3-YIN-Desenho e Metodo - Pesquisa Estudo de Caso

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Yin, R. K. (1994).

Pesquisa Estudo de Caso - Desenho e Métodos


(2 ed.). Porto Alegre: Bookman.

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Preâmbulo
É um privilégio fornecer um prefácio para este bom livro. Ele
epitomiza um método de investigação por tentar inferências válidas de
eventos fora do laboratório, enquanto ao mesmo tempo retém os objectivos
de conhecimento partilhados com a ciência de laboratório.
Cada vez mais chego à conclusão que o âmago do método
científico não é a experimentação per se , mas a estratégia conotada pela
frase hipóteses rivais plausíveis. Esta estratégia pode começar a solução do
seu puzzle com “ provas “ ou pode começar com “ hipóteses”. Em vez de
apresentar estas hipóteses ou provas no contexto – independente de
maneiras positivistas de “ confirmação “ ( ou mesmo corroboração pós –
positivista ), são apresentados em vez redes de implicações que ( embora
nunca completas ) são, no entanto, cruciais para a sua avaliação científica.
Esta estratégia inclui tornar explícitas outras implicações das
hipóteses para outros dados disponíveis e relatar como estes se encaixam.
Também inclui procurar explicações rivais das provas em foco e examinar a
sua plausibilidade. A plausibilidade destas rivais é normalmente reduzida
por “ extinção de ramificações “ , isto é, ao olhar para as suas outras
implicações nos conjuntos de dados e ver quão bem eles se encaixam. Até
que ponto estas duas tarefas potencialmente intermináveis são levadas
depende da comunidade científica da altura, assim como que implicações e
hipóteses rivais plausíveis foram tornadas explícitas. É em tais bases que as
comunidades científicas com sucesso atingem consenso efectivo e
resultados cumulativos, sem nunca sequer atingir provas fundamentadas. No
entanto, estas características das ciências bem sucedidas foram
grosseiramente negligenciadas pelos positivistas lógicos e são Sb –
praticadas pelas ciências sociais, quantitativas ou qualitativas.
Tal verificação por outras implicações e a extinção – de
ramificações das hipóteses rivais também caracteriza a investigação de
procura – de – validade nas humanidade, incluindo as hermenêuticas de
Schleiermacher, Dilthey, Hirst, Habermas e cultura actual sobre a
interpretação dos textos antigos. Similarmente, a estratégia está disponível
para uma conjectura histórica sobre um acontecimento específico assim
como para a asserção científica da lei causal. É trágico que movimentos
maiores nas ciências sociais estejam a usar o termo hermenêutica para
conotar desistência do objectivo de validade e abandonar a disputa para

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quem o percebeu. Assim, a juntar à abordagem de estudo do caso
quantitativo e quasi – experimental que Yin ensina, o nosso armamento
metodológico de ciências sociais também precisa de uma metodologia de
estudos de casos que procure a validade humanística que, enquanto não faz
uso da quantificação ou testes de significância, trabalharia à mesma nas
mesmas questões e partilharia os mesmos objectivos de conhecimento.
Como versões desta estratégia de “ hipóteses rivais plausíveis “,
há dois paradigmas do método experimental de que os cientistas sociais
podem emular. Através do treino, estamos aptos a pensar primeiro do
modelo “ atribuição aleatório de tratamento “, chegado até nós das
estações de experiências agrícolas, laboratórios psicológico, julgamentos
aleatórios investigações médicas e farmacêuticas, e os modelos estatísticos
matemáticos. A aleatoriedade significa controlar um número infinito de “
hipóteses rivais“ sem especificar o que cada uma delas é. As atribuições
aleatórias nunca controlam completamente estas rivais, mas apresenta –as “
implausíveis “ até um grau avaliado pelo modelo estatístico.
O outro e mais antigo paradigma provém dos laboratórios de
ciências físicas e é epitomizado pelo “isolamento experimental” e “controlo
laborato -rial”. Aqui estão os muros isolados e blindados; os controlos de
pressão, temperatura, e humidade; os resultado dos vácuos, e assim por
diante. Esta tradição mais velha controla algumas hipóteses rivais
especificas relativamente escassas, mas explícitas. Estas nunca são
perfeitamente controladas, mas o suficiente para as apresentar implausíveis.
Que hipóteses rivais são controladas é uma função das actuais disputas na
comunidade científica actualmente. Mais tarde, em retrospectiva, pode ser
visto que outros controlos foram precisos.
A abordagem do estudo do caso como é aqui apresentada, e mais
geralmente quasi- experimentação, são mais similares ao paradigma do
“ isolamento experimental “ do que ao modelo de “ atribuição aleatória de
tratamento “, no aspecto de que cada hipótese rival deve ser especificada e
especificadamente controlada. O grau de certeza ou consenso que a
comunidade científica é capaz de alcançar será, normalmente, inferior na
ciência social fora de portas, devido ao menor grau de redução - de
plausibilidade das hipóteses rivais que são passíveis de serem atingidas. A
incapacidade de replicar à vontade ( e com variações planeadas para regrar
rivais específicas) é parte do problema. Deveríamos usar aqueles casos de

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estudo singulares ( os quais nunca podem ser copiados ) na sua totalidade,
mas deveríamos também estar alerta para as oportunidades de fazer
intencionalmente estudos de caso copiados.
Dados os antecedentes de Robert Yin ( um Doutorado em
psicologia experimental, com uma dúzia de publicações nesse campo), a
sua insistência de que o método do estudo do caso deveria ser feito em
conformidade com os objectivos da ciência e métodos é talvez não
surpreendente. Mas tal treino e escolha de carreira estão normalmente
acompanhados por uma intolerância das ambiguidades de cenários não
laboratoriais. Eu gosto de acreditar que esta mudança foi facilitada pela sua
investigação laboratorial sobre aquele estimulo mais difícil de especificar. O
lado humano, e que esta experiência forneceu consciência do papel crucial
do padrão e contexto para alcançar conhecimento.
Estes antecedentes valiosos não o mantiveram completamente
imerso nos casos de estudo de ciências sociais clássicos e tornando –se no
processo um líder da metodologia não – laboratorial das ciências sociais.
Não conheço nenhum texto comparável. Vai de encontro a uma necessidade
de longo prazo. Estou confiante que se tornará um texto padrão no curso dos
métodos de investigação das ciências sociais.

DONALD T. CAMPBELL
BETHLEHEM, PENNSYLVANIA

Prefácio

O estudo de casos tem sido estereotipado como um parente fraco


entre os métodos das ciências sociais. Os investigadores dos estudos de caso
são vistos como tendo – se desviado das suas disciplinas académicas, as
suas investigações como tendo precisão insuficiente. ( isto é, quantificação ),
objectividade e rigor.
Apesar deste estereótipo, os estudos de casos continuam a ser
usados extensivamente na investigação das ciências sociais – incluindo as
disciplinas tradicionais ( psicologia, sociologia, ciências políticas,

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antropologia, história e economia) assim como campos de prática orientada
tais como o planeamento urbanístico, administração pública, política
pública, ciências de gerência, trabalho social, e educação. O método é
também um modo frequente investigação de tese e dissertação em todas
estas disciplinas e campos. Mais ainda, os estudos de caso são, cada vez
mais, chavões mesmo na investigação de avaliação, supostamente a função
de outros métodos, tais como observações e quasi – experiências. Tudo isto
sugere um paradoxo flagrante: se o método do estudo de caso tem sérias
fraquezas, porque é que os investigadores continuam a usá – lo?
Uma explicação é que algumas pessoas não conhecem melhor e
não estão treinadas para usar métodos alternativos. No entanto, a leitura
cuidadosa dos estudo de caso ilustrativos citados como exemplos ao longo
deste livro irá revelar um grupo distinto de estudiosos, incluindo alguns que
têm servido como cabeça das suas respectivas profissões. ( Ver as CAIXAS
numeradas ao longo do texto e a secção de referências, na qual informações
bibliográficas completas são fornecidas.) Um segundo, menos importante
argumento nos tempos que correm, é que as agências federais Americanas
tornaram as vigilâncias e os questionários um assunto burocraticamente
perigosos, devido à clareza dos procedimento necessária. Por isso, os casos
de estudo tornaram – se o método preferido. No entanto, a investigação
patrocinada federalmente não domina as ciências sociais – e certamente não
na Europa e outros países – e a natureza das regras federais não podem
contribuir para o padrão mais alargado de metodologias usadas nas ciências
sociais.
Em contraste, este livro cria um terceiro argumento – de que o
estereótipo do método do estudo do caso pode estar errado. De acordo com
este argumento, a relevância contínua do método levanta a possibilidade de
termos entendido mal as suas forças e fraquezas e que é necessária uma
perspectiva diferente. Este livro tente desenvolver tal perspectiva, ao libertar
o estudo do caso, como uma ferramenta de trabalho, de ( a ) o estudo de
caso como uma ferramenta de ensino, ( b ) etnografias e observações –
participativas, e ( c) métodos “ qualitativos “. A essência do estudo de caso
vai para além de todos estes, embora possam haver sobreposições com estes
dois últimos. Assim, as características verdadeiramente distintivas do
método do estudo do caso, ao longo de todas as fases de investigação –

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definição do problema, plano, recolha de dados, análise de dados, e
composição e relatos – são os assuntos dos capítulos seguintes deste livro.
O objectivo do livro é guiar os investigadores e estudantes que
estão a tentar fazer dos estudos de casos um método rigoroso de
investigação. O livro pretende ser distintivo e nesse caso é dada mais
atenção ao plano e análises dos estudo de casos do que ao tema tradicional
de estudo de caso da recolha de dados. O primeiro tem recebido pouca
atenção nos textos de ciências sociais existentes, no entanto, eles criaram os
maiores problemas para aqueles que tentam realizar estudos de casos. O
livro também pretende ser distintivo pois as referências a estudos de casos
largamente conhecidos em diferentes campos são descritos individualmente,
ilustrando pontos feitos no texto ( ver as CAIXAS no texto ). Finalmente, o
livro é também distintivo no aspecto de que está a começar a passar o teste
do tempo, a primeira edição ( 1984 ) ultrapassou as 8 impressões e a edição
revista ( 1989 ) ultrapassou outras 16.
As ideias contidas neste livro são baseadas na mistura da minha própria
investigação ao longo dos últimos 20 anos, em cursos de métodos de estudo
de caos ensinados no Instituto de Tecnologia durante 5 anos e na
Universidade Americana durante 3, assim como em discussões com muitos
estudiosos interessados na investigação de estudo de casos, incluindo
Herbert Kaufman (enquanto esteve na Instituição Brookings, Alexander
George da Universidade de Stanford, Lawrence Susskind do MIT, Matthew
Miles do Centro de Investigação Política, Karen Seashore Louis ( enquanto
estava na Universidade de Massachussets ), Elliot Liebow (enquanto estava
no Instituto Nacional de Saúde Mental ), e Carol Weiss da Universidade de
Harvard.
Mais recentemente tive o privilégio de conduzir seminários anuais
sob os auspícios da Escola de Negócios de Aarhus na Dinamarca ( e
partilhar pontos de vista com os Professores Erik Maaloe, Finn Borum, e
Erik Albaek). Estes colegas, assim como os da Corporação RAND ( 1970 a
1978 ) e da Corporação Cosmos ( desde 1980 até agora ) forneceram – me
estimulação contínua, debate, e apoio e ajudaram – me a articular vários
aspectos da investigação do estudo dos caso discutida neste livro.
Dois críticos anónimos ajudaram nos comentários do manuscrito da
primeira edição. todas as três versões deste livro ( 1984, 1989 e a presente
versão ) beneficiaram directamente da atenção contínua e cuidadosa do

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Leonard Bickman e Debra Rog ( os editores da série ) assim como de C.
Deborah Laughton e o bom pessoal das Publicações Sage. A sua detalhada
atenção, apoio animado, e acotovelamento periódico, tudo faz um autor
querer terminar um texto e passar ao desafio seguinte na VIDA. No entanto,
como nas versões anteriores, apenas eu suporto a responsabilidade por esta
Segunda edição.
Claro, as ideias de qualquer um sobre estudo de casos - e mais
geralmente, sobre métodos de ciências sociais – devem ter raízes mais
profundas, e as minhas provêm das duas disciplinas, nas quais me treinei:
História como um sub – graduado e psicólogo experimental como graduado.
A História e a historiografia chamaram a atenção da minha consciência para
a importância da metodologia nas ciências sociais. A única marca de
psicologia experimental que aprendi no MTI ensinou – me depois os
avanços da investigação empírica apenas quando acompanhada do
pensamento lógico, e não quando tratada como um esforço mecânico. Esta
lição acaba por ser um tema básico método do estudo do caso. Dedique, por
isso, este livro à pessoa no MIT que me ensinou este melhor, e sob quem
completei uma dissertação em reconhecimento de face, embora ele possa
apenas reconhecer mal as semelhanças entre o passado e o presente, se
estivesse vivo hoje.
NOTA DA SEGUNDA EDIÇÃO

A primeira edição deste livro recebeu atenção crescente por parte


daqueles que faziam investigação sociológica e psicológica, investigação de
avaliação, estudos de política pública, negócios, gerência e estudos
internacionais. Um desenvolvimento intrigante foi a viragem em direcção ao
estudo do caso como uma ferramenta de investigação ( e não apenas ensino )
nas escolas de negócios pelo país todo. Similarmente, os investigadores de
programas internacionais tinha redescoberto a importância do estudo do
caso com uma ferramenta séria de estudo. No geral, uma tendência
significativa pode ter sido no sentido de apreciar a complexidade do
fenómeno organizacional, para o qual o estudo do caso pode ser o método
de investigação mais apropriado.
Em resposta a comentários sobre a primeira edição ( 1984 ), a
edição revista ( 1989 ) tentou clarificar mais o papel crítico da teoria, tanto a
planear estudos de caso e a generalizar a partir deles. Também, mais

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aconselhamento foi fornecido no que diz respeito ao problema de determinar
o número de casos a serem usados num estudo de casos- múltiplos. Ambas
as discussões foram descobertas no capítulo 2. No entanto, outra resposta
aos comentários anteriores foi um livro de acompanhamento, Aplicações da
Investigação de Estudo de Casos ( 1993 ), o qual fornece exemplos
extensivos método de estudo do caso na prática.
Esta Segunda edição actualiza as edições original e revista, sem
duplicar nenhum dos exemplos no livro de aplicações. Primeiro, o texto
integra muitas publicações adicionais, algumas que apenas recentemente
apareceram. Algumas destas dão significativas e lidam directamente com o
método de estudo do caso ( ex.: Agranoff & Radin, 1991; Feagin, Orum, &
Sjoberg, 1991; Hamel, 1992; Platt, 1992 a; Stake, 1994; Gabinete Geral de
Contas dos EUA, 1990 ). Um artigo de Platt, traçando o desenvolvimento
histórico do estudo do caos como um método de investigação merece uma
nota especial.
Outras publicações significativas lidam temas intimamente
relacionados, incluindo métodos qualitativos, correspondência de padrões, e
escrita e composição ( Becker 1986; Lincoln, 1991; Marshall & Rossman,
1989; Merton, Fiske & Kendall, 1990; Strauss & Corbin,1990; Trochim,
1989; van Maanen, 1988; Wolcott, 1990). Estas publicações têm ajudado a
clarificar mais as áreas de contraste e sobreposição entre o método do estudo
do caso e outras estratégias de investigação.
Segundo, dá uma ênfase crescente a exemplos que cobrem o mundo
do mercado e economia internacional – temas algo publicamente salientes
do que antes. Estes exemplos estão no próprio texto, assim como em novas
ilustrações ( ver CAIXAS 5b, 6, 11 e 29 ). No geral, embora o número de
CAIXAS pareça ter diminuído desde a 1ª edição, esta observação é
enganosa porque a 1ª edição continha 4 CAIXAS que eram, na verdade
figuras, e não exemplo ilustrativos. ( As figuras ainda são parte do texto,
mas são agora figuras rotuladas e não CAIXAS).
Terceiro, o texto tenta clarificar vários assuntos ainda mais. Estes
incluem ( a ) discussão expandida do furiosos debate de avaliação entre
investigação qualitativa e quantitativa ( Capítulo 1 ), ( b ) ainda mais no
desenvolvimento da teoria ( Capítulo 2, ( c ) clarificação dos cinco níveis de
perguntas, 8 (d ) uma nova distinção entre as unidade de recolha de dados
( capítulo 3 ), (e) uma comparação mais refinada das fontes de dados das

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forças e fraquezas, ( f ) uma discussão mais extensa de triangulação como o
racional para as fontes múltiplas de provas ( Capítulo 4 ) , ( g ) o uso de
modelos de programa lógicos como uma estratégia analítica, ( h )
aconselhamento adicional levando a cabo análises de elevada qualidade
( Capítulo 5 ), e um pouco mais sobre ( i ) estruturas de escrita e ( j) escrita e
rescrita ( Capítulo & ). Em suma, a actualização afectou todos os capítulos
de uma maneira ou de outra, embora em muitos outros aspectos o livro
permaneça largamente imutável.
Uma mudança final e significativa tem sido uma articulação mais
detalhada da definição original do estudo dos casos. Onde as primeiras
versões consideravam os estudos de casos como tendo 3 características, a
presente edição ( capítulo 1 ) identifica duas características adicionais que
estavam implícitas, mas não claramente enumeradas anteriormente. Esta
definição mais articulada deveria levar a um entendimento melhorado do
método do estudo do caso como uma ferramenta de investigação.
Gostaria de fechar esta nota expressando o meu agradecimento a
todos os companheiros e experientes investigadores que têm praticado a
investigação do estudo do caso nos últimos 10 anos. Parece haver mais de
vocês, e colectivamente espero que estejamos a fazer um trabalho melhor do
que há 10 anos atrás. No entanto, o desafio de inovar e avançar
significativamente o ofício ainda permanece. A presente actualização
ainda reflecte mudanças incrementáveis. A avanço desejado faria a
investigação do estudo do caso ainda mais “ lugar comum “ e ainda mesmo
tempo, aumentaria a sua qualidade a alturas inquestionáveis.
INTRODUÇÃO

O estudo do caso não é mais do que uma de várias maneiras de


fazer investigação nas ciências sociais. Outras maneiras incluem
experiências, vigilâncias, histórias e a análise de informações de arquivo
( como nos estudos económicos ). Cada estratégia tem vantagens e
desvantagens peculiares, dependendo de três condições: (a) o tipo de
questão de investigação, (b ) o controlo que um investigador tem sobre
verdadeiros acontecimentos comportamentais e ( c ) o foco em fenómenos
contemporâneos em oposição a fenómenos históricos.

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No geral, os estudos de caso são a estratégia preferida quando
questões “ como “ e “ porquê “ estão a ser colocadas, quando o investigador
tem pouco controlo sobre os acontecimentos, e quando o foco está nos
fenómenos contemporâneos dentro do contexto da vida real. Tais estudos de
casos “ explanatórios “ também podem ser complementados por outros dois
tipos –estudos de caso “ exploratório “ e “ descritivo “. Independentemente
do tipo de estudo de caso, os investigadores devem exercer grande cuidado
ao planear e fazer estudos de casos para ultrapassar o tradicional criticismo
do método.

O ESTUDO DO CASO
COMO UMA ESTRATÉGIA DE INVESTIGAÇÃO

Este livro é sobre o plano e conduta de estudos de casos com


objectivos de investigação. Como uma estratégia de investigação, o estudo
do caso é usado em muitas situações, incluindo:
• Investigação de Política, ciência política e administração pública
• Psicologia e Sociologia da comunidade
• Estudos Organizacionais e de gerência
• Investigação de planeamento citadino e regional
• A conduta das dissertações e estas nas ciências sociais – as disciplinas
académicas assim como os campo profissionais, tais como a
administração de negócios, ciência empresarial e serviço social

Este livro cobre as características distintivas da estratégia do estudo do


caso, comparado com outros tipos de investigação. Importantemente. O
livro lida com assuntos de plano, análise e relatórios – e não meramente o
foco mais tradicional da recolha de dados ou campo de trabalho.
O objectivo geral deste livro é ajudar os investigadores a lidarem com
algumas das questões mais difíceis normalmente negligenciadas por textos
de investigação disponíveis. Tão frequentemente, por exemplo, o autor tem
sido confrontado por um aluno ou colega que perguntou ( a ) como definir o
caso a ser estudado, ( b ) como determinar os dados relevantes a serem
recolhidos, ou ( c ) o que deveria ser feito com os dados, uma vez
recolhidos. Este livro, espera – se, responde a estas questões.

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No entanto, este livro não cobre todos os usos de estudos de casos. Por
exemplo, não se pretende ajudar aqueles que poderão usar os estudos de
casos como esquemas de ensino, popularizados no campo do direito,
negócios, medicina, ou política pública ( ver Llewellyn, 1948; Stein,1952 ;
Towl, 1969; Windsor & Greanias, 1983 ) mas agora prevalente virtualmente
em todos os campos académicos, incluindo as ciências naturais. Para
objectivos de ensino, um estudo de caso não precisa conter uma
interpretação completa ou exacta dos acontecimentos; em vez disso, o sue
propósito é estabelecer uma estrutura para discussão e debate entre os
estudantes. Os critérios para desenvolver bons casos para o ensino –
normalmente de variedade de casos simples e não múltiplos – são bastante
diferentes dos de investigação ( ex.: Cauley & Dowdy, 1987). Os estudos de
casos de ensino não precisam de se preocupar com o rigor e justa
apresentação de dados empíricos; os estudos de casos de investigação
precisam de fazer exactamente isso.
Similarmente. Este livro não pretende cobrir aquelas situações, nas
quais os casos são usados como uma forma de guardar registos. Registo
médicos, arquivos de serviço social, e outros registos de casos são usados
para facilitar alguma prática, tal como a medicina, o direito ou o serviço
social. Mais uma vez, os critérios para desenvolver bons casos para a prática
são diferentes daqueles planeados para estudos de casos para investigação.
Em contraste, o fundamento lógico para este livro é que os estudos de
casos estão cada vez mais a ser usados como ferramenta de investigação
( ex.: Hamel, 1992; Perry & Kraemer, 1986 ) e que você – que pode ser um
cientista social sazonal ou debutante - gostaria de saber como planear ou
conduzir estudos de casos simples ou múltiplos para investigar um assunto
de investigação. Este livro concentra – se fortemente no problema de
elaboração e análise de estudos de casos e não é meramente um guia para
recolher provas de estudos de caso. Neste sentido, o livro preenche um vazio
na metodologia das ciências sociais, as quais são dominadas por textos sobre
“ métodos de campo”, oferecendo poucas indicações sobre como começar
um estudo de caso, como analisar os dados, ou mesmo como minimizar os
problemas de redigir o relatório do estudo do caso. Este livro cobre todas as
fases da elaboração, recolha de dados, análise e relatórios.
Como um esforço de investigação, o estudo de caso contribui de forma
única para o nosso conhecimento de fenómenos individuais,

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organizacionais, sociais e políticos. Não surpreendentemente. O estudo do
caso tem sido uma estratégia comum de investigação em psicologia,
sociologia, ciências políticas, negócios, serviço social e planeamento ( Yin,
1983). Os estudos de caso são até encontrados em economia, na qual a
estrutura de uma dada indústria, ou a economia de uma cidade ou região,
podem ser investigadas usando um plano de estudo de caso. Em todas estas
situações, a necessidade distintiva de estudos de casos surge do desejo de
compreender fenómenos sociais complexos. De forma breve, o estudo do
caso permite uma investigação para reter as características holísticas e
significativas dos acontecimentos da vida real – tais como os ciclos de vida
individuais, processos organizacionais e de gerência, mudança de
vizinhança, relações internacionais, e a maturação de industrias.

COMPARANDO ESTUDOS DE CASOS


COM OUTRAS ESTRATÉGIAS DE INVESTIGAÇÃO

Quando e porquê quereria fazer estudos de casos sobre alguns


temas? Deveria considerar fazer, em vez disso, uma experiência? Uma
vigilância? Uma história? Uma análise baseada em computadores de
arquivos de registos tais como registos de estudantes?
Estas e outras escolhas representam diferentes estratégias de
investigação. ( A discussão seguinte concentra – se apenas em cinco
escolhas não tenta catalogá – las todas, no entanto.) Cada é uma maneira
diferente de recolher e analisar provas empíricas, seguindo a sua própria
lógica. E cada estratégia tem as suas próprias vantagens e desvantagens.
Para obter o máximo do uso da estratégia do estudo de caso, precisa de saber
estas diferenças.
Uma concepção errónea é que as várias estratégias de investigação
deveriam ser hierarquicamente ordenadas. Em tempos fomos ensinados a
acreditar que os estudos de caso eram apropriados para a fase exploratória
de uma investigação, que as vigilâncias e histórias eram apropriadas para a
fase descritiva e que as experiências eram a única forma de fazer inquéritos
explanatórios ou causais. A visão hierárquica reforçava a ideia de que os
estudos de casos eram apenas uma ferramenta exploratória e não podia ser
usada para descrever ou testar proposições ( Platt, 1992 a ).

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Esta visão hierárquica, no entanto, é incorrecta. Experiências com
um motivo exploratório têm certamente sempre existido. Mais, o
desenvolvimento de explicações causais tem sido há muito uma
preocupação dos historiadores, reflectido pelo sub – campo conhecido como
historiografia. Finalmente, estudos de casos estão longe de ser a única
estratégia exploratória. Alguns dos melhores e mais famosos estudos de caso
têm sido tanto descritivos ( por exemplo, a Sociedade Street Corner de
Whyte, 1943/ 1955: ver CAIXA 1) e explanatórias ( ver Essência da
Decisão: Explicando a Crise Cubana do Míssil de Allison, 1971 ( ênfase
adicionada ao título); ver CAIXA 2 ).
A visão mais apropriada destas diferentes estratégias é a pluralista.
Cada estratégia pode ser usada para todos os três propósitos – exploratório,
descritivo, ou explanatório. Pode haver estudos de casos exploratórios,
estudos de casos descritivos ou estudos de casos explanatórios ( Yin, 1981 a,
1981 b ). Pode também haver experiências exploratórias, experiências
descritivas e experiências explanatórias. O que distingue as estratégias não é
esta hierarquia mas três outras condições, discutidas abaixo. Mesmo assim,
isto não implica que as fronteiras entre as estratégias – ou as ocasiões em
que cada uma deve ser usada – são sempre claras e precisas. Mesmo que
cada estratégia tenha as suas características distintivas, há grandes áreas
sobrepostas entre elas ( ex.: Sieber, 1973 ). O objectivo é evitar fortes
desajustes – isto é, que está a planear usar um tipo de estratégia mas outra é
realmente muito mais vantajosa.

CAIXA 1
Um estudo de Caso Descritivo Famoso
Street Corner Society ( 1943/ 1955 ), de William F. Whyte, a sua leitura tem
sido recomendada durante décadas na comunidade sociológica. O livro é um
exemplo clássico de um estudo de caso descritivo. Assim traça a sequência de
acontecimentos interpessoais ao longo do tempo, descreve uma subcultura que
raramente tinha sido tema de estudos anteriores, e descobre o fenómenos chave –
tal como progresso na carreira de jovens com baixos rendimentos e a sua capacidade
Quando Usar Cada Estratégia
( ou incapacidade) para quebrar os laços com a vizinhança.
O estudo tem sidoAsfortemente
três condições
tido emconsistem
consideraçãoem apesar
( a ) de
o ser
tipoumdeestudo
questão de
de caso
simples,investigação
cobrindo um colocada, ( b ) o tipo
bairro ( “ Cornerville " ) de
e umcontrolo
períodoque um investigador
de tempo agora comtem
mais
de 50 anos.
sobreOverdadeiros
valor do livro é , paradoxalmente,
acontecimentos a sua generalização
comportamentais, e ( c ) odegrau
assuntos
de
sobre a performance individual, estrutura do grupo, e a estrutura social da
concentração sobre acontecimentos contemporâneos em oposição
vizinhança. Investigadores mais tarde têm repetidamente encontrado vestígios de
a
Corneville no seu trabalho, apesar de terem estudado diferentes bairros e em

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acontecimentos históricos. A figura1.1 mostra estas três condições e mostra
como cada uma está relacionada com as cinco estratégias mais importantes
de investigação nas ciências sociais: experiências, vigilâncias, análises de
arquivo, histórias, e estudos de casos. A importância de cada condição, em
distinguir entre as cinco estratégias, é discutida abaixo.
CAIXA 2
Um Estudo de Caso Explanatório

Mesmo um estudo de caso simples pode frequentemente ser usado


para perseguir um objectivo explanatório e não só meramente exploratório. O
objectivo da analista deveria ser afirmar explicações competitivas para o mesmo
conjunto de acontecimentos e indicar como tias explicações podem aplicar – se
a outras situações.
Esta estratégia foi seguida por Graham Allison em A Essência da
Decisão: Explicando a Crise Cubana do Míssil ( 1971 ). O caso simples é a
confrontação entre os EUA e a URSS sobre a colocação de mísseis ofensivos em
Cuba. Allison afirma três teorias competitivas ou modelos para explicar o curso
dos acontecimentos, incluindo respostas a três questões chave: porque é que a
URSS colocou mísseis ofensivos ( e não apenas defensivos ) em Cuba em
primeiro lugar, porque é que os EUA responder à posição de combate com um
bloqueio ( e não um ataque aéreo ou invasão 9, e porque é que a URSS acabou
por retirar os mísseis. Ao comparar cada teoria com o verdadeiro curso dos
acontecimentos, Allison desenvolve a melhor explicação para este tipo de crise.
Allison sugere que esta explicação é aplicável a outras situações,
alargando assim a utilidade do estudo do caso simples. Desta forma Allison cita
o envolvimento dos EUA no Vietname, confrontação nuclear mais generalizada,
e o fim das guerras por nações como outras situações para as quais a teoria

Tipos de questões de investigação ( figure 1.1, coluna 1 ). A primeira


condição cobre as suas questões de investigação ( Hendrick, Bickman, &
Rog, 1993 ). Um esquema básico de categorização para os tipos de questões
é a série familiar: “ quem “, “ o quê,” “ onde “, “ como “ e “ porquê.”
Se as questões de investigação se concentra principalmente em
questões “ o quê “, uma de duas possibilidades surge. Primeiro, alguns tipos
de questões “ o quê “ são exploratórias, tal como esta : “ quais são as
maneiras de tornar as escolas eficazes?” Este tipo de questão é um
raciocínio lógico justificável para conduzir um estudo exploratório, sendo o
objectivo desenvolver hipóteses pertinentes e proposições para mais
inquéritos.. No entanto, como um estudo exploratório, qualquer uma das
cinco estratégias de investigação pode ser usada – por exemplo, uma

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vigilância exploratória, uma experiência exploratória ou um estudo de caso
exploratório. O segundo tipo de questões “ o quê “ é, na verdade ,uma
forma de linha de inquéritos “ que quantidade “ ou “ quantos “ . – por
exemplo, “ Quais têm sido os resultados de um uma reorganização de
gerência específica? “ Identificar tais resultados é mais provável de
favorecer a vigilância ou as estratégias de arquivo do que outras. Por
exemplo, uma vigilância pode ser prontamente planeada para enumerar os “
o quê, “ ao passo que um estudo de caso não seria uma estratégia vantajosa
nesta situação.

estratégia Forma de questão de Necessita controlo sobre Concentra –se em


investigação acontecimentos acontecimentos
comportamentais? contemporâneos?

Experiênci Como, porquê Sim Sim


a

vigilância Quem, o quê, onde, Não Sim


quantos , que quantidade

Análise de Quem, o quê, onde, Não Sim/ Não


arquivo quantos , que quantidade

História Como, porquê Não Não

Estudo de Como, porquê Não Sim


caso

Figura 1.1. Situações Relevantes para Diferentes Estratégias de


Investigação
FONTE: Corporação COSMOS

Semelhantemente, como este segundo tipo de questão, questões “ o


quê”, “ quem” e “ onde “ ( ou as suas derivadas – “ quantos “ e “ que
quantidade “ ) são prováveis de favorecer as estratégias de vigilância ou a

15
análise de registos de arquivo, como na investigação económica. Estas
estratégias são vantajosas quando o objectivo da investigação é descrever a
incidência ou prevalência de um fenómeno ou quando é para se predicativo
acerca de certos resultados. A investigação de atitudes políticas prevalentes
( nas quais a vigilância ou a recolha de informação pode ser uma estratégia
favorável ) ou do alastramento de uma doença com a SIDA ( na qual uma
análise de estatísticas de saúde podem ser favorecidas por esta estratégia )
seriam exemplos típicos.
Em contraste, questões “ como “ e “ porquê “ são mais
explanatórias e passíveis de conduzir ao uso de estudos de caso, histórias, e
experiências como as estratégias de investigação preferidas. Isto é porque
tais questões lidam com elos operacionais, necessitando serem localizados
ao longo do tempo, mais do que meras frequências ou incidências. Assim, se
quisesse saber como uma comunidade impediu com sucesso uma auto-
estrada proposta ( ver Lupo et al., 1971 ), seria menos passível de confiar
numa vigilância ou um exame de registos de arquivo e poderia ser melhor
fazer uma história ou um estudo de caso. Semelhantemente, se quisesse
saber porque é que os espectadores não relataram emergências sob certas
circunstâncias, poderia planear e conduzir uma série de experiências ( ver
Latané & Darley, 1969 ).
Tomemos mais dois exemplo. Se estivesse a estudar “ quem “
participou em escaramuças, e “ que quantidade “ de prejuízos foram feitos,
poderia vigiar residentes, examinar registos de negócios ( uma análise de
arquivos 9, ou conduzir uma vigilância de “ pára – brisas “ na zona da
escaramuça. Em contraste, se quisesse saber “ porquê 2 é que as
escaramuças ocorreram, teria de virar para uma ordem mais alargada de
informações documentadas, a juntar às entrevistas conduzidas; se se
concentrasse na questão “ porquê “ em mais do que uma cidade, estaria
provavelmente a fazer um estudo de caso múltiplo.
Semelhantemente, se quisesse saber “ quais “ tinham sido os
resultados de um novo programa governamental, poderia responder a esta
pergunta de frequência fazendo uma vigilância ou examinando dados
económicos, dependendo do tipo de programa envolvido. Assim considere
questões como estas: Quantos clientes é que o programa serve? Que tipo de
benefícios foram recebidos? Quão frequentemente foram diferentes
benefícios produzidos? Isto tudo poderia ser respondido sem fazer um

16
estudo de caso. Mas se precisasse saber “ como “ ou “ porquê “ o programa
tinha resultado ( ou não ) , inclinar – se – ia ou par um estudo de caso ou
uma experiência de campo.
Algumas “ questões “ como “ e “ porquê “ são ambivalentes e
requerem clarificação. “ Como “ e “ porquê “ o Bill Clinton foi eleito em
1992 pode ser estudado tanto por vigilância como por um estudo de caso. A
vigilância pode examinar os padrões de votação, mostrando que os votantes
de Ross Perot provinha largamente de apoiantes do antigo Presidente Bush,
e isto poderia satisfatoriamente responder ás questões como e porquê. Em
contraste. O estudo do caso pode examinar como Clinton conduziu a sua
campanha para alcançar a nomeação necessária e para manipular a opinião
pública a seu favor. Este estudo cobriria o papel potencialmente auxiliar da
fraca economia dos EUA, negando apoio para a candidatura Bush – Quayle
como titulares. Esta abordagem seria também uma maneira aceitável de
responder às questões “ como “ e “ porquê “, mas seria diferentes do estudo
de vigilância.
Para sumariar, a primeira e mais importante condição para
diferenciar entre as várias estratégias de investigação é identificar o tipo de
questão de investigação a ser feita. Em geral, questões “ o quê “ podem ser
exploratórias (neste caso qualquer das estratégias poderia ser usada ) ou
sobre prevalência (na qual as vigilâncias ou a análise de registos de arquivo
seriam favorecidos). Questões “ como “e “ porquê “ são passíveis de
favorecer o uso de estudos de casos, experiências ou histórias.
Definir as questões de investigação é provavelmente o passo mais
importante a ser tomado num estudo de investigação, por isso a paciência e
tempo suficiente deveriam ser permitidos para esta tarefa. A chave é
compreender que as questões de investigação têm tanto substância – por
exemplo, Sobre o que é que é o meu estudo? – e forma – por exemplo, Estou
a pôr uma questão “ quem “, “ o quê “, “ onde “, “ porquê “ ou “ como “?
Outros tem – se concentrado em alguns dos assuntos substancialmente
importantes ( ver Campbell, Daft & Hulin, 1982 ); o objectivo da discussão
precedente é que a forma da questão fornece uma pista importante no que
diz respeito à estratégia de investigação a ser utilizada.. Lembre – se,
também, das grandes áreas de sobreposição entre as estratégias, de modo
que, para algumas questões, uma escolha entre estratégias possa realmente
existir. Lembre – se, finalmente, que pode estar predisposto a perseguir uma

17
estratégia específica independentemente do estudo em questão. Se assim for,
esteja certo de criar a forma da questão de estudo que melhor liga com a
estratégia que estava inclinado a usar em primeiro lugar.

Extensão do controlo sobre os acontecimentos comportamentais ( Figura


1.1, coluna 2 ) e grau de concentração nos acontecimentos contemporâneos
em oposição aos históricos (( Figura 1.1, coluna 3 ). Assumindo que as
questões “ como” e “ porquê “ são para ser o ponto de concentração do
estudo, uma outra distinção entre história, estudo de caso, e experiência é a
extensão do controlo do investigador sobre os acontecimentos e o acesso a
acontecimentos comportamentais verdadeiros. As histórias são a estratégia
preferida quando não acesso ou controlo. Assim, a contribuição distintiva do
método histórico está em lidar com o passado “ morto “ – isto é, quando não
há pessoas relevantes vivas para relatar, mesmo que retrospectivamente, o
que aconteceu, e quando um investigador tem de confiar em documentos
primários, documentos secundários, e artefactos culturais e físicos como a
fonte principal de provas. As histórias podem, claro, serem feitos sobre
acontecimentos contemporâneos; nesta situação, a estratégia começa a
sobrepor – se com a do estudo do caso.
O estudo do caso é preferido para examinar acontecimentos
contemporâneos, mas quando os comportamentos relevantes não podem ser
manipulados. O estudo do caso confia em muitas das mesmas técnicas que a
história, mas adiciona duas fontes e provas normalmente não incluídas no
repertório do historiador: observação directa e entrevistas sistemáticas. Mais
uma vez, embora o estudo do caso e as histórias possam sobrepor – se, a
única força do estudo do caso é a sua capacidade para lidar com uma
variedade completa de provas - documentos, artefactos, entrevistas e
observações – para além daquilo que possa estar disponível nos estudo
histórico convencional. Mais, em algumas situações, tais como a observação
de participantes, a manipulação informal pode ocorrer.
Finalmente, as experiências estão completas quando um
investigador pode manipular o comportamento directamente, precisamente e
sistematicamente. Isto pode ocorrer num cenário laboratorial, no qual uma
experiência pode concentrar – se numa ou duas variáveis isoladas ( e
presume que o ambiente laboratorial pode “ controlar “ todas as restantes
variáveis para além do campo de interesse), ou pode ser feito num cenário

18
de campo, onde o termo experiência social emergiu para cobrir a
investigação na qual os investigadores “ tratam “ grupos inteiros de pessoas
de maneiras diferentes, tal como fornecer – lhes diferentes tipos de fiadores
( Boruch, que se segue ).Mais uma vez, os métodos sobrepõem-se . O
alcance total da ciência experimental também inclui aquelas situações em
que o experimentador não pode manipular o comportamento ( ver Blalock,
1961; Campbell & Stanley, 1966; Cook & Campbell, 1979 ) mas no qual a
lógica do plano experimental pode ainda ser aplicada. Estas situações têm
sido normalmente consideradas como situações “ quasi – experimentais “.
A abordagem “ quasi – experimental “ pode até ser usada num cenário
histórico, no qual, por exemplo, um investigador pode estar interessado em
estudar escaramuças raciais ou linchamentos ( ver Spilerman, 1971 ) e pode
usar um plano quasi – experimental porque nenhum controlo sobre o
acontecimento comportamental foi possível.

Sumário. Podemos identificar algumas situações, nas quais toadas as


estratégias de investigação podem ser relevantes ( tal como a investigação
exploratória ), e outras situações nas quais duas estratégias podem ser
consideradas igualmente atractivas ( tal como porquê e como o Clinton foi
eleito ). Podemos também usar mais do que uma estratégia em qualquer
estudo dado ( por exemplo, uma vigilância dentro do estudo do caso ou um
estudo de caso dentro de uma vigilância ). A esta extensão, as várias
estratégias não são mutuamente exclusivas. Mas também podemos
identificar algumas situações, nas quais uma estratégia específica tem uma
vantagem distinta. Para o estudo do caso, isto acontece quando
• Uma questão “ como “ ou “ por quê “ está a ser feita sobre um conjunto
de acontecimentos contemporâneos sobre os quais o investigador tem
pouco ou nenhum controlo.

Para determinar as questões que são mais significativas para um tema, e


para ganhar alguma precisão ao formular estas questões, é necessária muita
preparação. Uma maneira é rever a bibliografia sobre o tópico ( Cooper,
1984 ). Repare que tal revisão de bibliografia é por isso um meio para
atingir um fim, e não – como a maioria dos estudantes pensa- um fim em si
mesmo. Investigadores debutantes pensam que o objectivo da revisão
bibliográfica serve para determinar as respostas sobre o que é conhecido

19
acerca do tema; em contraste, investigadores experientes revêm investigação
prévia para desenvolver questões mais exactas e incisivas acerca do tema.

Preconceitos Tradicionais Contra a Estratégia do Estudo do Caso

Embora o estudo do caso seja uma forma distintiva de inquérito


empírico, muitos investigadores têm , no entanto, desdenho por esta
estratégia. Por outras palavras, , como esforço de investigação, os estudos de
caso têm sido vistos como uma forma menos desejável de inquérito do que
outras experiências ou vigilâncias. Porquê isto?
Talvez a maior preocupação tenha sido sobre a falta de rigor na
investigação do estudo do caso. Muitas vezes, o investigador do estudo do
caso tem sido desleixado e tem permitido que provas erróneas ou pontos de
vista preconceituosos influenciem a direcção das descobertas e conclusões.
Também existe a possibilidade de as pessoas terem confundido o ensino
do estudo do caso com a investigação do estudo do caso. No ensino, os
materiais do estudo do caso pode ser alterados deliberadamente para
demonstrar um ponto específico mais eficazmente. Em investigação,
qualquer passo do estilo seria severamente proibido. Cada investigador de
estudo de caso deve trabalhar arduamente para relatar as provas justamente,
e este livro irá ajuda – lo a fazê – lo. O que é frequentemente esquecido é
que o preconceito na conduta das experiências ( ver Rosenthal, 1966 ) e o
uso de outras estratégias de investigação, tais como o planeamento dos
questionários para vigilâncias ( Sudman & Bradburn, 1982 ) ou conduzir
investigações históricas ( Gottschalk, 1968 ). Os problemas não são
diferentes, mas na investigação do estudo do caso, eles podem ter sido mais
frequentemente encontrados e menos frequentemente ultrapassados.
Uma Segunda preocupação comum sobre os estudos de caso é que eles
fornecem poucas bases para a generalização científica. “ Como pode
generalizar a partir de um caso simples? “ é uma questão frequentemente
ouvida. A resposta não é simples ( Kennedy, 1976 ). No entanto, considere o
momento em que a mesma questão tinha sido perguntada sobre uma
experiência: “ Como pode generalizar a partir de uma experiência simples? “
De facto, factos científicos raramente são baseados em experiências simples;
normalmente são baseados num conjunto de experiências múltiplas, as quais
repetiram o mesmo fenómeno debaixo de condições diferentes. A mesma

20
abordagem pode ser usada com estudos de casos múltiplos, mas requer um
conceito diferente dos planos de investigação apropriados; isto é discutido
detalhadamente no Capítulo 2. A reposta curta é que os estudos de caso, tal
como as experiências, são generalizáveis a proposições teóricas e não a
populações ou universos. Neste sentido, o estudo do caso, tal como a
experiência, não representa uma “ amostra “ e o objectivo do investigador é
expandir e generalizar teorias ( generalização analítica ) e não enumerar
frequências ( generalização estatística ). Ou, como três notáveis cientistas
sociais descreveram no seu estudo de caso simples, o objectivo é fazer uma
análise de “ generalização “ e não de “ particularização “ ( Lipset, Trow, &
Coleman, 1956, pp. 419 – 420 ).
Uma terceira queixa frequente sobre os estudos de caso é que eles são
muito longos, e resultam em documentos maciços e difíceis de ler. Esta
queixa pode ser apropriada, dada a forma como os estudos de caso foram
feitos no passado ( ex.: Feagin, Orum, & Sjoberg, 1991), mas isto não é
necessariamente a forma como os estudos de caso devem ser feitos no
futuro. O capítulo 6 discute formas alternativas de escrever estudos de casos
– incluindo aqueles, nos quais a narrativa longa e tradicional podem no
entanto ser evitada. Nem os estudos de caso demoram muito tempo.
Isto confunde incorrectamente a estratégia do estudo do caso com um
método específico de recolha de dados, tal como a etnografia ou a
observação – participativa. As etnografias normalmente requerem longos
períodos de tempo no “ campo “ e enfatizam as provas detalhadas e
observacionais. A observação – participativa pode não necessitar do mesmo
período de tempo, mas ainda assume um investimento pesado de esforços de
campo. Em contraste, os estudos de caso são uma forma de inquérito que
não depende somente de dados etnográficos ou observação participativa.
Poder – se – ia fazer um estudo de caso válido e de elevada qualidade sem
deixar a biblioteca e o telefone, dependendo do tema a ser estudado.
Apesar do facto que estas preocupações comuns podem ser
apaziguadas, como acima, um lição maior é ainda que os estudos de caso
são muito difíceis de fazer. O problema é que temos poucas formas de
visualizar ou testar a capacidade de um investigador de realizar bons estudos
de caso. As pessoas sabem quando não sabem tocar música; também sabem
quando não percebem a matemática; e podem ser testados para outras
capacidades, tais como o exame da barra em Direito. De algum modo, as

21
capacidades para fazer bons estudos de caso não foram ainda definidos, e
como resultado,

A maioria das pessoas sentem que podem preparar um estudo de caso, e


quase todos nós acreditamos perceber um. Uma vez que nenhum ponto de
vista é bem fundamentado, o estudo do caso recebe uma grande aprovação
que não merece. ( Hoaglin, Light, Mcpeek, Mossteller, & Stoto, 1982,
p. 134)

Esta citação é de um livro de cinco estatísticos proeminentes.


