Petit Lenormand

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BARALHO PETIT LENORMAND

TEORIA & PRTICA


BARALHO PETIT LENORMAND
TEORIA & PRTICA

Pesquisa sobre a origem, a estrutura e o simbolismo do


sofisticado Orculo Francs de Mlle. Lenormand

GERALDO SPACASSASSI
Copyright Geraldo Spacassassi
Fundao Biblioteca Nacional
Certificado de Registro N 109.210, L 161, F 415
Rio de Janeiro, 15 de Maro de 1996.
proibida a reproduo total ou parcial, de qualquer forma ou por
qualquer meio.

Produo Editorial: Rose Riemma


Editorao: Riemma Informtica
Reviso: Beatriz F. Moreira (Teoria) e Iara N. Castellani (Prtica)
Reviso Final: Bete Torii
Foto do Autor: lcio Zuccari
Foto do Prof. Molinero: Eduardo Jorge Molinero Martin
Fotos da Mlle.Lenormand Internet
Foto do Jazigo de Mlle. Lenormand: Evelyn Kuczynski (07/2007)
Capa: Geraldo Spacassassi

Special Credit:
Illustrations from MLLE. LENORMAND CARDS
Reproduced by permission of AGM AGmller,CH-8212
Neuhausen, Switzerland. Copyright AGM AGMller.
Further reproduction prohibited. April, 29, 1996

ESCLARECIMENTO IMPORTANTE
Esse livro vendido sem o Baralho por uma questo de Direito
Autoral. O Baralho Lenormand que ilustra esta obra importado,
como tantas outras verses disponveis no mercado.
Para saber onde adquiri-lo, visite o site: www.stonebk.com.br
O que quer que voc possa fazer ou sonha que possa, faa-o!
Coragem contm genialidade, poder e magia.
Comece agora!
Gethe
Esta pesquisa dedicada aos meus pais,
Antonieta Pietrocola e Faustino Spacassassi
e
ao querido mestre,
Prof. Molinero (Yogakrisnanda)
(in memoriam)
Apresentao do Autor
Prof. Molinero (Yogakrisnanda)

Geraldo Spacassassi um
estudioso e um investigador sabe
das coisas!

Teve sempre uma seriedade de


trabalho que, sem dvida, est
refletida neste livro. Ele bebeu em
todas as fontes de Conhecimento.

Estudou comigo e suponho que


no desperdiou a ocasio de estudar com outros mestres. Existe uma
verdade do Conhecimento: no momento oportuno, que conhecemos
como Tatwa, a expresso oral necessita ser passada para papel, porque
a escrita a materializao do pensamento.

Acho interessante e oportuno que surja um livro documentado


como este, j que o Baralho Petit Lenormand vulgarmente
denominado baralho cigano teve uso e abuso demasiado
empricos. No vou julgar o livro porque isto, acredito, devem fazer
os leitores. Mas estou certo de que a variedade e dedicao que ele
colocou neste livro vo lhe proporcionar dois novos caminhos:
O primeiro saber que filho nico d problema. Ento, aps este
livro-filho, estou seguro, viro outros para realizar a famlia de um
escritor, que sempre deve ser prolfera.
O segundo caminho o do xito este eu no s prognostico ao
autor, como me orgulho de t-lo como amigo.
Agora seremos dois escritores que, com a caneta em riste,
tentaremos vencer uma batalha espiritual que ainda mais cruenta que
a luta fsica.

Meu mais sincero abrao csmico a este novo autor.


Sumrio
Introduo....................................................................................... 15
Parte 1 - Teoria ............................................................................... 21
Histrico ......................................................................................... 21
Os Sete Princpios Hermticos ....................................................... 26
Estrutura do Baralho Petit Lenormand ........................................... 29
Classificao das Cartas segundo os Naipes .................................. 29
Os Naipes ....................................................................................... 30
Polaridade e Gnero ....................................................................... 32
Cartas da Corte ............................................................................... 34
Cartas Numeradas .......................................................................... 37
Classificao das Cartas segundo sua Numerao ......................... 42
Significados Adivinhatrio e Simblico das Cartas ....................... 51
Naipe de Paus ................................................................................. 53
Carta 25 - s de Paus / Anel .......................................................... 53
Carta 36 - 6 de Paus / Cruz ............................................................. 56
Carta 23 - 7 de Paus / Ratos ........................................................... 58
Carta 21 - 8 de Paus / Montanha .................................................... 60
Carta 14 - 9 de Paus / Raposa ......................................................... 62
Carta 15 - 10 de Paus / Urso ........................................................... 63
Carta 11 - Valete de Paus / Chicotes .............................................. 65
Carta 7 - Rainha de Paus / Serpente ............................................... 68
Carta 6 - Rei de Paus / Nuvens ....................................................... 70
Naipe de Copas............................................................................... 73
Carta 28 - s de Copas / Cavalheiro .............................................. 73
Carta 16 - 6 de Copas / Estrelas ..................................................... 77
Carta 5 - 7 de Copas / rvore ......................................................... 79
Carta 32 - 8 de Copas / Lua ............................................................ 81
Carta 1 - 9 de Copas / Cavaleiro..................................................... 83
Carta 18 - 10 de Copas / Co.......................................................... 85
Carta 24 - Valete de Copas / Corao ............................................ 87
Carta 17 - Rainha de Copas / Cegonhas ......................................... 91
Carta 4 - Rei de Copas / Casa ......................................................... 96
Naipe de Espadas ........................................................................... 99
Carta 29 - s de Espadas / Dama ................................................... 99
Carta 19 - 6 de Espadas / Torre .................................................... 102
Carta 27 - 7 de Espadas / Carta .................................................... 104
Carta 20 - 8 de Espadas / Jardim .................................................. 106
Carta 35 - 9 de Espadas / ncora ................................................. 108
Carta 3 - 10 de Espadas / Navio ................................................... 110
Carta 13 - Valete de Espadas / Criana ........................................ 112
Carta 9 - Rainha de Espadas / Buqu ........................................... 114
Carta 30 - Rei de Espadas / Lrios ................................................ 116
Naipe de Ouros ............................................................................. 119
Carta 31 - s de Ouros / Sol......................................................... 119
Carta 2 - 6 de Ouros / Trevo ......................................................... 122
Carta 12 - 7 de Ouros / Corujas .................................................... 124
Carta 33 - 8 de Ouros / Chave ...................................................... 127
Carta 8 - 9 de Ouros / Caixo ....................................................... 130
Carta 10 - Valete de Ouros / Foice ............................................... 135
Carta 22 - Rainha de Ouros / Caminhos ....................................... 137
Carta 34 - Rei de Ouros / Peixes .................................................. 141
Consideraes Finais Teoria ..................................................... 144
Parte 2 - Prtica ............................................................................ 147
Consideraes Gerais ................................................................... 147
Os Suportes Materiais .................................................................. 148
O Baralho: Cuidado e Conservao das Lminas ........................ 148
Formulao da Questo ................................................................ 148
Exerccio para Principiantes ......................................................... 151
Consulta Pessoal ao Orculo ........................................................ 152
Profisso: Esotrico ...................................................................... 152
Preparao de uma Consulta de Aconselhamento ........................ 159
Consulta de Aconselhamento ....................................................... 161
Os Jogos ....................................................................................... 163
1. Jogo de 1 carta .......................................................................... 163
2. Jogo de 3 cartas ........................................................................ 181
3. Jogo de 5 cartas ........................................................................ 185
4. Jogo de 10 cartas: Cruz Celta ................................................... 189
5. Jogo de 12 cartas Mandala Astrolgica ................................. 196
Casas Astrolgicas definio..................................................... 196
Casas Astrolgicas significados ................................................ 197
Leitura de uma Mandala Astrolgica ........................................... 210
Exemplo de Interpretao da Mandala Astrolgica ..................... 213
Concluso ..................................................................................... 233
Bibliografia Consultada................................................................ 236
O Autor......................................................................................... 241
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Introduo
As principais intenes deste trabalho de pesquisa so resgatar e
divulgar o Baralho Petit Lenormand, orculo poderoso criado por
Marie-Anne Adlade Lenormand, na Frana, por volta do ano de
1800.
Esta pesquisa, fruto de um trabalho rduo e paciente, em razo do
escasso material disponvel sobre o assunto, est longe de ser
completa. Tenho, porm, absoluta convico de que poder constituir-
se num ponto de partida e estmulo a todos aqueles que estudam ou
trabalham com esse fascinante orculo. Este trabalho ser apresentado
sob dois enfoques:

Terico: origens e estrutura do baralho, e os aspectos


adivinhatrios e simblicos das lminas;

Prtico: a preparao e conduo de uma consulta de


aconselhamento e os diversos mtodos de leitura ou tiragem. Fao-o
com prazer para atender insistentes pedidos de leitores residentes em
regies distantes, apesar de ter plena conscincia de que essas
prticas, segundo a Tradio, devam ser transmitidas oralmente. No
tanto por uma questo de segredo, mas pelos aspectos prticos e
dinmicos envolvidos, que s sero bem assimilados pelo aluno ao
manusear as cartas. Todo novo aprendizado envolve particularidades,
detalhes e procedimentos que transcendem os aspectos tericos que
podem ser encontrados em livros e manuais, e que somente um
instrutor capacitado poder transmitir de forma eficiente e eficaz.

Tudo comeou em 1972, quando tive a sorte de frequentar um


grupo de estudos esotricos. Nele, guiado pelas mos seguras e
amorosas do Guru, Prof. Molinero, tomei conhecimento das mais

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

variadas tcnicas e linhas filosficas dessa inesgotvel rea do


conhecimento humano. Aps um longo perodo de estudo e
aprendizado, chegou finalmente o momento em que tive de optar por
um campo, passando a me dedicar somente ao estudo e pesquisa da
Astrologia e do Tar.
A partir de 1986 passei a ministrar cursos e seminrios nessas reas
na Orion Clnica e Centro de Estudos de Psicologia Analtica.
No final de 1994, participando de um grupo de estudo astrolgico,
vim a tomar conhecimento do Baralho Petit Lenormand. To logo vi o
Baralho fui atrado por ele e, a partir de ento, a Sincronicidade
comeou a atuar. Posteriormente, no incio de 1995, participei de um
treinamento intensivo sobre esse orculo.
Meses antes da possibilidade de participar desse curso, visitando
uma livraria especializada, deparei-me com um exemplar do Baralho e
o adquiri. No momento da compra, conferindo o Baralho, notei a
ausncia de manual e ento solicitei um livro explicativo sobre ele. A
resposta foi no existe. Ao iniciar o curso, no entanto, descobri que
existia um pequeno manual, e eu havia sido premiado com a sua
falta. Uma colega prontamente ofereceu-me uma cpia. No sbado
dessa mesma semana, participando de um seminrio, visitei por
acaso o stand promocional da referida livraria, que participava do
evento. Aproveitei a oportunidade para relatar funcionria de
planto o ocorrido; ela lamentou a falta do manual e, ao mesmo
tempo, informou-me que existia um artigo numa revista descrevendo
as cartas do Baralho. Gentilmente, prontificou-se a enviar-me cpia do
artigo pelo correio.
Terminado o curso e de posse das cpias do manual e do artigo da
revista, que foram estudados minuciosamente, dei incio ao meu
trabalho de pesquisa, meditando longamente sobre cada carta. Tomei
conscincia, principalmente com relao aos textos, de que todo o
enfoque era dado parte inferior da lmina a Imagem e nenhuma
referncia era feita sua parte superior a Carta de Baralho e seu
respectivo Naipe. A ateno exclusiva Imagem da carta me parecia
simplista demais e, dentro de mim, um forte questionamento persistia:

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

se Mlle. Lenormand, uma pessoa altamente versada no Esoterismo,


incluiu a Carta de Baralho e a Imagem, ambas necessitavam ser
analisadas.
Passei vrios dias relendo os textos, examinando carta por carta, e
nada acontecia. Finalmente, resolvi esquecer a ordem numrica das
cartas, agrupando-as e ordenando-as segundo os Naipes. A seguir
decidi compar-las s cartas do Tar Mitolgico, meu instrumento de
trabalho dirio, e tudo comeou a ficar mais claro! Descobri que o
Baralho Petit Lenormand era composto apenas pelas lminas s, 6, 7,
8, 9, 10, Valete, Rainha e Rei, no sendo includas as cartas 2, 3, 4, 5 e
Pajem. De repente, minha ateno foi atrada para as cartas 28 (s de
Copas / Cavalheiro) e 29 (s de Espadas / Dama).
Descobri nelas, expressos de forma clara, os conceitos de Anima e
Animus definidos pelo Dr. Carl Gustav Jung aproximadamente 70
anos aps a morte de Mlle. Lenormand. A simbologia utilizada era
clarssima:
Cavalheiro: exterior masculino, postura forte, racional (Imagem)
versus interior feminino, frgil, emocional (Naipe);
Dama: exterior feminino, postura delicada, emocional (Imagem)
versus interior masculino, forte e racional (Naipe).
Estava descoberta a chave: cada carta, atravs de seu Naipe e sua
Imagem, apresenta aspectos complementares de uma mesma
realidade.
Restava ainda uma preocupao: por que Mlle. Lenormand havia
eliminado as cartas 2, 3, 4 e 5 em seu baralho? Para a carta do Pajem,
j conhecia a resposta: no baralho comum, utilizado em jogos, essa
figura e seu significado foram incorporados carta do Valete. A
resposta no tardou a chegar quando entrei em uma livraria e fui
atrado por uma banca de saldos. Apanhei um livro que tratava das
Artes Adivinhatrias em geral e examinei os captulos relacionados
Astrologia e Tar, no encontrando nada interessante. Continuei
folheando at que abri ao acaso no captulo que tratava da
Numerologia e, imediatamente, focalizei minha ateno num

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

pargrafo que descrevia os nmeros de 1 a 5 e de 6 a 10 l estava a


resposta que eu buscava!
A partir desse ponto meu trabalho comeou a fluir e a ganhar corpo.
Na elaborao desta pesquisa, visando transmitir informaes seguras
e precisas, consultei inmeras obras de autores famosos, devidamente
creditadas na bibliografia includa no final deste trabalho. Em abril de
1996 o texto bsico foi concludo, iniciando-se o processo de reviso
final. S ento resolvi escrever para os detentores dos direitos autorais
do Baralho Petit Lenormand, AGM AGMller, na Sua, expondo
meu projeto. Para a minha alegria e espanto, em quinze dias recebi a
resposta: a licena para utilizar as cartas neste trabalho de pesquisa, a
ttulo de ilustrao, e, graciosamente o livro The Oracle of Mlle.
Lenormand, de Erna Droesbeke von Enge, Editora Urania Verlags
AG. Esse livro foi extremamente til no processo de reviso final,
principalmente quanto aos aspectos histricos apresentados.
Menciono esse fato por tratar-se de um magnfico exemplo de
ateno, seriedade e eficincia que todos ns, brasileiros, deveramos
aprender e praticar.
Este relato pessoal visou no somente dar uma ideia de como este
trabalho foi desenvolvido, mas, principalmente, chamar a ateno para
a ao maravilhosa da Sincronicidade em nossa vida. Segundo Dr.
Carl Gustav Jung, um dos fundadores da psicologia moderna, a
Sincronicidade o fenmeno no qual um evento no mundo exterior
coincide, significativamente, com um estado mental psicolgico.
um princpio de conexo acausal, uma conexo essencialmente
misteriosa entre a psique pessoal e o mundo material, baseada no fato
de que, no fundo, estas so apenas diferentes formas de energia;
fenmeno esse tambm estudado pelo fsico Wolfgang Pauli. Isto
prova que o acaso no existe!
Segundo estudo recente, a Sincronicidade nada mais do que a
manifestao das Foras Anglicas atuando positivamente em nosso
benefcio, auxiliando nosso crescimento. Esta abordagem, feita pela
autora americana Terry Lynn Taylor, parece-me bastante apropriada:
Os anjos no apenas arranjam coincidncias teis, como podem usar

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

esse poder para enviar-nos mensagens. Um dos modos pelos quais se


comunicam conosco atravs de sincronismos. Um sincronismo
uma coincidncia na qual voc reconhece aquele estranho algo mais.
Os sincronismos so difceis de descrever; precisam ser
experimentados e explorados pessoalmente. Acredito sinceramente
que esta autora encontrou o caminho certo, precisamos apenas estar
sintonizados e atentos a essas maravilhosas foras sutis. Minhas
experincias cotidianas tm confirmado este fato! Sempre que
estamos sinceramente dedicados e dispostos a trabalhar num projeto
ou a realizar um sonho, as poderosas energias do Cosmo entram em
ao e tudo passa a conspirar a nosso favor!
So Paulo, 1996.

Neste momento, aps tantos anos depois de ter concludo a


introduo acima, me dou conta de quantas surpresas e desafios este
trabalho me reservava. Lembro-me claramente das palavras de meu
mestre, Prof. Molinero, quando lhe apresentei este projeto: Esteja
preparado! Voc est entrando num universo desconhecido,
radicalmente diferente daquele em que est habituado a trabalhar.

Entendo agora perfeitamente o que, profeticamente, ele estava


querendo dizer. Eu no podia imaginar as dificuldades que teria de
enfrentar ao tentar divulgar este sofisticado Orculo na prtica.
Desconhecia a carga energtica negativa de crena e superstio que o
impregnava, fruto de uma popularizao simplria e vulgar, voltada
em geral para a obteno de um ganho fcil. Infelizmente, isso tem me
obrigado a fazer um trabalho de conscientizao preparatrio, em
geral cansativo e pouco simptico, antes de iniciar minhas aulas nesta
tcnica, buscando, atravs dessa limpeza, a harmonizao do grupo.
Tal coisa jamais ocorreu nas outras reas a que me dedico,
especificamente: a Astrologia e o Tar. Profissionalmente falando,

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

confesso: no estava preparado para enfrentar a deslealdade, as


trapaas e a pirataria que infestam este meio.
Por outro lado, no posso deixar de mencionar o Sucesso que tenho
alcanado, graas, sem dvida, proteo do Cosmo que nunca me
desampara, aliada ao meu trabalho incansvel e dedicado. um
prmio verificar, ao fim dos cursos, como as pessoas saem
transformadas: confiantes, seguras de si e conscientes de que tero
muito estudo e trabalho pela frente antes de poder utilizar este Orculo
com proficincia.
Vou continuar lutando... O trabalho de Mlle. Lenormand merece e
no pode ser desperdiado!
So Paulo, 2011.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Parte 1 - Teoria
Histrico
O Baralho Petit Lenormand, composto por 36 cartas, foi criado por
Marie-Anne Adlade Lenormand, a grande Sibila do Sculo XIX.
Mlle. Lenormand, como mais conhecida, nasceu na cidade
francesa de Alenon, regio de Orne, em 27 de maio de 1772.

Sua vida e obra esto envoltas numa aura de mistrio e lendas, mas
podemos afirmar, com toda a segurana, tratar-
se de uma pessoa altamente evoluda, versada
em Astrologia, Mitologia, Cabala, Tar,
Numerologia, Alquimia, Geomancia, e
tambm no estudo das Flores como
instrumento de mensagem oracular. Nos seus
71 anos de vida, ficou famosa pelas previses
que fez s figuras ilustres da poca, como Jean
Paul Marat, Antoine Saint-Just, Maximilien
Robespierre, Fouch, Barras, General Moreau,
o cantor Garat, o pintor David, o prncipe
Talleyrand, Napoleo Bonaparte e sua esposa, Josphine de
Beauharnais.
Mlle. Lenormand era ao mesmo tempo temida e respeitada uma
verdadeira bruxa, sempre acompanhada de seu fiel gato preto. Era
uma mulher de porte altivo e elegante, dotada de grande fora de
vontade e autoridade. Sua comunicao era clara, com anlise das
questes feita com imparcialidade e preciso. Era dotada de forte
intuio aliada a uma mente calma, ponderada e prtica, e tinha
habilidade manual acentuada e sensibilidade artstica ela mesma
idealizou e desenhou seus baralhos. Gostava de envolver-se em

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

atividades intelectuais, passando longos perodos nos museus e


bibliotecas, pesquisando e estudando. provvel que tenha tido
participao ativa em grupos esotricos, que nessa poca eram
obrigados a se manter ocultos, j que forte represso era exercida por
parte das autoridades. No podemos esquecer que, desde 1666, Jean-
Baptiste Colbert, ministro francs, ao fundar a Academia de Cincias
proibiu a prtica e o estudo da Astrologia e de todos os outros ramos
do conhecimento esotrico, tachando-os de crendices e supersties.
Para evitar problemas, ela mantinha em sua residncia na Rue de
Tournon, 5 - Faubourg Saint-Germain, a Livraria Mlle. Lenormand,
onde discretamente atendia a clientela num pequeno salo cabalstico
localizado no poro do edifcio.
Consta que praticava seu trabalho de acordo com as posses do
cliente: este poderia optar por uma consulta de 6, 10, 20 ou 400
francos. Mas, como era uma escritora prolfera, sua livraria provou ser
ainda um canal extremamente eficiente e lucrativo na distribuio e
divulgao de suas obras, dentre as quais destacaremos:
Les Memoires Histriques et Secrets de lImperatrice Josphine.
Les Souvenirs Prophtiques.
Les Oracles Sibyllins.
La Sybylle au Tombeau de Louis XVI.
La Sybylle au Congrs dAix-la-Chapelle.
Suivi dun Cup-doeil sur Celui de Carlsruhe.
Les Souvenirs de la Blgique ou Le Procs Mmorable.
LAnge Protecteur de La France au Tombeau de Louis XVIII.
LOmbre de Catherine II au Tombeau dAlexandre I.

Sua infncia em Alenon foi muito boa. Seu pai era um abastado
comerciante de tecidos. To logo atingiu a idade escolar, foi
matriculada na Abadia Real das Monjas Beneditinas.
Durante sua permanncia neste local, Marie-Anne experimentou os
primeiros lampejos de seus poderes psquicos, anunciando a iminente
transferncia e substituio da Abadessa por uma senhora proveniente
da regio de Picardie.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Sendo uma simples criana, divulgou os detalhes de sua viso cerca


de dez meses antes de o evento materializar-se, e quando os fatos
comprovaram o acerto de sua previso, fcil imaginar o espanto e a
admirao que tomou conta de toda a irmandade.
Com a morte de seu pai os negcios foram drasticamente atingidos,
resultando srias dificuldades financeiras. Mlle. Lenormand,
depauperada, mudou-se em 1786 para Paris.
Trabalhadora incansvel e estudante dedicada, logo conseguiu certa
estabilidade e, nos anos futuros, graas sua competncia nas artes
adivinhatrias, granjeou expressiva notoriedade e respeito junto alta
sociedade francesa da poca.
Mlle. Lenormand viveu num perodo conturbado, marcado pela
queda da monarquia absoluta e a ascenso da classe mdia ao poder.
A difundida crena de que a Revoluo Francesa irrompeu porque a
maioria do povo passava fome por falta de po e de que a rainha
Maria Antonieta, ante esse fato, teria dito a clebre frase: Se no tm
po que comam brioche, est longe de ser uma verdade histrica. A
Frana, s vsperas da Revoluo, era ainda uma nao rica e forte. A
ascenso da classe mdia, detentora do poder econmico e faminta de
poder poltico, foi a condio bsica para o deflagrar da Revoluo.
Os pobres e miserveis que antes existiam continuaram na mesma
situao, ou at pior, aps a instaurao do novo governo. O regime
de terror que se estabeleceu, e teve seu auge sob a ditadura de
Maximilien Robespierre, causou mais de 20 mil vtimas uma
matana estarrecedora que s nas ltimas seis semanas de sua ditadura
fez rolar 1285 cabeas no cadafalso de Paris.
Mlle. Lenormand, inteligente, ativa e idealista, dedicada aos
estudos e a ajudar ao prximo, sonhava com um mundo melhor e, a
seu modo, como intelectual, acompanhava e analisava os movimentos
sociais da poca. Quando eclodiu a Revoluo, seus lderes
utilizaram-se de todos os meios para conseguir o poder e, como
normalmente acontece nessas situaes, no tiveram escrpulos em
aceitar a participao e ajuda das mulheres e, provavelmente, de
outras minorias em suas fileiras. Assim, durante o processo

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

revolucionrio, as mulheres participaram ativamente da luta, liderando


as passeatas que acabaram levando o rei a abandonar o seu castelo em
Versailles. Mas, como sempre acontece, depois de terem sido
usadas pelos lderes, logo foram esquecidas e colocadas de lado. Na
Assembleia Nacional Francesa, em 1789, foi promulgada a
Declarao dos Direitos dos Homens que, como o prprio nome
indica, contemplava somente os direitos dos homens.
Surge como consequncia o primeiro movimento para a liberao
feminina, liderado por uma mulher notvel, Marie Olympe Gouges,
escritora francesa nascida em 1748. Em Paris formaram-se vrios
grupos que passaram a lutar por igualdade de direitos polticos em
relao aos homens, mudanas na legislao conjugal e melhores
condies de vida. Em 1791, Marie Olympe publicou a Declarao
dos Direitos da Mulher. Os resultados foram a sua condenao
morte em 1793, por ordens de Robespierre, e a proibio de toda e
qualquer atividade pblica para as mulheres. Isto nos d uma ideia de
como o grande ideal Liberdade, Igualdade e Fraternidade foi muito
rapidamente esquecido e substitudo pela ganncia, injustia e
violncia.
Nesse mesmo ano de 1793, tido como certo que Mlle. Lenormand
teria recebido em sua casa a visita de ilustres consulentes Marat,
Saint-Just e Robespierre. Mlle. Lenormand, diplomaticamente,
conclamou-os a tomarem conscincia da gravidade da situao
reinante, e no hesitou em alert-los de que seriam vtimas de morte
violenta e de que somente um deles (Marat) teria um honroso funeral;
os outros dois seriam alvo do escrnio e da zombaria do povo
enfurecido. Nunca saberemos se eles acreditaram ou no na profecia,
mas a Histria confirmou, com todos os detalhes, o acerto das
palavras de Mlle.Lenormand.
Graas a sua fama e sabedoria, Mlle. Lenormand circulava
livremente nas altas rodas da sociedade parisiense da poca.
Essa mulher, com seu charme e mistrio, cativava a todos; seu
nome estava sempre na lista de convidados importantes, tanto das
grandes festas como das reunies mais ntimas e seletas da sociedade.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Em uma dessas festas conheceu Josphine de Beauharnais, futura


esposa de Napoleo Bonaparte, que nessa poca era apenas um oficial
de artilharia. Pouco tempo depois, tornaram-se
amigas, e Josphine tomou-a por conselheira.
Mlle. Lenormand prognosticou que Napoleo
ascenderia ao trono da Frana e dominaria
grande parte da Europa; previu tambm sua
queda, associada sua ambio e seu orgulho
desmedido. Napoleo, incrdulo, deu uma
gargalhada ao ouvir tal previso, mas,
novamente, Mlle. Lenormand estava certa!
interessante mencionar que Napoleo no
nutria muita simpatia por ela. Durante seu curto
reinado, mandou prend-la por duas vezes sob a
alegao de que promovia agitao social e poltica. Mas, como
nenhuma prova concreta pode ser apresentada contra ela, Napoleo foi
forado a libert-la.

Mlle. Lenormand faleceu em 25 de junho de 1843, deixando uma


herana considervel de aproximadamente 120.000 francos.

Ela foi sepultada no Cemitrio


Pre Lachaise, em Paris.
Ela jamais foi esquecida! Sua
sepultura continua sendo
visitada... Sempre coberta de
flores e testemunhos de graas
alcanadas.

Por algum motivo desconhecido, o material escrito e os baralhos


criados por Mlle. Lenormand desapareceram temporariamente, aps

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

sua morte. Por volta de 1893 50 anos aps sua transio seus dois
baralhos voltaram circulao:
1. Grand Jeu de Mlle. Lenormand: composto por 54 cartas de
simbolismo complexo, onde so utilizados princpios Astrolgicos,
Mitolgicos, Hermticos, Alqumicos e Florais.
2. Petit Lenormand: composto por 36 cartas objeto deste nosso
estudo.
Na poca atual, o Grand Jeu de Mlle. Lenormand publicado na
Frana pela Grimaud Cartomancie, France Cartes. O Baralho Petit
Lenormand publicado e impresso na Sua, pela AGM AGMller.

Os Sete Princpios Hermticos


Quando tentamos dar os primeiros passos no Esoterismo, atravs do
estudo da Astrologia, da Cabala, da Numerologia, do Tar e de tantos
outros caminhos, em geral enfrentamos grande dificuldade. Ficamos
confusos e perdidos com a avalanche de termos e conceitos que temos
de dominar, dos paradoxos que temos de enfrentar. Se no tivermos
muita perseverana e um desejo autntico de crescer e de mudar,
desistimos. Isto resulta, principalmente, da falta de um embasamento
terico-filosfico nos princpios que fundamentam a tradio
esotrica. O conhecimento desses princpios universais pode facilitar,
e muito, o nosso avano por esses caminhos.
Hermes Trismegisto, o Trs Vezes Grande, era considerado pelos
egpcios o Mensageiro dos Deuses, por lhes haver transmitido
ensinamentos e ter implantado a tradio sagrada e o ensino das artes
e das cincias em suas Escolas de Sabedoria.
A medicina, a agricultura, a astronomia, a astrologia, a botnica, a
geologia, a matemtica, a msica, a arquitetura e a cincia poltica
eram ministrados nessas Escolas. A Cincia Hermtica baseada em

26
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

seus ensinamentos e comprova, com seus preceitos, que o Grande


Hermes veio transmitir para a humanidade uma Sabedoria Divina.
A Filosofia Hermtica se baseia nos Princpios Hermticos
includos no livro The Kybalion, e parece destinada a plantar uma
semente de Verdade no corao dos sbios que perpetuam e
transmitem os seus ensinamentos. Em todas as civilizaes sempre
existiram ouvidos atentos a esses preceitos. So eles:

1. Princpio do Mentalismo
O Todo Mente; o Universo Mental.

2. Princpio da Correspondncia
Assim como em cima, assim embaixo; assim como embaixo,
assim em cima.

3. Princpio da Vibrao
Nada permanece esttico; todas as coisas se movem e vibram.

4. Princpio da Polaridade
Tudo dual; tudo possui polos; todas as coisas so constitudas por
pares opostos; os opostos so idnticos em natureza, mas diferentes
em grau; os extremos se encontram; todas as verdades so apenas
meias verdades; todos os paradoxos podem ser harmonizados.

5. Princpio do Ritmo
Tudo flui, para dentro e para fora; tudo tem sua ocasio; todas as
coisas sobem e descem; a medida da oscilao para a esquerda a
medida da oscilao para a direita; o ritmo se equilibra.

6. Princpio da Causalidade
Toda Causa produz um Efeito; todo Efeito tem sua Causa; todas as
coisas acontecem de acordo com uma ordenao; o acaso apenas um
nome para uma lei no reconhecida; existem muitos nveis de
causalidade, mas nenhum escapa da Lei Universal.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

7. Princpio do Gnero
O gnero est em tudo; tudo tem os seus princpios Masculino e
Feminino, o gnero se manifesta em todos os planos.

Diz o Kybalion: Em qualquer lugar que se achem os vestgios do


Mestre, os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber o
seu Ensinamento se abriro completamente. Quando os ouvidos do
discpulo esto preparados para ouvir, ento vm os lbios para ench-
los de sabedoria.
Porm, o Kybalion tambm nos ensina que: Os lbios da
Sabedoria esto fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento.
Os Templos de Iniciao foram estabelecidos no antigo Egito, e
atravs de seus portais eram admitidos os nefitos. Depois de um
longo perodo de treinamento e muito estudo, aps terem atingido o
grau de Mestres e Adeptos, eles deixavam o Templo e iniciavam sua
misso de levar aos confins da terra o precioso conhecimento que
possuam, a fim de ensin-lo queles que estivessem preparados para
compreend-lo.
Atualmente, o termo hermtico significa secreto, fechado de tal
maneira que nada escapa, significando que os discpulos de Hermes
sempre observavam o princpio do segredo nos seus
preceitos. Os antigos instrutores pediam esse segredo, mas nunca
desejaram que os ensinamentos no fossem transmitidos. Jamais
instituram uma religio, de forma que esses princpios pudessem ser
aproveitados por todos e que no fossem propriedade exclusiva de
nenhum credo. De fato, os Princpios Hermticos so baseados nas
Leis da Natureza, e como tais pertencem somente Ordem Divina.
Mais uma vez, o Kybalion nos exorta: As doutrinas sempre foram
transmitidas de Mestre a Discpulo, de Iniciado a Hierofante, dos
lbios aos ouvidos. Ainda que esteja escrita em toda parte, sua
verdade foi propositadamente velada com os termos da Alquimia e da
Astrologia, de modo que s os que possuem a chave a podem ler
bem.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

O Baralho Petit Lenormand, por estar perfeitamente alinhado a


esses Princpios como poderemos observar no decorrer da anlise de
seus aspectos estruturais constitui valioso instrumento para o
autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal.

Estrutura do Baralho Petit Lenormand


Visando facilitar o estudo e o entendimento desse orculo,
apresentarei suas cartas inicialmente classificadas segundo o Naipe e,
em seguida, classificadas segundo a Numerao.

Classificao das Cartas segundo os Naipes


Esta abordagem visa:

1. Facilitar a compreenso do significado das mensagens


contidas nas cartas, pois estaremos focalizando as diversas
motivaes que atuam e influenciam o ser humano no seu
cotidiano de forma sistemtica;

2. Analisar em profundidade os conceitos bsicos de


Astrologia, Cabala, Tar, Numerologia e Arqutipos,
utilizados por Mlle. Lenormand na criao deste Baralho
aparentemente simples primeira vista, mas que encerra
em si conhecimentos profundos e aspectos simblicos
inesgotveis. Esta a armadilha preparada para aqueles que
se aproximam desse orculo de maneira superficial,
usando-o apenas no seu carter popular adivinhar o futuro
quando, na verdade, ele poderoso instrumento de

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

autoconhecimento e crescimento pessoal para aqueles que


saibam meditar, analisar e estudar em profundidade.

As 36 cartas do Baralho Petit Lenormand devem ser analisadas


segundo a ordem dos Naipes encontrada nos Arcanos Menores do
Tar, que por sua vez obedecem aos princpios estabelecidos pela
Cabala, como segue:

Naipes Cartas Numeradas Cartas da Corte


Paus s, 6, 7, 8, 9, 10 Valete, Rainha e Rei
Copas s, 6, 7, 8, 9, 10 Valete, Rainha e Rei
Espadas s, 6, 7, 8, 9, 10 Valete, Rainha e Rei
Ouros s, 6, 7, 8, 9, 10 Valete, Rainha e Rei

Os Naipes
Os Naipes expressam a teoria dos Elementos. Os Elementos
referem-se s foras ou energias vitais que formam toda a Criao
percebida em comum pelos seres humanos. Eles revelam a capacidade
de participar de certas esferas da existncia e de sintonizar-se com
reas especficas de experincia de vida. Esses elementos bom que
fique claro nada tm a ver com os elementos da Qumica. O
conceito Elementos aparece em diversas culturas da Antiguidade.
Nesta pesquisa utilizaremos os princpios estabelecidos pela
tradio astrolgica e pelas doutrinas dos filsofos gregos. Segundo
esta linha de pensamento filosfico, a natureza possui ao todo quatro
elementos bsicos, tambm chamados razes: Fogo, Terra, Ar e
gua.
Todas as transformaes da natureza resultam da interao desses
quatro elementos, que depois, novamente, separam-se um do outro.
Assim, tem-se uma ordem quaternria que se traduz por natureza,
temperamentos, etapas e manifestaes da vida humana.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Elementos Fogo Terra Ar gua


Estaes Primavera Vero Outono Inverno
Ser Humano Voluntarioso Realista Racional Sentimental
Temperamentos Colrico Melanclico Sanguneo Fleumtico
Etapas da Vida Infncia Juventude Maturidade Velhice
Operaes Alqumicas Calcinatio Coagulatio Sublimatio Solutio
Funes da Psique/Jung Intuio Sensao Pensamento Sentimento
Expresso Amorosa Idealizada Sensual Intelectual Romntica
Estilo de Trabalho Dinmico Prtico Terico Emocional
Orientao Espiritual Teologia Cincia Filosofia Metafsica
Naipes Paus Ouros Espadas Copas

No Tar, essencialmente ligado tradio cabalstica, encontramos


os quatro Naipes ou Elementos classificados numa ordem diversa
anteriormente apresentada, a astrolgica. No enfoque cabalstico, os
elementos apresentam-se na sequncia: Fogo, gua, Ar e Terra,
ordem esta que explicita o Plano Divino da Criao. A Cabala
descreve o universo como sendo dividido
em quatro mundos:
1. Atziluth Fogo Fundamental: o Mundo da Emanao, o mundo
do Esprito Puro que ativa todos os outros mundos, que dele derivam.
Representa a inteligncia, o divino, o inconsciente coletivo, o
arqutipo. Nesse mundo nada mais h seno o reflexo dos dez
atributos divinos e os Dez Nomes de Deus, cada qual relacionado a
um atributo.
2. Briah gua Fundamental: o Mundo da Criao, o nvel do
intelecto puro. Representa o amor, o inconsciente individual, o divino
no humano. Nesse mundo, habitado por seres angelicais, encontramos
a ideia original da Criao, o potencial, a semente de tudo o que
existe.
3. Yetzirah Ar Fundamental: o Mundo da Formao, onde so
encontrados os sutis e efmeros padres subjacentes matria.
Representa a luta, o consciente, os atos da realizao humana. Esse
mundo, habitado pelas hostes angelicais, o mundo planetrio, onde a
ideia adquire forma, composta de matria astral, e onde a separao j
se distingue em elementos relativamente independentes. nesse plano
que ocorre a separao dos aspectos masculino e feminino, o que

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

explica o relato duplo da criao do ser humano, em Gnesis 1,27 e


Gnesis 2,7.
4. Assiah Terra Fundamental: o Mundo da Ao, que contm
tanto o mundo fsico das sensaes como as energias invisveis da
matria. Representa o corpo, a matria onde os atos se concretizam.
Esse o mundo fsico e sensorial, a Criao no seu maior grau de
materialidade, os reinos mineral, vegetal e animal. Este o local onde
o ser humano habita desde a Queda, quando perdeu o direito ao
habitat original para o qual foi criado (Mundo de Yetzirah), onde
recebeu um corpo denso sobre seu corpo astral original, e onde dever
trabalhar pela recuperao de seu estgio evolutivo anterior, e, alm
disso, pela restaurao de toda a Criao ao seu estado original de
Unidade retornando Fonte.
Os Arcanos Menores do Tar descrevem e sintetizam,
simbolicamente, esse processo da Criao Divina. Cada Naipe est
relacionado a um dos mundos: Paus a Atziluth, Copas a Briah,
Espadas a Yetzirah e Ouros a Assiah.

Polaridade e Gnero
Anteriormente, quando analisamos os Sete Princpios Hermticos
que fundamentam todo o conhecimento esotrico, tomamos
conhecimento de que tudo dual; tudo possui plos; todas as coisas
so constitudas por pares opostos e que o gnero est em tudo; tudo
tem seus princpios Masculino e Feminino, o gnero se manifesta em
todos os planos. Os Elementos expressam esses princpios em suas
manifestaes:
1. Fogo e Ar evidenciam o princpio Ativo, Masculino, Positivo,
Yang.
2. Terra e gua evidenciam o princpio Passivo, Feminino,
Negativo, Yin.
Em todo processo criativo faz-se necessrio o concurso destas duas
foras, uma das quais ter de estar em ao, exaurindo-se para chegar
a um estado de equilbrio, enquanto a outra permanecer inerte, em
potencial, espera de estmulo.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Esta ltima, a fora feminina, pode ser comparada a uma carga de


dinamite, em cujas partculas est concentrada a energia em forma
latente, enquanto que a primeira, a fora masculina, pode ser
comparada a uma chispa eltrica ou a um golpe que detona, liberando
a energia latente. Estas foras, logicamente, esto presentes e atuantes
nos seres humanos. Todo ser humano deve ser considerado sob dois
aspectos: como uma individualidade ou totalidade e como uma
personalidade ou forma externa. Em sua individualidade, o ser
humano bilateral, positivo e negativo, tem uma fase dinmica e
outra esttica, e , portanto, masculino e feminino ou feminino e
masculino de acordo com a relao existente entre fora e forma
em sua estrutura. A personalidade, porm, unilateral e tem um sexo
definido: temos um corpo fsico ou forma, no qual a configurao dos
rgos geradores determina a parte que desempenharemos na
polaridade da vida.
Procuraremos, a seguir, dar uma ideia das motivaes e energias
relacionadas a cada Naipe. Os quatro Naipes Paus, Copas, Espadas e
Ouros descrevem alegoricamente as experincias nas quatro
dimenses da vida. Atravs deles podemos vislumbrar as experincias
da vida cotidiana com as quais nos deparamos em situaes as mais
diversas negcios, relacionamentos, oportunidades, desafios,
imprevistos bem como os estados de esprito que vivenciamos.
Essas qualidades ou motivaes podem se manifestar de forma
positiva ou negativa, pois todos ns, a cada momento, estamos
buscando algo alguns lutam por poder, outros por espiritualidade;
uns buscam riqueza ou segurana, outros procuram experincias
emocionais ou prazer ao nvel sensual. Harmonizar e conciliar todos
estes apelos e motivaes no tarefa fcil. Cabe a ns, uma vez deles
conscientes, usar de nosso Livre Arbtrio para canaliz-los
adequadamente, estabelecendo, assim, um equilbrio dos nveis
espiritual, emocional, intelectual e fsico que integram o nosso ser.
Paus: est associado ao elemento Fogo e polaridade Masculina-
Positiva, representando a inteligncia, o divino, o inconsciente
coletivo. Representa a intuio, a ao, o entusiasmo, a energia, o

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

movimento, o desejo de aventura, a criatividade, os projetos, o


otimismo, a paixo, a vitalidade, a liderana, o impulso sexual, a
coragem, a independncia e a autoconfiana. A vibrao negativa de
Paus gera a apatia, o pessimismo, a estagnao, a imprudncia, o
egosmo, os bloqueios e as perdas.
Copas: est associado ao elemento gua e polaridade Feminina-
Negativa, representando o amor, o inconsciente individual, o divino
no humano. Representa o amor, a emoo, a amizade, os sentimentos,
a fantasia, a receptividade, a profundidade, a paz, a intimidade, a
proteo, a nutrio, a sensibilidade, as artes, as religies, o instinto, a
abnegao e a memria. A vibrao de Copas, to sutil e maravilhosa,
pode ser usada negativamente gerando a acomodao, a preguia, os
sentimentos vingativos, a insegurana, a inconsistncia e a
dependncia.
Espadas: est associado ao elemento Ar e polaridade Masculina-
Positiva, representando os atos da realizao humana, a luta, o
consciente. Representa o processo intelectual e mental, a razo, a
lgica, o conflito, o movimento, o pensamento, a comunicao, a
flexibilidade, o relacionamento, a inquietao, a bravura, a luta, a
crtica, a abstrao, a teoria e a anlise. A vibrao negativa de
Espadas gera a dor, os sofrimentos, a violncia, a morte, a destruio,
a indisciplina e o medo.
Ouros: est associado ao elemento Terra e polaridade Feminina-
Negativa, representando o corpo, a matria onde os atos se
concretizam. Representa a riqueza, a realizao material, a
estabilidade, o corpo fsico, a segurana, o senso prtico, a fertilidade,
o controle, a ordem, o trabalho, a economia, a estabilidade, a
perseverana, a concretizao, a propriedade e as tradies. A
vibrao negativa de Ouros gera a luxria, a avareza, o oportunismo, a
cobia, a incapacidade fsica, a corrupo e a rigidez.

Cartas da Corte
Se os Naipes esto associados aos Elementos, como vimos
anteriormente, as Cartas da Corte, atravs das figuras do Rei, da

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Rainha e do Valete, expressam e manifestam os Modos de Ao da


Astrologia, que so trs: Cardinal, Fixo e Mutvel.
Os Modos de Ao expressam os Princpios Hermticos da
Vibrao e do Ritmo. A dinmica universal tem duas manifestaes
bsicas: Impulso (Movimento Linear) e Estabilidade (Movimento
Rotatrio). Estas duas manifestaes criam uma terceira, que se
caracteriza por um movimento pendular e representa a fora de
equilbrio entre ambas: a Mutabilidade (Movimento Vibratrio).
Atravs da anlise de cada uma das Figuras da Corte que constam do
Baralho, podemos salientar os traos marcantes, tanto positivos como
negativos, destas dinmicas:
1. Rei: expressando o modo Cardinal (Impulso), autoritrio, forte
e cheio de energia para organizar. Reflete a forma criativa e
empreendedora de se relacionar com a vida; a vontade forte de atingir
metas e realizar suas ambies. Correlaciona-se com o princpio da
ao e simboliza o incio de movimento de energia numa direo
definida. Sua tendncia natural positiva expressa atravs da
capacidade de empreender, da eficcia e positividade, da
agressividade e criatividade, da conscincia de si mesmo, da vontade
de realizar e da independncia. Indica atividade, energia, coragem,
iniciativa e audcia. O abuso ou exagero desses traos gera a busca
exacerbada de si mesmo, o desejo de dominao total de todas as
situaes, a impacincia para com os outros, a crueldade extrema, a
tendncia ao oportunismo, a irreflexo, o despotismo, a disperso e o
orgulho.
2. Rainha: expressando o modo Fixo (Estabilidade), consistente,
persistente, leal e confivel e, em geral, muito paciente. a imagem
da estabilidade, da receptividade, da proteo e nutrio. Representa a
energia concentrada acumulada internamente em direo a um centro
ou irradiando-se externamente a partir de um centro. Sua tendncia
natural positiva expressa pela coerncia, lealdade e segurana,
pacincia e persistncia, grande reserva de fora e intencionalidade.
Indica a realizao, a concentrao, a constncia e a reflexo. O abuso
ou exagero desses traos gera a teimosia, a intransigncia, o

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

fanatismo, a frieza, o egosmo e a tendncia ao enfado e inanio.


Presa dos hbitos e rotinas, tende posse de tudo e resistncia a
qualquer mudana, mesmo que haja a possibilidade de ela ser
benfica.
3. Valete: expressando o modo Mutvel (Flexibilidade),
adaptvel e voltil, sempre disposto a mudar as condies do
ambiente que o cerca. Est sempre buscando novas metas ou desafios.
Correlaciona-se com flexibilidade e mudana constante e pode ser
concebido como um padro espiralado de energia. Sua tendncia
natural positiva expressa pela facilidade de adaptao, capacidade de
tirar o mximo do mnimo, complacncia diante das palavras e das
pessoas, apreenso fcil de novos mtodos e capacidade de ver todas
as sadas. Indica sensibilidade, maleabilidade e percepo. O abuso ou
exagero desses traos gera a tendncia a perder a autonomia e o
objetivo, levando inconstncia, ao uso indiscriminado das palavras e
descuido na escolha de amigos, falta de perseverana e percepo
de detalhes, negligenciando a viso global das questes.

A combinao dos fatores anteriormente descritos os quatro


Elementos e os trs Modos de Ao permitir a definio dos
doze Signos Astrolgicos. Consequentemente, na medida em que
associamos cada Figura da Corte com um Naipe estamos, em
realidade, enfocando um Signo Astrolgico, como demonstrado no
quadro a seguir:
Elementos Modo de Ao Cardinal/Rei Fixo/Rainha Mutvel/Valete
Fogo-Masculino-Paus ries Leo Sagitrio
gua-Feminino-Copas Cncer Escorpio Peixes
Ar-Masculino-Espadas Libra Aqurio Gmeos
Terra-Feminino-Ouros Capricrnio Touro Virgem

Minha inteno ao enforcar este aspecto motivar o leitor ao


estudo e analise dos Signos Astrolgicos. Existem centenas de livros
que tratam desse assunto, alguns deles mencionados na bibliografia no

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

final desta pesquisa. Esse conhecimento poder ajud-lo muito na


ampliao e enriquecimento dos aspectos adivinhatrios das Cartas.

Cartas Numeradas
Ao adotarmos o critrio de agrupar as lminas do Baralho Petit
Lenormand por Naipes, um fato chama a nossa ateno de imediato:
Mlle. Lenormand no incluiu as cartas de nmero 2, 3, 4 e 5, optando
apenas pela incluso das cartas de nmero 1(s), 6, 7, 8, 9 e 10. A
justificativa para esse procedimento nos dada pela Numerologia.
O nmero 1 (s) simboliza o Absoluto, a Divindade, a Unidade, o
Todo. o masculino e o positivo, o Pai Criador do Universo, o
Ser/No Ser, o Grande Cosmo. Como tal, jamais pode ser excludo.
Os nmeros 2, 3, 4 e 5 descrevem o Processo da Criao a
Unidade se diferencia (Binrio), se organiza (Ternrio), se realiza
(Quaternrio) e se exprime pela Vida (Quinrio). Este processo
constitui, de certo modo, um caminho de involuo, de descida para
matria, que o Absoluto realiza por Puro Amor. Como tal, uma
prerrogativa exclusiva da Divindade.
J os nmeros 6, 7, 8, 9 e 10 esto relacionados Queda do Ser
Humano. Esta segunda metade da srie mostra o caminho do Retorno.
o caminho que seguem as individualidades criadas na matria para
retornar Unidade, ao Absoluto.
Com base nestes princpios, podemos verificar que a excluso feita
plenamente justificvel e acertada. Mlle. Lenormand, ao criar o seu
Baralho, excluiu as primeiras cartas por pertencerem ao Processo de
Criao Divina. Profunda conhecedora da sabedoria antiga, estava
interessada em criar um orculo eminentemente prtico e
essencialmente voltado aos aspectos materiais, ao cotidiano do ser
humano depois da Queda; e que pudesse de alguma forma auxili-lo
em seu processo de crescimento e de retorno Unidade.
O Nmero o arqutipo mais puro que introduz compreenso do
Cosmo, que o Mundo Ordenado. No possvel precisar a origem
dos Nmeros, mas a Antiguidade teve cultores da Matemtica que
estudaram essa questo a fundo e estabeleceram grandes princpios.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Um dos mais famosos matemticos do passado foi Pitgoras, filsofo


grego do sculo VI a.C., que racionalizou os nmeros num sistema
funcional.
Pitgoras tambm ensinava que os nmeros tinham o seu lado
mstico, o que o ligou magia e s filosofias esotricas. Este filsofo
deu origem ao movimento denominado Pitagorismo, que considera
essencial o papel dos nmeros na Natureza.
Em poca mais recente, o Dr. Carl Gustav Jung considerou que os
nmeros no haviam sido inventados, mas sim descobertos, j que so
produtos espontneos do inconsciente, que os utiliza como fator de
ordenao. O Tao Te King nos ensina: Tao gera o 1, o 1 gera o 2, o 2
gera o 3, o 3 gera os Dez Mil Seres. Assim, cada nmero tende a
engendrar um nmero superior: o 1 engendra o 2, o 2 engendra o 3 e
assim por diante, porque cada um deles impelido a ultrapassar seus
limites e, concomitantemente, tem a necessidade de um oposto ou de
um parceiro. Logo, segundo esta corrente, atribuem-se aos nmeros os
impulsos dos seres vivos. A ttulo de complementao faremos, a
seguir, uma breve descrio dos seus significados:

1 Unidade. Representa a Divindade ou o Absoluto. O Um


tambm o Princpio. Apesar de no manifestado, dele que emana
toda a manifestao e a ele que ela retorna, quando se esgota sua
existncia efmera; o princpio ativo e criador. Ele o smbolo do
ser humano em p nico ser vivo que usufrui dessa faculdade, a
ponto de certos antroplogos fazerem da verticalidade um sinal
distintivo do homem ainda mais radical do que a razo. O Um
encontra-se igualmente nas imagens da pedra erguida, do falo ereto,
do basto vertical representa o homem ativo, associado obra da
criao.

2 Dualidade. Representa a resultante do Gesto Divino para tomar


conscincia de Si Prprio. O Absoluto, para tomar conscincia de Si
Mesmo, deve Se diferenciar pela confrontao entre Si, as partes se
distinguem. A mnada se transforma em conscincia. Surge assim a

38
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

dualidade que est na base de toda operao de reflexo, de reflexo.


Smbolo de oposio e de conflito, esse nmero indica o equilbrio
realizado ou as ameaas latentes. a cifra de todas as ambivalncias e
dos desdobramentos; a primeira e a mais radical das divises (o
criador e a criatura, o branco e o preto, o macho e a fmea, a matria e
o esprito), aquela da qual decorrem todas as outras.
O Dois exprime um antagonismo que de latente se torna manifesto;
rivalidade e reciprocidade, que tanto podem ser de dio quanto de
amor; uma oposio, que pode ser contrria e incompatvel, mas
tambm complementar e fecunda.

