Caderno de Resumos Do 16º Colóquio Neolatinas 2016

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XVI COLQUIO DE PS-GRADUAO E PESQUISA EM LETRAS NEOLATINAS

CADERNO DE RESUMOS
REA DE CONCENTRAO: ESTUDOS LITERRIOS NEOLATINOS
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Nome: ALESSANDRA CORRA DE SOUZA


Orientador: CLUDIA LUNA
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

GNERO, VIOLNCIA E PODER


O presente texto o recorte de um captulo da tese em andamento no departamento de letras
neolatinas, na rea de concentrao estudos literrios neolatinos, opo: literaturas hispnicas. O
dilogo que se prope nessa interlocuo tem como tema a violncia sofrida pelas populaes
vencidas na descoberta do Novo Mundo, sobretudo a inveno do Ocidente frente s populaes
amerndias e africanas para melhor compreenso das negociaes feitas em perodos passados na
Amrica Latina. A justificativa desse trabalho permite melhor entendimento das obras literrias
Dirio de Bitita (1986) de Carolina Maria de Jesus e Piel de Mujer (1991) de Delia Zamudio que
so o eixo desse trabalho de ps-graduao. Nessa mesma sequncia, nosso objetivo geral
problematizar a violncia e a excluso nos textos literrios supracitados. Quanto aos objetivos
especficos so leituras crticas para entender os discursos plurais das narradoras autodiegticas,
analisar o papel da escrita na soiedade letrada e como as personagens veem na escrita uma fuga da
excluso, como tambm a necessidade de serem lidas por todos que so excludos diariamente na
sociedade ps-colonial, entre outros. Para tal abordagem, utilizaremos a fundamentao terica de
Adichie (2015), Carneiro (2003), Galeano (2012), Genette (1988), Guarda (2005), Len-Portilla
(1984), Moore [2010; 2007 (1972)], Novaes (2006), Oviedo (2007), Souza (2006) e os textos
literrios das autoras De Jesus (1986) e Zamudio (1995). Cabe citar Adichie (2015) e Bordieu
(2007), ambos problematizam a violncia sofrida pelo gnero feminino como parte do cotidiano das
sociedades e seu processo de naturalizao, pois uma verdade dita muitas vezes a um grupo de
pessoas com o passar do tempo se cristaliza e no se buscam novas possibilidades. A metodologia
utilizada parte de pesquisa e anlise bibliogrfica dos dados coletados. A investigao se embasa
em textos literrios, textos crticos sobre as temticas levantadas e de crtica literria e cultural. Os
resultados parciais at o momento so publicaes de textos para revistas cientficas, congressos,
qualificao e aprimoramento na escrita para a defesa final em dezembro de 2017.

Palavras-chave: Gnero; Literatura Afro-peruana; Literatura Afro-brasileira/Literatura Negra;


Poder; Violncia.
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Referncias bibliogrficas:
ADICHIE, Chimamanda Ngogi. Sejamos todos feministas. So Paulo: Cia das Letras, 2015.
BOURDIEU, Pierre. A dominao masculina. Traduo de Maria Helena Khner. 5. ed. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o Feminismo: a situao da mulher negra na Amrica Latina a
partir de uma perspectiva de gnero. In: ASHOKA Empreendimentos Sociais; TAKANO
Cidadania (Orgs.) Racismos contemporneos. Rio de janeiro; Takano Editora, 2003. Disponvel em:
<http://www.unifem.org.br/sites/700/710/00000690.pdf. > Acesso em 10 de janeiro de 2016.
DE JESUS, Carolina Maria. Dirio de Bitita. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
GALEANO, Eduardo. Las venas Abiertas de Amrica Latina. 1.ed. 9. reimp. Buenos Aires: Siglo
Veintiuno Editores,2012.
GENETTE, Grard. Discurso da Narrativa. Coleo Vega Universidade,1988.
GUARDA, Sara Beatriz (org. y comp.). La escritura de la historia de las mujeres en Amrica
Latina: el retorno de las diosas. Lima: CEMHAL, 2005.
LEN-Portilla. A conquista da Amrica Latina vista pelos indos. Relatos astecas, maias e incas.
Petrpolis:Vozes, 1984.
MOORE, Carlos. Racismo e Sociedade: Novas Bases Epistemolgicas para Entender o Racismo.
Belo Horizonte: Mazza Edies, 2007.
_________________. O marxismo e a questo racial: Karl Marx e Friedrich Engels frente ao
racismo e a escravido [1972] (2010).
NOVAES, Adauto. Oito vises da Amrica Latina. So Paulo: Editora Senac, 2006.
OVIEDO, Jos Miguel Oviedo. Historia de la literatura hispano-americana. De los Orgenes a la
Emancipacin. Alianza Editorial, Madrid: 2007.
SOUZA, Florentina da Silva. Afro-descendncia em Cadernos Negros e Jornal do MNU - 1.ed., 1
reimp. Belo Horizonte: Autntica, 2006.
ZAMUDIO, Delia. Piel de Mujer. Lima: Fovida, 1995.

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Nome: ANDR REZENDE BENATTI (Bolsista CAPES)


Orientador: SILVIA CRCAMO
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

AS TRAMAS DA CULTURA EM
ANDUT: ENCRUCIJADA DE DOS MUNDOS, DE JOSEFINA PL
Nesta pesquisa, desenvolvida junto ao Programa de Ps-graduao em Letras Neolatinas, na
Universidade Federal do Rio de Janeiro buscamos nos acercar da interessante trama artstica de
Josefina Pl, artista hispano-paraguaia. Considerando a amplitude da obra de Pl, que perpassa os
diversos gneros da escrita e tambm se desenvolve nas artes plsticas, decidimos nos centrar em
sua obra ensastica, na qual a artista revela grande parte de suas tramas sobre o fazer artstico que
emprega em suas obras tanto literrias quanto plsticas. Os fios que compem o tecido da obra de
Josefina Pl, passam pelo vis da cultura popular e da modernidade. Cultura Popular e
Modernidade, os fios condutores de uma trama artstica criada no corao da Amrica Latina. As
articulaes da modernidade e da cultura popular na obra de Josefina Pl nos parece um assunto
central para indagar a contribuio da autora cultura latino-americana. Em sua obra ficcional,
ensastica e plstica mescla motivos e expresses da cultura popular com formas e tcnicas da
cultura erudita, concedendo novos olhares cultura popular, nos quais esta no deve ser vista de
modo depreciativo, como se tivesse menos valor que a cultura erudita. Ao analisarmos o ensaio
andut: encrucijada de dos mundos percebemos que Josefina Pl explora de diversas maneiras a
dualidade presente no andut. A modernidade se baseia na prpria dualidade do homem para se
realizar. impossvel pensar na Amrica Latina enquanto nica, ela mais do que outra coisa uma
sucesso de dualidades, , retomando o conceito de Garca Caclini, hbrida. Um lugar que se
construiu por um processo hibridao de vrias culturas. Tanto a cultura dos povos autctones
quando a do colonizador europeu e a do escravo africano. O andut, se construiu no Paraguai
enquanto um tambm hbrido. De origem espanhola foi no Paraguai, e por meio deste local, que se
desenvolveu, absorveu sua cultura, entrelaou-se com suas mulheres, faz parte de seu esprito.
Smbolo do pas. O hbrido anduti um dos fios que constroem a trama que resulta no tecido
denso e heterogneo que a Amrica Latina.

Palavras-chave: Modernidade; Cultura Popular; Josefina Pl; andut; Trama.


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Referncias bibliogrficas:
BAUDELAIRE, Charles. Sobre a modernidade: o pintor da vida moderna. [organizador Teixeira
Coelho]. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
CASULLO, Nicols. La Modernidad como autorreflexin. In.: KAUFMAN, Alejando. FORSTER,
Ricardo. CASULLO, Nicols. Itinerarios de la modernidade: corrientes del pensamento y
tradiciones intelectuales desde la ilustracin hasta la posmodernidad. 1 ed. 5 reimp. Buenos Aires:
Eudeba, 2009.
ESCOBAR, Ticio. El mito del arte y el mito del pueblo: cuestiones sobre arte popular. 1 ed.
Ciudad Autnoma de Buenos Aires: Ariel, 2014.
GARCA CANCLINI, Nstor. A socializao da arte: teoria e prtica na Amrica Latina. Traduo
de Maria Helena Ribeiro da Cunha e Maria Ceclia Queiroz Moraes Pinto. So Paulo: Editora
Cultrix, 1981.
_______.Culturas hibridas: estrategias para entrar e sair da modernidade. Traduo: Ana Regina
Lessa e Helosa Pezza Cintro. 4ed. So Paulo: Editora da Universidade de So Paulo, 2013.
_______. Hibridacin. In.: ALTAMIRANO, Carlos. Trminos crticos de la sociologa de la
cultura. 1 ed. Buenos Aires: Piads, 2002.
PL, Josefina. andutiencrucijada de dos mundos. In: FERNNDEZ, Miguel ngel (Org.).
Obras completas. Asuncin: RP Ediciones, 1991b. v. 1. p. 59-73.
REIS, Lvia Maria de Freitas. Transculturao e transculturao narrativa. In.: FIGUEIREDO,
Eurdice (org.). Conceitos de literatura e cultura. Juiz de Fora: UFJF, 2005.

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Nome: ANNA BASEVI


Orientador: ANDREA LOMBARDI
Opo: LITERATURA ITALIANA

O ESTRANHO-ESTRANGEIRO EM PRIMO LEVI


Na literatura de Primo Levi recorrente a terminologia relativa ao conceito de brbaro ()
e de barbrie, uma categoria, segundo Tzvetan Todorov, de primeira importncia. A figura do
estrangeiro, todavia, se desdobra em diversas tipologias: dos prisioneiros na Babel de Auschwitz ao
explorador de ilhas desconhecidas, do judeu estrangeiro em ptria ao forasteiro poliglota, do
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refugiado ao tradutor. Anlises feitas por pensadores como Simmel ou Derrida so convocadas para
a discusso sobre estrangeiro e alteridade na nossa pesquisa, enquanto as condies excepcionais
geradas pelo totalitarismo encontram em Arendt, Bauman e Agambem pontuais redefinies. Na
narrativa de Levi, o "revenant" dos campos de extermnio testemunha sua condio extrema de
exlio radical, mas instaura tambm a equivalncia do estrangeiro com aquele que narra,
modelado segundo as figuras paradigmticas de Ulisses e do Velho Marinheiro de Coleridge. Se
nos textos sobre o perodo nazifascista, a Europa representada aquela devastada pela Segunda
Guerra Mundial, no entanto o estrangeiro prevalente em Levi inspira-se no heri da Odisseia por se
situar numa posio de conhecimento do mundo e dos outros. Apesar do contexto desumano do
Campo, j em isto um homem? o prprio narrador expressa uma atitude de curiosidade em relao
complexa variedade de tipologias humanas e nacionais, em oposio ao silogismo segundo o qual
todo estrangeiro inimigo. De fato, a percepo do estrangeiro em Levi oscila entre dois polos
que Paul Ricoeur configura como simpatia e luta. Se em sua produo ensastica encontramos a
ideia positivista segundo a qual a hostilidade seria um fenmeno animal e pr-humano ou uma
infeco latente que a falta da racionalidade civilizatria desencadeia, no entanto, a representao
autobiogrfica e ficcional gera uma gama variada de personagens cujo embate com estrangeiros,
mesmo quando problemtico, tende em direo da recepo e do questionamento de enraizadas
noes de pertencimento tnico ou religioso. A experincia pessoal da discriminao antissemita
levou o qumico Levi a se apropriar da noo de impureza com a consequente valorizao das
misturas, dos enxertos, das combinaes entre elementos diversos. No plano estilstico, as
intersees entre identidade/alteridade e pureza/impureza refletem-se na presena do
plurilinguismo, dos frequentes oximoros, das hibridaes lingusticas e de gneros textuais, em prol
de um constante reajuste dos significados das oposies.

Palavras-chave: Alteridade; Brbaro; Estrangeiro; Hbrido; Primo Levi.

Referncias bibliogrficas:
LEVI, Primo. Opere I e II. Torino: Einaudi, 1997 [organizao de Marco Belpoliti]
___________ Conversazioni e interviste 1963-1987. [organizao de Marco Belpoliti]. Torino:
Einaudi, 1997.
AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auschwitz. S.Paulo: Boitempo editorial, 2008
7

_________________ "Politica dell'esilio." Derive Approdi, n. 16. Labirinto. Napoli, 1998, p.25-27.
_________________ Stato di eccezione. Torino: Bollati Boringhieri, 2003
ALIGHIERI, Dante. La Divina Commedia. Milano: Mondadori, 2005 (Commento di Anna Maria
Chiavacci Leonardi)
ARENDT, Hannah. Ebraismo e modernit. Milano: Feltrinelli, 1986
_________________ La banalit del male. Milano: Feltrinelli, 2009.
________________ Le origini del totalitarismo. Torino: Einaudi, 2009.
BAUMAN, Zygmunt. Modernit e Olocausto. Bologna: Il Mulino, 2010.
_________________ Lo spettro dei barbari adesso e allora. Milano/Roma: Bevivino, 2010.
DERRIDA, Jacques. De lhospitalit. Paris: Calmann-Levy, 1997.
(H) OMERO. Odissea. Torino: Einaudi, 1989.
RICOEUR, Paul. Simpatia e rispetto. Fenomenologia ed etica della seconda persona. In LVINAS,
Emmanuel. MARCEL, Gabriel. RICOEUR, Paul. Il pensiero dellaltro (org. Franco Riva). Roma:
Edizioni Lavoro, 2008 (1 ed. 1999), pp. 13-38, traduzione di Maria Pastrello.
SIMMEL, Georg. Excursus sullo straniero. In Sociologia. Torino: Edizioni di Comunit, 1998,
p.580-4
TODOROV, Tzvetan. La paura dei barbari.Oltre lo scontro di civilt. Milano: Garzanti, 2009
VV.AA. Organizao de Ernesto Ferrero. Primo Levi: Unantologia della critica. Torino: Einaudi,
1997.

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Nome: ANTONIA CLAUDENE DE LIMA SANTOS


Orientador: CLAUDIA LUNA
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

ELAS POR ELE X ELAS POR ELAS: A REPRESENTAO DA MULHER INDGENA


NO INDIGENISMO E NA LITERATURA DE TESTEMUNHO
Nosso trabalho tem como tema a representao e auto representao da mulher indgena no
romance indigenista peruano da dcada de 1930 e na literatura de testemunho boliviana e peruana
produzidas nas dcadas de 1960. As obras que utilizamos como corpus so: El mundo es ancho y
ajeno, de Ciro Alegra (1935), Gregorio Condori Mamani/ Asunta Quispe Huamn, de Ricardo
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Valderrama e Carmen Escalante e Si me permiten hablar, de Domitila Chungara/Moema Viezzer. A


escolha pela temtica e pelo corpus deste trabalho relaciona-se fortemente com minha trajetria
como pesquisadora deste Programa de Ps-Graduao, uma vez que iniciei meus estudos acerca do
indigenismo em 2008 na iniciao cientfica, prossegui no mestrado e sigo agora no doutorado. A
questo indgena, assim como a discusso acerca dos direitos da mulher no Brasil e na Amrica
Hispnica so assuntos abordados h diversas dcadas, o que existe de comum nessas abordagens
o fato de que a mulher ocupou sempre o papel de coadjuvante, de ter sua histria contada e escrita
por homens. Se pensarmos no caso da mulher indgena, essa questo torna-se ainda mais delicada,
j que essa mulher sempre foi vista como a selvagem, a madre ilegtima, a amante do
conquistador espanhol que aos poucos ia construindo e gerando nossa Amrica. Pensando na
temtica indgena estudada ao longo de minha iniciao cientfica e meu mestrado e na questo da
representao mulher, sobretudo da mulher indgena, optei por seguir meus estudos inserindo uma
nova temtica que fosse instigante e inovadora, sendo assim, minha pesquisa tem como foco
responder as seguintes perguntas: como representada a mulher indgena no romance indigenista
clssico El mundo es ancho y ajeno e como essas mulheres indgenas se auto representam nas obras
Gregorio Condori Mamani/Asunta Quispe Huamn e Si me permiten hablar. Nosso quadro terico
apresenta os seguintes autores: para desenvolvimento da temtica do indigenismo e literatura de
testemunho relacionando-os com os conceitos de literaturas heterogneas: Toms Escajadillo,
Mabel Moraa, Antonio Cornejo Polar. Para tratar sobre a questo da representao da mulher e do
gnero: Georges Duby, Sara Beatriz Guarda, Michele Perrot, Pierre Bourdieu, Losandro Tedeschi.
A pesquisa se embasa em textos literrios, textos crticos sobre as temticas levantadas e de crtica
literria que versam sobre o mesmo tema. A saber: literatura/representao/
feminismo/indigenismo/relaes de poder. Desse modo, a investigao cientfica em questo
caracteriza-se por ser uma anlise qualitativa, documental e de carter bibliogrfico.

Palavras-chave: indigenismo; mulher; literatura de testemunho; representao; literatura peruana.

Referncias bibliogrficas:
ALEGRA, Ciro. El mundo es ancho y ajeno. Santiago de Chile: Ediciones Ercilla, 1945.
BEAUVOIR, Simone de, O Segundo Sexo. 2 edio. Trad. Srgio Milliet. So Paulo: Difuso
Europeia do Livro, 1967.
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BOURDIEU, Pierre. A dominao masculina. Trad. Maria Helena Kuhner. 2 edio. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
BOURDIEU, Pierre. O poder simblico. Trad. Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
1989.
CORNEJO POLAR, Antonio. O condor voa: literatura e cultura latino-americanas. Org. Mario J.
Valds; Trad. Ilka Valle de Carvalho. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000.
CORNEJO POLAR, Antonio. La trilogia novelstica clssica de Ciro Alegra. Lima:
Latinoamericana Editores, 2004.
DUBY, Georges y PERROT, Michelle. Historia de las mujeres en Occidente. Trad. Marco Aurelio
Galmarini. Santafe de Bogot: Alfaguara, 1993.
ESCAJADILLO, Toms G. La narrativa indigenista peruana. Lima: Amaru, 1994.
ESCALANTE, Carmen y VALDERRAMA, Ricardo. Gregorio Condori Mamani Asunta Quispe
Huamn. Autobiografia. Cusco: Ceques Editores, 2014.
FRANCO, Jean. Si me permiten hablar: La lucha por el poder interpretativo. Revista de Crtica
Literaria Latinoamericana, Lima, Ao XVIII, Nr. 36, pp. 109-116, 2do. semestre de 1992.
GUARDA, Sara Beatriz. Historia de las mujeres en Amrica Latina. Per: CEMHAL, 2002.
GUARDA, Sara Beatriz. Mujeres Peruanas: el otro lado de la Historia. 4 Edicin. Lima: Librera
Editorial Minerva Miraflores, 2002.
GRUZINSKI, Serge. La colonizacin de lo imaginario. Sociedades indgenas y occidentalizacin en
el Mxico espaol Siglos XVI-XVIII. Mxico: Fondo de Cultura Econmica, 1991.
MARITEGUI, Jos Carlos. Sete ensaios de interpretao da realidade peruana. Trad. Salvador
Obiol de Freitas e Caetano Lagrasta. So Paulo: Alfa-Omega, 1975.
MORAA, Mabel. Documentalismo y ficcin: testimonio y narrativa testimonial hispanoamericana
en el siglo XX. In: Amrica Latina: Palavra, Literatura e Cultura. Vol. 3. Ana Pizarro (org.). So
Paulo: Memorial, 1995.
PERROT, Michelle. Mi historia de las mujeres. Trad. Mariana Sal. 1 ed. Buenos Aires: Fondo
Cultura Econmica, 2009.
SILVA, Claudia Heloisa I. Luna F. Indianismo romntico e projetos nacionais na literatura
Hispano - Americana do Sculo XIX .Rio de Janeiro: UFRJ, 1999.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Trad. Sandra Regina Goulart Almeida,
Marcos Pereira Feitosa, Andr Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
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TEDESCHI, Losandro Antonio. Leituras de gnero e interculturalidade. Dourados, MS: Editora


UFGD, 2013.
VIEZZER, Moema. Si me permiten hablar testimonio de Domitila, una mujer de las minas de
Bolivia. Edicin Digital. Buenos Aires: Siglo XXI Editores S.A, 2005.

