Imp.752.30 Manual de Formação - Mitose e Ciclocelular

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MANUAL DE FORMAO

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Mitose e diviso celular

A mitose o processo que nos permite crescer, recuperar rgos


e tecidos lesionados e at mesmo fazer o cabelo e as unhas
aumentarem de tamanho. A mitose inclui-se num processo
ciclico de acontecomentos denominado ciclo celular, cujo
principal objetivo produzir duas clulas-filhas a partir de uma
nica clula progenitora, cada uma contendo cromossomas
idnticos aos da clula-me.

O ciclo celular dividido em duas grandes fases:


a INTRFASE e a DIVISO CELULAR (ou FASE M) e cada
uma destas sub divide-se em outras etpas menores.

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Fig:1

Ciclo Celular
Fase G1
Durante a fase G1 do ciclo celular, cada clula toma uma
deciso fundamental: ou continua outro ciclo e se divide, ou
permanece em um estado de no diviso temporrio ou
permanente a fase G0. A fase G1 tipicamente a fase mais longa
e varivel do ciclo celular. Se a quantidade de

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nutrientes/alimentos disponves forem insuficientes, ou se as


clulas receberem estmulos anti-proliferativos, como, por
exemplo, um sinal para entrar em diferenciao terminal, a
progresso do ciclo poder ser retardada em G1 ou a clula
poder sair do ciclo ou entrar em G0. A progresso atravs de G1
regulada por 2 pontos de controle: o ponto de restrio e
o ponto de deteo de danos do DNA em G1. Esses dois pontos
de controle so perdidos em muitas clulas cancerosas. Assim,
essas clulas continuam a dividir-se, mesmo na ausncia de
sinais ambientais apropriados e em presena de DNA
danificado, que indevidamente no foi eliminado.

Fig: 2

A fase G0 representa uma pausa no ciclo celular. Clulas que


j atingiram a etpa final de desenvolvimento e no precisam

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mais de se dividir como os neurnios mantm-se na fase G0


permanentemente ou at que um sinal externo as acorde para
que voltem a dividir-se. A maioria das clulas que compe os
organismos multicelulares encontra-se diferenciada para exercer
funes especializadas, no estando continuamente a dividir-se,
contudo, no se considera que estas clulas esto dormentes
de verdade, uma vez que esto ativamente envolvidas em
atividades de sntese e secreo proteicas. Este estado
conhecido como fase G0. Os neurnios e as hemcias so tipos
de clulas que se encontram permanentemente em G0 at que
elas ou o organismo morram. Porm, existem clulas que se
encontram nessa fase e devido a um dano no rgo retornam a
G1, continuando o ciclo. Um exemplo so as clulas hepticas
o fgado o nico rgo do corpo humando com capacidade de
se auto regenerar.

A FASE S

O nome Fase S vem do fato de que, neste momento, ocorre


a sntese de DNA, para que ambas as clulas-filhas fiquem com
a mesma quantidade de material gentico da clula-me.

A duplicao do DNA na subfase S um evento muito


importante do ciclo celular, pois garante que as clulas-filhas
possam receber uma cpia exata de cada molcula de DNA da

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clula parental. As clulas humanas diploides, por exemplo, tem


2n = 46 cromossomas; portanto, uma clula em G1 constituda
por 46 molculas de DNA (uma molcula para cada um dos 23
pares de homlogos). Durante a fase S, cada molcula de DNA
d origem a outra idntica a ela, de tal forma que, em G2, a clula
humana contm 92 molculas de DNA, sendo que um dos 46
cromossomas contm duas molculas de DNA
(denominados cromatideos-irmos) que se mantm associados
por complexos proteicos denominados coesina. Essas clulas
continuam diploides, tendo 2n = 46 cromossomos, embora com
o dobro do contedo de DNA. As subfases S e G2 ocorrem
somente em clulas que iro dividir-se e, na maioria, tm
durao relativamente constante, de sete a oito horas para S e de
duas a cinco horas para G2.

A SNTESE DE DNA OCORRE NA FASE S DA INTERFASE

Ainda que a mitose constitua morfologicamente a etapa mais


espetacular do ciclo celular, na interfase que ocorre a
duplicao dos componentes da clula-me, bem como, em
especial, a duplicao do DNA, pr-requisito essencial para que
a diviso ocorra.

A marcao radioativa de um bloco de clulas e a observao, a


intervalos de tempo fixos posteriores marcao, permite

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detectar o momento em que o bloco de clulas marcadas entra


em mitose, permite tambm demonstrar, entre outros aspectos,
que as clulas terminam a replicao do DNA pelo menos 2h
antes da mitose. Portanto, nas clulas eucariontes, a duplicao
do DNA est situada num perodo intermedirio da interfase e
no ocupa toda essa fase. Esta descoberta possibilitou a diviso
da interfase em 3 perodos sucessivos, ou a diviso do ciclo em
quatro fases distintas, que foram chamadas G1, S, G2 e M. No
perodo S ocorre a duplicao ou sntese do DNA, da o nome
dessa fase. A abreviatura G provm do termo
ingls gap (intervalo). O perodo G1 o intervalo de tempo que
ocorre desde o fim da mitose (M) at o incio da sntese de DNA
(S), por isso tambm considerado perodo ps-mittico ou pr-
sinttico. O perodo G2 o intervalo entre o trmino da sntese
de DNA e a prxima mitose, tambm denominado perodo ps-
sinttico ou pr-mittico.

No intervalo entre a sntese de DNA (Fase S) e a mitose, a clula


continua a crescer em tamanho e a produzir protenas. Ao final,
um novo checkpoint ir decidir definitivamente se ela poder
entrar ou no em mitose.

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FASE G2

Uma etapa importante entre a replicao do DNA e a mitose, a Fase


G2 possui diversos mecanismos que verificam os progressos do ciclo
celular.

A fase G2 corresponde ao intervalo entre o fim da replicao do


DNA (fase S) e o comeo da mitose. A durao da fase G2
depende do tipo de clula, podendo durar entre 2 a 4 horas.
Corresponde fase mais curta em perodo de tempo entre as
demais fases da intrfase. Nesta fase continua a sntese de
protenas iniciada em G1 , de RNA, de protenas no-histnicas
que se associam ao cromossoma durante a condensao na
mitose, de outras molculas necessrias para que ocorra a mitose,
bem como a duplicao dos centrolos e demais organelos
constituintes do citoplasma. Todo esse processo resulta num
aumento de volume e tamanho celular.

De acordo com estudos recentes, a fase G2 ganhou mais ateno


por estar relacionada com o cancro e com os eventos bioqumicos
que promovem a transio para a mitose. Essa transio que
acontece durante a fase G2 at a mitose a mudana fisiolgica
e morfolgica, sendo controlada por protenas quinases e

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fosfatases que vo estimular e/ou inibir o complexo conhecido


como fator promotor da mitose MPF

A MITOSE

Aps a fase G2, a clula est apta para dar inicio diviso
definitiva do seu material gentico contido no ncleo celular. No
ncleo celular existem agora cromossomas que se duplicaram na
fase S, ou seja, cada um deles est associado a uma cpia
rigorosamente igual, de si prprio, sendo composto por dois
cromatideos.

Fig: 3

A fase de diviso nuclear pode divir-se em 4 sub-etapas: Profase,


metafase, anafase e telofase.

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Profase

Esta a etapa mais longa da mitose, a cromatina (DNA replicado


+ protenas associadas) condensa em cromossomas, tornando-se
estes mais curtos e espessos. Neste momento torna-se possvel
comear a identificar os cromatideos-irmos , ou seja, duas
molculas de DNA rigorosamente iguais, unidas por uma regio
de cromatina muito condensada o centrmero. Oa
centrossomas, j duplicados, comeam a migrar para polos
opostos da clulae iniciam o desenvolvimento dos microtubulos
(filamentos de protenas tubulares) permitindo a formao do
fuso mittico/acromtico. Por outro lado, o nuclolo celular
dissipa-se at desaparecer, e a membrana nuclear desorganiza-
se, assumindo a forma de pequenas vesculas.

Fuso acromtico/mittico

Centrossoma

Centromero

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Metafase

Nesta fase, a clula encontra-se


sem membrana nuclear, e os
microtubulos vo crescendo a
partir dos centrossomas,
localizados em plos opostos da
clula. Quando um microtbulo, vindo de um dos plos
estabeleceligao com um dos cromatideos, o microtbulo que
cresceu a partir do plo oposto liga-se ao cromatideo-irmo do
primeiro. Forma-se assim, ocupando toda a clula, um fuso
acromtico ou mittico.Quando todas as fibras do fuso atingem
o mesmo tamanho aplicam tenso sobre os cromossomas,
alinhando-os no centro da clula placa equatorial.

Anafase

a fase mais curta da mitose , mas


inclui acontecimentos determinantes
para o sucesso deste proceso, uma
vez que assegura a separao
definitiva e rigorosa dos
cromatideos-irmos. A Anafase inicia-se, abruptamente, com a
separao simultnea de todos os cromatideos-irmos, devido
perda de coeso gerada pela desorganizao do centrmero.

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Estes so puxados pelos microtubulos do fuso acromtico,


ocorrendo a asceno polar, ao mesmo tempo que a clula se
alonga ligeiramente, aumentando a distncia entre os polos do
fuso (centrossomas).

Telofase

Quando os dois conjuntos de cromossomas atingem os plos


opostos da clula, inicia-se a telofase. Nesta altura os
cromossomas descondensam-se devido descompactao do
DNA, a membrana nuclear reorganiza-se e os nuclolos
reaparecem. Logo que os nucleos esto completemente
formados, a telofase termina. Fica assim concluido o processo de
mitose.

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Citocinese

Aps o fim da mitose, formado um sulco


de clivagem, que separa o citoplasma e seus componentes em
duas clulas distintas. As clulas, resultantes da citocinese,
podem entrar em interfase logo de seguida.

Qual o destino das clulas assim formadas?

Estas clulas asseguram a continuidade da clula me e tambm


a manuteno das caracterstica hereditrias desta, j que
possuem uma quantidade e uma quaidade de DNA exatamente
iguais da clula progenitora.

Aps a mitose e a citocinese, as clulas podem:

Continuar a dividir-se por mitoses sucessivas levando ao


aumento do numero de clulas de um organismo a partir
de uma nica o Ovo ou zigoto, que por ter capacidade de
gerar todas as clulas do nosso corpo se diz Totipotente.

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As clulas resultantes da diviso do ovo ou zigoto dizem-


se indiferenciadas, por ainda no terem adquirido uma
especializao. A Especializao/diferenciao celular
ocorre quando existem determinados fatores ( protenas)
que vo controlar a transcrio e traduo do DNA ou
sinais de clulas vizinhas que vo condicionar a
diferenciao celular. A diferenciao celular determina o
bloqueio de determinados genes e a expresso de outros,
determinando a funo que a clula ir desempenhar no
organismo.
Depois de diferenciada cada clula pode dividir-se com
maior ou menor frequencia, mas d sempre origem a uma
clula igual e capaz de desempenhar as mesmas funes da
clula que lhe deu origem, ou seja, j diferenciada.

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Fig: 4

Diferenciao celular e cancro

Durante o processo de diviso e diferenciao celular podem


ocorrer erros, que conduzem produo de clulas mutantes
(alteradas/defeituosas), as clulas cancerosas.

Alguns fatores externos como radiaes, substncias txicas,


aditivos alimentares, vrus, etc, podem ser responsveis por estas
alteraes.

As clulas possuem mecanismos que lhes permitem assegurar


que certas condies foram garantidas antes de avanar para a
fase seguinte do ciclo celular pontos de controlo do ciclo
celular. - Ver fig: 2

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Bibliografia:

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Universal, dicionrio de cincias da Natureza, 1 ed, Texto editores,


Lisboa, 2005.

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