Manual teraputico

cognitivo-comportamental
para crianas agressivas
Modelo cognitivo-comportamental da raiva

Este modelo baseia-se na base terica de que as emoes da criana e as suas aces
subsequentes so reguladas pela forma como elas percebem, processam e/ou medeiam os
acontecimentos provenientes do meio ambiente.
A raiva funciona como uma reaco subjectiva aos problemas do dia-a-dia, isto ,
aos acontecimentos precipitantes. Assume-se que as crianas e os jovens no possuem os
recursos psicolgicos necessrios para lidar com as situaes problema e, da, tendem a
reagir de forma agressiva face a situaes provocadoras/problemticas. Para que a
criana/jovem possa lidar com estes stressores, necessrio o desenvolvimento de
capacidades especficas no controlo do estado subjectivo da raiva, que se traduz numa
reaco comportamental mais adaptativa.

Problemas Processamento cognitivo

Frustrao Distores cognitivas
Irritao dificuldade em suster e focar a ateno
Agresso verbal antecipao de inteno hostil
Agresso fsica pouca responsabilidade
Injustia Deficincias Cognitivas
baixas competncias de resoluo de problemas
solues orientadas por altos nveis de impulsividade
Activao fisiolgica
aumento do batimento cardaco, da respirao, tenso muscular

Resposta comportamental
Agresso verbal
Agresso fsica
Raiva
Isolamento
Submisso/resignao
Assertividade
Outras respostas apropriadas/inapropiadas

Trabalhar com crianas/jovens com dificuldades de controlo de comportamentos

agressivos/raiva uma tarefa complicada uma vez que estes, na maior parte das vezes
acreditam que ningum os entende, especialmente devido crena de que so os outros que
os provocam para respostas agressivas.
Devido a estas crenas, o terapeuta encontra muitas vezes o seu trabalho dificultado
na primeira fase uma vez que a criana/jovem o encara como mais um adulto que o vai
punir, castigar e repreender, isto , considera-o como um inimigo. O trabalho inicial do
terapeuta prende-se com a necessidade de se aliar a esta criana/jovem. No nos podemos
esquecer que estes jovens se vem, na maior parte das situaes como vtimas, e que as
tentativas para convence-los do contrrio frequentemente conduzem ao abismo no
relacionamento terapeuta-cliente. Consequentemente, recomenda-se que o terapeuta que
caminhe lado a lado com a crian/jovem de forma a travar uma poderosa luta e formar uma
aliana juntamente com o jovem no combate aquilo que pode ser conceptualizado como o
inimigo: raiva e subsequente agresso/violncia maladaptativa.

1 Fase: Avaliao

Esta fase envolve um processo de identificao dos estmulos externos ambientais

e/ou precipitantes internos.
No que respeita ao primeiro contacto com a famlia, so vrias as posies
assumidas; no entanto a abordagem preferida aquela em que a criana/jovem atendido
em simultneo com a sua famlia. Isto faz com que, no s a criana no perceba que se est
a levantar uma conspirao nas suas costas, como permite ao terapeuta obter muita
informao atravs da observao da interaco familiar: linhas comunicacionais, respeito,
melhores formas de abordar a questo, sabotagem, etc, so algumas das questes que podem
ser observadas.

Tcnicas com adolescentes:

run a movie- pede-se ao jovem que feche os olhos e carregue play e ponha o filme
a correr. Dever descrever o que se passa nesse filme (incidentes agressivos): qual o
seu dilogo interno, imagens visuais, sensaes fisiolgicas e outros pormenores
importantes. medida que o jovem fornece esta descrio, o terapeuta tem
necessidade de gravar a cena (tirar apontamentos) para mais tarde poder ver
novamente o filme e poder edit-lo em sesses futuras.
Tcnicas com crianas de idade inferior a 10 anos:

Crianas mais novas apresentam alguma dificuldade com a tcnica acima citada. A
sua ateno geralmente dispersa-se e surge a necessidade de uma abordagem mais
concreta. Uma das tcnicas mais bem sucedidas com crianas mais jovens, consiste
no desenho de figuras em aco. Nesta tarefa pede-se criana que descreva as
situaes problemticas e o terapeuta vai desenhando o que referido. Este pode
fazer questes que o ajudem a tornar o desenho mais fiel, bem como fazer questes
que lhe permitam obter informao acerca dos sentimentos, pensamentos, sensaes
fsicas, etc. O dilogo interno pode ser registado em bales em forma de bolhas (A),
enquanto o discurso externo pode ser registado em forma de linha contnua (B).