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Nome: BRBARA DE OLIVEIRA SANTOS


Orientador: MARILUCI DA GUBERMAN
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

AS IMAGENS LITERRIAS DE LOPE DE AGUIRRE E DO RIO AMAZONAS


EM MIGUEL OTERO SILVA
Este trabalho sustenta que Lope de Aguirre em Lope de Aguirre, prncipe de la libertad ([1979]
1982), de Miguel Otero Silva (1908-1985), recria suas imagens e as do rio Amazonas atravs do
olhar do personagem, fazendo-o peregrinar pela rede de textos que o conformou e da qual se liberta
neste romance histrico venezuelano. Ao longo deste episdio de degradao fsica, moral e
espiritual pelo percurso encaracolado do rio, a Jornada de Omagua y Dorado (1560-1561), Aguirre
reconstitui suas imagens histricas rgidas bem como problematiza o maniquesmo que as limita. A
falta de linearidade narrativa, a mescla de gneros literrios e o processo de transfigurao que sofre
Lope, dividindo a obra em trs partes (soldado, traidor e peregrino), leva-nos a expandir tal universo
imagtico atravs de conceitos como imagem, olhar e memria, com base em PAZ (2009),
NOVAES (1988), LE GOFF (2013) e ACHARD (1999), respectivamente. Procuramos demonstrar
como esses conceitos podem nortear a anlise da escrita de Otero Silva, que, em fins da dcada de
70, questiona o discurso histrico oficial aparentemente linear, unvoco e neutro. Tal artifcio
cumpre-se tambm pelo ecoar de mltiplas vozes, como a do tio-av Julin, que, por meio de
crnicas familiares, rememora oralmente o caso do av de Aguirre, Lope de Araoz, a quem
assassinaram cortando-lhe a lngua em retaliao sua revolta declarada ao poder poltico vigente.
No Novo Mundo, imaginado e cobiado pelos europeus do sculo XVI, o rio Amazonas mais tarde
enreda Lope de Aguirre em suas maraas. Sugerimos que as imagens do rio Amazonas
reconstituem-se, assim, segundo uma disposio imagtica catica, uma vez que advm do choque
entre as imagens mticas imaginadas maravilhosas e as reais do universo amaznico traadas pelo
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olhar de Lope. Simultaneamente, as imagens de Lope so reformuladas segundo as experincias de


violncia causadas tanto pelo elemento humano quanto pelo natural do rio amaznico e s suas
margens, revelando o porqu da ira insurgente do personagem que o conduz a seu destino fatal.
Assim, pela escassez de trabalhos que relacionem as imagens literrias de Lope de Aguirre s do rio
Amazonas com tal envergadura, dentre obras e autores relevantes da literatura hispano-americana
do sculo XX, esta investigao mostra-se necessria.

Palavras-chave: imagem; memria; olhar; Lope de Aguirre; rio Amazonas.

Referncias bibliogrficas:
ACHARD, Pierre (org). O papel da memria. Campinas: Pontes, 1999.
LE GOFF, Jacques. Histria e memria. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2013.
NOVAES, Adauto (org). O olhar. So Paulo: Companhia das Letras, 1988.
OTERO SILVA, Miguel. Lope de Aguirre, prncipe de la libertad. La Habana: Casa de las
Amricas, 1982.
PAZ, Octavio. Signos em rotao. So Paulo: Perspectiva, 2009.

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Nome: CARMELITA TAVARES SILVA


Orientador: SILVIA CRCAMO
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

JUAN GOYTISOLO MSCARAS E ESPELHOS


Nessa comunicao abordaremos o tema de identidade nas obras Seas de Identidad (1977),
Reivindicacin del conde Don Julin 1970) e Juan sin Tierra (1977) do autor catalo Juan Goytisolo
e definimos como objetivos - identificar nas obras da trilogia algumas marcas autorreferencias e
comentar a maneira como o autor reconstri sua identidade. Dessa forma, vamos nos ater ideia da
identidade como uma instncia dinmica e passvel de transformaes de acordo com as interaes
vividas pelo indivduo e a sua construo no plano literrio. Justificamos nosso interesse tomando
em considerao conhecidas situaes pessoais de Goytisolo que, impactaram no processo de
formao de sua identidade, ensejando o desempenho de papis dentro de um marco histrico que
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se reflete em sua criao literria. O termo identidade, tal como o gnero autoficcional, remete
figura do autor e recupera a discusso que envolve a presena do autor na obra. Entendemos que
essa conjuno identidade e relato autoficcional configura um cenrio no mnimo ambguo pois ao
mesmo tempo que descontri a noo tradicional de autor, demonstra a necessidade que o leitor e o
texto tem dele. E ao abordar a temtica do autor, tangencia-se a da identidade. Nos parece
interessante observar que mesmo diante da complexidade de definio do termo identidade e do
gnero auficcional possvel identificar pontos de convergncia entre alguns tericos que lanam
luzes sobre a questo. Philippe Lejeune (2008) insistiu na questo do nome prprio como critrio de
classificao da obra autobiogrfica e Anselm Strauss (1999) v no nome algo que viria a ser o
primeiro trao da identidade. Ou seja, o nome seria uma marca que apontaria, ao mesmo tempo para
o gnero literrio e para a identidade do autor. Essa assertiva nos coloca um questionamento pois
enquanto o gnero algo fixo, estabelecido, a identidade est submetida a uma srie de fatores.
Esse problema ser resolvido por lvaro, o alter ego do autor e tambm uma possibilidade de
reconstruo da identidade. Como fundamentao terica sero utilizadas, entre outras, as obras de
Leonor Arfuch (2010), Manuel Alberca (2007) Philippe Lejeune (2008) e Anselm Strauss (1999).

Palavras-chave: Juan Goytisolo; autor; identidade; autofico; Literatura espanhola.

Referncias bibliogrficas:
ALBERCA, Manuel. El pacto ambiguo De la novela autobiogrfica a la autoficcin .Madrid:
Editorial Biblioteca Nueva, 2007.
ARFUCH, Leonor. O Espao Biogrfico Dilemas da Subjetividade Contempornea. Traduo de
Paloma Vidal. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2010.
GOYTISOLO, Juan. Seas de Identidad. Barcelona: Editorial Seix Barral, 1977.
______. Reivindicacin del Conde Don Julin. Madrid: Alianza Editorial, 1977.
______. Juan sin Tierra. Barcelona: Editorial Seix Barral, 1977.
LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiogrfico. De Rousseau Internet. Traduo Jovita Maria
Gerheim Noronha e Maria Ins Coimbra Guedes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
STRAUSS, Anselm L. Espelhos e mscaras: A busca da identidade. Traduo Geraldo Gerson de
Souza. So Paulo: Edusp, 1999.

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Nome: CLUDIA REGINA DA SILVA RODRIGUES (Bolsista CAPES)


Orientador: CLAUDIA LUNA
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

DISCURSO FEMININO: SUJEITO, HISTRIA E IMAGINRIO EM ELEODORA


E MEMRIAS DE MARTA
A pesquisa em questo se caracteriza por fazer um estudo de carter comparativo entre as obras
Eleodora e Memrias de Marta, de Mercedes Cabello de Carbonera (Peru) e de Jlia Lopes de
Almeida (Brasil), respectivamente. Buscaremos entender como as autoras configuraram suas
protagonistas que serviram de objeto de denncia social na poca. Defendiam a educao das
meninas, que segundo as autoras, deveria ser oferecida a fim de proporcionar autonomia s
mulheres. Tarefa muito relevante que prestaram sociedade, visto que viveram no final do sculo
XIX. Ambas as fices trazem mulheres comuns, vtimas do sistema patriarcal; porm, estas no se
deixaram dominar, reagiram como puderam para alcanar autonomia em suas vidas. Atravs do
trabalho em questo, buscarei contribuir de forma efetiva para a discusso da questo das mulheres
retratadas na Literatura latino-americana atravs dos romances Eleodora e Memrias de Marta.
Considerando-as no somente em suas trajetrias individuais, mas inseridas em um contexto social.
Considerando os objetivos apresentados, a metodologia foi fundamentada em pesquisa bibliogrfica
de estudiosos que desenvolveram questionamentos inerentes ao assunto; sistematizando e
interpretando os dados atravs de uma abordagem lgica. Trabalharemos com os estudos de
Michelle Perrot e de Virgnia Woolf, dentre outras, que representam a histria das mulheres
buscando superar o fantasma do patriarcalismo. Esses nos fizeram perceber o quanto havia para ser
trabalhado dentro dos romances escolhidos para a pesquisa. So concepes que criticam a estrutura
do relato apresentado como universal, nas prprias palavras que o constituem, no somente para
explicitar os vazios e os elos ausentes, mas para sugerir outra leitura possvel. A pesquisa que est
sendo proposta do tipo anlise de corpus, sendo embasada em textos literrios e textos crticos que
fazem referncia s temticas levantadas, assim como tambm de crtica literria e cultural. Por
conseguinte, a investigao cientfica em questo se caracteriza por ser uma anlise qualitativa,
documental e de carter bibliogrfico e comparativo.

Palavras-chave: discurso feminino; romance; sculo XIX; Amrica Latina; representao.


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Referncias bibliogrficas:
ALMEIDA, Jlia Lopes de. A Mensageira. So Paulo: Imesp/Daesp, 1987. v. 1. p. 3.
_________. Memrias de Marta. Pesquisa, organizao, cronologia e introduo de Rosane Saint-
Denis Salomoni. Florianpolis: Editora Mulheres, 2007.
BEAUVOIR, Simone. O Segundo sexo fatos e mitos; traduo de Srgio Milliet. 4 ed. So Paulo:
Difuso Europeia do Livro, 1980.
BOURDIEU, Pierre. A dominao masculina. Trad. Maria Helena Khner. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2003.
_________. O poder simblico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
CANDIDO, Antonio. Formao da literatura brasileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000.
CARBONERA, Mercedes Cabello de. Eleodora. Lima: Folletn del Ateneo de Lima, 1887.
GENETTE, Grard. Discurso da narrativa. Lisboa, Vega, 1995.
GUARDIA, Sara Beatriz. Mujeres peruanas. El otro lado de la historia. 4. ed. Lima: Librera
Editorial Minerva, 2002.
_________. El poder de la palabra. Edicin virtual: academia.edu, 2014.
_________.Viajera entre dos mundos. 1.ed. Lima: CEMHAL, 2011.
_________.Historia de las mujeres en Amrica Latina. 2. Ed. Lima: CEMHAL, 2013.
HALL, Stuart. A identidade cultural na ps-modernidade. 3 ed., Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
JOZEF, Bella. Histria da literatura hispano-americana. 4. ed. Rio de Janeiro: Francisco
Alves/UFRJ, 2005.
MORENO, Mnica Crdenas. La tica feminina en el Per decimnico: estudio de dos novelas de
Mercedes Cabello de Carbonera: Blanca Sol y El Conspirador. Tesis para optar el grado de
Magister en Literatura Hispanoamericana. Pontificia Universidade Catlica del Per. Disponvel
em: http://tesis.pucp.edu.pe/repositorio/handle/123456789/1208 Acessado em: 06/01/16.
PERROT, Michelle. Mulheres Pblicas. So Paulo: Fundao Editora da UNESP, 1998.
_________. Minha histria das mulheres. Traduo de ngela M. S. Correa. So Paulo: Contexto,
2007.
RODRIGUES, Cludia Regina da Silva. Os papis sociais e a representao do feminino em
Blanca Sol de Mercedes Cabello de Carbonera. Dissertao de Mestrado em Letras Neolatinas.
Orientadora Professora Dra. Cludia Heloisa I. Luna Ferreira da Silva (UFRJ). Defesa em
11/03/2015, na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
BBBBBBBBBBBBB
15

http://avataresantenados.com.br/formsnl/claudiarodriguesmestrado.pdf - Acessado em 06/01/16.


SALOMONI, Rosane Saint-Denis. Sob o olhar do narrador: Representaes e discurso em A
Silverinha (crnica de um vero) de Jlia Lopes de Almeida. Porto Alegre: 2000. Dissertao
apresentada ao curso de Ps-Graduao de Letras da UFRGS para obteno do Ttulo de Mestre em
Literatura brasileira.
_________. A escritora/ os crticos/ a escritura: o lugar de Jlia Lopes de Almeida na fico
brasileira. Tese apresentada no curso de Ps-Graduao em Letras da UFGRS para obteno do
ttulo de doutor em Letras Literatura Brasileira. Porto Alegre: UFGRS Mimeo, 2005.
VARGAS, Ismael Pinto. Sin perdn y sin olvido. Mercedes Cabello de Carbonera y su mundo.
Lima: Universidad de San Martn de Porres, 2003. (Serie Periodismo y Literatura 499).

***

Nome: DANIELLE THEODORO OLIVIERI (Bolsista CAPES)


Orientador: MIGUEL ZAMORANO
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

O MUNDO ENTREMESIL CERVANTINO: A MULHER CASADA E A FIGURA DO BOBO


O presente trabalho se enquadra nas atividades do programa de Ps-Graduao em Letras
Neolatinas/UFRJ e ter como objetivo apresentar o atual estgio do desenvolvimento do projeto de
pesquisa intitulado O mundo entremesil cervantino: A mulher casada e a figura do bobo, que se
centra no estudo dos personagens femininos e na figura do bobo em entremezes de Miguel de
Cervantes. A motivao para a pesquisa em questo se deu pela percepo de que em muitas obras
do Teatro do Sculo de Ouro os personagens femininos geralmente assumem o papel de guardio da
honra familiar sendo vtimas desta pesada responsabilidade. Cervantes, porm, parece delinear a
existncia de uma ordem feminina que subverte a ordem masculina vigente, uma vez que no acata
alguns de seus princpios. Ademais, h ainda a hiptese de que Cervantes, atravs de tais
personagens, questiona a sociedade espanhola estratificada e decadente que buscava a todo custo
controlar pessoas e mentes. Os personagens caracterizados como el bobo, por sua vez, se limitam,
nas obras do Siglo de Oro, ao esteretipo de personagens passivos, caracterizados pela limitada
inteligncia e escassez de vocabulrio, vtima fcil, por tanto, de enganos e burlas. Seu papel nas
obras se vincula frequentemente aos efeitos cmicos. Cervantes, no entanto, parece reelaborar tais
16

personagens complexificando suas aes e seu papel. A metodologia utilizada ao longo da


investigao abarca uma pesquisa bibliogrfica em diferentes campos, porm relacionados: a teoria
teatral, o teatro breve do Sculo de Ouro, a crtica cervantista, de modo especfico a ocupada do
estudo e edio dos entremezes e, por fim, a histria da Espanha entre os sculos XVI e XVII, a
partir de obras de historiadores e etngrafos que teceram estudos sobre a marginalidade, as
punies, evidenciando o aparato repressor deste perodo. A presente pesquisa, portanto, se realiza a
partir do estudo de artigos e material encontrado em livros sobre teoria teatral e se fundamentar na
anlise dos entremezes La Cueva de Salamanca, El Viejo Celoso e El juez de los divrcios. Para
isso, usamos como embasamento terico os estudos de Asensio (1970), Zimic (1992), Spadaccini
(1992), Castilla (2007), Prez de Len (2005), Hazas (2002), Briones (2000), entre outros autores.
Sendo assim, pretendemos mostrar, por meio desta apresentao, o desenvolvimento de tal projeto,
que atualmente se encontra em fase inicial de pesquisa (primeiro semestre). Acreditamos que este
estudo possa preencher uma lacuna no cervantismo internacional e contribuir com as atuais
pesquisas no hispanismo brasileiro.

Palavras-chave: Literatura espanhola; Teoria teatral; Teatro do sculo de ouro; Miguel de


Cervantes; Entremezes.

Referncias bibliogrficas:
ASENSIO, Eugenio. Itinerario del entrems desde Lope de rueda a Quiones de Benavente.
Madrid: Gredos, 1971.
BALBN, Rafael de. La construccin temtica de los entremeses de Cervantes. Revista de Filologa
Espaola, v.32, pp. 415-428, 1948.
BOBES NAVES, M del Carmen. Temas y tramas del Teatro Clsico espaol: convivencia y
transcendencia. Madrid: Arco/Libros, 2010.
BRIONES, Antonio del Rey. Antologa del teatro breve. Barcelona: Hermes Editora General, 2000.
CASALDUERO, Joaquim. Sentido y forma del teatro de Cervantes. Madrid: Gredos, 1966.
CERVANTES, Miguel de. Entremeses, ed. Alberto de Castilla. Madrid: Akal, 2007.
_____. Entremeses, ed. Eugenio Asencio. Madrid: Castalia, 1970.
_____. Entremeses, ed. Nicholas Spadaccini. Madrid: Ctedra, 1982.
17

FERNNDEZ LVAREZ, Manuel. Casadas, monjas, rameras y brujas. La olvidada historia de la


mujer espaola en el renacimiento. Madrid: Espasa Libros, 2010.
GONZLEZ GONZLEZ, Luis Mariano. La mujer en el teatro del Siglo de Oro espaol. Teatro:
revista de estudios teatrales, n.6-7, 1995, pp. 41-70.
HAZAS, Antonio Rey. Teatro breve del siglo de Oro. Madrid: Alianza Editorial, 2002.
LEN, fray Luis de. La Perfecta Casada. ed. Luis Astrana Marn. Madrid: Aguilar, 1943.
MAIRE BOBES, Jesus. Teatro breve de la edad media y del siglo de oro. Madrid: Akal, 2003.
MARAVALL, Jos Antonio. A cultura do Barroco. So Paulo: Edusp, 2009.
PREZ DE LEN, Vicente. Tablas destempladas. Los entremeses de Cervantes a examen. Alcal
de Henares: Centro de Estudios Cervantinos, 2005.
WARDROPPER, Bruce W. Ambiguity in El viejo celoso. Bulletin of the Cervantes Society of
America, 1.1-2, 1981, pp. 19-27.
ZIMIC, Stanislav. El teatro de Cervantes. Madrid: Castalia, 1992

***

Nome: DANILO LOPES BRITO


Orientador: FLORA DE PAOLI FARIA
Opo: LNGUAS E CULTURAS EM CONTATO

O BRASIL REVISITADO: NOVOS OLHARES SOBRE O BRASIL


LUZ DA PRODUO MUSICAL DA SCHEMA RECORDS
sabido que, ao longo dos sculos, diferentes olhares tiveram o Brasil, seu povo e sua cultura como
foco. Os discursos deles decorrentes produziram esteretipos que at hoje so postos em circulao.
De fato, desde os primeiros relatos sobre o Brasil, esses discursos tm diferentes formas e veiculam
esteretipos que, na verdade, se diferenciam entre si. Para alm do exotismo, da violncia, da
sexualidade evidente e dos ares cool de alguns contextos brasileiros representados no exterior, um
novo esteretipo relacionado ao Brasil toma forma atualmente na Itlia. Ao partir da mais
conhecida produo cultural brasileira, a msica, um selo musical milans, que lida diretamente
com referncias de samba e de bossa-nova, d margem a um novo olhar para o Brasil atravs da
crtica musical e dos demais discursos miditicos que esto a ela atrelados. A presente pesquisa visa
analisar de que modo se d tal processo, bem como investigar a repercusso do mesmo em contexto
18

miditico. Para tanto, lana-se mo da anlise desses discursos ( luz de escritos de D.