Surpreendentemente, mesmo de outro campo, eles reconhecem o desafio de
fazer bons estudos de caso.
DIFERENTES TIPOS DEE ESTUDOS DE CASO,
MAS UMA DEFINIÇÃO COMUM

Esta discussão tem progredido sem uma definição formal de estudos de


casos. Mais, questões normalmente colocada sobre o estudo dos casos estão
ainda por responder. Por exemplo, ainda se trata de um estudo de caso
quando mais do que um caso é incluído no mesmo estudo? Os estudos de
caso impedem o uso de provas quantitativas? Podem os estudos de caso ser
usados para fazer avaliações? Podem os estudos de caso incluir opiniões
jornalísticas? Tentemos agora definir a estratégia do estudo do caso e
responder a estas questões.

Definição do Estudo do Caso com uma Estratégia de Investigação


A s definições mais frequentemente encontradas de estudos de caso
repetem meramente os tipos de temas aos quais os estudos de caso têm sido
aplicados. Por exemplo, nas palavras de um observador
a essência de um estudo de caso, a tendência central entre todos os tipos
de estudo, é que tenta iluminar uma decisão ou conjunto de decisões:
porque foram tomadas, como foram implementadas, e com que resultados.
( Schramm, 1971, adicionada ênfase )

esta definição cita assim o tema das “decisões” como o maior ponto de
concentração do estudo do caso. Semelhantemente, outros temas têm sido
listados, incluindo “ indivíduos”, “ organizações “, “ programas “, “

22
vizinhanças “ , instituições “ e até mesmo “ acontecimentos”. No entanto,
citar o tema é certamente insuficiente para estabelecer a definição
necessária.
Alternativamente, a maioria dos livros das ciências sociais falharam
completamente ao considerar o estudo do caso uma estratégia de
investigação formal ( a maior excepção é o livro de os cinco estatísticos da
Universidade de Harvard – Hoaglin et al., 1982 ). Como foi discutido
anteriormente, uma falha comum foi considerar o estudo do caso como o
placo exploratório de alguns outros tipos de estratégia de investigação, e o
estudo do caso em si era apenas mencionado numa linha ou duas do texto.
Outra falha comum tem sido confundir estudos de caso com etnografias
( Fetterman, 1989) ou com a observação participativa ( Jorgensen, 1989 ).
De modo a discussão presumida de um livro de estudos de caso era na
verdade a descrição ou de métodos etnográficos ou de observações
participativas como uma técnica de recolha de dados. O texto
contemporâneo mais popular ( e.g., Kidder & Judd, 1986; Nachmias &
Nachmias, 1992), de facto, ainda cobre “ trabalho de campo “ apenas como
uma técnica de recolha de dados e omite qualquer outra discussão de
estudos de caso.
Numa visão histórica do estudo do caso no pensamento metodológico
Americano, Jennifer Platt ( 1992 a ) explica as razões para estas afirmações.
Ela localiza a pratica de fazer estudos de caso até lá atrás , à conduta de
histórias de vida, o trabalho da Escola de Sociologia de Chicago, e trabalho
de caso em serviço social. Ela mostra depois como a “ observação
participativa emergiu como uma técnica de recolha de dados, deixando as
seguintes definições de qualquer estratégia de estudo de caso em suspensão.
Finalmente, ela explica como a primeira edição deste livro ( 1984 )
desassociou a estratégia do estudo do caso da perspectiva limitada de fazer
observação participativa ( ou qualquer tipo de trabalho de campo ). A
estratégia do estudo do caso, nas suas palavras, começa com “ uma lógica de
plano.... uma estratégia a ser preferida quando as circunstâncias e os
problemas de investigação são apropriados mais do que um compromisso
ideológico a ser seguido independentemente das circunstâncias “ ( Platt,
1992 a, p. 46 ).
E o que é esta lógica de plano? As características técnicas tinham sido
trabalhadas antes da 1ª edição deste livro ( Yin, 1981 a, 1981 b ) mas agora

23
pode ser reafirmada de duas maneiras. Primeiro, a definição técnica começa
com o objectivo de um estudo de caso:
1. Um estudo de caso é um inquérito empírico que
• Investiga um fenómeno contemporâneo dentro do seu
conceito de vida real, especialmente quando
• As fronteiras entre fenómeno e contextos não são
claramente evidentes
Por outras palavras, usaria o método do estudo do caso porque queria
deliberadamente cobrir as condições contextuais – acreditando que estas
poderiam altamente pertinentes para o seu fenómeno de estudo. A nossa
primeira lógica do plano, por isso , ajuda – nos a compreender estudos de
caso ao continuar a distingui – los das outras estratégias de investigação que
têm sido discutidas.
Uma experiência, por exemplo, divorcia deliberadamente um fenómeno
do seu contexto, para que a atenção recaia em apenas algumas variáveis
( tipicamente, o contexto “ é controlado “ pelo ambiente laboratorial ) . Um
história, por comparação , lida com a situação complicada entre o fenómeno
e o contexto, mas normalmente com acontecimentos não contemporâneos.
Finalmente, as vigilâncias podem tentar lidar com o fenómeno e o contexto,
mas a sua capacidade para investigar o contexto é extremamente limitada.
Quem planeia a vigilância, por exemplo, luta constantemente para limitar o
número de variáveis a serem analisadas ( e assim o número de questões que
podem ser colocadas ) para cair seguramente dentro do número de
respondentes que podem ser observados.
Segundo, porque os fenómenos e os contextos não são sempre
distinguíveis nas situações de vida real, um conjunto completo de outras
características técnicas, incluindo a recolha de dados e as estratégias de
recolha de dados, agora tornam – se a segunda parte da nossa definição
técnica:

2. O inquérito do estudo do caso


• Colabora com a situação tecnicamente distintiva, na qual
haverá muitas mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e
como resultado

24
• Depende de múltiplas fontes de provas, com os dados a
necessitarem convergir num modo triangular, e como outro
resultado
• Beneficia de anteriores desenvolvimentos das proposições
teóricas para guiar a recolha e análise de dados.
Por outras palavras, o estudo do caso como uma estratégia de
investigação compreende um método completamente cercado – com a
lógica de plano, encorporando abordagens específicas de recolha e
análise de dados. Neste sentido, o estudo do caso não é nem um táctica
de recolha de dados ou uma característica sozinha meramente planeada
( Stoecker, 1991 ), mas uma estratégia de investigação compreensiva.
Como a estratégia é definida e implementada é o tópico deste livro
inteiro.
Algumas outras características da estratégia do estudo do caso não são
críticas para definir a estratégia mas podem ser consideradas variações
dentro da investigação do estudo do caso e também fornecem respostas
a perguntas comuns.

Variações dentro dos estudos do Caso


como Estratégia de investigação

Sim, a investigação de estudo do caso pode incluir estudos de casos


simples e múltiplos. Embora alguns campos, tais como a ciência política e a
administração pública, tem tentado delinear exactamente entre estas duas
abordagens ( e tem usado tais termos como o método de caso comparativo
com uma forma distintiva de estudos de caso múltiplo; ver Agranoff &
Radin, 1991; George, 1979; Lijphart, 1975 ), estudos de casos múltiplos e
simples são na realidade nada mais que variantes de planos de estudos de
casos ( ver Capítulo 2 ).
E, sim, os estudos de caso podem incluir, e mesmo ser limitados a ,
provas quantitativas. De facto, o contraste entre provas quantitativas e
qualitativas não distingue as várias estratégias de investigação. Repare que,
como exemplos análogos, algumas experiências (tais como estudos de
percepções psicológicas) e algumas questões de vigilância ( tais como
aquelas que procuram respostas categóricas em vez de numéricas)

25
dependem das provas qualitativas e não quantitativas. Da mesma maneira, a
investigação histórica pode incluir grandes quantidades de provas.
Como uma nota relacionada mas importante, a estratégia do estudo do
caso não deveria ser confundida com “ investigação qualitativa “ ( ver
Schwartz & Jacobs, 1979; Strauss & Corbin, 1990; van Maanen, 1988; van
Maanen, Dabbs & Faulkner, 1982). Alguma investigação qualitativa segue
os métodos etnográficos e procura satisfazer duas condições: ( a ) o uso do
grande plano, observação detalhada do mundo natural pelo investigador ( b)
a tentativa de evitar compromissos anteriores com qualquer modelo teórico (
Jacob, 1987, 1989; Lincoln & Guba, 1986; Stake, 1983; Van Maanen et al.,
1982 b, p. 16 ). No entanto, a investigação etnográfica nem sempre produz
estudos de caso ( por exemplo, ver as breves etnografias em G. Jacobs,
1970), nem são os estudos dos casos limitados a estas duas condições. Em
vez disso, os estudos de caso podem ser baseados em qualquer mistura de
provas quantitativas e qualitativas. A juntar, os estudos de caso nem sempre
precisam de incluir observações directas e detalhadas como fonte de provas.
Como mais uma nota, alguns investigadores distinguem entre
investigação quantitativa e investigação qualitativa – não na base do tipo de
provas, mas na base de crenças filosóficas completamente diferentes ( e.g.;
Guba & Lincoln, 1989; Lincoln 1991; Sechrest, 1991; Smith & Heshusius,
1986). Estas distinções tem produzido um debate afiado dentro do campo da
investigação da avaliação. Embora alguns acreditem que estas crenças
filosóficas são irreconciliáveis, a contra – argumentação pode ainda ser
afirmada – que independentemente de se uma favorece a investigação
qualitativa ou quantitativa, há um fundo forte e essencial comum entre dois (
Yin, 1994 ).
E, sim, os estudos de caso tem um lugar distintivo na investigação de
avaliação ( ver Cronbach et al., 1980; Guba & Lincoln, 1981; Patton, 1980;
Gabinete Americano Geral de Contas, 1990; Yin, 1993, cap. 4 ). Há pelo
menos cinco diferentes aplicações. A mais importante é explicar os elos
causais nas intervenções da vida real que são demasiado complexas para as
estratégias de vigilância ou experimentais
Em linguagem de avaliação, as explicações ligariam o programa de
implementação com os efeitos do programa ( Gabinete americano Geral de
Contas, 1990 ). Uma Segunda aplicação é descrever uma intervenção e o
contexto da vida real no qual ocorreu. Terceiro, os estudo de caso podem

26
ilustrar certos temas dentro de uma avaliação, uma vez mais num modo
descritivo – mesmo de uma perspectiva jornalística. Quarto, a estratégia do
estudo do caso pode ser usada para explorar aquelas situações nas quais a
intervenção a ser avaliada não tem um único conjunto de resultados claros.
Quinto, o estudo do caso pode ser uma “ meta – avaliação “ – um estudo de
um estudo de avaliação ( N. Smith, 1990; Stake, 1986). Seja qual for a
aplicação, um tema constante é que os patrocinadores do programa – em vez
dos investigadores apenas – podem Ter o papel proeminente na definição
das questões de avaliação e categorias de dados relevantes ( Gabinete
Americano Geral de Contas, 1990 ).
E, finalmente, sim, certos esforços jornalísticos podem classificar – se
como estudos de caso. Na verdade, um dos melhores estudos de caso
escritos e mais interessante é sobre o escândalo Watergate, de dois
jornalistas do The Washington Post ( ver CAIXA 3 )

Sumário
Este capítulo introduziu a importância do estudo do caso como uma
estratégia de investigação O estudo de caso, como outras estratégias de
investigação, é uma maneira de investigar um tema empírico seguindo um
conjunto de procedimentos pré – especificados. Estes procedimentos
dominarão largamente o restante deste livro.
Este capítulo também tentou distinguir o estudo do caso das estratégias
de investigação alternativas nas ciências sociais, indicando as situações nas
quais fazer um estudo de caso simples ou múltiplo pode ser preferível, por
exemplo, a fazer uma vigilância. Algumas situações podem não Ter
estratégias preferidas claramente, pois as fraquezas e forças das várias
estratégias podem sobrepor –se. a abordagem básica, no entanto, é
considerar todas as estratégias de uma maneira pluralista – como parte dum
repertório para fazer investigação nas ciências sociais da qual o investigador
pode conceber de acordo com a situação dada.
Finalmente, o capítulo discutiu alguns dos criticismos mais importantes
da investigação de estudo de caso e sugeriu que este criticismo estava mal
direccionado. No entanto, temos todos de trabalhar arduamente para
ultrapassar os problemas de fazer investigação de estudo de casos, incluindo
o reconhecimento de que alguns de nós não são esperados, quer por
capacidade quer por disposição, de fazer investigação . a investigação de

27
estudo de caso é extraordinariamente difícil, embora os estudos de caso têm
tradicionalmente sido considerados como sendo investigação “ suave “.
Paradoxalmente, quanto mais suave a estratégia de investigação, mais difícil
é fazê – la.

CAIXA 3
Um Estudo de Caso Jornalístico

Embora a memória pública da demissão do Presidente M. Nixon


tenha desvanecido, O trabalho de Bernstein e Woodward “ Os homens do
Presidente ( 1974 ) continua um testemunho fascinante do escândalo
Watergate. O livro é dramático e intrigante, baseia –se em métodos
jornalísticos sólidos, e representa acidentalmente um plano comum de
estudos de caso.
O “ caso “ neste livro, não é a falcatrua de Watergate em si, ou
mesmo a administração Nixon de maneira geral. Em vez disso, o caso é o “
disfarce”, um conjunto complexo de acontecimentos que ocorreram como
consequência da falcatrua. Bernstein e Woodward confrontam o leitor
continuamente com duas questões “ como ” e “ porquês “. Como é que
ocorreu o disfarce, e porque é que ocorreu? Nenhuma tem resposta fácil, e
a atracção do livro está em juntar facto atrás de facto, cada peça
adicionada curiosamente e potenciando uma explicação para o disfarce.
Estabelecer o como e o porquê de uma situação humana complexa
é um exemplo clássico do uso de estudos de caso, quer seja feito por
jornalistas ou cientistas sociais. Se o caso envolve um acontecimento
público significativo e uma explicação atraente, os ingredientes podem
fazer do “ Os homens do Presidente, um best – seller.

28
EXERCÍCIOS

1. Definir uma questão de estudo de caso. Desenvolver um questão


que podia ser o pensamento lógico para o estudo de um caso que
poderá conduzir. Em vez de fazer um estudo de um caso, agora
imagine que podia fazer apenas uma história, uma vigilância ou um
experiência ( mas não um estudo de caso ) de modo a responder a
esta questão. Que aspectos da questão, se alguns, não poderiam ser
respondidos através destas estratégias de investigação? Qual seria a
desvantagem distintiva de fazer um estudo de caso para responder a
esta questão?
2. Definir questões de estudo de caso “ significativas “. Nomeie um
tema que pense valer a pena torná – lo o objecto de um estudo de
caso. Identifique as três melhores questões que o seu caso tentaria
responder. Agora assuma que era realmente capaz de responder a
estas questões com provas suficientes ( isto é, que tinha conduzido
o seu estudo de caso com sucesso). Como justificaria, a um colega,
o significado das suas descobertas? Teria avançado alguma teoria
importante? Teria descoberto algo raro? ( se não está
impressionada com as suas respostas , talvez devesse considerar
redefinir as questões mais importantes do seu caso.)
3. Identificar questões “ significativas “ noutras estratégias de
investigação. Localize um estudo de investigação baseado somente
no uso da vigilância, métodos históricos ou experimentais ( mas
não um estudo do caso. Descreva as formas como as descobertas
deste estudo são significativas. Sugere alguma teoria importante?
Descobriu algo raro?
4. Examinar os estudos de caso usados com objectivos de ensino.
Obtenha uma cópia de um estudo de caso planeado com objectivos
de ensino ( ex.: um caso num livro de leitura usado num curso
de uma escola de negócios. ) Identifique as formas específicas nas
quais este tipo de “ ensino “ de caso é diferente dos estudos de caso
da investigação. O caso de ensino cita documentos primários,
contém provas ou expõe dados? O caso de ensino tem uma

29
conclusão? O que parece ser o objectivo principal do caso de
ensino?
5. Definir tipos diferentes de estudos de caso usados com objectivos
de investigação. Defina os três tipos de estudos de caso usados com
objectivos de ( mas não ensino ): a) estudos de caso explanatórios
ou causais, b) estudos de caso descritivos, e c) estudos de caso
exploratórios. Compare as situações nas quais estes diferentes tipos
de estudos de caso seriam mais aplicáveis, e depois nomeie o
estudo de caso que gostaria de conduzir. Seria explanatório,
descritivo ou exploratório? Porquê?

NOTA

1. Robert Stake ( 1994 ) tem ainda outra abordagem para definir estudos
de caso. Ele considera – os como não sendo “ uma escolha
metodológica mas uma escolha a ser estudada. “ Mais, o objecto deve
ser “ uma funcionante específica ( tal como uma pessoa ou sala de
aula ), mas não uma generalidade ( tal como uma política). Esta
definição é muito extensa. Todos os estudos de entidades qualificadas
como objectos ( ex.: pessoas, organizações e países) seriam então um
estudo de caso, independentemente da metodologia usada ( ex.:
experiência psicológicas, vigilância de gerência , análise económica ).

Planear Estudos de Caso

Um plano de investigação é a lógica que liga os dados a serem


recolhidos ( e as conclusões a serem retiradas ) às questões iniciais de um
estudo. Todos os estudos empíricos têm um plano de investigação implícito,
se não explicito.
Para os estudos de caso, quatro tipos de planos mais importantes
são relevantes, seguindo uma matriz 2 X 2. O primeiro par de categorias
consiste num plano de um caso simples e um caso múltiplo.. O segundo , o

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qual pode ocorrer em combinação com qualquer um dos do primeiro par, é
baseado na unidade ou unidades de análises a serem cobertas – e distingue
entre planos holísticos e embutidos.
O investigador do estudo do caso deve maximizar quatro aspectos
da qualidade de qualquer plano: a) construir validade, b) validade interna
( apenas para estudos de casos explanatórios ou causais), c) validade externa
e d) fiabilidade. Como o investigador deveria lidar com estes quatro
aspectos de controlo de qualidade está sumariado no capítulo 2 mas é
também um tema importante ao longo do restante livro.

ABORDAGEM GERAL AO PLANO


DE ESTUDOS DE CASO
Ao identificar a estratégia de investigação para o seu projecto de
investigação, o capítulo 1 mostrou quando deveria seleccionar a estratégia
de estudo de caso, em oposição a outras estratégias. A tarefa seguinte é
planear o seu estudo de caso. Para este propósito, como ao planear qualquer
outro tipo de investigação de pesquisa, um plano, ou plano de investigação,
é necessário.
O desenvolvimento deste plano de investigação é uma parte difícil
de fazer estudos de caso. Ao contrário de outras estratégias de investigação,
um catálogo compreensivo de planos de investigação para estudos de caso
não foi ainda desenvolvido. Não há livros de leitura como aqueles nas
ciências biológicas e psicológicas, cobrindo tais considerações de plano
como as atribuições de assuntos a diferentes grupos, a selecção de diferentes
estímulos ou condições experimentais, ou a identificação de várias medidas
de resposta ( ver Cochran & Cox, 1957; Fisher, 1935, citados em Cochran
& Cox, 1957; Sidowski, 1966). Numa experiência laboratorial, cada uma
destas escolhas reflecte uma ligação lógica importante aos assuntos a serem
estudados . Semelhantemente, não há sequer livros de leitura como os
conhecidos volumes de Campbell e Stanley ( 1966 ) ou por Cook e
Campbell ( 1979 ), os quais sumarizam os vários planos de investigação
para situações quasi – experimentais. Nem emergiram planos comuns - por
exemplo, estudos “painel” – como aqueles agora reconhecidos em fazer
investigação de vigilância ( ver Kidder & Judd, 1986, cap.6).
Uma armadilha a ser evitada, no entanto, é considerar os planos de
estudo de caso com um subconjunto ou variante dos planos de investigação

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dos planos de investigação usados para outras estratégias, tais como
experiências. Durante muito tempo, os eruditos pensaram incorrectamente
que o estudo de caso era apenas um tipo de plano quasi – experimental (o
plano de pós – teste de um só tiro). Esta percepção errónea foi finalmente
corrigida, com a seguinte afirmação aparecendo numa revisão de planos
quasi – experimentais: “ Certamente o estudo do caso com é normalmente
praticado não deveria ser menos significativo pela identificação com um
plano de pós – teste-de- um –só- grupo” ( Cook & Campbell, 1979, p.96).
Por outras palavras, o plano de pós – teste apenas de um só tiro
como um plano quasi – experimental pode ainda ser considerado com
obtendo falhas, mas o estudo do caso foi agora reconhecido como algo
diferente. De facto, o estudo do caso é uma estratégia de investigação
separada que tem os seus próprios planos de investigação.
Infelizmente, os planos de investigação de estudo de caso não têm
sido codificados. O capítulo seguinte expande – se , por isso, no novo
campo metodológico iniciado pela 1ª edição deste livro e descreve um
conjunto básico de planos de investigação por fazer estudos de casos
simples e casos múltiplos. Embora estes planos precisem de serem
continuamente modificados e melhorados no futuro, na sua forma presente
eles irão, no entanto, ajuda – lo a planear estudos de casos mais rigorosos e
metodologicamente saudáveis.

Definição de Planos de Investigação

Todos os tipos de investigação empírica tem um plano de investigação


implícito, se não explicito. No sentido mais elementar, o plano é a sequência
lógica que liga os dados empíricos à questão dum estudo inicial de
investigação, e derradeiramente, às suas conclusões. Coloquialmente, um
plano de investigação é um plano de acção para ir daqui ali, onde aqui
pode ser definido como um conjunto inicial de questões a serem
respondidas, e ali é um conjunto de conclusões ( respostas ) sobre estas
questões. Entre “ aqui e “ ali “ pode ser encontrado um número de passos
importantes, incluindo a recolha e análise de dados relevantes. Como uma
definição sumária, outro livro de leitura descreveu um plano de investigação
como um plano que

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guia o investigador no processo de recolha, análise e interpretação
de observações. É um modelo lógico de prova que permite ao investigador
retirar inferências respeitantes a relações causais entre variáveis sob
investigação. O plano de investigação também define o domínio de
generalização, isto é, se as interpretações obtidas podem ser generalizadas a
uma grande população ou a diferentes situações. ( Nachmias & Nachmias,
1972, pp. 77 – 78)

Outra maneira de pensar acerca do plano de investigação é uma " cópia


heliográfica " da investigação, lidando com pelo menos 4 problemas: que
questões estudar; quais os dados relevantes, que dados recolher e como
analisar os resultados ( ver F. Borum, comunicação pessoal, Escola de
Negócios de Copenhaga, Copenhaga, Dinamarca, 1991; Philliber, Schwab
& Samloss, 1980 ).
Repare que um plano de investigação é muito mais do que um
plano de trabalho. O objectivo principal do plano não se dirige às questões
iniciais de investigação. Neste sentido, um plano de investigação lida com
um problema lógico e não um problema logístico. Como um exemplo
simples, suponha que quer estudar apenas uma organização. As suas
questões de investigação, no entanto, estão relacionadas com as relações da
organização com outras organizações - a sua natureza competitiva ou
colaborativa, por exemplo. Tais questões podem ser respondidas apenas se
recolher informações directamente de outras organizações e não meramente
daquela com que começou. Se completar o seu estudo examinando apenas
uma organização, não pode tirar conclusões fieis sobre parcerias
interorganizacionais . Isto é uma falha no seu plano de investigação, não no
seu plano de trabalho. O resultado poderia Ter sido evitado se tivesse
desenvolvido um plano de investigação apropriado logo no início.

Componentes de Planos de Investigação

Para estudos de casos, 5 componentes de um plano de investigação


são especialmente importantes:
1. as questões dum estudo,
2. as suas proposições, se as houver,
3. as suas unidades de análise,

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4. a lógica que liga os dados às proposições, e
5. os critérios para interpretar as descobertas.

Questões de estudo. A primeira componente já foi descrita no capítulo 1.


Embora a substância das suas questões vá variar, o cap. 1 sugeriu que a
forma da questão - em termos de " quem ," " o quê ", " onde, " " como " e
"porquê " - fornece uma pista importante respeitante à estratégia de
investigação usada mais relevante. A estratégia dos estudo do caso é muito
provável de ser apropriada para questões " como " e " porquê ", por isso a
sua tarefa inicial é clarificar precisamente a natureza das questões do seu
estudo a este respeito.

Proposições de estudo. No que diz respeito à Segunda componente, cada


proposição dirige a sua atenção para algo que deveria ser examinado dentro
do objectivo do estudo. Por exemplo, parta do principio que a sua
investigação, sobre o tema das parcerias interorganizacionais, começava
com esta questão: Como e porquê colaboram as organizações umas com as
outras para prestar serviços conjuntos ( por exemplo, um fabricante e um
comerciante colaborando para vender produtos de computadores) ? Estas
questões " como " e "porquê ", captando aquilo em que você está realmente
interessado em responder, irá levá - lo ao estudo do caso como a estratégia
apropriada em primeiro lugar. No entanto, estas questões " como " e" porquê
" não apontam para aquilo que deveria estudar. Apenas se for forçado a
afirmar algumas proposições se moverá na direcção certa. Por exemplo,
pode pensar que as organizações colaboram porque obtém benefícios
mútuos . Esta proposição, a juntar à reflexão de um assunto teórico
importante ( de que outros incentivos para a colaboração não existem ou
não são importantes), também começa por lhe dizer onde procurar provas
relevantes ( para definir e determinar a extensão de benefícios específicos
para cada organização.
Ao mesmo tempo, alguns estudos podem ter um razão legítima para
não Ter qualquer proposição. Esta é a condição - a qual existe em
experiências, vigilâncias, e outras estratégias de investigação parecidas - na
qual, um tema é a matéria de " exploração ". Todas as explorações, no
entanto, deveriam ainda ter algum objectivo. Em vez de afirmar
proposições, o plano de um estudo exploratório deveria afirmar um

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propósito, assim como os critérios pelos quais uma exploração será julgada
com sucesso. Considere a analogia na CAIXA 4 para estudos de caso
exploratórios. Pode imaginar como pediria o apoio da rainha Isabel para
fazer o seu estudo exploratório?

Unidade de análise. Esta terceira componente está relacionada ao problema


fundamental de definir o que é o " caso " - um problema que tem afligido
muitos investigadores no início de estudos de caso . Por exemplo, no estudo
de caso clássico, um "caso " pode ser um indivíduo. Jennifer Platt (1992 a,
1992 b) notou como os primeiros estudos de caso na escola de Sociologia
de Chicago era as histórias de vida de tais papeis como delinquentes juvenis
ou homens negligentes. Pode também imaginar estudos de caso de pacientes
clínicos, de estudantes exemplares, ou de certos tipos de líderes. Em cada
situação, um indivíduo é o caso a ser estudado, e o indivíduo é a unidade
primária de análise. Informações sobre cada indivíduo relevante seria
recolhida, e vários indivíduos ou " casos " poderão ser incluídos num estudo
de caso múltiplo. As proposições ainda seriam necessárias para ajudar a
identificar as informações relevantes acerca de cada indivíduo ou
indivíduos. Sem tais proposições, um investigador pode ser tentado a
recolher " tudo ", o que é impossível de fazer. Por exemplo, as proposições
em estudar estes indivíduos podem envolver a influência da infância ou o
papel no relacionamento com os pares. Tais temas já representam um
estreitamento grande dos dados relevantes. Quantas mais proposições
específicas um estudo contém, mais hipóteses tem de ficar dentro dos
limites do praticável.

CAIXA 4
" A Exploração " como uma Analogia para
um Estudo de Caso Exploratório

Quando C. Colombo pediu à rainha Isabel apoio para as suas


"explorações" do Novo Mundo, ele tinha que ter algumas razões para pedir 3
barcos ( Porque não 1? Porque não 5?), e ele tinha alguma pensamento lógico
para ir em direcção ao ocidente (Porque não Sul e depois Este?). Ele também
tinha alguns critérios ( errados ) para reconhecer as Índias quando finalmente
as encontrasse. Em resumo, a sua exploração começou com algum
pensamento lógico e direcção, mesmo que as suas suposições iniciais
tivessem sido provadas erradas mais tarde ( Wilford, 1992 ). Este mesmo grau
de pensamento lógico e direcção deveriam sustentar até um estudo de caso
exploratório. 35
Claro, o " caso " pode também ser algum acontecimento ou entidade que
está menos bem definida do que o caso individual. Os estudos de caso têm
sido feitos sobre decisões, sobre programas, sobre a implementação de um
processo, e sobre a mudança organizacional. Feagin, Orum, & Sjoberg
( 1991 ) contém alguns exemplos clássicos destes casos simples em
Sociologia e ciência política. Esteja atento a estes tipos de temas - nenhum é
facilmente definido em termos de pontos iniciais ou finais do " caso ". Por
exemplo, um estudo de caso de um programa específico pode revelar a)
variações na definição do programa, dependendo da perspectiva de
diferentes actores, e b) componentes do programa que existiram
anteriormente à designação formal do programa. Qualquer estudo de caso tal
como um programa teria, por isso, de confrontar estas condições em delinear
a unidade de análise.
Como guia geral, a definição da unidade de análise ( e por isso do
caso) está relacionada com a forma como as perguntas de investigação
iniciais foram definidas. Suponha, por exemplo, que quer estudar o papel
dos EUA na economia mundial. Peter Drucker ( 1986 ) escreveu um ensaio
provocador sobre as mudanças fundamentais na economia mundial,
incluindo a importância da " movimentação de capitais " independente da
fluidez de bens e serviços. A unidade de análise para o seu caso de estudo
pode ser a economia de um país, uma indústria no mundo mercado de
trabalho, uma política económica, ou a fluidez de negócios ou capital entre
dois países. Cada unidade de análise necessitaria um plano de investigação
ligeiramente diferente e uma estratégia de recolha de dados. A selecção da
unidade de análise apropriada resulta de se especificar fielmente as questões
primárias de investigação. Se as suas questões não conduzem ao
favorecimento de uma unidade de análise em relação a outra, as suas
questões são provavelmente ou muito vagas ou muito numerosas - e pode ter
problemas a conduzir o seu estudo de caso.
Ás vezes, a unidade de análise pode ter sido definida de uma
maneira, apesar do fenómeno a ser estudado necessite de uma definição
diferente. Muito frequentemente, os investigadores confundiram casos de
estudo de bairros com estudos de casos de pequenos grupos ( para outro
exemplo, confundindo um inovação com um pequeno grupo em estudos

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organizacionais, ver CAIXA 5 a ). Como uma área geral tal como o bairro
lida com a transição racial, actualizações e outros fenómenos pode ser
bastante diferente da forma como um pequeno grupo lida com estes mesmos
fenómenos. A Sociedade Street Corner ( Whyte, 1943/ 1955 - ver também
Caixa 1 no cap. 1 deste livro) e Tally's Corner ( Liebow, 1967 - ver também
CAIXA 9, neste capítulo), por exemplo, têm sido frequentemente
confundidos como casos de estudo de bairros quando na verdade são casos
de estudo de pequenos grupos ( note que em nenhum livro o bairro é
descrito geograficamente, apesar dos grupos pequenos viverem numa área
pequena com implicações de vizinhança claras).

CAIXA 5 a
Qual é a unidade Análise?
A Alma de uma Máquina Nova ( 1981 ) foi um livro de Tracy Kidder que ganhou um
prémio Pulitzer. O livro, também um best- seller, é sobre o desenvolvimento de um novo
minicomputador produzido pela Corporação Geral de Dados, com a intenção de competir
directamente com um produzido pela Corporação do Equipamento Digital.
Este livro de leitura fácil descreve com a equipa de engenharia da Dados Gerais
inventou e desenvolveu o novo computador. O livro começa com a conceitualização
inicial do computador e termina quando a equipa de engenharia renuncia do controlo da
máquina para o pessoal de marketing da Dados Gerais.
O livro é um exemplo excelente de um estudo de caso. No entanto, o livro
também ilustra um problema fundamental ao fazer estudos de casos - o de definir a
unidade de análise. O estudo do caso é sobre o minicomputador ou é sobre a dinâmica
de um pequeno grupo - a equipa de engenharia? A resposta é crítica se queremos
compreender como o estudo do caso se relaciona com um corpo mais alargado de
conhecimento - isto é, se generalizar a um tema de tecnologia ou ao tema da dinâmica
de um grupo. Porque este livro não é um estudo académico, não precisa, nem p faz, de
fornecer uma resposta.

A CAIXA 5 b, no entanto, apresenta um bom exemplo de como as unidade


de análise podem ser definidas de uma maneira mais discriminatória - no
campo do mercado mundial.
A maioria dos investigadores encontrará este tipo de confusão em definir a
unidade de análise. Para diminuir a confusão, uma boa prática é discutir o
caso potencial com um colega. Tente explicar a essa pessoa que questões
está a tentar responder e porque escolheu um caso ou grupo específicos de

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CAIXA 5 b
casos como uma maneira
Uma escolha maisde responder
clara entreàquelas questões.
as Unidades de isto pode ajuda - lo
Análise
a evitar unidades de análise incorrectamente identificadas.
O livro de Ira Maganizer e Mark Patinkin A Guerra Silenciosa: Dentro do Futuro
Global Americano de Formato de Batalhas Negociais ( 1989 9 apresenta nove estudos
de caso. Cada estudo de caso aparenta ser similar, mas na verdade têm diferentes
unidades principais de análise. Um caso, sobre a firma coreana Samsung, e um caso de
estudo de políticas críticas que fazem a firma competitiva. Compreender o
desenvolvimento da economia coreana é parte do contexto, e o estudo do caso
também contém uma unidade embutida - o desenvolvimento do micro - ondas pela
Samsung como um produto ilustrativo. O outro caso, acerca do desenvolvimento de
uma fábrica de computadores Apple em Singapura, é na verdade um estudo de caso
das políticas críticas de Singapura que tornam o país competitivo. A experiência da
fábrica de computadores Apple - uma unidade de análises embutidas - é na verdade
um exemplo ilustrativo de como as políticas nacionais afectam os investimentos
estrangeiros.
Estes dois casos mostram como a definição das análises principais e
embutidas , assim como a definição dos acontecimentos circundantes contextuais
destas unidades, depende de um nível de inquérito. A principal unidade de analise é
passível de estar ao nível a que se dirigem as questões principais do estudo.

Uma vez estabelecida a definição geral do caso, outras clarificações na


unidade de análise torna - se importante. Se a unidade de análise é um grupo
pequeno, por exemplo, as pessoas a serem incluídas no grupo ( o tema
imediato do estudo do caso ) devem ser diferenciadas dos que estão fora ( o
contexto para o caso de estudo ). Semelhantemente, se o caso é sobre
serviços numa área geográfica específica, as decisões precisam de ser
tomadas sobre serviços públicos, cujas fronteiras não coincidem com a área.
Finalmente, para quase todos os temas que possam ser escolhidos, limites
específicos de tempo são necessários para definir o inicio e o fim do caso.
Todos estes tipos de questões precisam de ser consideradas e respondidas
para definir a unidade de análise e deste modo determinar os limites da
recolha e análise de dados.

38
Um ponto final precisa de ser feito sobre definir o caso e a unidade
de análise, relativo ao papel da bibliografia de investigação disponível. A
maioria dos investigadores quererão comparar as suas descobertas com
descobertas anteriores; por esta razão, as definições chave não deveriam ser
idiossincráticas. Em vez disso, cada estudo de caso e unidade de análise
deveria ser semelhante àquelas previamente estudadas por outros ou deveria
afastar - se de maneiras claramente e operacionalmente definidas. Desta
maneira, a bibliografia anterior pode também tornar - se um guia para
definir o caso e a unidade de análises.

Ligar dados a proposições, e critérios para interpretar as descobertas. As


Quarta e Quinta componentes foram as menos desenvolvidas em estudos de
caso. Estas componentes representam os passos de análise de dados em
investigação de estudos de caso, e um plano de investigação deveria colocar
os alicerces para esta análise.
Ligar dados a proposições pode ser feito de um número variado de
maneiras, mas nenhum se tornou tão precisamente definido como a
atribuição de matérias e condições de tratamento em experiências
psicológicas. ( a qual é a maneira de como as hipóteses e os dados estão
ligados em psicologia). Uma abordagem promissora para os estudos de caso
é a ideia de " padrões - de - ligação " descritos por Donald Campbell
( 1975 ), onde várias peças de informação do mesmo caso podem estar
relacionadas com algumas proposições teóricas. Num artigo relacionado
sobre um tipo de padrão - um padrão de séries - de - tempo - Campbell
( 1969 ) ilustrou esta abordagem, mas não a rotulou como tal.
No seu artigo, Campbell mostrou primeiro como o número anual de
fatalidades de tráfego no Connecticut pareciam Ter diminuído após a
passagem de uma nova lei estadual de limite de velocidade para 55 milhas
horárias. No entanto, mais observações da taxa de fatalidade, sobre um
número de anos antes e depois da mudança legal, mostraram flutuações não
sistemáticas em vez qualquer redução marcada. Um simples teste ocular era
tudo o que era necessário para mostrar que o verdadeira padrão parecia não
sistemático em vez de seguir uma tendência descendente ( ver figura 2.1), e
assim Campbell concluiu que o limite de velocidade não tinha tido efeito no
número de fatalidades do tráfego.

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O que Campbell fez foi descrever dois padrões potenciais e depois
mostrar que os dados ligavam uns melhor que os outros. Se os dois padrões
potenciais são considerados proposições rivais ( uma proposição" efeitos " e
uma proposição " não efeitos" , respeitante ao impacto da nova lei de limite
de velocidade), a técnica de correspondência de padrões é uma forma de
relacionar os dados às proposições, embora o estudo completo consista de
um estudo de apenas um caso ( o estado do Connecticut ).
Este artigo também ilustra os problemas de lidar com a 5ª
componente, os critérios para interpretar as descobertas do estudo. Os
dados de Campbell correspondiam a um padrão muito melhor do que
correspondiam a outros. Mas quão próxima tem de ser uma ligação para ser
considerada uma ligação? Note que Campbell não fez nenhum teste
estatístico para fazer a comparação. Nem um teste estatístico teria sido
possível, porque cada dado apontado no padrão era um número único - o
número de fatalidade daquele ano - para o qual não se podia calcular a
variância e não podia conduzir qualquer teste estatístico. Actualmente, não
há nenhuma maneira precisa de estabelecer critérios para interpretar estes
tipos de descobertas. Espera - se que os diferentes padrões sejam
suficientemente contrastantes para ( como no caso de Campbell) que as
descobertas possam ser interpretadas em termos de comparação para pelo
menos duas proposições rivais.

Sumário. Um plano de investigação deveria incluir cinco componentes.


Embora o actual estado das artes não forneça aconselhamento detalhado nas
duas últimas, o plano completo de investigação deveria não indicar só quais
os dados a serem recolhidos - como indicados por a) questões de um estudo,
b) as suas proposições, e c) a sua unidade de análise. O plano deveria dizer -
lhe o que é para ser feito após a recolha dos dados - como indicado por d) a
lógica que liga os dados às proposições e e) os critérios para interpretar as
descobertas.

O Papel da Teoria no Plano de Trabalho

Cobrir estas cinco componentes de planos de investigação irá eficazmente


forçá- lo a começar a construir um teoria preliminar relacionada com o seu
tema de estudo. Este papel do desenvolvimento de teoria, anterior à

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realização de qualquer recolha de dados, é um ponto de diferença entre
estudos de caso e métodos relacionados tais como etnografia ( Lincoln &
Guba, 1985; Van Maanen, 1988; Van Maanen et al., 1982 ) e " teoria
fundada " ( Strauss & Corbin, 1990). Tipicamente, estes métodos
relacionados evitam deliberadamente especificar qualquer proposição
teórica n o princípio de um inquérito. Como resultado, os estudantes pensam
erradamente que ao usarem o método do estudo do caso, podem proceder
rapidamente à fase de recolha de dados do seu trabalho, e têm sido
encorajados a fazer os seus " contactos de campo ", tão rapidamente quanto
possível. Nenhum aconselhamento poderia ser mais enganador. Entre outras
considerações, os contactos de campo relevantes dependem de compreensão
- ou teoria - daquilo que está a ser estudado.

Desenvolvimento da Teoria. Para estudos de caso, o desenvolvimento da


teoria como parte do plano de fase é essencial, quer o objectivo resultante do
caso seja desenvolver ou testar teoria. Usar o estudo de caso na
implementação de uma nova gerência do sistema de informação (MIS)
como um exemplo (Markus, 1983 ), o ingrediente mais simples de uma
teoria é a afirmação com as que se seguem:
O estudo do caso mostrará porque é que a implementação apenas
teve sucesso quando a organização foi capaz de se auto reestruturar, e não
apenas revestir o novo MIS sobre a velha estrutura organizacional.
( Markus, 1983 )

A afirmação apresenta a carapaça de uma teoria da implementação


MIS - isto é, que e restruturação organizacional é necessária para fazer o
trabalho de implementação MIS.
Usando o mesmo caso, um ingrediente adicional pode ser a
seguinte afirmação:
O estudo do caso irá também mostrar porquê a simples substituição
das pessoas chave não foi suficiente para a implementação Ter sucesso.
( Markus, 1983)

Esta segunda afirmação apresenta a carapaça de uma teoria rival -


isto é, que a implementação MIS falha devido à resistência de mudar sobre a

41
parte de pessoas individuais, e que a substituição de tais pessoas é o único
requisito para a implementação ter sucesso.
Pode ver que , como estes dois ingredientes iniciais são elaborados,
as ideias afirmadas irão crescentemente cobrir as questões, proposições,
unidades de análise, lógica ligando dados a proposições, e critérios para
interpretar as descobertas - isto é, as cinco componentes do plano de
investigação necessário. Neste sentido, o plano completo de investigação
corporiza uma " teoria " daquilo que está a ser estudado. Este teoria deveria
de maneira nenhuma ser considerada com a formalidade de grandes teorias
nas ciências sociais, nem estão a ser perguntadas para a uma teorização de
mestrado. Em vez disso, o único objectivo é Ter a cópia heliográfica para o
seu estudo, e isto requer proposições teóricas. Então, o plano de
investigação completo irá fornecer aconselhamento surpreendentemente
forte em determinar que dados recolher e as estratégias para analisar os
dados. Por esta razão, o desenvolvimento da teoria anterior à recolha de
dados de qualquer estudo de caso é um passo essencial ao fazer estudos de
caso.
No entanto, o desenvolvimento da teoria demora tempo e pode ser
difícil ( Eisenhardt, 1989 ). Para alguns temas, trabalhos existentes podem
fornecer uma estrutura teórica rica para planear um estudo de caso
específico. Se está interessado no desenvolvimento da economia
internacional, por exemplo, o trabalho de Peter Drucker " A Economia do
Mundo Mudado " ( 1986 ) é uma fonte excepcional de teorias e hipóteses.
Drucker advoga que a economia mundial mudou significativamente desde o
passado. Ele aponta para a separação entre a economia de produtos
primários ( matérias primas ) e economia industrial, uma separação
semelhante entre os custos baixos do trabalho e a produção de manufactura,
e a separação entre mercados financeiros e a economia real de bens e
serviços. Para testar estas proposições podem ser necessários estudos
diferentes, alguns concentrando - se nas diferentes separações, outros
concentrando - se nas indústrias específicas. E ainda outros explicando o
compromisso de países específicos. Cada estudo diferente iria
provavelmente precisar de uma unidade de análise diferente. E estrutura
teórica de Drucker forneceria aconselhamento para planear estes estudos e
até mesmo para recolher dados relevantes.

