quando obedece a lei é o súdito.
- E quem executa a lei?
- Quem executa é o governo, que não é o representante do povo, mas sim o que está
executando a lei e está no exercício de uma função no Estado.
- Comparando os pensadores
- Pode-se dizer que na visão de Hobbes quem cria as leis é o Estado Absolutista e essa lei
é imposta sobre o indivíduo que não participa de sua criação.
- Locke diz que as leis são criadas pelos representantes e são impostas nos indivíduos
- Rousseau diz que a única forma de se garantir a liberdade do indivíduo na política é
através da democracia direta, onde todos os homens participariam da criação das leis pelas
quais eles se submeteriam.
- A liberdade para Rousseau é o indivíduo participar do processo de criação das leis.
- Para ele a liberdade individual no sistema absolutista de Hobbes e de Locke não dá
liberdade ao indivíduo,
- Porque este não participou de sua criação. O que importa é a participação do indivíduo
na criação da lei.
- 3º É a vontade geral, que não representa a vontade da maioria,
- Mas fazer aquilo que é o certo.
- Para ele todos os indivíduos são bons, sabem o que é certo e o que é errado,
- Independente do fato concreto que exista.
- A lei será um reflexo da vontade geral e conseqüentemente justa.
- Com isso se garante a liberdade, igualdade e principalmente a igualdade econômica
porque todos estão criando a lei.
- Para ele, criar distinção entre ricos e pobres não é certo,
- Então se a vontade geral é acabar com a desigualdade, ela é fazer o que é certo.
- Mas para o ser humano, que era bom, que saiu do estado de natureza para o Estado de
Sociedade e que se corrompeu,
- Não é fácil aceitar a vontade geral.
- É aí que Rousseau cria o legislador. E quem é o legislador?
- Por fim Rousseau sugere que na pior das hipóteses,
- Se isso não der certo cria-se a figura de um ditador como no período do Império Romano.
- Eles eram eleitos, atuavam em um período e em um local por um determinado tempo.
- Quando o problema era solucionado, o ditador seria dispensado.
- Para ele a ideia de um ditador, deveria ser imposta por bem ou por mau.
- A função dele seria levar as pessoas de um estado de natureza para um Estado de
Sociedade,
- Assim terminaria sua função e ele se tornaria um cidadão comum como os outros.
- Por mais utópico que o pensamento de Rousseau seja, ele deu origem não só ao
pensamento de soberania, mas também a Revolução Francesa que após o seu fim surge a
idéia da cidadania.
AUGUSTO COMTE
Isidore Auguste Marie François Xavier Comte
Nasceu em Montpellier em 19/01/1798
Morreu em Paris em 5/09/1857
- Foi um filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo,
- Trabalhou intensamente na criação de uma filosofia positiva.
- Alertou para a necessidade de analisar com objetividade os fenomenos ou fatos políticos;
- Propôs a teoria positivista, que está expressa na bandeira brasileira, nos dizeres “ordem
e progresso”;
- O metafísico ou abstrato
- Pesquisa a realidade, mas ainda há a presença do sobrenatural,
- A metafísica é uma transição entre a teologia e a positividade.
- O que a caracteriza esta fase são as abstrações personificadas,
- De caráter ainda absoluto: a Natureza, o éter, o Povo, o Capital
- O científico ou positivo:
- Ocorre o apogeu que os dois anteriores prepararam progressivamente.
- Neste, os fatos são explicados segundo leis gerais abstratas,
- De ordem inteiramente positiva, em que se deixa de lado o absoluto (que é
inacessível),
- Busca-se o relativo.
- A partir disso, atividade pacífica e industrial torna-se preponderante,
- Com as diversas nações colaborando entre si.
ALEXIS DE TOCQUEVILLE
Alexis-Charles-Henri Clére ou Visconde de Tocqueville
- Nasceu em 29/07/1805
- Morreu em 16/04/1859
- Foi um pensador político, historiador e escritor francês.
- Sua mente extraordinária era capaz de detectar tendências que quase nenhum de seus
contemporâneos percebia,
- Tornou-se célebre por suas análises da Revolução Francesa,
- Foi um defensor da liberdade e da democracia,
- Ele anteviu as insidiosas consequências que, a longo prazo, advêm da intervenção
estatal,
- Criou o termo: socialdemocracia,
- Em 1831 foi enviado pelo governo francês para estudar o sistema prisional americano,
- Estudou também o sistema político americano (único no mundo na época),
- Destes estudos escreveu sua obra
Os Fisiocratas
- O universo social seria regido por leis naturais, as quais compreendiam leis físicas e
morais.
- O Soberano não deveria impor leis que estivessem em desacordo com as leis naturais.
- A questão concreta que mais preocupava os autores fisiocratas era a questão referente
ao atraso econômico relativo que a França tinha com respeito a Inglaterra.
- Três tópicos principais na agenda política fisiocrata:
- Defesa do livre comércio.
- Defesa do Imposto único
- Atenção à infraestrutura produtiva.
Agenda Política
“O imposto único sobre a renda fundiária beneficiaria toda a nação pois nem deprimiria a
subsistência dos trabalhadores e nem a capacidade de investimento dos empresários”.
- Por fim, a realização de obras de infraestrutura, tais como drenagens e estradas, seria
uma destinação útil ao excedente convertido em renda, o que permitiria um maior
desenvolvimento econômico.
- “O laissez-faire não implicava omissão do poder público. Muito ao contrário, fornecia
o arcabouço de um amplo programa de transformações econômicas” (Coutinho, 1991,
p.65).
Viés Agrícola
- Típico do pensamento fisiocrático não se origina de um culto ingênuo a natureza, mas
de uma rigorosa exigência do sistema de pensamento fisiocrático.
- O excedente é importante quer por ser a base de um consumo superior ou não necessário
quer por ser a fonte de crescimento do sistema por intermédio da acumulação de uma
parte desse excedente.
Contexto histórico
A bandeira do Liberalismo
- Uma parte do sucesso da difusão da economia política deve-se ao fato de que ela deu
substrato científico ao liberalismo de meados do século XVIII.
- Para que se possa entender o porquê dessa afirmação temos que remeter a economia
política ao ambiente político e filosófico que a envolveu.
Para Adam Smith, a Teoria dos Sentimentos Morais tinha como função discutir as
forças morais que restringiam o egoísmo e uniam as pessoas em uma sociedade
trabalhistas, retratando que a solidariedade é um sentimento presente em todo ser humano,
e que este é guiado e limitado pelas forças econômicas. A compaixão e a benevolência
impedem o egoísmo e fazem com que o indivíduo, sem perceber, promova o interesse da
sociedade por meio da caridade e, principalmente da justiça.
A mão invisível
Para Smith, o preço natural (PN) é calculado e obtido pelo conjunto de custos que
compões a produção de um objeto, incluindo o salário pago aos trabalhadores que fizeram
parte do processo produtivo. Tomando como exemplo a produção de alfinetes, na qual o
preço natural seria obtido pelo preço do arame utilizado em sua produção e do ferro, e o
salário pago aos trabalhadores que participaram das atividades, assim fica clara a maneira
como o economista interpretava o conceito de preço natural.
