Sapatas - Parte I

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN

CENTRO DE TECNOLOGIA - CT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL - DEC
CIV0438 - ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO III
PROFESSOR: Me. KLAUS MEDEIROS

SAPATAS DE FUNDAÇÃO
NOTAS DE AULA – PARTE I

Natal/RN - 2015
APRESENTAÇÃO

Este material tem o objetivo de servir como notas de aula na disciplina


CIV0438 – Estruturas de Concreto III, do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte.
O texto apresenta o dimensionamento das sapatas de fundação, conforme os
procedimentos descritos em norma.
Esta apostila é de autoria do Prof. Dr. PAULO SÉRGIO DOS SANTOS BASTOS e
apenas editada para se adequar aos interesses do curso. Para mais informações sobre o material
completo, acessar wwwp.feb.unesp.br/pbastos.
1

1. DEFINIÇÕES

As definições apresentadas a seguir tomam como base a norma NBR 6122/2010.

1.1 FUNDAÇÃO SUPERFICIAL

A fundação superficial é também chamada fundação rasa ou direta. É definida como:


“elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas sob a
base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente à
fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação.”
Quanto ao dimensionamento, as fundações superficiais devem ser definidas por meio de
dimensionamento geométrico e de calculo estrutural.

1.2 SAPATA DE FUNDAÇÃO

Sapata de fundação é um “elemento de fundação superficial, de concreto armado,


dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo emprego
de armadura especialmente disposta para esse fim.”

1.3 TIPOS DE SAPATAS

Sapata Isolada: transmite ações de um único pilar, que pode estar centrado ou
excêntrico; pode ser retangular, quadrada, circular, etc., (Figura 1).

h=cte h = var

Figura 1 – Sapata isolada.

Sapata corrida: “Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de


pilares ao longo de um mesmo alinhamento.”, (Figura 2).

parede

sapata OU

Figura 2 – Sapata corrida para apoio de parede.


2

Sapata associada: é a sapata comum a mais de um pilar, sendo também chamada sapata
combinada ou conjunta (Figura 3). Transmitem ações de dois ou mais pilares e é utilizada como
alternativa quando a distância entre duas ou mais sapatas é pequena.

VR
P1 P2

PLANTA A

Viga de
rigidez

ELEVAÇÃO CORTE AA

Figura 3 – Sapata associada (viga de fundação).

Viga alavanca ou viga de equilíbrio: “elemento estrutural que recebe as cargas de um


ou dois pilares (ou pontos de carga) e é dimensionado de modo a transmiti-las centradas às
fundações. Da utilização de viga de equilíbrio resultam cargas nas fundações diferentes das
cargas dos pilares nelas atuantes.” É comum em pilar de divisa onde o momento fletor
resultante da excentricidade da ação com a reação da base deve ser resistido pela “viga de
equilíbrio” (VE), Figura 4.

sapata 1 sapata 2

VA

Viga alavanca (VA)

Figura 4 – Sapata com viga de equilíbrio.


3

A configuração das vigas baldrames (VB) em relação à sapata pode variar, conforme
alguns casos indicados na Figura 5.

Viga
VB
baldrame
(VB)

VB

Figura 5 – Posicionamento da viga baldrame em relação à sapata.

1.4 DETALHES CONSTRUTIVOS

“A base de uma fundação deve ser assente a uma profundidade tal que garanta que o
solo de apoio não seja influenciado pelos agentes atmosféricos e fluxos d’água. Nas divisas com
terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente sobre rocha, tal profundidade não deve
ser inferior a 1,5 m” (NBR 6122/10, item 7.7.2). A Figura 6 mostra alguns detalhes construtivos
sugeridos para as sapatas.

3 a 10 cm

>3
1
h
h0

Lastro de concreto simples


( 5cm, fck solo, rocha)

Figura 6 – Sugestão para alguns detalhes construtivos da sapata.

30(ângulo do talude natural do concreto fresco – não é obrigatório).