42
Em outras situações, a teoria apropriada pode ser uma teoria
descritiva ( ver CAIXA 6, e também CAIXA 1 para outro exemplo ), e a
sua preocupação deveria concentrar - se em assuntos como a) o objectivo do
esforço descritivo, b) o alcance total, mas realista dos temas que podem ser
considerados uma descrição " completa " daquilo que está a ser estudado, e
c) os temas possíveis que serão a essência da descrição. Boas respostas a
estas perguntas, incluindo os pensamentos lógicos que sustentam as
respostas, irão ajudá - lo bastante na direcção de desenvolver a base teórica
necessária - e plano de investigação - para o seu estudo.
Para outros temas ainda, a base de conhecimento existente pose ser
pobre, e a bibliografia disponível não irá fornecer uma estrutura conceptual
ou hipóteses de nota. Tal base de conhecimento não se empresta ao
desenvolvimento de boas afirmações teóricas, e qualquer estudo empírico
novo é passível de assumir a característica de ser um estudo " exploratório ".
Mesmo assim, como notado anteriormente com o caso ilustrativo da CAIXA
4, mesmo um estudo de caso exploratório deveria ser precedido por
afirmações sobre a) o que deve ser explorado, b) o objectivo da exploração,
e c) os critérios pelos quais a exploração será julgada com sucesso.

CAIXA 6
Usar uma Metáfora para Desenvolver Teoria Descritiva

Se os 4 países - as colónias americanas, Rússia, Inglaterra e França -


todos tomaram percursos semelhantes de acontecimentos durante as suas
revoluções políticas mais importante é o tema do famosos estudo histórico de
Crane Brinton - A Anatomia de uma Revolução ( 1938 ). Localizar e analisar
estes acontecimentos é feito de uma maneira descritiva, pois o objectivo do
autor não é tanto explicar as revoluções, mas determinar se elas seguiram
cursos semelhantes.
Esta análise de " contra - caso " revela semelhanças mais
importantes: todas as sociedades estavam na actualização, economicamente;
havia antagonismos de classe amargos; os intelectuais desertavam de
posições de liderança; a maquinaria do governo não era eficiente; e a classe
governante exibia comportamentos imorais exibidores, dissolutos e ineptos
( ou os três ). No entanto, em vez de confiar somente nestes "factores" de
abordagem para a descrição, o autor também desenvolve a metáfora de um
corpo humano sofrendo de uma febre como uma maneira de descrever o
padrão de acontecimentos ao longo do tempo. O autor usa o padrão cíclico de
43
febre e arrepios, elevado a um ponto crítico e seguido de uma falsa
tranquilidade, para descrever o fluxo e refluxo dos acontecimentos nas
Tipos ilustrativos de teorias. Em geral, para ultrapassar as barreiras da teoria
do desenvolvimento, deveria tentar preparar - se para o seu caso de estudo
fazendo coisas como rever a bibliografia relacionada com aquilo que
gostaria de estudar ( ver também Cooper, 21984 ); discutir o seu tema e
ideias com colegas ou professores; e pôr a si próprio questões desafiadoras
sobre aquilo que está a estudar, porque é que se está a propor para fazer este
estudo, e o que espera aprender como resultado do estudo.
Como algo mais a lembrar, deveria estar consciente do alcance total de
teorias que poderiam ser relevantes para o seu estudo. Por exemplo, note
que o exemplo MIS ilustra a teoria de implementação " MIS", e que isto é
apenas um tipo de teoria que pode ser objecto de estudo. Outros tipos de
teorias para você considerar inclui o seguinte:
• Teorias individuais - por exemplo, teorias de desenvolvimento
individual, comportamento cognitivo, personalidade, aprendizagem e
incapacidade, percepção individual, e interacções pessoais.
• Teorias de grupo - por exemplo, teorias de funcionamento familiar,
grupos informais, equipas de trabalho, coordenação de supervisores de
empregados, e redes de trabalho interpessoais.
• Teorias organizacionais - por exemplo, teorias de burocracias,
estruturas organizacionais e funções, excelência na performance
organizacional ( ex.: Harrison, 1987 ), e parcerias interorganizacionais
• Teorias sociais - por exemplo, teorias de desenvolvimento urbano, e
funções do mercado de trabalho.

Outros exemplos vão através alguns deste tipos ilustrativos. A teoria de


tomada de decisão ( Carroll & Johnson, 1992), por exemplo, pode envolver
indivíduos, organizações, ou grupos sociais. Como outro exemplo, um tema
comum de estudos de caso é a avaliação de programas apoiados
publicamente, tal como programas federias, estatais, ou locais. Nesta
situação, o desenvolvimento de uma teoria de como um programa é suposto
funcionar é essencial para o plano da avaliação, mas tem sido normalmente
sub - enfatizado no passado ( Bickman, 1987 ). De acordo com Bickman, os

44
analistas têm frequentemente confundido a teoria da implementação do
programa ( ex.: como instalar um programa eficaz ). Onde os elaboradores
de políticas querem saber os passos substancialmente desejados ( ex.:
descrever um curriculum novo eficaz), a análise infelizmente recomendada
de passos de gerência ( ex.: contrate um bom director de projectos ). Esta
incompatibilidade pode ser evitada dando atenção mais próxima à teoria
substantiva.

Generalizar dum estudo de caso para teoria. O desenvolvimento da


teoria não facilita apenas a fase de recolha de dados do estudo de caso
resultante. A teoria apropriadamente desenvolvida é também o nível a que a
generalização do estudo de caso ocorre. Este papel da teoria tem sido
caracterizado ao longo deste livro com " generalização analítica " e tem sido
contrastado com outra forma de generalizar resultados, conhecido como "
generalização estatística ". Compreender a distinção entre estes dois tipos de
generalização pode ser o seu desafio mais importante ao fazer estudos de
caso.
Tomemos a forma mais normalmente reconhecida de generalização -
" generalização estatística " - primeiro, embora seja a menos relevante para
fazer estudos de caso. Em generalização estatística, uma inferência é feita
sobre uma população ( ou universo ) baseada nos dados empíricos
recolhidos sobre a amostra. Isto é mostrado como um Nível Um de
Inferência na Figura 2.2. este método de generalizar é comummente
reconhecido porque os pesquisadores da investigação têm acesso pronto a
formulas para determinar a confiança com a qual as generalizações podem
ser feitas, dependendo maioritariamente do tamanho e variação interna
dentro do universo e amostra. Mais, esta é a maneira mais comum de
generalizar quando se fazem vigilâncias (( ex.: Fowler, 1988; Lavrakas,
1987 ), e é uma parte integral ( embora não a única ) de generalizar
experiências.
Uma falha fatal ao fazer estudos de casos é conceber a generalização
estatística como o método de generalizar os resultados do caso. Isto
acontece porque os casos não são " unidades de amostras " e não deveria ser
escolhidos por esta razão. Em vez disso, estudos de casos individuais são
para serem seleccionados como um investigador laboratorial selecciona o
tema de uma nova experiência. Casos múltiplos, neste sentido, deveria ser

45
considerados como experiências múltiplas ( ou vigilâncias múltiplas. Sob
estas circunstâncias, o método de generalização é " generalização analítica ",
na qual uma teoria previamente desenvolvida é usada como um suporte com
o qual comparar os resultados empíricos do estudo do caso. Se dois ou mais
casos são mostrados para apoiar a mesma teoria, pode haver replicação. Os
resultados empíricos podem ser considerados ainda mais potentes se dois ou
mais caos apoiarem a mesma teoria, mas não apoiam um teoria rival,
igualmente plausível. Graficamente, este tipo de generalização é mostrada
com Inferência Nível Dois na figura 2.2.

NÍVEL
teoria
DOIS Teoria

Implicação Implicação da
da política política rival
VIGILÂNCIA ESTUDO DO CASO EXPERIÊNCIA

NÍVEL
Características
UM da Descobertas do Descobertas
população estudo do caso experimentais

matérias
amostra

Figura 2.2 Fazer inferências: Dois Níveis


FONTE: COSMOS corporação.

A generalização analítica pode ser usada quer o estudo do caso


envolva um ou vários casos, o que será referenciado mais tarde como
estudos de casos simples ou casos múltiplos. Mais, a lógica de replicação e a
distinção entre a subsequente conduta estatística do estudo do caso, e não

46
apenas ao princípio. Neste sentido, " planos de Trabalho " realmente
continuam para além dos planos iniciais.

Constructo de Validade
Este primeiro teste é especialmente problemático no estudo de caso de
investigação. Pessoas que têm sido críticas dos estudos de caso
frequentemente apontam para o facto que um investigador de estudo de caso
falha a desenvolver um conjunto suficientemente operacional de medidas e
que julgamentos " subjectivos " são usados para recolher os dados. Tome
um exemplo como estudar " a mudança de bairro" - um tema comum de
estudo de caso.
Ao longo dos anos, preocupações têm surgido sobre como certos
bairros urbanos mudaram o seu aspecto. Qualquer caso de estudos de caso
tem examinado os tipos de mudanças e as suas consequências. No entanto,
sem nenhuma especificação anterior dos acontecimentos operacionais
significativos que constituem a " mudança ", um leitor não pode dizer se as
mudanças registadas num estudo de caso reflecte genuinamente
acontecimentos críticos num bairro ou se eles são baseados nas impressões
apenas de um investigador.
A mudança num bairro pode na verdade cobrir uma vasta variedade de
fenómenos: viragens raciais, deteorização das habitações e abandono,
mudanças no padrão de serviços urbanos, mudanças nas instituições
económicas de um bairro, ou a viragem de residentes de rendimentos baixos
para médios em bairros de " pequena nobreza ". Para encontrar o teste de
constructo de validade, um investigador tem de estar certo de cobrir dois
passos:
1. Seleccionar os tipos específicos de mudanças a serem
estudadas ( em relação aos objectivos gerias do estudo ) e
2. Demonstrar que as medidas seleccionadas destas
mudanças reflectem na verdade os tipos específicos de mudança
que foi seleccionada.

Por exemplo, suponha que satisfez o primeiro passo, afirmando que


planeia estudar o aumento do crime no bairro. O segundo passo agora exige
que você também justifique porque é que está a usar crimes relatados pela

47
polícia ( o qual é a medida standard usada nos Relatórios de Crimes de
Uniforme do FBI ) como a sua medida de crime. Talvez esta não seja uma
medida válida, dado que grandes proporções de crimes não são relatadas à
polícia.
Como a Figura 2.3 mostra para fazer estudos de caso, três tácticas estão
disponíveis para aumentar o constructo da validade. a primeira é o uso de
fontes múltiplas de provas, numa maneira que encoraja linhas convergentes
de inquérito, e esta táctica é relevante durante a recolha de dados ( ver Cap.4
). Uma Segunda táctica é estabelecer uma cadeia de provas, também
relevante durante a recolha de dados ( ver Cap. 4 ) a terceira táctica é ter a
corrente do relatório do estudo do caso revisto por informantes chave ( um
procedimento descrito mais à frente no cap. 6 .

Validade Interna

Este segundo teste tem recebido grande atenção em investigação


experimental e quasi - experimental ( ver Campbell & Stanley, 1966; Cook
& Campbell, 1979 ). Numerosas ameaças à validade têm sido identificadas,
principalmente lidando com efeitos falsificados. No entanto, porque tantos
livros de leitura já cobriram este tema, precisam de ser feitos apenas dois
pontos.
Primeiro, a validade interna é uma preocupação apenas para estudos de
caso causais ( ou explanatórios ), nos quais um investigador incorrectamente
conclui que há uma relação causal entre x e y sem saber que algum terceiro
factor - z - pode realmente Ter causado o y, o plano de investigação falhou
em lidar com algumas ameaças à validade interna. Note que esta lógica não
é aplicável a estudos descritivos ou exploratórios ( quer os estudos sejam
estudos de caso, vigilâncias ou experiências), as quais não estão
preocupadas em fazer afirmações causais.
Segundo, a preocupação sobre a validade interna, para a investigação do
estudo do caso, pode ser alargada a um problema mais vasto de fazer
inferências. Basicamente, um estudo de caso envolve uma inferência sempre
que um acontecimento não pode ser directamente observado. Assim, um
investigador irá " inferir " que um acontecimento particular resultou de
algumas ocorrências anteriores, baseadas em entrevistas e documentários
recolhidos como parte de um estudo de caso. Está a inferência correcta?

48
Foram tidas todas as explicações rivais e possibilidades em consideração? A
prova é convergente? Aparenta ser hermética? Um plano de investigação
que antecipou estas questões começou a lidar com o problema geral de fazer
inferências e assim o problema específico da validade interna.
No entanto, as tácticas específicas para alcançar este resultado são
difíceis de identificar. Isto é especialmente válido ao fazer estudos de caso.
Como um conjunto de sugestões, a Figura 2.3 mostra que a táctica analítica
de ligação - de - padrões, já falada mas para ser descrita no cap. 5, é uma
maneira de resolver a validade interna. Duas tácticas analíticas relacionadas,
construção - de -explicações e análise -de- séries -de -tempo, também
descritas no cap.5.

Validade Externa
O terceiro teste lida com o problema de saber se as descobertas de um
estudo são generalizáveis para além do caso imediato. No contexto mais
simples, se um estudo de mudança de bairro se concentrasse num bairro, os
resultados são aplicáveis a outro bairro? O problema da validade externa
tem sido uma grande barreira em fazer estudos de caso. Os críticos afirmam
tipicamente que estudos de caso simples oferecem uma base pobre de
generalização. No entanto, tais críticos estão implicitamente a contrastar a
situação com a investigação de vigilância, na qual uma " amostra " ( se
seleccionada correctamente ) prontamente se generaliza a um universo
maior. Esta analogia a amostras e universos é incorrecta quando se lida
com estudos de caso. Isto é porque a investigação de vigilância se baseia na
generalização estatística, ao passo que os estudos de caso ( assim como as
experiências ) se baseiam em generalizações analíticas. Na generalização
analítica, o investigador está a esforçar - se para generalizar um conjunto
particular de resultados a algumas teorias mais alargadas ( ver CAIXA 7 ).
Por exemplo, a teoria da mudança de bairro que conduziu a um
estudo de caso , em primeiro lugar, é a mesma teoria que ajudará a
identificar os outros casos, aos quais os resultados estão generalizados. Se
um estudo se tivesse concentrado na " pequena nobreza "(ver Auger, 1979 ),
o procedimento para seleccionar um bairro para estudo também terá
identificado aqueles tipos de bairro dentro dos quais a " pequena nobreza
"estava a ocorrer. Em princípio, as teorias sobre mudanças em todos estes

49
bairros seriam o alvo para o qual os resultados poderiam depois ser
generalizados.
A generalização não é automática, no entanto, . Uma teoria tem de
ser testada através de replicações das descobertas num segundo ou até
mesmo terceiro bairro, onde a teoria tenha especificado que os mesmos
resultados aconteceriam. Uma vez feita tal replicação , os resultados
poderão ser aceites por um número muito maior de bairros semelhantes,
embora mais replicações não tenham sido executadas. Esta lógica de
replicação é a mesma que sustenta o uso de experiências ( e permite aso
cientistas generalizar de uma experiência para outra ) e, como mostrado na
Figura 2.3, será discutido mais à frente neste capítulo na secção de planos de
casos múltiplos.

CAIXA 7
Como os Estudos de Caso Podem
Ser generalizado para Teoria

Uma queixa comum sobre os estudos de caso é que é difícil generalizar de um caso para
outro. Assim, os analistas caem na armadilha de tentar seleccionar um caos ou um conjunto de casos
" representativos". No entanto, nenhum conjunto de casos, não importa quão grande, é passível de
lidar satisfatoriamente com a queixa.
O problema está na noção de generalizar a outros estudos de caso. Em vez disso, um
analista deveria tentar generalizar as descobertas à " teoria ", análogo às formas como um cientista
generaliza descobertas a uma " teoria ". ( Note que o cientista não tenta seleccionar experiências "
representativas ". )
Esta abordagem está bem ilustrada por Jane Jacobs no seu famoso livro, A Vida e a Morte
das Grandes Cidades Americanas ( 1961 ). O livro é baseado maioritariamente em experiências da
cidade de Nova Iorque. No entanto, o tema do capítulo, em vez de reflectir as experiências simples de
Nova Iorque, cobre assuntos teóricos muito mais alargados no planeamento urbano, tal como o papel
dos passeios, o papel dos parques do bairro, a necessidade de usos primários misturados, a
necessidade de pequenos quarteirões, e os processo de visitas a bairros de lata e a bairros normais. No
agregado, estes assuntos representam de facto a construção da teoria do planeamento da urbanização.

50
Fiabilidade
A maioria das pessoas já estão provavelmente familiarizadas com este
teste final. O objectivo é ter a certeza que, se um investigador mais tarde
seguisse exactamente os mesmos procedimentos como descritos por um
investigador anterior e conduzisse o mesmo estudo de caso todo outra vez,
este último investigador deveria chegar às mesmas descobertas e
conclusões. ( Note que a ênfase está em fazer o mesmo caso mais uma vez,
não em " replicar " os resultados de um caso, fazendo outro estudo de caso).
O objectivo da fiabilidade é minimizar os erros e preconceitos num estudo.
Um pré - requisito para permitir este outro investigador repetir um
anterior estudo de caso é a necessidade de documentar os procedimentos
seguidos no caso anterior. Sem tais documentos, não poderia sequer repetir
o seu próprio trabalho ( o qual é outra maneira de lidar com a fiabilidade ).
No passado, os procedimentos da investigação de estudo de caso têm sido
pobremente documentados, tornando os espectadores externos duvidosos da
fiabilidade do estudo do caso. Como remédios, o cap.3 irá discutir o uso do
protocolo de estudo de caso para lidar com o problema de documentação em
detalhe, e o cap. 4 irá descrever outra táctica, o desenvolvimento de uma
base de dados de estudos de caso.
A maneira geral de abordar o problema da fiabilidade é fazer tantos
passos como operacionais quanto possível e conduzir a investigação como
se alguém estivesse sempre a olhar por cima do seu ombro. Na contabilidade
e guarda de livros, tem -se sempre presente que qualquer cálculo pode ser
alvo de uma auditoria. Neste sentido, um auditor está também a realizar a
verificação da fiabilidade e deve ser capaz de produzir os mesmos resultados
se os mesmos procedimentos forem seguidos. Uma boa linha guia para fazer
estudos de caso é então conduzir a investigação de modo a que um auditor
possa repetir os procedimentos e chegar aos mesmos resultados.
Sumário. Quatro testes podem ser considerados relevantes no
julgamento da qualidade de um plano de investigação. Ao planear e fazer

51
estudos de caso, várias tácticas estão disponíveis para lidar com estes testes,
embora nem todas as tácticas ocorram durante a fase formal do planeamento
do estudo de caso. Algumas tácticas ocorrem durante a recolha de dados,
análise de dados, ou fases de composição da investigação e são por isso
descritas com maior detalhe nos cap. subsequentes deste livro.

PLANOS DE ESTUDOS DE CASO

Estas características gerais de planos de investigação servem como um


antecedente para considerar os planos específicos de estudos de caso. Quatro
tipos de planos irão ser discutidos, baseados numa matriz 2 X 2 (ver Figura
2.4) A matriz assume que estudos de casos simples e casos múltiplos
reflectem diferentes situações de plano e que, dentro destes dois tipos, pode
também haver unidades de análise unitárias ou múltiplas. Assim, para a
estratégia de estudo de caso, os quatro tipos de planos eram a) planos de
casos simples ( holísticos ), b) planos de casos simples ( embutidos ), c)
planos de casos múltiplos ( holísticos ) e d) planos de casos múltiplos
( embutidos ). O pensamento lógico para estes quatro tipos de planos é como
se segue.

Quais são os Potenciais Planos de Caso - Simples ?

Pensamento lógico para planos de caso simples. Uma distinção


primária no planeamento de estudos de caso é entre planos de casos simples
e múltiplos. Isto significa a necessidade de uma decisão, anterior a qualquer
recolha de dados, em relação a se estudos de caso simples ou casos
múltiplos vão ser usados para responder a questões de investigação.
O estudo de caso - simples é um plano apropriado sob várias
circunstâncias. Primeiro, lembre - se que um estudo de caso simples é
análogo a uma experiência simples, e muitas das mesmas condições que
justificam uma experiência simples também justificam um estudo de caso
simples. Um pensamento lógico para um caso simples é quando ele
representa o caso crítico a testar uma teoria bem formulada ( mais uma vez,
note a analogia com a experiência crítica). A teoria especificou um conjunto
claro de proposições assim como as circunstâncias dentro das quais as
proposições são tidas como válidas. Para confirmar, desafie, ou alargue a

52
teoria, poderá existir um caso simples, que vai de encontro a todas as
condições de testar a teoria. O caso simples pode então ser usado para
determinar se as proposições de uma teoria estão correctas ou se alguns
conjuntos alternativos de explicações podem ser mais relevantes. Desta
maneira, como a comparação de Graham Allison das três teorias de
funcionamento burocrático e a crise do míssil Cubano ( descrito no cap.1,
CAIXA 2 ), o caso simples pode representar uma contribuição significativa
para o conhecimento e construção da teoria. Tal estudo pode até ajudar a
reconcentrar futuras investigações num campo inteiro. ( ver CAIXA 8 para
outro exemplo, no campo da inovação organizacional ).

Planos de Planos de
caso - simples casos - múltiplo

holístico
( unidade simples TIPO 1 TIPO 3
de análise )

embutido
(unidades TIPO TIPO 4
múltiplas de análise )

Figura 2.4 Tipos básicos de Planos de Estudos de Caso


FONTE: COSMOS corporação

Um segundo pensamento lógico para um caso simples é um no qual


o caso representa um caso extremo ou único. Isto tem normalmente sido a
situação na psicologia clínica, na qual um ferimento específico ou desordem
pode ser tão raro que qualquer caso simples vale a pena documentar e
analisar. Por exemplo, um síndroma clínico raro é a incapacidade de certos

53
pacientes clínicos reconhecerem caras familiares. Dadas apenas algumas
pistas visuais, tais pacientes são incapazes de reconhecer os entes queridos,
amigos, fotografias de pessoas famosas, ou ( em alguns casos ) a sua própria
imagem ao espelho. Este síndroma aparenta ser devido a algumas lesões
físicas do cérebro. No entanto, o síndroma ocorre tão raramente que os
cientistas têm sido incapazes de estabelecer quaisquer padrões comuns
( Yin, 1970, 1978 ). Em tais circunstâncias, o estudo do caso simples é um
plano de investigação apropriado sempre que uma nova pessoa com este
síndroma - conhecido como prosopagnosia - é encontrada. O estudo do caso
documentaria as capacidades e incapacidades da pessoa para determinar a
natureza precisa do défice de reconhecimento da cara mas também para
assegurar se existem desordens relacionadas.
Um terceiro pensamento lógico para o estudo de um caso simples é
o caso revelatório. Esta situação existe quando um investigador tem uma
oportunidade de observar e analisar um fenómeno anteriormente inacessível
à investigação científica, tal como o Street Corner Society de Whyte,
anteriormente descrito no cap.1, CAIXA 1. Um exemplo mais tardio é o
famoso caso de estudo de Elliot Liebow de negros desempregados, Tally's
Corner ( ver CAIXA 9 ). Liebow teve a oportunidade de conhecer homens
num bairro de Washington, DC, e aprender sobre as suas vidas diárias. As
suas observações de e perspectivas do problema de desemprego formaram
um estudo de caso significativo, porque poucos cientistas sociais tinham tido
anteriormente a oportunidade de investigar estes problemas, embora os
problemas fossem comuns por todo o país ( como distinguido do caso raro
ou único ). Quando outros investigadores tem tipos semelhantes de
oportunidades e podem revelar alguns fenómenos prevalentes anteriormente
inacessíveis aos cientistas, tais condições justificam o uso do estudo do caso
simples, baseando -se na sua natureza revelatória.
Estes três pensamentos lógicos servem como razões mais
importantes para conduzir um estudo de caso simples. Há outras situações,
nas quais o estudo do caso simples pode ser conduzido como um prelúdio
para estudos seguintes, tal como o caso de estudos de caso como projectos
exploratórios ou tal como a condução de um caso piloto que é o primeiro de
um estudo de caso múltiplo. No entanto, nestas últimas instâncias, o estudo
do caso simples não ser tido em consideração como um estudo completo por
si só.

54
Seja qual for o pensamento lógico para fazer casos simples ( e pode haver
mais do que os três aqui mencionados), a vulnerabilidade potencial do plano
de caso simples é que um caso pode mais tarde revelar - se não como o caso
que se pensou ser no início. Os planos de casos simples requerem por isso
investigação cuidadosa do caso potencial para minimizar as oportunidades
de representação errónea e para maximizar o acesso necessário para recolher
as provas do estudo do caso. Um aviso justo é não se comprometer com um
caso simples até que estas preocupações maiores tenham sido cobertas.

Estudos de caso holísticos versus embutidos. O mesmo estudo de caso pode


envolver mais do que uma unidade de análise. Isto ocorre quando, dentro de
um caso simples, também é dada atenção a uma sub - unidade ou sub -
unidades ( ver CAIXA 10). Por exemplo, mesmo que um estudo de caso
possa ser sobre um único problema público, as análises podem incluir
resultados de projectos individuais dentro do programa ( e possivelmente
mesmo algumas análises quantitativas de grandes números de projectos).
Num estudo organizacional, as unidades embutidas podem ser unidades de "
processo " - tais como reuniões, papeis ou localizações. Em qualquer destas
situações, estas unidades embutidas podem ser seleccionadas através de
amostras ou técnicas de agrupamento ( McClintock, 1985 ).
Independentemente das unidades seleccionadas, os planos resultantes seriam
chamados de planos de estudo de caso embutido ( ver Figura 2.4, TIPO 2).
Em contraste, se o estudo de caso examinasse apenas a natureza global de
um programa ou de uma organização, um plano holístico teria sido usado
( ver Figura 2.4, Tipo 1 ).
Ambas as variações de estudos de caso simples têm diferentes
forças e fraquezas. O plano holístico é vantajosos quando não podem ser
identificadas quaisquer sub - unidades e quando a teoria relevante que
sustenta o estudo do caso é em si própria de natureza holística. Problemas
potenciais surgem, no entanto, quando uma abordagem global permite um
investigador evitar examinar qualquer fenómeno específico em detalhe
operacional. Outro problema típico com o plano holístico é que o caso
inteiro pode ser conduzido a um nível abstracto, sem qualquer medidas ou
dados claros.
Um outro problema com o plano holístico é que a natureza inteira
do estudo do caso pode mudar, desconhecida para o investigador, durante o

55
decurso do estudo. As questões iniciais do estudo podem Ter reflectido uma
orientação, mas à medida que o estudo de caso avança, uma orientação
diferente pode surgir, e as provas começam a apontar questões diferentes.
Embora algumas pessoas tenham afirmado que tal flexibilidade é uma força
da abordagem do estudo do caso, de facto, o maior criticismo de estudos de
caso é baseado neste tipo de mudança - na qual o plano de investigação
original já não é apropriado para as questões de investigação a serem
perguntadas ( ver Yin, Bateman & Moore, 1983 ). Devido a este problema,
tal diminuição de trabalho inesperadas precisa de ser evitada: se as questões
de investigação relevantes mudam realmente, deverá simplesmente começar
de novo, com um novo plano de investigação. Uma maneira de aumentar a
sensibilidade para tal diminuição de trabalho é ter um conjunto de sub -
unidades. Com tais sub - unidades, um plano embutido pode servir como um
esquema para concentrar um inquérito de estudo de caso.
CAIXA 10
Um Plano de Caso Simples, Embutido

União Democrática ( 1956 ) é um estudo de caso altamente considerado por três académicos eminentes -
Seymour Martin Lipset, Martin Trow, e James Coleman. O estudo de caso é sobre as políticas internas da União
Tipográfica Internacional e envolve várias unidades de análise ( ver a seguinte tabela p.43). A unidade principal
era a organização como um todo, a unidades mais pequena era o membro individual., e várias unidades
intermediárias eram também importantes. A cada nível de análise, técnicas diferentes de recolha de dados foram
usadas, indo de vigilância histórica a vigilância de análises.

Um plano embutido, no entanto, também tem algumas armadilhas. A


maior ocorre quando o estudo do caso se concentra apenas no nível da sub -
unidade e falha em voltar - se para a análise de unidades maiores. A
avaliação de um programa que inclui as características do projecto como
uma sub - unidade de análise, por exemplo, torna - se um estudo de projecto
se não é feita nenhuma investigação à unidade maior - isto é, o "
programa" . semelhantemente, um estudo de clima organizacional pode

56
envolver empregados individuais como uma sub - unidade de estudo. No
entanto, se os dados se concentrarem apenas em empregados individuais, o
estudo irá de facto tornar - se um estudo de desemprego e não
organizacional. O que aconteceu foi que o fenómeno original de interesse
( clima organizacional ) se tornou o contexto e não o alvo do estudo.

Sumário. Casos simples são um plano comum para fazer estudos de caso, e
dois tipos têm sido descritos: aqueles que usam planos holísticos e aqueles
que usam unidades de análise embutidas. No geral, o plano de caso simples
é eminentemente justificável sob certas circunstâncias - onde o caso
representa um teste crítico da teoria existente, onde o caso é um
acontecimento raro ou único, ou onde o caso serve um objectivo revelatório.
Um passo importante em planear e conduzir um caso simples é definir a
unidade de análise ( ou o caso em si ). Uma definição operacional é
necessária e algumas precauções devem ser tomadas - antes de um
compromisso total ao caso completo de estudo ser tomado - para assegurar
que o caso é relevante para os assuntos e questões de interesse.
Dentro do caso simples podem ainda ser incorporadas sub -
unidades de análise, para que um plano mais complexo - ou embutido seja
desenvolvido. As sub-unidades podem frequentemente adicionar
oportunidades significativas para análises extensivas, realçando as
perspectivas do caso simples. No entanto, se for dada muita atenção a estas
sub - unidades, e se os maiores aspectos holísticos do caso começarem a ser
ignorados, o estudo do caso em si terá mudado a sua orientação e mudado a
sua natureza. Esta mudança pode de facto ser justificável, mas deveria não
ser uma surpresa para o investigador.
Quais São os Potenciais Planos de Casos Múltiplos?
O mesmo estudo pode conter mais do que um caso simples.
Quando isto ocorre, o estudo tem de usar o plano de caso múltiplo, e tais
planos aumentaram em frequência nos últimos anos. Um exemplo comum é
um estudo de inovações escolares ( tais como salas de aula abertas,
professores auxiliares ou nova tecnologia) nas quais as inovações
independentes ocorrem em diferentes sítios. Assim cada sítio pode ser a
matéria de um estudo de caso individual, e o estudo como um todo terá
usado um plano de caso múltiplo.

57
Planos de casos simples - versus múltiplos. Em alguns campos, os
estudos de casos múltiplos têm sido considerados uma "metodologia"
diferente dos estudos de caso simples. Por exemplo, tanto a antropologia
com as ciências políticas desenvolveram um conjunto de pensamentos
lógicos para fazer estudos de casos simples e um segundo conjunto para
fazer o que tem sido considerado estudos " comparativos" ( ou caso múltiplo
) ( ver Eckstein, 1975; George, 1979 ). A partir da perspectiva deste livro,
no entanto, a escolha entre planos de estudos de caso simples e caso
múltiplo continua dentro da mesma estrutura metodológica - e nenhuma
distinção alargada é feita entre o chamado estudo de caso clássico ( isto é,
simples ) e estudos de casos múltiplos. A escolha é considerada uma dos
planos de investigação, com ambos sendo incluídos sob a estratégia de
estudo do caso.
Os planos de caso múltiplos têm vantagens e desvantagens distintas em
comparação com planos de caso simples. As provas de casos múltiplos são
frequentemente consideradas mais forçadas, e o estudo geral é por isso visto
como sendo mais robusto ( Herriot & Firestone, 1983 ). Ao mesmo tempo, o
pensamento lógico para planos de caso simples normalmente não podem ser
satisfeitos por casos múltiplos. O caso não normal ou raro, o caso crítico, e o
caso revelatório são todos passíveis de envolver apenas casos simples, por
definição. Mais, a conduta de um estudo de caso múltiplo requer recursos
extensos e tempo para além dos meios de um único estudante ou
investigador independente.
Por isso, a decisão de realizar 4 estudos de casos múltiplos não pode ser
levada levemente. Cada caso deveria servir um objectivo específico dentro
do objectivo geral do inquérito. Aqui, uma perspectiva maior é considerar
casos múltiplos como se considerariam experiências múltiplas - isto é,
seguir a lógica da " replicação ". Isto é de longe diferente de uma analogia
errada do passado, a qual incorrectamente considerou os casos múltiplos
matérias dentro de uma experiência) - isto é, para seguir uma " amostragem
" lógica. As diferenças metodológicas entre estes dois pontos de vista são
reveladas pelos diferentes pensamentos lógicos que sustentam a replicação
como oposta à lógica da amostragem.

Replicação, não levantamento de amostras lógico, para estudos de


caso múltiplos. A lógica de replicação é análogo à usada nas experiências

58
múltiplas ( ver Hersen & Barlow,1976). Assim, se se tem acesso apenas a
três casos de um síndroma raro, clínico em psicologia ou ciência médica, o
plano de investigação apropriado é um no qual os mesmos resultados são
previstos para cada um dos três casos, produzindo assim provas que os três
casos realmente envolveram o mesmo síndroma. Se resultados semelhantes
são obtidos dos três casos, a replicação é dita como tendo ocorrido. Esta
replicação lógica é a mesma quer se esteja a repetir certas experiências
críticas, é limitada a poucos casos devido à despesa ou dificuldade de
realizar uma preparação cirúrgica em animais, ou é limitada pela raridade de
ocorrência de um síndroma clínico. Em cada uma destas situações, um caso
individual ou matéria é considerado aparentado a apenas uma experiência, e
a análise deve seguir contra - experiências em vez de planos de experiências
- dentro e lógica.
A lógica que sustenta o uso de estudos de caso múltiplos é a mesma.
Cada caso deve ser cuidadosamente seleccionado de modo a que ou a)
preveja resultados semelhantes ( uma replicação literal ) ou produza
resultados contrastantes mas por razões previsíveis ( uma replicação
teórica ) . A capacidade de conduzi 6 ou 10 estudos de caso, arranjados
eficazmente dentro dum plano de caso múltiplo, é análogo à capacidade de
conduzir 6 ou 10 experiências sobre temas relacionados.; alguns casos ( 2 ou
3 ) iriam ser replicações literais, ao passo que alguns outros caso ( 4 a 6 )
poderiam ser planeados para perseguir dois padrões diferentes de
replicações teóricas. Se todo estes casos se tornassem previsíveis , estes 6 a
10 casos, no agregado, teriam fornecido apoio forçado para o conjunto
inicial de proposições. Se os casos se de alguma maneira contraditórios, as
proposições iniciais devem ser revistas e re - testadas com outro conjunto de
casos. Mais uma vez, esta lógica é semelhante à maneira como os cientistas
lidam com descobertas experimentais contraditórias.
Um passo importante em todos estes procedimentos de replicação é o
desenvolvimento duma estrutura teórica rica. E estrutura necessita de
afirmar as condições sob as quasi um fenómeno particular é passível de ser
encontrado ( uma replicação literal ), assim como as condições quando não é
passível de ser encontrado ( uma replicação teórica ) . E estrutura teórica
torna - se mais tarde o veículo para generalizar a novos casos, mais uma
vez semelhante ao papel representado em planos de contra - experiência.
Para além disso, assim como a ciência experimental, se alguns dos casos

59
empíricos não funcionam como previsto, uma modificação deve ser feita à
teoria. Lembre - se, também, que as teorias podem ser práticas, e não apenas
académicas. O estudo na CAIXA CAIXA 11 contém
11 um exemplo excelente de um
estudo de caso múltiplo (Estudos de Caso
dois casso Múltiplo
) cujos casos e conclusões estão unidas
E Teorias Politicamente orientadas
por uma teoria prática politicamente orientada.
O mercado internacional dos anos 70 e 80 foi mercado pela proeminência do Japão.
Muita da sua força foi atribuída ao papel de planeamento centralizado e apoio de agências
governamentais. Em contraste, os Estados Unidos foram considerados como não tendo estruturas
complementares de apoio. O excelente estudo de Gregory Hook's ( 1990 ) aponta par um exemplo
contrastante, frequentemente ignorado por advogados: o papel do Departamento da Defesa dos
EUA em implementar uma política de planeamento industrial dentro das indústrias relacionadas
com a defesa.
Hooks fornece dados quantitativos em dois casos - a indústria aeronáutica e a indústria da
microelectrónica. Uma indústria era muito mais dependente do governo do que a outra. No
entanto, em ambos os casos, as provas de Hooks mostram como o departamento da defesa apoiava
o desenvolvimento destas indústrias através de apoio financeiro, assegurando a procura e o apoio
do R & D.

Para tomar outro exemplo, pode considerar - se a proposição inicial,


que um aumento no uso de micro-computadores nos distritos escolares irá
acontecer quando tais tecnologias são usadas tanto para aplicações
administrativas como instrutivas, mas nunca sozinhas. Para levar a cabo
esta proposição num plano de estudo de casos múltiplos, 3 ou 4 casos
podem ser seleccionados, nos quais ambos os tipos de aplicação estão
presentes, para determinar se, de facto, o uso dos micro-computadores
aumentou realmente num período de tempo 8 a investigação estaria a prever
uma replicação literal em três ou quatro casos ). Três ou quatro casos
adicionais poderão ser seleccionados, nos quais apenas estão presentes
aplicações administrativas, com a previsão sendo de pouco aumento no uso (
prevendo uma replicação teórica). Finalmente, três ou quatro outros casos
seriam seleccionados, nos quais apenas instruções instrutivas estão
presentes, com a mesma previsão de pouco aumento no uso, mas por
diferentes razões do que os casos apenas administrativos ( outra replicação
teórica). Se todo este padrão de resultados ao longo destes casos múltiplos

60
for na verdade encontrado, os nove ou doze casos, no agregado, iria fornecer
um apoio substancial para a proposição inicial. ( ver CAIXA 12 para outro
exemplo de plano de replicação de casos múltiplos, mas do campo de
estudos urbanos).
Esta replicação lógica, quer aplicada a experiências ou a estudos de
casos, deve ser distinguida da amostragem lógica normalmente usada nas
vigilâncias. De acordo com a amostragem lógica, um número de
respondentes ( ou matérias ) são assumidos como " representantes " de um
conjunto de respondentes ( ou matérias ), de modo a que os dados de um
número mais pequeno de pessoas são vistas como representantes de dados
que poderiam ter sido recolhidos do conjunto inteiro.
A amostragem lógica exige uma enumeração operacional de todo o
universo ou conjunto dos potenciais respondentes e depois um procedimento
estatístico para seleccionar o sub conjunto específico de respondentes a
serem observados. Esta lógica é aplicável sempre que um investigador está
interessado em determinar a prevalência ou frequência de um fenómeno
particular e quando é muito caro ou impraticável observar todo o universo
ou conjunto. Os dados resultantes da amostra que é realmente observada são
assumidos como reflectindo o universo todo ou o conjunto, com estatísticas
inferenciais usadas para estabelecer os intervalos de confiança para os quais
esta representação é verdadeiramente fiel.