(A) (B)

As crianas parecem gostar desta tarefa e esta pode ajudar a desenvolver um sentido
de colaborao que se torna de extrema importncia na posterior interveno.

Instrumentos:

CBCL;

CATS;

Role-play de situaes precipitantes da raiva: so apresentadas situaes
precipitantes da raiva criana/jovem. De seguida pede-se criana que responda a
essas situaes. Aps alguns minutos de aquecimento, a maior parte das crianas
capaz de ficar confortvel perante estas situaes e recair nos comportamentos
disruptivos.

Nota: necessrio estabelecer algumas regras de jogo antes destas situaes, de

modo a que possam existir sinais que terminem o jogo.
2 Fase: Fase Educacional

Esta fase tem quatro objectivos principais:

1. continuao do estabelecimento da relao teraputica no combate ao inimigo
comum- a raiva;
2. ajudar a criana a melhor entender a natureza da sua raiva e o subsequente
comportamento agressivo;
3. ser capaz de reconhecer rapidamente as cognies, afectos e comportamentos que
do origem sensao de raiva e que iniciam o ciclo da agresso/raiva;
4. ajudar a criana a reconhecer quais so os estmulos ambientais ou problemas que
accionam a resposta de raiva/agresso.

De modo a atingir estes objectivos, o terapeuta, juntamente com a criana/jovem,

procedem anlise ABC:

A. Experincias activadoras: acontecimentos externos que funcionam como

situaes precipitantes para o desencadear do ciclo agressivo.
B. Crenas: refere-se cadeia de pensamentos, ideias, imagens e at auto-
verbalizaes que resultam na sensao de raiva e levam aos comportamentos de
raiva. Assim, B simboliza o processo cognitivo que ocorre como forma de
resposta aos acontecimentos externos/precipitantes;
C. Consequncias: refere-se s reaces ambientais que resultam da reaco dos
outros aos comportamentos da criana/jovem.

3 Fase: Aquisio de Estratgias

Nesta fase, o terapeuta procura ensinar criana/jovem, estratgias que lhe permitam
lidar com a raiva. Estas estratgias so:

Tomada de perspectiva;

Auto-discurso de reduo da raiva;

Estratgias de resoluo de problemas;

Tcnicas de relaxamento;

Treino de assertividade;
 Aps a identificao da estrutura ABC, a criana est agora mais capaz de perceber que
aquilo que ela faz em determinadas situaes (comportamento) , basicamente, funo
daquilo que sentiram (sentimentos), que, por sua vez, funo daquilo que pensaram na
situao e daquilo que disseram a eles mesmos. Assim, a agresso no apenas despoletada
por pistas ambientais, mas sim pela forma como estes ltimos so percebidos e
interpretados.

Tomada de perspectiva

Crianas e jovens agressivos atribuem, na maior parte das vezes, atribuem intenes
hostis aos outros, de modo que, mais rapidamente respondem de forma agressiva, baseados
em pistas percebidas como ameaadoras. Esta viso distorcida dos jovens agressivos torna-
os particularmente impulsivos a reagirem de forma agressiva a um grande nmero de
situaes problemticas. Pretende-se, com esta tarefa, fazer com que a criana/jovem seja
capaz de entender a ideia de que os indivduos (incluindo eles mesmos), frequentemente
fazem interpretaes erradas dos intentos, pensamentos e /ou sentimentos dos outros.
A tarefa passa por apresentar criana/jovem sequncias animadas e question-la
acerca do que os vrios intervenientes pensaram e sentiram, e de que forma as perspectivas
diferem.