Maingueneau, 2013) e da Teoria da Recepo (Jauss, 1970), que vm a elucidar a formao desse
novo esteretipo que, por sua vez, carrega inferncias de seus anteriores. Alm disso, os escritos
mais recentes da rea dos Estudos Culturais so caros pesquisa, como os de H. Bhabha (2013), F.
Jameson (2004) e N. Canclini (2013). Questes de ordem sociolgica, incluindo a comunicao
social, tambm se fazem presentes atravs das contribuies de Bourdieu (1979), Leyens (1996) e
Amossy (1991), sem desconsiderar a crtica musical, a exemplo de trabalhos de Wisnik (2004) e
Bollos (2010). nesse sentido que se pretende entender a nova forma que o Brasil, atravs da
msica, assume diante do olhar estrangeiro.

Palavras-chave: Esttica Musical Brasileira; Esteretipos; Discurso miditico; Relaes Culturais


talo-brasileiras; Crtica Musical.

Referncias bibliogrficas:
AMOSSY, Ruth. Les Ides Reues. Smiologie du Strotype. Paris : ditions Nathan, 1991.
BHABHA, Homi K. O Local da Cultura. 2 ed. Trad. Myriam vila, Eliana L. de Lima Reis e
Glucia R. Gonalves. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2013.
BOLLOS, Liliana H. Bossa Nova e Crtica. Polifonia nas Vozes da Imprensa. So Paulo:
Annablume; Rio de Janeiro: Funarte, 2010.
BOURDIEU, Pierre. La Distinction : Critique Social du Jugement. Paris : Les ditions de Minuit,
1979.
CANCLINI, Nstor Garca. Culturas Hbridas - estratgias para entrar e sair da modernidade. So
Paulo: EDUSP, 1997.
COULDRY, Nick. Media, Society, World. Social Theory and Digital Media Practice. Cambridge:
Polity, 2012.
ECO, Umberto. Apocalpticos e Integrados. 7 ed. Trad. Prola de Carvalho. So Paulo:
Perspectiva, 2011.
FAIRCLOUGH, Norman. Discourse and Social Change. Cambridge: Polity, 2014.
HALL, Stuart. Encoding/decoding. In: HALL, Stuart, HOBSON, Dorothy, LOWE, Andrew &
WILLIS, Paul (Org.). Culture, Media, Language. Working Papers in Cultural Studies. Nova Iorque:
Routledge, 2006.
19

__________. The Work of Representation. In: HALL, Stuart, EVANS, Jessica & NIXON, Sean
(Org.) Representation. Londres: Sage, 2013.
HECK, Marina Camargo. The ideological dimension of media messages. In: HALL, Stuart,
HOBSON, Dorothy, LOWE, Andrew & WILLIS, Paul (Org.). Culture, Media, Language. Working
Papers in Cultural Studies. Nova Iorque: Routledge, 2006.
JAMESON, Fredric. Postmodernism and Consumer Society. (1982). Disponvel em:
<http://art.ucsc.edu/sites/default/files/Jameson_Postmodernism_and_Consumer_Society.pdf>.
Acesso em: 21 de julho de 2016.
__________. Sobre los Estudios Culturales. In: GRNER, Eduardo (org.). Estudios Culturales:
reflexiones sobre el multiculturalismo. Buenos Aires: Paids, 1998.
__________. Ps-Modernismo A Lgica Cultural do Capitalismo Tardio. So Paulo: tica, 2004.
JAUSS, Hans R. Literaturgeschichte als Provokation. Frankfurt a. M.: Suhrkamp, 1970.
__________. Pour une esthtique de la rception. Paris: Gallimard, 1978. Traduo de Claude
Maillard.
LEYENS, J.-P., YZERBYT, V., SCHADRON, G. Strotypes et Congnition Sociale. Sprimont:
Mardaga, 1996.
MAINGUENEAU, Dominique. Cenas da Enunciao. (Org. POSSENTI, Srio e SOUZA-E-
SILVA, Maria C.) So Paulo: Parbola, 2008.
__________. Les Termes Cls de lAnalyse du Discours. Paris: ditions du Seuil, 2009.
__________. Anlise de Textos de Comunicao. Trad. Maria Ceclia Souza-e-Silva e Dcio Rocha.
So Paulo: Cortez, 2013.
SAID, Edward W. Orientalismo. O Oriente como inveno do Ocidente. So Paulo: Cia. Das
Letras, 2007.
SCIOLLA. Loredana. Sociologia dei processi culturali. Bologna: Mulino, 2012.
SIMMEL, Georg. Die Grostdte und das Geistesleben. [1903]. Berlin: Holzinger, 2014.
WISNIK, Jos M. Algumas Questes de Msica e Poltica no Brasil e A Gaia Cincia. In:
WISNIK, Jos M. Sem Receita. Ensaios e Canes. So Paulo: Publifolha 2004 (196-239).

***
20

Nome: DBORA GARCIA FURTADO (Bolsista CAPES)


Orientador: CELINA MARIA MOREIRA DE MELLO
Opo: LITERATURA FRANCESA

A TRAGEDIA INDIVIDUAL E O DRAMA COLETIVO


EM LE DIABLE ET LE BON DIEU (1951) DE JEAN-PAUL SARTRE
A pesquisa visa fazer uma leitura do conflito da individualidade de Goetz, personagem central da
pea Le diable et le bon Dieu (1951), de Jean-Paul Sartre, dentro da perspectiva histrica do trgico
moderno. Buscamos traar uma relao com o contexto medieval onde a personagem est inserida,
assim como o projeto do teatro de situaes formulado por Sartre. Pretendemos tambm fazer uma
leitura da condio paratpica da figura do bastardo na obra sartriana, e como ela conduz a ao
dramtica na pea estudada. O teatro de situaes procurou encenar uma forma moderna do trgico,
utilizando-se de anacronismos nos mitos antigos, dentro de um universo ateu. A pea estudada
possui referncias da tradio do drama romntico francs, e a construo de Goetz pode ser lida
dentro da tradio do heri do drama romntico, marginal sociedade e ao momento histrico, em
que poder e dever se confrontam e determinam a ao dramtica. Por seu carter social, a
escolha genrica de Sartre pelo teatro se popularizou aps a Segunda Guerra Mundial, lidando com
os problemas contemporneos, destacando a angstia e a liberdade, presentes em suas obras
filosficas e literrias. Segundo Raymond Williams, uma metafsica da tragdia substituiu a
moralidade comum das tragdias gregas e a ideia de decoro do neoclassicismo. Para Williams,
Hegel foi o responsvel por distinguir o sentimento trgico do mero sofrimento, se preocupando
com suas causas, considerando que, na tragdia, o sofrimento pendente sobre personagens ativas
inteiramente como consequncia do seu prprio ato, limitado a determinadas culturas e perodos.
Segundo Hegel, a individualidade consciente a condio da tragdia, e sua resoluo trgica est
na restaurao de uma substncia e unidade ticas na e conjuntamente com a derrocada da
individualidade. Desenvolvemos, assim, os conceitos de paratopia (MAINGUENEAU, 2006) e a
noo de situao de estreitamento (SZONDI, 2011), entendida como a base da maioria dos dramas
modernos que escapam converso pica, e que se apresenta no dilogo. Recorremos tambm
configurao da tragdia moderna formulada por Raymond Williams (2011) e Lionel Abel (2003).

Palavras-chave: Sartre; existencialismo; teatro; drama; paratopia.


21

Referncias bibliogrficas:
ABEL, L., Tragedy and Metatheatre: essays on dramatic form. Nova York: Holmes & Meier, 2003.
ALBRS, R.M., Jean-Paul Sartre. Belo Horizonte: ed. Itatiaia, 1958.
CONTAT, M. e RYBALKA, M. "Introduction", in SARTRE, J.-P., Un Thtre de Situations. Paris:
Gallimard, 2005.
MAINGUENEAU, D., Discurso Literrio. So Paulo: Contexto, 2006.
MASCARENHAS, P. e QUINTILIANO, D., Sartre em dois atos: As moscas e O Diabo e o Bom
Deus. Rio de Janeiro: DP et Alii, 2010.
MSZROS, I., A Obra de Sartre Busca da Liberdade. So Paulo: Boitempo, 2012.
PALLOTTINI, R., Dramaturgia: A Construo da Personagem. So Paulo: Perspectiva, 2013.
ROSENFELD, A., O Mito e o Heri no Moderno Teatro Brasileiro. So Paulo: Perspectiva, 2008.
SARTRE, J.P., Le diable et le bon Dieu. Paris: Gallimard, 2009.
___. Lexistencialisme est un humanisme. Paris: Gallimard, 1996.
___. Qu'est-ce que la littrature? Paris: Gallimard, 2008.
___. Un Thtre de Situations. Paris: Gallimard, 2005.
SIMON, P.H., Thtre & Destin La Signification de la Renaissance Dramatique en France au
XXe sicle. Paris: Librairie Arman Colin, 1959.
SZONDI, P., Teoria do drama moderno [1880-1950]. So Paulo: Cosac Naify, 2011.
UBERSFELD, A., Le drame romantique. Paris: ditions Belin, 2008.
WILLIAMS, R., Tragdia moderna. So Paulo: Cosac Naify, 2011.

***

Nome: DESIRE CLIMENT


Orientador: ARY PIMENTEL
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

ARQUIVO, FICO E EXPERINCIA PESSOAL: ESTRATGIAS DISCURSIVAS PARA


A CONSTRUO DO ROMANCE DE CRISTIAN ALARCN
Villa del Seor, em Si me quers quereme transa:
Em seu romance Si me quers quereme transa, Cristian Alarcn prioriza a autonomia da criao em
relao realidade e traz para a narrativa as questes da imigrao recente atravs de uma fictcia
22

favela denominada Villa del Seor. Nesse espao da villa narrada a realidade surge marcada pelos
conflitos, dilogos, negociaes e mediaes entre as diversos grupos que ocupam o territrio,
principalmente imigrantes dos pases limtrofes a Argentina. Embora o trabalho seja fruto de uma
ampla pesquisa jornalstica, o escritor faz uso de tcnicas literrias para a composio dos
personagens e da prpria trama, transitando por diversas esferas nas quais a experincia do real
torna-se um elemento chave para a construo de uma narrativa que a transcende. Nossa proposta
com esse trabalho discutir as diferentes estratgias narrativas utilizadas pelo autor para narrar a
Villa. Com esse objetivo, recorremos aos conceitos de Realidadficcin, de Josefina Ludmer,
porosidade e inespecificidade da arte, de Florencia Garramuo, e ainda da concepo de
arquivo, proposta por Roberto Gonzles Echevarra. Torna-se relevante para a nossa proposta de
leitura da obra o conceito de autonomia da arte pensado por Peter Burger e a concepo de mimeses
de David Pujante. Com esses aportes tericos, pretendemos analisar o trajeto discursivo que levam
Alarcn de seu primeiro livro a Si me quers quereme transa e identificar no prprio texto os
diferentes elementos que caracterizam o processo de narrar a favela/cidade/nao. A anlise das
estratgias discursivas do romance constitui uma parte bastante relevante da pesquisa e ser o foco
desta apresentao. Contudo, o principal objetivo da dissertao o estudo das formas de utilizao
do sagrado e das religiosidades dentro dos mundos imaginados na obra estudada. Nesta pesquisa,
interessa-nos pensar o modo como essas prticas aparecem convertidas em fator de negociao das
mltiplas identidades e formas de apropriao do territrio.

Palavras-chave: Jornalismo Literrio; Arquivo; Ps-autonomia; Realidade/fico.

Referncias bibliogrficas:
ALARCN, Cristian. Si me quers, quereme transa. Buenos Aires: Aguilar, 2012.
______. Cuando me muera quiero que me toquen cumbia: vidas de pibes chorros. Buenos Aires:
Aguilar, 2013.
BRGER, Peter. Teoria da vanguarda. Trad. Jos Pedro Antunes. So Paulo: Cosac Naify, 2012.
CLIFFORD, James. A experincia etnogrfica: antropologia e literatura no sculo XX. Org. e
reviso tcnica de Jos Reginaldo Santos Gonalves. Trad. Patrcia Farias. 3 ed. Rio de Janeiro:
Editora UFRJ, 2008.
23

CRAVINO, Mara Cristina. Vivir en la villa: relatos, trayectorias y estrategias habitacionales. Los
Polvorines, Buenos Aires: Universidad Nacional de General Sarmiento, 2009.
ECHEVARRA, Roberto Gonzlez. Mito y archivo: una teora de la narrativa latinoamericana. 2
ed. Trad. Virginia Aguirre Muoz. Mxico: FCE, 2011.
GARCA CANCLINI, Nstor. La globalizacin imaginada. 2 ed. Buenos Aires: Paids, 2001.
GARRAMUO, Florencia. Frutos estranhos: sobre a inespecificidade na esttica contempornea.
Rio de Janeiro: Rocco, 2014.
JELIN, Elizabeth. Migraciones y derechos: instituciones y prcticas sociales en la reconstruccin de
la igualdad y la diferencia. In: GRIMSON, Alejandro, JELIN, Elizabeth (Org.). Migraciones
regionales hacia la Argentina: diferencia, desigualdad y derechos. Buenos Aires: Prometeo, 2006,
p. 47-68.
LUDMER, Josefina. Literaturas postautnomas. Ciberletras. Revista de crtica literaria y de cultura,
N 17, Julio 2007.
PUJANTE SNCHEZ, Jos David. Mmesis y siglo XX: formalismo ruso, teora del texto y del
mundo, potica de lo imaginario. Murcia: Universidad de Murcia, 1992

***

Nome: ERIC DA SILVA SANTIAGO


Orientador: SONIA REIS
Opo: LITERATURA ITALIANA

ALDO PALAZZESCHI E O RISO DESTRUIDOR


O presente trabalho busca, por meio da anlise da poesia I Fiori, que uma das poesias presente no
livro Poesie do poeta Aldo Palazzeschi (1885 1974), demonstrar como o poeta florentino produz
um processo (des)construtivo, ou seja, a partir da destruio elabora tambm a reconstruo de
alguns temas comuns a tradio lrica italiana, principalmente o plurissecular mito da natureza, e a
relao mundo humano / mundo natural. Demonstraremos ainda como o poeta se utiliza do
grotesco, do non-sense e do absurdo, e como esses itens influenciam para a composio do riso
destruidor. Para a composio dessa anlise utilizamos para a definio de grotesco a obra Prefcio
ao Cromwell de Victor Hugo (1802 1885), j a obra O Riso de Henri Bergson (1859
1941) foi utilizada para a definio do absurdo, do non-sense e para explicitao das funes e
BBBBB
24

efeitos do riso, para tanto utilizamos ainda um dos manifestos de autoria do prprio Aldo
Palazzeschi, intitulado Il contradolore, no qual ele define o uso do riso destruidor. Auxilia ainda o
estudo a obra O Cmico de Concetta DAngeli e Guido Paduano, para a anlise do riso e a Histria
do Riso e do Escrnio de George Minois (1946), que apresenta um quadro histrico do uso do
riso. Desse modo, este trabalho tem o objetivo de apresentar os possveis efeitos produzidos por
essa poesia. Aps as anlises pudemos observar que o processo de (des)construo palazzeschiana
se inicia com uma retomada das afirmaes tradicionais, aps essa retomada o poeta inicia um
confronto entre ideias antagnicas (grotesco) a partir de pontos de ruptura (absurdo e non-sense),
desse confronto nasce o processo destrutivo, e a partir dele, novos significados podem ser dados s
questes tradicionais. Palazzeschi, embora tenha participado do futurismo, no exalta o futuro para
assim destruir aquilo que faz parte do passado, e tambm no busca o contrrio. Ele apenas destri e
reconstri noes que, ao mesmo tempo e com a mesma intensidade, produzem um efeito
(des)construtivo.

Palavras-chave: Aldo Palazzeschi; I Fiori; riso; desconstruo; grotesco;

Referncias bibliogrficas:
BERGSON, Henri. O riso. Traduo de Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar Editores,
1980.
BOCCIONI, Umberto. Pintura e escultura futuristas (Dinamismo plstico). Organizao Andria
Guerini, Rafael Zamperetti Copetti e Sandra Bagno. Niteri: Editora Comunit, 2010.
CATTABIANI, Alfredo. Florario: Miti, leggende e simboli di fiori e piante. Milano: Oscar
Mondadori, 2006.
DANGELI, Concetta; PADUANO, Guido. O Cmico. Traduo de Caetano Waldrigues Galindo.
Curitiba: Editora UFPR, 2007.
FERRONI, Giulio. Profilo storico della letteratura italiana: volume II. Milano: Einaudi scuola,
2011.
HUGO, Victor. Prefcio ao Cromwell. Traduo de Clia Berretini. So Paulo: Perspectiva, 2007.
MINOIS, George. Histria do Riso e do Escrnio. Traduo de Maria Elena O. Ortiz Assumpo.
So Paulo: Editora UNESP, 2003.
25

PALAZZESCHI, Aldo. Il contradolore. In: I Manifesti del futurismo. 2007.


__________________. Poesie. Milano: Mondadori, 1971.
PIRANDELLO, Luigi. LUmorismo. Milano: Mondadori, 1992.
ROSA, Alberto. Letteratura italiana del Novecento. Bilancio di un secolo. Torino: Einaudi, 2000.

***

Nome: FABIANA OLIVEIRA DE SOUZA


Orientador: ARY PIMENTEL
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

PERIFERIA E CONSTRUO DE UM LUGAR DE AUTOR EM TEXTOS


CONTEMPORNEOS DE VILLEROS:
EMPODERAMENTO E AUTORREPRESENTAO DE GRUPOS ALTERIZADOS
Com o intuito de pesquisar as representaes e autorrepresentaes de sujeitos subalternos a partir
de discursos ancorados nos territrios perifricos da cidade de Buenos Aires, propomo-nos a estudar
o ethos dos habitantes das villas por meio dos recursos discursivos construdos por eles e sobre
eles, nas obras de Camilo Blajaquis e Juan Diego Incardona. Tal tema est inserido em um contexto
que favorece (e exige) o debate social, poltico e cultural acerca de produes textuais que se
apresentam enquanto discursos alternativos aos que circulam pelos canais hegemnicos. Essa
produo alternativa caminha quase sempre na contramo da construo da imagem
estigmatizadora das margens da metrpole e daqueles que nela vivem, alm de ressignificar o lugar
dos subalternos, produzindo um novo lugar de autor. A pesquisa gira em torno da anlise da poesia
de Blajaquis e de contos de Incardona, bem como da trajetria destes sujeitos e das circunstncias
em que se d o processo de subjetivao e a formao do pensamento crtico desses indivduos.
Como afirma Ileana Rodrguez, ao comentar A morte de Chandra, de Ranajit Guha, a simples
presena dos subalternos em espaos que historicamente lhe foram (e so) negados muda seu
significado cultural e, no momento em que essa figura marginal transgride o limite estipulado para
sua circulao, comea a exercer seu poder epistemolgico. Com este estudo, tencionamos
desenvolver uma pesquisa que contribua com os estudos sobre os subalternos e suas produes,
problematizando as representaes da villa e de seus moradores a partir da categoria atitude
textual (SAID, 2007). Pretendemos ainda pensar o modo como suas leituras e estudos os levaram
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apropriao dos instrumentos necessrios sua autorrepresentao. Para discorrer a respeito de


identidade, grupos subalternos, poder e disputas por territrio e relatos, debruamo-nos,
especialmente, sobre as categorias e conceitos encontrados nos textos tericos de Stuart Hall,
Edward Said, Ranajit Guha, Gayatri Spivak, Pierre Bourdieu, Michel Foucault, Walter Mignolo,
Hugo Achgar.

Palavras-chave: autorrepresentao; subalternidade; favela; villas; margem.