Já o preço de mercado (PM) pode estar acima, abaixo ou exatamente sobre o preço
natural, tudo depende da quantidade de oferta e de demanda em certo período. Um lucro
pode ser obtido quando um produto é negociado em seu preço acima do preço natural ou
por uma medida desesperada, ele também poderá ser vendido abaixo do preço natural,
mas essa medida não deve ser continuada. Assim, o lucro passa a ser um excedente que
pode ou não ser reinvestido ou ainda poupado pelo empregador que o obteve. Em suma,
o preço de mercado é o valor pelo qual o produto está sendo comprado. Assim, a interação
entre o preço natural e o preço de mercado é que determina a preço real e os lucros
obtidos.
Críticas à Smith
Alguns críticos de Smith afirmam que ele não foi original em suas obras, devido
ao seu método, que se caracteriza por percorrer caminhos já trilhados, buscando, assim,
segurança, utilizar elementos já existentes. No entanto, sabe-se que suas obras foram
grandiosas para o desenvolvimento do pensamento econômico, devido a sua clareza e ao
espírito equilibrado.
Marx se opõe a Smith quanto aos efeitos positivos de uma radical divisão do
trabalho, dizendo que os trabalhadores ficam à mercê do empregador na contratação e
demissão (nenhuma estabilidade), que há uma banalização da prática produtiva, entre
outro malefício. A impossibilidade de se reconhecer o fruto de seu trabalho, somada a
falta de promoção, se traduziu na falta de motivação para o trabalhador industrial.
Artur Laffer também critica alguns conceitos de Smith, ressalta os perigos de uma
pressão fiscal excessiva sobre a sociedade, demonstrando que um aumento dos impostos
obrigatórios se traduz num declínio das receitas fiscais e numa redução no nível de
produção e do emprego. Fora de uma lógica de mercado, o Estado assegura a produção
dos bens ditos coletivos. Os bens e serviços coletivos são bens “fora do mercado” e sua
produção parece justificar e existência de uma economia pública, independente dos
mecanismos associados à livre concorrência.
Conclusão
Adam Smith contribuiu grandemente para formação do sistema capitalista hoje
espalhado pelo mundo, suas teorias e fundamentos são de grande importância para
entendermos o sistema atual. Como o estado tinha o papel de intervir em todas as relações
fazendo com que não existisse liberdade, Smith lança uma tese de que o estado não
deveria intervir totalmente na economia, surgindo assim o liberalismo econômico.
Foi através de Smith que a economia passou a ser um gama de conhecimentos
sistematicamente organizado, que se refere ao entendimento dos recursos escassos da
sociedade. Com isso há uma necessidade em se estudar e compreender a vida de Smith,
para assim entendermos como a economia iniciou, e como ela se estende hoje na
sociedade.
Um dos prolongamentos do pensamento de Adam Smith pode ser observado no
americano Frederick W. Taylor (1856-1915), ele elaborou a pratica do taylorismo, em
que o trabalho industrial foi fragmentado, pois cada trabalhador passou a exercer uma
atividade específica no sistema industrial. A organização foi hierarquizada e
sistematizada, e o tempo de produção passou a ser cronometrado. Observa-se então o
princípio da divisão do trabalho com o objetivo de aumentar a produção.
David Ricardo
Obras
Ensaio acerca da influência do baixo preço do cereal sobre os lucros do capital (1815)
Princípios da economia política e tributação (1817)
PRINCIPAIS TEORIAS
- Analisou o valor dos bens que vem do valor do trabalho incorporado e do trabalho
indireto (máquinas e ferramentas).
- Analisou também o valor dos bens cujo valor se dá pela sua raridade,
- E quanto o comprador gostaria de gastar (denominado de bem não reprodutível)
- Discute o preço dos bens no mercado e a quantia de moeda para pagá-los.
- Na segunda teoria decorreu sobre o valor dos salários dos empregados industriais,
- O trabalhador deve ganhar o suficiente para reproduzir sua força de trabalho e manter
sua família,
- Conhecido como o salário de subsistência.
- Ele também diz que o valor do trabalho depende das condições do mercado,
- Se houver mais trabalhadores do que empregos o valor do salário diminui,
- Se houver muitos empregos e poucos trabalhadores o valor do salário aumenta.
- Teoriza (com base na teoria de Malthus) que se a população aumenta, a produção
agrícola não aumenta na mesma proporção,
-Assim a oferta dos bens de subsistência seja menor, elevando seu preço,
- Com a elevação do preço dos bens de subsistência os salários também aumentam,
- Diminuindo o lucro e
- Isso levaria ao estado estacionário que consiste na queda ou paralização do crescimento
econômico.
- Também fala sobre a emissão de papel moeda e a inflação,
- O aumento desenfreado da emissão de papel moeda elevaria o valor do ouro,
- Em sua quarta teoria decorreu sobre as trocas internacionais (importação do trigo)
- Lei do trigo (livre comércio e câmbio)
Críticas a Ricardo
Algumas das críticas a Ricardo são sobre o livre câmbio entre as nações, e a falta
do protecionismo econômico. Para alguns pensadores a falta do protecionismo econômico
faz com que a economia interna se torne frágil, sem o apoio do protecionismo muitos
fazendeiros ou industriais poderiam falir por falta de competitividade de seu produto,
devido ao valor mais barato de um produto internacional, o que levaria ao desemprego e
queda nos valores brutos de produção e lucro.
Para os marxistas o livre câmbio favorece os países desenvolvidos em relação aos
países menos desenvolvidos, pois com um maior acumulo de capital o país desenvolvido
consegue exportar produtos que demandem maior quantidade de horas de trabalho, e
exportar produtos com menor quantidade de horas de trabalho (teoria do valor do
trabalho) mostrando quase uma relação de exploração entre essas nações. Do mesmo jeito
a globalização da economia favorece aqueles que possuem melhores estruturas, pois a
facilidade de movimentação dos produtos seria maior pra quem possui mais recursos,
levando a uma superioridade em relação aos menos favorecidos, desequilibrando a
economia internacional.
Conclusão
Ricardo foi um dos precursores da livre troca entre os países, que inspirou a escola
sueca, que embasada na teoria de Ricardo, formulou os conceitos de escassez e
abundancia de produtos e a relação de seus valores para importação e exportação, e
também definiu novos conceitos para produtos caracterizando produtos que precisam de
mais capital do que horas trabalhadas, mas que mesmo assim seus produtos teriam valores
elevado devido a especialização no trabalho que foi feito. Isso leva países no dia de hoje
a se especializar na produção de alta tecnologia, que faz com que o custo do seu produto
seja elevado no mercado internacional, e como se trata de um produto especializado ele
é necessário para que outras industrias funcionem, fazendo com que esses produtos sejam
importados por outros países movimentando o mercado internacional.
Contexto histórico
Proposta de soluções Para Malthus as principais medidas para combater a fome seria
controlar o crescimento populacional, ou seja, deveria manter um equilíbrio entre o
crescimento da população e a disponibilidade dos alimentos, através do aborto, do
controle de natalidade, do adiamento dos casamentos até que as pessoas pudessem
sustentar uma família. Outras medidas seria: aumentar a demanda de trabalho agrícola,
fomentando o cultivo e, com isso, aumentando a produção no país, e melhorar a condição
do trabalhador.