CAIXA 12
Um Plano de Replicação, Caso Múltiplo
Um problema comum nos anos 60 e 70 era como obter bons conselhos para os
governos das cidades. O livro de Peter Szantzon, Mal Aconselhado ( 1981 ), reviu
as experiências de numerosas tentativas da universidade de grupos de
investigação para colaborar com os oficiais das cidades.
O livro é um exemplo excelente de um plano de replicação, caso
múltiplo. Szanton começa com oito estudos de caso, mostrando como diferentes
grupos de universidade todos falharam em ajudar as cidades. Os oito casos de
estudo são " replicações "suficientes para convencer o leitor de um fenómeno
geral. Szanton fornece depois mais cinco estudos de caso, nos quais grupos
mono - universitários também falharam, concluindo que o falhanço, por isso,
necessariamente inerente nos empreendimentos académicos. No entanto, um
terceiro grupo de casos mostra como os grupos universitários ajudaram com
sucesso firmas de negócios e engenharia, e outros sectores para além dos
governos das cidades. Um conjunto final de três casos mostra que poucos
grupos capazes de ajudar os governos das cidades estavam preocupados coma
implementação e não apenas com a produção de novas ideias, levando à
conclusão mais importante que os governos das cidades podem ter
necessidades peculiares em receber conselhos.
Dentro de cada dos quatros grupos de estudos de casos, Szanton
ilustrou o princípio da replicação literal. Através dos quatro grupos, ilustrou a
replicação teórica. Este plano de61caso potente pode e deveria ser aplicado a
muitos outros tópicos.
Qualquer aplicação desta lógica de amostragem aos estudos de casos
seria deslocada. Primeiro, os estudos de caso não deveriam geralmente se
usados para avaliar a incidência de fenómenos. Segundo, um estudo de caso
teria de cobrir tanto os fenómenos de interesse e o seu contexto, cedendo
um grande número de variáveis potencialmente relevantes. Em troca, isto
requereria um número grande impossível de casos - grande demais para
permitir qualquer consideração estatística de variáveis relevantes.
Terceiro, se a lógica da amostragem tivesse de ser aplicada a todos os
tipos de investigação, muitos temas importantes não poderiam ser
empiricamente investigados, tal como no seguinte problema: A sua
investigação lida com o papel da presidência dos EUA, e você está
interessado em estudar o comportamento do responsável por algumas
perspectivas de liderança. A perspectiva de liderança, para ser fiel à
complexidade da realidade, deve incorporar dezenas, se não centenas de
variáveis relevantes. Qualquer amostragem lógica iria simplesmente ser mal
interpretada sob tais circunstâncias, pois houve apenas 42 Presidentes desde
o início da República. Para além disso, provavelmente não teria os recursos
para conduzir um estudo completo de todos os 42 responsáveis ( e mesmo
que tivesse. Teria ainda muitas variáveis em relação aos 42 pontos de dados
disponíveis). Este tipo de estudo simplesmente não poderia ser feito,
seguindo a lógica amostragem; se a lógica da replicação é seguida, no
entanto, o estudo é eminentemente fazível.
A abordagem de replicação a estudos de casos múltiplos está ilustrada
na Figura 2.5 ( esta figura é derivada da investigação do método do estudo
do caso; ver Yin. Bateman & Moore, 1983 ). A figura indica que o passo
inicial ao planear o estudo deve consistir de desenvolvimento de teoria e
depois mostrar que a selecção do caso e a definição de medidas específicas
são passos importantes no processo do plano e recolha de dados. Cada
estudo de caso individual consiste num estudo " completo ", no qual as
provas convergentes são procuradas tendo em consideração os factos e
conclusões para o caso; cada conclusão de caso é depois considerada como

62
sendo a informação que precisa de replicação por outros casos individuais.
Tanto os casos individuais como os resultados dos casos múltiplos podem e
devem ser o foco de um relatório sumário. Para cada caso individual, o
relatório deveria indicar como e porquê uma proposição particular foi
demonstrada ( ou não ). Através dos casos, o relatório deveria indicar a
extensão da lógica da replicação e porquê certos caos eram previstos como
tendo certos resultados, ao passo que outros casos - se alguns - foram
previstos como tenso resultados contrastantes.
Mais uma vez, a Figura 2.5 retrata uma lógica muito diferente do que a
do plano da amostragem. Este é um passo difícil de perceber e é uma
discussão extensa que vale a pena discutir com os colegas antes de proceder
a qualquer plano de estudo de caso.
Quando se usa um plano de caso múltiplo, uma outra questão que se
encontra tem a ver com o número de casos considerados necessários ou
suficientes para o seu estudo. No entanto, porque a lógica da amostragem
não deveria ser usada, os critérios típicos respeitantes ao tamanho da
amostra são também irrelevantes. Em vez disso, deveria pensar nesta
decisão como uma reflexão do número de replicações de caso - tanto literais
como teóricas - que gostaria de ter no seu estudo.
Para o número de replicações literais, uma analogia apropriada dos
estudos estatísticos é a selecção do critério para estabelecer níveis de
significância. Tal como a escolha de " p>.05 " ou " p< .01 " não deriva de
qualquer formula mas é uma questão de escolha discricionária e de
julgamento, a selecção do número de replicações depende da certeza que
quer ter sobre os resultados do seu caso múltiplo ( assim como com os
elevados critérios para estabelecer significância estatística, a maior certeza
está no número maior de casos ). Por exemplo, pode querer decidir - se por
duas ou três replicações literais quando as teorias rivais são bastante
diferentes e o assunto em mãos não exige um grau excessivo de certeza. No
entanto, se os seus rivais têm diferenças subtis ou se você quer um grau mais
elevado de certeza, pode decidir - se por 5, 6 ou mais replicações.
Para o número de replicações teóricas, a consideração importante está
relacionada com o seu sentido da complexidade do reino da validade
externa. Quando não se tem a certeza se as condições externas irão produzir
resultados de estudos de caso diferentes, pode querer articular estas
condições relevantes mais explicitamente no início do seu estudo e

63
identificar um número maior de casos a serem incluídos. Por exemplo, no
exemplo do bairro usado anteriormente na discussão da validade externa
( ver a secção intitulada " Validade Externa "), uma preocupação
comum do posição da política de investigação ( ex.: Majchzak, 1984 9 é que
bairros etnicamente e racialmente diferentes não costumam seguir percursos
de mudança semelhantes. Um estudo de " pequena nobreza " quereria por
isso incluir pelo menos alguns números de casos que variassem com as
linhas étnicas e raciais ( de dentro de cada tipo de caso, ainda se quereria um
mínimo de duas ou três replicações literais ).Em contraste, quando as
condições externas não são pensadas para produzir muita variação no
fenómeno a ser estudado, um número menor de replicações teóricas é
necessário.
Estudos de casos múltiplos: Holísticos ou embutidos. O facto de que um
plano necessita de estudos de caso múltiplos não elimina a variação
identificada anteriormente com casos simples: Cada caso individual pode
ainda ser holístico ou embutido. Por outras palavras, um estudo de caso
múltiplo pode consistir de casos holísticos múltiplos ( ver Figura 2.4, Tipo 3
) ou de casos embutidos múltiplos ( ver Figura 2.4,Tipo 4 ).
A diferença entre estes dois tipos de planos depende do tipo de
fenómenos a serem estudados. Num plano embutido, um estudo pode até
necessitar da conduta de uma vigilância no sítio de cada estudo de caso. Por
exemplo, supondo que um estudo está preocupado com a entrega de serviços
por diferentes centros de saúde mental comunitários ( instalações ) ( ver
Larsen, 1982 9. Cada centro pode certamente ser o tema de um estudo de
caso; a estrutura teórica pode ditar que nove de tais centros sejam incluídos
como estudos de caso, três para replicar um resultado directo ( replicação
literal ) e outros seis para lidar com as condições contrastantes ( replicações
teóricas).
Em todos os nove centros, um plano embutido é usado porque as
vigilâncias dos clientes dos centros serão conduzidas. No entanto, os
resultados de cada vigilância não será concentrado pelos centros. Em vez
disso, os dados de vigilância serão parte das descobertas para cada centro
individual, ou caso. Estes dados podem ser altamente quantitativos,
concentrando - se nas atitudes e comportamentos de clientes individuais, e
os dados serão usados juntamente com informações de arquivo para
interpretar o sucesso e operações de determinado centro. Se, em contraste,

64
os dados da vigilância são juntos ao longo dos centros, um plano de estudo
de caso múltiplo já não está a ser usado, e a investigação é passível de estar
a usar uma vigilância em vez de um plano de estudo de caso.

Sumário. Esta secção lidou com situações, nas quais a mesma


investigação pode precisar de estudos de casos múltiplos. Estes tipos de
planos estão a tornar - se prevalentes, mas são muito mais caros e demoram
mais tempo a conduzir.
Qualquer uso de planos de estudo de caso múltiplo deveria seguir uma
replicação, não uma amostragem, lógica, e um investigador deve escolher
cada caso cuidadosamente. Os casos deveriam servir de uma maneira
semelhante para experiências múltiplas, com resultados semelhantes ( uma
replicação literal ) ou resultados contrastantes ( uma replicação teórica )
previstos explicitamente no princípio da investigação.
Um plano de replicação não significa necessariamente que cada estudo
de caso precisa de ser ou holístico ou embutido. Os casos individuais,
dentro dum plano de estudo de caso múltiplo, podem ser ambos. Quando um
plano embutido é usado, cada estudo de caso individual pode de facto incluir
a recolha e análise de dados altamente quantitativos, incluindo o uso de
vigilâncias dentro de cada caso.

Como os Planos de Estudo de Caso Podem Ser Mantidos Flexíveis


Uma lembrança final é que o plano de estudo do caso não é algo
completo9 apenas no início do estudo. O plano pode ser alterado e revisto
após os estádios iniciais de um estudo, mas apenas sob circunstâncias
restritas.
Como um exemplo, estudos de caso piloto podem revelar inadequações
no plano inicial ou pode ajudar a articulá - lo. No caso de um plano de caso
simples, o que se pensava ser revelatório ou caso único pode não se revelar
como tal no final. No caso de um plano de caso múltiplo, a selecção de caso
pode ter de ser modificada devido à nova informação acerca dos casos. Por
outras palavras, após a recolha e análise de dados iniciais, um investigador
tem todo o direito de concluir que o plano inicial era defeituoso e modificá -
lo. Este é um uso apropriado e desejável de estudos piloto. ( Ver também
Cap. 3 para mais sobre estudos de caso piloto. )

65
Ao mesmo tempo, um investigador deve ter o cuidado de não mudar,
inconscientemente as preocupações e objectivos teóricos. Se estes, em vez
de casos em si, são mudados, o investigador pode correctamente ser acusado
de exercer um preconceito na condução da investigação e interpretação das
descobertas . A questão é que a flexibilidade dos planos de estudos de caso
está em seleccionar casos diferentes daqueles inicialmente identificados
( com documentação da mudança apropriada ) mas não em mudar o
propósito ou os objectivos do estudo para servir o(s) caso(s) que foram
encontrados. A primeira situação é como alterar experiências quando é
óbvio que um procedimento experimental é impraticável; a Segunda é uma
mudança mais subtil, mas mesmo assim ilegítima.

EXERCÍCIOS
1. Definir fronteiras do estudo do caso. Seleccione um tema
para um estudo de caso que gostasse de fazer. Identifique algumas
questões básicas a serem respondidas pelo seu estudo de caso. A
nomeação destas perguntas clarifica as fronteiras do seu caso,
respeitante à duração relevante para a qual as provas estão a ser
recolhidas? A organização ou área geográfica relevantes? O tipo de
provas que deverão ser recolhidas? As prioridades para fazer
análises?
2. Definir a unidade de análise para um estudo de caso.
Examine ou leia o estudo do caso A Alma de uma Máquina Nova.
Qual é a unidade principal de análise neste livro' Que alternativas
considerou, e porque é que seleccionou essa unidade? Leve a cabo
o mesmo exercício para alguns outros estudos de caso à sua
escolha.
3. Definir um plano de investigação de estudo de caso.
Seleccione um dos estudos de caso descritos nas CAIXAS deste
livro. Descreva o plano de investigação deste estudo de caso. Como
é que este justifica as provas relevantes a serem procuradas, dadas
as questões básicas de investigação a serem respondidas? Que
métodos foram usados para tirar conclusões, baseadas nas provas?
É o plano de um caso simples ou de um caso múltiplo? É holístico
ou tem unidades de análise embutidas?

66
4. Estabelecer o pensamento lógico para estudos de caso
simples e múltiplos. Nomeie os pensamentos lógicos para usar o
plano de caso simples, depois nomeie aqueles para usar um plano
de caso múltiplo. Dê exemplos para cada tipo de plano, quer de
estudos de caso descritos nas CAIXAS deste livro ou de outros
estudos de caso com os quais esteja familiarizado. Quais são as
vantagens de cada tipo de plano?
5. Definir os critério para julgar a qualidade dos planos de
investigação. Defina 4 critérios para julgar a qualidade dos planos
de investigação: a) validade do constructo, b) validade interna, c)
validade externa, e d) fiabilidade. Dê um exemplo de cada tipo de
critério em cada estudo de caso que queira fazer.

NOTA
1. A figura 2.2 concentra - se apenas no processo formal de plano de
investigação, não nas actividades de recolha de dados. Para os três tipos
de investigação, as técnicas de recolha de dados pode ser retratada
como um terceiro nível para padrões entre tipos de provas
convergentes, como descrito à frente no cap.5; recolhas de dados
semelhantes podem ser descritos para vigilâncias ou experiências - por
exemplo, o plano de um questionário para vigilâncias ou estratégias de
apresentação de estímulos para experiências.

Conduzir Estudos de Caso:


Preparar a Recolha de Dados

A preparação para fazer um estudo de caso inclui as capacidades


anteriores do investigador, o treino e a preparação para o estudo do caso
específico, o desenvolvimento do protocolo de um estudo de caso e a
condução de um estudo de caso piloto. Em relação às capacidades
anteriores, muitas pessoas acreditam incorrectamente que estão
suficientemente capacitadas para fazer estudos de caso porque pensam que o

67
método é fácil de usar. De facto, a investigação do estudo do caso está entre
os tipos de investigação mais difíceis de fazer.
Para ajudar a preparar um investigador a fazer um estudo de caso de
grande qualidade, sessões de treino intensivo deveriam ser planeadas, um
protocolo de estudo de caso deveria ser desenvolvido e refinado, e um
estudo piloto conduzido. Estes procedimentos são especialmente desejáveis
se a investigação é baseada num plano de caso múltiplo ou envolve
múltiplos investigadores ( ou ambos ).

Os capítulos 1 e 2 mostraram que fazer um estudo de caso começa com


a definição dos problemas ou assuntos a serem estudados e o
desenvolvimento de um plano de estudo de caso. No entanto, a maioria das
pessoas associam o " fazer " de um estudo de caso com a recolha de dados
de um estudo de caso, e este capítulo e o seguinte concentram - se nesta
actividade. Este capítulo lida com a preparação de recolha de dados; o
próximo capítulo cobre as técnicas de recolha de dados.
Preparar - se para a recolha de dados pode ser complexo e difícil, Se
não for bem feito, toda a investigação do estudo do caso pode ser posta em
perigo, e todo o trabalho anterior - a definir o problema e planear o estudo
do caso - terá sido inútil.
A boa preparação começa com as capacidades desejadas por parte do
investigador do estudo do caso. Estas capacidades têm raramente o assunto
de atenção separada no passado. No entanto, algumas são críticas e podem
ser aprendidas ou praticadas. Três temas adicionais também deveriam ser
uma parte formal de qualquer preparação de estudo de caso: o treino par um
estudo de caso específico, o desenvolvimento de um protocolo para a
investigação, e a condução de um estudo de caso piloto. O protocolo é uma
maneira particularmente eficaz de lidar, de forma geral, com os problemas
de aumentar a fiabilidade de estudos de caso. No entanto, o sucesso com os
quatro temas é necessário para assegurar que os estudos de caso são
conduzidos com grande qualidade e lidados de maneira suave. Tudo exige
uma certa quantia de paciência, a qual tem sido frequentemente
negligenciada no passado. Cada um destes temas é, por isso, discutido no
restante capítulo.

68
O INVESTIGADOR DO ESTUDO DO CASO:
CAPACIDADES DESEJADAS

Muitas pessoas são atraídas à estratégia do estudo de caso porque


acreditam que é " fácil ". como se notou no cap.1, muitos cientistas sociais -
especialmente os debutantes - pensam que a estratégia do estudo de caso
pode ser elaborada sem grande dificuldade. A sua percepção é que eles terão
que aprender apenas um conjunto mínimo de procedimentos técnicos, que
quaisquer deficiências nas capacidades analíticas, formais serão
irrelevantes, e que um estudo de caso irá permitir - lhes simplesmente " dizê
- lo como é ". Nenhuma percepção poderia estar mais longe da verdade.
Na verdade, as exigências do estudo de caso sobre o intelecto, ego e
emoções de uma pessoa são de longe maiores do que aquelas de qualquer
outra estratégia de investigação. Isto é porque os procedimentos de recolha
de dados não estão rotinados . Em experiências laboratoriais ou em
vigilâncias, por exemplo, a fase de recolha de dados de um projecto de
investigação pode ser largamente, se não completamente, conduzido pelo
assistente de investigação. O assistente leva a cabo as actividades de recolha
de dados com o mínimo de comportamento discricionário, e neste sentido a
actividade é rotineira - e aborrecida. Não nenhum outro paralelismo na
condução de estudos de caso.
De facto, um ponto a ser enfatizado ao longo deste capítulo é que as
capacidades requeridas para recolha de dados de estudos de caso são muito
mais exigentes do que aqueles das experiências e vigilâncias. Em estudos de
casos, há pouco espaço paro o tradicional assistente de investigação. Em vez
disso, um investigador bem treinado e experiente é necessário para conduzir
um estudo de caso de elevada qualidade devido à interacção continua entre
assuntos teóricos a serem estudados e os dados a serem recolhidos. Durante

69
a recolha de dados, apenas um investigador mais experiente será capaz de
tirar vantagem de oportunidades inesperadas em vez de ficar embrulhado
nelas - e também exercer cuidados suficientes contra procedimentos
potencialmente preconceituosos.
Infelizmente, não há testes para determinar quais as pessoas passíveis
de se tornarem bons investigadores de estudos de caso e quais as pessoas
que o não são. Compare esta situação, brevemente mencionada no cap.1,
àquela na matemática ou até mesmo numa profissão como direito. Na
matemática, as pessoas são capazes de se avaliarem a si próprias pelas suas
capacidades de se protegerem a elas próprias de mais avanços porque
simplesmente não podem levar a cabo certos níveis de problemas
matemáticos. Semelhantemente, para praticar direito, uma pessoa deve
primeiro conseguir entrar numa faculdade de direito e mais tarde passar no
exame da barra num estado em particular. Mais, uma vez, muitas pessoas
protegem - se do campo ao chumbar qualquer um destes testes.
Estes esquemas não existem para avaliar as capacidades de estudo de
caso. No entanto, uma lista básica de capacidades normalmente requeridas é
como se segue:
• Uma pessoa deveria ser capaz de fazer boas perguntas - e
interpretar as respostas.
• Uma pessoas deveria ser um bom "ouvinte" e não ser
apanhado pelas suas ideologias ou preconceitos.
• Uma pessoa deveria ser adaptável e flexível, de modo a
que situações novas encontradas possam ser vistas como
oportunidades e não como ameaças.
• Uma pessoa tem de ter um domínio forte dos assuntos a
serem estudados, que esta seja uma orientação teórica ou política,
mesmo que de um modo exploratório. Tal domínio concentra os
acontecimentos e informações relevantes a serem procurados em
proporções maleáveis.
• Uma pessoa deveria se não preconceituosa devido a
noções preconcebidas, incluindo aquelas que derivam da teoria.
Assim, uma pessoa deveria ser sensível e receptiva a provas
contraditórias.

70
Cada um destes atributos é descrito abaixo. Muitos dos atributos são
remediáveis, e alguém a quem falte uma ou mais destas capacidades pode
trabalhar para desenvolve - las. Mas toda a gente deve ser honesta a avaliar
as suas capacidades em primeiro lugar.

Fazer - Perguntas
Uma mente inquiridora é um grande pré-requisito durante a recolha de
dados, não apenas antes ou depois da actividade. A recolha de dados segue
um plano formal, mas a informação específica que pode tornar - se relevante
para um estudo de caso não é prontamente previsível. À medida que faz o
seu trabalho de campo, deve perguntar - se constantemente porque os
acontecimentos aparentam ter acontecido a parecem estar a acontecer. Se é
capaz de fazer boas perguntas, ficará também mentalmente e
emocionalmente exausto no fim de um dia de trabalho de campo. Isto é
muito diferente da experiência de recolher dados experimentais e de
vigilância, nos quais uma pessoa pode ficar fisicamente exausta, mas não foi
mentalmente testada depois de um dia de recolha de dados.
Uma perspectiva em fazer boas perguntas é compreender que a
investigação é sobre perguntas e não necessariamente sobre perguntas. Se é
do tipo de pessoa para quem uma resposta tentadora leva imediatamente a
uma grande quantidade de novas perguntas, e se estas questões
eventualmente se agregam a algum inquérito significativo sobre como e
porquê o mundo funciona como funciona, você é passível de ser um bom
perguntador de perguntas.

" Ouvir "


Ouvir inclui observar e sentir de forma mais geral e não está
limitado à modalidade auricular. Ser um bom ouvinte significa ser capaz de
assimilar grandes quantidades de novas informações sem preconceitos. À
medida que um entrevistado conta um acidente, um bom ouvinte ouve as
palavras exactas usadas pelo entrevistado ( ás vezes, a terminologia reflecte
uma orientação importante), capta as componentes afectivas e voluntariosas,
e compreende o contexto do qual cada um dos entrevistados está a perceber
o mundo.
Este tipo de capacidade também precisa de ser aplicada à inspecção
de provas documentadas, assim como fazer observações directas de

71
situações da vida real. Ao rever documentos, uma boa questão a pôr é se há
alguma mensagem importante nas entrelinhas; quaisquer inferências, claro,
precisariam de ser corroboradas com outras fontes de informação, mas
perspectivas importantes podem ser obtidas desta forma. Os " ouvintes"
pobres podem nem sequer aperceber - se que pode haver informação nas
entrelinhas. Outros que são deficientes são aqueles cujas mentes estão
fechadas ou que realmente têm memórias fracas.

Adaptabilidade e Flexibilidade
Muito poucos estudos de caso irão acabar exactamente como
planeado. Inevitavelmente, terá de fazer mudanças menores, se não maiores,
indo da necessidade de alcançar uma pista inesperada ( potencialmente
menor ) à necessidade de identificar um caso " novo " para estudar
( potencialmente maior) . O investigador capacitado deve lembrar - se do
propósito original da investigação mas depois deve estar disposto a mudar
os procedimentos ou planos se ocorrerem acontecimentos não antecipados
( ver CAIXA 13).
Quando uma mudança é feita, deve manter uma perspectiva não
preconceituosa e tomar conhecimento daquelas situações nas quais, de
facto, uma investigação totalmente nova pode estar por baixo. Quando isto
ocorre, muitos passos completos - incluindo o plano inicial do estudo do
caso - devem ser repetidos e re-documentados. Uma das piores queixas
sobre a condução da investigação de estudo de casos é que os investigadores
mudam de direcções sem saber que o seu plano original de investigação era
inadequado para a investigação revista, deixando , por isso, fossos
desconhecidos e preconceitos. Assim a necessidade de equilibrar a
adaptabilidade com rigor - mas não rigidez - não pode ser sobre -
enfatizada.
CAIXA 13
Manter a Flexibilidade ao Planear Estudos de Caso

O estudo de Peter Blau do comportamento em grandes agências governamentais ( A Dinâmica da


Burocracia, 1955 ) é ainda valiosos pelas suas perspectivas na relação sobre a organização formal e informal
de grupos de trabalho.
Embora o seu estudo se concentrasse em duas agências governamentais, esse não era o plano inicial
de Blau. Como o autor nota, primeiro tencionou estudar uma única organização e mais tarde trocou para um
plano para comparar duas organizações - uma pública e uma privada ( pp. 272 - 273). No entanto, as suas
tentativas iniciais para ganhar acesso a uma firma privada foram frustradas, e entretanto ele tinha desenvolvido
um pensamento lógico mais forte para comparar duas agências governamentais, mas de tipos diferentes.
Estas mudanças nos planos iniciais são exemplos dos tipos de mudanças que podem ocorrer no
plano de um estudo de caso, e a experiência de Blau 72 mostra como um investigador competente pode tirar
vantagem das oportunidades de mudança, assim como mudanças nos assuntos teóricos, para produzir um
estudo de caso clássico.
Domínio dos assuntos a serem estudados
A maneira principal de se manter no alvo, claro, é compreender o
propósito da investigação do estudo do caso para começar. Cada
investigador de estudo de caso deve compreender os assuntos teóricos e as
políticas, porque os julgamentos têm de ser feitos ( e a inteligência
exercitada ) durante a fase de recolha de dados. Sem um domínio forte dos
assuntos, poderia falhar algumas pistas importantes e poderia não saber
quando um desvio era aceitável ou até mesmo desejável. O ponto é que essa
recolha de dados de estudo de caso não é meramente uma questão de gravar
dados duma forma mecânica, como acontece em alguns outros tipos de
investigação. Deve ser capaz de interpretar as informações à medida que
estão a ser recolhidas e saber imediatamente, por exemplo, se várias fontes
de informação se contradizem umas às outras e levam à necessidade de
provas adicionais - muito parecido com um bom detective.
De facto, o papel do detective oferece algumas perspectivas ricas
para o campo de trabalho do estudo do caso. Note que o detective chega a
um local após o crime ter ocorrido e basicamente é chamado para fazer
inferências sobre o que realmente transpira. As inferências, por outro lado,
devem ser baseadas em provas convergentes de testemunhas e artefactos
físicos, assim como alguns elementos não específicos de senso comum.
Finalmente, o detective pode ter de fazer inferências sobre vários crimes,
para determinar se o mesmo perpetrador os cometeu. Este último passo é
semelhante à lógica da replicação que sustenta os estudos de casos
múltiplos.

Falta de Preconceitos

73
Todas as condições precedentes serão negadas se um investigador
procura usar um estudo de caso apenas para substanciar uma posição
preconcebida. Os investigadores de estudos de caso estão particularmente
expostos a este problema porque deve compreender os assuntos e exercer
discrição ( ver Becker, 1958, 1967 ). Em contraste, o assistente tradicional
de investigação, embora mecânico e possivelmente até desleixado, não é
passível de introduzir preconceitos na investigação.
Um teste deste preconceito possível é o grau ao que se está aberto a
descobertas contrárias. Por exemplo, os investigadores que estudam
organizações " não - lucrativas ) podem ficar surpreendidos ao descobrir que
muitas destas organizações têm motivos empresariais e capitalistas. Se tais
descobertas são baseadas em provas forçadas, as conclusões do estudo do
caso teria de reflectir estas descobertas contrárias. Para testar a sua própria
tolerância para descobertas contrárias, relate as suas descobertas
preliminares - possivelmente enquanto ainda está na fase de recolha de
dados - a dois ou três colegas críticos. Os colegas deveriam oferecer
explicações alternativas e sugestões para a recolha de dados. Se a demanda
por descobertas contrárias pode produzir refutações documentáveis, a
probabilidade de preconceito terá sido reduzida.

TREINO E PREPARAÇÃO PARA UM


ESTUDO DE CASO ESPECÍFICO

A chave para compreender o treino necessário para recolher dados


de estudo de caso é compreender que todos os investigadores de estudos de
caso devem ser capazes de operar como " investigadores " seniores. Uma
vez num campo, cada trabalhador de campo de estudo de caso é um
investigador independente e não podem fiar - se numa fórmula rígida para
guiar o seu comportamento. Deve ser capaz de tomar decisões inteligentes
acerca dos dados a serem recolhidos.
Neste sentido, o treino para uma investigação de estudo de caso
começa realmente com a definição do problema a ser estudado e o
desenvolvimento do caso do plano de estudo. Se estes passos foram
satisfatoriamente conduzidos, como descrito nos cap. 1 e 2 , apenas outros
esforços mínimos podem ser necessários, especialmente se há apenas um
único investigador de estudo de caso.

74
No entanto, acontece frequentemente que uma investigação de
estudo de caso tem de depender de investigadores múltiplos, devido a uma
destas três condições:
1. um caso simples necessita de uma recolha de dados intensiva no
mesmo sítio, requerindo uma " equipa " de investigadores ( ver
CAIXA 14 ),
2. um estudo de caso envolve casos múltiplos, sendo necessárias
diferentes pessoas para cobrir cada sítio ou para rodar pelos sítios; ou
3. existe uma combinação das duas primeiras condições

Para além disso, alguns membros da equipa de investigação podem não Ter
participado na definição inicial do problema ou fases do plano o estudo de
investigação. Sob estas condições, o treino formal e a preparação são
prelúdios essenciais para a verdadeira recolha de dados da investigação.

CAIXA 14
A Logística de Investigação de Campo,
Circa 1924 - 1925

Arranjar horários e ganhar acesso a fontes relevantes de provas são importantes para
a gerência de um estudo de caso. O investigador moderno pode sentir que estas actividades
emergiram apenas com o crescimento da " grande " ciência social durante os anos 60 e 70.
Num campo de estudo famoso feito nos há 70 anos atrás, no entanto, muitas das
mesmas técnicas de gerência já tinham sido praticadas. Os dois investigadores principais e seu
pessoal secretário abriram um escritório local, na cidade em que estavam a estudar, e este
escritório foi usado por pessoal de outros projectos por longos períodos de tempo. Deste ponto
de vantagem, a equipa de investigação participou na vida local, examinou material
documentário, compilou estatísticas locais, conduziu entrevistas, e distribuiu e recolheu
questionários. Este trabalho de campo extenso resultou 5 anos mais tarde na publicação do

agora estudo clássico de cidade pequena da América, Middletown ( 1929 ), de Robert e Hele n

Lynd.

75
Treino de Estudo de Caso como uma Experiência de Seminário
Quando vários investigadores são para serem treinados, eles podem
trabalhar sobre como se tornarem investigadores " seniores" se o treino
toma a forma de um seminário em vez de instrução habitual. Como num
seminário, tem de se permitir muito tempo para leitura, preparar as sessões
de treino, e as próprias sessões. Na maioria dos exemplos, o seminário
requer pelo menos uma semana de preparação e discussões ( ver Figura
3.1 ).

PREPARAR A RECOLHA DE DADOS


1. Propósito dos estudos de caso
2. Tarefas de campo
3. Tarefas para estudos de caso
A . Orientação e preparação
B. Compromissos no campo e organização das viagens
C. Visitar o sítio
D. Escrever o estudo do caso
E. Rever e aprovar a selecção
F. Compromissos no campo e organização das viagens para o próximo
estudo de caso
4. Lembranças do treino
A . Ler lembranças detalhadas, de guias de entrevista e de procedimentos
B. Ler sobre como fazer trabalho de campo; ver e ouvir
- fazer perguntas indirectas
- organizar tirar notas à volta das maiores secções do guia de entrevista
C. Ler o modelo de estudo do caso
D. Manter claramente escrito ( e com ortografia correcta ) listas de todos
os contactos: nome, título, organização, número de telefone
E. Recolhe documentos e arquivos no campo e submetê - los ao estudo do
caso; listar os documentos em forma de bibliografia anotada.

Figura 3.1. Agenda de Sessão de Treino

76
Tipicamente, o seminário cobrirá todas as fases da investigação do estudo de
caso planeado, incluindo leituras sobre as matérias, os assuntos teóricos que
levam ao plano do estudo do caso, métodos e técnicas de estudo de caso. O
objectivo do treino é fazer com que todos os participantes os conceitos
básicos, a terminologia, e assuntos relevantes para o estudo. Cada
investigador precisa de saber:
• Porque o estudo está a ser feito
• Que provas estão a ser procuradas
• Que variações podem ser antecipadas ( e o que deveria ser feito se tais
variações ocorrerem)
• O que constituiria prova apoiante ou contrária para qualquer proposição
determinada
As discussões, em vez das palestras, são a parte chave do esforço de
treino, para assegurar que o nível desejado de compreensão foi alcançado.
Estas abordagens de seminário ao treino do estudo do caso mais uma
vez ser contrastadas com o treino dos entrevistadores das vigilâncias. O
treino de vigilância envolve discussões, mas principalmente enfatiza os
itens do questionário ou terminologia a ser usada e toma lugar sobre um
período de tempo intensivo, mas curto. Para além disso, o treino evita as
preocupações globais ou conceituais do estudo, pois o entrevistador é
desencorajado de Ter um conhecimento mais alargado do que a mecânica do
instrumento de vigilância. O treino de vigilância raramente envolve
qualquer leitura exterior sobre os assuntos independentes. E o entrevistador
da vigilância geralmente não tem conhecimento de como os dados da
vigilância são para serem analisados e que assuntos são para serem
investigados. Tal resultado seria insuficiente para o treino dos estudo do
caso.

Desenvolvimento e Crítica do Protocolo


A próxima subsecção dirá mais sobre os conteúdos do protocolo do
estudo do caso. No entanto, uma tarefe de treino legitima e desejável é a co -
autoria do protocolo por todos os investigadores do estudo do caso.
Uma tarefa mais importante do seminário de treino pode, por isso,
desenvolver um protocolo de selecção. Nesta situação, cada co -
investigador pode ser responsável por uma porção de temas independentes a
serem cobertos pelo estudo do caso. O investigador é depois responsável por

77
rever os materiais de leitura apropriados sobre este tema, adicionando
qualquer outra informação que pode ser relevante, e seleccionar o conjunto
inicial das questões do protocolo sobre este tema. No seminário, o grupo
inteiro de investigadores do estudo de caso podem discutir e criticar as
selecções individuais. Tal discussão não levará apenas a que se complete o
protocolo, mas também assegurará que cada investigador tenha domínio
sobre os conteúdos do protocolo ao participar no seu desenvolvimento.
Se a equipa de estudo do caso não está a partilhar a tarefe de
desenvolver o protocolo, as sessões de treino deveriam incluir uma revisão
completa do protocolo. Todos os aspectos do protocolo, quer de
procedimento, quer independentes, precisam de ser discutidos, e serem
feitas modificações no protocolo.

Problemas a Serem Tratados


O treino também tem o propósito de descobrir problemas dentro do
plano do estudo do caso ou das capacidades da equipa de investigação. Se
tais problemas emergem, uma consolação é que eles serão mais trabalhosos
se só forem reconhecidos mais tarde, depois de ter começado a recolha de
dados. Os bons investigadores de estudos de caso deveriam por isso
pressionar para estarem certos, durante o período de treino, que potenciais
problemas são trazidos ao de cima.
O problema mais óbvio que o treino revela falhas no plano do estudo do
caso ou mesmo a definição inicial do problema de estudo. Se isto ocorre,
deve estar disposto a fazer as revisões necessárias, mesmo que sejam
necessários mais tempo e esforço. Às vezes as revisões desafiarão o
propósito básico da investigação, como numa situação na qual o objectivo
original pode ter sido investigar um fenómeno tecnológico, tal como o uso
de micro-computadores, mas no qual o estudo do caso realmente acaba por
ser sobre um fenómeno organizacional. Quaisquer revisões, claro, também
podem levar à necessidade de rever uma bibliografia ligeiramente diferente
e uma nova nomeação do estudo completo e da sua audiência. Mesmo
assim, tais mudanças são garantidas se o treino demonstrar a natureza
irrealista ( ou desinteressante ) do plano original.
Um segundo problema é que as sessões de treino podem revelar
algumas incompatibilidades entre a equipa de investigação - e em particular
o facto que alguns investigadores podem não partilhar a ideologia do

78
projecto ou os seus patrocinadores. Num estudo de caso múltiplo de
organizações comunitárias, por exemplo, os trabalhadores de campo
variaram nas suas crenças no que diz respeito à eficiência de tais
organizações(Comissão Nacional nos Bairros,1979 ). Quando tais
preconceitos são descobertos , uma maneira de lidar com as ideologias
contrárias é sugerir ao trabalhador de campo que provas contrárias serão
respeitadas se forem recolhidas e verificáveis. O trabalhador de campo tem
ainda a escolha, claro, de continuar a participar no estudo ou decidir desistir.
Um terceiro problema é que o treino pode descobrir alguns prazos de
tempo irreais ou expectativas no que diz respeito aos recurso disponíveis.
Por exemplo, um estudo de caso pode ter assumido que 20 pessoas iam ser
entrevistadas, numa maneira de resposta aberta, como parte da recolha de
dados. O treino pode ter revelado, no entanto, que o tempo necessário para
entrevistar estas pessoas é muito maior do que o antecipado. Sob tais
circunstâncias, qualquer expectativa que 20 pessoas pudessem ser
entrevistadas teria de ser considerada irrealista.
Finalmente, o treino pode descobrir alguns factores positivos, tais como
o facto que dois ou mais investigadores de campo são capazes de trabalhar
juntos produtivamente. Tal conformidade e produtividade durante a sessão
de treino pode prontamente alastrar - se ao verdadeiro período de recolha de
dados e pode por isso sugerir certas parcerias para equipas de estudo de
caso. No geral, o treino deveria ter o efeito de criar normas de grupo para a
resultante actividade de recolha de dados. Este processo de construção de
normas é mais do que uma amenidade; ajudará a assegurar as reacções
apoiantes caso surjam problemas inesperados durante a recolha de dados.

O PROTOCOLO DO ESTUDO DO CASO

O protocolo de um estudo de caso é mais do que um instrumento. O


protocolo contém o instrumento, mas também contém os procedimentos e
regras gerais que deveriam ser seguidas ao usar os instrumentos. Ter um
protocolo de estudo de caso é desejável sob todas as circunstâncias, mas é
essencial se está a usar um plano de caso múltiplo.
O protocolo é uma táctica importante no aumento da fiabilidade da
investigação do estudo do caso e pretende - se que guie o investigador a
levar a cabo o estudo de caso. ( figura 3.2. fornece uma tabela de conteúdos

79
de um protocolo ilustrativo, o qual foi usado para um estudo de
implementação de micro - computadores e os seus efeitos organizacionais
em doze distritos escolares.) O protocolo deve ter as seguintes secções:

CONTEÚDOS
Propósito..................................................................................................1
Características chave do Método do Estudo do caso ..............................1
Organização deste Protocolo ................................................................. 2
I. Procedimentos .....................................................................................3
A . Horário Inicial da Visita de Campo ................................................4
Revisão das Informações Preliminares .............................................4
Verificação dos Procedimentos de Acesso .......................................4
Documentos Especiais ......................................................................5
B. Determinação das Pessoas a serem Entrevistadas
e Outras Fontes de Informação.....................................................6
Funções dos micro-computadores ...............................................6
Funções da Estrutura Principal ....................................................7
Funções Executivas .....................................................................7
Sumário .......................................................................................8
C. Treinar a Equipa de Estudo do Caso .........................................9
Propósito do Treino ...................................................................9
Tópicos para Treino ..................................................................9
A Base de Dados do Estudo do Caso .......................................9
Figura 1 ..............................................................................12
Figura 2 ..............................................................................13
Figura 3 ..............................................................................15
II. Protocolo e Questões de Estudo de Caso ................................................17
A . Definição do " Sistema do Micro-computador .............................18
Temas .............................................................................................18
Sumário das Questões para a Secção A ........................................21
B. Centralização e Descentralização ...................................................23
Temas .............................................................................................23
Sumário das Questões para a Secção B ........................................26
C. Aplicações Instrucionais e Administrativas ............................28
Temas ................. .......................................................................28
Sumário das Questões para a Secção C ....................................32

80
D. Aplicações Relacionadas com P.L.94 - 142............................34
Temas .........................................................................................34
Sumário das Questões para a Secção D .....................................36
E. Educação Especial e Educação Normal .................................37
Temas .............. .........................................................................37
Sumário das Questões para a Secção E ....................................40
F. Planear para Implementação ................................................. 41
Temas ............... ........................................................................41
Sumário das Questões para a Secção F ...................................41
III. Plano de análise e Relatórios de Estudo de Caso ..................................46
A . Estudos de Casos Individuais .........................................................47
Informação Descritiva ..............................................................47
Informação Explicativa ...........................................................47
Perfil de Relatórios de Estudos de Caso Individuais .............48
B. Análise de Contra - Caso .................................................................50
Informação Descritiva ............................................................50
Informação Explicativa ..........................................................50
Relatório de Contra - caso ......................................................51
Referências para o Protocolo do Estudo do Caso ..................53

Figura 3.2. Protocolo para Conduzir Estudos de Caso sobre o Uso de Micro
- computadores na Educação Especial

· Uma visão geral do projecto de estudo do caso ( objectivos e auspícios


do projecto, assuntos do estudo do caso, e leituras relevantes sobre o
tópico a ser investigado)
· Os procedimentos de campo ( credenciais e acesso aos " sítios " do
estudo do caso, fontes gerais de informação, e procedimentos de
lembranças)
· As questões de estudos de caso ( as questões específicas que o
investigador do estudo do caso deve ter em mente ao recolher os dados,
" Conchas de mesa" para ordem específica de dados, e as fontes
potenciais de informação para responder cada questão)
· Um guia para o relatório de estudo do caso ( perfil, formato para
narrativa, e especificação de qualquer informação bibliográfica e outra
documentação)

81
Um olhar rápido a estes tópicos irá indicar porque é que o protocolo é
tão importante. Primeiro, relembra o investigador daquilo que o estudo do
caso trata. Segundo, a preparação do protocolo força um investigadora
antecipar vários problemas, incluindo aquele de como o s relatórios de
Estudo de Caso podem ser completados. Isto significa, por exemplo, que a
audiência para tais relatórios terá de estar identificada, mesmo antes do
estudo do caso ter sido conduzido. Tal previsão irá ajudar a evitar resultados
desastrosos a longo prazo. Cada secção do protocolo é discutida a seguir.

Visão Geral do Projecto do Estudo do Caso


A visão geral deveria cobrir a informação anterior sobre o projecto,
os assuntos independentes a serem investigados, e as leituras relevantes
sobre os assuntos.
Como informação antecedente, todo o projecto tem o seu próprio
contexto e perspectiva. Alguns projectos, por exemplo, são fundados por
agências do governo tendo uma missão geral e clientela que precisa de ser
relembrada de conduzir a investigação. Outros projectos têm preocupações
teóricas mais alargadas ou investigações relacionadas - tais como a
vigilância - que de facto leva ao plano da investigação de estudo de caso.
Seja qual for a situação , este tipo de informação antecedente, de forma
sumária, pertence à secção da visão geral.
Um elemento de procedimento da secção de antecedentes é a
afirmação acerca do projecto que pode apresentar a qualquer pessoa que
queira saber sobre o projecto, o seu propósito, e as pessoas envolvidas em
conduzir e patrocinar o projecto. Esta afirmação pode mesmo ser
acompanhada por uma carta de apresentação, a ser enviada aos entrevistados
mais importantes e organizações que podem ser matéria de estudo. ( ver
Figura 3.3 ). A maioria da visão geral, no entanto, deveria ser dedicada aos
assuntos independentes a serem investigados. Isto pode incluir o
pensamento lógico para seleccionar os sítios, as proposições ou hipóteses a
serem examinadas, e as teorias mais alargadas ou políticas relevantes de
inquérito. Para todos estes temas, deveriam ser citadas leituras relevantes e
os materiais essenciais de leitura deveriam ser tornados acessíveis a cada
membro da equipa de estudo de caso.

82
Uma boa visão geral irá comunicar ao leitor inteligente ( isto é,
alguém familiarizado com o tema geral do inquérito) o propósito de e o
cenário para o estudo do caso. Alguns dos materiais ( tais como a afirmação
sumária do projecto ) serão necessários para outros propósitos de qualquer
forma, de modo que escrever a visão geral deveria ser visto como uma
actividade que valesse a pena.

COMISSÃO NACIONAL DE BAIRROS


2000 RUA K, N.W., SUITE 350
Washington, D.C. 20006
202 - 632 - 5200

30 de Maio, 1978
A Quem Possa Interessar

Isto serve a para introduzir um indivíduo altamente qualificado com


vasta experiência no campo da revitalização de Bairros e organização
comunitária. _________________ tem estado envolvido na Comissão
Nacional de Bairros para incorporar uma equipa de peritos que agora toma a
cargo uma série de 40 -50 estudos de caso patrocinados pela nossa Força de
Tarefas sobre Governos.
Finalmente, por meio desta abordagem de estudo de caso, a
Comissão espera identificar e documentar respostas a perguntas como: O
que permite alguns bairros sobreviverem, dadas as forças, atitudes e
políticas de investimento ( tanto públicas como privadas ) que trabalham
contra eles? Que condições são necessárias de modo a expandir o número de
bairros onde a revitalização com sucesso, beneficiando os residentes
existentes, são possíveis? O que pode ser feito para promover estas
condições?
Esta carta é dirigida aos líderes da comunidade, pessoal
administrativo e oficiais da cidade. Temos que lhe pedir que dê o seu tempo,
experiência e paciência aos nossos entrevistadores. A sua cooperação é
bastante essencial para o estudo do caso guiar com sucesso e apoiar as
recomendações finais, as quais a comissão deve apresentar ao Presidente e
ao Congresso.

83
Em nome de todos os vinte membros da Comissão, desejo exprimir
o nosso agradecimento pela sua ajuda.
Caso deseje entrar para as nossas listas de correio para as cartas de
notícias da Comissão e relatório final, o nosso entrevistador terá o prazer de
tomar as providências necessárias.
Mais uma vez, muito obrigado.

Atenciosamente,
/ assinado/
Senador Joseph F. Timilty

Figura 3.3.