Referncias bibliogrficas:
ACHGAR, H. Planetas sem boca: escritos efmeros sobre arte, cultura e literatura. Trad. Lyslei
Nascimento. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.
BOURDIEU, Pierre. O poder simblico. Trad. Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
1989.
FOUCAULT, Michel. Microfsica do poder. Organizao e trad. Roberto Machado.Rio de Janeiro:
Edies Graal, 1979.
GONZLEZ, Csar. (Camilo Blajaquis). Crnica de una libertad condicional. Buenos Aires:
Ediciones Continente, 2014.
______. Retrica al suspiro de queja. Buenos Aires: Ediciones Continente, 2015.
______. La venganza del cordero atado. Buenos Aires: Ediciones Continente, 2010.
GUHA, Ranajit. Prefacio a los Estudios de la Subalternidad: escritos sobre la historia y la sociedad
surasitica. En: RIVERA, Silvia y BARRAGN, Rossana (comp.): Debates poscoloniales. Una
introduccin a los estudios de la subalternidad, SEPHIS Ediciones Aruwiyiri Editorial Historias.
La Paz, 1997a, p.23-24.
______. Sobre algunos aspectos de la historiografa colonial de la India. En: RIVERA, Silvia y
BARRAGN, Rossana (comp.): Debates poscoloniales. Una introduccin a los estudios de la
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<http://www.apuntescecyp.com.ar/index.php/apuntes/article/view/324>. Acesso em: 03 mar. 2015.

***

Nome: FABRIZIO RUSCONI (Bolsista CAPES)


Orientador: ANDREA LOMBARDI
Opo: LITERATURA ITALIANA

EXPRESSIONISMO, DEFORMAO E PARDIA EM CARLO EMILIO GADDA


Anlise do romance La cognizione del dolore (1938 - primeira edio em revista; 1963 edio em
livro), do escritor italiano Carlo Emilio Gadda, luz do conceito de expressionismo lingustico,
enfatizando particularmente a noo de deformao e pardia. A partir da Cognizione del dolore,
romance da plena maturidade literria, bem como de outros textos de Gadda, individuar-se-o uma
srie de escolhas estilsticas, temticas e representativas definidas expressionistas. Ser investigado,
de que forma, certos motivos e estilemas, vlidos para o expressionismo do sculo XX, foram
includos e transformados na obra gaddiana. Conceitos como caricatura, deformao e pardia, que
se por um lado, gravitam na rbita do expressionismo novecentista, por outro lado, pertencem ao
amplo repertrio de formas histricas enraizadas na tradio italiana e no apenas italiana que
Gadda conhece e livremente emprega, atualizando-as para os fins da sua personalssima potica da
expressividade. Torna-se central, portanto, a relao entre o mau humor e a polmica (CONTINI,
1989) e os processos de deformao e expressividade derivados, tanto quanto a individuao
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temtica dos objetivos polmicos. Ser desenvolvido, com base nos textos, um estudo daqueles
momentos em que afloram as tcnicas da deformao, da pardia e da caricatura, ligando-os,
quando for possvel, a expresso de uma polmica social e cultural. Finalmente, ser demonstrada a
ligao entre essas formas e toda uma tradio expressionista anterior e da contemporaneidade.
Gianfranco Contini, na sua introduo Cognizione del dolore (1963) e Maria Corti num ensaio
publicado na revista Paragone, La lingua e gli scrittori, oggi (1959), individuaram, entre os
primeiros, uma linha expressionista na tradio literria italiana. Para Contini os dois polos dessa
grande e plurissecular tradio seriam Dante e Gadda. Corti, tambm, destacou o carter
absolutamente extraordinrio e autnomo dessa tradio unicamente italiana, cujas etapas principais
seriam Ruzzante, Folengo e a Scapigliatura. Ainda Contini, em seu ensaio Primo approccio al
Castello di Udine, declara que a prosa de Gadda toda provocada pelo mau humor, pela
polmica.

Palavras-chave: Carlo Emilio Gadda; Expressionismo; Deformao; Pardia; La cognizione del


dolore

Referncias bibliogrficas:
CONTINI, Gianfranco. Introduzione alla Cognizione del dolore (1963). In The Edimburgh Jornal
ofGaddaStudieshttp://www.gadda.ed.ac.uk/Pages/resources/archive/classics/continicognizione.php
. Data ultimo accesso. 02/06/2015
__________________ Primo approccio al Castello di Udine. In: Quarantanni di amicizia.
Torino: Einaudi, 1989.
CORTI, Maria. La lingua e gli scrittori, oggi. In: Paragone, XVI (1959), n. 182/2, p. 14-32.
GADDA, Carlo Emilio. 1: Romanzi e racconti. A cura di Raffaella Rodondi, Guido Lucchini,
Emilio Manzotti. Milano: Garzanti, 2011.
__________________ La cognizione del dolore. Milano: Einaudi, 1980.
___________________O Conhecimento da Dor. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (traduo Mario
Fondelli)
MITTNER, Ladislao. Lespressionismo. Bari: Laterza, 2005.

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Nome FERNANDA FELIX DA COSTA (Bolsista PIBIC / CNPQ)


Orientador: PEDRO PAULO CATHARINA
Opo: LITERATURA FRANCESA

GUY DE MAUPASSANT NA IMPRENSA BRASILEIRA (1880-1914)


A presente pesquisa tem como corpus as referncias ao escritor naturalista francs Guy de
Maupassant (1850-1893) encontradas nos jornais e revistas brasileiros disponveis na Hemeroteca
Digital Brasileira da Fundao Biblioteca Nacional. Na primeira fase da pesquisa de carter
exploratrio, coletamos e organizamos por categorias 1512 referncias ao escritor, entre 1880, ano
em que marcou seu sucesso com o conto Boule de Suif, publicado na coletnea de contos
naturalistas Les soires de Mdan (BAGULEY, 1995; BECKER, 1998) e 1914 - com o fim do
longo sculo XIX (ABREU, 2011). Em seguida, efetuamos o estudo do corpus coletado,
concentrando-nos na identificao e no estudo nos contos, novelas, crnicas e romances do autor, a
fim de conhecermos o alcance de sua literatura veiculada nos jornais, para alm dos volumes
vendidos nas livrarias do pas. Nesta segunda fase da pesquisa, o nmero de referncias foi revisto,
subindo para 1629 o que aponta para uma maior insero do escritor no campo literrio brasileiro
e o interesse do pblico leitor por sua obra e procuramos estudar mais afundo algumas dessas
categorias. Dentre o material coletado, 207 ocorrncias so referentes a notcias. Nessa nova etapa
buscamos, atravs dessa categoria, que abrange tambm notcias curiosas (que fogem dos padres
de informaes srias), ampliar nossas informaes sobre como Maupassant era visto segundo os
peridicos recolhidos e ampliar o entendimento da transformao do escritor, pela imprensa, em
celebridade forma moderna do prestigio pessoal, adaptada s sociedades democrticas e
miditicas (LILTI, 2014). Numa civilizao marcada pelo jornal (KALIFA et alii, 2011), em que
sociedades e literatura so ritmadas pelos jornais cotidianos (THRENTY, 2015), as notcias nos
permitem compreender, de forma mais clara, a recepo das obras referentes ao escritor naturalista
francs junto ao pblico leitor brasileiro, alm de apresentarem alguns aspectos curiosos inusitados
sobre a vida do autor que nos faz concluir que sua obra era apreciada, mas que sua vida pessoal
tambm interessava o pblico leitor brasileiro.

Palavras-chave: Guy de Maupassant; naturalismo; notcias; peridicos; campo literrio brasileiro.


30

Referncias bibliogrficas:
ABREU, Mrcia. A circulao transatlntica dos impressos: a globalizao da cultura no sculo
XIX. Livro. Revista do Ncleo de Estudos do Livro e da Edio, n1, p. 115-127, 2011.
BAGULEY, David. Le Naturalisme et ses genres.Paris: Nathan, 1995.
BECKER, Colette. Lire le ralisme et le naturalisme. 2e d. Paris:Dunod, 1998.
BOURDIEU, Pierre. Les rgles de l'art;gense et structure du champ littraire. Paris: Seuil, 1992.
BRAHIMI, Denise. Quelques ides reues sur Maupassant.Paris:LHarmattan, 2012.
CATHARINA, Pedro Paulo G. F. Circulation and Permanence of French Naturalist Literature in
Brazil. Excavatio vol. XXVII, 2016, p. 1-21. Disponvel em:
https://sites.ualberta.ca/~aizen/excavatio/articles/v27/PedroPauloGARCIAFERREIRACATHARIN
A.pdf Consultadoem: 25/7/2016
GRANDADAM, Emmanule. Contes et nouvelles de Maupassant : pour une potique du recueil.
Rouen-Havre : P. U. de Rouen et du Havre, 2007.
KALIFA, D.; RGNIER, Ph.; THRENTY, M.-. & VAILLANT, A. (dir.). La Civilisation du
Journal. Histoire culturelle et littraire de la presse franaise au XIXe sicle.Paris: Nouveau
Monde, 2011.
LCHOT, Timothe. Maupassant: quel genre de ralisme?Charmey: Les ditions de lHbe, 2010.
LILTI, Antoine. Figures publiques. Linvention de la clbrit 1750-1850. Paris : Fayard, 2014.
NEVES, Angela das. A volta do Horla: a recepo de Guy de Maupassant no Brasil. 2007.288 f.
Dissertao de mestrado. (Doutorado em Lngua e Literatura Francesa). USP, So Paulo, 2007.
THERENTY, Marie-ve. O longo e o cotidiano. Sobre a dilatao miditica dos romances nos
sculos XIX e XX. Interfaces. Rio de Janeiro: CLA/UFRJ, n 22, vol. 1, p. 117-136, 2015.

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Nome: FERNANDA GERBIS FELLIPE LACERDA (Bolsista CAPES)


Orientador: FLORA DE PAOLI FARIA
Opo: LITERATURA ITALIANA

O TEATRO DE GABRIELE DANNUNZIO: TRADIO E RUPTURA


Nossa pesquisa de doutorado que tem como ttulo O Teatro de Gabriele DAnnunzio: tradio e
ruptura uma continuao do trabalho realizado durante o curso de Mestrado. O poeta italiano
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Gabriele DAnnunzio (1863- 1938) foi um artista multifacetado e participou ativamente de diversas
reas das artes e da literatura, sendo de nosso interesse os textos produzidos para o teatro. Nesse
mbito, trabalhamos no primeiro momento com dois textos teatrais dannuzianos, La figlia di Iorio
(1904) e Il Martirio di San Sebastiano (1911), onde identificamos a partir da anlise das
produes textuais teatrais, o ethos (MAINGUENEAU, 2005) dannunziano e a esttica decadentista
italiana (BINNI, 1988 e PRAZ, 1988). Neste momento da pesquisa, uma segunda etapa se inicia e
procuramos demonstrar de que forma Gabriele DAnnunzio por meio de seu ethos, j identificado,
transforma o teatro italiano, principalmente no que se refere ao texto, e o insere dentro do contexto
do teatro europeu. Para isso, necessrio compreender que a Itlia possua ainda naquele perodo
um teatro baseado no formato grego (MOLINARI, 2015, DI MARCO, 2014, CARLSON, 1997) e
que no que se refere palavra, dialetal (PRAZ, 1988 e MARAZZINI, 2002). Nosso corpus de
anlise se basear nas peas j antes analisadas e ainda no texto teatral Fedra (1909), verso
dannunziana, e no romance do autor Il Fuoco (1910), as anlises iniciais desses textos esto sendo
baseadas em FORTICHIARE (1987) e GIAMMARCO (2005). Gabriele DAnnunzio quebra essa
tradio que ocorria nos textos para o teatro na Itlia e apresenta um teatro inovador, com um texto
baseado na fora da palavra e da poesia, com elementos regionais e da tradio da cultura italiana.
As peas em estudo exemplificam essas nossas hipteses e a partir da leitura do romance Il Fuoco
possvel perceber que, ainda que no explicitamente, o poeta j traava sua ideia para os caminhos
que o teatro italiano deveria seguir.

Palavras-chave: Gabriele DAnnunzio, Teatro Italiano, La Figlia di Iorio, Il Martirio di San


Sebastiano, Il Fuoco, Ethos

Referncias bibliogrficas:
BINNI, Walter. La poetica del decadentismo. Roma: Santoni Editore, 1988.
CARLSON, Marvin. Teorias do Teatro. Estudos histrico-crtico, dos gregos atualidade;
Traduo Gilson Csar Cardoso de Souza. So Paulo: Fundao Editora da UNESP, 1997.
DI MARCO, Massimo. La tragedia greca. Forma, gioco scenico, tecniche drammatiche. Roma:
Carocci editore, 2014.
DANNUNZIO, Gabrielle. La figlia di Iorio. Millano: Garzanti Editora, 1995.
DANNUNZIO, Gabrielle. Il martirio di San Sebastiano. Millano: Garzanti Editora, 1995.
32

DANNUNZIO, Gabrielle. Il fuoco. Millano: Garzanti Editora, 1995.


DANNUNZIO, Gabrielle. Fedra. Millano: Garzanti Editora, 1995
FORTICHIARI, Valentina. Invito a conoscere Il Decadentismo. Milo: Mursia, 1987.
GIAMMARCO, Marilena. Il discorso di Mila. Liminal persona e nuovo linguaggio drammatico. In:
La parola tramata. Progettualitt e invenzione nel texto di DAnnunzio. Roma: Carocci, 2005
GIAMMARCO, Marilena. La figlia di Iorio e Il teatro dellinvenzione. Il drama di Aligi. In: La
parola tramata. Progettualitt e invenzione nel texto di DAnnunzio. Roma: Carocci, 2005.
MAINGUENEAU, Dominique. Discurso Literrio. So Paulo: Contexto, 2005.
MARAZZINI, Claudio. La lingua italiana. Profilo Storico. Bologna: Il Mulino, 2002.
MOLINARI, Cesare. Storia del teatro. Milano: Editori Laterza, 2016.
PRAZ, Mario. DAnnunzio e lamor sensual della parola. In: __________ La carne, la morte e il
diavolo. Milo: Mondadori, 1988. Pginas 399-449.

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Nome: GABRIEL MACEDO POEYS (Bolsista CAPES)


Orientador: VCTOR MANUEL RAMOS LEMUS
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

QUANDO A PAIXO O FUTEBOL: EDUARDO GALEANO E SUA SELEO


A dcada de 1950 se mostrou promissora para o Uruguai recm campeo Mundial de Futebol, no
entanto ela veio acompanhada de uma grave crise econmica. Agravou-se o pessimismo e o pas
apontou para uma nova realidade, a saber, uma nova classe mdia, advinda dos escritrios pblicos,
que passou a alimentar e dar sentido a burocracia, tpica da modernidade; e o leitor cmplice
(BENEDETTI) que estabelece com os escritores um dilogo frutfero tpico da cidade das letras
(RAMA). Nesse contexto, sugerimos uma reflexo crtica acerca do fenmeno da modernizao
uruguaia atravs da observao dos fenmenos histricos e polticos que tornaram do futebol uma
ferramenta do modelo administrativo do Uruguai durante a Era Batllista e como este se aliou s
polticas de interveno do Estado, do rdio e da prtica esportiva para lograr seus xitos. Na
literatura, contemporneo aos fatos supracitados, o autor Mario Benedetti se encarrega de lanar um
olhar sobre a massa. O escritor uruguaio um dos que integra a coletnea organizada pelo seu
conterrneo Eduardo Galeano, a pedido da editorial Arca. Su majestade el ftbol (1968) prope a
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gnese de uma tradio e aponta para uma nova modalidade, a coletnea de textos cujo tema central
era o futebol, um elemento genuno das manifestaes populares uruguaias e baluarte na construo
dos imaginrios. O ttulo de sua obra faz aluso ao primeiro texto do livro Lo que debo al ftbol, do
escritor argelino Albert Camus, escrito originalmente para a France Footbal em 1957. Galeano, em
seu livro, congrega diversos escritores em torno de um tema comum. Sua seleo conta com
escritores uruguaios intelectuais e jornalistas, inclusive, alguns com participao no peridico
Marcha, como Mario Benedetti e Carlos Maggi, por exemplo. Para tanto lanar-se- mo da leitura
de DA MATTA (1982), FRANCO JNIOR (2007) e ROCCA (1991) para dar conta do fenmeno
do futebol, bem como DELEUZE (1987) a fim de levantar os signos que perpassam o ato de
rememorar. Ao perceber a peculiaridade e a distino de como a modernidade se apresenta na
periferia do capitalismo, laou-se mo da leitura de investigadores como ARTEAGA (2008),
BAUMAN (2001), BETTHEL (2002) e BERMAN (2007).

Palavras-chave: Futebol; Uruguai; Modernidade; Eduardo Galeano; cultura de massa.

Referncias bibliogrficas:
ARTEAGA, Juan Jos. Breve historia contempornea del Uruguay. Buenos Aires: Fondo de
Cultura Econmica, 2008.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Lquida. Trad. Plnio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2001.
BENEDETTI, Mario. El escritor latinoamericano y la revolucin posible. Mxico D.F: Editorial
Nueva Imagen, S.A. 1977.
_______________ Puntero Izquierdo. In: Montevideanos. 2 Ed.- Buenos Aires: Booket, 2009.
BERMAN, Marshal. Tudo que slido desmancha no ar: a aventura da modernidade. Trad. Carlos
Felipe Moiss; Ana Maria L Ioriatti. So Paulo: Companhia das Letras, 2007.
BETTHEL, Leslie, Historia de Amrica Latina. Trad.de Jordi Beltrn Barcelona, Editorial Crtica,
2002.
DaMATTA, Roberto e outros, Universo do futebol: esporte e sociedade brasileira. Rio de Janeiro.
Pinakotheke, 1982.
DELEUZE, Gilles. Proust e os signos; traduo de Antonio Carlos Piquet e Roberto Machado.
Rio de Janeiro: Forense Universitria, 1987.
34

ELIAS, N. O processo civilizador: Uma histria dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
1994, v I.
_____________. O processo civilizador: Formao do Estado e Civilizao. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 1993, v. II.
FRANCO JUNIOR, Hilrio. A Dana dos Deuses: futebol, cultura e sociedade. So Paulo:
Companhia da Letras, 2007.
RAMA, Angel. A cidade letrada. Trad. Emir Sader. So Paulo: Brasiliense, 1985.
ROCCA, Pablo. Literatura y ftbol en el Uruguay (1899-1990) La polmica, el encuentro -
Montevideo Arca, 1991.
WISNIK, Jos Miguel. Veneno remdio: o futebol e o Brasil. So Paulo: Companhia das Letras,
2008.

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Nome: GAETANO DITRIA


Orientador: ANDREA LOMBARDI
Opo: LITERATURA ITALIANA

LINGUAGEM MSTICO-ANAGGICA EM DANTE ALIGHIERI


E TRANSLUMINAO DA ESCRITA PARADISACA DE HAROLDO DE CAMPOS
Tema desse trabalho o dilogo entre poetas em uma perspectiva de intertextualidade (Corti, 2003
e Bernardelli, 2010) e de cultura dantesca (Corti, 2003) dentro de um projeto de transluminao
de seis cantos do Paraso como paradigma operacional a perseguir (Campos, 1998), a partir do
conceito de anagogia (Hnorio de Autum [1090-1152], 1893 Henri de Lubac, 1959), na relao
entre a linguagem anaggica (Debenedetti Stow, 2004) e a reconstituio da informao esttica de
um texto matriz em um texto original autnomo par droit de conqute. Se traduzir um texto dizer
quase a mesma coisa (Eco, 2003), como mantido (se for mantido) o nvel anaggico do texto
dantesco? De que modo a transcriao contribui para um paradigma operacional capaz de traduzir a
iconicidade do signo esttico? A partir dessas problematizaes discutimos a linguagem anaggica
com base em estudos realizados por diferentes autores, entre os quais, Debenedetti Stow, Di Grazia,
Volli, Picone, Nuvoli, Lia, Ariani e Ledda. A potica da traduo foi discutida levando em conta a
teoria da transcriao e realizando uma comparao entre algumas tradues. A partir dos conceitos
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de inefvel e transumanar, resultou que as relaes entre anagogia e inefabilidade levam ao


aprofundamento da temtica mstica e do sublime. Os indcios de que a viso em quatro nveis de
leitura (literal, alegrico, tropolgico, anaggico) esteja presente nas obras do cabalista e mstico
espanhol Abraho Abulafia permitiu relacionar a Comdia com seu entorno interdiscursivo de
cultura hebraica. A tese de Eco, de que haveria uma possvel relao entre Dante e Abulafia,
retomada por Debenedetti Stow, ajudou a entender a relao entre nvel anaggico do texto
dantesco e cultura hebraica. Cabe frisar que o nvel anaggico mantido na transluminao da
escrita paradisaca haroldiana, a qual se apresenta como fruto de um trabalho que verbi-voco-
visualiza de forma inovadora o que em princpio seria intraduzvel. o caso do verbo averbar,
de cunho jurdico (Transumanar, significar per verba / no saberia; a quem o exemplo baste, / a
graa h de provar quanto ele averba), que liga ainda mais a experincia do transumanar vontade
individual e graa divina. O modus operandi do tradutor confirma a grande surpresa de que a
insuficincia da lngua em representar a experincia mstica superada pela escrita paradisaca, cuja
palavra surge no mesmo momento em que declarada a sua impotncia, criando uma
lngua/linguagem potica que se comunica ao homem e a Deus.