Falhas da teoria
Quando essa teoria foi elaborada mesmo parecendo muito consistente, tinha erros,
pois as previsões estão ligadas principalmente às limitações da época para a coleta de
dados, já que Malthus tirou suas conclusões partindo da observação do comportamento
demográfico em uma determinada região, com população predominantemente rural, e as
consideraram válidas para todo o planeta no transcorrer da história, sem considerar os
progressos técnicos advindos da natural evolução humana. Não previu os efeitos
decorrentes da urbanização na evolução demográfica e do progresso tecnológico aplicado
à agricultura. Hoje, verifica-se que suas previsões não se concretizaram: a população do
planeta não duplicou a cada 25 anos, e a produção de alimentos se acelerou graças ao
desenvolvimento tecnológico. Mesmo que se considere uma área fixa de cultivo, a
quantidade produzida aumentou, uma vez que a produtividade (quantidade produzida por
área; toneladas de arroz por hectare, por exemplo) também vem aumentando ao longo das
décadas.
CRITICAS
Obras
- Ensaio sobre a população (primeira edição anônima em 1798, segunda edição com o
nome do autor em 1803).
- Investigação sobre a natureza e a evolução da renda (1815).
- Princípios de economia política e considerações sobre sua aplicação prática (1820).
- A medida do valor (1823).
- Definições de economia política (1827).
(em sua obra Princípios de Economia Política, de 1848, percebe-se que ele reitera essa
questão da preocupação com a riqueza),
[…] Os autores de Economia Política professam ensinar ou investigar a natureza da riqueza, bem como as leis de
sua produção e distribuição, incluindo, diretamente ou de maneira remota, a operação de todas as causas que
fazem com que prospere ou decline a condição da humanidade, ou de qualquer sociedade de seres humanos, com
respeito a esse objeto universal do desejo humano. Não que algum tratado de Economia Política possa discutir
ou mesmo enumerar todas as essas causas; todavia, empreende segundo quais elas operam.
Esse universalismo característico da Economia Política destacado por Mill foi, com
o tempo, desmanchado por conta do nascimento de disciplinas especializadas, como a
Sociologia e a moderna Ciência Econômica.
Principais Obras
Tratado de economia política (1803)
Catecismo de economia política (1815)
Curso completo de economia política (1828)
PRINCIPAIS TEORIAS
Baseia sua teoria em três fatores para a produção: os agentes naturais (matéria
prima), trabalho humano, e o capital financiador, baseados na oferta e na procura do
mercado. Possuía ideias divergentes de Adam Smith que dizia que o valor da riqueza de
uma nação está na sua produção industrial, e para Say estava nas interações entre o
conjunto das atividades de produção e os serviços prestados.
Teorizou também sobre o valor dos produtos baseando na variação do custo da
matéria prima, os salários a serem pagos para os trabalhadores, e o lucro que será obtido
com o bem produzido. Também considerava que a moeda não influenciava no valor do
produto por considera-la neutra em relação a economia real, nisso baseou-se sua mais
expressiva teoria, a lei dos mercados.
A lei dos mercados diz que com a produção será gerada renda para a próxima
produção, já que dentro do processo de produção capitais já foram distribuídos tanto como
no salário dos funcionários como no pagamento dos fornecedores, o que faz com que o
capital mantenha-se em circulação, já que o trabalhador com seu salário adquiri produtos,
e o fornecedor ao ser pago pode adquirir novos meios de otimizar sua produção, mantendo
então um ciclo onde toda produção financia a produção posterior, e capitais adquiridos
na produção podem ser usados para melhoria de sua produção e aumento da próxima
produção. Para tornar essa teoria valida Say considera que toda produção será escoada no
mercado, ou seja, todo produto produzido será vendido, e que para que aja um
crescimento econômico deve-se aumentar a produção, pensando que todos os produtos
seriam vendidos, e que o período de crise econômica seria justificado por uma baixa taxa
de produção, pois sem a produção não há movimentação e distribuição de capital. Say
defendia que o papel do estado é aperfeiçoar o processo pelo qual o produto será escoado
no mercado, ou seja, o estado deve viabilizar as melhores infraestruturas para transportar
o produto pelo território para que não exista um aumento no preço dos produtos devido a
um processo de logística ruim.
CRÍTICAS
A lógica da lei dos mercados pode ser contrariada por vários pontos como, as
flutuações das atividades econômicas, que levaria a uma superprodução, a queda dos
preços decidida pelos vendedores, e a não escoação total dos produtos produzidos que
levaria ao acumulo de bens em estoques. Outro fator que seria prejudicial a teoria de Say
é o acumulo do lucro adquirido com a produção em poupanças, ou seja o capital seria
acumulado e deixado de ser reinvestido na produção, interrompendo o ciclo do capital
entre os termos das produções. Também deve ser considerado que o produto não seja do
agrado da população, o que levaria a uma pequena taxa de venda fazendo com que as
vendas dos produtos não sejam capazes de pagar a sua produção levando a indústria a
uma crise. Um dos principais pensadores que criticaram as ideias de Say é Thomas
Malthus, que critica a teoria em vários aspectos.
A realidade era uma nova dominação de classe. A burguesia se torna uma classe
conservadora. Aqui surge uma divisão na Economia Política: surge duas linhas de
desenvolvimento teórico. Os pensadores vinculados a burguesia e os pensadores
vinculados aos trabalhadores. A Economia se dividirá em dois campos, uma parte se
preocupando com as faces históricas, sociais e políticas (Economia Política) e a Economia
se especializará marcadamente na área técnica e com aplicações das áreas exatas
(matemática e estatística) para explicar seus conceitos. A economia á a qualquer pretensão
de fornecer as bases para a compreensão do conjunto da vida social e deixará os
procedimentos analíticos para analisar preferencialmente superficiais imediata da vida
econômica (como os fenômenos da circulação), privilegiando o estudo da distribuição
dos bens produzidos entre os agentes econômicos.
A crítica da Economia Política
- Entrou na política e criou comitês operários que se fundiram com a Liga dos Justos,
- Que eram movimento revolucionário britânico.
- Se firmou como um dos dirigentes da Associação Internacional dos Trabalhadores,
- Fundada em 1864.
- Concentrou boa parte dos seus esforços para organizar os trabalhadores,
- Para que estes lutassem por seus direitos contra a burguesia,
- E para que isso acontecesse era necessário um conhecimento da realidade,
- Ele descobriu que o capitalismo surgiu da exploração,
- Ou da apropriação dos meios de produção,
- Essa exploração criou duas classes: Capitalista e Trabalhadora,
- E que não estavam destinadas a constituir a evolução humana; mas a organização
social histórica da elite,
- Mantendo os trabalhadores na linha de produção.
- Isso não significa o fim da Economia Política, mas a sua superação,
- Incorporando as suas conquistas, mostrando os seus limites e desconstruindo os seus
equívocos.
PRINCIPAIS OBRAS
8 - O capital - 1867-1894
- É um conjunto de livros (continuação das Contribuições Críticas da E. P),
- É uma análise crítica do Capitalismo,
- Fala sobre: a mais valia, capital constante, capital variável, salário, acumulação
primitiva e modo de produção capitalista.
