Artigo Sociolinguística Referências Bakhtin Mikhail PDF
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ISSN 2237-8758
Resumo: Todos os que trabalham com o ensino de Língua Portuguesa reconhecem que a
partir dos anos de 1980 uma mudança significativa nas concepções de ensino e aprendizagem
da língua escrita vem ocorrendo. As contribuições se devem principalmente ao avanço dos
estudos linguísticos, destacando-se a própria Linguística, a Sociolinguística, a
Psicolinguística, a Análise do Discurso e a Linguística textual. Assim, tais ciências passam a
refletir também sobre o ensino, fazendo com que tanto o objeto como o processo de
aprendizagem fossem reconfigurados (SOARES, 1999). Tendo como base esse novo olhar
para o ensino de língua, objetivamos refletir sobre o trabalho de produção de textos,
entendendo-o não como mera atividade mecânica, mas como prática social (DOLZ,
GAGNON, DECÂNDIO, 2010). Tratando-se de uma pesquisa de cunho etnográfico, traremos
à tona a voz de professores no que se refere à produção de textos, relacionando-a com as
prescrições dos documentos oficiais que norteiam o trabalho com Linha Portuguesa,
especificamente, bem como com autores que refletem sobre textos numa perspectiva
interacionista. Este trabalho integra o Projeto Formação continuada para professores da
Educação Básica nos anos iniciais: ações voltadas para a alfabetização em municípios com
baixo IDEB da região Oeste do Paraná, ligado ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu
em Letras, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de Cascavel, integrando o
Programa Observatório da Educação e financiado pela CAPESA/INEP.
1. Introdução
língua escrita vem ocorrendo a partir dos anos de 1980. Tal mudança é decorrente dos
avanços que as ciências linguísitcas obtiveram. É na década de 1980 que as ciências
linguísticas – a Linguística, a Sociolinguística, a Psicolinguística, a Linguística textual, a
Análise do Discurso, áreas reunidas sob o rótulo da Linguística da Enunciação (MORATO,
2005) – começam a ser “aplicadas” ao ensino da língua materna. Isso gerou novas concepções
de língua(gem), de oralidade, de escrita, de texto e de discurso, reconfigurando, portanto, o
“objeto” da aprendizagem de LP e, consequentemente, o “processo” dessa aprendizagem e
desse ensino (SOARES, 1999, p. 51).
O princípio que regia o ensino da escrita – o de que a criança primeiro deveria se
apropriar do sistema da escrita do português ( partir das unidades menores –
letra/silaba/palavra - para as unidades maiores- frase/oração/texto) – é substituído por outro
princípio. Não é necessário, então, primeiro apropriar-se completamente dos sistema de
escrita, mas durante o processo de aprendizagem a criança aprende a escrever agindo e
interagindo com a língua escrita. Assim, conforme Soares (1999), os “erros” que os
aprendizes cometem são considerados construtivos, isto é, indicam o processo de construção
do sistema da escrita.
Tal ponto de vista é corroborado por Dolz, Cagnon e Decândio (2010) ao afirmarem
que
Como vimos, está pressuposto nas palavras dos autores que mesmo no primeiro ciclo
do Ensino Fundamental é possível a produção de textos, não necessitando que o aluno já
tenha se apropriado integralmente do sistema da escrita.
Esse novo olhar para com a aprendizagem da língua escrita advém da concepção de
que a linguagem ocorre no processo de interação verbal entre sujeitos. Para Perfeito,
conceber a linguagem como forma de interação significa “entendê-la como um trabalho
coletivo, levando em conta sua natureza sócio-histórica” (PERFEITO, 2007, p. 827).
Para Travaglia (1996), a concepção de linguagem como meio de interação recebeu
contribuições de diversas áreas do conhecimento, entre elas: a Linguística Textual, a
Sociolinguística, a Semântica Argumentativa e, sobretudo, a Enunciação Dialógica de
Bakhtin.
Tal olhar para a linguagem como forma interação entre sujeitos pauta-se, a princípio,
em Vygotsky (1991), para quem a linguagem tem a finalidade de comunicar, regrar
comportamentos, planejar a ação e generalizar conceitos e experiências. Posteriormente,
recorre-se a Bakhtin/Volochínov (2006), para quem a verdadeira substância da língua é
constituída pelo fenômeno social da interação verbal, ou seja, a linguagem só é produzida na
interação entre sujeitos. Em Marxismo e Filosofia da Linguagem (2006), Bakhtin/Volochínov
concebem a comunicação como um processo interativo, muito mais amplo do que a mera
transmissão de informações. Para os autores, a linguagem é interação social. Nesse sentido,
Percebemos, portanto, que a interação se manifesta por meio de textos que circulam
socialmente e não por meio de frases sem nexo e isoladas.