Procedimentos de Campo
O cap. 1 definiu previamente os estudos de caso como estudos de
acontecimentos dentro dos seus contextos de vida real. Isto tem implicações
importantes para a definição do problema e para o plano, os quais têm sido
discutidos nos cap. 1 e 2.
Para a recolha de dados, no entanto, esta característica dos
estudos de caso também levanta um assunto importante, para o qual
procedimentos de campo devidamente planeados são essenciais. Os dados a
serem recolhidos de pessoas e instituições existentes, e não dos limites
controlados de um laboratório, a santidade de uma biblioteca, ou as
limitações estruturadas de questionários rígidos. Assim, num estudo de caso,
o investigador deve aprender a integrar acontecimentos do mundo real com
as necessidades do plano de recolha de dados; neste sentido, o investigador
não controla o ambiente da recolha de dados, pois poder - se -à estar a
utilizar outras estratégias de investigação.
Note que numa experiência de laboratório, " sujeitos " humanos são
solicitadas a entrar no laboratório - isto é, um ambiente controlado quase
exclusivamente pelo investigador da investigação. O sujeito, dentro dos
limites éticos e físicos, deve seguir as instruções do investigador, o qual
prescreve cuidadosamente o comportamento desejado. Semelhantemente, o
respondente " humano " a um questionário de vigilância não pode desviar -

84
se da agenda posta pelas questões. O comportamento do respondente é
reprimido pelas regras principais do investigador. Claro, o sujeito ou o
respondente que não deseje seguir os comportamentos prescritos pode
livremente abandonar a experiência ou vigilância. Finalmente, no arquivo
histórico, documentos pertinentes podem não estar sempre disponíveis, mas
o investigador pode geralmente inspeccionar o que existe ao seu próprio
ritmo e a um tempo conveniente ao seu horário. Nas três situações, a
actividade formal de recolha de dados é controlada de perto pela
investigador da investigação.
Fazer estudos de caso envolve uma situação completamente
diferente. Quando se entrevista pessoas chave, deve limitar - se ao horário e
disponibilidade do entrevistado e não à sua. A natureza da entrevista é muito
mais de resposta aberta e um entrevistado pode não necessariamente
cooperar completamente na resposta das perguntas. Semelhantemente, ao
fazer observações de actividades da vida real, está a entrar no mundo do
sujeito a ser estudado em vez do contrário; sob estas condições pode ter de
tomar providências especiais para ser capaz de agir como um observador
( ou mesmo um observador - participante ), e o seu comportamento - e não o
do sujeito ou respondente - é o mais provável de ser reprimido.
Este processo contrastante de fazer a recolha de dados leva à
necessidade de ter procedimentos de campo explícitos e bem planeados no
que diz respeito a " combinar " comportamentos e linhas guia. Imagine, por
exemplo, enviar alguém ao campo; porque não sabe o que esperar, a melhor
preparação é ter os recursos para estar preparado. Os procedimentos de
campo do estudo de caso deveriam ser os mesmos.
Com esta orientação em mente, os procedimentos de campo do
protocolo precisam de enfatizar as tarefas mais importantes na recolha de
dados, incluindo:
· Ganhar acesso a organizações chave ou entrevistados
· Ter recursos suficientes enquanto se está no campo - incluindo um
computador pessoal, instrumentos de escrita, papel, clips, e um local
calmo preestabelecido para escrever as notas privadamente
· Desenvolver um procedimentos para pedir assistência e
aconselhamento, se necessário, de outros investigadores de estudo de
casos ou colegas

85
· Fazer horários claros das actividades de recolha de dados que são
esperadas completas dentro de períodos de tempo específicos
· Providenciar para acontecimentos não antecipados, incluindo mudanças
na disponibilidade dos entrevistados assim como as mudanças de
atitude e motivação do investigador do estudo do caso
Estes são o tipo de tópicos que podem ser incluídos nos procedimentos
da secção de campo do protocolo. Dependendo do tipo de estudo a ser feito,
os procedimentos específicos variarão.
Quanto mais operacional estes procedimentos forem, melhor. Para
tomar um assunto insignificante como exemplo, a recolha de dados do
estudo de caso resulta frequentemente na acumulação de numerosos
documentos no sítio do campo. O fardo de carregar tal quantidade de
documentos pode ser reduzido por dois procedimentos. Primeiro, a equipa
do estudo do caso pode ter tido a precaução de trazer grandes envelopes,
permitindo - lhes enviar os documentos pelo correio para o escritório em vez
de os levar consigo. Segundo, o tempo de campo pode ter sido estabelecido
aparte para ler cuidadosamente os documentos e ir depois a um centro de
cópias local e copiar apenas as poucas páginas relevantes de cada
documento. Estes são os tipos de detalhes operacionais que podem permitir
a qualidade generalizada e eficiência da recolha de dados do estudo de caso.

Questões do Estudo de Caso


O coração do protocolo é um conjunto de questões independentes que
reflectem o verdadeiro inquérito. Duas características distinguem estas
questões das da entrevista de vigilância. ( Ver Figura 3.4 para uma pergunta
ilustrativa de um programa escolar; o protocolo completo incluiu dúzias de
questões.)
Primeiro, as questões são afirmadas a si, o investigador, não a um
respondente. As questões, em essência, são as suas lembranças respeitantes
à informação que precisa de ser recolhida, e porquê. Em alguns casos, as
questões específicas também podem servir como sugestões para fazer
perguntas durante a entrevista do estudo do caso; no entanto, o objectivo
principal destas questões é manter o investigador no caminho à medida que
a recolha de dados procede.

86
Segundo, cada questão deveria ser acompanhada por uma lista de fontes
prováveis de prova. Tais fontes podem incluir os nomes de indivíduos
entrevistados , documentos, ou observações. Esta passagem entre as
questões de interesse e as fontes prováveis de prova é extremamente
auxiliadora na recolha de dados. Antes de começar uma determinada
entrevista, por exemplo, o investigador de um estudo de caso pode rever
rapidamente as questões mais importantes que a entrevista deveria cobrir.
( Mais uma vez, estas questões formam a estrutura do inquérito e não se
pretende que sejam as questões literais a serem perguntadas ao
entrevistado.)

Q. Como é que o programa está organizado, quem está empregado por


ele, quando as decisões soa tomadas, e quem as toma?
Fontes de Dados
- Director do programa
- Supervisor imediato do programa
- Mapa Organizacional
- Descrições dos trabalhos
Estratégias de amostra
- Obter ou tirar um mapa organizacional que mostra a localização do
escritório do programa
- Liste o tipo e número de pessoal instruído e não instruído ( incluindo
especialistas, coordenadores, gerentes).
- A quem é que este director de programa relata?
- Quem relata ao directo do programa?
- A quem é que o director do programa supervisiona?
- Que tipo de decisões o director tem de atribuir formalmente e com
quem?
- Crie um mapa organizacional do programa ( se não existir um ) que
mostre os directores e qualquer intermediário ( quer em escolas ou no
escritório do programa) e as suas relações com os presidentes do
conselho executivo, professores normais e professores especiais.
- Preencha a tabela seguinte ao atribuir um posto no qual as seguintes
decisões e acontecimentos ocorrem.
Ordem Mês completado no Mês completado no Título das
Calendário 1994 Calendário 1993 Pessoas

87
envolvidas nas
Decisões
Determinar o
orçamento
Contratar ou
despedir pessoal
Distribuir o
pessoal pelas
escolas
Compra de
materiais e
equipamento
Decidir sujeitos e
graus
Testar os
estudantes
Seleccionar os
estudantes
Seleccionar as
escolas
Avaliar os
programas de
escola
Preparação e
submissão da
aplicação

Figura 3.4
As questões no protocolo do estudo do caso deveriam reflectir o
conjunto completo de preocupações do plano inicial - mas apenas aquelas a
serem dirigidas ao nível do caso simples, não aquelas dos outros níveis. De
facto, distinguir entre níveis de questões é crucial quando um único caso é
parte de um estudo de caso múltiplo, porque pode haver cinco níveis de
questões - apenas os dois primeiros dos quais podem ser cobertos pelo caso
simples:

Nível 1: questões perguntadas de entrevistados específicos


Nível 2: questões perguntadas do caso individual ( estas são as
questões no protocolo do estudo do caso )
Nível 3: questões perguntadas das descobertas ao longo dos casos
múltiplos

88
Nível 4: questões perguntadas de um estudo inteiro - por exemplo,
recorrer a informação para além dos casos múltiplos e incluir outra
bibliografia que pode ter sido revista
Nível 5: questões normativas sobre recomendações e conclusões de
política, indo além do estreito objectivo do estudo

FONTE DE RECOLHA DE DADOS


De um Indivíduo Registos de arquivo
De uma organização
P Sobre um
Conclusões do
indivíduo Se o estudo do
L EstudoComportamento caso é um
A Individual indivíduo
N Sobre uma Individuais
Atitudes
O organização
Percepções Individuais Se o estudo do
Como a organização Políticas de Pessoal caso é uma
funciona Resultados da organização
Porquê a organização Organização
funciona

Figura 3.5. Plano versus Recolha de Dados: Diferentes Unidades de Análise


Fonte: Corporação COSMOS

Entre estes níveis, uma confusão considerável pode ocorrer, por


isso a sua compreensão destes níveis é crítica.
Os dois primeiros níveis lidam com o caso simples ( mesmo se tal
caso é parte de um estudo de caso múltiplo ). A confusão comum entre estes
dois níveis é que fonte de recolha de dados pode estar no nível 1, assim
como a unidade de análise do seu estudo de caos pode estar no nível 2 - um
plano frequentemente usado quando o caso é sobre uma organização ( Nível

89
2 ). Mesmo que a sua recolha de dados possa confiar fortemente em
informações do Nível 1, as suas conclusões não podem ser baseadas
inteiramente em entrevistas como uma fonte de informação ( teria então
recolhido informações sobre como os indivíduos perceberam a organização,
mas não sobre a organização em si).
No entanto, a situação contrária também pode ser verdadeira. O seu
estudo de caso pode ser sobre um indivíduo, mas as fontes de informação
sobre o indivíduo podem incluir registos de arquivo ( ex.: fichas sobre o
pessoal ou registos de estudantes ) do nível organizacional. <Nesta
instituição, você quereria também evitar basear as suas conclusões sobre o
indivíduo apenas nas fontes organizacionais de informação. A figura 3.5
ilustra estas duas situações, onde a unidade de análise para o estudo de caso
é diferente da unidade de análise para a fonte de recolha de dados.
Os outros níveis também deveriam ser compreendidos claramente.
Uma questão de contra - caso, por exemplo ( nível 3), pode ser se escolas
distritos escolares maiores são mais receptivos do que distritos escolares
menores, ou se estruturas burocráticas complexas fazem os distritos maiores
mais incómodos e menos receptivos. No entanto, o protocolo para o caso
simples pode dirigir - se apenas à receptividade de um específico distrito
escolar. O que não pode ser perguntado é se tal organização aparenta ser
mais receptiva do que a encontrada noutros distritos. Apenas a análise de
contra - caso pode cobrir este tópico. Semelhantemente, as questões do
Nível 4 e 5 também não são possíveis de responder quando se faz cada caso
de estudo individual, e deve notar esta limitação quando inclui tais questões
no protocolo do estudo do caso. Lembre - se: O protocolo é para a recolha
de dados de um caso simples e não se pretende que sirva o projecto inteiro.
As questões de protocolo podem também incluir " conchas de
tabela " vazias ( para mais detalhes ver Miles & Huberman, 1984). Estes são
os limites de uma tabela. Ordenando um conjunto específico de dados. Os
limites dão as colunas exactas e cabeçalhos de fila, indicando as categorias
de dados a serem cobertas. O trabalho do investigador do estudo de caso é
recolher dados retirados colhidos pela tabela. A provisão de tais conchas de
tabela ajuda de várias maneiras. Primeiro, força - o a identificar exactamente
quais os dados a serem procurados. Segundo, assegura que informações
paralelas serão recolhidas em sítios diferentes onde está a ser usado um

90
plano de estudo de caso. Finalmente, ajuda a compreender o que será feito
com os dados uma vez recolhidos.

Guia para o Relatório do Estudo de Caso


Este elemento falta geralmente na maioria dos planos de estudos de
caso. Os investigadores negligenciam pensar nos limites, formato, ou
audiência para o relatório de estudo de caso até que os dados tenham sido
recolhidos. No entanto, alguns planos no estádio preparatório -
admitidamente fora de sequência no plano típico da maioria das
investigações - significa que os limites tentados podem aparecer no
protocolo do estudo do caso ( uma discussão detalhada dos temas possíveis
no relatório de estudo de caso acha - se no cap.6 deste livro.)
Mais uma vez. Uma razão para a sequência linear, tradicional está
relacionada com as práticas e outras estratégias de investigação. Não se
preocupa com o relatório de uma experiência até depois da experiência estar
concluída, porque o formato do relatório e a sua provável audiência vão ser
ditados por uma revista académica. Assim, a maioria das experiências
seguem limites semelhantes: a afirmação de questões e hipóteses de
investigação; uma descrição do plano de investigação, mecanismo, e
procedimentos de recolha de dados; a apresentação dos dados recolhidos, e
uma discussão das descobertas e conclusões.
Infelizmente, os relatórios de estudo do caso não têm limites
uniformemente aceitáveis. Nem, em muitos caso, os relatórios de estudos de
caso acabam em revistas da especialidade ( Feagin, Orum & Sjoberg, 1991,
pp. 269 - 273). Por esta razão, cada investigador deve estar preocupado, ao
longo da condução do estudo do caso, com o plano do relatório final do
estudo do caso. Não é fácil lidar com o problema.
Mais, o protocolo também pode indicar a extensão da
documentação para o relatório do estudo do caso. O trabalho de campo é
passível de levar a grandes quantidades de provas documentais, na forma de
relatórios publicados, publicações, memorandos, e outros documentos
recolhidos no sítio. O que é para ser feito com esta documentação para a
apresentação mais tarde? Na maioria dos estudos, os documentos são
arquivados e raramente recuperados. No entanto, esta documentação é uma
parte importante da " base de dados " para o estudo de caso ( ver Cap.6) e
não deveria ser ignorada até o caso ter sido concluído. Uma possibilidade é

91
ter o relatório do estudo do caso incluído numa bibliografia anotada, na qual
cada um dos documentos disponíveis está discriminado. As anotações
ajudariam o leitor ( ou o investigador, mais tarde ) a saber quais os
documentos podem ser relevantes para mais inquéritos.
Em resumo, à extensão possível, os limites básicos do relatório do
estudo do caso deveriam ser parte do protocolo. Isto irá facilitar a recolha de
dados relevantes, no formato apropriado, e irá reduzir a possibilidade que
uma visita de regresso ao sítio do estudo do caso seja necessária. Ao mesmo
tempo, a existência de tais limites não deveria implicar uma adesão rígida ao
protocolo pré - planeado. De facto, os planos de estudo de caso podem
mudar como resultado da recolha inicial de dados, e você é encorajado a
considerar estas flexibilidades - se usadas propriamente e sem preconceitos -
uma vantagem da estratégia do estudo do caso.

O ESTUDO DE CASO PILOTO


A preparação final da recolha de dados é a condução de um estudo
piloto. O caso piloto pode ser escolhido por várias razões não relacionadas
com os critérios para seleccionar os casos finais no plano do estudo do caso.
Por exemplo, os informadores no sítio piloto podem ser invulgarmente
congeniais e acessíveis, ou o sítio pode ser geograficamente conveniente, ou
pode ter uma quantidade de documentação e dados invulgar. Uma outra
possibilidade é que o sítio piloto representa a mais complicado dos casos
reais, de modo que quase todos os assuntos de recolhas de dados relevantes
serão encontrados neste sítio.
O estudo do caso piloto ajuda os investigadores a refinar os planos da sua
recolha de dados no que diz respeito a tanto o conteúdo dos dados e aos
procedimentos a serem seguidos. A este respeito, é importante notar que um
teste piloto não é um pré-teste. O caso piloto é usado mais formativamente,
assistindo um investigador a desenvolver linhas de questão relevantes -
possivelmente até mesmo fornecer alguma clarificação conceptual para o
plano de investigação também. Em contraste, o pré - teste é a ocasião para
um " ensaio " formal, no qual o plano de recolha de dados pretendido é
usado tão fielmente possível quanto a execução do teste final.
O estudo do caso piloto pode ser tão importante que mais recursos
podem ser devotados a esta fase da investigação do que à recolha de dados
de qualquer dos verdadeiros casos. Por esta razão, vários sub - temas são

92
passíveis de mais discussão: a selecção dos casos piloto, a natureza do
inquérito para casos piloto, e a natureza dos relatórios dos casos piloto.

Selecção dos Casos Piloto


Em geral, conveniência, acesso e proximidade geográfica podem ser os
critérios mais importantes para seleccionar o caso ou casos piloto. Isto
permitirá que uma relação menos estruturada e mais prolongada se
desenvolva entre os entrevistados e o investigador do estudo do caso do que
a que acontece nos sítios de estudos de caos " reais ". O sítio piloto pode
então assumir o papel de um "laboratório" para muitos investigadores,
permitindo - lhes observar fenómenos diferentes de muitos ângulos
diferentes ou tentar diferentes abordagens num sistema de tentativas.
Um estudo de inovações tecnológicas em serviços locais ( Yin,
1979, 1981 c, 1982 c) teve na verdade sete casos piloto, cada um
concentrando - se num tipo diferente de tecnologia. Quatro dos casos
estavam localizados na mesma área metropolitana que as equipas de
investigação e eram visitadas primeiro. Três dos casos, no entanto, estavam
localizados numa cidade diferente e eram a base para um segundo conjunto
de visitas. Os casos não eram escolhidos devido às suas tecnologias
distintivas ou por qualquer razão independente. O critério principal, a juntar
à proximidade, era o facto de que o acesso aos sítios era tornado mais fácil
por algum contacto pessoal anterior por parte da equipa de investigação.
Finalmente, os entrevistados estavam numa fase inicial da sua investigação e
não teriam agendas marcadas.

Natureza do Inquérito Piloto


O inquérito para o caso piloto pode ser muito maior alargado e
menos concentrado dos que o último plano de recolha de dados. Mais, o
inquérito pode cobrir tanto assuntos independentes como metodológicos.
No exemplo mencionado acima, a equipa de investigação usou os
sete casos piloto para melhorar a sua conceitualização dos diferentes tipos
de tecnologias e os seus efeitos organizacionais relacionados. Os estudos
piloto foram feitos anteriormente à selecção das tecnologias específicas para
a recolha final de dados - e anteriormente à articulação final das proposições
teóricas do estudo. Assim, os dados piloto fornecem uma perspectiva
considerável dos assuntos básicos a serem estudados. Esta informação era

93
usada em paralelo com uma revisão em progresso da bibliografia relevante,
de modo que o plano de investigação final era informado tanto pelas teorias
prevalentes como por um conjunto novo de observações empíricas. As
fontes de informação duais ajudam a assegurar que o estudo a ser feito
reflicta teorias significativas e assuntos de política assim como questões
relevantes de casos contemporâneos.
Metodologicamente, o trabalho nos sítios piloto podem fornecer
informação sobre questões de campo relevantes e sobre a logística do
inquérito de campo. Nos sítios piloto de tecnologia, uma questão de logística
importante era se observar a tecnologia em acção primeiro ou recolher
informações sobre os assuntos organizacionais prevalentes primeiro. Esta
escolha interagiu com outra questão sobre a posição da equipa de campo: Se
a equipa consistia em duas ou mais pessoas, em que tarefas precisava a
equipa para trabalhar junta e que tarefas poderiam ser concluída
separadamente? As variações nestes procedimentos eram experimentadas
durante os estudos de caso piloto, as trocas eram reconhecidas, e
eventualmente um procedimento satisfatório era desenvolvido para o plano
formal de recolha de dados.

Relatórios dos Casos Piloto


Os relatórios dos casos piloto são valiosos principalmente para o
investigador e precisam de ser escritos claramente, mesmo que seja na
forma de memorando. Uma diferença entre os relatórios piloto e os
relatórios do estudo de caso real e que o relatório piloto deveria se explicito
acerca das lições aprendidas tanto para o plano de investigação como para
os procedimentos de campo. Os relatórios piloto podem até conter sub -
secções destes tópicos.
Se mais do que um caso piloto é planeado, o relatório de um caso
piloto pode também indicar as modificações a ser tentadas no próximo caso
piloto. Por outras palavras, o relatório pode conter a agenda para o caso
piloto resultante. Se forem feitos casos piloto suficientes desta maneira, a
agenda final pode realmente tornar - se um bom protótipo para o protocolo
final do estudo de caso.

SUMÁRIO

94
Este cap. Reviu as preparações para a recolha de dados.
Dependendo do objectivo do estudo de caso - quer sítios simples ou
múltiplos estejam envolvidos - as tarefas preparatórias serão
correspondentemente directas ou complexas.
Os temas mais importantes têm sido as capacidades desejadas do
investigador do estudo do caso, a preparação e o treino dos investigadores
do estudo do caso para um caso de estudo específico, a natureza do
protocolo do estudo de caso, e o papel e propósito de um caso piloto. Todos
os estudos de caso deveriam seguir estes passos diferentes a graus variados,
dependendo de inquéritos específicos.
Tal como acontece com a gerência de outros assuntos, a peritagem
com a qual estas actividades são conduzidas, melhorará com a prática. Uma
sequência desejável é que complete um estudo de caso relativamente directo
antes de tentar fazer um mais complexo, tal como um de uma posição de
gerência. Com a conclusão com sucesso de cada estudo de caso, estas
tarefas preparatórias podem até mesmo tornar - se uma Segunda natureza.
Mais, se a mesma equipa de estudo de caso conduziu vários estudos
diferentes junta, a equipa irá trabalhar com crescente eficiência e satisfação
profissional com cada estudo caso resultante.

EXERCÍCIOS
1. Identificar tarefas para fazer estudos de caso. Nomeie as várias
capacidades que são importantes que um investigador de estudo de caso
possua. Conhece alguém que tenha tido sucesso numa investigação de
estudo de caso? Quais as forças e fraquezas que possuem como
investigadores de investigação? Estas são semelhantes às que já
nomeou?
2. Desenvolver um " velho protocolo retrospectivamente. Seleccione um
dos estudos de caso citados nas CAIXAS deste livro. Para apenas um
dos capítulos neste estudo de caso, planeie o protocolo que teria cedido
às descobertas agora encontradas neste capítulo. Que questões teriam
sido afirmadas pelo protocolo? Quais os procedimentos se seguiram à
resposta destas questões e recolha de dados relevantes?
3. Desenvolver um protocolo " novo. Seleccione alguns fenómenos que
precisem de explicação do quotidiano da sua universidade. Temas
ilustrativos podem ser, por exemplo, porque é que a Universidade

95
alterou recentemente algumas políticas, ou como é que o seu
departamento toma decisões sobre os requisitos do seu currículo.
Para este fenómeno, planeie um protocolo de estudo de caso para
recolher informações necessárias para fazer uma explicação adequada.
A quem é que entrevistaria? Que documentos precisaria? Que
observações, se é que algumas, faria? Como se relacionaria tudo isto
com as questões chave do seu estudo de caso?
4. Conduzir treino para a investigação do estudo de caso. Descreva as
maneiras mais importantes, nas quais as preparações e o treino para fazer o
projecto de um estudo de caso são diferentes daquelas de fazer projectos
usando outros tipos de estratégias de investigação ( ex.: vigilâncias,
experiências, histórias e análises de arquivo). Desenvolver uma agenda de
treino para preparar o estudo do caso que pode estar a considerar, no qual
duas ou três pessoas irão colaborar.
5. Seleccionar um caso para fazer um estudo piloto. Defina as
características desejáveis para o caso piloto como um prelúdio para um
projecto de investigação de estudo de caso novo. Como iria contactar e usar
tal caso? Descreva porque pode querer apenas um sítio piloto, em oposição a
dois ou mais sítios piloto.

Conduzir Estudos de Caso:


Recolher Provas

As provas para estudos de caso podem vir de seis fontes:


documentos, registos de arquivo, observação directa, observação
participativa, e artefactos físicos. O uso destas seis fontes necessita de
capacidades ligeiramente diferentes e procedimentos metodológicos.
A juntar à atenção dada a estas fontes individuais, alguns princípios
suprimidos são importantes para qualquer esforço de recolha de dados ao
fazer estudos de caso. Estes incluem o uso de a) fonte múltiplas de provas,
isto é, provas de duas ou mais fontes, mas convergindo sobre o mesmo
conjunto de factos e descobertas; b) uma base de dados do estudo de caso,
isto é, uma assembleia formal de provas distintas do relatório final do estudo
do caso; e c) uma cadeia de provas, isto é, elos explícitos entre as questões

96
perguntadas, dados recolhidos, e conclusões tiradas. A incorporação destes
princípios na investigação do estudo do caso aumentará a sua qualidade
substancialmente.

A recolha de dados para estudos de caso pode confiar em muitas


fontes de provas. Seis importantes são discutidas neste capítulo:
documentação, registos de arquivo, entrevistas, observação directa,
observação participativa, e artefactos físicos. Um propósito deste cap. é
rever , brevemente, as maneiras e recolher dados destas fontes. Um segundo
propósito é transmitir três princípios essenciais de recolha de dados,
independentemente da fonte ou fontes de provas usadas.
No que diz respeito ao primeiro propósito, a revisão das seis fontes
é necessariamente breve devido a numerosos livros de leitura e artigos de
investigação - tal como os trabalhos incluídos sobre " os métodos de campo
" por Schatzman e Strauss ( 1973), Murphy ( 1980 ) e Webb, Campbell,
Schwartz e Grove ( 1981 ) - já contêm informações semelhantes. Tais livros
são fáceis de usar e discutem técnicas de recolha de dados específicas
relevantes para estudos de caso, incluindo a logística do planeamento e
condução do trabalho de campo ( ver Fiedler, 1978). Semelhantemente, há
também muitos trabalhos sobre temas especializados mas relacionados,
incluindo o seguinte.
· Estudos de gerência e organizacionais: Bouchard ( 1976)
e Webb
· Observação Participativa
· Métodos antropológicos
· Técnicas Observacionais
· Psicologia Clínica
· Avaliação do Programa
· Técnicas Históricas e o uso de Documentos

Qualquer pessoa que necessite de mais detalhes sobre a recolha de


dados deveria consultar um ou mais destes trabalhos.
No entanto, a maioria destes trabalhos falha ao lidar com o estudo
do caso como uma estratégia de investigação separada, e também tendem a

97
tratar a recolha de dados isolada dos outros aspectos do processo de
investigação. Pouco é dito, por exemplo, sobre como estas técnicas podem
ajudar a lidar com os problemas do plano enumerados no cap.2: validade do
construto, validade interna, validade externa e fiabilidade. Por esta razão,
este cap. dá muita ênfase ao segundo propósito, a discussão de três
princípios de recolha de dados.
Estes princípios têm sido negligenciados no passado e são
discutidos com duração: a) usando fontes de provas múltiplas e não apenas
simples; b) criar uma base de dados de estudos de caso; e c) manter uma
corrente de provas. Os princípios são extremamente importantes para fazer
estudos de caso de grande qualidade, são relevantes para todos os seis tipos
de fontes de provas, e deveriam ser seguidos sempre que possível. Em
particular, os princípios, como notado no cap.2 ( ver Figura 2.5), ajudará a
lidar com problemas do constructo de validade e fiabilidade.

SEIS FONTES DE PROVAS


As fontes de provas discutidas aqui são documentação, registos de
arquivo, entrevistas, observações directas, observação participativa e
artefactos físicos. No entanto, deve estar consciente que uma lista completa
de fontes pode ser bastante extensa - incluindo filmes, fotografias filmes e
cassetes de vídeo; técnicas de diagnóstico e testes psicológicos; proxémicos;
cinéticos; etnografia de " rua "; e histórias de vida ( Marshall & Rossman,
1989).
Uma visão geral útil das seis maiores fontes considera as suas
forças e fraquezas comparativas ( ver Figura 4.1.) Deve Imediatamente notar
que nenhuma fonte simples tem uma vantagem completa sobre as outras. De
facto, as várias fontes são altamente complementares, e um bom estudo de
caso irá por isso querer usar tantas fontes quanto possível ( ver a última
discussão neste cap. sobre " fontes múltiplas de provas").

98
Figura 4.1 . Seis Fontes de Provas: Forças e Fraquezas ( p.80)
Documentação
Excepto para estudos de sociedades pré - letradas, a informação
documentária é passível de ser relevante para todos os temas do estudo do
caso. Este tipo de investigação pode tomar formas e deve ser objecto de
planos de recolha de dados específicos.
Por exemplo, considere a seguinte variedade de documentos:
· Cartas, memorandos, e outras comunicações
· Agendas, anúncios de minutas de reuniões, e outros
relatórios escritos de acontecimentos
· Documentos administrativos - propostas, relatórios de
progresso, e outros documentos internos

99
· Estudos formais ou avaliação do mesmo " sítio " sob
estudo
· Cadernos de jornais e outros artigos que apareçam nos
mass media

A utilidade destes e outros tipos de documentos não é baseada não


sua exactidão ou falta de preconceito. De facto, os documentos têm de ser
cuidadosamente usados e não deveriam ser aceites como registos literais de
acontecimentos que tiveram lugar. Poucas pessoas se apercebem, por
exemplo, que até mesmo as transcrições oficiais de audiências do Congresso
americano são editadas deliberadamente - pelo pessoal do Congresso e
outros que podem Ter testemunhado - antes de serem imprimidos na forma
final. Em outro campo, os historiadores que trabalham com documentos
primarias também devem estar relacionados com a validade de um
documento.
Para os estudos de caso, o uso mais importante de documentos é
corroborar e aumentar as provas de outras fontes. Primeiro, os documentos
são úteis a verificar a correcta ortografia e títulos ou nomes de organizações
que podem ter sido mencionadas numa entrevista. Segundo, os documentos
podem fornecer outros detalhes específicos para corroborar as informações
de outras fontes. Se as provas documentárias são contraditórias em vez de
corroboratórias, o investigador do estudo do caso tem razões específicas
para inquirir mais sobre o assunto. Terceiro, as inferências podem ser feitas
a partir de documentos. Por exemplo, ao observar a lista de distribuição para
um documento específico, pode descobrir novas questões sobre
comunicações e redes de trabalho dentro duma organização. No entanto,
estas inferências deveriam ser tratadas apenas como pistas que valem a
pena mais investigação em vez de descobertas definitivas, porque as
inferências podem revelar - se como pistas falsas.
Por causa do seu valor geral, os documentos têm um papel explicito
em qualquer recolha de dados ao fazer estudos de caso. Procuras
sistemáticas de documentos relevantes são importantes em qualquer plano
de recolha de dados. Por exemplo, durante as visitas de campo, deveria
permitir tempo para usar as bibliotecas locais e outros centros de referência.
Você deveria também arranjar acesso para examinar os ficheiros de
qualquer organização a ser estudados, incluindo uma revisão de documentos

100
que podem ter sido postos em armazém. O escalonamento de tais
actividades de retiro é normalmente um assunto flexível, independente de
outras actividades de recolha de dados, e a procura normalmente pode ser
conduzida à sua conveniência. Por esta razão, há poucas desculpas para
omitir uma revisão completa de provas de documentários. ( ver CAIXA 15).

CAIXA 15
Usar Documentos na Investigação de Estudos de Caso

Ás vezes um estudo de caso pode ser sobre um "projecto" exemplar - tal como um
esforço de investigação ou uma actividade federalmente fundada. Neste tipo de estudo de caso,
muita documentação é passível de ser relevante.
Este tipo de estudo de caso é conduzido por Moore e Yin ( 1983 ), os quais
examinaram nove projectos R&D separados, a maioria deles em cenários universitários. Por cada
projecto, os investigadores recolheram documentos tais como as propostas de projecto, relatório
interinos e papéis de trabalho, manuscritos completos e reimpressões correspondência entre a
equipa de investigação e os seus patrocinadores, e agendas e sumários de reuniões de comités de
aconselhamento. A atenção era paga até várias selecções do mesmo documento, como mudanças
subtis frequentemente reflectiam chaves de desenvolvimento independentes no projecto.
Estes documentos forma usados em conjunção com outras fontes de informação, tal
como entrevistas da equipa de investigação e observações das actividades e trabalho do projecto
de investigação. Apenas quando todas as provas produziam uma imagem consistente é que a
equipa de investigação ficava satisfeita de que um acontecimento particular tinha realmente
ocorrido de uma certa maneira.

Ao mesmo tempo, muitas pessoas têm sido criticas da potencial


sobre - confiança em documentos de investigação de casos de estudo. Isto
acontece provavelmente porque o investigador casual pode errar certos tipos
de documentos - tal como propostas para projectos ou programas - para

101
aqueles que contêm a verdade implacável. De facto, é importante ao rever
qualquer documento compreender que foi escrito para alguns propósitos
específicos e algumas audiências específicas outras que não aquelas do
estudo do caso a ser feito. Neste sentido, o investigador do estudo do caso é
um observador indirecto, e as provas do documentário reflectem uma
comunicação entre outras partes tentando alcançar alguns outros objectivos.
Ao tentar constantemente identificar estas condições, você é menos passível
de ser mal direccionado por provas documentárias e mais passível de ser
correctamente crítico a interpretar os conteúdos de tais provas,

Registos de Arquivo
Para muitos estudos de caso, os registos de arquivo -
frequentemente na forma computadorizada - podem ser também relevantes.
Estes podem ser como se segue:
· Registos de serviço, tal como os que mostram o número de
clientes servidos ao longo de um dado período de tempo
· Registos organizacionais, tal como mapas organizacionais
e orçamentos ao longo de um período de tempo
· Mapas das características geográficas de um lugar
· Listas de nomes e outras comodidades relevantes
· Dados de vigilância, tais como registos de censos ou
dados previamente recolhidos sobre um " sítio "
· Registos pessoais, tal como diários, calendários e listas
telefónicas

Estes e outros registos de arquivo podem ser usados em conjunção


com outras fontes de informação a produzir um estudo de caso ( ver CAIXA
16 ). No entanto, ao contrário das provas documentárias, a utilidade destes
registos de arquivo irão variar de estudo do caso para estudo de caso. Para
alguns estudos, os registos podem ser tão importantes que se podem tornar o
objecto de retiro extenso e análise. Em outros estudos, podem ser apenas
relevância passageira.
Quando provas de arquivo foram consideradas relevantes, um
investigador deve ser cuidadoso para verificar as condições sob as quais elas
foram produzidas assim como a sua exactidão. Ás vezes, os registos de

102
arquivo podem ser grandemente quantitativos, mas números apenas não
deveriam automaticamente serem considerados um sinal de exactidão.
Quase todos os cientistas sociais, por exemplo, estão conscientes das
armadilhas de usar os Relatórios de Crime do FBI - ou quaisquer outros
registos de arquivo baseados em crimes relatados por agência de forças da
lei. O mesmo tipo de precaução aplica - se , por isso, à interpretação de
provas documentárias: a maioria dos registos de arquivo foram produzidos
para um propósito específico e uma audiência específica ( outra que não a
investigação do estudo do caso), e estas condições devem ser
completamente apreciadas de modo a interpretar a utilidade de qualquer
registo de arquivo.

CAIXA 16
Uso das Fontes de Arquivo tanto para Provas Quantitativas como Qualitativas

Fontes de arquivo podem produzir tanto informações quantitativas como qualitativas.


Dados numéricos ( informação qualitativa).
Dezassete Estudos de Caso de Tecnologias Médicas foram comissionadas pelo
Gabinete de Avaliação Tecnológica dos EUA entre 1979 e 1981 e ilustra a integração de
informação quantitativa e qualitativa, derivada principalmente de provas de arquivo de um único
tipo: relatórios de experiências cientificas. Cada caso cobre um tecnologia específica, cujo
desenvolvimento e implementação são relatados de forma qualitativa. Cada caso também
apresenta informação quantitativa, de numerosas experiências anteriores, sobre os custos
aparentes e benefícios das tecnologias. Desta maneira, os estudos de caso chegam a uma "
avaliação tecnológica " , que se pretende que ajude aqueles que tomam as decisões no campo dos
cuidados de saúde.

Entrevistas
Uma das fontes de informação do estudo do caso mais importantes
é a entrevista. Tal conclusão pode ser surpreendente, devido à associação

103
normal entre entrevistas e o método de vigilância. No entanto, as entrevistas
são também fontes essenciais de informação de estudos de caso.
As entrevistas podem tomar várias formas formais. Mais
normalmente, as entrevistas de estudo de caso são de natureza de resposta
aberta, na qual você pode perguntar aos respondentes chave por factos de
um assunto assim como as opiniões dos respondentes sobre os
acontecimentos. Em algumas situações, pode mesmo pedir ao respondente
para propor as suas próprias perspectivas em relação a certas ocorrências e
pode usar tais proposições como a base para mais inquéritos.
A quanto mais o respondente assistir neste último assunto, mais o
seu papel pode ser considerados de " informante " em vez de respondente.
Os informantes chave são frequentemente críticos ao sucesso do estudo do
caso. Tais pessoas não fornecem apenas ao investigador do estudo do caso
perspectivas num assunto, mas também podem sugerir fontes de provas
corroboratórias - e iniciar o acesso a tais fontes. Tal pessoa, chamada " Doc
", representou um papel essencial na condução do famoso estudo de caso
apresentado em Street Corner Society ( Whyite, 1943/ 1955), informantes
semelhantes têm sido notados em outros estudos de caso. Claro, você
precisa de ser cuidadoso sobre tornar -se sufocantemente dependente do
informante chave, especialmente devido à influência interpessoal -
frequentemente indefinível - que o informante pode Ter sobre si. Uma
maneira razoável de lidar com esta armadilha mais uma vez é confiar em
outras fontes de provas para corroborar qualquer perspectiva de tais
informantes e procurar provas contrárias tão cuidadosamente quanto
possível.
Um segundo tipo de entrevista é uma entrevista concentrada
( Merton et al.,1990), na qual um respondente é entrevistado por um
período curto de tempo - uma hora, por exemplo. Em tais casos, as
entrevistas podem continuar de resposta aberta e assumir uma maneira de
conversa, mas é mais passível de estar a seguir um certo conjunto de
questões derivadas do protocolo do estudo do caso.
Por exemplo, um propósito mais importante de tal entrevista pode
ser simplesmente corroborar certos factos que você pensa já terem sido
estabelecidos ( mas não perguntar sobre outros temas de natureza de
resposta aberta, mais alargada. Nesta situação, as questões específicas têm
de ser bem faladas, para que você aparente genuinamente ingénuo acerca do

104
tema e permita ao respondente fornecer um comentário fresco sobre o
assunto: em contraste, se perguntar questões guiadas, o propósito
corroboratório da entrevista não terá sido conseguido. Mesmo assim, precisa
de ter cuidado quando os entrevistados aparentam estar a ecoar os mesmos
pensamentos - corroborando -se uns aos outros, mas numa maneira
conspiratória. São necessárias mais provas. Ima maneira é semelhante
àquela usada por bons jornalistas, que irão tipicamente estabelecer a
sequência de acontecimentos ao deliberar verificar com pessoas que se sabe
terem perspectivas diferentes. Se um dos entrevistados não fizer
comentários, embora os outros tenham tendência a corroborar as versões uns
dos outros daquilo que aconteceu, o bom jornalista irá mesmo indicar este
resultado, citando o facto de que uma pessoa foi perguntada mas declinou
comentar.
No entanto, um terceiro tipo de entrevista vincula questões mais
estruturadas, junto com as linhas de uma vigilância formal. Tal vigilância
podia ser planeada como parte de um estudo de caso. Esta situação seria
relevante, por exemplo, se estivesse a fazer um estudo de caso de um bairro
e vigiasse os residentes ou comerciantes como parte do estudo de caso. Este
tipo de vigilância envolveria tanto os procedimentos de amostragem e os
instrumentos usados nas vigilâncias normais, e subsequentemente seria
analisada de maneira semelhante. A diferença seria o papel da vigilância em
relação a outras fontes de prova; por exemplo, as percepções dos residentes
do declínio ou melhorias do bairro não iriam necessariamente ser tomadas
como uma medida de verdadeiro declínio ou melhoria, mas seria
considerada apenas uma componente da avaliação geral do bairro. ( ver
CAIXA 17 para outro exemplo, mostrando como as vigilâncias podem ser
usadas em conjunção com, em vez de, estudos de casos.)
No geral, as entrevistas são uma fonte essencial de provas de
estudo de caso, porque a maioria dos estudos de caso são sobre assuntos
humanos. Estes assuntos humanos deveriam ser relatados e interpretados
através dos olhos de entrevistados específicos, e respondentes bem
informados podem fornecer perspectivas importantes da situação. Eles
podem também fornecer atalhos à história anterior da situação, ajudando - o
a identificar outras fontes relvastes de provas. No entanto, as entrevistas
deviam sempre ser consideradas apenas relatórios verbais. Como tal, são
sujeitas aos problemas comuns do preconceito, pobre lembrança, e

105
articulação inexacta ou pobre. Mais uma vez, uma abordagem razoável é
corroborar dados de entrevista com informações de outras fontes.
Uma questão comum sobre gravar entrevistas tem a ver com o uso
de gravadores. Usar tais aparelhos é em parte uma questão de preferência
pessoal. As cassetes certamente fornecerão uma interpretação mais exacta
de qualquer entrevista do que qualquer outro método. No entanto, um
gravador não deveria ser usado quando a) um entrevistado recusa
autorização ou aparenta estar desconfortável na sua presença, b) não há
plano específico para transcrever ou ouvir sistematicamente os conteúdos
das cassetes, c) o investigador é desajeitado o suficiente com aparelhos
mecânicos, de modo que o gravador possa ser uma distracção durante a
entrevista, ou d) o investigador pensa que o gravador é um substituto para
"escutar" atentamente ao longo do curso de uma entrevista.

CAIXA 17
Integrar o Estudo de Caso e Provas de Vigilância
Certos estudos podem beneficiar quando as mesmas questões são afirmadas para dois
conjuntos de" sítios " - um conjunto mais pequeno que é a matéria dos estudos de caso e um conjunto
maior que é a matéria da vigilância. As respostas podem ser comparadas pela consistência, mas os
"sítios" do estudo do caso podem permitir algumas perspectivas nos processos causais, ao passo que os
sítios de vigilância podem fornecer algumas indicações da prevalência de um fenómeno.
Esta abordagem foi usada num estudo de inovações organizacionais de Robert K. Yin (
Mudar as Burocracias Urbanas, 1979). Para certas questões chave, a prova de 19 sítios de estudos de
caso foi tabelada junto com provas de 90 sítios de telefone. A comparação mostrou que os resultados
não diferiam e forneceram mais confiança que os dois conjuntos de sítios que apontavam em direcção
a um padrão consistente de comportamento de inovação. A juntar às tabelações paralelas, as análises
compararam deliberadamente as descobertas de estudos de caso com as de sítios de vigilância, mais
uma vez para determinar o grau de convergência das duas fontes de dados.

Observação Directa
Ao fazer a visita de campo ao " sítio" do estudo de caso, você está a
criar a oportunidade para observações directas. Assumindo que o fenómeno
de interesse não tem sido puramente histórico, alguns comportamentos
relevantes ou condições ambientais estarão disponíveis para observação.

106
Tais observações servem ainda como outra fonte de provas num estudo de
caso.
As observações podem ir de actividades de recolha de dados
formais a casuais. Mais formalmente, os protocolos observacionais podem
ser desenvolvidos como parte do protocolo do estudo do caso, e ao
trabalhador de campo pode ser pedido que meça a incidência de certos tipos
de comportamentos durante certos períodos de tempo no campo. Isto pode
envolver observações de reuniões, actividades de passeio de rua, trabalho de
fábrica, salas de aula, e outros. Menos formalmente, observações directas
podem ser feitas através de uma visita de campo , incluindo aquelas ocasiões
durante as quais outras provas, tal como as entrevistas, estão a ser
recolhidas. Por exemplo, a condição de edifícios ou espaços de trabalho
indicará algo sobre o clima ou empobrecimento de uma organização;
semelhantemente, a localização ou a mobília do escritório de um
respondente pode ser um indicador da posição do respondente dentro da
organização.
As provas observacionais são frequentemente úteis a fornecer
informações adicionais sobre o tema a ser estudado. Se um caso é sobre, por
exemplo, uma nova tecnologia, as observações da tecnologia no trabalho são
ajudas preciosas para qualquer outro entendimento dos limites ou problemas
com tecnologia. Semelhantemente, as observações de um bairro ou de uma
unidade organizacional adiciona novas dimensões para compreender o
contexto ou o fenómeno a ser estudado. As observações podem ser tão
valiosas que pode até considerar tirar fotografias no sítio do estudo do caso.
No mínimo, estas fotografias ajudarão a transmitir características
importantes do caso a observadores exteriores ( ver Dabbs, 1982). Note, no
entanto, que em algumas situações - tais como estudantes de fotografia de
escolas públicas - precisará de autorização escrita antes de proceder.
Para aumentar a fiabilidade das provas observacionais, um
procedimento comum é ter mais do que um único observador a fazer uma
observação - quer da variedade formal ou casual. Assim, quando os recursos
permitem, a investigação de um estudo de caso deveria permitir o uso de
múltiplos observadores.

Observação participativa

107
A observação participativa é um modo especial de observação, no
qual você não é meramente um observador passivo. Em vez disso, você
pode assumir uma variedade de papéis dentro da situação de estudo do caso
e pode realmente participar nos acontecimentos a serem estudados. Em
bairros urbanos, por exemplo, estes papéis podem ir de ter interacções
sociais casuais com vários residentes até fazer actividades funcionais
específicas dentro do bairro ( ver Yin, 1982 a). Os papéis para diferentes
estudos ilustrativos nos bairros e organizações têm incluído:
· Ser residente num bairro que é a matéria do estudo do caso ( ver Gans,
1962, e CAIXA 18 )
· Tomar alguns outros papéis funcionais num bairro, tal como servir
como assistente de armazém
· Servir como membro do pessoal num cenário organizacional
· Ser quem toma a decisão chave num cenário organizacional ( ver
Mechling, 1974 )

CAIXA 18
Observação Participativa num Bairro
Perto de " Street Corner Society "
A observação participativa era um método usado frequentemente para estudar bairros
urbanos durante os anos 60. Um desses estudos de fama subsequente foi conduzido por Herbert
Gans, que escreveu Os aldeões Urbanos ( 1962 ), um estudo sobre um " grupo e classe na vida
de Italianos - Americanos."
A metodologia de Gans está documentada num cap. separado do seu livro, intitulado "
Sobre os Métodos Usados Neste Estudo". Ele notta que as suas provas foram baseadas em seis
abordagens: o uso das instalações do bairro, a frequência de reuniões, visitas informais com
vizinhos e amigos, entrevistas formais e informais, o uso de informantes e a observação directa.
De todas estas fontes, o " papel de participação resultou como sendo bastante produtivo "
( pp.339 -340). Este papel era baseado no facto de Gans ser realmente um residente, juntamente
com a sua mulher, do bairro que estava a estudar. O resultado é uma afirmação clássica da vida
do bairro passar por renovação urbana e mudança e forte contraste com a estabilidade encontrada
perto de Street Corner Society ( 1943/ 1955) de Whyite, alguns 20 anos antes.