Conteúdo
- Livro 1 – O Processo de produção capitalista – 1867
- Livro 2 – O Processo de circulação do Capital – 1885,
- Livro 3 – O Processo Global da Produção Capitalista - 1894,
- Livro 4 – Teoria da Mais Valia – 1905 (De I até V),
- Capítulo VI – Foi excluído por Marx. São notas do autor na transição do livro 1 e 2.
Luta de classes: teoria existente desde o final do século XVIII para designar o confronto
entre os opressores e os oprimidos, respectivamente, nesse caso, a burguesia e o
proletariado. Vale ressaltar que Marx não criou essa teoria, ele apenas foi o primeiro a
mostrar o papel das classes sociais na evolução da história. Segundo ele, a luta de classes
seria a força motriz por trás das grandes revoluções na história. Ela teria começado com
a criação da propriedade privada dos meios de produção. A partir daí a sociedade teria
sido dividida em possuidores do meio de produção e possuidores, unicamente, de sua
força do trabalho. Na sociedade capitalista, a burguesia retém a mercadoria produzida
pelo proletariado, e o produtor dessa mercadoria recebe um salário que é pago de acordo
com a qualificação profissional dele.
CRÍTICAS
Contribuições
LÉON WALRAS
Mas a sua principal contribuição para a economia, de Walras, foi a teoria do equilíbrio
geral. Walras pertence a corrente liberal, porém, invoca a intervenção do Estado. Ele
justifica essa necessidade, com a existência de monopólios naturais, sobretudo no
transporte ferroviário, e defende a nacionalização das terras.
PRINCIPAIS OBRAS
CONTEXTO HISTÓRICO
No caso, os clássicos (Smit, Ricardo e Marx), consideram que o valor de um bem está
ligado ao trabalho necessário para a sua produção, isto é, aos custos de produção. Ou seja,
que o valor de um bem está ligado ao custo de produção do mesmo.
“O valor de um bem decorre não da utilidade total do bem, mas sim da utilidade
marginal”
A fonte do valor reside não na utilidade total de um bem, mas em sua utilidade marginal,
ou seja, na utilidade da última unidade num mundo necessariamente sujeito à escassez. O
valor dos bens não é determinado pela quantidade total dos produtos que podem ser
adquiridos, mas sim pelo custo necessário para a produção da última unidade.
Uma economia moderna é composta por três grandes tipos de mercado, que são definidos
pela natureza do produto trocado pelos agentes econômicos. São eles:
- A homogeneidade dos produtos: os produtos são todos iguais (por exemplo: um quilo
de farinha do vendedor um é igual ao quilo de farinha do vendedor dois), o consumidor
escolherá indiferentemente. Isso supõe ausência de marca ou embalagem e a existência
produtos com qualidades totalmente iguais.
Dessa forma a oferta é uma função crescente do preço e a demanda é uma função
decrescente do preço. E existe um preço de equilíbrio entre a oferta e a demanda.
CRÍTICAS
Edward Chamberlain diz que a concorrência também pode existir no mercado imperfeito.
Ele mostra que os benefícios da concorrência não estão sistematicamente ligados à
atomicidade da oferta e da demanda. Ele defende a não homogeneidade dos produtos, ou
seja, a criação de marcas e ao processo de propagandas sobre o produto.
Diferentemente de Walras, que propõe a formação dos preços pela relação de oferta e
demanda, o economista Galbraith propõe a noção de preços administrados, para designar
a formação dos preços nos mercados oligopolistas.
John Maynard Keynes nasceu em Cambridge em 1883. Aluno do colégio Eton, depois
estudante de matemática e economia no King’s College, em Cambridge, ele seguiu os
ensinamentos do grande representante da escola neoclássica, Alfred Marshall. Depois de
uma rápida passagem pela administração britânica no Ministério dos Negócios das Índias,
tornou-se assistente no King’s College, após defender sua tese sobre a teoria das
probabilidades em 1908. A seguir, foi chamado para diversas missões administrativas,
primeiro no Tesouro em 1915, e depois para a conferência de paz em 1919 (durante a
Primeira Guerra Mundial), para preparar o Tratado de Versalhes. Discordando do
montante das indenizações impostas à Alemanha, ele renunciou a suas funções. Então
passou a se dedicar a hábeis especulações na Bolsa, como Ricardo, ao mesmo tempo que
escrevia vários artigos sobre os problemas econômicos da época. Recebendo o título de
lorde em 1942, representou a delegação britânica na Conferência de Bretton Woods, em
1944. Keynes morreu aos 63 anos de um ataque cardíaco em 1946.
PRINCIPAIS OBRAS
CONTEXTO HISTÓRICO
Na década de 30, a economia mundial enfrentava uma crise econômica (oriunda dos
prejuízos da Primeira Guerra e agregada à quebra da bolsa de valores de Nova York, em
1929), conhecida como “Grande Depressão”. A realidade dos países capitalistas era
crítica. Desemprego, fome e miséria assolavam. Apesar de a crise ter se estendido por
alguns anos, os economistas achavam que a mesma duraria pouco. Nesse contexto,
Keynes desenvolveu uma teoria alegando que a política econômica vigente não surtiria
melhoras, relacionando-a ao período crítico, e propôs uma nova organização econômica.
Keynes alegava que o Estado tinha que intervir na economia através de uma política em
que o nível de produção nacional seria determinado pela demanda agregada ou afetiva.
Ou seja, a demanda geraria a oferta. Os estadistas seguiram a teoria de Keynes e a
economia se desenvolveu.
SUAS IDEIAS
Para os clássicos, o juro era um preço que, como qualquer outro, é determinado pelo jogo
da oferta e da procura no mercado. A taxa de juros equilibra o nível do capital que pode
ser emprestado e o nível do capital buscado pelos empresários. Assim se forma o
equilíbrio entre poupança e o investimento.
Keynes rompe com essa visão clássica ao mostrar que a taxa de juros regula menos o
mercado de capitais do que a oferta e a procura de moeda, isto é, de “dinheiro líquido”.
Ele então recorre a essa preferência pela liquidez, que remete aos comportamentos dos
agentes econômicos. Essa preferência pela liquidez, que se caracteriza pela vontade de
conservar valores em caixa em moeda líquida, responde a três motivações:
Em contrapartida, Keynes acredita que a baixa dos salários só pode gerar o aumento do
desemprego. Se a redução dos salários é acompanhada por uma baixa dos preços,
nenhuma alteração consegue romper o círculo vicioso do subemprego, na medida em que
os salários nominais serão iguais aos salários reais. Uma redução salarial de 10%,
associada a uma baixa do nível geral dos preços de 10%, mantém inalterado o nível de
lucro das empresas. Não podendo haver, portanto, criação de empregos.
O conceito de demanda efetiva designa não a demanda real, mas a demanda potencial tal
como antecipada pelos empresários. É em função da demanda efetiva, que reúne a
demanda de bens de consumo e de bens de produção, que os empresários determinam o
nível da produção. É evidente que de nada serve produzir se o bem produzido não tem
compradores. Assim, o nível de produção das empresas deve estar de acordo com o nível
da demanda antecipada pelos empresários. O nível de emprego, por sua vez, decorre do
nível de produção.