3 Criao, Equilbrio, Plenitude. O Trs o desdobramento do


Um que torna a este cognoscvel. Ele simboliza o Ser Primordial. O
Trs , universalmente, um nmero fundamental; exprime a ordem
intelectual e espiritual em Deus, no Cosmo e no ser humano. o
nmero perfeito, a expresso da totalidade, da concluso e nada pode
ser a ele acrescentado. Indica simultaneamente a identidade nica de
um ser e a sua multiplicidade interna; a sua permanncia relativa e a
mobilidade de seus componentes; a autonomia imanente e a sua
dependncia. O ternrio traduz tanto a dialtica no exerccio lgico do
pensamento, quanto o movimento na Fsica e a vida na Biologia.

4 Ao, Realizao, Poder. O Quatro estabiliza e torna visvel a


totalidade individual, demarca limites e est fundamentalmente ligado
Terra. As significaes simblicas do Quatro ligam-se s do
quadrado e da cruz; utilizado para significar o slido, o tangvel, o
sensvel. Sua relao com a cruz faz dele um smbolo incomparvel de
plenitude, de universalidade. O cruzamento de um meridiano e de um
paralelo divide o planeta Terra em quatro setores. Em todos os
continentes, chefes e reis, ao longo da Histria, foram chamados de
senhores dos quatro mares, dos quatro sis, o que pode significar, ao
mesmo tempo, a extenso da superfcie de seu poder e a totalidade
desse poder sobre os atos de seus sditos. Existem quatro pontos
cardeais, quatro ventos, quatro fases da lua, quatro estaes, quatro

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

humores, quatro letras no nome de Deus (YHVH) e no do primeiro ser


criado (ADAM).

5 O Ser Csmico, Quinta-Essncia. O Cinco representa o ponto


de juno entre dois mundos: horizontal/vertical ou terrestre/divino.
Por estar situado na posio central dos nove primeiros nmeros,
considerado o smbolo da unio; o nmero nupcial, segundo os
Pitagricos; o nmero da harmonia, do centro e do equilbrio. O
pentagrama o emblema do amor criador e da beleza viva, do
equilbrio da sade do corpo que, projeo da Alma no plano material,
reflete como ela o Grande Ritmo. Ele o smbolo do Ser Csmico: o
ser humano, de braos e pernas abertos, parece disposto em forma de
estrela de cinco pontas. Espelha e reflete a Vontade Divina que no
pode desejar seno a ordem e a perfeio.

6 O Ser Humano Expulso do Paraso. O Seis representa o


princpio de foras contrrias em equilbrio. Marca a oposio da
criatura face ao Criador num equilbrio indefinido, e nesse sentido
pode tornar-se o smbolo da queda. O Cinco Andrgino dar o Seis,
ou seja, o homem ternrio e a mulher ternria. O Seis torna-se assim o
smbolo da separao e da sexualidade (six, sex, sexo). por isso que
o Esprito-Yang procura seu complemento Corpo-Yin. So os
movimentos primordiais do homem procura do corpo feminino ou
da mulher em busca do esprito masculino, criando toda a
dificuldade do encontro que, embora complementar, com frequncia
vivido como oposio. Toda a ambivalncia do Seis resulta do fato de
que ele rene dois complexos de atividades ternrias e, como tal, pode
inclinar-se para o bem, mas tambm para o mal; em direo unio
com o Absoluto, mas tambm em direo revolta. o nmero dos
dons recprocos e dos antagonismos, o nmero do destino.

7 Ser Humano Terrestre, a Busca do Saber e da Perfeio. O


Sete vai recriar, focalizar o que se havia perdido no movimento de
separao, de dilatao. No Plano Divino o Reino Celestial e a Terra

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

, tudo est dividido em Sete Raios. A esfera de atividade desses


Raios, seus Diretores e seus Arcanjos so:

Raio/Cor Atributos Diretor-Mestre Arcanjos


1 Azul Vontade, F, Poder El Morya Miguel
2 Ouro Sabedoria, Iluminao Confcio Jofiel
3 Rosa Amor, Beleza, Adorao Rowena Samuel
4 Branco Pureza, Ascenso Serapis Bay Gabriel
5 Verde Verdade, Lei Hilarion Rafael
6 Rubi Paz, Colaborao Nada Uriel
7 Violeta Misericrdia, Liberdade Saint Germain Ezequiel

Ao sete atribuda a perfeio do Esprito Santo que verte na alma


sete dons: Sabedoria, Inteligncia, Cincia, Conselho, Fora,
Compaixo e Amor a Deus. O Sete designa a totalidade das ordens
planetrias e anglicas, das moradas celestes, da ordem moral e das
energias espirituais. o smbolo da vida eterna e da perfeio
dinmica. Ele indica o sentido de uma mudana depois de um ciclo
concludo, e uma renovao positiva. a totalidade do universo em
movimento.

8 Ser Humano Transformado, Morte. O Oito representa o


princpio da transformao, da liberao krmica, da salvao, da
Santidade. Ele o nmero da morte e da dissoluo, ponto final da
evoluo terrestre que leva transformao, chave de passagem do
terrestre ao celeste. o emblema do equilbrio central, da Justia.
Quanto ao Oitavo Dia, que sucede aos seis da criao e ao shabat, ele
o smbolo da ressurreio, da transfigurao, anncio da era futura
eterna; comporta no s a ressurreio do Cristo, mas tambm a do ser
humano e, como tal, o nmero do Novo Testamento.

9 Ser Humano Realizado, Porta Divina. O Nove exprime a


ideia de concentrao, de acumulao, de fora e de plena realizao.
Ele pode ser concebido como ponto de chegada ou de partida de uma
nova srie que se iniciar com o Dez. a Porta Divina, a escada de

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

nove degraus que representa as nove etapas em direo ao Divino. O


Nove tem um valor ritual: a medida das gestaes, das buscas
proveitosas, e simboliza o coroamento dos esforos, o trmino de uma
criao. Os Anjos, segundo Dionsio, o Areopagita, so
hierarquizados em nove coros ou trs trades: a perfeio na perfeio,
a ordem na ordem, a unidade na unidade. Sendo o ltimo da srie dos
algarismos, o Nove anuncia ao mesmo tempo um fim e um recomeo;
uma transposio para um novo plano. ltimo dos nmeros do
universo manifesto, ele abre a fase das transmutaes: exprime o fim
de um ciclo, o trmino de uma jornada, o fecho do crculo.

10 Ser Humano Uno, o Retorno Unidade. O Dez representa a


Criao acabada e perfeita. Ele traz consigo o sentido da concluso,
do retorno ao Pai aps o ciclo de desenvolvimento.
Simbolicamente representado pela postura das mos nas preces:
juntas, a Unidade; entrelaadas, o cruzamento dos dois mundos:
Material e Espiritual. Para os Pitagricos ele tem um sentido de
totalidade, de concluso, termo e remate; o sentido de volta unidade,
depois do desenvolvimento do ciclo dos nove primeiros nmeros. A
dezena era, para aquela escola filosfica, o mais sagrado dos nmeros,
o smbolo da criao universal. Se tudo deriva dela, tudo a ela retorna;
consequentemente, ela tambm a imagem da totalidade em
movimento. Totalizador, acima de tudo, o nmero dez aparece no
Declogo, que simboliza o conjunto de dez mandamentos que se
resumem em um.

Classificao das Cartas segundo sua Numerao


Tudo indica que Mlle. Lenormand, para ordenar as lminas de 1 a
36, preocupou-se com o simbolismo global de cada lmina Carta de
Baralho e Imagem e estabeleceu esse arranjo levando em conta os
princpios bsicos da Numerologia e, muito provavelmente, o
simbolismo dos Arcanos Maiores do Tar, em especial os nove
primeiros.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Um dos postulados bsicos da Numerologia, que por sua vez deriva


da Cabala, afirma que todos os nmeros de dois dgitos se reduzem a
um dgito simples compreendido entre os nmeros de 1 a 9. Assim, o
dgito duplo reflete a variao do nmero simples. Uma imagem
anloga seria a de pessoas que moram numa mesma cidade, porm em
ruas diferentes. As cartas 11 e 20, segundo esse princpio, refletem
ambas o nmero bsico 2. Entretanto, o dgito duplo expressa uma
variao do 2 original.

Este conhecimento extremamente til e importante permitir uma


leitura mais rica. O conceituado mestre Nei Naiff denomina esta
prtica de Sintoma Secundrio. Como ele define, Sintoma o
resultado de uma expresso simblica, o que se almeja em
profundidade. Ele uma situao com caractersticas particulares que
iro pressagiar um futuro determinado atravs do atributo da carta em
sua posio estrutural. O chamado Sintoma Secundrio ser o produto
ou decomposio do nmero se tornando a carta ressonante.
Exemplo: a Lmina 28 - Cavalheiro (2 + 8 = 10) ter como carta
ressonante a Lmina 10 - Foice (1 + 0 = 1), que, por sua vez, ter
como carta ressonante a Lmina 1 - Cavaleiro.
O ensinamento que podemos extrair desse aspecto o seguinte: Ser
homem em essncia (Carta 28 - Cavalheiro) implica em desenvolver a
capacidade crtica e analtica, aliada ao trabalho que permita a fazer
cortes e ajustes adequados (Carta 10 - Foice); que, por sua vez,
possibilitar uma abertura para o novo que possibilitar a realizao
de um ideal (Carta 1 - Cavaleiro).
Certamente, Mlle. Lenormand utilizou-se deste princpio, para
ordenar numericamente seu Baralho como segue:

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Tar ------------------Baralho Petit Lenormand-------------------


1-Mago 1 Cavaleiro 10 Foice 19 Torre 28 Cavalheiro
2-Sacerdotisa 2 Trevo 11 Chicotes 20 Jardim 29 Dama
3-Imperatriz 3 Navio 12 Corujas 21 Montanha 30 Lrios
4-Imperador 4 Casa 13 Criana 22 Caminhos 31 Sol
5-Hierofante 5 rvore 14 Raposa 23 Ratos 32 Lua
6-Amantes 6 Nuvens 15 Urso 24 Corao 33 Chave
7-Carro 7 Serpente 16 Estrelas 25 Anel 34 Peixes
8-Justia 8 Caixo 17 Cegonhas 26 Livro 35 ncora
9-Eremita 9 Buqu 18 Co 27 Carta 36 Cruz

Analisando cada uma das linhas acima obteremos, tomando como


referncia o Tar, nove Grandes Caminhos, cada um deles englobando
quatro cartas e suas respectivas motivaes:

Linha 1: Caminho da Influncia e da Fora-Yang.


Carta 1: indica que a ao correta e ousada, a abertura para o novo,
o esprito de liderana (Cavaleiro), possibilita a realizao de um
sonho, a concretizao de um projeto ou uma unio afetiva (9 de
Copas).
Carta 10: enfatiza que, em todo processo de transformao e
mudana, somos forados a realizar cortes e ajustes para restabelecer
o equilbrio necessrio (Foice), e, ao mesmo tempo, enfrentar o
trabalho duro, rotineiro, sem esmorecer ou perder a alegria de viver
(Valete de Ouros).
Carta 19: indica a necessidade de desenvolvermos a capacidade de
reflexo e anlise para melhor equacionar os problemas da vida
(Torre), para s ento partir para a luta, enfrentando os desafios de
peito aberto (6 de Espadas).
Carta 28: designa o Homem, aquele que conseguiu harmonizar e
equilibrar seu gnero biolgico, masculino (Cavalheiro), com os
aspectos emocionais e femininos no ntimo de seu ser (s de Copas).

Linha 2: Caminho da Pacincia, da Prontido e do Conhecimento


Intuitivo-Yin.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Carta 2: enfatiza a importncia de mantermos a confiana e de


buscarmos a sabedoria interior para enfrentar as situaes adversas da
vida (Trevo), e, ao mesmo tempo, exercitarmos nossa capacidade de
dar e de estarmos abertos para receber ajuda, proteo, generosidade,
bondade e compassividade (6 de Ouros).
Carta 11: indica a fora espiritual e intuio para restabelecer a
harmonia, principalmente no lar, quando surgem as discrdias
(Chicotes), buscando novas alternativas e quebrando rotinas com
jovialidade e otimismo (Valete de Paus).
Carta 20: salienta a capacidade de cuidar, embelezar e defender o
seu domnio, nutrindo e protegendo os que lhe so prximos (Jardim),
at mesmo diante das situaes mais adversas e opressivas, quando o
medo domina e tudo leva a crer que no existe uma sada (8 de
Espadas).
Carta 29: Designa a Mulher, aquela que conseguiu harmonizar e
equilibrar seu gnero biolgico, feminino (Dama), com os aspectos
racionais e masculinos no ntimo de seu ser (s de Espadas).

Linha 3: Caminho da Razo, da Criatividade e do Crescimento.


Carta 3: convida a expandir, a explorar novos horizontes, a dar um
novo rumo trajetria de nossa existncia (Navio), principalmente
quando nos sentimos desmotivados, derrotados, frustrados e sem
esperanas (10 de Espadas).
Carta 12: ressalta a capacidade de enfrentar a dor, com sabedoria e
inteligncia, sem nos deixarmos dominar pelas emoes; aconselha a
compartilhar nossas dificuldades com algum (Corujas), pois s assim
poderemos encarar a difcil tarefa de tomar uma deciso diante de um
impasse (7 de Ouros).
Carta 21: enfatiza a necessidade de, aps criteriosa avaliao da
situao, enfrentar os desafios ou inimigos com equilbrio, firmeza e
perseverana (Montanha); para tanto, devemos aguardar o momento
propcio, quando as condies se mostrarem favorveis e nos
sentirmos seguros e confiantes quanto ao resultado esperado (8 de
Paus).

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Carta 30: a busca da paz, da tranquilidade, da harmonia ou de uma


nova perspectiva para a nossa vida (Lrios), s poder ser alcanada
quando agirmos como verdadeiros lderes, racionalmente planejando e
estabelecendo estratgias adequadas aos desafios que a todo momento
surgem em nosso caminho (Rei de Espadas).

Linha 4: Caminho do Poder, Disciplina e Riqueza.


Carta 4: a segurana material, a famlia e a proteo afetiva so
necessrias para que possamos atuar no mundo (Casa), mas o
fundamental desenvolvermos nossa autoconfiana e autoestima; se
no amamos a ns mesmos, no poderemos amar, servir e proteger os
que nos so prximos (Rei de Copas).
Carta 13: enfatiza a necessidade de nos livrarmos de todo tipo de
prevenes e preconceitos, de encararmos a vida com alegria e
otimismo, sempre abertos para o novo (Criana). Isso implica
mantermos a mente aberta e flexvel, desenvolvermos a nossa
capacidade de comunicao, atravs do estudo e da pesquisa (Valete
de Espadas).
Carta 22: denota as escolhas e decises responsveis, a fora de
vontade e a persistncia (Caminhos), que so extremamente
necessrias para enfrentarmos a fora instintiva que nos anima e nos
incita busca do prazer sem limites; esta mesma fora, bem
canalizada, gera a abundncia e a prosperidade (Rainha de Ouro).
Carta 31: ressalta a vitalidade, a fora, a autoconfiana, a garra, o
otimismo, a conscincia e a clareza de propsitos (Sol) como
condies bsicas e necessrias para concretizarmos a realizao
material, a riqueza e a prosperidade que tanto sonhamos (s de
Ouros).

Linha 5: Caminho do Equilbrio, da Vitalidade e do


Reconhecimento.
Carta 5: revela-nos que o crescimento e a prosperidade dependem
do correto balanceamento dos aspectos materiais e espirituais de nossa
existncia e de guiarmo-nos por elevados princpios ticos e morais,

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

aliados avaliao criteriosa e racional das possibilidades e dos


recursos disponveis (rvore), ao invs de permanecermos iludidos,
fantasiando, envolvidos apenas pela aparncia e glamour das coisas (7
de Copas).
Carta 14: ressalta a importncia da flexibilidade, da esperteza e da
sagacidade como qualidades essenciais nossa sobrevivncia, e como
o exerccio dessas qualidades pode ajudar a evitar srios prejuzos e
perdas (Raposa), principalmente quando os embates da vida j
exauriram todas as nossas foras e energias e ainda somos forados a
enfrentar mais desafios (9 de Paus).
Carta 23: chama a nossa ateno para o desgaste excessivo de
energias que afeta nossa sade e provoca muitos danos e perdas
(Ratos), resultantes da competio acirrada de toda sorte a que
estamos expostos, lembrando que s um carter ntegro, forte e
corajoso capaz de lhe fazer frente (7 de Paus).
Carta 32: ressalta os aspectos emocionais e cclicos da vida; chama-
nos a refletir sobre a nossa necessidade de reconhecimento e
aprovao pblica; incita a conhecer e respeitar as nossas reais
necessidades interiores (Lua). Este processo, que implica
mergulharmos no mais fundo do nosso ser, na maioria das vezes
resulta em duras provas: sacrifcios, renncias e perdas voluntrias (8
de Copas).

Linha 6: Caminho da Deciso, do Amor e do Sucesso.


Carta 6: revela-nos que as incertezas, dvidas e confuses de
sentimentos diante dos desafios da vida (Nuvens) sero solucionados
na medida em que deixarmos nosso guerreiro interior agir, encarando
as questes de frente e usando toda a nossa fora de vontade (Rei de
Paus).
Carta 15: evidencia que a inveja, o cime, o despeito e toda sorte de
energia negativa gerada pela busca desequilibrada do poder (Urso)
encontrar um campo propcio para se instalar e expandir, toda vez
que nos deixarmos abater pelo desnimo e pelo excesso de
preocupaes ou de responsabilidades (10 de Paus).

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Carta 24: ensina-nos que a paixo, a entrega, as atitudes loucas e


impensadas, a busca de carinho e proteo, motivados por uma pessoa
ou causa (Corao), so apenas uma faceta, geralmente efmera, do
Amor Maior, altrusta e infinito, que governa o Universo (Valete de
Copas).
Carta 33: revela-nos que o xito, o crescimento e o sucesso
dependem, nica e exclusivamente, de nosso empenho e dedicao ao
enfrentar e equacionar eficientemente os problemas que surgem em
nosso caminho (Chave); muitas vezes, para poder atingir a nossa
meta, somos forados a parar, retroceder e nos submeter a um novo
aprendizado (8 de Ouros).

Linha 7: Caminho da Autoconfiana, da Parceria e da


Prosperidade.
Carta 7: ensina-nos que a falsidade, a inveja e as desarmonias que
negativamente projetamos ou das quais somos alvos (Serpente)
resultam da nossa falta de autoconfiana e autoestima, da insegurana
ante os desafios da vida e da perda ou carncia de referenciais ticos e
morais elevados (Rainha de Paus).
Carta 16: evidencia que o xito e a boa sorte dependem
basicamente da canalizao adequada de nosso potencial criativo e do
quanto confiamos em nosso brilho pessoal (Estrelas); se estamos
enfrentando uma crise, sinal que devemos parar e meditar
seriamente a fim de identificar o que gerou esse sentimento de culpa
que nos bloqueia e, imediatamente, adotar medidas corretivas (6 de
Copas).
Carta 25: denota que a capacidade de nos associarmos e de
buscarmos, criteriosamente, a cooperao e o apoio de outras pessoas
(Anel) quase sempre indispensvel quando somos convocados a
desenvolver grandes projetos, a assumir um grande desafio ou a
embarcar numa aventura que poder mudar radicalmente o rumo de
nossa existncia (s de Paus).
Carta 34: enfatiza que a riqueza, a abundncia e a prosperidade
dependem muito de estarmos atentos e preparados para agarrar as

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

oportunidades que surgem repentinamente em nossa vida (Peixes) e,


para tanto, precisamos estar alertas e preparados, bem como possuir
metas que traduzam adequadamente a nossa ambio e necessidades
de status e poder (Rei de Ouros).

Linha 8: Caminho da Transformao, do Conhecimento e da


Segurana.
Carta 8: enuncia que as grandes transformaes, o fim de um
estgio ou ciclo, as perdas de todo tipo (Caixo) constituem, via de
regra, um teste para avaliar nossa capacidade de autossuficincia,
forando-nos a descobrir novas formas de canalizao de nosso
potencial criativo que, no final, geraro muito prazer e contentamento
(9 de Ouros).
Carta 17: revela-nos que as mudanas, as viagens, as situaes
imprevistas da vida, a quebra de rotinas (Cegonhas) obrigam-nos a
mergulhar fundo em nosso ser, na busca das causas ou motivaes
reais de nossa existncia, forando-nos a encarar nossos medos,
limitaes e desejos ocultos (Rainha de Copas).
Carta 26: enfatiza que os estudos, o esforo intelectual e a
dedicao ao trabalho ampliam nossos horizontes e possibilitam o
nosso crescimento (Livro), e tambm constituem a nica forma segura
para alcanarmos a paz, a harmonia, a segurana e a prosperidade (10
de Ouros).
Carta 35: ensina-nos que segurana, estabilidade material e
estabilidade emocional resultam da f e de possuirmos um adequado
sistema de crenas que nos possa orientar e servir de apoio (ncora)
diante das situaes pressionantes da vida que geram toda sorte de
medos, ansiedades, neuroses, culpas, sofrimentos, crises e depresses
(9 de Espadas).

Linha 9: Caminho da Sabedoria, da Fidelidade e da Vitria.


Carta 9: enfatiza que as relaes harmoniosas, a generosidade e a
cooperao fraternal entre as pessoas geram inmeras oportunidades
para todos os envolvidos (Buqu); quando essas oportunidades so

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

racionalmente percebidas e canalizadas, muito contribuem para o


aperfeioamento tecnolgico e o avano da sociedade (Rainha de
Espadas).
Carta 18: salienta que a fidelidade, a compreenso, a dedicao e a
amizade verdadeira, aliadas capacidade de estarmos sempre alertas e
vigilantes contra as investidas de fatores externos desestruturantes
(Co), constituem a base das relaes ou associaes harmoniosas e
duradouras pautadas por um grande ideal (10 de Copas).
Carta 27: enfatiza que os acontecimentos inesperados, revelaes e
convites, bem como a conscientizao de novos aspectos ou fatos de
uma dada questo ou situao (Carta) obrigam-nos muitas vezes a agir
com discrio, tato, diplomacia e at absoluto sigilo, a fim de
evitarmos problemas maiores ou perdas irreparveis (7 de Espadas).
Carta 36: ensina-nos que as provaes, os sofrimentos e as tristezas
que surgem em nosso caminho muitas vezes constituem testes para
avaliar nossa fora espiritual, incitando-nos a recordar que existe uma
Fora Maior sempre pronta a amparar (Cruz); quando estamos abertos
e sintonizados a essa energia espiritual, a vitria est garantida e nosso
esforo sincero ser recompensado e reconhecido por todos (6 de
Paus).

As Imagens poderosas deste Baralho, alm de ressaltar a


sensibilidade e os dotes artsticos de Mlle. Lenormand, expressam
fortes contedos arquetpicos. Arqutipo o elemento primordial e
estrutural da psique humana. A noo de arqutipo, postulando a
existncia de uma base psquica comum a todos os seres humanos,
permite compreender por que em lugares e pocas distantes entre si
aparecem temas idnticos nos mitos, dogmas e rituais religiosos, nas
artes, na filosofia e nas produes do inconsciente de uma forma
geral. Devemos ter sempre em mente que o Arqutipo, em si mesmo,
escapa representao, no tem contedo determinado ,
unicamente, uma virtualidade, um potencial; matriz arcaica onde
configuraes anlogas ou semelhantes tomam forma. O contedo
arquetpico exprime-se, primeiramente e sobretudo, na forma de

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

metfora. Uma imagem primordial s tem contedo determinado a


partir do momento em que se torna consciente e , portanto,
preenchida pelo material da experincia consciente.
As lminas do Baralho Petit Lenormand, com suas imagens
singelas e romnticas, comprovam os postulados acima, produzindo
um forte impacto. Nos seminrios que tenho ministrado, esse fato
facilmente comprovado: uma carta apresentada ao grupo para
anlise e, posteriormente, cada participante expressa o que sentiu ou
percebeu. O resultado notvel, a gama de informaes obtidas
muito rica e novas colocaes surgem sempre. Quando entramos em
sintonia com essas cartas ficamos fascinados e envolvidos; elas nos
convidam a mergulhar fundo no ntimo de nosso ser, e, quando
emergimos, revigorados, uma nova luz surge em nosso caminho.
Neste ponto do trabalho, dou por concluda a pesquisa sobre os
aspectos estruturais do Baralho Petit Lenormand esperando,
sinceramente, ter conseguido salientar os princpios tericos e
filosficos que lhe servem de base, to magistralmente compilados e
traduzidos simbolicamente em cada lmina por Mlle. Lenormand.

Significados Adivinhatrio e Simblico das Cartas


Iniciarei agora uma descrio dos significados adivinhatrios
tradicionais e simblicos dos elementos que compem cada uma das
cartas do Baralho Petit Lenormand, obedecendo sua classificao
por Naipes. Cada lmina apresenta dois elementos bsicos uma
Carta de Baralho e uma Imagem que se complementam e descrevem
uma motivao ou situao de nosso cotidiano. Estas motivaes ou
situaes do cotidiano podem ter tanto carter positivo como negativo,

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

mas a prpria carta, atravs de seus dois elementos bsicos, indicar a


possvel sada ou soluo para o assunto em questo.
Como cada lmina evidencia e ressalta uma temtica, procurei
descrev-las e ampli-las, sem, contudo, esgot-las, na forma de
comentrios e consideraes gerais. Cada uma dessas temticas foi
pesquisada e reflete opinies e colocaes de diversos autores
conceituados, cujas obras esto indicadas na bibliografia final. A
incluso desses comentrios visa instigar o leitor a meditar, avaliar e,
o que mais importante, encontrar ressonncia na prpria vivncia
pessoal. Os temas que sero enfocados so to amplos e diversos
como o amor, a segurana, a inveja, a espiritualidade, a traio, o
sexo, o poder, a famlia e tantos outros que, certamente, podero
gerar polmicas e controvrsias. Se isso acontecer, sentir-me-ei
gratificado, pois no minha inteno granjear a concordncia geral e
muito menos impor dogmas ou princpios. Como seres humanos e
eternos estudantes na busca do crescimento espiritual, devemos
manter a mente aberta, receptiva e crtica a todas as correntes e linhas
de pensamento se concordamos ou no uma questo de foro
pessoal s no podendo abrir mo do exerccio de nosso Livre
Arbtrio.
O conhecimento destas duas foras em ao, como elas ao mesmo
tempo se opem e se completam, o que possibilitar uma leitura
rica, esclarecedora e voltada ao autoconhecimento.
Nunca demais ressaltar que as cartas, por si, no resolvero nosso
problema: teremos de agir, usar nossa vontade com base na luz que
elas possam nos passar. Quando consultamos um orculo com
seriedade ele nos fornece, atravs da Sincronicidade, aquelas
informaes que necessitamos no momento. As cartas refletem o que
a nossa mente j sabe. O nosso subconsciente j conhece o que h de
vir; cabe apenas ao nosso Livre Arbtrio direcionar esse potencial.
Nota Importante:
A reproduo das lminas do Baralho Petit Lenormand, a ttulo de
ilustrao, no estudo de cada Naipe, s foi possvel graas permisso
especial concedida ao autor desta pesquisa, em 29 de abril de 1996,

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

pela AGM AGMller, CH-8212 Neuhausen, Switzerland. Copyright


AGM AGMller. Qualquer outro tipo de reproduo proibido.

Naipe de Paus
Carta 25 - s de Paus / Anel

s de Paus: representa a emergncia de uma fora


criadora, ativa, energtica, vigorosa. Manifesta-se
como uma forte sensao de que algo novo deve
acontecer; incita a embarcar na aventura pela busca de
um sonho. Desperta a nossa capacidade de vislumbrar
um futuro diferente e novo, muito mais amplo do que
a realidade em que vivemos. A criatividade e a
originalidade so seus traos preponderantes. a
empolgao, a inovao, o criativo, o viril, a agressividade, o
egocentrismo, a potncia e a fertilidade sexual.
Anel: fala-nos da possibilidade de nossa unio ou associao com o
outro, em todos os nveis: afetivo, profissional, familiar ou espiritual;
da cooperao e apoio de pessoas ou de ideias que se unem para
atingir objetivos que no poderiam ser alcanados de maneira isolada.
Pode indicar noivados, casamentos, associao comercial ou at a
organizao de equipes de trabalho ou estudos. Simbolicamente
bastaria citar o anel nupcial, o anel pastoral, bem como o anel do
Pescador, que serve de sinete pontifcio e que partido por ocasio da
morte do Papa, para perceber-se que o anel serve essencialmente para
indicar um elo, um vnculo. A ambivalncia desse smbolo provm do
fato de que o anel une e isola, fazendo lembrar por isso a relao
dialtica de senhor/escravo. A imagem do falcoeiro a aprisionar
com uma argola o falco que, a partir desse instante, caar s para

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

ele, pode ser aproximada da imagem do Abade a enfiar o anel nupcial


no dedo da novia, que assim se torna a esposa mstica de Deus, a
serva do Senhor. A diferena que a submisso da religiosa,
contrariamente do animal, livremente consentida. isso o que
confere ao anel seu valor sacramental: ele a expresso de um voto.

Reflexo: Temos nossos ideais, sonhos que nos impulsionam e


arrebatam; mas, para realiz-los, necessitamos da ajuda do outro,
precisamos compartilhar ou adaptar nosso ideal ao interesse comum.
Isolados no mundo no somos nada; necessitamos do apoio e da fora
do grupo do qual fazemos parte. Atualmente o trabalho em equipe
uma necessidade, sendo muito mais eficiente que o esforo de
indivduos isolados.
A cincia, a tecnologia e os meios de comunicao avanam de tal
forma que tornam impossvel a absoro de todos esses novos
conhecimentos e tcnicas por um indivduo isolado. A especializao
o resultado deste processo e necessitamos optar clara e
conscientemente por uma rea de atuao e, a seguir, dedicar-nos de
corpo e alma a ela para nos mantermos atualizados e atuar
eficientemente. Isto , de certa forma, limitante: a focalizao
excessiva num aspecto ou atividade faz com que muitas vezes
percamos a noo do conjunto, o que gera frustrao ou muita
ansiedade. Um simples problema domstico ou uma questo de sade,
por exemplo, para ser resolvida, fica na dependncia da opinio e ao
de trs ou mais profissionais. O ser humano, senhor da tecnologia,
passa afinal a ser um escravo dela. Isso no exagero; basta
atentarmos para a nossa dependncia com relao s ultimas
maravilhas da tcnica carro, computador, fax, celular, micro-ondas,
bancos automticos etc. Quando funcionam, realmente facilitam nossa
vida; quando os problemas tcnicos surgem, transformam nossa
existncia num inferno. Em hiptese nenhuma quero dizer que
devamos ser contra esses avanos e nos privar deles; acredito
simplesmente que necessitamos estar conscientes e alertas para estas
questes.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Devemos gerenciar esses aspectos de forma a mantermos um


equilbrio emocional e, ao mesmo tempo, visando complementar este
processo de harmonizao, devemos dedicar parte de nosso tempo s
atividades culturais, artsticas, manuais ou intelectuais onde o nosso
potencial criativo individual possa ser canalizado e expresso. O
mundo moderno massifica, forando-nos a abdicar de nossos valores e
necessidades pessoais, implicando abrir mo de nossa liberdade e
individualidade, e a sofrer as frustraes decorrentes deste fato.
fundamental que, antes de assumirmos um compromisso com a
sociedade, estejamos bem conscientes dos direitos e obrigaes
envolvidos, e se estamos realmente dispostos a abrir mo de certos
valores pessoais em favor do interesse comum.
Na paixo, e sobretudo no encantamento amoroso, nossa tendncia
para a entrega total e a busca da felicidade. Quando o fogo da paixo
eclode, somos transformados, nossa vida muda e somos forados a
rever nossas prioridades, pois precisamos estar disponveis nica e
exclusivamente para esse impulso. A alegria, o contentamento e o
prazer que estamos usufruindo ficam visveis para todos aqueles que
nos cercam. Rejuvenescemos, voltamos a ser crianas e muitas vezes
nos portamos como verdadeiros idiotas. Em pouco tempo, pois a
paixo sempre efmera, seremos forados a encarar os
compromissos, as responsabilidades, a perda de autonomia que a
relao passa a gerar. Isto sem falar do pacote que cada um traz e
que teremos de aceitar, adaptar ou simplesmente engolir: famlia,
crenas e valores socioculturais. Se a motivao for muito forte,
embarcaremos nessa aventura geralmente sem avaliar as
consequncias que, cedo ou tarde, tero de ser enfrentadas. Mas,
quando o impulso j arrefeceu, seremos obrigados a procurar pelo
menos uma sada digna. O cair na real inevitvel em ambos os
casos e exigir um novo posicionamento de nossa parte. Esta a lei da
Vida ou Karma, que pode ser enunciada de forma simples:
Um desejo que irrompe dentro de ns determina aquilo que
julgamos precisar. O que julgamos precisar determina as escolhas que
fazemos. As escolhas que fazemos determinam as aes que

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

originamos. As aes que originamos determinam a realidade que


vivenciamos. As aes tm como resultado reaes que geram outras
aes. Resumindo: colhemos o que semeamos.
Carta 36 - 6 de Paus / Cruz

6 de Paus: fala-nos da experincia do sucesso, do


reconhecimento pblico e da aclamao pela vitria;
do deslumbramento do indivduo que batalhou para
atingir um ideal ou para colocar uma ideia diante de
outras pessoas. um momento marcado por otimismo
e confiana, mas existe o perigo de que seu excesso
traga a arrogncia. A criatividade artstica e a
autoexpresso esto positivamente favorecidas e a
inspirao flui abundantemente. A consagrao pblica implica
dilemas: representa o pice do processo criativo e novos desafios
futuros, pois a inveja e a competio acirrada surgem no momento do
triunfo. o estrelato, a consagrao, a popularidade, a clientela e a
fama. A vida sexual bem controlada, marcada pela maestria e pelo
bom desempenho, amide reconhecido e elogiado.
Cruz: prenuncia os sofrimentos, as provas e as tristezas que surgem
em nosso caminho. Mas, ao mesmo tempo, indica que quanto mais
complicada for a situao que nos cerca, maior ser a vitria, se
contarmos com a proteo espiritual. As dificuldades podem ser
vencidas desde que continuemos lutando, com otimismo e cabea
erguida, pois este no o momento de esmorecer. Sua fora positiva
nos estimula e impulsiona a continuarmos batalhando por nossas
metas e ideais. A cruz o mais totalizante dos smbolos. Apontando
para os pontos cardeais, a cruz fundamentalmente a base de todos os
smbolos de orientao, nos diversos nveis de existncia do ser
humano. A orientao total do ser humano exige um triplo acordo: a
orientao do sujeito-animal com relao a ele mesmo; a orientao
espacial, com relao aos pontos cardeais terrestres; e, finalmente, a
orientao temporal com relao aos pontos cardeais celestes. A cruz
tem uma funo de sntese e medida. Nela se juntam o cu e a terra;

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nela se confundem o espao e o tempo. Ela o cordo umbilical,


jamais cortado, do Cosmo ligado ao Centro Original. O simbolismo da
cruz, evoluindo e se transformando com o passar do tempo, tambm
representa o Paraso dos Eleitos. Uma edio de 1491 da Divina
Comdia de Dante Alighieri mostra uma cruz no meio de um cu
estrelado, cercada de bem-aventurados em adorao. A cruz , ento,
o smbolo da glria eterna, da glria conquistada pelo sacrifcio e
culminando em uma felicidade exttica.

Reflexo: Acredito serem o sucesso e o reconhecimento pblico os


mais fortes anseios do ser humano. Eles representam o coroamento de
muito esforo e dedicao em prol da realizao de um sonho ou
meta. Os sonhos variam de pessoa para pessoa: atingir um alto posto,
ser campeo numa modalidade esportiva, um artista, um escritor, um
cientista, um destaque na escola de samba etc. Em todos esses
exemplos um grande desafio est sempre presente. Para enfrentar esse
desafio faz-se necessrio o estabelecimento de uma meta clara, um
planejamento adequado de cada fase, a obteno dos recursos
materiais, o apoio e assessoramento de pessoas capacitadas e, por
ltimo, muito trabalho e dedicao pessoal. Todo desafio ou ideal
pode ser alcanado desde que nos disponhamos a lutar, e se ao mesmo
tempo nos mantivermos sintonizados e harmonizados com o Cosmo.
Se houver merecimento a vitria certa, o feito ser perpetuado. No
podemos esquecer que, em todo desafio, os componentes sutis e
espirituais so de extrema importncia. Se nossos objetivos estiverem
apenas calcados em valores materiais, em comportamento e esforo
mercenrios, a vitria poder at acontecer, mas ser efmera e logo
cairemos no descrdito e esquecimento pblico. Na rea esportiva e
artstica os exemplos so inmeros: se o indivduo no tiver um ideal
maior, se no aproveitar essa chance dos cus para crescer como
pessoa, deixando-se dominar pelo orgulho, vaidade e cobia, a queda
vir rpida. Assim, devemos estar muito atentos para no sucumbir
sob o peso de nossas realizaes, deixando-nos envaidecer pelo

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aplauso, nem sempre sincero, daqueles que nos cercam. Em geral o


difcil no vencer, mas sim manter a posio ou meta alcanada.

Carta 23 - 7 de Paus / Ratos

7 de Paus: o momento de enfrentar a competio,


a inveja e os desafios decorrentes do sucesso, o que
constitui um verdadeiro teste de autoconfiana. Somos
desafiados a aperfeioar nossas conquistas e a
valorizar a prpria ambio. A carta representa o
colocar-se em guarda, a coragem na adversidade, o
carter forte e ntegro, a agressividade como arma para
esconder insegurana. O exerccio da perseverana, a
f e a certeza nas prprias convices so de capital importncia nesta
fase. A vida sexual marcada pela concorrncia, o querer provar-se, o
abuso e a descarga de adrenalina.
Ratos: indica desgaste de energia tanto no aspecto fsico, afetando
a sade, como no campo material e financeiro, onde perdas ou roubo
podem acontecer. Trata-se de um aviso para estarmos mais alertas e
cuidarmos melhor de nossa sade e nossos bens. Nos amores ou
negcios devemos estar atentos para afastar-nos de pessoas
oportunistas. Pode ainda indicar a dificuldade de expressar o amor e
os sentimentos, principalmente no mbito familiar. Esta carta est
relacionada ao chamado vampirismo espiritual; quela sensao de
desgaste, de roubo de energia que gera desnimo, provocado por
pessoas prximas que, egoisticamente, apenas nos usam. O perigo
que essa energia no se manifesta diretamente como enfermidade, mas
vai solapando lentamente nossas defesas psquicas, causando danos,
s vezes, irreparveis. Devemos estar muito atentos para o
aparecimento desses sintomas, e iniciar um processo de
revigoramento, nos afastando imediatamente dessas pessoas que nos
prejudicam. Simbolicamente, o rato, este roedor esfomeado, prolfico
e noturno, uma criatura temvel e at infernal, propagador da peste.
Freud assinala que esse animal tido como impuro, que escava as

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entranhas da terra, tem uma conotao flica e anal que o liga noo
de riquezas, de dinheiro. Por esta razo frequentemente considerado
como imagem da avareza, da cupidez, da atividade noturna e
clandestina. O rato, insacivel furo, tambm considerado como o
smbolo do ladro.
Reflexo: Toda vez que somos bem-sucedidos; quando, depois de
muita luta, conseguimos o sucesso ou a realizao de uma meta
sonhada, devemos nos preparar para uma nova batalha: a competio
acirrada. No podemos repousar sombra dos louros da vitria, pois
algum poder surgir e roub-los de ns. O problema da inveja e da
competio um fato real que temos de aceitar. A competio a
companheira inevitvel do sucesso, sendo muitas vezes responsvel
pela desistncia de um projeto. Esse desafio na realidade um teste
que nos permite aquilatar nossa capacidade de perseverar, de utilizar
nossa fora de vontade e nossa autoconfiana. o momento de arguir-
se sobre o quanto estamos dispostos a lutar por algo que acabamos de
conquistar. No mundo dos negcios a competio uma constante e a
cada minuto somos forados a encar-la.
Basta ser lanado um novo produto que, imediatamente, como num
passe de mgica, dezenas de similares aparecem no mercado. Nem
mesmo os setores artsticos e culturais so poupados: CDs e DVDs
pirateados so comercializados livremente em bancas espalhadas pela
cidade; livros so
plagiados com a maior desfaatez por oportunistas. Nesta luta, dois
componentes importantes precisam ser considerados: a competio
em termos concretos, de empresa para empresa ou de indivduo para
indivduo; e uma outra, a sutil, invisvel, representada pela inveja e as
energias negativas de que estamos sendo alvo. A primeira, como
mais palpvel, poder, depois de cuidadosamente analisada, ser
atacada ou minimizada. Algumas vezes pode ser at til, desafiando-
nos a pensar, a inovar, a crescer, a despertar da acomodao. A
segunda, por sua prpria natureza sutil, extremamente difcil de ser
detectada, e o nico recurso que temos para combat-la consiste em
no entrar em sintonia com ela, em mantermo-nos atentos, alertas, e

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contar com a proteo espiritual. Ambas geram estresse e perda de


energia, debilitando-nos e comprometendo seriamente nossa sade.
Este o alto preo que geralmente pagamos pelo sucesso.
Carta 21 - 8 de Paus / Montanha

8 de Paus: indica um perodo de ao depois de


esperas e lutas. Uma viagem ou a reta final de um
projeto, plano ou ideal, depois de nos termos livrado
da tenso e ansiedade. o momento em que nos
sentimos seguros e confiantes quanto ao resultado
esperado. Usamos todo nosso potencial: estamos
alertas, cheios de energia e sabemos nos comunicar.
o momento certo para agirmos em funo de uma
meta j estabelecida. Prenuncia muitas vezes um tempo de mudanas
ou de viagens que conduziro a resultados favorveis. O despertar da
busca incansvel do conhecimento e aprendizado nas reas da
psicologia, da religio e do misticismo. Indica a inquietao, a
presena de esprito, o estar alerta, a velocidade do movimento, as
coisas feitas rapidamente. A expresso sexual pode ser rpida, precoce
ou variada.
Montanha: fala-nos das grandes dificuldades e desafios, dos
inimigos em potencial, sempre prontos a desafiar e que precisam ser
combatidos com equilbrio, firmeza, perseverana e justia. Toda
dificuldade que surge em nossa existncia obriga-nos a tomar
conscincia de nossos limites e, a partir dessa avaliao, tomar as
medidas cabveis. Como smbolo da elevao, fala-nos do bom senso
e da justia que devem reinar absolutos, independentemente de
qualquer interesse pessoal. Pode indicar ainda a necessidade de
estarmos atentos aos documentos, procuraes ou processos
importantes. Seu topo gelado alerta para o perigo da cristalizao ou
falta de flexibilidade. A montanha , a um s tempo, smbolo de
transcendncia e de manifestao: o encontro do cu com a terra,
morada dos deuses e objetivo da ascenso humana. Vista do alto surge
como a ponta de uma vertical, o centro do mundo; vista de baixo,

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surge como uma linha vertical o eixo do mundo mas tambm


como escada, a inclinao a se escalar. Ela o lugar dos deuses e sua
ascenso figurada como o meio de entrar em relao com a
Divindade ou de retornar ao Princpio.

Reflexo: Um desafio com certa dose de estresse algo muito


saudvel em nossa vida, pois energias so liberadas. O conflito
estimula a mente, e, se tivermos coragem de enfrent-lo e super-lo,
poderemos desfrutar de um perodo de paz e tranquilidade. Nossos
planos seguiro em frente, em velocidade acelerada, e nos sentiremos
seguros e confiantes quanto ao resultado. A energia s liberada
depois que a tenso superada, e se ganha realmente a confiana
quando se superam os obstculos. A experincia da liberao de
novos potenciais pode ser vista nas diversas prticas esportistas, onde
o atleta no ltimo minuto supera difceis obstculos e vence. O mesmo
ocorre com pintores, escritores e msicos: vencido o bloqueio, a obra
avana e se completa. O contentamento desse momento no surge do
nada; deve ser conquistado pela aceitao do desafio, da competio e
das dvidas, das quais samos com fora total. essa fora que nos
impele para o alto na escalada da montanha. O equilbrio e a
estabilidade que tanto almejamos s sero atingidos quando
soubermos aplicar nosso esforo e empenho de forma consciente,
utilizando todo nosso potencial. Devemos aproveitar as condies
propcias, e, para tanto, estar alertas, realizando nossa escalada passo a
passo, com tranquilidade e segurana, sem atropelar ou atrapalhar
aqueles que encontramos em nossa trajetria. Pelo contrrio, na
escalada devemos nos auxiliar uns aos outros. A prtica de um
alpinismo solitrio e egosta geralmente resultar em acidente. Se, por
outro lado, j nos consideramos no topo, cristalizados e acomodados,
de suma importncia que procuremos olhar ao nosso redor e
descobrir novos desafios para canalizar nossa energia; caso contrrio,
ela ser congelada.

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Carta 14 - 9 de Paus / Raposa

9 de Paus: fala-nos que, no ponto extremo de


cansao e exausto, surgem novos desafios que
devero ser enfrentados. Para tanto devemos usar toda
a energia que nos resta e pelejar, sem trguas, pelo
nosso objetivo. A imaginao e o desejo de vencer
proporcionaro nova esperana, fora e ideias para
vencer os obstculos. Estamos diante da necessidade
de defender nosso posto, de resistir, de sobreviver, de
avaliar a tragdia ou o desastre. o momento de
utilizarmos os recursos ocultos para promover as mudanas
necessrias, para avanar mais e vencer a oposio. A expresso da
sexualidade marcada pela adversidade, estafa ou grande desgaste
que necessita ser avaliado.
Raposa: fala-nos da sagacidade, da esperteza, da rapidez e
flexibilidade de nossas aes, muitas vezes fundamentais nossa
sobrevivncia. hora de estarmos atentos e espertos, seno
poderemos sofrer graves prejuzos. Provavelmente estaremos sendo
vtimas de pessoas inescrupulosas e oportunistas que podero nos
acarretar srios prejuzos morais ou financeiros. Falsas propostas e
galanteios ardilosos podero resultar no envolvimento em situaes
complicadas para ns. um momento para agir com muita cautela.
Simbolicamente, a raposa encarna as contradies inerentes natureza
humana: ativa e inventiva, mas ao mesmo tempo destruidora;
independente, audaciosa e, ao mesmo tempo, medrosa. Est associada
s divindades da fertilidade, graas a seu vigor e fora de seu apetite.
A lascvia da raposa a aproxima dos coelhos machos dom-juans e
fmeas provocadoras. Tem a fama de possuir grande fora vital pelo
fato de viver em buracos e de estar, portanto, prxima das foras
geradoras da Terra. Tambm atribuda raposa grande longevidade.

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Reflexo: A vida muitas vezes nos coloca diante de situaes-


limite onde nossa capacidade de sobrevivncia testada: catstrofes,
acidentes ou os mais diversos tipos de desafios esportivos,
profissionais e sentimentais. Quantas vezes j no fomos vtimas de
falsos amigos, de pessoas oportunistas que, tramando ardilosamente a
nossa queda, abusaram de nossa confiana, armando-nos um golpe.
Isso acontece, invariavelmente, quando estamos prestes a concretizar
algo. nesse momento que surge este tipo de obstculo imprevisto,
fazendo-nos sentir que no teremos fora para continuar e que toda
nossa luta foi em vo. Nessas ocasies, miraculosamente, a nossa
reserva de foras se manifesta. Ela retrata o espantoso poder da
imaginao, pois exatamente quando sentimos que no podemos mais
lutar, que no podemos enfrentar mais nenhuma dificuldade, de
alguma forma, do ncleo do esgotamento, surgem novas ideias e
obtemos a energia para superar mais este desafio antes de atingir o
objetivo. Essa fora poderosa e perturbadora o esprito criador do ser
humano. Embora este esprito criador no possa ser controlado ou
moldado nossa vontade, ele est l para nos auxiliar e nos fazer
emergir do fundo do poo, na medida de nossos merecimentos e
intenes. Ento, a imaginao nos d uma injeo de fora, de
esperana e de novas ideias e, se estivermos dispostos a tentar mais
uma vez, agindo de forma sagaz, flexvel e rpida, teremos a energia
nossa disposio para eliminar todo e qualquer obstculo, alcanando
nosso objetivo final.

Carta 15 - 10 de Paus / Urso

10 de Paus: retrata um estado de opresso onde


estamos sobrecarregados por um excesso de
responsabilidades assumidas. Nossa criatividade
perdeu-se entre as preocupaes e o entusiasmo; a
energia e a disposio para assumir novos desafios
desapareceram. Indica um estado de depresso
contagiante em que nos sentimos pressionados,

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perseguidos e sobrecarregados. o momento de nos livrarmos de


cargas inteis para podermos reiniciar um novo ciclo. a desiluso
que muitas vezes acontece aps termos realizado um sonho ou projeto
muito acalentado. o peso, a carga, a dificuldade de delegar, o mau
uso do poder e do controle. A expresso sexual marcada por culpa e
opresso; o sexo por obrigao.
Urso: a energia negativa, masculina, associada busca do poder;
gera inveja, cime, despeito. Geralmente, ela se manifesta na rea
profissional. Pode indicar ainda que estejamos sendo vtimas de
cargas negativas de pessoas prximas que falsamente se comportam
como amigos, quando em verdade esto apenas se aproveitando da
situao para obter alguma vantagem pessoal. Aguardam o momento
propcio para atacar com toda a sua fora. Em seu aspecto positivo o
uso considerado, devido sua aparncia amigvel e submissa, o
smbolo da proteo e segurana, evocando pessoas maternais que
cruzam o nosso caminho sempre prontas para ajudar e proteger. Ele
indica que precisamos estar sempre alertas e preparados para defender
nosso espao pessoal. Simbolicamente o urso associado Lua, por
desaparecer no inverno e reaparecer na primavera e, como todas as
questes ligadas ao mistrio lunar, tem uma relao com o instinto. As
meninas atenienses danavam com ursos nos ritos a rtemis, a deusa-
ursa, enquanto homens-ursos escoltavam a deusa da lua Celta, que
tambm era representada por um urso. Dada sua grande fora, Jung o
considerou smbolo do aspecto perigoso do inconsciente. Ele
poderoso, violento e incontrolado. Como uma fora primitiva, o
emblema da crueldade, da selvageria, da brutalidade. Mas o urso, em
certa medida, pode ser domesticado: dana e hbil com a bola.
Podemos atra-lo com mel, pelo qual apaixonado. Mas que contraste
com a leveza da abelha, cuja substncia ele ama, e com a da bailarina,
cujos passos ele imita, em sua lentido nativa! O urso simboliza, em
suma, as foras elementares suscetveis de evoluo progressiva, mas
capazes tambm de terrveis regresses. Alegoricamente, quem no se
deixa cativar por um ursinho de pelcia! Esse talvez seja o brinquedo
mais popular em todo mundo e, por ser amado tanto pelos meninos

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como pelas meninas, transcende a barreira sexual a que os brinquedos


normalmente esto circunscritos.
Reflexo: Estamos diante de um estado de opresso que muitas
vezes se manifesta aps uma meta ser atingida ou um sonho
concretizado. Em geral temos muita dificuldade de entender por que
razo esta meta, fruto de tantas lutas e calcada em altos ideais, gera
essa depresso, desapontamento e desconsolo. Isto um fato comum
na vida de muitas pessoas que se lanam num projeto comercial, num
negcio, numa atividade artstica ou num relacionamento amoroso.
medida que o tempo passa e o negcio ou relao se expandem, o
entusiasmo ou paixo parece desaparecer. Isto explicvel: a paixo e
a fora voltil do entusiasmo no suportam ser contidas em formas
pesadas, estruturadas e rotineiras; para sobreviver, necessitam de
novos horizontes e desafios. Essa desiluso ainda mais triste e dura
quando desencadeada por uma pessoa prxima. Infelizmente muito
comum convivermos durante longo tempo com um amigo-urso, sem
nos dar conta do fato. Ele em geral se insinua, est sempre por perto,
desfruta de nossa intimidade e, por essa razo, est sempre pronto a
dar conselhos e apontar alternativas que s nos causaro problemas.
Isto muito comum no ambiente competitivo de trabalho. Esse amigo
em geral aguarda o momento em que estamos abatidos e
sobrecarregados de responsabilidades para dar o bote e se aproveitar
da situao em benefcio prprio. A decepo de nos sentirmos trados
por algum que tanto prezvamos imensa, difcil de ser assimilada.

Carta 11 - Valete de Paus / Chicotes

Valete de Paus: est relacionado,


astrologicamente, ao signo de Sagitrio e dimenso
mutvel, voltil e efervescente do elemento Fogo.
Indica que chegado o momento de desenvolver
qualidades exuberantes, aventureiras, e desbravar
novos horizontes. A mudana surge como uma

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necessidade; sentimo-nos subitamente muito limitados, precisando


quebrar a rotina e ampliar nossos conhecimentos. a marca daquele
indivduo que detm a fora e a rapidez, ainda que em certos momentos
aparente certa indeciso. Isto se deve sua capacidade para apreciar
os dois lados de uma questo. Possui uma alma nobre e generosa para
com todos que o cercam e delicia-se com os aspectos romnticos da
histria e da tradio, correndo atrs daquilo que almeja, talvez at
demais. Indica a aventura, a viagem, a lei, os dogmas, as buscas, os
lampejos criativos, a inquietao, a mudana, o otimismo, a ousadia, a
valentia, o dinamismo, o exagero, a imprevidncia e a megalomania.
A sexualidade se manifesta de forma impetuosa, potente e atraente.
Chicotes: prenunciam disputas e desarmonia no relacionamento
familiar, brigas com amigos ou scios. Esse conflito que fragmenta a
paz domstica, envenena a atmosfera em nosso crculo de amizades,
abala os relacionamentos afetivos, resulta de um desequilbrio
espiritual, da perda de sintonia com o nosso lado mstico, nossas
foras ocultas. Todos ns possumos uma fora superior, intuitiva, que
precisa ser canalizada positivamente. Quando negligenciamos este
aspecto, desestruturamo-nos. Assim, os chicotes, representando a
proteo e a ajuda do plano espiritual o nosso anjo de guarda ou
mestre interno nos conclamam a restabelecermos esta ligao e,
consequentemente, libertarmo-nos destes problemas. O chicote o
smbolo do poder judicirio e de seu direito de manter a ordem e
infligir castigos. tambm a insgnia de certas divindades gregas: de
Hcate, impondo respeito aos monstros infernais, e das Ernias, que
fustigavam os criminosos; assim como smbolo dos dignitrios do
poder e dos sacerdotes. O chicote est associado ao raio e, por esta
razo, frequentemente era utilizado em ritos de autofustigao nas
sociedades iniciticas, encarregadas de lutar contra as secas. Tal como
o raio, o chicote um smbolo de energia criadora. Nos Vedas, seu
papel adquire amplido csmica transformando o leite em manteiga, o
alimento primordial dos vivos.

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Reflexo: O desenvolvimento humano, como tudo no Universo,


no linear, mas espiral, obedecendo aos ciclos naturais. Tanto os
aspectos materiais como os espirituais devem ser considerados e
trabalhados; um no sobrevive sem o outro. Manter o ritmo, a
harmonia e o equilbrio desse processo no tarefa fcil, pois somos
frequentemente atrados e envolvidos pelos extremos.
Muitas vezes nos deixamos dominar pela apatia e pelo desnimo
quanto s obrigaes que a vida material nos impe, e alguns, para
delas se livrar, buscam refgio em uma pseudoespiritualidade; o
resultado a estagnao e a esterilidade. Outras vezes, dominados por
exagero, egosmo e megalomania, mergulhamos na busca desenfreada
do sucesso material, o que gera, tambm, grande confuso.
Consequentemente, tanto em um caso como no outro, estes
comportamentos, fruto de nossa desarmonia interna, geram conflitos
de toda ordem, no s para ns, mas principalmente para as pessoas
que nos cercam. Nesta jornada, cabe a ns estabelecer metas e ideais
compatveis com nossas capacidades e recursos, esforando-nos e
trabalhando para atingi-los, incorporando toda a experincia
absorvida, para utiliz-la novamente na prxima etapa o processo
contnuo. Manter a mente aberta, atenta a tudo o que acontece ao
nosso redor; e ter um sonho, uma meta, alinhados Lei Maior, so
condies bsicas e necessrias ao nosso desenvolvimento. A vida
Magia e todo ser humano, consequentemente, um mago. As foras
do Universo, das quais somos partes integrantes, se encarregam de
mostrar caminhos e oportunidades, bastando para isso estarmos
receptivos e agirmos prontamente, pautados por altos princpios. Isto
Magia: o conhecimento das leis extrafsicas que interagem no mundo
material. Significa a fora, a energia criadora da qual imbumos
nossos desejos a fim de que eles se concretizem. o poder da mente
que empurra nossa vontade, dando vida aos nossos projetos e
possibilitando sua concretizao. A magia, branca ou negra, no existe
por si: ela, na sua verdadeira essncia, incolor. Sua colorao
resulta da utilizao de nossa fora mental, do propsito e grau de
conscincia de quem dela se serve. O resultado final mera

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consequncia do rumo que damos a essas foras. Ser positivo se


nossos propsitos forem elevados; malficos se eles forem
mesquinhos. Um aviso aos incautos: no processo mgico, sempre
ficamos com o original em nosso poder e enviamos uma cpia apenas
a nosso alvo. Logo, mais cedo ou mais tarde, receberemos o devido
troco atravs do famoso efeito bumerangue: colheremos aquilo que
plantarmos. Assim, com a ajuda da proteo divina, direcionando
nossa fora de vontade de forma harmoniosa e positiva, visando no
apenas aos nossos interesses, mas os de todas as pessoas envolvidas,
poderemos atingir nossos objetivos e metas.

Carta 7 - Rainha de Paus / Serpente

Rainha de Paus: est relacionada,


astrologicamente, ao signo de Leo e dimenso
estvel, leal e vivificada do elemento Fogo. segura
de si, magntica e entusiasticamente extrovertida.
Busca a autoexpresso, a alegria, a criao e a
procriao; pauta sua existncia por rgidos princpios
ticos e morais; talentosa e de uma fora de vontade
inquebrantvel. capaz de amar e ser fiel, ao mesmo
tempo em que extremamente independente a ponto
de no precisar de ningum para ampar-la. adaptvel, carinhosa,
protetora e generosa com os amigos. Ela est sempre disposta a
resolver os problemas dos outros. Indica a fidelidade, o amor, os
elevados princpios ticos e morais, a confiana no prprio brilho, a
lealdade, a autoridade, a dignidade, a sinceridade, o carisma, a
independncia, a nobreza, a alegria e o otimismo. Sexualidade
passional, visando fundamentalmente a segurana.
Serpente: uma energia negativa, feminina, que gera sentimentos
de inveja, falsidade e traio. Geralmente se manifesta atravs de
brigas, discrdias e desarmonias. nosso lado escuro que temos que
assumir e encarar, ao invs de projet-lo nos outros. Pode tambm
representar um aviso para olhar nossa volta e estar atentos s

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

pessoas falsas e traioeiras que procuram nos prejudicar. Esta carta


sempre um sinal de alerta. O simbolismo que cerca a Serpente
riqussimo e extenso, sendo encontrado nas mais diversas culturas. O
Ser Humano e a Serpente so opostos, complementares e rivais.
Enquanto o ser humano est situado no final de um grande esforo
gentico, a serpente, essa criatura fria, sem patas, pelos ou plumas,
est no incio desse esforo. H algo de serpente no ser humano e,
singularmente, na parte em que seu entendimento tem o menor
controle. A serpente simboliza a psique inferior: o obscuro, o
incompreensvel e o misterioso. um smbolo expressivo da
materialidade, da sexualidade, da agressividade e da vida, bem como
da fora da manifestao do reino das trevas que a serpente
universalmente representa. Ela chama nossa ateno para a
necessidade de defendermos nosso territrio, nosso espao pessoal.

Reflexo: Existe uma atitude comum e simplista com relao a esta


carta, de atribuir a inveja s outras pessoas, ao invs de examinarmos,
em primeiro lugar, se no somos ns mesmos os dominados por ela.
Com essa colocao, no estou negando a existncia de pessoas
invejosas nossa volta, mas acredito que antes de acus-las devemos
parar e meditar sinceramente sobre a questo. Todos ns, em maior ou
menor grau, estamos sujeitos a ela: faz parte de nossa condio
humana. Quando a inveja se manifesta, se tivermos clareza de mente,
se a confrontarmos friamente utilizando nosso potencial criativo de
forma nobre e tica, se lutarmos para conquistar aquilo que ela
representa, a inveja, enfocada, manifestar seu lado benfico, ou seja,
representar um estmulo precioso, capacitando-nos a aceitar desafios
e obter progresso e crescimento. Entretanto, infelizmente a inveja se
manifesta, com maior frequncia, como um sentimento menor gerado
pelo cime, complexo de inferioridade e baixa autoestima. A pessoa
invejosa insegura, no tem amor-prprio; perdeu os referenciais
ticos e morais, sendo incapaz de reconhecer seu potencial criativo e
aplic-lo construtivamente; desperdia seu tempo comparando e
controlando a existncia do outro. muito interessante ressaltar que a

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

inveja recebida gratuitamente, e gerada tanto pelos nossos xitos,


bondade, beleza e riqueza quanto pelos nossos fracassos, rebeldia,
feiura e pobreza. A inveja estabelece relao com os desejos, com
aquilo que voc no tem e identifica que os outros possuem e, com
isso, voc se mede pelo outro. Para lidar eficientemente com ela,
devemos saber que a inveja se processa em trs etapas,
como nos ensina o rabino Nilton Bonder:
1. Entramos em sintonia com ela quando percebemos que estamos
sendo alvo da inveja de algum. Se no nos ligarmos a ela, estaremos
livres; se nos atarmos a ela, teremos que fazer algo, pois ela
semelhante a uma praga do campo: nasce e se expande se a terra
frtil;
2. Uma vez sintonizados, devemos conquistar a inveja,
identificando-nos com ela e colocando-nos na situao do outro. Em
assim fazendo, muito provvel que cheguemos tambm a sentir o
mesmo;
3. O mais importante atenuar a inveja, relevando-a,
compreendendo-a, para que nos desliguemos dessa energia negativa.
A busca de uma proteo espiritual neste caso uma necessidade.
Devemos nos harmonizar, orar, pedir proteo e luz para todos os
envolvidos, segundo nossa crena particular.

Carta 6 - Rei de Paus / Nuvens

Rei de Paus: est relacionado, astrologicamente, ao


signo de ries e dimenso dinmica, ativa, do
elemento Fogo. Personifica o aspecto impulsivo,
excitante e impetuoso do lder, aquele capaz de gerar
novas ideias, vend-las aos outros e
promover mudanas. o esprito de liderana, a
crena de que se possui uma proposta nova, que vale a
pena ser divulgada e trabalhada. O Rei de Paus
corajoso, direto e objetivo em suas aes, o que o torna um adversrio
imbatvel em conflitos diretos, embora no tenha a flexibilidade

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

necessria para encarar mudanas nas circunstncias. Suas solues


para os problemas podem ser surpreendentes, criativas e
revolucionrias. Indica o guerreiro, o lutador, o idealista que enfrenta
riscos com determinao, a impetuosidade, a impulsividade, a fora de
vontade, a paternidade, o esprito empreendedor. Sexualmente potente
e experiente, pauta-se por padres sexuais elevados, ou, quando age
negativamente, pelos abusos sexuais.
Nuvens: marca um perodo de dvidas, incertezas, instabilidade,
confuso de sentimentos, falta de clareza na anlise de problemas,
mente tumultuada, tendncia a tirar concluses precipitadas, falta de
viso das situaes que nos cercam, principalmente na rea
profissional. Simbolicamente, as nuvens revestem-se de diversos
aspectos, dos quais os mais importantes dizem respeito sua natureza
confusa e mal definida e ao seu papel de produtoras de chuva, fonte de
fertilidade e vida. No esoterismo islmico, a nuvem o estado
primordial e incognoscvel de Deus, antes da manifestao. Na prpria
manifestao e na vida corrente, a nebulosidade smbolo do
indeterminado, de uma fase de evoluo, quando as formas antigas
que esto desaparecendo ainda no foram substitudas por formas
novas, precisas.

Reflexo: A dvida, a confuso de sentimentos que se apossam de


ns diante dos desafios que a vida coloca em nosso caminho, geram
medo, apatia, e bloqueiam nossa capacidade de raciocinar e agir. A
forma de encararmos os desafios o que faz toda a diferena. Se
quisermos crescer, progredir e evoluir na vida, devemos mudar o
nosso enfoque: a diferena entre o vencedor e o perdedor que o
primeiro v os desafios como oportunidades, procurando tirar o
mximo de vantagens da situao; o segundo encara os mesmos
desafios como problemas, ficando paralisado, evitando a todo custo
enfrent-los. O vencedor, analisando esta carta, afirma: o sol est
surgindo, o tempo vai melhorar. O perdedor lamenta: o tempo no
est bom, vai chover, provavelmente teremos uma tempestade. Nesses
momentos somos forados a despertar o guerreiro adormecido que

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existe em todos ns. Isto significa encarar os desafios com nobreza e


entusiasmo, canalizando toda a nossa fora interior. A dvida s
existe para aquelas pessoas acomodadas, que perderam o esprito de
luta por falta de um ideal ou meta na vida. Logo, vital termos um
objetivo, um sonho, algo que nos desafia a lutar e trabalhar. A
imagem do lder marcada pelo ardor e entusiasmo, pois ele possui
no apenas uma viso antecipada como tambm a firmeza para
manifestar seu ponto de vista, usando de magnetismo para convencer
os outros da validade de suas propostas. Estrategista e moldador dos
fatos, o verdadeiro lder fascinante, ardoroso e, sem a menor sombra
de dvida, extremamente ego-centrado. Seu egocentrismo pode ser
passvel de crticas, mas como ele nasce de sua nobreza, fora interior
e capacidade de ver longe, o lder d pouca ateno s crticas, pois
est convicto de que a humanidade sempre pode melhorar.

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Naipe de Copas
Carta 28 - s de Copas / Cavalheiro

s de Copas: indica a exploso dos sentimentos,


do amor e da beleza. a fora da natureza que
irradia encanto e harmonia, que propicia abundncia,
fartura e fertilidade, mas que tambm pode ser
traioeira e vingativa. Preenche os coraes humanos
com o frenesi das paixes e dos sentimentos,
impulsionando-os ao relacionamento. Essa fora
feminina, sensvel, terna, submissa e doadora, mas
tambm pode ser agressiva, infiel, falsa e instvel. A
manifestao sexual apaixonada, afetuosa, amorosa e dedicada.
Psicologicamente, a Anima, definida por Jung como a representao
psquica da minoria de genes femininos presentes no corpo do homem
(60% genes masculinos + 40% genes femininos). A Anima ,
simultaneamente, um complexo pessoal e uma imagem arquetpica da
mulher na psique masculina. A Anima condensa todas as experincias
que o homem vivenciou nos seus encontros com a mulher no curso
dos milnios. Numa abordagem mais especfica, as caractersticas da
Anima de um homem lhe so moldadas atravs de um
regulamento dado, basicamente, pela me. Essa feminilidade
inconsciente no homem, indiferenciada, inferior, pode manifestar-se
no cotidiano de forma positiva ou negativa. Sob o aspecto positivo,
cabe Anima, em seu papel mais importante, colocar a mente lgica
de um homem em sintonia com as energias sutis do mundo das
emoes e dos sentimentos, com os valores interiores mais legtimos.

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Em geral, como a mente lgica de um homem incapaz de perceber


fatos que esto escondidos em seu inconsciente, compete Anima
ajud-lo a desenterr-los. A Anima ainda responsvel pelo fato de
um homem ser capaz de encontrar a parceira ideal; a presena da
Anima que faz com que ele se apaixone de repente quando v uma
mulher pela primeira vez e sabe imediatamente que aquela ela. A
Anima encerra os atributos fascinantes do eterno feminino e
proporciona ao homem a capacidade de se relacionar com o mundo
exterior; a expresso consciente de seus sentimentos. Em seus
aspectos negativos, a Anima se manifesta atravs de despropositadas
mudanas de humor e caprichos, sentimentos indefinidos, melancolia,
irritao, cimes, depresso, insegurana e incerteza.
Cavalheiro: representa o princpio masculino, ativo, positivo,
Yang, racional. Psicologicamente est associado ao princpio Logos,
que se caracteriza por diferenciar e ordenar; representa a vontade, o
agir, o verbo e o sentido; um princpio eminentemente Solar. Para
entendermos como o princpio Logos atua e se manifesta,
principalmente nos relacionamentos externos homem e mulher ,
considero oportuno analisarmos os resultados obtidos em pesquisas
realizadas nos Estados Unidos, divulgados pela psicoterapeuta
junguiana Sukie Miller. Segundo essas pesquisas, o homem toma as
palavras como informao; o seu maior medo o de ser sufocado; o
reconhecimento social , para ele, muito importante; o homem tende
mais intimidao e agresso, sendo sexualmente ciumento; no
tem grande resistncia ao estresse, tende a falar principalmente sobre
coisas e funciona linearmente. Estas colocaes, embora polmicas,
podem de maneira prtica explicitar como esse princpio atua. Neste
Baralho, o Cavalheiro representar o consulente do sexo masculino.
Se o consulente for uma mulher, esta carta representa um homem
influente em sua vida: pai, marido, amante ou chefe.

Reflexo: A definio de Homem est, em geral, fundamentada


em padres exteriores de comportamento social desenvolvidos desde a
Idade da Pedra at os dias de hoje. So eles o fsico forte, a

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agressividade, a ousadia, a racionalidade e a rigidez. Cabia ao homem


prover o sustento e proporcionar condies mnimas de segurana
para a famlia e o grupo. Desta forma, ao longo do tempo, foram
construdos valores masculinos: ser forte, inteligente, acumular
poderes e bens materiais. Essas virtudes so o que desperta a
admirao das mulheres e do grupo como um todo, e a sua falta
vista como sinal de incompetncia. Esse o fundamento do
Patriarcado.
Atualmente, os princpios Masculino e Feminino continuam a ser
mal compreendidos em nossa sociedade. Nos primrdios da
Humanidade, como atestam as religies ou filosofias antigas,
predominou o Matriarcado. A mulher dominava e reinava absoluta
porque dava luz. O processo gestao-nascimento era muito
respeitado por ser facilmente visvel e espantoso. No se podia ver
que cabia ao homem a fertilizao do vulo que originava o visvel.
Provavelmente, quando ocorreu a tomada de conscincia de que o
homem era o responsvel pela fertilizao, seu status no grupo foi
elevado. Mas no foi esse o nico fator responsvel pelo crescimento
de seu poder. As condies do meio ambiente determinavam a
necessidade crescente de dominar a natureza hostil e promover a
segurana do grupo; e, como nessa tarefa os homens se destacavam
como lutadores e caadores, isso muito contribuiu para que
assumissem o comando do grupo e, consequentemente, o Patriarcado
fosse instaurado. Desde ento, uma guerra filosfica tambm se
desenvolveu a respeito do que era melhor o princpio Masculino ou
o princpio Feminino , tendo isso ocorrido porque deixamos de
compreender a base do simbolismo que fundamenta esses princpios.
Os smbolos foram aplicados confusamente ao homem e mulher
biolgicos, desconsiderando que esses princpios transcendem as
formas e esto permanentemente entrelaados um ao outro. Como os
princpios Masculino e Feminino podem ser simbolizados na forma
humana, fcil interpretar erroneamente o conceito filosfico e dotar
o homem fsico com o poder do Princpio Masculino e a mulher
fsica com o poder do Princpio Feminino. Essa m interpretao

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separa os smbolos usados para definir a Fora da Vida, e ns


acabamos com duas metades que lutam entre si. O ser humano
completo e inteiro aquele que engloba e harmoniza as duas
polaridades. Para que possamos melhor entender esta questo,
oportuno analisarmos de forma sucinta os princpios da psicologia de
Jung. Sua ideia central o conceito de Individuao, isto , o processo
pelo qual a pessoa vai se tornando progressivamente, durante toda a
vida, um ser pleno e unificado, tal como almejado pelo Criador. As
consequncias disso so uma expanso gradual da conscincia do ser
e a capacidade sempre crescente de a personalidade consciente refletir
o Self integral, o Eu Maior. O ego pode ser entendido como sendo o
centro da conscincia, o eu menor dentro de ns, aquela parte com a
qual nos identificamos conscientemente. O Self, ou Eu Maior, o
nome dado personalidade total, ao ser na sua potencialidade, ao ser
que est dentro de ns, procurando, desde o incio, ser reconhecido e
manifestado atravs do ego ou eu menor. O processo de
individuao envolve o ser humano em problemas psicolgicos e
espirituais de grande complexidade. Um dos maiores problemas que
encontra a questo de aceitar o seu lado Sombra, aquele lado escuro,
indesejado e perigoso da personalidade que est dentro de cada um de
ns, e que entra em conflito com as atitudes e ideais conscientes. A
rejeio da Sombra resulta numa diviso interior e no estabelecimento
de um estado de hostilidade entre consciente e inconsciente,
afastando-nos da possibilidade de nos tornarmos plenos. A aceitao e
integrao da Sombra um processo muito difcil e doloroso, mas que
tem como consequncia o estabelecimento da unidade e do equilbrio
psicolgico, que de outra forma no seriam atingidos.
Ainda mais difcil a incorporao que o homem deve fazer de seu
elemento inconsciente feminino, a Anima. Uma das maiores
contribuies de Jung foi a demonstrao de que o ser humano
combina em si os princpios Masculino e Feminino. Segundo Jung, o
princpio Masculino representa a Perfeio e o princpio Feminino
representa a Totalidade. Para crescermos como seres humanos, para
alcanarmos o Self, precisamos reconhecer a combinao desses

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princpios dentro de ns mesmos e nos outros. O homem geralmente


se identifica com seu lado masculino e usa sua feminilidade no
interior. A incorporao do elemento feminino na conscincia do
homem uma questo psicolgica de grande sutileza e dificuldade,
mas necessria, pois caso ele no o consiga, no pode sequer ter
esperanas de compreender todo o mistrio de seu prprio Self.
Devemos ter sempre em mente que a psicologia da individuao
mostra que a meta deste processo que leva ao Ser Total no a
perfeio, mas sim a integridade. Um indivduo, na sua inteireza, nem
sempre inatacvel, sem culpa e puro, mas aquele em quem, no se
sabe como, todos os aspectos foram integrados num ser pleno.

Carta 16 - 6 de Copas / Estrelas

6 de Copas: fala-nos da quietude, calma e


serenidade que quase sempre acontece aps um
perodo de crise. o momento de encarar a realidade
e deixar para trs os sonhos e fantasias; a hora da
virada positiva na longa estrada que temos de trilhar
para alcanar a meta desejada. a mudana
sentimental, a nostalgia, o passado, o
amadurecimento. Convida-nos a um perodo de
reflexo, de voltas s razes, de conscientizao de como a situao
atual mera consequncia das experincias passadas. A expresso da
sexualidade pode ser imatura, ingnua ou entre pessoas com marcante
diferena de idade.
Estrelas: inspira cuidados com a nossa prpria imagem e alerta
para que conservemos nosso brilho pessoal em todas as situaes.
Traz boa sorte e xito. hora de confiarmos em nossa boa estrela.
Confere sucesso frente s dificuldades amorosas e representa a luz que
nos guia, mostrando-nos, no meio das trevas, o caminho que deve ser
seguido para atingirmos o topo. As estrelas so tambm um aviso:
quando atingimos os pncaros da fama, devemos estar atentos para

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no nos deixar seduzir pelo glamour do estrelato; o deslumbramento


fato comum e marca o incio da queda. Simbolicamente, no que
concerne estrela, costuma-se reter sobretudo sua qualidade de
luminar, de fonte de luz. Seu carter celeste faz com que seja ainda
smbolo do esprito e, particularmente, do conflito entre as foras
espirituais ou de luz e as foras materiais ou das trevas. No Velho
Testamento, as estrelas obedecem e anunciam a Vontade de Deus e
um anjo vela sobre cada uma delas. A estrela de cinco pontas
representa o ser csmico, radioso como a luz; a de seis pontas,
formada por dois tringulos espelhados e enlaados, simboliza o
amplexo do esprito e da matria, dos princpios ativo e passivo, das
leis da evoluo e da involuo. Em termos religiosos e msticos, a
estrela sempre precede o nascimento de um Filho de Deus, como
Agni, Buda e Jesus. muito interessante neste ponto fazer um
paralelo entre os nascimentos de Agni e Jesus: ambos foram
anunciados por uma estrela, Savanagraha-Belm; nasceram de uma
virgem, Maya-Maria, e de um pai terreno e carpinteiro, Twstri-Jos.
Ambos, logo aps nascer, foram depositados entre uma vaca e um
jumento. Toda estrela, em potencial, um mundo em formao, o
centro original de um universo.

Reflexo: A insegurana e a falta de autoestima e determinao


fazem com que sejamos enredados por forte envolvimento emocional
e paixo, tanto em relacionamentos pessoais como na vida
profissional. comum acreditarmos que uma pessoa ou status possam
suprir essas nossas necessidades internas: pura iluso. No incio,
cegos e deslumbrados por essa pessoa ou status que acabamos de
conquistar, em geral depois de muito esforo e dedicao, acreditamos
que seja possvel. Finda essa fase, somos forados a encarar a
realidade, acordar do sonho e nos conscientizarmos que essa pessoa
ou cargo altamente idealizado no preenche nossas necessidades.
Sentimo-nos trados, abandonados, enganados, quando na verdade
estamos apenas transferindo a culpa para o outro ou para o ambiente
que nos cerca. Este o momento de parar, meditar e assumir a nossa

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insegurana. Devemos confiar em nossa luz, em nosso brilho e


capacidade pessoal, e no passarmos nossa vida projetando ou
esperando do outro ou do mundo.
A autoconfiana, a autoestima, a segurana e a determinao devem
nascer de nosso ntimo, da aplicao consciente de nosso potencial;
devemos estar atentos aos ciclos que regem nossa existncia e no
ficar merc de fatores externos.

Carta 5 - 7 de Copas / rvore

7 de Copas: indica uma situao emocional em que,


na hora da escolha do rumo que vamos dar nossa
vida, estamos ainda indecisos, iludidos, envolvidos
pela fantasia e pela aparncia ou glamour das coisas.
o momento de enfrentarmos uma escolha perturbadora
com diversas alternativas. comum, nessas situaes,
permanecermos teimosamente agarrados ao passado e
no aceitarmos a realidade do presente. Para sair desse
impasse somos desafiados a optar e agir racionalmente para que a
possibilidade escolhida possa se concretizar. A carta indica iluso,
xtase, irrealidade, castelos no ar, fantasias sexuais e fetichismo.
rvore: indica vitalidade, fertilidade e crescimento. uma energia
muito positiva que fala da estabilidade, da prosperidade, do otimismo,
da alegria e da capacidade de materializar ideias, iniciar novos
empreendimentos. Prenuncia um perodo muito bom em nossa vida
em termos de troca de energia, de relacionamentos pessoais, de
compartilhamento de pensamentos e atitudes. Este o momento de
colher os frutos das boas sementes que plantamos, e tambm de
relaxar e evitar as atividades estressantes que possam afetar
adversamente nossa sade. A rvore o smbolo da vida em perptua
evoluo e da ascenso para o cu. Fala do aspecto cclico da
evoluo csmica morte e regenerao e nesse contexto se explica
a alegoria da rvore que nasce do membro viril de Ado. A rvore pe
igualmente em comunicao os trs nveis do Cosmo: o subterrneo,

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atravs de suas razes sempre a explorar as profundezas onde se


encerram; a superfcie da terra, atravs de seu tronco e galhos
inferiores; as alturas, por meio de seus galhos superiores e de sua
copa, atrada pela luz do cu. Ela rene em si os quatro elementos: a
gua circula com sua seiva, a terra integra-se ao seu corpo atravs das
razes, o ar lhe nutre as folhas e dela brota o fogo quando se esfregam
seus galhos um contra o outro. universalmente considerada como
um smbolo das relaes entre o material-terra e o espiritual-cu
Eixo do Mundo pelo fato de suas razes mergulharem na terra e de
seus galhos se elevarem para o cu na busca da luz.

Reflexo: O sonho e a fantasia so de extrema importncia em


nossa existncia; so eles, afinal, que do cor a esta vida e geram a
motivao que nos impele luta. Essa fora, entretanto, pode ser
muito perigosa e danosa se no assumirmos o controle de forma
racional e nos deixarmos envolver totalmente por ela, passando a
viver num plano ilusrio, construindo castelos no ar, dominados por
um fanatismo mstico que poder levar loucura. No podemos
esquecer que somos constitudos de corpo, mente e esprito, e que
cada uma destas partes deve ser cuidada e atendida em suas
necessidades para que o equilbrio, a harmonia, a sade e a vitalidade
sejam mantidos. Como a rvore, devemos ter nossos ps firmemente
assentados no solo e a cabea voltada para o cu; atentarmos tanto
para as nossas necessidades materiais e racionais como para as
emocionais e espirituais. Quando nos utilizamos dos sonhos e das
fantasias em seu aspecto positivo, honestamente, e planejamos os
aspectos prticos que envolvem sua materializao em bases
concretas, realistas e dentro dos limites da razoabilidade, ento tudo
passa a conspirar a nosso favor. O princpio da Sincronicidade entra
em ao se estivermos atentos para observar que a vida comea a
oferecer inmeras possibilidades relacionadas com nosso projeto.
Consequentemente, a partir desse estgio, basta que faamos escolhas
cuidadosas e enfrentemos o trabalho rduo para atingir a meta
estabelecida, com confiana, alegria e determinao.

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Carta 32 - 8 de Copas / Lua

8 de Copas: a grande prova e implica a


necessidade de abrir mo de alguma coisa. A verdade
dos fatos deve ser encarada e nenhuma ao ser
frutfera; o momento de desistir, entregar, para
podermos comear outra vez. Este um estgio
doloroso de um relacionamento, marcado pelo luto,
dor e perdas. o momento da morte e transformao
de nossas
antigas atitudes. H a vontade de fugir da monotonia da situao
atual, mas, ao mesmo tempo, a incapacidade para tomar qualquer
deciso. A nsia de mudana acaba sufocada por nossa apatia,
indolncia, preguia e devaneios. Indica abandono, demisso, perda
voluntria, renncia, sacrifcio e exlio. Sexualmente marca um
perodo de desinteresse, medo ou esgotamento.
Lua: ligada ao mundo mstico e s coisas ocultas, prenuncia um
momento de glria e reconhecimento. Devemos estar atentos nossa
intuio e sensibilidade, dar asas nossa imaginao, conhecer e
respeitar nossas reais necessidades interiores. Nas questes amorosas
indica forte ligao espiritual e simboliza a influncia que recebemos
dos planos mais sutis. o sucesso profissional, o momento de ter
nosso valor reconhecido e considerado pelos demais. Pode indicar,
ainda, a possibilidade de recebermos ajuda ou proteo por parte de
uma pessoa muito maternal. O simbolismo da Lua se manifesta em
correlao ao do Sol e, como tal, marcado por duas caractersticas
bsicas: a de a Lua ser privada de luz prpria e no passar de mero
reflexo do Sol; e a de atravessar fases diferentes e mudanas de forma.
por essa razo que ela simboliza a dependncia e o princpio
feminino, assim como a periodicidade e a renovao. Na sua variao
peridica, durante trs noites em cada ms lunar, ela desaparece e fica
como morta; depois reaparece e cresce em brilho. Por esta razo, a

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Lua , para o ser humano, o smbolo da passagem da vida morte e da


morte vida.

Reflexo: Somos chamados a considerar os aspectos cclicos da


vida: tanto as duras provas e desafios que temos de enfrentar como os
momentos de brilho, glria e reconhecimento pblico que
vivenciamos. Estes aspectos, tanto os negativos quanto os positivos,
tm em comum um nico ponto sua transitoriedade, que o
conhecimento popular muito bem define com a frase No h mal que
sempre dure e no h bem que no se acabe. Em geral, estamos
diante de uma problemtica eminentemente emocional e, como tal,
difcil de ser trabalhada concretamente.
Relacionamentos afetivos, status profissional, realizao artstica
geram em ns esse tipo de impasse: como conciliar minhas
necessidades emocionais, sonhos, fantasias e liberdade com as
exigncias sociais e materiais da vida? Realmente, vale a pena abrir
mo de minha liberdade e valores pessoais em favor de um
relacionamento, posio social ou realizao financeira?
Esse dilema ganha dimenses dramticas e poder ser mais
facilmente compreendido quando enfocamos a questo da
homossexualidade. Ser que vale a pena correr o risco e assumir
minha verdadeira personalidade publicamente, ao invs de
permanecer dentro do armrio, no disfarce, dissimulando? Estarei
preparado para enfrentar toda presso social resultante? Qual a
diferena entre se assumir perante os amigos e no perante a famlia,
ou vice-versa? recomendvel ser quem se perante os vizinhos, mas
no no trabalho? O qu predomina: o medo da reao de uns, e no de
outros, ou os fatores econmicos?
Infelizmente, no existe uma soluo ou resposta pronta para essas
questes. Em cada caso especfico devemos parar, ponderar, analisar
os detalhes de cada um dos lados da questo e fazer uma opo
consciente com base nos ganhos e perdas que resultaro de tal
escolha. Muitas vezes, essa introspeco no produtiva quando
realizada solitariamente, sem o amparo de algum. A carga

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emocional, a culpa e o medo envolvidos podem ser imensos e


tremendamente arraigados em nosso ser. Nesses casos, no devemos
hesitar em procurar a ajuda de um psiclogo.

Carta 1 - 9 de Copas / Cavaleiro

9 de Copas: indica um perodo de satisfao e


alegrias, de realizao de projetos ou sonhos. Em
termos afetivos, indica um relacionamento que poder
vir a ser, pois acontece no apenas por causa de uma
paixo momentnea, mas especialmente em virtude de
um amadurecimento, de um posicionamento adulto.
o comprometimento maior do amor que j passou por
todas as provas e testes, como a traio, o
ressentimento, a separao, o desespero e at mesmo a prontido para
desistir de tudo, se for preciso. Representa a recompensa pelos
esforos empreendidos e serve para validar os comprometimentos
afetivos. Prenuncia a felicidade e a alegria no mbito familiar, a
apreciao dos prazeres simples da vida, a segurana e o merecido
repouso aps muitas lutas. Indica fertilidade, prmios, recompensas,
ostentao, excessos, vaidade e tentaes. A manifestao sexual
marcada pela busca mxima de prazer, luxria e prticas invulgares.
Cavaleiro: representa a capacidade de concretizar os mais ousados
projetos, de no recuar diante dos obstculos ou caminhos
desconhecidos. o momento de confiar em nossa capacidade de
liderar e tomar iniciativas diante de atividades prazerosas, tais como
um namoro, um novo amor ou outros projetos. Prenuncia algo que
ainda no foi definitivamente materializado, mas que est prestes a se
concretizar: um negcio, uma notcia local ou do exterior. O cavaleiro
o mensageiro, um princpio de ligao, de intercmbio, de
movimento e de adaptao. As figuras equestres glorificam o chefe
vitorioso e so smbolo de seu triunfo e de sua glria. Assim como ele
doma sua montaria, domina foras adversas. A interpretao
simblica do cavaleiro fala tanto da expresso do triunfo militar ou

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espiritual como da significao de um perfeito autodomnio e do


controle das foras naturais. O que caracteriza e define o cavaleiro
fato de ser o senhor de sua montaria, esta ltima podendo ser seu
prprio cavalo, seu prprio eu, o servio ao rei, a devoo dama
eleita, o exerccio de uma funo ou a liderana de uma guerra.

Reflexo: A busca do prazer e da realizao pessoal, seja na rea


afetiva ou profissional, est intimamente relacionada nossa
capacidade de enfrentar os desafios com garra e otimismo, norteados
por elevados ideais. Devemos estar sempre atentos ao novo, ao
inesperado que surge em nossas vidas: a est a chance para o
crescimento e para o sucesso. Quantas vezes deixamos passar as
oportunidades em nossa vida. Os motivos so vrios: por inrcia, por
acomodao, por temermos as mudanas e at por nos julgarmos
incapazes ou indignos de tal chance. Esse senso de inadequao, essa
falsa humildade, a culpa e o pecado esto por vezes to arraigados em
nosso sistema de crenas, que bloqueiam e impedem todo e qualquer
crescimento. O aspecto alarmante e grave dessa questo que pura e
simplesmente aceitamos isso como um fato, sem jamais analisar,
avaliar ou criticar. Continuamos a vegetar numa vidinha medocre,
sem qualquer perspectiva, e quando algum nos questiona tentando
trazer alguma luz, argumentamos: Na minha famlia, sempre foi
assim; No posso; o que vo dizer os meus amigos?; ou: Deus
quer assim. Alm de transferirmos a culpa, usamos O Seu Santo
Nome em vo. O cavaleiro convida-nos a ousar, a vencer obstculos e
desbravar novos territrios, pois se continuarmos a fazer o que sempre
fizemos, vamos continuar obtendo o que sempre obtivemos ou at
menos, pois recursos no renovados tendem a se exaurir. Viver
enfrentar um obstculo atrs do outro, mas o modo como encaramos
esses obstculos o que faz toda a diferena. S nos arrependemos
verdadeiramente daquilo que no fizemos, da oportunidade que estava
em nossas mos e deixamos escapar por entre os dedos.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Carta 18 - 10 de Copas / Co

10 de Copas: indica um perodo de muito


contentamento e de harmonia permanente no campo
emocional. a associao realizada sobre bases
conscientes entre pessoas que se amam, se respeitam
e sabem reconhecer a individualidade de cada um e,
dessa forma, preparadas para resistir e enfrentar todos
os desafios que podero surgir. Celebra a alegria de
viver, o contentamento e a satisfao com o nosso
lugar no mundo, livres dos ressentimentos do passado e sem
preocupaes com relao ao futuro. Indica felicidade, paz, vida
espiritual completa, sucesso artstico e harmonia familiar; tambm
plenitude sexual e emocional, onde todos nossos desejos fsicos e
espirituais so atendidos.
Co: representa a fidelidade, a amizade, a vida social. Indica que
contamos com o apoio de amigos leais que nos inspiram confiana e
esto sempre prontos a nos auxiliar sem pedir nada em troca. Em
termos afetivos prenuncia fidelidade e compreenso. Incita-nos a estar
sempre alertas, vigilantes, em guarda contra os ataques, perigos e
ameaas de nossos inimigos. Mitologicamente, o co est associado
ao mundo das trevas, morte e aos mundos subterrneos. Sua
primeira funo mtica de Psicopompo: guia do ser humano na noite
da morte, aps ter sido seu companheiro no dia da vida; como
segunda funo, tem por misso aprisionar ou destruir os inimigos da
luz e guardar as portas dos locais sagrados. Seu simbolismo est
tambm carregado de significao sexual: alguns povos o comparam
ao pnis e, por eufemismo, empregam justamente a palavra co para
design-lo. Essa associao proviria da analogia que estabelecem
entre a clera do pnis a ereo diante da vulva, e o latido do
co perante o estranho; poderia provir tambm da voracidade sexual
do ser humano, cuja avidez neste terreno s tem como equivalente a
fome canina. Assim, o co constitui um smbolo de potncia sexual e,

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

portanto, de perenidade; ele sedutor, incontinente e transbordante de


vitalidade. Na Alquimia, a poderosa imagem do co devorado pelo
lobo representa a purificao do ouro pelo antimnio, penltima etapa
da Grande Obra. Nesse contexto, co e lobo a uma s vez, o sbio (ou
o santo) se purifica ao devorar-se, sacrificando-se em si mesmo para
alcanar a etapa final de sua conquista espiritual, a pedra filosofal.

Reflexo: O grande ideal da plena realizao emocional e afetiva


agora enfocado. o casamento mstico, o coniunctio, a fuso das
almas, a unio do ser humano com Deus, a fuso dos opostos, o amor
que abrange no apenas a dimenso pessoal e sensual, mas que
engloba tambm o plano espiritual. Unir os opostos no uma tarefa
fcil; equivale a experimentar uma paralisia que chega s raias de uma
verdadeira crucificao. O simbolismo da cruz inclui a unio dos
opostos, e Santo Agostinho faz uma analogia impressionantemente
explcita entre o coniunctio e a crucificao: Como um esposo,
Cristo deixa seu aposento, caminha em frente, com um pressgio de
suas npcias, para o campo do mundo... Ele chega ao leito nupcial da
cruz e, ali, ao subir nela, consumou a unio conjugal. E, quando
percebeu os suspiros da criatura, ele se entregou amorosamente ao
tormento no lugar de sua noiva... e uniu a si a mulher para sempre.
Outra imagem clssica e profunda da coniunctio a unio sagrada
entre Zeus e Hera, descrita no Livro XIV da Ilada: tendo conduzido
Hera ao seu aposento secreto, Zeus diz: Nem deus nem mortal algum
deve contemplar nossos prazeres, velados por nuvens, banhados em
ouro; nem mesmo o Sol, que dardeja seus raios pelo Cu, e cujo
amplo olhar vigia toda a Terra. Ele falou enquanto a fitava e,
inspirado pelo que viu, seus braos ansiosos enlaaram a Deusa. Feliz,
a Terra compreende, e de seu colo brotam, espontneas, ervas e flores;
um tufo de violetas recm-nascidas estende suave tapete, e moitas de
ltus acolchoam o leito alado. Sbitos jacintos juncam a relva,
vistosos aafres fazem a montanha brilhar. Eis que nuvens douradas
escondem o par celeste, envolto em doces prazeres e banhado pelo ar;
o orvalho do cu, descendo sobre o solo, perfuma o monte e por todo

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ele exala ambrosia. Por fim, vencido pela doce fora do Amor e do
Sono, o ofegante Zeus Tonante cerra os olhos para dormir.
Essa realizao plena e efetiva do ser humano sua grande meta na
passagem pelo plano terrestre , para a grande maioria dos mortais,
um desafio imenso, embora possvel. Realizar essa unio dos opostos
dentro de ns pode muito bem ser a tarefa da vida que exige o
mximo de perseverana e de assdua ateno. A unio de opostos que
estamos focalizando no ocorre entre um homem e uma mulher,
cada um manifestando sua polaridade natural, porm dentro de cada
homem e de cada mulher em quem os opostos finalmente se
conjugam. O desejo que a alma tem de unir-se conscincia e forjar
uma personalidade indivisvel e criativa o que h de mais forte
dentro de ns. Em ltima anlise, os opostos s se podem unir no
interior de uma personalidade individual. A unio do masculino com o
feminino no pode realizar-se enquanto, inconscientemente,
projetamos uma metade de ns num parceiro humano e colocamos em
ao a outra metade. No somos o prncipe ou a princesa que caminha
para a unio com uma pessoa que vai desempenhar o papel de nosso
parceiro mstico. Antes, o prncipe e a princesa, o par divino, unem-se
dentro de ns num grande ato nupcial que se realiza no inconsciente.
Por essa razo, se quisermos que nossos relacionamentos humanos
sejam bem-sucedidos, deveremos ser capazes de distinguir os
parceiros divinos dos humanos, em nossa vida. O parceiro humano
apenas necessrio no , em hiptese alguma, fundamental.

Carta 24 - Valete de Copas / Corao

Valete de Copas: est relacionado,


astrologicamente, ao signo de Peixes e dimenso
mutante, voltil e sensvel do elemento gua. hora
de experimentar a mgica dimenso do amor
romntico. o ambiente repleto de sentimento, amor,
beleza; a boa disposio, a harmonia e o alto astral.
Esta energia prenuncia noivados, propostas de

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casamento, momento de apaixonar-se, proposta de trabalho artstico.


o sedutor experimentado, romntico, idealista, mstico, poeta,
introvertido, aquele que seduz e foge. Tem uma aparncia calma e
impenetrvel para o mundo. Entretanto, em seu interior, est se
consumindo com as paixes mais intensas. Mostra-se compreensivo e
preparado para aceitar as ideias dos outros, mas age secretamente para
distorc-las e adapt-las s suas prprias ambies. Quando desafiado
cruel, implacvel e no sente a menor considerao por ningum.
Sexualmente, sedutor e emotivo, mas tambm passivo, sensorial ou
lascivo, lento ou impotente; muitas vezes, expressa-se de forma
singular.
Corao: fala-nos da emoo, entrega, paixo, seja por uma pessoa
ou por uma causa. o calor humano, o compartilhar afeto e carinho, a
dedicao e os sentimentos profundos. o nosso lado sensvel,
nervoso, nossa capacidade de expressar sentimentos. Indica aquelas
situaes passionais que bloqueiam nossa razo, fazendo com que
tomemos atitudes loucas, impensadas e intempestivas. Seu oposto, o
dio, sua manifestao negativa. O corao, rgo central do
indivduo, corresponde noo de Centro. Se o Ocidente,
poeticamente, fez do corao a sede dos sentimentos, todas as
civilizaes tradicionais localizam nele, ao contrrio, a Inteligncia e a
Intuio. Ele , de fato, o centro vital do ser humano, uma vez que
responsvel pela circulao do sangue. Seu duplo movimento (sstole
e distole) faz dele, ainda, smbolo do duplo movimento de expanso
e absoro do Universo: Brahma na sua funo produtora, a
origem dos ciclos do tempo.

Reflexo: chegado o momento de falar da poderosa energia do


Amor. Do ponto de vista csmico, o Amor surge aps a exploso do
Ser em mltiplos seres. A Criao fruto do Puro Amor Divino.
Ele a fora grandiosa que dirige os seres humanos e o Universo
em seu retorno Unidade a passagem da unidade inconsciente do
Caos primitivo unidade consciente da Ordem Definitiva. Ele , a um
s tempo, a prpria Divindade e a Sua Manifestao. A dificuldade

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em entender e vivenciar essa energia reside no fato de que ela se


manifesta de inmeras formas. Sua manifestao mais comum e
largamente explorada o Amor Idealista e Romntico. Aquele amor
sempre presente nos contos de fadas, nascido de altos ideais, mas
perfeitamente possvel de ser vivenciado, onde o heri enfrenta todos
os desafios, no para excitar-se, comprovar sua fora ou expiar suas
culpas, mas por causa do amor em si. O fato de adorar e idealizar a
pessoa amada sua marca, e o heri, embora consciente de seu poder
e fora, ajoelha-se aos seus ps em sinal de entrega e submisso. Essa
expresso amorosa encontrada na literatura atravs de Romeu e
Julieta, Tristo e Isolda, Abelardo e Heloisa, Lancelot e Guinevere,
embora, infelizmente, sempre termine tragicamente. Isso resulta de
crenas equivocadas da cultura ocidental que enfatizam a dor e o
sofrimento como meios para se atingir a redeno e a espiritualidade.
A verdadeira unio amorosa s obtida atravs da alegria, da busca da
beleza e da harmonia. Precisamos nos libertar de toda a culpa e
abandonar definitivamente o falso conceito de que amar sofrer. O
amor tambm frequentemente confundido com a expresso sexual,
embora em sua amplitude ele englobe e transcenda este aspecto, pois a
prtica sexual mecnica simples de acontecer. O amor entre seres
humanos platnico, hetero ou homossexual a busca de um centro
unificador que permitir a realizao da sntese dinmica de suas
potencialidades. Dois seres humanos que se entregam e se abandonam
reencontram-se um no outro, elevados a um grau superior do ser, caso
essa doao tenha sido total e no apenas limitada a uma experincia
carnal. No nvel social e coletivo, a manifestao do amor altrusta
de fundamental importncia e, por esta razo, est sendo alvo de
pesquisas cientficas. Esse amor se manifesta quando surgem as
catstrofes. A princpio, pensava-se que os fenmenos do amor
altrusta pertenciam religio e tica mais do que cincia. Afinal,
as cincias sempre estiveram mais interessadas no estudo dos
criminosos do que no dos santos; no dos loucos mais do que no dos
gnios; na luta pela sobrevivncia mais que no auxlio mtuo, e no
egosmo mais do que na compaixo. Foram as calamidades e guerras

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do ltimo sculo que impulsionaram seu estudo, mostrando de


maneira convincente que, sem a crescente produo, acumulao e
circulao da energia do amor altrusta, nenhum outro meio
conseguir impedir as futuras guerras suicidas nem estabelecer a
harmonia no universo humano. Nos seres humanos, essa energia opera
produzindo experincias ntimas variadas e complexas como a
empatia, a solidariedade, a delicadeza, a compaixo, a admirao, o
afeto e a amizade. No mundo das relaes humanas, essa energia
aparece nas situaes em que outra pessoa tratada como um valor
em si e no como um meio visando a um objetivo qualquer. O poder
curativo do amor tambm est sendo cada vez mais enfatizado pelas
pesquisas psiquitricas recentes. Elas mostram que o principal agente
de cura no tratamento dos distrbios mentais no tanto a tcnica
especfica das diversas escolas de psiquiatria, quanto o
estabelecimento de harmonia, solidariedade e confiana mtua entre
terapeuta e paciente, e a colocao deste em uma atmosfera social
livre de inimizades e conflitos. Capaz de curar as enfermidades
fsicas, mentais e morais, a energia do amor tambm contribui para o
prolongamento da vida humana. Esse fato tipicamente ilustrado pela
longevidade de cerca de 4500 santos cristos analisados, que viveram
entre os sculos I e XVIII, quando a expectativa mdia de vida era
muito menor do que a dos Estados Unidos, hoje. A maior parte desses
santos vivia em condies que, segundo os padres atuais de sade
pblica, estavam longe de higinicas; muitos eram ascetas e privavam
o corpo da satisfao das necessidades vitais. Apesar dessas condies
adversas, sua longevidade mdia era to elevada quanto, no mnimo, a
dos americanos contemporneos. O amor puro e abundante dos santos
por Deus e pelo prximo parece ser largamente responsvel por sua
resistente longevidade. Esta concluso confirmada pelos efeitos
opostos do dio e da inimizade, que encurtam a vida, o que tambm
foi averiguado por muitos estudos recentes. A energia do amor
aumenta no somente a longevidade dos indivduos como tambm a
expectativa de vida das sociedades e organizaes.

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As organizaes sociais formadas principalmente por cobia,


ambio, dio, conquista e coero, como os imprios de Alexandre,
Napoleo ou Hitler, tiveram uma vida curta. J as organizaes do
tipo tico-religioso, onde o amor altrusta desempenha um papel
importante caso do Taosmo, Hindusmo, Judasmo, Budismo,
Cristianismo e Islamismo , so extremamente duradouras. O segredo
repousa na dedicao ao ensinamento altrustico da humanidade e, de
modo geral, ao cultivo do amor no universo humano. Essa pesquisa
deixa claro que, se uma pequena parte dos recursos e esforos agora
despendidos para fazer a guerra fosse empregada no cultivo do amor
altrusta, os resultados benficos de tal empenho seriam os mais
compensadores. Se, alm disso, cada um de ns subtrasse de sua vida
particular uma parcela das emoes de dio e gestos de inimizade, e
aumentasse a das emoes e gestos de amor altrustas para com todos
os seres humanos, poderamos melhorar a atmosfera moral da
humanidade e contribuir para a paz duradoura bem mais do que todas
as operaes da poltica, do poder e da corrida armamentista.

Carta 17 - Rainha de Copas / Cegonhas

Rainha de Copas: est relacionada,


astrologicamente, ao signo de Escorpio e
dimenso fixa e profunda do elemento gua. Este o
momento de entrarmos em contato com o profundo,
desconhecido e paradoxal mundo dos sentimentos
que trazemos dentro de ns mesmos. a
manifestao da energia feminina, sempre
enigmtica, a um s tempo virginal e meretriz, vtima
e prfida. Figura distante, insondvel, poderosa e
manipuladora, embora ela atraia problemas por onde quer que passe,
sempre traz tona o que est escondido dentro do outro, dando incio
a um processo conflitante e transformador. Manifesta todos os
atributos intuitivos do elemento gua e, como tal, confia cegamente
em seus instintos. Os sentimentos alheios, tanto de alegria como de

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sofrimento, passam por ela sem atingi-la. Sua potencialidade artstica


e imaginao criativa so geralmente muito desenvolvidas.
Sexualmente sensual e imoral, por vezes promscua; tende a
misturar sexo com o oculto e a magia.
Cegonhas: prenunciam novidades, mudanas, viagem area,
surpresas, imprevistos ou at situaes inesperadas em nossa vida,
como a gravidez. Anunciam o novo que est por acontecer, seja bom
ou ruim, quebrando a rotina e incentivando-nos a arriscar e a ousar.
Reforam o conceito do agir e aproveitar as oportunidades do agora
de forma inteligente, sem pressa ou ansiedade. A focalizao no
passado ou no futuro muitas vezes nos impede de viver o momento
presente. O agora o que realmente importa: o passado j foi, no
podemos modific-lo; o futuro ser, em grande parte, resultante de
nossas atitudes e escolhas do presente. Esta a hora de no temer
desafios e ter segurana suficiente para encarar o novo. Embora o
Levtico (11, 18-19) a classifique de imunda... e sua carne no
comereis, a cegonha geralmente reputada como ave de bom agouro.
ela, segundo as lendas, que traz os bebs em seu bico, o que pode
ter alguma relao com o fato de ser ave migratria, que volta apenas
quando a natureza acorda. Do mesmo ponto de vista e pelas mesmas
razes, h quem lhe atribua o poder de causar a concepo e, como
tal, smbolo da fertilidade. As cegonhas constroem seus ninhos em
rvores, rochedos ou nos telhados e chamins de residncias. Assim,
em muitas regies da Europa, os camponeses preparam plataformas
nos telhados de suas casas com o objetivo de atrair estes arautos da
boa sorte, para que ali criem seus ninhos; quando isso acontece,
acredita-se que a fertilidade e a prosperidade sero alcanadas.

Reflexo: Neste momento nos defrontaremos com a poderosa fora


do instinto, dos desejos e sentimentos profundos que se encontram
reprimidos ou sublimados. Essa fora perturbadora do inconsciente,
quando se manifesta, aciona tudo aquilo que est escondido em nosso
ntimo e nos instiga at a crise, o conflito e a paixo. Isso gera
insegurana, medo de mudar; mas, se recusamos a transformao,

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estagnamos. Em outras palavras, por medo de morrer deixamos de


viver. Aqui nos defrontamos com os aspectos mais profundos do
relacionamento humano, no no seu enfoque meramente social, mas
no que se refere a estar junto com emoo e profundidade. o grande
desafio do relacionamento forte, dramtico, intenso, vital, ou fatal e
inescapvel. o princpio civilizador que nos instiga comunho,
necessidade de penetrar profundamente no ser humano, da surgindo a
importncia da sexualidade. A sexualidade a energia de base que
usada pela personalidade no manejo do corpo em geral: ,
potencialmente, poder. J o sexo a atividade explcita dessa energia,
o ato em si. As pessoas usam essa energia e a manipulam dentro de si
e entre si, com parceiros, e esse tipo de manipulao que revela
como cada um usa o poder. O sexo ainda encarado como algo
perigoso, na atualidade, porque abriga desordem e descontrole, porque
ainda no nos conscientizamos de sua dimenso sutil e espiritual. O
ser humano reage de forma instintiva ante o desconhecido, enquanto a
mente procura agir de forma diferente. A mente quer controlar porque
nos sentimos melhor quando estamos controlando algo ou, pelo
menos, podemos dar-lhe um rtulo. O ser humano, por pura
insegurana, adora rotular compulsivamente a tudo e a todos. Isso se
torna muito evidente quando enfocamos a questo da orientao
sexual dos indivduos. O que ocorre mais tipicamente na sociedade
em que vivemos um longo perodo de inconscincia do indivduo
quanto sua orientao sexual. Por isso, frequentemente, o
homossexual, a lsbica e o bissexual sentem-se um enigma a ser
desvendado. O preconceito contra eles desde sempre faz parte do
elenco das posturas tica e espiritualmente equivocadas, cuja
manifestao traz apenas sofrimento injusto a esses seres humanos.
Nos dias de hoje no podemos mais fechar os olhos e tapar os ouvidos
para os fatos. Em 1948, o pesquisador americano Alfred Kinsey
elaborou um estudo detalhado sobre a sexualidade, entrevistando doze
mil homens e oito mil mulheres. Esse estudo revela, entre outros fatos
surpreendentes, que segundo uma escala de 0 a 6, os indivduos
podem variar, de acordo com sua fase de vida, seu momento

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psicolgico ou circunstncias do meio em que vivem, de


exclusivamente heterossexuais (0) a exclusivamente homossexuais
(6), conforme o quadro a seguir:

0 Hetero Exclusivo 50%


1 Predomnio Hetero / Homo Incidental 14%
2 Predomnio Hetero / Homo Eventual 11%
3 Bissexual Hetero / Homo 9%
4 Predomnio Homo / Hetero Eventual 7%
5 Predomnio Homo / Hetero Incidental 5%
6 Homo Exclusivo 4%

Em 1973, a Associao Americana de Psiquiatria (APA) retirou a


homossexualidade da lista de distrbios mentais, mudando toda a
conceituao, tanto social como individual, da homossexualidade.
Essa atitude contestou as atitudes sociais predominantemente
negativas e preconceituosas em relao aos homossexuais,
desmascarando os falsos esteretipos e pressupostos errneos a
respeito da vida, dos sentimentos e das aes desses seres humanos.
Infelizmente, apesar dessas evidncias e conquistas, esses indivduos
ainda continuam a ser rotulados de anormais por inmeros setores
de nossa sociedade. O que quer dizer anormal?
Normal vem da palavra norma e significa apenas um padro
adotado pela maioria. Mas isso significa que padres diferentes,
adotados por esses indivduos, sejam necessariamente errados?
evidente que no. A maioria das pessoas, em geral por ignorncia,
comete outro tremendo equvoco: confundem normal com
natural. Normal, como j definido, apenas um padro da maioria e
seu valor apenas relativo. Natural aquilo que pertence e
originado pela natureza profunda da pessoa, e seu valor , em ltima
anlise, absoluto. Se levarmos isso para o tema do processo de
individuao e do crescimento espiritual, chegaremos concluso de
que ser normal coisa de pouca importncia e, dependendo da
normalidade de que estejamos falando, ela at atrapalha. Em
contrapartida, ser natural mais que fundamental, imprescindvel.

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Ningum pode ser feliz, nem se realizar na vida espiritual ou qualquer


outro aspecto da vida, se no for rigorosamente fiel sua natureza
interior. Jung, com seu humor pungente e espirituoso, assim se
expressa: O ser humano deve viver conforme sua prpria natureza;
deve se concentrar no autoconhecimento e ento viver segundo a
verdade a respeito de si mesmo. Que diramos de um tigre que fosse
vegetariano?.
A verdadeira sabedoria espiritual, aquela sabedoria que
conservada no fundo dos sistemas religiosos autnticos, diz, assim
como para a psicologia moderna, que os seres humanos no so
heterossexuais nem homossexuais. Todos ns somos simplesmente
seres sexuais. Criaturas vivas dotadas de uma fora mgica qual se
d o nome de energia sexual. A energia sexual apenas uma das
formas que a energia da vida encontra para se manifestar. Essa
energia, em si mesma, no positiva nem negativa, no masculina
nem feminina, no boa nem ruim, no hetero nem homossexual:
ela a mesma energia nos homens e nas mulheres. A natureza a criou
no somente para que garanta a reproduo da espcie, mas para que
possibilite o atendimento das necessidades humanas naturais do amor
e do prazer. Essa poderosa energia, para manifestar-se em sua
plenitude, exige de ns, seres humanos, uma entrega total e irrestrita,
que gera o descontrole que tanto tememos. Ela nos lana a uma
vivncia imediata da imensido no linear que chamamos de Caos,
fora primordial da Criao. Infelizmente, a maior parte da
humanidade vivencia o sexo apenas em seu aspecto fsico. Repetimos
mecanicamente o ato sexual porque, para muitos de ns, a vida to
montona e frustrante que o sexo passa a ser a nica coisa que, apesar
de efmera, nos d a sensao de alvio e de descarga de tenso. Essa
prtica meramente enfocada no fsico onde no existe a fuso de
almas acaba por gerar situaes sociais caticas e viciadas, pois
deixamos de nos interessar pela unio com o outro, em que h sempre
algo regenerativo, para nos sentirmos frustrados e ressentidos. O
ressentimento uma violncia inconsciente que destri toda a
capacidade de liberao e crescimento, um ferro venenoso que

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mata. Quando nos conscientizamos dos aspectos espirituais e sutis


desta poderosa energia do sexo em sua expresso mais elevada, ele
nos permite mergulhar na unio maior. O xtase e a morte vivenciados
nesse instante tornam-se a porta para a unio csmica. Essa tomada de
conscincia vital para o nosso crescimento e autoafirmao. hora
de eliminarmos as amarras geradas pela cobia, poder, luxria e abuso
de autoridade. Necessitamos enfrentar as transformaes e mudanas
de peito aberto, ousar abandonar o ninho protetor, alar voo e
descobrir novos horizontes, coerentes apenas com a nossa verdadeira
natureza interior.

Carta 4 - Rei de Copas / Casa

Rei de Copas: est relacionado, astrologicamente,


ao signo de Cncer e dimenso ativa e dinmica do
elemento gua. Personifica o indivduo humanitrio,
preocupado em cuidar e curar o prximo, mas que
no confia em si e na vida. Essa atitude de entrega e
dedicao, em geral, fruto do prprio sofrimento e
das marcas que os relacionamentos deixaram em sua
alma. Assim, procura manter o controle sobre os
outros, por meio de uma dedicao extrema, esperando no ser ferido
novamente. Em geral, a carta prenuncia um momento em que
experimentamos o aspecto ambivalente de nossa personalidade: do
conselheiro, do ouvinte, daquele que pode curar os outros com suas
palavras e carinho, mas que no confia na vida o bastante para seguir
seu curso. a personalidade tranquila, humanitria, prestativa,
paternal, culta, introvertida e manipuladora. Com um limitado mbito
de interesses, falta-lhe determinao; est sempre em busca de novos
estmulos e, para tanto, mostra-se aberto s ideias alheias e aprecia
novidades. A manifestao sexual fortemente marcada por
contrastes: ou seduz com seu poder envolvente ou extremamente
convencional, o erotismo se contrapondo impotncia; pode ser muito
passivo e confundir sexo com religio.

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Casa: representa a segurana, o equilbrio e a proteo afetiva que


necessitamos para atuar no mundo e obter sucesso. o nosso lar, os
altos e baixos da vida diria, os parentes prximos que nos apoiam e
cooperam para recarregar as energias to necessrias nas lutas do
cotidiano. Em geral, representa a famlia ou o lar ideal e perfeito que
gostaramos de possuir, o que nem sempre constitui tarefa fcil ou
possvel em termos concretos. Tradicionalmente o emblema da
felicidade, do sucesso nos empreendimentos que realizamos por nossa
conta e risco. Simbolicamente, como a cidade e o templo, a casa est
no centro do mundo, sendo a imagem do Universo. um smbolo
eminentemente feminino, com o sentido de refgio, de me, de
proteo, de seio maternal. Psicologicamente, o exterior da casa a
mscara ou a aparncia do ser humano: o telhado, a cabea e o
esprito, o controle da conscincia; os andares inferiores marcam o
nvel do inconsciente e dos instintos; a cozinha, o local das
transmutaes, das transformaes psquicas da evoluo interior.

Reflexo: Estamos diante da necessidade de possuir base slida e


segura para podermos atuar com sucesso no mundo material e, ao
mesmo tempo, evoluir como pessoa. Essa necessidade humana de
segurana deveria, idealisticamente falando, ser suprida pela famlia, o
lar onde nascemos. O tema famlia sempre algo delicado e as
pessoas, em geral, tentam evit-lo. Poucos so aqueles que conseguem
abord-lo com propriedade e inteligncia, sem mistificao. A crena
profundamente arraigada de que a famlia um ncleo perfeito e
sagrado muitas vezes no se sustenta, infelizmente, quando
consideramos a nossa famlia de fato. Se confrontarmos o que as
pessoas dizem sobre a famlia no convvio social com o que reclamam
dela em particular, concluiremos que todos ns temos duas famlias: a
pblica, sempre feliz e equilibrada, e a particular, extremamente
problemtica. O conceito de Pai/Me continua nos dias de hoje to
sagrado como sempre. O problema como conciliar conceito e
realidade. Pai e Me se esforam, em geral, para oferecer o que h de
melhor para os filhos/filhas. Entretanto, por serem simples seres

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humanos, geralmente no atingem seus objetivos, sentindo-se


fracassados. Educar uma tarefa por demais rdua; pouqussimos
conseguem dosar a proteo e o controle, e estabelecer claramente os
direitos e as responsabilidades inerentes s partes envolvidas. Jung
chama a nossa ateno para o fato de que a maior de todas as
resistncias humanas a indolncia. Ento, se algum faz por ns,
certo que no faremos e cobraremos do outro que cumpra seu dever; a
maior de todas as defesas a irresponsabilidade. As pessoas, em geral,
pouco assumem de si mesmas, pouco aceitam da responsabilidade do
que fazem; preferem a inconscincia coletiva a uma posio ou atitude
pessoal. Todos ns, mais cedo ou mais tarde, somos convocados a
despertar. Como seres humanos temos de assumir o total controle
sobre nossa passagem por este plano. Aqueles que conseguirem
entender este apelo, reagindo adequadamente, crescero; os
insensveis permanecero estagnados, sendo forados, num futuro, a
repetir o processo. Ningum consegue escapar. Para conquistarmos a
almejada segurana, tranquilidade e harmonia interna, ns devemos
batalhar, agir, sair do marasmo, assumindo total responsabilidade por
nossa vida. Esse processo de reestruturao no nada simples, pois
implica analisar e trabalhar todo o nosso plano emocional,
principalmente a nossa capacidade de dar e receber amor. Em geral
somos incapazes de realizar isso sozinhos, sendo a terapia uma das
sadas. Se fssemos capazes de amar verdadeiramente, nenhum
problema existiria. Estamos anos-luz afastados do princpio bsico
cristo: Ama a teu prximo como a ti mesmo. Amamos mal ao
prximo, porque, realmente, no somos capazes de amar a ns
mesmos.

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Naipe de Espadas

Carta 29 - s de Espadas / Dama

s de Espadas: indica o despertar dos poderes e da


fora mental que gera mudanas em nossa existncia.
Um novo conceito surge, a antiga ordem ameaada e
a qualquer instante surgir um conflito que dever ser
encarado. O despertar da mente ou de novos conceitos
sempre gera uma coliso inevitvel com o corpo de
crenas que faziam parte de nossa realidade e
direcionavam nossa vida. a fora do intelecto contra
toda a
oposio; a libertao das amarras, a fora na adversidade, o incio
de um processo que no se interromper. Sexualmente, est ligado
potncia, ereo e dominao. Psicologicamente o Animus,
definido por Jung como a representao psquica da minoria de genes
masculinos presentes no corpo da mulher (60% genes femininos +
40% genes masculinos). O Animus , simultaneamente, um complexo
pessoal e uma imagem arquetpica do homem na psique feminina. O
Animus condensa todas as experincias que a mulher vivenciou nos
seus encontros com o homem no curso dos milnios. Numa
abordagem mais especfica, as caractersticas do Animus de uma
mulher lhe so moldados atravs de um regulamento dado,
basicamente, pelo pai. Esta masculinidade inconsciente na mulher,
indiferenciada e inferior, pode manifestar-se no cotidiano de forma
positiva ou negativa. Sob o aspecto positivo, cabe ao Animus, em seu
papel mais importante, tornar-se um companheiro interior valioso da
mulher, conferindo-lhe iniciativa, coragem, objetividade, abertura s

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

novas ideias criativas e sabedoria espiritual. O Animus ainda


responsvel pelo fato de uma mulher ser capaz de encontrar o parceiro
ideal; a presena do Animus que faz com que ela se apaixone de
repente quando v um homem pela primeira vez e sabe imediatamente
que aquele ele. Em seu aspecto negativo, o Animus manifesta-se
na mulher como uma intelectualidade mal diferenciada e simplista:
ideias fixas, opinies coletivas e preconceitos inconscientes que, a
priori, tm pretenso verdade absoluta. Ela se expressa atravs de
opinies convencionais que no resistem ao exame lgico, mas que,
nem por isso, deixam de ser teimosamente defendidas com
argumentos acirrados.
Dama: representa o princpio feminino, passivo, negativo, Yin,
emocional. Psicologicamente est associado ao princpio Eros, que se
caracteriza pela ligao e o relacionamento; representa o envolver, o
proteger, o mudar, sendo um princpio eminentemente Lunar. Para
entendermos como o princpio Eros atua e se manifesta
principalmente nos relacionamentos externos mulher e homem ,
considero oportuno analisarmos os resultados obtidos em pesquisas
realizadas nos Estados Unidos, divulgados pela psicoterapeuta
junguiana Sukie Miller. Segundo essas pesquisas, a mulher procura os
significados ocultos das palavras; o seu maior medo o de ser
abandonada; o reconhecimento social no to importante para ela; a
mulher tende a ser mais ranzinza, sendo emocionalmente ciumenta;
tem mais resistncia ao estresse, tende a falar principalmente sobre
pessoas e funciona em ondas. Estas colocaes, embora polmicas,
podem de maneira prtica explicitar como este princpio atua.
Neste Baralho, a Dama representar o consulente de sexo feminino.
Se o consulente for um homem, esta carta representa uma mulher
influente em sua vida: me, esposa, amante ou chefe.

Reflexo: A definio de Mulher est, em geral, fundamentada


em padres exteriores de comportamento social desenvolvidos desde a
Idade da Pedra at os dias de hoje. So eles o fsico frgil, a
delicadeza, a discrio, a emotividade e a flexibilidade. Cabia

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

mulher cuidar das crianas, preparar os alimentos e manter a ordem


nas habitaes. Desta forma, ao longo do tempo, foram construdos
valores femininos: a beleza, a fragilidade, a submisso, lealdade e
cooperao. Este o fundamento do Patriarcado. Somente na poca
atual a mulher est conseguindo, depois de muita luta, o respeito e um
lugar na sociedade que ela realmente merece. Sofreu durante sculos,
sob a opresso do Patriarcado instalado, todo tipo de humilhao e
falta de reconhecimento de seu verdadeiro papel no mundo. A cultura
judaico-crist dominante muito contribuiu para esse fato. A Grande-
Me destronada pelo Deus-Pai e, consequentemente, o feminino
despotencializado e perde o seu poder criador. S existe agora uma
potncia criadora, que o Pai, e a criao deixa de ser o encontro de
duas potncias vitais. Jav o pai e me de todas as coisas,
masculino em todas as suas caractersticas psquicas, e o feminino
deixa de ser o vaso receptor. Jav tem que lutar constantemente contra
as foras obscuras, personificadas na mulher, pois so ameaas sua
criao. Como consequncia, o feminino fica associado ao inferior e
desordem, e esse deus flico tem que exercer seu poder sobre ela de
uma forma vigilante, repressiva e policial. At mesmo na Psicologia
encontramos essa viso distorcida e unilateral. Freud definir a mulher
atravs de um postulado terico, a inveja do pnis, que expressa
abertamente a viso patriarcal da inferioridade da mulher. Na
realidade, o sentimento de inveja da mulher em relao ao homem
nasce da constatao da negao de oportunidades, que lhe so
tiradas, e no da falta do rgo masculino. Se a mulher se sente
castrada em seu psiquismo, no em seu corpo. Ela foi mutilada e
deixou-se mutilar durante sculos em nossa civilizao. Felizmente
verificamos, nos dias de hoje, que muitos homens e mulheres esto
cada vez mais conscientes destes fatos e realizam um esforo sincero
no sentido de conciliar os opostos para que se estabelea o verdadeiro
encontro do feminino e do masculino. A integrao desses dois
princpios um processo dinmico que se renova a cada momento e,
como tal, exige esforo e determinao. A incorporao do elemento
masculino dentro da mulher uma questo psicolgica de grande

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sutileza e dificuldade, e acabou se traduzindo por um movimento


atuante nas ltimas dcadas. Grupos e organizaes foram criados
visando banir todo tipo de discriminao sexual e garantir direitos
iguais na sociedade. Algumas vitrias foram alcanadas, mas muito
ainda precisa ser feito. Na poca atual, como consequncia dessa
revoluo, vemos o homem em crise e sendo obrigado a se
reposicionar frente a essa nova mulher forte e atuante. Logo,
fundamental que todos estejam sensveis a uma prtica mais
democrtica, onde os direitos e valores de cada um devem ser
reconhecidos e respeitados. Cada vez mais estamos conscientes de que
os relacionamentos entre duas pessoas precisam ter momentos de
encontro e momentos de afastamento; suas individualidades devem
ser respeitadas e todo e qualquer conceito de superioridade deve ser
eliminado. A aceitao desta realidade a condio bsica para um
relacionamento criativo. A harmonia e a totalidade nascem do
processo de complementao dos opostos: um no pode crescer ou
viver sem o outro.

Carta 19 - 6 de Espadas / Torre

6 de Espadas: sugere um perodo onde a


capacidade de compreenso da mente ajuda a diminuir
dificuldades e a liberar a ansiedade diante de
problemas que estamos enfrentando, possibilitando-
nos serenidade ao encar-los. Toda vez que estamos
envolvidos em uma problemtica, faz-se necessrio o
afastamento da turbulncia em direo a um estado
mais calmo e tranquilo que permita uma anlise de
nossos padres e crenas pessoais e a aceitao de nossas prprias
limitaes. A carta pode sugerir a necessidade de viajarmos ou mesmo
de sairmos em frias para que, afastados das preocupaes e liberados
das tenses, possamos encontrar uma soluo para o problema que
nos aflige. Prenuncia um perodo de recolhimento, de meditao, de
adaptao, de silncio, de melancolia, luto e dor. A manifestao

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sexual poder ser marcada pela morbidez, praticada com discrio ou


publicamente.
Torre: dirige-nos para a necessidade de entrarmos em contato
como nosso mundo interior, nos posicionarmos e promovermos a
elevao espiritual. o isolamento saudvel que permite a reciclagem
e a busca de respostas no mais ntimo de nosso ser. Representa o que
somos por dentro, a essncia, e no a imagem que passamos ao
mundo. a centelha divina, nossa parte espiritual que jamais morre
ou termina. Simbolicamente, a construo de uma torre objetiva
restabelecer, por um artifcio, o eixo primordial rompido entre o
homem e a morada dos deuses. Ela tambm smbolo de vigilncia e
ascenso. As torres da Idade Mdia eram utilizadas para espreitar
eventuais inimigos, tendo ainda o sentido de escada, onde cada andar
marcava uma etapa na ascenso. A meditao e o silncio edificam
uma torre que propicia a elevao da alma at Deus.

Reflexo: Encarar os problemas e dificuldades da vida a nica


maneira de sairmos do impasse e evitarmos os desgastes
desnecessrios de energia e tempo. De nada adianta fingirmos que est
tudo bem, fecharmos olhos e ouvidos, quando existe alguma situao
pressionante gerada pela vida familiar, social ou profissional. A forma
sensata parar e, em isolamento, mergulhar fundo na questo,
analisando-a e listando prs e contras para, a partir desse
levantamento, estabelecer um plano de ao no sentido de eliminar o
problema. Viajar, gozar de frias, pode ser uma prtica muito eficiente
nesses casos: uma viagem ao exterior, por exemplo, pode operar
verdadeiros milagres. A prtica da meditao, ou mesmo a consulta de
um Orculo como o Tar, as Runas, o Petit Lenormand, entre tantos
outros, pode nos oferecer uma boa orientao, uma nova luz, e at
mesmo chamar nossa ateno para um aspecto ou motivao
desconhecida. Isso sempre acontece quando essas prticas so
exercidas de forma inteligente, equilibrada e espiritualizada.
fundamental termos conscincia e clareza mental de que nenhuma
dessas tcnicas far a escolha por ns; elas tambm no podero

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mudar uma situao de ruim para boa. Consultar um orculo na v


esperana de que ele poder solucionar todos os problemas, num
passe de mgica, uma atitude imatura, comodista e desequilibrada. A
problemtica que nos aflige s poder ser solucionada ou amenizada
atravs de uma ao efetiva, com riscos cuidadosamente calculados.

Carta 27 - 7 de Espadas / Carta

7 de Espadas: anuncia o momento de agir com


muito tato e diplomacia, evitando confrontos diretos,
para preservar ao mximo as prprias foras. Isso pode
acarretar uma desagradvel sensao de falsidade ou
hipocrisia, mas a vida assim o exige. hora de usarmos
de nossa inteligncia, de agirmos com astcia,
sagacidade e perspiccia, ao invs de empregarmos a
fora bruta. A vida pode nos obrigar a desenvolver esses atributos,
mesmo quando nossa natureza os nega. Estamos diante da questo da
amoralidade. O intelecto, por no estar contaminado com os valores
das emoes, pode ser frio, calculista e manipulador, ou seja, o fim
pode justificar os meios, mesmo que o fim no seja muito nobre.
Existem situaes em que a tentativa de encararmos o problema
diretamente poderia ser desastrosa. Nesse caso, um planejamento e
uma boa dose de astcia para solucion-lo so fundamentais. O xito e
a vitria s podero ser obtidos por meio de uma sada incomum, pois
esta no hora de aes precipitadas ou decises de urgncia; ao
contrrio, devemos despender muito tempo para estratificar o
problema, talvez at adi-lo. Indica a elaborao de esquemas e
estratgias; planejamento e clculo riscos; sucesso por meios escusos.
A manifestao sexual est associada aos desafios, como o de roubar a
namorada ou mulher de outro, envolvendo risco e perigo.
Carta: prenuncia a chegada de uma mensagem ou o indcio de
que algo ser revelado mesmo sendo algo ruim, ser importante e
contribuir para nosso processo evolutivo. Indica que as pendncias
ou assuntos sero resolvidos de um modo diverso do que

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imaginvamos. Est ligada ao momento presente do indivduo, no ao


seu futuro, e pode estar relacionada s palavras amigas que podemos
dar ou receber. tambm um alerta: cuidado, fique atento! Existe algo
ou alguma situao perto de ns da qual ainda no tomamos
conhecimento. Simbolicamente, a carta est relacionada ao
desconhecido, ao que no foi ainda revelado, e o fato de vir fechada e
termos de abri-la corresponde aos dois movimentos de involuo e
evoluo, aos dois aspectos esotricos e exotricos do conhecimento,
alternncia do segredo e da revelao, do no-manifesto e do
manifestado.

Reflexo: Em nosso cotidiano somos envolvidos por inmeras


situaes onde o segredo ou o desconhecido se faz presente. Muitas
vezes, a vida coloca-nos diante de instncias onde somente a astcia
pode nos valer. A perspiccia necessria em qualquer negociao ou
discusso; na falta dela, teramos de apelar para a fora bruta, em
geral, contraproducente. Todas as figuras de poder polticos, chefes,
lderes espirituais fazem uso da astcia no exerccio de suas
atividades. Geralmente ela aparece em sua manifestao mais branda,
a diplomacia, pois eles bem sabem que toda idia deve ser muito bem
embalada antes de comunicada grande massa. No mundo dos
negcios, as prticas ardilosas e sigilosas so corriqueiras: novos
produtos, projetos de expanso, compras de empresas, so
desenvolvidos e completados secretamente. Aqui todos os preceitos
morais so esquecidos, pois o fim justifica os meios. A espionagem e
o suborno em todos os escales da sociedade fazem parte do
cotidiano. Na rea pessoal e afetiva isso tambm acontece. Todos ns
j experimentamos ou presenciamos situaes onde o maior
interessado o ltimo a saber. Muitas vezes esse algum alvo de
indiretas ou mesmo participa da situao sem dar-se conta do que est
realmente acontecendo. Hoje, em nossa sociedade, existem sistemas
formais montados para receber denncias annimas. Este expediente,
que muitos consideram imoral, esta sendo usado na tentativa de coibir

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a criminalidade, principalmente aquela ligada ao trfico de drogas e


aos sequestros.

Carta 20 - 8 de Espadas / Jardim

8 de Espadas: mostra uma situao onde estamos


impossibilitados de agir por medo das consequncias.
a servido do medo, por estarmos profundamente
envolvidos na situao, sendo tarde demais para
arrependimentos ou retorno. Retrata o difcil e
doloroso reconhecimento de nossa parcela de culpa
no caso. Uma deciso se faz necessria; contudo,
qualquer escolha trar problemas. Temos clara
conscincia de que criamos o dilema; sabemos que por medo da
confrontao agimos cegamente e com duplicidade, adiando uma
deciso para no magoar pessoas. Prenuncia uma situao difcil onde
nossos desejos so obstrudos por interferncia acidental e,
aparentemente, sem sada. A soluo existe, mas no bvia, o que
implica a necessidade de reconhecermos a extenso de nossa
desinformao. Indica opresso, represso, priso, inao, submisso,
vulnerabilidade. A manifestao sexual dependente ou submissa ao
outro e, em seus aspectos extremos, resulta no masoquismo.
Jardim: representa o meio ambiente que nos cerca; os limites
conhecidos. o lugar onde reinamos, nosso domnio formado pelas
coisas e pessoas que nos cercam, e como tal, tudo aquilo que depende
nica e exclusivamente de nosso esforo e escolha. Aquilo que
semeamos em nosso jardim o que ser depois colhido. Pode indicar
a necessidade de ampliarmos os horizontes, de refletir para estabelecer
novas metas e aes adequadas, caso nosso campo de ao seja muito
limitado. Simbolicamente representa o Paraso, um lugar encantado
onde reina a paz e a harmonia. Representa tambm o esforo, o
trabalho do ser humano e, em particular, o seu poder sobre a natureza
domesticada. Em nvel mais elevado, o jardim um smbolo de
cultura por oposio natureza selvagem, de reflexo por oposio

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espontaneidade, da ordem e conscincia por oposio desordem e ao


inconsciente. O jardim, retratado na literatura profana ou religiosa, o
stio do crescimento, do cultivo de fenmenos vitais e interiores; nele
o fluxo das estaes se cumpre por meio de formas ordenadas. O
muro do jardim guarda as foras internas que florescem, e s
possvel penetrar nele por uma porta estreita e secreta.
Alegoricamente, designa a parte sexual do ser humano: para a mulher,
quando no seu centro se encontra uma grande rvore ou fonte; para o
homem, o pequeno jardim das delcias.

Reflexo: Somos chamados a refletir sobre nosso comportamento e


reaes diante das presses sociais. Em geral encontramos muita
dificuldade no gerenciamento harmonioso deste aspecto; vacilamos na
hora de estabelecer limites claros, conscientes e bem definidos diante
dos ataques e invases que o meio circundante faz em nossa vida
privada. Quando estamos despreparados e inconscientes dessa
presso, ela pode gerar o complexo de inferioridade, a insegurana e o
medo de rejeio; pode nos levar a encarnar o papel de vtima e a abrir
mo da nossa verdadeira personalidade. A famlia, em geral, a
primeira dessas fontes de presso e invaso. Quando crianas,
dependemos das decises de nossos pais quanto nossa alimentao,
roupa, estudos e lazer. Mas, s vezes, continuamos a seguir seus
padres mesmo depois de crescidos, sem question-los, porque somos
vtimas indefesas das suas vontades. Estar ou sentir-se inadequado,
ficar merc de protocolos ou dependente da opinio e da
convenincia dos outros, so sintomas tpicos da sndrome de vtima.
Alm disso, deixamo-nos vitimar pelo complexo de inferioridade ou
pela humildade exacerbada, colocando os outros l em cima e a ns
mesmos l embaixo, ou sempre nos posicionando no ltimo lugar da
fila. Existem coisas imutveis e incontrolveis em nossa vida, mas no
precisamos sempre assumir o papel de mrtir a menos, claro, que
estejamos no palco interpretando o papel de Joana DArc ou de
Tiradentes. Precisamos apenas ser flexveis para mudar a estratgia
sempre que conveniente. Necessitamos, urgentemente, entender que

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no precisamos agradar a ningum a no ser a ns mesmos, nem


provar nada a quem quer que seja. Aprender a dizer no vontade
alheia e reconhecer nossos direitos e nosso valor so os primeiros
passos para nos livrarmos dessa condio. S assim seremos
totalmente responsveis por nosso jardim.

Carta 35 - 9 de Espadas / ncora

9 de Espadas: reflete a essncia do medo, da


ansiedade, do pesadelo, da sensao de tragdia e
fatalidade que nem sempre se manifesta em termos
concretos, mas que, de qualquer maneira, dolorosa e
assustadora. a incerteza, a dvida com relao ao
futuro. muito importante detectar e identificar a
causa da culpa por trs dos temores, ao invs de nos
deixarmos escravizar por eles em detrimento do
nosso futuro. Prenuncia um momento em que
podemos nos sentir humilhados e
oprimidos pelos outros, indicando abandono, rejeio, priso,
tortura fsica ou mental, desespero, desiluso, pensamentos negativos,
agonia, crise, doena, sofrimento, culpa, depresso, insnia e
prostrao. A manifestao sexual pode ser marcada pelo medo,
problemas sexuais srios, doenas venreas ou disfunes.
ncora: est relacionada estabilidade material e emocional. As
dificuldades podem ser superadas, bastando que se aja com
autoconfiana. um momento propcio para fazer novos
investimentos, concretizar velhos sonhos e arquitetar novos planos.
Ressalta a necessidade de termos f e uma crena que possa nos
orientar frente aos desafios da vida e que seja nossa base e esteio. A
ncora um smbolo de firmeza, de solidez, de tranquilidade e de
fidelidade. Em meio mobilidade do mar ela o que fixa, amarra e
imobiliza. Simboliza a parte estvel de nosso ser, aquela que nos
permite conservar calma e lucidez diante da onda de sensaes e
sentimentos. Nesse sentido, ela pode ser tambm uma barreira ou um

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atraso. A ncora o emblema da esperana e do apoio que tanto


necessitamos quando acontecem as tempestades da vida. Ela
simboliza tambm o conflito entre o slido e o lquido: a terra e a
gua. Susta o movimento da vida quando este se torna tempestuoso.
Nessa hora, preciso que o conflito seja resolvido a fim de que a terra
e a gua, conjugadas, favoream uma evoluo fecunda. Do ponto de
vista mstico, uma vez que a verdadeira harmonizao no se realiza
no mundo material, ancorar nossa alma no Absoluto o nico modo
de evitar o naufrgio espiritual.

Reflexo: Os temores e medos do ser humano so inmeros e


variados; e todos ns somos acometidos, de tempos em tempos, pelo
pesadelo da ansiedade com relao ao futuro. Para alguns o medo de
que o ser amado o rejeite, troque-o por outra pessoa ou venha a
morrer. Para outros a possibilidade de uma catstrofe financeira, da
perda ou fracasso de um projeto. O medo do fracasso atormenta a
muitos, assim como o medo da solido, da doena e da velhice.
Justamente a que reside o perigo: na medida em que tais vises e
pesadelos so fortemente vivenciados, damos a essa energia negativa
a possibilidade de se cristalizar e, finalmente, de se materializar. Para
que isso no acontea, faz-se necessrio adotar uma atitude positiva,
cheia de f e esperana com relao vida e seus desafios. Para tanto,
imprescindvel possuirmos um sistema de crenas e valores que
possam nos iluminar e guiar durante todo o processo. Existem
inmeras escolas filosficas e sistemas religiosos que muito podero
contribuir na formao desse sistema de valores. Nunca devemos
esquecer que a ignorncia a origem de todo sofrimento. Toda
filosofia ou sistema religioso tem por base o cultivo integrado das
virtudes fundamentais que elevam o homem at a dimenso da
transcendncia espiritual. A escolha dentre as vrias opes
disponveis estritamente pessoal: nenhuma religio melhor ou pior
que a outra. Cada religio, com suas peculiaridades, pode e deve
contribuir com valores morais e ticos, garantindo o enriquecimento e
o engrandecimento do indivduo e da sociedade. O atual Dalai Lama

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tibetano definiu muito bem este aspecto: Da mesma forma que uma
mesma comida no serve para todos os estmagos, uma mesma
religio no serve para todas as mentes e todos os coraes. Alis, o
ideal seria que cada mente e corao criassem a sua prpria religio.

Carta 3 - 10 de Espadas / Navio

10 de Espadas: indica o extremo de uma situao


difcil, em uma derrocada sbita, total e calamitosa,
onde no existe mais esperana, e sim frustrao e
tristeza em relao ao futuro estamos nos
defrontando com uma experincia semelhante morte.
um perodo negro onde enxergamos a situao como
realmente e reconhecemos que j no podemos ir a
parte alguma. Estamos to mergulhados no desespero
que no conseguimos ver sadas, embora elas sempre existam e se
apresentem, anunciando um novo tempo, um recomeo no meio da
escurido da derrota. Esse final pode ser doloroso, mas, pelo menos, o
problema ser encarado com honestidade, para que um futuro com
menos conflito possa comear. Este o ltimo golpe, aps o qual
haver uma virada em nossa vida, pois nada poder ser pior do que o
agora. Indica excesso de problemas ou preocupaes, angstia,
derrota, prostrao, morte e tendncia suicida. A manifestao sexual
marcada pela insatisfao, impotncia, ou ainda pela insaciabilidade.
Navio: o momento de buscar novos horizontes; viajar ou mudar;
de viver novas aventuras e dar um novo rumo trajetria de nossa
existncia. a luta do recomeo ou a necessidade de continuar
batalhando na busca de um ideal. Representa mudanas nem sempre
fceis, mas, em geral, para melhor, que acontecem tanto no plano
material como no espiritual. O navio ou nave (termo mais abrangente,
pois engloba tanto a navegao martima como a espacial) o smbolo
da viagem, de uma travessia realizada seja pelos vivos seja pelos
mortos e, como tal, evoca a ideia de fora e segurana numa passagem
difcil. O simbolismo do barco tambm pode ser comparado ao do

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vaso enquanto receptculo e, sob essa configurao, representa a


matriz feminina portadora de vida, evocando o seio ou o tero. , a
um s tempo, bero e atade, smbolo de morte e de renascimento.
Em seu aspecto mais moderno, o de nave espacial dirigida pelo ser
humano, como um astro que gira em torno de um centro: a Terra.
Em outras palavras, a imagem da vida, cujo centro e direo cabe ao
ser humano escolher. O termo nave aplicado ao espao interior de
uma grande construo, devendo ser visto no como um imenso vazio,
mas sim como um local onde a vida deve circular: a vida espiritual, a
vida que vem das alturas. O centro de um templo denominado nave,
no somente em aluso sua forma de casco de navio invertido, mas
porque simboliza a circulao da vida espiritual e o convite para a
grande viagem.

Reflexo: Basta estudarmos um pouco de Histria para verificar


que catstrofes e desgraas, em maior ou menor grau, sempre
estiveram presentes na vida do ser humano: terremotos, erupes
vulcnicas e guerras so alguns dos exemplos que podemos citar de
acontecimentos destrutivos responsveis pela morte ou desgraa de
milhares de pessoas. Entretanto, apesar de toda a dor, angstia, medo
e perdas, os sobreviventes sempre encontraram algum meio de dar a
volta por cima, de lutar e recomear do nada. No caso particular das
guerras, o iniciador da tragdia, por se julgar forte e indestrutvel,
acomoda-se aps a vitria supondo que sua conquista seja eterna e,
via de regra, se imbeciliza. Subestima o perdedor, considerando-o
vencido e impotente, e se esquece de que a fora espiritual, a f e a
perseverana realizam verdadeiros milagres. Assim, quando desperta
do falso sonho de conquista, depara-se com um pesadelo: foi
dominado e sobrepujado. Podemos no acreditar, mas sempre existe
uma sada, por mais catastrfica que tenha sido a mudana ocorrida.
Sempre podemos dar um novo rumo nossa vida, iniciar um novo
ciclo e prosseguir em nossa ascenso na espiral da existncia. Isso
muitas vezes difcil de compreender e aceitar, mas acredite: nunca
voltamos para trs. Mesmo que as perdas materiais tenham sido totais,

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com f, pacincia e determinao conseguiremos nos estruturar


novamente, e invariavelmente num patamar muito mais elevado e
prspero.

Carta 13 - Valete de Espadas / Criana

Valete de Espadas: est relacionado,


astrologicamente, ao signo de Gmeos e dimenso
flexvel, mutvel e voltil do elemento Ar. O
indivduo deve se preparar para mudanas repentinas
em sua vida, colocando por terra os velhos padres
existentes. Essa motivao poder manifestar-se,
interna ou externamente, na capacidade de
modificao frente a novas situaes, trazendo
inquietao, fascnio e a tendncia ao rompimento que no final poder
conduzir ao crescimento. O ponto forte da pessoa o intelecto,
embora no consiga utilizar seu potencial de maneira prtica,
traduzindo o pensamento em ao. No momento em que consegue
elaborar totalmente um projeto, perde o interesse por ele. Tudo
racionalizado em um nvel irreal e, assim, torna-se simples reflexo
conceitual da realidade. Indica a capacidade de se comunicar e a
flexibilidade para avanar ou recuar; tambm velocidade, disputas,
audcia, valentia, jovialidade e instabilidade. A manifestao sexual
passional, machista, rpida e carente de gentileza.
Criana: fala-nos do incio, da inocncia, do otimismo e da alegria
de viver, bem como da irresponsabilidade, da ausncia de medos ou
preconceitos, da fragilidade e da imaturidade. A criana espontnea,
tranquila, concentrada, sem inteno ou pensamento dissimulado,
estando sempre aberta ao mundo, apta a vivenciar cada nova
experincia sem barreiras ou prevenes, fascinada e disposta a
aprender tudo o que lhe ensinado. Simbolicamente, a infncia
representa a inocncia, o estado anterior ao pecado e, portanto, o
estado ednico. Na tradio crist, os anjos so muitas vezes
representados por crianas, e esse simbolismo uma constante nos

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ensinamentos evanglicos e em parte da mstica crist: Aquele que


no receber o Reino de Deus como uma criana, nele no entrar. Na
evoluo psicolgica do ser humano, atitudes pueris ou infantis, que
em nada se confundem com as da criana simblica, assinalam
perodos de regresso; ao inverso, a imagem da criana pode
simbolizar a vitria sobre a complexidade e a ansiedade, a conquista
da paz interior e da autoconfiana.

Reflexo: Nossa atitude frente vida depende, e muito, das


condies de nossa criana interior. ela que nos faz enfrentar
desafios com otimismo, levando-nos a estar sempre abertos s
oportunidades que o mundo nos oferece. Quando, mesmo em idade
avanada, a pessoa se mantm alegre, disposta, vibrante e curiosa para
aprender e participar ativamente na sociedade, podemos dizer que sua
criana est muito viva e saudvel. No momento em que somos
dominados pelo desnimo, pela inrcia, por prevenes e
preconceitos, sinal de que esse princpio vital est preso ou doente.
Quando falo da necessidade de se manter criana, no me refiro
adoo de um comportamento pueril, dbil, imbecil e dependente
perante a vida. Falo, sim, de manter a alegria, a pureza de propsito e
a jovialidade, porm com ponderao, disciplina, racionalidade,
ordem e responsabilidade. Jung chama-nos a ateno para este aspecto
paradoxal: A criana no ser humano uma experincia indescritvel
e uma incongruncia, uma desvantagem e uma prerrogativa divina.
Um impondervel que determina o valor fundamental ou a inutilidade
de uma personalidade. No podemos esquecer que essa energia tem
livre trnsito no mundo espiritual: Se no mudardes e no vos
fizerdes como crianas, de modo algum entrareis no Reino de Deus.
Fazer-se como criana reverter ao estado inocente e indiferenciado
da prima matria, um requisito da transformao. Os aspectos fixos
e desenvolvidos da personalidade impedem ou bloqueiam as
mudanas, pois so slidos, estabelecidos e certos em sua correo.
Somente a condio original indefinida, fresca e vital, mas

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vulnervel e insegura , simbolizada pela criana, est aberta ao


desenvolvimento e, portanto, viva!

Carta 9 - Rainha de Espadas / Buqu

Rainha de Espadas: est relacionada,


astrologicamente, ao signo de Aqurio e dimenso
estvel, reflexiva e contida do elemento Ar. Indica o
momento de encarar a dimenso obstinada da f
inabalvel que nos impele a atingir altos ideais, bem
como a liberdade e o excntrico em nossa existncia.
o idealismo altivo e nobre que gera satisfao e nos
faz suportar quase todas as dificuldades e desafios da
vida. A racionalidade domina e a emoo totalmente desprezada.
Atenta observadora da humanidade, altamente perceptiva, a Rainha de
Espadas consegue decodificar as sutilezas dos propsitos e das
intenes. Embora esteja sempre agindo para atingir seus objetivos,
consegue resolver desentendimentos e diferenas entre outras pessoas.
independente e confia muito no seu instinto e naquilo em que
acredita. Indica a autossuficincia, a solido voluntria, a presena de
esprito, o novo, a tecnologia e a severidade. A sexualidade pode ser
do tipo sadomasoquista ou indicar frigidez e esterilidade.
Buqu: representa o amor universal, o entendimento entre as
pessoas, o altrusmo, a generosidade e a fraternidade. Indica as
amizades leais, as trocas sinceras e as muitas oportunidades que se nos
apresentam se estivermos atentos e prontos para aceit-las.
Simbolicamente, o ramalhete de flores a imagem da perfeio
espiritual. Todo arranjo floral efetuado conforme um esquema
ternrio, onde esto representados, segundo o posicionamento de seus
componentes, o Cu (ramo ou flor mais elevada do conjunto), o Ser
Humano (ramos ou flores da posio mdia) e a Terra (posio
inferior). Assim, alm de exprimir a ordem csmica, o ramalhete um
veculo sutil utilizado para transmitir nossos sentimentos, sejam eles

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alegres ou tristes. As flores de um buqu falam-nos da extrema


diversidade do Universo e da profuso e nobreza das ddivas divinas.

Reflexo: Somos chamados a refletir sobre os desafios que temos


de enfrentar para definir e atingir nossos objetivos e ideais na vida.
Esta no uma tarefa simples; envolve, em primeiro lugar, a escolha
dentre inmeras opes. Feita a escolha, temos que estar conscientes
do que vamos lucrar e, principalmente, do que vamos perder ou
teremos de abrir mo. Isso vlido tanto para uma questo
profissional ou financeira, como para um relacionamento afetivo.
Muitas vezes, visando obter ou manter status, focalizamos todo nosso
esforo neste objetivo, esquecendo-nos de todo o resto, como se a
vida fosse somente isso. Logicamente isso pode gerar desequilbrio,
pois ao fixar em uma meta perfeita, corremos o risco de abstrair a
situao e impermeabilizar a mente contra toda conotao
emocional e ertica, excluindo-as e desvalorizando-as, o que pode
trazer como consequncias a frieza, a solido e a doena. No
podemos esquecer que, para a grande maioria das empresas e
instituies, os indivduos no so considerados seres humanos, mas
apenas nmeros, peas de uma imensa engrenagem, que, uma vez
usadas e desgastadas, so facilmente substitudas, postas de lado ou
jogadas fora. O crescimento sadio pressupe diversidade: preciso
manter o equilbrio entre nossas reais necessidades individuais, tais
como relacionamento afetivo, lazer, desenvolvimento cultural e
espiritual, e as necessidades sociais que nos absorvem, como o
trabalho, a profisso, a busca de status e poder. Todos ns
conhecemos exemplos de pessoas que doaram toda a sua energia e
esforo a uma empresa ou causa, esquecendo ou sufocando todo e
qualquer anseio pessoal para manter um posto ou status e, no
momento em que se mostraram doentes e incapacitados, foram
prontamente substitudos ou aposentados por estas instituies.
semelhana de cada elemento do buqu de flores do campo, devemos
participar harmoniosamente do conjunto sem perder o brilho e a
conscincia de nossa individualidade.

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Carta 30 - Rei de Espadas / Lrios

Rei de Espadas: est relacionado,


astrologicamente, ao signo de Libra e dimenso
dinmica, iniciadora e organizadora do elemento Ar.
Ele personifica o dom ambivalente da liderana e
estratgia, o arrojo intelectual e a inspirao para
desenvolver novos projetos. Ele o estrategista
brilhante, o negociador astuto, o diplomata, o poltico
nem sempre honesto, o mentiroso de talento. Sua
bondade fria, no mantendo laos com ningum. Movido pela
inspirao, no para refletir no que faz; sempre que tem uma ideia
persegue-a com toda a energia e prossegue inabalvel na determinao
de atingir sua meta. Primeiro age, depois questiona; prefere a
estratgia do ataque da defesa. racional, lgico, duro, autoritrio,
lder, sabe se comunicar. Sua conduta sexual mental e fria e pode
incluir o sadismo, o estupro e o abuso sexual.
Lrios: prenunciam a paz, a tranquilidade, a pureza e a harmonia.
Anunciam um perodo feliz, o incio de um novo ciclo, uma nova
perspectiva de vida ou o fim das crises ou desafios. Esta sua
abordagem simblica mais comum: sua brancura nos remete aos
conceitos de pureza, inocncia e virgindade. Entretanto, essa
abordagem no a nica, pois o lrio se presta a outros tipos de
interpretao. O lrio vermelho nos fala dos amores proibidos, como
no mito de Apolo e Jacinto. Foi tambm enquanto colhia lrios no
campo que Persfone foi atrada e raptada por Hades e, neste caso, o
lrio simboliza a tentao ou a porta do Inferno. uma flor associada
a Vnus e aos Stiros, por conta de seu pistilo, e, como tal, smbolo
da procriao. Por esta razo teria sido escolhida pelos reis da Frana
como smbolo de prosperidade. Alm desse aspecto flico, Huysmans,
em seu livro A Catedral nos chama a ateno para seus eflvios
pecaminosos: Seu perfume bem o contrrio de um perfume casto;
uma mistura de mel e pimenta, alguma coisa de acre e adocicado, de
fraco e de forte; parece com a conserva afrodisaca do Oriente e com

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os confeitos erticos da ndia. O lrio simboliza o abandono mstico


vontade de Deus e Providncia, que cuida das necessidades de seus
eleitos: Observai os lrios do campo, como eles crescem; no
trabalham nem fiam. Entretanto, eu vos digo que o prprio Salomo
no auge de sua glria no se vestiu como um deles.

Reflexo: Vivemos em tempos tumultuados, marcados pela


competio desmedida, pela ganncia e violncia. A paz e a
tranquilidade se afiguram para ns um sonho distante, mas possvel.
Sob o aspecto meramente material, em nossa luta pela sobrevivncia
podemos ter paz e tranquilidade, ainda que de forma precria e sujeita
s flutuaes do momento, por meio de um posicionamento racional e
frio diante dos desafios que surgem. Devemos estabelecer planos e
estratgias adequadas para cada situao, mediante a utilizao de
nossos potenciais criativos, sempre alinhados aos altos preceitos de
justia social. A aplicao dos princpios bsicos que regem a
diplomacia, cincia e arte das negociaes, tais como a habilidade de
conduzir conversaes, a astcia, a circunspeo e a gravidade nas
maneiras, de fundamental importncia para lograrmos o fim das
contendas e estabelecermos um acordo digno e benfico entre as
partes envolvidas. J a paz, em seu aspecto mais espiritual e elevado,
alcanada quando desistimos de lutar e nos entregamos de forma total
e irrestrita graa do Altssimo. Para tanto devemos parar e analisar
nossas crenas e valores, e eliminar todo e qualquer aspecto limitante
e separatista gerado por doutrinas ou dogmas castradores e fanticos.
A verdadeira paz espiritual uma conquista pessoal, exigindo esforo,
dedicao e procura. Nessa luta no podemos nos deixar dominar
pelos princpios separatistas que dominam as filosofias e religies
ocidentais, que, mediante a utilizao da culpa, nos tornam
prisioneiros e escravos. Somos partes integrantes do Universo e da
Natureza; ns no estamos deles separados. O Reino de Deus est
dentro de ns e no fora EU SOU UM com Ele; onde eu estou, est
Deus tambm. As filosofias orientais expressam esses princpios
atravs da sintonia com a Natureza, observando seus ciclos naturais e

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sua fluncia harmoniosa. Para os orientais, o nosso sistema de crenas


e dogmas, gerador de tanta tenso e oposio, muito estranho.
Analisando esse aspecto, o filsofo Zen Dr. D. T. Suzuki assim se
expressou sobre essa postura religiosa ocidental:

Deus contra o Ser Humano;


Ser Humano contra Deus;
Ser Humano contra Natureza;
Natureza contra o Ser Humano;
Natureza contra Deus;
Deus contra Natureza;
Uma religio muito engraada!

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Naipe de Ouros

Carta 31 - s de Ouros / Sol

s de Ouros: a exploso de uma nova energia


para a realizao material, representando o poder, a
riqueza, a prosperidade e a estabilidade financeira.
Direciona nossos potenciais criativos na emergente
necessidade de concretizar ambies, pois neste
momento dispomos da energia primordial necessria
execuo de um trabalho. Os recursos podero surgir
repentinamente na forma de uma associao, de uma
herana, de ganhos na bolsa de valores, das flutuaes cambiais ou do
jogo e, se forem investidos inteligentemente, maiores lucros podero
ser alcanados. a abundncia das coisas boas da vida. Essa energia,
que se manifesta lentamente, dotada de uma fora incrvel que, no
final, supera todo e qualquer obstculo. Indica proteo material,
potencial para a riqueza e lucro. Representa tambm o despertar do
potencial de energia sexual e de fora fsica.
Sol: transmite energia positiva, vitalidade, fora, luz e calor.
Prenuncia uma fase de crescimento, de autoafirmao, de
prosperidade e de sucesso. Promete um futuro brilhante, sociedades
bem-sucedidas, brilho e reconhecimento. O simbolismo do Sol to
diversificado quanto rica de contradies a realidade solar:
considerado um princpio fecundador, mas tambm destruidor, pois a
seca pode queimar e matar. a origem de tudo o que existe, o
princpio e o fim de toda manifestao. Se no o prprio Deus, ,
para muitos povos, uma manifestao da divindade: filho de Deus,

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olho de Deus... O sol a fonte da luz, do calor e da vida, e seus raios


representam as influncias celestes ou espirituais recebidas pela Terra.
Alegoricamente, so sete os raios do sol, correspondendo s seis
dimenses do espao e dimenso extracsmica, representada pelo
prprio centro: ele est no centro do cu, como o corao est no
centro do ser. Se a luz irradiada pelo sol o conhecimento intelectivo,
o prprio sol inteligncia csmica, assim como o corao , em ns,
a sede da faculdade do conhecimento. o smbolo universal das
figuras de poder, tanto espiritual como profano: o fara, o rei, o papa e
os governantes em geral.

Reflexo: Faz parte da condio humana almejar o crescimento


material, sonhar com o sucesso. Infelizmente, a grande maioria das
pessoas espera que isso acontea por um passe de mgica.
A chave para o sucesso e a prosperidade encontrada pela
conjugao harmoniosa de trs fatores bsicos: Crena, Autoestima e
Trabalho. Primeiramente, fundamental crer para ver. Precisamos
acreditar firmemente em nosso ideal para, conscientemente,
estabelecer metas e estratgias para atingi-lo mediante a avaliao dos
recursos disponveis. fundamental ter autoestima e autoconfiana;
no podemos ser dominados por sentimentos de limitao ou
inadequao. Como seres humanos tudo podemos; basta estarmos
harmonizados com as foras criativas do Cosmo. Se no confiamos
em ns mesmos, como poderemos convencer os outros a confiarem
em ns? Esse passo, nada fcil, implica amadurecimento e
conscincia, e dever resultar da avaliao fria e realista de nosso
potencial pessoal. Devemos ter uma ideia clara de nossos pontos
fortes, procurando utiliz-los ao mximo, assim como de nossos
pontos fracos; quanto a estes, devemos estabelecer medidas corretivas
visando fortalec-los. Sempre podemos melhorar, crescer e aprender
algo novo. O trabalho e a dedicao vm em seguida, pois nada cai
pronto do cu. Tudo na vida exige esforo e empenho que, ao
contrrio do que normalmente acontece, deveriam ser encarados como
bnos e envidados com vitalidade, alegria e otimismo. Muitos

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creem que o sucesso e a prosperidade dependem da sorte. Esto certos


se estiverem baseados na definio correta desse conceito: sorte
quando a preparao encontra a oportunidade. Devemos estar
permanentemente atentos s oportunidades que surgem em nosso
caminho, pois quem no est preparado no cr, no confia em si e
no se esfora perde as oportunidades, ou pior, no as percebe.
Maquiavel nos ensina: Para dominar a sorte, necessrio tom-la
fora, antes que ela tenha chance de escapar ou resistir. Quando
efetivamente temos um projeto ou sonho que nos empolga, e para o
qual canalizamos toda nossa energia e empenho, a natureza se
encarrega de conspirar a nosso favor, providenciando os recursos
necessrios para sua concretizao. comum, quando estamos
efetivamente envolvidos num projeto, que a falta de recurso prevista
venha a ser solucionada de forma inesperada: uma entrada de
dinheiro, a ajuda de um amigo, uma oportunidade de mercado,
condies favorveis de emprstimos etc. Por isso devemos estar
atentos e preparados, perceber os sinais e agir imediatamente. No
podemos vacilar, o momento de agir e concretizar. A prosperidade e
a riqueza resultam basicamente de clareza de propsito, f e
vitalidade, aliados ao esforo e dedicao ao trabalho. Para muitos
estas colocaes podero parecer utpicas, principalmente quando
constatamos, neste perodo de transio, que as figuras pseudossolares
os governantes e dirigentes se comportam de forma totalmente
insana e vil. Abusando do poder, eles roubam e dilapidam os recursos
pblicos descaradamente, em geral respaldados por uma justia menor
e igualmente corrupta. A impunidade parece triunfar, porm nada
escapa Justia Maior e, cedo ou tarde, o Karma negativo gerado ter
forosamente que ser resgatado para restabelecimento da harmonia.

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Carta 2 - 6 de Ouros / Trevo

6 de Ouros: sugere uma situao de troca dar e


receber tanto financeira como pessoal, na qual
somos levados a oferecer bondade e compreenso ou
a estar abertos para receber a generosidade de outros.
Sugere mais benevolncia do que recompensa por
servios prestados. o momento de recuperar a f em
ns mesmos e na vida. Muitas vezes, a sorte cruza
nosso caminho quando estamos no auge de uma crise;
o prenncio de uma surpresa, do inesperado, e at
mesmo do sucesso que ir colocarmo-nos em condies de ajudar aos
outros. Indica colaborao, benefcios materiais, generosidade, ideias
liberais, patrocnio das artes, compassividade, caridade e submisso.
A sexualidade marcada por excesso de energia ou precisa ser
incentivada por outros, como no caso do trio amoroso.
Trevo: prev um perodo difcil, felizmente passageiro, quando
teremos que lutar muito para superar os obstculos. Indica situaes
confusas e adversas, em geral na rea financeira, com as quais temos
de nos defrontar em nosso cotidiano e que constituem provas para
aferir nossas capacidades e testar nossa perseverana. Nestes
momentos a ajuda do plano superior nunca falha, e, se tivermos f e
pedirmos ajuda, com certeza ela se manifestar atravs da intuio.
hora de compartilhar as aflies com um amigo; e este, tal qual um
talism, poder nos dar a orientao de que precisamos para enfrentar
a situao. Temos que tomar uma atitude e estar atentos, pois o Trevo
um sinal de alerta: Cuidado! Algo no vai bem! hora de parar e
analisar os vrios aspectos de nossa existncia para detectar o que est
fora de equilbrio. Simbolicamente, as formas trifoliadas, como o
delicado trevo, representam a Trindade. O trs um nmero
universalmente fundamental; exprime a ordem intelectual e espiritual
em Deus, no Cosmo ou no ser humano. A Cabala afirma que tudo
provm, necessariamente, de Trs, que no passa de Um. Em todo ato,
Um, por si s, de fato se distingue: Um o princpio atuador, causa

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ou sujeito da ao; Dois ao desse sujeito, seu verbo, e Trs o


objeto dessa ao, seu efeito ou seu resultado. Popularmente, o trevo
de quatro folhas considerado um poderoso talism. O talism uma
proteo utilizada em magia, e acredita-se que traz sorte e felicidade.
Em geral no requer qualquer preparao mgica ou ritualstica, sendo
encontrado na natureza: o prprio trevo, uma pedra, sementes de
rom, ou objetos como ferraduras, chaves, figas e moedas.
Teoricamente, qualquer objeto pode tornar-se um talism basta
acreditarmos na energia que ele simboliza. Alis, nestas questes a f
e a canalizao positiva da energia mental so o que conta, pois o
objeto escolhido para tal fim mero suporte.

Reflexo: Os obstculos, dificuldades e desafios de toda ordem


fazem parte de nossa existncia. Eles surgem diariamente nossa
frente e temos que estar alertas para enfrent-los. Infelizmente,
acidentes e catstrofes implicam no apenas em perdas materiais, mas,
principalmente, em perda de confiana nas nossas prprias
capacidades e na vida. Esse sentimento de derrota e abatimento deve
ser combatido e evitado a todo custo, pois muito difcil de ser
reparado, ao contrrio das perdas materiais, que so normalmente
reparadas em curto espao de tempo. justamente em meio
desgraa que temos de procurar restaurar a confiana, estando abertos
para aceitar a generosidade e a ajuda do prximo que sempre se
manifesta nessas ocasies. Aceitar esta ajuda muito complicado para
a grande maioria das pessoas, pois implica esquecer orgulho e amor-
prprio, e em geral, no estamos preparados para enfrentar tal prova
de humildade. Os amigos, ou at mesmo desconhecidos, so nessas
ocasies o talism que nos protege, os nossos anjos de guarda. Estar
aberto e receptivo ajuda pode significar novo impulso para o
crescimento. Muitas vezes uma nova oportunidade cruza o nosso
caminho quando estamos justamente no fundo do poo, sem qualquer
esperana de salvao. a Providncia Divina atuando, nos
abenoando por intermdio da Graa. Na ocasio de desastres ou
calamidades surge sempre aquele indivduo que, apesar de ser vtima

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como as demais pessoas que o cercam, consegue esquecer-se de si


mesmo e se empenha em ajudar ou confortar os que esto prximos.
Ou seja, ainda capaz de se dar incondicionalmente, a despeito de
todos os revezes e perdas por que passou este o exemplo da
verdadeira generosidade. A prtica do altrusmo altamente edificante
e constitui poderoso fator de crescimento pessoal. Eu posso, a todo o
momento, ser o anjo de guarda de algum; basta estar atento e agir
prontamente. Isto implica apenas praticar pequenos gestos de
bondade, cortesia e delicadeza, anonimamente e sem ostentao;
como por exemplo: ajudar um idoso a cruzar uma rua, saber ouvir
atentamente um amigo aflito, cooperar com um colega sobrecarregado
de trabalho, ou mesmo pagar uma refeio, dar uma informao, ceder
lugar numa fila ou coletivo a algum necessitado.

Carta 12 - 7 de Ouros / Corujas

7 de Ouros: indica um difcil momento de tomada


de deciso, que requer muita ponderao e cautela, pois
surge o impasse entre continuarmos a desenvolver tudo
aquilo que construmos at ento, ou canalizarmos
todos os esforos e energia para um novo projeto. Um
polo representa o conhecido, a segurana e, talvez, a
estagnao; o outro polo, o desconhecido, o risco, a
incerteza e, qui, o crescimento. Pode ser um aviso de decepo ou
de perda iminente, ou seja, os planos e esforos empreendidos
anteriormente podem resultar em nada. Sugere que um projeto ou ao
que tenha comeado bem no conseguir atingir o final almejado, em
consequncia de exagerada preocupao. Indica indeciso, impasse,
atraso, proposta difcil, medo de arriscar. A sexualidade marcada
pela impotncia transitria ou pela desmotivao.
Corujas: o cotidiano gera impasses de toda sorte, mas passveis de
pronta soluo, caso no nos deixemos arrastar pelas emoes e os
enfrentemos com sabedoria e inteligncia. A figura indica a
capacidade reflexiva e a racionalizao que diferenciam o ser humano

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dos animais. a faculdade divina do julgamento que no tem por base


o sentimento pessoal, mas a avaliao imparcial e objetiva de todos os
fatores contidos na situao. Somos convidados a julgar com frieza e a
proferir um veredicto baseado em altos princpios ticos e morais,
ponderando, inclusive, sobre a necessidade de lutar ou tomar medidas
drsticas para preservar e manter a verdade e a ordem. A imagem
desta lmina sugere ainda que, na consecuo da tarefa, devemos estar
abertos associao ou ajuda do outro. A questo, em geral, poder
ser facilmente solucionada na medida em que nos dispusermos a
compartilhar, a somar nossa experincia com a do outro. A coruja
simboliza, em seu aspecto positivo, a sabedoria, a inteligncia, a
clareza de viso e a capacidade de pressagiar eventos. Essa ave
noturna, exmia caadora, est relacionada com a Lua e,
mitologicamente, a Atena. A coruja no consegue suportar a luz do
Sol e, nesse particular, ope-se guia (Zeus), que recebe aquela luz
de olhos abertos. Podemos ver nesse aspecto, assim como na relao
com Atena, o smbolo do conhecimento racional a percepo da luz
por reflexo (lunar) em oposio ao conhecimento intuitivo ou
percepo direta da luz. Talvez seja tambm por esse motivo que a
coruja tradicional atributo dos adivinhos: simboliza seu dom de
clarividncia e interpretao dos orculos. Assim, a ave de Atena
simboliza a reflexo que domina as trevas. Em algumas lnguas latinas
o nome da coruja usado para designar, como adjetivo, a mulher
bonita e tambm tudo aquilo que de bom augrio. Em algumas
regies, somente seu aspecto negativo ressaltado: considerada a
divindade da morte, guardi dos cemitrios, emblema da feiura; alm
disso, tem uma lamentvel reputao de ladra e, como tal, pressagia
dificuldades, sofrimentos e dor.

Nota: outras verses deste Orculo, como por exemplo, Jeu


Lenormand Cartes de Bonne Aventure, da Editora Belga Carta
Mundi, utilizam a Imagem de Pssaros ao invs de Corujas:

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Pssaros: o cotidiano gera impasses de toda sorte,


mas passveis de pronta soluo, caso no nos deixemos
arrastar pelas emoes negativas e os enfrentemos com
bom humor, alegria e leveza. S assim conseguiremos
nos libertar da carga emocional, abrindo espao para que
o nosso intelecto comece a atuar com equilbrio e
sabedoria. A imagem desta lmina sugere ainda que, na
consecuo da tarefa, devemos estar abertos associao ou ajuda
do outro. A questo, em geral, poder ser facilmente solucionada na
medida em que nos dispusermos a compartilhar, a somar nossa
experincia com a do outro; ou ainda a solicitar ajuda de um
profissional capacitado no assunto. Os pssaros so smbolos de fora
e vida e, de um modo ainda mais geral, simbolizam os anjos ou os
estados espirituais e estados superiores do ser.

Reflexo: A tomada de deciso diante de novas situaes ou


oportunidades que surgem em nossa vida geralmente muito difcil e
estressante. A mudana de emprego ou de pas, o casamento, o
estabelecimento de uma sociedade comercial retratam muito bem o
dilema de optar. Representa o momento de avaliao e escolha entre
uma posio conhecida, segura e de beneplcito versus uma nova
proposta que pode vir a ser melhor em termos de recompensa, mas
que ao mesmo tempo pode significar uma tragdia. Somos forados a
escolher entre a segurana material e liberdade pessoal que j
construmos, e as possibilidades incertas e indefinidas de um novo
caminho que poder ou no conduzir ao sucesso futuro. O novo ou
desconhecido representa sempre algo arriscado, perigoso, e talvez at
mesmo imoral, no sentido de que contradiz a opinio pblica.
Entretanto, essa nova e perigosa possibilidade contm fora vital e
potencial de crescimento, podendo ultrapassar de longe toda a
segurana material obtida anteriormente. A questo casamento
tpica: a paixo, o amor, o desejo sexual, o sonho e a fantasia chamam
e atraem, mas ao aceitarmos a unio com o outro, teremos certamente
de abrir mo de nossa independncia, egosmo e da proteo e

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conforto do lar paterno, assumindo maiores responsabilidades. Esta


uma escolha que tem que ser feita com muita ponderao e sabedoria,
alicerada em ideais elevados. Devemos estar preparados para
compartilhar, para dar sem cobrar nada em troca e, principalmente,
para assumir responsabilidades pelos filhos que surgirem desta unio.
A vida em comum e a rotina podem acabar com qualquer sonho ou
paixo. Se no estivermos bem conscientes dos compromissos e
imbudos de um ideal maior, o resultado ser uma grande frustrao.
Para todas essas questes, sejam elas de carter econmico, financeiro
ou de relacionamento afetivo, s existe uma sada: a anlise fria,
racional, sbia e equilibrada dos prs e contras envolvidos em cada
uma delas. Dependendo da magnitude da problemtica envolvida, no
somos capazes de chegar a uma concluso agindo isoladamente.
Quando a escolha que devemos fazer implica uma mudana radical
em nossa existncia, mais sensato e prudente compartilhar a questo
com algum: um amigo, o cnjuge ou um especialista na rea, de
preferncia algum no envolvido na questo. A pessoa escolhida
poder perceber, de forma racional e fria, os detalhes e aspectos do
caso com maior propriedade que ns, j que estamos emocionalmente
envolvidos. A soma de esforos e capacidades poder apontar um
direcionamento mais seguro para a questo, ainda que a deciso,
assim como a responsabilidade na escolha final, seja sempre nossa.

Carta 33 - 8 de Ouros / Chave

8 de Ouros: anuncia um momento em que somos


chamados a assumir, apesar de toda a nossa
experincia, o papel de aprendiz dedicado que se
empenha bravamente em aprender e desenvolver uma
nova atividade. Sugere um talento recm descoberto
que merece ser trabalhado e desenvolvido. Trata-se de
submetermo-nos a um novo aprendizado, com afinco e
pacincia, quase sempre em uma fase da vida em que
j deveramos estar estabelecidos. o trabalho nos bastidores, por trs

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das cenas, porm com muito sucesso. A pacincia e a perseverana


sero bem recompensadas: uma promoo ou um aumento de salrio
podem se concretizar. Indica necessidade de treinamento, a descoberta
de nova vocao, crise material ou profissional, submisso, a
descoberta de um hobby ou diverso. A manifestao sexual
rotineira, detalhista ou do tipo que est sempre se empenhando em
aprender novas formas de expresso.
Chave: representa a sada, a soluo de todos os problemas. Ela
permite abrir as portas que barram nosso crescimento; o xito e o
sucesso sero alcanados se prosseguirmos sem medo, confiantes e
com muita vontade de atingir os objetivos traados. o fim dos
mistrios e do sofrimento; alerta-nos para o fato de que se h
problema, existe tambm uma soluo, sendo apenas necessrio ter
empenho e dedicao. O simbolismo da chave est, evidentemente,
relacionado a seu duplo papel de abertura e fechamento. ao mesmo
tempo iniciao e discriminao o que indicado pela atribuio das
chaves do Reino dos Cus ao apstolo Pedro o poder das chaves o
que lhe faculta ligar e desligar, abrir e fechar as portas do Cu. Este
poder est representado nas armas papais por duas chaves, uma de
ouro e outra de prata, antes emblema do deus romano Jano. As chaves
de Jano abrem tambm as portas dos solstcios, dando acesso s fases
ascendente e descendente do ciclo anual aos domnios respectivos
do Yin e do Yang que encontram o equilbrio nos equincios. Jano
era considerado um guia de almas, tendo dois rostos: um voltado para
a terra e outro voltado para o cu. Guarda todas as portas e governa os
caminhos; carrega uma chave na mo esquerda e um basto na mo
direita. No Oriente, a chave o smbolo da prosperidade, uma vez que
abre o celeiro de arroz; no plano esotrico, possuir a chave significa
ter sido iniciado. Nos contos e lendas aparecem geralmente trs
chaves: elas abrem, sucessivamente, trs recintos secretos ou
antecmaras do mistrio, que constituem provas que o heri tem que
vencer para poder se unir amada. Essas chaves de prata, de ouro e
de diamante marcam as etapas do processo de purificao e
iniciao. Receber a chave receber uma forma de entrar, nunca a

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explicao do que h detrs da porta. Assim, a chave , aqui, o


smbolo do mistrio a desvendar, do enigma a resolver, da ao difcil
a empreender, significando as etapas que conduzem iluminao e
descoberta.

Reflexo: A cada minuto a vida tem algo a ensinar; nossa condio


natural de eterno aprendiz e, como dizia Disraeli: Termos
conscincia de que somos ignorantes um grande passo rumo ao
saber. Entretanto, o que observamos justamente o contrrio. Em
geral somos dominados por falso orgulho, apegados ao status
profissional que conquistamos, lutando de modo doentio para manter
algo totalmente ultrapassado. A evoluo e a tecnologia no mundo
moderno caminham numa velocidade tal que se torna impossvel
segui-las e estar totalmente alinhado com o progresso. Somos
desafiados a estudar mais, conclamados a aceitar os novos desafios e a
manter um alto grau de energia e entusiasmo. Toda mquina que no
se pe em funcionamento oxida. Na vida, a repetio montona, o
automatismo e a preguia mental, representando uma parada na
viagem de nossas descobertas, nos levam ao envelhecimento precoce.
O que a psicologia denomina crise de meia-idade retrata muito bem
a questo que estamos enfocando: nela somos obrigados a deixar para
trs tudo aquilo que fomos; a livrar-nos de todos os padres obsoletos
e a caminhar em direo a novos horizontes. Nesse estgio somos
convocados a no negar a dor, mas a evit-la da melhor maneira
possvel; a consagrar os triunfos, no revivendo os fracassos e
tentando dar ao nosso tempo um aproveitamento integral sem
devaneios. Logicamente o desafio no fcil, implicando alto nvel de
ansiedade e medo de perder a estabilidade que construmos.
Entretanto, se conseguirmos enfrentar essa transio, ns poderemos
descobrir uma nova energia, que implica no apenas o entusiasmo de
aprender algo novo ou iniciar um trabalho ou hobby, mas,
principalmente, o alvio de perceber que no esgotamos nosso
potencial, que podemos continuar a crescer e a realizar coisas novas.
O mesmo sucede com as relaes afetivas. Estas necessitam tambm

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

de constante reformulao e abertura para novos aprendizados. A falsa


segurana obtida em funo do passar dos anos nada garante, pelo
contrrio, representa acomodao e desgaste. Se estiverem
honestamente interessados em manter uma sociedade, seus
participantes devem sempre procurar aprender, crescer e ampliar seus
horizontes idealisticamente falando, juntos, um auxiliando e
motivando o outro. Em resumo, devemos consagrar nosso trabalho,
santificar nosso descanso e sacramentar nossos prazeres. Aquele
prazer puro, sadio, que est na cincia de saber usar tudo em seu
devido tempo e sem excessos, e que no nos torna escravos nem do
vcio nem da abstinncia, j que ambos os extremos so negativos.
Aceitar desafios, estar aberto ao novo, trabalhar, estudar e gozar a
vida representam a chave para mantermos uma existncia sempre
saudvel e rica.

Carta 8 - 9 de Ouros / Caixo

9 de Ouros: indica um perodo de autossatisfao


resultante do esforo e trabalho bem-sucedido.
Reflete o contentamento e o prazer pela
autossuficincia. No dependemos mais das opinies
ou concordncia dos outros, pois estamos
absolutamente seguros e confiantes de nossas
capacidades. Esta no uma atitude de vaidade, mas
tem por base a avaliao realista de nossa
capacidade. Prenuncia um perodo de segurana,
prosperidade, sorte, luxo e conforto. As metas e objetivos podero ser
alcanados, pois nesta fase temos um controle maior sobre a vida e as
circunstncias. Pode haver a surpresa de um presente ou a posse de
um bem que chega de forma inesperada; o prazer e a alegria da vida
no campo e das atividades ao ar livre. Indica o sucesso material, a
segurana interna, a determinao e a disciplina, o mago, o indivduo
realizado. Sexualidade marcada pela solido voluntria ou
autoerotismo, o indivduo no necessitando de ningum.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Caixo: indica o final de um ciclo, o trmino de algo, uma


transformao que nos impele a buscar novos caminhos e a aproveitar
uma oportunidade nova que surge; um renascer. As perdas materiais,
as doenas e o baixo nvel energtico gerado por elas, se encarados
com coragem e determinao, podem contribuir positivamente para o
nosso crescimento e incitar busca do desenvolvimento espiritual. A
imagem do caixo remete morte, que deve ser vista como
renascimento, nunca como morte fsica. Alis, todo praticante das
artes adivinhatrias deveria estar bem cnscio desse fato. Como seres
humanos, mesmo que tenhamos o vislumbre da morte que alguns,
vangloriando-se, chamam de dom, mas que em verdade um fardo ,
no temos o direito de express-lo. A mitologia grega nos adverte
sabiamente que tal prerrogativa pertence nica e exclusivamente s
Moiras, e que at mesmo Zeus, senhor supremo do panteo grego, est
submetido a elas. Os profetas das catstrofes e desgraas, em seu
papel burlesco, so motivados pela busca de popularidade e ganhos
fceis, sem se importar com a dor, a insegurana e o desequilbrio que
podem gerar. Entretanto, cedo ou tarde sero convocados a prestar
contas: na sua insensatez e ignorncia, so incapazes de avaliar o risco
que correm ao tentar suplantar Zeus e interferir no mister das Moiras.
Se isso no for o bastante, bom lembrar que a tica profissional
tambm probe tal procedimento: Jamais devemos professar o
momento final de qualquer ser, fato ou evento, por ser incompatvel
com os limites da previsibilidade cclica. O caixo smbolo da
terra, enquanto receptculo das foras da vida e local de suas
metamorfoses e, como tal, pode ser associado ao ovo filosfico dos
alquimistas, ao vaso dos cabalistas, e ao smbolo da me, enquanto
nutriz e centro de repouso. , segundo as crenas do antigo Egito, um
refgio na vida de alm-tmulo, uma proteo contra os inimigos
visveis e invisveis e o local de transformaes que abriro o acesso
vida eterna.

Reflexo: certo que aprendemos atravs da dor. Uma doena,


uma perda significativa ou qualquer tipo de carncia evidenciada so

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

capazes de ensinar a viver o presente. Cada uma destas mortes


convida-nos reflexo, a mergulhar fundo em nosso interior,
buscando o verdadeiro sentido do teste a que estamos sendo
submetidos. Dizia o saudoso psicoterapeuta Dr. Jos A. Gaiarsa:
O caixo de defunto que obviamente contm algum vivo, a
Couraa Muscular do carter, isto toda a fora que o indivduo faz
a fim de
no fazer aquilo que deseja
aquilo de que gosta
aquilo de que precisa.
As pessoas vivem duras encolhidas ou orgulhosas, mas duras de
medo
de fazer o que lhes passa pelas cabeas;
de raiva de no fazer o que lhes passa pelas cabeas;
medo dos outros;
raiva dos outros que no deixam.
Precisamos nos livrar dessas amarras conscientemente, ainda que o
processo no seja nada simples. Mas, uma vez assimilada a lio,
emergimos fortalecidos e com uma conscincia maior da realidade
que nos cerca; nascemos para um novo ciclo. Descobrimos muitas
vezes que existe algo mais do que a mera realizao material. Num
enfoque mais sutil, as transformaes propiciam a descoberta do
sentido da autoestima, profundo e permanente, que foi adquirido
custa de muito trabalho e desafios ao nvel material e que, a despeito
de tudo, sobreviveu a todos. hora de reconhecermos o nosso
potencial, nossas habilidades e nosso real valor perante a vida viso
esta que no nasce da vaidade, mas fruto de uma avaliao realista
de nossas capacidades. Quando atingimos esse estgio, nossa
satisfao no depende de nada nem de ningum, exceto de ns
mesmos, e uma vez consolidada jamais poder ser destruda, mesmo
que todos os bens nos sejam tomados. Devemos estar conscientes de
que atingir esse estgio de lucidez no nada fcil. Fomos moldados
para aceitar as dificuldades da vida e temos de nos empenhar
exaustivamente para reaprender que o essencial no est no acmulo

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de riquezas, mas sim no desfrutar das coisas simples e belas com que
a natureza nos brinda. O ser humano em geral atinge esse estado de
sabedoria e conhecimento na velhice, quando ento poderia contribuir
guiando os jovens. No Oriente os velhos so acatados com seriedade e
respeito; no Ocidente acontece justamente o oposto: os velhos so
desconsiderados e raramente ouvidos, perdendo-se com isso um
potencial de conhecimento e experincia valioso.

Carta 26 - 10 de Ouros / Livro

10 de Ouros: indica a concretizao de um feito ou


de uma obra que tem a nossa marca; tambm a
fortuna acumulada ao longo do tempo e que poder
ser transmitida, o que traz muita satisfao, segurana
e a conscincia de que realizamos algo permanente,
que poder ser legado aos nossos descendentes. Em
termos prticos, a herana que vamos deixar para as
geraes futuras. Essa herana pode se traduzir em bens,
propriedades, empresas, obras de arte, um livro ou nossa participao
em programas sociais e filantrpicos. A carta enfatiza a importncia
do lar, da reunio e da harmonia familiar; bem como os conselhos
valiosos de pessoas mais velhas e experientes que podero ser de
grande valia para o nosso desenvolvimento. Indica a riqueza, o
patrimnio, a segurana familiar, o sucesso social ou artstico, a
tradio, o poder, a boa reputao. A vida sexual convencional,
caseira e por obrigao; ou pode haver tambm potncia ou exagero.
Livro: indica o esforo intelectual, o trabalho e os estudos. Enfatiza
a necessidade de aprimoramento intelectual para que o crescimento e
o sucesso profissional se materializem. Prenuncia a possibilidade de
ampliar a conscincia pessoal, desbravar novos horizontes, desvendar
mistrios e adquirir sabedoria. Simboliza a soma dos conhecimentos
obtida numa existncia que, quando aplicada de forma eficiente e
eficaz, pode gerar sucesso, respeito e prosperidade. Alegoricamente o
livro , sobretudo, o smbolo do Universo. Se o Universo um livro, o

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livro a Revelao e, portanto, por extenso, a manifestao. O Liber


Mundi a Mensagem Divina: o arqutipo do qual os diversos livros
revelados no passam de especificaes, tradues em linguagem
inteligvel. Quanto forma, simbolicamente, um livro fechado
significa matria virgem, conservando o seu segredo; quando aberto, a
matria est fecundada, o seu contedo tomado por quem o
investiga.

Reflexo: Estamos diante do trabalho realizado, da obra pronta: o


grande sonho de todos ns, mortais. Neste estgio, embora a riqueza e
prosperidade materiais tenham sido efetivamente alcanadas, elas j
no so to fundamentais; o que realmente conta o valor altamente
sutil, difcil de ser expresso, que traduzirei pela expresso deixar
marca. a esperana de que a obra o trabalho realizado, o esforo
feito permanea e seja transmitida s geraes futuras. Sob muitos
aspectos, este o significado mais profundo do processo de
manifestao da ideia atravs da forma, uma vez que a vida individual
transitria e ningum vive para sempre. Da resulta a satisfao
profunda quando nos damos conta de que construmos algo duradouro
para o mundo que vir depois, de que nossa existncia no passou em
brancas nuvens, mesmo tendo conscincia de que, no incio, ramos
movidos pela ambio material. Assim sendo, a camada aparente de
materialismo e ambio, associada aos empreendimentos concretos,
contm no ntimo a profunda necessidade de cada ser humano de
oferecer algo de si vida como sinal indelvel de sua passagem pelo
mundo. Se pararmos para meditar, todo ser humano, consciente ou
no deste fato, acaba deixando sua marca. Sua obra grandiosa,
simples ou medocre fica e testemunha sua passagem por este plano.
Logo, a nica diferena est no grau ou intensidade do uso de seu
potencial criativo, de como soube usar as oportunidades que a vida lhe
ofereceu e do esforo e dedicao dispensados realizao de sua
obra. A Histria rica de exemplos: figuras como Moiss, Jesus,
Judas, Michelangelo, Shakespeare, Catarina de Mdicis, Mozart,
Helen Keller, Freud, Gandhi, Hitler, Blavatsky, Jung, Rasputin, Oscar

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Wilde, Luther King, Napoleo e Joana DArc deixaram sua marca. Se


para o bem ou para o mal pouco importa, pois esse estgio no
comporta mais julgamentos, nem mesmo dos aspectos pessoais
vivenciados por esses seres humanos bbados ou sbrios; negros ou
brancos; puros ou devassos; hetero ou homossexuais; loucos ou
santos; rebeldes ou pacficos; analfabetos ou letrados s o legado de
seus feitos conta. Como mencionado anteriormente, as pessoas
comuns que nos cercam tambm deixam suas marcas para as geraes
futuras: o av, imigrante, que construiu seu pequeno imprio; o pai,
simples pedreiro, que participou da construo de inmeras obras
importantes na cidade; o vizinho marinheiro, amante do mar e seus
segredos, que nos deleitava narrando suas aventuras; a tia, exmia
cozinheira, que deixou suas receitas anotadas num primoroso caderno;
o tio, contador de casos e estrias, alegria das reunies... Os exemplos
so inumerveis.

Carta 10 - Valete de Ouros / Foice

Valete de Ouros: est relacionado,


astrologicamente, ao signo de Virgem e dimenso
mutvel, laboriosa e verstil do elemento Terra.
Representa a personalidade que simples o bastante
para se relacionar com as formas mais humildes da
vida, no se esfora para tentar compreender
conceitos que esto alm de sua capacidade, e est
sempre pronta a aprender acerca das inmeras faces
da natureza. O Valete de Ouros ama a vida ao ar
livre, os campos e animais. Em geral, no tem glamour ou seduo,
sentindo-se muito feliz com realizaes simples e rotineiras. Suas
aes podem ser lentas, mas firmes e bem planejadas; sua dificuldade
em expressar emoes pode parecer insensibilidade aos que lhe so
prximos. A carta prenuncia que devemos estar aptos a aceitar com
serenidade, firmeza e dedicao quaisquer tarefas rotineiras. Indica
eficincia, crtica, anlise, esforo, tradio, falta de ambio, devoo

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aos deveres, praticidade e seriedade. A manifestao sexual


competente e sensual, porm repetitiva e rotineira.
Foice: anuncia transformao, em geral precedida de uma situao
difcil e delicada, onde um corte brusco, um rompimento ou uma
perda se faz necessria para que haja um crescimento. As perdas de
status e as separaes afetivas so em geral dolorosas; somos forados
a abrir mo de algo muito importante para ns. o indcio do fim de
um sofrimento ou um prejuzo, ou ainda de que algo em nossa vida
est passando por um processo de transformao, reavaliao ou
reformulao, necessrio nossa evoluo pessoal. A foice, em
virtude de seu formato, frequentemente relacionada com a lua
crescente em geral, as armas recurvas so associadas ao simbolismo
lunar, ao feminino e fecundidade. Simboliza o ciclo das searas que
se renovam; a morte e a esperana do renascimento. Como tal, um
smbolo claramente bipolar: significa a morte e a colheita. Mas a
colheita s obtida quando se corta a haste que liga, como um cordo
umbilical, o gro terra nutriz. A colheita a condenao do gro
morte, quer como alimento, quer como semente, mas , ao mesmo
tempo, o prenncio de uma nova vida em outro patamar.

Reflexo: A rotina diria e os trabalhos repetitivos fazem parte da


nossa existncia e devemos encar-los com serenidade, firmeza e
diligncia. Contudo, a vida no s trabalho e rotina. Visando um
crescimento harmonioso, devemos diversificar ao mximo nossas
atividades, aceitar novos desafios e ampliar nossos horizontes. A
rotina gera, para muitas pessoas, uma falsa sensao de segurana e
estabilidade, tornando-as medrosas, fechadas e excessivamente
crticas ante as oportunidades que a vida coloca em seu caminho. So
estas pessoas, geralmente, as que mais sofrem quando ocorrem
transformaes e mudanas repentinas em sua vida. No podemos
esquecer que, neste plano de existncia, s uma coisa imutvel: a
mudana. Nada eterno e os processos cclicos fazem parte intrnseca
da Natureza. Por incrvel que parea, as transformaes so sempre
benficas. O processo de mudana no fcil, exigindo esforo,

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tempo, pacincia, muita perseverana e disposio para abrir mo de


coisas, posies ou pessoas que nos so caras. A impermanncia no
fcil de aceitar! A matria sugere que as coisas so, quando na
verdade, tudo apenas est. Existe a impermanncia grosseira, que se
reflete na destruio de um objeto, na perda de um posto ou na morte
de um ser esta ltima sendo a mais facilmente perceptvel, porm a
mais difcil de ser assimilada. Mas existe a impermanncia sutil, s
perceptvel aos olhos da alma, que culmina nas enormes
transformaes que parecem ocorrer de um dia para o outro.
Mudamos o tempo todo e disso no nos damos conta. A cada dia nos
renovamos: milhares de clulas morrem, dando lugar a novas.
Separaes, doenas, acidentes e mortes no acontecem por acaso: so
agentes da Sincronicidade e nos colocam frente a frente com os
processos de crise. Uma crise alerta para o fato de que algo, em ns,
pode ser aprimorado, sendo cada desafio um convite transformao.
Economicamente, a crise indica apenas um ponto de transio entre
uma poca de prosperidade e outra de depresso ou vice-versa. A
palavra crise, sem o s, resulta em crie apelando para a inovao,
convocando-nos a sair da inrcia, a abandonar o script de vtima ou
mrtir e assumir o papel de lder, de guerreiro vitorioso. A
transformao um exerccio contnuo de desapego e flexibilidade
que nos conduz ao crescimento.

Carta 22 - Rainha de Ouros / Caminhos

Rainha de Ouros: est relacionada,


astrologicamente, ao signo de Touro e dimenso
sensual, receptiva e estvel do elemento Terra. a
sensualidade do corpo, e isso no representa
simplesmente o desejo pela satisfao fsica, mas a
fora primordial que contm poder e dignidade. A
carta um alerta para nos submetermos fora do
instinto e reconhecermos que at mesmo a mente mais
elevada e a espiritualidade mais pura esto contidas num corpo fsico.

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Ela a imagem da autoestima, incitando-nos a cuidar do corpo, a


aprender mais a respeito da prpria sensualidade e a dar importncia
aos prazeres que preservam e enriquecem a vida. Somos chamados a
observar a natureza, a manter e preservar seus recursos, estabelecendo
condies de vida segura e estvel, administrando e economizando
dinheiro e esforo. Seus desejos e ambies so de ordem prtica:
trabalhadora e domstica. Possui uma natureza afvel e generosa,
sempre pronta a perdoar. Gosta dos prazeres materiais, amando o luxo
e o conforto, e dependendo mais da intuio do que de sua capacidade
intelectual. Indica prazer, abundncia, organizao, renovao e
florescimento. A expresso sexual sensual, experiente, capaz ou
promscua; em seu aspecto negativo e extremo, a prostituio.
Caminhos: representa o Livre Arbtrio. Essa imagem, se por um
lado nos d a certeza de que h sempre uma sada para tudo na vida,
por outro coloca em nossas mos a deciso e a responsabilidade de
escolher entre de continuarmos na rota conhecida ou nos
aventurarmos por um novo atalho. Revela fora de vontade e
persistncia diante dos obstculos, indica a possibilidade de
mudanas, de explorao de novos territrios. Prenuncia um momento
propcio para diversificar e descobrir coisas novas. Simbolicamente,
chama-nos a ateno para a necessidade de trilharmos o caminho real
ou via reta que se traduz na ascenso da alma. O caminho real a rota
direta, sem desvio, que leva capital do reino, lugar onde reside o rei.
Flon de Alexandria escreve: Entremos na estrada real, ns que
achamos que preciso abandonar as coisas da terra. Aquele que viajar
pela estrada real no sentir fadiga, at seu encontro com o rei.

Reflexo: A perda do contato ntimo com a natureza provocou


inmeras modificaes no comportamento humano. Vivemos uma
vida artificial, totalmente desvinculada dos ritmos e ciclos naturais,
no sentindo mais o prazer puro de usufruir das coisas simples que a
vida nos oferece, como por exemplo contemplar uma bela paisagem,
um pr de sol, o mar, a beleza de uma flor. Estamos sempre
preocupados com o futuro, o trabalho, a famlia, a nossa segurana, e

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deixamos de viver e gozar o presente. Nossa existncia governada


por um sem-nmero de regras, deveres e obrigaes, que jamais
questionamos conscientemente, e que nos impelem a consumir,
acumular, aguardar, seguir padres ou modas determinadas, a reprimir
ou adequar nossas necessidades sensuais. A expresso autntica da
nossa sexualidade a que mais padece com esse fato. O homem
moderno, urbano, deixa o melhor de si no trabalho, no transporte e na
preocupao. O ato sexual geralmente praticado mecanicamente: o
homem, em geral, adota sempre o mesmo movimento tpico,
acelerado, pois esta a melhor maneira de chegar ao fim em tempo
recorde, submetendo a sua parceira, com seus gestos e prticas, a uma
agresso. Depois da descarga pois isto no orgasmo cai de lado
meio morto, e ela, quando ainda tem alguma sensibilidade, se sente
s, abandonada, usada e culpada no pelo que fez, mas pelo modo
como foi tratada. A rapidez do desempenho e o perder a cabea
sugerem fortemente que nossa excitao sexual , na verdade, uma
irritao ou uma superexcitao definitivamente antinatural. No raro,
os parceiros saem meio esfolados da luta. Para fazer realmente amor
preciso muita paz, lazer e lugar adequado. O primeiro passo na
conquista do prazer est em fazer tudo muito devagar e com plena
conscincia do que se est fazendo; o segundo passo, o segredo do
muito prazer ou do bom prazer, est na variao: ser preciso aprender
a variar a cada poucos segundos e a variar interminavelmente. S
assim o prazer se faz infinito. O bom orgasmo suave, demorado e
derretido, ao invs de ser agitado, rpido, agressivo e explosivo.
incrvel observar que mesmo em frias ou nas poucas horas que
dedicamos ao lazer indo a um restaurante, teatro, cinema, clube
ns no conseguimos desligar e gozar esses momentos livres de
preocupao. Hoje, mais do que nunca, a palavra desligar
adequada. Por exemplo, em relao epidemia do celular, que no
para de tocar mesmo durante a encenao de uma pea de
Shakespeare. Seu proprietrio incapaz de deslig-lo por pura
necessidade de ostentar status e poder. Em 99% dos casos, e isso j foi
estatisticamente comprovado, a mensagem recebida poderia ser

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transmitida em qualquer outro momento, sem prejuzo algum para as


partes envolvidas. sempre oportuno analisar como estamos usando o
nosso Livre Arbtrio e nossa capacidade de escolha, pois, afinal no
estamos ss no mundo. A possessividade e o apego excessivo s
geram problemas e desequilbrios. Periodicamente precisamos parar e
fazer uma limpeza geral em nossa vida: das gavetas aos sentimentos,
dos armrios aos relacionamentos, de lugares aos sistemas de crenas.
Na medida em que eliminamos de nossa vida o suprfluo e os
acmulos, abriremos espao para o novo. Pais se apegam aos
filhos/filhas, e estes ficam atados aos pais, embora todos possuam
total autonomia e meios de sobrevivncia. Quantas pessoas ns
conhecemos que deixam de criar seu prprio espao, ou no se
relacionam com ningum por temerem mudanas de rumo ou
explorao de novos caminhos. Simplesmente se acomodam, temendo
viver um amor sensual, amadurecido e rico de novas experincias, que
poderia libert-los e ampliar seus horizontes. O apego fruto da
ignorncia e a causa de muito sofrimento. Para trilhar o caminho real
necessitamos de serenidade. E no temos serenidade porque h
sempre alguns fatores presentes em nosso comportamento: a
impacincia nervosa, a pressa instintiva e a inconstncia. Isto equivale
a dizer que o ser humano, ainda no esclarecido por sua conscincia
espiritual quanto aos valores reais ou relativos, permite que sua mente
racional apoie os desejos instintivos de seu ser inferior, cujas
exigncias anrquicas criam redemoinhos tumultuosos de pressa,
impacincia e caprichos incoerentes. Ao sofrer estes impulsos,
assemelhamo-nos a certos tipos de animais. O co treme de
impacincia diante do osso cobiado. A agitao da mosca termina
por lan-la na armadilha montada pela aranha. A pressa a
preocupao gerada pelo dever social.
Comportamo-nos como a formiga, que sempre tem algo a fazer e
sabe a direo do objetivo que precisa atingir, mas, quando encontra
um obstculo, precipita-se em voltas desnecessrias, sem descobrir
uma maneira de contorn-lo. J por outro lado alguns animais do-nos
uma lio de maestria, como o caso do gato, cuja sabedoria um

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modelo, pois rene a mais elevada paixo mais calma indiferena.


Sua imobilidade denuncia seu impulso, sempre exato; a fora de sua
coluna quando salta proporcional ao relaxamento de seu repouso;
quando dorme, adquire o abandono do recm-nascido, enquanto seu
instinto encontra-se sempre vigilante; a flexibilidade sem resistncia
permite que saia inclume de qualquer queda. Caa sem dio e brinca
pelo prazer de brincar; est constantemente pronto para atacar sem
animosidade ou se defender sem apreenso; vencedor indiferente,
jamais vencido. A serenidade fruto da independncia, e esta, por
sua vez, nasce do exerccio do Livre Arbtrio. No se trata de
indiferena, mas sim de neutralidade diante de uma impresso
recebida do exterior bela ou feia; boa ou m; alegre ou triste;
agradvel ou penosa... Uma coisa discernir as qualidades, outra
permitir que elas nos afetem e dominem. A paz e harmonia que
buscamos jamais sero alcanadas pela supresso das foras
conflitantes, mas sim por sua conciliao no interesse do bem comum.

Carta 34 - Rei de Ouros / Peixes

Rei de Ouros: est relacionado, astrologicamente,


ao signo de Capricrnio e dimenso ativa e
dinmica do elemento Terra. Representa a ambio
humana, nossa necessidade de sucesso, status elevado
e realizao material. Simboliza tambm nosso
desejo de poder e de segurana material, e o orgulho
que sentimos por tudo aquilo que conseguimos obter.
Essa ambio a marca do esprito dinmico,
daquele que no se contenta apenas com o conforto,
mas precisa enfrentar grandes desafios. O sucesso material no
depende exclusivamente do trabalho ou da inteligncia do indivduo,
mas principalmente da capacidade de reconhecer e compreender o
comportamento e as carncias do ser humano, sabendo explor-los de
forma honesta, consciente e sensata. Em algumas fases corremos o
risco de desprezar esses parmetros, corrompendo-nos e perdendo

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todo o senso de medida, ou seja, tornando-nos escravos de nossa


prpria cobia. O Rei de Ouros representa a praticidade. Ele
esforado, paciente e metdico em suas deliberaes; em geral utiliza
abordagens tradicionais na soluo de problemas. Suas reaes so
instintivas e pode ter dificuldade em expressar-se. extremamente
devotado aos que ama e dificilmente se zanga, mas no perdoa
queles que o ofendem. Indica o prestgio, as empresas, a alta
sociedade, a fortuna, o roubo, a traio, a corrupo e o abuso de
poder. A expresso sexual marcada pela potncia, maestria,
perverso, e pela virilidade ou pela impotncia definitiva.
Peixes: indica riqueza e sorte na medida em que estejamos atentos e
preparados para agarrar as boas oportunidades que surgem em nossa
vida. A carta est relacionada s coisas concretas: bens materiais,
negcios e dinheiro. Prenuncia a possibilidade de lucro em novos
empreendimentos, ou que o esforo e o empenho em nossas atividades
profissionais sero recompensados. O peixe smbolo de vida e
fecundidade, em funo de sua prodigiosa faculdade de reproduo e
abundncia de suas ovas. Na China, o peixe um smbolo de sorte.
Por fim, como ele vive na gua, v-se nele uma aluso ao batismo: o
cristo nascido da gua batismal comparvel a um peixinho,
imagem do prprio Cristo. O peixe inspirou rica iconografia entre os
artistas cristos: se ele carrega uma nau sobre o dorso, simboliza o
Cristo e a sua Igreja; se carrega uma cesta de po ou ele prprio se
encontra sobre o prato, representa a Eucaristia; nas catacumbas
romanas, ele a imagem do Cristo. Consequentemente, o peixe
smbolo do nascimento, da regenerao, da sabedoria e da
prosperidade.

Reflexo: o momento de examinarmos o que significa, para ns,


a prosperidade; como encaramos as questes relativas a ambio,
status, poder e dinheiro. Essas energias e motivaes so altamente
benficas quando utilizadas na justa medida. Prosperidade significa
ter sucesso em tudo na vida, e para obt-la basta que nos
harmonizemos com ela. O primeiro passo no sentido da harmonizao

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consiste em examinar nosso sistema de crenas e, para tanto, dois


conceitos bsicos necessitam ser claramente definidos. O primeiro
deles a Riqueza, que deve ser entendida em seu aspecto mais
abrangente, no apenas como dinheiro e bens materiais, mas
principalmente como a capacidade de usarmos todo nosso potencial,
criatividade, amor, liberdade de pensar e viver. O segundo conceito,
seu oposto, a Pobreza, que se traduz no apenas pela escassez de
bens, mas principalmente pelo egosmo, inveja, rancor, mesquinhez,
avareza, falta de inteligncia e de caridade. Logo, a diferena entre um
pobre e um rico reside basicamente na maneira de pensar e agir. Rico
aquele que usa toda a sua inteligncia e capacidade, aproveitando
todas as oportunidades que cruzam o seu caminho; pobre aquele
que, por preguia e inrcia, deixa as oportunidades passarem,
esperando que tudo caia do cu. Pobre aquele que est fora do ritmo
da natureza. Deus prspero, incomensuravelmente rico, como atesta
Seu reflexo: a Natureza que nos cerca. No judasmo, a pobreza
considerada um drama sem paralelos. Em xodus Rab (31:14)
encontramos: No h nada pior no Universo do que a pobreza. Ela
o mais terrvel dos sofrimentos. Uma pessoa oprimida pela pobreza
como algum que tem sobre seus ombros o peso de todos os
sofrimentos deste mundo. Se todas as dores e sofrimentos deste
mundo fossem colocados num lado de uma balana e a pobreza do
outro, ela penderia para o lado da pobreza. Precisamos urgentemente,
se quisermos realmente prosperar, abandonar toda crena sobre
limitao, falta e pecado, principalmente o preconceito de que o
dinheiro sujo e perigoso, de que o mal e no nos traz felicidade. O
dinheiro uma energia altamente conveniente, til, prtica,
organizadora das trocas sociais, gil em promover o processo de
circulao das riquezas e, principalmente, a resposta ou retorno do
trabalho realizado. O mal no est no dinheiro em si ele no traz
felicidade ou infelicidade , mas no uso inadequado dele. Ser pobre
no espiritual, no faz ningum melhor; pelo contrrio, isto sim o
pecado. uma advertncia de que no estamos em harmonia com a
natureza, que deixamos de fluir, estando estagnados; de que no

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estamos usando de forma inteligente e sensata os dons amorosamente


concedidos por Deus. A pobreza, material e moral, a geradora de
todos os desequilbrios, da criminalidade e de toda sorte de energias e
motivaes negativas, como o rancor, a inveja, a limitao e o
ressentimento. O Talmud Bavli, B.K.30A nos ensina: Aquele que
queira viver em santidade, que viva de acordo com as verdadeiras leis
do comrcio e das finanas. Infelizmente, a economia atual
fundamenta-se na falta e na misria, sendo orientada para a
explorao. A crena materialista, base dessa prtica, a de que o
universo no tem condies de prover a todos e que a misria
natural, parte da condio humana. Esse enfoque precisa ser
totalmente eliminado para dar lugar a uma economia baseada na
abundncia e orientada para a participao e o compartilhamento.
Quando nos libertarmos de todo comportamento egosta e passarmos a
nos relacionar harmoniosamente, visando a prosperidade global,
novos conceitos de produtividade e lucro surgiro, contemplando
tanto os aspectos materiais como os espirituais da existncia humana.

Consideraes Finais Teoria


Procurei com esta pesquisa esclarecer e ampliar os significados
adivinhatrios e simblicos de cada carta, ciente desde o incio de que
no conseguiria esgot-los, por estarmos nos conectando com imagens
arquetpicas. Com base nesse pressuposto, convido e desafio todo
aquele que vier a estudar e utilizar este Orculo a continuar esta
pesquisa, ampliando-a e enriquecendo-a.
Todo Orculo composto por uma srie de imagens que descrevem
o momento em que o indivduo o est consultando a respeito de algum
assunto ou situao que tem em mente. Os gregos tm a palavra
Kairos, para significar o momento oportuno ou certo, e que
descreve a ideia de que cada momento no tempo possui caractersticas
e qualidades nicas e peculiares.
Precisamos nos libertar do conceito ocidental de tempo para poder
compreender aquilo que as cartas realmente dizem. O tempo tem que

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

ser visto em termos de qualidade, e no de quantidade. Um momento


algo vivo, possui sua prpria identidade e seu prprio significado. A
vida possui um encadeamento lgico, oculto, de tal forma que todos
os nveis, animados ou inanimados, conscientes ou inconscientes,
internos ou externos, fazem parte, na realidade, de um Todo Maior.
Consequentemente, a vida ir refletir em todos os nveis as mesmas
qualidades, numa frao de tempo. O Agora o que importa, pois
este momento no apenas tem suas qualidades particulares, como
tambm tem o seu passado e o seu futuro.
Assim, o momento considerado um perodo de tempo que
inclui:

1. o passado: com as escolhas, motivos e vivncias que conduziram


at ele;
2. o presente: quando estamos consultando o orculo;
3. o futuro: apenas a concluso natural das energias em ao no
presente.

As cartas no descrevem fatos concretos de forma predestinada. Ao


contrrio, ilustram as influncias, as oportunidades, os motivos
ocultos e as possibilidades, muitos dos quais podero, inclusive, no
se cristalizar em fatos ou pessoas. Conscientes disso, devemos
examinar esses aspectos tentando compreend-los e trabalhar
criativamente com eles.
Quando conseguimos compreender e processar adequadamente as
motivaes do momento, podemos direcionar e afetar com lucidez
aumentada o futuro que se insinua. No somos meros executores e sim
determinadores, e nesse sentido criamos nosso destino, ou melhor, o
que destinamos para o nosso futuro. O que semeamos hoje ser
colhido amanh.
Uma vez completado o estudo dos fundamentos tericos deste
Orculo, faz-se necessrio coloc-los em prtica pois s esta poder
realmente sedimentar os conhecimentos obtidos.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

A prxima seo deste livro procurar trabalhar esse aspecto em


profundidade, sem se descuidar de informar paralelamente os
importantes aspectos ticos e morais envolvidos no processo.
Nunca demais repetir: uma postura tica, digna e honesta
fundamental tanto para a assimilao dos aspectos tericos como
prticos de qualquer rea do Conhecimento. Este sofisticado Orculo,
o Baralho Petit Lenormand, no foge regra. No tenha pressa!
Estude diligentemente e no se deixe guiar pela quantidade. Paute
todo seu esforo na busca da qualidade.

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Parte 2 - Prtica

Se o indivduo errado utilizar o mtodo certo,


o mtodo certo operar errado

Este provrbio da sabedoria chinesa, ope-se da maneira mais


brutal f que professamos no mtodo certo, sem levar em conta o
indivduo que o utiliza. Neste campo, tudo depende da realidade do
indivduo que o utiliza, e pouco ou nada do mtodo.
C. G. Jung

Consideraes Gerais
Consultar um orculo para si prprio ou para outra pessoa exige
responsabilidade, maturidade, receptividade, respeito e humildade.
Isto tudo, logicamente, aliado a um profundo conhecimento dos
aspectos tcnicos, estruturais e simblicos do orculo que estiver
sendo utilizado. O caminho para a assimilao desta tcnica um s:
muito estudo, pesquisa, dedicao e tempo. Todo principiante nesta
rea necessita de um a dois anos, no mnimo, de prtica constante de
leitura em favor de amigos/parentes, para se sentir realmente seguro,
apto e centrado.
Honrando a tradio e os princpios ticos que me foram conferidos
e que, carinhosamente, passarei a transmitir a voc, fao um alerta
muito importante:
Nunca use este Orculo de forma leviana ou vulgar. Claramente
falando: em feiras, bazares, quiosques, festinhas, tendinhas, etc. Se
voc ousar faz-lo, a opo sua; faa-o por sua conta e risco e
assuma as consequncias!

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Meu desejo sincero, ao fazer este alerta, que voc tenha sempre
uma existncia feliz, iluminada, prspera e espiritualmente abenoada:
fruto de um trabalho digno e honesto.
Os Suportes Materiais
semelhana de muitos jogos sagrados e seculares, as cartas
devem ser jogadas sobre um Campo: tradicionalmente, uma toalha
que dever ser adquirida ou confeccionada para essa finalidade. A
escolha da cor e do tipo de tecido livre. Pessoalmente, optei por uma
toalha de veludo verde.
Simbolicamente, o Campo representa o mundo que est sempre em
mutao: vindo a ser e extinguindo-se. Aconselha-se tambm a
compra ou a confeco de um pequeno leno ou saquinho (na cor de
sua predileo) para acondicionar as cartas em geral, descarta-se a
embalagem original. Uma sugesto prtica: as lojas e livrarias
esotricas em geral comercializam um kit completo toalha,
saquinho, sacola nas mais variadas cores, formas e estilos.

O Baralho: Cuidado e Conservao das Lminas


Devemos sempre utilizar um baralho em perfeitas condies
limpo, sem marcas ou dobras. Trata-se de uma questo de respeito ao
consulente, a ns mesmos e, principalmente, ao prprio Orculo.
Cuide bem de suas cartas e, ao perceber desgaste, procure adquirir um
novo conjunto. As velhas cartas devero ser respeitosamente
queimadas uma a uma e suas cinzas devolvidas natureza.

Formulao da Questo
Antes de abordarmos os mtodos de leitura ou jogos, devemos
considerar um aspecto muito importante: como formular a Questo.
Explico: os orculos no respondem a perguntas trata-se de uma
sutileza e de uma postura respeitosa que tentarei esclarecer.
Por definio, uma questo apropriada qualquer coisa que
possibilite relacionar a oportunidade e a ao correta.
Assim, sempre que buscamos uma orientao de qualquer natureza
sobre algo que nos preocupa terminar/iniciar um relacionamento,

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

efetuar ou no uma mudana de emprego, comprar/vender um


imvel, essencial transformarmos estas perguntas em questes:

Devo terminar meu relacionamento?


A Questo meu relacionamento.
Devo aceitar o novo emprego?
A Questo o novo emprego.
Devo comprar o apartamento?
A Questo a compra do apartamento.

Ou seja, a Questo usada de preferncia Pergunta. Esta pequena


diferena crucial. Se fizermos uma pergunta e o Orculo fornecer
uma resposta, nosso papel ser de passividade, e o resultado prtico
obtido, na maioria das vezes, ser inadequado. Ao contrrio, quando
apresentarmos uma Questo e o Orculo comentar a respeito, isto
permitir extrair e estabelecer nossa prpria resposta, determinando
por nossa livre escolha qual ser a ao correta.
Um alerta importante: as questes devero estar sempre direta e
intimamente relacionadas ao consulente, nunca a terceiros. Voc,
como interprete do Orculo, dever ser muito criterioso e usar o bom
senso ao fazer essa seleo. Informe ao consulente que o corte das
cartas significa a permisso de leitura no havendo corte, no
haver leitura.
Nunca demais repetir que vedado ao profissional abrir o jogo
para uma pessoa ausente, sem a devida autorizao da mesma. Tentar
obter informaes sobre pessoas que no lhe deram permisso de
leitura constitui invaso de privacidade e, o que pior, uma prtica
espiritualmente danosa.
As nicas excees admissveis so as questes relativas ao
cnjuge, filhos, irmos e progenitores, ou seja, pessoas intimamente
ligadas ao consulente. Mas, mesmo nesses casos, devemos tomar
cuidados: essas pessoas no esto ali presentes; logo, a orientao
dever ser simples e genrica, visando apenas acalmar a ansiedade do

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

consulente. Na elaborao da questo desse tipo de consulente,


devemos incluir e responsabilizar, de alguma maneira, a figura do
consulente presente.
Exemplo: meu irmo est desempregado; estou muito
preocupada, deve transformar-se na questo: minha preocupao
com a vida profissional de meu irmo.
Toda e qualquer especulao sobre a vida ntima de terceiros
dever ser enfaticamente negada, voc tem o direito e a
responsabilidade de faz-lo.
Uma ltima justificativa de carter eminentemente prtico: nesta
atividade profissional bastante comum voc vir a ter como
consulentes membros de uma mesma famlia um dia voc atende a
esposa, outro dia o marido, depois uma irm de algum deles, etc.
Imagine a confuso que voc poder criar se, a cada sesso, se puser a
tecer consideraes sobre essas pessoas!
O sigilo, a confiana, o respeito e a retido de carter so fatores
imprescindveis neste trabalho.
Todo Orculo previne, alerta ou aconselha, mas quem decide a
pessoa envolvida. O Orculo no tem poder algum sobre o ser
humano no que tange completa e exclusiva responsabilidade deste
sobre seu prprio destino. O Orculo no decide destinos, mas
provoca o consulente para que se comprometa com a Questo presente
a ponto de tomar decises sensatas durante os momentos crticos da
sua vida. De maneira semelhante ao processo de psicanlise, um
Orculo no se presta a adivinhar ou prever o futuro como,
infelizmente, popularmente e erroneamente encarado mas um
recurso para compreender cada vez mais e melhor o momento
presente.
Quando consultamos um Orculo estamos procurando, no fundo,
conhecer mais sobre ns mesmos. No est nas cartas, mas em ns
mesmos, a responsabilidade sobre cada uma de nossas atitudes,
inclusive a sensao de culpa ou de perdas que tais atitudes possam
acarretar.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Exerccio para Principiantes

Toda manh, prepare o local criando o Campo de Jogada


(colocando a toalha sobre uma mesa), e respeitosamente, embaralhe
suas cartas. Coloque o baralho sobre o Campo. Corte o baralho
(formando dois montes) mentalizando a seguinte questo: o que devo
aprender hoje? Desfaa o corte, reagrupando as cartas num s monte.
A seguir, espalhe as cartas sobre o Campo em forma de leque. Retire
uma carta apenas e coloque-a no centro do seu Campo.

Olhe atentamente para a carta, examine todos os detalhes, medite a


respeito e, se possvel, leia seu significado e simbolismo neste livro.
Ao realizar essa prtica, evite a ansiedade, no procure interpretar o
lado positivo ou negativo da carta apenas medite, olhe, examine e
anote. noite, antes de dormir, reveja a carta e analise seu dia. Veja
se houve algum fato ou sentimento que se relacione mensagem
obtida. Se voc notar que uma dada carta sempre retirada, ou seja, se
repete, isso um excelente sinal de alerta: indica que voc est
precisando urgentemente trabalhar esse trao de personalidade ou
reavaliar seu comportamento.
Esta prtica extremamente til para os principiantes que ainda no
dominam perfeitamente os significados simblicos de cada lmina e
que sonham um dia abraar a dura e difcil misso de aconselhar seu
semelhante.
tambm um exerccio muito eficaz e gratificante. Alm de ajud-
lo a viver-focar seu cotidiano de uma forma mais consciente e
harmoniosa, ajudando-o a se conhecer melhor, ele proporcionar, de
uma forma prtica e efetiva, o aprimoramento do conhecimento

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

simblico de cada lmina. Essa vivncia e esse conhecimento voc


poder utilizar nas leituras e aconselhamento que vier a realizar em
favor de amigos/parentes e, quem sabe, no futuro, de clientes, quando
estiver realmente seguro e centrado. Convm deixar claro, entretanto,
que essa segurana somente aparece aps um ou dois anos de prtica e
estudos constantes.

Consulta Pessoal ao Orculo


Sempre que necessitar uma orientao, voc pode e deve consult-
lo de forma sria e respeitosa. No o utilize para obter respostas pr-
concebidas se a resposta j existe, no consulte o orculo
futilmente. Se estiver sob forte estresse no aconselhvel consult-
lo.
Uma questo que normalmente surge a da frequncia das
consultas pessoais. Para simples perguntas aconselha-se, no mximo,
uma consulta por semana; se for utilizado um mtodo de tiragem
completa, como a Mandala Astrolgica, esta s poder ser repetida
aps seis meses.
Muitas pessoas passam sua existncia tirando cartas, ao invs de
viver e enfrentar os desafios. Quando esto diante de uma situao
difcil ou incmoda, passam a manusear o Orculo freneticamente at
que aparea uma carta ruim que lhes fornea uma justificativa para
adiarem suas decises. Esta prtica, alm de altamente perniciosa para
o indivduo, constitui desrespeito ao Orculo. Supor que este poder
resolver todos os seus problemas, num passe de mgica, constitui
atitude imatura, infantil e altamente comodista. Logo, nunca demais
ressaltar que o Baralho Petit Lenormand, ou qualquer outro orculo,
no pode prever o futuro fixo e determinado, fornecer respostas
concretas, nem resolver os problemas por voc.

Profisso: Esotrico
Sei, por experincia prpria, que muitos de vocs que esto
estudando este livro almejam se profissionalizar na rea. Para
enriquecer essa importante e desafiante questo, resolvi compartilhar

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

com vocs um artigo do jornalista e escritor Lus Pellegrini. Tomei a


liberdade de adaptar e reproduzir tal artigo, pois a orientao que ele
oferece, de forma sbia e prtica, foi e continua sendo extremamente
til para mim, nesta minha jornada em busca da excelncia
profissional. A reflexo que o autor faz, com tanta maestria,
certamente ser muito til tambm para vocs:

Quando sentem necessidade de mudar de vida, algumas pessoas


querem se profissionalizar como especialistas em alguma arte
esotrica. Eu no acho essa opo muito conveniente. Ela implica uma
srie de riscos graves e no representa, necessariamente, nenhum
trampolim dourado para a verdadeira experincia espiritual. Sou
contra a completa entrega da prpria vida s profisses esotricas. Em
primeiro lugar, porque as questes esotricas, embora importantes,
no so tudo na vida. Elas constituem apenas uma parte da vida, e em
geral no a parte mais importante. A ttulo de exemplo, afirmo desde
j, com toda a convico, que no existe nenhuma experincia mais
importante para o crescimento espiritual do que a vivncia pura e
simples de um amor verdadeiro. E abaixo das alturas de Eros, h
muitas outras coisas que, dependendo da sua qualidade, tambm
importam mais para o esprito do que qualquer esoterismo. Entre essas
coisas posso citar a alegria, o contentamento, a confiana em si
mesmo e na vida, a f no destino maior do ser humano, a sabedoria, a
humildade, a compaixo, e at mesmo o exerccio legtimo dos
sentidos.
Mas, podero dizer alguns, as prticas esotricas existem para
facilitar a conquista de todas essas coisas, no mesmo? verdade.
Na teoria. Porque, na prtica, nem sempre o instrumental esotrico
utilizado nesses termos. Esclareamos: todo esse elenco de coisas
preciosas que constituem, cada uma delas, degraus fundamentais na
escalada da conscincia espiritual, no pode ser por ns conquistado
de fora para dentro. Isto , como coisas ou objetos externos que
possamos agarrar e deles nos apoderar. Essas coisas so, na verdade,
atributos e funes humanas que existem internamente, pelo menos

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

em potencial, em cada um de ns, e que devem desabrochar de dentro


para fora, num trabalho pessoal de ampliao da conscincia que
exige muito esforo. um trabalho que corre em cima do binmio
liberdade/responsabilidade, e que s pode ser realizado pela prpria
pessoa interessada. Os muitos problemas e dificuldades que surgem ao
longo desse trabalho no admitem solues mgicas. Cada um deles
deve ser encarado com coragem e determinao, pela prpria pessoa
que os vive. No h possibilidade de transferir sua soluo para
outros, sejam eles pessoas encarnadas, como sacerdotes, gurus e
mestres espirituais, ou entes desencarnados, como espritos, anjos,
gnomos, orixs, etc. H uma lei fundamental da vida espiritual
segundo a qual cada um de ns , de uma maneira ou de outra,
responsvel pela prpria situao em que se encontra. Se a situao
for boa, o mrito nosso e de mais ningum; mas, se for m, a
responsabilidade tambm nossa, e s pelo nosso prprio esforo
conseguiremos sair dela. Os recursos existentes nos sistemas
esotricos que criamos com o intuito de nos ajudar podem
eventualmente nos ajudar. Mas apenas, para usar figuras analgicas,
como setas que indicam o caminho a ser seguido, como sapatos que
protegem os ps nas longas caminhadas, como roupas que abrigam do
frio e do calor, como alimentos que nos revigoram, exerccios que nos
fortalecem, companhias que arrefecem nossa solido. Nada, esotrico
ou exotrico, sagrado ou profano, nada nem ningum fora de ns pode
trilhar o caminho que para cada um de ns foi especificamente
traado.
No entanto, e este um ponto crucial, a grande maioria das pessoas
que busca ajuda nos sistemas esotricos e tambm nos sistemas
religiosos, bem como nas artes esotricas, reluta em aceitar as
evidentes limitaes desses sistemas. Templos religiosos; lugares de
culto esotrico; consultrios de tarlogos, astrlogos, runlogos,
angellogos, numerlogos, videntes, parapsiclogos; e outros centros
ligados parafernlia ocultista atualmente em voga atraem, no geral,
poucos verdadeiros buscadores de si. Ao contrrio, costumam atrair os
buscadores da varinha de condo. Aqueles que constituem legies, e

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

que insistem em recorrer aos prstimos da fada madrinha para


resolver toda sorte de problemas, sejam eles pessoais, coletivos ou do
mundo.
Vale a pena, para um profissional esotrico que pretenda ser srio,
dedicar-se completamente, em tempo integral, ao atendimento dessa
massa de garimpeiros de milagres? Tenho vrios amigos e amigas que
so profissionais esotricos srios em tempo integral. Quando lhes
fao essa pergunta, quase sempre hesitam antes de responder.
Costumam refletir dizendo que tentam sempre convencer os clientes
de que suas artes esotricas no foram feitas para servir de muletas a
quem se recusa a caminhar com as prprias pernas. No foram feitas
para adivinhar o passado ou o futuro, embora algumas delas, como a
astrologia, possam inclusive servir para isso. Foram feitas para
auxiliar na organizao da situao presente, da mesma forma que um
mapa bem feito auxilia na orientao do viajante, resguardando-o de
perder-se pelo caminho. Mas, claro, acabam reconhecendo que apenas
uns poucos entendem e aceitam as coisas por esse prisma. Os demais,
a maioria, quer mesmo que o profissional esotrico tire coelhos da
cartola. Um coelho capaz de segurar o namorado que est se
afastando; outro coelho capaz de dissolver um suposto feitio feito por
uma colega de trabalho invejosa; um outro para que finalmente se
concretize aquele negcio que vai render uma grande comisso.
A busca de solues mgicas quase sempre tem origem num
estgio ainda infantil de maturao psicolgica, e essa a
caracterstica fundamental dos legionrios da varinha de condo.
Pessoas desse tipo tm muita dificuldade em entender e assumir que a
maioria dos problemas tem origem dentro delas mesmas, e que a
soluo desses problemas deve partir delas mesmas, do seu esforo e
empenho em resolv-los. Um esforo e empenho que comea com a
aceitao do fato de que a responsabilidade nossa. Projetar a culpa
nos outros e a soluo em qualquer coisa que exista fora de ns um
objeto de poder, um sacerdote, um guru, um ritual de magia, etc.
sintoma claro de que a pessoa est um tanto fora do seu eixo. Estar
fora do seu eixo sinnimo de estar desequilibrado. At a sabedoria

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

popular sabe disso, e muito clara quando diz: Fulano est fora de
si...
Para os profissionais esotricos, atender um legionrio da varinha
de condo pode representar um desgaste tremendo. O legionrio vive
uma expectativa utpica em relao s capacidades do profissional a
quem recorre e ao poder da arte esotrica, e acredita que o acesso s
benesses da fada-madrinha um direito que lhe pertence. Tal
expectativa utpica faz-lhe perder a noo de limites. Suas exigncias
conscientes e inconscientes durante a consulta podem ser de tal
intensidade a ponto de transform-lo num verdadeiro vampiro
psquico, capaz de sugar, sem perceber que o faz, toda a energia do
profissional. Mais de uma vez encontrei amigos astrlogos, tarlogos,
etc. arrastando-se pela rua, de olheiras pretas, aps algumas consultas
desse tipo. O grande problema que, ao contrrio dos psiclogos
que tambm costumam ser vtimas muito frequentes de buscadores da
varinha de condo , os profissionais do esoterismo em geral no
dispem de instrumental eficiente para a sua defesa psquica. Os
psiclogos, pelo menos teoricamente embora muitas vezes tambm
com eles a teoria no corresponda prtica , so treinados, na
faculdade, de modo a no permitir que interaes nocivas de campos
de energia psquica aconteam nos seus contatos com os pacientes.
O risco dessas interaes existe e constante em todas as profisses
mdicas e teraputicas. Mas, no mbito das profisses esotricas, que
tambm podem ser classificadas como teraputicas, trata-se de um
risco redobrado devido prpria natureza extremamente subjetiva das
ideias, dos valores e das tcnicas em questo.
Ao trabalhar como jornalista e livreiro especializado, pude
testemunhar, ao longo dos anos, episdios de grande
irresponsabilidade e indicativos de pouca conscincia ligados ao
manejo das coisas esotricas. Apenas para citar um exemplo: pessoas
s vezes muito jovens chegavam livraria onde trabalho e compravam
um tratado elementar de astrologia. Uma ou duas semanas depois,
voltavam para comprar efemrides e tbuas de casas, material bsico
para se construir um mapa natal. Um ou dois meses depois, voltavam

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

pedindo para deixar cartes de visita onde se ofereciam como


profissionais astrlogos. Mais um ou dois meses, e chegavam com
panfletos onde anunciavam cursos de astrologia. Haviam-se tornado
professores. Como isso possvel? A astrologia uma cincia-arte to
complexa quanto a matemtica ou a engenharia. Seria possvel algum
tornar-se professor em to pouco tempo?
Um outro problema extremamente srio e muito frequente nas
profisses teraputicas em geral, e, pelos mesmos motivos acima
enumerados, muito agravado nas profisses esotricas, a questo do
poder que o status de profissional da adivinhao e da magia confere.
Um poder que amide seduz tanto o profissional quanto o seu cliente,
criando entre ambos uma relao de dependncia e de conivncia
patolgica muitas vezes mascarada pela fachada libertadora da
proposta. muito difcil, e mesmo os profissionais mais lcidos
reconhecem isso, escapar da embriaguez consciente ou inconsciente
que representa a possibilidade de fazer a cabea de pessoas ou
alterar os rumos da sua vida atravs de alguma interveno mgica.
Trata-se de uma embriaguez muito insidiosa, porque provocada por
ferramentas e argumentos mgicos, verdadeiras drogas muito difceis
de serem refutadas devido sua natureza completamente subjetiva.
Vocs devem estar me perguntando: Mas ento que fazer, diante
desse quadro de tantos riscos e perigos da profisso esotrica? Seria o
caso de desistir completamente?.
Minha resposta felizmente est pronta, e o produto acabado de
muita reflexo. No, no o caso de desistir completamente, mas sim
de desistir em boa parte. Uma pessoa realmente preparada, madura e
responsvel pode dedicar certa parte do seu tempo e das suas energias
a alguma atividade profissional de tipo esotrico. E nessa atividade
restrita pode, em minha opinio, inclusive cobrar. Por duas razes:
primeiro, porque a formao de um verdadeiro profissional esotrico
custa anos e anos de investimentos vrios, inclusive econmicos, e
justo que quem investiu tanto tenha algum retorno econmico no
desempenho do seu trabalho; segundo, porque, infelizmente, na

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

maioria das pessoas existe a mentalidade arraigada de no dar valor s


coisas que vm de graa.
Para mim, o que realmente no bom concentrar toda a vida em
questes esotricas. Digo isso por experincia prpria, porque no
passado, durante um perodo em que fiz isso, senti-me rapidamente
intoxicado e detestei a experincia. Fao ideia de como devem sentir-
se, s vezes, aqueles que, por alguma razo, ocupam posies que os
obrigam a manter constantemente posturas de autoridades esotricas
ou religiosas.
Provavelmente, em certos momentos de saturao, eles tm gana de
mandar tudo s favas e de gritar bem alto que eles tambm, como
qualquer pessoa, vivem num mundo onde reina soberana a incerteza.
A verdadeira experincia espiritual, como eu comecei a dizer
acima, no acontece apenas em situaes de cunho esotrico. Ela
acontece a todo instante, em cada momento do cotidiano e, muitas
vezes, dentro de situaes inesperadas e modos inusitados. Para viver
essas grandes e pequenas experincias espirituais do dia-a-dia,
preciso, muito mais do que possuir conhecimentos e tcnicas
esotricas, manter a mente e o corao sempre abertos, sempre
disponveis ao aprendizado do novo e do verdadeiro. Exatamente
como uma criana capaz de fazer sem o menor esforo. Sem sequer
perceber que est aprendendo. O instrumental esotrico serve apenas
para incrementar a captao, a vivncia e a compreenso dessas
experincias. Mas no em absoluto esse instrumental o que as
provoca e dirige o seu curso.
Minha recomendao: no abandone sua profisso e, se voc
quiser, inicie lentamente o seu processo de profissionalizao parcial
em artes esotricas. Mas faa-o como quem desenvolve acuradamente
um esporte, uma arte ou um passatempo. Nas horas livres, depois que
as necessidades de sobrevivncia material estiverem garantidas pela
prtica da profisso convencional. A, nessas horas, possvel
entregar-se aos voos esotricos, sozinho ou acompanhado, como
amador ou como profissional. Viajar nas asas da simbologia
arquetpica do Tar, dos planetas da Astrologia, do mistrio das

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Runas, da Cabala, da Alquimia e de tantos outros meios de transporte


que o homem inventou para mergulhar nos reinos misteriosos de si
mesmo. E, depois, descer das alturas, fincar bem os ps no cho e
viver assumidamente a realidade objetiva. Pois ela to importante
quanto aquela subjetiva. Ambas devem constituir uma unidade
integrada e harmonizada, a base essencial da verdadeira vida do
esprito.

Preparao de uma Consulta de Aconselhamento

Para que uma consulta de aconselhamento acontea, ela deve


necessariamente ter sido agendada, em geral por telefone, para a data
e hora mais conveniente para as duas partes envolvidas.
Isso pode parecer bvio, mas envolve aspectos ticos e espirituais
importantes. A consulta deve ser fruto de um ato consciente de
vontade claramente expresso pelo consulente.
Nunca deve ser sugerida ou imposta por voc. Muitas pessoas que
trabalham nas reas esotricas acabam manifestando o conhecido
complexo de deus. Inadvertidamente, querendo ajudar, vivem
forando leituras, rezando ou acendendo velas quando no foram
solicitadas. Em outras palavras, s podemos auxiliar algum quando
formalmente solicitados, pois de outra forma estaremos apenas nos
intrometendo no Karma destas pessoas e isso no recomendvel
muitos estudiosos conceituados do assunto classificariam esta prtica
de magia negra. Esse princpio fundamenta a exigncia de que as
consultas sejam formalmente marcadas pelo consulente, e deve ser
respeitado.
Toda consulta exige uma preparao e nos obriga a seguir certos
princpios, para que seja til para o consulente e para voc.
Darei a seguir algumas dicas, fruto de minha experincia pessoal:

Atitude Mental: o consulente que vou receber em meu consultrio


uma pessoa muito importante. Logo, tenho a obrigao de oferecer a
ele o melhor!

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Local: adequado, limpo, confortvel e tranquilo, onde o consulente


e voc possam estar a ss e livres de qualquer tipo de interrupo
(telefone, TV, ou trnsito de outras pessoas). No aconselhvel
permitir a presena de outra pessoa no local durante a consulta, pois
este um trabalho pessoal e sigiloso.
Voc: dever estar na sua melhor forma e adequadamente trajado
(fantasias ou trajes tpicos, nem pensar!). Cordialidade, calma,
receptividade e dedicao so fundamentais neste trabalho. Elimine
todo e qualquer tipo de ansiedade: seus problemas pessoais durante a
consulta devero ser totalmente esquecidos. Se voc no estiver bem,
fsica ou emocionalmente falando, cancele ou transfira-a para outra
data.
Consulente: ser, idealmente, pessoa maior de 18 anos,
responsvel e gozando de plena sade mental. Atendimento de
adolescente, menor de idade, admissvel se este tiver a autorizao
dos pais ou responsveis. Voc tem todo direito de selecionar seus
clientes, e no obrigado a atender pessoas inconvenientes.
Durao da Consulta: em geral, de uma a duas horas. Com a
prtica, voc estabelecer o tempo adequado em funo do tipo de
jogadas que escolher utilizar. Como este Baralho um Orculo Solar
(derivado do Tar), suas consultas devero ser realizadas sempre no
perodo diurno. Nunca consulte este Orculo no perodo noturno, ou
seja, entre 21h e 6h da manh.
Gravao da Consulta: uma prtica muito til para as duas
partes. O consulente, de posse da fita gravada, poder usufruir muito
mais dos conselhos oferecidos pelo Orculo. Grave somente a sua
interpretao, nunca as informaes, queixas e confidncias que o
consulente faz durante a sesso. Ele no deve ser exposto. O sigilo e a
confidencialidade neste trabalho primordial.
Valor da Consulta: use de seu bom senso para estabelecer o valor
que ser cobrado pelo seu servio. importante, sim, que este
trabalho seja sempre remunerado. Ao cobrar e receber, voc estar
eliminando dvidas e obrigaes para ambas as partes envolvidas.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Validade da Consulta: se voc utilizar a jogada Mandala


Astrolgica, a leitura tem seis meses de validade. Logo, no poder
ser repetida antes desse prazo, e assim, o atendimento para uma
mesma pessoa fica limitado a uma ou duas vezes ao ano. Esta uma
recomendao eticamente saudvel, pois evita a dependncia, o
fanatismo e outros problemas mais graves.
Marketing: jamais divulgue seu trabalho atravs de anncios ou
panfletos vulgar e espiritualmente negativo! Sua melhor
propaganda dever ser seu trabalho honesto, digno e dedicado. Um
consulente satisfeito e feliz sem dvida indicar seu nome para uma
ou duas pessoas amigas. Essa a melhor tcnica de marketing que
voc poder utilizar, sem falar do fator segurana, to importante na
poca atual. Ou seja, voc estar recebendo em seu consultrio uma
pessoa recomendada por um amigo, e no um estranho qualquer.
Jamais divulgue a lista de seus clientes ou mencione em conversas
quem so eles. Celebridades ou no, todos eles merecem sigilo e
discrio.

Consulta de Aconselhamento

Numa consulta importante que voc se mantenha receptivo,


permitindo assim que o consulente aja de modo natural. Isso permite a
voc ter oportunidade de observar a dinmica de como ele vai se
colocando, suas reaes e atitudes, alm de permitir interferir sempre
que algo necessite ser esclarecido.
importante perceber a primeira impresso que o consulente nos
desperta, e se ela se mantm ou vai-se modificando no decorrer do
encontro. A verbalizao utilizada pelo consulente tambm deve ser
observada: se fala de maneira clara ou confusa, a que tempos de sua
vida se refere, se fala de modo fluente ou no. Se a ansiedade que
manifesta vai se diluindo ou incrementando no decorrer da consulta.
Se o que fala corresponde quilo que est mostrando, ou seja, se
naquilo que fala deixa transparecer o que sente.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

No podemos perder de vista que, numa consulta, o encontro se faz


entre duas pessoas e que, portanto, fica sem sentido pensar que voc
ter o papel mais importante, por ser o leitor do Orculo.
Numa consulta, acima de tudo, o aspecto humano fundamental.
Num trabalho a dois deve haver parceria e compartilhamento. Isto
requer envolvimento, tendo-se claro os limites desse envolvimento,
no se perdendo de vista o propsito e objetivo do trabalho de
consulta. Em outras palavras, deve haver um envolvimento, desde que
fique claro que um envolvimento profissional, e no pessoal e
ntimo.
Como salientou Jung, o papel principal do aconselhador
confirmar objetivamente a realidade subjetiva do cliente. Na qualidade
de aconselhadores estaremos fazendo o melhor possvel se pudermos
simplesmente identificar a realidade como ela existe para aqueles com
quem interagimos, e lhes dermos o que eles precisam de acordo com a
sua realidade e no a nossa.
Esse ato de dar requerer observao, ateno e objetividade. A
prpria linguagem que usamos dever estar alinhada realidade deles,
ser linguagem deles.

A seguir, vamos focalizar os aspectos prticos.


Estando o consulente sentado sua frente, inicie a consulta,
seguindo os seguintes passos:
1. Calmamente, embaralhe bem as cartas, pedindo Luz, Harmonia e
uma orientao segura para todos os envolvidos nesse trabalho.
2. Coloque o mao de cartas no Campo e pea ao consulente para
cort-lo em dois ou trs montes, verbalizando a Questo, em voz alta.
(Exceo: Jogo 5 - Mandala Astrolgica. Nessa prtica, por tratar-se
de um mapeamento completo, nenhuma Questo dever ser colocada
somente o corte realizado).
3. Desfaa o corte, reagrupando as cartas num s monte. A seguir,
espalhe as cartas sobre o Campo em forma de leque.
4. Pea ao consulente que retire as cartas uma a uma, enquanto
voc vai armando no Campo o Jogo mais adequado Questo

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

formulada. A quantidade de cartas depender do Jogo selecionado.


Esta seleo uma prerrogativa do profissional: com base no teor da
Questo voc escolher o tipo de jogada mais adequada: de 1, 3, 5 ou
10 cartas.

Os Jogos

Passarei, a seguir, a descrever e esquematizar os mtodos mais


tradicionais e seguros de jogos que podero ser abertos sobre seu
Campo Sagrado (sua toalha) visando obter orientao para uma dada
Questo.

1. Jogo de 1 carta
Embaralhe as cartas, coloque o baralho sobre o Campo. O
consulente corta o baralho verbalizando a Questo. Desfaa o corte,
reagrupe as cartas. A seguir, espalhe as cartas sobre o Campo em
forma de leque. Pea ao consulente que retire 1 carta que voc vai
colocar no centro do Campo:

Faa a leitura. Este um jogo extremamente simples, mas capaz de


oferecer orientaes bastante teis e confiveis. Para comprovar esta
afirmao, fornecerei, a seguir, 36 exemplos prticos deste tipo de
jogada, uma para cada lmina que compe este Baralho:

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1. Questo: Minha nova funo na empresa: Assistente de


Propaganda e Marketing.
Resposta: Carta 1 - Cavaleiro. Voc est sendo chamado a agir de
forma correta e ousada. Abra-se para o novo e deixe seu esprito de
liderana guiar seus passos (Cavaleiro). O momento possibilita a
realizao de um sonho, a concretizao de um projeto ou uma unio
afetiva (9 de Copas).
De posse desta resposta, a consulente superou sua insegurana e
resolveu aceitar o novo cargo, que na verdade constitua um grande
desafio. Saiu-se to bem na nova atividade que, poucos meses depois,
foi promovida para um cargo de gerncia, assumindo parte das
responsabilidades de seu antigo chefe. Alis, o entrosamento entre
ambos foi to harmonioso, que resultou num relacionamento amoroso
muito promissor.

2. Questo: Minha me, aps acidente, est impossibilitada de


gerenciar sua loja de moda infantil.
Resposta: Carta 2 - Trevo. Voc est sendo chamado a se
conscientizar da importncia de manter a confiana e de buscar a
sabedoria interior para enfrentar as situaes adversas da vida (Trevo),
e, ao mesmo tempo, exercitar sua capacidade compartilhar: dar e
receber, proteo, generosidade, bondade; prenuncia uma provvel
entrada de recursos (6 de Ouros).
De posse desta resposta, a consulente, uma conceituada professora
universitria, decidiu solicitar uma licena temporria na universidade
e assumir a direo dos negcios de sua me. Apesar de sua
inexperincia na rea, conseguiu, graas s orientaes seguras da
me, gerenciar os negcios com sucesso. Felizmente, aps quatro
meses, pde retornar sua atividade como professora, pois sua me,
totalmente recuperada, reassumiu a direo da loja.

3. Questo: Meu marido, alcolatra, engravidou uma de suas


amantes.

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Resposta: Carta 3 - Navio. Voc est sendo convidado a dar um novo


rumo sua vida; a explorar novos horizontes (Navio); felizmente voc
sobreviveu; o grande desafio terminou, apesar de t-lo deixado sem
energias, sentindo-se frustrado e sem esperanas (10 de Espadas).
De posse desta resposta, a consulente resolveu contratar um
advogado e, agindo amparada pela lei, libertou-se da famlia e desse
casamento infeliz. Pouco tempo depois, aceitou o convite de uma
amiga e mudou-se para Austrlia, onde iniciou uma nova vida, mais
tranquila e harmoniosa.

4. Questo: Estou estressado e meu filho reclama minha ausncia.


Resposta: Carta 4 - Casa. Voc est sendo chamado a dar mais
ateno segurana material, famlia e relao afetiva to
necessria para que possa atuar no mundo (Casa), mas o fundamental
desenvolver a sua autoconfiana e autoestima; se voc no se ama,
torna-se difcil amar, servir e proteger aqueles que esto perto de voc
(Rei de Copas).
De posse desta resposta, o consulente, dono de um restaurante,
decidiu rever suas rotinas dirias, delegando parte de suas tarefas para
um funcionrio dedicado, que assumiu a funo de gerente. Uma vez
liberado, passou a dedicar maior ateno sua famlia, mas tambm
reservou um tempo s para si: ingressou numa academia e decidiu se
submeter a uma terapia.

5. Questo: Quero um namorado j fiz promessas e at despachos


e no consigo nada.
Resposta: Carta 5 - rvore. Voc est sendo chamada a buscar o
crescimento e a prosperidade pessoal, que dependem do equilbrio
correto dos aspectos materiais e espirituais de sua existncia e de se
guiar por elevados princpios ticos e morais, aliados avaliao
criteriosa e racional das possibilidades e dos recursos disponveis
(rvore), ao invs de permanecer iludida, esperando um milagre,
fantasiando, ligada apenas aparncia e glamour das coisas ou
pessoas (7 de Copas).

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De posse desta resposta, a consulente se sentiu convidada a


reavaliar realisticamente suas atitudes perante a vida. Chegou
concluso de que deveria expandir sua vida social, ampliar seus
conhecimentos, usar seus talentos e dar maior ateno sua aparncia
pessoal. Pouco tempo depois, comparecendo festa de uma amiga
(lanamento de um livro), veio a conhecer um rapaz bastante
interessante. Esto se relacionando h seis meses, com timas
perspectivas de sucesso.

6. Questo: Mudana de emprego: de So Paulo para Vitria da


Conquista.
Resposta: Carta 6 - Nuvens. Voc est sendo chamado a enfrentar
incertezas, dvidas e confuses de sentimentos diante dos desafios da
vida (Nuvens), que podem ser solucionados na medida em que voc
deixar seu guerreiro interior agir, encarando as questes e usando toda
a sua fora de vontade (Rei de Paus).
De posse desta resposta, o consulente fez uma lista detalhada dos
prs e contras envolvidos nessa mudana de emprego: aspectos
familiares, culturais e sociais. Concluiu que o novo salrio no
compensaria o desgaste emocional envolvido. Optou por continuar em
S. Paulo.

7. Questo: Problemas com a nova supervisora recm-formada.


Resposta: Carta 7 - Serpente. Voc est sendo chamada a defender
seu espao pessoal, seu territrio, e aprender que a falsidade, a inveja
e as desarmonias que negativamente voc projeta ou das quais alvo
(Serpente) resultam de sua falta de autoconfiana e autoestima, da
insegurana ante os desafios da vida. Voc s cresce quando adota um
elevado padro tico e moral e conscientiza-se do seu real valor e
talentos (Rainha de Paus).
De posse desta resposta, a consulente, uma funcionria com mais
de 12 anos no cargo, solicitou uma entrevista com a supervisora, em
que todas as questes e mal-entendidos foram discutidos claramente:

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principalmente os aspectos relativos aos direitos e obrigaes de cada


uma. Como resultado, uma parceria harmoniosa foi estabelecida.

8. Questo: Estou muito inseguro, em trs meses estarei


aposentado.
Resposta: Carta 8 - Caixo. Voc est sendo chamado a entender
que as grandes transformaes, o fim de um estgio ou ciclo, as
perdas de todo tipo (Caixo) constituem um teste para avaliar sua
capacidade de autossuficincia, forando-o a descobrir novas formas
de canalizao de seu potencial criativo que, no final, geraro muito
prazer e contentamento (9 de Ouros).
De posse desta resposta, o consulente, um profissional que havia
trabalhado mais de 36 anos em uma multinacional, decidiu que era
chegada a hora de enterrar de uma vez por todas esse ciclo de sua vida
e partir para algo totalmente novo. Havia, nos ltimos 25 anos,
estudado algumas linhas do esoterismo era um profundo conhecedor
desses assuntos. Resolveu assumir finalmente seu valor e essa faceta
de sua personalidade, e passou a se dedicar de corpo e alma nova
atividade. Em pouco tempo tornou-se um profissional muito
respeitado e requisitado nesta rea.

9. Questo: Como negro, sinto-me isolado na agncia de


propaganda onde trabalho.
Resposta: Carta 9 - Buqu. Voc est sendo convidado a ampliar
seu relacionamento social e entender que as relaes harmoniosas, a
generosidade e a cooperao fraternal entre as pessoas geram
inmeras oportunidades para todos os envolvidos (Buqu); quando
essas oportunidades so racionalmente percebidas e canalizadas,
muito contribuem para o aperfeioamento tecnolgico e o avano da
sociedade do qual voc precisa participar (Rainha de Espadas).
De posse desta resposta, o consulente conscientizou-se de que ele
prprio era responsvel por tal isolamento. Fora contratado por ser um
dos poucos especialistas, no mercado, em computao grfica
capacidade que adquirira num curso realizado em Londres. Ele

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necessitava apenas mudar de atitude, ser mais receptivo e cooperativo


com relao aos outros colegas e foi o que fez, tornando-se uma
pessoa mais feliz e equilibrada.

10. Questo: Fui demitida, estou desempregada.


Resposta: Carta 10 - Foice. Voc est sendo chamada a fazer
cortes e aprender que todo processo de transformao e mudana
exige ajustes para restabelecer o equilbrio necessrio (Foice), e, ao
mesmo tempo, enfrentar o trabalho duro e rotineiro de forma
saudvel, sem esmorecer ou perder a alegria de viver (Valete de
Ouros).
De posse desta resposta, a consulente, uma competente secretria
bilngue, conscientizou-se da necessidade de eliminar todo gasto
suprfluo, revendo seu oramento domstico, e, na emergncia,
aceitou trabalhar como bab na casa de uma famlia americana,
enquanto aguardava uma nova chance de emprego como secretria.
Esta oportunidade no tardou a chegar: o dono da casa, um executivo
conceituado, percebendo seu potencial e dedicao, convidou-a para
um cargo na empresa que administrava.

11. Questo: Rebeldia da minha filha de 14 anos aps o nascimento


do irmozinho.
Resposta: Carta 11 - Chicotes. Voc est sendo chamada a confiar
na sua fora espiritual e intuio; a usar de sua autoridade para
restabelecer a harmonia, principalmente no lar, quando surgem
discrdias (Chicotes); e a buscar novas alternativas, quebrando rotinas
com jovialidade e otimismo, de acordo com a lei (Valete de Paus).
De posse desta resposta, a consulente reviu sua agenda diria e
conseguiu abrir um espao adequado de convvio e parceria com a
filha adolescente. De forma espontnea, alegre e jovial ela estabeleceu
metas de estudo, diverso e passeios em conjunto, obedecendo,
claro, a certos limites. Como resultado, a harmonia voltou a reinar.

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12. Questo: Minha fbrica de eletrodomsticos est praticamente


falida.
Resposta: Carta 12 - Corujas. Voc est sendo chamado a
enfrentar a dor com sabedoria, humor e inteligncia, sem se deixar
dominar pelas emoes neste momento; compartilhe suas dificuldades
com algum: um amigo ou profissional da rea (Corujas), pois s
assim poder encarar a difcil tarefa de tomar uma deciso adequada
diante de um impasse (7 de Ouros).
De posse desta resposta, o consulente, um senhor autoritrio e
conservador, resolveu colocar o orgulho de lado e procurar ajuda
especializada. Contratou uma empresa de consultoria, que realizou
durante meses um rduo trabalho de reorganizao de sua fbrica, e
conseguiu convenc-lo a abrir o capital da mesma. Pouco tempo
depois a prosperidade voltou a reinar.

13. Questo: Vivo uma vida sem sentido, principalmente agora que
estou aposentada.
Resposta: Carta 13 - Criana. Voc est sendo convidada a se
livrar de todo tipo de prevenes e preconceitos, e passar a encarar a
vida com alegria e otimismo, sempre aberta para o novo (Criana).
Isso implica em manter a mente receptiva e flexvel; desenvolver a sua
capacidade de comunicao, atravs do estudo e da pesquisa (Valete
de Espadas).
De posse desta resposta, a consulente resolveu aceitar um convite
recebido: participar de um Coral mantido por uma entidade de renome
nacional. Sua criana interior renasceu sempre gostou de cantar, mas
nunca ousara faz-lo. No grupo passou por um perodo de treinamento
e estudo que ampliou seus horizontes, trazendo-lhe muita alegria. Isso
sem falar na quebra de rotina que esta nova atividade propiciou: novas
amizades, viagens frequentes por todo o pas e, principalmente, a
reconquista da autoestima.

14. Questo: Crise financeira agravada ainda mais com o


surgimento de doena na famlia.

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Resposta: Carta 14 - Raposa. Voc est sendo chamado a entender


a importncia da flexibilidade, da esperteza e da sagacidade como
qualidades essenciais sua sobrevivncia, e como o exerccio dessas
qualidades pode ajudar voc a evitar srios prejuzos e perdas
(Raposa) principalmente neste momento, em que voc ainda forado
a enfrentar novos desafios, quando as dificuldades da vida j
exauriram todas as suas energias (9 de Paus).
De posse desta resposta, o consulente resolveu reagir e buscar
novas sadas para enfrentar a grave crise. Convidou um amigo para
ingressar como scio em sua empresa. Juntos iniciaram um esforo de
reformulao e conteno de despesas; renegociaram a dvida
bancria, etc. Aliviado, conseguiu dar uma ateno maior ao filho
doente e propiciar a ele um tratamento adequado.

15. Questo: Problemas com o meu assistente de vendas.


Resposta: Carta 15 - Urso. Voc est sendo chamada a defender
seu territrio e a aprender que a inveja, o cime, o despeito e todas
essas energias negativas geradas pela busca desequilibrada do poder
(Urso) encontraro um campo propcio para se instalar e expandir toda
vez que voc se deixar abater pelo desnimo e pelo excesso de
preocupaes ou de responsabilidades (10 de Paus).
De posse desta resposta, a consulente analisou cuidadosamente a
situao e resolveu convocar uma reunio de todos os seus
subordinados inclusive o referido assistente onde apresentou e
discutiu democraticamente um novo cdigo de procedimentos, em que
direitos, obrigaes e limites de autoridade de cada funo foram
claramente definidos, principalmente para quando ela estivesse
ausente em visita a outras unidades da empresa. As novas normas
foram aceitas entusiasticamente por todos e as reas de conflitos
praticamente eliminadas.

16. Questo: Meu cime excessivo com relao ao meu jovem


companheiro.

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Resposta: Carta 16 - Estrelas . Voc est sendo chamado a


entender que o xito e a boa sorte dependem basicamente da
canalizao adequada de seu potencial criativo e do quanto voc
confia em seu brilho pessoal (Estrelas); se voc est enfrentando uma
crise, sinal de que deve parar e meditar seriamente a fim de
identificar o que gera neste momento esse sentimento de culpa que o
bloqueia e, imediatamente, adotar medidas corretivas (6 de Copas).
De posse desta resposta, o consulente resolveu avaliar criticamente
suas atitudes com relao ao seu jovem companheiro. Concluiu que
realmente seu comportamento com relao a ele era infundado,
resultante de sua baixa autoestima. Adotou imediatamente uma nova
atitude de compreenso e confiana que resultou num
compartilhamento muito mais harmonioso e prazeroso.

17. Questo: Minha vida sexual muito inadequada.


Resposta: Carta 17 - Cegonhas. Voc est sendo chamada a
entender que as mudanas, as viagens e as situaes imprevistas da
vida, tais como morte, gravidez e a quebra de rotinas (Cegonhas),
obrigam voc a mergulhar fundo em seu ser, na busca das causas reais
de sua existncia, forando-a a encarar seus medos, limitaes e
desejos ocultos, bem como sua capacidade de lidar com as questes de
poder, controle e sexualidade em sua vida (Rainha de Copas).
De posse desta resposta, a consulente resolveu procurar ajuda
especializada, pois sua problemtica no era simples inclua
educao repressora, culpa e medo gerados por crenas religiosas
equivocadas. Aps alguns meses, era uma nova pessoa: recuperou a
autoestima, e sua relao com o marido tornou-se muito mais
harmoniosa e gratificante.

18. Questo: Descobri que estou apaixonado por uma amiga de


infncia.
Resposta: Carta 18 - Co. Voc est sendo chamado a aprender
que a fidelidade, a compreenso, a dedicao e a amizade verdadeira,
aliadas capacidade de voc estar sempre alerta e vigilante contra as

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investidas dos fatores externos desestruturantes (Co), constitui uma


base para voc estabelecer relaes afetivas ou comerciais
harmoniosas e duradouras, sempre pautadas por um grande ideal (10
de Copas).
De posse desta resposta, o consulente resolveu declarar-se amiga.
Para sua alegria, foi correspondido. Os dois compartilhavam uma
amizade cmplice e to generosa, que serviu de base para o
desenvolvimento de seu relacionamento. Com o passar do tempo,
chegaram concluso: eram realmente almas gmeas.

19. Questo: Estou sendo assediada sexualmente pelo meu chefe.


Resposta: Carta 19 - Torre. Voc est sendo chamada a aprender a
desenvolver sua capacidade de reflexo e anlise para melhor
equacionar os problemas da vida, provavelmente como este que voc
est enfrentando (Torre), para s ento, depois da preparao
necessria, partir para a luta, enfrentando os desafios com firmeza e
dignidade (6 de Espadas).
De posse desta resposta, a consulente resolveu, depois de muito
meditar e refletir, redigir uma carta na qual expunha detalhadamente a
crise que estava vivenciando como secretria e mulher casada. A
referida carta foi entregue em mos e confidencialmente ao
Departamento Legal e Diretoria da empresa. Imediatamente, obteve
o resultado que almejava: seu chefe agressor, tambm casado, foi
convidado a pedir demisso do cargo. O problema foi resolvido
sigilosamente, sem que os cnjuges das partes envolvidas tomassem
conhecimento.

20. Questo: Meu amante, viciado em jogo/bingo, sempre me pede


dinheiro.
Resposta: Carta 20 - Jardim. Voc est sendo chamada a defender
seu espao pessoal das invases externas; a desenvolver a capacidade
de cuidar, embelezar e defender o seu domnio, e, ao mesmo tempo, a
nutrir e proteger os que lhe so caros (Jardim) at mesmo, como neste

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

momento, diante de situaes adversas e opressivas, quando o medo


impossibilita uma ao adequada e justa (8 de Espadas).
De posse desta resposta, a consulente resolveu terminar esse
relacionamento tumultuoso que tanto afetava sua vida, emocional e
financeiramente. Ela realmente o amava, mas no podia mais aceitar a
explorao, a humilhao e as perdas. Por sorte, surgiu na empresa em
que trabalhava a oportunidade de uma transferncia para uma filial em
outro Estado, no norte do pas. Candidatou-se posio e foi
aprovada. A mudana muito colaborou em seu processo de
recuperao, tanto emocional, como financeiro.

21. Questo: Trabalho h muitos anos na empresa, mas no sou


promovido.
Resposta: Carta 21 - Montanha . Voc est sendo chamado a
enfrentar, aps criteriosa avaliao da situao, os desafios ou
inimigos com equilbrio, firmeza e perseverana (Montanha); para
tanto, voc deve aguardar o momento propcio, quando as condies
se mostrarem favorveis e voc se sentir seguro e confiante quanto ao
resultado esperado (8 de Paus).
De posse desta resposta, o consulente, aps uma anlise detalhada
de seu comportamento nos ltimos anos, concluiu que estava
estacionado, acomodado, e que necessitava urgentemente de uma
reciclagem de conhecimentos e tcnicas que o habilitasse a se alinhar
nova realidade do mercado globalizado. Seus esforos, aps curto
perodo de tempo, foram reconhecidos e ele obteve a almejada
promoo.

22. Questo: Destino da empresa da famlia aps a morte do pai.


Resposta: Carta 22 - Caminhos. Voc est sendo chamada a usar
seu livre-arbtrio: fazer escolhas, tomar decises responsveis e ser
persistente (Caminhos), para que possa enfrentar a fora instintiva que
o incita busca do prazer sem limites. Essa fora, quando bem
canalizada, gera a abundncia e a prosperidade que voc merece
(Rainha de Ouro).

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

De posse desta resposta, a consulente se sentiu motivada a ponderar


e analisar a situao em profundidade, pois estava diante de um srio
impasse: continuar com seu cargo de funcionria pblica, muito
estvel mas extremamente rotineiro e sem maiores perspectivas, ou
assumir o controle da empresa familiar, que oferecia possibilidades de
crescimento efetivo, mas estava sujeita aos riscos e flutuaes do
mercado. Depois de muita avaliao, optou por abrir mo da
estabilidade e assumir os riscos de gerenciar a empresa, no s pelo
aspecto do lucro, mas tambm pelo prazer de dar continuidade ao
esforo e dedicao que seu pai havia investido nesta atividade.

23. Questo: Meu relacionamento com minha irm gmea.


Resposta: Carta 23 - Ratos. Voc est sendo chamada a examinar
as suas rotinas dirias que geram um desgaste excessivo de energias,
afetam sua sade ou provocam danos e perdas (Ratos), resultantes da
competio acirrada de todo tipo a que voc est exposta, e que s
pode ser enfrentada por um carter, ntegro, forte e corajoso (7 de
Paus).
De posse desta resposta, a consulente resolveu adotar
paulatinamente um novo estilo de vida completamente independente
da irm: novo clube, novos interesses, novos amigos, esquema de
horrio diverso. Esta separao provou ser muito saudvel e benfica
para ambas as partes.

24. Questo: Meu relacionamento com Fbio.


Resposta: Carta 24 - Corao. Voc est sendo chamado a
entender que a paixo, a entrega, as atitudes loucas e impensadas, bem
como o carinho e a proteo que tanto voc busca, seja em relao a
uma pessoa ou uma causa (Corao), so apenas uma faceta,
geralmente efmera, do Amor Maior, altrusta e infinito, que governa
o Universo. Ele exige entrega, doao e comprometimento, mas
confere alegria e plenitude (Valete de Copas).
De posse desta resposta, o consulente sentiu-se motivado;
continuaria lutando para o crescimento daquela relao. Tudo

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

comeou como mais um encontro fugaz entre dois homens, mas a


afinidade entre eles era to grande, que os laos de amizade e
companheirismo foram se estreitando. A insegurana do consulente
residia no fato de ser muito mais velho. Seguindo o conselho da carta,
resolveu continuar investindo na relao, que finalmente floresceu e
se mantm estvel h mais de trs anos.

25. Questo: Sociedade com um amigo loja num shopping.


Resposta: Carta 25 - Anel. Voc est sendo chamado a analisar a
sua capacidade de se associar, de buscar criteriosamente a cooperao
e o apoio de outras pessoas (Anel), quase sempre indispensvel
quando o entusiasmo e a paixo esto impelindo voc a desenvolver
novos projetos, a assumir um compromisso de noivado-casamento ou
a embarcar numa aventura que poder mudar radicalmente o rumo de
sua vida (s de Paus).
De posse desta resposta, o consulente decidiu analisar com maior
detalhe e rigor aquela possibilidade de parceria. Para ele seria um
desafio novo, pois sempre trabalhou como empregado; j seu amigo
possua certa experincia como empreendedor bem sucedido.
Resolveu ousar e aceitar a proposta. Em pouco tempo os resultados
apareceram, fruto de seu esforo e competncia. A nova atividade,
alm de oferecer um timo retorno em termos financeiros, muito
contribuiu para que ele se tornasse uma pessoa mais feliz e confiante.

26. Questo: Quero melhorar de vida, livrar-me das dificuldades


financeiras.
Resposta: Carta 26 - Livro. Voc est sendo chamado analisar a
sua relao com os estudos, o esforo intelectual e a dedicao ao
trabalho, que ampliam seus horizontes e possibilitam o seu
crescimento (Livro), constituindo a nica forma segura para voc
alcanar a paz, a harmonia, a segurana e a prosperidade (10 de
Ouros).
De posse desta resposta, a consulente, uma jovem imigrante
nordestina, resolveu estabelecer um conjunto de metas para alcanar

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

seu objetivo. Trabalhou duramente, porm sem se descuidar dos


estudos, realizados no perodo noturno. Depois de alguns anos,
formada em Direito, passou a dedicar parte de seu tempo ao servio
social e poltica. Hoje, ela presidente de uma associao que luta
em favor das minorias.

27. Questo: Meu cunhado, que atua como chefe de compras em


minha empresa, est recebendo propinas dos fornecedores.
Resposta: Carta 27 - Carta. Voc est sendo chamado a estar
atento a acontecimentos inesperados, revelaes, convites; e a tomar
conhecimento de novos aspectos ou fatos de uma dada questo ou
situao que est sendo revelada (Carta) e que o obriga, neste
momento, a agir com discrio, tato, diplomacia e at absoluto sigilo,
a fim de evitar problemas maiores ou perdas irreparveis (7 de
Espadas).
De posse desta resposta, o consulente, que fora alertado do fato
atravs de uma denncia annima, iniciou uma investigao sigilosa,
cujo resultado (documentos e gravaes telefnicas) comprovava os
desvios. De posse dessa documentao, ele, juntamente com o
advogado da empresa, convocou o funcionrio desonesto e o convidou
a pedir demisso do cargo. O consulente, apesar do prejuzo
financeiro sofrido, optou por manter o caso em segredo para preservar
sua irm e a harmonia familiar.

28. Exemplo n 1 - Questo: Famlia versus minha obsesso por


trabalho e dinheiro.
Resposta: Carta 28 - Cavalheiro. Voc est sendo convidado a se
repensar como Homem: voc est conseguindo harmonizar e
equilibrar seu gnero biolgico, masculino (Cavalheiro), com os
aspectos emocionais e femininos no ntimo de seu ser (s de Copas)?
Isso fundamental para voc vencer o desafio deste momento.
De posse desta resposta, o consulente avaliou criticamente sua
relao com esposa e filhos e, a partir de ento, passou a dedicar uma
parcela maior de seu tempo a seus entes queridos e a si mesmo: voltou

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

a praticar tnis e inscreveu-se num curso de pintura. Em pouco tempo,


estava muito mais harmonizado, feliz e prspero.
Exemplo n 2 - Questo: Minha tese de mestrado.
Resposta: Carta 28 - Cavalheiro. Voc est sendo chamada a
repensar seus conceitos a respeito dos homens, ou aceitar que o
desafio que voc enfrenta no momento depende da ao, apoio ou
ajuda de um homem.
De posse desta resposta, a consulente, que estava indecisa quanto
escolha de um orientador, tinha trs opes: duas professoras e um
professor acabou seguindo a orientao do orculo, optando pelo
professor. Esta escolha, ao final, provou ser altamente adequada.

29. Exemplo n 1 - Questo: Meu trabalho absorve todo meu tempo


estou estressada e minha famlia reclama.
Resposta: Carta 29 - Dama . Voc est sendo convidada a se
repensar como Mulher: voc est conseguindo harmonizar e
equilibrar seu gnero biolgico, feminino (Dama), com os aspectos
racionais e masculinos no ntimo de seu ser (s de Espadas)? Isso
fundamental para voc vencer o desafio deste momento.
De posse desta resposta, a consulente decidiu revisar
criteriosamente suas atividades. Aps tal anlise, resolveu concentrar
todo seu esforo apenas como diretora de vendas da empresa em que
trabalhava decidindo abrir mo das atividades extras: seus postos de
professora universitria e de
membro ativo no sindicato. Uma vez liberada dessas atividades, ela
pode se dedicar mais a si mesma e sua famlia. A ligeira perda
salarial que conscientemente assumiu foi mais do que compensada
pela harmonia e felicidade que ganhou no lar.
Exemplo n 2 - Questo: Minha mulher quer voltar a trabalhar
mas no posso admitir.
Resposta: Carta 29 - Dama. Voc est sendo chamado a repensar
seus conceitos a respeito das mulheres, ou admitir que o desafio que

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

voc enfrenta no momento depende da ao, apoio ou ajuda de uma


mulher.
De posse desta resposta, o consulente foi obrigado a reavaliar seus
valores e preconceitos com relao ao trabalho feminino. Afinal, os
filhos j estavam criados e ela queria sentir-se til novamente isto
sem falar que a situao financeira da famlia andava meio apertada.
Aps muito ponderar, acabou aceitando a ideia. Pouco tempo depois
me confidenciou que a relao havia melhorado e adquirido novo
impulso: maior compreenso, mais lazer e entusiasmo.

30. Questo: Relacionamento com a minha sogra.


Resposta: Carta 30 - Lrios. Voc est sendo chamada a buscar a
paz, a tranquilidade, a harmonia, ou uma nova perspectiva para a sua
vida (Lrios), que s poder ser alcanada quando voc agir como um
diplomata, racionalmente planejando e estabelecendo estratgias
adequadas aos desafios que o momento est colocando em seu
caminho (Rei de Espadas).
De posse desta resposta, a consulente resolveu mudar
gradativamente sua relao com a me de seu marido. Elaborou um
plano de ao com base nos gostos e preferncia da idosa senhora, e
pacientemente, com muita diplomacia, mudou sua postura de
enfrentamento para a de amiga e aliada: pequenos presentes, pedidos
de ajuda, atividades em parceria, etc. A paz voltou a reinar na famlia:
a sogra, prestigiada, recuperou sua autoestima, e o marido, feliz com a
mudana, tornou-se muito mais carinhoso para com ela.

31. Questo: Negocio prprio na rea de informtica.


Resposta: Carta 31 - Sol. Voc est sendo chamado a reconquistar
a vitalidade, a fora, a autoconfiana, a garra, o otimismo, a
conscincia e a clareza de propsitos (Sol) como condio bsica e
necessria para concretizar a realizao material, a riqueza e a
prosperidade que tanto sonha (s de Ouros).
De posse desta resposta, o consulente, um administrador experiente,
resolveu embarcar no novo projeto: abertura de uma empresa de

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

servios de informtica em parceria com seu filho, recm-formado na


especialidade. Em pouco tempo o negcio prosperou, para alegria de
todos.

32. Questo: O assdio dos fs me enlouquece.


Resposta: Carta 32 - Lua. Voc est sendo chamado a focalizar os
aspectos emocionais e cclicos da vida; a refletir sobre a sua
necessidade de reconhecimento, sucesso e aprovao pblica; a
reconhecer e respeitar as suas reais necessidades interiores (Lua). Isto
implica na necessidade de desistir, renunciar alguma coisa, pois a
verdade dos fatos deve ser encarada e voc precisa caminhar de mos
vazias em direo ao desconhecido (8 de Copas).
De posse desta resposta, o consulente, um jovem ator de sucesso,
concluiu que deveria se posicionar de forma mais harmoniosa e
realista perante a profisso. Em sua busca pelo sucesso, no tinha at
ento avaliado o quanto teria de abrir mo da privacidade e da vida
pessoal. Sabia, logicamente, que se tratava apenas de uma fase um
ciclo que logo chegaria ao fim, quando seu trabalho na TV estivesse
concludo. Decidiu que se dedicaria apenas ao teatro, que lhe dava
mais prazer e resultava em menor exposio pblica.

33. Questo: Minha carreira na empresa est estagnada.


Resposta: Carta 33 - Chave. Voc est sendo chamada a aprender
que o xito, o crescimento e o sucesso dependem, nica e
exclusivamente, de seu empenho e dedicao em enfrentar e
equacionar eficientemente os problemas que surgem em seu caminho
(Chave); muitas vezes, para atingir sua meta, voc forada a parar,
retroceder e se submeter a um novo aprendizado ou reciclar-se (8 de
Ouros).
De posse desta resposta, a consulente, uma executiva bem
conceituada, coordenadora do setor de pesquisa numa empresa
farmacutica, concluiu que necessitava urgentemente concluir seu
curso de ingls para poder se candidatar a um estgio na matriz da
referida empresa nos EUA. Conseguiu terminar o curso em poucos

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

meses, superando seu complexo e orgulho, e embarcou para os EUA


onde concluiu o estgio com sucesso. Ao retornar, foi promovida a
diretora do setor.

34. Questo: Minha transferncia do Rio para a fbrica da


companhia em Macei.
Resposta: Carta 34 - Peixes. Voc est sendo chamado a aprender
que a riqueza, a abundncia e a prosperidade dependem muito de sua
disposio em estar atento e preparado para agarrar as oportunidades
que surgem repentinamente em sua vida (Peixes). Para tanto, voc
precisa estar alerta e possuir metas claras e detalhadas, que traduzam
adequadamente a sua ambio e necessidades de status e poder (Rei
de Ouros).
De posse desta resposta, o consulente concluiu que seria vantajoso
aceitar tal oferta: seriam apenas dois anos de afastamento da cidade e
dos amigos que tanto prezava. Afinal, sendo solteiro, poderia
enfrentar tal desafio sem maiores implicaes. Certamente a escolha
prometia ser muito compensadora em termos financeiros e de status
na carreira.

35. Questo: Tenho medo, estou inseguro desde que me aposentei


a velhice me assusta.
Resposta: Carta 35 - ncora. Voc est sendo chamado a
compreender que a segurana e a estabilidade, material e emocional,
resultam unicamente da f; de um sistema de crenas, flexvel e sem
fanatismo, que possa orient-lo e servir de apoio para lev-lo a vitria
(ncora). Isso principalmente verdadeiro quando as situaes
pressionantes da vida, que geram toda sorte de medos, ansiedades,
culpas e sofrimentos, tentam inibir sua capacidade de reagir e vencer
(9 de Espadas).
De posse desta resposta, o consulente resolveu buscar apoio num
grupo de terceira idade que funcionava prximo a sua residncia.
Paulatinamente, foi se integrando a ele, vindo a participar de vrias

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

atividades sociais e filantrpicas. Em pouco tempo, voltou a ser uma


pessoa alegre, feliz e de bem com a vida.

36. Questo: Concurso pblico vou tentar pela terceira vez.


Resposta: Carta 36 - Cruz. Voc est sendo chamado a entender
que as provaes, os sofrimentos e as tristezas que surgem em seu
caminho so testes para avaliar sua fora espiritual, incitando-o a
recordar que existe uma Fora Maior sempre pronta a amparar (Cruz).
Quando voc est aberto e sintonizado a essa energia espiritual, a
vitria est garantida e seu esforo sincero recompensado e
reconhecido por todos (6 de Paus).
De posse desta resposta, o consulente, que dispunha de 12 dias para
se preparar, adotou o seguinte plano: durante 11 dias dedicou-se de
corpo e alma ao estudo e reviso da matria; na vspera do referido
exame, tirou o dia para relaxar, meditar, descansar. Assim, preparado
e harmonizado, conquistou a aprovao to almejada.

2. Jogo de 3 cartas
Embaralhe as cartas, coloque o baralho sobre o Campo. O
consulente corta o baralho verbalizando a Questo. Desfaa o corte,
reagrupe as cartas. A seguir, espalhe as cartas sobre o Campo em
forma de leque. Pea ao consulente que retire 3 cartas que voc vai
dispondo no Campo, como mostra o diagrama a seguir:

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Carta n 1 o passado indica o que favorece a questo, o histrico


da questo, a escolha feita, a ao realizada, as origens.
Carta n 2 o presente os obstculos a serem enfrentados, a
preocupao do momento, como a questo est se apresentando agora.
Carta n 3 o futuro o resultado provvel, para onde a questo
caminha, o que posso antecipar com respeito a esta questo e qual seu
provvel desfecho.
Muitas vezes, a resposta obtida no muito clara. A quarta carta,
representando uma sntese ou concluso final, poder ajudar e
esclarecer melhor a questo. Para obter esta carta n 4 basta somar os
nmeros das cartas das posies 1 e 3.
Alerta importante: este jogo, aparentemente simples, muito
importante e dever ser bem assimilado. Ele constitui o fundamento
do mapeamento completo que ser enfocado adiante Mandala
Astrolgica , em que ser utilizado por doze vezes consecutivas.

Exemplo Prtico:
Um consulente formulou a seguinte questo: Minha atividade
profissional.
Ele retirou 3 cartas, resultando no seguinte jogo:
Carta n 1: 25 - Anel
Carta n 2: 6 - Nuvens
Carta n 3: 33 - Chave
A sntese, ou seja, a Carta n 4 ser obtida somando-se 25 + 33 = 58

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Como o baralho s tem 36 cartas, fao uma reduo: 5 + 8 = 13, ou


seja, a Carta 13 - Criana. Continuando a reduo, tenho: 1 + 3 = 4, ou
seja, a Carta 4 - Casa.
Desta forma, um simples jogo de trs cartas se desdobra: duas
novas cartas so calculadas para se obter uma viso mais clara e
ampla da questo.

Interpretao Bsica das Cartas:


Carta n 1: 25 - Anel: Voc estava sendo chamado a analisar a sua
capacidade de se associar e de buscar, criteriosamente, a cooperao e
o apoio de outras pessoas (Anel), quase sempre indispensvel quando
o entusiasmo e a paixo estavam impelindo voc a desenvolver novos
projetos, a assumir um compromisso de noivado-casamento ou a
embarcar numa aventura que poderia mudar radicalmente o rumo de
sua vida (s de Paus).
Carta n 2: 6 - Nuvens: Agora voc est sendo chamado a enfrentar
incertezas, dvidas e confuses de sentimentos diante dos desafios da
vida (Nuvens), que podem ser solucionados na medida em que voc
deixar seu guerreiro interior agir, encarando as questes e usando toda
a sua fora de vontade (Rei de Paus).
Carta n 3: 33 - Chave: Voc ser chamado a aprender que o xito,
o crescimento e o sucesso dependem, nica e exclusivamente, de seu
empenho e dedicao em enfrentar e equacionar eficientemente os

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

problemas que surgem em seu caminho (Chave). Muitas vezes, para


atingir sua meta, voc ser forado a parar, retroceder e se submeter a
um novo aprendizado ou reciclar-se (8 de Ouros).
Carta n 4: Sntese
13 - Criana: Voc est sendo convidado a se livrar de todo tipo de
prevenes e preconceitos, e passar a encarar a vida com alegria e
otimismo, sempre aberto para o novo (Criana). Isso implica em
manter a mente aberta e flexvel; desenvolver a sua capacidade de
comunicao, atravs do estudo e da pesquisa (Valete de Espadas).
4 - Casa: Voc est sendo chamado a dar mais ateno segurana
material, famlia e relao afetiva to necessria para que possa
atuar no mundo (4 - Casa), mas o fundamental desenvolver a sua
autoconfiana e autoestima; se voc no se ama, torna-se difcil amar,
servir e proteger aqueles que esto perto de voc (Rei de Copas).

O consulente era um contador experiente (mais de 20 anos no


ramo) e dono de seu prprio negcio. Movido pelo entusiasmo e pela
perspectiva de ampliar sua prspera empresa (s de Paus) resolvera
admitir como scio um jovem sobrinho recm-graduado, com
especializao no exterior (25 - Anel). Em pouco tempo, o negcio
expandiu muito mais do que ele havia antecipado, fruto da ao do
jovem scio: ampla campanha publicitria e informatizao de toda a
empresa. Ele, porm, como scio titular, passou a se sentir
inferiorizado o controle, que exercia de forma individualista,
escapou-lhe das mos. Seus funcionrios, ao contrrio, estavam mais
motivados e felizes com a modernizao implantada pelo novo scio.
Ele estava seriamente perturbado, questionando se havia feito uma
escolha adequada a essa altura de sua vida (54 anos); a dvida o
atormentava (6 - Nuvens). Conclumos que no havia mais retorno:
ele teria de lutar (Rei de Paus) para se realinhar nova realidade. Se
tivesse a humildade de assumir o papel do aprendiz (8 de Ouros)
isso implicava em reciclar-se certamente assumiria novamente o
controle dos negcios (33 - Chave).

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Sntese: a vida o est convocando a esquecer o fator idade, a abrir-


se para o novo, a encarar a vida com alegria, a voltar a estudar (Valete
de Espadas) e a ser flexvel, aberto ao novo (13 - Criana). Tudo se
resume afinal numa questo de segurana: reconquistar sua
autoconfiana e autoestima (4 - Casa).
Devo confessar que ele no ficou muito satisfeito com a resposta
veio consultar-me esperando que eu lhe desse uma soluo mgica.
Como sempre fao, informei que todo Orculo fornece apenas um
conselho, uma orientao, um estmulo; no resolve problemas.
Havamos discutido exaustivamente a questo; cabia a ele, agora,
fazer uma escolha e agir.
Aproximadamente um ano depois, para minha surpresa, ele voltou a
me procurar. Estava radiante, havia mudado, parecia at mais jovem:
novo corte de cabelo, muito bem vestido.
Contou-me que, aps ouvir vrias vezes a fita cassete da consulta,
resolveu partir para a luta. Matriculou-se em dois cursos: um de
reciclagem para executivos, outro de informtica. No curso para
executivos, saiu-se to bem que a direo do mesmo resolveu
contrat-lo como consultor-instrutor. A informtica abriu-lhe novos
horizontes, inimaginveis at ento para ele, que vivia preso aos seus
mtodos arcaicos e rotineiros. O convvio com o pessoal mais jovem,
que ele temia (medo de ser alvo de chacotas), resultou exatamente no
oposto: ele era requisitado e prestigiado pelo grupo em funo de sua
experincia o conhecimento que s a escola da vida capaz de
proporcionar. Quanto sua empresa, informou-me que ia muito bem
agora era capaz de se comunicar com o scio de igual para igual.

3. Jogo de 5 cartas
Embaralhe as cartas, coloque o baralho sobre o Campo. O
consulente corta o baralho verbalizando a Questo. Desfaa o corte,
reagrupe as cartas. A seguir, espalhe as cartas sobre o Campo em

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

forma de leque. Pea ao consulente que retire 5 cartas, que voc vai
dispondo no Campo como mostra o diagrama a seguir:

Carta n 1: indica o que favorece a questo.


Carta n 2: os obstculos a serem enfrentados.
Carta n 3: o caminho a seguir, o objetivo principal coroando a
Questo.
Carta n 4: o resultado esperado.
Carta n 5: o ponto de partida ou o consulente na questo (esta carta
a primeira a ser analisada. A seguir, obedecemos ordem numrica
normal: 1, 2, 3 e 4).
Sntese - Carta n 6: somamos apenas os nmeros das cartas das
posies 1, 2, 3 e 4; a carta da posio 5 no entra na soma.

Exemplo Prtico:
Uma consulente coloca a seguinte Questo: Concurso para um
cargo de pblico.
A consulente retirou 5 cartas, resultando no seguinte jogo:
Carta n 1: 8 - Caixo
Carta n 2: 23 - Ratos
Carta n 3: 26 - Livro
Carta n 4: 1 - Cavaleiro

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Carta n 5: 33 - Chave
Sntese - Carta n 6: 13 - Criana e 4 - Casa

Interpretao Bsica das Cartas:


Carta n 5: 33 - Chave: Como ponto de partida, voc est sendo
chamada a aprender que o xito, o crescimento e o sucesso dependem
nica e exclusivamente de seu empenho e dedicao em enfrentar e
equacionar eficientemente os problemas que surgem em seu caminho
(Chave). Muitas vezes, para atingir sua meta, voc forada a parar,
retroceder e se submeter a um novo aprendizado ou reciclar-se (8 de
Ouros).
Carta n 1: 8 - Caixo: O que favorece voc entender que as
grandes transformaes, o fim de um estgio ou ciclo, as perdas de
todo tipo (Caixo) constituem um teste para avaliar sua capacidade de
autossuficincia, forando-a a descobrir novas formas de canalizao
de seu potencial criativo que, no final, geram muito prazer e
contentamento (9 de Ouros).
Carta n 2: 23 - Ratos: O obstculo obriga a voc examinar as suas
rotinas dirias que geram um desgaste excessivo de energias, afetam
sua sade ou provocam danos e perdas (Ratos), resultantes da

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

competio acirrada de todo tipo a que voc est exposta, e que s


pode ser enfrentada por um carter ntegro, forte e corajoso (7 de
Paus).
Carta n 3: 26 - Livro: O caminho a seguir ser analisar a sua
relao com os estudos, o esforo intelectual e a dedicao ao
trabalho, que ampliam seus horizontes e possibilitam o seu
crescimento (Livro), e constituem a nica forma segura para voc
alcanar a paz, a harmonia, a segurana e a prosperidade (10 de
Ouros).
Carta n 4: 1 - Cavaleiro: O resultado esperado ser positivo se
voc agir de forma correta e ousada, abrindo-se para o novo e
deixando seu esprito de liderana guiar seus passos (Cavaleiro), pois
o momento possibilita a realizao de um sonho, a concretizao de
um projeto ou uma unio afetiva (9 de Copas).
Carta n 6: Sntese
13 - Criana: Voc est sendo convidada a se livrar de todo tipo de
prevenes e preconceitos, e passar a encarar a vida com alegria e
otimismo, sempre aberta para o novo (Criana). Isso implica em
manter a mente flexvel e desenvolver a sua capacidade de
comunicao, atravs do estudo e da pesquisa (Valete de Espadas).
4 - Casa: Voc est sendo chamada a dar mais ateno segurana
material, famlia e relao afetiva to necessria para que possa
atuar no mundo (Casa), mas o fundamental desenvolver a sua
autoconfiana e autoestima; se voc no se ama, torna-se difcil amar,
servir e proteger aqueles que esto perto de voc (Rei de Copas).

De posse desta resposta, a consulente, uma experiente advogada,


conscientizou-se, atravs do ponto de partida, de que precisava mudar
seu tipo de abordagem da Questo. Resolveu se inscrever num curso
preparatrio especializado (33 - Chave), pois todo seu esforo em
estudar por conta prpria no estava gerando o resultado esperado.
Atravs do lado positivo da questo (Carta n 1), tomou conscincia
de que deveria enterrar todos seus complexos e limitaes e confiar
mais no seu valor e brilho pessoal. Alm do estudo, necessitava dar

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

mais ateno a sua aparncia, postura e apresentao pessoal (8 -


Caixo). J o lado negativo da questo (Carta n 2), apontava para o
bvio: a concorrncia acirrada que est presente nos concursos
pblicos, resultante da inscrio de centenas de candidatos. Isso, sem
falar dos aspectos pouco lcitos tambm neles presentes:
apadrinhamento, quem indica, etc. (23 - Ratos).
O conselho (Carta n 3) apontava que o nico caminho para o
sucesso e a harmonia era o estudo, o conhecimento e a dedicao (26 -
Livro). O resultado esperado (Carta n 4) indicava a necessidade de ir
luta, comear a agir imediatamente, pois s assim o final feliz seria
alcanado (1 - Cavaleiro).
A sntese resumia muito bem a questo toda: deveria estar aberta ao
novo, manter um estado de esprito alegre e otimista, evitando atitudes
irresponsveis ou pueris, e se aplicar cada vez mais ao estudo e ao
aprimoramento da comunicao (13 - Criana). Isso resultaria num
maior senso de segurana e estabilidade, to necessrias para atender
aos reclamos de sua famlia (4 - Casa).

4. Jogo de 10 cartas: Cruz Celta


Trata-se de uma bela jogada que dever ser utilizada quando se
quer conhecer os pormenores e os meandros de uma questo
existencial. Este jogo dever ser utilizado quando o consulente
manifestar uma queixa tipicamente existencial, psicolgica e de longa
data, em geral enunciada pelas expresses: sempre tive problemas
com amigos, desde a infncia, no tenho sorte no amor, sempre foi
assim, j tive quatro relacionamentos desfeitos, no consigo me
fixar num trabalho, j fui despedido seis vezes, na famlia ningum
me entende, sempre foi assim.
Essas queixas, traduzidas em linguagem oracular, ficam assim
definidas: Questo: relacionamento social, Questo:

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

relacionamento amoroso, Questo: trabalho, Questo:


relacionamento familiar.

Embaralhe as cartas, coloque o baralho sobre o Campo. O


consulente corta o baralho verbalizando a Questo. Desfaa o corte,
reagrupe as cartas. A seguir, espalhe as cartas sobre o Campo em
forma de leque. Pea ao consulente que retire 10 cartas, que voc vai
dispondo no Campo como mostra o diagrama:

Carta n 1 o ponto de partida da questo


Carta n 2 o grande obstculo
Carta n 3 a origem da questo
Carta n 4 o passado da questo
Carta n 5 o presente da questo
Carta n 6 o futuro da questo
Carta n 7 o consulente na questo
Carta n 8 o ambiente que cerca o consulente
Carta n 9 uma esperana ou um temor
Carta n 10 o resultado esperado
Carta n 11 Sntese: somar apenas os nmeros das cartas das
posies 6 (futuro) e 10 (resultado).

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Exemplo Prtico:
Um consulente coloca a seguinte Questo: Minha vida amorosa.
Ele retirou 10 cartas, resultando no seguinte jogo:
Carta n 1: 6 - Nuvens
Carta n 2: 17 - Cegonhas
Carta n 3: 4 - Casa
Carta n 4: 12 - Corujas
Carta n 5: 13 - Criana
Carta n 6: 1 - Cavaleiro
Carta n 7: 3 - Navio
Carta n 8: 20 - Jardim
Carta n 9: 25 - Anel
Carta n 10: 36 - Cruz
Carta n 11: Sntese - 10 - Foice e 1 - Cavaleiro

Interpretao Bsica das Cartas:

Carta n 1: 6 - Nuvens. Como ponto de partida a questo aparece


como o enfrentamento de incertezas, dvidas e confuses de

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

sentimentos diante dos desafios da vida (Nuvens), que podem ser


solucionados na medida em que voc deixar seu guerreiro interior
agir, encarando as questes e usando toda a sua fora de vontade (Rei
de Paus).
Carta n 2: 17 - Cegonhas. O grande obstculo se refere a entender
que as mudanas, as viagens e as situaes imprevistas da vida, tais
como morte, gravidez e a quebra de rotinas (Cegonhas), obrigam voc
a mergulhar fundo em seu ser, na busca das causas ou motivaes
reais de sua existncia, forando-o a encarar seus medos, limitaes e
desejos ocultos, bem como sua capacidade de lidar com as questes de
poder, controle e sexualidade em sua vida (Rainha de Copas).
Carta n 3: 4 - Casa. A raiz da questo que voc foi chamado a
dar mais ateno segurana material, famlia e relao afetiva to
necessria para que pudesse continuar a atuar no mundo (Casa), mas o
fundamental, naquele momento, era desenvolver a sua autoconfiana e
autoestima; se voc no se ama, torna-se difcil amar, servir e proteger
aqueles que esto perto de voc (Rei de Copas).
Carta n 4: 12 - Corujas. Tudo comeou quando voc foi chamado
a enfrentar a dor com sabedoria e inteligncia, sem se deixar dominar
pelas emoes naquele momento. Tambm se exigia que voc
compartilhasse suas dificuldades com algum: um amigo ou
profissional da rea (Corujas), pois s assim poderia encarar a difcil
tarefa de tomar uma deciso diante de um impasse (7 de Ouros).
Carta n 5: 13 - Criana. Agora voc est sendo convidado a se
livrar de todo tipo de prevenes e preconceitos, e passar a encarar a
vida com alegria e otimismo, sempre aberto para o novo (Criana).
Isso implica em manter a mente aberta e flexvel e desenvolver a sua
capacidade de comunicao, atravs do estudo e da pesquisa (Valete
de Espadas).
Carta n 6: 1 - Cavaleiro. Prediz que voc ser desafiado a agir de
forma correta e ousada; a abrir-se para o novo e deixar seu esprito de
liderana guiar seus passos (Cavaleiro). Esse momento possibilitar a
realizao de um sonho, a concretizao de um projeto ou uma unio
afetiva (9 de Copas).

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Carta n 7: 3 - Navio. Voc est sendo convidado a expandir, a


explorar novos horizontes, a dar um novo rumo trajetria de sua
existncia (Navio), principalmente se est se sentido derrotado,
frustrado e sem esperanas (10 de Espadas).
Carta n 8: 20 - Jardim. As condies do ambiente ao seu redor
esto chamando voc a defender seu espao pessoal das invases
externas; a desenvolver a capacidade de cuidar, embelezar e defender
o seu domnio, e, ao mesmo tempo, a nutrir e proteger os que lhe so
caros (Jardim) at mesmo, como neste momento, diante de situaes
adversas e opressivas, quando o medo o domina e impossibilita uma
ao adequada e justa (8 de Espadas).
Carta n 9: 25 - Anel. A expectativa (esperana/temor) coloca em
foco a sua capacidade de se associar, de buscar criteriosamente a
cooperao e o apoio de outras pessoas (Anel), quase sempre
indispensvel quando o entusiasmo e a paixo esto impelindo voc a
desenvolver novos projetos, a assumir um compromisso de noivado-
casamento ou a embarcar numa aventura que poder mudar
radicalmente o rumo de sua vida, como neste momento (s de Paus).
Carta n 10: 36 - Cruz. Prediz que voc ser desafiado a entender
que as provaes, os sofrimentos e tristezas que surgiro em seu
caminho sero apenas testes para avaliar sua fora espiritual,
incitando-o a recordar que existe uma Fora Maior sempre pronta a
amparar (Cruz); se voc estiver aberto e sintonizado a essa energia
espiritual, a vitria estar garantida e seu esforo sincero ser
recompensado e reconhecido por todos (6 de Paus).
Carta n 11: Sntese
10 - Foice. Voc est sendo chamado a fazer cortes e a aprender
que todo processo de transformao e mudana exige ajustes para
restabelecer o equilbrio necessrio (Foice), e, ao mesmo tempo, a
enfrentar o trabalho duro e rotineiro de forma saudvel, sem
esmorecer ou perder a alegria de viver (Valete de Ouros).
1 - Cavaleiro. Voc est sendo chamado a agir de forma correta e
ousada. Abra-se para o novo e deixe seu esprito de liderana guiar
seus passos (Cavaleiro). O momento possibilita a realizao de um

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sonho, a concretizao de um projeto ou uma unio afetiva (9 de


Copas).

De posse desta resposta, o consulente, um arquiteto cearense de 48


anos, resolveu reavaliar essa rea de sua existncia: a vida amorosa.
Realmente, como o jogo mostrou, era uma pessoa indecisa, vivia
numa dvida que o acompanhava h dcadas, e necessitava tomar uma
atitude urgentemente (6 - Nuvens).
O Obstculo apontava que necessitava mergulhar fundo nas reas
sombrias de seus sentimentos e desejos, para dar um novo rumo sua
vida e encarar a mudana (17 - Cegonhas). Na verdade, tinha tido
alguns relacionamentos heterossexuais pouco gratificantes. Por medo
e preconceito, negava-se a admitir para si mesmo sua
homossexualidade.
A Raiz da questo, ele concordou, residia em sua relao com a
famlia. Esta, muito conservadora, havia suprido a segurana de que
ele necessitava, mas exigia um preo alto por isto, gerando sua baixa
autoestima. Ele temia enfrent-la (4 - Casa).
O Passado foi sempre marcado por esse dilema: assumir ou no sua
homossexualidade, versus a aprovao da famlia e do meio social.
Como tinha uma dificuldade muito grande de compartilhar seu dilema
com quem quer que fosse amigo ou psiclogo nunca se libertou
dele (12 - Corujas).
No Presente, a maturidade adquirida ao longo de tantos anos de
represso estava proporcionando a ele um novo comeo. Sentia-se
mais aberto e, comunicativo e medida que expunha e analisava a sua
questo, sentia-se mais livre e feliz (13 - Criana).
O Futuro prometia a to esperada recompensa e a realizao de seu
sonho, mas isso dependia de adotar uma atitude mais ousada e de lutar
por aquilo que almejava (1 - Cavaleiro).
Esta perspectiva apontada pelo Orculo deixou-o muito motivado e
feliz.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Ele diante da questo: a carta indicava que o pior j havia passado,


pois ela j havia enfrentado toda espcie de frustrao e perda de
esperana. Agora, cabia-lhe dar um novo rumo sua vida (3 - Navio).
O Ambiente ao seu redor havia mudado muito pouco. Ele
continuava dividido entre os apelos emocionais e uma conduta mais
fria, porm equilibrada. Cabia a ele criar e defender de uma vez por
todas seu espao pessoal, bloqueando toda e qualquer interferncia
exterior (20 - Jardim).
A Esperana no momento era a grande exploso de entusiasmo, o
despertar para novas possibilidades. O Temor consistia em reavaliar
sua capacidade de estabelecer uma relao, uma parceria estava por
demais acostumado com sua independncia pessoal (25 - Anel).
O Resultado apontava para a vitria, desde que ele estivesse
conscientemente alinhado a padres material e espiritualmente
elevados (36 - Cruz).
A Sntese apontava para a dura tarefa de fazer cortes, aps
criteriosa anlise dos fatores e pessoas envolvidas algo que exigiria
tempo, trabalho e muita dedicao (10 - Foice). Mas isso poderia ser
facilmente alcanado desde que ele se deixasse guiar pelo esprito de
liderana, estivesse sinceramente aberto para o novo (1 - Cavaleiro).
Ao encerrar a consulta, coloquei a ele as seguintes questes: Voc
est preparado para aceitar a mudana? Voc est pronto para se
despedir do que velho e saudar a chegada do novo?

Aproximadamente oito meses depois da consulta, ele entrou em


contato comigo novamente para informar que estava muito feliz.
Havia aceitado uma oferta de trabalho em So Paulo que, alm de
representar um progresso em termos financeiros, havia possibilitado o
encontro de um companheiro.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

5. Jogo de 12 cartas Mandala Astrolgica


A Mandala Astrolgica, sem sombra de dvidas, a jogada mais
complexa e completa de que dispomos em termos de leitura oracular.
Numa consulta, recomendvel abrir este jogo em primeiro lugar,
para se ter uma ideia global do momento que o consulente est
vivenciando tanto os aspectos facilitadores, quanto os desafiadores
ou restritivos. Com essa jogada podemos ressaltar as tendncias ou o
potencial energtico que o consulente ter sua disposio por um
perodo de aproximadamente seis meses, chamando sua ateno sobre
as situaes e escolhas pertinentes a esse perodo. Aconselha-se que
esse prazo seja rigorosamente observado eticamente, vedado
repetir essa jogada para a mesma pessoa, antes que se passem 6
meses.
Este jogo se fundamenta no sistema denominado Casas
Astrolgicas, que constitui um dos aspectos mais importantes da
estrutura da Astrologia.

Casas Astrolgicas definio


A origem desse sistema, segundo alguns autores, muito antiga. A
ideia de Casas teria surgido entre os Caldeus em meados do sculo
VII a.C. e j no sculo III a.C. era largamente utilizado.
Antes de focalizarmos o jogo de 12 cartas propriamente dito,
necessitamos estudar e assimilar o conceito das casas astrolgicas em
profundidade.
Cada casa astrolgica, conforme definiremos adiante, representa
um domnio particular de nossa vida, a saber:

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Casa Significados Elemento


1 Ego (Eu sou) Fogo Cardinal
2 Recursos (Eu tenho) Terra Fixa
3 Comunicao (Eu me comunico) Ar Mutvel
4 Origens (Minhas razes, passado) gua Cardinal
5 Prazer (Eu crio e amo) Fogo Fixo
6 Cotidiano (Eu trabalho) Terra Mutvel
7 O outro (Eu me associo) Ar Cardinal
8 Transformao (Eu me regenero) gua Fixa
9 Idias (Eu creio) Fogo Mutvel
10 Status (Eu me esforo e construo) Terra Cardinal
11 Vida social (Eu me socializo) Ar Fixo
12 Limitaes (Eu temo e anseio) gua Mutvel

Deve estar claro que o sistema de casas astrolgicas tambm


regido pela Teoria dos Elementos, j estudada quando da apresentao
de cada uma das cartas do baralho.
Consequentemente, este jogo e a estrutura do orculo formam um
todo coerente e harmnico.

Casas Astrolgicas significados


Analisaremos detalhadamente a teoria e os aspectos prticos das
casas astrolgicas enfocando as quatro grandes famlias, ou seja, as
casas agrupadas em funo dos quatro elementos, a saber:

Casas de Fogo 1 5 9
Casas de Terra 2 6 10
Casas de Ar 3 7 11
Casas de gua 4 8 12

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Quando analisamos as Casas de Fogo (entusiasmo, paixo,


individualidade) estamos focalizando o consulente em si, passando
uma mensagem diretamente a ele, como indivduo:
Quais as energias que esto atuando no momento em sua
personalidade e como estas devem ser utilizadas ou controladas (Casa
1);
Como ele deveria melhor canalizar seus talentos e habilidades,
curtir mais a vida, enfocar sua vida amorosa (Casa 5);
Quais so suas crenas, valores, filosofia de vida, religio,
possibilidades de abertura (Casa 9).
A famlia do Fogo ensina que, como indivduo, necessito dar
ateno a estes trs setores para crescer e me expandir como ser
humano:
Casa 1: Indica como o consulente se apresenta; o que demonstra
ser, qual sua aparncia e qual a disposio energtica bsica
(cooperadora ou desafiadora) que dever trabalhar nos prximos
meses.
Voc est cuidando adequadamente do seu corpo, da sua
aparncia, da sua imagem?
Casa 5: Indica como o consulente est canalizando seu potencial
criativo, talentos e habilidades. Como vivencia os seus amores,
paixes e romances. Outros aspectos desta casa so: o lazer, os filhos,
seu estilo e sua marca.
Voc est usando seus talentos e criatividade produtivamente? E
as suas atitudes com relao a amor, filhos e lazer so adequadas?
Casa 9: Indica como o consulente pauta a sua existncia, quais so
suas crenas (religiosas ou filosficas), como se d a busca da
verdade, da sabedoria, da justia. Quanto est aberto para o
estrangeiro e estudos universitrios. Sua capacidade de lidar com o
incomum ou o desconhecido.
Como andam as suas crenas filosficas e/ou religiosas e seus
valores, perante a vida e o momento presente? Voc procura expandir
seus conhecimentos e horizontes ou parou no tempo?

198
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Exemplo: Um amigo executivo bem sucedido expressou seu


desejo e paixo pela dana. Ele acreditava ter algum talento, pois na
juventude, quando frequentava as reunies danantes, sua atuao era
sempre elogiada (Casa 5). Mas suas crenas, fruto de uma educao
conservadora, aliadas ao preconceito (dana no coisa pra
homem), haviam bloqueado (Casa 9) seu talento/prazer (Casa 5).
Agora, maduro, independente, suas crenas haviam mudado estava
mais aberto e receptivo.
Sugeri que repensasse o assunto: logicamente, a dana clssica
estava fora da lista de opes ele tinha 49 anos mas existiam
outras opes adequadas sua condio fsica atual (Casa 1).
Anos depois ele me contou, feliz da vida, que estava praticando
dana expressiva e que j havia feito at algumas participaes em
espetculos.

Quando analisamos as Casas de Terra (material, recursos,


concretizao) estamos focalizando os aspectos prticos, concretos e
de sobrevivncia da vida do consulente:
Quais as possibilidades em termos de recursos, quais as
tendncias em termos de dinheiro, seu senso de posse em relao aos
bens e s pessoas (Casa 2);
Como encara seu dia-a-dia; seus hbitos/vcios, sua alimentao,
as possibilidades ou dificuldades no trabalho, o possvel impacto
destes fatores na sua qualidade de vida/sade (Casa 6);
Quais so suas perspectivas em termos de futuro prximo, o que
almeja em termos profissionais, sua necessidade de status e
reconhecimento (Casa 10).
A famlia de Terra chama nossa ateno para os aspectos
materiais da vida, to importantes para nosso crescimento e
sobrevivncia. Todo indivduo, por mais simples ou primitivo que
seja, necessita em seu cotidiano de algum tipo de utenslios, objetos e
ferramentas para realizar suas tarefas e, consequentemente, crescer e
progredir como ser humano.

199
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Casa 2: Indica como o consulente administra os seus bens


(materiais e imateriais) e qual sua atitude em relao ao dinheiro.
Revela tambm sua possessividade quo apegado em relao a
seus bens e/ou a pessoas.
Como voc est gerenciando seus recursos (materiais ou
imateriais)? O que o dinheiro representa para voc? Como se
manifesta seu senso de posse ou apego em relao a seus bens ou
pessoas do seu convvio? Segurana para voc se resume em acumular
bens ou saldo bancrio?
Casa 6: Indica como o consulente enfrenta e organiza suas rotinas
dirias, seu trabalho, seus hbitos, sua qualidade de vida/sade.
Outros aspectos desta casa so: seus empregados e seus animais de
estimao.
Como voc encara as exigncias do dia-a-dia? Qual a sua relao
com o trabalho? Voc se sobrecarrega, assumindo responsabilidades
que no ter condies de cumprir? Como anda sua qualidade de
vida? J se conscientizou de que todo excesso ou desgaste prejudica
sua sade?
Casa 10: Indica como o consulente lida com a ambio, como
encara seu futuro e qual seu interesse pelo status social. Aqui se
enfoca tambm a profisso, a carreira, o prestgio, o reconhecimento e
a fama. Esta casa indica a influncia ou papel do Pai na vida dos
homens e da Me na vida das mulheres.
Como voc programa seu futuro? Quais so as suas aspiraes em
termos de status, profisso? Voc busca prestgio ou popularidade?

Exemplo: Uma amiga, gerente de Marketing, 38 anos, estava


diante de um impasse. Ambiciosa, lutara muito para obter o cargo que
ocupava na empresa (Casa 10) e conseguir um alto salrio (Casa 2).
Mas o seu cotidiano deixava muito a desejar em termos de qualidade
de vida, pois trabalhava 12/13 horas por dia, sempre viajando de uma
filial para outra at mesmo nos finais de semana. Sua sade estava
seriamente afetada: sobrevivia base de medicamentos (Casa 6).
Pouco usufrua dos bens que havia conseguido adquirir: um

200
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apartamento de alto padro, casa na praia e dois carros importados


(Casa 10).
O volume de dinheiro investido em aes e seu saldo bancrio
invejvel no conseguiam lhe dar a segurana que necessitava (Casa
2). Vivia completamente isolada, sem amigos ou relacionamento
afetivo. Aconselhada por seus mdicos e psiquiatra, chegou
concluso de que deveria reformular totalmente sua posio perante o
cotidiano e os aspectos materiais da vida. Teve de se submeter a um
tratamento numa clnica, durante quatro meses. Recuperada, deixou o
cargo executivo, passando a atuar apenas como consultora com um
salrio menor, mas com uma carga horria normal (8h/dia, fins de
semana livres) e muito menos responsabilidades.

Quando analisamos as Casas de Ar (comunicao e sociabilidade)


estamos focalizando os aspectos da vida social do consulente:
Quais os potenciais ou as limitaes em sua capacidade de se
comunicar, como este aspecto poderia ser aperfeioado, como se
relaciona com seus iguais, qual o curso ou treinamento adequado a
este momento (Casa 3);
Como se relaciona com o cnjuge, os scios ou com as pessoas
em geral, nos contatos pessoais (face a face) (Casa 7);
Quais so seus potenciais sociais, como se relaciona com os
amigos e com os grupos, quais so seus ideais ou sua participao
poltica e social; como lida com seu pblico ou o que pode esperar
dele (Casa 11).
A famlia do Ar chama nossa ateno para os aspectos sociais da
vida. Lembra-nos a todo o momento que no estamos ss no mundo;
necessitamos dos outros para nos completar e para crescermos como
seres humanos.
Casa 3: Indica como o consulente se expressa (comunicao falada
e escrita) e como se movimenta. As caractersticas do ambiente onde
vive e sua capacidade de adaptao. Sua abertura e disponibilidade
para os estudos e treinamentos; o relacionamento com seus iguais

201
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(irmos, colegas e vizinhos). Outros aspectos desta casa so as


pequenas viagens, os papis e documentos.
Como voc se comunica? Sua comunicao verbal, gestual ou
escrita eficiente? Como est o seu relacionamento com os iguais:
irmos, primos, colegas, vizinhos? Voc no est precisando
aprimorar suas habilidades: com um curso de lngua estrangeira,
computao, reciclagem profissional? Como voc, profissionalmente,
gerencia seu marketing/propaganda pessoal?
Casa 7: Indica como o consulente estabelece relacionamentos
pessoais (face a face). Como se associa, faz acordos e usa seu
potencial diplomtico. As unies e desunies por contratos e
processos; justia. tambm a casa dos inimigos declarados e de tudo
aquilo que buscamos no outro para nos completarmos.
Voc se relaciona bem nos contatos face a face? Como est o
dilogo com o seu cnjuge, seu chefe? Voc tem facilidade para
estabelecer relaes pessoais, ou esta questo gera em voc medo ou
insegurana? Voc sabe firmar parcerias ou contratos justos e
adequados para ambas as partes? Nestas questes j se conscientizou
de que melhor falar antes do que depois, ou seja, melhor ter os
direitos e obrigaes de cada uma das partes claramente expressos e
definidos?
Casa 11: Indica como o consulente se relaciona com os amigos,
grupos, clubes, associaes, partidos polticos. Indica tambm qual o
seu papel social, o seu projeto de vida e as suas esperanas. a casa
que mostra as possibilidades de mercado e seu pblico alvo.
Como anda sua vida social: participa de um clube, frequenta
festas, reunies, baladas? Voc tem amigos e se relaciona com eles
frequentemente? Sente prazer em conhecer novas pessoas ou grupos?
Nas relaes sociais, voc se pauta pela quantidade ou pela qualidade?
Profissionalmente, voc est sempre atento s oscilaes do mercado
e procura satisfazer as necessidades de seus clientes? Voc participa
de algum movimento ou tenta melhorar as condies sociais do
ambiente ao seu redor?

202
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Exemplo: Um amigo, arteso talentoso (jias em prata), 34 anos,


estava profissionalmente satisfeito, mas infeliz em termos pessoais.
Vivia extremamente isolado, trabalhando em seu atelier, diariamente,
cerca de 12 horas por dia. Era muito habilidoso e um
estudante/pesquisador dedicado, mas uma pessoa fechada, calada:
tinha grande dificuldade em se comunicar (Casa 3). No tinha amigos,
no frequentava nenhum clube nem reunies (Casa 11). Tinha grande
dificuldade em manter contatos face a face, em estabelecer relaes
pessoais e afetivas (Casa 7). Como era uma pessoa sensvel,
fisicamente atraente e apreciador das artes, sugeri que participasse de
um curso de teatro (Casa 3). Confidenciou-me, tempos depois, quo
grande foi seu sofrimento no incio. Mas alguns meses depois estava
mais solto e desinibido os colegas de turma muito cooperaram para
esse sucesso. Comeou a sair com o grupo e a participar de reunies e
eventos (Casa 11). Numa dessas festas, veio a conhecer uma estilista
de moda e estabeleceu com ela uma dupla parceria: amorosa e
profissional (Casa 7). Feliz com seu prprio crescimento, resolveu dar
sua contribuio social, ministrando aulas numa associao para
jovens carentes (Casa 11).

Quando analisamos as Casas de gua (emoo, sentimento)


estamos focalizando as reaes emocionais e sentimentais do
consulente:
Qual a sua reao ou atitude em relao a passado, famlia,
origens, segurana; como particularmente afetado por esses valores
e vivncias (Casa 4);
Qual a sua reao emocional diante das mudanas, dos
imprevistos; como canaliza sua sexualidade; o que est sendo
reprimido ou controlado (Casa 8);
O que ele teme ou se recusa a encarar; o que precisaria liberar;
como est a sua espiritualidade (Casa 12).
A famlia da gua chama nossa ateno para os aspectos
subjetivos, sentimentais e emocionais da nossa existncia. Por serem
aspectos inconscientes de nossa estrutura pessoal torna-se difcil

203
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

analis-los. Para acess-los necessitamos, em geral, da ajuda de um


terapeuta ou de tcnicas especificas que mobilizem ou tragam tona
os fatores escondidos ou reprimidos.
Casa 4: Indica como o consulente reage em relao ao seu passado
e razes: sua famlia, sua infncia e suas recordaes. Revela sua
necessidade de proteo e segurana; seus bens imveis. Indica, ainda,
a influncia ou papel da Me na vida dos homens e do Pai na vida das
mulheres.
Suas experincias familiares contribuem para seu crescimento?
Voc continua preso a tradies e valores ultrapassados? Voc est
consciente de suas origens e sabe tirar proveito disto? As suas
vivncias passadas infncia/adolescncia e sistema
educacional/familiar contriburam positivamente para seu progresso
atual?
Casa 8: Indica como o consulente encara o inesperado e as
mudanas: a morte, as crises emocionais, as perdas e a libertao dos
vnculos. Alm disso, esta a casa da sexualidade, do ocultismo, das
heranas, dos financiamentos, e da capacidade de regenerao.
Como voc tem reagido frente aos imprevistos e s mudanas?
Voc se recusa a olhar o seu lado escuro: paixes, desejos,
compulses? Como voc enfrenta os finais de ciclos, a questo da
morte em sua vida? Sua iniciao sexual foi prazerosa ou traumtica?
Como voc encara o sexo em sua vida?
Casa 12: Indica como o consulente encara o espiritual, os temores
inconscientes, os aprisionamentos, a necessidade de estar s, a
compaixo e todos aqueles contedos que ns tentamos esconder
debaixo do tapete ao invs de enfrentar.
Sua espiritualidade ainda est atrelada ao conceito de religio ou
seita? O que voc faz para se sentir mais sintonizado, harmonioso,
equilibrado com voc mesmo e o meio ambiente? O que voc teme? O
que voc no encara ou tenta esconder o tempo todo debaixo do
tapete?

204
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Exemplo: H muitos anos, na empresa em que ento eu trabalhava,


entrevistei um jovem com um excelente currculo escolar;
considerava-o praticamente empregado. A entrevista, imaginava eu,
seria mera formalidade. Engano meu!
Sua primeira atitude, ao sentar-se minha frente, foi perguntar:
onde ser meu escritrio? Calmamente, expliquei que a empresa,
como ele podia ver, utilizava o conceito de escritrio aberto: apenas
biombos. O escritrio privativo era um privilgio apenas para o
presidente e os diretores da companhia. Ele simplesmente, levantou-se
e me informou que no poderia aceitar tal condio. Consegui det-lo.
Solicitei que me explicasse a razo de tal postura. Ele me disse: Veja,
carrego um nome de famlia importante, meus antepassados foram
desbravadores desta terra! Como posso aceitar um trabalho onde
ficarei misturado com toda essa gente?
Recentemente, tive notcias dele: no est nada bem. Recusa-se a
aceitar qualquer tipo de ajuda qualquer aproximao rechaada
com violncia. Tudo indica que permanece preso a um passado
ilusrio, negando-se a enfrentar a realidade, o tempo presente (Casa
4). Como todo ser humano, passou por imprevistos e mudanas:
separao dos pais; perdas financeiras; um casamento por
convenincia que no durou muito machista e conservador, tudo
indica que nunca se liberou sexualmente (Casa 8). Para agravar ainda
mais a problemtica, participa de um grupo religioso extremamente
conservador, que certamente muito contribuiu para seu fechamento,
isolamento e desequilbrio pessoal (Casa 12). Em tais casos, somente
um tratamento mdico-psiquitrico poder dar algum alvio ou
eliminar os traumas. Mas, para a realizao de um tratamento, a
pessoa precisa querer e cooperar.

Concluda a abordagem terica do conceito de casas astrolgicas,


vamos agora focalizar a montagem do jogo de 12 cartas propriamente
dito.

205
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Montagem de um jogo de 12 cartas


Embaralhe as cartas, coloque o baralho sobre o Campo. O
consulente corta o baralho (nenhuma questo colocada estamos
buscando uma orientao de vida). Desfaa o corte, reagrupe as cartas.
A seguir, espalhe as cartas sobre o Campo em forma de leque. Pea ao
consulente que retire 12 cartas, que voc vai dispondo no Campo
como mostra o diagrama:

A grande Sntese, ou melhor, a carta n 13, central, resultar da


soma dos nmeros de todas as 12 cartas retiradas, efetuando-se,
logicamente as redues necessrias.

Sugesto do modelo de Formulrio:

206
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Data:
Nome:
Telefone:

Casa Jogo Sntese


1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Grande Sntese
*Nape/Elemento
Paus/Fogo
Copas/gua
Espadas/Ar
Ouros/Terra
*Tempo Estimado
Passado
Presente
Futuro

Acredito que a esta altura voc tenha percebido que muitos clculos
tero de ser realizados antes do incio da interpretao das cartas
propriamente dita. Nas minhas consultas utilizo um formulrio que

207
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

preenchido imediatamente aps o consulente ter retirado as 12 cartas e


o jogo ter sido montado, conforme o esquema grfico exibido ao lado.
Seu preenchimento rpido: 5 minutos, aproximadamente.
Mas, para chegar a isso, voc necessita ter assimilado muito bem os
conceitos envolvidos.
Vamos tentar esclarecer esses conceitos da forma mais simples
possvel: primeiro teoricamente e a seguir com um exemplo prtico
numrico.
Estas so as anotaes, clculos e contagens que voc ter de fazer
para preencher seu formulrio:
1) Preencher a coluna Jogo com as cartas, retiradas pelo
consulente, que compem esta jogada.
2) Clculo da grande sntese, ou carta central: somar os nmeros de
todas as 12 cartas retiradas, efetuando as redues quantas forem
necessrias.
3) Contagem Naipe-Elemento: contar quantas cartas de Paus-Fogo,
de Copas-gua, de Espada-Ar e de Ouros-Terra foram retiradas.
4) Tempo estimado: o ponto de partida o ms em que a leitura
est sendo realizada.
Exemplo: estamos em Agosto.
Considero 3 meses para cada perodo, ou seja: o Presente ser ago-
set-out (o ms em curso mais 2 meses); o Passado ser mai-jun-jul
(3 meses para trs) e o Futuro ser nov-dez-jan (3 meses para a
frente, a partir do ltimo ms do Presente).
5) Carta-sntese para cada Casa. Quando estamos analisando uma
dada rea da vida do consulente, por exemplo, a Casa 2 Recursos, o
assunto em foco o dinheiro-segurana. A analise feita no tempo
presente e a energia da carta retirada para esta Casa (carta n 2) sugere
as possibilidades para esse momento.
Para obtermos informaes adicionais e esclarecermos melhor a
situao, deveremos analisar tambm a carta n 1(anterior a 2), que
nos fornecer uma ideia de onde se originou tal situao, ou seja,
descrever o passado da questo. A seguir, deveremos analisar a
carta n 3 (posterior a 2), que nos fornecer pistas de para onde esta

208
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

situao caminha, ou seja, apontar uma perspectiva de futuro.


Somando os nmeros da carta n 1 (como passado) e da carta n 3
(como futuro) obterei a carta-sntese para a questo presente ou em
foco: a Casa 2.
Segue esquema completo das 12 cartas segundo sua posio e os
clculos que sero realizados:

Nota: a carta do Presente o foco da leitura. A do Passado mostra


de onde veio o tema, e a do Futuro, para onde vai. A Sntese para a
casa em foco obtida pela soma das cartas do Passado e do Futuro.
Terminados os clculos, voc estar apto para iniciar a Leitura-
Interpretao do Jogo.

Durante o processo de interpretao da Mandala Astrolgica, voc


notar que cada uma das 12 cartas ser lida por trs vezes, de acordo
com sua posio no jogo: Presente (a mais importante), Passado e
Futuro, como enunciado na tabela anterior. Por esta razo este Jogo
demorado, geralmente se estendendo por mais de uma hora. O
exemplo prtico que se segue tornar isto bem claro.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Leitura de uma Mandala Astrolgica

Consulente: William Sands, solteiro, 32, professor de


Ingls/Literatura e Escritor. Relacionamento afetivo recente (seis
meses) com uma garota brasileira, mulata. Ele retirou as seguintes
cartas, resultando no Jogo Mandala Astrolgica que se segue:

Casas Cartas Retiradas


1 35 - ncora / 9 Espadas
2 33 - Chave / 8 Ouros
3 23 - Ratos / 7 Paus
4 31 - Sol / s Ouros
5 17 - Cegonhas / Rainha Copas
6 21 - Montanha / 8 Paus
7 25 - Anel / s Paus
8 26 - Livro / 10 Ouros
9 22 - Caminhos / Rainha Ouros
10 36 - Cruz / 6 Paus
11 12 - Corujas / 7 Ouros
12 08 - Caixo / 9 Ouros
Grande Sntese: 19-Torre, 10-Foice, 1-Cavaleiro

Estas ltimas cartas Grande Sntese foram obtidas


somando-se os nmeros das 12 cartas retiradas pelo consulente,
a saber: 35 + 33 + 23 + 31 + 17 + 21 + 25 + 26 + 22 + 36 + 12 + 8
= 289.
Reduzindo: 2 + 8 + 9 = 19 - Torre; continuando a reduo: 1 + 9 =
10 - Foice; e finalmente: 1 + 0 = 1 - Cavaleiro.
Veja na pgina seguinte o clculo da carta-sntese para cada casa
deste jogo, mediante frmula j explicada :

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Terminados os clculos, teremos o formulrio devidamente


preenchido:

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Data: 11 Outubro 2xxx


Nome: William Sands
Telefone: 9xxx-xxxx

Casa Jogo Sntese


1 35-ncora/ 9 Espadas 05-rvore
2 33-Chave/ 8 Ouros 13-Criana
3 23-Ratos/ 7 Paus 10-Foice
4 31-Sol/ s Ouros 04-Casa
5 17-Cegonhas/ Rainha Copas 07-Serpente
6 21-Montanha/ 8 Paus 06-Nuvens
7 25-Anel/ s Paus 11-Chicotes
8 26-Livro/ 10 Ouros 11-Chicotes
9 22-Caminhos/ Rainha Ouros 08-Caixo
10 36-Cruz/ 6 Paus 07-Serpente
11 12-Corujas/ 7 Ouros 08-Caixo
12 08-Caixo/ 9 Ouros 11-Chicotes
Grande Sntese 19-Torre, 10-Foice e 01-Cavaleiro
*Nape/Elemento
Paus/Fogo 4 cartas
Copas/gua 1 carta
Espadas/Ar 1 carta
Ouros/Terra 6 cartas
*Tempo Estimado
Passado Jul-Ago-Set
Presente Out-Nov-Dez
Futuro Jan-Fev-Mar

Nota importante: Os dados do consulente apresentado neste


exemplo so totalmente fictcios. Qualquer semelhana com pessoas
vivas ou mortas mera coincidncia.

212
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

De posse destas informaes, poderemos dar incio nossa


Interpretao do Jogo Mandala Astrolgica.
Como utilizar este jogo to complexo de forma eficiente?
Sugiro, com base na minha experincia pessoal, que voc utilize o
procedimento ilustrado no exemplo a seguir. Trata-se de uma
abordagem simples e que facilita muito a vida do consulente, que no
obrigado a conhecer a teoria astrolgica na qual esta jogada se
fundamenta.
Proceda a sua leitura enfocando as quatro grandes famlias, ou
seja, analise as Casas agrupadas em funo dos quatro elementos, a
saber:

Casas de Fogo 1 5 9
Casas de Terra 2 6 10
Casas de Ar 3 7 11
Casas de gua 4 8 12

Exemplo de Interpretao da Mandala Astrolgica


A interpretao se estabelece normalmente atravs de um dilogo
gravado em fita que tentarei reproduzir:

Geraldo: Vamos iniciar nossa leitura. Ela ser gravada para que
voc possa avaliar os resultados deste trabalho durante os prximos
seis meses. Neste processo, s a minha interpretao ser gravada, ou
seja, quando voc se manifestar colocarei o gravador em pausa, para
que voc no se exponha. Tudo bem?

213
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

William Sands: timo! Fico mais tranquilo ao saber que minhas


colocaes no sero gravadas.
G: Voc participou da retirada das cartas e acompanhou a abertura
do jogo e os clculos de suporte que fiz para que tenhamos uma
leitura produtiva. Como voc vai perceber, farei a leitura da Mandala
Astrolgica com base na classificao das Casas por elementos. Antes
de comear a leitura propriamente dita, quero deixar claros alguns
pontos bsicos. Quanto eu fizer referncias ao tempo tais como no
momento, estarei me referindo ao perodo de outubro a dezembro; se
disser que esta situao vem de, estarei me referindo ao perodo de
julho a setembro prximo passado e quando eu disser caminha para
estarei me referindo ao perodo janeiro a maro do prximo ano. Estes
prazos so estimativos, apenas referncias para voc se posicionar
melhor quanto ao conselho oferecido pelo Orculo. Entendido?
W: OK, tudo bem...
G: Analisando as cartas retiradas por voc em termos de Naipe-
Elemento, este jogo est indicando uma forte necessidade de
focalizao na parte material (6 cartas de Ouros), seguida de uma
abertura para novos projetos e realizaes, ou afirmao pessoal (4
cartas de Paus). O emocional e o social no estaro muito evidentes
(apenas 1 carta de Copas e 1 carta de Espadas foram retiradas).
W: Acho que voc est correto. Minha preocupao com a parte
profissional e alguns problemas familiares.
G: Iniciarei a leitura pelas Casas de Fogo. O Fogo o combustvel
que move a nossa vida: entusiasmo, paixo, abertura para novos
projetos. Ou seja, ele evidencia nossa individualidade. Quando analiso
as Casas de Fogo estou focalizando voc como pessoa. Passando uma
mensagem direta, incentivando-o a se posicionar melhor perante os
desafios da vida. Ficou claro, para voc?
W: Perfeito, pode continuar...
G: Analisarei a Casa 1: quais as energias que esto atuando no
momento em sua personalidade e como elas devero ser utilizadas ou
controladas. A carta que marca esta posio no momento (outubro-
dezembro) a Lmina 35 - ncora / 9 de Espadas. Indica que voc

214
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

est num perodo extremamente opressivo, esmagado por presso e


cobrana, provavelmente social (9 de Espadas). Para superar esta
situao precisar de muita f e esperana. Ou de soltar as amarras
para que seu barco volte a navegar veja a imagem! (ncora).
Segundo o jogo aponta, voc vem de um perodo (julho-setembro)
em que deveria ter feito um esforo no sentido de se valorizar, mostrar
seu potencial (9 de Ouros) e aproveitar a chance para eliminar,
enterrar, toda a gama de sentimentos negativos ou de inferioridade.
Em outras palavras, assistir alegremente ao enterro deste seu eu
menor (Caixo).
Felizmente, voc caminha (janeiro-maro) para um perodo muito
melhor, se tiver a humildade de se submeter posio de aprendiz.
Um novo treinamento ou curso, quem sabe? (8 de Ouros). Isto lhe
dar a chave mgica que abre todas as portas, mas que no prev o
que voc encontrar atrs delas. Eu espero seja tudo de bom! (Chave).
Como sntese da questo saiu a Lmina 5 - rvore / 7 de Copas.
Voc est sendo exortado a se livrar das iluses, da busca de uma
soluo mgica que caia do cu (7 de Copas) e adotar uma postura
mais realista, ps no cho. Tudo na vida tem seu tempo e os ciclos
devem ser entendidos e observados (rvore).
Isto faz algum sentido para voc?
W: Totalmente! Como voc mencionou, nos ltimos meses cheguei
concluso de que deveria comear pensar a mais em mim, me
valorizar, fazer o que gosto. Isso est ligado principalmente ao meu
novo relacionamento, que no aceito pela famlia, em especial por
minha irm mais velha. Certamente, estou vivendo atualmente uma
situao opressiva: crtica familiar e dificuldades no trabalho. Mas,
como voc disse, vou precisar ter f e esperana at que tudo se
resolva. Por outro lado, tenho conscincia de que preciso adotar uma
atitude mais realista perante os desafios do cotidiano. Confesso que
muitas vezes me iludo, esperando que tudo se resolva num passe de
mgica.
G: Muito bem! Vamos continuar. Analisarei agora a Casa 5: como
melhor canalizar seus talentos e habilidades, curtir mais a vida e

215
Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

enfocar sua vida amorosa. A carta que marca esta posio no


momento (outubro-dezembro) a Lmina 17 Cegonhas / Rainha de
Copas. Indica que se voc quer realmente assumir o controle e o poder
sobre as questes relativas sua vida amorosa/sexual, e melhor
canalizar seu potencial criativo, vai precisar realizar uma anlise em
profundidade destas questes (Rainha de Copas). Isso implica estar
aberto mudana, dar uma nova direo sua vida e aproveitar a boa
sorte do momento (Cegonhas).
Segundo o jogo aponta, voc vem de um perodo (julho-setembro)
onde uma exploso de crescimento e possibilidades materiais
aconteceu (s de Ouros), resultando numa clareza mental, uma nova
conscincia de seu valor (Sol). E voc caminha (janeiro-maro) para
um perodo em que todas as condies favorecero seu crescimento,
mesmo que voc nem faa muita fora (8 de Paus) para vencer todos
os obstculos que surgiro em seu caminho (Montanha).
Como sntese da questo saiu a Lmina 7 - Serpente / Rainha de
Paus. hora de voc se valorizar e se concentrar naquilo que
importante para voc. Agir norteado por princpios elevados e com
aquela certeza: o que seu de direito, ningum poder tirar (Rainha de
Paus). Mas, para tanto, ter de aprender a defender seu territrio,
procurar eliminar todo sentimento de inveja ou neutralizar possveis
ataques de energia negativa feminina (Serpente). Isto faz algum
sentido para voc?
W: Lgico que faz! Nos ltimos meses realmente minha vida
amorosa ganhou importncia. Acredito ter encontrado a companheira
ideal para minha vida, mas sofro certa oposio por parte de minha
famlia inglesa e tradicional, que no aceita minha namorada, uma
mestia brasileira. Essa oposio particularmente forte por parte de
minha irm.
G: Adiantando um pouco, essa oposio por parte de sua irm
aparece claramente na Casa 3, que analisaremos no devido tempo.
W: Realmente, eu preciso analisar esta questo em profundidade
para poder enfrentar os obstculos e mudanas previstas. Isso implica

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realmente em me posicionar e me valorizar. A defesa de territrio


sugerida mesmo necessria, pois o fator inveja est de fato presente.
G: Analisarei agora a ltima Casa de Fogo, ou seja, a Casa 9: quais
so suas crenas, valores, filosofia de vida, religio. Quais so as suas
possibilidades de abertura, tais como universidade e/ou viagem ao
exterior. A carta que marca esta posio no momento (outubro-
dezembro) a Lmina 22 - Caminhos/Rainha de Ouros. Sugere que
seus valores e crenas deveriam estar alinhados aos princpios da
Natureza fonte da riqueza, da prosperidade e da busca dos prazeres
da vida (Rainha de Ouros). Mas, como aqui nos deparamos com o
livre arbtrio, cabe a voc decidir se continuar a seguir pela estrada
principal ou por algum atalho ainda desconhecido. A escolha toda
sua (Caminhos).
Segundo o jogo aponta, voc vem de um perodo (julho-setembro)
em que a nsia de usufruir da felicidade plena harmonia,
prosperidade, famlia feliz e unida (10 de Ouros) dependia do
conhecimento adquirido, aliado ao trabalho dedicado (Livro).
Felizmente, voc caminha (janeiro-maro) para um perodo em que
muito provavelmente todo esse empenho ser coroado pela vitria,
pelo objetivo alcanado (6 de Paus). Mas, para que a vitria seja
realmente efetiva, dever estar atrelada s conquistas espirituais. E,
para tanto, ter de enfrentar as dores e os desafios que fazem parte
desta prova (Cruz).
Como sntese da questo saiu a Lmina 8 - Caixo / 9 de Ouros.
chegado o momento de voc se assumir integralmente. Afinal, voc
est com 32 anos, ou seja, hora de reconhecer seu valor, seus
talentos, suas qualidades. Se voc no se ama e respeita, como poder
esperar que os outros o faam? (9 de Ouros) Portanto, voc dever
enterrar e eliminar toda crena limitativa, todos os complexos de
inferioridade que bloqueiam seu crescimento. Assista com prazer ao
enterro desse seu eu menor e limitado (Caixo). Isto faz algum
sentido para voc?
W: Estou simplesmente espantado com o resultado deste jogo.
Voc sabe... nunca acreditei muito nessas coisas.

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G: Eu entendo perfeitamente o que voc est sentindo. O impacto


de uma leitura sempre marcante, principalmente quando a pessoa
do tipo racional como voc. Eu avisei: na consulta de um Orculo
voc no precisa acreditar em nada. Afinal, isto no uma religio.
Voc est sendo submetido, atravs do simbolismo das lminas, a um
tipo de teste psicolgico, que traz para a conscincia aspectos que so
seus, mas que permanecem escondidos no seu inconsciente e que
precisam ser compreendidos e trabalhados.
W: Estou entendendo agora. Veja, nos ltimos meses tenho sido
realmente assaltado pela ideia de constituir um lar, criar razes. Eu
acredito ter maturidade suficiente para tal. Trabalho e estudo muito,
tentando me manter alinhado com a poca em que vivemos. Isso deve
ser herana de minha educao familiar. Pelo que o orculo sugeriu,
eu deveria pegar mais leve, estar em harmonia com o fluxo da vida
e at ousar mais, sair um pouco dos trilhos, mas sempre usando meu
livre arbtrio, avaliando os riscos. A perspectiva muito interessante
e, como voc colocou, aponta para conquistas e vitrias. Que timo!
G: Acho que voc pegou realmente o esprito da coisa. Fico feliz!
W: Mas existe uma condio, no mesmo? Essa necessidade de
eu me reavaliar e enterrar tudo aquilo que me limita. Nossa! Isto no
fcil.
G: Meu amigo, viver no fcil! Na vida tudo exige esforo e
muita dedicao.
W: Entendi perfeitamente a mensagem.
G: Bem, vamos iniciar agora a anlise das Casas de Terra em seu
jogo. Quando analisamos as Casas de Terra (material, recursos,
concretizao) estamos focalizando os aspectos prticos e concretos
da vida, ou seja, questes ligadas aos recursos, trabalho, status e
sobrevivncia.
Analisarei inicialmente sua Casa 2: quais as possibilidades do
momento visando melhor gerenciar seus recursos (materiais e
imateriais). Quais as tendncias em termos de dinheiro. Como voc
lida com a questo da possessividade ou apego em relao a coisas ou
pessoas. A carta que marca esta posio no momento (outubro-

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dezembro) a Lmina 33 - Chave / 8 de Ouros, exortando-o a se


submeter condio do aprendiz um novo curso, uma reciclagem ou
treinamento para que voc possa ampliar sua viso ou conhecimento
nesta rea (8 de Ouros) e, consequentemente, expandir-se e crescer
novamente, mediante a utilizao desta chave mgica, capaz de abrir
todas as portas (Chave). Segundo o jogo aponta, voc vem de um
perodo (julho-setembro) em que a opresso, o medo, a preocupao
estavam bloqueando toda e qualquer iniciativa (9 de Espadas). Para se
safar desta situao voc precisou se apegar a algo como a f e
a esperana, ou at mesmo tomar uma atitude mais assertiva para
soltar as amarras do seu barco (ncora).
Voc caminha (janeiro-maro) para um perodo fortemente
marcado pela competio, do tipo positiva/leal, que poder ser
facilmente vencida. Voc ter capacidade para isto (7 de Paus). Mas
esteja atento, poder se manifestar igualmente a competio
negativa/desleal, aquela que denigre a imagem, suga as energias, gera
desgaste e provoca doenas (Ratos).
Como sntese da questo saiu a Lmina 13 - Criana / Valete de
Espadas. Voc est sendo exortado a usar, com alegria e disposio,
todo o seu potencial de comunicao (oral, escrito, outras mdias) e a
desenvolver sua capacidade de negociao e marketing (Valete de
Espadas). Ou seja, a se livrar de todo tipo de prevenes e
preconceitos, e encarar a vida com alegria e otimismo, sempre aberto
para o novo (Criana).
Isto faz algum sentido para voc?
W: Faz sim! Vou lhe dar uma ideia do que est acontecendo.
Trabalho numa conceituada escola de ingls e dou aulas particulares
de conversao. Nos ltimos meses, alguns alunos particulares
cancelaram as aulas, causando um desequilbrio em meu oramento, o
que gerou certa angstia e insegurana. Estou batalhando para
conseguir novos alunos. Paralelamente, a escola onde leciono est
passando por um processo de reorganizao e modernizao: adotar
um novo sistema de aulas totalmente informatizado. Isto exigir que
eu faa um curso avanado de computao para poder estar alinhado

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s novas exigncias da empresa. A competio que voc mencionou


para mim bem clara: ou me alinho e luto para manter meu posto ou
serei substitudo pelo pessoal mais jovem. E, logicamente, sem
mencionar os ratos presentes em todos os lugares.
G: Faz bastante sentido. Mas a sntese aponta justamente um
incentivo e uma sada para voc.
W: Entendi. Preciso realmente ampliar ou direcionar melhor minha
comunicao e capacidade de negociao. Este novo desafio, acredito,
ser muito bom para mim.
G: Vamos analisar a seguir a segunda Casa de Terra. Atravs da
anlise da Casa 6 vamos ter uma ideia de como est seu dia-a-dia.
Suas possibilidades ou dificuldades no trabalho. Os aspectos relativos
sua qualidade de vida e o possvel impacto na sua sade.
A carta que marca esta posio no momento (outubro-dezembro)
a Lmina 21 - Montanha / 8 de Paus. Indica que todas as energias
esto a seu favor e que voc dever apenas aguardar o momento
propcio e agir quando se sentir seguro e confiante (8 de Paus).
Obstculos sempre surgiro e voc ter de enfrent-los, aps criteriosa
avaliao da situao, com equilbrio, firmeza e perseverana
(Montanha). Segundo o jogo aponta, voc vem de um perodo (julho-
setembro) onde foi exortado a mergulhar fundo em seu ser, na busca
das causas ou motivaes reais de sua existncia, e a encarar seus
medos, limitaes e desejos ocultos, bem como sua capacidade de
lidar com as questes de poder, controle e sexualidade em sua vida
(Rainha de Copas). E, por consequncia, a entender que as mudanas,
as viagens e as situaes imprevistas da vida, tais como morte,
gravidez e a quebra de rotinas fazem parte do processo evolutivo
(Cegonhas).
Felizmente, voc caminha (janeiro-maro) para um perodo onde o
entusiasmo e a paixo o estaro impelindo a desenvolver novos
projetos, a assumir um compromisso de noivado-casamento ou a
embarcar numa aventura que poder mudar radicalmente o rumo de
sua vida (s de Paus). Mas, para tanto, voc estar sendo aconselhado

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a analisar a sua capacidade de se associar ou de buscar criteriosamente


a cooperao/apoio de outras pessoas (Anel).
Como sntese da questo saiu a Lmina 6 - Nuvens / Rei de Paus.
Chegou o momento de voc deixar seu guerreiro interior agir,
encarando as questes de frente e usando toda a sua fora de vontade
(Rei de Paus). Essa atitude ser importante, pois voc ser chamado a
enfrentar incertezas, dvidas e confuses de sentimentos diante dos
desafios e das oportunidades que surgiro em seu caminho (Nuvens).
Isto faz algum sentido para voc?
W: Certamente. Isso se aplica em dois setores bsicos do meu
cotidiano: relacionamento afetivo e trabalho. Nos ltimos meses,
tenho enfrentado o desafio de me posicionar perante a nova realidade
em meu ambiente de trabalho e, ao mesmo tempo, no campo pessoal
afetivo, descobrir novas facetas de minha personalidade e desejos-
impulsos sexuais totalmente novos, envolventes. Essas questes
exigiram mudanas. Com certeza, como voc colocou, enfrentarei
obstculos no meu dia-a-dia. Mas fico tranquilo em saber que poderei
super-los. A perspectiva futura exige um compromisso, tanto no
campo profissional como no afetivo. Isso gera dvidas e inseguranas
que terei de enfrentar.
G: Vamos analisar agora a Casa 10, ltima de Terra. Ela enfoca
suas perspectivas em termos de futuro; o que almeja em termos
profissionais e sua necessidade de status e reconhecimento. A carta
que marca esta posio no momento (outubro-dezembro) a Lmina
36 - Cruz / 6 de Paus, considerada a melhor carta deste baralho. Indica
que seu esforo sincero ser recompensado e reconhecido por todos: a
vitria est garantida (6 de Paus). Mas exige que voc esteja aberto e
sintonizado ao espiritual. Em outras palavras, voc est sendo
chamado a entender que as provaes, os sofrimentos e tristezas que
surgem em seu caminho so testes para avaliar sua fora espiritual,
incitando-o a recordar que existe uma Fora Maior sempre pronta a
amparar (Cruz).
Segundo o jogo aponta, voc vem de um perodo (julho-setembro)
em que ocorreu um despertar da fora instintiva que o incitou busca

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do prazer, e essa fora, quando bem canalizada, gera a abundncia e a


prosperidade que voc merece (Rainha de Ouro). Mas isso exigiu que
voc usasse de seu livre-arbtrio: fazer escolhas, tomar decises
responsveis e ser persistente (Caminhos).
Voc caminha (janeiro-maro) para um perodo no qual, aps ter
atingido um novo patamar na vida, dever mais uma vez encarar a
difcil tarefa de tomar uma deciso adequada diante de um novo
impasse (7 de Ouros). Ou seja, estar sendo chamado a enfrentar o
desafio com sabedoria e inteligncia, sem se deixar dominar pelas
emoes. Compartilhe suas dificuldades com algum: um amigo ou
profissional da rea (Corujas).
Como sntese da questo saiu a Lmina 7 - Serpente / Rainha de
Paus. Lembre-se: voc s cresce quando adota um elevado padro
tico e moral e se conscientiza do seu real valor e talentos (Rainha de
Paus). Mantenha-se alerta para defender seu espao pessoal, seu
territrio, e aprender que a falsidade e as desarmonias que
negativamente voc projeta, ou das quais alvo, resultam de sua falta
de confiana e da sua insegurana ante os desafios da vida (Serpente).
Isto faz sentido para voc?
W: Nos ltimos meses refleti muito sobre minha perspectiva de
futuro. Cheguei concluso de que minha busca por status e dinheiro
no tudo. Os prazeres simples, gozar a vida, compartilhar o dia-a-dia
com a pessoa amada, tornaram-se muito importantes. Esta mudana
implica numa escolha, no uso de meu livre-arbtrio, realmente. Fico
animado ao saber que a perspectiva do momento a vitria, o
crescimento. Acredito que todo meu esforo para me alinhar
profissionalmente com as novas exigncias de meu trabalho, e manter
um relacionamento harmonioso, devero ser recompensados.
Quanto ao futuro, os novos impasses previstos parecem ser lgicos,
parte da vida. Ainda que no possa defini-los com clareza neste
momento, devero resultar provavelmente da concorrncia
profissional e da velha presso familiar. Interessante, mais uma vez,
surgiu a Serpente como sntese: acreditar em mim mesmo, estar atento
e manter meu espao... Isso parece ser realmente muito importante.

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G: Estou gostando de ver. Voc j est alinhado essncia do


Orculo, conseguindo amarrar muito bem a mensagem simblica que
estou tentando passar com a sua vivncia atual. timo! isto que
esperamos atingir quando realizamos uma leitura.
W: Estou cada vez mais impressionado com os resultados de seu
trabalho.
G: Bem, vamos continuar, estamos na metade da leitura, faltam
ainda dois Elementos para serem analisados.
Vamos analisar agora as Casas de Ar (comunicao e
sociabilidade). Neste ponto, estaremos focalizando os aspectos da sua
vida social: como voc se comunica, encara seus relacionamentos
pessoais e se relaciona socialmente. Focalizaremos inicialmente a
Casa 3: quais os potenciais ou
as limitaes em sua capacidade de se comunicar e como esse
aspecto poderia ser aperfeioado. Como voc se relaciona com seus
iguais (irmos, colegas, vizinhos). Qual o curso ou treinamento
adequado a este momento.
A carta que marca esta posio no momento (outubro-dezembro)
a Lmina 23 - Ratos / 7 de Paus. Esta carta prenuncia um perodo
marcado pela competio acirrada, que s pode ser enfrentada por um
carter ntegro, forte e corajoso (7 de Paus). Mas, alm desse desafio,
fique atento para a competio desleal, bem como para suas rotinas
dirias que podero gerar um desgaste excessivo de energias, afetando
sua sade ou provocando danos e perdas (Ratos).
Segundo o jogo aponta, voc vem de um perodo (julho-setembro)
em que, para atingir sua meta, voc foi forado a parar, retroceder e se
submeter a um novo aprendizado ou reciclar-se (8 de Ouros). Em
compensao, deve ter adquirido meios para enfrentar eficientemente
os problemas que surgem em seu caminho e continuar crescendo
como pessoa (Chave).
Felizmente, voc caminha (janeiro-maro) para um perodo de
brilho, sucesso e recompensa. Mas a condio bsica e necessria para
voc concretizar a realizao material e a prosperidade que tanto
sonha (s de Ouros), que voc reconquiste a vitalidade, a fora, a

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autoconfiana e o otimismo, e tenha uma clareza de propsitos. Em


outras palavras, acredite sempre em seu brilho e valor pessoal (Sol).
Como sntese da questo saiu a Lmina 10 - Foice / Valete de
Ouros. Indica que voc dever usar seu senso crtico e analtico para
determinar aquilo que positivo ou negativo para voc neste
momento e, ao mesmo tempo, enfrentar o trabalho duro e rotineiro de
forma saudvel, sem esmorecer ou perder a alegria de viver (Valete de
Ouros). Ou seja, estar sendo chamado a fazer cortes, pois todo
processo de transformao exige ajustes para restabelecer o equilbrio
necessrio (Foice). Isto faz algum sentido para voc?
W: Acredito que o Orculo esteja enfocando dois aspectos bsicos
de minha vida. Inicialmente a comunicao no campo profissional,
fundamental para mim como professor. Tive realmente que me
esforar, submetendo-me a treinamentos e cursos para me manter
atualizado e enfrentar a competio na escola. Fico feliz com a
perspectiva de sucesso prevista, isto me dar animo para continuar
batalhando. O segundo aspecto o relacionamento com minha irm
mais velha: a competio, a energia negativa envolvida realmente
pesada. Provavelmente, certo distanciamento e esse senso de
autoconfiana que preciso incorporar podero amenizar a questo. Ter
senso crtico e impor limites sero fundamentais.
G: Sua colocao faz sentido. Voc precisar estar atento, ser
crtico, trabalhar muito e, principalmente, no ter medo de fazer cortes
e estabelecer limites claros. Bem, vamos agora analisar o prximo
setor de Ar, a Casa 7.
Ela enfoca os relacionamentos pessoais, ou seja, como voc lida
com o seu parceiro-cnjuge, seus scios ou as pessoas em geral, em
seus contatos face a face.
Se voc, no Jogo, marcado pela Casa 1, aqui na Casa 7 aparecer
o Outro mais importante na sua vida. Caso voc no tenha nenhum
relacionamento concreto no momento, aparecer a possibilidade deste
vir a se materializar.
A carta que marca esta posio no momento (outubro-dezembro)
a Lmina 25 - Anel / s de Paus. Indica que vocs mas com maior

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nfase sua namorada esto motivados pela paixo, buscando


desenvolver novos projetos e preparados para assumir um
compromisso de noivado-casamento ou at mesmo embarcar numa
aventura que poder mudar radicalmente o rumo de suas vidas (s de
Paus). Pode estar certo de que sua namorada espera que voc assuma
formalmente o compromisso de uma parceria ou casamento (Anel).
Segundo o jogo aponta, ambos mas em especial ela vm de um
perodo (julho-setembro) em que foram obrigados a aguardar o
momento propcio, quando as condies mostraram-se favorveis e,
consequentemente, se sentiam seguros e confiantes quanto ao
resultado (8 de Paus), para s ento enfrentar os desafios com
equilbrio, firmeza e perseverana, aps criteriosa avaliao da
situao. (Montanha).
Felizmente, vocs caminham (janeiro-maro) para um perodo no
qual a nica forma segura para vocs alcanarem a paz, a harmonia, a
segurana, a prosperidade e o ideal da famlia feliz e unida (10 de
Ouros) reside em sabiamente planejar e trabalhar juntos, buscando
sempre o crescimento atravs do estudo-trabalho, para ampliar seus
horizontes e possibilitar o crescimento (Livro).
Como sntese da questo saiu a Lmina 11 - Chicotes / Valete de
Paus. Indica que a busca de novas alternativas, quebrando rotinas com
jovialidade, otimismo e de acordo com a lei (Valete de Paus),
necessita estar alinhada com sua fora espiritual, pois voc precisar
usar de sua autoridade para restabelecer a harmonia, principalmente
na famlia, quando surgem as discrdias (Chicotes). Isto faz algum
sentido para voc?
W: Com certeza! Para a minha namorada essa nsia de
oficializarmos nossa relao muito importante. Quanto a mim, quero
muito essa unio, mas tenho receio. A presso familiar grande, e eu
no gostaria de entrar em atrito ou romper com ningum. D para
entender meu dilema?
G: Claro que sim. Veja, o jogo mostra isto claramente: na Casa 1,
que representa voc, aparece a carta 35 - ncora / 9 de Espadas, e na
Casa 7, que representa sua namorada, carta 25 - Anel / s de Paus.

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Baralho Petit Lenormand - G. Spacassassi

Em outras palavras, quando ela olha para voc, descobre algum


atormentado, preso. Quando voc olha para ela, v algum super
apaixonada, ansiando por um compromisso. Voc precisar se
posicionar, no vejo outra sada.
W: Eu sei... No tenho mais idade para ficar brincando. Vou ter de
encarar essa nova responsabilidade, pois sei que vale a pena! Quanto
famlia, bem, terei de enfrentar a tempestade.
G: tima imagem! As tempestades no duram para sempre!
Lembre-se disso.
Vamos analisar agora a Casa 11: sua vida social ou projeto de vida.
Em outras palavras, quais so os potenciais socialmente disponveis.
Como voc se relaciona com os amigos, grupos.
Quais so seus ideais ou participao poltica e social. Como lida
com seu pblico/mercado ou o que pode esperar dele.
A carta que marca esta posio no momento (outubro-dezembro)
a Lmina 12 - Corujas / 7 de Ouros. Prenuncia que voc precisar
encarar a difcil tarefa de tomar uma deciso adequada diante de um
impasse (7 de Ouros), pois est sendo chamado a enfrentar a dor
gerada por essa situao com sabedoria, sem se deixar dominar pelas
emoes. A sada para a questo poder ser encontrada desde que
voc compartilhe suas dificuldades com algum: um amigo ou
profissional da rea (Corujas). Segundo o jogo aponta, voc vem de
um perodo (julho-setembro) em que certo avano ou vitria foi
conquistado e que seu esforo sincero foi recompensado (6 de Paus).
Voc foi chamado a entender que os sofrimentos e tristezas que
surgiram em seu caminho eram testes para avaliar sua fora espiritual
(Cruz).
A seguir, o jogo aponta de forma incisiva que tanto a perspectiva de
futuro (janeiro-maro), quanto sntese sero marcadas por uma
mesma energia: Lmina 8 - Caixo / 9 de Ouros. Quanto isto
acontece, observar esse aspecto de suma importncia. Em outras
palavras, o Orculo est informando que voc caminha para um
perodo em que mais uma vez ser posto prova para avaliar sua
capacidade de autossuficincia de se assumir e valorizar como

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pessoa e ser forado a descobrir novas formas de canalizao de


seu potencial criativo que, no final, geraro muito prazer e
contentamento (9 de Ouros). Definitivamente, voc estar sendo
desafiado a entender que as grandes transformaes, o fim de um
estgio e as perdas de todo tipo precisam ser encaradas para que o
crescimento acontea. Elimine todo tipo de complexo e crenas que
bloqueiam seu caminho (Caixo). Isto faz algum sentido para voc?
W: Com certeza, sua leitura me faz lembrar de outra rea
problemtica: o relacionamento com amigos e o clube que
frequentamos. O preconceito contra minha namorada aqui tambm se
faz presente, mas de uma forma mais velada, menos agressiva ou
direta quando comparada de minha famlia. Realmente, tive algumas
vitrias nesse campo. Recebi o apoio sincero e irrestrito de alguns
poucos casais amigos. Mas o dilema persiste, principalmente com
relao ao clube. Uma vez casado, acredito, provavelmente terei de
buscar nova alternativa. Interessante, tenho discutido esse aspecto
com amigos ntimos. Com certeza, chegada a hora de rever meus
prprios valores e enterrar todo esse passado e me abrir para o novo.
G: Voc est num momento realmente desafiante. Mas vamos
continuar e concluir nossa leitura j que s falta focalizarmos as Casas
de gua. Quando analisamos essas casas, estamos enfocando suas
reaes emocionais e sentimentais, os aspectos inconscientes e
subjetivos do seu ser.
Analisaremos inicialmente a Casa 4, ou seja, qual a sua reao ou
atitude em relao ao passado, famlia, origem, segurana. Como voc
particularmente afetado por esses valores e vivncias. E,
principalmente, como voc poder usar esta experincia de vida a seu
favor.
A carta que marca esta posio no momento (outubro-dezembro)
a Lmina 31 - Sol / s de Ouros. Prenuncia que para voc se manter
emocionalmente equilibrado, dever se reportar s situaes j vividas
nas quais a condio necessria para concretizar a realizao material
e a prosperidade (s de Ouros) dependiam da clareza, da plena

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conscincia da situao e, e que o incitaram a usar toda sua vitalidade,


fora, e garra para atingir seu propsito (Sol).
Segundo o jogo aponta, voc vem de um perodo (julho-setembro)
em que esse enfoque do passado chamou sua ateno para a
concorrncia acirrada a que voc estava exposto, e que s um carter
ntegro seria capaz de enfrentar (7 de Paus). Para tanto seria
necessrio examinar tanto suas rotinas dirias, como as pessoas sua
volta que geravam um desgaste excessivo de energias, afetando sua
sade ou provocando danos e perdas (Ratos).
Voc caminha (janeiro-maro) para um perodo no qual ser
chamado a mergulhar fundo em seu ser, na busca das causas ou
motivaes reais de sua existncia. Voc ser forado a encarar seus
medos, limitaes e desejos ocultos, bem como sua capacidade de
lidar com as questes de poder, controle e sexualidade em sua vida
(Rainha de Copas). Se voc conseguir realizar essa prova com
sucesso, com certeza estar apto para entender que as mudanas, as
situaes imprevistas da vida constituem excelentes oportunidades de
crescimento (Cegonhas).
Como sntese da questo saiu a Lmina 4 - Casa / Rei de Copas.
Indica que o aspecto fundamental da questo est em voc
desenvolver a sua autoconfiana e autoestima. Se voc no se ama,
torna-se difcil amar e servir aqueles que esto sua volta (Rei de
Copas). Em outras palavras, ela o convoca a dar mais ateno
segurana material, famlia e relao afetiva to necessria para
que voc possa atuar no mundo (Casa).
Isto faz algum sentido para voc?
W: Sim. Eu posso dar mais dicas a respeito desse aspecto
emocional que tanto me atormenta. A competio e o desgaste dos
ltimos meses aconteceram como foi apontado. J tive certamente
situaes em que, para alcanar o sucesso material, usei toda minha
garra. Isso o que estou fazendo no campo profissional. O que me
assusta a mudana prevista. Ser que o crescimento e a gratificao
sexual, compensaro tudo aquilo de que eu tenho de abrir mo? Veja,
eu tambm, como minha famlia, valorizo nossa tradio e costumes

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conservadores, e no podia ser diferente, no mesmo? No fundo eu


quero manter essa segurana, esses valores, dar uma continuidade
minha prpria famlia. Sei que terei de negociar com a minha mulher
que, por sua vez, vem com uma bagagem familiar e cultural
totalmente diferente da minha.
G: Compreendo, meu amigo. A questo realmente delicada e
complexa: choque cultural. Veja, no d para escapar, ter de ser
enfrentado.
Vamos analisar agora a Casa 8, que tem a fama de ser a mais difcil
de ser abordada, pois concentra em si todos aqueles contedos
reprimidos, que s um profissional capacitado psiclogo ou
psiquiatra tem condio de abordar em profundidade. Em outras
palavras, como voc reage emocionalmente diante das mudanas, dos
imprevistos, das perdas, da morte. Como canaliza sua sexualidade. O
que est sendo reprimido ou controlado.
A carta que marca esta posio no momento (outubro-dezembro)
a Lmina 26 - Livro / 10 de Ouros. Indica que a nica forma segura
para voc alcanar a paz, a harmonia, a segurana e a prosperidade
(10 de Ouros) depende da sua relao com os estudos, o esforo
intelectual, a dedicao ao trabalho, que ampliam seus horizontes e
possibilitam o seu crescimento (Livro).
Segundo o jogo aponta, voc vem de um perodo (julho-setembro)
em que o entusiasmo e a paixo estavam impelindo voc a
desenvolver novos projetos, a assumir um compromisso que poderia
mudar radicalmente o rumo de sua vida (s de Paus). Para isso, voc
foi chamado a analisar a sua capacidade de se associar, de buscar
criteriosamente a cooperao e o apoio de outras pessoas (Anel).
Voc caminha (janeiro-maro) para um perodo no qual ter de
enfrentar a fora instintiva que o incitar busca do prazer sem
limites. Essa fora, se bem canalizada, gerar a abundncia e a
prosperidade que voc merece (Rainha de Ouro). Mas isto indica que
ser desafiado a usar seu livre-arbtrio. Ter de fazer escolhas, tomar
decises responsveis e ser persistente (Caminhos).

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Como sntese da questo saiu a Lmina 11 - Chicotes / Valete de


Paus. Indica que voc dever buscar novas alternativas e rever suas
crenas, quebrando rotinas com jovialidade, otimismo e de acordo
com a lei (Valete de Paus). Para isso, voc est sendo chamado a
confiar na sua fora espiritual e intuio, e a usar de sua autoridade
para restabelecer a harmonia, principalmente no lar, quando surgem
discrdias (Chicotes). Isto faz algum sentido para voc?
W: Vou tentar esclarecer. Nos ltimos meses, a empolgao da
paixo, do envolvimento sexual e do prazer culminou certamente para
ambos na perspectiva de um relacionamento firme e duradouro. Em
especial para ela, isso se tornou uma certeza, como voc mencionou
ao analisar a Casa 7. No momento atual, o que me assusta que esse
potencial deflagrado implica numa mudana ou compromisso srio: o
da criao e manuteno de uma nova famlia, o que no me
desagrada. A perspectiva de futuro ainda aponta para escolha que
necessita ser feita. Isso me deixa mais tranguilo, pois preciso
realmente reavaliar toda a questo. Provavelmente ainda no
mencionei: meus relacionamentos nunca passaram de dois ou trs
meses. Este, para minha surpresa, j atingiu a marca dos seis meses e
parece ter chance de durar indefinidamente. A sntese esclarecedora:
preciso ter metas firmes, alinhadas s minhas crenas, bem como da
ajuda do Alto, para encarar tal mudana de vida.
G: Realmente no fcil! Acredito que esta jogada est realmente
instigando voc a pensar sobre todas essas questes em profundidade.
Vamos agora para o ltimo setor da Mandala, a Casa 12, que tenta
evidenciar como est a sua espiritualidade. O que voc teme e se nega
a encarar. O que voc precisaria libertar ou soltar.
A carta que marca esta posio no momento (outubro-dezembro)
a Lmina 8 - Caixo / 9 de Ouros. Indica, espiritualmente falando, que
voc est sendo submetido a um teste para avaliar sua capacidade de
autossuficincia e descobrir quem voc realmente. Esse teste o fora
a canalizar seu potencial criativo adequadamente (9 de Ouros). Mas,
para tanto, voc dever se livrar de todas as crenas limitantes,
complexos de inferioridade, pecados e culpas, enterrando-os de uma

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vez por todas. Em outras palavras, voc est sendo convidado a


assistir ao funeral do seu eu menor para que o seu Eu Maior possa
fluir livremente (Caixo).
Segundo o jogo aponta, voc vem de um perodo (julho-setembro)
em que foi forado a encarar a difcil tarefa de tomar uma deciso
diante de um impasse (7 de Ouros). Voc foi chamado a enfrentar a
dor com sabedoria, sem se deixar dominar pelas emoes, o que
exigiu que voc compartilhasse suas dificuldades com algum: um
amigo ou profissional da rea (Corujas).
Voc caminha (janeiro-maro) para um perodo no qual as
situaes pressionantes da vida, geradoras de toda sorte de medos e
ansiedades, tentaro inibir sua capacidade de reagir e vencer (9 de
Espadas). Para enfrent-las, voc ser desafiado a compreender que a
segurana e a estabilidade material e emocional resultaro unicamente
da f; de um sistema de crenas flexvel e sem fanatismo, que poder
orient-lo, servir de apoio e lev-lo a vitria (ncora).
Como sntese da questo saiu a Lmina 11 - Chicotes / Valete de
Paus. Indica que voc dever, mais uma vez, buscar alternativas e
rever suas crenas, quebrando rotinas com otimismo e de acordo com
a lei (Valete de Paus). Para isso, voc est sendo chamado a confiar na
sua fora espiritual e na intuio, usando de sua autoridade para
restabelecer a harmonia, principalmente no lar, quando surgem
discrdias (Chicotes). Isto faz algum sentido para voc?
W: Certamente. Os impasses e indecises tomaram conta de minha
vida nos ltimos meses. A questo central, tenho conscincia, saber
o que realmente quero. Colocar-me como pessoa, fazendo valer
minhas convices e direitos. Isto sem falar dos Chicotes que
apareceram novamente! Metas e projetos plausveis de serem
alcanados.
G: Voc est certo! Foi timo mencionar a presena da lmina
Chicotes no seu jogo. No por acaso que ela aparece como sntese
em trs reas de sua vida: 7. Relacionamento, 8. Mudana,
Sexualidade e 12. Espiritualidade.

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Vamos agora para as consideraes finais do jogo, a Grande


Sntese:
Carta 19 - Torre: voc est sendo chamado a desenvolver sua
capacidade de reflexo e anlise para melhor equacionar os problemas
da vida (Torre), para s ento, depois da preparao necessria, partir
para a luta, enfrentando os desafios com firmeza e dignidade (6 de
Espadas).
Carta 10 - Foice: voc est sendo exortado a fazer cortes e a
aprender que todo processo de transformao e mudana exige ajustes
para restabelecer o equilbrio necessrio (Foice). Ter ainda de
enfrentar o trabalho duro e rotineiro de forma saudvel, sem
esmorecer ou perder a alegria de viver (Valete de Ouros).
Carta 1 - Cavaleiro: voc est sendo convocado a agir de forma
correta e ousada; a abrir-se para o novo e deixar seu esprito de
liderana guiar seus passos (Cavaleiro), pois o momento possibilita a
realizao de um sonho, a concretizao de um projeto ou uma unio
afetiva (9 de Copas). Faz sentido para voc a mensagem final?
W: No s a final! Todo o jogo! Mas, certamente, esta sntese final
ajuda muito: um conselho bastante sensato. Preciso realmente pensar
muito, traar planos a curto, mdio e longo prazo para cada setor de
minha vida. S assim descobrirei o que em verdade estou querendo.
De posse desse plano, acredito que ser mais fcil lutar pelos meus
ideais. Logicamente, cortes, limpeza, anlise e muito trabalho me
esperam. S assim poderei encarar o caminho da renovao e do novo
em minha vida.
G: Muito bem! Espero ter contribudo positivamente. Leve a fita
gravada sua.
W: Com certeza, foi excelente! Adorei seu trabalho. Esta fita ser
muito til. Uma pergunta: quando poderei consultar o Orculo
novamente?
G: S poder faz-lo depois de completado o prazo de validade
desta consulta, que de seis meses; ou seja, s a partir de Abril do
prximo ano. Neste particular, sou rigoroso: durante o prazo de

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validade no fao outra leitura. Tenho a obrigao de seguir os


princpios ticos que regem esta prtica.
W: E se eu tiver algo urgente e quiser uma orientao durante esse
perodo?
G: Infelizmente, ter que conviver com esse fato! Ou ouvir com
mais ateno a fita que acabo de passar s suas mos. Invariavelmente
acontece que a orientao que voc est querendo j est l. A pior
coisa que pode acontecer a um consulente tornar-se fantico e
dependente, tanto do Orculo como do profissional. Tenho a
obrigao de zelar para que isso no acontea, pois no nada
saudvel. Como tudo na vida, um Orculo dever ser utilizado sempre
com moderao e
respeito.
W: Entendi seu ponto de vista e concordo com a sua postura. Grato
mais uma vez por sua ateno e ajuda.

Concluso

Neste ponto dou por encerrada esta tentativa de passar, por escrito,
os procedimentos essencialmente prticos que, na verdade, so mais
facilmente assimilados quando transmitidos oralmente. Tenho
conhecimento, atravs de inmeras mensagens recebidas de distantes
pontos do Brasil e at do exterior, do quanto difcil encontrar um
profissional capacitado e disposto a passar esse treinamento. Espero,
sinceramente, que este trabalho possa ajud-lo a desenvolver
efetivamente o seu potencial.
Para alguns talvez seja uma surpresa descobrir, depois de algum
tempo de prtica e estudo, que o principal propsito da adivinhao,
na Grande Misso, no conhecer o futuro. O futuro a Deus pertence
e Ele s o revela em circunstncias extraordinrias. Na verdade, este

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processo tem por objetivo o desenvolvimento de nossas faculdades e


potencialidades.
Quanto mais um indivduo estuda e trabalha com um Orculo a fim
de buscar respostas para determinadas questes, mais fundo penetra
em correntes invisveis de seu prprio ser e, num sentido maior, do
Cosmo. Os Orculos constituem instrumentos extremamente
eficientes para a captao das maravilhosas relaes entre o
microcosmo e o macrocosmo. Essa relao , afinal, a chave da
adivinhao, e a adivinhao, tomada em seu sentido verdadeiro,
diagnose espiritual.
Espero que esta pesquisa possa de alguma forma servir de guia a
todos aqueles que estejam sinceramente engajados na grande aventura
a busca do desenvolvimento pleno e integrado em todos os nveis:
material, mental e espiritual.
Nunca desanime! Se este for verdadeiramente o seu Caminho e
voc estiver preparado pode ter certeza o Cosmo se encarregar
de coloc-lo em contato com um instrutor perfeitamente sintonizado
s suas necessidades!

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Disse um monge ao Mestre: Acabo de chegar ao mosteiro. Por favor,


ensine-me.

O Mestre perguntou: Voc comeu seu mingau de arroz?

O monge respondeu: Sim, Mestre, comi.

O Mestre disse ento: melhor lavar sua tigela.

Ensinamento Zen

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Bibliografia Consultada

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Profissional:Consciente e/ou Inconsciente. So Paulo, Vetor, 2006,
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SOROKIN, Pitirim A. A Misteriosa Energia do Amor. Revista
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O Autor

GERALDO SPACASSASSI
nasceu em So Paulo, em uma famlia de
ascendncia italiana. Administrador de
Empresas - especializou-se em
Planejamento Financeiro e Oramentos.
Exerceu estas funes na Du Pont do
Brasil S/A durante 31 anos.
Despertou para o Esoterismo em 1972,
e durante seis anos, sob a orientao do
Mestre Prof. Molinero, estudou diversas
linhas e tcnicas dessa inesgotvel corrente do Saber. Desenvolve
estudos e pesquisas sobre Astrologia, Tar, Cabala e os princpios
bsicos da Psicologia Analtica de C. G. Jung desde 1980.
Em 1994 iniciou uma pesquisa sobre um famoso orculo francs
que resultou na publicao em 1997 de seu primeiro livro. Desde 1986
ministra cursos e seminrios regulares de Astrologia, Tar Mitolgico
e, mais recentemente, do Baralho Petit Lenormand. Como convidado,
tem conduzido palestras e seminrios em escolas e instituies.

Livros Publicados pela Agbook:


Baralho Petit Lenormand Teoria & Prtica.
Tar e os Caminhos do Crescimento Pessoal.
Mitos Gregos O Incio... Os Deuses... Os Heris...

Contato:
Tel.: (11) 3088-9390
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