108
A técnica da observação participativa tem sido frequentemente
usada em estudos antropológicos de grupos e sub - grupos culturalmente
diferentes. A técnica também pode ser usada em mais cenários do
quotidiano, tais como uma organização ou outros grupos pequenos ( ver
CAIXA 19).
A observação participativa fornece certas oportunidades fora do
normal de recolher dados de estudo de caso, mas também envolve grandes
problemas. A oportunidade mais distintiva está relacionada com a sua
capacidade de ganhar acesso a acontecimentos ou grupos que são, caso
contrário, inacessíveis à investigação científica. Por outras palavras, para
alguns temas, pode não haver outra maneira de recolher provas do que
através da observação participativa. Outra oportunidade distintiva é a
capacidade de perceber a realidade do ponto de vista de alguém " dentro "
do estudo do caso em vez de externo a ele. Muitos têm argumentado que tal
perspectiva não é valiosa a produzir um retrato " exacto " do fenómeno do
estudo do caso. Finalmente, outras oportunidades surgem porque você tem a
capacidade de manipular acontecimentos de menos importância - tais como
convocar uma reunião de um grupo de pessoas no estudo do caso. Apenas
através de observação participativa pode tal manipulação ocorrer, como o
uso de documentos, registos de arquivo, e entrevistas, por exemplo, todos
assumem um investigador passivo. As manipulações não serão tão precisas
como as das experiências, mas podem produzir uma variedade maior de
situações para os propósitos de recolha de dados.
Os maiores problemas relacionados com a observação participativa
têm a ver com os potenciais preconceitos produzidos ( ver Becker, 1958).
Primeiro, o investigador tem menos capacidade para trabalhar como um
observador externo e pode, às vezes, ter de assumir posições ou advogar
papéis contrários aos interesses das boas práticas científicas. Segundo, o
observador participante é passível de seguir um fenómeno normalmente
conhecido e tornar - se um apoiante do grupo ou organização a serem
estudados, se tal apoio não existisse já. Terceiro, o papel de participante
pode simplesmente requerer demasiada atenção relativa ao papel de
observador. O observador participante pode não ter tempo suficiente para
tirar notas ou para levantar questões sobre eventos de diferentes
perspectivas, como um bom observador deve fazer.

109
Estas trocas entre as oportunidades e os problemas têm de ser
consideradas seriamente ai tomar qualquer estudo de observação
participativa. Sob algumas circunstância, esta abordagem às provas do
estudo do caso pode ser mesmo a abordagem certa; sob outras
circunstâncias, a credibilidade de um projecto de estudo de caso pode ser
ameaçado.

CAIXA 19
Um estudo de Observador Participativo
Num Cenário do " Quotidiano"
Eric Redman fornece uma visão interna de como o Congresso funciona no seu
conceituado estudo, A Dança da Legislação ( 1973). O estudo do caso localiza a introdução e
passagem da legislação que criou o Corpo Nacional dos Serviços de Saúde durante o 91º Congresso
em 1970.
A informação de Redman, do ponto de vantagem de um autor que esteve também no
pessoal de um dos principais apoiantes da lei, Senador Warren G. Magnuson, não está simplesmente
bem escrito e fácil de ler. Esta informação também fornece ao leitor uma visão interior das operações
diárias do Congresso - da Introdução da lei até à sua eventual passagem, incluindo as políticas de
sessão de especulação quando R. Nixon era Presidente.
A informação é um exemplo excelente de observação participativa num cenário
contemporâneo. Contém informação sobre o papel dos internos que poucas pessoas têm tido o
privilégio de partilhar. As estratégias legislativas subtis, o papel dissimulado dos empregados do
comité e dos lobbyistas , e a interacção entre os ramos legislativo e executivo do governo estão bem
recreados pelo estudo do caso, e todos adicionam à compreensão geral do leitor do processo
legislativo.

Artefactos Físicos
Uma fonte final de provas é o artefacto físico ou cultural - um
engenho tecnológico, uma ferramenta ou instrumento, uma peça de arte, ou
qualquer outra prova física. Tais artefactos podem ser recolhidos ou
observados como parte de uma visita de campo e tem sido usado
extensivamente na investigação antropológica.
Os artefactos físicos têm menos relevância potencial no tipo de
caso de estudo mais típico. No entanto, quando relevante, os artefactos
podem ser uma componente importante no geral do caso. Por exemplo, um

110
estudo do caso do uso de micro - computadores na sala de aula precisava de
verificar a natureza do verdadeiro uso das máquinas. Embora o uso pudesse
ser directamente observado, um artefacto - a impressora - estava também
disponível. Os estudantes usavam estas impressoras como os produtos
acabados do seu trabalho e mantinham blocos de notas das impressões. Cada
impressão mostrava não apenas o tipo de trabalho escolar que tinha sido
feito, mas também a data e quantidade de tempo usado no computador para
fazer o trabalho. Ao examinar as impressões, os investigadores do estudo do
caso eram capazes de desenvolver uma perspectiva mais alargada
respeitante a todas as aplicações na sala de aula, para além daquelas que
podiam ser observadas directamente num período curto de tempo.

Sumário
Esta secção tem revisto seis fontes comuns de provas de estudo de
caso. Os procedimentos para recolher cada tipo de provas tem de ser
desenvolvido e melhorado independentemente para assegurar que cada fonte
está a ser usada devidamente. Nem todas as fontes serão relevantes para
todos os estudos de caso. No entanto, o investigador de estudo de caso
treinado deveria estar familiarizado com cada abordagem - ou ter colegas
que possuem a peritagem necessária e que podem trabalhar como membros
da equipa do estudo do caso.

TRÊS PRÍNCIPIOS DE RECOLHA DE DADOS


Os benefícios destas seis fontes de provas podem ser maximizados
se seguir os três princípios. Estes princípios são relevantes para todas as seis
fontes e, quando usados correctamente, podem ajudar a lidar com os
problemas de estabelecer o constructo de validade e fiabilidade do estudo do
caso. Os três são os que se seguem.

Princípio 1: Use Fontes Múltiplas de Provas


Qualquer das fontes anteriores de provas podem e têm sido a base
para estudos inteiros. Por exemplo, alguns estudos têm confiado apenas na
observação participativa, mas não têm examinado um único documento;
semelhantemente, há numerosos estudos que têm confiado em registos de
arquivo mas que não têm envolvido uma única entrevista.

111
Este uso isolado de fontes de uso podem ser uma função da
maneira independente que as fontes têm tipicamente concebido- como se um
investigador devesse escolher a única fonte mais apropriada ou aquela com
que está mais familiarizado. Assim, em muitas ocasiões, os investigadores
têm anunciado o plano de um novo estudo ao identificar tanto o problema a
ser estudado como a selecção de uma única fonte de provas - tal como as "
entrevista " - como o ponto de concentração do esforço da recolha de dados.

Triangulação: Pensamento lógico para usar fontes múltiplas de


provas. Uma abordagem às fontes individuais de provas tais como a
discutida acima não é, no entanto, recomendada para conduzir estudos de
caso. Pelo contrário, uma força maior da recolha de dados de estudo de caso
é a oportunidade para usar muitas fontes diferentes de provas ( ver CAIXA
20 para um exemplo de um destes estudos ). Mais, a necessidade de usar
múltiplas fontes de provas excede de longe que noutras estratégias de
investigação, tais como experiências, vigilâncias, ou histórias. As
experiências, por exemplo, estão largamente limitadas à medição e gravação
de comportamentos no laboratório e geralmente não incluem o uso
sistemático da vigilância ou informação verbal. As vigilância tendem a ser o
oposto, enfatizando a informação verbal, mas não a medição ou gravação do
comportamento. Finalmente, as histórias estão limitadas aos acontecimentos
no passado " morto " e por isso, raramente têm qualquer fontes de provas
contemporâneas, tais como observações directas de um fenómeno de
entrevistas com actores chave.
Claro, cada uma destas estratégias pode ser modificada, criando
estratégias híbridas, nas quais fontes de provas múltiplas são mais passíveis
de serem relevantes. Um exemplo disto é a evolução dos estudos da "
história oral" nas últimas décadas. Mesmo assim, tal modificação das
estratégias tradicionais não altera o facto de que o estudo do caso lida
inerentemente com uma grande variedade de provas, ao passo que as outras
estratégias não o fazem.
O uso de fontes múltiplas de provas nos estudos de caso permite
que um investigador se dirija a um alcance histórico mais alargado, assuntos
de comportamento e atitudes. No entanto, a vantagem mais importante
apresentada pelo uso de fontes múltiplas é o desenvolvimento das linhas
convergentes de inquérito, um processo de triangulação mencionado

112
repetidamente na secção anterior deste cap.. Assim, qualquer descoberta ou
conclusão num estudo de caso é passível de ser muito mais convincente e
exacta se for baseada em várias fontes diferentes de informação, seguindo
um modo corroboratório.
Patton ( 1987 ) discute quatro tipos de triangulação ao fazer
avaliações - isto é, a triangulação
1. De fontes de doados ( triangulação de dados)
2. Entre diferentes avaliadores ( triangulação do
investigador )
3. Das perspectivas no mesmo conjunto de dados ( teoria da
triangulação), e
4. Dos métodos ( triangulação metodológica).
A presente discussão pertence apenas ao primeiro destes quatro
tipos, encorajá - lo a recolher informações de fontes múltiplas, mas com o
objectivo de corroborar o mesmo facto ou fenómeno. A Figura 4.2.
distingue entre duas condições - quando você triangulou realmente ( porção
de cima ) e quando você tem fontes múltiplas que mesmo assim se dirigem a
factos diferentes ( porção de baixo).
Com a triangulação, os potenciais problemas do constructo de
validade podem também ser dirigidos, porque as fontes múltiplas de provas
fornecem essencialmente medidas múltiplas do mesmo fenómeno. Não
surpreendentemente, uma análise de métodos de estudos de caso descobriu
que esses estudos de caso que usam fontes múltiplas de provas eram taxadas
mais elevadamente, em termos da sua qualidade geral, do que aqueles que se
baseavam apenas numa única fonte de informação ( ver Yin, Bateman, &
Moore, 1983).
Caixa 20
Usar Fontes Múltiplas de Provas em Estudos de Caso
Os estudos de caso não precisam de ser limitados a uma +única fonte de provas. De facto, a
maioria dos melhores estudos de caso baseiam -se numa grande variedade de fontes.
Um exemplo de um estudo de caso que usou tal variedade é um livro de Gross et al.,
Implementar Inovações Organizacionais ( 1971 ) cobrindo acontecimentos numa única escola. O
estudo do caso incluía uma vigilância estruturada de um grande número de professores, entrevistas de
resposta aberta com um número mais pequeno de pessoas chave, um protocolo observacional para
medir o tempo que os estudantes gastavam nas várias tarefas, e uma revisão dos documentos
organizacionais. Tanto a vigilância como os procedimentos de observação levaram a informações
quantitativas sobre atitudes e comportamentos na escola, ao passo que as entrevistas de resposta aberta
e provas documentárias levaram a informações qualitativas.
Todas as fontes de prova foram revistas e analisadas juntas, de modo que as descobertas do
estudo do caso fossem baseadas na convergência da informação de diferentes fontes, nem quantitativas
nem qualitativas apenas.

113
CONVERGÊNCIA DAS FONTES MÚLTIPLAS DE PROVAS
( estudo simples )

Registos de
Arquivo
Documentos Entrevistas de
Resposta aberta
FACTO
Entrevistas
Observações concentradas
( directa e participativa) Entrevistas estruturadas
e vigilâncias

NÃO CONVERGÊNCIA DE FONTES MÚLTIPLAS DE


PROVAS
( sub - estudos separados )

entrevistas descobertas conclusões

vigilância descobertas conclusões

análise de
documentos descobertas conclusões

114
Figura 4.2 Convergência e Não convergência das Fontes Múltiplas de
Provas
FONTE: Corporação COSMOS

Pré-requisitos para usar fonte múltiplas de provas. Ao mesmo


tempo, o uso de fontes múltiplas de provas impõe um grande fardo,
referenciado anteriormente, sobre si e qualquer outro investigador de estudo
de caso. Primeiro é que a recolha de dados de fontes múltiplas é mais cara
do que se os dados fossem recolhidos de apenas uma fonte ( Denzin,
1978,p.61 ). Segundo e mais importante, cada investigador precisa de saber
como levar a cabo a variedade completa de técnicas de recolha de dados.
Por exemplo, um investigador de estudo de caso pode ter de recolher e
analisar provas documentárias como na história, para retirar e analisar
registo de arquivo como na investigação de operações económicas, e para
planear e conduzir vigilâncias como numa investigação de vigilância. Se
alguma destas técnicas é usada impropriamente, a oportunidade para dirigir
uma ordem mais alargada de assuntos, ou estabelecer linhas de inquérito
convergentes, pode estar perdida. Esta necessidade para melhorar as técnicas
de recolha de dados levanta, por isso, questões importantes, no que diz
respeito ao treino e peritagem do investigador do estudo do caso.
Infelizmente, muitos programas de treino graduados enfatizam um
tipo de actividade de recolha de dados sobre todos os outros e o estudante
com sucesso não é passível de ter a oportunidade melhorar os outros. Para
ultrapassar tais condições, você deveria procurar outras maneiras de obter o
treino e a prática necessários. Ima forma é trabalhar numa organização de
investigação multidisciplinar, em vez de estar limitado a um único
departamento académico. Outra forma é analisar as escritas metodológicas
de uma variedade de cientistas sociais ( ver Hammond, 1968) e aprender
sobre as forças e fraquezas das diferentes técnicas de recolha de dados como
têm sido praticadas por eruditos experientes. Ainda, uma terceira maneira de
planear diferentes estudos piloto que fornecerão um oportunidade para
praticar diferentes técnicas.
Independentemente da experiência ganha, todo o investigador de
estudo deveria estar bem informado sobre uma variedade de técnicas de

115
recolha de dados, de modo que um estudo de caso possa usar fontes
múltiplas de provas. Sem tais fontes múltiplas, uma vantagem inavaliável
da estratégia do estudo de caso ter - se -à perdido.

Princípio 2: Criar uma Base de Dados de um Estudo de Caso


Um segundo principio tem a ver com a maneira de organizar e
documentar os dados recolhidos para estudos de caso. Aqui, a estratégia de
estudo de caso tem muito que aprender das práticas usadas com outras
estratégias, nas quais a documentação geralmente consiste de duas recolhas
separadas:
1. Os dados ou base de provas e
2. O relatório do investigador, quer em artigo, relatório ou
livro

Com o advento dos ficheiros computadorizados, a distinção entre


estas duas recolhas tem sido tornada mais clara. Por exemplo, os
investigadores em investigação psicológica, vigilância e económica podem
mudar as cassetes de dados e outra documentação que contenha apenas
realmente a base de dados - por exemplo, respostas comportamentais ou
testes de pontuação em psicologia, discrimina respostas a várias questões de
vigilância, ou indicadores económicos. A base de dados pode depois ser
matéria de análises separadas, secundárias, independentes de qualquer
relatório pelo investigador original.
No entanto, com estudos de caso, a distinção entre uma base de
dados separada e o relatório de estudo de caso ainda não se tornou uma
prática institucionalizada. Muito frequentemente, os dados de estudo de caso
são sinónimos de provas apresentadas no relatório do estudo do caso, e um
leitor crítico não tem recurso se quiser inspeccionar a base de dados que
conduziu às conclusões do estudo do caso. Uma excepção importante para
isto têm sido os Ficheiros da Área das Relações Humanas da Universidade
de Yale, os quais armazenam os " dados " para numerosos estudos
etnográficos de diferentes grupos culturais, tornando estes dados disponíveis
para os novos investigadores de investigação. No entanto, independente da
necessidade de um repositório central, o ponto principal aqui é que cada
projecto de estudo de caso deveria esforçar - se para desenvolver uma base
de dados formal, apresentável, de modo que, em principio, outros

116
investigadores possam rever as provas directamente e não estar limitados
aos relatórios escritos. Desta maneira, a base de dados do estudo de caso
aumenta marcadamente a fiabilidade do estudo de caso completo.
A falta de uma base de dados formal para a maioria dos esforços de
estudos de caso é uma importante insuficiência da investigação de estudos
de caso e precisa de ser corrigida no futuro. Há numerosas maneiras de
conseguir atingir a tarefa, desde que você e outros investigadores estejam
conscientes da necessidade e estejam dispostos a comprometeram -se com
os recursos adicionais necessários para construir uma base de dados. Ao
mesmo tempo, a existência de uma base de dados inadequada não impede a
necessidade de apresentar provas suficientes dentro do próprio relatório do
estudo do caso ( a ser discutido mais à frente no cap. 6). Cada relatório
deveria ainda conter dados suficientes de modo que o leitor do relatório
possa retirar conclusões independentes sobre o estudo do caso.
Mesmo assim, o problema inicial de estabelecer uma base de dados
de estudo do caso não tem sido reconhecida pela maioria dos livros sobre "
métodos de campo." As sub - secções abaixo representam uma extensão do
actual estado da arte. As notas, documentos, materiais tabelares e narrativas.
Notas de Estudo de caso. Para estudos de caso, as notas são passíveis
de serem a componente mais normal de uma base de dados. Estas notas
tomam uma variedade de formas. As notas podem resultar das entrevistas de
um investigador, observações, ou análise de documentos. As notas podem
estar manuscritas, dactilografadas, em cassetes áudio ou em disquetes de
micro - computadores e podem estar reunidas em forma de um diário, ou
cartões de índice, ou de forma menos organizada.
Independentemente da sua forma ou conteúdo, estas notas de estudo
de caso devem ser armazenadas de maneira que outras pessoas, incluindo o
investigador, possam usá - las eficientemente mais tarde. Mais
normalmente, as notas podem ser divididas nas matérias principais - como
limitado num protocolo de estudo de caso - cobertas por um estudo de caso;
no entanto, qualquer sistema classificativo servirá, enquanto o sistema seja
evidente para uma parte exterior. Apenas desta maneira as notas estarão
disponíveis como parte da base de dados do estudo do caso.
Esta identificação das notas como parte da base de dados do estudo
de caso não significa, no entanto, que o investigador precisa de gastar
excessivas quantias de tempo a rescrever entrevistas ou a fazer mudanças

117
editoriais extensas para tornar as notas apresentáveis. Tal construção de um
registo de caso, incluindo a edição e rescrita das notas de entrevista, é
recomendada por pelo menos um autor ( Patton, 1980, p. 303), mas resulta
numa prioridade mal colocada. Qualquer esforço de edição parecido deveria
ser dirigido ao próprio relatório do estudo de caso, não às notas. As únicas
características essenciais das notas é que sejam organizadas, categorizadas,
completas e disponíveis para um acesso mais tardio.

Documentos de estudo de caso. Muitos documentos relevantes para


um estudo de caso serão recolhidos durante o curso de um estudo. O cap.3
indicou que a disposição destes documentos deveria ser coberta no
protocolo do estudo do caso e sugeriu que uma maneira auxiliadora é ter
uma bibliografia anotada destes documentos. Tais anotações iriam ami8s
uma vez facilitar o armazenamento e recuperação, de modo que outros
investigadores mais tarde possam inspeccionar ou partilhar a base de dados.
A única característica destes documentos é que eles são passíveis de
requerer uma grande quantidade de espaço físico de armazenamento. A
juntar, os documentos podem ser de importância variada para a base de
dados, e o investigador pode querer estabelecer um ficheiro primário e um
ficheiro secundário de tais documentos. O objectivo principal, mais uma
vez, é tornar os documentos rapidamente recuperáveis para inspecções mais
tarde e leituras cuidadosas. Naquelas situações em que os documentos foram
relevantes para entrevistas específicas, uma contra - referência adicional é
ter as notas da entrevista discriminada no documento.

Materiais tabelares. A base de dados pode consistir em materiais


tabelares, quer recolhidos do sítio a serem estudados ou criados pela equipa
de investigação. Tais materiais podem incluir vigilância e outros dados
quantitativos. Por exemplo, uma vigilância pode ter sido conduzida num ou
mais sítios do estudo de caso como parte do estudo geral. Em tais situações,
ao lidar com provas de arquivo ou observacionais, um estudo de caso pode
ter chamado por " contas " de vários fenómenos ( ver Miles, 1979 ). A
documentação destas contas, feitas pela equipa do estudo do caso, também
deveria ser organizada e armazenada como parte da base de dados.
Resumindo, quaisquer materiais tabelares, quer baseados em vigilâncias,
contas observacional, ou dados de arquivos, podem ser tratados de uma

118
maneira semelhante à maneira como eles são lidados em outras estratégias
de investigação.

Narrativas. Certas formas de narrativa também podem ser


consideradas uma parte formal da base de dados e não parte do relatório
final do estudo do caso. Isto é reflectido por uma prática especial que
deveria ser usada mais frequentemente: os investigadores do estudo de caso
comporem respostas abertas às questões do protocolo no estudo de caso.
Esta prática foi usada em várias ocasiões em estudos de casos múltiplos
planeados pelo autor ( ver CAIXA 21). As questões e respostas, de forma
modificada, podem mesmo servir directamente como base para o relatório
final do estudo do caso, como descrito mais à frente no cap.6.

CAIXA 21
Narrativas na Base de Dados de um Estudo de Caso
Uma série de 12 estudos de caso foi feita sobre o uso do micro computador nas
escolas ( Yin & White, 1984). Cada estudo de caso era baseado em respostas abertas a
cerca de 50 questões de protocolo respeitante a assuntos tais como o número e localização
dos micro - computadores ( uma questão de inventário requerindo respostas tabelares e
narrativas), a relação entre as unidades do micro- computador e outros sistemas
computadorizados dentro do distrito escolar, e o treino e coordenação fornecidos pelo
distrito.
A primeira responsabilidade do investigador do estudo do caso era responder a
estas 20 perguntas tão completamente quanto possível, citando fontes específicas de
provas em notas de rodapé. Estas respostas não eram editadas mas serviam como base
para os relatórios de casos individuais e análises de contra - caso. A disponibilidade da
base de dados significava que outros membros da equipa do estudo do caso podiam
determinar os acontecimentos em cada sítio, mesmo antes dos relatórios de estudo de caso
estarem completos. Estes ficheiros continua um fonte de provas rica que podia ser usada
outra vez, mesmo como parte de outro estudo.

119
Em tal situação, cada resposta representa uma tentativa de integrar as
provas disponíveis e de convergir sobre factos do assunto ou as suas
interpretações tentadas. O processo é na verdade analítico e é parte integral
da análise do estudo do caso. O formato para as respostas pode ser
considerado análogo ao do exame compreensivo de " levar para casa", usado
nos programas de graus graduados. O investigador é o respondente. E o seu
objectivo é citar as provas relevantes - quer de entrevistas, documentos,
observações, ou provas de arquivo - para compor uma resposta adequada. O
objectivo principal da resposta aberta é documentar a relação entre peças
específicas de provas e vários assuntos no estudo do caso, usando notas de
rodapé e citações generosamente.
O conjunto completo de respostas pode ser considerados parte da
base de dados do estudo do caso. O investigador, juntamente com outra
parte interessada, pode depois usar esta base de dados para compor o
verdadeiro relatório do estudo do caso. Ou, se não forem compostos
relatórios respeitantes a casos individuais ( ver Cap.6 para tais situações), as
respostas podem servir como a base de dados para subsequente análise de
contra - caso. Mais uma vez, porque as respostas são parte da base de dados
e não do relatório final, os investigadores não deveriam gastar muito tempo
a tentar tornar as respostas apresentáveis. Em outras palavras, eles não
precisam de representar a edição padronizada e tarefas de edição de cópias 8
e as respostas podem mesmo permanecer manuscritas e não
dactilografadas). O atributo mais importante das boas respostas é que elas na
verdade ligam as provas específicas - através de citação adequada - aos
assuntos pertinentes de estudos de caso.

Principio 3 : Manter uma Cadeia de Provas


Outro principio a ser seguido, para aumentar a fiabilidade da
informação num estudo de caso, é manter uma cadeia de provas. Tal
principio é baseado numa noção semelhante à usada nas investigações
criminais.
O principio é permitir um observador externo - o leitor do estudo
do caso, por exemplo - seguir a derivação de algumas provas das questões
iniciais da investigação para ultimar as conclusões do estudo do caso. Mais,
este observador externo deve ser capaz de localizar os passos em ambas as
direcções ( das conclusões até às questões de investigação iniciais ou das

120
questões para as conclusões ). Como acontece com as provas criminais , o
processo de se ser apertado o suficiente para que as provas apresentadas em
" tribunal " - o relatório do estudo do caso - sejam seguramente as mesmas
que as recolhidas no local do " crime " durante o processo de recolha de
dados; inversamente, nenhuma prova original deve ser perdida, devido ao
descuido ou preconceitos, e por isso deixar de receber a atenção apropriada
ao considerar os " factos " de um caso. Se estes objectivos são alcançados,
um estudo de caso terá também atingido o problema metodológico de
determinar o constructo da validade, e assim aumentar a qualidade geral do
caso.
Imagine o cenário seguinte. Você leu as conclusões num relatório
de estudo de caso, quer saber mais sobre a derivação desta conclusão, e está
a localizar a processo de investigação ao contrário.
Primeiro, o relatório em si deveria ter feito citações suficientes às
porções relevantes da base de dados do estudo do caso - por exemplo,
citando documentos específicos, entrevistas e observações ( ver CAIXA 22
para um exemplo contrário ). Segundo, a base de dados, sob inspecção,
deveria revelar as verdadeiras provas e também indicar as circunstâncias sob
as quais as provas foram recolhidas - por exemplo, o tempo e local de uma
entrevista. Terceiro, estas circunstâncias deveriam ser consistentes com os
procedimentos específicos e questões contidas no protocolo do estudo do
caso, para mostrar que a recolha de dados seguiu os procedimentos
estipulados no protocolo. Finalmente, um leitura do protocolo deveria
indicar o elo entre o conteúdo do protocolo e as questões iniciais do estudo.
No agregado, tem por isso sido capaz de se movimentar de uma
porção do estudo do caso para outra, com procedimentos metodológicos
contra - referenciais claros e para as provas resultantes. Esta é a derradeira "
cadeia de provas " que é desejável.

CAIXA 22
Casos Descritivos a Precisar de Provas
Um estudo de caso descritivo é normalmente considerado menos exigente do que um explanatório.
Pouca teoria é tida como necessária, elos causais não têm de ser feitos, e a análise é mínima. O investigador
estudo do caso é simplesmente suposto de ser livre de " dizer tal como é".
Os três " Retratos de Escolas Secundárias Exemplares " de Sara Lightfoot publicados no Daedalus (
1981 ), são exemplos de tais estudos de caso descritivos. Cada caso cobre uma escola secundária distinta, o
seu pessoal e currículo, alguns acontecimentos críticos, e apanhados do quotidiano da vida escolar. Os "
retratos " como trabalhos de arte, são idiossincráticos para cada escola e não seguem qualquer estrutura
teórica normal.
No entanto, mesmo sob estas condições, as provas evidentes precisam de ser citadas. Uma
deficiência importante destes estudos de caso é que nenhum deles tem uma única nota de rodapé - citando
entrevistas específicas, documentos, ou observações. O leitor não pode dizer que fontes o autor usou e por isso
não pode independentemente julgar a fiabilidade da informação. Tal problema pode subverter a credibilidade
de um completo estudo de caso. 121
SUMÁRIO

Este cap. reviu seis tipos de provas de estudos de caso, como ela
podem ser recolhidas, e três importantes princípios respeitantes ao processo
de recolha de dados.
O processo de recolha de dados para estudos de caso é mais
complexo do que os processos usados em outras estratégias de investigação.
O investigador do estudo de caso deve ter uma versatilidade metodológica
não necessariamente requerida para usar outras estratégias e deve permitir
certos procedimentos formais para assegurar o controlo de qualidade
durante o processo de recolha de dados. Os três princípios descritos acima
são passos nessa direcção. Não se pretende que ponha numa camisa de
forças o investigador inventivo e cheio de perspectivas. Pretende - se que
façam o processo tão explicito quanto possível, de modo que os resultados
finais - os dados que foram recolhidos - reflictam uma preocupação pelo
constructo de validade e pela fiabilidade, por isso tornando -se digno de
mais análise. Como tais análises podem ser levadas a cabo é a matéria do
próximo capítulo.

EXERCÍCIOS
1. Usar provas. Seleccione um dos estudos de caso citados
nas caixas deste livro. Percorra o estudo do caso e identifique
cinco " factos " importantes para o estudo do caso. Para cada
facto, indique a fonte ou fontes de provas, se algumas, usadas
para definir o facto. Em quantas instâncias havia mais do que
uma única fonte de provas?
2. Identificar tipos ilustrativos de provas. Nomeie um tema
de estudo de caso que gostaria de estudar. Para alguns aspectos

122
deste tema, identifique o tipo específico de provas que seriam
relevantes - por exemplo, se um documento, que tipo de
documento? Se uma entrevista, que respondentes e que
questões? Se um registo de arquivo, que registos e que
variáveis?
3. Procurar provas convergentes. Nomeie um incidente
particular que ocorreu recentemente na sua vida diária. Como
estabeleceria os " factos " deste incidente, se quisesse
demonstrar o que tinha acontecido? Entrevistaria pessoas
importantes ( incluindo a si próprio )?Teria havido alguns
artefactos ou documentação para se basear?
4. Praticar o desenvolvimento da base de dados. Para o tema
que você cobriu na questão anterior, escreva um pequeno
relatório ( não mais do que duas páginas dactilografadas ).
Comece este relatório com a questão mais importante a que
está a tentar responder, e depois forneça a resposta, citando as
provas que usou (o seu formato deveria incluir notas de
rodapé). Encare como esta sequência questão - resposta poderá
ser uma de muitas na sua "base de dados" total.
5. Estabelecer uma cadeia de provas. Afirme uma conclusão
hipotética que poderá emergir de um estudo de caso que você
vai fazer. Agora trabalhe ao contrário e identifique os dados
específicos ou provas que teriam apoiado tal conclusão.
Semelhantemente, trabalhe para trás e defina a questão de
protocolo que teria dirigido a recolha de provas, e depois a
questão de estudo que de volta levaria ao plano da questão de
protocolo. Compreende como esta cadeia de provas tem sido
formada, e como se pode avançar e recuar na localização da
cadeia?

Notas
1. Sugestões excelentes respeitantes às maneiras de verificar provas
documentais , incluindo o problema não trivial de determinar o
verdadeiro autor de um documento, são oferecidas por Barzun e Graff
( 1985, pp. 109 - 133).

123
2. Esta prática foi ilustrada muito eficazmente no livro best - seller de
Bernstein e Woodward ( 1974 ) na cobertura do Watergate. O trabalho
de campo dos autores, reflectido nas formas nas quais artigos
individuais foram escritos para apresentação no The Washington Post,
continuamente incluíam oportunidades para todos os participantes
exprimirem os seus pontos de vista ou para negarem as afirmações dos
outros. Quando pessoas chave não desejavam comentar, esta ocorrência
era também notada nos artigos.

Analisar as Provas de Estudo de Caso

A análise de dados consiste em examinar, categorizar, tabelar ou de


outra forma, recombinar as provas para dirigir as proposições iniciais de um
estudo. Analisar provas de estudos de caso é especialmente difícil porque as
estratégias e técnicas não foram bem definidas no passado. No entanto,
todas as investigações deveriam começar com uma estratégia analítica geral
- cedendo prioridades para o que analisar e porquê.
Dentro de tal estratégia, quatro técnicas analíticas dominantes
deveriam ser usadas: padrões de ligação, construção de explicações, análise
de séries de tempo e modelos lógicos de programas. Cada é aplicável quer
um estudo envolva um plano de caso simples ou múltiplo, e cada estudo de
caso deveria considerar estas técnicas. Outros tipos de técnicas analíticas são
também possíveis de lidar com situações especiais - nomeadamente, nas
quais um estudo de caso tem unidades de análise embutidas ou nas quais há
grandes números de estudos de caso para analisar. Estas outras técnicas
deveriam por isso ser usadas em conjunção com as quatro técnicas
dominantes, e não sozinhas.

124
Necessidade de uma Estratégia Analítica
A análise de provas de um estudo de caso é um dos menos
desenvolvidos e mais difíceis aspectos de fazer estudos de caso. Muitas
vezes, os investigadores começam estudos de caso sem ter a mais pequena
noção sobre como as provas devem ser analisadas ( apesar da recomendação
no capítulo 3 de que as abordagens analíticas serem desenvolvidas como
parte do protocolo do estudo do caso). Tais investigações facilmente ficaram
empatadas na fase analítica; este autor tem conhecido colegas que
simplesmente ignoraram os dados dos seus estudos de caso mês após mês,
sem saber o que fazer com as provas.
Devido a este problema, o investigador experiente de estudo de
caso é passível de ter grandes vantagens sobre os novatos na fase analítica.
Ao contrário das análises estatísticas, há poucas formulas fixas ou livros de
receitas para guiar os novatos ( um dos poucos textos para tentar isto é Miles
& Huberman, 1984 ). Em vez disso, muito depende do próprio estilo
rigoroso de pensar de um investigador, juntamente com a apresentação
suficiente de provas e consideração cuidadosa de interpretações alternativas.
Tal observação levou alguns a sugerir que uma abordagem a
análises bem sucedida é fazer dados de estudos de caso conducentes a
análises estatísticas - codificando acontecimentos em formas numéricas, por
exemplo. Tais estudos de caso "quantitativos ( Pelz, 1981) podem ser
possíveis quando se tem uma unidade embutida de análises dentro do estudo
do caso, mas esta abordagem ainda falha a dirigir as necessidades de fazer
análises ao nível de todo o caso, no qual poderá haver apenas um único ou
poucos casos.
Uma Segunda abordagem sugerida tem sido a de usar várias
técnicas analíticas ( ver Miles & Huberman, 1984 ), tais como:
· Pôr informação em diferentes ordens
· Fazer uma matriz de categorias e colocar as provas dentro
de tais categorias
· Criar mostradores de dados - mapas e outros engenhos -
para examinar os dados
· Tabelar a frequência de diferentes acontecimentos
· Examinar a complexidade de tais tabelações e as suas
relações, calculando números de segunda - ordem tais como
meios e variâncias

125
· Pôr informação em ordem cronológica ou usar um outro
esquema temporal

Estas técnicas são na verdade úteis e importantes e deveriam ser


usadas para pôr as provas em alguma ordem anterior à análise actual. Mias,
tais manipulações preliminares de dados são uma maneira de ultrapassar o
empatamento do problema mencionado acima. Ao mesmo tempo, as
manipulações devem ser feitas cuidadosamente para evitar que os resultados
sejam preconceituosos.
No entanto, mais importante do que estas duas abordagens é ter
uma estratégia analítica geral para começar. O último objectivo é tratar as
provas justamente, para produzir conclusões analíticas forçadas, e excluir
interpretações analíticas. O papel da estratégia geral é ajudar um
investigador a escolher entre várias técnicas diferentes e a completar a fase
analítica da investigação com sucesso. Dois tipos de tais estratégias são
descritos abaixo, após as quais formas específicas de conduzir a análise de
estudo de caso são revistas.

Duas Estratégias Gerais


Confiar em proposições teóricas. A primeira e mais preferida
estratégia é seguir as proposições teóricas que levam ao estudo do caso. Os
objectivos originais e plano do estudo do caso presumivelmente foram
baseados em tais proposições, as quais em troca reflectiam um conjunto de
questões de investigação, revisões da bibliografia e novas perspectivas.
As proposições teriam dado forma aos planos de recolha de dados e
por isso teriam dado prioridades às estratégias analíticas relevantes. Um
exemplo, de um estudo de relações intergovernamentais, seguiu as
proposições que os fundos federias não apenas tinham efeitos redistributivos
no dólar, mas também criaram novas mudanças organizacionais a nível do
local ( Yin, 1980 ). A proposição básica - a criação de uma burocracia "
contrária " na forma de organizações de planeamento locais, grupos de
acção de cidadãos, e outros escritórios novos dentro de um governo local,
mas também sintonizado para programa federais específicos - foi localizado
em estudos de caso de várias cidades. Para cada cidade, o propósito do
estudo do caso era mostrar como a formação e modificação em organizações
locais ocorreram após mudanças em programas federais relacionados e

126
mostrar como estas organizações locais agiam em nome dos programas
federais embora eles tivessem sido componentes de governos locais.
Esta proposição é um exemplo de uma orientação teórica guiando a
análise do estudo do caso. Claramente, a proposição ajuda a concentrar a
atenção em vários dados e a ignorar outros. ( Um bom teste é decidir que
dados poderia citar se tivesse apenas 5 minutos para defender a proposição
no seu estudo de caso ). A proposição também ajuda a organizar o estudo de
caso inteiro e a definir explicações alternativas a serem examinadas.
Proposições teóricas sobre relações causais - respostas a questões " como " e
" porquê " - podem ser muito úteis a guiar análises de estudo de caso desta
maneira.

Desenvolver uma descrição de caso. Um Segunda estratégia


analítica geral é desenvolver uma estrutura descritiva para organizar o
estudo do caso. Esta estratégia é menos preferível do que o uso de
proposições teóricas mas serve como uma alternativa quando as proposições
teóricas estão ausentes.
Ás vezes, o propósito original do estudo de caso pode ter sido
descritivo. Este foi o objectivo do famoso estudo sociológico de Middletown
( Lynd & Lynd, 1929), o qual foi um estudo de caso de uma pequena cidade
do centro oeste. O que é interessante em Middletown, aparte do seu valor
clássico como um caso rico e histórico, é a sua estrutura, reflectido pelos
seus capítulos:
· Cap. I: Arranjar uma modo de Vida
· Cap. II: Fazer um Lar
· Cap. III: Treinar os Jovens
· Cap. IV: Utilizar a Diversão
· Cap. V: Envolver - se em Práticas Religiosas
· Cap. VI: Envolver- se nas Actividades da Comunidade

Estes capítulos cobrem uma alcance de temas relevantes para a vida


da comunidade no principio do século vinte, quando Middletown foi
estudada. A estrutura descritiva também organiza a análise do estudo do
caso. ( Como um aparte, um exercício útil é notar a estrutura de estudos de
caso exemplares existentes - alguns citados nas CAIXAS ao longo deste

127
livro - ao examinar as suas tabelas de conteúdos, como uma pista implícita
para diferentes abordagens analíticas.)
Em outras situações, o objectivo original do estudo de caso pode
não ter sido descritivo, mas uma abordagem descritiva pode ajudar a
identificar o elo causal apropriado a ser analisado - mesmo
quantitativamente. A caixa 23 dá um exemplo de um estudo de caso que
estava relacionado com a complexidade de implementar programas de
desenvolvimento económico local. Tal complexidade, os investigadores
aperceberam - se, podia ser descrita em termos da multiplicidade de
decisões que tinham ocorrido de modo a que a implementação tivesse
sucesso. Esta perspectiva descritiva levou, mais tarde à enumeração,
tabelação, e daí quantificação das várias decisões. Neste sentido, a
abordagem descritiva foi usada para identificar a) um tipo de acontecimento
que pudesse ser quantificado e b) um padrão geral de complexidade que
derradeiramente foi usado num sentido causal para " explicar " porque é que
a implementação tinha falhado.

CAIXA 23
Quantificar os Elementos Descritivos de um Estudo de Caso

O livro de Pressman e Wildavsky, Implementação: Como as Grandes Expectativas


de Washington são Destruídas em Oakland ( 1973 ), é tido como um dos melhores
contribuições mais avançadas para o estudo da implementação. Este é o processo onde alguma
actividade programática - um projecto de desenvolvimento económico, um novo currículo numa
escola, ou um programa de prevenção do crime, por exemplo - é instalada numa organização
específica. O processo é complexo e envolve numerosos indivíduos, regras organizacionais,
normas sociais, e misturas de boas e más intenções.
Pode um processo tão complexo também ser matéria de inquéritos quantitativos e
análise? Pressman e Wildavsky oferecem uma solução inovadora. À dimensão de
implementações com sucesso podem ser descritas como sequência de decisões, um analista
pode concentrar parte do seu estudo de caso no número e tipos de tais decisões ou elementos.
Assim, no seu cap. intitulado " A complexidade da Acção Conjunta", os autores
analisam as dificuldades em Oakland: para implementar um programa de trabalhos públicos
eram necessárias um total de 70 decisões sequenciais - aprovações de projecto, negociações de
licenças, contractos de aluguer, a assim por diante. A análise examinou o nível de concordância
e o tempo necessário para alcançar concordância em cada uma dos 70 pontos de decisão. Dada a
diversidade normal de opinião e derrapagem no tempo, a análise ilustra - de forma quantitativa -
128
a baixa probabilidade de sucesso da implementação.
Sumário. A melhor preparação para conduzir a análise de um
estudo de caso é ter uma estratégia analítica geral. Duas foram descritas,
uma baseando - se em proposições teóricas e a outra começando com u ma
bordagem descritiva ao caso. Estas duas estratégias gerais sustentam os
procedimentos analíticos específicos a serem descritos abaixo. Sem tais
estratégias ( ou alternativas a elas ), as análises de estudo de caso
continuarão com dificuldade. Uma forma de ultrapassar tal dificuldade é "
jogar com os dados ", usando algumas técnicas que têm sido enumeradas.
No entanto, se as estratégias gerias estão ausentes, e se não se é hábil a jogar
com os dados, todo o estudo do caso é provável de estar em perigo.
O resto deste capítulo cobre técnicas analíticas específicas, para
serem usadas como parte de uma estratégia geral. As secções são divididas
em dois conjuntos. O primeiro " Modos Dominantes de Análise", contém
quatro técnicas importantes ( ligação de padrões, construção de explicações,
análise de séries de tempo, e modelos lógicos de programa). Este primeiro
conjunto tem como principal intenção lidar com os problemas anteriormente
referidos de desenvolver a validade interna e validade externa ao fazer
estudos de caso ( ver Cap. 2 ). O segundo " Modos de Análise Menores",
contém técnicas que normalmente precisam de ser usadas em conjunto com
um dos modos dominantes.

MODOS DOMINANTES DE ANÁLISE


Ligação de Padrões
Para a análise de estudos de caso, uma das estratégias mais
desejáveis é usar uma lógica de ligação de padrão. Tal lógica ( Trochim,
1989 ) compara um padrão baseado empiricamente com um previsto ( ou

129
com várias previsões alternativas ). Se os padrões coincidirem, os resultados
podem ajudar o estudo do caso a fortalecer a sua validade interna.
Se o estudo do caso é explanatório, os padrões podem estar
relacionados com as variáveis dependentes independentes do estudo ( ou
ambas ). Se o estudo do caso é descritivo, a ligação de padrões é ainda
relevante, desde que o padrão previsto de variáveis específicas seja definido
antes da recolha de dados.