A propensão média a consumir mede a relação entre o consumo e o rendimento num dado
período.
A propensão marginal a consumir mede a relação entre a variação do consumo num dado
período, e a variação correspondente do rendimento no mesmo período.
Inversamente, a propensão média a poupar mede a relação entre a poupança e o
rendimento num dado período.
A ampliação das funções do Estado é a única maneira de evitar uma destruição das
instituições econômicas
CRÍTICAS
Contribuições
John Maynard Keynes, sem dúvida, foi o economista mais influente dos últimos 100 anos.
Suas teorias iniciaram uma revolução na ciência, contestando preceitos da lógica
neoliberal que, até então, reinavam na academia. E foi além, suas idéias tiveram força
suficiente para criar a escola de pensamento Keynesiana, cujo o impacto transformou toda
a macroeconomia contemporânea.
Nasceu em Triesch, atual Triesch, Morávia, que era, então, parte do Império Austro-
Húngaro (atualmente República Tcheca), em 1883,
Morreu em 1950 em Harvard
- Mesmo ano da morte de Karl Marx e do nascimento de John Maynard Keynes.
- De família católica e único filho de pais alemães étnicos.
- Seu pai, um fabricante de tecidos, morreu precocemente, e sua mãe casou-se então com
um oficial de alta patente do exército austro-húngaro.
- O jovem Schumpeter recebeu uma educação tipicamente aristocrática
- Forte nas Humanidades, fraca em Matemática e ciência — no Theresianum, instituição
jesuíta de ensino, fundada pela imperatriz Maria Teresa, em Viena, no ano de 1746.
- Em 1901 ingressou na faculdade de Direito da Universidade de Viena,
- Começou a lecionar antropologia em 1909, na Universidade de Czernovitz (hoje na
Ucrânia), e, a partir de 1911, na Universidade de Graz, onde permaneceu até a Primeira
Guerra Mundial.
- Teve cursos de economia ministrados por Friedrich Von Wieser (1851–1926) e
participou de seminários de Eugen Böhm Von Bawerk (1851–1914), junto com outros
economistas em formação, como Ludwig von Mises (1881-1973) e os austromarxistas
Otto Bauer (1881-1938) e Rudolf Hilferding (1877-1941).
Em março de 1919 assumiu o posto de Ministro das Finanças da República Austríaca,
permanecendo por poucos meses nesta função.
- Em seguida, assumiu a presidência de um banco privado, o Bidermann Bank de Viena,
que faliu em 1924.
- A experiência custou a Schumpeter toda a sua fortuna pessoal e deixou-o endividado
por alguns anos.
- Depois desta passagem desastrosa pela administração pública e pelo setor privado,
decidiu voltar a lecionar, desta vez na Universidade de Bonn, Alemanha, de 1925 a 1932.
- Com a ascensão do Nazismo, teve que deixar a Europa.
- Viajou pelo Japão e pelos Estados Unidos, para onde se transferiu, em 1932, assumindo
uma posição docente na Universidade de Harvard, em Cambridge (Massachusetts).
- Ali permaneceu até sua morte, em janeiro de 1950, pouco antes de completar 67 anos.
- Foi muito estimado por seus alunos, vários dos quais se tornaram seus leais seguidores.
PRINCIPAIS OBRAS
Teoria do desenvolvimento econômico (1911);
Ciclos dos negócios (1939);
Capitalismo, socialismo e democracia (1942);
CONTEXTO HISTÓRICO
- O período em que Joseph viveu, foi um dos mais perturbados da história, a Primeira
Guerra Mundial, a ascensão do Nazismo e do Fascismo.
Sobre a Primeira Guerra Mundial, vale destacar, os vários problemas que atingiam as
principais nações europeias no início do século XX. O século anterior havia deixado
feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a
partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por
exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e
Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande
mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser
considerada uma das causas da Grande Guerra. Vale lembrar também que no início do
século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus,
principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários
conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados
numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem,
no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os
países, onde um tentava se armar mais do que o outro.
Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A
França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a
Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os
franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.
O Fascismo surgiu devido à crise econômica vivida pela Itália a partir do fim da Primeira
Guerra Mundial. Embora tendo ficado do lado vitorioso da Guerra, a Itália não foi
beneficiada com as recompensas prometidas, o que ocasionou um aumento na inflação,
desemprego, fome, dentre outros problemas econômicos no país.
O monarca, Rei Vitor Emanuel III, foi incapaz de atender às reinvindicações das
manifestações populares, enquanto as classes médias e altas ficavam apavoradas com
estas manifestações dos trabalhadores.
O Nazismo nasceu também após a Primeira Guerra Mundial, período a partir do qual a
Alemanha entrou em crise econômica que desestrutura a produção e o comércio do país.
Esta crise permitiu a ascensão do poder do partido Nazista, liderado por Adolf Hitler.
A partir das ideias racistas de Hitler e de seu poder de persuasão, surgiu na Alemanha um
regime totalitário e militar que era baseado na ideia de regeneração nacional, a qual se
daria por meio do extermínio das raças consideradas impuras (judeus, cristãos, negros,
etc). Durante este regime aconteceu o Holocausto, episódio da história mundial em que
milhares e milhares de pessoas foram mortas cruelmente por uma nação completamente
dominada pelas ideias nazistas.
“Os motivos que levam o empreendedor a agir não são exclusivamente comandados pela
busca de lucro”
- O empreendedor, procura apenas fazer render seu capital, mas sem assumir riscos:
- A abertura de uma nova saída para o produto num mercado que não tinha sido
considerado anteriormente;
- A função empresarial, porém, pode declinar e, com ela, a inovação devido a mudanças
que afetam a grande empresa moderna. O aumento das dimensões da empresa ameaça
eliminar a figura do empresário inovador.
CRÍTICAS
John Kenneth Galbraith critica o “empresário individual”, para ele, deve existir
um “empresário coletivo”, os membros da tecnoestrutura geralmente são donos do capital
da empresa. São assalariados recrutados em função de suas competências técnicas. Para
ele, suas motivações estão essencialmente ligadas ao desenvolvimento da empresa.
Assim, o lucro se torna um simples indicador dos desempenhos globais da unidade de
produção. No entanto, essa concepção sobre a evolução das economias desenvolvidas
apresenta dois limites: muitas empresas são de porte modesto e os membros das
tecnoestruturas possuem uma autonomia apenas relativa. Quando os resultados da
empresa mostram uma diminuição dos benefícios, o poder dos acionistas volta a ocupar
o primeiro plano, Assim, os diretores assalariados podem ser demitidos.
Junto com sua contribuição positiva, Schumpeter fez uma crítica persistente à
economia convencional, cuja preocupação com problemas estáticos de alocação em
mercados perfeitamente competitivos elimina a mudança e o papel do empresário. Mas
as especulações de Schumpeter foram muito além, para a questão da durabilidade de uma
civilização que vive continuamente destruindo o que criou -uma linha de pensamento que
vinha desde Marx e seu Manifesto Comunista.
Talvez Schumpeter tenha mais a dizer sobre a natureza do capitalismo do que a
nova safra de idealistas do mercado gerada pela globalização ou pelos apóstolos do século
20 da estabilização, como Keynes.
