Avaliaçao Empresa Perito PDF
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Pierre Ohayon
Rio de Janeiro – RJ
Professor do Mestrado em Ciências Contábeis – FACC/UFRJ1
Doutor em Administração – USP3
[email protected]
Resumo
A perícia contábil consiste numa ferramenta utilizada pelo Poder Judiciário quando o objeto do
processo judicial envolve questões e matérias de natureza contábil, e por este motivo necessitam da
apreciação e interpretação de um contador para ser esclarecidas. O presente artigo aborda uma
importante aplicação da perícia contábil, a avaliação de empresas, considerando que o processo de
avaliação consiste na busca de estimar um valor justo de mercado para uma empresa, que, apesar de
ter como base modelos essencialmente quantitativos, trabalha com expectativas e valores
construídos, pelo menos parcialmente, em bases subjetivas, enquanto as decisões judiciais
necessitam estar fundamentadas em fatos, eventos e ocorrências concretas. Neste contexto, este
artigo apresenta o estudo de cinco laudos periciais, elaborados por uma empresa prestadora de
serviços de perícias contábeis judiciais, analisando a propriedade das técnicas de avaliação de
empresas utilizadas em situações reais e fazendo uma avaliação crítica, segundo a teoria das
principais metodologias. Os resultados obtidos com a análise dos laudos periciais demonstraram a
presença deste problema no cotidiano do perito contador, visto que eles apresentaram algumas
falhas metodológicas, principalmente quanto à determinação de algumas variáveis dos modelos de
avaliação de empresas adotados.
Palavras-chave: Perícia contábil, avaliação de empresas, perito contador, laudo pericial, modelos
de avaliação.
Abstract
The forensic accounting consists of a tool used by the judiciary when the object of the proceeds
involves questions and matters of accounting nature, and for this reason, need the appreciation and
interpretation of an accountant to be clarified. The present study broaches an important application
of forensic accounting, which is company valuation, considering that the valuation process consists
in the search of the market fair value for a company, and although it is based essentially in
quantitative models, it works with expectations and values constructed, at least partially, in
subjective bases, while the sentences need to be based on facts, events and concrete occurrences. In
this context, this work presents the study of five reports, made by a forensic accounting company,
analyzing the properties of the techniques of valuation utilized in real situations, and criticizing it,
comparatively to the theory of the most known methodologies. The results reached with the analysis
of the expert reports had demonstrated the presence of this problem in the daily work of the
accounting expert, since the reports had presented some methodologies imperfections, mainly
related to the determination of some items of the valuation models adopted.
Key Words: Forensic accounting, company valuation, forensic accountant, expert report, valuation
models.
1. Introdução
A matéria que constitui os processos judiciais pode ser em grande parte apreciada pelos juízes e
advogados que ali atuam. Entretanto, há situações em que, pela natureza eminentemente técnica das
questões que envolvem, necessitam ser apreciados e interpretados por especialista no assunto, pois
excedem a competência do Direito.
Assim, na busca de uma sentença capaz de refletir a expressão da justiça, a Lei outorgou aos juízes
o direito de recorrer a um profissional de sua confiança, com conhecimento especializado na área
específica sobre a qual recai a controvérsia, capaz de contribuir com sua experiência e saber,
auxiliando-o. Este especialista se denomina “perito”.
Neste contexto, surge o papel do perito contador, chamado a atuar para auxiliar a Justiça quando
o objeto do litígio envolver questões e matérias de natureza contábil.
Dentre os diversos encargos passíveis de atribuição ao expert contábil, encontra-se a tarefa de
avaliar empresas, que, conforme destaca Alberto (2002):
“Esta é, se não a principal, uma das mais importantes aplicações da perícia contábil, pois que
se inserem os haveres no próprio objeto da contabilidade, o patrimônio, e, naturalmente, o
grande fator determinante dos dissídios individuais ou coletivos, concretos, potenciais ou
latentes, se fundam, certamente, nos haveres de uma entidade (física ou jurídica)”.