Auto-discurso de reduo da raiva

Fundamentalmente consiste em ensinar a criana a envolver-se num discurso de

reduo de raiva, em vez de se envolver no discurso que leva ao seu aumento. Espera-se que
estas mudanas no discurso interno resultem em diferentes sentimentos, comportamentos e
consequncias em resposta aos problemas que a criana/jovem agressivo frequentemente
encontra.

Estratgias de resoluo de problemas

Os estudos apontam que as crianas/jovens agressivos apresentam dificuldades ao

nvel das competncias para a resoluo de problemas, de modo que recorrem raiva como
estratgia para lidar com eles. O treino de resoluo de problemas passa pelas seguintes
fases:
1. identificar do problema
Esta primeira fase consiste em ajudar a criana/jovem a compreender a situao
atravs do seu ponto de vista, bem como atravs da perspectiva de outros. O terapeuta
ajuda a criana a identificar aspectos emocionais, sociais e ambientais relevantes da
situao problemtica. Recorre-se assim a um conjunto de questes onde o terapeuta
procura identificar os sentimentos de estar zangado, quando que esses sentimentos se
iniciam, quem so as pessoas que esto presentes, como que fica o seu comportamento
e como que ele estava antes de se ter zangado.

2. determinar objectivos
Aqui pede-se criana que formule um resultado desejado para a situao
atravs da deciso do que ela acha que gostaria que tivesse acontecido em vez do que
sucedeu. Pode-se perguntar criana: o que gostarias que tivesse acontecido?

3. gerar solues alternativas

O gerar de alternativas conseguido atravs de brainstorming. Pede-se criana que
suspenda o julgamento e gere o maior nmero de situaes possveis para lidar com
aquela situao especfica. O terapeuta poder perguntar: quais so as coisas que tu
poderias fazer nessa situao?

4. examinar as consequncias;
Nesta fase a criana dever, em funo das alternativas geradas, predizer as
consequncias de cada uma dessas alternativas. O terapeuta pergunta criana: se tu
escolhesses essa soluo, o que achas que iria acontecer a seguir? Aqui a criana dever
gerar o maior nmero de consequncias de forma a melhor considerar as situaes
problemticas. Tanto as consequncias a curto como a longo prazo devero ser
consideradas em termos de custos e benefcios.

5. escolha de uma soluo;

A escolha da soluo consiste em duas tarefas principais. Em primeiro lugar a
criana dever decidir qual a alternativa que tem maiores benefcios e menores custos
em funo do problema inicial e em funo dos objectivos determinados. O terapeuta
poder facilitar esta tarefa perguntando: tendo em conta aquilo que tu disseste que
gostarias que acontecesse, qual das alternativas ser a melhor? Qual delas tem mais
probabilidade em te ajudar a conseguir aquilo que tu querias e evitar aquilo que no
querias? De seguida a criana dever identificar a maneira especfica em que a soluo
 ir ser implementada. O que ir ser dito?, como ser o comportamento no verbal?,
como ser o espao onde a aco vai ser implementada? Quando ser implementada?,
qual poder ser a reaco dos outros e de que forma ir a criana reagir ao
comportamento dos outros? Durante o treino, aps a identificao dos comportamentos
envolvidos na implementao da soluo, estes devero ser praticados em role-play,
antes da sua implementao em contexto real. O terapeuta poder ser ele o primeiro a
modelar a soluo, de modo a que a criana possa ver como se faz.

6. avaliar resultado.
As questes principais s quais a criana dever responder nesta altura sero: consegui
aquilo que queria que acontecesse? Fiz aquilo que era necessrio fazer? Estou satisfeito
com os resultados? Se as respostas a estas questes forem positivas ento a soluo foi
implementada de forma eficaz.

Treino de assertividade

O racional terico do treino de assertividade consiste no facto de a criana/jovem,

apresentar dificuldades na imposio e informao aos outros das suas escolhas, de uma
forma apropriada (forma assertiva). Este treino tem-se revelado eficaz no melhorar do auto-
conceito, aumento da auto-estima, entre outros.

O formato bsico do treino de assertividade envolve ajudar o jovem em:

1. realizar a distino entre respostas agressivas, passivas e assertivas;
2. ser capaz de identificar os seus direitos pessoais em vrias situaes;
3. ser capaz de identificar e modificar pensamentos irracionais que suportam o
comportamento no assertivo;
4. praticar respostas assertivas em vrias situaes problemticas.

Relaxamento

O treino de relaxamento revela-se til, no s na reduo da ansiedade, , como tambm no

aumento de atitudes psicolgicas positivas. Maior parte das crianas/jovens que apresentam
dificuldades ao nvel da raiva possuem tenso muscular medida que a raiva aumenta. Este
aumento na tenso parece ser um sinal que frequentemente interpretado pelos indivduos
como uma preparao para um acto agressivo.
Material prtico:

Tomada de perspectiva;

Auto-discurso de reduo da raiva;

Estratgias de resoluo de problemas;

Treino de assertividade;

Relaxamento.
 A histria do Pedro

O Pedro um menino que gosta muito de brincar com os amigos dele: no h nada
melhor que poder ir jogar bola com os amigos.
Um certo dia, o Pedro combinou ir jogar bola com os amigos, num campo perto da
sua casa.
Eram as 4 da tarde e o Pedro pensou: tenho que me despachar, disse ao Bruno e ao
Miguel que estava no campo s quatro e meia!. Chegou ao campo e j l estava o Bruno.
Foi ter com ele, e passado pouco tempo chegou o Miguel na companhia de trs rapazes.
-Boa tarde pessoal diz o Miguel.
-Trouxe uns amigos meus para virem jogar bola connosco, pode ser?
- Claro que pode! respondem ao mesmo tempo o Bruno e o Pedro.

Comearam a jogar e o Pedro apercebeu-se que os amigos do Miguel eram meninos

traioeiros: faziam muitas rasteiras ao jogar bola e chamavam nomes a toda a gente. De
repente a bola veio para o Pedro e, quando este ia rematar, um dos outros rapazes deu-lhe
um pontap e chamou-lhe um nome feio. O Pedro nem queria acreditar!!! Ps-se de p e
comeou a sentir um formigueiro muito quente pelo corpo todo, os msculos ficaram muito
duros e s lhe apetecia bater no rapaz que lhe deu um pontap.
-Merecia que lhe desse um pontap igual ao dele! Quem que ele pensa que ?
pensava o Pedro.
O corpo ficou cada vez mais tenso e o Pedro correu atrs do rapaz e deu-lhe um
pontap. O rapaz ficou surpreso, mas depressa reagiu: os dois meteram-se numa briga
daquelas bem feias e s pararam quando se ouve algum dizer:
-Parem j com isso! Pedro sai da imediatamente!. Era a me do Pedro. Tinha ido
ver o jogo do filho e levava um pequeno lanche para os meninos. Ficou zangada por ver o
filho a lutar com outro menino. Nem queria acreditar no que tinha visto! Levou o filho para
casa e proibiu-o de jogar futebol durante as prximas duas semanas.

O Pedro ficou ento de castigo e estava bastante triste por no poder jogar bola,
afinal de contas, era aquilo que mais gostava de fazer...
 Vamos ajudar o Pedro?
Recorta os bales e cola-os no quadro seguinte nos
stios que achares correcto.

comeou a sentir um
formigueiro muito quente, os
msculos ficaram muito duros
e s lhe apetecia bater
no rapaz.

um dos outros Merecia que lhe desse

rapazes deu-lhe um um pontap igual ao
pontap e chamou-lhe dele! Quem que ele
um nome feio pensa que ?

 

A me proibiu-o de o Pedro correu atrs do

jogar futebol durante as rapaz e deu-lhe um
prximas duas pontap.
semanas. meteram-se numa
briga

 
 Agora vamos ajudar o Pedro a pensar de forma mais
positiva vamos a isso? Ento, ao trabalho!

Escreve dentro de cada balo alternativas aos pensamentos

e actos do Pedro. Depois recorta-os e cola-os no stio que achares mais
correcto.

...

 

 
 Roteiro de relaxamento para crianas:

Existem algumas regras que deves seguir para conseguires bons resultados com estes
exerccios.
1) Deves fazer exactamente o que eu disser, mesmo que por vezes te parea um
pouco idiota;
2) Deves esforar-te por fazer o que eu disser;
3) Deves tomar ateno ao teu corpo. Ao longo destes exerccios toma ateno
forma como os teus msculos se sentem quando esto tensos e quando esto
soltos e relaxados;
4) Deves praticar. Quanto mais praticares, mais relaxado te sentirs.

Queres fazer alguma pergunta?

Ests pronto para comear? Muito bem. Primeiro, senta-te o mais confortavelmente
possvel na cadeira. Encosta-te, pe os ps no cho e deixa os teus braos carem soltos ao
longo do corpo. Muito bem. Agora fecha os olhos e no os abras enquanto eu no disser.
No esqueas de seguir as minhas instrues rigorosamente e presta ateno ao teu corpo.
Vamos ao trabalho!

MOS E BRAOS

Imagina que tens um limo inteiro na tua mo direita. Agora espreme-o com fora.
Tenta espremer todo o sumo. Sente a tenso na tua mo e no teu brao enquanto espremes.
Agora deixa cair o limo. Repara como os teus msculos se sentem quando esto relaxados.
Pega noutro limo e espreme-o. Tenta espremer este com mais fora que o primeiro. Muito
bem. Com fora. Agora larga o limo e relaxa. Repara como a mo e o brao esto melhor
quando esto relaxados. Uma vez mais, pega noutro limo com a tua mo direita e espreme-
lhe o sumo todo. No deixes uma s gota. Espreme-o bem. Assim mesmo. Agora relaxa e
deixa cair o limo. (Repete o processo para a mo e brao esquerdo).

BRAOS E OMBROS

Imagina que s um gato muito preguioso e muito peludo. Queres espreguiar-te.

Estica os braos para a frente. Levanta-os agora acima da cabea. O mais acima possvel.
Sente a fora que ests a fazer com os ombros. Puxa mais para cima. Agora deixa cair os
braos. Muito bem. Vais espreguiar-te outra vez. Estica os braos para a frente.
Levanta-os acima da cabea. Estica-os bem. Mais ainda. Agora deixa-os cair rapidamente.
Muito bem. Repara como os teus ombros se sentem mais relaxados. Desta vez vais
espreguiar-te ainda mais. Tenta tocar no tecto. Estica os braos para a frente. Levanta-os
acima da cabea. Estica-os bem, mais ainda. Agora relaxa. Impecvel. Deixa-os cair
rapidamente e sente como bom estar relaxado. Repara como agradvel, quente e
confortvel.

OMBROS E PESCOO

Agora vais fingir que s uma tartaruga. Ests sentada numa pedra junto de um lago
muito bonito, descansando ao sol quentinho. Sentes-te bem, quente e em segurana. Oh-Oh!
Sentes o perigo. Puxa a cabea para dentro da tua casa. Tenta puxar os ombros at s orelhas
e puxa a cabea para dentro dos ombros. Segura-os bem. No fcil ser uma tartaruga
dentro de uma carapaa. O perigo j passou. J podes sair para o sol, relaxar-te e sentires-te
confortavelmente quente. Ateno mais perigo! Depressa, puxa a cabea para dentro da
tua concha e segura-a bem. Deves estar bem para dentro para te protegeres. OK. Podes
relaxar agora. Pe a cabea de fora e relaxa os ombros. Repara como melhor estar relaxado
do que tenso. Uma vez mais. Perigo! Agora! Puxa a cabea para baixo. Puxa bem os ombros
at s orelhas e segura-os bem. No deixes que um s bocadinho da tua cabea se mostre
fora da concha. Fora! Sente a tenso no pescoo e nos ombros. Muito bem. Agora podes
sair. Ests outra vez em segurana. Relaxa e sente como bom estar em segurana. O perigo
passou. No h razo para te preocupares. No h razo para teres medo. Sentes-te bem.

MAXILAR

Tens na boca uma pastilha elstica gigante. Custa muito mastig-la. Trinca-a com
fora. V l! Deixa os msculos do pescoo ajudarem-te. Agora relaxa. Deixa que o teu
maxilar caia. Repara como agradvel deixar o maxilar solto. OK, vais trincar novamente a
pastilha. Agora! Trinca! Fora! Aperta-a bem entre os dentes. Muito bem. Agora relaxa
outra vez. Deixa o maxilar cair. to bom deix-lo cair e no ter que trincar aquela pastilha!
OK, uma vez mais. Agora vais desfaz-la. Trinca-a! Com quanta fora tenhas. Muito bem.
Mais fora ainda. Impecvel. Agora relaxa. Tenta relaxar todo o corpo. Tu venceste a
pastilha elstica. Deixa-te relaxar o mais possvel.
CARA E NARIZ

A vem uma mosca velha e chata. Pousou no teu nariz. Tenta afast-la sem usares as
mos. Muito bem. Encolhe o nariz. Faz o mximo de rugas que conseguires. Puxa o nariz
para cima com fora. ptimo. Conseguiste espant-la. Agora podes relaxar o nariz. Hey, l
vem ela outra vez! Pousou bem no meio do teu nariz. Enruga-o outra vez. Enxota-a. Enruga-
o com fora. O mximo que consigas. OK! Foi-se embora. Podes relaxar a cara. Repara que
quando enrugas o nariz, as tuas bochechas, a tua boca, a tua testa e os teus olhos te ajudam a
faz-lo e tambm ficam tensos. Assim, quando relaxas o nariz, tambm toda a tua cara
relaxa e tu sentes-te bem. Oh! Oh! A mosca chata voltou, mas desta vez pousa na tua testa.
Faz muitas rugas. Tenta apanh-la entre as rugas. Fora! Agora! OK, podes deix-la fugir.
Foi-se embora de vez. Agora podes relaxar completamente. Deixa que a tua cara fique bem
lisa, sem nenhuma ruga. A tua cara est macia, agradvel e relaxada.

ESTMAGO

Hey, vem a um elefante beb muito engraado. Mas no est a ver por onde vai! Ele
no est a ver que ests deitado na relva e est quase a pr a pata no teu estmago. No te
mexas, no tens tempo de te afastares do seu caminho. Prepara-te. Pe o estmago muito
duro. Contrai os msculos do estmago com muita fora. Aguenta a! Parece que ele segue
por outro caminho. Agora podes relaxar-te. Deixa que o teu estmago se descontraia. Deixa-
o relaxar-se o mais possvel. Assim mais agradvel. Ateno! L vem ele outra vez.
Prepara-te. Contrai o msculo com fora. Se ele pousar a pata com o estmago duro, ele no
te magoar. Transforma o estmago numa rocha. Pronto, foi-se embora, podes relaxar-te.
Acalma-te, pe-te confortvel e relaxa. Repara na diferena entre o estmago tenso e
relaxado. assim que nos queremos sentir,: agradveis, soltos e relaxados. No vais
acreditar, mas desta vez ele vem mesmo na tua direco e no vai dar a volta. Ele vem
direito a ti. Fora! Estmago duro, a vem ele. mesmo verdade, aguenta firme. Ele vai pr
a pata em cima de ti. J passou, foi-se embora de vez. Podes relaxar-te completamente. Ests
a salvo. Est tudo bem e podes sentir-te em segurana e relaxado.

Desta vez imagina que queres passar por uma fenda estreita, cujos lados esto cheios
de pontas aguadas. Devers tornar-te muito fino se queres passar pela fenda. Encolhe o
estmago. Tenta encost-lo s costas. Tenta ficar o mais estreito que consigas. Tens que
conseguir passar. Agora relaxa. J no precisas de continuar to fino. Relaxa e sente o teu
estmago a ficar quente e solto. ptimo, vais tentar agora atravessar a fenda. Encolhe o
estmago. Encosta-o s costas. Torna-o pequenino e duro. Torna-te o mais estreito possvel.
Fora! Agora! Tens que te espremer todo. Atravessaste a fenda estreita e no te magoaste
nas pontas aguadas. Agora podes relaxar-te. Senta-te confortavelmente e deixa que o
estmago ocupe o seu lugar. Sentes-te mesmo bem , conseguiste!

PERNAS E PS

Agora finge que ests de p e descalo numa grande poa de lama gordurosa. Enterra
os dedos dos ps na lama bem fundo. Tenta chegar com os ps ao fundo da poa lamacenta.
Precisars, provavelmente, de usar as pernas para fazer fora. Enterra, afasta os dedos, e
sente a lama a passar por entre eles. Agora sai da poa de lama. Relaxa os ps. Deixa que os
dedos fiquem soltos e sente como isso agradvel. bom estar relaxado. Volta para a poa
lamacenta. Enterra os ps. Deixa que os msculos das pernas te ajudem a enterrar os ps.
Fora! Mais ainda! Tenta enterrar-te na lama. OK. Sai agora. Relaxa os ps, as pernas e os
dedos. to bom estar relaxado, sem nenhuma tenso. Sentes-te quente, com um
formigueiro agradvel.

CONCLUSO

Mantm-te to relaxado quanto possvel. Deixa que todo o teu corpo se torne mole e
sente todos os teus msculos relaxados. Daqui a alguns minutos pedir-te-ei que abras os
olhos e a sesso acabar. Ao longo do dia lembra-te como bom estar relaxado, tal como
aconteceu nestes exerccios. Pratica-os todos os dias, para que consigas relaxar-te cada vez
mais e melhor. Uma boa altura para praticar noite, antes de ir para a cama, com as luzes
apagadas e sem seres incomodado. Ajudar-te- a adormecer. Assim, quando te tornares um
especialista em relaxamento poders ajudar-te a ti prprio a relaxar na escola. Basta
lembrares-te do limo, do gato, da tartaruga, da pastilha elstica, da mosca, do elefante, da
fenda e da poa de lama e poders fazer os nossos exerccios sem ningum dar por nada.
Trabalhaste bem e agradvel quando se trabalha com vontade. Agora, muito devagar, abre
os olhos e sacode um pouco os msculos. Muito bem. Fizeste um bom trabalho. Vais
conseguir ser um super relaxador.
 1. STOP: Qual o problema?

Quem:_____________________________O qu:________________________
Onde:_____________________________ Porqu:_______________________
O que eu senti:____________________________________________________

O que gostarias que tivesse acontecido?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

2. Pensa

Pensa no maior nmero de solues que puderes. No importa se so boas

ou ms, o que interessa pensar em muitas. Vamos l

1. ______________________________________________________________
2. _____________________________________________________________
3. _____________________________________________________________
4. _____________________________________________________________
5. _____________________________________________________________
 3. Avalia

Para cada soluo que colocaste em cima, escreve as consequncias possveis,

e pontua a tua soluo com um + (boa) ou (m).

Soluo Consequncia Pontuao (+/-)

1. __________________ _________________________________ _____
2. __________________ _________________________________ _____
3. __________________ _________________________________ _____
4. __________________ _________________________________ _____
5. __________________ _________________________________ _____

4. Aco

Agora faz uma roda volta da soluo que aches mais correcta.
Como poderemos pr em prtica essa soluo? Vamos ento tentar representar o
que poderia acontecer

5. Funcionou?

Se funcionou, espectculo! Se no, escolhe outra soluo do passo 3.

A lista dos meus direitos

1. Tenho o direito de sentir e expressar os meus sentimentos;

2. Tenho o direito de expressar a minha opinio acerca das coisas;
3. Tenho o direito de ser tratada com respeito;
4. Tenho o direito de dizer no s outras pessoas e de no me sentir culpada
com isso;
5. Tenho o direito de parar para pensar antes de responder;
6. Tenho o direito de mudar de ideias;
7. Tenho direito a cometer erros;
8. Tenho o direito de me sentir bem comigo mesma;

Agora preenche tu quais os teus direitos.

10. _____________________________________________________
11. _____________________________________________________
12. _____________________________________________________
13. _____________________________________________________
14. _____________________________________________________
15. _____________________________________________________
16. _____________________________________________________
17. _____________________________________________________
 Discurso que faz O que que eu sinto? O que que eu fao? E ento o que que
aumentar a raiva? acontece?
5.

Precipitantes

Discurso que faz O que que eu sinto? O que que eu fao? E ento o que que
diminuir a raiva? acontece?