Ao menos, esse é o argumento de Thomas K. McCraw, em "Prophet of
Innovation" (profeta da inovação), sua nova biografia do grande Schumpeter e das
pessoas e locais importantes da vida dele. O tema da destruição criativa surge no cenário
da migração da própria família de Schumpeter, da dissolução do império Austro-
Húngaro, do descontentamento dos anos entre as guerras e de algumas circunstâncias
trágicas de sua vida pessoal adulta.
A principal ideia de McCraw diz respeito ao efeito do impacto do capitalismo na
ordem ainda muito feudal da Europa Central e Oriental sobre o pensamento de
Schumpeter. Foi a velocidade da transformação e a extensão dos deslocamentos que se
seguiram que o levaram a rejeitar os modelos de equilíbrio estático dos economistas
britânicos, derivados de uma sociedade onde a mudança econômica era evolucionária, e
as instituições, muito estáveis. Diferentemente de seu contemporâneo Keynes,
Schumpeter sempre viu a economia do ponto de vista de um empresário inovador, não do
tesouro ou do banco central.
Contribuições
MILTON FRIEDMAN
PRINCIPAIS OBRAS
HERANÇA KEYNESIANA
Friedman apresenta a ideia de uma taxa de emprego natural que não está vinculada a uma
contingência conjuntural, mas faz parte das próprias estruturas de um mercado
administrado por forças exógenas à concorrência e ao sistema de preços.
Ele retoma a teoria quantitativa da moeda na obra "Uma história monetária dos Estados
Unidos". Qualquer variação na massa monetária só pode resultar numa igual variação no
nível geral dos preços. Quando a massa monetária é quantitativamente insuficiente para
autorizar a compra da produção, a economia entra em recessão. Por outro lado, quando a
quantidade de moeda circulante é superior ao nível da produção, a economia mergulha na
inflação. Se a demanda da moeda permanece estável, o crescimento da liquidez leva os
agentes econômicos a se desfazerem de uma moeda excedente, gastando-a na compra de
bens e serviços. Ressurge o mecanismo da inflação por demanda.
Em "O papel da política monetária" ele pretende mostrar que a inflação, fenômeno
exclusivamente monetário, se deve a um aumento demasiado rápido da massa monetária
em relação ao PIB. O aumento da quantidade de moeda está ligado aos erros da política
econômica (déficit orçamentário, política conjuntural de alavancagem de inspiração
keynesiana, estratégia dos bancos centrais). Portanto, cumpre que os poderes públicos
subordinem a criação monetária ao aumento da produção e desistam totalmente de
recorrer às políticas de pleno emprego.
Contribuições
Os primeiros a ouvir a mensagem de Friedman foram aqueles que ocupariam as mais altas
funções políticas nos EUA e no Reino Unido: o presidente Ronald Reagan e a primeira-
ministra Margaret Thatcher.
Ronald Reagan procurou reatar laços com os valores da sociedade americana: o trabalho,
a poupança e o investimento. Seu programa consistia em reduzir presença do Estado na
sociedade civil, diminuindo os créditos destinados às políticas sociais e reduzindo a carga
tributária sobre os rendimentos das pessoas físicas e jurídicas.
CRÍTICAS
A crise do petróleo de 1930 deu razão aos neoclássicos porque não era conveniente
“laissez-faire o mercado” para garantir a prosperidade. O Estado deveria intervir com
todo o seu peso para salvar a sociedade civil, garantindo assim, o êxito de John Keynes.
O modelo keynesiano durou muito tempo após a Segunda Guerra, permitindo crescimento
econômico e pleno emprego. A partir dos anos 60 que esse modelo começou a ruir e a
última gota foi a quadruplicação do preço do petróleo em 1973.
4 – MOEDA E CRÉDITO
4.1 – MOEDA
4.2 – CRÉDITO
A palavra crédito vem do latim “credere” e significa confiar em que uma pessoa,
ou qualquer outro agente econômico, possa restituir, no futuro, um valor equivalente ao
que recebe no presente.
Existe uma forte interrelação entre a taxa de juros (i), o crédito e a moeda;
A análise do crédito é muito útil para se entender a economia capitalista moderna, que
assume a forma, em muitas ocasiões, de um capitalismo de Estado, portanto, sujeito às
regulações e leis emanadas pelo governo;
Em caso de inflação, o valor da moeda será dado pelo inverso dos preços, uma vez que
as pessoas procurarão se desfazer o mais rapidamente possível do dinheiro, a fim de
adquirirem bens e/ou serviços.
5 – TEORIAS DO VALOR
5.1 – Introdução
1). Uma delas retira o valor de uma relação do homem com a natureza, ou
do homem com as coisas. Esta teoria parte da idéia de que o homem sente uma série de
necessidades e é na procura da satisfação destas necessidades que ele se engaja na
atividade econômica. O valor, neste caso, seria o grau de satisfação ou utilidade derivada
dessa atividade. De acordo com esta abordagem, a atividade econômica se dá
essencialmente entre o homem e o meio físico, sendo que o homem atribui valor aos
objetos ou aos serviços, na medida em que estes satisfazem suas necessidades. Esta é, em
essência, a chamada Teoria Marginalista (valor-utilidade).
2). A abordagem oposta retira o valor não das relações do homem com as
coisas, mas do homem com outros homens, isto é, das relações sociais. O valor seria assim
o fruto das relações que se criam entre os homens na atividade econômica, sendo medido
pelo tempo do trabalho produtivo que os homens gastam na atividade econômica como
um todo. Esta é, em essência, a Teoria Marxista (valor-trabalho).
A teoria do valor-utilidade parte da relação entre uma necessidade humana
e o serviço ou objeto que a satisfaça. Como isto depende muito das preferências
individuais dos agentes ativos da economia, a teoria do valor-utilidade parte de um
comportamento subjetivo. O consumidor passa a ser o centro do sistema, supondo os
autores marginalistas ser o consumidor sempre racional e capaz de reconhecer suas
necessidades e os modos de melhor satisfazê-las. Todavia, sabe-se que, com a propaganda
massiça, o marketing, a publicidade, as grandes corporações conseguem, em grande parte,
condicionar o consumo. Mesmo um autor da envergadura de John K. Galbraith concorda
em que o consumidor acaba por comprar em medida muito maior e em direção muito
diferente da que espontaneamente faria.
6 – DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
7.1 – Introdução
De uma forma geral, a repartição da renda gerada tenta explicar de que maneira o
produto social é ou está sendo repartido (distribuído) entre as classes que compõem a
sociedade, ou seja, envolvendo certos rendimentos, tais como o salário, o lucro, a renda
da terra e o juro. Aliás, estas são as quatro categorias clássicas que quase sempre
constituem a estrutura da repartição da renda.