Entretanto, a avaliação de empresas para fins judiciais não é tarefa fácil, e diversos fatores
influenciam neste problema. Assim, podem-se citar, dentre outros:
• Grande parte das avaliações envolve empresas de pequeno e médio porte, as quais não atribuem a
devida importância à sua contabilidade, e não raras vezes sequer a possuem;
• A avaliação de empresas em um ambiente litigioso traz inúmeras incertezas, visto que as partes
se encontram em discórdia, pleiteando por seus interesses, e podem omitir dados e informações
preciosas para a avaliação, visando ao benefício próprio;
• Processos de avaliação de empresas utilizam expectativas e valores construídos, ao menos
parcialmente, em bases subjetivas; já as decisões judiciais necessitam estar fundamentadas em fatos,
eventos e ocorrências objetivas;
• Escassez de trabalhos acadêmicos que tratem das peculiaridades do assunto avaliação de
empresas com o enfoque pericial-contábil.
Não obstante a complexidade do cenário e as dificuldades encontradas, o perito terá de cumprir seu
encargo e elaborar o laudo pericial, revelando a essência acerca do que se discute, e suprindo a justiça
com as informações de que necessita para esclarecer as dúvidas levadas a seu conhecimento.
O presente artigo buscará analisar a propriedade e adequação da utilização das técnicas mais
usuais de avaliação de empresas em perícias contábeis mediante o estudo de cinco laudos periciais.
2. Metodologia
Com base na classificação proposta por Vergara (1997), a pesquisa em questão é exploratória
quanto a seus meios, e descritiva quanto aos seus fins. Ainda considerando a classificação proposta
por Vergara (1997), quanto aos meios, foram empregadas as técnicas de pesquisa classificadas como
bibliográfica e estudo de caso.
Quanto à escolha dos casos e método de coleta dos dados, optou-se por realizar um estudo de
múltiplos laudos judiciais contábeis cujo objetivo da designação da perícia fosse a avaliação de
empresas.
Assim, selecionou-se para este estudo uma única empresa prestadora de serviços de perícias
contábeis, atuante em diversas varas cíveis do Estado do Rio de Janeiro, à qual foram requeridos os
arquivos documentais correspondentes aos laudos periciais elaborados no período compreendido entre
setembro de 2003 e setembro de 2005, designado para o estudo.
Foram selecionados os laudos cujo objetivo era a avaliação de empresas, independentemente da
finalidade dela. Cinco laudos enquadraram-se nas especificações predeterminadas.
Cada Laudo foi analisado individualmente sob o ponto de vista de quem lê o laudo entregue em
juízo, ou seja, apenas com as informações constantes dele e seus anexos. Em seguida, é descrita a
metodologia de avaliação adotada pelo perito, e finalmente é feita uma análise crítica das técnicas
utilizadas na avaliação, confrontando-as com a teoria.
Ao final de cada caso, foi elaborado um quadro-síntese contendo os aspectos críticos que podem
afetar o valor dos ativos avaliados, sendo divididos em:
• Omissões: não forneceu elementos suficientes para se construir o julgamento da avaliação
realizada, podendo ocultar inclusive valores construídos arbitrariamente, que afetem a avaliação do
ativo; e
• Inconsistências: utilização de procedimento inapropriado aos objetivos a que se propõe.
Devido às limitações inerentes ao estudo de caso, como o fato de não permitir generalizações para
o universo, independentemente do número de casos estudados (Yin, 1989), este estudo se propõe a
entender as situações práticas envolvendo o tema e avaliá-las criticamente sem, no entanto, inferir
sua extensão para os demais laudos periciais já elaborados sobre o assunto.
Outra limitação deste estudo é que somente os laudos e os seus anexos foram disponibilizados para a
pesquisa, do mesmo modo como são entregues ao juiz. Assim, não se obteve acesso aos documentos
que foram utilizados pelo perito para proceder às avaliações, exemplificando: livros contábeis, extratos
bancários, declarações de impostos, entre outros documentos.
3. Perícia Contábil
Magalhães et al (1995) conceituam perícia como um trabalho de notória especialização feito com o
objetivo de obter prova ou opinião, e acrescentam que se destina a orientar uma autoridade formal
no julgamento de um fato.
O conceito perícia contábil está necessariamente ligado ao conceito geral de perícia, visto que a
adjetivação apenas designa a matéria sobre a qual a perícia recairá, ou em qual área do
conhecimento humano irá atuar.
Conforme ressalta Crepaldi (2002), a contabilidade nasceu da necessidade de controlar o
patrimônio. Independentemente das diferentes definições atribuídas à contabilidade, todos os
conceitos convergem em seus enunciados para o controle do patrimônio através das informações.
Desta forma, o objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades econômico-administrativas, que
a contabilidade estuda, analisa e controla, registrando e informando sobre as mutações qualitativas e
quantitativas ocorridas.
Alberto (2002) afirma que, uma vez definido o objeto da Ciência Contábil, qual seja, o patrimônio,
é possível inferir que a perícia será de natureza contábil sempre que recair sobre elementos
objetivos, constitutivos, prospectivos ou externos, do patrimônio de quaisquer entidades.
O Conselho Federal de Contabilidade, pela Resolução número 858 de 21 de outubro de 1999, que
reformulou o teor da NBC T 13, conceitua perícia contábil como o conjunto de procedimentos técnicos
e científicos destinado a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa
solução do litígio, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade
com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
Embora a ênfase se dê em relação à atuação judicial da prova, a perícia se reporta a uma instância
decisória qualquer, em juízo ou fora dele.
Assim, a perícia contábil tem por objetivo geral a constatação, prova ou demonstração da verdade
real sobre seu objeto. É através do laudo pericial que o conhecimento do expert é transferido para o
ordenamento da instância decisória, judicial ou extrajudicial.
Para Zarzuela et al (2000), o laudo pericial é documento processual de interesse judiciário, o qual
consiste na exposição minuciosa, circunstanciada, fundamentada e ordenada das apreciações e
interpretações realizadas pelo perito, que oferecerá ao juiz subsídios para a formação de seu
convencimento.
É no laudo pericial que se encontra por escrito o pronunciamento ou manifestação do especialista
sobre suas conclusões a respeito do assunto controvertido, ou sobre o qual haja dúvida, submetido à
sua apreciação, conforme escreve Sá (1994), ou seja, o laudo pericial é o produto final do trabalho do
perito, é esta peça que será entregue pelo perito ao juiz, para auxiliá-lo na solução do contraditório.
Como destaca Moura (2002), o laudo pericial é presumivelmente verídico, somente admitindo
contestação quando existir prova em contrário ou quando for incoerente.
Assim, o laudo pericial deve ser fundamentado, devendo apresentar os subsídios técnico-
científicos para que haja uma indelével apreciação jurídica e pleno entendimento do juiz no
momento da sentença, como ressaltam Manoel e Ferreira Júnior (2005).
Deste modo, a responsabilidade do perito, em sua função de auxiliar da justiça, está evidenciada
pela influência que o laudo pericial pode exercer sobre uma sentença. Portanto, como afirma Alberto
(2002), o perito deve agir conscientemente, conduzindo seu trabalho com rigor científico, buscando
encontrar a verdade demonstrável cientificamente.
4. Avaliação de Empresas
Segundo Martins et al (2001), ao se avaliar uma empresa, o objetivo é alcançar o valor justo de
mercado, ou seja, aquele que representa, de modo equilibrado, a potencialidade econômica de
determinada companhia.
Contudo, conforme ressalta Pasin (2004), o valor de um negócio só é efetivamente definido ao fim
do processo de negociação entre o comprador e o vendedor. O “valor justo” de uma empresa,
determinado pelos processos de avaliação, representa apenas o valor potencial de um negócio em
função da expectativa de geração de resultados futuros, pois cada agente pode atribuir valor a uma
empresa segundo suas próprias premissas.
Sendo assim, como a utilidade atribuída a um bem por um indivíduo não pode ser objetivamente
mensurada, não se consegue fugir de certa subjetividade na determinação de valores de ativos.
Nenhum modelo de avaliação é capaz de fornecer um valor preciso, único e inquestionável para
uma empresa, mas sim uma estimativa, pois, apesar de tais modelos serem essencialmente
quantitativos, o processo de avaliação contempla também aspectos subjetivos. Não existe um valor
correto para um negócio, já que cada agente pode possuir uma percepção diferente perante um
empreendimento.
Vários são os modelos de avaliação de empresas existentes na literatura de finanças, os quais
podem ser utilizados em conjunto ou separadamente. Sua escolha deve considerar o propósito da
avaliação e as características próprias do negócio a ser avaliado.
A avaliação de uma empresa pode partir de dois pressupostos: a continuidade; ou a
descontinuidade dela.
Ressalte-se que os métodos apresentados não são mutuamente excludentes, mas sim
complementares, pois cada um deles atende a determinados objetivos e análises.
É importante destacar que o perito contador deve valer-se do rigor metodológico para
fundamentar seu laudo, utilizando as técnicas usuais e especiais, aplicáveis à situação.
5. Análise dos Casos
Assim, as metodologias existentes para a determinação do custo do capital próprio não abordam
apropriadamente a questão das pequenas e médias empresas. O perito deve, no entanto, estabelecer
critérios para a determinação desta variável e segui-los, de maneira apropriada, para que possa
sustentar seus argumentos no laudo pericial.
O perito também mencionou ter realizado um estudo de mercado. O objetivo deste estudo seria
auxiliar o processo de avaliação, quando se buscariam empresas semelhantes à empresa avaliada
cuja negociação tivesse ocorrido recentemente. O perito optaria então pela realização da avaliação
por um método adicional, o método da avaliação relativa, e compararia os resultados obtidos por
ambas as abordagens, possibilitando chegar a um valor que representasse a melhor estimativa
possível do valor econômico da empresa. Sem entrar no mérito das limitações do método, o perito
não evidenciou de que maneira foi realizado o estudo, tornando menos transparente o laudo
emitido.
Além das considerações acima, o fato constatado pelo perito de não existir contrato de locação do
imóvel onde funciona a empresa pode representar um fator de importância, pois a Lei garante direitos
ao locador de imóveis para fins comerciais, mas a inexistência de um contrato poderia gerar
problemas, como o despejo ou o aumento do valor de aluguel do imóvel por índices arbitrários, já que
não há previsão contratual.
O Quadro 1 contém a síntese dos aspectos críticos detectados neste estudo:
Quadro 1 Quadro Síntese Caso Restaurante
Fluxo de lucro descontado Em vez de trabalhar com fluxos de Inconsistência Pode haver superavaliação ou
caixa descontados, o perito subavaliação do ativo.
trabalhou com uma projeção de
lucros, trazendo-os a valor presente.
Despesas com reinvestimentos Não foram considerados os Omissão Pode haver superavaliação do ativo.
compromissos com investimentos
em manutenção e conservação.
Período de projeção Não foi informado como se chegou Omissão Pode haver subavaliação do ativo.
ao período de projeção.
Taxa de desconto Não foi informado de que forma se Omissão Pode haver superavaliação ou
chegou à taxa de desconto. subavaliação do ativo.
Fonte: os autores.
No caso das omissões, em que não há elementos suficientes para se analisar o procedimento
realizado, também não se pode dizer que a avaliação foi prejudicada, visto que os itens até podem ter
sido determinados corretamente, mas não foram explicados.
Já as inconsistências foram detectadas ao analisar os procedimentos e verificar que eram
inapropriados, por afetarem o processo de avaliação, como o desconto de fluxos de lucro líquido e o
descarte das despesas com reinvestimentos e do valor residual.
Avaliação contábil Utilizou metodologia que ignora Inconsistência Pode haver subavaliação do
os potenciais rendimentos ativo.
esperados da empresa.
