Retificadores Multipulsos

RETIFICADORES
MULTIPULSOS
A DIODO
Prof. Ivo Barbi

Esta apostila consiste na reunio de diversos
trabalhos apresentados pelos alunos da
disciplina Tpicos Avanados em Eletrnica de
Potncia Harmnicas Geradas por
Conversores Estticos, do Curso de Ps-
Graduao em Engenharia Eltrica da
Universidade Federal de Santa Catarina,
ministrada pelo Prof. Ivo Barbi no primeiro
trimestre letivo de 1997.
ADRIANO PRES
CCERO MARCOS TAVARES CRUZ
FABIANA PTTKER
IVAN EIDT COLLING
REN PASTOR TORRICO BASCOP
Florianpolis, SC Brasil
1998
SUMRIO
CAPTULO I
ESTUDO DO RETIFICADOR TRIFSICO COM TRS PULSOS EM TRS DIFERENTES SITUAES:
LIGADO DIRETAMENTE REDE, ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM CONEXO

ESTRELA/ESTRELA E POR TRANSFORMADOR CONECTADO EM
DELTA / ESTRELA
SIMBOLOGIA ................................................................................................................................................... 1
1.1 INTRODUO ............................................................................................................................................. 1
1.2 ANLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA ................................................................................................. 1
1.2.1 Retificador no Isolado .................................................................................................................... 1
1.2.2 Alimentao por Transformador com Ligao Y / Y....................................................................... 6
1.2.3 Retificador Alimentado por Ligao / Y ...................................................................................... 8
1.3 SIMULAES NUMRICAS ....................................................................................................................... 10
1.3.1 Retificador no Isolado .................................................................................................................. 10
1.3.2 Retificador Alimentado via Conexo Y / Y ................................................................................... 11
1.3.3 Retificador Alimentado por Transformador Ligado em / Y ....................................................... 12
1.3.4 Simulao do Estgio de Sada com Filtro Indutivo ...................................................................... 13
1.4 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................... 14
CAPTULO II
RETIFICADOR TRIFSICO DE TRS PULSOS ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM
CONEXO DELTA/ZIGUEZAGUE
2.1 INTRODUO ........................................................................................................................................... 15
2.2 ANLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA ............................................................................................... 15
2.2.1 O Conversor ................................................................................................................................... 15
2.2.2 Anlise Harmnica da Corrente de Linha ...................................................................................... 17
2.2.3 Especificaes do Transformador .................................................................................................. 19
2.3 SIMULAO ............................................................................................................................................. 20
2.4 CONCLUSO ............................................................................................................................................ 21
2.5 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................... 21
2.6 ANEXO ARQUIVO DE SIMULAO ........................................................................................................ 21
CAPTULO III
RETIFICADOR TRIFSICO DE SEIS PULSOS ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM
CONEXO DELTA/ESTRELA
3.1 INTRODUO ........................................................................................................................................... 23
3.2.1 Topologia do Retificador ............................................................................................................... 23
3.2.2 Principais Formas de Onda ............................................................................................................ 24
3.2.3 Anlise Terica .............................................................................................................................. 25
3.3 SIMULAO ............................................................................................................................................. 30
3.4 CONCLUSO ............................................................................................................................................ 33
3.5 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................... 33
3.6 ANEXO .................................................................................................................................................... 33
CAPTULO IV
RETIFICADOR TRIFSICO A SEIS PULSOS ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM
CONEXO DELTA/ZIGUEZAGUE
SIMBOLOGIA ................................................................................................................................................. 37
4.1 INTRODUO ........................................................................................................................................... 37
4.3 SIMULAO ............................................................................................................................................. 43
4.4 CONCLUSO ............................................................................................................................................ 47
4.5 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................... 47
4.6 ANEXO ARQUIVOS DE SIMULAO ...................................................................................................... 48
CAPTULO V
RETIFICADOR TRIFSICO A SEIS PULSOS ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM
CONEXO DELTA/POLGONO E DE DOZE PULSOS ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM
CONEXO DELTA/POLGONO-POLGONO
SIMBOLOGIA ................................................................................................................................................. 51
5.1 INTRODUO ........................................................................................................................................... 51
5.2.1 Equacionamento e Formas de Onda Bsicas.................................................................................. 51
5.2.2 Anlise Harmnica......................................................................................................................... 58
5.2.3 Dimensionamento do Transformador ............................................................................................ 60
5.3 SIMULAO ............................................................................................................................................. 63
5.3.1 Delta/Polgono com = 15o ........................................................................................................... 65
5.3.2 Delta/Polgono com = -15o.......................................................................................................... 66
5.3.3 Delta/Polgono-Polgono................................................................................................................ 68
5.4 CONCLUSO ............................................................................................................................................ 71
5.5 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................... 71
5.6 ANEXO ARQUIVOS DE SIMULAO ...................................................................................................... 71
CAPTULO VI
RETIFICADOR TRIFSICO A DOZE PULSOS ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM
CONEXO DIRETA E DELTA/ESTRELA E SADAS LIGADAS EM SRIE
SIMBOLOGIA ................................................................................................................................................. 73
6.1 INTRODUO ........................................................................................................................................... 73
6.3 SIMULAO ............................................................................................................................................. 79
6.4 CONCLUSO ............................................................................................................................................ 82
6.5 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................... 82
CAPTULO VII
RETIFICADOR TRIFSICO A DOZE PULSOS ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM
CONEXO DELTA/DELTA-ESTRELA E SADAS LIGADAS EM PARALELO
SIMBOLOGIA ................................................................................................................................................. 85
7.1 INTRODUO ........................................................................................................................................... 85
7.2.1 Equacionamento e Formas de Onda Bsicas.................................................................................. 87
7.2.2 Anlise Harmnica......................................................................................................................... 90
7.2.3 Dimensionamento do Transformador ............................................................................................ 90
7.3 SIMULAO ............................................................................................................................................. 92
7.4 CONCLUSO ............................................................................................................................................ 95
7.5 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................... 96
CAPTULO VIII
RETIFICADOR TRIFSICO DE DOZE PULSOS ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM
CONEXO DELTA/ESTRELA E SADAS LIGADAS EM SRIE
8.1 INTRODUO ........................................................................................................................................... 97
8.2.1 Equaes de Tenso e Corrente nos Enrolamentos ........................................................................ 97
8.2.2 Anlise Harmnica da Corrente de Linha ...................................................................................... 99
2.2.3 Especificaes dos Enrolamentos do Transformador .................................................................. 101
8.3 SIMULAO ........................................................................................................................................... 101
8.4 CONCLUSO .......................................................................................................................................... 102
8.5 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................... 102
8.6 ANEXO ARQUIVO DE SIMULAO ...................................................................................................... 102
CAPTULO IX
RETIFICADOR TRIFSICO DE DEZOITO PULSOS ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM
CONEXO DELTA/DELTA-ZIGUEZAGUE E SADAS LIGADAS EM PARALELO
SIMBOLOGIA ............................................................................................................................................... 105
9.1 INTRODUO ......................................................................................................................................... 106
9.2 ANLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA ....................................... 10ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO.
9.2.1 Corrente devida ao retificador alimentado por ligao Y ............................................................ 107
9.2.2 Corrente devida ao retificador alimentado via ligao Z+20 ........................................................ 109
9.2.3 Corrente devida ao retificador alimentado por ligao Z-20......................................................... 111
9.2.4 Corrente total: a superposio dos efeitos .................................................................................... 113
9.2.5 O transformador ........................................................................................................................... 115
9.2.6 Indutores de filtragem .................................................................................................................. 116
9.3 SIMULAES NUMRICAS ................................................................ 11ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO.
9.4 COMENTRIO FINAL .............................................................................................................................. 120
9.5 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................... 121
9.6 ANEXO: ARQUIVO DE SIMULAO UTILIZADO NO PROGRAMA PSPICE, VERSO 4.05 ............................. 121
CAPTULO X
RETIFICADOR TRIFSICO DE DEZOITO PULSOS ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM
CONEXO DELTA/DELTA-POLGONO-POLGONO E SADAS LIGADAS EM SRIE
10.1 INTRODUO ....................................................................................................................................... 123
10.2 ANLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA ........................................................................................... 123
10.2.1 Topologia do Retificador ........................................................................................................... 123
10.2.2 Principais Formas de Onda ........................................................................................................ 124
10.2.3 Anlise Terica .......................................................................................................................... 125
10.3 SIMULAO ......................................................................................................................................... 131
10.4 CONCLUSO ........................................................................................................................................ 133
CAPTULO XI
RETIFICADOR TRIFSICO DE DOZE PULSOS ALIMENTADO POR AUTO-TRANSFORMADOR
COM CONEXO DELTA DIFERENCIAL
11.1 INTRODUO ....................................................................................................................................... 137
11.2 ANLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA ........................................................................................... 138
11.2.1 Equacionamento e Formas de Onda Bsicas.............................................................................. 138
11.2.2 Anlise Harmnica e Fator de Potncia ..................................................................................... 141
11.2.3 Dimensionamento do Transformador ........................................................................................ 142
11.2.4 Tenso de Sada ......................................................................................................................... 143
11.2.5 Esforos nos Diodos Retificadores ............................................................................................ 144
11.3 SIMULAO ......................................................................................................................................... 145
11.4 CONCLUSO ........................................................................................................................................ 147
11.5 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................... 147
11.6 ANEXO ................................................................................................................................................ 148
CAPTULO I
ESTUDO DO RETIFICADOR TRIFSICO COM TRS PULSOS EM TRS
DIFERENTES SITUAES: LIGADO DIRETAMENTE REDE, ALIMENTADO
POR TRANSFORMADOR COM CONEXO ESTRELA / ESTRELA E POR
TRANSFORMADOR CONECTADO EM DELTA / ESTRELA.
SIMBOLOGIA
Di - Diodo retificador. % - Diferena percentual.

ifi - Corrente da fase i. - ngulo pelo qual a forma de onda
ipi - Corrente atravs do enrolamento pri- adiantada, com vistas a facilitar a an-
mrio i. lise harmnica. A funo modificada
is - Corrente de sada. indicada por um asterisco.
iseci - Corrente do enrolamento secundrio i. n - ngulo em que a funo apresenta uma
Ls - Indutor de filtragem de sada. descontinuidade.
Np - Nmero de espiras no lado primrio. - Freqncia angular.
Ns - Nmero de espiras no lado secundrio.
Subndices:
P - Potncia ativa.
bloq - Refere-se a interruptor bloqueado.
p - Nmero de pulsos que a tenso de
cond- Refere-se a interruptor em conduo.
sada apresenta durante um perodo da
ef - Valor eficaz da grandeza.
tenso de entrada.
md - Valor mdio da grandeza.
Rs - Resistncia de carga.
k - Indica o componente harmnico de
S - Potncia aparente.
k-sima ordem.
T - Perodo da onda.
vfi - Tenso da fase i. Superndice:
vs - Tenso de sada. * - Assinala a funo modificada.
vseci - Tenso no lado secundrio. Os valores instantneos so grafados com
n - Variao (salto) da funo no ngulo letras minsculas.
n.
1.1 - INTRODUO
Analisa-se no presente captulo o retificador trifsico a diodos com trs pulsos por per-
odo da rede de alimentao, com relao ao contedo harmnico da corrente demandada pelo
retificador, bem como ao contedo harmnico da tenso por ele fornecida. So contempladas
trs situaes: retificador no isolado, retificador isolado por transformador trifsico ligado em
Y/Y e retificador isolado por transformador com conexo /Y. A tenso de sada no se
modifica significativamente nesses trs casos, se se empregarem relaes de transformao
adequadas; as correntes de entrada, por sua vez, apresentam algumas alteraes.
1.2 - ANLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA

1.2.1 - Retificador no isolado
Quando o retificador com trs pulsos ligado diretamente rede trifsica, conforme
mostrado na fig.1.1, cada fase deve fornecer uma corrente retangular com durao de 2/3 radia-
2 Emprego de Transformadores e Autotransformadores ...
nos a cada perodo. Os formatos das tenses e das correntes podem observados na fig.1.2. Consi-
dera-se que a sada se comporta como uma fonte de corrente.
A fim de facilitar-se a anlise harmnica, algumas modificaes so feitas sobre a
forma de onda da corrente da fase 1, if1(t): em primeiro lugar, retira-se seu valor mdio (igual a
Is/3). Em seguida, avana-se a onda em um ngulo de = /2 rad. A onda modificada (fig.1.3)
denotada por if1*(t), sendo composta somente por termos em co-seno.
vf1 D1
i f1
Ls
is
vf2 i f2 Rs Vsmd
D2 vs (t)
vf3
i f3 D3
Fig.1.1 - Retificador trifsico a diodos com trs pulsos no isolado da rede de alimentao.
v f1 v f2 v f3
i f1
Is
t
i f2
Is
t
i f3 Is
t

Fig.1.2 - Tenses e correntes das trs fases de alimentao.

Captulo 1 / Retificador Trifsico com Trs Pulsos sem Transformador e com Conexes Y/Y e /Y 3
i f1 ( t)
2I s /3
t
I s /3

Fig.1.3 - Corrente if1(t) adiantada em 90 graus.
As amplitudes dos componentes de if1*(t) podem ser facilmente determinadas mediante
a aplicao do mtodo das descontinuidades (DEWAN e outros, 1984). A amplitude do compo-
nente de k-sima ordem :
Is 2
I*f 1k n sen k n . (1.1)
k n 0
No presente caso, a equao se reduz a:
2 Is k
I*f 1k sen . (1.2)
k 3
Observa-se que sen k 3 igual a 3 2 quando k = 1, 2, 7, 8, ...; igual a - 3 2

com k = 4, 5, 10, 11, ... ; e se anula quando k mltiplo de 3. Assim:
3 Is 3n 1
1 , k
n
I*f 1k ; n 0,1,2,... (1.3)
k 3n 2
A onda original, if1(t), se encontra /2 rad atrasada em relao a if1*(t). Portanto, sua
expresso deve incluir um atraso de k/2 rad nos componentes, bem como o valor mdio Is/3,
conforme a equao (1.4).
3 Is 1 3n 1
n
I
if 1 ( t ) s cos kt k , k ; n 0, 1, 2, ... (1.4)
3 k 1 k
2 3n 2
As amplitudes dos componentes harmnicos com relao ao termo fundamental so
dadas pela equao (1.5). Os valores numricos se encontram relacionados na tabela 1.1.
I f 1k 1
, k 1, 2, 4, 5, 7, 8, ... (1.5)
I f 11 k
Ordem do if1k / If11

componente
2 0,500
4 0,250
5 0,200
7 0,143
8 0,125
10 0,100
11 0,091
Tabela 1.1 - Valores dos componentes harmnicos

relativamente ao termo fundamental.
1.2.1.1 - Taxa de distoro harmnica da corrente de entrada
O valor eficaz total da corrente if1(t) :

Is
I f 1ef . (1.6)
3
J o componente fundamental tem seu valor eficaz dado por:
3 Is
I f 11ef . (1.7)
2
Assim, a taxa de distoro harmnica pode ser calculada:
1 3
2
3 2 2 2
TDH 1 1,092 . (1.8)
3 9
2 2
A relao entre as potncias aparente e ativa determinada na equao (1.9). O valor
obtido concorda com aquele apresentado pelo Prof. BARBI (1986, p.83).
S I f 1ef S 1 3 2
1,48 . (1.9)
P I f 11 P 3 1 3

2
1.2.1.2 - Tenso de sada
O retificador a diodos tem por funo manter conectada ao estgio de sada a tenso de
maior valor instantneo, entre as trs que se apresentam aos anodos de D1, D2 e D3. Salvo
pequenas no-idealidades, vs(t) constituda por topos de senides com duraes de 2/3 rad,
simetricamente colocados em torno de seus valores mximos, como pode ser visto na fig.1.4.
Sua freqncia , pois, trs vezes maior que a das tenses de alimentao.
v s ( t)
Vs md
Fig.1.4 - Tenso de sada do retificador. Linha contnua: valor instantneo;

linha tracejada: valor mdio.
Calcula-se a seguir o valor mdio de vs(t). Grosso modo, Vsmd aplicado sobre Rs,
enquanto o valor alternado se aplica sobre Ls. (Essa afirmao tanto mais vlida quanto maior
for a relao Ls/Rs).
1 5 / 6
2 3 / 6
Vsmd 2 Vf ef sent dt (1.10)
3 6
Vs md Vf ef 1170
, Vf ef (1.11)
2
O valor eficaz da tenso aplicada ao estgio de sada dado por (1.12).
1 5 / 6 2 3 3
Vsef 2 Vf ef sen t dt Vfef 1 1189
, Vf ef 4 2 Vf ef (1.12)
2 / 3 / 6 4
A anlise harmnica da tenso de sada facilitada se a onda for adiantada em = /2,

colocando-se a origem no pico da senide. A fig.1.5 exibe a forma de onda modificada, a qual,
em virtude de sua simetria par, composta somente por termos em co-seno.
vs*( t)
Vs pico cost
Fig.1.5 - Tenso de sada adiantada em 90,

visando facilitar a anlise harmnica.
Conforme mencionado anteriormente, a freqncia angular fundamental 3. Sabe-se

que os termos ak de uma funo peridica f(t) so dados por:
2k
T T
2 2
a k f ( t ) cos t dt f ( t ) cos kt dt . (1.13)
T0 T T0
Assim:
/3 /3
3 Vpico 6 Vpico
Vs*k

cost cos 3kt dt
cost cos 3kt dt . (1.14)
/3 0
Mas:
cos 3k 1t cos 3k 1t .
1
cos t cos 3kt (1.15)
2
3 Vpico / 3 /3
Vs*k cos 3k 1t dt cos 3k 1t dt . (1.16)
0 0
Desenvolvem-se separadamente as integrais de co-senos:
3k 1 1
/3 k 1
1 3
cos 3k 1t dt 3k 1 sen 3 3k 1 2 ; (1.17)
0
/3
3k 1 1
k
1 3
cos 3k 1t dt 3k 1 sen 3 3k 1 2 ; (1.18)
0
3 3 Vpico
1 k 1
1 1
Vs*k ; (1.19)
2 3k 1 3k 1
3 3 Vpico
Vs*k 1 k 1 .

(1.20)
9k 12
Sendo k = 1, 2, 3, ... e as freqncias iguais a 3k (3o, 6o, 9o, ... componentes harmni-
cos da freqncia da rede de alimentao). A forma de onda original da tenso de sada
expressa matematicamente por (1.21).
3 3 Vpico 1 1 k 1 3k
vs ( t ) 2 cos 3kt . (1.21)
2 k 1 9 k 1 2
Os valores de pico das tenses de entrada e de sada so os mesmos. A expresso acima

pode, portanto, ser colocada em funo de Vfef:
3 6 Vf ef 1 1 k 1 k
v s ( t) 2 cos 3kt . (1.22)
2 k 1 9 k 1 2
PELLY (1971) fornece uma expresso genrica para as amplitudes dos componentes
harmnicos dos retificadores a tiristores com p pulsos (p.95). Pode-se comprovar que a eq. (1.20)
representa o caso particular para retificadores de 3 pulsos a diodos, fazendo-se = 0 e n = 3k

na equao proposta pelo autor.
1.2.2 - Alimentao por transformador com ligao Y / Y
Quando o retificador isolado por meio de um transformador trifsico ligado com

conexo Y / Y, como se mostra na fig.1.6, o comportamento do sistema assemelha-se bastante ao
apresentado no item anterior. No entanto, uma vez que o componente contnuo da corrente no
transferido ao lado primrio do transformador, tem-se somente os componentes alternados das
correntes nas fases da alimentao (v. fig.1.7). Logo, os valores eficazes das correntes e a potn-
cia aparente so menores neste caso, conforme evidenciado pelo equacionamento que segue.
3 Is 1 3n 1
n

if 1 ( t ) cos kt k , k ; n 0, 1, 2,... (1.23)
k 1 k
2 3n 2
i sec1 D1 Ls
i f1
is
vf1
1:1 Rs Vs md
D2 vs (t)
i sec2
i f2
vf3 vf2
i f3 i sec3 D3
Fig.1.6 - Diagrama do retificador alimentado via transformador trifsico

conectado em Y-Y.
i f1 2Is /3
Is /3
t
i f2 2Is /3
Is /3 t
i f3 2Is /3
Is /3 t

Fig.1.7 - Correntes demandadas pelo retificador com alimentao

via transformador ligado em Y-Y.
2 2
2 1 1 2 2 Is
I f 1ef Is . (1.24)
3 3 3 3 3
2 3
2
9 2 4 2
TDH 1 0,680 ; (1.25)
3 27
2 2
S 2 3 2 3
1,209 . (1.26)
P 3 1 9

2
O valor de If1ef obtido neste caso 2 3 vezes o valor da corrente eficaz expressa pela
eq. (1.6), o que significa uma reduo de 18,4%. A razo S/P idntica calculada pelo Prof.
BARBI (1986, p.84-85). Cumpre salientar que os enrolamentos secundrios devem ser dimensio-
nados para a razo S/P = 1,48.

A presena do transformador trifsico no altera o formato da tenso de sada. Tambm
sua amplitude no se modifica, se for mantida a relao 1:1 entre os enrolamentos primrios e
secundrios. Com outras relaes, deve-se incluir o fator Ns/Np nas equaes apresentadas no
item 1.2.1.2 (valor mdio e amplitudes dos componentes harmnicos).
1.2.3 - Retificador alimentado por ligao / Y
O esquema da ligao / Y para alimentar o retificador trifsico com trs pulsos mos-
trado na fig.1.8. A fim de que a tenso de sada seja igual obtida com a ligao Y / Y (item
1.2.2), deve-se ter uma reduo da tenso nos enrolamentos secundrios razo de 1 3 com
relao aos seus correspondentes no lado ligado em delta. Dessa maneira, as correntes primrias
sofrem uma reduo pelo mesmo fator, relativamente s correntes secundrias. Conforme se
verifica na fig.1.8, a corrente da fase 1 pode ser obtida a partir das correntes dos enrolamentos p1
e p3 (if1 = ip1 - ip3). Isto feito graficamente na fig.1.9, em que tambm se visualizam as grande-
zas no lado secundrio. H um atraso de 30 da tenso vf1 com relao a vsec1. Portanto, ao se
colocar a corrente if1 no mesmo referencial de vf1, ela toma a forma mostrada na fig.1.10. Esta
forma de onda composta apenas termos senoidais, cujas amplitudes so determinveis atravs
da equao (1.27).
i f1 i sec1 D1 Ls
is
vf1 i p3 3:1
vsec1 Rs Vs md
D2 vs (t)
i f3 vsec3
i p1 vsec2
i sec2
vf3
vf2 i p2
i f2 i sec3 D3
Fig.1.8 - Alimentao do retificador atravs de transformador ligado em -Y.

v sec 1 ( t ) v sec 2
( t) v sec 3
(t)
i sec 1
(t) Is
t
i sec 2
(t) Is
t
i sec 3
(t) Is
t
i f1 ( t )
Is 3
i sec i sec t
1 3
Is 3
3
0
Fig.1.9 - Formas de onda das tenses e correntes no lado secundrio do transformador

com conexo - Y. Mostra-se tambm a corrente fornecida pela fase 1.
i f1 ( t ) Is 3
t
Is 3
0
Fig.1.10 - Corrente if1(t), tomando-se vf1(t) como referencial.
Is 2
I f 1k n cos k n .
3k n 0
(1.27)
Ento:
2 Is 2k 4 Is k
I f 1k 1 cos sen2 . (1.28)
3k 3 3k 3
Mas:
k 3 / 4, k 1,2,4,5,7,8,...
sen2
3 0, k mltiplo de 3 ; (1.29)
3 Is
I f 1k , k 1,2,4,5,7,8,... (1.30)
k
Desse modo, a corrente if1(t) expressa por:
3 Is 1
if 1( t) sen kt , k = 1, 2, 4, 5, 7, 8, ... (1.31)
k 1 k
Verifica-se que, da mesma forma que com a conexo Y-Y, fazem-se presentes compo-
nentes de todas as ordens, tanto pares como mpares, exceo dos mltiplos de 3. Os compo-
nentes tambm apresentam as mesmas amplitudes em ambos os casos; apenas os defasamentos
so diferentes (comparar com a equao 1.23). Assim sendo, as taxas de distoro harmnica e
os valores eficazes das correntes, bem como a relao S/P so tambm os mesmos.
Da mesma forma que com ligao Y / Y, as equaes obtidas em 1.2.1.2 continuam

vlidas, desde que se tenha a relao de transformao 3:1 entre os lados ligados em delta e em
estrela. Com relaes diferentes, as expresses (1.32) e (1.33) devem ser aplicadas.
3 Ns 3 6 N s Vf ef
Vs md Vf ef 2,026 (1.32)
Np 2 Np
N s 1 1
k 1
9 2 Vf ef k
vs (t) 2 cos 3kt (1.33)
N p 2 k 1 9k 1 2
1.3- SIMULAES NUMRICAS
Os trs arranjos para alimentao dos retificadores com trs pulsos foram simulados
numericamente atravs do programa PROSCES, com gerao das curvas via programa DSN,
utilizando-se como carga uma fonte de corrente de 20A. Incluem-se ainda ao final deste item os
resultados de simulaes obtidos em uma aplicao com filtro indutivo no estgio de sada.
1.3.1 - Retificador no isolado

O diagrama para simulao do retificador apresentado na fig.1.11. As tenses de
entrada apresentam valor eficaz de 220V e defasamentos de 120 entre si. Os parmetros empre-
gados para os diodos so: Rcond = 50m e Rbloq = 1M e a carga constituda por uma fonte de
corrente de 20A. Os resultados podem ser vistos nas figuras e tabela que seguem. A razo S/P
encontrada por simulao de 1,47.
vf1 D1
i f1
vf2 i f2 D2
vs (t)
20A
vf3 i f3 D3
Fig.1.11 - Diagrama para simulao do retificador com trs pulsos no isolado.

0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5

t (ms) t (ms)
(a) (b)
ifi vs
TDH = 109%
freq. fund.: 60Hz freq. fund.: 180Hz
(c) (d)
Fig.1.12 - a) Correntes das trs fases de alimentao; b) tenso de sada do retificador (linha
contnua: valor instantneo; linha tracejada: valor mdio); c) espectro harmnico da cor-
rente de entrada; d) espectro harmnico da tenso de sada (truncado em 30%).
Corrente if1 (A) Tenso de sada vs (V)
Freqncia do Valor terico Valor obtido por Valor terico Valor obtido por
componente (Hz) (pico) simulao (pico) simulao
60 11,027 11,027 -o- -o-
120 5,513 5,514 -o- -o-
180 0,000 0,629 x10-4 64,325 64,276
240 2,757 2,757 -o- -o-
300 2,205 2,205 -o- -o-
360 0,000 0,622 x10-4 14,703 14,690
420 1,575 1,575 -o- -o-
480 1,378 1,378 -o- -o-
540 0,000 0,608 x10-4 6,432 6,426
600 1,103 1,103 -o- -o-
660 1,002 1,002 -o- -o-
720 0,000 0,598 x10-4 3,599 3,594
780 0,848 0,848 -o- -o-
840 0,788 0,788 -o- -o-
900 0,000 0,589 x10-4 2,297 2,294
Valor eficaz total 11,55 11,54 261,58 260,38
Valor mdio 6,667 6,667 257,30 256,11
TDH 109% 109% -o- -o-
Tabela 1.2 - Espectro harmnico de if1 e vs: comparao entre os valores tericos e aqueles
obtidos via simulao numrica.
1.3.2 - Retificador alimentado via conexo estrela - estrela
Para a simulao do transformador trifsico, empregaram-se trs transformadores

monofsicos (cada um desses transformadores , na verdade, um par de indutores fortemente
acoplados). A fim de que o valor eficaz da corrente magnetizante no ultrapassasse 0,5A,
utilizaram-se indutncias primrias e secundrias de 1,17H e indutncias mtuas de 1,16999H.