O centro do problema está em saber como se reparte o produto social pelos quatro
rendimentos típicos. Ou seja, qual é a parcela do produto que se transforma em salário
(remuneração do trabalho), qual é a parcela que se transforma em lucros (remuneração do
capital e do capitalista), qual é a parcela que se transforma em juro e qual em renda da
terra. Para a maioria dos economistas marginalistas (neoclássicos), o problema é
resolvido a partir da “teoria dos rendimentos decrescentes”. Portanto, a resposta está na
combinação dos fatores de produção, e esta combinação é dada pela tecnologia. Na
medida em que se aumenta a participação de um dado fator, mantendo-se os demais
constantes (hipótese “ceteris paribus”), os rendimentos obtidos deste fator tendem a
decrescer. Assim, a tecnologia nos dá os limites em que podemos usar os fatores, mas
dentro destes limites existe uma certa flexibilidade. Cada um dos fatores podem ser
combinados em proporções variáveis, porém nunca arbitrárias. Todo o raciocínio
marginalista se baseia num comportamento racional do empreendedor (capitalista). Da
mesma forma, do outro lado da equação econômica (oferta da força de trabalho), o
trabalhador também deve Ter um comportamento dito “racional”. O resultado final é que
juros, salários e renda da terra serão determinados pelas produtividades marginais dos
respectivos fatores, e pela reivindicação mínima dos titulares daqueles fatores.
O PIB pode ser entendido como sendo a agregação, pelo preço de mercado, dos
valores econômicos finais que são produzidos no território de um país, em determinado
ano. Ou, como define Paulo Sandroni no “Dicionário de Economia”: “o valor agregado
de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território econômico do país,
independentemente da nacionalidade dos proprietários das unidades produtoras desses
bens e serviços” (Sandroni, 1989: 234). Para o levantamento do PIB de um país deve-se
excluir as transações intermediárias, podendo ser calculado sob três aspectos: a) pela ótica
da PRODUÇÃO: soma dos valores agregados líquidos dos setores primário, secundário
e terciário da economia, mais os impostos indiretos, mais a depreciação do capital, e
menos os subsídios governamentais; b) pela ótica da RENDA: total das remunerações
pagas dentro do território econômico do país (salários, juros, aluguéis e lucros
distribuídos); soma-se a isso os lucros não-distribuídos, os impostos indiretos e a
depreciação do capital, subtraindo os subsídios (se houver); c) pela ótica do DISPÊNDIO:
soma dos dispêndios (gastos) em consumo das famílias e do governo, mais os
investimentos sob a forma de FBKF (formação bruta de capital fixo), mais as Variações
de Estoques, menos as importações e mais as exportações. Sob esta última ótica, o PIB é
também denominado Despesa Interna Bruta.
Notas Importantes: 1. Imposto Indireto: imposto cobrado pelo governo que incide sobre
a produção; usado para confiscar a renda necessária para financiar os dispêndios
governamentais, encarecendo o produto. 2. Subsídio: espécie de empréstimo
governamental prestado principalmente às empresas, a uma taxa de juro menor que a
praticada pelo mercado; tecnicamente é também chamado de “imposto indireto negativo”;
3. Depreciação: desgaste físico e/ou técnico sofrido pelas instalações e equipamentos
produtivos, implicando perdas do valor do patrimônio. Na prática, constitui um fundo de
reserva organizado pelas empresas com o intuito de se recapitalizarem.
Economia Aberta – uma economia é dita “aberta” quando transaciona com exterior,
quando mantém intercâmbio comercial com o chamado “resto do mundo”. Caso
contrário, é chamada de economia “fechada”.
8.2.1 – Introdução
8.2.4 – Um sistema padrão de contas nacionais para uma economia fechada e sem governo
apresenta as seguintes transações: salários, aluguéis, juros, lucros (distribuídos),
depreciação, consumo familiar, poupança familiar, FBKF e E. O seguinte quadro-
resumo esquematiza de forma satisfatória os lançamentos contábeis para o presente
modelo:
Consumo – estão nesta categoria os pagamentos com pessoal (civil e militar), além de
custeios diversos;
Subsídios – são fornecidos com o objetivo de cobrir os déficits operacionais, na tentativa
de “segurar” os preços de bens tidos como estratégicos;
Transferências – são os pagamentos unilaterais feitos pelo governo às famílias. Ex.:
aposentadorias, pensões, salários-família, auxílio-doença, auxílio-natalidade, etc.
8.4.1 – Introdução
8.4.2 – Conceito
BALANÇA COMERCIAL
– Exportações
– Importações
BALANÇA DE SERVIÇOS
– Viagens Internacionais
– Transportes
– Seguros
– Rendas de Capital (juros, royalties, patentes)
– Serviços governamentais
– Serviços diversos
MOVIMENTO DE CAPITAIS
– Investimentos estrangeiros líquidos
– Empréstimos a médio e longo prazos
– Empréstimos a curto prazo
– Financiamentos
– Amortizações
SALDO DO BP (4 + 5 + 6)
---------------------------
RESERVAS INTERNACIONAIS
– Direitos Especiais de Saque (D.E.S)
– Ouro Monetário
– Posição de reserva no FMI
– Divisas estrangeiras (posição em moeda estrangeira)
– Outros ativos
– Utilização de crédito do FMI
1)- Analisar por balança, ou seja, por cada divisão (parte) do BP;
2)- Fazer uma breve apreciação quantitativa (agregativa);
3)- Tecer sucintos, porém sólidos, comentários de natureza econômica;
4)- Averigüar as ações das autoridades econômicas em termos de política
econômica (monetária, fiscal, cambial, creditícia);
5)- Apurar principais reflexos sociais;
6)- Estudar brevemente o comportamento do país em termos de
endividamento externo;
7)- Identificar os prováveis “pontos de estrangulamento”, ou seja, detectar os
elos mais frágeis e vulneráveis do BP considerado;
8)- Apontar alternativas para combater o possível desequilíbrio;
9)- Abrir perspectivas;
10)- Realizar a síntese global do quadro (cenário).
Além destes passos da mais alta relevância, outros procedimentos auxiliares podem
também ser apresentados na análise, tais como:
8.5 - CÂMBIO
– Introdução - Quando dois países mantêm relações econômicas entre si, há também como
consequência, o intercâmbio entre duas diferentes moedas (padrões monetários). O estudo
do câmbio se preocupa justamente com esta forma de intercâmbio, ou seja, da troca de
moedas.
– Taxa de Câmbio – entendida como sendo a fixação da relação de troca entre duas
moedas diferentes. É o valor de uma moeda em relação à outra.
- Mercado Cambial Livre – denomina-se mercado livre aquele sem intervenção das
autoridades monetárias (no caso brasileiro, do Bacen), sendo a taxa de câmbio
determinada pela oferta e procura por moeda.
– Tipos de Taxas de Câmbio – existem basicamente três tipos: fixas, flexíveis (também
chamadas flutuantes), e as de flutuação administrada. As taxas do tipo fixas são
características de países “em desenvolvimento” (exceto Áustria, Finlândia, Noruega,
Suécia). As taxas do tipo flutuantes podem sofrer variações independentes ou de maneira
conjunta, sendo mais comuns em países desenvolvidos.
10 – TEORIAS DA INFLAÇÃO
– Conceito Genérico
10.4 – Tipos de inflação – Há autores e obras que citam inúmeros “tipos” de inflação,
tais como: de demanda; de oferta (estas duas mais conhecidas, mais gerais e de maior
aceitação); setorial; estrutural; cíclica; importada; reprimida; compensatória; inercial; etc.
