BG702 V1 F2 11 PDF
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2011
VERSÃO 1
Na folha de respostas, indique de forma legível a versão da prova. A ausência dessa indicação
implica a classificação com zero pontos das respostas aos itens de escolha múltipla, de
associação/correspondência e de ordenação.
Não é permitido o uso de corrector. Em caso de engano, deve riscar de forma inequívoca aquilo
que pretende que não seja classificado.
Escreva de forma legível a numeração dos grupos e dos itens, bem como as respectivas
respostas. As respostas ilegíveis ou que não possam ser identificadas são classificadas com
zero pontos.
Para cada item, apresente apenas uma resposta. Se escrever mais do que uma resposta a um
mesmo item, apenas é classificada a resposta apresentada em primeiro lugar.
Jazigos Pegmatíticos
«Pegmatito» é um termo textural usado para descrever rochas magmáticas de grão muito
grosseiro (maioritariamente > 3 cm), com composição química quase sempre similar à das rochas
graníticas. Os pegmatitos formam-se a partir de fracções residuais magmáticas ou decorrem da
actividade hidrotermal caracterizada quer por fenómenos de ebulição, quer por processos de
mistura de fluidos quimicamente distintos, o que se reflecte na mineralogia dos pegmatitos, muitas
vezes caracterizada pela incorporação substancial de metais raros, entre os quais berílio (Be), lítio
(Li), estanho (Sn), tungsténio (W), rubídio (Rb), césio (Cs), nióbio (Nb) e tântalo (Ta). Os pegmatitos
ocorrem, frequentemente, em cortejo de filões, formando os chamados campos pegmatíticos, nos
quais é, por vezes, possível definir também uma zonação químico-mineralógica, como acontece no
campo pegmatítico do tipo LCT (Li – Cs – Ta), esquematicamente representado na Figura 1.
As principais ocorrências pegmatíticas distribuem-se, em Portugal, por terrenos graníticos
constituintes das regiões beirãs. Apresentam interesse económico, por constituírem uma fonte
importante de pedras preciosas, de pedras semipreciosas, de minerais industriais e de metais raros.
Por exemplo, os pegmatitos podem conter lepidolite, uma mica, a partir da qual se pode obter Li
para fins industriais, como são os casos da indústria cerâmica e da indústria vidreira.
Na região da Guarda, onde se extrai lepidolite em minas a céu aberto, está em curso um conjunto
de pesquisas que visam desenvolver um processo industrial de tratamento do Li para aplicações
recentes e com grande potencial de crescimento da procura, como é o caso das baterias para
automóveis eléctricos.
A referida exploração pode tornar Portugal um importante fornecedor de Li, um recurso mineral,
para a indústria automóvel, contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável, principalmente
se a energia eléctrica for proveniente de uma fonte renovável.
Baseado em A. Mateus, M. Gaspar, Jazigos Pegmatíticos, Departamento de Geologia, FCUL, 2007
Figura 1
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
(A) a densidade de filões aumenta com a distância em relação à fonte dos fluidos magmáticos.
(D) a densidade de filões é tanto maior quanto maior for a diversidade de metais raros.
3. O mesmo magma que origina gabro pode contribuir para formar pegmatitos ácidos, pois os minerais
característicos do gabro tendem a formar-se
4. Num campo pegmatítico de tipo LCT, podemos encontrar jazigos minerais de onde se extrai
(C) renovável e metálico.
COLUNA A COLUNA B
(1) Brilho
(a) Tendência de um mineral para partir segundo (2) Clivagem
direcções preferenciais.
(3) Composição
(b) Resistência de um mineral à abrasão.
(4) Densidade
(c) Forma regular como os átomos de um
mineral se distribuem no espaço. (5) Dureza
7. Explique, a partir da informação do texto, de que forma a exploração da lepidolite poderá contribuir para a
minimização da subida da temperatura no planeta.
GRUPO II
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
(A) Plantae.
(B) Fungi.
(C) Monera.
(D) Protista.
2. Num recife de coral, a associação entre corais e algas estabelece-se porque
3. Os corais, quanto à fonte de carbono, e as zooxantelas, quanto ao modo de obtenção de energia,
classificam-se, respectivamente, como seres
(A) autotróficos e quimiossintéticos.
(B) heterotróficos e fotossintéticos.
(C) quimiossintéticos e autotróficos.
(D) fotossintéticos e heterotróficos.
4. A exposição dos corais a uma temperatura de água superior a 30 ºC provoca um branqueamento
generalizado e uma alta mortalidade, porque
(A) as algas aumentam a taxa respiratória, o que diminui a disponibilidade de O2 para os corais.
