00 Como Funcionou A KGB
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00 Como Funcionou A KGB
O russo Oleg Danilovich Kalugin foi um dos mais populares playboys em Nova
York nos anos 1960. Ele chegou a Manhattan em 1958, com 24 anos de idade
e com uma bolsa de estudos da Fundação Fulbright para estudar jornalismo na
Universidade de Columbia. Logo se tornou um dos mais populares estudantes
do campus e nos anos seguintes um assíduo frequentador de festas e da vida
noturna novaiorquina. Kalugin fez amizades importantes, principalmente com
gente ligada ao governo norte-americano. O que ninguém sabia era que ele era
um espião da KGB (sigla em russo para Comitê de Segurança do Estado), o
A KGB foi a agência de segurança soviética que teve a vida mais longa dentre
todas as criadas desde o surgimento da União Soviética com a revolução
bolchevique de 1917. De suas antecessoras ela herdou a experiência e
métodos cruéis de eliminação de adversários, como o usado pela NKVD, que
contratou o espanhol Ramón Mercader para ir ao México e em 20 de agosto de
1940, usando uma picareta, assassinar com um golpe na cabeça Leon Trotsky,
um dos mais importantes líderes da revolução bolchevique e ex-comandante
do Exército Vermelho soviético. Na próxima página, saiba como surgiu a KGB e
como foram seus primeiros anos de atuação antes da Guerra Fria esquentar de
vez.
Com o fim da União Soviética em 1991, a KGB na Rússia foi dividida em vários
serviços de segurança. A preocupação com a herança da KGB era tal que o
presidente russo Boris Yeltsin supervisionou diretamente o desmantelamento
da antiga agência de espionagem soviética. Mas os antigos líderes da KGB
não foram julgados pelos crimes que cometeram durante o período soviético.
Os outros países que faziam parte da extinta União Soviética, como Ucrânia e
Bielo-Rússia, também transformaram suas sucursais da KGB em outras
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Com o fim da União Soviética em 1991, a KGB na Rússia foi dividida em vários
serviços de segurança. A preocupação com a herança da KGB era tal que o
presidente russo Boris Yeltsin supervisionou diretamente o desmantelamento
da antiga agência de espionagem soviética. Mas os antigos líderes da KGB
não foram julgados pelos crimes que cometeram durante o período soviético.
Os outros países que faziam parte da extinta União Soviética, como Ucrânia e
Bielo-Rússia, também transformaram suas sucursais da KGB em outras
agências de segurança, algumas delas mantendo ligações com a sucessora
russa da KGB: a FSB (sigla em russo para Serviço Federal de Segurança).
Criada em 1994, a FSB foi presidida até o ano 2000 por Vladimir Putin, um ex-
oficial da KGB que viraria presidente e depois primeiro-ministro da Rússia.
Segundo o historiador russo Yuri Felshtinsky, a FSB tem mais poderes e
autonomia do que a extinta KGB e é um dos órgãos mais temidos na Rússia. A
FSB estaria envolvida na morte de Alexander Litvinenko, ex-agente da KGB
assassinado na Inglaterra por contaminação com plutônio em 2006, na luta
contra os separatistas na Chechênia e na invasão pelas tropas russas da
Geórgia e do território da Ossétia do Sul, em 2008.
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Um dos principais aspectos da Guerra Fria, que se estendeu desde logo após
a Segunda Guerra Mundial até o fim da União Soviética nos anos 1990, foi a
disputa entre as principais agências de espionagem das duas superpotências
em missões de roubo de segredos militares e ações de contraespionagem.
Nesse cenário, a KGB assumiu gradualmente uma importância e um poder
inigualáveis na União Soviética.
Mas não era só contra os adversários da União Soviética que a KGB agia. Ela
também exercia sua vigilância nos países aliados da União Soviética, como os
pertencentes ao Pacto de Varsóvia (aliança militar dos países do bloco
soviético que se opunha a OTAN). A atuação da KGB nos países do bloco
socialista na Europa Oriental os manteve sob estrito controle soviético e os
serviços de espionagem resultaram na invasão da Hungria e na repressão ao
movimento reformista na Polônia, ambos em 1956, e na ação militar para
sufocar o levante na Tchecoslováquia em 1968, no movimento que ficou
conhecido como "Primavera de Praga". Foi também graças às informações
obtidas pela KGB que a Alemanha Oriental decidiu construir em 1961 o Muro
de Berlim.
É muito provável que a KGB no seu auge tenha se tornado a maior polícia
secreta e serviço de espionagem do mundo. Calcula-se que ela tenha tido 480
mil integrantes, sendo que 200 mil atuavam nas fronteiras do bloco soviético.
Além disso, ela contou com a colaboração de milhões de informantes
recrutados no mundo inteiro e que vendiam informações estratégicas em troca
de pagamentos às vezes regulares. A KGB fez parte da tríade de poder na
União Soviética - junto com o Partido Comunista e o Exército Vermelho -
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durante quase quatro décadas. No final dos anos 1960, a KGB era considerada
o cão de guarda do Partido Comunista e seu poder só crescia, a ponto dela
recomendar, no começo dos anos 70, o envolvimento de militares soviéticos no
Afeganistão e dar as diretrizes para a invasão que o Exército Vermelho
promoveu no país. Na mesma época, Yuri Andropov, chefe da KGB, ascendeu
até a posição de principal líder soviético.
http://pessoas.hsw.uol.com.br/kgb3.htm