2). Inflação de Custo – causada pela disputa, antagonismo de interesses das classes
sociais pela participação do excedente gerado, geralmente provocada pelas imperfeições
de mercado (monopólio, oligopólio, olipsônio, lutas sindicais), por custos não-
controláveis (imprevisíveis), tais como secas, geadas e demais fenômenos climáticos, ou
ainda pela elevação dos preços administrados pelo governo;
3). Inflação Setorial – este tipo de inflação, segundo alguns autores, decorre de mudanças
ao longo do tempo e que demanda e oferta são dinâmicas e diferenciadas, sendo que o
ajustamento nos preços dos bens produzidos pelos setores da atividade econômica pode
e deve refletir estas mudanças. Caso contrário, será detonado o processo inflacionário;
4). Inflação Estrutural – aqueles que admitem sua existência, partem do princípio de
que a capacidade de produção está aliada com o perfil da demanda para dada
determinação de distribuição de renda. A Comissão Econômica para a América-latina e
Caribe – CEPAL, criada pela ONU, já teve em seus quadros autores exponenciais que
defendiam tal tese, atualizando e assemelhando-se ao pensamento do economista liberal
francês Jean-Baptiste Say, segundo o qual “a oferta cria sua própria demanda” (Lei de
Say);
5). Inflação Quantitativa – o aumento de moeda numa dada economia, pode acabar por
causar o processo inflacionário, elevando a demanda, fazendo os preços subirem. Quando
a emissão de moeda não acompanha a variação do nível do produto, excedendo esta
variação, a inflação é então detonada. Modernamente, o economista norte-americano
Milton Friedman, expoente da Escola econômica de Chicago, afirma que a maior causa
das crises econômicas e sua estreita relação com a inflação é justamente devido à
excessiva emissão dos meios de pagamento (oferta monetária). Alguns autores
apresentam a seguinte fórmula fundamental para tentar explicar este mecanismo
quantitativo: MV = PT (onde, M = meios de pagamento, ou total da oferta monetária; V
= velocidade de circulação da moeda; P = nível geral de preços da economia; e T = volume
das transações efetuadas);
7). Inflação Conjuntural – trata-se de uma corrente que acredita ser apenas momentâneo
o fenômeno inflacionário, afirmando
existir uma “evolução” em todo o processo, apresentando três fases distintas: Inflação >
Recessão > Retomada do crescimento econômico.
INFLAÇÃO
Existem diversos conceitos sobre inflação, alguns pôr sinal, muito extensos. Se
solicitarmos de uma dona de casa brasileira seu conceito de inflação, ela certamente responderá:
"Inflação é ir à feira ou ao mercado, levando dinheiro no bolso e voltar com alimento na cesta, e
daqui um mês ir à mesma feira ou mercado levando dinheiro na cesta e voltar com o alimento no
bolso". Basicamente significa excesso de moeda confrontados com poucos bens. Ou, no seu
conceito mais simples, Inflação é a perda do poder aquisitivo do dinheiro, em virtude do aumento
dos preços dos bens econômicos, duradouro e progressivo.
Para que a inflação se já caracterizada, é necessária que ocorra sempre uma
progressividade e pôr longo período, nos preços das mercadorias e serviços.
CAUSAS DA INFLAÇÃO
1) Demanda maior que a oferta - governo emite mais dinheiro que o necessário
2) Multiplicação da moeda escritural além do necessário (Representada pelos depósitos
bancários);
3) Baixa produtividade - eleva os custos de produção;
4) Déficit dos setores públicos e privados;
5) Elevação da carga tributária
CONSEQÜÊNCIAS DA INFLAÇÃO
1 - Econômicas - A inflação geralmente conduz à medidas destinadas a conter a expansão da
demanda, através da restrição e expansão do crédito e isso impossibilita o planejamento
empresarial a longo prazo, dada a impossibilidade de se efetuar previsões em relação ao
comportamento dos preços e do custo do crédito;
3 - Políticas - Não existe governo capaz de obter altos índices de popularidade, em tempo de
inflação elevada. Nos últimos cinco governos militares do País, o que conseguiu índice de
popularidade mais elevado foi o governo Médici, pois todos os ajustamentos necessários a reduzir
a inflação já haviam sido efetuados no governo Castello Branco, e no curto governo Costa e Silva.
Portanto, foi incrivelmente fácil ao governo Médici, conseguir a redução do hiato do PIB,
promover o crescimento econômico e reduzir a inflação, o que foi possível em grande parte à
violenta repressão política no período, e à indiscutível manipulação dos dados sobre a inflação
brasileira de 1973, quando os levantamentos dos preços eram efetuados com base nos preços
tabelados, e não nos preços reais do mercado. A inflação chegou a 20% ao ano.
O governo Geisel teve um alto grau de impopularidade devido a uma dose de azar e a
crise do petróleo que eclodiu em 1973 (que aumentou o preço do barril de petróleo em 400%
devido a guerra entre judeus e árabes), em 1975 enfrentou uma grande geada (que dizimou lavoura
de café, trigo e hortaliças), em abril de 1977 o governo lança um pacote econômico (onde criou o
senador biônico e cancelou as eleições diretas para governador prevista para 1978) e em 1978
houve uma grande seca que ocasionou uma quebra de 50% na produção de milho, soja e arroz (e
durante os 3 anos seguintes fomos obrigados a importar estes produtos aumentando o déficit na
balança comercial) A inflação chegou a 55% ao ano.
O governo Sarney teve um alto grau de popularidade graças aos planos milagrosos para
salvar a economia. Foi criado o Plano Cruzado com o Ministro da Fazenda Dílson Funaro no dia
28/02/86, pois a inflação chegara ao patamar de 84% ao mês. O objetivo do plano era conter a
inflação desordenada. Congelou-se os preços de tudo, mas não funcionou, pois o próprio governo
foi o primeiro a desrespeitar o plano subindo as tarifas públicas no dia seguinte. Após esta
frustração inicial o governo cria outro plano. O Plano Bresser com o Ministro da Fazenda Luiz
Carlos Bresser Pereira no dia 21/06/87. Seguiram o mesmo erro do ministro anterior e plano
fracassou. Surge outro plano o Plano Verão já com o Ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega
no dia 15/01/89 que também não deu certo. A inflação chegou a 1.783% ao ano.
O governo Collor com uma alta dose otimismo e populismo foi criado o Plano Collor
com a Ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello, que iniciou no dia 15/03/90. Também não
funcionou. Em seu governo foi iniciado o processo de privatização das estatais. Foi obrigado a
renunciar graças a denúncias de corrupção. Assume então o seu vice Itamar Franco que pegou um
governo cambaleante e nos dois últimos anos teve que reestruturar a casa. Seu governo foi fraco,
pois não teve condições de fazer muita coisa já que estava arrumando a casa. A inflação chegou
a 1.158%.
O primeiro governo de Fernando Henrique foi instituído um plano para acabar com a
inflação em moldes diferentes dos anteriores. Foi criado a Medida Provisória nº 434 que criava a
URV (Unidade Real de Valor). A URV foi uma unidade que transformou Cruzeiro Real em Real.
Este plano foi mais transparente do que os demais e não houve nenhum choque sem que o povo
não soubesse o que estava sendo feito. A inflação chegou a 30% ao ano.
FORMAS DE INFLAÇÃO
Inúmeras são as formas de inflação conhecidas, mas as mais importantes são: