O Tabernáculo
O Tabernáculo
O Tabernáculo
INTRODUÇÃO
O Tabernáculo foi ema estrutura construída pelos filhos de Israel sob a supervisão de Moisés, por volta do
ano 1450 a.C. O esboço do Tabernáculo e os materiais de sua construção foram especificados com grandes
detalhes por Deus a Moisés no Monte Sinai, poucos dias depois que os filhos de Israel haviam saído do Egito,
onde, por centenas de anos, eram escravos (o Êxodo). O Tabernáculo era uma construção portátil, feita por
homens habilidosos e sábios, e transportado por uma das doze tribos (Levitas), durante 40 anos de
peregrinação pelo deserto e depois na terra de Canaã.
2- Relacionar estas figuras do livro de Êxodo (o segundo livro da Bíblia) com o Senhor Jesus Cristo no Novo
Testamento.
Os primeiros cinco livros da Bíblia foram escritos por Moisés; eles são chamados de o Torá, a palavra
Hebraica para 'lei'. Jesus disse que Ele não veio para abolir a lei, mas para cumpri-la (Mateus 5:17).
João, um dos discípulos de Jesus, nos diz que a "lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por
Jesus Cristo" (João 1:17). A palavra "verdade" no Grego é alethia, que significa "realidade". A "verdade" de
que João fala a respeito, é Jesus Cristo como o Verbo, que estava com Deus e se fez carne e habitou entre
nós (João 1:1, 14). A palavra Grega algumas vezes traduzida por "habitou", aqui, é mais literalmente
traduzida por 'tabernaculou'.
Portanto o Tabernáculo é uma figura, um prenúncio do Senhor Jesus Cristo. No livro de Êxodo, quando Deus
especifica para Moisés os detalhes para a construção do Tabernáculo (aprox. 1.450 anos antes do
nascimento de Jesus), Ele faz uma prévia descrição de quem e o que seria o Messias (o Cristo) que estava
por vir.
Nos quatro evangelhos, particularmente no relato de João, Jesus mostra-se a si mesmo como sendo a
realidade de cada item do Tabernáculo. O verdadeiro Tabernáculo de Deus com os homens é, portanto o
Senhor Jesus Cristo.
OS MATERIAIS E OS ARTÍFICES
Deus disse para Moisés avisar a Faraó que se ele não "Deixar ir o meu povo!" (Êxodo 8:1) Deus enviaria
pragas sobre o Egito. A ultima praga seria a morte de todo o filho primogênito dos Egípcios.
Antes que esta praga fosse enviada, Deus ordenou a Moisés que falasse aos filhos de Israel para que eles
pedissem aos Egípcios: ouro, prata e roupas (Êxodo 11:1-3). Após o anjo da morte ferir todos os
primogênitos, os Egípcios queriam se livrar dos filhos de Israel, e deram tudo o que eles pediram (Êxodo
12:36). Desta forma, parece que eles receberam alguma recompensa pelo trabalho escravo no Egito.
Entretanto, poucos meses depois, enquanto Deus estava revelando o modelo do Tabernáculo a Moisés, Ele
também revelou qual seria a procedência do material com o qual eles fariam esta obra, ou seja, das
riquezas recém adquiridas do seu povo (Êxodo 25:1-7). Deus sabia que isto implicaria que o povo tivesse
um coração voluntarioso (Êxodo 25:2), mas Ele queria que isso fosse oferecido de livre e espontânea
vontade.
O modelo completo do Tabernáculo tinha sido revelado a Moisés, bem como os nomes dos artífices, mas era
necessário que os filhos de Israel tivessem a mesma visão. Moisés falou com eles em Êxodo 35:4-29
expondo diante deles todos os materiais que seriam usados e os seus requisitos, encorajando-os a ter um
coração sábio e disposto (Êxodo 35:5,10). O resultado entre os filhos de Israel foi que "todo o homem, a
quem o seu coração se moveu, e cujo espírito voluntariamente o excitou, trouxeram a oferta alçada ao
SENHOR" (Êxodo 35:21).
Este pensamento é atentamente espelhado na oração do apóstolo Paulo na carta aos Efésios (1:17-18), para
que "Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de
sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a
esperança da sua vocação". Quando Deus revela sua sábia e espontânea vontade em nosso coração, nos
leva a dar o melhor de nós para sua obra.
Este mesmo sentimento e pensamento envolveram os habilidosos artífices Bezalel e Aoliabe (Êxodo 31:2-6)
"E o (Bezalel) enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de ciência, em todo o lavor"(v3) "e tenho dado
sabedoria ao coração de todos aqueles que são hábeis, para que façam tudo o que te (Moisés) tenho
ordenado"(v6).
Sem que o Espírito revele ao nosso espírito o padrão e o significado do Tabernáculo e nos faça
espiritualmente sábios, nós não temos meios de sermos edificados para morada de Deus em Espírito
(Efésios 2:22), isto é, a igreja. A menos que nossos corações sejam iluminados, e feitos sábios e
voluntariosos, nós desperdiçaremos nossos dias na busca de coisas banais, ao invés de dedica-los ao
propósito e testemunho de Deus. Havia poucos homens particularmente dotados trabalhando no
Tabernáculo. Havia também muitas pessoas voluntariosas e sábias, tanto homens quanto mulheres (Êxodo
35:22, 26). Deveria ser o caso que os bem dotados equipassem os voluntariosos e sábios para a execução
da obra, para a edificação do corpo de Cristo, o Messias (Efésios 4:12), o Tabernáculo (Êxodo 40:9-11).
(ÊXODO 25:23-30)
A Mesa dos Pães era colocada do lado direito da porta de entrada do Lugar Santo, defronte do castiçal, no
lado norte, bem próxima a madeira revestida de ouro, que era uma das laterais do Santuário. Ela não era
muito grande, aproximadamente um metro de comprimento, meio metro de largura e setenta e cinco
centímetros de altura. Ela foi feita de madeira de acácia recoberta de ouro, similar às tábuas que formam as
paredes do Santuário, que fala das duas naturezas de Cristo, ou seja, Ele nasceu de Maria como genuíno ser
humano, mas foi concebido pelo Espírito Santo, sendo chamado Filho de Deus (Lucas 1:35).
Verdadeiramente homem, revestido de Deus.
A Mesa dos Pães tinha uma coroa feita de ouro, diferente do Altar de Holocausto.
No Pátio externo tudo simbolizava lavagem, julgamento e morte, na Pia de bronze e no Altar de Holocausto.
Aqui no Lugar Santo, tudo simboliza vida, alimento, luz e incenso aromático. Portanto, no Pátio Externo
"Vemos ... aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte",
mas na Mesa dos Pães (e no Altar de Incenso) no Lugar Santo, nós vemos Jesus "coroado de glória e de
honra" (Hebreus 2:9).
Na Mesa dos Pães eram colocados doze pães sem fermento, um para cada dos doze tribos de Israel. Estes
eram repostos todos os sábados por outros pães frescos (Levítico 24:5-9), comida fresca na casa de Deus
para os sacerdotes, Aarão e seus filhos. Pedro nos diz que quem crê no Senhor Jesus Cristo (I Pedro 1:8), e
já provou que o Senhor é benigno (I Pedro 2:3) não é somente casa espiritual, mas é também sacerdócio
santo, um sacerdócio real, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo (I Pedro
2:5, 9). Como sacerdotes nós estamos ministrando ao Senhor pela fé no sangue de Jesus e a unção do
Espírito Santo. Nossa comida, junto com algumas das ofertas, é o pão fresco na Mesa dos Pães: Jesus como
o Pão de Deus que desceu do céu para dar VIDA ao mundo (João 6:33), coroado de glória e de honra.
Os doze pães representam todo o povo de Deus, na casa de Deus (a igreja, I Timóteo 3:15), em comunhão
uns com os outros (I João 1:7).
Os pães sem fermento nos lembram do Senhor Jesus dizendo: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a
Mim não terá fome" (João 6:35). Esta ilimitada fonte de alimento celestial, fresco a cada semana, é para ser
a porção dos sacerdotes sob a luz do Castiçal (Colossenses 1:12). Todo dia nós necessitamos vir a Ele (João
6:37), ver o Filho e crer Nele (João 6:40). Ele é o Pão vivo que desceu do céu para nos dar Sua vida, vida
EM nós (João 6:51, 53). Esta vida é produzida em nós, primeiramente, pelo Espírito que dá vida (João 6:63)
e depois pela palavra de vida eterna (João 6:68). Hoje, Jesus Cristo só pode nos dar a Sua vida pela Sua
palavra e pelo Seu Espírito. Somente as letras da Escritura não são suficientes para a vida (João 5:39-40).
Nós devemos vir a Ele na Palavra e no Espírito.
A Pão é também chamado de o Pão da Presença. Para comer de Cristo como o Pão da Vida, nós (os
sacerdotes) devemos estar na presença de Deus, que é Espírito (João 4:24). O Pão é para todos os
sacerdotes, em comunhão uns com os outros na presença de Deus.
Baseado na parábola em Lucas 11:5-8, nós não necessitamos do Pão da Vida somente para nós (como o pão
cotidiano de Lucas 11:3), mas também para os nossos amigos necessitados, que vem até nós em suas
jornadas. Jesus deixa isto claro: pessoas no mundo estão faminto, mas a carne para nada aproveita (João
6:35, 63). Jesus veio para que pudesse dar vida ao mundo, a fim de que todo o que Nele crê, tenha a vida
eterna (João 6:33,47). Portanto, nós deveríamos pedir, buscar e bater em oração (Lucas 11:9), até que Ele
nos dê o tanto de Pão da Vida que nós necessitamos para nós e para os nossos amigos (Lucas 11:8). Nosso
Pai celestial se alegra em fazer isto! (Lucas 11:13).
A ARCA DA ALIANÇA
(ÊXODO 25:10-22)
A Arca da Aliança é o item mais conhecido do Tabernáculo, famosa por seus misteriosos poderes contra os
inimigos de Israel (I Samuel cap.5e6).
A Arca da Aliança ficava no Santo dos Santos, na parte dos fundos do Tabernáculo. O acesso só era
permitido uma vez por ano, no Dia da Expiação (Yom Kippur). Este acesso era restrito a uma pessoa, o
sumo sacerdote. Ele deveria entrar no Santo dos Santos trazendo o sangue de um bode, oferecido em favor
dele mesmo e dos pecados do povo de Israel.
A Arca por si só era uma pequena caixa, feita de madeira de acácia e recoberta de ouro. Suas medidas
eram: 1,15 metros de comprimento, 0,7 metros de largura e 0,7 metros de altura. Ela era carregada por
meio de duas barras longas, feitas de madeira de acácia e também recoberta de ouro.
A Arca era o trono de Deus em Seu lugar de habitação no Tabernáculo. Muitas pessoas, corretamente,
associam a Arca da Aliança com o julgamento e a ira de Deus. O dia em breve virá, quando Deus julgará os
segredos dos homens (Romanos 2:16) e "Do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e
injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça" (Romanos 1:18). "Aquele que fez o ouvido não
ouvirá? E o que formou o olho, não verá?" (Salmo 94:9). Caso você não esteja certo disto, leia a respeito do
grande trono branco do julgamento de Deus em Apocalipse 20:11-15. Mas havia uma tampa na Arca,
conhecida como Assento de Misericórdia, ou Propiciatório. Era aqui que o sangue do bode era aspergido pelo
sumo sacerdote no dia da Expiação, para aplacar a justa ira de Deus (propiciação) contra os pecados do
povo de Israel.
O livro de Romanos no cap. 3:24-25 nos diz que há redenção em Jesus Cristo, pois Deus o tem posto como
propiciação, pela fé no seu sangue. Cristo morreu, e o preço foi pago. Para aqueles que crêem na morte de
Cristo pelos seus pecados, agora há misericórdia e não a ira. "Mas Deus prova o seu amor para conosco, em
que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo
seu sangue, seremos por ele salvos da ira" (Romanos 5:8-9).
Nas extremidades do propiciatório havia dois Querubins. Não nos é dito que Deus se fazia presente dentro
da Arca, mas sobre a Arca e no meio dos Querubins. Ali Deus habitava "na luz inacessível" (I Timóteo 6:16,
Salmo104:2). O sumo sacerdote tinha que proteger seus olhos, pois "homem nenhum verá a minha face, e
viverá" (Êxodo 33:20). Este era onde Moisés encontrava com Deus (Êxodo 25:21-22, Levítico 16:14-15). A
glória do Senhor encheu o Tabernáculo no dia em que ele foi edificado e ungido (Êxodo 40:9, 18, 34-35),
exatamente no décimo quarto dia antes de completar um ano após a saída do povo do Egito (Êxodo 40:2;
12:6, 31). Os dois Querubins no propiciatório representam a glória de Deus (Hebreus 9:5).