Em srie com cada indutncia primria est colocado um resistor de 1m. Os demais parmetros
so mantidos idnticos aos do item 1.3.1. As formas de onda obtidas podem ser vistas na
fig.1.13. O espectro harmnico apresentado na fig.1.14 idntico quele visto na fig.1.12. No
entanto, devido ausncia de valor mdio nas correntes, suas taxas de distoro harmnica so
de 67%, conforme j se havia previsto na anlise (v. equao 1.25).
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5

t (ms) t (ms)
(a) (b)
Fig.1.13 - Retificador alimentado atravs de conexo estrela - estrela: a) correntes das trs
fases; b) tenso de sada com indicao de seu valor mdio (em linha tracejada).
ifi
TDH = 67%
freq. fund.: 60Hz
Fig.1.14 - Espectro harmnico da corrente de entrada.
Outros valores observados nesta simulao:

Valor eficaz das correntes de entrada: 9,41A (valor terico: 9,43A);
Relao S/P nos enrolamentos primrios: 1,201 (valor terico: 1,209);
Valor mdio da tenso de sada: valor mdio: 255,9V (valor terico: 257,3V);
Valor eficaz da tenso de sada: 260,3V (valor terico: 261,6V).
1.3.3 - Retificador alimentado por transformador ligado em delta - estrela
Nesta simulao, empregaram-se indutncias de 3,51H nos enrolamentos conectados em

delta, mantendo-se 1,17H nos secundrios. Os acoplamentos magnticos foram estabelecidos
atravs de indutncias mtuas de 2,026499H. Os demais parmetros foram mantidos inalterados
com relao simulao do item 1.3.2, inclusive as resistncias de 1m em srie com os enro-
lamentos primrios. As formas de onda das correntes de entrada e seu espectro harmnico esto
ilustrados na fig.1.15. Pode-se verificar que as diferenas no formato das ondas se devem apenas
aos defasamentos dos diversos componentes harmnicos, pois seu espectro de amplitudes o
mesmo (comparem-se as figs.1.14 e 1.15b). Na fig.1.16 podem-se observar as correntes atravs

dos diodos retificadores e a tenso de sada.
Outros valores observados na simulao numrica:
Valor eficaz das correntes de entrada: 9,44A (valor terico: 9,43A);
Valor mdio da tenso de sada: 256,1V (valor terico: 257,3V);
Valor eficaz da tenso de sada: 260,4V (valor terico: 261,6V).
ifi
TDH = 68%
freq. fund.: 60Hz
0 5 10 15 20 25 30 35
t (ms)
(a) (b)
Fig.1.15 - Correntes de entrada do retificador com trs pulsos alimentado por transfor-
mador com conexo delta / estrela: a) formas de onda; b) espectro harmnico.
0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35
t (ms) t (ms)
(a) (b)
Fig.1.16 - Formas de onda no lado secundrio do transformador: a) correntes atravs dos

diodos retificadores; b) tenso de sada com indicao de seu valor mdio (em linha
tracejada). As grandezas do lado secundrio apresentam sempre esse
formato, independentemente da conexo utilizada.
1.3.4 - Simulao do estgio de sada com filtro indutivo
Nas simulaes apresentadas at o momento, empregou-se como carga sempre uma

fonte de corrente de 20A. Deseja-se agora verificar o funcionamento de um sistema com filtro
indutivo (Ls) associado a uma carga Rs (fig.1.17a). A escolha do indutor Ls realizada com base
na mxima ondulao de corrente admitida sobre esse elemento. ILs, por sua vez, depende da
integral da tenso vLs ao longo do tempo. razovel admitir-se que sobre o indutor se aplique a
diferena entre os valores instantneo e mdio de vs(t), de modo que vLs(t) tenha o formato
mostrado na fig.1.17b. Lanando-se mo dos resultados encontrados em 1.2.1.2, podem-se
determinar os ngulos em que a funo se anula, cfr. eq. (1.34).
Ls vL s (t)
Retificador is
Trifsico t
Rs Vsmd
com vs (t)
trs pulsos
(a) (b)
Fig.1.17 - a) Estgio de sada do retificador; b) forma de onda da tenso sobre o indutor.
3 6
2 Vf ef sent Vs md Vf (1.34)
2 ef
3 3
Assim, vLs(t) se anula nos ngulos arcsen , que correspondem a 55,8 e 124,2
2
(0,974 e 2,168 radianos). Torna-se fcil agora calcular o valor da integral dessa tenso:
2 ,168
2 Vf ef 3 3
s
v L ( t ) dt sent dt
2
(1.35)
0, 974
0,194
vL ( t ) dt
s

Vf ef (1.36)
Estabelecendo-se ILsmx = 1A, tem-se:

0,194 Vf ef
Ls Ls 113mH (1.37)
2 60 I Ls max
Para que se tenham 20A na carga, Rs deve ser de 257,3/20 = 12,86, o que implica em
uma potncia de 5,15kW na sada. A constante de tempo do filtro , portanto, Ls/Rs = 8,79ms.
Ilustram-se na fig.1.18 os resultados obtidos.
(a)
(b)
(c)
0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35
t (ms) t (ms)
Fig.1.18 - a) Tenso de sada do retificador (linha cheia) e tenso nos catodos dos diodos (linha
tracejada); b) tenso de sada mostrada com maior detalhamento; c) corrente atravs de Ls
com indicao de seu valor mdio (em linha tracejada).
Alguns valores observados nesta simulao numrica:

Ismd: 19,91A (valor esperado: 20A; % = -0,45%);
ILs: 0,99A (valor de projeto: 1,00A; % = -1,00%);
Vs: 12,75V (valor esperado: 12,86V; % = -0,86%);
Os valores obtidos corroboram o projeto realizado.
1.4 - BIBLIOGRAFIA
[1] BARBI, Ivo. Eletrnica de potncia. Florianpolis: Ed. da Universidade Federal de Santa
Catarina, 1986. (Srie Didtica.)
[2] DEWAN, S.B.; SLEMON, G.R.; STRAUGHEN, A. Fourier Analysis. In: ___. Power
semiconductor drives. New York: John Wiley and Sons, 1984. Apndice A, p.332-340.
[3] PAICE, Derek A. Power electronic converter harmonics. New York: The Institute of Elec-
trical and Electronics Engineers, 1996.
[4] PELLY, Brian R. Thyristor phase-controlled converteres - operation, control, and per-
formance. New York: John Wiley and Sons, 1971.
[5] RICIERI, Aguinaldo Prandini. Construindo a srie de Fourier. So Paulo: Prandiano,
1988.
CAPTULO II
RETIFICADOR TRIFSICO DE TRS PULSOS ALIMENTADO
POR TRANSFORMADOR COM CONEXO DELTA/ ZIGUEZAGUE
2.1 - INTRODUO
A utilizao de transformador trifsico com conexo delta-estrela para alimentar um
retificador tipo meia ponte, tem como inconveniente a circulao de corrente com componente
contnua no enrolamento secundrio e como conseqncia a imposio de fluxo com
componente contnua no ncleo do transformador. Uma soluo para o problema consiste em
utilizar transformador com secundrio com conexo ziguezague.
O conversor entitulado estudado no que diz respeito a anlise harmnica da corrente
drenada do sistema trifsico de alimentao.
O contedo harmnico da corrente determinado analiticamente a partir do
conhecimento do funcionamento do conversor, no que se refere as formas de onda de tenso e
corrente em vrias partes do circuito. Uma anlise via simulao digital mostrada atestando o
estudo realizado.
A especificao de potncia aparente de cada enrolamento do transformador
determinada, em funo da potncia fornecida carga.
2.2.1 - O Conversor:
A figura 2.1 mostra o conversor de trs pulsos alimentado por um transformador com
conexo delta/zig-zag.
Fig 2.1 - Retificador de trs pulsos alimentado por tansformador delta/ziguezague
Os diagramas fasoriais das tenses no primrio e secundrio do transformador so

apresentados na figura 2.2, com seqncia de fases ABC. Da observao destes diagramas
obtida a seqncia de conduo dos diodos bem como seqncia e sentido de corrente nas vrias
bobinas do transformador
As formas de ondas de corrente so mostradas na figura 2.3
Em cada enrolamento secundrio circula a corrente de carga durante o intervalo de
conduo de um diodo. Para as bobinas de uma mesma coluna os intervalos de conduo so
distintos bem como o sentido de circulao, ou seja, o fluxo produzido alternado e com
componente contnua nula.
A corrente de cada bobina (fase) do primrio reflexo da circulao de corrente nas

bobinas do secundrio pertencentes a uma mesma coluna, com amplitude dada pela relao de
transformao.
Em cada linha do sistema de alimentao circula uma corrente que composta por duas
correntes de fase do primrio do transformador.
.
Fig. 2.2 Diagrama fasorial de tenso do transformador
Seja V a tenso fase-neutro do secundrio do transformador, assim a tenso de linha
vale:
VL 3V (2.1)
A tenso em cada bobina do enrolamento secundrio dada por
V2 VB VB VBVB cos600
2 2
(2.2)
VB V / 3 (2.3)
Para uma relao unitria entre as tenses de linha, a tenso em cada bobina do primrio
dada por:
VL 3V (2.4)
A relao entre o nmero de espiras da bobina do primrio e do secundrio dada pela
relao abaixo:
VP N P 3V
N P NS 3 (2.5)
VS N S V
3
Igualando-se os ampre-espiras do primrio e secundrio, obtm-se:
IS
N S IS N P I P 3N S I P = N S IS I P (2.6)
3
Captulo 2/ Retificador Trifsico de Trs Pulsos Alimentoado por Transformador /Z 17
Fig 2.3 Correntes nos enrolamentos do transformador e na linha
2.2.2 - Anlise harmnica da corrente de linha

A corrente drenada da linha de alimentao representada pela funo abaixo:
-I
3 0 wt
6
2I 5
I L ( wt ) wt (2.7)
3 6 6
-
I 5
wt 2
3 6
A partir da expresso da corrente de linha pode-se determinar os coeficientes dos
termos da srie de Fourier da mesma.
Termos em co-seno
1 2
an = I(wt) sen(n wt)dwt
0
(2.8)
Substituindo o valor da expresso (2.7) na equao (2.8):
1 n n 5
an = cos( ) cos( )
n 6 6 (2.9)
Para n=1 obtm-se o coeficiente da componente fundamental da corrente de linha
3I
a1
(2.10)
Os coeficientes das componentes harmnicas em termos do coeficiente da componente
fundamental so dados por:
a1 1 n n 5
an = cos( ) cos( )
n 3 6 6 (2.11)
Os termos no nulos da equao (2.11) so os correspondentes a:
n = 6 k 1 (2.12)
Onde k um nmero inteiro.
Sendo k um nmero par
a1
an
n (2.13)
Para k mpar, tem-se que:
a1
an
n (2.14)
Termos em seno
1 2
bn = I(wt) cos(n wt)dwt
0
(2.15)
a1 1 n 5 n
bn = sen( ) sen( )
n 3 6 6 (2.16)
Os termos no nulos so os correspondentes a
n = 6 k 1 (2.17)
Sendo k um nmero mpar
a1
bn
n (2.18)
a1
b n +1 (2.19)
n +1
Sendo k um nmero par
a1
bn
n (2.20)
a1
b n +1 (2.21)
n +1
O espectro harmnico da corrente de entrada mostrado na figura nmero 2.4.
Fig. 2.4 Espectro da corrente de linha
2.2.3 - Especificaes do transformador

Corrente eficaz no enrolamento secundrio
I
IS I D I S ef
3 (2.22)
Corrente eficaz no enrolamento primrio
I P ef 0.272 I
(2.23)
Corrente eficaz na linha
5
I L ef I
3 (2.24)
Potncia aparente do secundrio
V V I VI
Sfase ISef
3 3 3 3 (2.25)
Assim:
VI
Stotal 6 Sfase 6 2VI (2.26)
3
Sejam P e Vd a potncia e tenso de sada do conversor
P = Vd I Vd 117
, V (2.27)
Assim:
Vd
S total 2 I S total = 1,71 P
1,17 (2.28)
Potncia aparente do enrolamento primrio
S total 3 3 V 0,272 I S total = 1,21 P (2.29)
2.3-SIMULAO
A figura 2.5 mostra as forma de onda de tenso e corrente de entrada obtidas por
simulao.
Fig. 2.5 Tenso e corrente de entrada
A tabela a seguir mostra os valores dos componentes harmnicos da corrente de linha,

dados com relao ao componente fundamental, com dados obtidos analiticamente e por
simulao.
Harmnico Freqncia (Hz) Calculado % Simulado %

1 60 100 100
2 120 50 49.62
3 180 0 0.36
4 240 25 24.96
5 300 20 19.58
6 360 0 0.4
7 420 14.28 14.15
8 480 12.50 11.99
9 540 0 0.4
10 600 10 9.75
11 660 9 8.48
12 720 0 0.5
13 780 7.70 7.33
14 840 7.14 6.43
15 900 0 0.55
16 960 6.25 5.77
17 1020 5.88 5.07
18 1080 0 0.6
19 1140 5.26 4.67
20 1200 5 4.10
21 1260 0 0.60
22 1320 4.54 3.84
23 1380 4.34 3.36
24 1440 0 0.50
2.4 -CONCLUSES
O estudo do conversor revela que o mesmo apresenta um elevado contedo harmnico
na corrente drenada da rede. As componentes harmnicas da referida corrente ocorrem em
baixas freqncias, ou seja, a partir da componente de segunda ordem, com amplitude elevada
em relao a componente fundamental.
A relao entre potncia aparente e ativa para o transformador elevada, indicando que
o mesmo tem um baixo aproveitamento.
A aplicao deste transformador pode ser justificada pela eliminao de fluxo com
componente CC no seu ncleo, gerada pela corrente drenada pelo retificador de trs pulsos.
2.5 - BIBLIOGRAFIA
[1] PAICE, Derek A, Power electronic converter harmonic. New York: IEEE , 1996
[2] PELLY,Brian R., Thyristor phase-controlled converters: operation, control and
performance. New York,:Willey Interscience, 1971
[3] SCHAFER, Johannes, Rectifier circuits: teory and design. John Wiley & Sons, Inc,1965
2.6 - ANEXO
Listagem do programa de simulao:
* Schematics Netlist *
R_R2 2 1 .1
R_R4 4 3 .1
R_R6 5 1 .1
R_R7 7 6 .1
R_R8 8 7 .1
R_R9 3 9 .1
R_R3 1 7 .1
R_R16 12 11 1000k
R_R5 1 12 .1
I_I1 13 14 DC 100A
K_TX1 L1_TX1 L2_TX1 .999999
L1_TX1 4 1 7.5
L2_TX1 15 14 .8333
K_TX2 L1_TX2 L2_TX2 .999999
L1_TX2 5 7 7.5
L2_TX2 16 14 .8333
K_TX5 L1_TX5 L2_TX5 .999999
L1_TX5 1 6 7.5
L2_TX5 15 17 .83333
K_TX6 L1_TX6 L2_TX6 .999999
L1_TX6 7 9 7.5
L2_TX6 16 18 .83333
K_TX3 L1_TX3 L2_TX3 .999999
L1_TX3 8 3 7.5
L2_TX3 19 14 .8333
K_TX4 L1_TX4 L2_TX4 .999999
L1_TX4 3 12 7.5
L2_TX4 11 20 .83333
R_R17 11 19 1m
R_R1 21 3 .1
V_V1 21 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 0
V_V2 2 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 -120
V_V3 10 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 120
D_D1 17 $N_0013 Dbreak
CAPTULO III
RETIFICADOR TRIFSICO DE SEIS PULSOS ALIMENTADO

POR TRANSFORMADOR COM CONEXO DELTA/ESTRELA
3.1 - INTRODUO
O retificador trifsico apresentado isolado com um transformador trifsico ligado em

delta no lado primrio e em estrela no lado secundrio (/).
Neste captulo so desenvolvidos os seguintes tpicos: anlise harmnica da corrente de
entrada ao retificador, anlise harmnica da tenso de sada do retificador, corrente eficaz atravs de
cada enrolamento do transformador (primrio e secundrio), potncia aparente de cada enrolamento
do transformador, potncia aparente total do transformador; corrente mdia atravs dos diodos
retificadores da ponte e mxima tenso reversa sobre os diodos da ponte.
3.2.1 - Topologia do Retificador
O circuito de potncia do retificador apresentado na Fig. 3.1.
iD1 +
iA ia
D1 D2 D3
A
a
ip3 ip1
is1
VA Np ib
iC Ns
B is3 I md
C b Vo
ip2 is2
VB VC
ic
c
iB D4 D5 D6
-
Fig. 3.1 - Circuito de Potncia do Retificador.
3.2.2 - Principais Formas de Onda
A seguir so mostradas as principais formas de onda de corrente e tenso do retificador

para um perodo da rede alternada (60Hz). Estas formas de onda sero utilizadas para realizar a
anlise terica do retificador posteriormente.
VFase
VF1 VF2 VF3
0 wt
i D1
I md
0
iD4 wt
I md
0
i s1 wt
I md
0
-I md wt
i p1
I md / 3
0
wt
i p3
I md / 3
0
wt
iA
2Imd / 3
I md / 3
0
wt
Fig. 3.2 - Principais Formas de Onda.

Captulo 3 / Retificador Trifsico de Seis Pulsos Alimentado por Transformador /Y 25
3.2.3 - Anlise Terica
As correntes de entrada do retificador iA, iB e iC, so correntes de linha do transformador

que as mesmas podem ser calculadas a partir da soma de amperes-espira dos enrolamentos de cada
perna do ncleo.
N p i p1 N s i s1 0 (3.1)
N p i p 2 N s i s2 0 (3.2)
N p i p3 N s i s3 0 (3.3)
A partir de correntes de n no lado primrio do transformador so obtidas as seguintes

equaes:
Ns
iA i p1 i p3 i s1 i s3 (3.4)
Np
Ns
i B i p2 i p1 i s2 i s1 (3.5)
Np
Ns
i C i p3 i p2 i s3 i s2 (3.6)
Np
Para a anlise, so considerados iguais os mdulos das tenses de linha do primrio e
secundrio do transformador ligados em /. Portanto, VAB = Vab, VBC = Vbc e VCA = Vca. Sob esta
considerao a relao de transformao do transformador igual a:
Ns 1
(3.7)
Np 3
a ) - Anlise Harmnica da Corrente de Entrada
As correntes de entrada do retificador de seis pulsos com ligao /, apresentam

harmnicas de ordem mpar a partir da 5a sem mltiplos da 3a harmnica, como expressado na
seguinte equao.
2 3 1 1 1
i A ( t ) I md sen(t ) sen5(t ) sen7 (t ) sen11 (t )
5 7 11
1 1 1 1
sen13 (t ) sen17 (t ) sen19 (t ) sen23 (t ) .......... (3.8)
13 17 19 23
Com relao componente fundamental, com a finalidade de comparao, so
apresentados os valores percentuais das harmnicas obtidas teoricamente da Eq. 3.8 e por
simulao, na Tabela 1.
Ordem da (iAn / iA1)*100 (iAn / iA1)*100

Harmnica Terico Simulado
5 20,0 20,0
7 14,28 14,28
11 9,09 9,09
13 7,69 7,68
17 5,88 5,88
19 5,26 5,25
23 4,35 4,35
25 4,0 3,99
29 3,45 3,44
Tabela 1 - Valores em Percentagem das Harmnicas de Corrente.
b ) - Anlise Harmnica da Tenso de Sada
A tenso de sada do retificador tem o formato mostrado na Fig. 3.3.

Vo
Vo(max)
Vo(md)
Vo(min)
0 wt
Fig. 3.3 - Tenso de Sada do Retificador
Para determinar o valor mdio da tenso de sada e realizar anlise harmnica desta tenso,
so assumidos os seguintes valores de tenso de fase e de linha.
Vfase E a : Tenso de fase eficaz no secundrio do transformador;
Vab 3 E a : Tenso de linha eficaz no secundrio de transformador;
Vab ( pico ) 2
3 E a : Tenso de linha pico no secundrio do transformador.
O valor de pico da tenso de sada igual ao valor de pico da tenso de linha no secundrio
do transformador, como escrito a seguir:
Vo ( pico ) Vab ( pico ) (3.9)
O valor mnimo da tenso de sada ocorre para um angulo de /3. Portanto, substituindo
este valor na Eq. 3.10, tem-se:
Vab Vab ( pico ) sent (3.10)
3
Vo (min) Vab ( pico ) (3.11)
2
A tenso mdia de sada igual soma da tenso mnima de sada e tenso mdia de
ondulao. A tenso mdia de ondulao obtida a partir da Fig. 3.4.
Vond
Vond(pico)
Vond(md)
0 wt
Fig.3.4 - Ondulao da Tenso de Sada.
A amplitude da ondulao pode ser determinada com a seguinte expresso:

3
Vond ( pico ) Vo ( pico ) Vo (min) Vab ( pico ) 1 (3.12)
2
A funo da ondulao :
v ond (t ) Vond ( pico ) sen3 (t ) (3.13)
O valor mdio da ondulao da Fig. 3.4 determinado aplicando a definio de valor

mdio.
T
1
Vmd
T
v(t ) d ( t ) (3.14)
o

3
1
ond ( pico )
Vond ( md ) V sen3 (t ) d (t ) (3.15)
0
3
Desenvolvendo a Eq. 3.15, tem-se:
2
Vond ( md ) Vond ( pico ) (3.16)

Portanto, a tenso mdia de sadia igual a:

Vo ( md ) Vo (min) Vond ( md ) 0,951 Vab ( pico ) (3.17)
Na Tabela 2 comparado o valor da tenso de sada terico e simulado.
Tenso de sada Terico Tenso de Sada Simulado

[V] [V]
512,48 512,65
Tabela 2 - Valores de Tenso de Sada.
Desenvolvendo em series de fourier, a funo da tenso de sada do retificador igual a:

1 1
vo (t ) 0,951 Vabpk 0,171 Vabpk cos 6 (t ) cos 12 (t )
3 15
1 1 1 1
cos18 (t ) cos 24 (t ) cos 30 (t ) cos 36 (t ).............. (3.18)
35 63 99 143
c ) - Potncia Aparente em cada Enrolamento e Total do Transformador
Secundrio
A tenso eficaz sobre um enrolamento secundrio do transformador :

VS1 E a (3.19)
O valor da corrente eficaz atravs do enrolamento secundrio determinado aplicando a
definio de valor eficaz. Para a anlise considerado somente um enrolamento do secundrio S1,
pois as corrente atravs dos outros enrolamentos do secundrio so iguais (carga equilibrada). A
forma de onda da corrente atravs o enrolamento S1 mostrada na Fig. 3.2 com a denominao de
iS1.
T
1
I S1( eff ) i S1 2 ( t ) dt (3.20)
T 0
2
3
1
0
I S1( eff ) I md 2 dt (3.21)
2
I S1( eff ) I md (3.22)
3
A potncia aparente (VA) em um enrolamento do secundrio do transformador igual a:
2
S S1 VFS1 I S1( eff ) E a I md (3.23)
3
Em funo da potncia ativa de sada Po Vomd I md , tem-se:
SS1 0,35 Po (3.24)

A potncia aparente total do secundrio do transformador igual a:
SS( total) 3 SS1 1,05 Po (3.25)
Primrio
A corrente eficaz atravs dos enrolamentos do primrio do transformador determinada a

partir da definio de valor eficaz. O valor desta corrente dado a seguir:
2
1 3 I md 2
I P1( eff )

3
dt (3.26)
o
2
I P1( eff ) I md (3.27)
3
A tenso eficaz sobre cada enrolamento do primrio igual a:
VP1 VAB 3 E a (3.28)
Ento, a potncia aparente de cada enrolamento primrio :
2
S P1 VP1 I P1( eff ) E a I md (3.29)
3
Em funo da potncia ativa de sada Po Vomd I md , tem-se:
SP1 0,35 Po (3.30)

A potncia aparente total do primrio do transformador igual a:
SP( total) 3 SP1 1,05 Po (3.31)
Das Eqs. 3.25 e 3.31 pode-se concluir que pelo fato de ser nulo o valor mdio da corrente
em cada enrolamento, a potncia aparente total do primrio igual potncia aparente total do
secundrio.
d ) - Corrente Mdia e Tenso Reversa Mxima dos Diodos da Ponte
A corrente mdia atravs de cada diodo da ponte retificador determinada aplicando a

definio de valor mdio.
T
1
T 0
I D1( md ) i D1 ( t ) dt (3.32)
2
3
1
2 0
I D1( md ) I md dt (3.33)
A corrente mdia em cada diodo a mesma. Portanto, necessrio conhecer em um diodo

simplesmente.
1
I D1( md ) I md (3.34)
3
Cada diodo do retificador deve ser capaz de suportar uma tenso reversa igual ao valor de
pico da tenso de linha do secundrio do transformador.
Ento:
VD1( reversa ) Vab ( pico ) 2 3 Ea (3.35)
3.3 - SIMULAO
Os resultados obtidos mediante simulao so apresentados a seguir:
RetificadorTrifasico de 6 Pulsos
Date/Time run: 03/30/97 09:40:48 Temperature: 27.0
390V
-390V
V(6)- V(5) V(7)- V(5) V(8)- V(5)
200A
0A
I(D1)
200A
0A
I(D4)
200
-200
60ms 65ms 70ms 75ms 80ms 85ms 90ms 95ms 100ms
I(L4) 0
Time
Fig 3.5 - Correntes atravs dos Diodos D1, D4 e Enrolamento L4.

100
-100
I(L1) 0
100
-100
I(L3) 0
200
-200
I(R1) 0
Time
Fig. 3.6 - Correntes atravs de L1, L3 e de Entrada iA.
120
-120
I(R1) 0
120
-120
I(R2) 0
120
-120
50ms 60ms 70ms 80ms 90ms 100ms
I(R3) 0
Time
Fig. 3.7 - Correntes de Entrada das Trs Fases.
TDH=31%
Fig. 3.8 - Espectro Harmnico da Corrente de Entrada.
65
-65
I(L1) 0
110
-110
I(L4) 0
120A
0A
I(D1)
600V
0V
50ms 60ms 70ms 80ms 90ms 100ms
V(9)- V(6)
Time
Fig. 3.9 - Correntes atravs de L1, L4, D1 e, Tenso Reversa sobre os Diodos.
540V
520V
500V
480V
460V

V(9)- V(10) avg(V(9)- V(10))
Time
Fig. 3.10 - Tenso de Sada do Retificador.

3.4 - CONCLUSO
A corrente de entrada do retificador de 6 pulsos apresenta harmnicas a partir da 5a ordem

sem mltiplos da 2a e 3a harmnica. A taxa de distoro harmnica da corrente de entrada em
torno de 31%. Com este valor, j que o fator de deslocamento quase unitrio, o fator de potncia
do retificador encontra-se em torno de 0,95, sendo um valor aceitvel em algumas aplicaes
industriais.
O transformador trifsico de isolamento no apresenta problemas de saturao do ncleo
pela presena de componente de corrente contnua nos enrolamentos, pois, todas as correntes
mdias atravs dos enrolamentos so nulos. Portanto, no necessrio sobredimensionar o
transformador por estes fatores.
3.5 - BIBLIOGRAFIA
[1] - PAICE, Derek A. Power electronic converter harmonic. New York: The Institute of
Electrical and Electronics Engineers, 1996.
[2] - SCHAEFER, Johannes. Rectifier Circuits: theory and design. Ed. John Wiley & Sons, Inc.
1965.
3.6 - ANEXO
a ) - Circuito de Simulao
O retificador foi simulado no programa PSPICE verso 4.05 para verificar os resultados
tericos. O circuito simulado mostrado na Fig. 3.A.2. Para facilitar a simulao, o transformador
trifsico do retificador foi substitudo por trs transformadores monofsicos, um para cada fase.
A corrente de pico e tenso de pico sobre o enrolamento L1, so:
1
I p1( pico ) I md
3
Vp1 VAB( pico ) 2 ( 3 E a )
Assumindo a corrente de magnetizao igual a 1% de Ip1(pico), tem-se:
I p1(pico) Is1(pico)
Imp1
VAB(pico) RL
Lmp1 Np Ns
ideal
Fig. 3.A.1 - Circuito Equivalente de um Transformador Monofsico
1
I mp1 0,01 I md
3
Vp1 I mp1 (2 f Lmp1)
Vp1 6 Ea
Lmp1
I mp1 (2 f ) I
0,01 md 2 60
3
Para os seguintes parmetros,
Ea = 220V;
Imd = 100A;
a indutncia magnetizante aproximadamente igual ao seguinte valor:
Lmp1 3H
Os parmetros utilizados na simulao so:
VA VB VC E a 220Vca : Tenses de fase eficazes das fontes de alimentao;
L1 L2 L3 Lmp1 3H : Indutncias magnetizantes dos enrolamentos do primrio;
L4 L5 L6 1H : Indutncias magnetizantes dos enrolamentos do secundrio.

9
iD1 +
ia
11 R1 iA 1
D1 D2 D3
ip3 R4 6
14
L3 i p1 is1
VA R6
16
L1 L4 ib
13 R3 L2 5 L5 7
0 I md
3 15 R5
is3 Vo
iC ip2 L6 is2
VB VC
ic
8
R2
12
2
iB D4 D5 D6
R7
-
10
Fig. 3.A.2 - Circuito de Simulao.
b ) --Listagem do Programa de Simulao
* Fontes de Tensao .tran 7.500u 0.1 0.05 10u uic ; *ipsp*

VA 11 0 sin (0 311 60 0 0 0) .options itl5=0 itl4=100 abstol=.1 reltol=.1
VB 12 0 sin (0 311 60 0 0 120) + pivtol=1e-30
VC 13 0 sin (0 311 60 0 0 240) .end
* Fonte de Corrente
Imd 9 10 100
*Transformador Trifasico
L1 14 2 3
L2 15 3 3
L3 16 1 3
L4 5 6 1
L5 5 7 1
L6 5 8 1
K1 L1 L4 0.9999999
K2 L2 L5 0.9999999
K3 L3 L6 0.9999999
*Resistores
R1 11 1 0.00001
R2 12 2 0.00001
R3 13 3 0.00001
R4 1 14 0.00001
R5 2 15 0.00001
R6 3 16 0.00001
R7 0 5 10000k
*Diodos
D1 6 9 diodo
D2 7 9 diodo
D3 8 9 diodo
D4 10 6 diodo
D5 10 7 diodo
D6 10 8 diodo
.model diodo d()
CAPTULO IV
RETIFICADOR TRIFSICO A SEIS PULSOS ALIMENTADO POR
TRANSFORMADOR COM CONEXO DELTA/ZIGUEZAGUE (/Z)
SIMBOLOGIA
- defasagem requerida na ligao Ziguezague.
- ngulo de disparo de tiristor.
m - nmero de retificadores a seis pulsos que compem um conversor multipulso.
vn - tenso instantnea no elemento n.
in - corrente instantnea no elemento n.
Vn - tenso contnua no elemento n.
In - corrente contnua no elemento n.
k - nmero inteiro (1, 2, 3,...).
Subndices
A, B, C - referentes respectivamente as fase A, B e C no primrio do transformador.
a, b , c - referentes respectivamente as fases a, b e c no secundrio do transformador.
Z, z - referentes a ligao Ziguezague.
a, b, c - referentes as componentes a, b e c que formaro as fases na ligao Ziguezague.
4.1 - INTRODUO
Classicamente a conexo Ziguezague utilizada para se obter uma compensao de

fluxo magntico no secundrio de transformadores que alimentam retificadores a trs pulsos, ou
seja retificadores trifsicos a ponto mdio. Isto ocorre devido a caracterstica particular das
conexes em ponto mdio de proporcionarem corrente em um nico sentido nos enrolamentos do
secundrio do transformador. Os fluxos gerados pelas trs fases so no mesmo sentido e,
portanto, se somam, causando uma corrente mdia diferente de zero, o que provoca um certo
nvel de saturao, exigindo um projeto apropriado.
Esse desbalanceamento tolerado em transformadores trifsicos de trs colunas, j que
o fluxo tem como nico caminho o ar, cuja relutncia extremamente alta, se comparada do
ferro [2, 6]. No entanto, em aplicaes em que so empregados bancos de transformadores
monofsicos, de altssima potncia, este efeito bastante danoso, razo pelo qual deve-se
empregar alguma tcnica para prover um balanceamento. Uma tcnica bastante usual a
conexo Ziguezague.
Nas aplicaes clssicas utiliza-se a conexo Ziguezague contendo enrolamentos com
mesmo nmero de espiras, com o nico objetivo de balancear fluxos. Neste captulo explorar-se-
esta conexo com o objetivo de provocar um deslocamento angular entre as correntes do
primrio e secundrio do transformador, sendo assim os enrolamentos que compem cada uma
das fases no tero o mesmo nmero de espiras, e a relao entre essas espiras fornecer o
deslocamento angular desejado. Essa tcnica utilizada para a obteno de cancelamento de
harmnicas, objetivando uma melhor qualidade forma de onda da corrente de entrada de
retificadores, principalmente os de 18 pulsos [4].
A tcnica de cancelamento de harmnicas ser estudada nos captulos 6 a 10, sendo
reservado para este captulo apenas a forma como se obtm a defasagem necessria para uma
determinada aplicao.
Na atualidade, uma grande preocupao dos Engenheiros Eletricistas vem sendo o

controle de harmnicas presentes na rede de distribuio. Tais harmnicas so conseqncia da
forte automatizao do parque industrial, que emprega a eletrnica de potncia em larga escala,
tambm, mas em menor escala, da forte utilizao da eletrnica de potncia em equipamentos
residenciais.
A soluo desse problema pode ser atravs da utilizao de mtodos clssicos, como a
conexo de vrios retificadores a seis pulsos em srie ou em paralelo, para se obter uma corrente
de linha com forma mais prxima de uma onda senoidal. Para que este agrupamento de vrios
retificadores evite a presena de harmnicas de mais baixa ordem, necessrio o emprego de
transformadores que defasem algumas harmnicas com relao a fase da fundamental. Ao se
conectar dois retificadores em srie, um com defasagem positiva e outro com defasagem
negativa, resultar na corrente da rede a ausncia de algumas harmnicas. Isto ocorre devido ao
fato de que com a defasagem introduzida algumas harmnicas so geradas em oposio de fase
com relao ao outro retificador, de modo que na composio total da corrente da rede sejam
anuladas.
No caso da utilizao de retificadores controlados o fator de potncia ser tambm
dependente do ngulo de disparo dos tiristores. As formas de onda de tenso se modificam, no
entanto as de corrente permanecem inalteradas, a menos de uma defasagem igual ao ngulo de
disparo dos semicondutores controlados. Porm o fundamental que as anlises desenvolvidas
permanecem vlidas.
A conexo Delta/Ziguezague (/Z), apresentada na Fig. 4.1, ser explorada aqui com o
intuito de eliminao de harmnicas, quando forem utilizados retificadores de dezoito pulsos ou
mais. A forma de representao apresentada nesta figura foi escolhida, ao invs da forma
fasorial, por transmitir uma idia de enrolamentos por coluna no transformador. Desse modo
evidente a composio das correntes em cada uma das fases do secundrio.
Figura 4.1 - Conexo Delta - Ziguezague (/Z).
A defasagem requerida na corrente de entrada (rede), com relao a uma ligao direta,
depende do nmero de retificadores a se utilizar. Tomando-se como base o retificador trifsico a
seis pulsos pode-se agrupar dois, trs ou mais, em paralelo ou srie, para se obter um conversor a
doze, dezoito ou mais pulsos [4].
Captulo IV / Retificador Trifsico a Seis Pulsos Alimentado porTransformador com Conexo /Z 39
A expresso (4.1) fornece a defasagem necessria, quando da utilizao da conexo

Ziguezague, para a obteno de retificadores com dezoito pulsos ou mais. No captulo 5 mostrar-
se- que esta expresso tambm vlida para a conexo em polgono.
60 o
(4.1)
m
A Fig. 4.2 mostra uma conexo /Z com um adiantamento angular . Para a obteno
deste deslocamento necessria uma relao especfica entre os enrolamentos componentes de
uma fase secundria.
Va'
Vaz
Vc
Vcz
Vb'
Vb Va
Vbz
Vc'
Figura 4.2 - Conexo Delta - Ziguezague com avano de fase.
Atravs do diagrama da Fig. 4.2, percebe-se que Vaz ser composta pela soma de Va
com Vb. As relaes so, ento, desenvolvidas a seguir.
Vaz Vb' Va
o (4.2)
sen 120 sen sen( 60 o )
Vaz .sen( 60 o ) 2
Va o Vaz .sen( 60 o ) (4.3)
sen 120 3
Vaz .sen 2
Vb' o Vaz .sen (4.4)
sen 120 3
Tomando como exemplo um retificador a vinte e quatro pulsos e utilizando a expresso

(4.1), deve-se obter uma defasagem de 15o em cada secundrio, assim as relaes (4.3) e (4.4)
se tornam:
Va 0 ,816 .Vaz (4.5)
Vb' 0 ,299 .Vaz (4.6)
Para se conseguir um avano angular de graus, como mostrado na Fig. 4.2, deve-se
conectar os enrolamentos secundrios de acordo com as relaes (4.7) a (4.9). Essa conexo
exatamente a mostrada na Fig. 4.1.
Vaz Va Vb' (4.7)
Vbz Vb Vc' (4.8)
Vcz Vc Va' (4.9)
J se for necessrio atraso de fase de graus, como mostra a Fig. 4.3, deve-se conectar
os enrolamentos secundrios da seguinte forma:
Vaz Va Vc' (4.10)
Vbz Vb Va' (4.11)
Vcz Vc Vb' (4.12)
Desta forma, a ligao de um transformador em /Z provoca uma defasagem na tenso

secundria, da mesma fase, de graus com relao fonte de entrada, onde o ngulo
controlado unicamente pela relao das espiras dos enrolamentos secundrios.
Vb'
Vcz
Vc Va

Vc'
Vbz
Vb Vaz
Va'
Fig. 4.3 - Conexo Ziguezague com atraso de fase.
Uma aplicao prtica deste efeito ser vista no captulo 9, onde para a obteno de um
conversor a dezoito pulsos utiliza-se trs retificadores de seis pulsos, cada qual alimentado por
grupos de enrolamentos secundrios de um transformador, um com a mesma ligao do primrio
() e os outros dois em ligao Ziguezague, um com atraso de 20o e o outro com avano de 20o.
A formao da corrente na fonte v1 de entrada apresentada na Fig. 4.4 como uma
parcela das correntes do secundrio, conforme especificado na figura. Com o auxlio desta figura
chega-se ao equacionamento da corrente fornecida pela fonte v1.
iv 1 i 4 i5 (4.13)
i 4 i1 . a i2 . a' (4.14)
i5 i 2 . a i 3 . a' (4.15)
i3
Va'
i1
Vaz
Vc
Vcz Vb'
VL i5
Vb Va
i4 Vl
Vbz
iv1 Vc'
i2
i4(i1)
i4(i2)
i4(total)
i5(total)
iv1(=i4-i5)
Figura 4.4 - Composio da corrente da fonte v1 para ligao Delta - Ziguezague.
Considerando-se que a tenso entre linhas no secundrio do transformador seja a mesma

do primrio (VL=Vl), ento:
VL
az (4.16)
Vl
Vl Vaz . 3 (4.17)
V L Vaz . 3 (4.18)
Assim com (4.18) em (4.2) consegue-se:
Va Va 2
a sen( 60 o ) (4.19)
VL Vaz . 3 3
Vb' Vb' 2
a' sen (4.20)
VL Vaz . 3 3
Como:
i 3 i1 i 2 (4.21)
A expresso (4.15) se transforma em:
i5 i1 . a' i 2 .( a a' ) (4.22)
E assim (4.13) vira:
iv 1 i1 .( a a' ) i 2 .( a 2a' ) (4.23)
Caso seja 15o, ento:
a 0 ,4714 (4.24)
a' 0 ,1725 (4.25)
iv 1 0 ,2989 . iv 1 0 ,8164 . iv 2 (4.26)
A anlise harmnica da corrente da fonte v1, a qual foi mostrada na Fig. 4.4 e agora
reapresentada na Fig. 4.5, revela que as amplitudes das harmnicas so dadas pela expresso
(4.27). Entretanto apenas estaro presentes no espectro as harmnicas de ordem h=6k(1). Este
resultado o mesmo obtido para um conversor a seis pulsos convencional, apesar de as formas
de onda das correntes serem diferentes. Esta caracterstica devida a fase das harmnicas com
relao a fundamental, que apesar de terem as mesmas amplitudes diferem em fase, ocasionando
a diversidade na forma das correntes quando comparados aos vrios conversores a seis pulsos.
3
Ih (4.27)
h.
Figura 4.5 - Corrente de entrada na fonte v1.

A tenso de sada do retificador, tal como mostrado na Fig. 4.1, dada pela expresso
clssica de um conversor a seis pulsos.
3 6
Vs Vf ef (4.28)

As relaes de processamento de potncia do transformador com primrio ligado em

delta e secundrio em ziguezague so dadas pelas expresses (4.29) e (4.30).

Peq prim Ps (4.29)
3
( 3 1)
Peq sec Ps (4.30)
3 3
4.3 - SIMULAO
O circuito simulado apresentado na Fig. 4.6 e o arquivo de simulao com os

parmetros utilizados apresentado em anexo. A tenso mdia na carga foi em torno de 505V,
com uma corrente de 100A, produzindo uma potncia de 50kW.
Figura 4.6 - Circuito simulado.
A Fig. 4.7 mostra o resultado de uma simulao onde se compe a corrente da fonte v1
com a utilizao da expresso (4.26), em linha tracejada, e compara-se com a corrente prpria da
fonte, linha contnua. A diferena entre os traos atribuda indutncia magnetizante do
transformador.
Figura 4.7 - Verificao da expresso (4.26).
A Fig. 4.8 apresenta a tenso sobre os terminais da fonte de corrente que representa a
carga. Percebe-se os seis pulsos por perodo da rede e um valor de tenso mdia igual ao
conversor a seis pulsos convencional.
540V
520V
500V
480V
460V
19.984s 19.986s 19.988s 19.990s 19.992s 19.994s 19.996s 19.998s 20.000s
V(I1:+,I1:-)
Tempo
Figura 4.8 - Tenso na carga.
A Fig. 4.9 apresenta as tenses e as correntes em cada uma das fases, mostrando que o
sistema se apresenta equilibrado.
A Fig. 4.10 mostra em detalhe a tenso e a corrente na fonte v1. Nesta figura percebe-se
a forma de onda tal como esperada na anlise.
A Fig. 4.11 apresenta a anlise harmnica da corrente da fonte v1.
400
v1
iv1*2
-400
V(V1:+) -I(V1)*2 0
400
v2
iv2*2
-400
V(V2:+) -I(V2)*2 0
400
v3
iv3*2
-400
19.965s 19.970s 19.975s 19.980s 19.985s 19.990s 19.995s 20.000s
V(V3:+) -I(V3)*2 0
Tempo
Figura 4.9 - Tenso e corrente na fonte v1.

400
v1
200
iv1*10
-200
-400
19.965s 19.970s 19.975s 19.980s 19.985s 19.990s 19.995s 20.000s
V(V1:+) -I(V1)*2 0
Tempo
Figura 4.10 - Tenso e corrente na fonte v1.
100%
DHT=28,7%
Figura 4.11 - Anlise harmnica da corrente de entrada.

Na tabela 4.1 apresenta-se a amplitude das principais harmnicas presentes no espectro

da corrente de entrada com relao a componente funtamental. Para esta tabela h representa a
ordem da harmnica e I1 a amplitude da fundamental.
h Ih/I1
1 1,000
5 0,200
7 0,143
11 0,091
13 0,077
17 0,059
19 0,053
23 0,043
25 0,040
29 0,034
31 0,032
35 0,029
37 0,027
Tabela 4.1 - Amplitude das harmnicas relativas a amplitude da fundamental.
A Fig. 4.12 apresenta a corrente e a tenso da fonte v1 para uma simulao com ngulo
de defasagem de 15o em atraso. O arquivo de simulao apresentado em anexo juntamente com
a anlise harmnica da corrente de entrada. Percebe-se nesta figura uma diferena na forma da
corrente com relao a da Fig.4.10, apesar de sua anlise harmnica produzir exatamente o
mesmo resultado. Este o principal ponto a se demonstrar neste captulo, j que com avano ou
atraso de 15o consegue-se defasar em 180o as harmnicas de ordem 5 e 7 afim de, na composio
das duas conexes, elimin-las.
400
v1
200
iv1*2
-200
-400
19.965s 19.970s 19.975s 19.980s 19.985s 19.990s 19.995s 20.000s
V(V1:+) -I(V1)*2 0
Tempo
Figura 4.12 - Tenso e corrente na fonte v1 para atraso de 15o.

4.4 - CONCLUSO
Com a alimentao de um retificador atravs de um transformador com conexo

Delta/Ziguezague (/Z), garante-se uma tenso na carga com seis pulsos, idntica a de uma
ligao /Y.
A corrente de entrada apresenta um espectro harmnico na qual aparecem apenas as
harmnicas de ordem 6k(1), sendo que as harmnicas de ordem 5 e 7 tem fase dependente do
ngulo de defasagem da conexo ziguezague. Isto, quando se compem retificadores de
mltiplos pulsos (6k) e defasagem apropriada das conexes ziguezague, leva a um cancelamento
destas harmnicas.
Atravs de simulao comprovou-se que a composio da corrente na fonte obedece a
metodologia desenvolvida com preciso, o que valida os estudos.
4.5 - BIBLIOGRAFIA
[1] - BARBI, IVO. Eletrnica de Potncia. Florianpolis: Editora da UFSC. 1986.
[2] - CONNELLY, F. C. Transformers: Their Principles and Design for Light Electrical
Engineers. Londres: Sir Isaac Pitmam and Sons Ltd. .1965.
[3] - DEWAN, S. B.; SLEMON, G. R.; STRAUGHEN, A. Power Semicoductor Drivers. Nova
York: John Wiley and Sons. 1984.
[4] - PAICE, D. A. Power Electronic Converter Harmonics: Multipulse Methods for Clean
Power. Nova York: IEEE. 1996.
[5] - PELLY, B. R. Thyristor Phase Controlled Converters and Cycloconverters. Nova York:
Wiley Interscience. 1971.
[6] - SCHAEFER, J. Rectifier Circuits: Theory and Design. Norwalk: John Wiley and Sons.
1965.
4.6 - ANEXO
LISTAGEM DOS ARQUIVOS DE SIMULAO
4.6.1) Conexo /Z em avano de fase de 15o.

Schematics Version 7.1 - October 1996
Analysis setup **
.tran 100u 20 19.9 150u
.four 60 99 i(V_V1) v(I_I1)
Schematics Netlist *
K_TX1 L1_TX1 L2_TX1 .999999

L1_TX1 01 02 .75
L2_TX1 03 04 .375
K_TX2 L1_TX2 L2_TX2 .999999
L1_TX2 05 06 .75
L2_TX2 07 04 .375
K_TX3 L1_TX3 L2_TX3 .999999
L1_TX3 08 09 .75
L2_TX3 10 04 .375
K_TX4 L1_TX4 L2_TX4 .999999
L1_TX4 09 11 .75
L2_TX4 12 10 .2
K_TX5 L1_TX5 L2_TX5 .999999
L1_TX5 02 13 .75
L2_TX5 14 03 .2
K_TX6 L1_TX6 L2_TX6 .999999
L1_TX6 06 15 .75
L2_TX6 16 07 .2
V_V2 17 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 -120
V_V3 18 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 120
R_R2 17 02 .1
R_R3 18 06 .1
R_R4 01 09 .1
R_R5 02 11 .1
R_R6 05 02 .1
R_R7 06 13 .1
R_R8 08 06 .1
R_R9 09 15 .1
D_D1 14 19 Dbreak
D_D2 16 19 Dbreak
D_D3 12 19 Dbreak
D_D4 20 14 Dbreak
D_D5 20 16 Dbreak
D_D6 20 12 Dbreak
I_I1 19 20 DC 100A
R_R10 19 14 100k
R_R11 19 12 100k
R_R12 19 16 100k
R_R13 12 20 100k
R_R14 14 16 100k
R_R15 16 12 100k
R_R16 11 10 1000k
R_R1 21 09 .1
V_V1 21 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 0
Diode MODEL PARAMETERS

Dbreak
IS 10.000000E-15
RS .1
CJO 100.000000E-15
FOURIER ANALYSIS
FOURIER COMPONENTS OF TRANSIENT RESPONSE I(V_V1)
DC COMPONENT = 3.146651E-01
HARMONIC FREQUENCY FOURIER NORMALIZED PHASE NORMALIZED
NO (HZ) COMPONENT COMPONENT (DEG) PHASE (DEG)

1 6.000E+01 1.210E+02 1.000E+00 1.763E+02 0.000E+00
2 1.200E+02 5.396E-01 4.461E-03 2.229E+00 -1.741E+02
3 1.800E+02 6.745E-02 5.576E-04 -7.351E+01 -2.498E+02
4 2.400E+02 5.313E-01 4.392E-03 -9.351E+01 -2.698E+02
5 3.000E+02 2.413E+01 1.994E-01 -9.284E+01 -2.691E+02
6 3.600E+02 5.865E-01 4.849E-03 1.775E+02 1.158E+00
7 4.200E+02 1.688E+01 1.395E-01 -9.434E+01 -2.707E+02
8 4.800E+02 5.352E-01 4.425E-03 9.354E+01 -8.277E+01
9 5.400E+02 1.205E-01 9.963E-04 -1.567E+01 -1.920E+02
10 6.000E+02 5.027E-01 4.156E-03 -3.817E+00 -1.801E+02
11 6.600E+02 1.069E+01 8.834E-02 -6.375E+00 -1.827E+02
12 7.200E+02 5.553E-01 4.591E-03 -9.547E+01 -2.718E+02
13 7.800E+02 8.656E+00 7.155E-02 -8.050E+00 -1.844E+02
14 8.400E+02 5.193E-01 4.293E-03 -1.762E+02 -3.525E+02
15 9.000E+02 1.801E-01 1.489E-03 6.377E+01 -1.125E+02
16 9.600E+02 4.625E-01 3.824E-03 8.609E+01 -9.022E+01
17 1.020E+03 6.580E+00 5.439E-02 8.016E+01 -9.615E+01
18 1.080E+03 5.031E-01 4.159E-03 -8.348E+00 -1.847E+02
19 1.140E+03 5.483E+00 4.533E-02 7.817E+01 -9.814E+01
20 1.200E+03 4.917E-01 4.065E-03 -8.562E+01 -2.619E+02
21 1.260E+03 2.349E-01 1.942E-03 1.491E+02 -2.720E+01
22 1.320E+03 4.099E-01 3.388E-03 1.761E+02 -1.701E-01
23 1.380E+03 4.516E+00 3.733E-02 1.668E+02 -9.528E+00
24 1.440E+03 4.327E-01 3.578E-03 7.884E+01 -9.747E+01
25 1.500E+03 3.741E+00 3.093E-02 1.643E+02 -1.203E+01
26 1.560E+03 4.549E-01 3.761E-03 5.298E+00 -1.710E+02
27 1.620E+03 2.804E-01 2.318E-03 -1.231E+02 -2.994E+02
28 1.680E+03 3.455E-01 2.856E-03 -9.348E+01 -2.698E+02
29 1.740E+03 3.239E+00 2.678E-02 -1.065E+02 -2.828E+02
30 1.800E+03 3.476E-01 2.874E-03 1.662E+02 -1.008E+01
31 1.860E+03 2.615E+00 2.162E-02 -1.098E+02 -2.861E+02
32 1.920E+03 4.116E-01 3.403E-03 9.656E+01 -7.975E+01
33 1.980E+03 3.148E-01 2.602E-03 -3.371E+01 -2.100E+02
34 2.040E+03 2.711E-01 2.241E-03 -2.176E+00 -1.785E+02
35 2.100E+03 2.359E+00 1.950E-02 -1.944E+01 -1.958E+02
**********TOTAL HARMONIC DISTORTION = 2.869959E+01 PERCENT************
4.6.2) Conexo /Z em atraso de fase de 15o.

Schematics Version 7.1 - October 1996
** Analysis setup **
.tran 150u 20 19.9 150u
.four 60 99 i(V_V1) v(I_I1)
.OPTIONS ITL4=100
Schematics Netlist *
K_TX2 L1_TX2 L2_TX2 .999999
L1_TX2 01 02 .75
L2_TX2 03 04 .375
K_TX3 L1_TX3 L2_TX3 .999999
L1_TX3 05 06 .75
L2_TX3 07 04 .375
K_TX4 L1_TX4 L2_TX4 .999999
L1_TX4 06 08 .75
L2_TX4 09 03 .2
K_TX5 L1_TX5 L2_TX5 .999999
L1_TX5 10 11 .75
L2_TX5 12 07 .2
K_TX6 L1_TX6 L2_TX6 .999999
L1_TX6 02 13 .75
L2_TX6 14 15 .2
V_V2 16 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 -120
V_V3 17 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 120
R_R2 16 10 .1
R_R3 17 02 .1
R_R4 18 06 .1
R_R5 10 08 .1
R_R6 01 10 .1
R_R7 02 11 .1
R_R8 05 02 .1
R_R9 06 13 .1
D_D1 14 19 Dbreak
D_D2 09 19 Dbreak
D_D3 12 19 Dbreak
D_D4 20 14 Dbreak
D_D5 20 09 Dbreak
D_D6 20 12 Dbreak
I_I1 19 20 DC 100A
R_R10 19 14 100k
R_R11 19 12 100k
R_R12 19 09 100k
R_R13 12 20 100k
R_R14 14 09 100k
R_R15 09 12 100k
K_TX1 L1_TX1 L2_TX1 .999999
L1_TX1 18 10 .75
L2_TX1 15 04 .375
R_R1 21 06 .1
V_V1 21 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 0
R_R16 08 03 1000k
Diode MODEL PARAMETERS
Dbreak
IS 10.000000E-15
RS .1
CJO 100.000000E-15
FOURIER ANALYSIS
FOURIER COMPONENTS OF TRANSIENT RESPONSE I(V_V1)
DC COMPONENT = -2.054902E-01
HARMONIC FREQUENCY FOURIER NORMALIZED PHASE NORMALIZED
NO (HZ) COMPONENT COMPONENT (DEG) PHASE (DEG)
1 6.000E+01 1.209E+02 1.000E+00 1.765E+02 0.000E+00
2 1.200E+02 3.328E-01 2.753E-03 -1.249E+02 -3.014E+02
3 1.800E+02 5.610E-01 4.640E-03 3.792E+01 -1.386E+02
4 2.400E+02 4.271E-01 3.532E-03 -1.536E+02 -3.301E+02
5 3.000E+02 2.398E+01 1.983E-01 8.660E+01 -8.988E+01
6 3.600E+02 3.954E-01 3.271E-03 1.636E+02 -1.290E+01
7 4.200E+02 1.657E+01 1.371E-01 8.560E+01 -9.087E+01
8 4.800E+02 3.737E-01 3.091E-03 1.266E+02 -4.986E+01
9 5.400E+02 5.212E-01 4.311E-03 -6.120E+01 -2.377E+02
10 6.000E+02 3.520E-01 2.912E-03 9.837E+01 -7.810E+01
11 6.600E+02 1.027E+01 8.498E-02 -7.451E+00 -1.839E+02
12 7.200E+02 3.832E-01 3.170E-03 5.999E+01 -1.165E+02
13 7.800E+02 8.133E+00 6.726E-02 -8.276E+00 -1.848E+02
14 8.400E+02 3.389E-01 2.803E-03 1.800E+01 -1.585E+02
15 9.000E+02 4.923E-01 4.072E-03 -1.606E+02 -3.371E+02
16 9.600E+02 3.056E-01 2.528E-03 -1.731E+01 -1.938E+02
17 1.020E+03 5.940E+00 4.913E-02 -1.015E+02 -2.780E+02
18 1.080E+03 3.808E-01 3.149E-03 -4.414E+01 -2.206E+02
19 1.140E+03 4.784E+00 3.957E-02 -1.019E+02 -2.784E+02
20 1.200E+03 2.938E-01 2.430E-03 -9.405E+01 -2.705E+02
21 1.260E+03 4.524E-01 3.742E-03 9.767E+01 -7.880E+01
22 1.320E+03 2.893E-01 2.393E-03 -1.385E+02 -3.150E+02
23 1.380E+03 3.681E+00 3.045E-02 1.642E+02 -1.224E+01
24 1.440E+03 3.672E-01 3.037E-03 -1.491E+02 -3.256E+02
25 1.500E+03 2.918E+00 2.413E-02 1.646E+02 -1.189E+01
26 1.560E+03 2.721E-01 2.251E-03 1.461E+02 -3.041E+01
27 1.620E+03 3.980E-01 3.292E-03 -5.033E+00 -1.815E+02
28 1.680E+03 3.307E-01 2.735E-03 1.029E+02 -7.353E+01
29 1.740E+03 2.253E+00 1.863E-02 6.997E+01 -1.065E+02
30 1.800E+03 3.502E-01 2.897E-03 1.068E+02 -6.967E+01
31 1.860E+03 1.715E+00 1.418E-02 7.188E+01 -1.046E+02
32 1.920E+03 2.848E-01 2.356E-03 2.579E+01 -1.507E+02
33 1.980E+03 3.473E-01 2.873E-03 -1.108E+02 -2.873E+02
34 2.040E+03 3.932E-01 3.252E-03 -8.870E+00 -1.853E+02
35 2.100E+03 1.275E+00 1.055E-02 -2.477E+01 -2.013E+02
**********TOTAL HARMONIC DISTORTION = 2.957306E+01 PERCENT************
CAPTULO V
RETIFICADOR TRIFSICO A SEIS PULSOS ALIMENTADO POR
TRANSFORMADOR COM CONEXO DELTA/POLGONO (/P) E
DE DOZE PULSOS ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM
CONEXO DELTA/POLGONO-POLGONO (/P-P)
Simbologia
Vi - tenso de fase i Vlief - valor eficaz da tenso de linha da

Vi pico - valor de pico da tenso de fase i fase i
La - Indutor auxiliar VLr - tenso de linha secundria resultante
Vief - valor eficaz da tenso de fase i FP - fator de potncia
Vi - ngulo da componente fundamental Vo - tenso mdia de sada
de Vi Io - corrente mdia de sada
frede - freqncia da rede Po - potncia ativa de sada
ifi - corrente de fase i SLi - potncia aparente no enrolamento i
ili - corrente de linha i Sprimrio-potncia aparente no primrio do
ilief - valor eficaz da corrente de linha i transformador
Vli - tenso de linha da fase i Ssecundrio-potncia aparente no secundrio do
transformador
5.1 INTRODUO
O retificador trifsico a seis pulsos com transformador em Delta/Polgono

apresentado na Fig. 5.1. A relao entre a tenso de linha primria e a tenso de linha secundria
a mesma, porm para obter-se diferentes defasagens das tenses de linha secundrias em
relao s primrias, as relaes de transformao entre L1 L4, L2 L5, L3 L6 (definidas como
a) e L1 L4 , L2 L5, L3 L6 (definidas como b) so diferentes. De acordo com a
polaridade de L4, L5 e L6, pode-se obter defasagens positivas e negativas. A polaridade
apresentada na Fig. 5.1 para defasagens positivas.
V1 D2 D3
i f1 D1 +
i f6
i l3 i l4 L 5'
L3 L6 Io
L1 L4 i f4 Vo
V2 i l1 L2
i f2 i l6
i f5
i l2 L 6'
L 4'
L5
D4 D5 D6 -
V3
i f3 i l5
Fig. 5.1 Retificador trifsico a seis pulsos com o transfomador em Delta/Polgono.

5.2 ANLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA
5.2.1 Equacionamento e Formas de Onda Bsicas
Na Fig. 5.2 so apresentadas as tenses de linha primrias. Na Fig. 5.3 pode se observar
as tenses de fase em dois enrolamentos secundrios e a respectiva tenso de linha resultante
(VLr).
VL3
o
120
o VL2
-120
VL1
Fig. 5.2 Diagrama fasorial das tenses de linha primrias.
VLr
o
o
VL4'
120
VL5
Fig. 5.3 Diagrama fasorial de uma fase do secundrio do transformador.
As relaes entre as tenses so dadas pela equao (5.1).
VL5 VL4 VLr

(5.1)
sen 60 o sen sen 120 o
Assim:
VL5
2
3

VLr sen 60 o (5.2)
VLr sen
2
VL4 (5.3)
3
Ou seja:
a
VL5
VLr

2
3
sen 60 o (5.4)
VL 4
sen
2
b (5.5)
VLr 3
As correntes de linha primrias so a soma das correntes nos enrolamentos secundrios,

multiplicadas por suas recpectivas relaes de transformao.
Captulo V / Retificador Trifsico a Seis e Doze Pulsos Alimentado por Transformador com Conexo /P e /P-P 53
i l1 i l 4 a - i l5 b

i l 2 i l5 a - i l6 b (5.6)
i i a - i b
l3 l6 l4
Sabendo-se que:
i f i l i l
1 3 1
i f 2 i l1 i l2 (5.7)

i f3 i l2 i l3
i f i l i l
4 5 6
i f5 i l4 i l5 (5.8)

i f 6 i l6 i l4
Substituindo-se (5.6) em (5.7), obtm-se:
i f 1 i l6 i l4 a + i l5 i l4 b

i f 2 i l4 i l5 a + i l6 i l5 b (5.9)

i f 3 i l5 i l6 a + i l4 i l6 b
Substituindo-se (5.8) em (5.9), obtm-se:
i f 1 i f 6 a + b i f 4 b

i f 2 i f 5 a + b i f 6 b (5.10)

i f 3 i f 4 a + b i f 5 b
De acordo com Paice [1], quando se interliga em srie ou paralelo retificadores

trifsicos a seis pulsos atravs de transformadores, o deslocamento de fase entre os
transformadores para o adequado cancelamento das harmnicas definido pela expresso (5.11).
60
deslocamento de fase (5.11)
nmero de conversores
Portanto, se dois retificadores a seis pulsos so interligados em paralelo, necessrio

um deslocamento de fase entre os transformadores de 30o. Assim sendo, ser analisado o
transformador Delta-Polgono com deslocamento de fase de 15o e 15o.
As relaes de transformao adequadas para cada defasagem podem ser calculadas atravs da
expresso (5.4) e (5.5). Para = 15o, tem-se:
2
a 0,816 (5.12)
3
3 1
b 0,299 (5.13)
6
Na Fig. 5.4 apresenta-se as corrente de fase e de linha do secundrio do transformador

para = 15o. As correntes de linha so calculadas em funo das correntes de fase, como
apresentado na expresso (5.14)
i f i f5
i l4 4 (5.14)
3
i f5 i f 6
i l5 (5.15)
3
i f 6 i f1
i l6 (5.16)
3
i f4
Io
2
t
-Io
i f5
Io
t
-Io
i f6
Io
t
-Io
i l4
2Io/3
Io/3
- Io/3 t
-2 Io/3
i l5
2Io/3
Io/3
- Io/3 t
-2Io/3
i l6
2Io/3
Io/3
- Io/3 t
- 2Io/3
Fig. 5.4 Correntes de fase e de linha do secundrio do transformador para = 15o.
Na Fig. 5.5 apresenta-se as corrente de fase e de linha do primrio do transformador,

calculadas de acordo com as expresses (5.6) e (5.10), para =15 o.
i l1
( 3+ 3 ) / 3 6
2 /3 2
( 3 - 3)/ 3 6
-( 3 - 3 )/ 3 6 2 t
- 2 /3 2
- ( 3+ 3 ) / 3 6
i l2
( 3+ 3 ) / 3 6
2 /3 2
( 3 - 3)/ 3 6
-( 3 - 3 )/ 3 6 t
- 2 /3 2
- ( 3+ 3 ) / 3 6
i l3
( 3+ 3 ) / 3 6
2 /3 2
( 3 - 3)/ 3 6
-( 3 - 3 )/ 3 6 t
- 2 /3 2
- ( 3+ 3 ) / 3 6
i f1
( 3 + 1) / 6
2 / 6
( 3 - 1)/ 6
t
- ( 3 - 1)/ 6
-2 / 6
- ( 3 + 1) / 6
i f2
( 3 + 1) / 6
2 / 6
( 3 - 1)/ 6
t
- ( 3 - 1)/ 6
-2 / 6
- ( 3 + 1) / 6
i f3
( 3 + 1) / 6
2 / 6
( 3 - 1)/ 6
- ( 3 - 1)/ 6
t
-2 / 6
- ( 3 + 1) / 6
Fig. 5.5 Correntes de fase e de linha do primrio do transformador para = 15o.

Nas Figs. 5.6 e 5.7 so apresentadas as correntes de fase e de linha do secundrio e

primrio do transformador para uma defasagem () de 15o.
i f4
Io/2
2
t
-Io/2
i f5
Io/2
t
-Io/2
i f6
Io/2
t
-Io/2
i l4
Io/3
Io/6
- Io/6 t
- Io/3
i l5
Io/3
Io/6
- Io/6 t
- Io/3
i l6
Io/3
Io/6
- Io/6 t
- Io/3
Fig. 5.6 Correntes de fase e de linha do secundrio do transformador para = -15o.

i l1
( 3+ 3 ) / 3 6
2 /3 2
( 3 - 3)/ 3 6 2
-( 3 - 3 )/ 3 6 t
- 2 /3 2
- ( 3+ 3 ) / 3 6
i l2
( 3+ 3 ) / 3 6
2 /3 2
( 3 - 3)/ 3 6
-( 3 - 3 )/ 3 6 t
- 2 /3 2
- ( 3+ 3 ) / 3 6
i l3
( 3+ 3 ) / 3 6
2 /3 2
( 3 - 3)/ 3 6
-( 3 - 3 )/ 3 6 t
- 2 /3 2
- ( 3+ 3 ) / 3 6
i f1
( 3 + 1) / 6
2 / 6
( 3 - 1)/ 6
t
- ( 3 - 1)/ 6
-2 / 6
- ( 3 + 1) / 6
i f2
( 3 + 1) / 6
2 / 6
( 3 - 1)/ 6
t
- ( 3 - 1)/ 6
-2 / 6
- ( 3 + 1) / 6
i f3
( 3 + 1) / 6
2 / 6
( 3 - 1)/ 6
- ( 3 - 1)/ 6
t
-2 / 6
- ( 3 + 1) / 6
Fig. 5.7 Correntes de fase e de linha do primrio do transformador para = -15o.

Interligando-se dois retificadores trifsicos a seis pulsos alimentados com um

transformador Delta/Polgono-Polgono com defasagens de 15o e 15o, as correntes de fase
resultantes do primrio so apresentadas na Fig. 5.8.
i f1
2 ( 3 + 1) / 6
( 3 +3 ) / 6
( 3 +1 ) / 6
2
t
- ( 3 +1 ) / 6
- ( 3 +3 ) / 6
- 2 ( 3 + 1) / 6
i f2
2 ( 3 + 1) / 6
( 3 +3 ) / 6
( 3 +1 ) / 6
t
- ( 3 +1 ) / 6
- ( 3 +3 ) / 6
- 2 ( 3 + 1) / 6
i f3
2 ( 3 + 1) / 6
( 3 +3 ) / 6
( 3 +1 ) / 6
t
- ( 3 +1 ) / 6
- ( 3 +3 ) / 6
- 2 ( 3 + 1) / 6
Fig. 5.8 Correntes de fase do primrio para um transformador Delta/Polgono-Polgono com

defasagens () de 15o e -15o.
5.2.2 Anlise Harmnica
A anlise harmnica da corrente de fase if1, para um transformador Delta-Polgono com

uma defasagem () de 15o resulta na expresso (5.17) e para uma defasagem de 15o na
expresso (5.18). Na Fig. 5.9 apresentado o espectro harmnico da corrente de fase para uma
defasagem de 15o e na Fig. 5.10 para uma defasagem de 15o.

3 3
i f 1 t
Io

n0
3 3 1
6 n + 1 6
sen 6 n + 1 w o t - 4
6 n + 1 2
cos 6 n + 1 w o t - 4

(5.17)
3 3
+

n=1
3 3 1
6 n - 1 6
sen 6 n - 1 w o t - 4
6 n - 1 2
cos 6 n - 1 w o t - 4

3 3
i f 1 t
Io

n0
3 3 1
6 n + 1 6
sen 6 n + 1 w o t - 4 6 n + 1 2
cos 6 n + 1 w o t - 4

(5.18)
3 3
+

n=1
3 3 1
6 n - 1 6
sen 6 n - 1 w o t - 4
6 n - 1 2

cos 6 n - 1 w o t - 4
Ih / Io
100%
~
~
20%
10%
11 13
nmero
1 5 7 17 19 23 25 harmnica
-10%
-20%
Fig. 5.9 Espectro harmnicao da corrente de fase de um retificador a 6 pulsos alimentado por
um transformador Delta / Polgono com uma defasagem () de 15o.
Ih / Io
100%
20%
~
~
10%
5 7 11 13 17 19
nmero
1 23 25 harmnica
-10%
-20%
Fig. 5.10 Espectro harmnicao da corrente de fase de um retificador a 6 pulsos alimentado

por um transformador Delta / Polgono com uma defasagem () de -15o.
A anlise harmnica da corrente de fase if1, para um transformador

Delta/Polgono-Polgono de defasagens () de 15o e 15o resulta na expresso (5.19). Na Fig.
5.11 apresentado o espectro harmnico desta forma de onda. Pode-se observar que as
harmnicas de ordem 6.n 1 , para 1 n , foram canceladas, como esperado, resultando
apenas as harmnicas de ordem 12.n 1, para 1 n .

i f 1 t
Io

n0
4 3

12 n + 1 sen 12 n + 1 w o t - 6 n=1
1 n
12 n - 1 sen 12 n - 1 w o t - 6
4 3
(5.19)
Ih / Io
100%
20%
~
~
10%
11 13
nmero
1 23 25 harmnica
-10%
-20%

por um transformador Delta / Polgono - Polgono com defasagens () de 15o e -15o.
5.2.3 Dimensionamento do Transformador
A. Transformador Delta / Polgono com defasagem
As correntes eficazes do primrio e secundrio do transformador so iguais. A

expresso para a corrente eficaz apresentada na equao (5.20).
2
i L ef I o (5.20)
3
As potncias aparentes dos enrolamentos secundrios so calculadas como mostrado a

seguir.
S L4 ,5,6 VL4 ef I L4 ef (5.21)
S L4,5,6 VL4 ef I L4 ef (5.22)
sendo:
Vo
VL 4 ef a (5.23)
1,35
Vo
VL4 ef b (5.24)
1,35
Substituindo as equaes (5.20) e (5.23) em (5.21), e as equaes (5.20) e (5.24) em

(5.22), obtm-se:
Vo 2
S L4,5,6 a Io (5.25)
1,35 3
S L4,5,6 0,349 a Po (5.26)

Vo 2
S L4,5,6 b Io (5.27)
1,35 3
S L4,5,6 0,349 b Po (5.28)
A potncia aparente total do secundrio a soma das potncias aparentes em cada

enrolamento.
S sec undario 3 S L4 3 S L4 (5.29)
S sec undario 1,0476 a + b Po (5.30)
A potncia aparente de cada enrolamento primrio calculada de acordo com a equao

(5.31).
S L1,2 ,3 VL1ef I L1ef (5.31)
sendo:
Vo
VL1 (5.32)
ef 1,35
Substituindo as equaea (5.20) e (5.32) em (5.31), obtm-se:
Vo 2
S L1,2,3 I (5.33)
1,35 o 3
S L1,2,3 0,349 Po (5.34)
A potncia aparente total do primrio do transformador :
S primario 3 S L1 (5.35)
S primario 1,0476 Po (5.36)
O fator de potncia pode ser ento calculado pela expresso (5.37):
Po
FP (5.37)
S primario
Substituindo-se a expresso (5.36) em (5.37), obtm-se:
F P 0,955 (5.38)
B. Transformador Delta / Polgono - Polgono
As correntes eficazes de cada enrolamento dos dois secundrios so iguais. A expresso

para a corrente eficaz apresentada na equao (5.39).
2
i L ef I o (5.39)
6
As potncias aparentes dos enrolamentos secundrios so calculadas como mostrado a

seguir.
S L4,5,6 S L 7,8,9 VL4 ef I L4 ef (5.40)
S L4,5,6 S L 7,8,9 VL4 ef I L4 ef (5.41)
sendo:
Vo
VL 4 ef a (5.42)
1,35
Vo
VL4 ef b (5.43)
1,35
Substituindo as equaes (5.39) e (5.42) em (5.40), e as equaes (5.39) e (5.43) em

(5.41), obtm-se:
Vo 2
S L4,5,6 S L7,8,9 a Io (5.44)
1,35 6
S L4,5,6 S L7,8,9 0,1745 a Po (5.45)
Vo 2
S L4,5,6 S L7,8,9 b Io (5.46)
1,35 6
S L4,5,6 S L7,8,9 0,1745 b Po (5.47)
A potncia aparente total de cada secundrio a soma das potncias aparentes em cada
um de seus respectivos enrolamento.
S sec undario 3 S L4 3 S L4 (5.48)
S sec undario 0,5235 a + b Po (5.49)
A potncia aparente de cada enrolamento primrio calculada de acordo com a equao

(5.50).
S L1,2 ,3 VL1ef I L1ef (5.50)
sendo:
Vo
VL1 (5.51)
f 1,35
4+2 3
I L1ef I o (5.52)
6
Substituindo as equaes (5.51) e (5.52) em (5.50), obtm-se:
Vo 4+2 3
S L1,2,3 I (5.53)
1,35 o 6
S L1,2,3 0,3373 Po (5.54)
A potncia aparente total do primrio do transformador :
S primario 3 S L1 (5.55)
S primario 1,0119 Po (5.56)
Po
FP (5.57)
S primario
F P 0,9883 (5.58)
O fator de potncia desta estrutura superior uma vez que as harmnicas de ordem
6.n 1 , para 1 n , foram canceladas.
5.3. SIMULAO
O programa de simulao utilizado foi o PSPICE verso 4.02. So apresentados

resultados de simulao de um retificador trifsico a seis pulsos alimentado por um
transformador Delta/Polgono com desfasamento () de 15o e 15o, e de um retificador trifsico a
doze pulsos alimentado por um transformador Delta/Polgono (15o)-Polgono (-15o).
Sejam as seguintes especificaes:
V1pico 311V
f rede 60Hz
Po 50kW
Assim:
Po 50000
Io 97 A
2,34 V1 eficaz 2,34 220
As indutncias do transformador foram calculadas de maneira a ter-se uma corrente

magnetizante muito pequena (aproximadamento 0,14% de Io), desta maneira tem-se um
transformador praticamente ideal.
V1 pico 311
X L1 2290
0,0014 I o 0,0014 97
X L1 2290
L1 6H
2 60 2 60
L1 L 2 L 3 6H
a 0,8165
Para = 15o:
b 0,299
2
2
L 4 L1 a 6
2 4H
3
L 4 L 5 L 6 4H
L 4 L1 b 2 6 0,299 0,536H
2
L 4 L 5 L 6 0,536H
a 1,1154
Para = -15o:
b 0,299
L 4 L1 a 2 6 1,1154 7,465H
2
L 4 L 5 L 6 7,465H
L 4 L1 b = 6 0,299 0,536H
2
L 4 L 5 L 6 0,536H
5.3.1 Delta / Polgono com = 15o
Na Fig. 5.12 apresentado o circuito simulado. O arquivo de dados (*.cir)

apresentado em Anexo.
V1 1
i f1 11 D1 D2 D3 +
8
i l3 i f6
12 L 5'
i l6 4
L1 L3
9 Io
L4 L6
i f4 Vo
V2 16
i l1 L2 2
i f2
7
17 15 i l4
13 14 i f5
i l2
10 3
L 6' L 4'
L5
V3 D4 D5 D6
i f3 10M 6
-
5 i l5 0
Fig. 5.12 Circuito simulado.
Na Fig. 5.13 apresenta-se a tenso de sada do retificador alimentado pelo transformador

Delta/Polgono com defasagem () de 15o.
Nas Figs. 5.14 e 5.15 observa-se as correntes de fase e de linha do secundrio e do
primrio do transformador. Na Fig. 5.16 verifica-se que a tenso na fonte V3 e sua respectiva
corrente if3 esto em fase, resultando em um elevado fator de potncia. Pode se observar tambm
o espectro harmnico da corrente de fase if3.O programa utilizado para a anlise harmnica foi o
DSN [5].
600V
500V
400V
300V
200V
100V
0V
0ms 5ms 10ms 15ms 20ms
Time
Fig. 5.13 Tenso de sada Vo para = 15o.

120A 70A
i l5
i f4
-120A -70A
120A 70A
i l4
i f5
-120A -70A
120A 70A
i l6
i f6
-120A -70A
0ms 5ms 10ms 15ms 20ms 0ms 5ms 10ms 15ms 20ms
Time Time
(a) (b)
Fig. 5.14 (a) Correntes de fase do secundrio para = 15o.

(b) Correntes de linha do secundrio para = 15o.
70A 120A
i l2 i f3
-70A -120A
70A 120A
i l1 i f2
-70A -120A
70A 120A
i l3 i f1
-70A -120A
Time Time
(a) (b)
Fig. 5.15 (a) Correntes de linha do primrio para = 15o.

(b) Correntes de fase do primrio para = 15o.
400
V3
200
if3
TDH = 30%
0
-200
-400
Time
(a) (b)
Fig. 5.16 (a) Tenso na fonte V3 e corrente de fase if3 para = 15o.
(b) Anlise harmnica da corrente de fase if3 para = 15o .
Com o resultado da anlise harmnica feita no programa DSN, calcula-se ento o fator
de potncia:

cos V1 If 1 cos 119,26 119,55
FP 0,958
2 2
1 TDH 1 0,3
Este resultado valida a anlise terica que previa um fator de potncia de 0,955 para esta
estrutura.
5.3.2 Delta / Polgono com = - 15o
Na Fig. 5.17 apresentado o circuito simulado. O arquivo de dados (*.cir)

apresentado em Anexo.
V1 1
i f1 11 D1 D2 D3 +
8
i l3 i f6
12 L 5'
i l6 4
L1 L3
9 Io
L4 L6
i f4 Vo
V2 16
i l1 L2 2
i f2
7
17 15 i l4
13 14 i f5
i l2
10 3
L 6' L 4'
L5
V3 D4 D5 D6
i f3 10M 6
-
5 i l5 0
Na Fig. 5.18 apresenta-se a tenso de sada do retificador alimentado pelo transformador

Delta/Polgono com defasagem () de -15o.
Nas Figs. 5.19 e 5.20 observa-se as correntes de fase e de linha do secundrio e do
primrio do transformador. Na Fig. 5.21 verifica-se que a tenso na fonte V3 e sua respectiva
corrente if3 esto em fase, resultando em um elevado fator de potncia. Pode se observar tambm
o espectro harmnico da corrente de fase if3.
600V
500V
400V
300V
200V
100V
0V
Time
Fig. 5.18 Tenso de sada Vo para = -15o.

120A 70A
i l5
i f4
-120A -70A
120A 70A
i l4
i f5
-120A -70A
120A 70A
i l6
i f6
-120A -70A
Time Time
(a) (b)
Fig. 5.19 (a) Correntes de fase do secundrio para = -15o.

(b) Correntes de linha do secundrio para = -15o.
70A 120A
i l2 i f3
-70A -120A
70A 120A
i l1 i f2
-70A -120A
70A 120A
i l3 i f1
-70A -120A
Time Time
(a) (b)
Fig. 5.20 (a) Correntes de linha do primrio para = -15o.

(b) Correntes de fase do primrio para = -15o.
400
V3
200
iv3
TDH = 30%
0
-200
-400
Time
(a) (b)
Fig. 5.21 (a) Tenso na fonte V3 e corrente de fase if3 para = -15o.
(b) Anlise harmnica da corrente de fase if3 para = -15o.
de potncia:

cos V1 If 1 cos 121,43 121,62
FP 0,958
1 TDH 2 1 0,3 2
estrutura.
5.3.3 Delta / Polgono - Polgono
Na Fig. 5.22 apresentado o circuito simulado. O arquivo de dados (*.cir) apresentado

em Anexo. Para compensar o desbalanceamento da tenso instantnea de sada de cada
retificador utilizou-se apenas dois indutores de 10mH cada.
2 Lif1
1
D1 D2 D3
9
i f6
L 5'
i l6 5
10
V1 L4 L6
i f1 i f4
22 3
i l3 8
i l4
23 i f5
11 4
L1 L3 L 6'
L 4'
L5
27 D4 D5 D6
V2 i l1 L2 7
i f2 6 i l5 0
28 26
24 25 i l2 Lif2
10M 12
1
D7 D8 D9 +
V3 19
i f3 i f9
L 8' 15
i l9
20
L9 Io
L7 i f7 Vo
13
18
i l7
i f8
21 14
L 9' L 7'
10M L8
D 10 D 11 D 12 -
17
16 i l8 0
Na Fig. 5.23 apresenta-se as tenses de sada dos retificadores alimentados pelos

secundrios em Polgono (=15o e =-15o) e a tenso de sada resultante. Pode se observar que
de fato estas tenses esto defasadas, o que provocaria um desbalanceamento de corrente caso os
indutores Lif1 e Lif2 no fossem empregados.
Na Fig. 5.24 observa-se as correntes de linha dos secundrios do transformador. Na Fig.
5.25 apresenta-se as correntes de linha e de fase do primrio do transformador. E na Fig. 5.26
verifica-se que a tenso na fonte V3 e sua respectiva corrente if3 esto em fase, resultando em um
elevado fator de potncia. Pode se observar tambm o espectro harmnico da corrente de fase if3.
Como esperado as harmnicas so de ordem 12.n 1, para 1 n .
600V
500V
400V tenso de sada do retificador alimentado pelo polgono de 15 graus
tenso de sada do retificador alimentado pelo polgono de -15 graus
300V tenso de sada Vo
200V
100V
0V
116ms 120ms 124ms 128ms 132ms 136ms
Time
Fig. 5.23 Tenso de sada dos retificadores e tenso de sada Vo.

40A 40A
i l5
i l8
-40A -40A
40A 40A
i l4
i l7
-40A -40A
40A 40A
i l6 i l9
-40A -40A
116ms 120ms 124ms 128ms 132ms 136ms 116ms 120ms 124ms 128ms 132ms 136ms
Time Time
(a) (b)
Fig. 5.24 (a) Correntes de linha do secundrio de = 15o.

(b) Correntes de linha do secundrio de = -15o.
80A 120A
i l2 i f3
-80A -120A
80A 120A
i l1 i f2
-80A -120A
80A 120A
i l3 i f1
-80A -120A
116ms 120ms 124ms 128ms 132ms 136ms 116ms 120ms 124ms 128ms 132ms 136ms
Time Time
(a) (b)
Fig. 5.25 (a) Correntes de linha do primrio.

(b) Correntes de fase do primrio.
400
V3
200
if3
TDH = 14%
0
-200
-400
116ms 120ms 124ms 128ms 132ms 136ms
Time
(a) (b)
Fig. 5.26 (a) Tenso na fonte V3 e corrente de fase if3.

(b) Anlise harmnica da corrente de fase if3.
de potncia:

cos V1 If 1 cos 120,8 121,18
FP 0,99
2 2
1 TDH 1 0,14
Este resultado valida a anlise terica que previa um fator de potncia de 0,9883 para
esta estrutura.
5.4 CONCLUSO
Neste captulo foi feito um estudo de um retificador trifsico a seis pulsos alimentado
por um transformador ligado em delta/polgono com defasagem . Verificou-se teoricamente e
comprovou-se por simulao que a utilizao de um transformador delta/polgono (15o)-polgono
(-15o) em um retificador trifsico a doze pulsos com as sadas ligadas em paralelo, resulta em
uma corrente de linha no primrio isenta das harmnicas de ordem 6.n 1 , para 1 n , etc.
O fator de potncia resultante elevado, o que viabiliza o emprego desta conexo para a
correo de harmnicas em retificadores a doze pulsos ligados em paralelo. Porm se a ponte
retificadora for controlada o fator de potncia depender do ngulo de disparo dos tiristores, uma
vez que esta tcnica corrige as harmnicas e no o ngulo de defasagem da corrente de linha em
relao tenso da rede (cos).
5.5 BIBLIOGRAFIA
[1] PAICE, D. A. Power Electronic Converter Harmonics: Multipulse Methods for Clean
Power. New York: The Institute of Electrical and Electronics Engineers. 1996.
[2] KOSOW, I. Mquinas Eltricas e Transformadores. Editora Globo: 9a edio.
[3] BARBI, Ivo. Eletrnica de Potncia. Florianpolis: Editora da UFSC. 1986.
[4] SCHAEFER, J. Rectifiers Circuits: Theory and Design. Norwalk: John Wiley and Sons.
1965.
[5] HECTOR, J. Programa de Desenho e Tratamento de Curvas. LEEI - ENSEEIHT.
5.6 ANEXO ARQUIVOS DE SIMULAO
A. Delta/Polgono com =15o
v1 11 17 sin (0 311 60 0 0 90) r2 13 14 0.05

v2 13 17 sin (0 311 60 0 0 -150) r3 15 16 0.05
v3 15 17 sin (0 311 60 0 0 -30) r4 9 4 0.05
l1 12 13 6 r5 3 5 0.05
l2 14 15 6 r6 7 2 0.05
l3 16 11 6 d1 2 1 diodo
rlig 15 3 10meg d2 3 1 diodo
l4 9 10 4 d3 4 1 diodo
l5 5 6 4 d4 0 2 diodo
l6 7 8 4 d5 0 3 diodo
l41 2 6 .536 d6 0 4 diodo
l51 4 8 .536 io 1 0 97
l61 3 10 .536 .model diodo d
k1 l1 l4 l41 .99999999 .options itl4 = 200 itl5 = 0 ; *ipsp*
k2 l2 l5 l51 .99999999 .tran 100.000u .5 0 100.000u uic ; *ipsp*
k3 l3 l6 l61 .99999999 .end
r1 11 12 0.05
B. Delta/Polgono com =-15o
v1 11 17 sin (0 311 60 0 0 90) r2 13 14 0.05

v2 13 17 sin (0 311 60 0 0 -150) r3 15 16 0.05
v3 15 17 sin (0 311 60 0 0 -30) r4 9 4 0.05
l1 12 13 6 r5 3 5 0.05
l2 14 15 6 r6 7 2 0.05
l3 16 11 6 d1 2 1 diodo
rlig 15 3 10meg d2 3 1 diodo
l4 9 10 7.465 d3 4 1 diodo
l5 5 6 7.465 d4 0 2 diodo
l6 7 8 7.465 d5 0 3 diodo
l41 6 2 .536 d6 0 4 diodo
l51 8 4 .536 io 1 0 97
l61 10 3 .536 .model diodo d
k1 l1 l4 l41 .99999999 .options itl4 = 200 itl5 = 0 ; *ipsp*
k2 l2 l5 l51 .99999999 .tran 100.000u .5 0 100.000u uic ; *ipsp*
k3 l3 l6 l61 .99999999 .end
r1 11 12 0.05
C. Delta/Polgono-Polgono
v1 22 28 sin (0 311 60 0 0 90) d5 0 4 diodo

v2 24 28 sin (0 311 60 0 0 -150) d6 0 5 diodo
v3 26 28 sin (0 311 60 0 0 -30) lif1 2 1 10m ic=48.5
l1 23 24 6 rlig2 26 14 10meg
l2 25 26 6 l7 20 21 7.465
l3 27 22 6 l8 16 17 7.465
r1 22 23 0.05 l9 18 19 7.465
r2 24 25 0.05 l71 17 13 0.536
r3 26 27 0.05 l81 19 15 0.536
rlig1 26 4 10meg l91 21 14 0.536
l4 10 11 4 r7 15 20 0.05
l5 6 7 4 r8 16 14 0.05
l6 8 9 4 r9 18 13 0.05
l41 3 7 .536 d7 13 12 diodo
l51 5 9 .536 d8 14 12 diodo
l61 4 11 .536 d9 15 12 diodo
k1 l1 l4 l41 l7 l71 .99999999 d10 0 13 diodo
k2 l2 l5 l51 l8 l81 .99999999 d11 0 14 diodo
k3 l3 l6 l61 l9 l91 .99999999 d12 0 15 diodo
r4 10 5 0.05 lif2 12 1 10m ic=48.5
r5 4 6 0.05 io 1 0 97
r6 8 3 0.05 .model diodo d
d1 3 2 diodo .options itl4 = 200 itl5 = 0 reltol=0.05 ; *ipsp*
d2 4 2 diodo .tran 100.000u .5 0 100.000u uic ; *ipsp*
d3 5 2 diodo .end
d4 0 3 diodo
CAPTULO VI
RETIFICADOR TRIFSICO A DOZE PULSOS ALIMENTADO POR
TRANSFORMADOR COM CONEXO DIRETA E
DELTA/ESTRELA (/Y) E SADAS LIGADAS EM SRIE
SIMBOLOGIA
CC - corrente contnua.
CA - corrente alternada.
- indica uma conexo tringulo ou delta.
Y - indica uma conexo estrela ou ipsilon.
N - nmero de retificadores trifsicos em ponte completa.
h - ordem da componente harmnica de um sinal de tenso ou corrente.
Id - corrente mdia na carga (lado CC).
k - nmero inteiro (1, 2, 3, ...).
6.1 - INTRODUO
Num retificador a ondulao da tenso de sada, ou seja, nos terminais do lado CC,
proporcional ao nmero de pulsos da tenso CA refletida ao lado CC. O nmero de pulsos na
tenso do lado CC diretamente relacionado ao nmero de fases da rede e ao nmero de
retificadores (diodos ou tiristores) empregados na converso CA-CC. Assim, num retificador
monofsico de meia onda obtm-se a maior ondulao entre todos os retificadores. Sabe-se que
quanto maior o nmero de pulsos maior ser a qualidade da tenso de sada e, ainda, melhor ser
a qualidade da corrente de entrada. Com uma tenso CC possuindo pouca ondulao mais fcil
ser a sua filtragem, acarretando a diminuio dos elementos passivos empregados, o mesmo
ocorrendo para a corrente de entrada.
Vrias so as topologias empregadas para a obteno de nmeros elevados de pulsos na
sada de um retificador, algumas delas bastante tradicionais, como a conexo de dois
retificadores trifsicos de ponte completa em srie, objetivando a gerao de uma tenso CC com
doze pulsos. Com o emprego da mesma tcnica pode se associar n retificadores em srie ou em
paralelo para a obteno de 6n pulsos na tenso CC. Com isto facilita-se a filtragem desta tenso
e tambm melhora-se significativamente o espectro harmnico da corrente de entrada (rede).
Alm disto o espectro harmnico da corrente de entrada pode ser otimizado com o emprego de
conexes apropriadas para tal fim.
Neste captulo ser avaliada a conexo em srie de dois retificadores cujas alimentaes
so feitas diretamente da rede, para um deles, e atravs de um transformador com ligao /Y,
para o outro. Quer-se demonstrar que com esta conexo obtm-se a eliminao de determinadas
harmnicas nas correntes das linhas que alimentam o sistema.
A ligao de um retificador a seis pulsos diretamente rede, como apresentada na

figura 6.1, produz correntes nas fontes de entrada como as mostradas na figura 6.2. Tais formas
de onda so de conhecimento clssico e representam uma carga fortemente indutiva.
Para a anlise harmnica da corrente de entrada produzida por esta estrutura toma-se
por base a corrente da fonte V1, a qual reapresentada na Fig. 6.3. Tal anlise revela que as
harmnicas presentes so as de ordem h=6k(1). A expresso 6.1 representa matematicamente a
harmnica de ordem h da corrente iV1, cujo valor da fundamental dado pela expresso 6.2. Na
Fig. 6.4 apresenta-se o espectro harmnico da corrente de entrada relativamente ao valor da
fundamental.
Figura 6.1 - Retificador a seis pulsos conectado diretamente rede.
Figura 6.2 - Formas de onda clssicas para as correntes das fontes da Fig. 6.1.
Figura 6.3 - Corrente da fonte V1 para a Fig. 6.1.

Captulo VI / Retificador Trifsico a Doze Pulsos Alimentado porTransformador com Conexo Direta e / Y 75

4 sen 2 ( h )
3
Ih Id . [ 1 cos( h )] (6.1)
2 h2
6
I 1 Id (6.2)

Figura 6.4 - Espectro harmnico da corrente de entrada (iV1) para a estrutura da Fig. 6.1.
A tabela 6.1 apresenta a amplitude de cada harmnica da corrente de entrada

relativamente ao valor da fundamental, at a componente de ordem 25.
h Ih/I1
1 1,000
5 0,200
7 0,143
11 0,091
13 0,077
17 0,059
19 0,053
23 0,043
25 0,040
Tabela 6.1 - Amplitude das harmnicas de ordem h com relao a fundamental.
Uma ligao /Y produz uma defasagem na corrente de entrada de 30o, como foi visto
na anlise detalhada do captulo 3. Tal configurao est mostrada na Figura 6.5.
A A'
Retificador
VAB VA' Trifasico
VCA
VB'
C B B'
VBC C' VC'
Figura 6.5 - Conexo /Y.
A forma de onda clssica da corrente em uma das fases da rede, para a estrutura dada na
Fig. 6.5, como a mostrada na Figura 6.6. A anlise harmnica desta corrente fornece o
resultado expresso por 6.3. Esta anlise evidencia a presena das harmnicas de ordem
h=6k(1). Na Fig.6.7 apresenta-se o espectro das harmnicas mais significativas.
[A ]
Figura 6.6 - Forma de onda clssica da corrente de linha da Fig. 6.5.
3 1
Ih sen( h. w . t ) (6.3)
h
Figura 6.7 - Espectro harmnico da corrente de entrada (iV1) para a estrutura da Fig. 6.5.
Apesar de as formas de onda de corrente de entrada das Figs. 6.3 e 6.6 serem bastante
diferentes os resultados so exatamente os mesmos, isto porque o espectro harmnico depende
do nmero de pulsos do retificador utilizado, e no propriamente da forma de onda da corrente.
A explicao de Pelly1 [05] para o fato de que algumas das componentes harmnicas possuem
diferena de fase com relao a fundamental, provocando ondas com formato diferente, porm
com mesmo espectro.
Tendo-se analisado o comportamento das estruturas das Fig. 6.1 e 6.5 far-se- agora a
anlise da ligao em srie dos dois retificadores, um conectado diretamente a rede, tal como na
Fig. 6.1, e o outro atravs de um transformador /Y, tal como na Fig. 6.5. A estrutura em
questo a apresentada na Fig. 6.8.
1
[05] - B. R. Pelly. Thyristor Phase Controlled Converters and Cycloconverters. Pgina 88.
ia(t)
ib(t) Transformador
com conexo
ic(t) /Y
ia(t)
ib(t)
ic(t)
ia(t)
ib(t)
ic(t)
Figura 6.8 - Retificador a doze pulsos com conexo direta e transformador /Y.
Para um bom entendimento do funcionamento da estrutura mostra-se, na Fig. 6.9, a

composio da corrente total na entrada a partir da contribuio de cada uma das estruturas em
separado. A Fig. 6.9a representa a contribuio da ligao direta, o que uma forma de onda
clssica, podendo tambm ser obtida atravs de uma ligao - ou Y-Y, ou seja, ligaes que
no geram defasagem na corrente de entrada. A Fig. 6.9b tambm uma forma de onda clssica,
fornecida por uma ligao -Y, que defasa em 30o a corrente da rede. Na Fig. 6.9c mostrada a
composio total da corrente na rede que supre o sistema composto por uma carga no linear
fortemente indutiva.
ia(t)
a)
ia(t)
b)
ia(t)
c)
Figura 6.9 - Composio da corrente da fonte de entrada:

a) corrente no retificador com alimentao direta, b) corrente no retificador alimentado atravs
de transformador /Y e c) corrente total na fonte de entrada.
A corrente total na rede (ia(t)) a soma instantnea das correntes fornecidas a cada um
dos retificadores em separado (ia(t)+ia(t)), tal corrente reapresentada na Fig. 6.10 e seu
contedo harmnico expresso por 6.4.
3 . Id 1
ia( t ) cos( h. x ) (6.4)
h
Sendo que a ordem das harmnicas existentes so as expressas por (6.5).
h 12 . k ( 1 ) (6.5)
Figura 6.10 - Corrente de entrada.
Para a Fig. 6.10 valem as seguintes relaes:
Id Id
a b Id c
3 3

d e f
6 3 2
A Fig. 6.11 apresenta o espectro harmnico da corrente da Fig. 6.10, relativamente ao

valor da corrente de carga Id.
Figura 6.11 - Espectro harmnico da corrente de entrada (ia(t)/Id): a) com a fundamental e b)

sem a fundamental (detalhe).
A tabela 6.2 apresenta a amplitude de cada harmnica da corrente de entrada

relativamente ao valor da fundamental, at a componente de ordem 37.
h Ih/I1
1 1,000
11 0,091
13 0,077
23 0,043
25 0,040
35 0,029
37 0,027
Tabela 6.2 - Amplitude das harmnicas de ordem h para o conversor a doze pulsos.
Os resultados obtidos nesta anlise valem tambm para as conexes / -Y (primrio
em , secundrio 1 em e secundrio 2 em Y) ou Y/ -Y (primrio em Y, secundrio 1 em
e secundrio 2 em Y), esta ltima no sendo aconselhvel devido as desvantagens da ligao em
Y no primrio. Estas conexes tem a grande vantagem de proporcionar isolamento pleno, no

entanto o custo de instalao superior a ligao direta e /Y.
6.3 - SIMULAO
O circuito simulado o apresentado na Fig. 6.12, consistindo de dois retificadores a seis

pulsos, um alimentado diretamente pela rede e o outro por um transformador com ligao /Y.
O arquivo utilizado na simulao apresentado em anexo.
Figura 6.12 - Conversor a doze pulsos simulado.
Na Fig. 6.13 apresenta-se a tenso sobre a fonte de corrente I1 que representa a carga, a
qual apresenta doze pulsos, conforme o esperado.
Na Fig. 6.14 mostram-se as correntes na entrada de cada retificador, que somadas
resultam na corrente total da estrutura. A Fig. 6.14a mostra a corrente na entrada do
transformador /Y. A Fig. 6.14b mostra a corrente na entrada do retificador alimentado
diretamente da rede. J a Fig. 6.14c mostra a corrente total na fonte v1 da rede, a qual tem a
caracterstica esperada na anlise.
955V
940V
920V
0.084s 0.088s 0.092s 0.096s 0.100s

V(I1:+,I1:-)
Tempo
Figura 6.13 - Tenso na carga.

400
a)
-400
V(V1:+) I(R15) 0
400
b)
-400
V(V1:+) I(D1)-I(D4) 0
400
c)
-400
29.970s 29.975s 29.980s 29.985s 29.990s 29.995s 30.000s
V(V1:+) -I(V1) 0
Tempo
Figura 6.14 - Tenses e corrente mais importantes:

a) tenso e corrente da fase 1 na entrada do transformador /Y,
b) tenso e corrente da fase 1 na entrada da ligao direta e
c) tenso e corrente total na fase 1.
Na Fig. 6.15 mostram-se as tenses e as correntes nas trs fases do sistema. Nesta figura
percebe-se que o comportamento o mesmo para as trs fases, mantendo-se o equilbrio do
sistema.
A Fig. 6.16 mostra a anlise harmnica da corrente na fonte v1, onde percebe-se que so
validadas as expresses 6.4 e 6.5. A taxa de distoro harmnica na corrente de entrada,
calculada por simulao, foi de 12,42%.
Na tabela 6.3 mostram-se os detalhes das componentes mais significativas do espectro
harmnico da corrente de entrada.
400
v1
iv1
-400
V(V1:+) -I(V1) 0
400
v2
iv2
-400
V(V2:+) -I(V2) 0
400
v3
iv3
-400
29.970s 29.975s 29.980s 29.985s 29.990s 29.995s 30.000s
Figura 6.15 - Tenses e correntes nas fontes de entrada.

100%
TDH=12,42%
Figura 6.16 - Anlise harmnica da corrente da fonte v1.

ORDEM DA FREQNCIA COMPONENTE COMPONENTE FASE FASE NORMALI-
HARMNICA (HZ) (FOURIER) NORMALIZADA (GRAUS) ZADA(GRAUS)
1 6.000E+01 2.205E+02 1.000E+00 1.791E+02 0.000E+00

3 1.800E+02 5.876E-01 2.665E-03 -1.188E+02 -2.979E+02
5 3.000E+02 8.229E-01 3.732E-03 7.358E+01 -1.055E+02
7 4.200E+02 1.233E+00 5.593E-03 4.529E+01 -1.338E+02
9 5.400E+02 5.770E-01 2.616E-03 -5.477E+01 -2.339E+02
11 6.600E+02 1.887E+01 8.558E-02 1.748E+02 -4.261E+00
13 7.800E+02 1.576E+01 7.148E-02 1.736E+02 -5.523E+00
23 1.380E+03 7.393E+00 3.353E-02 1.705E+02 -8.559E+00
25 1.500E+03 6.720E+00 3.047E-02 1.686E+02 -1.045E+01
35 2.100E+03 3.459E+00 1.569E-02 1.689E+02 -1.016E+01
37 2.220E+03 3.369E+00 1.528E-02 1.669E+02 -1.223E+01
**************** DISTORO HARMNICA TOTAL = 12.4221 % *****************
Tabela 6.2 - Espectro harmnico detalhado da corrente da fonte v1.
6.4 - CONCLUSO
Os resultados de simulao comprovam o funcionamento da estrutura, a qual apresenta

doze pulsos na tenso da carga. A corrente da rede formada pela soma das correntes em cada
um dos retificadores, de acordo com a anlise realizada.
A anlise harmnica da corrente de entrada, calculada pelo programa de simulao,

mostra que o espectro harmnico bem representado pela expresso 6.4, o que valida a
metodologia aplicada.
Este conversor um excelente exemplo para anlise, devido a sua simplicidade no
entendimento. Sua aplicao prtica, no entanto, limitada a situaes em que no se necessita
de isolao nem adaptao de tenses.
Os resultados obtidos com esta estrutura so extensveis as ligaes / -Y e Y / Y- ,
sendo que esta ltima apresenta a desvantagem da conexo Y no primrio do transformador, a
qual favorece circulao de correntes de seqncia negativa.
6.5 - BIBLIOGRAFIA
[01] - BARBI, IVO. Eletrnica de Potncia. Florianpolis: Edio do autor. 1998.
[02] - CONNELLY, F. C. Transformers: Their Principles and Design for Light Electrical
Engineers. Londres: Sir Isaac Pitmam and Sons Ltd. .1965.
[03] - MLTGEN, GOTTFRIED. Line Commutated Thyristor Converters. Berlin/Londres:

Siemens Aktiengesellschaft/Pitman Publishing. 1972.
[04] - PAICE, D. A. Power Electronic Converter Harmonics: Multipulse Methods for Clean
Power. Nova York: IEEE. 1996.
[05] - PELLY, B. R. Thyristor Phase Controlled Converters and Cycloconverters. Nova York:
Wiley Interscience. 1971.
[06] - SCHAEFER, J. Rectifier Circuits: Theory and Design. Norwalk: John Wiley and Sons.
1965.
6.6 ANEXO ARQUIVO DE SIMULAO
* Schematics Version 7.1 - October 1996

** Analysis setup **
.tran 100u 30 29.5 50u SKIPBP
.four 60 40 v(I_I1) i(V_V1)
D_D2 01 02 Dbreak
D_D3 03 02 Dbreak
D_D5 04 01 Dbreak
D_D6 04 03 Dbreak
D_D7 05 04 Dbreak
D_D8 06 04 Dbreak
D_D9 07 04 Dbreak
D_D10 08 05 Dbreak
D_D11 08 06 Dbreak
D_D12 08 07 Dbreak
R_R6 02 03 100k
R_R8 09 04 100k
R_R9 05 08 100k
R_R10 06 08 100k
R_R11 05 04 100k
K_TX3 L1_TX3 L2_TX3 .99999
L1_TX3 10 11 1.5
L2_TX3 12 13 .5
K_TX4 L1_TX4 L2_TX4 .99999
L1_TX4 14 15 1.5
L2_TX4 16 13 .5
R_R14 16 07 .1
R_R19 10 15 .1
R_R21 16 13 100k
R_R22 01 04 100k
R_R25 12 13 100k
R_R26 17 13 100k
K_TX2 L1_TX2 L2_TX2 .999999
L1_TX2 18 19 1.5
L2_TX2 17 13 .5
R_R18 18 11 .1
R_R12 17 05 .1
R_R13 12 06 .1
R_R20 19 14 .1
D_D1 09 02 Dbreak
D_D4 04 09 Dbreak
R_R15 20 19 .1
V_V1 20 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 0
I_I1 02 08 DC 100
R_R7 02 04 100k
R_R23 04 07 100k
R_R24 07 08 100k
V_V3 21 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 120
R_R16 21 15 .1
V_V2 22 0 DC 0 AC 0 SIN 0 311 60 0 0 -120
R_R17 22 11 .1
R_R27 20 09 .2
R_R28 22 01 .1
R_R29 21 03 .1
CAPTULO VII
RETIFICADOR TRIFSICO A DOZE PULSOS ALIMENTADO POR
TRANSFORMADOR COM CONEXO
DELTA/DELTA-ESTRELA (/-Y) E SADAS LIGADAS EM
PARALELO
SIMBOLOGIA
Vi -tenso de fase i Po -potncia ativa de sada
Vi pico -valor de pico da tenso de fase i Sdelta fase -potncia aparente por fase do
Vief -valor eficaz da tenso de fase i secundrio ligado em delta
Vi -ngulo da componente fundamental Sdelta total -potncia aparente total do
de Vi secundrio ligado em delta
frede -freqncia da rede Sestrela fase-potncia aparente por fase do
ifi -corrente de fase i secundrio ligado em estrela
ili -corrente de linha i Sestrelatotal-potncia aparente total do
ilief -valor eficaz da corrente de linha i secundrio ligado em estrela
Vli -tenso de linha i Sprimariofase-potncia aparente por fase do
Vlief -valor eficaz da tenso de linha i primrio do transformador
FP -fator de potncia Sprimriototal-potncia aparente total do
Vo -tenso mdia de sada primrio do transformador
Io -corrente mdia de sada
7.1 INTRODUO
O retificador trifsico a doze pulsos com transformador em Delta/Delta-Estrela

apresentado na Fig. 7.1. Verificou-se em estudos anteriores que um retificador a seis pulsos com
transformador com ligao Delta/Delta produz harmnicas positivas e negativas, e um
transformador com ligao Delta/Estrela produz harmnicas positivas, como mostrado nas Figs.
7.2 e 7.3, respectivamente. Assim, conectando-se dois retificadores a seis pulsos em paralelo
com um transformador ligado em Delta/Delta-Estrela, como mostrado na Fig. 7.1, possvel
cancelar as harmnicas de ordem 5, 7, 17, 19, 29, 31, etc.
A relao de transformao do Delta-Delta unitria e do delta-estrela 3 para que a
tenso mdia de sada dos dois retificadores seja igual, evitando-se desta maneira um
desbalanceamento de corrente nos secundrios. Com as relaes de transformao adequadas a
tenso mdia de sada dos retificadores igual, porm a tenso instantnea de sada diferente,
um vez que as tenses do secundrio ligado em Estrela esto adiantadas em 30 o. Esta diferena
instantnea das tenses de sada dos retificadores provoca o desbalancemento de corrente entre
os dois secundrios do transformador que se no for corrigido as harmnicas de ordem 5, 7, 17,
19, 29, 31, etc, no sero completamente canceladas. Com a utilizao de um transformador de
interfase o problema do desbalanceamento eliminado.
Transformador
de Interfase
D1 D2 D3
i f4
i l6
V1
i f1 L6 i f6
L4
i l3
i l4 L5 i f5
L1 L3
i l5
V2 i l1 D4 D5 D6
i f2 L2
i l2
D7 D8 D9
V3 i l9
+
i f3
L9 i f6
L8 i f8 Io
Vo
i l8
L7
i f7 D 10 D 11 D 12
i l7
Fig. 7.1 Retificador trifsico a doze pulsos com o transfomador em Delta/Delta-Estrrela.

Ih / Io
100%
~
~
20%
10%
5 7 17 19
nmero
1 11 13 23 25 harmnica
-10%
-20%
Fig. 7.2 Espectro Harmnico da corrente de fase para um retificador a seis pulsos alimentado
por um transformador Delta/Delta.
Ih / Io
100%
20%
~
~
10%
nmero
1 5 7 11 13 17 19 23 25 harmnica
-10%
-20%
Fig. 7.3 Espectro Harmnico da corrente de fase para um retificador a seis pulsos alimentado
por um transformador Delta/Estrela.
Captulo 7 / Retificador Trifsico a Seis Pulsos Alimentado por Transformador com Conexo /-Y. 87
Na Fig. 7.4 apresenta-se as corrente de fase e de linha do retificador alimentado pelo

secundrio do transformador ligado em Delta. As correntes de linha so calculadas em funo
das correntes de fase, como apresentado nas expresses abaixo.
i f i f5
i l4 4 (7.1)
3
i f i f6
i l5 5 (7.2)
3
i f i f1
i l6 6 (7.3)
3
i f4
Io/2
2
t
-Io/2
i f5
Io/2
t
-Io/2
i f6
Io/2
t
-Io/2
i l4
Io/3
Io/6
- Io/6 t
- Io/3
i l5
Io/3
Io/6
- Io/6 t
- Io/3
i l6
Io/3
Io/6
- Io/6 t
- Io/3
Fig. 7.4 Correntes de fase e de linha do retificador alimentado pelo secundrio do

transformador ligado em Delta.
Na Fig. 7.5 apresenta-se as corrente de fase do retificador alimentado pelo secundrio

do transformador ligado em Estrela. As correntes de linha so iguais s de fase.
i l7 i f 7 (7.4)
i l8 i f8 (7.5)
i l9 i f 9 (7.6)
i f7
Io/2
2
t
-Io/2
i f8
Io/2
t
-Io/2
i f9
Io/2
t
-Io/2
Fig. 7.5 Correntes de fase do retificador alimentado pelo secundrio do transformador ligado
em Estrela.
Na Fig. 7.6 so apresentadas as correntes de linha e de fase do primrio do

transformador ligado em Delta/Delta-Estrela. As correntes de linha no primrio so calculadas
pela soma da corrente de linha do secundrio ligado em Delta (com relao de transformao
unitria) e da corrente de linha do secundrio ligando em Estrela (com relao de transformao
igual a 3 ), como mostrado nas expresses (7.7), (7.8) e (7.9). As correntes de fase so
calculadas de acordo com as expresses (7.10), (7.11) e (7.12), e podem ser obtidas por simples
inspeo na Fig. 7.1.
il
i l1 i l4 7 (7.7)
3
il
i l 2 i l5 8 (7.8)
3
i
i l3 i l6 l9 (7.9)
3
i f1 i l3 i l1 (7.10)
i f 2 i l1 i l2 (7.11)
i f 3 i l 2 i l3 (7.12)
i l1
2/6 + 1/2 3
1/6 + 1/2 3
1/6 2
-1/6 t
-1/6 - 1/2 3
-2/6 - 1/2 3
i l2
2/6 + 1/2 3
1/6 + 1/2 3
1/6
-1/6 t
-1/6 - 1/2 3
-2/6 - 1/2 3
i l3
2/6 + 1/2 3
1/6 + 1/2 3
1/6
-1/6 t
-1/6 - 1/2 3
-2/6 - 1/2 3
i f1
1/2 + 1/ 3
1/2 + 1/2 3
1/2 3
t
-1/2 3
-1/2 - 1/2 3
-1/2 - 1/ 3
i f2
1/2 + 1/ 3
1/2 + 1/2 3
1/2 3
t
-1/2 3
-1/2 - 1/2 3
-1/2 - 1/ 3
i f3
1/2 + 1/ 3
1/2 + 1/2 3
1/2 3
t
-1/2 3
-1/2 - 1/2 3
-1/2 - 1/ 3
Fig. 7.5 Correntes de linha e de fase do primrio do transformador ligado em

Delta/Delta-Estrela.
7.2.2 Anlise Harmnica
A anlise harmnica da corrente de fase if1 resulta na expresso (7.13). Na Fig. 7.6
apresentado o espectro harmnico desta forma de onda. Pode-se observar que as harmnicas de
ordem 6.n 1 , para 1 n , foram canceladas, como esperado, resultando apenas as
harmnicas de ordem 12.n 1, para 1 n .

i f 1 t
Io
12 n 1
n 0
6
3
sen12 n 1 w o t (7.13)
Ih / Io
100%
20%
~
~
10%
nmero
1 11 13 23 25 harmnica
-10%
-20%

por um transformador Delta / Delta - Estrela.
7.2.3 Dimensionamento do Transformador
A. Enrolamento Secundrio em Delta
A potncia aparente por fase do secundrio ligado em Delta calculada de acordo com
a expresso (7.14).
S Delta fase I l 4 ef Vl4 ef (7.14)
sendo:
Io
I l 4 ef (7.15)
3 2
Vo
Vl4ef (7.16)
1,35
Substituindo-se as expresses (7.15) e (7.16) na expresso (7.14), obtm-se a expresso

(7.18).
Io Vo
S Delta fase (7.17)
3 2 1,35
Po
S Delta fase (7.18)
5,727
Sabe-se que:
S Delta total 3 S Delta fase (7.19)
Assim:
S Delta total 0,5238 Po (7.20)
B. Enrolamento Secundrio em Estrela
A potncia aparente por fase do secundrio ligado em Estrela calculada de acordo com
a expresso (7.21).
S Estrela fase I l 7 ef Vl7 ef (7.21)
sendo:
I
I l7ef o (7.22)
6
Vo
Vl7ef (7.23)
2,34
Substituindo-se as expresses (7.22) e (7.23) em (7.21), obtm-se a expresso (7.25).
Io Vo
S Estrela fase (7.24)
6 2,34
Po
S Estrela fase (7.25)
5,732
Sabe-se que:
S Estrela total 3 S Estrela fase (7.26)
Assim:
S Estrela total 0,5234 Po S Estrela total 0,5234.Po (7.27)
C. Enrolamento Primrio
A potncia aparente por fase do enrolamento primrio calculada de acordo com a

expresso (7.28).
S Pr imario fase I l1ef Vl1ef (7.28)
sendo:
Io
I l1ef 4+2 3 (7.29)
6
Vo
Vl1ef (7.30)
1,35
Substituindo-se as expresses (7.28) e (7.30) em (7.28) obtm-se a expresso (7.32).
Io Vo
S Pr imario fase 4+2 3 (7.31)
6 1,35
Po
S Pr imario fase (7.32)
2 ,965
Sabe-se que:
S Pr imario total 3 S Primario fase (7.33)
Assim:
S Pr imario fase 1,02 Po (7.34)
Po
FP (7.35)
S primariototal
F P 0,98 (7.36)
7.3 SIMULAO
O programa de simulao utilizado foi o PSPICE verso 4.02. O circuito simulado

apresentado na Fig. 7.7 e o arquivo de dados (*.cir) apresentado em Anexo. Para compensar o
desbalanceamento da tenso instantnea de sada de cada retificador utilizou-se apenas dois
indutores de 10mH cada.
Especificaes:
V1pico 311V
f rede 60Hz
Po 40kW
Assim:
Po 40000
Io 80A
2,34 V1 eficaz 2,34 220

V1pico 311
X L1 1110
0,0035 I o 0,0035 80
X L1 1110
L1 3H
2 60 2 60
L 2 L 3 L 4 L 5 L 6 3H
L 3
L7 1 1H
a2 3 2
L 8 L 9 1H
Lif1
200 1
D1 D2 D3
i f4
2 2
i l6
V1 5
i f1 15 L4 L6 i f6
4
i l3
i l4 7
16 L5 i f5
L1 L3 3 4 3
6
i l5
V2 20 D4 D5 D6
i l1 L2
i f2 10M
21 19
17 18 i l2
Lif2
100
10M +
13 10
D7 D8 D9
V3 i l9
i f3
L9 i f6
10
L8 i f8 Io
14 9 Vo
12 i l8
L7
8
i f7
i l7
11 8 D 10 D 11 D 12 -
Fig. 7.7 Circuito Simulado.
Na Fig. 7.8 apresenta-se as tenses de sada do retificador alimentado pelo secundrio

em Delta e em Estrela. Pode-se observar que de fato estas tenses esto defasadas, o que
provocaria um desbalanceamento de corrente caso os indutores Lif1 e Lif2 no fossem
empregados.
Na Fig. 7.9 observa-se as correntes de linha dos secundrios do transformador ligados

em Delta e em Estrela, respectivamente. Na Fig. 7.10 apresenta-se as correntes de linha e de fase
do primrio do transformador. E na Fig. 7.11 verifica-se que a tenso na fonte V1 e sua
respectiva corrente if1 esto em fase, resultando em um elevado fator de potncia. Na Fig. 7.12
tem-se o espectro harmnico da corrente de fase if1. Como esperado as harmnicas so de ordem
12.n 1, para 1 n . O programa utilizado para a anlise harmnica foi o DSN [5].
600V
500V
400V tenso de sada do retificador alimentado pelo secundrio em delta
tenso de sada do retificador alimentado pelo secundrio em estrela
tenso de sada Vo
300V
200V
100V
0V
4.984s 4.986s 4.988s 4.990s 4.992s 4.994s 4.996s 4.998s 5s
Time
Fig. 7.8 Tenso de sada dos retificadores e tenso de sada Vo.

40A 50A
il4 il7
-40A -50A
40A 50A
il5 il8
-40A -50A
40A 50A
il6 il9
-40A -50A
19.984s 19.986s 19.988s 19.990s 19.992s 19.994s 19.996s 19.998s 20s 19.984s 19.986s 19.988s 19.990s 19.992s 19.994s 19.996s 19.998s 20s
Time Time
(a) (b)
Fig. 7.9 (a) Corrente de linha do secundrio ligado em Delta.

(b) Corrente de linha do secundrio ligado em Estrela.
60A 100A
il1 if1
-60A -100A
60A 100A
il2 if2
-60A -100A
60A 100A
il3
if3
-60A -100A
19.984s 19.986s 19.988s 19.990s 19.992s 19.994s 19.996s 19.998s 20s 19.984s 19.986s 19.988s 19.990s 19.992s 19.994s 19.996s 19.998s 20s
Time Time
(a) (b)
Fig. 7.10 (a) Corrente de linha do primrio.

(b) Corrente de fase do primrio.
400
V1
200 if1 . 2
TDH = 14%
0
-200
-400
19.984s 19.986s 19.988s 19.990s 19.992s 19.994s 19.996s 19.998s 20s
Time
(a) (b)
Fig. 7.11 (a) Tenso na fonte V1 e corrente de fase if1.

(b) Anlise harmnica da corrente na fonte V1.
Com os resultados da anlise harmnica da corrente de fase if1 o fator de potncia

calculado:

cos V1 If 1 cos 162,83 164,095
FP 0,99
1 TDH 2 1 0,14 2
estrutura.
Na tabela 1 apresentado o espectro harmnica da corrente de fase (if1) obtido
teoricamente e por simulao.Os resultados de simulao validam a anlise terica.
Tabela 1
Ordem da Resultados Resultados
Harmnica Tericos (Apico) Simulao (Apico)
11a 8,019 7,894
a
13 6,786 6,668
23a 3.835 3,615
25a 3,528 3,31
a
35 2,52 2,21
37a 2,38 2,062
7.4 CONCLUSO
Neste captulo foi feito um estudo de um retificador trifsico a doze pulsos alimentado
por um transformador ligado em Delta/Delta-Estrela. Verificou-se teoricamente e comprovou-se
por simulao que a corrente de linha no apresenta as harmnicas de ordem
6.n 1 , para 1 n , etc, validando a anlise terica. O fator de potncia resultante elevado,
o que viabiliza o emprego desta conexo para a correo de harmnicas em retificadores a doze
pulsos ligados em paralelo. Porm se a ponte retificadora for controlada o fator de potncia
depender do ngulo de disparo dos tiristores, uma vez que esta tcnica corrige as harmnicas e
no o ngulo de defasagem da corrente de linha em relao tenso da rede (cos).
7.5 BIBLIOGRAFIA
1965.
v1 15 21 sin (0 311 60 0 0 0) r9 13 10 0.0001

v2 17 21 sin (0 311 60 0 0 -120) r10 19 3 10meg
v3 19 21 sin (0 311 60 0 0 120) r11 19 10 10meg
l1 16 17 3 d1 2 200 diodo
l2 18 19 3 d2 3 200 diodo
l3 20 15 3 d3 4 200 diodo
l4 5 3 3 d4 0 2 diodo
l5 6 4 3 d5 0 3 diodo
l6 7 2 3 d6 0 4 diodo
l7 11 14 1 d7 8 100 diodo
l8 12 14 1 d8 9 100 diodo
l9 13 14 1 d9 10 100 diodo
k1 l1 l4 l7 0.999999 d10 0 8 diodo
k2 l2 l5 l8 0.999999 d11 0 9 diodo
k3 l3 l6 l9 0.999999 d12 0 10 diodo
r1 15 16 0.0001 io1 1 0 80
r2 17 18 0.0001 lif1 200 1 10m ic=40
r3 19 20 0.0001 lif2 100 1 10m ic=40
r5 6 3 0.0001 .options itl4 = 200 itl5 = 0 reltol=0.5 ; *ipsp*
r6 7 4 0.0001 .tran 100.000u 20 15 100.000u uic ; *ipsp*
r7 11 8 0.0001 .end
r8 12 9 0.0001
CAPTULO VIII
RETIFICADOR TRIFSICO DE DOZE PULSOS ALIMENTADO
POR TRANSFORMADOR COM CONEXO
DELTA/ESTRELA-DELTA COM AS SADAS LIGADAS EM SRIE
8.1 - INTRODUO
O conversor CA-CC alimentado por transformador com ligao delta/ estrela-delta, com
as sadas ligadas em srie, analisado em termos da corrente absorvida do sistema trifsico de
alimentao. A especificao de potncia aparente de cada enrolamento do transformador
determinada em funo da potncia fornecida carga.
O contedo harmnico da corrente de entrada determinado analiticamente a partir do
conhecimento do funcionamento do conversor, no que se refere as formas de onda de tenso e
corrente em vrias partes do circuito. Uma anlise via simulao digital mostrada
comprovando o estudo realizado.
8.2.1 - Equaes de tenso e corrente nos enrolamentos

A figura 8.1 mostra o diagrama esquemtico do retificador de doze pulsos.
Figura 8.1 Retificador de doze pulsos.
A figura 8.2 mostra os diagramas fasoriais das tenses no primrio e em cada

enrolamento secundrio do transformador, para uma seqncia de fases ABC.
Figura 8.2 Diagramas fasoriais das tenses nos enrolamentos.

Considerando uma relao de transformao unitria entre as tenses de linha do

sistema de alimentao e as tenses de linha na entrada de cada ponte retificadora, as relaes
entre as tenses nas bobinas do transformador valem:
VPRIM V (8.1)
V
VSEC-y (8.2)
3
VSEC-d V (8.3)
A quantidade V representa o valor eficaz da tenso aplicada a bobina do primrio do

transformador.
A operao em srie das duas pontes retificadoras determina a circulao da corrente de
carga nas linhas de cada secundrio do transformador.
A corrente em cada bobina do secundrio ligado em delta, ou seja, a corrente de fase,
uma parcela da corrente na linha correspondente, cujo patamar a corrente de carga. Neste
secundrio a corrente divide-se instantaneamente em dois teros da corrente de carga, para
bobina correspondente a maior tenso de linha, e um tero para as outras duas bobinas.
A seqncia com que as referidas correntes ocorrem definida pela seqncia das
tenses em cada secundrio do transformador. Para seqncia do sistema de alimentao
mostrado na figura 8.2 as correntes so apresentadas na figura 8.3 para os enrolamentos
secundrios e 8.4 para os enrolamentos do primrio.
A corrente de linha drenada do sistema de alimentao composta pelas correntes de
fase do enrolamento primrio. Esta corrente mostrada na figura 8.4
Figura 8.3 Correntes nos enrolamentos secundrio

Captulo VIII / Retificador Trifsico de Doze Pulsos Alimentado por Transformador /Y- 99
Figura 8.4 Corrente no enrolamento primrio e corrente de linha.
Em cada bobina do primrio circula uma corrente resultante da soma das correntes nos
dois secundrios levando-se em cota as relaes de transformao, conforme a equao 4.
ISEC-y
I PRIM + ISEC-d (8.4)
3
8.2.2 - Anlise harmnica da corrente de linha
A corrente drenada da linha de alimentao dada pela equao (8.5) e mostrada na
figura 8.5.

2,5 I 0 wt 6

2
I L ( wt ) 1,57 I wt (8.5)
6 6
2
0,58 I 6
wt
2
Figura 8.5 Corrente drenada da rede de alimentao

A forma de onda da corrente de linha possui simetria de meia onda, portanto a srie de
Fourier para a mesma apresenta apenas componentes mpares. Sendo ainda a funo da corrente
mpar a respectiva srie de Fourier composta apenas por temos em co-seno, os quais so
determinados a seguir.
Termos em co-seno:
T
2
a n 4 -T2 I L ( wt ) d(wt ) (8.6)
T 2
Substituindo a expresso de corrente na equao (8.6) obtm se :

4I n 2 n
an 0,99 cos( ) 0,58 cos( ) 0,58 (8.7)
n 6 6
Para n=1 obtm se o coeficiente da componente fundamental de corrente:
6,88 I
a1 (8.8)

Os coeficientes dos componentes harmnicos em termos do coeficiente do componente
fundamental dado pela equao(8.9):
a1 n 2 n
an 0,99 cos( ) 0,58 cos( ) 0,58 (8.9)
n 1,72 6 6
Os temos no nulos da equao acima correspondem a:
n = 12 k 1 (8.10)
onde k inteiro positivo.
O espectro harmnico da corrente de entrada mostrado na figura 8.6.
Figura 8.6 Espectro harmnico da corrente de entrada
8.2.3 - Especificaes dos enrolamentos do transformador

A expresso de corrente para cada bobina do transformador facilmente obtida por

inspeo do respectivo grfico. Com a expresso de cada corrente so determinadas as equaes
abaixo, determinando por fim a potncia aparente de cada enrolamento do transformador.
Corrente eficaz no enrolamento secundrio conectado em estrela
6
I SEC-y-EF I (8.11)
3
Corrente eficaz no enrolamento secundrio conectado em delta
2
I SEC-d-EF I (8.12)
3
Corrente eficaz no enrolamento primrio
I PRI-EF 0,98 I (8.13)

Sejam P e Vd a potncia e tenso de sada do conversor e observando que as duas
pontes so conectadas em srie, calcula-se:
P = Vd I (8.14)
A relao entre a tenso eficaz na bobina do primrio e a tenso mdia na carga dada
por:
Vd 4,68 V (8.15)
Potncia aparente do secundrio conectado em estrela
S SEC-y 3 V I SEC-y-EF S SEC-y 0,523 P (8.16)
Potncia aparente do secundrio conectado em delta
S SEC-d 3 3 V I SEC-d-EF S SEC-d 0,523 P (8.17)

Potncia aparente do enrolamento primrio
S PRIM 3 3 V I PRIM-EF S PRIM 1,008 P (8.18)
8.3 - SIMULAO
Acorrente drenada do sistema de alimentao obtida por simulao apresentada na
figura 8.7.
Os valores dos componentes harmnicos da corrente drenada do sistema de
alimentao, obtidos analiticamente e por simulao, so apresentados na tabela de dados
abaixo. Cada componente harmnico relacionado em termos percentuais com o componente
fundamental.
Figura 8.7 Tenso e corrente de entrada

Na tabela abaixo so listados a amplitude das componentes hamnicas para corrente de
linha, comparando os valores calculados com os obtidos por simulao.
Harmnico Freqncia(Hz) Calculado % Simulado %
1 60 100 100
11 660 9.09 8.18
13 780 7.69 6.72
23 1380 4.34 2.90
25 1500 4 2.54
8.4 - BIBLIOGRAFIA
[1] PAICE, D. A , Power electronic converter harmonic . New York, IEEE : 1996
[2] PELLY, Brian R. , Thyristor phase-controlled converters: operation, control and
performance. New York, : Willey Interscience, 1971
[3] SCHAFER, Johannes Rectifier circuits: teory and design,. John Wiley & Sons, Inc,1965
8.5 - ANEXO - ARQUIVO DE SIMULAO

Listagem do arquivo de simulao
D_D6 1 2 Dbreak
D_D D5 3 2 Dbreak
R_R24 5 4 10000k
R_R26 7 6 0.1
R_R27 9 8 0.1
D_D11 4 10 Dbreak
I_I2 2 11 DC 50A
D_D14 6 10 Dbreak
D_D15 11 6 Dbreak
D_D12 10 Dbreak
D_D13 11 8 Dbreak
R_R35 6 10 100k
R_R36 8 10 100k
R_R39 11 4 100k
R_R38 11 6 100k
R_R37 11 8 100k
R_R30 1 2 100k
R_R22 13 12 10000k
R_R1 15 14 0.1
R_R2 17 16 0.1
R_R3 19 18 0.1
V_V3 20 0 SIN 0 311 60 0 0 120
V_V2 21 0 SIN 0 311 60 0 0 -120
V_V1 13 0 SIN 0 311 60 0 0 0
R_R4 23 22 0.1
V_V6 5 0 SIN 0 311 60 0 0 0
V_V4 24 0 SIN 0 311 60 0 0 -120
R_R5 26 25 0.1
R_R6 28 27 0.1
V_V5 29 0 SIN 0 311 60 0 0 120
L_L4 21 17 10nH IC=50
L_L5 20 19 10nH IC=50
L_L6 5 23 10nH IC=50
L_L7 24 26 10nH IC=50
L_L8 29 28 10nH IC=50
D_D7 10 30 Dbreak
R_R33 10 30 100k
D_D8 10 3 Dbreak
R_R32 10 3 100k
D_D9 10 1 Dbreak
R_R28 30 2 100k
K_TX7 L1_TX7 L2_TX7 0.99999
L1_TX7 16 20 15H
L2_TX7 1 12 5H
K_TX8 L1_TX8 L2_TX8 0.99999
L1_TX8 18 13 15H
L2_TX8 3 12 5H
K_TX10 L1_TX10 L2_TX10 0.99999
L1_TX10 25 29 15H
L2_TX10 7 8 15H
K_TX11 L1_TX11 L2_TX11 0.99999
L1_TX11 27 5 15H
L2_TX11 9 4 15H
D_D10 11 4 Dbreak
K_TX9 L1_TX9 L2_TX9 0.99999
L1_TX9 22 24 15H
L2_TX9 31 6 15H
R_R25 31 4 0.1
R_R29 3 2 100k
D_D4 30 2 Dbreak
K_TX6 L1_TX6 L2_TX6 0.99999
L1_TX6 14 21 15H
L2_TX6 30 12 5H
R_R31 10 1 100k
R_R34 4 10 100k
L_L3 3 15 10nH IC=50
CAPTULO IX
RETIFICADOR TRIFSICO COM 18 PULSOS
ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM CONEXES
DELTA / ESTRELA ZIGUEZAGUE - ZIGUEZAGUE
E SADAS LIGADAS EM PARALELO
SIMBOLOGIA
A,B,C - Enrolamentos do lado primrio. vsecji - Tenso de fase no secundrio i do bloco

ak - Termos em co-seno de uma decomposi- retificador j.
o harmnica. Y - Refere-se ao secundrio conectado
a,b,c - Enrolamentos do lado secundrio. em Y.
bk - Termos em seno de uma decomposio Z+20 - Refere-se ao secundrio conectado em
harmnica. ziguezague com adiantamento de 20.
Di - Diodo retificador. Z-20 - Refere-se ao secundrio conectado em
F.P. - Fator de potncia. ziguezague com atraso de 20.
g - Relao de transformao entre A e a2
(idntica quela entre A e a3). Refere- n - Variao (salto) relativa da funo no
se aos enrolamentos maiores das ngulo n.
conexes em ziguezague (g grande). - Erro percentual.
ifi - Corrente da fase i (lado primrio). - ngulo pelo qual a forma de onda
ipi - Corrente do primrio i. adiantada, com vistas a facilitar a an-
Is - Corrente mdia de sada. lise harmnica. A funo modificada
Isj - Corrente mdia de sada do grupo indicada por um asterisco.
retificador j. n - ngulo em que a funo apresenta uma
isecji - Corrente atravs do enrolamento se- descontinuidade.
cundrio i do grupo retificador j. k - Fase do componente de ordem k.
Lsj - Indutor de filtragem de sada do grupo - ngulo genrico.
retificador j. - Freqncia angular.
m - Relao de transformao entre A e a2
(idntica quela entre A e a3). Refere- Subndices:
se aos enrolamentos menores das co- ef - Valor eficaz da grandeza.
nexes em ziguezague (m menor). md - Valor mdio da grandeza.
N - Nmero de espiras do enrolamento i - Indica a qual fase est associada a gran-
n - Varivel auxiliar. deza.
P - Potncia ativa. j - Indica a qual bloco retificador est as-
Q(k) - Funo auxiliar. sociada a grandeza.
r - Varivel auxiliar. k - Indica o componente harmnico de
Rs - Resistncia de carga. k-sima ordem.
S - Potncia aparente. Superndice
T - Perodo da onda. * - Assinala a funo modificada.
TDH - Taxa de distoro harmnica.
vfi - Tenso da fase i. Os valores instantneos so assinalados por
vs - Tenso de sada. letras minsculas.
106 Emprego de transformadores e autotransformadores...
9.1 - INTRODUO
Analisa-se neste captulo o funcionamento do retificador trifsico composto por trs

blocos retificadores com seis pulsos associados em paralelo e alimentados por transformador
com conexo delta no lado primrio e as seguintes conexes nos secundrios:
Estrela;
Ziguezague com adiantamento de fase de 20 e
Ziguezague com atraso de fase de 20 1.
Desta forma, tem-se no secundrio trs sistemas trifsicos com defasamentos de 20
entre si. Como resultado destas ligaes, a corrente demandada da fonte de alimentao
apresenta somente componentes harmnicos a partir da 17a ordem e tambm um baixo nvel de
distoro harmnica total. As anlises matemticas so confirmadas por simulaes numricas
realizadas atravs do programa PSpice, com gerao de curvas e anlises harmnicas pelo
programa DSN. O diagrama da estrutura pode ser visto na fig.9.1.
i f1 i sec11
Ls1 is
i p3 a1 i s1
vf1
i f3 i sec12
C c1 b1 vs
A i p1 vs1
B retificador
i sec13
6 pulsos
i p2
vf3 Rs
vf2 i sec21
i f2
b'2
Ls2
a2 i s2
i sec22
c2 b2 c'2 vs2
retificador
Acoplamentos: 6 pulsos
a'2 i sec23
A - a1, a2, a'2, a3, a'3
B - b1, b2, b'2, b3, b'3
C - c1, c2, c'2, c3, c'3
c'3 i sec31
Ls3
a3 i s3
i sec32
c3 b3
vs3
b'3 retificador
6 pulsos
a'3
i sec33
Fig.9.1 - Diagrama da estrutura com 18 pulsos. Cada um dos retificadores com seis pulsos
alimentado por um arranjo diferente dos enrolamentos secundrios.
9.2 - ANLISES QUALITATIVA E QUANTITATIVA
1 Os defasamentos dos arranjos em ziguezague so medidos com relao ao enrolamento em estrela.
Captulo 9 / Retificador Trifsico com 18 Pulsos Alimentado por Transformador / Y - Z - Z 107
Inicialmente, importante verificarem-se as posies relativas dos fasores das diversas

tenses presentes na estrutura. Com a ajuda da fig.9.2, pode-se observar que as tenses da cone-
xo Y se encontram adiantadas em 30 com relao s tenses das fases de alimentao corres-
pondentes. Uma vez que as tenses da conexo Z+20 esto adiantadas em 20 adicionais, vsec21
se localiza em (30 + 20) = 50; seguindo-se o mesmo raciocnio, determina-se a posio de
vsec31 em (30 - 20) = 10.
Vf 3
Vsec32 Vsec 21
Vsec12 Vsec11
Vsec 22 o
50 Vsec31
o
30
o
o 10 o
0 0
Vf 1
Vf 2 Vsec33
Vsec13 Vsec 23
(a) (b)
Fig.9.2 - Diagramas fasoriais: a) tenses de fase do lado primrio;

b) tenses de fase produzidas pelas trs configuraes secundrias.
As correntes nos enrolamentos secundrios apresentam sempre o mesmo formato. No

entanto, elas ocorrem em instantes de tempo distintos e se refletem diferentemente no lado
primrio. A anlise das correntes na entrada feita a seguir, atravs da superposio das
correntes demandadas por cada grupo retificador individualmente.
9.2.1 - Corrente devida ao retificador alimentado por ligao Y
Para que as tenses aplicadas ao retificador tenham a mesma magnitude das tenses de
alimentao, as relaes de transformao devem estar em conformidade com a equao (9.1).
(Registra-se a relao de apenas uma das fases. Para as outras fases, a relao a mesma:
Nb1/NB = Nc1/NC = Na1/NA.)
N a1 N A 1 3 . ( 9.1)
Em conseqncia, as correntes nos enrolamentos primrios so reduzidas pelo mesmo

fator 1 3 . A corrente da fase 1 devida ao retificador alimentado por ligao em estrela, if1Y(t),
pode ser determinada com o auxlio da fig.9.3, baseando-se na expresso (9.2).
i sec11 i sec13
i f 1Y ( t ) i p1Y i p 3Y . (9.2)
3
v sec11 v sec12 v sec13

v sec11 ( t )
v sec12 ( t )
v sec13 ( t )
I s1
i sec11 ( t )
I s1
I s1
i sec12 ( t )
I s1
I s1
i sec13 ( t )
I s1
i f 1Y ( t )
v f1 ( t )
I s1 3
I s1 3
referencial
v sec11 t

referencial t
v f1

Fig. 9.3 - Tenses e correntes referentes ao retificador alimentado por ligao Y. Mostram-se
as escalas dos ngulos com base nos referenciais de vsec11 e de vf1.
A anlise harmnica de if1(t) facilitada se se utilizar o referencial de vf1(t). A corrente

apresenta ento somente componentes senoidais de ordens mpares. Utilizando-se o mtodo das
descontinuidades (DEWAN e outros, 1984), determinam-se as amplitudes destes componentes:
4 I s1 k 4 I s1 k
I f 1Y cos k 0 cos 1 cos ; (9.3)
k
3 k 3 3 k 3
8 I s1 k
I f 1Y cos 2 ; (9.4)
k
3 k 6
2 3 I s1
I f 1Y k 6n 1; n 0,1,2 ,... (9.5)
k k
Verifica-se que, alm do termo fundamental, somente existem os componentes de
ordens vizinhas a 6 e seus mltiplos: 5, 7, 11, 13, 17, 19, ... A forma de onda original
descrita por (9.6).
2 3 I s1
sen( kt )
i f 1Y ( t )

k
. (9.6)
k 6n 1
n 0,1,...
9.2.2 - Corrente devida ao retificador alimentado via ligao Z+20
O segundo retificador alimentado por enrolamentos secundrios que promovem um

adiantamento de 20 das tenses, com relao s tenses aplicadas ao retificador 1. Para que
se obtenha tal defasamento, os enrolamentos secundrios devem ser conectados em ziguezague
(a2-b2, b2-c2 e c2-a2), conforme indicado na fig.9.1, respeitando as relaes de transformao
expressas por (9.7) e (9.8).
N a2 sen( 60 o 20 o )
g g 0,4285 ; (9.7)
NA 3 sen(120 o )
N a2 sen( 20 o )
m m 0,2280 . (9.8)
NA 3 sen(120 o )
A corrente atravs de cada enrolamento secundrio se reflete no lado primrio tambm
de acordo com a respectiva relao de transformao. Assim, com base no diagrama da fig.9.1,
pode-se calcular if1:
i f 1 i p1 i p 3 i f 1 g i sec21 m i sec23 g i sec23 m i sec22 . (9.9)
Na conexo em ziguezague, vlida a identidade (9.10).

i sec 21 i sec 22 i sec23 0 . (9.10)
Ento:
i f1 g m i sec21 g 2m i sec23 . (9.11)
Substituindo-se os valores de g e m, obtm-se:

i f1 0,2005 i sec21 0,8845 i sec23 . (9.12)
Na fig.9.4 podem-se visualizar as tenses e as correntes do lado secundrio, bem como
a corrente if1(t), acompanhada da tenso vf1(t). A forma de onda dessa corrente repetida na
fig.9.5, adiantada em 30 para facilitar a anlise harmnica. Mesmo com este adiantamento, a
onda ainda se encontra 20 atrasada em relao a vf1(t). Compensa-se este atraso no resultado
final, mediante a adio de (k.20) fase do componente de ordem k. A onda apresenta termos
em seno e em co-seno. Devido simetria alternada2, os termos de ordens pares so nulos e a an-
lise pode ser efetuada em apenas meio perodo da onda.
2 I s2 k 2 k
ak 0,8845 sen 0,2005 sen ; (9.13)
k 3 3
2 I s2 k 2 k
bk 0,2005 0,8845 cos 0,2005 cos 0,8845 cos k . (9.14)
k 3 3
Uma vez que k assume somente valores inteiros e mpares, conseguem-se as seguintes
simplificaes:
2 Simetria alternada: o semiciclo negativo uma reproduo invertida do semiciclo positivo. Matematicamente,
pode-se escrever: f () = f ( + ).
2k k
cos cos (k inteiro e mpar); (9.15)
3 3
2k k
sen sen (k inteiro e mpar). (9.16)
3 3
As relaes a seguir podem ainda ser estabelecidas, atravs das quais se constata a anu-
lao dos componentes de ordens mltiplas de 3:
k 2 k 3 2 ; k 1,5,7,11, ...
1 cos 2 cos (9.17)
3 6 0 ; k 3,9, ...
3 2 ; k 1,7,13,...
k
sen 0 ; k 3,9,15,...
3
(9.18)
3 2 ; k 5,11,17...
1,368 I s2 3 11847
, I s2 1, k 1,7,13, ...
ak Q( k ) Q( k ) Q(k ) (9.19)
k 2 k 1, k 51117
, , ...
vsec21 vsec 22 vsec 23

vsec 21 ( t )
vsec 22 ( t )
vsec 23 ( t )
I s2
isec 21 ( t )
I s2
I s2
isec 22 ( t )
I s2
I s2
isec 23 ( t )
I s2
if1Z+20 (t)
v f1 ( t )
( g 2m) I s2
( g m ) I s2
referencial t
v sec 21

(=50 o)
Fig.9.4 - Tenses e correntes relacionadas ao retificador alimentado

via ligao Z+20. Observa-se que o componente fundamental
da tenso vf1 se encontra 50 atrasado em relao a isec21.
i*f 1Z 20 (t )
0,2005 Is2
0,8845 Is2
0,2005 Is2
0,8845 Is2

Fig.9.5 - Forma de onda da corrente na fase 1 modificada

(adiantada em 30) para facilitar a anlise harmnica.
Assim:

11847
, I s2
ak k 6n 1; n 0,1,2,... (9.20)
k
3,255 I s2
bk k 6n 1; n 0,1,2,... (9.21)
k
Logo, a magnitude do componente de ordem k :
3,4639 I s2 2 3 I s2
I *f 1 Z 20 a 2k b 2k I *f 1 Z 20 (9.22)
k k k k
E sua fase:
k arctg a k b k k 20 o , k 6n 1; n 0,1,2, ... (9.23)
Para a descrio da onda original, corrige-se o ngulo k, chegando-se a:

2 3 I s2 sen kt ( k 1) 20
o

sen kt ( k 1) 20 o
i f1
Z 20
(t )

(9.24)
k 6n1 k k 6n 1
k
n 0,1,... n 1, 2,...
9.2.3 - Corrente devida ao retificador alimentado por ligao Z-20
O terceiro retificador conectado com ligao ziguezague que fornece tenses atrasadas
em 20 com relao s tenses dos enrolamentos secundrios em Y. Isto conseguido
utilizando-se as mesmas relaes de transformao g e m obtidas nas equaes (9.7) e (9.8) para
a conexo Z+20, mas ligando-se os secundrios na ordem contrria (a3-c3, b3-a3 e c3-b3),
conforme indicado na fig.9.1. No presente caso, a corrente da fase 1 dada por:
i f 1 g i sec31 m i sec32 g i sec33 m i sec31 (9.25)
i f 1 (g 2 m) i sec31 (g m) i sec 33 (9.26)

Logo:
i f 1 0,8845 i sec31 0,2005 i sec33 (9.27)
As formas de onda das grandezas eltricas so mostradas na fig.9.6. O formato da cor-

rente no lado primrio semelhante ao obtida no caso Z+20, apenas com posies invertidas dos
patamares inferior e intermedirio e defasamento de 10. Emprega-se um procedimento anlogo
ao do item anterior, escolhendo-se = /6 como origem para a anlise harmnica e subtraindo-
se posteriormente k.20 fase do componente de ordem k.
vsec 31 vsec 32 vsec 33

vsec 31 ( t )
vsec 32 ( t )
vsec 33 ( t )
I s3
i sec 31 ( t )
I s3
I s3
i sec 32 ( t )
I s3
I s3
i sec 33 ( t )
I s3
i f 1Z 20 ( t )
v f1 ( t ) (g m)I s2
(g 2 m)I s2
referencial
vsec 31 t

Fig.9.6 - Tenses e correntes relativas ao retificador

alimentado por ligao Z-20.
2 I s3 k 2k
ak 0,2005 sen 0,8845 sen ; (9.28)
k 3 3
2 I s3 k 2k
bk 0,8845 0,2005 cos 0,8845 cos 0,2005 cos k ; (9.29)
k 3 3
11847
, I s3
ak k 6n 1; n 0,1,2,... (9.30)
k
3,255 I s3
bk k 6n 1; n 0,1,2,... (9.31)
k
Observa-se que a decomposio harmnica da onda if1Z-20(t) apresenta termos bastante

semelhantes obtida anteriormente, para Z+20. A diferena consiste no sinal de ak, que sempre
contrrio ao expresso por (9.20), implicando que os defasamentos de k = 20 ocorrem de
forma invertida neste caso. A equao (9.32) expressa este resultado, j se havendo corrigido os
atrasos k.

2 3 I s3 sen kt ( k 1) 20
o

sen kt (k 1) 20o .
i f 1 Z 20 ( t)
k

k (9.32)
n 0,1,...
k 6 n 1 k 6n1
n1,2 ,...
9.2.4 - Corrente total: a superposio dos efeitos
A corrente total na fase 1 da alimentao da estrutura, if1(t), a soma das parcelas refe-
rentes aos trs retificadores:
i f 1 ( t ) i f 1Y ( t ) i f 1Z 20 ( t ) i f 1Z 20 ( t ) . (9.33)
Considera-se que o sistema esteja perfeitamente equilibrado, de modo que cada grupo
retificador fornece 1/3 da corrente de sada:
I s1 I s2 I s3 I s 3 . (9.34)
Inicialmente, verifica-se a contribuio conjunta dos retificadores ligados em zigueza-

gue.
.

i f1
Z 20 , Z 20
(t )
2 3 Is

1
3 k 6 n 1 k

sen kt ( k 1) 20 o sen kt ( k 1) 20 o (9.35)
n 0,1,...
Mas:

sen kt ( k 1) 20 o sen kt ( k 1) 20 o 2 sen ( kt ) cos ( k 1) 20 o . (9.36)
Sendo k = 6n1, tem-se:
2 n

2 sen ( kt ) cos 6n 20 o 2 sen ( kt ) cos
3
; (9.37)

4 3 Is 1 2 n
i f 1 Z 20 , Z 20 ( t ) cos sen kt ; (9.38)
3 k 6 n 1 k 3
n 0,1,...
4 3 I s sen kt

3 k 6 n 1 k
quando n = 0, 3, 6, ...
i f 1 Z 20, Z 20 ( t ) (9.39)
2 3 I s
sen kt
3 quando n = 1, 2, 4, 5, ...
k 6 n 1 k
Reescreve-se abaixo a equao para a corrente if1Y(t).

2 3 Is sen( kt )
i f 1Y ( t )
3
k
. (9.40)
k 6 n 1
n 0,1,...
Por ser a soma das expresses (9.39) e (9.40), a corrente total if1(t) apresenta somente
termos em seno, sem defasamentos. Eles se anulam quando n = 1,2,4,5, ...e se somam quando
n 0,3,6,... Assim, os componentes harmnicos de ordens mais baixas ocorrem com n = 3, ou
seja, k 6 3 1 k 17 e k 19 . Os termos que se fazem presentes mais adiante no espectro
so de ordens k = 35 e k = 37.
Os componentes de mesma ordem gerados por qualquer um dos grupos retificadores
possuem as mesmas amplitudes. Aqueles referentes ligao Y apresentam sempre ngulo =
0. Quando k = 5, 7, 11, 13, 23, 25, ..., os fasores relativos a Z+20 e Z-20 se localizam em =
120, de forma que a resultante no alimentador nula. Os componentes de Z+20 e Z-20
somente se alinham em = 0 quando k = 18r1 = 17, 19, 35, 37, ... A corrente if1(t) ento
expressa por (9.41).

2 3 Is sen( kt )
i f1 (t)

k
. (9.41)
k 18r 1
r 0,1,...
O valor de pico da senide fundamental 1,10 Is. A amplitude do k-simo componente

harmnico guarda a relao 1/k com a do termo fundamental.
Na fig.9.7 podem ser visualizadas as parcelas oriundas de cada um dos retificadores,
bem como a corrente total if1, acompanhada da tenso da fase 1.
i f 1Y ( t )
(a)
i f 1Z 20 ( t )
(b)
i f 1Z 20 ( t )
(c)
i f1 ( t )
v f1 ( t )
(d)
0 5 10 15 20
t (ms)
Fig.9.7 - Correntes provenientes de cada um dos retificadores: a) Y; b ) Z+20; c) Z-20.

d) Corrente total acompanhada da tenso da fase 1.
9.2.5 - O transformador
9.2.5.1 - Enrolamentos primrios

A taxa de distoro harmnica da corrente :

1
TDH 2
. (9.42)
k 18 r 1 k
r 1,2 ,...
Considerando-se at a 55a ordem, tem-se TDH = 9,2%. Em conseqncia, a relao S/P

da fase 1 (e do lado primrio como um todo) prxima unidade:
S I f 1ef S
1 TDH 2 1,0042 . (9.43)
P I f 11 P
ef
9.2.5.2 - Enrolamentos secundrios

As correntes nos enrolamentos secundrios apresentam o mesmo formato em todos os
grupos retificadores. Os valores eficazes dos componentes e o valor eficaz total destas correntes
so dados por:
6 Is
I sec k ; (9.44)
ef k
I sec ef I s 2 3 . (9.45)
Assim:
2 2
TDH 1 31,1% ; (9.46)
18
I sec ef 2 6
1,047 . (9.47)
I sec 1 ef 3 3
O resultado acima concorda com aquele apresentado pelo Prof. BARBI (1986, p.94). A
relao S/P para a conexo em estrela idntica ao valor acima. J os outros arranjos merecem
uma ateno especial. Assumindo-se que a tenso no tenha distoro harmnica e levando-se
em conta que o componente fundamental da corrente secundria est em fase com sua tenso, a
potncia ativa entregue pela fase secundria 1 ao retificador 2 :
P v sec 21 ef i sec 211 . (9.48)
ef
No entanto, vsec21 resultado da soma de tenses de dois enrolamentos (a2 e b2). A

potncia aparente envolvida neste caso a soma das potncias aparentes de ambos os enrola-
mentos:

S v a2 ef v b 2 ef i sec 21ef . (9.49)
Relacionando-se as tenses secundrias s tenses primrias, pode-se escrever:

v a 2ef v b 2ef g m
. (9.50)
v sec 21 1 3
ef
Utilizando-se o resultado (9.47), chega-se relao S/P vlida para os dois arranjos em
ziguezague:
S g m i sec 211 S
3 0,4285 0,2280 1,191 . (9.51)
P 1 3 i sec 211ef P 3
A relao S/P global dos secundrios pode ser obtida ponderando-se os valores acima:
S / P 1,047 1,191 1,191 / 3 S / P 1,143 . (9.52)
Ponderando-se agora os valores do primrio e do secundrio, chega-se a:

S 1,0042 1,143
1,074 . (9.53)
P total 2
Pode-se portanto prever que o transformador deve ser apenas 7,4% maior que um trans-
formador destinado a alimentar uma carga puramente resistiva de igual potncia.
9.2.6 - Indutores de filtragem
As tenses mdias de sada dos trs retificadores so, idealmente, iguais. No entanto,
suas tenses instantneas no o so, motivo pelo qual devem ser colocados entre as sadas e a
carga indutores de filtragem. O projeto destes indutores feito a seguir, considerando-se a
mxima ondulao de corrente admissvel.
A tenso aplicada sobre um indutor de filtragem a diferena entre o valor instantneo
da tenso de sada do retificador (que apresenta seis pulsos por perodo da tenso de
alimentao) e o valor mdio da tenso na carga (considerando-se que a ondulao da tenso na
carga seja desprezvel). Na fig.9.8 podem-se visualizar estas tenses. O eixo vertical foi
propositalmente colocado no pico da co-senide de sada. O valor mdio da tenso (3/)Vpico,
e o valor instantneo se iguala a ele em 0,3014 rad 17,27 o .
vs (t )
Vs pico cost
Vsmd
-0,3014 0,3014 t
o o o o o
-30 -17,27 0 17,27 30
Fig.9.8 - Tenso de sada de um retificador com seis pulsos:

valor instantneo e valor mdio na carga.
A variao da corrente atravs do indutor proporcional integral da tenso sobre ele.

Assim:
0, 3014
3
VL s
dt 2 Vspico cos t dt Vspico dt ;

(9.54)
0

3
VL
0, 3014
dt 2 Vspico sen 0 Vspico 0,3014 . (9.55)

s

Mas:
1
VL s
dt
s
VL dt . (9.56)
Logo:

VL dt 47,968 10
6
s
Vspico ( unidade: V s) . (9.57)

1
Ls
I Ls VL s
dt (9.58)
Escolhendo-se ILs = 1A, tem-se Ls 25,9mH Ls = 26mH.
9.3 - SIMULAES NUMRICAS

A estrutura foi simulada utilizando-se como carga uma resistncia Rs = 9. A corrente
de sada esperada , portanto, 539/9 = 59,9A. Desta forma, cada retificador deve suprir aproxi-
madamente 20A carga. As tenses das fontes de alimentao utilizadas so de valor eficaz de
220V e freqncia de 60Hz. O transformador trifsico foi simulado por trs transformadores
monofsicos com cinco secundrios cada um (o transformador monofsico, por sua vez, consiste
em indutncias fortemente acopladas). Desejou-se limitar a corrente de magnetizao a 0,5A de
pico a pico. Os indutores do lado primrio foram ento dimensionados como segue:
2 3 2 3 220
Lp 9 ,9 H (9.59)
2 60 0,5
Utilizaram-se indutores de 10H. Os indutores secundrios foram ento determinados
atravs das respectivas relaes de transformao, havendo-se empregado os seguintes valores:
3,333H na configurao em Y;
1,836H nos enrolamentos maiores dos arranjos em ziguezague e
0,52H nos enrolamentos menores dos arranjos em ziguezague.
Os resultados assim obtidos podem ser vistos nas figuras e tabelas que seguem.
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5

(a) t (ms) (b) t (ms)
Fig.9.9 - a) Correntes das trs fases de alimentao; b) Corrente e tenso da fase 1

(a tenso se encontra dividida por 3 para melhor visualizao).
TDH = 10%
Fig.9.10 - Espectro harmnico das correntes de entrada (a figura est truncada em 10% para
melhor visualizao; amplitude do componente fundamental: 100%.)
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5

t (ms) t (ms)
(a) (b)
Fig.9.11 - a) Tenso de sada (a linha tracejada indica o valor mdio);

b) Correntes atravs dos indutores de filtragem.
Ordem do comp. If1k/If11 (%) If1k/If11 (%)

harmnico (k) (por simulao) (terico)
17 5,88 5,88
19 5,23 5,26
35 2,83 2,86
37 2,66 2,70
53 1,85 1,89
55 1,77 1,82
Tabela 9.1 - Valores percentuais dos componentes harmnicos com relao ao termo
fundamental: valores obtidos via simulao numrica e valores tericos.
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5

(a) t (ms) (b) t (ms)
Fig.9.12 - a) Tenso (dividida por 10) e corrente do enrolamento primrio entre as fases 1 e 2.
b) Potncias instantnea (linha contnua) e mdia (linha tracejada)
transferidas por este enrolamento.
v p1
vsec21
v sec11
vsec31
v f1
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5

t (ms)
Fig.9.13 - Posies relativas das tenses observadas no retificador: vp1 se encontra 30

adiantada com relao a vf1; vsec11 est em fase com vp1, enquanto vsec21 e vsec31 se
acham respectivamente adiantada e atrasada em 20 com respeito a vsec11.
v v
sec21 sec31
v = v +v v = v +v
sec21 a2 b'2 sec31 a3 c'3
v
a3
v
a2
v v
b'2 c'3
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5

(a) t (ms) (b) t (ms)
Fig.9.14 - Composio das tenses nos enrolamentos secundrios

conectados em ziguezague. a) Z+20; b) Z-20.
p
sec21 p
sec31
p p
a2 a3
p
b'2
p
c'3
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5

(a) t (ms) (b) t (ms)
Fig.9.15 - Potncia instantnea de cada enrolamento

dos arranjos em ziguezague: a) Z+20; b) Z-20.
A tenso observada na sada de 508,3V. Logo, I s 508,8 9 56,5A . O valor eficaz

do termo fundamental de if1 44,2A, com 10% de distoro harmnica. (Teoricamente,
I f11 1,10 56,5 2 43,9A , no se levando em considerao a corrente de magnetizao.) As
relaes S/P dos diversos enrolamentos esto listadas na tabela 9.2. As variaes das correntes
nos indutores de filtragem so ILs1 = ILs2 = ILs3 = 0,99A, ratificando o procedimento ado-
tado para seu projeto. A variao da tenso de sada Vs = 0,97V.
S/P S/P
Enrolamento
(por simulao) (terico)
Primrio 1,0054 1,0042
Secundrio (Y) 1,046 1,047
Secundrio (Z+20) 1,190 1,192
Secundrio (Z-20) 1,190 1,192
Tabela 9.2 - Relaes S/P referentes aos diversos enrolamentos, obtidas

via simulao numrica e por anlise terica.
9.4 - COMENTRIO FINAL
A estrutura com 18 pulsos, constituda por trs retificadores associados em paralelo

apresentou os resultados esperados. Apenas se fazendo as conexes adequadas dos transforma-
dores, consegue-se reduzir sensivelmente a distoro harmnica da corrente demandada da fonte
de alimentao, atingindo-se um nvel de TDH inferior a 10%, o que possibilita uma operao
com fator de potncia bastante elevado (F.P. = 0,995). Observou-se, no entanto, que muito
cuidado deve ser tomado na execuo do transformador e das conexes, pois qualquer
desbalanceamento de tenso entre os retificadores, ainda que de pequeno valor, pode trazer como
conseqncia um considervel desequilbrio nas correntes entregues por cada um deles. Este
fenmeno foi percebido em uma das simulaes numricas realizadas, na qual se utilizaram
arredondamentos com pouca preciso para as relaes de transformao. Estas relaes foram
posteriormente recalculadas, para que se obtivessem os resultados ora apresentados. De qualquer
forma, a tcnica analisada de grande validade e interesse, por sua robustez e simplicidade.
9.5 - BIBLIOGRAFIA
[1] BARBI, Ivo. Eletrnica de potncia. Florianpolis: Ed. da Universidade Federal de Santa
Catarina, 1986. (Srie Didtica.)
[2] DEWAN, S.B.; SLEMON, G.R.; STRAUGHEN, A. Fourier analysis. In: ___. Power
semiconductor drives. New York: John Wiley and Sons, 1984. Apndice A, p.332-340.
[3] MEHL, Ewaldo L.M. Simulao de circuitos eletrnicos em computadores. Curitiba: Uni-
versidade Federal do Paran, s.d. Apostila.
[4] PAICE, Derek A. Power electronic converter harmonics. New York: The Institute of
[5] RICIERI, Aguinaldo Prandini. Construindo a srie de Fourier. So Paulo: Prandiano,
1988.
9.6 - ANEXO: ARQUIVO DE SIMULAO UTILIZADO NO PROGRAMA PSPICE, VERSO 4.05
* Simulao do retificador com 18 R14 34 43 .049

* pulsos alimentado por transfor- R15 35 43 .049 R10 46 28 .05
* madores com ligaes: delta / R16 47 36 .001 R11 27 29 .05
* estrela-ziguezague-ziguezague. R17 41 37 .001 R12 26 30 .05
* Simulado de 18-impulsa rekti- R18 42 38 .001 * sada / eliro
* filo nutrita per transformilo kun
* segundo retificador (Z+20) L19 20 45 26m ic=19.96
* konektoj: deltforma / stelforma -
* dua rektifilo (Z+20) L20 31 45 26m ic=19.96
* zigzaga - zigzaga. Marto 1997.
L21 39 45 26m ic=19.96
* Maro de 1997, iec, K180.CIR. D1 17 20 diodo
R19 45 48 9
D2 18 20 diodo
* lado primrio / primara flanko R20 48 21 0.0001
D3 19 20 diodo
R21 48 32 0.0001
V1 2 0 sin(0 311 60 0 0 0) D4 21 17 diodo
R22 48 40 0.0001
V2 3 0 sin(0 311 60 0 0 -120) D5 21 18 diodo
V3 4 0 sin(0 311 60 0 0 -240) D6 21 19 diodo * acoplamentos dos indutores
* kupladoj de la induktiloj
L1 5 8 10 ic=-.143 L4 12 11 1.836 * acoplamentos P-Sec e Sec-Sec
L2 6 9 10 ic=.0715 L5 13 11 1.836 * do mesmo retificador
L3 7 10 10 ic=.0715 L6 14 11 1.836 * kupladoj P-Sek kaj Sek-Sek
L7 14 16 .52 * de la sama rektifilo
R1 2 5 0.001 L8 13 15 .52
K1 L1 L4 .9999999
R2 3 6 0.001 L9 12 6 .52
K2 L1 L7 .9999999
R3 4 7 0.001
K3 L7 L4 .9999999
R4 8 6 0.05 R7 6 17 0.05
K4 L2 L5 .9999999
R5 9 7 0.05 R8 15 18 0.05
K5 L2 L9 .9999999
R6 10 5 0.05 R9 16 19 0.05
K6 L5 L9 .9999999
* lado secundrio / sekundara flanko * terceiro retificador (Z-20) K7 L3 L6 .9999999
* tria rektifilo (Z-20) K8 L3 L8 .9999999
* primeiro retificador (Y)
K9 L6 L8 .9999999
* unua rektifilo (Y) D7 28 31 diodo
K10 L1 L10 .9999999
D8 29 31 diodo
D13 36 39 diodo K11 L1 L14 .9999999
D9 30 31 diodo
D14 37 39 diodo K12 L10 L14 .9999999
D10 32 28 diodo
D15 38 39 diodo K13 L2 L11 .9999999
D11 32 29 diodo
D16 40 36 diodo K14 L2 L13 .9999999
D12 32 30 diodo
D17 40 37 diodo K15 L13 L11 .9999999
D18 40 38 diodo K16 L3 L12 .9999999
L10 23 22 1.836
K17 L3 L15 .9999999
L11 24 22 1.836
L16 47 33 3.333 K18 L15 L12 .9999999
L12 25 22 1.836
L17 41 34 3.333 K19 L1 L16 .9999999
L13 25 26 .52
L18 42 35 3.333 K20 L2 L17 .9999999
L14 24 27 .52
K21 L3 L18 .9999999
L15 23 46 .52
R13 33 43 .049
* acoplamentos Sec-Sec * fase 3 / fazo 3 + I(R16) I(R17) I(R18)

* de retificadores diferentes K38 L6 L12 .9999999 + V(39,40)
* kupladoj Sek-Sek de K39 L6 L15 .9999999 + V(2,0) V(3,0) V(4,0)
* malsamaj rektifiloj K40 L6 L18 .9999999 + V(45,48) I(L19) I(L20)
K41 L8 L12 .9999999 + I(L21)
* fase 1 / fazo 1
K42 L8 L15 .9999999 .print tran I(R1) I(R2) I(R3)
K22 L4 L10 .9999999
K43 L8 L18 .9999999 .print tran I(L1) I(L2) I(L3)
K23 L4 L14 .9999999
K24 L4 L16 .9999999
K25 L7 L10 .9999999
.print tran I(R16) I(R17) I(R18)
K26 L7 L14 .9999999 * definicao do modelo
.print tran V(2,0) V(5,8) V(45,48)
K27 L7 L16 .9999999 * difino de la modelo
.print tran V(6,22) V(6,33) V(6,41)
K28 L10 L16 .9999999 .model diodo d(Is=1e-18)
.print tran V(20,21) V(31,32)
K29 L14 L16 .9999999
* outros parmetros + V(39,40)
* fase 2 / fazo 2 * aliaj parametroj .print tran I(L19) I(L20) I(L21)
K30 L5 L11 .9999999 .probe I(R1) I(R2) I(R3)
.tran 4.151404u 1.017 1 20u uic
K31 L5 L13 .9999999 + I(L1) I(L2) I(L3)
.options itl4=50 itl5=0 abstol=10u
K32 L5 L17 .9999999 + V(6,11) V(15,11) V(16,11)
+ chgtol=.1n reltol=.01 vntol=10u
K33 L9 L11 .9999999 + I(R7) I(R8) I(R9) V(20,21)
+ numdgt=7
K34 L9 L13 .9999999 + V(6,22) V(27,22) V(26,22)
.end
K35 L9 L17 .9999999 + I(R10) I(R11) I(R12)
K36 L11 L17 .9999999 + V(31,32)
K37 L13 L17 .9999999 + V(6,33) V(41,34) V(42,35)
CAPTULO X
RETIFICADOR TRIFSICO DE DEZOITO PULSOS ALIMENTADO

POR TRANSFORMADOR COM CONEXO DELTA/POLGONO-
DELTA-POLGONO E SADAS LIGADAS EM SRIE
10.1 - INTRODUO
O retificador de 18 pulsos isolado com um transformador trifsico composto de um

primrio e trs secundrios. O primrio esta ligado em Delta e os secundrios em Polgono-
Delta-Polgono. Para se obter 18 pulsos, o polgono superior do secundrio encontra-se
adiantado em 20o em relao ao primrio; o delta do secundrio encontra-se em fase em relao
ao primrio e, finalmente, o polgono inferior do secundrio encontra-se atrasado em 20o em
relao ao primrio. Os estgios retificadores do retificador esto ligados em srie.
Neste captulo so desenvolvidos e apresentados os seguintes tpicos: anlise
harmnica da corrente de entrada ao retificador, anlise harmnica da tenso de sada do
retificador, corrente mdia atravs dos diodos retificadores da ponte e mxima tenso reversa
sobre os diodos da ponte.
10.2.1 - Topologia do Retificador

O circuito de potncia do retificador apresentado na Fig. 10.1.
i'a
D1 +
D2 D3
i's3 i's1
i'b
N'2
N'1
i'c
i's2
D4 D5 D6
i'A
iA = i''A
i'''A i''a
A i'p1 D7 D8 D9
i'p3 i''p1
i''p3 i'''p1 i''s3 i''s1 I md
VA VC i'''p3 Np
i''b
N''s Vo
B
i'C C
VB iC = i''C i'p2 i''s2 i''c
i'''C i''p2
i'''p2
i'B D10 D11 D12

iB = i''B
i'''B i'''a
i'''s3 D13 D14 D15

i'''s1
N'''2
i'''b
N'''
1
i'''s2
i'''c D16 D17 D18 -
Fig. 10.1 - Circuito de Potncia do Retificador.

10.2.2 - Principais Formas de Onda

A seguir so mostradas as principais formas de onda de corrente e tenso do retificador
para um perodo da rede alternada (60Hz). Algumas das formas de onda foram obtidas com
ajuda das equaes que so dadas no item de anlise terica. Para obter a forma de onda da
corrente de entrada iA foi utilizado o princpio de superposio. Estas formas de onda sero
utilizadas para realizar a anlise terica do retificador posteriormente.
V'Linha
V'ab V'bc V'ca
0
wt
i'a
Imd
0 wt
-Imd
i' c
Imd
0 wt
i'A
1,1371Imd
0,7422Imd
0,3949Imd
0 wt
i''a = i''A
Imd
0
-Imd wt
i'''a
Imd
0
-Imd wt
i'''c
Imd
0
i'''A wt
1,1371Imd
0,7422Imd
0,3949Imd
0
wt
iA
3,2742Imd
2,8793Imd
2,1371Imd
1,1371Imd
0
wt
Fig. 10.2 - Principais Formas de Onda.

Captulo X / Retificador Trifsico de Dezoito Pulsos Alimentado por Transformador /P--P 125
10.2.3 - Anlise Terica

As correntes de entrada do retificador iA, iB e iC, so correntes de linha do primrio do
transformador que podem ser calculadas a partir da soma de amperes-espira dos enrolamentos de
cada perna do ncleo. Na anlise somente a corrente de linha iA determinada, pois iB e iC so
iguais e deslocadas em 120o e 240o. Para simplificar a anlise aplicado o princpio de
superposio. Com este princpio para cada secundrio determinado uma componente da
corrente de entrada. Como so trs secundrios existe trs componentes de iA, que so
denominados por iA, iA, iA. Portanto, a corrente iA igual soma destas componentes. O
equacionamento feito para qualquer relao de transformao primrio-secundrio e, somente
ao final das equaes ser assumida a relao das tenses de linha entre o primrio e secundrio
igual a 1.
a ) - Anlise da Ligao Delta/Polgono com 20o de Adianto
N p i' p1 N 1 i' s1 N 2 i ' s3 (10.1)
N p i'p3 N1 i's3 N 2 i's2 (10.2)
i'a i's1i's3 (10.3)
i' b i' s2 i' s1 (10.4)
i' c i' s3 i' s2 (10.5)
i'A i'p1 i'p3 (10.6)
Das Eqs. 10.1, 10.2, 10.3, 10.5 e 10.6, tem-se:

N1 N
i'A i'a 2 i'c (10.7)
Np Np
V'S o

V'2
o
o
V'1
Fig.10.3 - Diagrama Fasorial de uma Fase do Lado Secundrio do Transformador.
As relaes entre as tenses so dadas a seguir:

V'1 V'2 V'S
o
o
(10.8)
sen(40 ) sen(20 ) sen(120o )
V'1 sen(40o )
0,7422 (10.9)
V'S sen(120o )
V'1 N1
0,7422 (10.10)
V'S NS
V'2 sen(20o )
0,3949 (10.11)
V'S sen(120o )
V'2 N 2
0,3949 (10.12)
V'S NS
Substituindo as Eqs. 10.10 e 10.12 em 10.7, obtem-se a expresso da corrente de

entrada.
N N
i'A 0,7422 S i'a 0,3949 S i'c (10.13)
Np Np
NS
Se a relao de transformao 1 , a Eq. (10.13) igual a:
Np
i'A 0,7422 i'a 0,3949 i'c (10.14)
b ) - Anlise da Ligao Delta/Delta em Fase

N p i' 'p1 N s i' 's1 (10.15)
N p i' 'p3 N s i' 's3 (10.16)
i ' 'a i ' 's1i ' 's3 (10.17)
i' 'A i' 'p1i' 'p3 (10.18)
A partir das Eqs. (10.15), (10.16), (10.17) e (10.18), a corrente na fase A igual a:
N
i' 'A S i' 'a (10.19)
Np
Assumindo a relao de transformao igual a 1, tem-se:
i' 'A i' 'a (10.20)
c ) - Anlise da Ligao Delta/Polgono com 20o de Atraso

N p i' ' ' p1 N 1 i' ' 's1 N 2 i ' ' 's2 (10.21)
N p i' ' 'p3 N1 i' ' 's3 N 2 i' ' 's1 (10.22)
i' ' 'a i' ' 's1i' ' 's3 (10.23)
i' ' 'c i' ' 's3 i' ' 's2 (10.24)
i' ' 's1i' ' 's2 i' ' 's3 0 (10.25)
i' ' 'A i' ' 'p1 i' ' 'p3 (10.26)
Das Eqs. 10.21, 10.22, 10.23, 10.24, 10.25 e 10.26, tem-se a componente da corrente de
entrada na fase A:
N N N
i ' ' ' A 1 2 i ' ' ' a 2 i ' ' ' c (10.27)
Np Np Np
Utilizando o diagrama fasorial, obtem-se a relao de tenso do secundrio do

transformador.
V' ' '1 N1
0,7422 (10.28)
V' ' 'S NS
V' ' '2 N 2

0,3949 (10.29)
V' ' 'S NS
Substituindo as Eq. 10.28 e 10.29 em 10.27, tem-se em funo das tenses de fase do
primrio e secundrio do transformador.
N N
i' ' 'A 11371
, S i' ' 'a 0.3949 S i' ' 'c (10.30)
Np Np
Assumindo unitrio a relao de transformao, igual a:

i' ' 'A 11371
, i' ' 'a 0.3949 i' ' 'c (10.31)
Finalmente, a corrente de entrada da fase A do retificador igual a:
iA i'A i' 'A i' ' 'A (10.32)
d ) - Anlise Harmnica da Corrente de Entrada

A corrente de entrada do retificador (fase A) de dezoito pulsos com ligao /polgono-
delta-polgono, apresentam as seguintes harmnicas:
1 1 1
i A (t ) 3,308 I md sen(t ) sen17(t ) sen19 (t ) sen35(t ) ....
17 19 35
1 1 1
sen37 (t ) sen53(t ) sen55(t ) ........ (10.33)
37 53 55
Utilizando o programa Mathcad foi provada a Eq. 10.33, tal como mostra a Fig. 10.4.
100
80
60
40
20
I1( ) 0
20
40
60
80
100
0 0.628 1.257 1.885 2.513 3.142 3.77 4.398 5.027 5.655 6.283

Fig. 10.4 - Forma de Onda da Corrente de Entrada (fase A) Determinada com o Programa Mathcad.
Em relao componente fundamental, a seguir so dados os valores percentuais das

harmnicas utilizando a Eq. 10.33 e por simulao.
Ordem da (iAn / iA1)*100 (iAn / iA1)*100

Harmnica Terico Simulado
17 5,88 5,85
19 5,26 5,23
35 2,86 2,79
37 2,7 2,63
53 1,88 1,78
55 1,81 1,72
Tabela 1 - Valores Percentuais das harmnicas de Corrente da Fase A.
e ) - Anlise Harmnica da Tenso de Sada

A forma de onda da tenso de sada, apresenta uma ondulao tal como mostrada na
Fig. 10.5. A freqncia angular da ondulao 9.
vo
Vomax
Vomd
Vomin
0 wt
Para determinar o valor mdio da tenso de sada e para realizar anlise harmnica, so
assumidos os seguintes valores de tenso de fase e de linha.
Vfase E a : Tenso de fase em cada secundrio do transformador
Vab 3 E a : Tenso de linha eficaz em cada secundrio do transformador;
Vab ( pico) 2
3 E a : Tenso de linha pico em cada secundrio do
transformador.
O valor de pico da tenso de sada determinado com a seguinte equao substituindo
t=90 o
Vo( pico) Vab ( pico) sen (t 20 o ) Vab ( pico) sen (t ) Vab ( pico) sen (t 20 o ) (10.34)
Vo( pico) 2 ,879385 Vab ( pico) (10.35)
O valor mnimo da tenso de sada ocorre para um angulo de 80o. Portanto, substituindo
este valor na Eq. 10.34, tem-se:
Vo (min) 2 ,835641 Vab ( pico ) (10.36)
A tenso mdia de sada igual soma da tenso mnima e tenso mdia de ondulao.
A tenso mdia de ondulao obtida com ajuda da Fig. 10.6.
vond
Vond(pico)
Vond(md)
0 wt
Fig.10.6 - Ondulao da Tenso de Sada.
A amplitude da ondulao pode ser determinada da seguinte maneira:

Vond ( pico) Vo( pico) Vo(min) 0,0437442 Vab ( pico) (10.37)
A funo da ondulao :
v ond (t ) Vond ( pico ) sen 9 (t ) (10.38)
O valor mdio da ondulao da Fig. 10.6 determinado aplicando a definio de valor

mdio.
T
1
Vmd v(t ) d (t ) (10.39)
T 0

9
1
ond ( pico )
Vond ( md ) V sen9 (t ) d (t ) (10.40)
0
9
Desenvolvendo a Eq. 10.40, tem-se:

2
Vond ( md ) Vond ( pico ) (10.41)

Portanto, a tenso mdia de sada igual a:

Vo( md ) Vo(min) Vond ( md ) 2 ,8634895 Vab ( pico) (10.42)
Na tabela 2 comparado o valor da tenso de sada mdia terico e simulado. A

diferena nos valores deve-se queda de tenso nos semicondutores e outros componentes do
retificador.
Tenso de sada Terico Tenso de Sada Simulado

[V] [V]
1543,1 1535,9
Tabela 2 - Valores da Tenso de Sada do Retificador.
Desenvolvendo em series de fourier, a funo da tenso de sada do retificador pode ser
escrita da seguinte maneira:
1 1
v o (t ) 2 ,8634895 Vab ( pico ) 0,055696 Vab ( pico ) cos 18 (t ) cos 36 (t )
3 15
1 1 1
cos 54 (t ) cos 72 (t ) cos 90 (t ) .............. (10.43)
35 63 99
Utilizando o programa Mathcad foi provada a Eq. 10.43, tal como mostra a Fig. 10.7.
1560
1554
1548
1542
1536
V( )1530
1524
1518
1512
1506
1500
0 0.628 1.257 1.885 2.513 3.142 3.77 4.398 5.027 5.655 6.283

Fig. 10.7 - Forma de Onda da Tenso de Sada obtida com o Programa Mathcad.
f ) - Corrente Mdia e Tenso Reversa Mxima dos Diodos da Ponte Retificadora

A corrente mdia atravs de cada diodo da ponte retificador determinado aplicando a
definio de valor mdio.
T
1
T 0
I D1( md ) i D1 ( t ) dt (10.44)
2
3
1
I D1( md )
2
I md dt (10.45)
0
A corrente mdia em cada diodo a mesma. Portanto, necessrio conhecer em um

diodo simplesmente.
1
I D1( md ) I md (10.46)
3
Cada diodo do retificador deve ser capaz de suportar uma tenso reversa igual ao valor
de pico da tenso de linha de cada secundrio do transformador.
Ento:
VD1( reversa ) Vab ( pico) 2 3 Ea (10.45)
10.3 - SIMULAO
Os resultados obtidos mediante simulao so mostrados a seguir:

*Simulacao do conversor com 18 pulsos,

80
40
-40
-80
I(R1)*-1 0
Time
Fig. 10.8 - Forma de Onda da Corrente de Entrada do Retificador (Fase A).
TDH=10%
Fig. 10.9 - Espectro Harmnico da Corrente de Entrada do Retificador (Fase A).

Date/Time run: 05/21/97 Temperature: 27.0
20A
10A
0A
I(D1) avg(I(D1))
600V
400V
0V
V(21,18)
Time
Fig. 10.10 - Corrente e Tenso Reversa Mxima nos Diodos do Retificador.


1.54KV
1.53KV
1.52KV

V(21,45) avg(V(21,45))
Time

10.4 - CONCLUSO
O retificador trifsico de 18 pulsos apresenta harmnicas de corrente de entrada a partir

a
da 17 tal como mostra a Fig. 10.4. A taxa de distoro harmnica da corrente de entrada do
retificador em torno de 10%. Com este valor, j que o fator de deslocamento quase unitrio, o
fator de potncia do retificador aproximadamente de 0,995.
O transformador do retificador no apresenta problemas de saturao por causa da
circulao de corrente com componente contnua, pois as correntes atravs dos enrolamentos,
primrio e secundrio, so alternas com valor mdio nulo. Esta situao favorvel, pois no
necessrio o sobredimensionamento do transformador.
Uma outra caracterstica importante o baixo nvel de ondulao da tenso de sada,
portanto, no sendo necessrio um capacitor de grande valor como filtro de sada para diminuir a
ondulao.
10.5 - BIBLIOGRAFIA
[1] - PAICE, Derek A. Power electronic converter harmonics. New York: The Institute of
[2] - SCHAEFER, Johannes. Rectifier Circuits: Theory and Design. Ed. John Wiley & Sons,
Inc. 1965.
[3] - KLOSS, Albert. A basic guide to power electronics. Ed. John Wiley & Sons, 1984.
10.6 - ANEXO
a ) - Circuito de Simulao
O retificador foi simulado no programa Pspice verso 4.05 para verificar os resultados
tericos. O circuito simulado mostrado na Fig. 10.A.1. Para facilitar a simulao, o
transformador trifsico do retificador foi substitudo por trs transformadores monofsicos, um

para cada fase.
As tenses de fase eficazes das fontes de alimentao foram:
VA VB VC E a 220Vca
21
R10 D1 +
D2 D3
R25 46 18
10
17 R9 L8 L4 11
L6 R11 19
16 R7
L7 L9 12
R814 L5
15 13 R12
20
D4 D5 D6
22
iA
1 R1 4 R26 D7 D9
23 R16 D8
R6 R15 29
L1 I md
VA VC 9 28 L10
iC L3 7 R4 24
8 L2 L12 R13
0
27 26 L11 R17 30
3 R3 6 5
R5 R14 25
VB
R18 31
2 R2
iB D10 D11 D12
R27 32
41 33 R22
R21 42 D13 D14 D15
L17
40 L13
L15 34 R19
39
L16 L18 35
38 37 L14 36
R23
R20 43
R24 44
D16 D17 D18 -

45
Fig. 10.A.1 - Circuito de Simulao do Retificador.
b ) - Listagem do Programa de Simulao
*Retificador de 18 pulsos R8 14 15 0.09

VA 0 1 sin(0 311 60 0 0 0) R9 17 46 0.09
VB 0 2 sin(0 311 60 0 0 -120) R10 46 18 0.05
VC 0 3 sin(0 311 60 0 0 -240) R11 12 19 0.05
R1 1 4 0.05 R12 15 20 0.05
R2 2 5 0.05 R13 24 25 0.09
R3 3 6 0.05 R14 26 27 0.09
R4 7 5 0.09 R15 28 23 0.09
R5 8 6 0.09 R16 23 29 0.05
R6 9 4 0.09 R17 25 30 0.05
R7 11 12 0.09 R18 27 31 0.05
R19 34 35 0.09 K16 L2 L5 .999999

R20 37 38 0.09 K17 L2 L8 .999999
R21 40 41 0.09 K18 L2 L11 .999999
R22 33 42 0.05 K19 L2 L14 .999999
R23 36 43 0.05 K20 L2 L17 .999999
R24 39 44 0.05 K21 L5 L8 .999999
R25 4 46 1000k K22 L5 L11 .999999
R26 4 23 1000k K23 L5 L14 .999999
R27 4 33 1000k K24 L5 L17 .999999
D1 18 21 diodo K25 L8 L11 .999999
D2 19 21 diodo K26 L8 L14 .999999
D3 20 21 diodo K27 L8 L17 .999999
D4 22 18 diodo K28 L11 L14 .999999
D5 22 19 diodo K29 L11 L17 .999999
D6 22 20 diodo K30 L14 L17 .999999
D7 29 22 diodo K31 L3 L6 .999999
D8 30 22 diodo K32 L3 L9 .999999
D9 31 22 diodo K33 L3 L12 .999999
D10 32 29 diodo K34 L3 L15 .999999
D11 32 30 diodo K35 L3 L18 .999999
D12 32 31 diodo K36 L6 L9 .999999
D13 42 32 diodo K37 L6 L12 .999999
D14 43 32 diodo K38 L6 L15 .999999
D15 44 32 diodo K39 L6 L18 .999999
D16 45 42 diodo K40 L9 L12 .999999
D17 45 43 diodo K41 L9 L15 .999999
D18 45 44 diodo K42 L9 L18 .999999
L1 4 7 10 K43 L12 L15 .999999
L2 5 8 10 K44 L12 L18 .999999
L3 6 9 10 K45 L15 L18 .999999
L4 10 11 5.51 Imd 21 45 20
L5 13 14 5.51 * definicao de modelos
L6 16 17 5.51 .model diodo d(Is=1e-18)
L7 16 15 1.56 .print tran I(R1)
L8 10 46 1.56 .tran 4.1514u 0.1 0.05 10u uic
L9 13 12 1.56 .options itl4=50 itl5=0 abstol=1u chgtol=.1n
L10 23 24 10 + reltol=.01 vntol=1u
L11 25 26 10 .end
L12 27 28 10
L13 33 34 5.51
L14 36 37 5.51
L15 39 40 5.51
L16 39 38 1.56
L17 33 41 1.56
L18 36 35 1.56
K1 L1 L4 .999999
K2 L1 L7 .999999
K3 L1 L10 .999999
K4 L1 L13 .999999
K5 L1 L16 .999999
K6 L4 L7 .999999
K7 L4 L10 .999999
K8 L4 L13 .999999
K9 L4 L16 .999999
K10 L7 L10 .999999
K11 L7 L13 .999999
K12 L7 L16 .999999
K13 L10 L13 .999999
K14 L10 L16 .999999
K15 L13 L16 .999999
RETIFICADOR TRIFSICO DE DOZE PULSOS ALIMENTADO
POR AUTO-TRANSFORMADOR COM CONEXO DELTA
DIFERENCIAL
11.1 INTRODUO
O retificador trifsico de doze pulsos alimentado por auto-transformador com conexo

delta diferendial apresentado na Fig. 11.1. Esta auto-transformador composto por um
primrio em delta e um secundrio constitudo de dois pequenos enrolamentos em cada fase.
Estes dois enrolamentos permitem obter dois sistemas trifsicos adequadamente defasados,
provenientes de uma entrada trifsica. A potncia do auto-transformador pequena quando
comparada potncia da carga, uma vez que a tenso no enrolamento secundrio de valor
reduzido, bem como a corrente no enrolamento primrio.
A tenso resultante que aplicada s cargas maior que a tenso de entrada de um fator
[1/cos(/2)], sendo que /2 a metade do ngulo entre as duas tenses resultantes aplicadas aos
retificadores, como mostrado na Fig. 11.2.
Para o bom funcionamento do retificador so necessrios indutores de interfase na
sada, para distribuir em partes iguais a corrente de sada de cada retificador. Estes indutores
conferem ao retificador uma caracterstica de fonte de tenso na entrada e fonte de corrente na
sada.
Lif
iL4
V3 iL6
i3 L6 L9 iL5
iL3 Lif
L2 L3
V2
i2 L8 iL2 L1 L4 Lif
+
iL1
L5 iL7
L7
iL9
iL8 Io Vo
V1
i1
Lif
-
Fig. 11.1 Retificador trifsico de doze pulsos com auto-transfomador ligado em delta
diferencial.
A' A
B C
Fig. 11.2 Tenses resultantes aplicadas aos retificadores.

138 Emprego de Transformadores e Auto-Transformadores ...
Da Fig. 11.2 tem-se:
VAA
tan (11.1)
2 VAN
Sabe-se que:
VL1,2 ,3
VAN (11.2)
3
Para conectar dois retificadores em paralelo deve ser igual a 30o [1]. Substituindo
(11.2) em (11.1) tem-se (11.3):
VAA 0,1547 VL1,2,3 (11.3)
VAN 2 VAA 2 VAN 2 VAN 1,035 VAN (11.4)
A relao de transformao definida por (11.5)
VL1,2 ,3
n 6,464 (11.5)
VAA
As corrente nos indutores L4,,9 so as prpias correntes de entrada dos retificadores

trifsicos. As correntes nos indutores L1,2,3 so dadas pelas seguintes equaes:
i L6 i L9
i L1 (11.6)
n
i L4 i L7
i L2 (11.7)
n
i L5 i L8
i L3 (11.8)
n
As formas de onda das correntes nos enrolamentos do delta diferencial so apresentadas

na Fig. 11.3 e 11.4.
As correntes de fase so calculadas de acordo com as seguintes equaes:
i 1 i L 4 i L 7 i L 3 i L1 (11.9)
i 2 i L 5 i L 8 i L1 i L 2 (11.10)
i 3 i L 6 i L 9 i L2 i L 3 (11.11)
Captulo 11 / Retificador Trifsico de Doze Pulsos Alimentado por Auto-Transformador com Conexo Delta Diferencial 139
As formas de onda das correntes de fase resultantes so apresentadas na Fig. 11.4.
i L4
Io/2
2
t
-Io/2
i L5
Io/2
t
-Io/2
i L6
Io/2
t
-Io/2
i L7
Io/2
t
-Io/2
i L8
Io/2
t
-Io/2
i L9
Io/2
t
-Io/2
Fig. 11.3 Corrente nos enrolamentos secundrios do auto-transfomados ligado em delta

diferencial.
i L1
Io/2n
2
-Io/2n t
i L2
Io/2n
t
-Io/2n
i L3
Io/2n
t
-Io/2n
i1
Io(1+n)/n
Io
Io(1+n)/2n
t
-Io(1+n)/2n
-Io
-Io(1+n)/n
i2
Io(1+n)/n
Io
Io(1+n)/2n
t
-Io(1+n)/2n
-Io
-Io(1+n)/n
i3
Io(1+n)/n
Io
Io(1+n)/2n
t
-Io(1+n)/2n
-Io
-Io(1+n)/n
Fig. 11.4 Correntes nos enrolamentos primrios do auto-transformador ligado em delta

diferencial e correntes de fase resultantes.
11.2.2 ANLISE HARMNICA E FATOR DE POTNCIA
A anlise harmnica da corrente de fase i1 resulta na expresso (11.12). Na Fig. 11.5

apresentado o espectro harmnico desta forma de onda. Pode-se observar que esto presentes
apenas as harmnicas de ordem 12.n 1, para 1 n .

i1 t
Io

n 0
3,6 - 1 n
12 n 1
sen 12 n 1 w o t - 12 (11.12)
Ih / Io
100%
20%
~
~
10%
11 13
nmero
1 23 25 harmnica
-10%
-20%
Fig. 11.5 Espectro harmnicao da corrente de fase de um retificador de 12 pulsos alimentado

por um auto-transformador delta diferencial.
A taxa de distoro harmnica, considerando-se at a vigsima quinta componente

igual a: TDH 15% .
O fator de potncia determinado pela equao (11.13):
cos
FP (11.13)
1 TDH 2
O fator de deslocamento cos entre a tenso da fase A e a componente fundamental da

corrente na mesma fase unitrio. Portanto, substituindo na equao (11.13) tem-se o fator de
potncia do conversor.
1
FP 0,9889
1 0,152
11.2.3 DIMENSIONAMENTO DO TRANSFORMADOR
A potncia aparente por fase nestes enrolamentos calculada de acordo com a

expresso (11.14.), e (11.15).
S L 1,2 ,3 I L 1,2 ,3 VL 1,2 ,3 (11.14)

ef ef
S L 4,...,9 I L 4,...,9 VL 4,...,9 (11.15)

ef ef
sendo:
Io
I L 1,2 ,3 (11.16)
ef 2n 3
Io
I L 4,...,9ef (11.17)
6
VL1,2,3
ef
Vo 2,34 VA N ef 2,34 1,035 1,398 VL1,2,3 (11.18)
3 ef
VL 1,2 ,3
ef
VL 4 ,...,9 0,11 Vo (11.19)
ef n
Substituindo-se as expresses (11.16) e (11.18) na expresso (11.14), e (11.17) e (11.19)

na expresso (11.15) obtm-se nas expresses (11.21) e (11.23) a potncia aparente dos
enrolamentos primrio e secundrio do auto-transformador
Io Vo
S L 1,2 ,3 (11.20)
2n 3 1,398
S L 1,2 ,3 0,032 Po (11.21)
Io
S L 4,...,9 0,11 Vo (11.22)
6
S L 4,...,9 0,045 Po (11.23)
Calcula-se ento a potncia aparente total do auto-transformador:
3 S L 1,2 ,3 6 S L 4 ,...,9
S total (11.24)
2
S total 0,183 Po (11.25)
A potncia aparente total do auto-transformador apenas 18,3% da potncia de sada, o

que implica em um volume menor quando comparado com as topologias at ento apresentadas.
11.2.4 TENSO DE SADA
A forma de onda da tenso de sada de ambos os retificadores, antes dos indutores de

balanceamento, apresenta uma ondulao tal como mostrada na Fig. 11.6. A freqncia angular
de 6 .
VR
VR pico
V R med
VR min
0 /6 t
Fig. 11.6 Tenso de sada dos retificadores.
Para determinar o valor mdio da tenso de sada dos retificadores so conhecidos os

seguintes dados:
VF E a Tenso de fase das fontes de alimentao;

VAB 3 E a Tenso sobre os enrolamentos maiores do auto-transformador;
VAB pico 2 3 E a Tenso de pico sobre os enrolamentos maiores do auto-
transformador.
A tenso aplicada sobre cada retificador igual a:
VR t 2 ,5357 E a sen t (11.26)
A mxima tenso na sada dos retificadores, antes dos reatores de balanceamento,
determinada pela equao (11.26), substituindo t 90 o .
VR pico 2,5357 E a (11.27)
O valor mnimo desta tenso ocorre para um ngulo de 75o . Portanto, substituindo este
valor na equao (11.26), obtm-se:
VR min 2,4493 E a (11.28)
A tenso mdia de sada dos retificadores igual soma da tenso mnima e tenso de
pico de ondulao. A amplitude da ondulao igual a:
Vond pico VR pico VR min 0,0864 E a (11.29)
A funo ondulao definida por (11.30).
Vond t Vond pico sent (11.30)
O valor mdio da ondulao determinado aplicando a definio de valor mdio

apresentada na equao (11.31).
T

1
Vmed V t dt (11.31)
T
0
6
V
6
Vond med ond pico sen 6 t dt (11.32)

0
Resolvendo-se a integral obtm-se (11.33).
Vond med
2

0, ,0864 E a 0,055 E a (11.33)
Portanto, a tenso mdia de sada de ambos os retificadores, antes dos reatores, igual a:
VR med VR min Vond med 2,5043 E a (11.34)
Para determinar a tenso sobre a carga, deve-se considerar a queda de tenso sobre os
reatores de balanceamento. Esta queda no deve ser maior que 4% da tenso mdia de sada dos
retificadores. Portanto, a tenso de sada sobre a carga igual a:
Vo VR med 0,04 VR med 0,96 VR med 2,4041 E a (11.35)
11.2.4 ESFOROS NOS DIODOS RETIFICADORES
A corrente mdia atravs de cada diodo da ponte retificadora determinada aplicando-se

a definio de valor mdio.
2 3

1 1
I DR med I o dt I (11.36)
2 3 o
0
Cada diodo deve ser capaz de suportar uma tenso reversa igual a:
VDR med 2,5357 E a (11.37)
11.3 SIMULAO
O programa de simulao utilizado foi o PSPICE verso 4.02. Pelo fato de estar se
utilizando auto-transformador so necessrios quatro indutores de balanceamento para evitar
caminhos de conduo e garantir que os dois retificadores operem praticamente independentes.
Dois indutores so conectados na sada positiva de cada retificador e dois na negativa, como
mostrado na Fig. 11.6.
Especificaes:
V1pico 311V
f rede 60Hz
Po 50kW
Assim:
Po 50000
Io 97A
2,34 V1eficaz 2,34 220

V1pico 311
X L1 7548,5
0,00042 I o 0,00042 97
X L1 7548,5
L1,2 ,3 20H
2 f 2 60
L1 20
L 4 ,...,9 2 2
0,48H
a
3

tan 15
o

Na Fig. 11.7 e 11.8 pode-se observar a tenso e corrente de entrada nas trs fases e a
anlise harmnica da corrente de entrada na fase 1. Como foi previsto na anlise terica tem-se
apenas as harmnica de ordem 12.n 1, para 1 n . O fator de potncia obtido bastante
elevado (0,9898) e est de acordo com a anlise terica. Na Fig. 11.9 (a) tem-se as correntes nos
enrolamentos L4 e L5, que so as prprias correntes nos retificadores. Vale salientar que esto
defasadas de aproximadamente 30o, como esperado. Na Fig. 11.9 (b) apresenta-se as correntes
nos enrolamentos L1, L2, L3.
Na Fig. 11.10 (a) apresenta-se os esforos no diodo D1 da ponte retificadora, e na Fig.
11.10 (b) tem-se a tenso mdia de sada. O valor mdio terico de acordo com a equao
(11.35) de 528,9V e o obtido na simulao foi de 526V.
6 Lif 1
r6
5
iL4
7
V3 15 9 iL6
13 5
i3 L6 14 L9 r9 iL5 8
r2 iL3 Lif
7
L2 19 L3
r8 18 r4 25
4
V2 21 12
i2 L8 iL2 L1 r3 L4
r1 11 2
Lif
22 +
17 20 iL1
L5 iL7
L7 3
16 10 iL9
9 Io
V1 r5 iL8 Vo
i1 8 r7 3 4
Lif
-
24

200
V1 / 2
I1
-200
200
V2 / 2
I2
-200
200
V3 / 2
I3
-200
0.95s 0.96s 0.97s 0.98s 0.99s 1.00s
Time
Fig. 11.7 Tenso e corrente de entrada nas trs fases.
200
V1 / 2
I1
100
0 TDH = 14%
-100
-200
960ms 965ms 970ms 975ms 980ms
Time
(a) (b)
Fig. 11.8 Tenso e corrente de entrada na fase 1 (a) e anlise harmnica da corrente de
entrada na fase 1 (b).
Com o resultado da anlise harmnica calcula-se ento o fator de potncia.
FP

cos V1 I f 1 cos1,58o 0,173o 0,9898
1 TDH 2 1 0,14 2
100A 10A
iL1
iL4
0A
-10A
10A
iL2
-100A
100A
iL7
-10A
10A
0A
iL3
-100A -10A
0.95s 0.96s 0.97s 0.98s 0.99s 1.00s 0.95s 0.96s 0.97s 0.98s 0.99s 1.00s
Time Time
(a) (b)
Fig. 11.9 (a) Corrente de entrada nos retificadores.
(b) Corrente nos enrolamentos 1, 2 e 3 do auto-transformador.
70A 536V
iD1
532V Vo
40A
ID1med 528V
0A Vomed
avg(i(d1)) i(d1) 524V
0
VD1 520V
516V
-400
-600 512V
0.95s 0.96s 0.97s 0.98s 0.99s 1.00s 0.970s 0.975s 0.980s 0.985s 0.990s 0.995s 1.000s
v(3,2) Time v(1) avg(v(1)) Time
(a) (b)
Fig. 11.10 (a) Esforos no diodo D1 da ponte retificadora.

(b) Tenso de sada dos retificadores e seu valor mdio.
11.4 CONCLUSO
Neste captulo foi feito um estudo de um retificador trifsico de doze pulsos alimentado
por um auto-transformador ligado em delta diferencial. Verificou-se teoricamente e comprovou-
se por simulao que a corrente de linha no apresenta as harmnicas de ordem
6.n 1 , para 1 n , etc, validando a anlise terica. O fator de potncia resultante elevado,
o que viabiliza o emprego do auto-transformador ligado em delta diferencial. Alm disso a
potncia processada pelo auto-transformador em torno de 18,3% da potncia de sada, o que
implica em reduo de custo e volume, entretanto, no tem-se mais o isolamento. Vale salientar
que se a ponte retificadora for controlada o fator de potncia depender do ngulo de disparo dos
tiristores, uma vez que esta tcnica corrige as harmnicas e no o ngulo de defasagem da
corrente de linha em relao tenso da rede (cos).
11.5 BIBLIOGRAFIA
1965.
v1 22 11 sin (0 311 60 0 0 -90) k2 l2 l4 l7 0.999999

v2 22 17 sin (0 311 60 0 0 150) k3 l3 l5 l8 0.999999
v3 22 14 sin (0 311 60 0 0 30) d1 3 2 diodo
l1 11 20 20 d2 4 2 diodo
l2 17 19 20 d3 9 2 diodo
l3 14 21 20 d4 24 3 diodo
rn1 17 23 1meg d5 24 4 diodo
rn2 11 23 1meg d6 24 9 diodo
rn3 14 23 1meg lif1 2 1 10m ic=48.5
r1 17 20 0.05 lif3 24 0 10m ic=48.5
r2 14 19 0.05 d7 7 6 diodo
r3 11 21 0.05 d8 8 6 diodo
l4 12 11 0.48 d9 5 6 diodo
l5 16 17 0.48 d10 25 7 diodo
l6 13 14 0.48 d11 25 8 diodo
l7 11 10 0.48 d12 25 5 diodo
l8 17 18 0.48 lif2 6 1 10m ic=48.5
l9 14 15 0.48 lif4 25 0 10m ic=48.5
r4 12 7 0.05 io 1 0 97
r5 16 8 0.05 .model chave vswitch
r7 10 3 0.05 .options itl4=200 itl5=0 reltol=0.05 ; *ipsp*
r8 18 4 0.05 .tran 100u 1 0 100u uic ; *ipsp*
r9 15 9 0.05 .end
k1 l1 l6 l9 0.999999

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RETIFICADORES

Prof. Ivo Barbi

LIGADO DIRETAMENTE REDE, ALIMENTADO POR TRANSFORMADOR COM CONEXO

Di - Diodo retificador. % - Diferena percentual.

1.2 - ANLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA

Fig.1.2 - Tenses e correntes das trs fases de alimentao.

No presente caso, a equao se reduz a:

Observa-se que sen k 3 igual a 3 2 quando k = 1, 2, 7, 8, ...; igual a - 3 2

Ordem do if1k / If11

Tabela 1.1 - Valores dos componentes harmnicos

1.2.1.1 - Taxa de distoro harmnica da corrente de entrada

O valor eficaz total da corrente if1(t) :

1.2.1.2 - Tenso de sada

Fig.1.4 - Tenso de sada do retificador. Linha contnua: valor instantneo;

A anlise harmnica da tenso de sada facilitada se a onda for adiantada em = /2,

Fig.1.5 - Tenso de sada adiantada em 90,

visando facilitar a anlise harmnica.

Conforme mencionado anteriormente, a freqncia angular fundamental 3. Sabe-se

Desenvolvem-se separadamente as integrais de co-senos:

Os valores de pico das tenses de entrada e de sada so os mesmos. A expresso acima

representa o caso particular para retificadores de 3 pulsos a diodos, fazendo-se = 0 e n = 3k

1.2.2 - Alimentao por transformador com ligao Y / Y

Quando o retificador isolado por meio de um transformador trifsico ligado com

Fig.1.6 - Diagrama do retificador alimentado via transformador trifsico

Fig.1.7 - Correntes demandadas pelo retificador com alimentao

1.2.2.1 - Tenso de sada

Fig.1.8 - Alimentao do retificador atravs de transformador ligado em -Y.

Fig.1.9 - Formas de onda das tenses e correntes no lado secundrio do transformador

Fig.1.10 - Corrente if1(t), tomando-se vf1(t) como referencial.

1.2.3.1 - Tenso de sada

Da mesma forma que com ligao Y / Y, as equaes obtidas em 1.2.1.2 continuam

1.3- SIMULAES NUMRICAS

1.3.1 - Retificador no isolado

Fig.1.11 - Diagrama para simulao do retificador com trs pulsos no isolado.

0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5

1.3.2 - Retificador alimentado via conexo estrela - estrela

Para a simulao do transformador trifsico, empregaram-se trs transformadores

utilizaram-se indutncias primrias e secundrias de 1,17H e indutncias mtuas de 1,16999H.

0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5

Fig.1.14 - Espectro harmnico da corrente de entrada.

Outros valores observados nesta simulao:

1.3.3 - Retificador alimentado por transformador ligado em delta - estrela

Nesta simulao, empregaram-se indutncias de 3,51H nos enrolamentos conectados em

mesmo (comparem-se as figs.1.14 e 1.15b). Na fig.1.16 podem-se observar as correntes atravs

Fig.1.16 - Formas de onda no lado secundrio do transformador: a) correntes atravs dos

1.3.4 - Simulao do estgio de sada com filtro indutivo

Nas simulaes apresentadas at o momento, empregou-se como carga sempre uma

Fig.1.17 - a) Estgio de sada do retificador; b) forma de onda da tenso sobre o indutor.

Estabelecendo-se ILsmx = 1A, tem-se:

Alguns valores observados nesta simulao numrica:

2.2 - ANLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA

Fig 2.1 - Retificador de trs pulsos alimentado por tansformador delta/ziguezague

Os diagramas fasoriais das tenses no primrio e secundrio do transformador so

A corrente de cada bobina (fase) do primrio reflexo da circulao de corrente nas

Fig 2.3 Correntes nos enrolamentos do transformador e na linha

2.2.2 - Anlise harmnica da corrente de linha

Fig. 2.4 Espectro da corrente de linha

2.2.3 - Especificaes do transformador

Ordem da (iAn / iA1)100 (iAn / iA1)100

* Fontes de Tensao .tran 7.500u 0.1 0.05 10u uic ; ipsp