2. SAPATAS ISOLADAS

Nas sapatas isoladas, o centro de gravidade da sapata deve coincidir com o centro de
aplicação da ação do pilar; a menor dimensão deve ser ≥ 60 cm (NBR 6122/10, 7.7.1); a relação
4

entre os lados deve ser A/B ≤ 2,5. Regularmente, os lados A e B devem ser escolhidos de modo
que cA cB , mostrados na Figura 7.

Se cA = cB :

A – ap = B – bp

A – B = ap – bp ⇒ Asx Asy (ou AsA AsB)

CB
bp
B

CB
CA ap CA

Figura 7 – Notação para a sapata isolada.

2.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À RIGIDEZ

Conforme a NBR 6118/14 (item 22.6.1), a classificação das sapatas quanto à rigidez é:

ap Pilar
(A - a p )
Sapata rígida: h 
3
h

(A - a p )
Sapata flexível: h 
3
A

Figura 8 – Altura h da sapata.

com: h = altura da sapata (Figura 8);


A = dimensão (lado) da sapata numa determinada direção;
ap = dimensão do pilar na direção do lado A.

Nota: a classificação acima deve ser verificada segundo as duas direções da sapata, ou seja,
segundo as direções dos lados A e B de sapatas retangulares.
5

2.2 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL


(NBR 6118/14, 22.6.2)

2.2.1 Sapatas Rígidas

São aquelas com alturas “grandes” e tem a preferência no projeto de fundações.

a) há flexão nas duas direções (A e B), com a tração na flexão sendo uniformemente distribuída
na largura da sapata. As armaduras de flexão AsA e AsB são distribuídas uniformemente nas
larguras A e B da sapata (Figura 10).

Sapata
rígida
As B

A As A

Figura 10 – Armaduras positivas de flexão de sapata isolada.

b) há atuação de força cortante nas duas direções (A e B), não apresentando ruptura por tração
diagonal, e sim por compressão diagonal, a ser verificada conforme o item 19.5.3.1 (Figura 11).
Não há possibilidade de punção, porque a sapata fica inteiramente dentro do cone de punção.

Seção a ter compressão


verificada (item 19.5.3.1
da NBR6118)
I

II

Figura 11 – Tensões principais na sapata isolada.

2.2.2 Sapatas Flexíveis

São aquelas com alturas “pequenas”. “Embora de uso mais raro, as sapatas flexíveis são
utilizadas para fundação de cargas pequenas e solos relativamente fracos.” (NBR 6118/14).

a) há flexão nas duas direções, mas a tração na flexão não é uniforme na largura (Figura 12);
b) há a necessidade da verificação à punção.

A distribuição plana de tensões no contato sapata-solo deve ser verificada.


6

M
(va riável)

Figura 12 – Momento fletor na sapata flexível.

2.3 DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES NO SOLO

As principais variáveis que afetam a distribuição de tensões são: características das


cargas aplicadas, rigidez relativa fundação-solo, propriedades do solo e intensidade das cargas.
(ver Velloso e Lopes – Fundações, v.1, ed. Oficina de Textos).
A distribuição real não é uniforme, mas por simplicidade, na maioria dos casos (exceto
no caso de fundações apoiadas sobre rocha), admite-se a distribuição uniforme, o que
geralmente resulta esforços solicitantes maiores (Figura 13).

Rígida Flexível

distribuiçao
Areia admitida Areia

distribuição
real

Figura 13 – Distribuição de tensões no solo.

A NBR 6118/14 (item 22.4.1) declara: “Para sapata rígida pode-se admitir plana a
distribuição de tensões normais no contato sapata-terreno, caso não se disponha de informações
mais detalhadas a respeito.”

2.4 ESTIMATIVA DAS DIMENSÕES DE SAPATAS ISOLADAS COM CARGA


CENTRADA

A area de apoio da sapata pode ser estimada como:

1,05N 1,1N
Ssap  ou ssap 
solo solo

onde os fatores 1,05 e 1,1 estimam o peso próprio da sapata e do solo sobre a sapata.
7

2.4.1 Sapata com Balanços (abas) Iguais nas Duas Direções

Conforme as dimensões mostradas na Figura 14, tem-se:

A = 2cA + ap

B = 2cB + bp

Com cA = cB , fica:

A – B = ap – bp

S A B  A= Ssap


sap
B
Ssap
 B ap  bp
B

Multiplicando por B:

A e B devem ser múltiplos de 5 cm. É indicado que a dimensão seja no mínimo 80 cm no


caso de sapata de edifícios, e 60 cm para sapatas de residências térreas e de dois pavimentos
(sobrado).

Figura 14 – Sapata isolada com balanços iguais nas duas direções.


8

2.4.2 Balanços não Iguais nas Duas Direções (cA cB)

Neste caso recomenda-se obedecer a seguinte relação:


A
3,0
B

Sendo R a relação entre as dimensões (Figura 15), tem-se:

A
R  A BR
B

Ssap = A . B ⇒ Ssap = R . B2

Ssap
B , com A e B múltiplos de 5 cm.
R
A

CB
bp
B

C
B

CA ap CA

Figura 15 – Sapata isolada com balanços não iguais nas duas direções.

2.5 MÉTODO DAS BIELAS

O método ou teoria das bielas surgiu após numerosos ensaios realizados por Lebelle
(1936), e se aplica às sapatas rígidas, corridas ou isoladas. A carga é transferida do pilar para a
base da sapata por meio de bielas de concreto comprimido, que induzem tensões de tração na
base da sapata (Figura 41), que devem ser resistidas por armadura.
9

Segundo Gerrin (1955), os ensaios mostram que não ocorre ruptura por compressão das
bielas de concreto, e sua verificação pode ser dispensada.

A Figura 42 mostra as forças atuantes na sapata, de acordo com o método das bielas.

Considerando somente a direção x, como se fosse uma sapata corrida (Figura 43), tem-se as
equações:


10

De forma análoga para a direção y da sapata isolada:

A tensão máxima na biela de compressão é obtida das relações:


A máxima compressão ocorre nas bielas mais inclinadas (= o) e a tensão máxima
ocorre no ponto A, onde a seção da biela é a mínima. A tensão máxima resulta:

A Figura 44 mostra as armaduras de flexão da sapata, conforme o método das bielas.


A

ap
P

x
bp
B

Asy ou AsB

1
d 2 (B - bp)
P
d  2 (A - ap)
h

Asx ou AsA

Figura 44 – Armaduras de flexão da sapata.

As armaduras são:

Txd Tyd
Asx AsA  ; Asy AsB 
f yd f yd
11

Levando-se em consideração as duas direções, a tensão máxima na biela é:

No caso particular de sapatas (e pilares) quadradas:

2.6 VERIFICAÇÃO À PUNÇÃO

A verificação das sapatas à punção se faz conforme o item 19.5 da NBR 6118/14 -
“Dimensionamento de lajes à punção”.
A superfície de ruptura por punção está indicada na Figura 31.

d
tg  , fazendo = 27
x

d d
tg 27º   x  2d
x 0,51
12

“O modelo de cálculo corresponde à verificação do cisalhamento em duas ou mais


superfícies críticas definidas no entorno de forças concentradas. Na primeira superfície crítica
(contorno C), do pilar ou da carga concentrada, deve ser verificada indiretamente a tensão de
compressão diagonal do concreto, através da tensão de cisalhamento.”
“Na segunda superfície crítica (contorno C’) afastada 2d do pilar ou da carga
concentrada, deve ser verificada a capacidade da ligação à punção, associada à resistência à
tração diagonal. Essa verificação também se faz através de uma seção de cisalhamento, no
entorno C’. Caso haja necessidade, a ligação deve ser reforçada por armadura transversal. A
terceira superfície crítica (contorno C”) apenas deve ser verificada quando for necessário
colocar armadura transversal.” A Figura 32 ilustra as superfícies críticas C e C’.