A Bíblia não nos dá muitos detalhes a respeito da aparência da Arca da Aliança. Alguns modelos, como este,
mostram os Querubins ajoelhados, enquanto outros em pé. O que nós sabemos é que as suas asas estavam
estendidas, cobrindo assim o propiciatório. As asas possivelmente se tocavam umas nas outras para
fazerem uma cobertura completa. Estas incertezas não devem nos perturbar, pois "Agora vemos por espelho
em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também
sou conhecido" (I Coríntios 13:12).
As figuras abaixo mostram a Arca aberta para que você possa ver o seu conteúdo, que eram estes:
1. As Tábuas da Lei
Os dez mandamentos foram escritos nestas duas tábuas de pedra, pelo dedo de Deus, no monte Sinai
(Êxodo 31:18; 32:16, 19; 34:1). As tábuas de pedra também eram chamadas de tábuas do testemunho
(Êxodo 31:18), pois nos mostram os atributos de Deus como sendo: zeloso, cuidadoso, fiel e verdadeiro. Ele
é santo e justo.
2. Não farás para ti imagem de escultura, não te encurvarás a elas nem as servirás. Pois eu, o Senhor teu
Deus, sou Deus zeloso.
3. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o
seu nome em vão.
4. Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra, mas o
sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o
que neles há, e ao sétimo dia descansou.
5. Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
6. Não matarás
7. Não adulterarás
8. Não furtarás
10. Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem coisa alguma do teu
próximo.
Os dez mandamentos nas duas tábuas de pedras são a base da aliança de Deus com os filhos de Israel
(Êxodo 19:5-7). Eles estipulam quais são os justos requerimentos da lei, sem ajudarem aos filhos de Israel
a obedece-los.
Em razão de os filhos de Israel não cumprirem a parte deles neste concerto (visto que era impossível,
Romanos 8:3), Deus prometeu fazer uma nova aliança, "Não conforme a aliança que fiz com seus pais,......
porque eles invalidaram a minha aliança, apesar de eu os haver desposado, diz o SENHOR (Jeremias
31:32)."
"Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: Porei a minha lei
no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao SENHOR;
porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR; porque lhes perdoarei a
sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados (Jeremias 31:33-34). "
Esta é a Nova Aliança que Jesus confirmou com o Seu sangue (Lucas 22:20).
O Salmo 40:7-8 é uma profecia sobre o Messias: "Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de
mim está escrito. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu
coração." Em cumprimento: "Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei,..." (Gálatas 4:4, 5a). Jesus cumpriu a lei de
Deus, amando-O de todo Seu coração e ao seu próximo como a Ele mesmo. Isto fica bem claro nos quatro
evangelhos. Deleitando-se em fazer a vontade de Deus (João 4:34; 5:30; 6:38), Jesus tinha a lei de Deus
(as dez "Palavras" de Deus) em seu coração, como a Arca da Aliança guardava as tábuas do testemunho. A
Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade (realidade no Grego) (João
1:14). Através da morte de Cristo na cruz, como um sacrifício perfeito, nós somos perdoados dos pecados
cometidos sob a lei e remidos da sua escravidão.
Deus mesmo se responsabiliza por escrever sua lei em nossos corações e incuti-la em nosso entendimento,
quando envia aos nossos corações o Espírito de seu Filho (Gálatas 4:6, Hebreus 8:10-12). Desde então,
uma obra vivificadora ocorre em nosso homem interior, "Cristo, que é a nossa vida" (Colossenses 3:4),
"Cristo seja formado em vós" (Gálatas 4:19), o que resultará no mínimo no mesmo testemunho de Deus
quanto os dez mandamentos. A nação de Israel quebrou a velha aliança, e nós ainda fazemos o mesmo,
tentando guardar a lei através de nossos próprios esforços. Na Nova Aliança, Deus se responsabiliza por
escrever suas leis em nosso entendimento através de seu Espírito (Romanos 8:4, Ezequiel 36:25-28), visto
que nós andemos em Espírito.
João é bem econômico em seus escritos, usando uma ou duas palavras para descrever vastas realidades.
Mas seu foco não é tanto o entendimento, mas sim o verdadeiro conhecimento ou experimentar, por
exemplo, do Pão da Vida (João 6:35), João se refere a Jesus como:
Um pouco de história é necessário aqui. Começaremos pelo relato de Números capítulo 16. Logo após o
Tabernáculo estar em funcionamento, um dos sacerdotes (Coré) e alguns outros homens fizeram um desafio
à liderança de Moisés e Aarão. Usando uma linguagem que parecia ser espiritual, Coré advoga em causa
própria: "Basta-vos, pois que toda a congregação é santa, todos são santos, e o SENHOR está no meio
deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do SENHOR". Os companheiros de Coré não eram
sacerdotes e a linha de pensamento deles era totalmente contra a Palavra de Deus, pois disseram: !Moisés,
nos tirou da terra que mana leite e mel (Egito) e nos trouxe para este deserto. Onde está a terra que mana
leite e mel que você nos prometeu? Você pensa que todos nós somos cegos?? Isto era uma mentira aberta,
pois o Egito foi para eles: trabalho árduo, muito sofrimento, lágrimas e desesperança, mas após alguns
meses depois da construção do lindo Tabernáculo, a memória da escravidão estava se passando, e então
veio o desafio.
Moisés instruiu a todos que viessem diante do Senhor no dia seguinte. Deveriam trazer incensários, com
fogo e incenso, e colocá-los na presença de Deus. Deus estava furioso e julgou Coré e seus companheiros.
Seus incensários foram usados, como folhas estendidas, para cobertura do Altar do Holocausto, por
memorial, ou seja, para lembrá-los da ira de Deus sobre aqueles que falaram veementemente contra Ele e
contra aqueles que Ele havia escolhido (Números 16:29).
Mas o incidente não terminou ali. Toda a congregação começou a murmurar contra Moisés e Aarão porque
eles haviam matado "o povo do SENHOR". Novamente Deus reage furiosamente e rompeu uma praga no
meio do povo, que somente cessou quando Aarão obedeceu a Moisés, e colocou o seu incensário (o
autorizado) diante do Senhor no Tabernáculo. A praga foi devastadora no meio do povo, e Deus assim
provou, de forma trágica e punitiva, que Moisés e Aarão eram realmente escolhidos por Ele.
Entretanto, Deus desejava provar de outra maneira, de forma agradável e esclarecedora, que Aarão foi a
sua escolha para o sacerdócio (Números 17:5). Uma vara de cada uma das cabeças das doze tribos foi
marcada com os respectivos nomes das tribos e colocadas diante de Deus, perante a Arca do Testemunho
(Números 17:4). Quando Moisés retornou no dia seguinte, a vara de Aarão havia florescido, produzira flores
e brotara renovos e dera amêndoas maduras. Deus instruiu Moisés a colocar a vara de Aarão novamente
diante do testemunho, "para que se guarde por sinal para os filhos rebeldes"; a fim de prevenir contra
futuras murmurações e mortes (Números 17:10).
Isto é a história do Velho Testamento. A aplicação dela está em João capítulo 11. Lázaro, o amigo de Jesus
está seriamente enfermo. Jesus amava eles: Lázaro, Marta, e Maria, mas não foi vê-lo imediatamente,
esperou ainda dois dias. Isto causou muitos murmurações e discussões. Os próprios discípulos eram os
primeiros a murmurar e discutir, especialmente quando Jesus (sem ter sido avisado por ninguém) anunciou
que Lázaro adormecera (João 11:11, 14). Marta, Maria e os enlutados eram os próximos a murmurar e
discutir. Marta não podia esperar para dizer a Jesus o que ela pensava, ao encontrar Jesus pelo caminho.
Maria foi menos direta, mas ainda assim fez a mesma observação que Marta: "Senhor, se tu estivesses aqui,
meu irmão não teria morrido" (João 11:21, 32).
Isto parece realmente ruim, Jesus tinha deixado as pessoas decepcionadas, do jeito que a "imprensa" gosta
de "publicar". É neste mesmo ambiente de morte, desespero e desesperança que Jesus anuncia: "Eu sou a
ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá" (João 11:25). Jesus pergunta a
Marta se ela crê, e ela responde excelentemente com doutrina exata. Ela crê que Jesus é o Messias, o
Cristo, o Filho de Deus que veio ao mundo (João 11:27). Ela evita responder a Jesus o real sentido da
pergunta, porque sua teologia reagia ao seu pesar. Alguns dos outros começam a questionar se Ele é
realmente o Messias. Apesar de tudo, se Jesus pode fazer um cego ver (uma forte prova de que Ele é o
Messias, Isaías 42:1,7), por que Ele não podia ter impedido a morte de Lázaro?
Jesus não tinha a intenção de impedir a morte de Lázaro. Ele demonstrou ter tido a intenção de esperar até
que ele morresse, a fim de que o povo pudesse ver a glória de Deus aparecer no Tabernáculo, Jesus Cristo,
e para que muitos acreditariam Nele (João 11:40, 15,45). Lázaro não era uma peça de madeira cortada de
uma amendoeira em algum lugar, como a vara de Aarão tinha sido. Lázaro verdadeiramente era um ser
humano, um amigo querido, agora (após estar morto por quatro dias em Israel) estava, sem dúvida
nenhuma, se decompondo rapidamente, além de alguma esperança de ser recuperado.
"Tirai a pedra"
"Pai, graças te dou, por me haveres ouvido" (Ele já havia estado no Altar de Incenso, orando)
Que sinal do Messias! Quem podia duvidar agora que Jesus é a ressurreição e a vida, como Ele disse?
Somente aqueles que estavam planejando matá-lo (João 11:47-54). Mas, mesmo assim, eles estavam
debaixo do soberano plano eterno de Deus.
Grande parte da história do Tabernáculo e do Templo é triste e decepcionante, mas hoje, milhares de anos
depois, as pessoas ainda estão muito interessadas em aprender a respeito do Tabernáculo e do Templo. Isto
tem muito a ver com a Arca da aliança, a qual (pelo menos em parte de sua história) continha a vara que
floresceu, que cumpriu-se em Jesus, a ressurreição e a vida! Muito da história da igreja, e mesmo a minha
própria história, é profundamente decepcionante, mas repetidamente o Senhor Jesus Cristo torna-se a
ressurreição e a vida para os membros de Seu Corpo, o qual é a verdadeira Igreja.
Eu mesmo sou uma prova viva de que Jesus é a ressurreição e a vida. Esta noite eu estou escrevendo este
artigo sobre o Tabernáculo para a Internet e em CD-ROM. Se a tecnologia da Internet/CD-ROM estivesse
disponível há sete anos, quando eu era um cristão abertamente desviado, eu estou certo de que eu estaria
procurando outro tipo de material (até coisas impuras). Como eu sou grato a Deus por Seu amor por mim,
por me salvar, por trazer-me de volta para olhar novamente para Jesus nos evangelhos (a Porta do Pátio
Externo), por ter morrido por mim no Altar de Holocausto (a cruz) para perdoar todas as minhas
transgressões, por me lavar e limpar na Pia de Sua Palavra, por me alimentar com o Pão da Vida, por brilhar
sobre mim como a Luz do mundo, produzindo uma reação da Luz da Vida em mim. Obrigado Senhor Jesus,
por orar por mim em cada fase de minha vida, e por me conduzir de volta para o Seu aprisco. Obrigado
Senhor Jesus, Tu és a ressurreição e a Vida, e Tu és real em minha vida. Louvado seja o Teu Santo Nome.
A vara de Aarão que floresceu foi um sinal contínuo de que Deus o escolhera como sacerdote (Números
17:5). Mas o sacerdócio de Aarão foi interrompido pela sua morte O Senhor Jesus Cristo, no entanto, tem
um sacerdócio constituído segundo a virtude da vida incorruptível (Hebreus 7:16). Ele pode salvar
perfeitamente os que por ele se achegam a Deus (Hebreus 7:25). Você precisa voltar a Deus por Cristo,
agora?
Maná era o alimento que descia de Deus diariamente para sustento dos Israelitas no deserto durante os
quarenta anos da jornada para Canaã. A maneira que ele era enviado exigia da nação de Israel o
desenvolvimento de autodisciplina. O maná somente chegava de manha cedo com o orvalho (Êxodo 16:13-
14). Quando o sol surgiu, ele teria evaporado (Êxodo 16:21). O maná tinha de ser colhida diariamente,
qualquer sobra criava bichos e cheirava mal (Êxodo 16:20), e eles deveriam colher uma porção dobrada no
sexto dia, pois não seria enviado no sábado (Êxodo16:22-27). Era chamado Maná, porque em Hebraico isto
quer dizer: !o que é isso??. Parecia semente de coentro e seu sabor era como bolos de mel (Êxodo 16:31).