Palavras-chave: Dante Alighieri; Comdia; Anagogia; Haroldo de Campos; Transcriao.

Referncias bibliogrficas:
ARIANI, Marco. Lux inaccessibilis. Metafore e teologia della luce nel Paradiso di Dante. Roma:
Aracne, 2010.
AUTUN, Honrio de. Honorii Augustodunensis. Opera Omnia. Paris: J. P. Migne, 1895, PL 172.
BERNARDELLI, Andrea. Il concetto di intertestualit. In: ____. (Org.). La rete intertestuale.
Percorsi tra testi, discorsi e immagini. Perugia: Morlacchi Editore, 2010, pp. 9-62.
CAMPOS, Haroldo de. Pedra e luz na poesia de Dante. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1998.
CORTI, Maria. Scritti su Cavalcanti e Dante. La felicit mentale. Percorsi dellinvenzione e altri
saggi. Turim: Einaudi, 2003.
DE LUBAC, Henri. Esegesi Medievale. I quattro sensi della scrittura. v. 2. Seo quinta. Escritura
e Eucarestia. Opera omnia, v. 18. Roma: Edies Paoline, 1962. Milo: Jaca Book, 2006.
____. Mistica e mistero cristiano. Seo segunda. La fede cristiana. Opera omnia, v. 6. Milo: Jaka
Book, 1978.
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DEBENEDETTI STOW, Sandra. Dante e la mistica ebraica. Florena: La Giuntina, 2004.


DI GRAZIA, Ottavio. Bereschit/Logos. AllOrigine: la parola. Helioponlis Culture Civilt Politica:
Revista eletrnica de filosofia e simblica poltica. Ano XII. Nmero 1 2014, pp. 113-129. ISSN
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LEDDA, Giuseppe. La guerra della lingua. Ineffabilit, retorica e narrativa nella Commedia di
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2007). Milo: Bompiani, 2008, pp. 149-191.

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Nome: GIOVANNI CODEA DA SILVA (Bolsista CAPES)


Orientador: CELINA MARIA MOREIRA DE MELLO
Opo: LNGUAS E CULTURAS EM CONTATO

O DISCURSO DA MODERNIDADE NA PRIMEIRA EDIO DO JORNAL O PAIZ - 1884


O presente ensaio parte da pesquisa de doutoramento sob o ttulo Modernidade no Jornal O Paiz
(1884 a 1890) - Discursos constituintes e Cenas enunciativas. Nossa temtica esta relacionada a
linha de pesquisa estudos literrios, lnguas e culturas em contato. A relevncia deste estudo decorre
do corpus escolhido editorial do jornal O Paiz; referencial metodolgico aplicado cenas
enunciativas, discursos constituinte e ethos, baseados em Dominique Maingueneau (2008); e a
teoria de transferncias culturais, pois versa com base no dilogo entre as modernidades proposto
por Michel Espagne (1994) associado a proposta de Jess Souza (1998) na qual, ao olhar a
modernidade assumida pelos intelectuais brasileiros se estabelece um processo de inautenticidade.
Esta apresentao trata do primeiro nmero do jornal, que circulou com tiragem de 11 mil
exemplares. O editorial publicado teve por objetivo marcar trs aspectos importantes: sua relevncia
social, seu lugar de fala e o mercado ao qual se destinava. Suas primeiras linhas enunciavam a
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modernidade, no entendimento de seu editor-chefe Rui Barbosa, seu proprietrio Joo Jos dos Reis
Jnior e colaboradores Quintino Bocaiuva, Arthur Azevedo, Lima Barreto entre outros, assim,
mantemos um dilogo com a proposta de Richard Morse (1988) sobre as ideias na Amrica e a
modernidade Lusa. O objetivo central deste trabalho analisar o discurso do jornal O Paiz no que
tange a modernidade como um constructo, a partir da eleio de smbolos que caracterizariam esta
modernidade (TAVOLARO, 2005). Estabelecer as relaes e o ideal que o Pas deveria alcanar:
as naes civilizadas. Atravs da metodologia de anlise de discursos, tributria de Mainguenau,
compreendemos a formao de um discurso que atravs da alteridade pautou as dificuldades
modernizao. As anlises levaram s seguintes concluses parciais: o jornal procurou se posicionar
como fiel defensor da modernidade e, ao defend-la, elencava os responsveis pelo atraso nacional:
a monarquia e a escravido.

Palavras-chave: modernidade; discursos constituintes; cenas enunciativas; ethos; jornal.

Referncias bibliogrficas:
CHARAUDEAU, Patrick & MAINGUENEAU, Dominique. Dicionrio de Anlise de Discurso.
Trad. Comeus F. (org.). So Paulo: Contexto, 2014.
CHARTIER, Roger. Histria Cultural entre prticas e representaes. Trad. Maria M. Galhardo.
Col. Memria e sociedade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990, p. 13-28
ESPAGNE, Michel. Sur les limites du comparatisme en histoire culturelle. Genses, v. 17,
septembre 1994.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado. Contribuio semntica dos tempos histricos. Trad.
Wilma Patrcia Mass e Carlos Almeida Pereira. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006.
MAINGUENEAU, Dominique. Cenas de Enunciao. Org. Srio Possenti e Maria C. P. de Souza e
Silva. So Paulo: Parbola, 2008
MORSE, Richard M. O espelho de Prspero: Cultura e ideias nas Amricas. Trad. Paulo Neves.
So Paulo: Companhia das Letras, 1988.
SOUZA, Jess e OELZE, Berthold (orgs.). Simmel e a modernidade. Braslia: UnB, 1998.
TAVOLARO, Srgio B. F. Reflexes em torno de um dilema sociolgico brasileiro. In: Revista
Brasileira de Cincias Sociais. ANPOCS. vol.20 n 59, 2005.

***
39

Nome: GISELE BATISTA DA SILVA (Bolsista CAPES)


Orientador: ANDREA LOMBARDI
Opo: LITERATURA ITALIANA

A ANLISE DA SOCIEDADE MODERNA ITALIANA


NO DISCORSO SOPRA LO STATO PRESENTE DEI COSTUMI DEGL' ITALIANI
E A ALTERNATIVA DA BILDUNG LEOPARDIANA
A apresentao se prope a examinar alguns aspectos do Discorso sopra lo stato presente dei
costumi degl' italiani (c. 1824), escrito pelo poeta, fillogo e tradutor italiano Giacomo Leopardi
(1798-1837). Compreendendo esse texto como um dos primeiros passos na marcha persistente do
poeta de Recanati em analisar a sociedade moderna italiana, objetivamos mostrar que ele entra no
repertrio de textos leopardianos que se revelam como resposta ao processo de enfraquecimento da
cultura italiana no sculo XIX. Pretendemos, ainda, mostrar que tal ensaio configurou-se como
marco importante para uma nova fase do pensamento leopardiano, no qual o poeta passou a assumir
o papel de literato que examina, critica e intervm no processo histrico, poltico e social de seu
pas, isto , que assume uma conduta de impegno civile em um projeto mais amplo de Bildung.
Dentre os temas analisados por Leopardi no ensaio, destacamos trs deles, a saber, "narrativas de
descrio de costumes", "societ stretta" e "conversao", por considerar que Leopardi concentra
em suas respectivas matrias - e, principalmente, no conjunto de sua crtica a elas - um polo
irradiador de seu ideal de formao espiritual e intelectual (Bildung). Seja pela crtica aos modelos
das narrativas de descrio de costumes italianos at ento produzidas, pela constatao da ausncia
de sociedade italiana ou pela verificao da carncia de ambientes de interao lingustico-social, o
Discorso resultou - tanto por seu modelo de crtica, como por seu contedo - na produo material
de um instrumento de formao intelectual, espiritual e identitria e na declarao do desejo
leopardiano de vivenciar uma cultura regida por princpios ticos e estticos. Para a anlise do
ensaio de Giacomo Leopardi foram fundamentais as obras crticas de DI GES (2009, 2013),
BOLLATI (1998, 2011), DONDERO (2000), CHABOD (2010) e GENNARI (1997, 2012).

Palavras-chave: Giacomo Leopardi; literatura italiana; Bildung; Romantismo; Discorso sopra lo


stato presente dei costumi degl'italiani.
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Referncias bibliogrficas:
BOLLATI, Giulio. Linvenzione della dellItalia moderna. Torino: Bollati Boringhieri, 2014.
______. Giacomo Leopardi e la letteratura italiana. Organizao de Giorgio Panizza. Torino:
Bollati Boringhieri, 1998.
CHABOD, Federico. Lidea di nazione. Roma-Bari: Laterza, 2010.
DI GES, Matteo. Letteratura, identit, nazione. Palermo: :duepunti edizioni, 2009.
DI GES, Matteo. Una nazione di carta. Tradizione letteraria e identit italiana. Roma: Carocci,
2013.
DONDERO, Marco. Leopardi e gli italiani. Ricerche sul Discorso sopra lo stato presente dei
costumi deglItaliani. Napoli: Liguori, 2000.
GENNARI, Mario. Storia della Bildung: formazione delluomo e storia della cultura in Germania e
nella Mittleuropa. Brescia: La Scuola, 1997.
______. Filosofia della formazione dell'uomo. Milano: Bompiani, 2012.
LEOPARDI, Giacomo. Zibaldone di pensieri. Organizao de Giuseppe Pacella. Milano: Garzanti,
1991.
______. Epistolario. Vol I e II. Torino: Bollati Boringhieri, 1998.
______. Discorso sopra lo satato presente dei costumi deglItaliani. Milano: BUR, 1998.
______. Tutte le poesie, tutte le prose e lo Zibaldone. Roma: Newton Compton, 201

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Nome: GISELE REINALDO DA SILVA (Bolsista CNPQ)


Orientador: MARILUCI GUBERMAN
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

ARTURO USLAR PIETRI E O ROMANCE HISTRICO CONTEMPORNEO:


METFORAS DE UM NOVO HOMEM
Esta pesquisa de Doutorado discute a formao das identidades hispano-americanas mestias,
heterogneas, porm, com caractersticas polticas e histrico-culturais afins tendo como base o
romance histrico contemporneo El Camino de El Dorado, do escritor venezuelano Arturo Uslar
Pietri, publicado em 1947. O estudo pauta-se na hiptese de que, ao construir poeticamente
romances histricos, o autor visita o passado, em busca das origens de seu povo, como modo de
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questionamento do presente e projeo imagtica do futuro, contribuindo, assim, para a construo


da identidade cultural da Venezuela, remetendo, tambm, a outros pases da Amrica Latina. Como
metodologia de pesquisa, apresentamos uma reflexo sobre o contexto histrico-cultural em que se
inserem as produes literrias latino-americanas do sculo XX, abordando a importncia do
Modernismo hispano-americano como a resposta da Amrica ao esprito moderno inaugural do
sculo XIX. Em seguida, focamos a discusso para a contextualizao da Venezuela do sculo XX
e o projeto de vanguarda artstico-literria de Arturo Uslar Pietri, desenvolvido nessa realidade.
Posteriormente, passamos ao captulo de fundamentao terico-reflexiva deste estudo. Neste,
discutimos o lugar da linguagem e da literatura, na passagem da Era Clssica para a Idade Moderna,
seguida de uma reflexo sobre os discursos de verdade que a noo de poder implica, especialmente
na modernidade ocidental. So estes mesmos discursos, gerados pelo poder, que acabam por gerir e
organizar a rigidez das hierarquias sociais, a qual a literatura cumpre o papel de colocar em
suspenso. A etapa em sequncia props uma reflexo sobre a Modernidade e a fragmentao da
noo de identidades culturais, quanto s mudanas nos modos de vida latino-americanos
modernos, considerando que Uslar Pietri absorve a funo do grande escritor contemporneo no
enfrentamento dos choques civilizatrios de um mundo racional em crise e a expressa em sua obra.
Em seguida, discutimos o Surrealismo e sua busca pelo mago das coisas, partindo da premissa de
que esta herana artstico-cultural, fomentada neste cenrio europeu moderno, inevitavelmente,
influenciou na construo potica de Uslar Pietri, engajado nas questes histrico-culturais de sua
poca. Por ltimo, refletimos sobre o Barroco esttico e o redescobrimento da mestiagem hispano-
americana, buscando evidenciar que se trata de um esprito criador presente em vrias pocas e
distintas obras artstico-literrias, cujas caractersticas estticas so, igualmente, predominantes na
obra de Uslar Pietri e, portanto, relevantes para este estudo. Por fim, analisamos El camino de El
Dorado, mostrando como as construes mticas criadas pelo autor do forma a uma viso de
nacionalismo americano.

Palavras-chave: Modernidade; Arturo Uslar Pietri; identidades culturais; Histria; El camino de El


Dorado.
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Referncias bibliogrficas:
USLAR PIETRI, Arturo. Breve historia de la novela hispanoamericana. Caracas-Madrid: Edime,
1955.
______. En busca del nuevo mundo. Mxico: Fondo de Cultura Econmica, 1969.
______. Ensayos sobre el nuevo mundo: antologa de textos polticos. Introduccin y seleccin de
Agapito Maestre. Madrid: Editorial Tecnos, 2002.
______. La creacin del nuevo mundo. Mxico: Fondo de Cultura Econmica, 1991.
______. Las lanzas coloradas. El camino de El Dorado. Barrabas y otros relatos. Red (cuentos).
Treinta hombres y sus Sombras. Las visiones del camino. La ciudad de nadie. El otoo en Europa.
Un turista en el cercano oriente. Letras y hombres de Venezuela. Apuntes para retratos. Las nubes.
De una a otra Venezuela. In: Obras Selectas. Madrid, Caracas: Edime, 1956.

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Nome: JEANNIE BRESSAN ANNIBOLETE DE PAIVA


Orientador: SONIA REIS e HENRIQUE CAIRUS
Opo: LITERATURA ITALIANA

A FBULA ITALIANA E A FBULA ANTIGA: A MORAL DE FIACCHI


Este estudo discorre a respeito da fbula italiana de Luigi Fiacchi, conhecido como Il Clasio
(Scarperia, 1754 - Firenze, 1825). A fbula desse sacerdote e acadmico da Academia de Letras
Italianas (Accademia della Crusca) um texto de erudio literria e de estudos filolgicos. Suas
fbulas so ambientadas em sua cidade natal Mugello, uma cidade da Toscana, tendo uma viva
inteno pedaggica, alm de um estilo, que lhe trouxe fama, ligado aos contedos fantsticos e
simplicidade e pureza da lngua italiana. A pesquisa investigou inicialmente o termo fbula,
fazendo tambm uma diferenciao entre os termos italianos favola e fiaba. Fbula uma narrao
em verso ou em prosa cuja finalidade implcita ou explicitamente didasclia e que compreende
uma finalidade moral. A fbula tem ainda um fim pedaggico e atravessada por uma tradio
literria a partir de Esopo (sc, VI a. C), tendo sido imitado em Roma por Fedro (sc. I a. C.) e
muitos outros autores ao longo dos sculos. A fbula de Esopo foi amplamente difundida,
principalmente no Medievo, acentuando os tons morais encontrados no sculo XVIII na poesia
Luigi Fiacchi. O objetivo apresentar os resultados preliminares sobre a pesquisa acerca da fbula
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de Luigi Fiacchi. A pesquisa tem como alvo especificamente detectar a instrumentalizao, por
parte de Luigi Fiacchi, dos recursos literrios oriundos de suas leituras de textos da Antiguidade
clssica, e, em especial, da fbula de Esopo e Fedro. Sua emulao do gnero tem sido o objeto
dessa pesquisa e, nesta fase da investigao, tematiza-se mais precisamente a relao da posio em
que se apresenta a sntese moral com o contedo moral da sntese, podendo esta posio ser
chamada de promtio, caso esta sntese esteja inserida no incio da fbula, funcionando muitas vezes
como uma apresentao da fbula, ou epimtio, caso esta seja inserida no final da fbula.

Palavras-chave: Fbula; Favola; Luigi Fiacchi; Promtio; Epimtio.

Referncias bibliogrficas:
BELLIO, Anna. Letteratura di favola. Milano: I.S.U. Universit Cattolica, 2002.
CCERO. Retrica a Hernio. Traduo e introduo de Ana Paula Celestino Faria e Adriana
Seabra. So Paulo: Hedra, 2005.
FERREIRA, Nelson Henrique da Silva. Aesopica: A fbula espica e a tradio fabular grega.
Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2013. Disponvel em
<https://bdigital.sib.uc.pt/jspui/bitstream/123456789/157/1/eBook%20-%20Aesopica.pdf>. Acesso
em 21 abril 2015
FIACCHI, Luigi. Le Favole e i sonetti. Parma, 1841. Disponvel em
<http://books.google.com.br/books?id=3eqz3BW13rEC&printsec=frontcover&hl=pt-
BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em 25 maro 2014
PERRY, B. E. The origin of the epimithium. Transcriptions and proceedings of the american
philological association, v.71, 1940, p. 391-419.
PORTELLA, Oswaldo O. A Fbula. Revista Letras, v. 32, Out. 2010, p. 119-138.
SOUZA, Loide Nascimento. Nas raias de um gnero: A fbula e o efeito fbula na obra infantil de
Monteiro Lobato. So Paulo: Editora Unesp, 2013.
Verbete Favola. In: Treccani, lenciclopedia italiana. Disponvel em
<http://www.treccani.it/enciclopedia/favola/> Acesso em 24 maro 2014.
Verbete Fiaba. In: Treccani, lenciclopedia italiana. Disponvel em
<http://www.treccani.it/enciclopedia/fiaba/> Acesso em 24 maro 2014.
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VIEIRA, Ana Thereza Baslio. A sobrevivncia das fbulas de Fedro. 1992. 147f. Dissertao
(Mestrado em Letras Clssicas) - Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 1992.

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Nome: JOSIANE RODRIGUES NEVES (Bolsista CAPES)


Orientador: FABIANO DALLA BONA
Opo: LITERATURA ITALIANA

IL CIBO CALDO E I VISI AMICI:


MEMRIAS DE ABUNDNCIA ALIMENTAR E DE FOME EM PRIMO LEVI
Esta pesquisa tem como tema a questo da memria em Se questo un uomo (1947), de Primo Levi.
Pretende-se analisar aqui as memrias relativas fome e abundncia na presente narrativa. A
justificativa deste trabalho deve-se ao fato de haver poucas leituras significativas em relao
temtica alimentar na obra em evidncia. O que se produziu at ento privilegia as questes ligadas
ao trauma e necessidade de narrar. A presente pesquisa busca suprir tal lacuna, visto que a questo
alimentar recorrente na narrativa em anlise. Quanto aos objetivos, pretende-se averiguar e
discutir a questo da alimentao e verificar como o tema da comida se transforma em tema da
fome e da sobrevivncia, atravs da discusso do papel da memria alimentar. Alm disso, busca-se
levantar de que maneira o testemunho de Primo Levi pode gerar novos conhecimentos sobre o
evento de Auschwitz. Visto que a discusso volta-se ao tema da memria, Trabalha-se aqui com
conceitos apontados na Filosofia, na Sociologia e em pesquisas mais recentes, a saber, os escritos de
Jacques Le Goff (2003), Maurice Halbwachs (1990), Paul Ricoeur (2007), entre outros. Visto que
problematiza-se o modo como Primo Levi apresenta as memrias voltada alimentao e como o
mesmo traduz a sua potica, a hiptese pensada aqui, tenta-se estabelecer que a memria referente
abundncia de alimento est relacionada a uma memria individual e pregressa aos campos de
concentrao. Em outras palavras, trata-se de uma memria subjetiva, de prticas alimentares
enquanto homem livre. Quanto quela relacionada fome atrela-se memria coletiva e dos
prisioneiros do Lager. At o presente momento, essa hiptese foi parcialmente confirmada, sendo
relevante trazer para a discusso a questo do esquecimento.
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Palavras-chave: Primo Levi; memria; esquecimento; fome; abundncia.

Referncias bibliogrficas:
BALDINI, Anna. Primo Levi e la memoria. Disponvel em:
<http://www.leparoleelecose.it/?p=17604>. Acesso em: 20 de jul. 2015.
BARENGHI, Mario. Perch crediamo a Primo Levi?. Torino: Giulio Einaudi Editore, 2013.
BERGSON, Henri. Matria e Memria Ensaio sobre a relao do corpo com o esprito.
Traduo de Paulo Neves. So Paulo: Editora Martins e Fontes, 1999.
FRANKL, Viktor E. Em busca de um sentido. Traduo de Walter O. Schlupp e Carlos C. Aveline.
Petrpolis: Vozes, 2015
HALBWAHS, Maurice. A memria coletiva. Traduo de Beatriz Sidou. So Paulo: Centauro,
2003.
HOUAISS, Antnio. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva,
2007.
IANNICELLI, Gianpaolo. Una, nessuna e centomila memorie: ricordi individuali e memorie
collettive della strage sul treno rapido 904 del 23 dicembre 1984. 2005. 220 f. Tese (Doutorado em
Sociologia e Pesquisa Social) - Dipartamento di Sociologia, Universit degli Studi di Napoli
Federico II, Napoli, 2005.
LACAPRA, Dominick. Historia y memoria despus Auschwitz. Traduo de Marcos Mayer.
Buenos Aires: Prometeos libros, 2009.
LE GOFF, Jacques. Histria e memria. Traduo de Bernardo Leito. Campinas: UNICAMP,
1990.
LEVI, Primo. isto um homem?. Traduo de Luigi del Re. Rio de Janeiro: Rocco, 1988.
__________. Se questo un uomo; La tregua. Torino: Einaudi, 1989.
POLLAK, Michel. Memria e identidade. In: Estudos Histricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 200-
212, 1992.
RICOEUR, Paul. A memria, a histria, o esquecimento. Traduo de Alain Franois et alli.
Campinas: Editora da Unicamp, 20.
SANTOS, Myrian Seplveda dos. Memria coletiva e teoria social. So Paulo: Annablume, 2003.
____________________________. "O pesadelo da amnsia coletiva: um estudo sobre os conceitos
de memria, tradio e traos do passado". In: Revista Brasileira de Cincias Sociais, Anpocs,
BBBB
46

n. 23, p. 70-85, 1993.


SAPEGNO, Natalino. Disegno storico della letteratura italiana. Firenze: La Nuova Italia, 1990.
SEGRE, Cesare. Lettura di Se questo un uomo. In: FERRERO, Ernesto. Primo Levi:
unantologia della critica. Torino: Giulio EinaudI Editore, 1997.
SELIGMANN-SILVA, Mrcio.Zeugnis e Testimonio: um caso de intraduzibilidade entre
conceitos. In: Pandaemonium germanicum, n. 6, p. 67-83, 2002. Disponvel em:
<www.revista.usp.br>. Acesso em: 23 de jun. 2015.
TADI, Jean-Yves. TADI, Marc. Le sens de la mmoire. Gallimard, 1999.

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Nome: LINDA SALETTE MICELI FERREIRA (Bolsista CAPES)


Orientador: SONIA REIS
Opo: LITERATURA ITALIANA

O SACRO E O PROFANO NA DIVINA COMDIA:


UMA RELEITURA DAS ILUSTRAES DE ALBERTO MARTINI NO SCULO XX
Esta pesquisa de Tese de Doutorado estuda as questes do sagrado e do profano (Eliade: 1992) no
texto potico (Segre: 1999) e as ilustraes (Santaella e Nth: 2008) da Divina Comdia (1321), de
Dante Alighieri (1265 1321), na obra homnima ilustrada realizada por Alberto Martini (1876
1954) no sculo XX. As questes sobre o sagrado e o profano sero observadas com base na
representao dos pecados (luxria, soberba e avareza) e das beatitudes (castidade, humildade e
generosidade) em ambas s obras, publicadas nos sculos XIV e XX, respectivamente. As
ilustraes, em anlise, nesta Tese, so: a de Lcifer em Inferno XXXIV; a do anjo em Purgatrio
XII; a de So Francisco de Assis e a Pobreza em Paraso XI; e a de Dante personagem, tendo a
viso de Deus em Paraso XXXIII. Como aporte terico para a construo discursiva so utilizados
os conceitos de ethos discursivo, de cena enunciativa e de interdiscurso fundamentados em
Maingueneau (1997 e 2006). A Pesquisa de Tese, partindo do pressuposto de que a revisitao
obra dantesca deu-se sculos depois de sua realizao, ou seja, a maior parte dos entendimentos e
discursos sobre os pecados e sobre as beatitudes transformaram-se ao longo dos anos, formula a
hiptese de que os elementos estticos e descritivos da obra ilustrada de Alberto Martini revelariam
uma interpretao da obra potica de Dante, por meio de traos esttico-subjetivos, relacionados aos
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gostos artsticos do sculo XX, que seriam visualizados a partir das ilustraes das cenas que
envolvem os pecados e as beatitudes da Divina Comdia. Deste modo, as ilustraes de Alberto
Martini criariam um texto autoral, dialogando diretamente com a obra potica, configurando-se
como um arquitexto (Genette: 1982), ou seja, no visualizando o texto em si, mas sim tudo aquilo
que ele possui, os tipos de discurso presentes nele, os gneros inseridos nele etc.

Palavras-chave: Dante Alighieri; Divina Comdia; Alberto Martini; Ilustrao; Sculo XX.

Referncias bibliogrficas:
ALIGHIERI, Dante. A Divina Comdia / Dante Alighieri; introduo, traduo e notas de Vasco
Graa Moura. Edio bilngue So Paulo: Editora Landmark, 2005.
_________ . La Divina Commedia. Illustrata da Alberto Martini. Milano: Mondadori Electa, 2008.
_________ . Tutte le opere - Divina Commedia, Vita Nuova, Rime, Convivio, De vulgari
eloquentia, Monarchia, Egloghe, Epistole, Quaestio de aqua et de terra. Introduzione di Italo
Borzi, Commenti a cura di Giovanni Fallani, Nicola Maggi e Silvio Zennaro. Roma: Newton
Compton editori, 2007.
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. So Paulo: Martins Fontes, 1992.
GENETTE, Grard. Palimpsestes La littrature au second degr. Paris: ditions du Seuil, 1982.
MAINGUENEAU, Dominique. Discurso literrio. So Paulo: Editora Contexto, 2006.
SANTAELLA, Lucia e NTH, Winfried. Imagem cognio, semitica, mdia. So Paulo:
Iluminuras, 2008.
SEGRE, Cesare. Avviamento allanalisi del testo letterario. Torino: Einaudi, 1999.

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Nome: LVIA SANTOS DE SOUZA


Orientador: ELENA PALMERO
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

ESCREVENDO ENTRE LNGUAS:


A SENSIBILIDADE TRANSLINGUAL DE JUNOT DAZ
O presente trabalho tem como tema a leitura da obra do escritor dominicano-americano Junot Daz,
conformada pelos ttulos; Afogado (Drown, 1996), A fantstica vida breve de Oscar Wao (The brief
wondrous life of Oscar Wao, 2008) e assim que voc a perde (This is how you lose her, 2012) a
partir de seu complexo trnsito entre idiomas. Tanto os contos quanto o romance citados mesclam e
potencializam a superposio do espanhol nativo do escritor sobre o ingls aprendido ainda na
infncia. Tal recorte se justifica, uma vez que a produo em questo parte dessa linguagem
mesclada para narrar a experincia diasprica latina nos Estados Unidos na contemporaneidade.
Pretende-se, portanto, refletir sobre as estratgias desenvolvidas para a elaborao dessa lngua
literria plural. Sero utilizados, para tanto, os conceitos de translinguismo, trabalhado por Ilan
Stavans (2015) e sensibilidade translingual, articulado por Kelman (2000), assim como a ideia de
potica translingustica, de Mary Louise Pratt (2011), os trs intelectuais partem de casos de
escritores marcados pela experincia diasprica para tentar compreender como o deslocamento se
torna um elemento constitutivo da escrita. A partir da articulao entre esse referencial terico e o
corpus literrio j apresentado, objetiva-se construir uma anlise bibliogrfica que evidencie a
validade das reflexes sobre translinguismo para a leitura de textos elaborados em contextos
diaspricos, como o caso de Daz. Como resultado dessa leitura crtica, observou-se que mais do
que gerar cor local a partir da mera citao de termos em espanhol em um texto escrito em ingls
por razes comerciais ou editoriais, o trnsito entre lnguas na obra de Junot Daz um fenmeno
decisivo na conformao de sua potica escritural e envolve o texto em diversos nveis, indo muito
alm do vocabulrio hispnico clssico de obras identificadas com o chamado latino writing.
Existe, nos contos e no romance, uma sensibilidade que provoca um efeito descrito por Pratt (2011),
o de estar lendo em uma lngua, mas percebendo as inflexes de uma segunda.

Palavras-chave: Literatura Comparada; Literatura Latina nos Estados Unidos; Literatuas


Diaspricas; Translinguismo; Junot Daz.
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Referncias bibliogrficas:
DAZ, Junot. Drown. New York: Riverhead, 1996.
_________. Afogado. Rio de janeiro record, 1998.
_________. The brief and wondrous life of Oscar Wao. New York: Riverhead Books, 2007
_________. This is How you lose her. New York: Riverhead, 2012.
_________. assim que voc a perde. Rio de janeiro: Record, 2013.
KELLMAN, Steven. The translingual imagination. Lincoln: U of Nebraska Press, 2000.
_________. Translingualism and the Literary Imagination. Criticism 33 (4). Wayne State
University Press: 52741, 1991. http://www.jstor.org/stable/23114991. Consulta em 13 de
novembro de 2015.
_________. STAVANS, Ilan. The Translingual Sensibility: A Conversation Between Steven G.
Kellman and Ilan Stavans. L2 Journal, 7(1), 2015. Disponvel em:
http://escholarship.org/uc/item/0c50d7k6. Consulta em 01 de Janeiro de 2016.
PRATT, Mary Louise. Lenguas viajeras: hacia una imaginacin geolingstica. cuadernos de
literatura Vol. XViII n.36 julio-diciembre 2014, pgs. 238-253

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Nome: MARCELINO MOREIRA MAGALHES FILHO


Orientador: MARCELO JACQUES DE MORAES
Opo: LITERATURA FRANCESA

LAUTRAMONT E A CRTICA: MOMENTOS DECISIVOS


O Conde de Lautramont, pseudnimo do poeta franco-uruguaio Isidore Ducasse, marca o fim da
segunda metade do sculo XIX com uma obra que, apesar de curta, permanece como uma das
maiores incgnitas da literatura mundial. Dada toda a transgresso que permeia os Cantos de
Maldoror e as Poesias, nicas obras de autoria do poeta, a crtica literria recebeu os seus escritos
de formas destoantes ao longo do tempo. Esse efeito acentuado pelos mistrios que rodeiam a
figura de Isidore Ducasse, aspecto que intriga a crtica biogrfica. Minha pesquisa tem por objetivo
fundamental reconstituir trs momentos decisivos da crtica em torno da obra de Lautramont.
Primeiramente, dedico uma ateno especial aos primeiros leitores do poeta. Este momento
marcado sobretudo por um grande interesse pelas incidncias biogrficas, instante em que se
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conjectura inclusive sobre a loucura de Isidore Ducasse. Trata-se de um perodo em que a crtica,
muito surpreendida diante de uma obra cujos temas e forma escapam de forma to brusca aos
cdigos conhecidos, especula sobre a sanidade mental do autor. Em seguida, debruo-me sobre o
momento em que a figura de Lautramont sofre um processo de mitificao por parte dos
surrealistas da dcada de 1920, sobretudo Andr Breton e Philippe Soupault. Considerado por eles
como precursor do movimento, o poeta acaba por ficar restrito aos crculos dos idealizadores do
movimento vanguardista. Finalmente, busco articular importantes crticos que se dedicaram obra
do poeta propondo um retorno sobre elas mais centrado em seus temas ou mais atentos sua
dimenso metalingustica, como Gaston Bachelard e Maurice Blanchot. A anlise de uma obra
literria pode se orientar rumo a diferentes objetivos e, por consequncia, tomar como centro da
crtica os mais variados aspectos. Em alguns casos, os diferentes mtodos acabam por produzir
resultados significativamente diversos. Nesse sentido, minha pesquisa mostra os efeitos
especialmente singulares que a obra de Lautramont produziu atravs da investigao dos trs
momentos citados anteriormente.

Palavras-chave: Lautramont; Crtica literria; Literatura francesa; Sculo XIX; Poesia.

Referncias bibliogrficas:
BACHELARD, Gaston. Lautramont. Paris: Librairie Jos Corti, 1963 [1939].
BLANCHOT, Maurice. Lautramont et Sade. Paris : ditions de Minuit, 1963 [1949].
DAIX, Pierre. La vie quotidienne des surralistes. Paris: Hachette, 1993.
LAUTRAMONT, Comte de. Oeuvres Compltes. Paris: Librairie Jos Corti, 1953. Prefcios de
Andr Breton e Philippe Soupault.
PERRONE MOISS, Leila. Falncia da crtica. So Paulo: Editora Perspectiva, 1973.

***
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Nome: MARIANA GOMES DE MATOS


Orientador: MARCELO JACQUES DE MORAES
Opo: LITERATURA FRANCESA

POESIA DIABLICA E DESEJO DE DEUS:


PROBLEMATIZANDO O TDIO NA POESIA BAUDELAIRIANA
A poesia francesa da segunda metade do sculo XIX apresenta um homem que, na busca de um
ideal que suscite a plena realizao de si, problematiza permanentemente a relao com seu prprio
desejo. As circunstncias inerentes modernidade levam o poeta a, atravs de sua criao potica,
colocar em cena a esperana de realizar sua vocao para o infinito. No entanto, esse aspecto vem
sempre acompanhado de uma frustrao. Para Charles Baudelaire, isso explicitado atravs da
oposio que ele constri entre o que concebe como ideal e o que chama de spleen, criticando um
certo idealismo inerente ao romantismo a partir, sobretudo, da figura do tdio, que ele desenha no
mbito dessa oposio. Desse modo, na apresentao desse projeto, pretende-se realizar uma breve
introduo terica sobre algumas das noes fundamentais em jogo na poesia de Baudelaire (o
ideal; o spleen; o tdio; o infinito; o belo; a modernidade). Em seguida, analisaremos alguns poemas
de Les Fleurs du mal e de Spleen de Paris em que sejam perceptveis a temtica do tdio, para
ponderar, luz do estudo terico realizado, sobre o modo como estes evocam a morte de Deus ou,
inclusive, como a negam. Alm disso, a anlise dos poemas ter como focos temticos a relao
entre poesia e modernidade, de um lado, e, de outro, as tenses entre o ideal e a experincia da
realidade tal como se revelam na construo potica, permitindo estabelecer fortes ligaes com o
individual e com o coletivo, bem como com os eventos histricos. O projeto estar apoiado na
discusso estabelecida por Otavio Paz sobre a modernidade enquanto negao crtica de si prpria,
assim como nos estudos de Walter Benjamin sobre a obra baudelairiana. Alm disso, sero
considerados estudos desenvolvidos no domnio da filosofia, da religio e da psicanlise (Agamben,
Giussani, Freud). Atualmente, parece-me pertinente especular sobre a diferena entre as noes de
tdio e de melancolia, em especial a partir da noo de spleen. Para tanto, ser fundamental
aprofundar certas leituras de Agamben e Hirt.

Palavras-chave: Literatura francesa; modernidade; tdio; melancolia; spleen.


52

Referncias bibliogrficas:
AGAMBEN, Giorgio. Stanze. Trad. Yves Versant. Paris : Rivages Poche/Petite bibliothque, 1998.
BURTON, Robert. A anatomia da melancolia V.I Demcrito Jnior ao leitor. Trad. Guilherme
Gontijo Flores; prefcio Manoel Tosta Berlinck. Curitiba : Editora UFPR, 2011.
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas III. Charles Baudelaire: um lrico no auge do capitalismo.
Trad. de J.C.M. Barbosa e H.A. Baptista. So Paulo: Brasiliense, 1989.
BAUDELAIRE, Charles. Les fleurs du mal. In: ---. Oeuvres compltes. Bibliothque de la Pliade.
Paris: Gallimard, 1976
COLLOT, Michel. Le coeur-espace : Aspects du lyrisme dans les fleurs du mal. In:ALEA :Estudos
neolatinos. Programa de ps-graduao em letras neolatinas/ Faculdade de Letras UFRJ. V.9, n. 1
Rio de Janeiro: 7 letras, janeiro junho 2007.
FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. Disponvel em:
https://carlosbarros666.files.wordpress.com/2010/10/lutoemelancolia1.pdf Acesso em: 27 de jul de
2016
FROIDEVEAUX, Grald. Baudelaire: Reprsentation et modernit. Jos Corti. Paris: 1989.
GIUSSANI, Luigi. O senso religioso: Primeiro volume do PerCurso. Traduo de Paulo Afonso E.
de Oliveira Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000
HIRT, Andr. Lexposition de la posie. Paris: ditions Kim, 1998.
MORAES, Marcelo Jacques de. As flores do mal e o fracasso do poema. In:ALEA :Estudos
neolatinos. Programa de ps-graduao em letras neolatinas/ Faculdade de Letras UFRJ. V.9, n. 1
Rio de Janeiro: 7 letras, janeiro junho 2007.
PAZ, Octavio. Os Filhos do Barro: do romantismo vanguarda. Trad. Olga Savary. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
------. Signos em rotao. Trad. Sebastio Uchoa Leite. So Paulo: Perspectiva, 1996.
VERAS, Eduardo Horta Nassif. A encenao tediosa do imortal pecado: Baudelaire e o mito da
queda. Tese (doutorado) UFMG. 2013.

***
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Nome: MARTA LPEZ GARCA (Bolsista CAPES)


Orientador: MIGUEL ZAMORANO
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

MISE EN ABYME DA ESCRITURA NO TEATRO DE JUAN MAYORGA:


EL CHICO DE LA LTIMA FILA / CARTAS DE AMOR A STALIN
Juan Mayorga (Madrid, 1965) hoje um dos grandes nomes do teatro espanhol contemporneo,
autor de uma extensa produo representada em todo o mundo e traduzida a numerosos idiomas.
Sua dramaturgia profunda, comprometida e metdica j recebeu, entre outros reconhecimentos, o
Prmio Nacional de Teatro e o Prmio Nacional de Literatura Dramtica. Para nossa pesquisa,
partimos da hiptese de que vrias premissas fundamentais da sua dramaturgia aparecem em
destaque nas duas peas escolhidas Cartas de amor a Stalin (1999) e El chico de la ltima fila
(2006) - ao ser diretamente problematizadas no texto a travs do recurso metaficcional da mise em
abyme. Nesse sentido, ser analisado o uso de esta estratgia na construo de ambas as obras, o
prprio processo de escritura das quais acontece dentro do tempo da representao: o personagem
principal (num caso, o escritor da URSS Mikhail Bulgkov; em outro, Claudio, um estudante de
ensino mdio) ao mesmo tempo autor e protagonista do texto que est escrevendo junto com os
seus leitores (num caso, o ditador Stalin; em outro, Germn, o professor de literatura). Tambm ser
analisado como este recurso formal resulta o veculo perfeito para a reflexo sobre o ato de narrar e
sua recepo que recorre grande parte da produo artstica mayorguiana. Concretamente para por
em cena trs aspetos: a) a ideia do leitor/espectador como coautor -e crtico- da obra; b) a
reescritura e a justaposio como mtodos de escritura; e c) o carter ambivalente da imaginao
ante a vida: como fuga ou como superao do mundo (como doao de sentido). Para discorrer
sobre todos estes assuntos debruamo-nos sobre as categorias e conceitos encontrados nos textos
tericos do prprio Juan Mayorga, Sanchis Sinisterra, Walter Benjamin, Patrice Pavis, Umberto
Eco, Vincent Jouve e Patricia Waugh, entre outros.

Palavras-chave: dramaturgia contempornea; teatro espanhol; myse em abyme; leitor/espectador


como coautor; fico vs. realidade.

Referncias bibliogrficas:
ABUN GONZLEZ, ngel, "Efectos metalpticos en El chico de la ltima fila. Un texto
54

dramtico, tres puestas en escena y una pelcula", Hispanstica XX, n. 31, 2013, pp.105-122.
http://ugrmedia.ugr.es/media-gallery/mediaitem/659-espectador-autor-teatro-juan-mayorga-abuin
BULGKOV, Mijail, El maestro y la margarita, Alianza, Madrid, 2010.
______, y ZAMIATIN, Evgeni, Cartas a Stalin, Madrid, Veintisiete letras, 2010.
COHN, Dorrit, "Mtalepse et Mise en Abyme", en Mtalepses, entorses au pacte de la
representacin. ditions de lcole des hautes tudes en sciences sociales, Paris, 2005, pag. 121-
130.
DLLENBACH, Lucien, El relato especular, Madrid, Visor, 1991.
DALMARONI, Miguel (dir.), La investigacin literaria. Problemas iniciales de una prctica,
Santa Fe, Universidad Nacional de Litoral, 2009
MARCH TORTAJADA, Robert, Memoria y desmemoria, pensamiento y potica en la dramaturgia
de Juan Mayorga, Tesis Doctoral, Universidad de Valencia. Departamento de Filologa, 2014.
http://roderic.uv.es/bitstream/handle/10550/40874/TESIS%20ROBERT%20MARCH.pdf?
MAYORGA, Juan, Teatro 1989-2014, Segovia, La ua RoTa, 2014.
______, Elipses. Ensayos 1990-2016, Segovia, La ua RoTa, 2016.
PAVIS, Patrice, Dicionrio de teatro, So Paulo, Perspectiva, 2001.
______, "Tesis para el anlisis del texto dramtico", Gestos: teora y prctica del teatro, nm. 33,
2002, pgs. 9-34.
SANCHIS SINISTERRA, Jos, Por una teatralidad menor y Dramaturgia de la recepcin,
Mxico, Paso de Gato, nm. 1, 2010.
______, La palabra alterada y Cinco preguntas sobre el final del texto, Mxico, Paso de Gato,
nm. 5, 2007.
______, La escena sin lmites, Ciudad Real, aque, 2002.
SARRAZAC, Jean-Pierre, Apostilla a Lavenir du drame, Mxico, Paso de Gato, nm. 12, 2009.

SPOONER, Claire, La obra de Juan Mayorga, una dramaturgia del lenguaje, Boletn Hispnico
Helvtico. Historia, teora(s), prcticas culturales, nm. 19, 2012, pp. 109-137.
WAUGH, Patricia, Metafiction, The Theory and Pracitice of SelfCounscious Fiction. Routledge,
New York, 1984.
ZAMORANO, Miguel ngel, El teatro de Dias Gomes. Miradas sobre el teatro brasileo
contemporneo, Madrid, Fundamentos, 2011.

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55

Nome: MATOSALEM VILARINO


Orientador: EDSON ROSA
Opo: LITERATURA FRANCESA

O QUEER E O DJINN: A DESCONSTRUO DE IMAGINRIOS DE CORPO SEXISTAS


E COLONIALISTAS NA OBRA DE ABDELLAH TAA
Construes socio-histricas incidem sobre o corpo determinando-lhe lugares e funes culturais
especficos (LE BRETON). Na modernidade, regimes disciplinares construram corpos legitimados
e corpos abjetos no campo da sexualidade (FOUCAULT). No mbito do gnero, o corpo e o sexo
so a construo de performatividades discursivas (BUTLER). Sob esses pressupostos tericos
gerais, busca-se ler na obra de Abdellah Taa, escritor marroquino contemporneo radicado na
Frana, estratgias de desconstruo de imaginrios de corpo sexistas e colonialistas, mediante as
quais narradores e personagens reinventariam seus corpos e identidades no contexto ps-colonial
marroquino e nos espaos diaspricos da migrao e da imigrao por onde transitam. Pela
introduo da diferena (DERRIDA), uma potica do corpo, nos romances de Abdellah Taa, opera
a desconstruo do binarismo que estrutura a lgica do corpo sexuado. O corpo sexuado presta-se
ao uso de prticas e interesses polticos e utilitaristas que expropriam o sujeito do poder-fazer com o
seu corpo. No universo autoficcional de Taa, que toma como pano de fundo a sociedade
marroquina, a experincia do corpo dos narradores e personagens condicionada por uma cultura
teocrtica e sexista, que legisla sobre o legtimo e o abjeto, disseminando-se nas relaes
horizontais de poder. Por outro lado, as narrativas adotam um ponto de vista segundo o qual o
processo de colonizao no Marrocos poderia ser abordado tambm pelo vis do sexismo, no que
tange a representao do territrio do outro como corpo a ser dominado e, por sua vez, no que
concerne aos discursos e s prticas efetivas de tratamento dicotmico do corpo do colonizado.
Essas prticas estariam fundamentadas, entre outros, em imaginrios de exotismo, hipersexualidade,
heteronormatividade e misoginia. Assim, dois nveis de sexismo ter-se-iam superposto. Nossa
hiptese que, na obra de Abdellah Taa, o sexismo, como um conjunto de normas e sanes que
atua principalmente sobre o corpo, estrutura tanto a sociedade marroquina antes da colonizao
quanto aquela colonizada. O ps-colonialismo, assim como a dispora, teriam criado condies para
que, operando na desconstruo daqueles imaginrios, os sujeitos das narrativas encenassem a
produo de discursos prprios sobre seus corpos. Cogita-se que o corpo queer e o corpo djinn
sejam expedientes de linguagem que tangenciam tal desconstruo.
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Palavras-chave: Literatura Marroquina Contempornea; Sexismo e Colonialismo; Corpo e


Performance queer; Gnero e Diferena; Desconstruo.

Referncias bibliogrficas:
BONN, Charles. migration et fonction du groupe dans lmergence du roman maghrbin. In:
Littratures mergentes. Actes du XIe Congrs de Littrature Compare. Peter Lang: Bern. p. 19-
27, 1996.
BONN, Charles; KHADDA, N; MDARHRI-ALAOUI, A. (Dir.). Littrature maghrbine
d'expression franaise. Paris: EDICEF/AUPELF, 1996.
BUTLER, Judith. Problemas de Gnero: Feminismo e subverso da identidade. Traduo: Renato
Aguiar. Civilizao Brasileira: Rio de Janeiro: 2003.
_________. Relatar a Si Mesmo: Crtica da violncia tica. Traduo: Rogrio Bettoni. Autntica:
Belo Horizonte, 2015.
_________. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo. In: Louro, Guacira Lopes. O
corpo Educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autntica, 1999.
DERRIDA, Jacques. La Dissmination. Seuil: Paris, 1972.
_________. Lcriture et la Diffrence. Seuil: Paris, 1967.
_________. Positions. d. Minuit. Paris: 1972.
FOUCAULT, Michel. LArchologie du Savoir: Gallimard: Paris, 1969.
_________. Histoire de la Sexualit I. La Volont de Savoir. Gallimard : Paris, 1976.
_________. Histoire de la Sexualit II. L'usage des plaisirs. Gallimard : Paris, 1976.
_________. Histoire de la Sexualit III. Le souci de soi. Gallimard : Paris, 1976.
_________. Les Mots et les Choses. Gallimard: Paris, 1966.
GASPARINI, Philippe. Autofiction. Une Aventure du Langage. Seuil: Paris, 2008.
HALL, Stuart. Da Dispora. UFMG: Belo Horizonte, 2003.
HEYNDELS, Ralf. Entremlements narratifs sur la tombe de Jean Genet, Abdellah Taa et Rachid
O. In BERTAUD, Madeleine. La Littrature franaise au croisement des cultures. Travaux de
littrature. XXII. Genve, Droz: 2009, p.473-481.
LE BRETON, David. Antropologia do corpo e modernidade. Vozes: Petrpolis, 2012.
_________. A Sociologia do Corpo. Vozes: Petrpolis, 2006.
57

LOURO, Guacira Lopes. O corpo estranho. Ensaios sobre sexualidade e teoria queer.
Belo Horizonte: Autntica, 2004.
PRECIADO, Beatriz. Manifiesto Contrasexual. Traduo: Julio Daz; Carolina Meloni. Anagrama:
Barcelona, 2011.
SAID, Edward W. Orientalismo. O Oriente como inveno do Ocidente. Companhia das Letras:
So Paulo, 2010.
TAA, Abdellah. LArme du Salut. Seuil: Paris, 2006.
_________. LHomme Bless. In: Nouvelles du Maroc. Magellan & Cie: Paris, 2011.
_________. Infidles. Seuil: Paris, 2012.
_________. Le Jour du Roi. Seuil: Paris, 2010.
_________. Lettres un Jeune Marocain. Seuil: Paris, 2009.
_________. Une Mlancolie Arabe. Seuil: Paris, 2008.
_________. Un Pays Pour Mourir. Seuil: Paris, 2015.
_________. Le Rouge du Tarbouche. Seuil: Paris, 2012.

***

Nome: PETER DE S FERREIRA


Orientador: SILVIA CRCAMO
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

CIENCIAS MORALES:
UMA METFORA DA REPRESSO ESTATAL NA ARGENTINA DE 1982
No romance Ciencias morales, o argentino Martn Kohan analisa e interpreta os diferentes matizes
de complexidade relacionados ltima ditadura militar argentina (1976-1983). Repleta de aluses
quele perodo histrico, a obra inclui dois destacados aspectos da potica de seu autor: a figura do
silncio e a metfora da violncia. A violncia que emerge no seio das sociedades latino-
americanas, a partir do estabelecimento de diferentes governos militares, reconhecida e criticada
por sua intensidade e consequncias. Entre seus atores temos, por um lado, os que querem releg-la
ao esquecimento e por outro, os que buscam manter viva sua memria. Para este ltimo grupo, a
literatura, pensada como manifestao artstica, um importante elemento para a efetivao deste
processo. A temtica da violncia atravessa a literatura argentina desde suas origens e na etapa ps-
B
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ditatorial, Ciencias morales um romance chave para compreender a vertente literria que se
caracteriza por ficcionaliz-la. Visamos com este trabalho, contribuir com o conhecimento das
relaes entre a narrativa argentina contempornea e a ltima ditadura militar deste pas. Tambm
buscamos contribuir com os saberes terico-crticos entre narrativa, violncia e memria, alm de
aprofundar e ampliar o conhecimento da potica e da narrativa de Martn Kohan. A fim de
investigar o modo como Ciencias morales dialoga com a problemtica relacionada s
conseqncias da violncia vivida pela sociedade argentina durante o perodo histrico citado,
tomaremos como base os ensaios de seu autor sobre a guerra e de Jos Pablo Feinmann e Pilar
Calveiro sobre a violncia; as teorias crticas de Michel Foucault sobre o poder e os estudos de
Beatriz Sarlo e Leonor Arfuch sobre a memria. O desenvolvimento deste trabalho ser feito a
partir da leitura e anlise de textos literrios, luz dos conceitos da crtica literria e das cincias
sociais. Considerando que Ciencias morales uma obra que trabalha com a esttica da
modernidade, interessa-nos investigar a contradio que ela estabelece dentro da bibliografia da
violncia, pensar de que maneira o mal se combina com o romance.

Palavras-chave: violncia; Kohan; memria; ditadura; Argentina.

Referncias bibliogrficas:
ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalm: um relato sobre a banalidade do mal. So
Paulo: Companhia das Letras, 2013.
-------------. Origens do totalitarismo: antissemitismo, imperialismo e totalitarismo. So Paulo:
Companhia das Letras, 2012.
ARFUCH, Leonor. O espao biogrfico: dilemas da subjetividade contempornea. Traduo,
Paloma Vidal. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.
-------------. Memoria y autobiografa: exploraciones en los lmites. Buenos Aires: Fondo de Cultura
Econmica, 2013.
-------------. Crtica cultural entre poltica y potica. Buenos Aires: Fondo de Cultura Econmica,
2008.
BECERRA, Juan Jos. El arte de la restriccin. Disponvel em:
<http://www.bazaramericano.com/resenas.php?cod=133&pdf=si>. Acesso 14 mar 2016.
59

BIDEGAIN, Claudio. Terror anal en las aulas, ser alumno o ser humano en Ciencias morales, de
Martn Kohan y La mirada invisible, de Diego Lerman. Disponvel em:
<http://sagarevistadeletras.com.ar/archivos/4ClaudioBidegain82-105.pdf>. Acesso 13 mar 2016.
CABALLERO, Arturo. El arte de vigilar y castigar. Disponvel em: <http://critica.cl/literatura/el-
arte-de-vigilar-y-castigar>. Acesso em 14 mar 2016.
CALVEIRO, Pilar. Poder e desaparecimento: os campos de concentrao na Argentina. So
Paulo: Boitempo, 2013.
-------------. Poltica y / o Violencia. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2013.
CAN, Miguel. Juvenilia. Disponvel em: <http://www.biblioteca.org.ar/libros/92631.pdf>. Acesso
13 mar 2016.
CASTELO BRANCO, Guilherme (Org.). Terrorismo de Estado. So Paulo: Autntica, 2013.
CORREA, Joaqun. Lo obsceno. Breves notas sobre Ciencias morales de Martn K ohan.
Disponvel em: < https://pendientedemigracion.ucm.es/info/especulo/numero46/loobsce.html>.
Acesso em 13 maro 2016.
KOHAN, Martn. Ciencias morales. Barcelona: Anagrama, 2007.
-------------. El pas de la guerra. Buenos Aires: Eterna Cadencia, 2014.

***

Nome RACHEL RUFINO DE ALMEIDA


Orientador: MARCELO JACQUES DE MORAES
Opo: LITERATURA FRANCESA

PATMO: A MATRIA VERBAL DE CHRISTOPHE TARKOS


Christophe Tarkos ainda no tinha um projeto potico quando seus poemas comearam a ressoar em
diversas revistas e performances pblicas no incio dos anos de 1990. A partir de 1995 comeou a
se estabelecer algo de terico sobre sua potica em suas primeiras publicaes, mas no livro-
manifesto Le signe = (1999) que isso ganha contornos mais expressivos. Christian Prigent (crits
potiques, 2008), poeta e terico, nota (no s, mas principalmente) em Tarkos um intenso trabalho
da lngua, com a lngua e, simultaneamente, resistindo lngua, enquanto se arrisca em novos
suportes. Ele observa um exerccio de construo consciente em que o poeta usa o sentido, e parte
dele, para, por um lado, criar e eliminar as possibilidades de significncia dos segmentos
BBBBBBB
60

formulados e, por outro lado, dar espao para outras possibilidades de percepes. Assim, trarei
algumas discusses de Christophe Hanna (2010), terico contemporneo, e Prigent (1998) nas quais
aponta-se que para a poesia realizar-se preciso que ela se negue como tal, ainda que
temporariamente, para refletir a incapacidade de percepo e compreenso do leitor diante da sua
existncia. Incapacidade que resulta de uma vida refm das imagens do mundo ora tomado pelo
cientificismo ora anestesiado por um misticismo desesperado em solucionar, dar explicao e nome,
a complexidade humana. Tarkos pe a linguagem como questionadora de si mesma, a torna capaz
de destruir-se (enquanto poesia, se pensarmos na recusa aos cnones) e reconstruir-se para encontrar
sadas em frases autorreferenciais e acolhedoras de diferentes discursos e imagens do mundo,
fragmentados e justapostos. Desses discursos, imagens e falares j-presentes, Tarkos extrai seu
material: a pte-mot (ou pasta-palavra) onde s tem sentido na performance da frase, na simulao
de seu quase-dizer, no gaguejar de seu texto. Seus escritos que mais falam do que dizem
amassam, modelam, esgaram essa massa pegajosa reciclando todo o sentido das representaes
que a compem. Diante disso, pretendo me concentrar na observao da plasticidade sonora e das
(des)construes imagticas da pte-mot em Tarkos e, tendo como ponto de partida algumas
discusses de Prigent e de Hanna, tentarei refletir sobre de que maneira a dimenso material das
palavras, mastigada na potica de Christophe Tarkos, reafirma a pluralidade da poesia
contempornea e permite transbordamentos da prpria lngua.

Palavras-chave: poesia contempornea francesa; plasticidade; performance; oralidade; legibilidade.

Referncias bibliogrficas:
HANNA, C. Nos dispositifs potiques. Paris: Questions Thoriques, 2010. p. 1 - 25
PRIGENT, Christian. quoi bon enconre des potes?. Paris: P.O.L, 1996
______. Salut les modernes/Salut les anciens. Paris : P.O.L., 1998
TARKOS, C. crits potiques. Paris: P.O.L., 2008
______. Le signe. Paris : P.O.L., 1999

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61

Nome: RENATA DORNELES LIMA


Orientador: ARY PIMENTEL
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

REPRESENTAO DO CONURBANO BONAIRENSE:


A EMERGNCIA DOS GNEROS
No ensaio Los prisioneros de la torre: poltica, relatos y jvenes en la postdictadura (2011), Elsa
Drucaroff analisa a literatura recente argentina como um movimento que se caracteriza a partir de
uma escrita estruturada dentro e fora da literatura tradicional e com seus prprios recortes
narrativos, em um processo em que a realidade cotidiana passa a figurar como base para a narrativa.
Essa nova tendncia literria argentina caracteriza-se por uma narrativa que pretende ficcionalizar
o presente, propondo narrativas ancoradas em territrios e que tm como tema o cotidiano dos
sujeitos desses microterritrios. Conquanto a elucidao de Elsa Drucaroff relacione essa nova
literatura crise social e econmica ocorrida na Argentina em 2001, a autora tambm aclara as
caractersticas dos autores que a produzem: so escritores da ps-ditadura que j no necessitam to
ferozmente da academia para ganhar notoriedade, nem dos circuitos de reconhecimento e
consagrao, posto que construram suas prprias estratgias de insero no mercado editorial,
ganhando bastante notoriedade. Alguns dos autores atuais nascidos em meados da dcada de setenta
tm sua origem em regies perifricas da Grande Buenos Aires. Durante muito tempo, e ainda
atualmente, esta regio foi vista de diferentes formas por parte da populao da capital: era a regio
que se dividia de forma maniquesta entre o territrio da falta (bairros perifricos) e o territrio
abastado (countries club), apresentando, portanto, distintas representaes literrias do conurbano.
A partir da discusso iniciada por Drucaroff, objetivamos em nosso projeto de doutorado, iniciado
este ano, pensar a literatura produzida por esses autores com cortes narrativos especficos e inserida
em uma topografia particular de Buenos Aires: o conurbano bonairense. Recortamos, a partir de um
grande nmero de obras produzidas na ltima dcada, narrativas que retratassem o territrio citado,
mas a partir de uma narrativa de volta s tradies no cannicas, ou seja, a partir de estruturas
narrativas baseadas nos gneros populares, tais como o romance policial, de terror, fico cientfica
e os quadrinhos. Selecionamos para o corpus de nossa apresentao: Kryptonita, de Leonardo
Oyola, El rey de los espinos, de Marcelo Figueras e Las viudas de los jueves, de Claudia Pieiro.
Buscamos ler as obras citadas em dilogo com os textos tericos e as categorias propostas por
vrios pesquisadores, entre eles Elsa Drucaroff (2011), Josefina Ludmer (2010), Irlemar Chiampi
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(1996) e Hernn Vanoli (2013).