Variáveis dependentes não - equivalentes como um padrão. O


padrão de variáveis dependentes pode ser derivado de um dos planos de
investigação quasi - experimentais mais potentes, rotulado um " plano de
variáveis dependentes não - equivalentes " ( Cook & Campbell, 1979, p. 118
) . De acordo com este plano, uma experiência ou quasi - experiência pode
ter múltiplas variáveis dependentes - isto é, uma variedade de resultados.
Se , para cada resultado, os valores inicialmente previstos tiverem sido
encontrados, e ao mesmo tempo " padrões alternativos de valores previstos (
incluindo aqueles que derivam de artefactos metodológicos, ou " ameaças "
à validade ) não tiverem sido encontrados, podem ser feitas fortes
inferências.
Por exemplo, considere um único caso, no qual você esteja a
estudar os efeitos de um sistema automatizado de escritório recentemente
instalado. A sua proposição mais importante é que, porque tal sistema é
descentralizado - isto é, cada peça de equipamento automática, tal como um
processador de word, pode trabalhar independentemente de qualquer
computador central - um certo padrão de mudanças organizacionais e
acentuações acontecerão. Entre estas mudanças e acentuações, você
especifica o seguinte, baseado em proposições derivadas de teorias de
descentralização anteriores:
· Os empregados criarão novas aplicações para o
equipamento do escritório, e estas aplicações serão
idiossincráticas para cada empregado;
· Elos tradicionais de supervisão serão ameaçados, à
medida que o controlo da gerência sobre as tarefas do word e o
uso das fontes centrais de informação terão menos
importância;

130
· Conflitos organizacionais aumentarão, devido à
competição por recursos entre o novo sistema e o existente,
sistema principal de computadores que a organização tem tido;
mas , mesmo assim,
· A produtividade aumentará sobre os níveis anteriores à
instalação do novo sistema.

Neste exemplo, estes quatro resultados representam cada variáveis


dependentes diferentes, e você avaliaria cada com medidas diferentes e
instrumentos. A esta dimensão, você tem um estudo que tem variáveis
dependentes não - equivalentes. Você também previu um padrão geral de
resultados cobrindo cada uma destas variáveis. Se os resultados são os
previstos, você pode retirar uma conclusão sólida sobre os efeitos da
descentralização na automatização do escritório. No entanto, se os
resultados não mostrarem o padrão completo como previsto - a sua
proposição inicial teria de ser questionada.
Este primeiro caso poderia depois ser aumentado por um segundo,
no qual outro sistema de automatização do escritório tenha sido instalado,
mas de natureza centralizada - isto é, o equipamento de todas as estações de
trabalho individuais estavam ligados à mesma rede, e toda a rede era
controlada por uma unidade computadorizada central ( um sistema de
lógica- partilhada ). Agora você iria prever um padrão diferente de
resultados, usando as mesmas quatro variáveis dependentes enumeradas em
cima. E agora, se os resultados mostram que o sistema descentralizado
( Caso 1 ) tinham realmente produzido o padrão previsto, e que este
primeiro padrão era diferente do previsto e produzido pelo sistema
centralizado ( Caso 2 ), seria capaz de retirar uma conclusão ainda mais
forte sobre os efeitos de descentralização. Nesta situação, você fez uma
replicação teórica através dos casos ( Em outras situações, você poderia ter
procurado uma replicação literal ao descobrir dois ou mais casos de
sistemas descentralizados.)
Finalmente, você pode estar consciente da existência de certas
ameaças à validade desta lógica ( ver Cook & Campbell, 1979 ), para uma
lista completa destas ameaças ). Por exemplo, um novo executivo poderia
ter assumido escritório no caso 1., deixando lugar para um contra -
argumento: que os efeitos aparentes da descentralização eram realmente

131
atribuíveis à nomeação deste executivo e não a sistemas de automatização
de escritórios recentemente instalados. Para lidar com esta ameaça, você
teria de identificar alguns sub - conjuntos das variáveis dependentes iniciais
e mostrar que o padrão teria sido diferente ( no Caso 1 ), se o executivo
tivesse sido a verdadeira razão para os efeitos. Se você só tivesse um estudo
de caso simples, este tipo de procedimentos seria essencial; você estaria a
usar os mesmos dados para ditar argumentos baseados numa ameaça
potencial à validade. Dada a existência de um segundo caso, como no nosso
exemplo hipotético, você poderia mostrar que o argumento acerca do
executivo não explicaria certas partes do padrão encontradas no Caso 2 ( no
qual a ausência do executivo deveria ter sido associado a certos resultados
opositores.) Em essência, o seu objectivo é identificar todas as ameaças
razoáveis à validade e conduzir comparações repetidas, mostrando como tais
ameaças não podem contar para os padrões duais em ambos os casos
hipotéticos.

Explanações rivais como padrões. Um segundo tipo de ligação de


padrões é para as variáveis independentes. Em tal situação ( por exemplo,
ver CAIXA 24 ), vários casos podem ser conhecidos com obtendo um certo
tipo de resultados, e a investigação ter - se concentrado em como e porquê
este resultado ocorreu em cada caso.
Esta análises requer o desenvolvimento de proposições teóricas
rivais articuladas em termos operacionais. As características importantes
destas explanações rivais é que cada envolve um padrão de variáveis
independentes que é mutuamente exclusivo: Se uma explicação é valida, os
outras não o podem ser. Isto significa que a presença de certas variáveis
independentes ( previstas por uma explicação ) impedem a presença de
outras variáveis independentes ( previstas por uma explicação rival ). As
variáveis independentes podem envolver várias ou muitas características
diferentes ou acontecimentos, avaliado cada com medidas e instrumentos
diferentes. A preocupação da análise do estudo de caso, no entanto, tem a
ver com o padrão geral de resultados e o grau a que o padrão se liga com o
previsto.
Este tipo de ligação de padrões de variáveis independentes também
pode ser feito quer com um caso simples ou casos múltiplos. Com um caso
simples, o sucesso de ligação do padrão a uma das explicações rivais seria a

132
prova para concluir que a explicação estava correcta ( e que a outra
explicação estava incorrecta ). Mais uma vez, mesmo com um estudo de
caso simples, ameaças à validade - que basicamente constituem outro grupo
de explicações rivais - deveriam ser identificadas e eliminadas. A juntar, se
este resultado idêntico fosse obtido sobre casos múltiplos, a replicação
literal de casos simples teria sido conseguida, e os resultados do contra -
caso poderiam ser afirmados ainda mais assertivamente . Depois, se este
mesmo resultado também não ocorresse num segundo grupo de casos,
devido a circunstâncias previstas diferentes, a replicação teórica teria sido
conseguida, e o resultado inicial ficaria ainda mais forte.
Padrões mais simples. Esta mesma lógica pode ser aplicada a
padrões mais simples, tendo uma variedade mínima de variáveis quer
dependentes, quer independentes. No caso mais simples, no qual poderá
haver apenas duas variáveis dependentes ( ou independentes ) diferentes, a
ligação de padrões é possível desde que um padrão diferente tenha sido
estipulado para estas duas variáveis.
Quanto menos as variáveis, claro, mais dramáticos os padrões
diferentes terão de ser para permitir qualquer comparação das suas
diferenças. Mesmo assim, há algumas situações, nas quais os padrões mais
simples são relevantes e forçados. OCAIXA papel 24
da estratégia analítica geral seria
determinar as melhores maneiras de contrastar quaisquer
Ligação de Padrões para Explicações Rivais diferenças tão
agudamente quanto possível e desenvolver explicações teoricamente
Um problema comum de política é compreender as condições sob as quais R&D podem
significativas dos diferentes resultados.
ser tornadas úteis para a sociedade. Muito frequentemente, as pessoas pensam que a investigação
serve - se apenas a si própria e não vai ao encontro de necessidades práticas.
Este tema foi a matéria de vários estudos de caso, nos quais os resultados dum projecto
R & D já se sabia terem sido usados. Os estudos de caso investigaram como e porquê estes
resultados tinham ocorrido, entretendo várias explicações rivais baseadas em três modelos
prevalentes de uso de investigação: a) a investigação, o desenvolvimento e o modelo de difusão; b)
o modelo de resolução de problemas; e c) o modelo de interacção social ( Yin & Moore, 1984 ).
Os acontecimentos para cada caso foram comparados com os previstos por cada modelo, num
modo de ligação de padrões. Por exemplo, o modelo de resolução de problemas requer a existência
anterior de um problema, como prelúdio à iniciação de um projecto R6D, mas esta não é uma
condição reconhecida pelos outros dois modelos. Este é, por isso, um exemplo de como diferentes
modelos teóricos podem prever mutuamente acontecimentos exclusivos, facilitando comparações
efectivas.
Para todos os casos que foram estudados ( N = 9), os acontecimentos revelaram -se
como ligando à melhor combinação do segundo ou terceiro modelos. Os investigadores tinham,
133
por isso, usado explicações rivais para analisar os dados dentro de cada caso e uma lógica de
replicação ao longo dos caso
Construção de Explicações
Uma Segunda estratégia de análise é de facto um tipo especial de
ligação de padrões, mas o procedimento é mais difícil e por isso merece
atenção separada. Aqui, o objectivo é analisar os dados de estudo do caso,
construindo um a explicação sobre o caso ( Yin, 1982 b 9.
Como usado neste capítulo, o procedimento é principalmente
relevante para estudos de caso explanatórios. Um procedimento semelhante,
para estudos de caso exploratórios, tem sido normalmente citado como parte
de um processo de gerar hipóteses ( ver Laser & Strauss, 1967); no entanto,
o seu objectivo não é concluir um estudo, mas desenvolver ideias para
outros estudos.

Elementos de explicação. "Explicar" um fenómeno é estipular um


conjunto de elos causais sobre o mesmo. Estes elos causais são semelhantes
às variáveis independentes no anteriormente descrito uso de explicações
rivais. Na maioria dos estudos, os elos podem ser complexos e difíceis de
medir de maneira precisa.
Na maioria dos casos existentes, a construção de explicações
ocorreu de forma narrativa. Porque tais narrativas não podem ser precisa, os
melhores estudos de caso são aqueles, nos quais as explicações reflectiram
algumas proposições teoricamente significativas. Por exemplo, os elos
causais podem reflectir perspectivas críticas de processos de política pública
ou de teorias de ciências sociais. A proposições de política pública, se

134
correctas, podem levar a recomendações para acções políticas futuras ( ver
CAIXA 25, parte A, para um exemplo); as proposições de ciências sociais,
se correctas, podem levar as contribuições mais importantes de construção
de teorias ( ver CAIXA 25, parte B, para um exemplo).

Natureza iterativa de construção de explicações. O processo de


construção de explicações, para estudos de caso explanatórios, não tem sido
bem documentado em termos operacionais. No entanto, uma característica
importante é que a explicação final é um resultado de uma série de iterações:

· Fazer uma afirmação teórica inicial ou uma proposição


inicial sobre política ou comportamento social
· Comparar as descobertas de um caso inicial contra tal
afirmação ou proposição
· Rever a afirmação ou proposição
· Comparar outros dados do caso contra a revisão
· Rever novamente a afirmação ou proposição
· Comparar a revisão aos factos de um segundo, terceiro, ou
mais casos
· Repetir este processo tantas vezes quantas necessárias

Neste sentido, a explicação final pode não ter sido completamente


estipulada ao principio de um estudo e por isso difere a este respeito das
abordagens de ligação de padrões anteriormente descritas. Em vez disso, as
provas do estudo do caso são examinadas, posições teóricas são revistas, e
as provas examinadas mais uma vez de uma nova perspectiva, neste modo
iterativo.
A construção de uma explicação gradual é semelhante ao processo
de refinar um conjunto de ideias, no qual um aspecto importante é mais uma
vez entreter outras explicações plausíveis ou rivais. Como antes, o objectivo
é mostrar como estas explicações não podem ser construídas , dado o
conjunto actual dos acontecimentos de estudo de caso. Se esta abordagem é
aplicada a estudos de caso múltiplos ( como na CAIXA 25 ), o resultado de
um processo de construção de explicação é também a criação de uma análise
de contra caso, não simplesmente uma análise para cada caso individual.

135
Problemas potenciais na construção de explicações. Qualquer
investigador deveria ser avisado previamente que esta abordagem à análise
de estudos de caso está carregada de perigos . é exigida muita inteligência
do construtor de explicação. À medida que o recesso iterativo progride, por
exemplo, um investigador pode começar lentamente a afastar - se do tema
de interesse original. Referência constante ao propósito original do inquérito
e a explicações alternativas possíveis podem ajudar a reduzir este problema
potencial. Outras salvaguardas já foram cobertas pelos cap. 3 e 4 - isto é, o
uso de um protocolo de estudoCAIXA de caso24 ( indicando que dados devem ser
recolhidos), o estabelecimento
A . Construção de uma
de Explicações base de
em Estudos deCasos
dados de estudos de caso
Múltiplos
para cada caso (dearmazenados
Num estudo formalmente
caso múltiplo, um a ordem
objectivo é construir umacompleta
explicação de dados
geral que
que sirva
a cada um dos casos individuais, mesmo que os casos variem nos seus detalhes. O objectivoe éa
foram recolhidos, disponíveis para inspecção por uma terceira parte),
sequência de uma corrente de provas.
análogo para experiências múltiplas.
Novas Cidades na Cidade: Porque falhou um programa Federal ( 1972 9 é um livro de
Martha Derthick sobre um problema de habitação criado pelo Presidente Lyndon Johnson.
O governo federal devia dar a sua terra excedente - localizada à escolha nas partes
interiores da cidade - aos governos locais para desenvolvimentos habitacionais. Mas após quatro
anos, tinha sido feito pouco progresso nos sete sítios - San Antonio, New Bedford
( Massachusetts), San Francisco, Washington D.C., Atlanta, Louisville e Clinton Township
( Michigan ) - e o programa foi considerado um falhanço.
O relato de Derthick analisa primeiro os acontecimentos em cada dos sete sítio. Depois,
uma explicação geral - que os projectos falharam para gerar apoio local suficiente - é encontrado
insatisfatória porque a condição não era dominante em todos os sítios. De acordo com Derthick,
embora existisse apoio local, " os oficiais federais afirmaram, no entanto, objectivos tão ambíguos
que algum grau de falhanço era certo"( p. 91 ). Em vez disso, Derthick constrói uma explicação
modificada e conclui que " o programa de terras excedentes falhou porque o governo federal tinha
influência limitada a nível local e porque estabeleceu objectos elevados impossíveis" ( p. 93 ).

B. Construção de Explicação em Estudos de Casos Múltiplos:


Um exemplo de Outro Campo
Um plano semelhante ao de Dethick é usado por Barrington Moore na sua história
intitulada Origens Sociais de uma Ditadura e Democracia ( 1966 ). O livro serve uma outra
ilustração de construção de explicação em estudos de casos - múltiplos, mesmo embora os casos
sejam na verdade exemplos históricos.
O livro de Moore cobre a transformação das sociedades agrárias em sociedades
136França. EUA, China, Japão e Índia - e a
industriais em seis países diferentes - Inglaterra,
explicação geral do papel das classes altas e dos camponeses é um esquema básico que emerge.
Esta explicação representa uma contribuição significativa para o campo da história.
Análise da Série de Tempos
Uma terceira estratégia analítica é conduzir uma análise de séries
de tempo, directamente análoga às análises de séries de tempo conduzidas
em experiências e quasi - experiências. Tais análises podem seguir muitos
padrões complexos, os quais têm sido a matéria de vários livros importantes
em psicologia experimental e clínica ( ver Kratochwill, 1978); o leitor
interessado é referido para tais trabalhos para aconselhamento mais
detalhado. Quanto mais complexo e preciso o padrão, mais as análises de
séries de tempo irão também lançar alicerces mais firmes para as conclusões
do estudo do caso.
Especialmente relevante para estudos de caso é uma análise
metodológica, intrigante de investigação qualitativa de Louise Kidder ( 1981
9, que demonstrou que certos tipos de estudos de observadores
participativos seguiam os planos de séries de tempo, desconhecido dos
investigadores originais. Por exemplo, um estudo estava relacionado com o
curso dos acontecimentos que levavam ao uso da marijuana , as hipóteses
sendo que a sequência de " séries de tempo " de pelo menos três condições
era necessária ( Becker, 1963 ): inicialmente fumar marijuana, mais tarde
sentir os seus efeitos, e subsequentemente desfrutar dos seus efeitos. Se uma
pessoa experimentava apenas um ou dois destes três passos mas não os três,
a hipótese é que não se seguiria o uso regular de marijuana. Este tipo de pós
- análise visionária, por parte de Kidder, precisa de ser repetida no futuro
para ajudar a revelar tais técnicas de análise implícitas.

Séries de tempo simples. Comparado com a análise dos padrões de


ligação mais gerais, um plano de séries de tempo pode ser muito mais
simples num sentido: Nas séries de tempo, só pode haver uma única
variável dependente ou independente. Nestas circunstâncias, quando um
número grande de dados são relevantes e disponíveis, os testes estatísticos
podem mesmo ser usados para analisar os dados ( ver Kratochwill, 1978).
No entanto, o padrão pode ser mais complicado em outro sentido,
porque as mudanças múltiplas nesta única variável, ao longo do tempo, pode
não ter um começo ou fim claros. Apesar deste problema. A capacidade de
localizar as mudanças ao longo do tempo é uma força muito importante de
estudos de caso - os quais não estão limitados a avaliações contra - secções
ou estáticas de uma situação particular. Se os acontecimentos ao longo do

137
tempo foram localizados em detalhe e com precisão, algum tipo de análise
de séries de tempo pode ser possível, mesmo que a análise do estudo do caso
envolva também outras técnicas.
A lógica essencial que sustenta um plano de série de tempo é a
ligação entre uma tendência de dados comparados com a) uma tendência
teórica significativa especificada antes do início das investigações, versus b)
algumas tendências rivais, também especificadas anteriormente, versus c)
qualquer tendência baseada em algum artefacto ou ameaça à validade
interna. Dentro do mesmo estudo de caso, por exemplo, dois padrões
diferentes podem Ter sido hipotetisados ao longo do tempo. Isto foi o que
Campbell fez no seu agora famosos estudo da lei de limite de velocidade de
Connecticut ( ver CAIXA 26; ver também Cap. 2, Fig.2.2.) Um padrão de
séries de tempo foi baseado na proposição que a nova lei ( uma "
interrupção" nas séries de tempo ) tinha reduzido substancialmente o
número de fatalidades, ao passo que outro padrão de séries de tempo foi
baseado na proposição que não tinha ocorrido tal efeito. O exame dos dados
reais - isto é, o número anual das fatalidades ao longo de um período de
anos- era feita depois para determinar quais das séries de tempo propostas
ligava melhor com as provas empíricas. Tal comparação de " séries de
tempo interrompidas" dentro do mesmo caso pode ser aplicada a muitos
cenários diferentes.
Ao longo de casos simples, a mesma lógica pode ser usada, com
padrões de séries de tempo diferentes postulados para casos diferentes. Por
exemplo, um estudo de caso sobre desenvolvimento económico nas cidades
pode ter postulado as razões que cidades baseadas na manufactura teriam
mais tendências negativas de emprego do que aquelas baseadas em serviços.
Os dados pertinentes resultantes podem ter consistido de números de
emprego anuais sobre um período limitado de tempo, tal como 10 anos.
Nas cidades baseadas na manufactura, os dados podem ter sido
examinados por uma tendência de declínio de emprego, ao passo que nas
cidades baseadas em serviços podem ter sido examinados por uma tendência
crescente de emprego. Análises semelhantes podem ser examinadas no que
diz respeito ao exame das tendências criminosas ao longo do tempo dentro
de cidades individuais, mudanças no envolvimento escolar e presumível
mudança de bairro, e muitos outros indicadores urbanos.

138
CAIXA 26Uma Série de Tempo simples
Análise e Ligação de padrões
Um exemplo de uma análise de série de tempo é o artigo clássico de Donald Campbell,
" Reformas como Experiências " ( 1969 ). Embora o autor não considere o seu estudo como um
estudo de caso, a sua análise ilustra bem o uso de ligação de padrões com um conjunto simples de
dados ao longo do tempo - uma técnica que é largamente aplicável a todos os tipos de estudos de
caso. Campbell estava a tentar comparar duas proposições teóricas. Na primeira, a redução do
limite de velocidade no Conneticut em 1955 foi aclamado como tendo reduzido o número anual de
fatalidades. No segundo, o limite de velocidade foi alegado não tendo nenhum efeito real. Os
factos do caso indicam que, embora o número de fatalidades tenha diminuído no ano seguinte do
novo limite de velocidade, mais observações das fatalidades sobre um período de 10 anos mostrou
que esta diminuição aparente estava bem dentro do alcance de flutuação normal para este período

de tempo. Por isso Campbell concluiu que o limite de velocidade não tinha nenhum efeito.
O que Campbell tinha feito era recolher uma única série de tempo ( as fatalidades
anuais ao longo do tempo ) e ligar os dados contra duas explicações alternativas - uma explicação
de " efeitos" e uma explicação de " flutuação aleatória" ( ver Figura 2.1 no Cap.2). Os
resultados são claros a olho nu, e nenhuma comparação estatística foi necessária ( ou conduzida )
para confirmar os resultados.

Séries de tempo complexas. Os planos de séries de tempo podem


ser mais complexos quando as tendências dentro de um dado caso são
postuladas para serem mais complexas. Pode - se postular, por exemplo,
não meramente tendências de subidas ou descidas, mas algumas subidas

139
seguidas por algumas descidas dentro do mesmo caso. Este tipo de padrão
dual, através do tempo, seria o começo de uma série de tempo mais
complexa. Como sempre, a força da estratégia do estudo de caso não estaria
meramente em avaliar este tipo de séries de tempo, mas também em ter
desenvolvido uma explicação rica para o padrão complexo de resultados e
em comparar a explicação com os resultados.
Mesmo maiores complexidades surgem naqueles momentos, nos
quais um conjunto de variáveis múltiplas - não apenas uma - é relevante
para um estudo de caso e no qual cada variável é prevista como tendo um
padrão diferente ao longo do tempo. Um estudo de mudança de bairro
frequentemente assume estas características. As teorias de mudanças típicas
de bairro, por exemplo, sugerem que alturas diferentes de tempo existem nos
níveis de lucros entre a) a população residencial, b) comerciantes e
vendedores, c) instituições de serviços locais como igreja e serviços
públicos, e d) o valor das casas. Quando um bairro está a passar por
mudanças raciais, actualizações, ou outro tipo de transições normais, todas
estas taxas de lucro podem ter sido estudadas num período superior a 10 - 20
anos. As curvas resultantes, de acordo com teorias de mudança do bairro, irá
varia em maneiras previsíveis. Por exemplo, certas mudanças de população (
tal como uma alteração subtil de pequenas para grandes famílias ) é dito
como sendo seguidas primeiro por certas mudanças em serviços municipais
tais como envolvimento escolar assim como aumentos na necessidade para
serviços de rua ) mas só mais tarde devido a lucros em estabelecimentos
comerciais; mais, os tipos de igrejas podem nem sequer mudar durante este
processo.
Um estudo como este requer frequentemente a recolha de
indicadores de bairro, que em si próprios são difíceis de obter ( ver CAIXA
CAIXA 27
27), menos Mudanças
do que analisar.
nos Indicadores de Tempo ao Longo do Tempo
A preocupação sobre os bairros e a mudança urbana alcançou novos picos durante os anos 60 e 70,
quando os lugares urbanos aparentavam estar a sofrer de um declínio desordenado. Muitos observadores
especularam que a cidade americana central estava, de facto, à beira de desaparecer como uma forma
funcional.
Este tipo de preocupação levou a numerosos esforços para catalogar e localizar mudanças em
vários indicadores numa base cidade por cidade. Um estudo d ( Yin 1972, reeditado em Yin, 1982 a ) chegou a
concentrar - se nas ocorrências de alarmes de incêndio e os fenómenos sociais potencialmente diferentes
reflectidos por alarmes de verdadeiros incêndios em oposição aos falsos alarmes. Os padrões de alarme, foram
comparados com numerosos outros indicadores, incluindo tendências de crime, alterações na localização
residencial dos lares em bem estar, e mudanças dos serviços urbanos. Este tipo de abordagem a mudanças

urbanas e de bairro representa um exemplo de plano de 140


séries de tempo múltiplo e análises.
No entanto, se deixados tempo e esforços adequados para conduzir
a recolha e análise necessária de dados, o resultado pode ser uma análise
forçada - como num estudo, no qual um " plano de séries de tempos
interrompidas " foi usado para examinar os efeitos de perigos naturais nas
comunidades a longo prazo . Neste último estudo, foram feitos esforços
extenso de recolha de dados em cada das quatro comunidades, apenas para
obter os dados de séries de tempo necessárias; os resultados de caso
múltiplos são descritos na CAIXA 28.
Em geral, embora uma série de tempos mais complexa crie mais
problemas para a recolha de dados, também leva a uma tendência mais
elaborada ( ou conjunto de tendências ), tornando as análises mais
definitivas. Qualquer ligação de uma série de tempo prevista com uma real,
quando ambas são complexas, irá produzir provas fortes para uma
proposição teórica inicial.
CAIXA 28
Estudos de Caso Usando Análises Complexas de Séries de Tempo

Um desastre natural - tal como um furacão, tornado, dilúvio - pode ser considerado um
acontecimento disruptivo muito importante para a comunidade. Padrões de negócios e vendas, crimes
e outras tendências populacionais podem ser todas esperadas que mudem como resultado de um
desastre deste tipo.
Paul Friesema e os seus colegas ( 1979 ) estudaram tais mudanças em quatro comunidades
que sofreram grandes desastres: Yuba City, California, 1955; Galveston, Texas, 1961; Conway,
Arkansas, 1965; e Topeka, Kansas, 1966. Em cada um destes estudos de caso, os investigadores
recolheram dados de séries de tempo extensas para vários indicadores económicos e sociais. A sua
análise mostrou que os acontecimentos desastrosos , embora tendo um efeito a curto prazo- isto é,
dentro de um período de 12 meses - tinham poucos efeitos, se alguns, a longo prazo. Esta análise
representa uma aplicação excelente de uma técnica de séries de tempo complexa como a base para um
estudo de caso múltiplo.
141
Cronologias. A análise de acontecimentos cronológicos é uma
técnica frequente em estudos de caso e pode ser considerada uma forma
especial de análise de séries de tempo. A sequência cronológica mais uma
vez se concentra directamente na força mais importante dos casos citados
anteriormente - que os estudos de caso permitem a um investigador localizar
acontecimentos ao longo do tempo.
A ordenação dos acontecimentos numa cronologia permite ao
investigador determinar acontecimentos causais ao longo do tempo, porque
a sequência básica de uma causa e os seus efeitos não podem ser
temporalmente invertidos. No entanto, ao contrário das abordagens mais
gerais de séries de tempo, a cronologia é passível de cobrir muitos tipos
diferentes de variáveis e não estar limitada a uma única variável
independente ou dependente.
O objectivo analítico é comparar a cronologia com a prevista por
algumas teorias explanatórias - nas quais a teoria especificou um ou mais
dos seguintes tipos de condições:
· Alguns acontecimentos devem sempre ocorrer antes de
outros acontecimentos, com a sequência inversa sendo
impossível.
· Alguns acontecimentos devem sempre seguir outros, numa
base de contigência.
· Alguns acontecimentos só podem seguir outros
acontecimentos após uma passagem de tempo específica.

142
· Certos períodos de tempo num estudo de caso podem estar
marcados por classes de acontecimentos que diferem
substancialmente daqueles do outro período de tempo

Se os acontecimentos reais de um estudo de caso, cuidadosamente


documentados e determinados por um investigador, seguiram uma sequência
prevista de acontecimentos e não aquela sequência rival, forçada, o estudo
do caso simples pode mais uma vez tornar - se a base inicial para inferências
causais. A comparação com outros caso, assim como a consideração
explícita de ameaças à validade interna, irá reforçar mais esta inferência.

Condições sumárias para análise de séries de tempo. Seja qual for


a natureza estipulada das séries de tempo, o objectivo mais importante do
estudo de caso é examinar algumas questões " como " e " porquê "
relevantes sobre a relação de acontecimentos ao longo do tempo, não
meramente para observar só as tendências do tempo. Uma interrupção numa
série de tempo será a ocasião para postular relações causais;
semelhantemente, uma sequência cronológica deveria obter postulados
causais. Em contraste, se um estudo está limitado às análises de tendências
de tempo, como num modo descritivo, no qual inferências causais não são
importantes, uma estratégia de não - estudo de caso é provavelmente mais
relevante - por exemplo, a análise económica das tendências de preços de
consumo ao longo do tempo.
Nessas ocasiões quando o uso de análises de séries de tempo é
relevante para um estudo de caso, uma característica essencial é identificar
os indicadores específicos a serem localizados ao longo do tempo, assim
como os intervalos de tempo específicos a serem cobertos. Apenas como um
resultado de tal especificação anterior é que os dados relevantes passíveis de
serem recolhidos em primeiro lugar, muito menos analisados devidamente.

Modelos de Lógica de Programa


Esta quarta estratégia é de facto uma combinação de uma ligação
de padrão e análise de séries de tempo. O padrão a ser ligado é o padrão
chave causa - efeito entre variáveis dependentes e independentes ( Peterson
& Bickman, 1992; Rog & Huebner, 1992 ). No entanto, a análise estipula
deliberadamente uma cadeia complexa de acontecimentos ( padrão 9 ao

143
longo do tempo ( serie de tempo ), cobrindo estas variáveis independentes e
dependentes. A estratégia é mais útil para estudos de caso explanatórios,
exploratórios do que para estudos de caso descritivos.
Joseph Wholey ( 1979 ), do Instituto Urbano, foi o primeiro a
promover a ideia de um "modelo de lógica de programa". Ele aplicou este
conceito à localização de acontecimentos quando a intervenção de uma
política pública tinha como intenção produzir um certo resultado. A
intervenção podia inicialmente produzir actividades com os seus resultados
imediatos; estes resultados imediatos podiam em troca produzir alguns
resultados intermédios e em troca produzir resultados finais ou derradeiros.
Por exemplo, uma intervenção escolar poderia ter sido iniciada
baseada num programa escolar recentemente organizado - um que tentasse
lidar com os objectivos da reforma escolar " América 2000 " actualmente
prevalentes no campo educacional. Um resultado deste novo programa era
criar um novo conjunto de actividades de sala de aula durante uma hora
extra no dia escolar. Estas actividades forneciam tempo para os estudantes
trabalharem com os pais em exercícios conjuntos ( resultado imediato ). O
resultado deste resultado imediato era um relatório de compreensão
crescente e de satisfação com o processo educativo por parte dos estudantes,
pais e professores ( resultado intermédio ). Eventualmente, os exercícios e a
satisfação levaram à aprendizagem crescente de certos conceitos pelos
estudantes e pais ( resultado final ).
Neste exemplo, a análise do estudo do caso iria fornecer os dados
empíricos em apoio (ou desafiar 9 este modelo de lógica. A análise teria de
envolver cadeias rivais de acontecimentos assim como a importância
potencial de acontecimentos externos falsificados. Se os dados fossem
apoiantes da cadeia inicial, e não pudessem ser fundamentados rivais, a
análise poderia alegar um efeito causal entre a intervenção inicial da reforma
escolar e a crescente aprendizagem. Para um estudo de caso exploratório, a
conclusão pode ser alcançada que as séries específicas de acontecimentos
não eram lógicas - por exemplo, que a intervenção não tinha como objectivo
principal o interesse da aprendizagem.
Esta estratégia de modelo de lógica de programa pode ser usado
numa variedade de circunstâncias, não apenas aquelas, nas quais uma
intervenção da política pública tenha ocorrido. Um ingrediente chave é a
alegada existência de sequências de acontecimentos causa - efeito repetidas,

144
todas ligadas entre si. Quanto mais complexo o elo, mais definitivamente os
dados do estudo do caso podem ser analisados para determinar se uma
ligação de padrão tem sido feita com estes acontecimentos ao longo do
tempo.

MODOS MENORES DE ANÁLISE


Três modos "menores" de análise também podem ser usados em
estudos de caso: a) análise de unidades de análise embutidas, b) observações
repetidas, e c) a abordagem da vigilância do caso. No entanto, este segundo
conjunto consiste em abordagens analíticas incompletas. Devem ser usadas
em combinação com um dos modos dominantes de modo a produzir uma
análise de estudo de caso completa e forçada, as razões par a qual são dadas
em baixo.

Quando um plano de estudo de caso inclui uma unidade de análise


embutida - isto é, uma unidade menor do que o próprio caso, para o qual
dados numerosos foram recolhidos ( ver cap. 2 ) - as abordagens analíticas
relevantes podem cobrir aproximadamente qualquer das técnicas das
ciências sociais.
Por exemplo, a unidade embutida pode ter estabelecido um
conjunto de respostas a uma vigilância - se uma vigilância de oficiais ou de
residentes fosse conduzida como parte de um estudo de caso simples.
Alternativamente, a unidade embutida pode ter sido algum indicador de
arquivo - se, por exemplo, dados de mercado ou habitação tivessem sido
recolhidos como parte de um estudo de caso simples. Finalmente, a unidade
embutida pode ter tido algum resultado de serviço, tal como o número de
clientes servidos por uma unidade organizacional que tivesse sido a matéria
de um estudo de caso simples.
Em cada um destes exemplos, a estratégia analítica pertinente
reflectiria as proposições a serem examinadas para a unidade embutida Estas
proposições estariam relacionadas mas de forma diferente das proposições
para os casos maiores. As verdadeiras técnicas analíticas poderiam envolver
análises de vigilância, análise económica, análise histórica, ou mesmo
investigação de operações. O que distingue este tipo de análise, em cada
situação, de um estudo de vigilância, histórica, económica, ou operação
investigação normais é que a unidade de análise está claramente embutida

145
dentro de um caso maior, e o caso maior é o interesse maior do estudo. Se a
unidade embutida é em si própria o foco de atenção principal ( ou é
permitido tornar - se ), e se o caso maior é apenas um assunto contextual
menor, o esforço não deveria ser considerado um estudo de caso, e algumas
outras estratégias de investigação deveriam ser usadas.
Esta distinção aparece mais claramente em casos múltiplos e
embutidos. Em tais exemplos, a análise apropriada das unidades embutidas
deveria primeiro ser conduzida dentro de cada caso. Os resultados deveriam
ser interpretados ao nível do caso simples e podem ser tratados como um
dos vários factores numa análise de ligação de padrões ou construção de
explicações ao nível do caso simples. Os padrões ou explicações para cada
caso simples pode depois ser comparado ao longo dos casos, seguindo o
modo de replicação para casos múltiplos. Finalmente, as conclusões tiradas
para os casos múltiplos podem tornar - se as conclusões do estudo em geral.
Em contraste, um estudo que não é de facto um estudo do caso
seguiria uma sequência analítica diferente, mesmo com os mesmos dados.
Em tais caos, a análise apropriada da unidade embutida é primeiro
conduzida ao longo dos caso, com todos os dados agrupados ao longo dos
casos. Os resultados desta análise podem ser aumentados por discussões de
caos individuais como um contexto para estes dados agrupados, mas
nenhuma tentativa formal é feita para relacionar os dados dentro - do - caso
com contextos de casos individuais, e nenhuma lógica de replicação é
aplicada ao longo dos caos. Neste tipo de estudo ( tal como uma vigilância
ou um estudo económico das taxas de inflação ao longo das cidades), as
conclusões primárias lidam com as unidades embutidas, agrupadas, e os
casos individuais são de importância periférica. Este tipo de estudo não é um
caso de estudo.
Em resumo, onde um genuíno estudo de caso está envolvido,
qualquer análise das unidades embutidas é feita dentro de cada caso ( e não
conjunto). A juntar, esta análise não pode ser a única análise, mas deve ser
aumentada por algumas outras técnicas analíticas ao nível do caso " inteiro
", tal como a ligação de padrões, construção de explicações, séries de tempo,
ou modelos programas de lógica.

Fazer Observações Repetidas

146
As observações repetidas são outro modo menor de análise.
Quando tais observações são feitas sobre o tempo, este tipo de análise pode
ser considerada um tipo especial de análise de séries de tempo. No entanto,
as observações repetidas também podem ser feitas numa base contra -
secção - por exemplo, em " sítios" ( ? ) repetidos ou para outras unidades de
análise embutidas dentro do mesmo caso. Por esta razão, o uso de
observações repetidas é considerado uma abordagem repetida separada da
análise de séries de tempo.
Por exemplo, uma avaliação de um sistema de relatórios nacionais
de grande escala( um estudo de caso simples ) chamou a atenção para o
problema de que o sistema pedia informações de testes dos estudantes no
Outono e outra vez na Primavera. Assumia - se que estes dados pré- e pós
servir para chamar a atenção das mudanças, se algumas, que tivessem
resultado de esforços educacionais compensatórios feitos durante o ano
escolar ( Linn et al., 1982 9. No entanto, a avaliação encontrou que os
ganhos agudos do Outono para a Primavera estavam contaminados pelo
factos de que os estudantes normalmente fazem progressos durante este
período de tempo; como resultado, a avaliação recomendada de que uma
medida mais justa seria comparar a performance dos estudantes numa base
anual. O estudo mostrou que para cada ano da escola primária durante um
ano ilustrativo - isto é, para repetidas tentativas ao longo dos anos - as
comparações Outono - Primavera eram factualmente mais favoráveis do que
as comparações anuais ( ver Figura 5.1 / fotocópias página 122 ).
Se um estudo do caso pode seguir este tipo de análise, é seguindo
uma análise de observações repetidas, quer a repetição seja em diferentes
salas de aula, escolas, estudantes, ou outras unidades de análise. O que faz o
uso de repetidas observações um modo menor de análise é que a análise não
é passível de reflectir toadas as preocupações de um estudo de caso. Como
no exemplo ilustrativo, no qual o foco maior do caso era o esforço
educacional compensatório e não simplesmente a sequência Primavera
Outono, as observações repetidas são passíveis de serem aumentadas por
outras análises do caso " completo ".

Fazer Uma Vigilância de Caso


Análise Secundária pelos Casos

147
Uma alternativa final é limitada àquelas situações em que
numerosos estudos de casos estão disponíveis para análise. Por exemplo,
uma análise secundária de certos temas - tais como participação de cidadãos
em serviços urbanos ( Yin & Yates, 1975 ) ou inovações em serviços
urbanos ( Yin, Heald & Vogel, 1977 ) - podem ser baseados em mais de
200 ou 300 estudos de caso. Estes caso não são resultado de um único
estudo, mas representam uma "bibliografia" de numerosos estudos.
A abordagem de vigilância de caso precisa de desenvolvimento, o
qual é depois aplicado a cada estudo de caso. O codificador, ou o leitor -
analista, usa cada caso como a base para responder ao instrumento, e os
dados recolhidos são reproduzidos e analisados da mesma maneira como
aqueles de vigilância normal ( Lucas, 1974; Yin, Bingham, & Heald, 1976;
Yin & Heald, 1975 ). Como se passa com a vigilância normal, a codificação
pode ser contra - verificada e a sua fiabilidade avaliada e os resultados do
caso de vigilância serão principalmente de natureza quantitativa. Se o
número de casos é grande o suficiente, proposições interactivas diferentes
podem ser examinadas estatisticamente; onde códigos categóricos foram
usados, técnicas inovadoras lineares e variáveis analíticas ( ver Bishop,
Fienberg, & Holland, 1975; Goodman, 1978) deveriam ser usadas.
Esta abordagem a análises de estudos de caso, no entanto, não
deveriam ser confundidas com outras duas abordagens. Primeiro, a
vigilância de caso é uma abordagem à analise de contra - caso e não é a
mesma que a análise quantitativa, que pode ser conduzida de uma unidade
embutida dentro do mesmo caso. Segundo, e mais importante, como numa
técnica de contra - caso, a vigilância de caso tem limitações severas em
relação Às análises de casos múltiplos anteriormente descritos.
Isto é porque a vigilância do caso é improvável de alcançar quer
generalização teórica ou estatística. A generalização teórica é impedida
porque a selecção dos caso individuais, ao contrário de um plano de casos
múltiplos verdadeiro, está para além do controlo do investigador ( sendo
uma análise secundária) e não é por isso baseada em qualquer replicação
lógica ( a excepção seria a rara situação, na qual centenas de casos
individuais forma planeados e conduzidos especificamente como parte da
mesma investigação, e nos quais a vigilância do caso era uma técnica
analítica primária e não secundária). Semelhantemente, a generalização
estatística é impedida porque a selecção dos casos individuais, mais uma

148
vez para além do controlo do investigador, não é baseada em qualquer
lógica de amostragem.
No entanto, este problema de generalização não é sempre relevante
quando se faz uma vigilância de caso. A vigilância pode simplesmente ter
sido tomada para sintetizar os estudos de caso existentes sobre um tema, e
nesta situação nem a generalização teórica nem estatística seriam de
preocupar. Assim, a vigilância de caso é uma técnica relevante quando o
objectivo da investigação é explicitamente a da análise secundária - por
exemplo, para determinar " o que o bibliografia existente diz" acerca de um
tema. Em tais situações, a vigilância de caso é de facto preferida a outros
modos de " rever a bibliografia 2 , os quais geralmente reflectem
julgamentos subjectivos na selecção dos estudos relevantes e a quantidade
de atenção dada a cada. A técnica de vigilância de caso pode minimizar
estes preconceitos e é a técnica desejada se for aplicável. No entanto, a
vigilância de caso não deveria ser considerada um modo dominante de
análise para planear e fazer um conjunto fresco de estudo de caso.

PRESSIONAR PARA UMA


ANÁLISE DE ALTA QUALIDADE
Independentemente da estratégia analítica específica escolhida,
você deve fazer tudo para ter a certeza que a sua análise é da mais alta
qualidade. Pelo menos quatro princípios aparentam sustentar todas as
ciências sociais boas ( Yin, 1994 ) e requerem a sua atenção.
Primeiro a sua análise deve mostrar que confia em todas as provas
relevantes . as suas estratégias analíticas, incluindo o desenvolvimento das
hipóteses rivais, devem ser exaustivas. A sua análise devia mostrar como
procurou tantas provas quantas as disponíveis, e a sua interpretação deveria
ter em conta todas estas provas e não deixar becos sem saída.
Segundo, a sua análise deveria incluir toadas as interpretações
rivais mais importantes. Se mais alguém tem uma explicação alternativa
para uma ou mais das suas descobertas, torne esta alternativa numa rival, Há
provas para dirigir esta rival? Se sim, quais são os resultados? Se não, como
pode a rival ser reafirmada como um beco sem saída para ser investigado em
estudos futuros?
Terceiro, a sua análise deveria dirigir - se ao aspecto mais
significativo do seu estudo de caso. Quer seja um estudo de caso simples ou

149
múltiplo, terá demonstrado as suas melhores capacidades analíticas se a
análise está no alvo mais elevado. Porquê dar - se ao trabalho de fazer um
estudo de caso a não ser que possa dirigir - se ao assunto maior?
Quarto, deveria trazer o seu conhecimento anterior para o seu
estudo de caso. A forte preferência aqui é que você analise assuntos
semelhantes no passado e esteja consciente de pensamentos actuais e
debates sobre o tema do estudo do caso. Se conhece o seu assunto como
resultado de investigações anteriores e publicações, então melhor.
O estudo do caso na CAIXA 29 foi feito por um consultor de
gerência, não um cientista social académico. Mesmo assim, devido a vários
passos que foram tomadas, o autor demonstrou um cuidado pela
investigação empírica, cujo espirito é merecedor de consideração por todos
os investigadores de estudos de caso. Extraordinariamente, o cuidado é
reflectido na apresentação dos caso em si , e não apenas devido à existência
de uma secção de " metodologia " rigorosa. Se pode emular estas e outras
estratégias na sua análise, ao seu estudo de caso também serão dado o
respeito e reconhecimento devidos.

CAIXA 29
Qualidade analítica num estudo de caso múltiplo de Competição de Negócios
Internacional

150
SUMÁRIO
Este capítulo apresentou várias estratégias importantes para analisar
estudos de caso. Primeiro, as potenciais dificuldades analíticas podem ser
reduzidas se um investigador tem uma estratégia geral para analisar dados -
quer tal estratégia seja baseada em proposições teóricas ou numa estrutura
básica descritiva. Na ausência de tal estratégia, o investigador é encorajado a
" jogar com os dados " num sentido preliminar, como prelúdio para
desenvolver um sentido sistemático de aquilo que vale a pena analisar e
como deve ser analisado.
Segundo, dada uma estratégia geral, várias estratégias analíticas
específicas podem ser usadas. Destas, quatro estratégias ( ligação de
padrões, construção de explicações, análise de séries de tempo e modelos de
programas de lógica) são formas eficazes para colocar os alicerces para
estudos de alta qualidade. Para todos os quatro, uma lógica de replicação
semelhante deveria ser aplicada se o estudo envolve casos múltiplos
( ganhando assim validade externa), mas comparações importantes a
proposições rivais e ameaças à validade interna deveriam ser feitas dentro de
cada caso individual.
Três outras estratégias ( analisar unidades embutidas, fazer
observações repetidas e fazer vigilâncias de caso ) são maneiras incompletas
de fazer análises de estudos de caso. No geral. Estes últimos procedimentos
devem ser usados em conjunto com uma das outras técnicas de modo a ter
uma análise eficaz.
Nenhuma destas estratégias é fácil de usar. Nenhuma pode ser
aplicada mecanicamente, seguindo qualquer receita simples de
procedimento. Não surpreendentemente, a análise de estudo de caso é a fase
mais difícil de fazer estudos de caso, e investigadores novatos são
particularmente passíveis de passar por experiências trabalhosas. Mais uma
vez, uma recomendação ao novato é começar a carreira de estudos de caso

151
com um estudo de caso simples e directo, mesmo que as questões de
investigação não sejam tão sofisticadas ou inovadoras como desejadas.. à
medida que se ganha experiência a completar tais estudos de caso mais
simples, os novatos tornar - se - ão capazes de tactear a investigação mais
difícil.