O Senhor ordenou a Moisés para que enchesse um ômer com Maná e o guardasse como memorial para as
gerações futuras, para que vissem como Deus alimentou os Israelitas no deserto (Êxodo 16:32-33). Este é o
Pote de Ouro com Maná "escondido", que ficava no Tabernáculo (Apoc. 2:17).
Agora, é óbvio que se o Maná fosse guardado por mais de um dia, ou dois (se fosse no sábado), ele criaria
bichos e cheiraria mal. Porque então guardá-lo como memorial para as futuras gerações?
A chave da resposta é o Pote de Ouro. O Pote de Ouro iria durar para sempre. Ele era redondo, indicando a
eternidade, e de ouro, indicando ser !de Deus, divino?. O Pote de Ouro indica vida eterna. Nossa vida
necessita estar "escondida com Cristo em Deus" (Colossenses 3:3) e nós necessitamos conhecer "Cristo, que
é a nossa vida", o !zoe? (Grego) vida eterna (Colossenses 3:4). O Maná escondido foi um memorial de como
Deus sustentou Seu povo em uma situação impossível. Cristo é real, e disponível para todas as pessoas em
qualquer idade ou em qualquer circunstância. A questão é: o quanto Ele significa para nós? O que fazemos
enquanto desfrutamos de tempo e energia para servi-lo? Também quando nós passamos por apertos e Ele
nos socorre, experimentamos seu suprimento de vida nestas ocasiões, é bom termos um memorial para as
futuras situações. "E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste." Jesus ora em João 17:3.
O CASTIÇAL
(ÊXODO 25:31-39)
O Castiçal era uma peça única, feito de ouro puro e batido. Ele era colocado do lado esquerdo do Lugar
Santo, o lado sul. O Livro de Êxodo não fala de suas dimensões ou de seu formato, mas nós sabemos que
ele tinha hastes, e cálices em formato de amêndoas em flor. O castiçal, então, era parecido com uma árvore
de ouro. "NEle estava a vida, e a vida era a luz dos homens" (João 1:4).
O Castiçal estava permanentemente aceso, para iluminar o Lugar Santo. "Ali estava a luz verdadeira, que
ilumina a todo o homem que vem ao mundo" (João 1:9).
Os sacerdotes eram responsáveis, pela manhã e a tarde, de manter as sete lâmpadas cheias de óleo e com
os pavios aparados. Jesus disse: "Eu sou a Luz do mundo; quem Me segue não andará em trevas, mas terá
a luz da vida" (João 8:12). Então, o castiçal aponta-nos para Jesus Cristo, a luz de todo mundo.
Nós necessitamos da luz do Senhor, na Tua luz veremos a luz (Salmo 36:9). Foi quando Deus mandou a Sua
luz brilhar em nossos corações que nós começamos a ver o quão excelente é conhecer Jesus Cristo,
comparado com todas as outras coisas (II Coríntios 4:6). Nós também começamos a ver o quão cegos e
iludidos nós nos tornamos pelo deus deste mundo e pelas nossas próprias concupiscências (II Coríntios 4:4;
Tito 3:3).
Nós não só necessitamos ver Sua luz, nós precisamos andar em Sua luz (I João 1:5-7; Efésios 1:18; 5:5-8).
Isto incluirá o Senhor brilhando sobre muitas coisas que não O refletem. Nós devemos confessar essas
coisas que Ele ilumina na nossa consciência ao nosso Advogado nos céus, Jesus Cristo o Justo, O qual se
entregou a Si mesmo pelos nossos pecados (I João 1:9; 2:1-2). Esta atuação em nosso interior é a função
da luz da vida: o sacerdote preparava os pavios das lâmpadas e enchia os cálices com óleo e a luz
aumentava em intensidade novamente (compare Apocalipse 1:12-13).
Uma vez que nossa consciência está limpa e nós andamos na Luz, nós somos então a luz do mundo, como
Jesus disse em Mateus 5:14-16. Nós podemos resplandecer para o Senhor no meio dessa geração
corrompida e perversa (Filipenses 2:15).
Esta é a experiência da Luz de maneira individual, mas o castiçal tem sete lâmpadas (sete é o número da
perfeição). Então, o castiçal é composto de múltiplas lâmpadas (pessoas) tendo experiências similares: a
igreja local (Apocalipse 2:1-7, por exemplo).
O castiçal era feito a partir de trabalhar sobre somente um bloco de ouro. Em primeiro lugar, a haste central
foi batido e formado. Depois, seis ramificações foram formados da haste central. Isso nos mostra Cristo e
Seus membros em Seu corpo (I Coríntios 12:12). Quando Jesus veio, Ele era a única Luz do Mundo. Então
Pedro, Tiago e João foram "batidos" ou feitos em Cristo (II Coríntios 1:21). Nós sabemos que as três
lâmpadas de cada lado do castiçal eram acesas a partir da lâmpada central, quando o castiçal era montado.
Isto indica que Cristo "iluminou" Pedro, Tiago, João e os outros primeiros discípulos e eles começaram a
segui-lO, a Luz do Mundo.
Então após a Sua morte e ressurreição, o Senhor Jesus veio e soprou o Espírito Santo sobre eles (João
20:22) e derramou o Espírito Santo sobre eles (Atos 2:33). Pedro então se pegou !em chamas?. Depois,
Estevão também e depois, Felipe; estes se ajuntaram com muitos outros para fazer a igreja em Jerusalém
(Atos 8:1), o castiçal naquele lugar, formados de uma só fonte, o Senhor Jesus Cristo. O castiçal é
completamente de ouro: é a obra de Deus. "Operai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o
que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade" (Filipenses 2:12-13).
Até a época do apóstolo João, no livro de Apocalipse, já havia sete igrejas na Ásia (Apocalipse cap. 1 a 3)
que ainda são o foco do cuidado e atenção de Cristo. Havia uma igreja em cada uma das sete cidades (1:20)
e ainda é um trabalho de Deus: o Filho do Homem, Jesus, andando no meio das sete igrejas, que são os
sete castiçais de ouro. Elas não são de plástico, são de ouro. Elas não respondem ao homem, mas a Jesus, o
Filho do Homem, em Sua função sacerdotal.
Cristo trata com cada igreja por sua vez. No início da carta para cada igreja, uma ou mais características de
Cristo na visão de João (em capítulo 1) são aplicadas diretamente à situação daquela igreja. Qualquer
característica que o Senhor Jesus Cristo tiver, é para as Suas igrejas, os Seus castiçais, experimentar. No
final da carta para cada igreja, o Espírito está aí, aplicando o que tem sido dito para aqueles que tem
ouvidos para ouvir (Apocalipse cap. 2 e 3).
O idoso apóstolo João não é o cabeça organizacional da igreja; ele está exilado por causa da Palavra de
Deus e do testemunho de Jesus (1:9). Cristo é o Cabeça, o Chefe. Ele está cuidando dos castiçais (1:13).
João é um irmão e companheiro nas aflições daqueles para quem ele escreve (1:9).
Eventualmente, no final do livro de Apocalipse, a Nova Jerusalém será um enorme castiçal de ouro, não
necessitando mais de nenhum cuidado contínuo. Não haverá mais trevas para combater, simplesmente fluirá
o rio da água da vida, com a árvore da vida, que procede do trono de Deus e do Cordeiro (22:1-2). Isso
será a consumação do Tabernáculo de Deus com o homem, tendo a glória de Deus; Ele habitará conosco
para sempre e nós seremos o Seu povo e Ele será o nosso Deus (21:3). Como nós ansiamos por aquele dia!
"Certamente cedo venho". Amém. Vem, Senhor Jesus! (22:21).
(ÊXODO 26:1-6)
A cobertura bordada com Querubins era a cobertura do interior do Santuário. Era esta cobertura que
formava o verdadeiro Tabernáculo no sentido específico de Êxodo 26:1. A cobertura bordada com Querubins
também formava o teto do Tabernáculo, olhando do interior do Santuário. Desde de que a maior parte da
bordadura ficava suspensa sobre as paredes externas das tábuas, o que era visível de dentro era apenas
uma pequena parte delas. Para começar tinham 10 cortinas individuais medindo aproximadamente 13
metros por 2 metros. Cinco cortinas foram enlaçadas uma a outra. Os outros cinco cortinas também foram
enlaçadas uma à outra. Então as 2 x 5 cortinas eram presas umas as outras com cinqüenta colchetes de
ouro formando assim uma enorme bordadura de 13 metros de largura e quase 19 metros de comprimento.
O livro de Êxodo não nos mostra o padrão preciso da bordadura, mas nos é dito que as cores eram: azul,
púrpura, carmesim, e branca (a cor do linho retorcido) com motivos de Querubins (Êxodo 26:1).
Estas cores não são novas para nós. Nós as temos visto na Porta do Pátio Externo e novamente na Porta do
Santuário; elas também aparecem no Véu, a "porta" de entrada do Santo dos Santos. Elas falam da
divindade de Cristo, a Sua realeza, a Sua posição como o Salvador, e a Sua santidade demonstradas nos
quatro evangelhos. O reaparecimento destas cores dentro do Santuário, bordado como o teto, nos lembra
de que o Amado Filho em Seu quadruplicado caráter é o Cabeça de todas as coisas da Igreja (Efésios 1:22).
I - os querubins foram colocados ao oriente do Éden "para guardar o caminho da árvore da vida" (Gênesis
3:24). Guardar no Hebraico significa observar, vigiar, para impedir Adão e Eva de retornarem e participarem
da árvore da vida. Aqui no Tabernáculo, os querubins estão supervisionando o que ocorre dentro do
Santuário.
II - os querubins estão entre aqueles no céu que dobram o joelho em reconhecimento ao Senhorio de Cristo
(Filipenses 2:10; Apocalipse 5:11-14), portanto Ele é verdadeiramente o Cabeça de todas as coisas da
igreja.
João, um dos discípulos mais chegados a Jesus, declara: "Vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do
Pai, cheio de graça e de verdade" (João 1:14). Enquanto nós nos aproximamos mais e mais perto da
presença de Deus no Tabernáculo, nós também necessitamos contemplar Sua glória, buscando as coisas que
são de cima, onde Cristo está, e não as coisas que são da terra (Colossenses 3:1-2), e reconhecer que o que
vemos é apenas uma pequena parte do todo.
As Tábuas e travessas eram feitas de madeira de acácia recobertas de ouro, como eram as colunas da Porta
de entrada do Santuário. Havia vinte Tábuas em cada um dos lados, norte e sul, e seis tábuas no lado oeste
do Tabernáculo, mais duas tábuas para reforçar os cantos da parede ocidental.
As Tábuas eram unidas por cinco travessas, que passavam através dos encaixes fixados nas tábuas, a
travessa do meio passou por dentro das tábuas como pode ser visto na figura se for examinada
atentamente.
Antes de nós considerarmos os detalhes da construção do Tabernáculo, seria útil nós vermos o significado
do lugar de habitação de Deus na Bíblia.
A primeira menção da casa de Deus é feita quando Jacó tem seu sonho em Betel (casa de Deus), enquanto
fugia de Esaú (Gênesis 28:10-22). Isto é confirmado quando Jacó retorna para Betel (Gênesis 35:1-15),
Deus aparece ali, fala com ele ali, e a casa de Deus de certa maneira está ali, como um "embrião", o lugar
de habitação de Deus.
Jacó desce para o Egito, onde José está e centenas de anos se passam. Acompanhando o Êxodo do Egito,
cerca de 1450 A.C, Deus aparece a Moisés no Monte Sinai e lhe dá o modelo do Tabernáculo e as Dez
'Palavras' (Êxodo 34:28, os Dez Mandamentos). O Tabernáculo era para ser o lugar de habitação de Deus
(Êxodo 25:8-9).
Mais tarde na história de Israel, cerca de 1000 A.C, o Templo foi construído em Jerusalém, sendo que o Rei
Davi preparou o material e o seu filho Salomão supervisionou a construção. Deus então habitou no Templo
no Monte Sião em Jerusalém (Salmo 132:13-14). Entretanto, devido aos constantes pecados de Israel e
seus reis, a glória de Deus partiu do Templo, e este não foi mais o seu lugar de habitação.
Jesus Cristo é o Verbo que se fez carne e habitou (tabernaculou) entre nós (João 1:14). Deus habitou em
Cristo; como o apóstolo Paulo escreveu "Nele (Cristo) habita corporalmente toda a plenitude da divindade"
(Colossenses 2:9).
Além disso, aqueles que crêem no Senhor Jesus Cristo se tornam o lugar de habitação de Deus, Paulo ora
"para que Cristo habite pela fé nos vossos corações" (Efésios 3:17), "ou não sabeis que o vosso corpo é
templo do Espírito Santo, que habita em vós?" (I Coríntios 6:19).
Então podemos concluir que, conjuntamente, a Igreja de Cristo é composta de pessoas salvas, a qual Paulo
define como "Templo santo no Senhor" e "a morada de Deus em Espírito" (Efésios 2:21-22), "a casa de
Deus, que é a igreja do Deus vivo" (I Timóteo 3:15).
No final do Novo Testamento nós lemos: "Eis aqui o Tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles
habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus" (Apocalipse 21:3), a
nova Jerusalém, que de Deus descia do céu (Apocalipse 21:2, 10). Através da Bíblia, Deus demonstra o seu
desejo de ter um lugar de habitação, e revela os detalhes deste lugar para aqueles que estão em harmonia
com Ele.
Vamos retornar às tábuas recobertas com ouro na estrutura do Tabernáculo, a composição das tábuas e das
travessas significa o seguinte:
O ouro:
A primeira vez que o ouro é mencionado na Bíblia é em Gênesis 2:11-12. Ele já aparece "nas montanhas",
criado por Deus, e nos é dito que "era bom", como tudo que Deus havia feito em Gênesis cap. 1. Por ele ser
precioso e criado por Deus, o ouro é tido como 'divino'. Quanto a madeira: cresce na terra, e como Adão foi
feito de algo que já existia (pó da terra), ela representa o que é 'humano', como no Salmo 1:1-3.
No relato de Êxodo 26:15-30, as tábuas são mencionadas como sendo de madeira de acácia, versículos 15 e
16. Deus especifica para Moisés a medida, quantidade e posição vertical das tábuas, bem como sua fixação
em bases de prata para ficarem erguidas e os reforços nos cantos. Então a madeira das travessas é
mencionada. Somente no final é especificado: "e cobrirás de ouro as tábuas" (Êxodo 26:29), as travessas
também. O atraso em mencionar a cobertura de ouro é uma indicação de que a madeira (elemento humano)
tem de ser trabalhado, adaptado e qualificado para receber o ouro, o elemento 'divino' como sua cobertura.
Pedro nos dá a razão disto: nós humanos, "havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no
mundo" e sabemos que "Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis
participantes da natureza divina" (II Pedro 1:4).
Nós devemos ser as Tábuas de madeira que são fixadas nas bases de prata, não relaxados ou olhando para
tráz, e não desejando mais a velha vida e das cebolas e dos alhos do Egito (Números 11:5-6). A madeira
não é fixa mais na terra ou mesmo na areia do deserto. Entre as Tábuas e o deserto há uma quantidade
significativa de prata, duas bases de prata, cada uma pesando 57 quilos. A prata nas escrituras é usada
como o preço compra/redenção de uma vida (20 siclos de prata por José em Gênesis 37:28 e 30 siclos de
prata por Jesus em Mateus 26:14-15). Quando a madeira é fixada firmemente nas bases de prata, significa
que nós temos um testemunho que pertencemos a Deus; é reconhecido: "não sois de vós mesmos ... fostes
comprados por bom preço" (I Coríntios 6:19-20). As "Tábuas" juntas, dando o mesmo testemunho, como
nós que somos "aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador
Jesus Cristo" (II Pedro 1:1). Então vem a cobertura de ouro "para que fiqueis participantes da natureza
divina" (II Pedro 1:4) e glorifique "a Deus no vosso corpo" (I Coríntios 6:20).
Havia duas Tábuas extras, reforçando os cantos do lado oeste (lado esquerdo da foto acima). A face oeste é
chamada de 'coxa' em Hebraico (Êxodo 26:23), significando o fortalecimento no apoio do corpo de Cristo.
Estas Tábuas extras sustentavam os cantos, a parte mais frágil da estrutura, da mesma maneira que faziam
as colunas na Porta do Santuário e do Véu.
Cada uma das Tábuas tinha um apoio individual em duas bases de prata, mas elas eram firmemente unidas
pelas travessas. Havia cinco travessas de cada lado da estrutura, as quais passavam pelos anéis na parte
externa das Tábuas, sendo que uma travessa passava pelo centro de cada Tábua. Há duas interpretações
para as Tábuas:
1. Elas representam a humildade, mansidão, paciência e amor unidas pelo vínculo da paz, em Efésios
4:1-3, que são exigidos para que nós andemos como é digno de nossa vocação com que fomos
chamados.
2. Elas se referem as cinco classes de pessoas dotadas por Cristo quando ascendeu aos céus para
equipar os santos: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores ou doutores, em Efésios 4:11.
Desde que as travessas eram feitas de madeira de acácia recoberta com ouro, a mais amável natureza
humana junto com a vocação divina, me parece que ambas representações estão corretas. A tragédia da
história da igreja (tanto em nossa época como em épocas passadas) é aqui apontada, ou seja, aqueles que
recebem estes dons não mostram suficiente virtude uns para os outros, e nem para com o povo que
apascentam e ensinam. As virtudes vêm primeiro, a fim de manter a unidade do Espírito (Efésios 4:3), os
que são dotados e aqueles que são aperfeiçoados vem depois, para que o corpo de Cristo seja edificado, até
que todos cheguemos a unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da
estatura completa de Cristo. (Efésios 4:12-13).
O plano de Deus de salvação e seu propósito de edificação não são individuais no livro de Êxodo. A madeira
poderia vir de diferentes árvores de acácia, mas as Tábuas eram preparadas e trabalhadas para formarem
juntas, uma estrutura, que seria o lugar de habitação de Deus (Efésios 2:21). Os Filhos de Israel que era
composta de centenas de milhares, celebraram a Páscoa e saíram do Egito. Depois Deus os conduziu pelo
deserto para experimentarem de uma fonte de água e alimento, com um único alvo determinado por Deus
para alcançarem, um lugar de adoração e um edifício, o Tabernáculo. "E me farão um santuário, e habitarei
no meio deles" (Êxodo 25:8). O lugar de habitação de Deus é o único propósito pelo qual nós fomos
comprados por Deus pelo sangue remidor de Jesus Cristo (o Messias).
Havia duas longas paredes de tábuas de madeira, uma simbolizando os Judeus e a outra os Gentios. Um não
poderia tirar proveito da lei e nem o outro poderia guardar os mandamentos de Deus. A única esperança era
o Messias prometido, em cujo sangue todos poderiam se chegar perto novamente. Todas as 'Tábuas' se
mantém pela Sua redenção. Agora todo homem que está em Cristo é "uma nova criatura, as coisas velhas
já passaram, e eis que tudo se fez novo" (II Coríntios 5:17). A nova criação no Messias de um novo homem
(Efésios 2:15) é corporativa: Crentes Judeus e Gentios são salvos somente pela graça de Deus através da fé
(Efésios 2:8), para que ninguém se glorie. Através do Messias/Cristo ambos temos acesso ao Pai em um
mesmo Espírito (Efésios 2: 18). Nele nós somos unidos uns aos outros como as Tábuas do Tabernáculo, a
fim de que Deus tenha o seu lugar de habitação em (um) Espírito (Efésios 2:22). Deus está operando
poderosamente em nós para realizar isto, "A esse glória na igreja , por Jesus Cristo, para todo o sempre".
(Efésios 3:20-21).
Entrando pela Porta do Santuário, na primeira sala, o Lugar Santo, o ouro das Tábuas está brilhando ao
redor e a cobertura de Querubins está por cima. Isto é porque nós devemos nos santificar em tudo (todo
nosso espírito, alma e corpo) para sermos conservados sem mancha como as Tábuas na casa de Deus (I
Tessalonicenses 5:23), onde estão as mobílias do Tabernáculo, A Mesa dos Pães, o Castiçal e o Altar de
Incenso.
O SANTUÁRIO DO TABERNÁCULO
A estrutura do Santuário do Tabernáculo era construída com tábuas de madeira recobertas com ouro. Havia
duas salas:
1. A primeira sala, do lado oriental (à direita), era chamado o Lugar Santo; os sacerdotes entravam
no Santuário passando pela cortina no lado oriental (à direita extrema); essa sala continha:
O Véu (no meio, ao lado esquerdo do centro) separava o Lugar Santo da sala mais interna.
2. A sala interna, para o lado ocidental (o lado esquerdo) era chamado o Santo dos Santos, aonde
somente um homem (o sumo sacerdote) podia entrar uma vez por ano; este era o lugar onde a
glória e a presença de Deus residia sobre a Arca da Aliança.
Praticamente nada desta estrutura de tábuas recobertas de ouro era visível do Pátio Externo, porque
havia quatro coberturas grandes sobre o Santuário:
Uma externa e grossa cobertura, uma cobertura vermelha, uma cobertura cinza, e uma cobertura
bordada.
O VÉU
"Este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo" (Êxodo 26:33). O Véu foi feito
utilizando-se quatro cores: azul, púrpura, carmesim e branco (do linho bem fino) as quais correspondiam
com os quatro evangelhos. Nós já vimos estas cores anteriormente na Porta do Pátio Externo, na Porta do
Santuário e na Cobertura Bordada do Santuário que forma o forro do Tabernáculo, e também no Éfode, que
o sumo sacerdote vestia.
O Véu era a última porta a ser atravessada, para entrar na presença de Deus no Santo dos Santos. A
entrada era proibida para todos, exceto para um, o sumo sacerdote, e
o seu acesso não era livre, pois ele só poderia entrar uma vez por ano, no Dia da Expiação, quando ele
trazia o sangue do bode sacrificado para espargir sobre a tampa (o Propiciatório) da Arca da Aliança.
O Véu nos faz lembrar de que estamos excluídos porque "todos pecarem e destituídos estão da glória de
Deus" (Romanos 3:23). Entretanto, como o Cordeiro Pascal foi morto para a redenção dos filhos de Israel no
Egito, e o bode era morto a fim de que seu sangue pudesse obter o perdão de Deus para os Israelitas no Dia
da Expiação, assim Jesus levou "em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro" (I Pedro 2:24).
Enquanto Jesus foi estava pendurado na cruz, Deus "fez cair sobre Ele as iniqüidades (os erros) de nós
todos"(Isaías 53:6). O sofrimento final da morte veio quando Jesus clamou: "Deus meu, Deus meu, por que
me desamparaste?" (Mateus 27:46). Logo depois, "Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o
espírito" (Mateus 27:50). Ele disse "Está consumado!" (João 19:30). Ele morreu.
O efeito da morte de Jesus foi dramático: a terra tremeu, rochas fenderam-se "e o Véu no Templo se rasgou
em duas partes, de alto a baixo" (Mateus 27:51). "De alto a baixo" indica de que Deus é quem o rompeu,
pois o Véu do Templo tinha 25 metros de altura. (Aqui no tabernáculo o Véu tinha apenas 4,6 metros de
altura).
Mateus 27:54 e Lucas 23:47 nos relatam que o Centurião que estava no lugar da crucificação viu o Véu se
rasgando em duas partes. Isto mostra que esse pecador gentio também podia olhar diretamente no Santo
dos Santos. Este quadro demonstra que agora é possível, baseado na fé na morte de Jesus pelos nossos
pecados, entrar na presença de Deus como pessoas justificadas e perdoadas (Romanos 5:1-2).
Como Hebreus 10:19-22 mostra, o caminho para o Santo dos Santos foi aberto para nós através do Véu da
carne de Jesus sendo rasgado na cruz. Há um "novo" (literalmente "recém morto") e "vivo" caminho pelo
qual entrarmos. O Senhor Jesus Cristo não é apenas o nosso sacrifício "recém morto"; Ele é também Aquele
que vive (Lucas 24:5; Apocalipse 1:18), que ressuscitou da morte e subiu ao céu, nosso Sumo Sacerdote,
com os nossos nomes em Seu coração (o Peitoral) e ombros (as Pedras nos ombros), entrando no Santo dos
Santos onde a presença de Deus está sobre a Arca da Aliança! Que encorajamento! Vamos nos aproximar a
Deus no Santo dos Santos, com um coração purificado e com plena certeza de fé! Vamos falar a outras
pessoas a respeito disso! (Hebreus 10:23)! Vamos nos estimular uns aos outros a amar o Senhor muito
mais! (Hebreus 10:24)! Vamos nos reunir com corações cheios de louvor e alegria (Hebreus 10:25),
enquanto Ele nos dirige nos hinos de louvor a Deus Pai (Hebreus 2:12), Seu Pai e nosso Pai! (João 20:17).