Corroborando com tal perspectiva, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do
estado do Paraná afirmam que
O que procuramos mostrar até o momento é que, desde a instância nacional, por meio
dos PCN (BRASIL,1998), a estadual, mediante as DCE (PARANÁ, 200), até a regional, por
meio do Currículo da Região Oeste do Paraná (AMOP, 2007), os documentos norteadores
para o ensino de Língua Portuguesa pautam-se na teoria dos gêneros discursivos (BAKHTIN,
1992). De acordo com os documentos, o ponto de partida para o ensino de Língua Portuguesa
deve ser o texto, ou seja, deve-se trabalhar a partir dos gêneros do discurso, abordando três
eixos: oralidade, leitura e escrita. Assim, a melhor alternativa para se trabalhar o ensino da
língua a partir dos gêneros discursivos seria envolver os alunos em situações concretas de uso
da língua, situações reais de uso, de modo que consigam, de forma criativa e consciente,
escolher meios adequados aos fins que desejam alcançar. É necessário ter a consciência de
que a escola é um “autêntico lugar de comunicação” e de que as situações escolares “são
ocasiões de produção e recepção de textos” (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, p. 78). Mas em
termos de produção de textos, como isso se efetua? Veremos no próximo tópico.
Durante muito tempo, as atividades de produção textual em sala de aula tiveram como
objetivo principal levar o aluno a pôr em prática, na escrita, os seus conhecimentos
gramaticais, copiando o estilo e a linguagem utilizados pelos autores dos grandes clássicos da
literatura brasileira e universal (SUASSUNA, 1995). Assim conduzido, o processo de ensino
e aprendizagem da escrita de textos escolares, salvo raras exceções, não privilegiava a
perspectiva interacional e discursiva da língua. Antes, ocupava-se, basicamente, dos aspectos
lexicais e formais do texto (ANTUNES, 2005). Desse modo, o que prevalecia em sala de aula,
sobretudo nas atividades de produção textual, era uma escrita sem finalidade, sem objetivos,
desprovida de função social, apenas com o objetivo de verificar aspectos ortográficos e
gramaticais.
Considerando essas falhas do processo de produção textual nas escolas brasileiras,
entendemos que é preciso oferecer aos alunos, conforme sugerido nos PCN, a oportunidade
de se tornarem reais usuários da língua. Para tanto, o docente deve ensinar, na escola, a escrita
como instrumento de intervenção social, afinal, a produção de texto, ensinada nas instituições
escolares, segundo os PCN (BRASIL, 1998), deve atender às múltiplas demandas sociais,
responder a propósitos comunicativos, definidos de acordo com as diferentes condições de
produção textuais.
É sabido que a escrita deve cumprir funções sociais e que o trabalho com gêneros
discursivos, tais como: cartas, bilhetes, convites etc., nas aulas de produção de textos,
possibilitará ao professor mostrar aos alunos que a função da escrita ultrapassa as tarefas da
sala de aula, isto é, ultrapassa a aquisição do código e das regras gramaticais.
De acordo com os PCN (BRASIL, 1998), ao produzir um texto, o aluno devera
considerar alguns aspectos, são estes:
* finalidade;
* especificidade do gênero;
* lugares preferenciais de circulação;
* interlocutor eleito;
Anais do SIELP. Volume 2, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2012. ISSN 2237-8758
Percebemos então que a produção de textos deve estar inserida numa situação de
comunicação contextualizada, isto é, quem escreve, para quem se escreve, quando se escreve
e com que objetivos. Portanto, para a compreensão do texto como uma unidade coerente,
todos esses aspectos devem estar claros aos interlocutores no processo de interação verbal por
meio do texto escrito.
A escrita, portanto, não é compreendida em relação apenas à apropriação das regras da
língua, nem tão pouco ao pensamento e às intenções do escritor, mas sim em relação à
interação escritor-leitor, levando em conta as intenções daquele que faz uso da língua para
atingir o seu intento sem, contudo, ignorar que o leitor, com seus conhecimentos, é parte
constitutiva desse processo.
Filiando-se a essa perspectiva, Antunes (2005) nos lembra que escrever é uma
atividade intencionalmente definida, em que cada texto cumpre um determinado objetivo.
Desse modo, podemos observar que escrever algo envolve além das especificidades
linguísticas, outras pragmáticas, culturais, cognitivas e discursivas.
discursivos. Os alunos, nas aulas de produção de textos, continuam a escrever textos sem uma
função comunicativa/social, isso devido ao fato de que geralmente tais textos são propostos
pelos professores a fim de realizar uma avaliação para atribuir alguma nota.