(B) os corais aumentam a taxa metabólica, produzindo grandes quantidades de CO2.
(C) as algas sofrem com o efeito tóxico resultante do incremento da taxa fotossintética.
7. Relativamente à taxonomia de Corallium rubrum, Millepora alcicornis e Millepora camplanata, corais que
pertencem ao filo Cnidaria, pode afirmar-se que
(B) Corallium rubrum e Millepora alcicornis têm maior número de taxa em comum do que Millepora
alcicornis e Millepora camplanata.
(D) Corallium rubrum e Millepora alcicornis partilham maior número de características do que Millepora
alcicornis e Millepora camplanata.
8. Nos recifes de corais, a maior parte do CO2 disponível na água encontra-se sob a forma de iões bicarbonato
(HCO3–).
A. Os corais que possuem algas simbiontes captam activamente iões cálcio (Ca2+) da água.
9. Explique, segundo a perspectiva neodarwinista, o desenvolvimento de corais resistentes aos fenómenos
de branqueamento, a partir de uma população ancestral.
O Japão constitui um arco insular resultante de actividade vulcânica que ocorre quando a Placa
do Pacífico e a Placa das Filipinas subductam o bordo Este da Placa Euroasiática. Originariamente,
o Japão era um bordo continental da Ásia, tendo-se separado do continente há cerca de 15 milhões
de anos, com a abertura do mar do Japão.
Neste arquipélago, devido à instabilidade tectónica, as actividades vulcânica e sísmica são
bastante intensas. Existem perto de oitenta vulcões activos e são sentidos, em média, mil sismos
por ano.
Em 1995, o sismo de Hyogo-Ken Nambu, perto da cidade de Kobe, teve uma magnitude de 7,2
na escala de Richter e resultou da rotura de uma falha do tipo desligamento, numa extensão de
40 km.
Algumas estruturas da cidade de Kobe, nomeadamente o porto marítimo, foram edificadas em
ilhas artificiais construídas com materiais graníticos, não consolidados e saturados de água. Foi
exactamente nestas ilhas que se registaram os maiores prejuízos, quer como consequência directa
do sismo, quer como resultado do deslizamento dos terrenos que se verificou na sequência do
mesmo.
A Figura 2 representa o contexto tectónico do Japão e a localização do epicentro do sismo de
Hyogo-Ken Nambu (1995).
Os sismogramas A e B, representados na Figura 3, foram obtidos em dois locais com diferentes
características rochosas, próximos de Kobe.
Figura 2
Figura 3
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
(A) frágil das rochas, por actuação de forças que provocaram o deslocamento relativo dos blocos na
horizontal.
(B) frágil das rochas, por actuação de forças que provocaram o cavalgamento do bloco de tecto sobre o
de muro.
(C) dúctil das rochas, por actuação de forças que provocaram a rotura do material rochoso.
(D) dúctil das rochas, por actuação de forças que provocaram o estiramento do material rochoso.
(B) transversais, provocando a vibração das partículas numa direcção perpendicular ao raio sísmico.
(D) longitudinais, provocando a vibração das partículas numa direcção perpendicular ao raio sísmico.
(A) aluvial onde, devido a fenómenos de reflexão e de refracção das ondas sísmicas, a vibração foi mais
prolongada.
(B) aluvial onde, devido à menor rigidez dos materiais, as ondas sísmicas apresentaram maior frequência.
(C) consolidado onde, devido à maior rigidez dos materiais, as ondas sísmicas apresentaram maior
frequência.
(D) consolidado onde, devido à ausência de fenómenos de reflexão e de refracção das ondas sísmicas,
a vibração foi mais prolongada.
4. A análise de alterações na velocidade de propagação das ondas profundas constitui um método de estudo
(A) indirecto do interior da Terra, permitindo verificar que a rigidez dos materiais aumenta continuamente
com a profundidade.
(B) indirecto do interior da Terra, permitindo estabelecer uma diferença de rigidez entre a litosfera e a
astenosfera.
(C) directo do interior da Terra, permitindo determinar diferenças na composição dos materiais que
constituem a crusta e o manto.
(D) directo do interior da Terra, permitindo determinar diferenças na composição dos materiais que
constituem o núcleo externo e o núcleo interno.
7. Explique, com base nos dados, por que razão o sismo de Hyogo-Ken Nambu provocou o deslizamento de
terrenos na ilha do porto de Kobe.