EXERCÍCIOS

1. Analisar o processo analítico. Seleccione um dos estudos


de caso descritos nas CAIXAS deste livro. Descubra um dos
capítulos ( normalmente a meio do estudo ), no qual
provas são apresentadas, mas conclusões também são feitas.
Descreva como esta ligação - de provas citadas a conclusões -
ocorre. Os dados são expostos em tabelas ou outros formatos?
São feitas comparações?
2. Fundir dados quantitativos e qualitativos . Nomeie alguns
temas dentro de um estudo de caso que você possa estar a
conduzir para o qual tanto os dados qualitativos como os
quantitativos possam ser relevantes. Identifique os dois tipos
de dados, assuma que eles têm sido recolhidos com sucesso, e
discuta as maneiras , nas quais eles poderiam ser combinados
ou comparados. Qual é o valor de ter cada tipo de dados?
3. Ligação de padrões. Nomeie um estudo de caso que usou
uma técnica de ligação de padrões na sua análise. Que
vantagens e desvantagens peculiares tem a oferecer? Como
pode a técnica produzir uma análise forçada mesmo quando
aplicada apenas a um caso simples?
4. Construir uma explicação. Identifique algumas mudanças
observáveis que tenham ocorrido no seu bairro ( ou no bairro à
volta dos seu campus). Desenvolva uma explicação para estas
mudanças, e indique um conjunto crítico de provas que
recolheria para apoiar ou desafiar esta explicação. Se tais
provas estivessem disponíveis, a sua explicação estaria
completa? Forçada? Útil para investigar mudanças semelhantes
noutros bairros?

152
5. Analisar as tenências de séries de tempo. Identifique uma
série de tempo simples - por exemplo, o número de estudantes
envolvidos na sua universidade por cada dos passados 20 anos.
Como compararia um período de tempo com outro dentro dum
período de 20 anos? Se as políticas de admissão à universidade
tivessem mudado durante este tempo, como compararia os
efeitos de tais políticas? Como poderia esta análise ser
considerada parte de um estudo de caso mais alargado da sua
universidade?

Compor o " Relatório"


de Estudo de Caso

O relato de um estudo de caso pode tomar formas escritas ou orais.


Independentemente da forma, no entanto, passos semelhantes precisam de
ser seguidos no processo composicional: identificar a audiência para o
relatório, desenvolver a estrutura composicional, e e seguir certos
procedimentos ( tal como ter uma revisão do relatório por pessoas
informadas, que foram objecto do estudo do caso).
A fase do relatório é uma das mais difíceis de levar a cabo os
estudos de caso. O melhor conselho geral é compor porções do estudo do
caso antes ( ex.: bibliografia) e manter registos de várias partes do
relatório ( ex.: a secção metodológica ) em vez de esperar até ao final do
processo de análise de dados. No que diz respeito às estruturas
composicionais, seis alternativas são sugeridas: estruturas analítica- linear,
comparativa, cronológica, construção de teoria, " suspense " e não
sequenciada.

153
Como regra geral, a fase composicional é mais exigente para o
investigador num estudo de caso. O " relatório " de estudo de caso não segue
qualquer forma estereotipada, tal como os artigos de revistas especializadas
em psicologia. Mais, o " relatório " não precisa de ser apenas na forma
escrita. Devido a esta natureza incerta, os investigadores que não gostam de
compor provavelmente não deviam fazer estudos de caso.
Claro, a maioria dos investigadores pode acabar por aprender a
compor facilmente e bem, e a inexperiência a compor não deveria ser
impeditiva de fazer estudos de caso. No entanto, é necessária muita prática.
Mais, você devia querer tornar - se bom compor - e não apenas aguentar a
situação. Um indicador de se você é provável de ter sucesso nesta fase do
trabalho é se os trabalhos de fim de período eram fáceis d fazer no
secundário ou universidade. Quanto mais difíceis fossem, mais difícil será
compor um relatório de estudo de caso. Outro indicador é se compor é visto
como uma oportunidade ou como um fardo. O investigador com sucesso
normalmente vê a fase composicional como uma oportunidade - de fazer
uma contribuição significativa para o conhecimento e prática.
Infelizmente, poucas pessoas são previamente avisadas sobre este
problema que fica no fim do planeamento e do estudo do caso. No entanto, o
investigador inteligente começará a compor o relatório do estudo do caso
mesmo antes da recolha de dados e da análise estarem completas. Em geral,
quer o " relatório " tenha a forma escrita, oral ou pictórica ( as aspas são
usadas para lembrá -lo que um relatório pode tomar todas estas formas, não
apenas a escrita), a fase composicional é tão importante que deveria ter
especial atenção ao longo das primeiras fases do estudo do caso.
Apesar deste conselho, a maioria dos investigadores tipicamente
ignora a fase composicional até mesmo ao final dos seus estudos de caso.
Sob tais circunstâncias, todos os tipos de " caibras de escritor" podem surgir,
e o relatório do estudo de caso pode tornar - se impossível de compor.
Assim, um prelúdio a qualquer investigação de estudo de caso pode ser
consultar um livro cobrindo a escrita dos relatórios de investigação mais
geralmente ( ver Barzun & Graff, 1985 ). Tais textos oferecem lembranças
de valor inestimável para tirar notas, estabelecer limites, usar palavras
acessíveis, escrever frases claras, estabelecer um horário para compor, e
combater a necessidade normal de não compor.

154
O propósito deste capítulo não é repetir estas lições gerias, embora
elas sejam aplicáveis e estudos de caso. A maioria das lições são
importantes para todas as formas de composição de investigação, e descreve
- los aqui derrota o propósito de fornecer informações específicas a estudos
de caso. Em vez disso, o propósito principal deste capítulo é dar mais
relevância àqueles aspectos relacionados com os estudos de caso. Estes
incluem os seguintes tema, cada coberto numa secção separada:
· Audiências para estudos de caso
· Variedade de composições de estudos de caso
· Estruturas ilustrativas para composições de estudos de
caso
· Procedimentos a seguir ao fazer o relatório do estudo de
caso
· E. em conclusão, especulações sobre as características de
um estudo de caso exemplar ( para além do relatório em si e
cobrindo o plano e o conteúdo do caso).
Uma lembrança do capítulo 4 é que o relatório do estudo do caso
não deveria ser a maneira principal de gravar ou armazenar a base
probatória do estudo de caso. Em vez disso, o capítulo 4 advogou o uso de
uma base de dados do estudo do caso para este propósito ( ver Capítulo 4,
Principio 2), e os esforços composicionais descritos neste capítulo têm como
intenção primária servir objectivos de relatório e não de documentação.

CAIXA 30
Reimpressão de Estudo de Caso Famosos
Durante muitos anos, a obra de Philip Selznick TVA e as Raízes da Erva ( 1949 )
tem permanecido como um clássico sobre as organizações públicas. O caso tem sido citado
em muitos estudos de agências federais subsequentes, comportamentos políticos e
descentralização organizacional.
30 anos após a sua publicação original, este caso foi reimpresso em 1980 como
parte da Série de Reimpressões Bibliográficas da Imprensa da Universidade de Califórnia, o
editor original. Este tipo de publicação permite a numerosos investigadores terem acesso a
este famoso estudo de caso e reflecte a sua substancial contribuição para o campo

155
AUDIÊNCIAS PARA OS ESTUDOS DE CASO
Alcance de Audiências Possíveis
Os estudos de caso tem um conjunto mais diverso de possíveis
audiências do que a maioria de outros tipos de investigação. Estas
audiências incluem: a) colegas no mesmo campo; b) fazedores de políticas,
praticantes, líderes comunitários, e outros profissionais que não se
especializaram na metodologia de estudos de caso; c) grupos especiais tais
como a dissertação de um estudante ou comité de tese; e d) patrocinadores
de investigação.
Com a maioria dos relatórios de investigação, tal como as
experiências, a segunda audiência não é tipicamente relevante, como alguns
esperariam que os resultados de experiências laboratoriais a serem dirigidas
por não especialistas. No entanto, para estudos de caso, esta segunda
audiência pode ser um alvo frequente para o relatório do estudo de caso.
Como outro contraste, a terceira audiência raramente iria ser relevante para
alguns tipos de investigação - tal como avaliações - porque as avaliações
não servem normalmente como estas ou as dissertações. No entanto, para
estudos de caso, esta terceira audiência também é um consumidor frequente
do relatório de estudo de caso, devido ao grande número destas e
dissertações nas ciências sociais que se fiam em estudos de caso.
Porque os estudos de caso têm mais potenciais audiências do que
outros tipos de investigação, uma tarefa essencial a planear a generalidade
do relatório do estudo de caso é identificar as audiências específicas para o
relatório. Cada audiência tem necessidades diferentes, e nenhum relatório
servirá todas as audiências simultaneamente.
Para colegas , as relações entre o estudo do caso, as suas
descobertas, e teorias anteriores ou investigação são prováveis de serem
bastante importantes. Se um estudo de caso tem sucesso em convergir estas
relações, pode ser largamente lido durante um longo período de tempo ( ver
CAIXA 30 para um exemplo ). Para não especialistas, os elementos
descritivos a retratar algumas situações da vida real, assim como as

156
implicações para acção são prováveis de serem importantes. Para um comité
de tese, a mestria da metodologia e dos assuntos teóricos de um tema de
estudo de caso, uma indicação dos cuidados com os quais a investigação foi
conduzida, e provas de que o estudante negociou com sucesso todas as fases
do processo de investigação são importantes. Finalmente, para os
patrocinadores da investigação, a significância das descobertas do estudo
do caso, quer em termos académicos ou práticos, é provavelmente tão
importante como o rigor com o qual a investigação foi conduzida. Devido a
estas diferenças entre audiências, a comunicação com sucesso com mais do
que uma audiência significa a necessidade para mais do que uma versão de
um relatório de estudo de caso. Os investigadores deveriam seriamente
considerar servir tal necessidade ( ver CAIXA 31 ).

CAIXA 31
Duas Versões do Mesmo Estudo de Caso
O gabinete do planeamento municipal de Broward County, Florida, implementou um
sistema de automatização de escritório começando em 1982 ("As Políticas de Automatizar
um Gabinete de Planeamento, Standerfer & Rider, 1983 ). As estratégias de implementação
eram inovadoras e significativas - especialmente em relação a tensões com o departamento
de computadores do município. Como resultado, o estudo do caso é interessante e
informativo, e uma versão popularizada - que apareceu numa revista de praticantes - é
divertido e fácil de ler.
Porque este tipo de implementação também cobre assuntos técnicos complexos,
os autores fizeram informações suplementares disponíveis para o leitor interessado. A versão
popularizada forneceu um nome, morada e número de telefone, de modo que o leitor
pudesse obter as informações adicionais. Este tipo de disponibilidade dual dos relatórios de
estudo de caso é só um exemplo de como diferentes relatórios do mesmo estudo de caso
podem ser úteis para comunicar com audiências diferentes

Comunicar Com Estudos de Caso

157
Uma diferença adicional entre o estudo do caso e outros tipos de
investigação é que o relatório do estudo do caso pode em si ser um aparelho
de comunicação significativo. Para muitos não especialistas, a descrição e
análise de um caso simples frequentemente transmite informações sobre um
fenómeno mais geral.
Uma situação relacionada, frequentemente examinada, ocorre
quando testemunhos são feitos perante um comité do Congresso dos EUA.
Se um ancião, por exemplo, testemunha sobre os seus serviços de saúde
perante tal comité, os seus membros podem assumir que adquiriram uma
compreensão de cuidados de saúde para os idosos mias geral - baseada neste
" caso ". Só depois pode o comité ser capaz de interpretar estatísticas mais
alargadas sobre os casos semelhantes prevalentes. Mais tarde, o comité pode
inquirir sobre a natureza representativa do caso inicial, antes de propor nova
legislação. No entanto, ao longo deste processo todo, o " caso " inicial -
representado por uma testemunha - pode ter sido o ingrediente essencial a
chamara a tenção para o assunto dos cuidados de saúde em primeiro lugar.
Desta e outras maneiras, os estudos de caso podem comunicar
informações baseadas em investigação sobre um fenómeno a uma variedade
de não especialistas. Desta maneira, a utilidade dos estudos de caso vai
muito além do papel do relatório típico de investigação, o qual é
geralmente dirigido a colegas em vez de não especialistas ( ver CAIXA 32 ).
Obviamente. Estudos de caso descritivos assim como explanatórios podem
ser importantes neste papel, e o investigador inteligente não deveria
examinar o impacto descritivoCAIXA potencial
32 de um estudo de caso bem
apresentado.
Fazer um Bom Estudo de Caso
Disponível para uma Audiência Alargada
A excelente análise de Neustadt e Fineberg de uma campanha de massas sobre imunização foi tratada
originalmente como um relatório de governo em 1978, O Caso da Febre Suína: Tomada de Decisão
sobre uma doença derrapante. Este estudo de caso foi depois citado, entre círculos de políticas
públicas, como um exemplo de um estudo de caso de alta qualidade e completo, e o caso foi usado
frequentemente com objectivos educacionais.
A forma original do estudo do caso, no entanto, era difícil de obter, tendo sido publicado
pelo Gabinete de Imprensa do Governo Americano, o qual, de acordo com os autores, " tem muitas
virtudes... mas ..... preencher ordens que não têm mudanças exactas e números preciso não +e uma
delas " ( 19883, p.xxiv). Como resultado, uma versão revista do estudo original de caso - juntando
novo material ao caso original - foi publicado mais tarde como a Epidemia que nunca o Foi: Fazer -
Política e o Caso da Febre Suína ( 1983 ). Esta publicação comercial de um estudo de caso tão
elevadamente considerado é um exemplo raro158
daquilo que pode ser feito para melhorar a
disseminação de estudos de caso.
Orientar o Relatório do Estudo de Caso às
Necessidades de Uma Audiência
No geral, as preferências presumidas da potencial audiência deveria
ditar a forma do relatório do estudo do caso. Embora os procedimentos da
investigação e a metodologia devessem ter seguido outras linhas guia,
sugeridas do capítulo 1 ao 5, o relatório em si reflecte ênfases, detalhes,
formas composicionais, e mesmo uma duração adequada às necessidades da
potencial audiência. Você deveria formalmente recolher informações sobre
o que as audiências precisam e os seu tipos preferidos de comunicação
( Morris, Fitz - Gibbon, & Freeman, 1987, p. 13 ).ao longo destas linhas,
este autor chamou frequentemente a atenção de estudantes de tese ou
dissertação para o facto que o comité de tese ou dissertação pode ser a sua
única audiência. Este último relatório, sob estas circunstâncias, deveria
tentar comunicar directamente com este comité. Uma táctica recomendada é
integrar as investigações anteriores dos membros do comité na tese ou
dissertação, aumentando assim a sua potencial comunicabilidade.
Seja qual for a audiência, o maior erro que um investigador pode
fazer é compor o relatório a partir de uma perspectiva egocêntrica. Este erro
ocorrerá se um relatório é concluído sem identificar um audiência específica
ou sem compreender as necessidades especificas de tal audiência. Para

159
evitar tal erro, uma sugestão é identificar a audiência, como se notou
anteriormente. Uma Segunda e igualmente importante sugestão é examinar
relatórios de estudos de caso anteriores que comunicaram com sucesso com
a sua audiência. Tais relatórios anteriores podem oferecer pistas Que ajudam
a compor um novo relatório. Por exemplo, considere mais uma vez a tese ou
dissertação do estudante, O estudante devia consultar dissertações anteriores
e teses que tenham passado os regimes académicos com sucesso - ou sejam
conhecidos como tendo sido documentos exemplares. A inspecção de tais
documentos pode ceder informações sã respeitantes às normas do
departamento ( e possíveis preferencias dos críticos ) para o plano da nova
tese ou dissertação.

VARIEDADES DE COMPOSIÇÕES
DE ESTUDOS DE CASO

" Relatórios " Escritos versus Não - escritos


Um "relatório" de estudo de caso não precisa de tomar apenas a
forma escrita. As informações e os dados de um caso podem ser relatados de
outras maneiras - como uma apresentação oral ou mesmo um conjunto de
imagens ou cassetes de vídeo. Mesmo que a maioria dos estudos de caso
ultimamente apareçam como produtos escritos, uma tarefa deliberada é
seleccionar os modos mais relevante e eficazes para qualquer dado "
relatório ". A escolha irá claramente interagir com aquele de identificar a
audiência de estudos de caso.
No entanto, produtos escritos oferecem várias vantagens
importantes. Informações mais precisas podem ser transmitidas e
comunicadas sem ser através de formas pictóricas ou orais. Embora a
máxima sobre as imagens valerem " por mil palavras " ser frequentemente
verdade, a maioria dos estudos de caso são sobre conceitos abstractos - tais
como estruturas organizacionais, implementação, programas públicos e
grupos de interacção social - não prontamente convertidos em forma
pictórica. Imagens individuais podem frequentemente permitir um textos

160
escrito ( ver Dabbs, 1982 ), mas o texto será difícil de substituir na sal
totalidade. Este autor conhece uma situação , na qual as imagens tiveram um
papel crítico a transmitir informações sobre organizações de bairros ou
fazedores de políticas que nunca tinham visitado tais organizações. No
entanto, embora as fotografias melhorassem a comunicação das informações
do estudo de caso, elas não substituíam a necessidade de outros tipos de
provas, as quais em troca davam mais credibilidade às descobertas
conclusões.
O produto escrito também tem a vantagem de familiaridade, tanto
para o escritor como para o leitor. A maioria de nós praticaram compor ou
revier relatórios escritos e estamos conscientes dos problemas gerais de
exprimir - de uma maneira pouco preconceituosa mas compacta - dados e
ideias através de frases, tabelas e capítulos. Em contraste, estas relações são
menos bem compreendidas com outros modos de comunicação. Por
exemplo, em outra situação conhecida do autor, um estudante de tese
seleccionou uma cassete de vídeo como o meio de comunicação. No
entanto, nem o estudante nem os críticos puderam explicar como as regras
usadas para editar a cassete - reflectindo o lado " artístico " do autor - de
facto afectavam as provas e a apresentação do caso. Consequentemente, um
preconceito desconhecido foi introduzido através do processo de edição.
Mesmo assim, formas inovadoras de apresentação ainda deveriam
ser procuradas. E materiais escritos deveriam prontamente complementadas
com gráficos e visuais atractivos ( Morri, Fitz - Gibbon, & Freeman, 1987,
p. 37 ). A mais desejável das inovações deveria lidar com a maior
desvantagem do estudo de caso escrito - a sua grande capacidade e duração.
De tal forma, a informação do estudo de caso está a ser armazenado de uma
maneira ineficaz e desarrumada . Imagine uma comparação entre a revisão
de alguns dados de vigilância e de alguns dados de estudo de caso. Para o
primeiro, uma cassete de computador ou disco conteria uma grande
quantidade de informações de vigilância e seria susceptível a provas
precisas e intensas; para o último, uma quantidade semelhante de
informação é passível de requerer uma grande quantidade de texto, um
procedimento ineficaz semelhante recuperável, e tempo substancial para a
revisão.

Variedades de Relatórios Escritos

161
Entre as formas escritas de estudos de caso, há pelo menos quatro
variedades importantes. A primeira é o clássico estudo de caso simples.
Uma única narrativa é usada para descrever e analisar o caso. Para além
disso, as informações da narrativa podem ser aumentadas com dispositivos
tabelares, assim como gráficos e pictóricos. Dependendo da profundidade do
estudo de caso, estes casos simples clássicos são passíveis de aparecer em
livros, pois as revistas da especialidade não podem dispor do espaço
necessário. ( Alguns sociólogos também advogam que as revistas da
especialidade discriminam a investigação dos estudos de caso - Feagin,
Orum, & Sjoberg, 1991 - no entanto, os estudos de caso são a Segunda
maior e mais rápida categoria de estudos empíricos nas revistas de
especialidades líderes na administração pública - Perry & Kraemer, 1986 ).
Como uma palavra de conselho, se souber antes do tempo que o seu estudo
de caso cairá nesta categoria, e que pode produzir apenas um manuscrito do
tamanho de um livro, você deveria estabelecer alguns contactos prévios com
o editor.
Um segundo tipo de produto escrito é a versão do caso múltiplo do
caso simples clássico. Este tipo de relatório de caso múltiplo conterá
narrativas múltiplas, normalmente apresentadas como capítulos separados
ou secções, sobre cada um dos casos independentemente. A juntar a estas
narrativas de casos individuais, o relatório irá também conter um capítulo ou
secção cobrindo a análise e resultados do contra caso. Algumas situações
podem mesmo precisar de vários capítulos ou secções de contra - caso ( ver
CAIXA 33), a porção de contra - caso do texto final pode justificar um
volume separado de casos individuais de narrativas. Nestas situações, uma
forma frequente de apresentação é fazer com que a grande quantidade do
relatório principal contenha a análise do contra - caso, com os caso
individuais apresentados como parte de um grande apêndice ao volume
básico.
Um terceiro tipo de produto escrito cobre que um estudo de caso
simples quer um estudo de caso múltiplo, mas não contém a narrativa
tradicional. Em vez disso, a composição para cada caso segue uma série de
questões e respostas, baseadas nas questões e respostas na base de dados do
estudo do caso ( ver Cap. 4 ). Para propósitos de relatório, o conteúdo da
base de dados é encurtado e editado para leitura fácil, com o produto final
ainda a assumir o formato, analogamente, de um exame compreensivo. ( Em

162
contraste, a narrativo do estudo de caso tradicional pode ser considerada
semelhante ao formato de um trabalho de fim de período ). Este formato
questão - resposta pode não reflectir completamente, o talento criativo de
um investigador, mas o formato ajuda a evitar os problemas da caibras de
escritor. Isto é porque um investigador pode proceder imediatamente a
responder a um conjunto de questões requerido. ( Mais uma vez, o exame
compreensivo tem uma vantagem semelhante sobre o trabalho de fim de
período.)

CAIXA 33
Um Relatório de Caso Múltiplo
Os estudos de casos múltiplos contém frequentemente tanto estudos de caso individuais e
alguns capítulos de contra - caso. Esta composição de tal estudo de caso múltiplo também pode ser
partilhada entre vários autores.
Este tipo de arranjo foi usado num estudo de um distrito escolar rural por Herriott e
Gross, A Dinâmica de Mudanças Educacionais Planeadas ( 1979 ). O relatório final, um livro,
continha 10 capítulos. Conto deles eram de narrativas de casos individuais. Outros cinco cobriam
assuntos significativos de contra - caso. Para além disso, como reflexão da real divisão do trabalho a
conduzir a investigação, cada um dos capítulos foi escrito por pessoas diferentes.

Se o formato questão - resposta tem sido usado para estudos de


casos múltiplo, as vantagens são potencialmente enormes: um leitor apenas
examina as respostas a algumas questões dentro do estudo do caso para
começar a fazer comparações de contra - caso. Porque cada leitor pode estar
interessado em diferentes questões, o formato inteiro facilita o
desenvolvimento da análise de contra - caso talhada para interesses
específicos dos seus leitores ( ver CAIXA 34 ).

CAIXA 34
Um Formato Questão - Resposta:
Estudos de caso sem a Narrativa Tradicional
As provas de estudos de caso não precisam de ser apresentadas na forma narrativa tradicional.
Um formato alternativo para apresentar as mesmas provas é escrever a narrativa em forma questão -
resposta. Uma série de questões podem ser postas, com as respostas a tomar durações razoáveis - por
exemplo, três ou quatro parágrafos. Cada. Cada resposta pode conter toadas as provas relevantes e pode
mesmo ser aumentada com apresentações tabelares.
Esta alternativa foi seguida nos 40 casos de estudo das organizações comunitárias produzidas
pela Comissão Nacional de Bairros dos EUA, Pessoas, Construindo Bairros ( 1979 ). O mesmo formato
de questão - resposta foi usado em cada caso, de modo que o leitor interessado pudesse fazer a sua análise
de contra - caso seguindo as mesmas questões ao longo de todos os caso. O formato permite leitores
apressados a encontrar exactamente as porções relevantes de cada caso. Para as pessoas ofendidas pela
ausência da narrativa tradicional, cada caso também precisava de um sumário, não restringido na sua
forma 8 mas com não mais de três páginas ), permitindo ao autor exercitar os seus talentos literários

163
O quarto e último produto escrito aplica os estudos de casos
múltiplos apenas. Nesta situação, pode não haver capítulos separados ou
secções devotadas a casos individuais. Em vez disso, o relatório inteiro pode
consistir da análise de contra - caso, quer puramente descritivo ou também
cobrindo temas explanatórios. Em tal relatório, cada capítulo ou secção seria
devotado a um assunto de contra - caso separado, e as informações dos
casos individuais seriam dispersadas ao longo de cada capitulo ou secção.
Com este formato, as informações sumárias sobre os casos individuais, se
não forem ignoradas de todo ( ver CAIXA 35 ), poderão ser apresentadas
em vinhetas abreviadas.
Como nota final, o tipo específico de composição do estudo do
caso, envolvendo uma escolha entre pelo menos estas quatro alternativas,
deveria ser identificado durante o plano do estudo do caso. A escolha inicial
pode ser sempre alterada, à medida que surjam condições inesperadas, e um
diferente tipo de composição pode tornar - se mais relevante do que o
originalmente seleccionado. No entanto, a selecção anterior irá facilitar tanto
o plano e a condução do estudo do caso. Tal selecção inicial deveria ser
parte do protocolo do estudo de CAIXA
caso, alertando
35 os investigadores de estudo
de caso para a provável natureza
A . Escrever da composição
Um Relatório final e os seus requisitos.
de Caso Múltiplo:
Um exemplo no qual Nenhum Caso simples foi Apresentado
Num estudo de caso múltiplo, os estudos de casos individuais não precisa sempre de ser
apresentado no manuscrito final. Os caso individuais, num sentido, servem apenas como base de provas
para o estudo e pode ser usado somente na análise de contra - caso.
Esta abordagem foi usada num livro sobre seis chefes burocráticos, de Herbert Kaufman, O
Comportamento Administrativo dos Chefes de Escritórios Burocráticos ( 1981 ). Kaufman passou períodos
de tempo intensivos com cada chefe para compreender a sua rotina diária. Entrevistou os chefes, ouviu as
suas chamadas telefónicas, assistiu a reuniões, e esteve presente durante as discussões de pessoal nos
gabinetes dos chefes.
O propósito do livro, no entanto, não era retratar qualquer destes chefes. Em vez disso, o livro
sintetiza as lições de todos eles e é organizado à volta de temas como os chefes decidem as coisas, como
recebem e revêem a informação, e com eles motivam o seu pessoal. Sob cada tema, Kaufman retira
exemplos apropriados dos seis caso, mas nenhum dos seis é apresentado como um estudo de caso simples.

B. Escrever Um Relatório de Caso Múltiplo


Um exemplo ( de Outro Campo) no Qual Nenhum
Caso Simples é Apresentado
Um plano semelhante ao de Kaufman é usado noutro campo - história - num livro famosos de
Crane Brinton, A Anatomia de uma Revolução ( 1938). 164
O livro de Brinton é baseado em quatro revoluções:
a Inglesa, a Americana, a Francesa e a Russa. O livro é uma análise e teoria dos períodos revolucionários,
com exemplos pertinentes retirados de cada dos " quatro casos "; no entanto, como no livro e Kaufman, não
há tentativa de apresentar as revoluções como estudos de caso individuais.
ESTRUTURAS ILUSTRATIVAS
PARA COMPOSIÇÕES DE ESTUDOS DE CASO
Os capítulos, secções, sub-tópicos e outras componentes de um
relatório devem ser organizados de alguma forma, e sito constitui a estrutura
do relatório. Tendo em conta que tal estrutura tem sido um tema de
crescente atenção com outras metodologias. Por exemplo, Kidder e Judd
( 1986, pp. 430 - 431 ) escrevem sobre a forma de " ampulheta " de um
relatório para estudos quantitativos. Semelhantemente, em etnografia, Juhn
Van Maanen ( 1988 ) desenvolveu o conceito de " contos " para relatar os
resultados de trabalho de campo. Ele identificou vários tipos diferentes de
contos: contos realistas, contos confessionistas, contos impressionistas,
contos críticos, contos formais, contos literários, e contos contados em
conjunto. Estes tipos diferentes podem ser usados em combinações
diferentes no mesmo relatório.
As alternativas existem para estruturar relatórios de estudos de
caso. O propósito desta secção é sugerir algumas estruturas ilustrativas, as
quais podem ser usadas com qualquer dos tipos de composição de estudos
de caso agora descritos. Seis estruturas são sugeridas, com a esperança que
reduzirão os problemas composicionais do investigador:
1. Estruturas analíticas - lineares
2. Estruturas comparativas

165
3. Estruturas cronológicas
4. Estruturas de construção de teorias
5. Estruturas de suspense ,e
6. Estruturas não sequenciadas

As ilustrações são descritas principalmente em relação à


composição de um estudo de caso simples, embora os princípios sejam
prontamente traduzíveis em relatórios de casos múltiplos. Como outra nota,
as primeiras três são todos aplicáveis a estudos de caso descritivos,
exploratórios e explanatórios. A quarta é aplicável principalmente a estudos
de caso exploratórios e explanatórios; a quinta a casos explanatórios; e a
sexta, a caso descritivos ( ver Fig. 6.1 ).

Tipo de estrutura Propósito do Estudo de caso


( caso simples ou múltiplo )
Exploratória Descritiva Exploratória

analíticas - lineares X X X
comparativas X X X
cronológicas X X X
construção de teorias X
suspense X
não sequenciadas X

Figura 6.1. aplicação das Seis Estruturas a Diferentes Propósitos de Estudos


de Caso
Estruturas Analítico - Lineares

166
Esta é uma abordagem padrão para compor relatórios de
investigação. A sequência de subtópicos envolve o assunto ou problema a
ser estudado, uma revisão da bibliografia anterior relevante, os métodos
usados, as descobertas da recolha e análise de dados, e as conclusões e
implicações das descobertas.
A maioria dos artigos das revistas especializadas em ciência
experimental reflectem este tipo de estrutura, como também o fazem os
estudos de caso. A estrutura é confortável para a maioria dos investigadores
e provavelmente é a mais vantajosa quando os colegas de investigação ou
um comité de tese ou dissertação constitui a audiência principal para o
estudo do caso. Note que a estrutura é aplicável a estudos de caso
explanatórios, descritivos, ou exploratórios. Por exemplo, um caso
exploratório pode cobrir o assunto ou problema a ser explorado, os métodos
de exploração, as descobertas da exploração, e as conclusões ( para mais
investigação).

Estruturas Comparativas
Uma estrutura comparativa repete o mesmo estudo de caso duas ou
mais vezes, comparando descrições alternativas ou explicações do mesmo
caso. Isto é melhor exemplificado no estudo de caso anotado de Graham
Allison sobre a crise cubana de mísseis ( 1971 ). Neste livro, o autor repete
os "factos" do estudo do caso três vezes, cada vez em conjunção com um
modelo conceptual diferente de como a burocracia funciona ( ver Cap. 1,
CAIXA 2 ). O propósito da repetição é mostrar o grau a que os factos ase
encaixam em cada modelo, e as repetições realmente ilustram uma técnica
de ligação de padrão no trabalho.
Uma abordagem semelhante pode ser usada mesmo que um estudo
do caso esteja a servir propósitos descritivos, e não explanatórios. O mesmo
caso pode ser descrito repetidamente, de diferentes pontos de vista ou com
modelos descritivos diferentes, para compreender como o caso pode ser
melhor categorizado para propósitos descritivos - como chegar ao
diagnóstico correcto de um paciente clínico de psicologia. Claro. Outras
variantes da abordagem comparativa são possíveis, mas a característica
principal é que o estudo do caso inteiro ( ou os resultados da análise de
contra - caso ) é repetido duas ou mais vezes num modo abertamente
comparativo.

167
Estruturas Cronológicas
Porque os estudos de caso geralmente cobrem acontecimentos ao
longo do tempo, um terceiro tipo de abordagem é para apresentar as provas
do estudo de caso numa ordem cronológica. Aqui, a sequência dos capítulos
ou secções podem seguir as fases iniciais, médias e últimas da história de
um caso. Esta abordagem pode servir u, propósito importante a fazer estudos
de caso explanatórios, porque sequências causais devem ocorrer linearmente
ao longo do tempo. Se uma causa presumida de um acontecimento ocorre
após o acontecimento, haveria razões para questionar a proposição causal
inicial.
Quer para propósitos explanatórios ou descritivos, uma abordagem
cronológica tem uma armadilha a evitar: atenção desapropriada é
normalmente dada aos primeiros acontecimentos e atenção insuficiente aos
últimos. Mais normalmente, um investigador irá gastar demasiados esforços
a compor a introdução a um caso, incluindo a sua história inicial e
antecedentes, e deixar tempo insuficiente para escrever sobre o estado actual
do caso. Para evitar esta situação, uma recomendação, quando se usa uma
estrutura cronológica, é seleccionar o estudo do caso em sentido inverso.
Aqueles capítulos ou secções que são sobre o estado actual do caso
deveriam ser seleccionados primeiro, e apenas após esta selecção ter sido
concluída deveriam os antecedentes do estudo do caso ser seleccionado.
Uma vez concluídas todas as selecções, pode depois voltar à sequência
cronológica normal a compor a versão final do caso.

Estruturas de construção de Teorias


Nesta abordagem, a sequência dos capítulos ou secções seguirá
alguma lógica de construção de teorias. A lógica dependerá de temas e
teorias específicos, mas cada capítulo ou secção deveria desembaraçar uma
nova parte dos argumentos teóricos a serem feitos. Se bem estruturada, a
sequência completa produz uma afirmação forçada que pode ser bastante
impressionante.
A abordagem é relevante tanto para estudos de caso explanatórios
e exploratórios ambos podem estar relacionados com a construção da teoria.
Os casos explanatórios irão examinar as várias facetas de um argumento

168
causal; casos exploratórios irão ser debater o valor de fazer mais
investigações sobre várias hipóteses ou proposições.

Estruturas de Suspense
Esta estrutura inverte a abordagem analítica. A " resposta " directa
ou resultado de um estudo de caso é paradoxalmente, apresentada no
capítulo inicial ou secção. O restante do estudo de caso - e as suas partes
mais intrigantes - é depois devotado ao desenvolvimento de uma explicação
considerada nos capítulos resultantes ou secções.
Este tipo de abordagem é relevante principalmente para estudos de
casos explanatórios, pois um estudo de caso descritivo não tem nenhum
resultado especialmente importante. Quando bem usada, a abordagem de
suspense é frequentemente uma estrutura composicional envolvente.

Estruturas Não Sequenciadas


Uma estrutura não sequenciada é uma na qual a sequência de
secções ou capítulos não assumem qualquer importância particular. Esta
estrutura é frequentemente suficiente para estudo de caso descritivos, como
no exemplo de Middletown ( Lynd & Lynd, 1929 ), citado no capítulo 5.
Basicamente, poder - se - ia mudar a ordem dos capítulos nesse livro e não
alterar o seu valor descritivo.
Estudos de caso descritivos de organizações frequentemente
exibem a mesma característica. Tais estudos de caso cobrem a génese e
história de uma organização, a sua entidade patronal e empregados, as linhas
de produto, as sua linhas formais de organização, e o seu estado financeiro,
em capítulos separados ou secções. A ordem particular, na qual estes
capítulos ou secções são apresentados não é crítica e pode por isso ser vista
como uma abordagem não sequenciada ( ver também CAIXA 36 para outro
exemplo ).
Se é usada uma estrutura não sequenciada, o investigador não
precisa de resolver um outro problema: um teste de conclusão. Assim,
mesmo que a ordem dos capítulos ou secções possa não importar, a recolha
geral importa. Se certos temas chave são deixados por cobrir, a descrição
pode ser vista como incompleta. Um investigador deve conhecer um tema
suficientemente bem - ou ter modelos relacionados de estudos de caso como
referência - para evitar tal resultado. Se um estudo de caso falha, sem

169
desculpa, ao apresentar uma descrição completa, o investigador pode ser
acusado de ser preconceituosos- embora o estudo do caso fosse apenas
descritivo.

Caixa 36
Capítulos Não Sequenciados,
Mas num Livro Best - Seller
Um livro best - seller, atraente tanto para audiências populares como académicas foi o de
Peters e Waterman À Procura de Excelência ( 1982 ). Embora o livro seja baseado em mais de 60
estudos de caso d negócios melhor sucedidos da América, o livro contém apenas uma análise de
contra - caso , cada capítulo cobrindo uma perspectiva das características gerias associadas com a
PROCEDIMENTOS AO FAZER UM
excelência organizacional. RELATÓRIO
No entanto, a sequência particular DE
DE ESTUDO destes capítulos é alterável. O livro
CASO
faria uma contribuição significativa mesmo se os capítulos estivessem noutra ordem.

Todas as pessoas deveriam ter um conjunto bem desenvolvido de


procedimentos para analisar os dados da ciência social e para compor o
relatório. Numerosos textos oferecem bons conselhos sobre como pode
desenvolver os seus próprios procedimentos de controlo, incluindo os
benefícios e as armadilhas de usar software de processamento - o qual não
irá necessariamente poupar tempo ( Becker, 1986, p. 160 ). Um aviso
comum é que escrever significa rescrever - uma função não normalmente
praticada por estudantes e por isso subestimada durante os primeiros anos de
carreiras de investigação ( Becker, 1986, pp. 43 - 47 ). Quanto mais se
rescrever, especialmente em resposta a outros comentários, melhor o
relatório é passível de ser. A este respeito, o relatório de estudo do caso não
é muito diferente dos outros relatórios.
No entanto, três procedimentos importantes pertence
especificamente a estudos de casos e merece ser mais mencionado. O
primeiro lida com uma táctica geral para começar uma composição, o
segundo cobre o problema de se deixar as identidades do caso anónimas, e o
terceiro descreve um procedimento de revisão para aumentar os constructo
de validade do estudo de caso.

170
Quando e Como Começar a Compor
O primeiro procedimento é começar a compor cedo no processo
analítico. Um guia de facto repreende que " você não possa começar a
escrever suficientemente cada " ( Wolcott, 1990, p. 20 ). Desde quase o
começo duma investigação, certas secções do relatório serão sempre
seleccionáveis, e esta selecção deveria continuar mesmo antes da recolha de
dados e a análise estarem completos.
Por exemplo, após a bibliografia ter sido revista e o estudo do caso
Ter sido planeado, duas secções de um relatório de estudo de caso podem
ser seleccionadas: a bibliografia e as secções metodológicas. A bibliografia
pode sempre ser aumentada mais tarde com novas citações se necessário,
mas as citações mais importantes terão sido cobertas em relação à revisão da
bibliografia. Este é por isso o tempo para formalizar as citações, para ter a
certeza que elas estão completas, e para construir uma selecção de
bibliografia. Se algumas citações estão incompletas, os restantes detalhes
podem ser localizados enquanto o resto do estudo do caso continua. Isto
evitará a prática normal entre os investigadores, que fazem a bibliografia por
último e que por isso gastam muito tempo no final da sua investigação, em
vez de tratar de tarefas mais importantes ( e agradáveis ) de escrita, rescrita e
edição.
A secção metodológica pode também ser seleccionada nesta fase
porque os procedimentos mais importantes para a recolha de dados e análise
deveriam tornar - se parte do plano do estudo do caso. Esta secção pode nem
sequer se tornar uma parte formal da narrativa final mas pode ser designada
como um apêndice. Quer como parte do texto ou como apêndice, no entanto,
a secção metodológica pode e deve ser seleccionada nesta fase inicial. Você
lembrará os seus procedimentos metodológicos com grande precisão neste
ponto.
Após a recolha de dados antes da análise começar, outra secção que
pode ser composta cobre os dados descritivos sobre os casos a serem
estudados. Aio passo que a secção metodológica deveria Ter incluído os
assuntos respeitantes à selecção de casos, os dados descritivos deveriam
cobrir as informações qualitativas e quantitativas sobre os casos. Nesta fase
no processo de investigação, pode não ter finalizado as suas ideias sobre i
tipo de composição a ser usado e o tipo de estrutura a ser seguida. Se isto é
verdade, as secções descritivas podem ainda serem seleccionadas de forma

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abreviada, e a selecção em si pode estimular o seu pensamento sobre uma
estrutura composicional geral.
Se pode seleccionar estas três secções antes da análise ter sido
concluída, terá feito um grande avanço. Mias, estas secções podem precisar
de documentação substancial, e o melhor tempo para reunir tal
documentação é nesta fase da investigação. Também estará em vantagem se
todos os detalhes - citações, referências, títulos organizacionais e a
soletração do nome das pessoas - foram gravados com exactidão durante a
recolha de dados e estão integrados no texto ao mesmo tempo ( Wolcott,
1990, p. 41 ).
Se estas secções são seleccionadas devidamente, mais atenção pode
ser devotada à análise em si assim como às descobertas e conclusões.
Começar a compor cedo também serve outra função psicológica importante:
você pode acostumar - se ao processo composicional e ter a oportunidade de
praticá - lo antes da tarefa se tornar realmente medonha. Assim, se está a
fazer um estudo de caos e pode identificar outras secções que podem ser
seleccionadas nestas fases cedo, deveria seleccioná - las também.

Identidades de Caso: Reais ou Anónimos?


Quase todos os estudos de caso apresentam um investigador com
uma escolha no que diz respeito ao anonimato do caso. Deveria o estudo do
caso e os seus informantes ser devidamente identificados, ou deveriam os
nomes de todo o caso e os seus participantes serem disfarçados? Note que o
assunto do anonimato pode ser elevado a dois níveis: do caso inteiro ( ou
caso ) e o de um individuo dentro do caso ( ou casos ).
A opção mais desejável é descobrir as identidades de tanto o caso
como os indivíduos. Descobrir produz dois resultados positivos. Primeiro, o
leitor é capaz de lembrar qualquer informação anterior que aprendeu sobre o
mesmo caso- de investigações anteriores ou outras fontes - ao ler e
interpretar o relatório do caso. A capacidade para integrar um novo estudo
de caso com investigação anterior é inestimável, semelhante à capacidade de
lembrar resultados experimentais anteriores quando se lê sobre um novo
conjunto de experiências. Segundo, o caso inteiro pode ser revisto mais
prontamente, para que as notas de rodapé e citações possam ser verificadas,
se necessário, e criticismos apropriados possam ser levantados sobre o caso
publicado.

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Mesmo assim, há algumas ocasiões quando o anonimato é
necessário. O pensamento lógico mais comum é que, quando o estudo do
caso foi um tema controverso, o anonimato serve para proteger o caso real e
os seus participantes. Uma segunda razão é que a sua publicação do relatório
final do caso pode afectar as acções subsequentes daqueles que foram
estudados. Este pensamento lógico foi usado no famoso estudo de caso de
Whyte, Street Corner Society ( o qual era acerca de um bairro anónimo, "
Cornerville " ). Como uma terceira situação ilustrativa, o propósito do
estudo de caso pode ser retratar um " tipo ideal ", e pode não haver razão
para descobrir as verdadeiras identidades em tal caso. Este pensamento
lógico foi usado pelos Lynds, no seu estudo Middletown, no qual os nomes
da pequena cidade, os seus residente, e as suas industrias estavam todos
disfarçados.
Em todas as ocasiões em que o anonimato parece justificável, no
entanto, outros compromissos deveriam ainda ser procurados. Primeiro,
deveria determinar se o anonimato só dos indivíduos seria suficiente,
deixando assim o caso em si para ser identificado com exactidão.

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