2d 2d 2d

C C C

Borda livre
C'

C'
C2'd
B. livre

C
B. livre

C'

Figura 32 – Superfícies críticas C e C’.

No estudo aqui apresentado de punção aplicado às sapatas serão apresentados somente os


itens relacionados à dispensa da armadura transversal.
A verificação é feita comparando a tensão de cisalhamento solicitante (τsd) nas superfícies
críticas, com a tensão de cisalhamento resistente (τRd2), dada pela NBR 6118/14 para
cada superfície crítica. Dispensa-se a armadura transversal para a punção quando τSd ≤ τRd2 .

2.6.1 Tensão de Cisalhamento Solicitante

2.6.1.1 Pilar Interno com Carregamento Simétrico

A tensão de cisalhamento solicitante é:


FSd
 Sd 
u d
onde:

d dx dy  = altura útil da laje ao longo do contorno crítico C’;


2

dx e dy são as alturas úteis nas duas direções ortogonais;


u = perímetro do contorno crítico C ou C’;
u . d = área da superfície crítica;
FSd = força ou reação concentrada, valor de cálculo.
13

2.6.1.2 Pilar Interno com Momento Fletor Aplicado

Neste caso, o efeito da assimetria deve ser considerado.

Msd e1
Msd
e1
Fsd Fsd
C'



c2

 e Fsd
 dl 


 c1 2d

Figura 33 – Sapata submetida à força normal e momento fletor.

A tensão de cisalhamento solicitante é:

FSd  K MSd
Sd 
u d Wp d

sendo:
K = coeficiente que representa a parcela do momento fletor MSd que é transmitida ao pilar
por cisalhamento, dependente da relação C 1/C2 (ver Tabela 1);
C1 = dimensão do pilar paralela à excentricidade da força, indicado na Figura 33;
C2 = dimensão do pilar perpendicular à excentricidade da força.

Tabela 1 - Valores de K em função de C1 e C2 .


C1/C2 0,5 1,0 2,0 3,0
K 0,45 0,60 0,70 0,80

Notas: - é permitida interpolação para valores intermediários da Tabela 1;


- quando C1/C2 > 3,0 considera-se K = 0,8.
- para pilares circulares internos, deve ser adotado o valor K = 0,6.

Wp = módulo de resistência plástica do contorno C’. Pode ser calculado desprezando a


curvatura dos cantos do perímetro crítico por:

2
C1
Wp  C1 C2 4C2 d 16d 2 2d C1 (pilar retangular)
2

Wp 4r 2 16r d 16d2 (pilar circular; r = raio)


ou
Wp D 4d2 (D = diâmetro)

Nota: para pilares de borda e de canto, ver a NBR 6118/14 (item 19.5).
14

2.6.2 Verificação de Tensão Resistente de Compressão Diagonal do Concreto na Superfície


Crítica C
(NBR 6118, 19.5.3.1)

“Esta verificação deve ser feita no contorno C, em lajes submetidas à punção, com ou
sem armadura”. A superfície crítica C, corresponde ao contorno do pilar ou da carga
concentrada, deve ser verificada indiretamente a tensão de compressão diagonal do concreto, por
meio da tensão de cisalhamento (Figura 34).

Sd Rd2

Rd2 = 0,27v fcd


fck
onde  v  1 __
, com fck em MPa.
250

A tensão de cisalhamento solicitante é:


FSd
Sd 
 

uo d

com: FSd = força solicitante de cálculo;


uo = perímetro de contorno crítico C;
uo = 2 (ap + bp)
uo d = área da superfície crítica C;
d = altura útil ao longo do contorno crítico C.

ap
bp

Fsd
d

sd

Figura 34 – Tensão de cisalhamento na sapata.