No entanto, ao trabalharmos com a formação continuada de professores, não só no
projeto que descrevemos no início deste trabalho, mas também em outros momentos, temos
percebido que nem sempre os profissionais inseridos no contexto de sala de aula têm o
conhecimento teórico necessário para trabalhar de forma proficiente com essa proposta, e por
falta disso, alguns educadores, pelo fato de trabalharem com um determinado gênero como
pretexto para ensino da gramática, acreditam estarem dando conta do objetivo proposto pelos
documentos oficiais. Ainda existem muitas dúvidas teóricas e metodológicas quanto à
proposta. Por isso, ressaltamos que o trabalho com formação continuada faz-se necessário
para auxiliar os professores na compreensão teórico-metodológica do ensino de LP a partir do
texto.
Com relação à prática de produção de textos, traremos agora à voz de alguns
professores. As falas coletadas foram fruto de um encontro de formação continuada, que
aconteceu no início do corrente ano, em um município do oeste paranaense, participante do
projeto de pesquisa e extensão Formação continuada para professores da Educação Básica
nos anos iniciais: ações voltadas para a alfabetização em municípios com baixo IDEB da
região Oeste do Paraná. No ano de 2011, os professores dos sete municípios que integram o
projeto receberam um montante aproximado de 300 horas de formação continuada. O trabalho
focou, no ano passado, a leitura. No ano de 2012, as formações focarão a produção e a
reescrita de textos como práticas sociais.
No início de 2012, em um determinado município, trabalhamos, por aproximadamente
oito horas, com um número de 30 professores dos anos iniciais. Nesse dia, refletimos sobre a
proposta de produção de textos pautada numa visão sociointeracionista. Todavia, antes de um
aprofundamento teórico e prático sobre o tema, pedimos aos professores que escrevessem e
nos entregassem como eles compreendiam e encaminhavam as produções de texto. Com isso,
nosso objetivo residia em sondar a concepção de escrita que estava subsidiando as ações
pedagógicas na sala de aula, antes das reflexões que seriam propiciadas nos momentos de
formação continuada.
Algumas perguntas foram feitas aos docentes, como, por exemplo: O que você entende
por texto? Cite exemplos; Como você encaminha a produção de textos em sala de aula?; Após
a produção, como é feita a correção dos textos? Depois de os professores terem respondido às
perguntas, iniciamos as reflexões teóricas e práticas sobre o tema proposto para o dia.
Das perguntas feitas aos professores, analisaremos, neste artigo, apenas uma, a saber:
Como você encaminha a produção de textos em sala de aula? Escolhemos tal pergunta a fim
de perceber na fala dos professores indícios da metodologia utilizada no que concerne à
produção de textos. Na sequência, reproduzimos as falas de alguns professores, as quais
foram escolhidas aleatoriamente:
Professor 1
Anais do SIELP. Volume 2, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2012. ISSN 2237-8758
Professor 2
Professor 3
Professor 4
Professor 5
Anais do SIELP. Volume 2, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2012. ISSN 2237-8758
Trouxemos acima apenas o registro de cinco professores, haja vista que não teríamos
espaço para os demais. Todavia, são extremamente relevantes, uma vez que refletem sobre a
prática de produção de textos.
Notamos que, unanimemente, a produção de um texto parte de um tema, uma figura,
uma história anteriormente trabalhada. No registro do professor 1, percebemos que o
encaminhamento da produção de texto parte de um vídeo, da contação de uma história, da
conversa entre os alunos, dando “subsídios” para a produção do texto. No registro dos
Professores 2 e 3 se menciona sobre o gênero textual, mas não como ponto de partida para a
produção. Também, nos registros dos professores 4 e 5, o que notamos é que a proposta de
produção parte de um tema, de um assunto discutido pela turma. Assim, o ponto de partida,
ou o “gatilho”, é um tema ou uma gravura. Notamos, portanto, que não ficou registrada a
compreensão da produção de texto com uma função comunicativa/social. Tal fato já fora
mencionado por Geraldi nos anos de 1980. O autor, ao escrever sobre a prática de produção
de textos, afirma que
A crítica feita pelo autor encontra-se presente ainda no contexto da sala de aula, como
é possível verificar nas respostas dos professores. Vimos que os alunos produzem textos, na
sua grande maioria, pautados em temas comemorativos. Ou o ponto de partida será uma
imagem, isto é, o aluno escreverá um texto a partir do que ele vê na imagem. Segundo Geraldi
(1984), a “produção de texto” que vem sendo praticada na escola foge totalmente ao sentido
de uso da língua. Isso porque o aluno escreverá para um único leitor que será o professor, o
qual lerá o texto com um escopo principal: avaliá-lo. Geraldi diz que “a situação de emprego
da língua é, pois, artificial” (GERALDI, 1984, p. 54). Não se trata, portanto, de uma situação
real de interação, mas apenas uma situação artificial.
Magda Soares (1999) mostra que atividades de escrita a partir de figuras, de desenhos
são, na verdade, atividades manipulatórias. A autora chama esse tipo de atividade de
“expressão da escrita” (SOARES, 1999, p. 62). Segundo a autora,
[...] é para o outro que se produz o texto. E o outro não se inscreve no texto
apenas no seu processo de produção de sentidos no leitor. O outro insere-se
já na produção, como condição necessário para que o texto exista. É porque
se sabe do outro que um texto acabado não e fechado em si mesmo
(GERALDI, 1997, p. 102, grifo do autor).
Como vimos, produzimos um texto para o outro. Esse é o princípio que rege a
concepção de linguagem que defendemos neste trabalho. É somente na interação com o outro
que a linguagem o corre. No que concerne à produção de textos, os encaminhamentos dados
pelos professores devem contemplar a visão de linguagem como interação, isto é, ensinar a
produção de textos a partir de uma situação de comunicação.
Ao refletir sobre a produção de textos (orais e escritos), Geraldi afirma que
Como vimos nas palavras do autor, um texto deve ter uma razão para ser escrito ou
falado, bem como observar para quem e sobre o quê. O interlocutor é fator determinante da
organização discursiva, pois incide diretamente na organização do discurso, na escolha do
gênero, na estruturação do texto, na seleção lexical, enfim, na estrutura linguística do texto.
Portanto, hoje entendemos que a produção de textos é uma prática social, fornecendo aos
alunos subsídios para melhor interagir nos diversos ambientes sociais que terão contato.
Assim, é objetivo da escola formar produtores/autores de textos.
Não se justifica, portanto, o ensino LP focalizado apenas na gramática normativa ou
em textos-pretextos para o ensino dessa, ou ainda em textos sem que se leve em conta o
sujeito e o contexto de produção. Há que se trabalhar com o texto levando em conta suas
condições de produção (quem produziu, pra quem, como, onde, por quê, quando, para circular
em que veículo, em qual suporte etc.), atribuir-lhe um sentido e compreender a função social
da língua, o que não implica desconsiderar a gramática, até porque ela é essencial para
compreensão das regras que normatizam a língua e organizam o texto.
4. Considerações finais
Buscamos refletir, de maneira muito breve, neste artigo sobre a produção de texto
como prática social, pautando-se na concepção sociointeracionista da linguagem como
norteadora do ensino da LP. Como vimos, os documentos oficiais que dão suporte à prática
educacional propõem que o ensino da língua considere a sua dimensão social e, para isso,
propõem o gênero como objeto de ensino. Nesse sentido, cabe a escola propiciar situações
diferenciadas de uso da língua que possibilitem o desenvolvimento de habilidades para seu
uso competente, seja de forma oral ou escrita. Discutimos também que embora tal proposta
esteja posta já há algum tempo, os profissionais que estão na sala de aula por vezes não tem o
conhecimento teórico-metodológico para de fato aplicarem tal proposta.
Trouxemos aqui a fala de alguns professores sobre a prática de produção de textos.
Percebemos nessas falas que ainda não se toma o texto como objeto de ensino. O objetivo não
foi em momento algum constranger e criticar professores, até porque levamos em conta vários
outros fatores no processo de educação: a formação acadêmica dos professores, as suas
condições precárias de trabalho, a falta de tempo e de recursos para se dedicarem ao estudo e
também o desinteresse, por parte de algumas gestões governamentais, de se investir em cursos
de aperfeiçoamento.
Diante desses fatos, defendemos a importância da Formação Continuada de
professores. Tal importância também é defendida por Costa-Hübes (2008), ao descrever esse
processo como “um ato continuum, como forma de educação permanente, pessoal e
profissional objetivando o desenvolvimento da profissão docente” (COSTA-HÜBES, 2008, p.
23). A autora afirma ainda que
Referências
AMOP. Currículo básico para a escola pública municipal da região Oeste do Paraná.
Educação infantil e ensino fundamental (anos iniciais). Cascavel: ASSOESTE, 2007.
ANTUNES, Irandé. Lutar com as palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2005.
BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: ___. Estética da criação verbal. [Tradução
de Maria E. Galvão]. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3.
ed.São Paulo: Contexto, 2010.
SOARES, Magda Becker. Aprender a escrever, ensinar a escrever. In: ZACOUR, E. (org.) A
magia da linguagem. 2. Ed. Rio de Janeiro: DP&A: SEPE, 1999, p.49-73.