(ÊXODO 27:1-8)
O Altar de Holocausto era o primeiro item que podia ser visto ao se entrar pela Porta do Pátio Externo do
Tabernáculo. Ele era impressionante em sua construção, sendo feito de madeira de acácia e recoberto com
bronze, tendo 1,4 metros de altura e 2,3 metros quadrados de largura.
A madeira de Acácia é muito resistente e de alta qualidade, representando o melhor da humanidade, que é
Cristo. O bronze na Bíblia fala do julgamento de Deus, particularmente Seu julgamento sobre nossas
palavras e pensamentos de rebeldia contra Ele (como em Números 16:29-40 e Judas 11). Visto que a
madeira é recoberta com bronze, o Altar de Holocausto nos faz lembrar do homem sob o julgamento de
Deus, em virtude de nossas rebeliões contra Ele. Sendo que a madeira é de acácia, isto fala de Jesus
sofrendo julgamento de Deus na cruz, em nosso lugar.
No Altar de Holocausto o sacerdote sacrificava varias ofertas para Deus. Algumas ofertas eram pelos seus
próprios pecados e outras pelos pecados do povo. O alvo do holocausto era que, por ele, a pessoa poderia
se tornar aceita diante de Deus e perdoada (Levítico 1:4). Para o holocausto, um animal macho era
sacrificado: um carneiro, um bode, um boi ou uma rola (ou um pombinho) (Levítico 1:13-17). A oferta
deveria ser sem mancha ou defeito, a mais saudável e a melhor disponível. Isto representa o Senhor Jesus,
que foi examinado por Poncio Pilatos, o qual declarou: "Não acho nele crime algum" (João 18:38).
O sangue da oferta era derramado ao redor da base do altar, prenunciando o Senhor Jesus, cujo precioso
sangue foi derramado quando, na cruz, o lado dEle foi traspassado pela lança de um soldado Romano (João
19:34 e I Pedro 1:19).
Todo o conceito de sacrifícios sangrentos é perturbador para a mentalidade do mundo atual. Algumas
explanações podem nos ajudar a entender a perspectiva de Deus na Bíblia. Em Ezequiel 18:4, Deus diz:
"Todas as almas são minhas ... a alma que pecar, essa morrerá". A penalidade para o pecado é a morte
(Romanos 6:23). O pecado foi definido pela lei, o !Torá?, que são os primeiros cinco livros da Bíblia. A
justiça requerida pela lei era sem misericórdia: "vida por vida, olho por olho, dente por dente"
(Deuteronômio 19:21).
Esta é então a posição legal: nós pertencemos a Deus, Ele nos fez e, portanto somos Dele por direito. Mas
nós temos feito nossas próprias coisas e vivido nossa própria vida sem Deus: nós pecamos.
Nós sempre tentamos provar que nossos pecados não são tão graves. Entretanto, aos olhos de Deus tudo é
importante, mesmo as coisas mínimas. Desde que nós temos roubado de Deus as nossas vidas para nós
mesmos, sendo que nós pertencemos a Ele, nós temos cometido pecado.
De acordo com os justos requerimentos da lei, nós deveríamos morrer pelos nossos pecados. Entretanto, há
uma provisão: "a vida da carne (do holocausto ou sacrifício) está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado
sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas" (Levítico 17:11, 8). Assim, ou você deve morrer, ou a
oferta deve morrer em seu lugar, vida por vida. Se a oferta morrer, então (através do sangue da alma) há
expiação por sua alma, restauração a Deus a Quem você pertence (Levítico 1:4).
Este é o caminho de Deus, Sua provisão. Injustiça para com o animal? Isto é porque nós temos sido injustos
para com Deus, não vivendo para Ele, o que faz com que uma oferta seja necessária. E isto é fé: confiar de
coração na provisão de Deus, quando nós não podemos fazer nada por nós mesmos. Como Abraão disse á
Isaque pela fé: "Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto" (Gênesis 22:8), e Ele proveu: um
carneiro preso pelos chifres num mato (Gênesis 22:13) perto dali mesmo no Monte Moriá (Gênesis 22:2,14),
onde hoje se localiza o Monte do Templo, isto é, em Jerusalém. Em cumprimento de todas estas indicações,
Deus não poupou Seu Filho unigênito (Gênesis 22:16, João 3:16), o Senhor Jesus Cristo, que foi o cordeiro
que Deus proveu: Ele foi crucificado perto dali, no Monte Moriá, na ocasião da Festa da Páscoa, no ano 33
A.D, "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29). Creia Nele. Vendo Jesus morrer, até
mesmo o centurião declarou: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus" (Marcos 15:39).
Após seu sangue ser derramado, o holocausto era totalmente consumido pelo fogo, resultando em apenas
as cinzas e o aroma. As cinzas eram removidas do arraial para um "lugar limpo" (Levítico 6:8-13). O
holocausto era um cheiro suave e agradável para Deus (Lev. 1:9,13,17) e fazia com que a pessoa fosse
aceita diante de Deus e perdoada (Levítico 1:3-4). Em Efésios 5:2, Paulo nos mostra claramente que o
holocausto era uma figura exata do Senhor Jesus Cristo, que "vos amou e se entregou a si mesmo por nós,
em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave".
O Salmo 22 descreve em detalhes e profeticamente as palavras de Jesus na cruz quando Deus lança sobre
Ele os pecados do mundo inteiro "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Salmo 22:1), e a
agonia de ser crucificado: "todos os meus ossos se desconjuntaram" (Salmo 22:14). E então se segue o
calor do fogo da morte: "O meu coração é como cera; derreteu-se no meio de minhas entranhas. A minha
força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar (Salmo 22:14-15) Em seu último respiro, a
oferta está completa e Jesus clama: "Está consumado" (João 19:30). "Ele o fez!" (Salmo 22:31).
A parte final do cumprimento, ou seja, levar as cinzas a um !lugar limpo?, se cumpriu quando o corpo morto
dEle foi tirado da cruz: "e havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um sepulcro novo,
em que ainda ninguém havia sido posto. Ali, pois ... puseram a Jesus" (João 19: 41-42). João, uma
testemunha ocular disso tudo escreveu: "aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e
sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais" (João 19:35).
Quando nós estávamos na Porta do Pátio Externo nós ouvimos as palavras de Jesus: "Eu sou a porta; se
alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens" (João 10:9). Jesus não é
somente a Porta, Ele também nos diz: "Eu sou o bom Pastor" (João 10:11), para nos ajudar a entrar pela
Porta. Além disso: "o Bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (João 10:11), sendo assim Jesus é a oferta
no Altar de Holocausto, tão logo nós entramos por Ele, a Porta.
Por direito nós pertencemos a Deus: nós somos povo dEle e nós povo de Seu pasto, as ovelhas da Sua mão,
ouvindo a Sua voz (Salmo 95:7). O problema é que nós nos rebelamos contra Deus o nosso Criador, nós
não temos ouvido a Sua voz. O destino normal de uma ovelha ao entrar no Tabernáculo era a morte.
Entretanto, Jesus deu a Sua vida em nosso lugar, como por nós, Suas ovelhas. Quando o lobo da morte
veio, Jesus não fugiu, como faria o mercenário a quem não pertencem as ovelhas (João 10:12-13). Em suas
próprias palavras, Jesus diz: "Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas,...e dou a minha vida pelas
ovelhas (João 10:14-15). E as ovelhas a quem Ele se refere, não são apenas aquelas da casa de Israel
"Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a
minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor" (João 10:16).
Estas são as boas novas do Altar de Holocausto: não importa se nós somos Judeus ou Gentios, pois todos
nós estamos debaixo do julgamento de Deus, devido aos nossos maus pensamentos, obras e palavras.
Entretanto, o Senhor Jesus, que "não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano" (I Pedro 2:22)
tornou-se o holocausto em nosso lugar. Por crermos em Sua morte, que Ele levou "em Seu corpo o nosso
pecados sobre o madeiro" (I Pedro 2:24), nós nos tornamos aceitáveis diante de Deus, restaurado ao Pastor
e ao Seu rebanho (I Pedro 2:25). Então nós podemos entrar em Seus átrios com louvor e ações de graças
(Salmo 100:3-4).
Um cordeiro era queimado no Altar de Holocausto todo dia, de manhã e de tarde (Êxodo 29:38-42). Aprenda
a vir a este altar todos os dias para confessar os seus pecados a Deus e para lembrar (oferecendo a Deus
sacrifícios de louvor, Hebreus 13:15) que o Senhor Jesus morreu em seu lugar para te perdoar e te limpar
de todos os seus pecados pelo Seu sangue (I João 1:7-9; Hebreus 8:12; 9:14), a fim de que você pudesse
viver não mais para si mesmo, mas para Ele (II Coríntios 5:15).
O Altar de Holocausto e a Pia formam uma experiência em conjunto da obra de Cristo. Mais informações
estão disponíveis em outros tipos de Ofertas.
(ÊXODO 27:16-17)
A Porta do Pátio Externo era uma cortina grande, feita de linho fino e nas cores: azul, púrpura, carmesim e
branca. A cortina era sustentada por pilares de madeira que eram apoiados em bases de cobre, com
colchetes de prata, igual aos outros pilares da cortina do Pátio Externo. A cortina da porta era fixada aos
pilares com ganchos de ouro.
Azul indica a divindade: "Eis aqui está o vosso Deus" (Isaías 40:9), apontando para o evangelho de
João, onde o incrédulo Tomé eventualmente diz para Jesus: "Senhor meu, e Deus meu" (João
20:28).
Púrpura significa realeza: "Eis que o teu Rei virá a ti" (Zacarias 9:9), apontando para o evangelho de
Mateus, onde Jesus, o descendente do Rei Davi (Mateus 1:1), declara após ressuscitar dos mortos:
"É-me dado todo o poder no céu e na terra" (Mateus 28:18).
Carmesim representa o sangue: "Eis...o Meu Servo" (Isaías 52:13; 53:11), apontando para o
evangelho de Marcos, onde Jesus diz que Ele veio "para servir e dar a Sua vida em resgate de
muitos" (Marcos 10:45).
Branco significa pureza e humanidade perfeita: "Eis aqui o homem" (Zacarias 6:12), apontando para
o evangelho de Lucas, onde Pilatos diz a respeito de Jesus: "Não acho culpa alguma neste homem"
(Lucas 23:4, 14).
Estas quatro cores são entrelaçadas para formarem a Porta toda, assim como os quatro evangelhos
combinam para dar um completo quadro de Jesus. Jesus Cristo é puro e justo, real e divino, e isso
mostra como Ele sendo homem pôde ser o nosso resgate, a Porta para nós entrarmos na presença de Deus
no Tabernáculo. Jesus disse: "Eu sou a Porta; se alguém entrar por Mim, salvar-se-á" (João 10:9) e "Eu sou
o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai [Deus], senão por Mim" (João 14:6).
Esta declaração por Jesus é única e exclusiva, mas observe a Sua vida e a Sua conduta: Ele era rodeado por
todo o tipo de pessoas com toda a espécie de histórias e condições e motivos, e ainda assim Simão Pedro
(um dos Seus discípulos mais íntimo) pôde dizer mais tarde a respeito de Cristo: "O qual não cometeu
pecado, nem na Sua boca se achou engano" (I Pedro 2: 22).
Pedro tinha visto Jesus em toda a sorte de situação com todo tipo de pessoas (dos lideres religiosos, as
classes mais baixas como: prostitutas, publicanos e cobradores de impostos), e ainda assim escreveu: "Não
vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente
compostas; mas nós mesmos vimos a Sua majestade" (II Pedro 1:16).
Gaste tempo olhando para a Porta. Leia a descrição de Jesus pelos evangelhos e descubra por si mesmo o
Seu caráter, Seu compaixão, Seu diligência, Seu ensino, Seu poder. Caso você não saiba por onde começar,
você podia começar pelo evangelho de Marcos. Eu fiz isto.
A Porta do Pátio Externo é a única entrada, e ela é convidativa e atraente. A Porta fala da compaixão e
realeza de Jesus, Sua natureza como Deus e genuíno homem, Filho de Deus e Filho do homem, entrelaçado
como uma maravilhosa tapeçaria do aparecimento da "benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para
com os homens" (Tito 3:4). Jesus disse: "Eu sou a Porta; se alguém entrar por Mim, salvar-se-á" (João
10:9). Dê uma boa olhada na Porta; e então entre através dela. Uma vez que você esteja dentro do
Tabernáculo, você descobrirá muito a respeito do que Jesus queria dizer com "salvar-se-á" e como isto pode
ocorrer em sua vida, começando pelo Altar do Holocausto e a Pia.