20

2.6.3 Tensão Resistente na Superfície Crítica C’ em Elementos Estruturais ou Trechos


sem Armadura de Punção
(NBR 6118, 19.5.3.2)

A tensão de cisalhamento resistente na superfície crítica C’deve ser calculada por:

 

= taxa geométrica de armadura de flexão aderente;
x e y = taxas de armadura nas duas direções ortogonais;

fck em MPa.

No caso de sapatas de fundação, a tensão de cisalhamento resistente é:

fcd2 = resistência de cálculo do concreto à compressão para regiões não fissuradas.

a* 2d

Para pilares com momento fletor solicitante, Sd é:

u* = 2ap + 2bp + 2a*


21

2.7 EXEMPLO 1 – SAPATA ISOLADA RÍGIDA


(Exemplo extraído do curso de Lauro Modesto dos Santos - “Edifícios de Concreto Armado”, 1988,
p.11-31 – Escola Politécnica da USP)

Dimensionar uma sapata direta de fundação para um pilar com seção 20 x 75cm, sendo a
taxa admissível do solo ( solo ) de 2,5 kgf/cm², sendo também conhecidos:

Nk = 1.303 kN momentos fletores Mx = My = 0


materiais: concreto C25 , aço CA-50
l,pil = 20 mm (pilar interno) c = 1,4
22

2.8 SAPATA ISOLADA FLEXÍVEL SOB CARGA CENTRADA

Sapatas flexíveis são aquelas onde:

(A - a p )
h<  segundo o critério da NBR 6118/03;
3
São menos utilizadas que as sapatas rígidas, sendo indicadas para cargas baixas e solos
relativamente fracos (NBR 6118, item 22.4 2.3). A verificação da punção é obrigatória.
Os momentos fletores podem ser calculados em cada direção segundo quinhões de carga,
determinados geometricamente, repartindo-se a área da sapata em “áreas de influência”. O
mesmo critério é adotado para cálculo das forças cortantes. As áreas podem ser retangulares,
triangulares ou trapezoidais (Figura 65):

A1 A1 A1
1 1

A2 A2
N
2

2 2 2 2
N N N
2 4 4

A4 A4
A2 A3
1 A3 1

Figura 65 – Áreas relativas aos quinhões de carga: retangular, triangular e trapezoidal.

Os momentos fletores calculados com área triangular e trapezoidal são praticamente


idênticos, e com área retangular são exagerados.

a) Área triangular
23

onde: N = força vertical aplicada pelo pilar


na sapata; p = reação do solo na base
da sapata.

Na outra direção:

b) Área de trapézio
ap
2
1

2 2
bp
B

ap N
4

1
xCG
A

Figura 67 – Quinhões de carga por área trapezoidal.

A carga N/4 é aplicada no centro de gravidade do trapézio, com:

Os momentos fletores no centro da sapata são:


24

As forças cortantes nas seções 1 e 2 são:

2.8.1 VERIFICAÇÃO DE SAPATA FLEXÍVEL À FORÇA CORTANTE QUANDO


bW 5d

A força cortante nas sapatas pode ser verificada como nas lajes quando bw 5d (NBR
6118, item 19.4). As lajes não necessitam de armadura transversal à força cortante quando:

VSd VRd1

(bw = largura da sapata na direção considerada)

com:
VRd1 = [ Rd k (1,2 + 40 1 ) + 0,15 cp ] b w d

onde: Rd = tensão resistente de cálculo do concreto ao cisalhamento;


k = coeficiente igual a 1 para elementos onde 50 % da armadura inferior não chega até o
apoio; para os demais casos k = | 1,6 – d | > 1, com d em metros;

As1
1 = 0,02
bw d

NSd = força longitudinal na seção derivada à protenção ou carregamento (compressão


positiva);

As1 = área da armadura de flexão que se estende pelo menos d + lb,nec além da seção
considerada.

2.9 EXEMPLO 2 – SAPATA ISOLADA FLEXÍVEL

Resolver a sapata do exemplo anterior como sapata flexível.


25

3. RERERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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