Durante muitos anos, David Reznick e John Endler, cientistas da Universidade da Califórnia,
estudaram as diferenças entre duas populações de peixes guppies, Poecilia reticulata, que vivem
no rio Aripo, em Trindade e Tobago, em dois pequenos lagos separados um do outro por uma
cascata que impede a migração dos peixes.
As diferenças encontradas entre as duas populações são essencialmente a idade média e o
tamanho com que os peixes atingem a maturidade sexual e iniciam a reprodução.
Os principais predadores destes peixes são o killifish (predador K), que consome
predominantemente guppies de tamanho pequeno e juvenis, e o pike-cichlid (predador P), que
consome principalmente guppies de tamanho grande e adultos.
Os guppies que vivem em lagos onde existem predadores P tendem a ser mais pequenos, a
atingir o estado adulto mais cedo e a produzir mais ovos de cada vez, ou seja, a reproduzirem-se
de modo a que não atinjam o tamanho com que são preferencialmente consumidos, uma vez que
os machos param de crescer quando atingem a maturidade sexual. Contrariamente, os guppies que
vivem em lagos onde existem predadores K têm tendência para atingir rapidamente um tamanho
que ultrapasse o que é preferido pelos predadores.
Os cientistas colocaram duas hipóteses para explicar as diferenças entre as duas populações
de guppies:
Para testarem as suas hipóteses, os cientistas efectuaram duas experiências, que se encontram
registadas nos quadros seguintes:
Experiência 1
Método:
1–F
oram colocadas amostras das duas populações selvagens de guppies em ambientes físicos
idênticos e livres de predadores.
2 – Foram efectuadas observações sistemáticas das populações, durante várias gerações.
Resultados: As diferenças entre as duas populações de guppies persistiram por muitas gerações.
Método:
1–R
ecolheram-se guppies de locais com predadores P e colocaram-se em locais livres de outros
guppies, exclusivamente com predadores K.
2 – Durante 11 anos foram feitas observações e comparações entre as populações sujeitas aos
predadores K e as populações de guppies que ficaram nos locais de origem com os seus predadores
habituais P.
As características observadas foram a idade e o peso com que os peixes atingem a maturidade
sexual.
3 – Para validar os resultados, foram feitas observações em amostras destes dois grupos de
populações, mantidos em aquário com condições ambientais idênticas durante duas gerações.
Resultados: Os resultados das observações efectuadas durante 11 anos no ambiente natural
encontram-se registados nos gráficos seguintes.
Na resposta a cada um dos itens de 1 a 6, seleccione a única opção que permite obter uma afirmação correcta.
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
1. A análise dos resultados da experiência 1 e da experiência 2 permite concluir que as diferenças existentes
entre os guppies das duas lagoas, no seu ambiente natural, resultam de uma adaptação
5. As trocas gasosas entre o organismo dos guppies e o meio ocorrem por
6. No processo de osmorregulação, ao nível das brânquias e dos rins, respectivamente, os guppies
8. Explique de que modo os resultados obtidos na experiência 1 rejeitam ou apoiam a hipótese 1.
FIM
GRUPO I
1. ............................................................................................................ 5 pontos
2. ............................................................................................................ 5 pontos
3. ............................................................................................................ 5 pontos
4. ............................................................................................................ 5 pontos
5. ............................................................................................................ 5 pontos
6. ............................................................................................................ 10 pontos
7. ............................................................................................................ 15 pontos
50 pontos
GRUPO II
1. ............................................................................................................ 5 pontos
2. ............................................................................................................ 5 pontos
3. ............................................................................................................ 5 pontos
4. ............................................................................................................ 5 pontos
5. ............................................................................................................ 5 pontos
6. ............................................................................................................ 5 pontos
7. ............................................................................................................ 5 pontos
8. ............................................................................................................ 10 pontos
9. ............................................................................................................ 15 pontos
60 pontos
GRUPO III
1. ............................................................................................................ 5 pontos
2. ............................................................................................................ 5 pontos
3. ............................................................................................................ 5 pontos
4. ............................................................................................................ 5 pontos
5. ............................................................................................................ 5 pontos
6. ............................................................................................................ 5 pontos
7. ............................................................................................................ 10 pontos
40 pontos
GRUPO IV
1. ............................................................................................................ 5 pontos
2. ............................................................................................................ 5 pontos
3. ............................................................................................................ 5 pontos
4. ............................................................................................................ 5 pontos
5. ............................................................................................................ 5 pontos
6. ............................................................................................................ 5 pontos
7. ............................................................................................................ 10 pontos
8. ............................................................................................................ 10 pontos
50 pontos