O SUMO SACERDOTE
ÊXODO 28 E 29
Esta figura mostra o sumo sacerdote em suas "vestes santas para ministrar no santuário do
Tabernáculo (Ex. 39:1). Arão foi o primeiro sumo sacerdote; ele era o irmão de Moisés. Depois da
morte de Arão, o sumo sacerdote saiu de seus descendentes, os filhos de Arão.
O sumo sacerdote era responsável pelo Tabernáculo, suas ofertas e funções diárias, e também suas Festas
regulares, três vezes por ano: a Páscoa, o Pentecostes e o Yom Kippur, o Dia da Expiação (a qual era
seguida pela semana de júbilo na Festa dos Tabernáculos), como pode ser visto em Levítico capítulo 23.
No Dia da expiação, era a responsabilidade particular do sumo sacerdote levar o sangue do bode sacrificado
ao Santo dos Santos, em memória de todo o povo de Deus, para perdão de seus pecados.
Esta maravilhosa responsabilidade requeria uma pessoa santificada (Êxodo 29), o sumo sacerdote, vestido
em seus "trajes santos". A parte superior da veste santa é parecido com um avental, e é chamado o Éfode.
Por cima do Éfode, em forma quadrada, o peitoral, com doze pedras preciosas. Nos ombros havia mais duas
pedras preciosas. A vestimenta azul era chamada de manto, embaixo do qual o sumo sacerdote usava uma
túnica branca de linho fino, de obra tecida. Na sua cabeça está a mitra branca de linho fino. Ao redor da
base da mitra está a lamina de ouro, gravada com os dizeres: "SANTIDADE AO SENHOR".
Toda esta vestimenta e itens têm um maravilhoso significado. Uma vez que nós entendemos que eles nos
falam a respeito do celestial Sumo Sacerdote, Jesus, nós seremos tomados de um profundo sentimento de
gratidão em nosso espírito e um encorajamento para nos aproximarmos de Deus com verdadeiro coração
em plena certeza de fé. (Hebreus 13:15; 10:22).
O Éfode é uma vestimenta parecida com um avental vestida pelo sumo sacerdote. Ele era confeccionado em
quatro cores: azul, púrpura, carmesim e o branco de linho fino retorcido. Estas são as mesmas cores que
podem ser vistas na Porta do Pátio externo, na Porta do Santuário e no Véu; elas referem a Cristo quando
Ele é revelado nos quatro evangelhos. Mas também há uma outra importante característica no Éfode: os fios
de ouro (cortados de uma barra de ouro) eram entrelaçados com as outras cores (Êxodo 39:3). Ouro não
somente é precioso, como implica ser divino e celestial.
Nas quatro cores nós vemos Jesus como Ele era no Seu ministério terrestre. Jesus viveu como homem na
terra, um trabalhador, o carpinteiro de Nazaré (Marcos 6:3); Ele também sabia o que é envolvido quando é
preciso depender nos outros para o Seu sustento (Lucas 8:3). Ele sabia o que significa estar cansado (João
4:6), com fome (Mateus 4:2; Marcos 6:31), com sede (João 4:7), pressionado (Marcos 1:32-34; 2:2; 5:22-
24), tentado (Lucas 4:2; Hebreus 2:18), enlutado (João 11:35), orando em agonia (Lucas 22:44; Hebreus
5:7), desapontado pelos amigos na hora da necessidade (Lucas 22:45-46), torturado (Mateus 27:26),
cuspido e ridicularizado (Mateus 27:29: 31), Ele sabe o que é de morrer (Lucas 23:46). Por Ele ter passado
por todas estas experiências, e também muitas outras, as quatro cores nos falam de como Ele pode se
compadecer de nós (Hebreus 4:15).
Também bordado no Éfode estavam os fios de ouro, um maravilhoso "tipo" do ministério celestial de Cristo
como grande Sumo Sacerdote para os Seus. Ele ressuscitou da morte, Ele subiu aos céus e está sentado a
destra de Deus (I Coríntios 15:3-4; Hebreus 1:3). Lá, como misericordioso e fiel Sumo Sacerdote, Jesus
sempre vive e ora pelos Seus, para socorre-los em suas dificuldades (Hebreus 2:17). Além disso, por Ele ter
ressuscitado dos mortos e ascendido aos céus, Ele PODE fazer algo através dEle interceder por nós (Hebreus
7:25): Ele nos ajuda (Hebreus 2:16), demonstrando Sua misericórdia e ministrando a nós a Sua graça para
ajudar-nos em tempo de necessidade (Hebreus 4:16), especialmente quando somos tentados (Hebreus
2:18).
Em cada um dos ombros do Éfode havia uma pedra preciosa. Seis nomes estavam gravados em cada uma
destas pedras, totalizando assim os nomes de todas as doze tribos de Israel. Toda a vez que o sumo
sacerdote comparecia diante de Deus no Altar Dourado de Incenso, os nomes de todo o povo de Deus
estavam em seus ombros.
Jesus é o Bom Pastor (João 10:11). Ele conhece Suas ovelhas (João 10:14) e sai em busca de cada uma que
está perdida no deserto (Lucas 15:4). Individualmente, quando Ele encontra cada uma das ovelhas
perdidas, o Bom Pastor as coloca em Seus ombros (Lucas 15:5-7). As pedras nos ombros representam o
pastoriamento coletivo de Cristo nas milhares de vidas. Ele leva todas diante de Deus, como hoje no céu Ele
está intercedendo por nós (Romanos 8:34; Hebreus 7:25). Os ombros falam de Sua força. Quão poderosa e
prevalecente tem sido a Sua intercessão em nossas vidas!
O peitoral era de forma quadrada, e também bordado com fios de ouro. Fixados em ouro no peitoral
estavam doze pedras preciosas, uma para cada uma das doze tribos de Israel. Cada uma tinha o nome da
respectiva tribo gravado sobre ela. Isto mostra que o Bom Pastor conhece suas ovelhas tão bem, que Ele
chama cada uma pelo seu próprio nome (João 10:3). O sumo sacerdote carrega os nomes no Peitoral "sobre
o Seu coração" quando ele entra diante do Senhor "como um memorial" (Êxodo 28:29), prenunciando o
amor eterno de Senhor Jesus por Suas ovelhas (João 13:1).
Tudo isso não é para aqueles que não crêem. Infelizmente, eles estão fora do Tabernáculo, não tendo ainda
entrado pela Porta para o Pátio Externo. Seus nomes ainda não estão gravados no Seu coração. Eles são
como o homem rico de Lucas 16:19, cujo nome nem mesmo é citado; em contraste, o nome do pobre
Lázaro é conhecido até mesmo por Abraão (Lucas 16:25), a despeito de suas feridas e pobreza. Ambos
tinham ouvido as palavras de advertência de Moisés e os profetas, mas o homem rico não creu e nem creria
ainda que algum dos mortos ressuscitasse (Lucas 16:29-31). "Eu não posso crer naquilo que eu não vejo" é
o protesto comum daqueles que estão cercados de conforto. O problema é que, quando eles forem
confrontados com a realidade, será tarde demais: estarão mortos. Assim, meu amigo, quando você ouvir a
voz do Bom Pastor, quando Ele te chamar pelo teu nome, permita que Ele te conduza e você O siga (João
10: 3-4, 25-27).
Os nomes conhecidos pelo sumo sacerdote estavam gravados em pedra. Isso não era um capricho
passageiro, eles não podiam ser apagados: "E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as
arrebatará da minha mão" (João 10:28). Na medida em que o sumo sacerdote ministrava no Lugar Santo,
vestindo o peitoral com os nomes gravados nas pedras, ele passa diante do Castiçal e a luz brilha sobre os
nomes (a Luz da Vida, João 8:12), ele se aproxima da Mesa dos Pães e os nomes correspondem um ao
outro em comunhão nutritivo (o Pão da Vida, João 6:35), ele vem diante do Altar de Incenso carregando os
nomes individualmente e coletivamente diante de Deus, orando para que nos possa ser concedida vida
eterna, o que significa de conhecer o único Deus verdadeiro em Jesus Cristo, o Messias (João 17:3).
Aqui no Lugar Santo, a ênfase é sobre a vida. Jesus o grande Sumo Sacerdote veio para que eles (os
nomes) possam ter vida, até vida eterna, e a tenham em abundância (João 10:10).
O Sumo Sacerdote deveria ainda nos levar ao Santo dos Santos para uma vista e experiência mais completa
da vida eterna. Para nós entrarmos e termos esta vida abundante e eterna, o Véu deve ser removido. Ele
deve ser rompido de alto a baixo, por Deus (Mateus 27:51). E então nós teremos acesso através dEle (o
Véu) em um mesmo Espírito (tipificado pelo único e ungido sumo sacerdote e pelo Tabernáculo ungido,
agora tendo um lugar único) ao Pai (Efésios 2:18). Dentro do Santo dos Santos nós encontramos a Arca da
Aliança, contendo:
1. As duas tábuas da Lei contendo as "dez palavras" (Deuteronômio 10:4, Hebreu), as quais são as
palavras de vida eterna (João 6:68), coletivamente a Palavra da Vida (I João 1:1),
2. A Vara de Aarão que floresceu (a Ressurreição e a Vida, João 11:25),
3. O Pote de Ouro contendo o Maná "Escondido" (Maná normalmente evaporava quando o sol surgia,
mas este Maná "Escondido" foi conservado diante do Senhor como um memorial, representando
assim a vida eterna que nos foi concedida pelo Pão de Deus, Jesus, João 6:33, 58; 17:3).
Jesus nosso grande Sumo Sacerdote carrega os nomes de todos os Seus redimidos em Seus fortes ombros.
Além disso, todos os nomes individuais são reunidos em grupos e separados apenas pela genealogia e
localização da moradia (como as tribos de Israel). Os nomes em forma coletiva são permanentemente
carregados (como cada pedra gravada no peitoral) em Seu terno coração. O Peitoral é, portanto uma figura
da Igreja expressa como igrejas locais, uma em cada lugar, no propósito de Deus.
O Peitoral era de um dobrado duplo, formando assim um bolso. Dentro do bolso eram guardados o Urim e o
Tumim. Urim significa "luzes" e Tumim "perfeições". Elas eram provavelmente duas jóias. Quando alguém
tinha que tomar uma importante decisão, consultava o sumo sacerdote. Ele ficaria diante do Castiçal,
segurando o Urim em uma das mãos e o Tumim na outra. Quando a luz era refletida do Urim e Tumim sobre
as pedras do Peitoral, este feixe de luz produzia até 24 combinações (2 x 12). Desde que há 22 letras no
alfabeto Hebraico, os feixes de luz poderiam produzir fileiras de letras. Quando Deus soprava através da
Arca, o Véu se moveria, permitindo que um vento leve balançasse as chamas do Castiçal para
momentaneamente alterar o angulo de direção da luz no Urim e no Tumim, e então no Peitoral. Então Deus
podia se comunicar diretamente, mas não de forma audível, com o sumo sacerdote, lhe concedendo a
resposta para a pergunta.
O Manto era todo feito em azul. Ele tinha uma orla, a qual tinham sido ligados motivos em forma de romãs
(de azul, púrpura e carmesim), com sinos de ouro no meio das romãs. Os sinos de ouro eram o anúncio de
que o sumo sacerdote estava ministrando, um som maravilhoso, apoiado pelos frutos maravilhosos, as
romãs. Este mesmo balanço de obras e palavras nós encontramos no Senhor Jesus (Lucas 24:19).
A Mitra era feita de linho fino branco. Geralmente, o linho fino branco representa as obras de justiça
(Apocalipse 19:8). Aqui, a ênfase está em nossa mente, aquilo que é sobre o nosso processo de pensar,
"levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo" (II Coríntios 10:5) tomando o "capacete da
salvação" (Efésios 6:17). Nossa mente é o grande problema. Quando Zacarias teve a visão de Josué
(Zacarias 3:1-5), o Senhor começou a tratar o problema das vestes sujas (v 3) colocando uma Mitra limpa
em sua cabeça (v 5). Vendo que as palavras Hebraicas para Josué (Yoshuah) e salvação (yeshuah) são tão
parecidas, nós vemos aqui o quadro de tomar o capacete da salvação, para tratar com os nossos
pensamentos sujos de injustiça.
Atado a Mitra e sobre a testa do sumo sacerdote estava a Lâmina de Ouro, uma chapa de ouro gravada com
os dizeres "SANTIDADE AO SENHOR". Este selo de Deus está legitimamente sobre a testa de nosso Senhor
Jesus Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote. Mas, para nós, a quem Ele já constituiu sacerdotes (Apocalipse
1:5-6), há uma clara indicação de que nós não devemos ser apenas externamente revestidos de Cristo; Ele
deve transformar-nos pela renovação de nosso entendimento para que experimentemos a vontade de Deus:
nossa santificação (Romanos 12:2; I Tessalonicenses 4:3). Quanto nós necessitamos sermos renovados no
espírito de nosso entendimento, nos revestindo do novo homem criado em justiça e verdadeira santidade
(Efésios 4:23-24)!
Finalmente...
"Irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai o Sumo Sacerdote, Jesus" (Hebreus 3:1)
"Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, o Filho de Deus, um Sumo Sacerdote que pode se
compadecer de nossas fraquezas (sendo como nós, em tudo tentado, mas sem pecado), cheguemo-nos,
pois, com confiança ao trono da graça, a fim de sermos socorridos em tempo oportuno" (Hebreus 4:14-16).
O ALTAR DE INCENSO
(ÊXODO 30:1-10)
O altar de Incenso era feito de madeira de acácia recoberto com ouro. Ele estava localizado em frente ao
Véu, a cortina que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos. Ele era quadrado: meio metro por meio
metro de largura e um metro de altura.
O sacerdote tinha que queimar incenso neste altar pela manhã e a tarde (Êxodo 30:7-8), como incenso
perpétuo perante o Senhor.
O incenso queimando simboliza a oração (Salmos 141:2, Apocalipse 5:8) e nos aponta para a oração do
Senhor Jesus no jardim de Getsêmani (João cap. 17, Marcos 14:32-42).
Semelhante a Mesa dos Pães, o Altar de Incenso tinha uma coroa de ouro ao redor da parte superior. Isto
representa Jesus, "...Coroado de glória e de honra..." (Hebreus 2:9).
Entretanto, por causa do Altar de Incenso ser o lugar de oração, a coroa e a oração juntas nos dão a idéia
de um sacerdócio Real. Este pensamento é desenvolvido no livro de Hebreus: o Messias, Jesus Cristo se
tornou sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Salmos 110:1, Hebreus cap. 7). Ele pode se
compadecer de nós como nosso grande Sumo Sacerdote (Hebreus 4:15) e pode nos conceder a Sua
misericórdia e graça como Rei da justiça e Rei da paz (Hebreus 7:25; 7:2; 4:16; Gênesis 14:18).
A Oração é muito importante na vida diária de todos os crentes no Senhor (Daniel 6:10; Mateus 6:5-13).
Nós devemos orar sem cessar (I Tessalonicenses 5:17), usando todos os tipos de orações e súplicas com
ações de graça, orando cada vez no Espírito, vigiando e perseverando em oração não só por nós mesmos,
mas por todos os nossos irmãos e irmãs (Efésios 6:18). A importância da oração está aumentando,
especialmente enquanto a batalha se intensifica e a pregação do evangelho é dificultada (Efésios 6: 19).
Entretanto, quando nossa oração está genuinamente no Altar de Incenso, o Senhor causa bastante incenso
a ser colocado em nossas orações. Este incenso volta para Ele enquanto nós oramos de acordo com a Sua
vontade, e os resultados serão extraordinários (Apocalipse 8: 3-4).
O Tabernáculo é a casa de Deus, Seu lugar de habitação ( Êxodo 25:8-9 ) e uma figura de Cristo e de Sua
Igreja ( Colossenses 2: 9; I Timóteo 3: 15; Efésios 2: 21- 22). È o desejo de Deus que Sua casa seja
"...Casa de oração para todos os povos." (Isaías 56:7).
Para orarmos no Altar de incenso, sangue deve primeiramente ser aplicado (Levítico 4:7), o sangue que vem
do Cordeiro de Deus.
Então o incenso deve ser preparado com genuíno reconhecimento e experiência do Nome do Filho - Sua
pureza, santidade, submissão, fé e dependência em Deus, o Pai.
Sendo assim, "...tudo quanto pedirdes a Meu Pai, em Meu nome, Ele vo-lo há de dar. ....Pedi, e recebereis,
para que o vosso gozo se cumpra." (João 16: 23-24).
Um dos ingredientes do incenso era o sal, para fazer com que nossas orações não sejam nem sentimentais e
nem formais. Nós devemos orar em todo o tempo no Espírito (Efésios 6: 18) e em nome do Filho. Isto será
cheiro suave a Deus Pai.
O ministério de Jesus não se resumiu apenas em curar e ensinar as pessoas, mas foi também um serviço a
Deus Pai, através do Seu modo de viver e da Sua vida de oração (Marcos 1: 32-35). Antes de escolher Seus
doze discípulos, Jesus passou a noite inteira em "...oração a Deus." (Lucas 6: 12). Sua admoestação "Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação;..." e Sua observação, com respeito a oração, "...Na verdade, o
espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mateus 26: 41) vem de Alguém que claramente está qualificado
para fazer tais observações.(Hebreus 2: 14,18).
Em João capítulo 17, Jesus em sua oração faz pedidos muito significativos, com inigualável adoração ao Pai,
reconhecendo Sua própria posição como um homem e a do Pai como de quem emana toda a autoridade
(vers. 2), como Pai Santo (vers.11) e Pai Justo (vers. 25). Esta oração não é uma espontaneidade, antes, é
a continuação de uma vida de oração constante, como indicado pela frase "...Pai, é chegada a hora;..."
(vers.1).
Agora, no jardim de Getsêmani, Jesus está junto a Altar de Incenso, na noite antes do que o Véu (que é a
Sua carne, Hebreus 10: 20) é rasgado de alto a baixo, por Deus o Seu Pai (Mateus 27: 46, 51). Jesus ora
para que todos aqueles que o Pai lhe deu; tenham a vida eterna. Ele atua como o Sumo sacerdote no
Tabernáculo, levando os nomes dos discípulos (e de todos os que pela sua palavra hão de crer, vers. 20) em
seu coração (o Peitoral). Ele ora para que o Pai:
i. Proteja os discípulos, guardando todos em Seu Santo nome, mantendo-os em união, como o Pai e o Filho
são um (vers. 6-12)
ii. Santifique-os pela Sua Palavra da verdade, separando os discípulos para o Pai, assim como Jesus foi
separado para o Pai, para que possam influenciar o mundo com o evangelho. E que gerações de salvos
possam ser um, um nEles, o Pai e o Filho (vers. 13-21)
iii. Envie a glória do Filho (João 1: 14; 17: 1) aos cristãos, para que possam ser perfeitos em unidade, a fim
de que o mundo veja o amor do Pai pelo Seu Filho unigênito e também por Seus muitos filhos (João 1: 18,
12-13; 3: 5-6; 20: 17) (vers.22-26).
A oração da vida eterna é esta: "...Que Te conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a
quem enviaste." (João 17: 3). Jesus disse "...Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância."
(João 10: 10). A vida eterna consiste simplesmente em conhecer o Pai e o Filho e a unidade dEles, para a
eternidade. Esta é a oração de Jesus para vida eterna, e que possa ser também a nossa.
Quão forte fragrância do incenso desta profunda oração, feita pelo grande Sumo Sacerdote, para todos os
que estão na casa de Deus! Vamos também nos achegar até o Altar de Incenso e dali entrar com ousadia
através do Véu para o trono da graça (a Arca da Aliança), para que possamos achar a misericórdia e obter a
graça, da qual Cristo orou por nós, "...a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.". ( Hebreus 3:6, 4:14-
16 ).
A PIA
A Pia era uma bacia grande de cobre, contendo água. A Bíblia não nos fala do seu tamanho ou de suas
dimensões. Após entrar pela Porta do Pátio Externo, os sacerdotes tinham que lavar as mãos e pés nesta
Pia, antes de entrar no Santuário, ou mesmo oferecer qualquer oferta ao Senhor no Altar de Holocausto.
Deus avisou a Moisés de que se os sacerdotes não se lavassem, eles morreriam (Êxodo 30:20-21). Isto
mostra uma exigência séria para que nós nos "lavemos", antes de tocar em qualquer coisa do Senhor, pois
aqueles que crêem no Senhor Jesus são considerados sacerdotes no Novo Testamento - veja I Pedro 2:9 e
Apocalipse 1:6. O Novo Testamento fala do "lavar" em dois sentidos:
1 - O Batismo (Atos 22:16), que deve ser ministrado apenas uma vez (quando Bíblico), e, logo após a
conversão. (Atos 16:31-33)
2 - O lavar da água pela Palavra (Efésios 5:26; João 13:8-10; 15:18), de acordo com o padrão de Êxodo
29:39 pelo menos duas vezes ao dia (de manhã e de tarde).
Depois de crer no Senhor Jesus e ter experimentado de que Ele é a Porta através da qual nós entramos no
Reino de Deus, nós devemos ir a Ele diariamente de forma simples e sincera. Nós necessitamos ler a Palavra
de Deus pela Bíblia para que possamos viver por Ele (Mateus 4:4) e confessar nossos pecados para Deus,
pois Ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (I João 1:7-9). Quando Deus perdoa, Ele esquece
(Hebreus 8:12). Esta é a experiência combinada da Pia e do Altar de Holocausto.
É importante ler a Bíblia, por que a Palavra de Deus "lava" nossas "mãos" e "pés", especialmente da sujeira
do mundo que nos rodeia. Ela nos dá a visão de Deus da nossa conduta diante do mundo e dos
pensamentos das nossas mentes e corações (Gênesis 6:5). Quando Efésios 5:26 fala da lavagem da água,
pela Palavra, a palavra no Grego para lavagem é "Pia". Enquanto nós lemos Sua Palavra, o Senhor ilumina
nossos corações e fala conosco, principalmente em nossa consciência. De acordo com o que Deus nos
mostra, nós precisaremos confessar e pedir o perdão e purificação dEle. Somente assim estaremos
qualificados para aproximar ao Santuário.
O efeito da lavagem (Pia) na Palavra é limpar: "Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-
o conforme a Tua palavra" (Salmo 119:9). A leitura resulta em nós na transformação da imagem de Cristo.
Nós tornamos a ser separados para Deus. !Santo? ou !Santificado? quer dizer exatamente isto: separados
para Deus. Estas pessoas santificados são chamados de "santos" no Novo Testamento. Paulo escreve: "À
igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados (para ser) santos, com
todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso" (I
Coríntios 1:2).
Santos são crentes em Cristo que experimentaram a lavagem da Palavra de Deus em suas vidas. Nós
podemos ter sido pessoas avarentas, vigaristas, beberrões, drogadas, ladrões, mentirosas, fornicários,
homossexuais, envolvidos em pornografia, etc. antes de chegarmos a Porta da cortina do Pátio Externo.
Mas, não se engane, ninguém pode herdar o Reino de Deus sendo assim (I Coríntios 6:9-10). "E é o que
alguns têm sido". Eu fui um destes. "Mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido
justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus" (I Coríntios 6:11). Nós somos lavados
na Pia e, como resultado, separados para Deus (santificados); nós somos justificados no Altar de Holocausto
pela fé na morte de Jesus na cruz, como "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29).
A mensagem que Jesus pregou foi "Já está o tempo. Mude o seu modo de pensar e creia nas boas novas"
(minha versão de Marcos 1:15 que diz: "O tempo está cumprido,.... Arrependei-vos, e crede no evangelho").
Pedro, André, Tiago, João e os outros discípulos de Jesus fizeram exatamente isso: eles mudaram suas
mentes e começaram a seguir Jesus. Eles deixaram as suas velhas vidas porque eles acharam alguma coisa
tão real e verdadeiro, a realidade do Tabernáculo, Jesus. Eles admiraram a Porta (Seu caráter, Seu poder,
Seu ensino), Ele tinha lavado os pés deles na ultima ceia (João 13:4-11), e eles viram o Cordeiro da oferta
de sacrifício quando Ele morreu. Os discípulos tornaram separados para Deus no meio de um ambiente
totalmente hostil. Mas isto não foi o fim: Jesus ressuscitou dos mortos. Ele voltou para eles, não só para
ficar temporariamente entre eles, mas para habitar neles, como nós veremos, no lugar onde Deus habita, o
Santuário.
Antes de você continuar em direção a porta do Santuário, pare e considere tudo o que você tem visto até
aqui. Agora pode ser uma boa hora para responder a tudo que você já viu.
AS OFERTAS
(LEVÍTICO CAPÍTULOS 1 A 7)
As Ofertas que Deus falou a Moisés a respeito, eram um meio de adoração, e também um sacrifício para
perdão e restauração pessoal diante de Deus. Muitas das ofertas estavam relacionadas com o Altar de
Holocausto.
Os sacerdotes sacrificavam várias ofertas à Deus, que eram oferecidas pelos seus próprios pecados e
também pelos pecados do povo (tanto pecados conhecidos como desconhecidos). Algumas ofertas eram
oferecidas regular e freqüentemente, enquanto outras eram oferecidas apenas em certos casos de
necessidade. As principais ofertas eram:
Oferta de Alimentos
Oferta Pacífica
Oferta de Libação
A Oferta de Alimentos era feita de flor de farinha misturada com óleo, sal e incenso. A flor de farinha fala da
humanidade de Cristo, o óleo simboliza o Espírito Santo de Deus, o sal a pureza do sacrifício, e o incenso da
fragrância da oferta.
A Oferta de Alimentos é um tipo do Senhor Jesus Cristo como Genuíno homem, o filho do homem, cheio do
Espírito Santo (Lucas 4:1).
Havia dois ingredientes que eram proibidos na Oferta de Alimentos: o fermento (para levedar) e o mel (para
adoçar).
O fermento é uma pequena bactéria que cresce rapidamente, por esta razão ele simboliza o pecado.
Entretanto, Pedro disse a respeito de Jesus: "O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou o
engano" (I Pedro 2:22).
O mel tira o verdadeiro sabor dos alimentos. Entretanto, as palavras ditas por Jesus não foram adocicadas
para agradar o gosto daqueles que o ouviam (João 6:60). Jesus é chamado de A fiel testemunha (Apocalipse
1:5). Jesus disse: "Aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus" (João 3:34) e "mas falo como meu Pai
me ensinou" (João 8:28).
A Oferta de Alimentos podia ser assada em um forno ou frita em uma frigideira. Se ela fosse cozida em uma
caçoula, a flor de farinha deveria ser amassada com azeite e repartida em três pedaços, sendo depois disto
derramado azeite sobre ela. Tanto por dentro quanto por cima da oferta havia azeite.
Isto aponta-nos para o Senhor Jesus, que não foi apenas cheio do Espírito Santo (Lucas 4:1) mas também
foi tentado três vezes pelo diabo no deserto (Lucas 4:3, 7, 9). Ele então podia declarar: "O Espírito do
Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de
coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos. A pôr em liberdade os oprimidos,
e anunciar o ano aceitável do Senhor" (Lucas 4:18-19).
Se a Oferta de Alimentos fosse assada ou frita, uma porção era queimada sobre o Altar de Holocausto, como
cheiro suave ao SENHOR (Lev. 2: 9), e o restante servia de alimento para os sacerdotes (Lev.2:10).
A Oferta de Alimentos das Primícias (Lev.2: 14-16) claramente evidencia Cristo em sua morte, sepultamento
e ressurreição:
"grão trilhado, tostado ao fogo" - Sua morte (Isaías 53:5, Salmo 22:15)
"deitarás azeite sobre ela, e porás sobre ela incenso" - Seu sepultamento (Lucas 23: 56, 24: 1)
"primícias" - a festa das primícias ocorria três dias depois da Páscoa e fala da ressurreição de Cristo
(Lev.23:11).
Portanto a Oferta de Alimentos é um tipo do Senhor Jesus Cristo em sua humanidade, cheio do Espírito
Santo, passando pela morte, sepultamento e ressurreição para satisfação da justiça de Deus e para ser o
"pão de Deus que dá vida ao mundo" (João 6:33).
Há um participação conjunto entre a Oferta pelo Pecado e a Oferta pelos Pecados Ocultos (Transgressão).
Alguns professores cristãos fazem distinção entre "Pecado" e "Transgressão". Pecado é a natureza e
tendência para as más obras (cuja natureza nós todos temos), e Transgressão é um exemplo específico de
pecado: uma infração, uma injustiça, uma ofensa. "Todos pecaram" (Romanos 3:23), transgrediram, porque
a Escritura encerrou "tudo debaixo do pecado" (Gálatas 3:22), todos com a natureza pecaminosa (Romanos
7:8, 17, 20).
A Oferta pelo Pecado é indicada para a nossa condição geral de pecador diante de Deus (Lev. 5:13) e
também para os nossos pecados não intencionais (Lev. 4:1, 27), especialmente para os líderes ou para o
povo como um todo (Lev. 4:3, 13, 22), mas também de forma individual entre o povo de Deus (Lev. 4; 27).
A Boa Nova da Oferta pelo Pecado é que Cristo cumpriu a oferta pelo pecado, uma vez por todas;
Cristo, "uma vez se manifestou para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo" (Hebreus 9:26).
"Aquele que não conheceu o pecado, foi feito pecado por nós (II Cor. 5:21)
"Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne"
(Romanos 8:3).
Baseado na fé do que Cristo fez por nós, pela Sua morte na cruz, nós podemos ser libertos da escravidão de
nossa natureza pecadora e de suas tendências. Jesus disse: "todo aquele que comete pecado é servo do
pecado... se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8:34, 36).
A Oferta pelos Pecados Ocultos, da Transgressão, era para pecados especificamente conhecidos,
transgressões onde as pessoas sabiam o que elas tinham feito, por causa da consciência, e em relação às
suas experiências versus o que eles sabiam que Deus exigia.
Como anteriormente indicado, a Oferta pela Transgressão e a Oferta pelo pecado se sobrepõem uma na
outra, onde o Pecado pode ser considerado nossa natureza pecadora e a Transgressão como uma má obra,
injustiça, uma ofensa feita.
Podemos ver um exemplo disso na primeira carta de João. Note que primeiramente a natureza pecadora é
mencionada, e depois especificamente as obras de injustiça, ou
pecados:
"O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. Se dissermos que não temos pecado,
enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos nossos pecados, ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo
mentiroso, e a sua palavra não está em nós.
Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e se alguém pecar temos um Advogado para
com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos,
mas também pelos de todo o mundo" (I João 1:7-2:2).
Propiciação quer dizer: "extinguir a ira", "penalidade paga através de um sacrifício a Deus".
"Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos" (Hebreus 9:28).
Cristo "levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados, sobre o madeiro, para que, mortos para os
pecados, pudéssemos viver para justiça" (I Pedro 2:24).
"Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (I Pedro 3:18).
A Oferta Pacífica é traduzida algumas vezes por "Oferta de Comunhão". Ela ocorria voluntariamente, quando
havia um desejo expresso de dar graças, e buscar comunhão com Deus.
O sangue da Oferta Pacífica era espargido sobre o Altar de Holocausto, a gordura e as partes internas eram
removidas e o restante era assado. A gordura e as partes internas eram queimadas; para satisfazer a Deus
como cheiro suave. Por Deus havido mostrado claramente o que lhe agradava, a pessoa que oferecia tal
oferta estava fazendo exatamente aquilo que agradava a Deus, e desta maneira tendo comunhão com Ele.
Havia também a ocasião em que a carne da oferta era para o sacerdote e o oferente consumir, comerem
juntos, com bolos ázimos amassados com azeite, coscorões ázimos amassados com azeite de flor de farinha,
similar a Oferta de Alimentos.
A Oferta Pacífica era uma indicação de um bom, saudável e amoroso relacionamento entre o oferente e
Deus, e entre o oferente e o sacerdote. Havia paz com Deus e paz entre as pessoas em geral.
Paulo escreveu: "Cristo é a nossa paz" (Efésios 2:14), porque "vós que estáveis longe, já pelo sangue de
Cristo chegastes perto" (Efésios 2:13).
"Tendo sido, pois, justificados pela fé" (pelo aspergir do sangue sobre o Altar de Holocausto) "temos paz
com Deus" (Romanos 5:1). Nossa comunhão com Deus é restaurada pela fé na morte e no de sangue
derramado de nosso Senhor Jesus Cristo, e sustentada pela sua vida, que ele compartilha conosco como
nossa porção de alimento.
O Cristo que é "a nossa paz" em Efésios 2:14 é também o Cristo "que fez de ambos, um", onde 'ambos'
refere-se aos Judeus e Gentios. Para aqueles que crêem em Jesus Cristo, sua morte é o lugar para nós
sermos um. Este é o único lugar que a unidade ou união ocorrerá. Em todos os outros lugares não
encontramos paz, pois há conflitos em todas as áreas! Somente quando nós conhecemos a "comunhão de
suas aflições, sendo feito conforme à sua morte" (Filipenses 3:10) nós podemos "sentir o mesmo no Senhor"
(Filipenses 4:2; 2:5-8). De outra maneira nós seremos como Evódia e Síntique, brigando e causando
confusão, sem termos paz. Isto é irônico, pois "Evódia" significa "doce aroma", portanto, é apenas um nome
sem a experiência de Cristo como a Oferta Pacífica. "Cristo é a nossa paz" (Efésios 2:14).
A OFERTA DE LIBAÇÃO (GEN. 35:14 ÊXODO 29:40-41 NÚMEROS 28:7-10, 14, 15 , 24 ,31)
A Oferta de Libação era derramada sobre uma oferta que já existia. Freqüentemente um sacrifício com
sangue era acompanhado pela Oferta de Alimentos e a de Libação. Em virtude desta oferta ser derramada
sobre outra, havia uma idéia de desperdiço ou de algo que estava sendo desperdiçado (compare Mateus
26:8). Em Gênesis 35:14, Jacó derrama uma oferta para demonstrar que ele está dedicando novamente sua
vida a Deus, consagrando-se a casa de Deus, "Betel". Da mesma maneira, em Êxodo 29:34-45 Aarão e seus
filhos se consagraram, entregando suas vidas a serviço do Tabernáculo, para que Deus tivesse um lugar de
habitação. Para que isso fosse válido, havia necessidade das ofertas diárias, oferecidas pela manhã e a
tarde, incluindo o cordeiro para o Holocausto, a Oferta de Alimentos e a de Libação. Duas vezes ao dia,
havia uma nova consagração no Tabernáculo, feita pelos sacerdotes. Esta é uma figura para nós de nossa fé
no Senhor Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo falou dele mesmo sendo "oferecido por libação" sobre o sacrifício e serviço da fé dos santos
em Filipos (Filipenses 2:17), pois ele contemplava a possibilidade de em breve terminar sua vida por conta
do evangelho.
OS FILHOS DE ISRAEL
Israel foi o nome que Deus deu a Jacó em Gênesis 32: 28. Ele tinha doze filhos:
Os "filhos de Israel" que deixaram o Egito foram, portanto, os descendentes dos doze filhos de Jacó, cujo
nome Deus mudou para Israel.
Depois do livro de Êxodo cap. 32, a tribo de Levi foi apontada para o serviço especial do Tabernáculo (ver Os
Levitas). O lugar de Levi entre as tribos foi preenchido pelos dois filhos de José (Efraim e Manassés) aos
quais foi permitido a cada um, se tornarem uma tribo separada.
OS LEVITAS
(NÚMEROS 3:3-37)
Após os Filhos de Israel terem deixado o Egito e atravessado o Mar Vermelho, Deus mandou Moisés subir no
Monte Sinai para receber dEle os Dez mandamentos e o padrão do Tabernáculo. Enquanto Moisés estava
fora, um grave problema de idolatria ocorreu entre os filhos de Israel, que permaneciam ao pé do Monte
Sinai. A tribo de Levi (que Moisés e Aarão pertenciam) mostrou nesta ocasião que estava definitivamente do
lado de Deus (Êxodo 32:25-28). Como resultado disto, a Tribo de Levi (os Levitas) foi escolhida para cuidar
do Tabernáculo do Testemunho (Êxodo 38:21).
Levi teve três filhos: Gérson, Coate e Merari. O trabalho dos Levitas foi distribuído de acordo com suas
famílias:
A família de Gerson era responsável por carregar e montar as cortinas do Pátio Externo do
Tabernáculo, as coberturas do Tabernáculo, a cortina da Porta do Santuário, a cortina da Porta do
Pátio Externo, juntamente com todas as cordas e fixadores que seguravam estas cortinas (Números
3:25-26)
A família de Merari era responsável por carregar e montar as Tábuas, as Travessas, as Colunas e
Bases do Pátio Externo (Números 3:36-37)
A família de Coate era responsável pelo transporte da Arca da Aliança, o Véu, o Altar de Incenso, o
Castiçal, a Mesa dos Pães, a Pia e o Altar de Holocausto juntamente com todos os utensílios do
Santuário (Números 3:31).
Os filhos de Israel sabiam quando era a hora de sair para sua jornada através do deserto, pois havia uma
coluna de nuvem durante o dia e uma coluna de fogo de noite para os guiar. Os Levitas desmontavam e
transportavam o Tabernáculo, montando-o novamente no lugar indicado pela nuvem.
Quando o Tabernáculo era edificado no novo local, Deus indicava o lugar que cada tribo deveria ocupar ao
seu redor (Números 2:1-34):
Obrigado pela sua cooperação. Que Deus continue a abençoar você, sua família e a todos que se reúnem
com você em nome de Cristo, o Ungido (Lucas 4:18, Êxodo 40:9).