Fonte: os autores.
A adoção desta abordagem de avaliação foi considerada uma inconsistência, pois, conforme
pesquisado, os resultados apresentados por este método, com freqüência, diferem significativamente
do valor de mercado da empresa, levando a uma subavaliação do ativo.
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
Apesar de o perito não ter concluído a avaliação pelo método relativo, houve uma omissão da
explicação da escolha da empresa comparável, e da forma de determinação do múltiplo; assim, não
há elementos suficientes para se analisar o procedimento adotado.
Necessidade de Não foi informado se havia ou Omissão Pode haver superavaliação do ativo
reinvestimentos não a necessidade.
Período de projeção Não foi informado como se Omissão Pode haver subavaliação do ativo.
chegou ao Período de projeção.
Valor residual Não foi considerada a Inconsistência Pode haver subavaliação do ativo.
possibilidade de geração de caixa
ao final do período de projeção.
Taxa de desconto Não foi informado de que forma Omissão Pode haver superavaliação ou
se chegou à taxa de desconto. subavaliação do ativo.
Fonte: os autores.
6. Conclusão
Mediante o estudo dos cinco laudos periciais, demonstrou-se a presença de problemas no
cotidiano do perito contador, visto que os laudos periciais analisados apresentavam falhas
metodológicas, principalmente quanto à determinação das variáveis dos modelos de avaliação de
empresas adotados.
Estas limitações podem representar três problemas principais:
• Fere a principal exigência acerca da perícia, que é a fundamentação das conclusões levadas ao
laudo pericial;
• Pode gerar distorções significativas nos resultados das avaliações, as quais terão impacto na
sentença e, conseqüentemente, na vida das pessoas envolvidas;
• A ausência de elementos que permitam constatar a qualidade da perícia realizada pode deixar
margens para questionamentos do laudo pericial, prolongando o processo com recursos,
sobrecarregando o sistema judiciário, além de aumentar as custas processuais.
Assim, foi possível chegar a algumas conclusões com relação às abordagens para avaliação
utilizadas pela empresa abrangida pelo estudo:
• Os métodos utilizados nos casos em análise foram: método patrimonial contábil; método do
fluxo de caixa descontado; método dos múltiplos, ou seja, os métodos mais usuais, de acordo com os
autores pesquisados;
• Quando da utilização da abordagem patrimonial contábil, o principal problema identificado foi a
falta de justificativa da adoção do método em detrimento de outros existentes, tendo em vista suas
limitações;
• Houve um caso em que foram consideradas dívidas pertencentes a outras empresas constituídas
pelos mesmos sócios, indo de encontro ao princípio contábil da entidade;
• Nos casos analisados em que o perito utilizou a abordagem do fluxo de caixa descontado, inferiu-
se que ocorreram algumas falhas metodológicas na determinação das variáveis deste método:
• Fluxo relevante de caixa: percebe-se que, em alguns casos, não se consideraram os ajustes
referentes à depreciação, necessidade de capital de giro e de reinvestimentos;
• Período de projeção: em nenhum caso houve explanação acerca da metodologia utilizada na
determinação do horizonte de projeção;
• Valor residual: em todos os casos, desconsiderou-se o potencial de geração de resultados ao final do
período projetado;
• Taxa de desconto: em nenhum caso houve explicação acerca do modelo utilizado para estimar a
taxa de desconto.
Partindo-se do pressuposto de que o trabalho dos profissionais de contabilidade “só tem mérito e
utilidade na medida em que exista utilidade para os usuários do seu produto” (IOB, 2002) e
constatando, ao longo deste trabalho, a existência de alguns indícios da grande dificuldade inerente
à emissão de laudos envolvendo avaliação de empresas, sinaliza-se que há ainda um longo caminho a
percorrer.
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Notas de rodapé:
1 FACC-UFRJ – Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro – CEP:
21.941-590 – Rio de Janeiro – RJ.
2 COPPE-UFRJ – Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro