LIVRO - U1 - Hidrologia e Drenagem
LIVRO - U1 - Hidrologia e Drenagem
LIVRO - U1 - Hidrologia e Drenagem
drenagem
Hidrologia e drenagem
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade No
Emanuel Santana
Grasiele Aparecida Loureno
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Reviso Tcnica
Adriane Monteiro Fontana
Barbara Nardi Melo
Joo Carlos dos Santos
Editorao
Adilson Braga Fontes
Andr Augusto de Andrade Ramos
Cristiane Lisandra Danna
Diogo Ribeiro Garcia
Emanuel Santana
Erick Silva Griep
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-8482-863-0
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 Parque Residencial Joo Piza
CEP: 86041-100 Londrina PR
e-mail: [email protected]
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumrio
Prezado aluno, este material que vai ser apresentado, traz um estudo a respeito
de Hidrologia e drenagem urbana. O primeiro tema, hidrologia, de grande
importncia, entre outros tpicos, pois aborda o entendimento de previso de
eventos extremos. Neste caso, mais especificamente, ser dada nfase ao evento
extremo referente s precipitaes e vazes mximas, visto que este o mais
empregado em drenagem urbana. O segundo tema, drenagem urbana, de
fundamental interesse, pois est associado ao conceito de saneamento ambiental,
que crucial para se atingir o status de cidade sustentvel. Imagine uma cidade
sem drenagem urbana, abastecimento, esgotamento ou sem controle de resduos
slidos. Seria quase uma cidade primitiva, de convivncia humana praticamente
impossvel. Pense, mais precisamente, na drenagem urbana, toda vez que chovesse
haveria alagamentos, enchentes, inundaes e enxurradas por todos os cantos.
Esperamos que fique claro para voc que a drenagem urbana basicamente
uma associao de conceitos de hidrologia e hidrulica, provavelmente vistos em
outras disciplinas de seu curso, colocados para resolver os problemas de transporte
de guas pluviais em uma regio urbana.
Introduo hidrologia,
ciclo hidrolgico e bacia
hidrogrfica
Convite ao estudo
Seo 1.1
Dilogo aberto
Prezado aluno, aqui ser apresentada uma viso geral de como as obras hidrulicas
so influenciadas pelos comportamentos dos corpos hdricos superficiais e de
como a qualidade da gua de corpos hdricos superficiais afetam a vida do homem.
Abordaremos tambm a responsabilidade do engenheiro em melhorar a qualidade da
gua.
Para auxili-lo nesta empreitada, ser apresentada aqui uma situao hipottica,
na qual voc foi chamado para um estgio na secretaria de obras de seu municpio.
Voc dever contribuir com o departamento de drenagem urbana (alis, voc sabia
que geralmente todo municpio tem um secretrio de obras e que conta com um
departamento de drenagem urbana?).
Marcos acredita que para voc desenvolver um bom trabalho, ser necessrio
que amplie os seus conhecimentos e a intimidade com as obras ligadas drenagem
urbana. Para tal, ele pediu que voc saia na regio onde mora e comece a observar
as estruturas ligadas drenagem urbana, tais como sarjetas, sarjetes, bocas de lobo,
entradas de poos de visita e canais.
No pode faltar
No grupo de guas superficiais se encontram as guas que escoam ou acumulam
na superfcie do solo, como os rios, riachos, lagos, lagoas, pntanos.
De l para c, para manter essa proximidade, cada vez mais as cidades passaram a
se desenvolver, sempre que possvel, bem prximas a corpos hdricos que suprissem
suas necessidades. Contudo, a proximidade de ocupao prxima a esses corpos
hdricos passou a expor as populaes s intempries promovidas pela gua pluvial,
como alagamentos, enxurradas, inundaes e enchentes.
ALAGAMENTO
INUNDAO
ENCHENTE
SITUAO
NORMAL
Mas por que ocorrem enchentes e inundaes? Elas ocorrem porque muitas
vezes o leito de um rio, riacho, crrego, lago ou outro corpo hdrico superficial recebe
uma quantidade muito grande de gua, que provm de um evento ou um conjunto
de eventos chuvosos, e esse corpo hdrico no tem a capacidade para suportar tal
quantidade de gua.
Muitas pessoas perdem as vidas e bens em reas agrcolas e urbanas. Por esse
motivo, muitos pesquisadores e profissionais em todo o mundo procuram meios para
resolver esse problema que tanto aflige a humanidade, sendo um desses meios as
obras hidrulicas, que procuram resolver tais problemas.
Figura 1.2 | Obras hidrulicas realizadas para conter a vazo de cabeceira no trecho urbano
do Rio Tiet, no municpio de So Paulo
sentido do uxo
reservattio Piratininga
reservatrio Penha do rio
trecho canalizado
rea urbana de So
Paulo
reservatrio
Taiupeba
nascentes
reservatrio
Ponte Nova
reservatrio reservatrio
Jundiai Biritiba Mirim
O hidrlogo pode dizer que um determinado escoamento foi gerado por uma
chuva de perodo de retorno de 500 anos. Perodo de retorno o tempo, em mdia,
que um determinado evento pode ser igualado ou superado. (Esse conceito voc
ainda no aprendeu. Em breve, voltaremos a ele de forma mais detalhada. Caso o
tema no fique totalmente claro agora, volte a esta seo quando o tema estiver sido
mais esclarecido).
Considerando o que foi dito agora, um engenheiro, ao realizar uma obra hidrulica,
o faz para uma determinada chuva de projeto (veremos mais sobre esse conceito na
prxima seo), ou seja, ela construda para no falhar at o nvel daquela chuva.
Se ela for superada, a obra falhar. A Figura 1.3 mostra algumas consideraes que o
engenheiro tem ao determinar a chuva, se ele optar por projetar a obra para resistir a
uma chuva maior, ele ter de gastar mais na execuo de sua obra e ter menos risco
de a obra falhar. Basicamente, ele est entre custos menores com maiores riscos ou
custos maiores com menores riscos. Algumas vezes, a limitao tcnica de projetar
uma grande obra est nas ocupaes no entorno, por exemplo.
Chuva Y
Chuva X >>> Chuva X
risco de falha
Algumas vezes, o engenheiro opta por obras com custos menores e que reduzem
os efeitos causados pela falha de uma obra (mas com mais chances de falhar) como
sendo a opo mais adequada, visto que ficar com um canal gigantesco e caro em
um ponto pode descobrir outros pontos com problemas de enchente que, por falta
de dinheiro, teriam que ficar sem obras.
Outra questo pertinente a de que para garantir uma qualidade de vida para os
seres humanos, necessrio, entre outras coisas, que os rios apresentem uma boa
situao em relao qualidade da gua. Muitas das necessidades humanas dependem
da qualidade das guas dos corpos hdricos, que esto presentes em nossas cidades,
em nossas zonas rurais e em nosso cotidiano de uma forma geral.
Por muitos sculos, os corpos hdricos foram responsveis por afastar os dejetos
humanos, em conjunto com outras substncias, para longe. Com o crescimento de
agrupamentos humanos, com a evoluo intensa do uso de produtos para fertilizar
os solos e com desenvolvimento industrial, os recursos hdricos passaram cada vez
mais a no conseguir diluir tanto material que aportava neles, e a sua qualidade passou
a decair. De meados do sculo XIX e por quase todo o sculo XX, a qualidade das
guas pelo mundo inteiro caa em nveis alarmantes. As condies chegaram a pontos
inaceitveis, o que levou muitos pases a combaterem os problemas de qualidade. Mas
cabe ressaltar que muitos pases no saram dessa condio at hoje.
Nos Estados Unidos, por exemplo, em meados do sculo XX, o rio Cuyahoga, que
cruza o municpio de Cleveland, no estado de Ohio, chegou a pegar fogo diversas
vezes porque se encontrava muito poludo. Isso desencadeou fortes medidas de
combate no pas visando a melhoria da qualidade das guas. Os Estados Unidos
passaram a investir continuamente milhes de dlares para atingir as boas condies
de qualidade hoje existentes nos recursos hdricos do pas.
Odor ftido: muitas vezes, os rios com qualidade ruim esto associados a
problemas de odores desagradveis, que comprometem o bem-estar na
regio.
Riscos sade das pessoas: contato direto com suas guas em atividades de
lazer; contato com a gua em eventos de cheias ou, ainda, em casos mais
incomuns, como o de Pirapora do Bom Jesus (SP), a poluio presente na
gua chegava a formar espumas que flutuavam no ar e atingiam as pessoas.
Cabe lembrar que esses eventos so fontes de risco vida humana. Uma enxurrada,
por exemplo,
pode carregar facilmente uma pessoa e lev-la a bito. A leptospirose uma das
doenas mais associadas aos transtornos causados por uma inundao ou enchente.
Trata-se de uma doena adquirida pelo contato com a urina de ratos. O contato
pode ocorrer quando as pessoas caminham pela gua contaminada. Outras doenas
importantes so a hepatite infecciosa, a febre tifoide e a clera. Geralmente, todas essas
doenas acometem as pessoas por ingesto de gua e de alimentos contaminados,
o que muito comum aps eventos de cheias. Alm dessas doenas, importante
mencionar as amebases, gastroenterites e verminoses. As guas de cheias, aps
voltarem ao seu curso normal, podem deixar rastros de armazenamento de gua
parada. Isso pode servir para a procriao dos mosquitos da dengue, malria, febre
amarela etc. Finalmente, outro problema de sade pblica a exposio das pessoas
vtimas de enchentes em abrigos pblicos. Muitas vezes as condies nesses abrigos
so to inadequadas que inmeras doenas so propagadas pelo agrupamento de
muitas pessoas.
A Poltica Nacional de Recursos Hdricos, instituda em 1997 pela Lei n. 9.433 com
o objetivo de fazer utilizao racional dos recursos, instituiu instrumentos para facilitar
a gesto dos recursos hdricos, que so: plano de bacia; outorga de direito de uso;
enquadramento; cobrana pelo uso da gua; a compensao a municpios; e sistema
de informaes. Todos os instrumentos tm efeitos interligados e afetam, de certo
modo, a qualidade dos corpos hdricos. Contudo, o instrumento de enquadramento
o que tem como alvo direto a melhoria da qualidade da gua.
Exemplificando
Quando se diz que o limite de oxignio dissolvido (OD) no inferior a
6 mg/L de O2, quer dizer que de acordo com o parmetro analisado a
concentrao padro de O2 dissolvido 6 mg/L.
DBO 5 dias a 20C at 3 mg de O2/L para classe 1, 3 mg/L para classe 2, 10 mg/L
para classes 3 e 4.
Deve-se considerar que essa concentrao padro deve ser obtida para uma
determinada vazo, denominada vazo de referncia, que a vazo do corpo hdrico
utilizada como base para o processo de gesto, tendo em vista o uso mltiplo das
guas e a necessria articulao das instncias do Sistema Nacional de Meio Ambiente
(Sisnama) e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos (SINGRH).
Reflita
Os rios apresentam variaes ao longo do ano, como voc j deve ter
observado. Quando chove, por exemplo, corre mais gua. Essa gua traz
mais poluentes com ela, arrastados pela chuva, mas, ao mesmo tempo, a
gua realiza uma diluio dos poluentes concentrados no rio. E quando
ocorre uma estiagem, as concentraes de poluentes aumentam, porque
os lanamentos de gua residuria e os poluentes se mantm, mas a
vazo do rio diminui. Para isso, se definiu uma vazo de referncia. Parece
lgico, no? Se no, em qual perodo medir? No perodo das chuvas ou
no da estiagem? Observe que a medio de qualidade no feita somente
quando ocorre essa vazo, mas adequada para essa vazo.
Um exemplo pode ser visto para demanda bioqumica de oxignio (DBO 5 dias a
20C): remoo mnima de 60% de DBO, sendo que esse limite s poder ser reduzido
no caso de existncia de estudo de autodepurao do corpo hdrico que comprove
atendimento s metas do enquadramento do corpo receptor.
Pesquise mais
Assista aos vdeos indicados. Observe conceitos de enquadramento e de
padres de lanamento de efluentes. Tente entender mais suas diferenas.
Disponveis em: <https://www.youtube.com/watch?v=xw-i3V3b3ts> e
<https://www.youtube.com/watch?v=f2Yj9NYID9w>. Acesso em: 28
dez. 2016.
Assimile
A gua superficial est diretamente relacionada histria do homem. Ao
mesmo tempo que tem um papel fundamental para o desenvolvimento
dos povos, ela traz diversos problemas.
Bocas de lobo: so estruturas que realizam a transferncia da gua que escoa das
sarjetas para as galerias. Elas podem ser de vrios tipos, como voc deve ter reparado.
Existem aquelas com sada lateral, as com grelhas, as combinadas (sada lateral e
grelha), as com grelhas metlicas e as com grelhas de concreto. Voc tambm pode
ter visto que algumas vezes elas so isoladas, outras, duplas, triplas ou qudruplas.
Poo de visita (PV): voc viu esses tampes pela rua? Eles permitem o acesso das
pessoas responsveis por realizar inspees e limpeza nas galerias. Pelos PVs correm
as guas da chuva. Geralmente, em sua tampa, est escrito: guas pluviais. Eles tm
furos, diferindo dos PVs de esgoto e da rede eltrica (Figura 1.4). Observe que as redes
de distribuio de gua de abastecimento no tm PVs porque trata-se de um fluido
limpo, com baixo risco de entupimentos e que circula sobre presso. Bem, agora que
voc sabe que esse tampo d acesso a uma estrutura, pesquise como seria o formato
dela.
Fonte: <http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/fotos/rios-poluidos-desaguam-na-baia-de-guanabara-sem-
tratamento-20951007-2.html>. Acesso em: 28 dez. 2016.
Fonte: <http://oglobo.globo.com/rio/bairros/rios-da-tijuca-terao-monitoramento-contra-enchentes-11427424>.
Acesso em: 28 dez. 2016.
Avanando na prtica
Fonte: <http://www2.votorantim.sp.gov.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=1273:escada-barra-funda-
&catid=2:cat-noticias-pref&Itemid=1>. Acesso em: 28 dez. 2016.
Fonte: <http://www.imap.curitiba.pr.gov.br/wp-content/uploads/2014/03/247_drenagem%20_urbana_modulo_2%20(1).
pdf>. Acesso em: 28 dez. 2016.
Seo 1.2
Ciclo hidrolgico
Dilogo aberto
Prezado aluno, nos prximos contedos voc ser apresentado a uma viso
geral do ciclo hidrolgico e de suas interaes com a engenharia. Para auxili-lo
neste momento, ser apresentada uma situao hipottica, na qual voc est dando
continuidade a um estgio na secretaria de obras de seu municpio, no departamento
de drenagem urbana. O engenheiro Marcos, responsvel por acompanhar seu
desenvolvimento dentro da secretaria, precisa de voc para mais uma nova tarefa.
Aps chegar aos resultados, observe as diferenas entre eles, perceba que para
diferentes localidades, para diferentes tempos de concentraes e para diferentes
perodos de retorno existem diferentes valores de precipitao.
No pode faltar
A gua em nosso planeta est em constante movimentao, e apresenta a mesma
quantidade de milhes de anos atrs. Ela simplesmente vem mudando de estado
fsico e se deslocando de um local para outro. Ela pode estar presente no estado
fsico slido em geleiras, glaciares, tundras etc. Ela costuma derreter, passando para o
estado lquido, alimentando mares, oceanos, rios, lagos, corpos hdricos subterrneos
etc. Essa gua, ento, evapora e passa para a forma de vapor na atmosfera.
Para a rea de drenagem urbana, a parte desse ciclo que apresenta principal
interesse diz respeito ao retorno da gua para a terra (precipitao, escoamento
superficial e infiltrao), sendo que muitas das obras hidrulicas so construdas para
uma resposta adequada a esse retorno. Por esse motivo, essas trs etapas sero vistas
mais detalhadamente a seguir.
Pesquise mais
Assista ao vdeo indicado. Observe as interaes da gua em nosso
planeta, o ciclo que ela realiza, ou seja, o ciclo hidrolgico. Disponvel
em: <https://www.youtube.com/watch?v=vW5-xrV3Bq4>. Acesso em:
29 dez. 2016.
Reflita
Reflita sobre a importncia de ciclo da gua. Se ela ficasse parada, como
teramos as chuvas e os rios correndo por vrios cantos do planeta?
Imx= A . TR D .
B
(t + C)
Em que:
Tabela 1.1 | Coeficientes de chuvas IDF para diferentes bairros do Rio de Janeiro
Pluvimetro A B C D Fonte
Santa Cruz 711,30 0,186 7,00 0,687 PCRJ - Cohidro (1992)
Campo Grande 891,67 0,187 14,00 0,689 PCRJ - Cohidro (1992)
Mendanha 843,78 0,177 12,00 0,698 PCRJ - Cohidro (1992)
Benca 7.032,07 0,150 29,68 1,141 Rio-guas (2006)
Realengo 1.164,04 0,148 6,96 0,769 Rio-guas (2006)
Iraj 5.986,27 0,157 29,70 1,050 Rio-guas (2007)
Fonte: <www.rio.rj.gov.br/dlstatic/.../InstrucoesTecnicasProjetosdeDrenagem1.versao.doc>. Acesso em: 29 dez. 2016.
No caso da bacia que faz parte do seu estudo estar em regies intermedirias a
essas estaes, voc deve ter a considerao de determinar a precipitao mdia.
Existem trs mtodos para essa determinao: o mtodo aritmtico, o mtodo de
Thiessem e o mtodo das Isoietas.
Reflita
Como fazer um projeto hidrulico que responder a um determinado
evento de precipitao sem saber para que chuva esse projeto ser
projetado? Ao dimensionar um canal, necessrio ter em mente para que
vazo se projetar.
Existem outras formas de equaes IDF, como por exemplo as oriundas do estudo
de Pfafstetter (1982), que apresenta suas equaes de chuvas intensas, conforme
equao a seguir:
, 0+
52
+ +0,25
) t c + 1( gol b= P TTT
.= tb+. log(1
b log t)]c t )
+ (c1. +
0,25
+ t Pa = T
T T
. [a atP+
Em que:
Exemplificando
Para uma dada equao IDF (exemplo):
. TR0,16
Imx= 1.090 0,83
(t + 15)
Define-se tempo de concentrao como o tempo que leva para que toda a bacia
considerada contribua para o escoamento superficial na seo estudada.
Tabela 1.3 | Valores de TR adotados para alguns tipos de obras hidrulicas (continuao)
Reflita
Voc percebeu uma certa variedade para valores de TR (perodo de
retorno), mas o que tem de existir na prtica uma anlise caso a caso e
uma tomada de deciso empregando-se o bom senso, pois essa escolha
interfere no custo da obra e na sua segurana. Pontos mais importantes
da cidade ou de estradas, por exemplo, requerem maior segurana, voc
no acha?
rea da bacia.
Equao de Kirpich
583, 0 0,385
L3L33 0,385
tc =tc=5757. 75 =ct
HH
Em que:
Equao de Doodge
Em que:
Zonas Valores de C
De edicao muito densa: Partes
centrais densamente construdas de
0,70 a 0,95
uma cidade com ruas e caladas pavi-
mentadas.
De edicao no muito densa: partes
adjacentes ao centro, de menor den-
0,60 a 0,70
sidade de habitaes, mas com ruas e
caladas pavimentadas.
De edicao com pouca superfcie
livre: partes residenciais com con- 0,50 a 0,60
strues cerradas, ruas pavimentadas.
De edicao com muitas superfcies
livres: partes residenciais tipo ci-
0,25 a 0,50
dade-jardim, ruas macadamizadas ou
pavimentadas.
De subrbios com alguma edicao:
partes de arrebaldes com pequena 0,10 a 0,25
densidade de construes.
De matas, parques e campos de
esporte: partes rurais, reas verdes, su-
0,05 a 0,20
perfcies arborizadas, parques e cam-
pos de esporte sem pavimentao.
Fonte: Wilken (1978).
C1 A1 . C2 A2 . ..Cn An
Cmdio = .
An
Em que:
Assimile
A definio de precipitaes de projeto deve considerar as peculiaridades
do local onde ser definida a obra, pois cada uma apresenta uma
caracterstica de chuva que se reflete na equao IDF, no perodo de
retorno compatvel para as diferentes obras hidrulicas, no local e nas
caractersticas das bacias para definir o tempo de concentrao e, ainda,
nas condies de escoamento e infiltrao.
1.752,27 . TR0,148
Imx = .
(t + 17)0,848
721,802 . TR0,211
Imx = .
(t + 10,566)0,720
2.300,090 . TR0,155
Imx = .
(t + 31,686)0,869
1.056,66 . TR0,163
Imx = .
(t + 24)0,743
Tabela 1.5 | Valores de precipitao de projeto (mm/hora) para diferentes TR, adotando-se
um tempo de concentrao de dez minutos
Muncipio TR 5 anos TR 25 anos TR 50 anos TR 100 anos
Umuarama - PR 135,91 172,46 191,10 211,74
Tabela 1.6 | Valores de precipitao de projeto (mm/hora) para diferentes TR, adotando-se
um tempo de concentrao de 60 minutos
Muncipio TR 5 anos TR 25 anos TR 50 anos TR 100 anos
Umuarama - PR 55,89 70,92 78,58 87,07
Angra dos Reis - RJ 47,31 66,43 76,90 89,01
Tupiratins TO 58,19 74,68 83,15 92,58
Salvador BA 51,07 66,38 74,32 83,21
Fonte: elaborada pelo autor.
Avanando na prtica
Para iniciar a seleo, demarque reas comuns, como as reas com coberturas
vegetais foram demarcadas em azul na Figura 1.11. Para essas reas, os valores esto
entre 0,05 e 0,2, conforme a Tabela de Wilken (1978). Existe um intervalo entre 0,05 e
0,2, que representaria genericamente de 5 a 20% de transformao da precipitao em
escoamento propriamente dito. Qual valor escolher nesse intervalo? Conforme voc
vai trabalhando com isso, sua sensibilidade vai melhorando, mas observe na figura um
dos trechos de reas demarcado em azul e perceba que se trata de uma mata mais
densa (fechada). Voc poderia aferir que para essa mata mais densa, comparada s
demais reas, o valor mais indicado seria de 0,05 para C, pois nela a infiltrao seria
maior e o escoamento menor que para as outras reas com cobertura vegetao
menos densa, que ficaram com um valor de C = 0,2.
Voc pode agrupar ainda, por exemplo, reas com ocupaes mais densas (em que
predominam prdios) e ocupaes menos densas ou subrbios (em que predominam
residncias) etc. Na Figura 1.11, a seguir, a classificao da continuidade considera
ocupaes mais densas e menos densas, e adota valores mdios de C de acordo
coma tabela de Wilken (1978). Resultado: para ocupao menos densa, adotou-se
0,65, e para mais densa, adotou-se 0,8.
1350 . TR0,09
Im x = .
(tc + 20)0,95
Seo 1.3
Dilogo aberto
Fonte: <http:http://3.bp.blogspot.com/-i6ynIONkkE4/UHwzHvMfQyI/AAAAAAAAABg/VBbwLJ3LJpM/s1600/
MAPA+BACIAS+Layout2+(1).jpg>. Acesso em: 30 dez. 2016.
752,27 . TR0,12
Imx = .
(tc + 29)1,2
No pode faltar
Delimitao e rea da bacia hidrogrfica
Bacia hidrogrfica pode ser vista como uma rea de captao natural da gua de
precipitao que acaba por convergir seus escoamentos para um nico ponto de sada
(exutrio ou ponto de interesse, que o local onde ser executada a obra hidrulica). A
bacia hidrogrfica delimitada pelos divisores de gua e seus tamanhos podem variar
desde dezenas de metros quadrados a milhares de quilmetros quadrados. H dois
tipos de divisores de gua: superficial (topogrfico) e o subterrneo (fretico). Como o
segundo tipo est em constante movimentao, considera-se, na prtica, o superficial
como divisor de gua da bacia.
Pesquise mais
Assista ao vdeo indicado e observe os detalhes para delimitao
da bacia hidrogrfica. Disponvel em: <https://www.youtube.com/
watch?v=MuaoK_g33bw>. Acesso em: 30 dez. 2016.
Aps demarcado o limite da bacia, pode-se definir sua rea. Quando se emprega o
software CAD, ela pode ser obtida por meio do traado poligonal, e quando se fecha
a poligonal no exutrio ou ponto de interesse, entra-se em propriedade e verifica-se
a rea obtida. Existem outros softwares, como o ARQGIS, o QGIS, entre outros, que
podem ajudar a delimitar e definir a rea da bacia. Um mtodo bastante simplificado
o de quadricular por cima do desenho da bacia e usar o quadriculado como escala
para determinar os valores de rea dos quadrados desenhados, conforme e esboado
no vdeo indicado no item Pesquise mais.
Reflita
Por que importante delimitar e saber a rea da bacia hidrogrfica?
simples: a gua que precipita sobre toda a rea ou ir infiltrar no solo,
ou ir evapotranspirar ou ir escoar sobre a superfcie seguindo os
conceitos de ciclo hidrolgico, como vimos na Seo 1.2. A gua que
escoa superficialmente promove a elevao do escoamento de base no
ponto do exutrio, ou ponto de interesse, e promove os problemas de
enchentes e inundaes.
Mtodo do
Mtodo Racional para Km 2Mtodo I-Pai-Wu Hidrograma
bacias pequenas < Modicado para bacia < Unitrio para
5KM2 30 km2 bacias maiores
Mtodo racional
Cm . Imx . A
Q= .
360
Em que:
Q = vazo em (m3/s).
Os meios para determinar C e I foram vistos na Seo 1.2. Seu emprego somente
permite a determinao de vazes mximas, sem definir a forma do hidrograma, e
Em que:
Q = vazo em (m3/s).
Em que:
Exemplificando
Figura 1.17 | Hidrograma unitrio
Exemplificando
Figura 1.18 | Superposio de hidrogramas
Superposio de vazes
tp = 0,6 . tc.
D
ta = tp + .
2
Em que:
D = durao da precipitao efetiva unitria (um minuto ou uma hora, por exemplo).
tr = 1,67 . ta
tb = ta + tr
tb = ta + 1,67ta ... tb = 2,67ta.
tr = 1,67ta
Sendo a vazo de pico do hidrograma unitrio (Qp em m3/s) definida pela equao:
0,208A
Qp = D .
0,6tc +
2
Em que:
A = rea (km2).
2
A 5080
1 0,1log p + 50,8
25 CN
Pe = .
A 20320
1 0,1log 25 p CN + 203, 2
Em que:
A = rea (km2).
Assimile
Com base no que estudamos, pondere sobre como deve ser demarcada
uma bacia hidrogrfica. Lembre-se de que a obteno de sua rea muito
importante para a determinao de vazo de projeto. Memorize tambm
o que vazo de projeto e lembre-se de que h muitas maneiras para sua
determinao, entre elas, as com dados fluviomtricos e as sem dados.
Sendo os mtodos de definio da vazo sem dados fluviomtricos os
mais comuns.
752,27 . TR0,62
Imx =
(tc + 29)1,2
Equao de Kirpich:
583, 0 0,385
LL3L33 0,385
tc 57 .
== 57
tc 75 =ct
HHH
Em que:
0,385
583, 0
L3 2,53 3L 0,385
tc 57 .
== 57
tc 75 cttc = 18,72 min.
=
H 1030
1330 H
Equao IDF:
752,27 . TR0,62
Imx = .
(tc + 29)1,2
Em que:
752,27 . TR0,62
Imx = Imx = 53,54 mm/h.
(tc + 29)1,2
Cm . Imx . A
Q=
360
Em que:
Q = vazo em (m3/s).
Avanando na prtica
b) tempo de recesso
c) tempo de ascenso
d) tempo de concentrao
e) tempo de pico
Referncias
Convite ao estudo
Caro aluno, seja bem-vindo! Nesta unidade, voc vai estudar o regime
hidrolgico dos cursos dgua, que neste contexto ser definido pelos seus
perodos de cheias e estiagens. Para ilustrar esta unidade, voc ser um
engenheiro civil de projetos, e dever utilizar os estudos a serem abordados
neste material para dimensionar obras hidrulicas, incluindo as de drenagem
urbana.
Alm disso, voc ter condies de entender por que ocorrem as falhas
hidrulicas em consequncia de grandes cheias, geradas pelo transbordamento
dos cursos dgua. Voc tambm estudar sobre a importncia dos sistemas de
previso de cheias nas grandes cidades, alm das consequncias de estiagens
severas.
Por fim, na Seo 2.3, estudaremos sobre noes das guas subterrneas;
conceitos de aquferos e suas recargas; e problemas de contaminao da gua
subterrnea.
Seo 2.1
Dilogo aberto
No campo, voc dever estar atento a todas as variveis do ciclo hidrolgico que
esto envolvidas na gerao do escoamento, bem como importncia da cobertura
da bacia hidrogrfica formada na Seo A, utilizando os conhecimentos obtidos na
Unidade 1. Alm disso, voc poder verificar o comportamento da seo do rio na
poca das chuvas.
No pode faltar
A avaliao ou estudo do regime hidrolgico de um curso de gua (rio, crrego,
canal natural ou artificial) exige o conhecimento da quantidade de gua que passa
pelo curso ao longo do tempo. A quantidade ou volume de gua que passa pela seo
do curso de gua denominada vazo, e expressa em unidades de volume (m ou
litros) pela unidade de tempo (segundos).
- Cheias: perodo em que o volume de gua que passa pelo curso aumenta em
funo da ocorrncia das chuvas de longa ou de curta durao, mas com grande
intensidade. Essas chuvas geram o escoamento superficial, que responsvel pela
ocorrncia das cheias, ou seja, a ocorrncia de vazes de grande magnitude, ou
vazes mximas. Voc j aprendeu esse conceito na Seo 1.2.
- Estiagem: perodo em que o volume de gua que passa pelo curso diminui em
funo da ausncia de chuvas. Nesse perodo, o nvel de gua no rio se encontra
abaixo do seu nvel normal, onde so observadas as vazes mnimas.
- Normal: perodo em que o volume de gua que escoa pelo curso se mantm
estvel: nem muito cheio e nem muito seco. Para essa situao, diz-se que o nvel
dgua normal.
A Figura 2.1 ilustra como o nvel de gua se comporta na seo do rio para os
diferentes perodos de um regime hidrolgico.
INEQUAO
ENCHENTE Regime de cheias
SITUAO
Regime normal de vazes
NORMAL
Para que esses perodos possam ser melhor caracterizados, importante que os
nveis de gua e as vazes sejam medidos na seo de interesse do curso de gua
ao longo do tempo. A seo de interesse utilizada para medies frequentes no rio
chamada de posto ou estao. Por exemplo, um posto fluviomtrico designa o
local onde se medem os nveis e as vazes de um rio ao longo do tempo. Os registros
de dados de nveis e vazes ao longo do tempo definem a srie histrica de uma
determinada seo de um rio.
900
800
700
600
600
Cota (cm)
500
400
300
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Vazo (m3/s)
Fonte: elaborada pelo autor.
Porque com a srie histrica dos dados possvel elaborar uma anlise das
vazes extremas, no caso, as cheias e as estiagens. Essa anlise tratada em
detalhe em hidrologia estatstica.
2500
2000
Vazo (m3/s)
1500
1000
500
0
jan-84 jan-85 jan-86 jan-87 jan-88 jan-89 jan-90 jan-91 jan-92
Fonte: elaborada pelo autor.
Assimile
Para que o engenheiro caracterize e quantifique os regimes dos cursos de
gua (cheias e estiagens) e, a partir disso tenha condies de dimensionar
as obras hidrulicas, importante estimar a vazo que passa pela seo.
Para isso, necessrio medir as vazes e tambm as cotas dos nveis de
gua. Por meio de medidas sistemticas, deve-se elaborar uma relao
chamada curva-chave (que relaciona as vazes com os respectivos nveis).
Essa relao utilizada para definir as sries de vazes ao longo do tempo
na seo de interesse. A representao das vazes ao longo do tempo
realizada atravs de grficos chamados fluviogramas ou hidrogramas.
Esses grficos mostram o comportamento das vazes tanto nos perodos
chuvosos (perodos de ocorrncia das cheias) quanto nos perodos mais
secos (perodos de estiagem).
Para que voc consiga desenvolver e avaliar os projetos das obras hidrulicas com
base tcnica adequada, importante que as bacias hidrogrficas sejam monitoradas
em termos de quantidade e qualidade da gua. No caso da quantidade da gua, o
monitoramento dos dados refere-se principalmente a chuva e vazo. Nesse caso,
a rede de monitoramento em solo constituda pelos postos fluviomtricos e
pluviomtricos, alm de outras variveis (CARVALHO, 2008). Com a srie dos dados
monitorados no espao e no tempo, possvel analisar o comportamento hidrolgico
da bacia hidrogrfica ao longo dos anos, incluindo a anlise dos perodos de cheias e
estiagens. Essa anlise pode ser desenvolvida tanto de forma visual (como apresentada
na Figura 2.3) quanto pela anlise estatstica. Essas anlises tambm daro subsdio ao
engenheiro para estimar a capacidade hidrulica de determinada seo do rio com
base nos dados monitorados.
Pesquise mais
Sobre hidrologia estatstica, h uma publicao disponvel para download
no link indicado. Disponvel em: <http://www.cprm.gov.br/publique/
Hidrologia/Mapas-e-Publicacoes/Livro-%22Hidrologia-Estatistica%22-981.
html>. Acesso em: 31 jan. 2017.
Reflita
Os projetos de obras hidrulicas so sempre desenvolvidos admitindo-
se probabilidades de falha. A probabilidade assumida pode ser maior ou
menor, dependendo do tipo de obra que se vai projetar. Caso a falha da
obra provoque grandes prejuzos econmicos ou mortes de pessoas,
deve-se admitir uma probabilidade de falha menor. Essa probabilidade
implica em maior garantia da capacidade hidrulica da obra, ou seja,
garantia de que a obra no falhe em qualquer evento chuvoso, o que trar
transtornos frequentes. Mas a obra poder falhar em eventos mais raros.
O que isso significa em termos de engenharia? Que quanto mais segura
a obra, maior o seu custo, e isso muitas vezes pode tornar a obra
invivel economicamente. Por isso, na anlise do sistema de drenagem,
importante que uma srie de medidas (estruturais e no estruturais)
sejam avaliadas para que elas diminuam os impactos das cheias urbanas
(COLLISCHONN; DORNELLES, 2013).
Exemplificando
A seguir, ilustrada uma anlise simples de vazes mximas que apresenta
o conceito de probabilidade de excedncia e de tempo de retorno de uma
vazo. A probabilidade anual de excedncia de uma determinada vazo
a probabilidade de que essa vazo venha a ser igualada ou superada
em um ano qualquer. O tempo de retorno de uma vazo mxima o
intervalo mdio de tempo, em anos, decorrido entre duas ocorrncias
sucessivas de um dado evento ou sua superao. O perodo de retorno
(TR) o inverso da probabilidade de excedncia (P): (TR=1/P). No Quadro
2.1 apresentado o clculo da probabilidade anual e do perodo de
retorno de uma srie curta de vazes mximas, com o objetivo apenas
de demonstrar o conceito. A relao de vazes apresentada na ordem
cronolgica em que ocorre e, posteriormente, deve ser organizada
em ordem decrescente, para que possam ser efetuados os clculos da
probabilidade e tempo de retorno, conforme apresentado no Quadro 2.2.
Na srie indicada, a maior vazo encontrada tem perodo de retorno de 11
anos e probabilidade de 9%.
m m = ordem 1
P= TR =
N+1 N = nmero de anos P
Probabili- Tempo de re-
Ano Qmx. ordem
dade torno
1995 3089 1 0,09 11,0
1997 2234 2 0,18 5,5
1993 1887 3 0,27 3,7
1991 1747 4 0,36 2,8
1996 1737 5 0,45 2,2
1999 1517 6 0,55 1,8
1994 1490 7 0,64 1,6
1998 1454 8 0,73 1,4
1990 1445 9 0,82 1,2
1992 1287 10 0,91 1,1
Fonte: elaborado pelo autor.
Pesquise mais
Para assimilar os conceitos sobre hidrologia e drenagem urbana, veja o
documentrio Entre rios: a urbanizao de So Paulo. Disponvel em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Fwh-cZfWNIc>. Acesso em: 25 jan.
2017.
Para que voc adquira sensibilidade sobre como as variveis do ciclo hidrolgico,
responsveis pela gerao do escoamento nos rios, juntamente com a cobertura
do uso e ocupao do solo da bacia hidrogrfica, podem interferir na capacidade
hidrulica da seo de interesse, voc deve observar os processos que influenciam
no escoamento, conforme Figura 2.4. A Figura 2.5 ilustra uma bacia hidrogrfica
hipottica para uma seo de interesse, com o objetivo de ajud-lo na compreenso
do sistema envolvido para a elaborao do seu parecer tcnico. Para entender o que
acontece numa bacia hidrogrfica, necessrio treinar a sensibilidade de observao
dos processos, num primeiro momento, de forma muito simples, como apresentado
na Figura 2.4.
Armazenamento em
depresses
Escoamento
Escoamento
supercial
supercial direto
Inltrao
Nvel fretico Escoamento
subsupercial
Percolao Escoamento
Percolao bsico
Rede de drenagem
(rios)
Observar o uso e
ocupao do solo
Hidrograma
V max
Tempo (h)
Fonte: adaptada de <http://echo2.epfl.ch/e-drologie/chapitres/chapitre2/main.html>. Acesso em: 12 jan. 2017.
Avanando na prtica
Resoluo da situao-problema
Mas como os hidrogramas podem ser gerados? Para essa situao, foram utilizados
modelos hidrolgicos que simulam os hidrogramas ou as vazes ao longo do tempo,
com base nos principais processos do ciclo hidrolgico, j vistos na Unidade 1. Na
Seo 1.3 foram apresentados alguns modelos hidrolgicos que simulam os processos
hidrolgicos e geram os hidrogramas de sada nas bacias hidrogrficas. Admitindo-se
que um desses modelos foi utilizado para gerar os hidrogramas para as trs situaes,
os hidrogramas resultantes so ilustrados na Figura 2.6.
Seo 2.2
Dilogo aberto
Ao final desta seo, voc dever ser capaz de analisar os dados de cheias e estiagem
que foram observados no campo e verificar a necessidade ou no de regularizao da
vazo do rio. E caso seja necessria a regularizao do Rio Ribeirinha, voc estar apto
a dimensionar o volume mnimo do reservatrio a ser construdo.
No pode faltar
Com os conhecimentos adquiridos na Unidade 1 e na seo anterior desta unidade,
voc dever ser capaz de entender como a gua chega nos cursos dgua; de que
forma possvel monitorar o nvel e a quantidade ou volume de gua que passa
numa determinada seo do rio; e quais so os principais fatores que influenciam
essas variveis. Caso no esteja seguro desse processo, retorne Unidade 1 e seo
anterior desta unidade e releia o contedo.
Quando a gua que escoa nos rios no suficiente para atender aos diversos usos
da gua (abastecimento humano, dessedentao animal, irrigao para a agricultura,
gerao de energia hidreltrica, indstrias, navegao, recreao, entre outros) diz-se
que um perodo de estiagem, escassez hdrica, seca ou dficit hdrico.
Em termos de obras de engenharia, o que pode ser feito para controlar os dficits
hdricos no atendimento dos diversos usos?
Vocabulrio
Os termos a seguir, jusante e montante, so locais de referncia nos rios
que dependem da localizao do observador.
Jusante o termo para o fluxo natural do rio: a gua vem do ponto mais
alto (cota mais alta) para um ponto (ou cota) mais baixo.
Vocabulrio
Alguns termos citados neste texto so conhecidos como termos tcnicos
da rea. Eles sero utilizados com bastante frequncia, e podem ser
consultados na publicao da Agncia Nacional de guas (AGNCIA...,
2014).
Afluente: curso d'gua que flui para outro curso d'gua que possui maior
rea de drenagem a montante, ou para um lago, ou para um reservatrio
AGNCIA..., 2014.
V = P . A + Qa . t . E . A Qd . t QS . t I . A
onde:
t = Q Q ,
t a s
em que:
t = tempo em segundos.
A vazo afluente ao reservatrio inclui todos os fluxos de gua que escoam para o
reservatrio, como as vazes superficiais dos rios e crregos, alm do fluxo de gua
subterrnea dos aquferos prximos, e tambm da precipitao direta na superfcie
do espelho de gua do reservatrio. A vazo de sada do reservatrio inclui as
retiradas de gua para atender s demandas (abastecimento urbano e irrigao, entre
outros); vazes controladas a jusante, exigidas para atender demandas ambientais; de
navegao; ou para outros usos.
Assimile
A barragem uma estrutura ou obra hidrulica que tem como funo
principal acumular ou represar gua, formando uma represa ou
reservatrio. O projeto de uma barragem feito para atender a um objetivo
ou a vrios, tais como: captao de gua para abastecimento ou irrigao;
controle de cheias; gerao de energia eltrica em aproveitamentos
hidreltricos; regularizao de nveis para navegao fluvial; atividades de
recreao; pesca; enfim, para mltiplos usos. Por esse motivo, algumas
barragens so conhecidas como barragens de usos mltiplos: so obras
hidrulicas projetadas para atender a diversos usos. Com certeza, voc j
entendeu a importncia e a complexidade de um empreendimento dessa
Reflita
Ser que o reservatrio ser sempre necessrio? Qual a anlise bsica
a ser realizada para responder a esta questo? Inicialmente, lembre-se
da sua primeira atividade como estagirio: observar o comportamento
da seo de interesse no campo, depois, verificar e analisar os dados
observados no escritrio. Da mesma forma, inicialmente, importante
verificar a disponibilidade de dados hidrolgicos na bacia hidrogrfica de
interesse e em regies vizinhas.
Exemplificando
A seguir, ilustramos de forma simples um procedimento de anlise
preliminar envolvido na observao do volume mnimo de um
reservatrio e a vazo de regularizao por meio da lei de regularizao,
conforme equao a seguir:
y(t) = Qr(t) ,
Qmed
em que:
Qr(t) = vazo de regularizao, que pode ser obtida pela soma de todas
as vazes que devero ser atendidas ou fornecidas pelo reservatrio num
determinado tempo.
Qmed = mdia das vazes naturais afluentes (at a seo escolhida para a
instalao da barragem) para o nmero de meses escolhido para a anlise.
Cr = Vn Va.
Pesquise mais
Para adquirir conhecimento sobre a complexidade que envolve as questes
do enfrentamento dos perodos de estiagem principalmente em grandes
cidades, pesquise sobre o caso de So Paulo e seu principal sistema de
abastecimento de gua, o Sistema Cantareira, atravs do link indicado.
Disponvel em: <http://www.sspcj.org.br/index.php/sistemacantareira>.
Acesso em: 27 jan. 2017.
Avanando na prtica
Caro aluno, o engenheiro de projetos do escritrio para o qual voc trabalha pede
que voc verifique a srie de vazes naturais mensais do Rio So Marcos, na seo
onde est instalada a barragem de Serra do Faco. Ele precisa de um valor preliminar
do volume mnimo do reservatrio, considerando as vazes naturais mdias no
perodo entre 2013 e 2014. Deve-se considerar a lei de regulao e que o valor de
evaporao seja igual a zero.
Resoluo da situao-problema
Para iniciar esse clculo, voc deve buscar a srie de vazes naturais mdias para o
Rio So Marcos na seo da barragem Serra do Faco, no site do Operador Nacional
do Sistema Eltrico (ONS). O ONS o rgo que opera todas as barragens que geram
energia hidreltrica no pas, e indica os nveis de operao dos reservatrios com base
horria, ou seja, informa de hora em hora qual reservatrio deve reservar mais gua
e qual reservatrio liberar mais gua para jusante, obtendo, assim, a otimizao da
gerao de energia do pas. O ONS disponibiliza as sries de vazes naturais dos rios
nas sees dos reservatrios no perodo de 1931 at 2015. O contedo est disponvel
em: <http://www.ons.org.br/operacao/vazoes_naturais.aspx>. Acesso em: 17 jan.
2017.
Aps a obteno dos dados, montamos um grfico da vazo (m3/s) versus tempo
(meses) para os anos de 2013 e 2014. A partir dos dados plotados no grfico, ficar
fcil identificarmos qual foi o perodo de estiagem (perodo crtico) em relao
vazo mdia do perodo. Observe que os valores das vazes mdias mensais so
apresentados no prprio grfico, incluindo a vazo mdia da srie histrica.
Figura 2.12 | Srie de vazes naturais - Rio So Marcos UHE Serra do faco
y(t) = Qr(t) ,
Qmed(t)
em que:
Cr = Vn Va,
em que:
Vn = volume necessrio.
Va = volume afluente.
Vn = 142(2,68 x 106 + 2,59 x 106 + 2,68 x 106 + 2,68 x 106 + 2,59 x 106 + 2,68 x
10 + 2,59 x 106)
6
Vn = 2,62 x 106m3
Considerando que o perodo crtico compreende os meses de maio a novembro
de 2014, calcula-se:
Va = (Qmai x tmai) + (Qjun x tjun) + (Qjul x tjul) + (Qago x tago) + (Qset x tset) + (Qout x tout).+ (Qnov x tnox).
Va = (131 x 2,59 x 106) + (88 x 2,59 x 106) + (62 x 2,68 x 106) + (45 x 2,68 x 106) +
(33 x 2,59 x 106) + (15 x 268 x 106) + (72 x 2,59 x 106)
Va + 1,18 x 109 m3
Para que o rio esteja 100% regularizado durante o perodo estudado, o volume
mnimo do reservatrio dever ser igual a 1,44 x 109 m3.
Seo 2.3
guas subterrneas
Dilogo aberto
Ol, aluno! Para finalizar o parecer tcnico sobre regime hidrolgico do Rio
Ribeirinha, foi solicitado que voc pesquise qual ou quais aquferos est(o) presente(s)
nessa bacia hidrogrfica. O importante compreender que as guas subterrneas
esto armazenadas em grandes reservatrios, chamados de aquferos. Os aquferos
no tm o mesmo tamanho da bacia hidrogrfica. Pelo contrrio, eles tm abrangncia
superior extenso da bacia, e podem ultrapassar limites entre estados e pases. A sua
distribuio geogrfica est relacionada com a geologia do local.
No pode faltar
As guas subterrneas so parte do ciclo hidrolgico. A gua precipitada que no
evapora ou interceptada seguir dois caminhos: escoar pela superfcie at atingir
cursos dgua, rios, lagos ou at mesmo o mar, formando o escoamento superficial;
ou ento infiltrar no solo e atingir o escoamento subterrneo. A gua infiltrada percola
pelos vazios do solo e pelas pores geolgicas atravs de um movimento vertical,
em funo da ao da gravidade, da presso e da capilaridade.
Vocabulrio
Capilaridade: propriedade fsica que os fluidos tm de subirem ou
descerem em tubos extremamente finos ou em corpos porosos. Essa
ao pode fazer com que lquidos fluam mesmo contra a fora da
gravidade, devido tenso superficial da gua.
Esse movimento bem lento e ocorre at a gua precipitada atingir uma zona
onde todos os vazios j esto preenchidos com gua: a zona saturada.
Assimile
O aqufero pode ser classificado de acordo com a presso na sua camada
limtrofe em livre, semiconfinado e confinado. As definies desses
aquferos so dadas da seguinte forma, segundo Porto (2012):
Reflita
Como os aquferos so reabastecidos? A gua que o aqufero recebe para
o seu reabastecimento denominada de recarga.
As fontes diretas so: resduos slidos; vazamento das redes de esgoto ou fossas;
chorume proveniente de aterros sanitrios mal planejados; atividades agrcolas, como
o uso de fertilizantes, pesticidas e agrotxicos; atividades de minerao; e o vazamento
de substncias txicas, como tanques em postos de gasolina ou de oleodutos e
cemitrios.
Exemplificando
A contaminao dos aquferos gera um impacto enorme nas guas
subterrneas. O tempo para recuperao dos aquferos extremamente
lento e nem sempre a despoluio acontece de forma natural.
Pesquise mais
Para complementar sua leitura, visite o site da Associao Brasileira de
guas Subterrneas. Disponvel em: <http://www.abas.org/#>. Acesso
em: 2 fev. 2017.
importante que voc sugira que aes de proteo devem ser incorporadas
ao plano diretor local, alm de pontos de monitoramento em locais com maior
vulnerabilidade poluio.
Avanando na prtica
A cidade de So Paulo passou recentemente por uma crise hdrica grave, decorrente
de um perodo de estiagem prolongado. Em consequncia disso, foi necessrio
fazer o racionamento do uso da gua. Sendo assim, alguns condomnios buscaram
complementar a gua disponvel por meio da perfurao de poos para captao de
gua subterrnea. Para essa finalidade, o que deve ser feito inicialmente?
Resoluo da situao-problema
Referncias
Sistemas de micro e
macrodrenagem
Convite ao estudo
Esta unidade est dividida em trs sees (3.1; 3.2; e 3.3). Na Seo 3.1
abordaremos os principais dispositivos que compem a microdrenagem e
os critrios de projeto; os problemas comuns encontrados no sistema de
microdrenagem, bem como seus controles; e o dimensionamento de sarjetas
e sarjetes.
responsvel pela gesto das guas pluviais urbanas de uma grande cidade. Voc
ser responsvel por planejar e projetar os dispositivos de drenagem da cidade,
solucionando problemas de alagamentos, que atrapalham o fluxo normal da
cidade em dias chuvosos, causam danos aos patrimnios pblicos e privados e
tambm transtornos aos muncipes.
Seo 3.1
Dilogo aberto
Como engenheiro civil do rgo pblico responsvel pela gesto das guas pluviais
urbanas de uma grande cidade, voc foi designado para analisar um pr-projeto de
drenagem urbana que ser implantado em um trecho da cidade que sofre com
problemas de alagamento.
No pode faltar
Com base no seu conhecimento de hidrologia adquirido nas unidades anteriores,
estudaremos agora o tema da drenagem urbana: uma aplicao da hidrologia no
meio urbano.
Esta seo tem como objetivo explanar os critrios de projeto para a drenagem
urbana, os principais dispositivos pertencentes microdrenagem, os problemas
apresentados na prtica em relao drenagem urbana e o dimensionamento dos
dispositivos de encaminhamento de vazes, como as sarjetas e os sarjetes.
A microdrenagem a parte do sistema que inicia nos limites dos lotes e das
edificaes, no qual recebe as instalaes prediais de coleta de guas pluviais, prossegue
no escoamento das sarjetas e coletado pelas bocas de lobo, que direcionam essas
guas para as galerias pluviais.
O sistema pluvial abrange calhas das ruas, galerias, bueiros, bocas de lobo,
dispositivos de infiltrao, escadarias e rampas at a chegada das guas aos crregos,
riachos e rios, com o objetivo de evitar: eroses do terreno; do pavimento; alagamento
da calha viria, e tambm com a funo de eliminar pontos baixos sem escoamento,
a fim de promover a chegada ordenada das guas aos cursos de gua da regio
(BOTELHO, 2006; HOUGHTALEN; HWANG; AKAN, 2012).
Critrios de projeto
O tempo de concentrao (tc) a soma dos tempos de entrada (te), que definido
como o tempo do percurso gasto pela gua da chuva ao atingir o terreno nos pontos
mais distantes at alcanar a primeira seo de captao (boca de lobo), e o tempo de
percurso (tp), que o tempo de escoamento no interior das galerias.
tc = te + tp
Reflita
Dada a urbanizao das cidades, que ocorre muitas vezes de maneira
desordenada e com alteraes de terrenos e reduo da permeabilidade
por revestimento artificial, como voc acha que isso interfere na gesto
das guas pluviais urbanas?
d) Intensidade (i)
Para pequenas bacias, ou seja, com reas inferiores a 50 ha, mais comuns em
estudos de microdrenagem, utiliza-se o mtodo racional de clculo de vazes, por
meio da equao:
C.i.A
Q= ,
3,6
em que:
C = coeficiente de deflvio.
Dispositivos da microdrenagem
a) Guias ou meio-fio
b) Sarjetas e sarjetes
0,15 0,13
i 3%
c) Bocas de lobo
As bocas de lobo (Figura 3.4) recebem as guas pluviais para o sistema de drenagem.
Elas so posicionadas e projetadas de modo a concentrar e remover o escoamento
nas sarjetas, quando se esgota sua capacidade hidrulica, a um custo mnimo e com
interferncia mnima, tanto para o pedestre quanto para o trfego veicular. O objetivo
principal desses dispositivos minimizar o espalhamento de gua pela rua, levando-a
para as galerias (AZEVEDO NETTO, 2015; SHAMMAS et al., 2013).
Quanto ao tipo de entrada, as bocas de lobo podem ser de: entradas com abertura
na guia; entradas de sarjeta; e entradas conjuntas, que combinam aberturas na guia
com aberturas na sarjeta (Figura 3.5). Apenas onde o trfego forado a se mover
lentamente, as superfcies e entradas com abertura na guia podem ser rebaixadas, para
aumentar a capacidade de tomada dgua (capacidade de engolimento) (SHAMMAS
et al., 2013).
Entradas de sarjeta
Quanto mais superficial e livre for o sistema pluvial, menores sero os problemas de
uso. Por exemplo, sempre prefervel usar sarjetes e rasgos s solues de captao
por bocas de lobo e galeria enterrada (BOTELHO, 2006).
Assimile
O sistema de drenagem urbana no funciona de forma adequada se
gerenciado isoladamente dos outros componentes da infraestrutura
urbana, especialmente de toda a redes subterrnea e, principalmente, do
gerenciamento municipal de resduos slidos urbanos.
Reflita
Lembre-se de que a funo da drenagem urbana coletar as guas
evitando o empoamento duradouro. Caso ocorram empoamentos
recorrentes, porque o sistema foi mal projetado.
Resduos slidos.
Descargas de piscinas.
Pesquise mais
O link indicado contm uma notcia que relata os problemas enfrentados
pelos moradores de um conjunto habitacional na cidade de Itatinga, SP,
devido falta de drenagem urbana adequada. Diante da situao, os
prprios moradores tentaram minimizar o problema construindo valas
para facilitar o escoamento da gua de chuva.
A localizao dos coletores de modo a evitar que a gua invada a rua combina a
equao de Manning para a capacidade da sarjeta e a equao racional para a taxa de
escoamento superficial. Dados a geometria da rua (informao da seo transversal
e da declividade da rua), os critrios de invaso do pavimento (ou altura da sarjeta,
dependendo dos limites de profundidade do fluxo no meio-fio) e o coeficiente de
rugosidade de Manning, a capacidade da sarjeta calculada.
Para o clculo da sarjeta, pode-se utilizar toda a caixa da rua como condutora ou
apenas das laterais das sarjetas. Nesse caso, a rua no poder ser totalmente ocupada
pelas guas. A capacidade de transporte das ruas com as guas escoando s pelas
laterais das sarjetas evidentemente inferior ao transporte de gua ocupando toda a
rua.
5,0 3 /8 15,0 3/8 1 11 8/3 0,5 10,5 8/3 0,5
0S 0yQ
Q=0,375 0S 5
= 0,375 ,0.=Qy0y8/3
.07y3Q=0,375 5S73. ,S0=Q y0 S0
Para sarjetas triangulares, a expresso 0 0
xS n nSxxSxn n S0x
n S
apresentada para verificao da capacidade de encaminhamento de gua levando em
considerao a altura do meio fio, visto que a gua no pode transbordar, sendo que:
y0 = T . Sx
Q = 0,375 . S5/3
x
. S0,5 . T8/3.
0
n
Exemplificando
Calcular a vazo de uma sarjeta na seguinte situao:
S0 = 0,005; Sx = 0,02
T = 3,66 m.
n = 0,016.
Clculo da vazo:
573,0 0,375
Q Qn n
. Q
n 0,375
TT=
= =T ,
.S67.S3S,0
0,376
lS x S
0,376 S xx l I
em que:
5,0 3 /8 1 S . S 1
0S Sx10ey Sx2 SQ=0,375
Sx = mdia das declividades transversais = 57x1
x
3,0 =
Q . y8/3
x2 0,5
0 S0
xS n Sx1 + Snx2Sx
T = largura do sarjeto (m).
n = coeficiente de Manning.
Voc foi designado para analisar um pr-projeto de drenagem urbana que ser
implantado em um trecho da cidade que sofre com problemas de alagamento.
0,1431
.
Equao da chuva: i = 502,47 Tr .
(t + 10,8)0,606
Altura mxima da lmina de gua das sarjetas: 10 cm.
Soluo:
Para verificar se o fluxo nas sarjetas atende ao valor de projeto recomendado (no
caso, a altura da lmina de gua deve ser inferior a 10 cm), basta calcular as alturas
das lminas de gua para as maiores vazes de cada uma das avenidas atravs da
5,0 3 /8 1 n . Sx . Q 3/8 1 8/3 0,5
0S 0yy0 = Q=0,375
573.,0=0,5
Q . Atendendo
y S0 s maiores vazes, atender a todas as
S0 n Sx 0
expresso
xS n0,375
outras. As maiores vazes so de 0,06787 m/s e 0,07343 m/s para as Avenidas 1 e 2,
Como a verificao foi satisfatria para as maiores vazes de cada avenida, todas
as outras sarjetas das mesmas avenidas tambm tm condio de fluxo satisfatrio, ou
seja, no necessrio fazer alteraes nos projetos das sarjetas.
Avanando na prtica
Resoluo da situao-problema
Como a legislao local requer que pelo menos uma faixa em cada sentido esteja
livre do espalhamento, ento, o espalhamento mximo a largura de uma faixa em
7,00 m
Portanto, 295,32 m a distncia que promove a mxima vazo, ou seja, o
espaamento mximo dos coletores, como as bocas de lobo, que sero estudadas
na prxima seo.
Seo 3.2
Microdrenagem: dimensionamento
Dilogo aberto
No pode faltar
Continuando o estudo dos dispositivos de microdrenagem urbana, nesta seo,
iremos estudar mais profundamente os tipos de bocas de lobo; o dimensionamento
de bocas de lobo; os poos de visita e sua alocao; e o dimensionamento das galerias
de guas pluviais.
Q = 1,71 . L . H3/2,
em que:
Para a boca de lobo de sarjeta, pode ser utilizada a mesma expresso, substituindo-
se L por P (em que P o permetro da rea livre do orifcio em metro).
Bocas de lobo com grelha (Figura 3.8) so mais eficientes que bocas de lobo com
abertura na guia quando a rua nivelada. Para isso, o engenheiro precisa escolher um
tipo de grelha adequado para a rua que est sendo projetada, mas as entradas com
grelhas tm maior facilidade de entupimento do que outros tipos de bocas de lobo
(SHAMMAS et al., 2013).
Reticulina
Reflita
As vias urbanas fazem parte da infraestrutura urbana compartilhada pelos
diversos modais de mobilidade, como os automveis, pedestres e ciclistas.
Uma pergunta para reflexo: Em uma via com alto trfego de ciclistas,
prudente instalar bocas de lobo com grelhas longitudinais no sentido da
via?
As bocas de lobo com abertura na guia (Figura 3.9) so aberturas dentro da prpria
guia e so mais eficientes em reas onde as bocas de lobo com grelha estariam
mais propensas ao entupimento. A eficincia de uma boca de lobo com abertura
na guia se baseia na proporo do comprimento real da boca de lobo para que seu
comprimento necessrio capture 100% do escoamento total. Esse tipo de boca de
lobo corriqueiramente instalado no pavimento, criando uma pequena declividade
no local.
em que:
Como visto na seo anterior, PV so cmaras que permitem a visita humana, cuja
funo principal a de permitir o acesso de pessoas s galerias para a inspeo e
desobstruo, alm de receber ligaes de bocas de lobo. Para otimizar esses objetivos,
eles costumam ser alocados nos pontos de reunio dos condutos (BOTELHO, 2006;
AZEVEDO NETTO, 2015).
Bocas de lobo
Tubo de ligao
minimo: 0,30 m
A rede de drenagem urbana pode ser alocada no eixo das vias ou junto ao meio
fio, e tem prioridade na hierarquizao da locao da infraestrutura subterrnea devido
aos grandes dimetros das tubulaes.
Azevedo Netto (2015) afirma que o mtodo racional utilizado para se definirem
as vazes de projeto de cada trecho da galeria. Para isso, o autor pressupe que:
Tubo Recobrimento
(m)
Concreto Simples 0,6
Concreto Armado:
DN 700 mm 0,7
DN 800 mm 1
DN 1000 mm 1
DN 1200 mm 1,2
DN 1500 mm 1,5
Fonte: Botelho (2006, p. 76).
Greide da via
Entrada
(boca de lobo)
300 mm
400 mm
500 mm
600 mm
700 mm
Geratriz
superior
Igualar as
coroas
400mm
500mm
Geratriz inferior
ou soleira
Exemplificando
Calcule a declividade do terreno, sabendo que a cota de montante
823 m e a cota de jusante 819 m, considerando que o trecho tem
extenso de 64 m.
CTm CTj . 823 819 .
S= ..S= . . S = 0,063.
L 64
5,0 3 /8 1 3,21
. n . Q 3/81 8/3 0,5
0S 0y D = Q=0,375
5730,5,0=Q
, y0 S0
xS n
S n Sx
em que:
D = dimetro (m).
n = coeficiente de rugosidade.
S = declividade (m/m).
Assimile
Para uma certa vazo calculada, o dimensionamento da tubulao
uma relao entre dimetro e declividade, com o objetivo de se manter a
velocidade do fluxo sempre dentro da faixa determinada.
L
Tempo de escoamento na galeria no trecho (te): te = 60 . v .
plena
Pesquise mais
Para saber mais detalhadamente sobre como dimensionar a rede de
drenagem urbana com todos os elementos de clculo, assista ao vdeo
disponvel em: <https://youtu.be/_IiBQchOKBw? list=PL2AWvQX4E2wCv
l2rZPkELjdInDd5aWVFJ>. Acesso em: 30 jan. 2017.
As bocas de lobo BL2, BL3 e BL4 esto subdimensionadas. Como a boca de lobo
padro nica e possui 1 m de largura, nos pontos 2, 3 e 4 devero ser adotadas bocas
de lobo duplas.
Avanando na prtica
Problema de dimensionamento do dimetro e declividade da galeria
Descrio da situao-problema
Resoluo da situao-problema
Seo 3.3
Dilogo aberto
No pode faltar
A macrodrenagem consiste nas intervenes em fundos de vales que coletam
guas pluviais de reas providas de microdrenagem ou no. A macrodrenagem busca
evitar as enchentes devido bacia urbana, isto , por meio da construo de canais,
revestidos ou no, com maior capacidade de transporte que o canal natural e tambm
por meio de reservatrios de amortecimento de ondas de cheias (TUCCI, 2012).
Critrio de projetos
Dispositivos
Pesquise mais
Um tnel para transporte de veculos em Kuala Lumpur, Singapura,
funciona, em caso de possibilidade de enchentes, como uma grande
galeria de guas pluviais. De acordo com a intensidade da chuva, trechos
do tnel so disponibilizados para o transporte da enxurrada.
Reflita
A principal funo dos reservatrios reter/deter um certo volume de
gua para atrasar a onda de cheia a jusante, mas se o reservatrio de
reteno estiver sempre na cota mxima no perodo seco, o que ocorre
no caso de uma chuva intensa?
Bueiros: so estruturas hidrulicas, construdas nos pontos baixos dos vales, com o
objetivo de permitir a passagem das guas dos talvegues sob as obras de terraplenagem.
Os bueiros sero tratados mais especificamente no item a seguir.
Figura 3.15 | Condies de funcionamento hidrulico dos bueiros: (a) como conduto
forado; (b) e (c) como orifcio; (d), (e) e (f) como canal
Exemplificando
Exemplo: dois bueiros de 1,0 m esto alinhados e a vazo admissvel
calculada para um bueiro de 1,1 m3/s. Qual ser a vazo de projeto para
os dois bueiros?
Nn
N2
N1
Assimile
Grficos auxiliares so valores padronizados em tabelas e grficos que
so calculados a partir dos dados geomtricos da seo para auxiliar
nos clculos, reduzindo-se os clculos interativos necessrios para o
dimensionamento dos tamanhos dos canais.
Vocabulrio
Deletria: prejudicial, nociva.
Para Canholi (2015), as seguintes recomendaes devem ser seguidas para melhor
desempenho do sistema de macrodrenagem:
Alm disso, outro problema comum que ocorre nas bacias de deteno a ligao
clandestina de esgoto. Os reservatrios se tornam lagoas de esgoto, proliferando
vetores, exalando mau cheiro, degradando a vizinhana. Os reservatrios de reteno
tm que permanecer vazios para cumprir sua principal funo, que a de reter a onda
de cheia. Os reservatrios de deteno tambm tm que permanecer com o nvel de
gua mximo para o qual foi projetado. Caso contrrio, no amortecer a chuva.
Sabendo que o bueiro deve funcionar como canal livre, temos a verificao da
condio de funcionamento hidrulico:
n2 0,0152
SC = 32,82 . = 32,82 . 3 = 0,00738 ou 0,74% .
3
D 1
S(0,30%) < Sc (0,74%). OK! Ento, o canal est no funcionamento subcrtico.
Como Qafl = (3,33 m3/s) > Qadm (2,116 m3/s), a estrutura proposta no suficiente
para essa vazo. Portanto, aumenta-se o dimetro para 1,20 m e faz-se as verificaes.
Como Qafl(3,33 m3/s) < Qadm(3,441 m3/s), a estrutura proposta, contendo dois
bueiros, com dimetros de 1,20 m feitos em concreto, suficiente para essa vazo
afluente.
Avanando na prtica
Dimensionamento de vo de ponte
Descrio da situao-problema
Voc, como engenheiro, precisa avaliar a qual altura pode-se construir uma ponte
sobre um canal retificado e revestido com placas de concreto (n = 0,015), com seo
transversal composta, conforme a Figura 3.18. O canal tem 12 m de largura e altura
total de 5 m. A vazo mxima do fluxo de 110 m/s e declividade local de 0,001 m/m.
O projeto exige uma borda livre mnima de 1,00 m. Determine a cota com a qual a
ponte pode ser construda. Utilize o grfico auxiliar fornecido.
12,0 m
3,0 m
2,0 m
1:3
4
3,70
3
Resoluo da situao-problema
Como o canal tem 5,00 m de profundidade total, a viga pode ser posicionada
na cota correspondente ao topo do canal e garantir a borda livre mnima de 1,00 m,
exigida no projeto.
Referncias
AZEVEDO NETTO, Jos M. de. Manual de hidrulica. 9. ed. So Paulo: Edgard Blucher,
2015.
BAPTISTA, Mrcio Benedito; COELHO, Mrcia M. Lara Pinto. Fundamentos de
engenharia hidrulica. 4. ed. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.
BOTELHO, Manoel Henrique Campos. guas de chuva: engenharia das guas pluviais
nas cidades. So Paulo: Edgard Blucher, 2006.
CANHOLI, Alusio. Drenagem urbana e controle de enchentes. So Paulo: Oficina de
Textos, 2015.
CRUZ, Tiago. guas pluviais dimensionamento: planilha atualizada.. 2015. Disponvel
em: <https://youtu.be/_IiBQchOKBw?list=PL2AWvQX4E2wCvl2rZPkELjdInDd5aWVFJ>.
Acesso em: 30 jan. 2017.
G1 Bauru e Marilia. Falta de infraestrutura causa alagamento em conjunto habitacional.
G1, 4 jan. 2017. Disponvel em: <http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2017/01/
falta-de-infraestrutura-causa-alagamento-em-conjunto-habitacional.html>. Acesso em:
24 jan. 2017.
GRIBBIN, John E. Introduo hidrulica, hidrologia e gesto de guas pluviais. 4. ed.
So Paulo: Cengage Learning, 2014.
HOUGHTALEN, Robert J.; HWANG, NHC; AKAN, A. O. Engenharia hidrulica. 4. ed. So
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
IMPELLER. SMART, uma soluo inteligente para as guas pluviais. 29 ago. 2012.
Disponvel em: <http://impeller.xyleminc.com/pt-br/smart-uma-solucao-inteligente-
para-as-aguas-pluviais/>. Acesso em: 4 fev. 2017.
NICKLOW, JOHN W. Design of stormwater inlets. In: MAYS, Larry W. Stormwater
collection systems design handbook. New York: McGraw-Hill Professional, 2001.
SHAMMAS, N. K. et al. Abastecimento de gua e remoo de resduos. 3. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2013.
TOMAZ, P. Bueiros ou travessias. In: ____. Curso de manejo de guas pluviais.
[s.l.: s.n.], 2015. Disponvel em: <http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/Novos_livros/
bueiros_travessia/capitulo_07_Bueiros_ou_travessias.pdf>. Acesso em: 9 fev. 2017.
Tcnicas compensatrias em
drenagem urbana
Convite ao estudo
Ol, aluno! Seja bem-vindo!
Esta unidade est dividida em trs sees. Na Seo 4.1 sero abordados
os temas referentes estabilidade de taludes, restaurao de canais
naturais, ao controle do processo de eroso e ao assoreamento de canais,
retificao e renaturalizao de canais, alm das formas de controle do
escoamento na fonte.
Seo 4.1
Dilogo aberto
Voc, como engenheiro projetista responsvel pela legalizao de um novo
loteamento, informado pelo poder pblico municipal que, para ter a obra autorizada
ser necessrio adotar medidas sustentveis de gesto das guas pluviais, desonerando
a infraestrutura pblica local. O ambiente no qual o loteamento ser inserido rodeado
por crregos e rios que sofrem com processos erosivos e transbordamento das calhas
em perodos de cheias.
No pode faltar
Evitar a eroso das margens com perda de material e dados aos terrenos
adjacentes;
As guas dos rios e canais transportam slidos, desde muito finos at granulares.
Os slidos que os rios transportam seguem apenas um sentido, o da gravidade, e no
retornam, naturalmente, s cabeceiras das bacias ou das partes superiores dos leitos
(VIDE, 2016).
Este ocorre em regies rebaixadas, como o fundo de vales, rios, mares ou qualquer
outro lugar em que o nvel de base da drenagem permita um processo de deposio.
fino em suspenso, material grosseiro que arrastado e desce aos saltos por meio
do talvegue do rio
medida que a gua perde energia, o material mais grosseiro comea a assentar-
se (depositar) na calha dos rios ou nos remansos dos meandros, dando origem aos
depsitos fluviais.
Coletor de esgotos
Seo futura
Fonte: Canholi (2005, p. 64)
Pesquise mais
A tendncia atual a renaturalizao dos rios urbanos. Um exemplo
disso a recuperao do Rio Cheonggyecheon, em Seul. Disponvel em:
<http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/234/restauracao-do-
cheonggyecheon-seul-coreia-do-sul-296126-1.aspx>. Acesso em: 22 mar.
2017.
Assimile
Retificao: interveno em curso dgua natural, alterao no percurso
natural do curso, tornando-o mais retilneo, na maioria dos casos, alterando
o revestimento natural.
Mtodos:
Inclinao Declividade
lateral
Nvel mximo
Nvel da base
Comprimento
Largura da base
Nvel
mximo
Nvel permanente
Nvel do leito
Reflita
Em meio a escassez de gua de boa qualidade, os reservatrios domiciliares
no seriam uma tima soluo para o uso menos nobre da gua?
Vres = 0,15 AI P t
Em que Vres o volume do reservatrio (m), AI a rea impermevel do terreno
(m), t a durao da chuva (1h) e P a precipitao de 60 mm/h.
Exemplificando
Calcule o volume do reservatrio necessrio para atender uma residncia
com 250 m de rea impermevel. Adotar durao de chuva de 1h e
precipitao de 60 mm/h.
Vres = 0,15 AI P t
60
Vres = 0,15 250 1
1000
Vres = 0,15 250 0, 06(m / h ) 1
Vres = 2,25m 3
Pesquise mais
Para isso, ser obrigatrio o uso de cisternas em cada lote construdo, possibilitando
o reaproveitamento das guas pluviais para os usos menos nobres nas atividades
domsticas, como irrigao, lavagem de piso ou ainda o reaproveitamento em bacias
sanitrias. O excesso no coletado nas cisternas dever ser infiltrado no solo atravs de
poos ou trincheiras de infiltrao.
Avanando na prtica
Canais
Descrio da situao-problema
Resoluo da situao-problema
Lista-se a seguir procedimentos que devem ser adotados para soluo do problema:
a) 120 kgf/m.
b) 60 kgf/m.
c) 66 kgf/m.
d) 50 kgf/m.
e) 36 kgf/m.
a) 120 e 38 kgf/m.
b) 100 e 38 kgf/m.
c) 100 e 76 kgf/m.
d) 76 e 50 kgf/m.
e) 76 e 100 kgf/m.
a) 6,3 m.
b) 9,0 m.
c) 9,3 m.
d) 6,9 m.
e) 3,3 m.
Seo 4.2
Dilogo aberto
Caro aluno,
Caractersticas locais:
No pode faltar
Para o estudo dos canais, algumas definies se fazem importantes (Figura 4.8):
Seo ou rea molhada (A): parte da seo transversal que ocupada pela gua.
by
by b + 2y b y
b + 2y
( b + Zy ) y b + 2Z y
( b + Zy ) y
(b + Zy)y b + 2y 1 + z 2
b + 2y 1 + Z 2 b + 2Zy
Zy
Zy 2 2y 1 + Z 2 2Z y 0,5y
2 1+ Z2
sen sen
0,125 ( sen ) D 2
0, 5 D 0, 25 D 2 y ( D y ) 0,125 D
sen 1
2
Triangular
3/8 3/ 4
Q Q
= 45 o
1, 297 1/n2 1, 682 1/n2
l l
Circular
3/8 3/ 4
Q Q
D = 2y 1, 000 1/n2 1, 583 1/n2
l l
Fonte: Baptista e Coelho (2010. p. 330).
Exemplificando
Calcular a rea molhada, o permetro molhado e o raio hidrulico para um
canal retangular com 2,0 m de base e 1,0 m de profundidade:
Permetro molhado = 2 + 1 + 1 = 4, 0 m
rea molhada: 2 1 = 2 ,0 m 2
Raio hidrulico: =h
2= R
4 0, 5
5/3
1 A 1/ 2
Q= 2 / 3 S , em que n coeficiente de rugosidade, A a rea molhada
n P
da seo (m), P o permetro molhado (m) e S a declividade (m/m).
Assimile
Rochas ss permitem uma inclinao mxima vertical, enquanto solos argilosos porosos
permitem uma inclinao mxima do talude de 3H:1V (BAPTISTA; COELHO, 2010).
Sees e revestimento:
Reflita
Vrios tipos de revestimentos podem ser usados nos canais, indo dos revestimentos
naturais, passando pelo concreto e at revestimentos geossintticos, como plsticos e
geotxteis, sendo os principais tipos de revestimento discutidos a seguir.
Canais em solos
Canais gramados
Revestimento em concreto
Gabies
Pesquise mais
O mtodo para o dimensionamento de estruturas com gabies ofertado
em materiais disponibilizados pelos fabricantes.
de turbulncia do fluxo e das propriedades fsicas das rochas utilizadas. A espessura dos
enrocamentos deve ser correspondente a cerca de 1,5 vezes o dimetro mximo das
pedras ou 2 vezes o dimetro mdio. Os taludes devem ter ngulo de acordo com o
ngulo de repouso natural do material que de cerca de 35 a 42. Como os gabies,
os enrocamentos apresentam boa insero ambiental e social, adquirindo um aspecto
de canal natural (BAPTISTA; COELHO, 2010).
A e
Parmetros de projeto
O1
+ O2
+ = S 2 S1
1 2
2 2 t
( + ) + 2St O = 2St + O
1 2
1
1
2
2
Caractersticas locais:
SOLUO:
Sendo = 26, 6 e = 34
sen 2
K = 1
sen2
sen 2 26 6
K = 1 = 0, 60
sen 2 34
c ,t = K t
c ,t = 0, 60 117
, = 70 kgf m2
0, 70
y
0, 76 1000 0, 0016
y = 0, 58m
Verificao da tenso no fundo:
0 = y S
0 = 1000 0, 58 0, 0016
0 = 0, 96 kgf / m2
Como a tenso no fundo menor que a crtica, o canal estvel para a profundidade
de 0,58 m.
Avanando na prtica
Volume de um reservatrio
Descrio da situao-problema
Resoluo da situao-problema
Inicialmente, necessrio calcular a vazo total, para isso, calcula-se a diferena das
vazes horrias e soma-se no final.
( )
Calcule e assinale a alternativa correspondente ao dimetro mdio das
pedras.
a) 0,20 m.
b) 0,32 m.
c) 0,25 m.
d) 0,14 m.
e) 0,27 m.
2/3
m 3/2
(P i n i
Sendo: n = i =1
P
a) 0,054.
b) 0,023.
c) 0,033.
d) 0,042.
e) 0,063.
Rh =
( b + Zy ) y
b + 2y 1 + Z 2
A rea molhada, o permetro molhado e o raio hidrulico para essa seo
so, respectivamente:
Seo 4.3
Dilogo aberto
Continuando o projeto do loteamento abordado na Seo 4.2, em que voc foi
designado a elaborar um relatrio destinado viabilizao do empreendimento, focado
no estudo do impacto da construo nas estruturas existentes de drenagem urbana.
Foi solicitado, pelo rgo municipal de gesto de guas urbanas, a apresentao de
medidas no estruturais para minimizao de danos no caso de enchente dos cursos
dgua que cruzam o terreno do loteamento, permitindo, assim, o desenvolvimento
adequado para a regio diminuindo futuras despesas.
No pode faltar
Nos itens a seguir sero estudadas algumas formas de medidas no estruturais para
mitigao de danos provocados por enchentes.
Quando o leito menor dos rios passa por um perodo maior que dois anos sem
extravasar, existe a tendncia de ocupao, de diferentes formas, das reas de vrzea
pela populao. Essa ocupao, em caso de cheias, gera danos de grande impacto
nos ocupantes dessas reas, e tambm para a populao mais a montante, uma vez
que ocorre a elevao dos nveis dgua decorrentes da obstruo ao escoamento
natural causada pelos ocupantes a jusante (TUCCI, 2012).
Para Tucci (2012), a seo de escoamento do rio pode ser dividida em trs partes
principais, ilustradas, esquematicamente, na Figura 4.11.
Sistemas de alerta
Pesquise mais
O monitoramento de rios urbanos a finalidade do sistema que detecta
enchentes em rios e crregos por meio de uma rede de sensores sem fio,
permitindo que a populao seja avisada sobre eventuais riscos.
Reflita
O sistema de alerta uma forma de minimizao dos danos causados
pelas enchentes. No pode ser visto como uma soluo para a drenagem
ineficiente do local.
Seguros
3) Otimizao de prmios.
Assimile
Para Tucci (1997), nos planos diretores de drenagem deve ser dado maior nfase
ao controle, por meio de medidas no estruturais, como o zoneamento de reas de
inundao, tema j discutido anteriormente.
Exemplificando
Um exemplo de relevncia o plano diretor de macrodrenagem da
Bacia Hidrogrfica do Alto Tiet (PDAT), no qual localiza-se a regio
metropolitana de So Paulo. A proteo da rea a montante da cidade
de So Paulo fundamental para no agravar as inundaes e preservar a
capacidade das obras atuais em implantao.
Soluo:
Avanando na prtica
Planos de drenagem
Descrio da situao-problema
Resoluo da situao-problema
Referncias