Palavras-chave: narrativa argentina recente; gneros populares; imaginrio urbano; mercado


editorial; conurbano.

Referncias bibliogrficas:
DRUCAROFF, Elsa. Los prisioneros de la torre: poltica, relatos y jvenes en la postdictadura. 1
ed. Buenos Aires: Emec, 2011.
FIGUERAS, Marcelo. El rey de los espinos. 1 ed. Ciudad Autnoma de Buenos Aires: Aguilar,
Altea, Taurus, Alfaguara, 2014.
LUDMER, Josefina. Literaturas post-autnomas 3.0. Escrituras latinoamericanas de los ltimos
aos: otros modos de pensar y de imaginar. In: OLINTO, Heidrun Krieger, SCHOLLHAMMER,
Karl Erik, orgs. Literatura e realidade(s). Rio de Janeiro: 7Letras, 2011, pp. 75-79.
______. Aqu Amrica Latina: una especulacin. Buenos Aires: Eterna Cadencia, 2010.
OYOLA, Leonardo. Kryptonita. 2 ed. Buenos Aires: Literatura Random House, 2015.
PIEIRO, Claudia. Las viudas de los jueves. 1 ed. Buenos Aires: Alfaguara, 2015.

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Nome RUBENS VINCIUS MARINHO PEDROSA (Bolsista CNPQ)


Orientador: PEDRO PAULO CATHARINA
Opo: LITERATURA FRANCESA

NATURALISMO E CAMPO LITERRIO BELGA


EM LES DEUX CONSCIENCES, DE CAMILLE LEMONNIER
O presente trabalho objetiva o estudo em Les deux consciences (1902), de Camille Lemonnier
(1844-1913), da representao das lutas simblicas ocorridas no campo literrio belga do final do
sculo XIX. O romance tem como protagonista o escritor naturalista Joris Wildman que, tal como
Lemonnier, processado pelo teor de suas obras, cujas descries cruas representavam um atentado
moral da poca. Temos, ento, uma transposio romanesca de fatos ocorridos com o prprio
Camille Lemonnier. Muito emblemtico para o campo literrio belga, o escritor considerado o
precursor no desenvolvimento de uma nova esttica literria no pas. Os processos sofridos pelo
BBBB
63

autor, reeditados no romance, ocorridos em 1902 e outro em Paris, em 1888, adquiriram uma
grande importncia simblica em dois mbitos: servindo para afirmar a autonomia da literatura
diante das leis que regem o mundo civil e como tribuna pelas especificidades estticas da literatura
belga. Na defesa do autor, feita aluso herana cultural oriunda dos Pases Baixos, sobretudo
aquela dos pintores flamengos como Peter Paul Rubens (1577-1640) e Jacob Jordaens (1593-1678).
Muito prezada pelos belgas, essa pintura recorrente na obra de Camille Lemonnier e associada
frequentemente ao personagem Wildman no romance. O interdiscurso pictural determinaria ainda as
particularidades da esttica naturalista belga em relao quela oriunda da Frana, pas vizinho com
o qual a Blgica, alm de ter em comum a lngua francesa, mantm uma relao permeada de trocas
culturais. As anlises das circunstncias dos processos e do modo como eles, assim como o projeto
esttico de Camille Lemonnier, so reeditados no romance, so feitas luz dos conceitos campo
artstico, possveis estticos, lutas simblicas e trajetria (Bourdieu). O intercmbio cultural entre a
Frana e Blgica, importante para entender as lutas simblicas do campo belga, analisado atravs
do conceito de transferncias culturais (Espagne). Compreende-se, a partir da investigao efetuada
at o momento, que o modo como o projeto esttico de Camille Lemonnier instrumentalizado, a
fim de marcar as singularidades do naturalismo belga, indica uma tomada de posio por parte do
autor; e que os processos judiciais so considerados etapas importantes no processo de
autonomizao do campo literrio belga, no apenas em relao s instncias legitimadoras de seu
pas de origem, mas tambm frente ao campo literrio francs.

Palavras-chave: Camille Lemonnier; naturalismo; campo literrio; romance belga; sculo XIX.

Referncias bibliogrficas:
BIRON, Michel. Lautonomie nouvelle de la littrature. In : BERTRAND, Jean Pierre, BIRON,
Michel, DENIS, Benot & GRUTMAN, Rainier (Org.). Histoire de la littrature belge francophone
1830-2000. Paris: Fayard, 2006, p. 139-149.
BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gnese e estrutura do campo artstico. Traduo: Maria
Lcia Machado. So Paulo: Companhia das Letras, 1996.
______. A economia das trocas simblicas. Vrios tradutores. So Paulo: Perspectiva, 2007.
______. Razes prticas: Sobre a teoria da ao. Traduo Mariza Corra. So Paulo: Papirus
Editora, 2008.
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DENIS, Benot. Lcrivain et ses doubles. Les Deux Consciences de Camille Lemonnier. Textyles,
n 31, p. 61-73, 2007. Acessado em: http://textyles.revues.org/341
DENOIX, Sylvie, ESPAGNE, Michel, LORCERIE, Franoise & MILLER, Catherine. Transferts,
mobilits, recompositions culturelles et politiques. Rapport de conjoncture, p. 211-222, 2004.
Acessado em: www.cnrs.fr/.../doc/.../211-222-Chap9-transferts.pdf
ESPAGNE, Michel. La notion de transfert culturel. Revue Sciences/Lettres, n1, 2013. Acessado
em: https://rsl.revues.org/219onnier. Textyles, n 31, p. 61-73, 2007. Acessado em:
http://textyles.revues.org/341
______. Transferncias culturais e histria do livro. Traduo de Valria Guimares. Livro: Revista
do Ncleo de Estudos do Livro e da Edio, n 2. So Paulo: USP, p. 21-34, agosto de 2012
LEMONNIER, Camille. La vie belge. In: GORCEIX (ed.). La Belgique fin de sicle. Bruxelles :
Ed. Complexe, 1997, p. 63-214.
______ . Les deux consciences. Paris: Ollendorff, 1902. Consultado no site Archives et muse de la
littrature. http://www.aml-cfwb.be/numerisation/auteurs/706

***

Nome: SERGIO ALEXANDRE NOVO SILVA


Orientador: ANDREA LOMBARDI
Opo: LITERATURA ITALIANA

ARCIMBOLDO, OU A PINTURA COMO ESCRITA


O objetivo dessa pesquisa analisar o estilo do pintor renascentista Giuseppe Arcimboldo (1527-
1593) e a relao de sua produo com o tema de ut pictura poiesis (a relao entre pintura e poesia
nas artes clssicas). O ponto de partida leitura semilogica feita por Roland Barthes do pintor
renascentista, que identifica figuras de linguagens metfora, metonmia, aluso etc. em suas
obras (BARTHES: 2015). Sero considerados, tambm, os pontos de vistas de Arnold Hauser
(HAUSER: 1972) e Ernst Gombrich (GOMBRICH: 1971), que relacionam a pintura com a
literatura ou com o estilo cultural, que constitue a base do vocabulrio artstico de cada pintor. Os
elementos da crtica, literria e artstica, que influenciaram a produo do pintor particularmente o
ambiente esotrico ocultista da misteriosa corte do reino da Bomia do sc. XVI (YATES: 2003)
sero considerados junto repercusso que Arcimboldo teve no movimento surrealista (que o
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identificou como seu precursor). Ler suas pinturas como se se tratassem de textos ser um dos
elementos junto a anlise de seus poemas, pouco conhecidos. A mathesis singularis, uma cincia
que se fundamenta no aspecto singular de cada texto, afirmada por Barthes (BARTHES: 2015), ser
levada em considerao junto com uma postura crtica aqui consideradas anlogas defendida
pelo crtico contemporneo da tradio estilistica italiana Gianfranco Contini, que sugere que cada
leitura faa, previamente, tbula rasa da histria da crtica. Contini criador do conceito de
expressionismo lingustico, que amplia a abrangncia do expressionismo e deixa vislumbrar uma
perspectiva nova para ler o Arcimboldo. A comunicao a ser apresentada integra um projeto de
pesquisa de iniciao cientfica acerca de Arcimboldo e a perspectiva renascentista e tem como um
de seus objetivos realizar um evento-encontro com a participao de discentes pesquisadores da
Faculdade de Letras, da F.A.U., da E.B.A. e da Matemtica (geometria).

Palavras-chave: Arcimboldo; Literatura Italiana; Histria da Arte; Perspectiva renascentista;


Sculo XVI.

Referncias bibliogrficas:
BARTHES, R. A cmara clara: nota sobre a fotografia. Traduo de J. C. Guimares. Rio de
janeiro: Nova Fronteira, 2015.
BARTHES, R. Arcimboldo ou retrico e mgico. In: BARTHES, R. O bvio e o obtuso. Traduo
de I. Pascoal. Lisboa: Edies 70, 2015.
BERRA, G. Allegoria e mitologia nella pittura dellArcimboldi: La Flora e Il Vertunno nei versi di
un libreto sconosciuto di rime. In: Acme. Annali della Facult di Lettere e Filosofia
dellUniversit degli Studi di Milano, Milo, v. 41, f. 2, maio/ago, p. 11-39, 1988.
CONTINI, G. Uninterpretazione di Dante. In: CONTINI, G. Unidea di Dante: Saggi danteschi.
Torino: Piccola Biblioteca Einaudi, 1976.
CHENEY, L. G. Arcimboldo. New York: Parkstone Press, 2013.
GOMBRICH, E. H. Lart et lillusion: Psychologie de la representation picturale. Traduo do
Ingls de G. Durand. Paris: Gallimard, 1971.
HAUSER, A. Histria social da literatura e da arte: Tomo 1. So Paulo: Editora Mestre Jou,
1972.
66

KAUFMANN, T. C. Arcimboldo: visual jokes, natural history, and still-life painting. Chicago: The
University of Chicago Press, 2009.
YATES, F. The Rosicrucian Enlightenment. Taylor & Francis e-Library, 2003.

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Nome: SILVIA POZZATI


Orientador: FABIANO DALLA BONA
Opo: LNGUAS E CULTURAS EM CONTATO

A TRADUO DO AUDIOVISUAL EM PERSPECTIVA INTERCULTURAL


A considerao de maior importncia referente escolha do argumento central deste estudo provm
do fato de que a legendagem, especialmente nas ltimas dcadas, tem granjeado peso e importncia
crescentes. Est, de fato, estreitamente conectada a um fenmeno, do desenvolvimento
primeiramente do cinema, em todos os seus formatos (filmes, documentrios, sries), e
posteriormente da televiso, a partir da metade do sculo passado. Devido a isso, uma vez que os
meios de comunicao audiovisuais esto hoje largamente difusos na vila global, a TAV
(Traduo Audiovisual), em cada uma de suas formas, em particular com a legendagem e
dublagem, compe atualmente uma das reas mais relevantes do grande campo da traduo. No
obstante seja parte imprescindvel do processo tradutivo para os audiovisuais em uma lngua diversa
da original, a legendagem considerada, muito frequentemente, inferior, por exemplo, dublagem.
Todavia, enquanto a dublagem recria, de algum modo, a obra original, recorrendo s vozes dos
atores, obviamente diferentes dos que atuam nela, com um estranhamento necessrio em relao ao
trabalho original, a legendagem permite uma clara decodificao do texto, isenta de tais distores.
O leitor ou o expectador usam, de fato, uma moldura de pensamento que adaptam quilo que
percebem do que, literalmente ou sob forma audiovisual, tm frente. De per se, todavia, tal
moldura no lhes permite captar cada aspecto do que devem, e querem, decodificar. O mapa que
a moldura inspira tanto mais carente se privo das necessrias e detalhadas informaes lingusticas
e culturais. Outro ponto central, a ser analisado e discutido, a anglicizao, que se torna cada vez
mais importante, mas que no pode, e no deve, dominar de forma massiva os aportes lingusticos
de outras naes. Em particular, sero comentadas e confrontadas as opinies, a este propsito, do
linguista e tradutor Lawrence Venuti sobre os problemas da domestication ou foreignization da
N
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lngua para a qual se traduz.

Palavras-chave: legendagem; audiovisual; traduo; intercultura; screen translation.

Referncias bibliogrficas:
GARZELLI, Beatrice; BALDO, Michela. (Org.) Subtitling and Intercultural Communication: European
Languages and beyond. Pisa: Edizioni ETS, 2014;
DIAZ-CINTAS, J. New Trends in Audiovisual Translation. Bristol: Multilingual Matters, 2009;
VENUTI, L. The Translation Studies Reader. London/New York: Routledge, 2000;
CHIARO, D. et al. Between Text and Image: updating research in screen translation.
Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing, 2008.

***

Nome: SIMONE SILVA DO CARMO


Orientador: VCTOR LEMUS
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

DISSECANDO O ORNITORRINCO:
CRNICA E CULTURA DE MASSA NO MXICO CONTEMPORNEO
O escritor mexicano, Juan Villoro, um dos intelectuais mais reconhecidos na atualidade por sua
obra como cronista, ensasta e analista dos meios massivos, crtico da cultura e da sociedade na
Amrica Latina, e, de maneira particular, no Mxico. Esta pesquisa est centrada na extensa
produo cronstica de Villoro, mais especificamente nos emblemticos livros Tiempo transcurrido:
crnicas imaginarias (1986) e Safari accidental (2005). Essas obras esto compostas por crnicas
que abrangem um perodo histrico no Mxico entre 1968 a 2000. Crnicas que tecem a memria
de eventos aparentemente dspares como o massacre dos estudantes na Plaza de las tres Culturas, as
entrevistas de estrelas do rock, as oficinas literrias de Augusto Monterroso ou a viagem de Salman
Rushdie ao interior do Mxico, e so utilizadas por Villoro para estabelecer um carcter poltico e
literrio de seus textos. A finalidade que norteia esta pesquisa a de demonstrar atravs da anlise
crtica do corpus, que a centralidade que este autor d crnica e cultura de massa em seu projeto
de escritura serve para mostrar que a narrativa na Amrica Latina, hoje, passa pelos mesmos
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questionamentos que a crnica, que um gnero popular e que dialoga com a cultura de massa. Ou
seja, o ornitorrinco apresentado por Villoro no um programa, mas a transformao da prpria
narrativa latino-americana. A pesquisa est estruturada em quatro captulos, sendo que no primeiro
est traado um perfil de Villoro no qual se destaca o surgimento da figura do escritor no cenrio da
Literatura Mexicana, sua formao e seu lugar de enunciao. No segundo, a partir das leituras dos
crticos Carlos Monsivis (2008), Julio Ramos (2008) e Susana Rotker (2005) se aprofunda nas
caractersticas da crnica no contexto latino-americano, destacando que muito do preconceito
sofrido por esse gnero devido ao conceito de arte e esttica como valores absolutos. A esses dois
captulos, seguir-se- um terceiro no qual atravs da anlise dos crticos Fredric Jameson (2005),
Terry Eagleton (1998) e Carlos Monsivis (1996) se apresenta discusses sobre a cultura de massa
na ps-modernidade. No ltimo captulo desta pesquisa est centrada na anlise da relao entre
crnica e cultura de massa na produo cronstica de Villoro, destacando que esse gnero
privilegiado para narrar a contemporaneidade no Mxico.

Palavras-chave: Juan Villoro; Literatura Mexicana; crnica; cultura de massa; ps-modernidade.

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Nome: SYLVIA HELENA DE CARVALHO ARCURI (Bolsista CAPES)


Orientador: VICTOR LEMUS
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

LA PARTE DE LOS CRMENES:


O ROMANCE POLICIAL NA OBRA 2666 DE ROBERTO BOLAO
Estudo das relaes entre literatura e cultura de massa na obra de Roberto Bolao, com enfoque na
utilizao de uma esttica que se aproxima ao romance policial, usando como base terica conceitos
de cultura, massa e de cultura de massa apresentados por diversos autores de orientao intelectual
heterognea entre eles: Theodor Adorno (1985 e 2003), Walter Benjamin (2012), Ortega e Gasset
(2007), Elias Canetti (1995), John Carey (1993), Edgard Morin (2011), Peter Buke (2010) e Carlos
Monsivis (1996). A hiptese que nortear este estudo ser a de tentar demonstrar, atravs da
anlise de, La parte de los crmenes, da obra 2666 de Roberto Bolno, que autor talvez j aponta, a
partir do romance policial clssico, como leitura de entretenimento, a possibilidade de uma nova
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maneira de escrever o gnero, entendido como infrapolicial, pois a escolha dos temas, da trama, da
esttica de sua prosa, da linguagem empregada e da configurao dos personagens segue por outro
caminho. Provavelmente a cultura de massa pode ajudar a pensar e a pesquisar como a imagem, o
romance policial, a novela negra, a reportagem aparecem na obra de Roberto Bolao, no caso La
parte de los crmines do romance 2666 e como a juno desses gneros podem servir para a
construo de outro gnero, o romance infrapolicial que servir como uma espcie de resposta
ao cnone. Alm disso, qual o modo que o autor utiliza, aproveita ou incorpora essa proposta de
gnero, que mistura outros relacionados cultura de massa, tais como: os filmes de faroeste,
gangster, horror, noir, trash, snuff e dos road movies; os livros de bolso; os romances de aventura;
os folhetins; as fotonovelas; a msica popular; o thriller, etc. Tudo isso incorporado ao romance que
tambm mercadoria, vinculado indstria cultural.

Palavras-chave: Roberto Bolao; literaturas hispnicas; romance infrapolicial; gneros literrios;


cultura.

Referncias bibliogrficas:
ADORNO, T.W. Notas de Literatura I. Traduo. Jorge de Almeida. 1 ed. So Paulo: 34 Editora,
2003.
ADORNO, T.W; HORKHEIMER, M. Dialtica do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 1985.
BOLAO, Roberto. 2666. Barcelona: Editorial Anagrama S.A., 2004.
BENJAMIN, Walter. Origem do drama trgico alemo. Traduo Joo Barrento. 2 ed. Belo
Horizonte: Autntica editora, 2013.
BURKE, Peter. Cultura popular na Idade Moderna. Traduo Denise Bottmann. 2 Ed. So Paulo:
Companhia das Letras. 1989.
CAREY, John. Os intelectuais e as massas. Traduo Ronald Kyrmse. So Paulo: Ars Poetica,
1993.
MORIN. Edgar. Cultura de massas no sculo XX: O esprito do tempo - Neurose. Traduo Maura
Ribeiro Sardinha. 10ed. Rio de Janeiro: Forense Universitria. 2011.
_____________. Cultura de massas no sculo XX: O esprito do tempo Necrose. Traduo
Agenor Soares Santos. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitria. 2009.
70

ORTEGA Y GASSET, Jos. A rebelio das massas. So Paulo: Martins Fontes, 2007.
IEK, Slavoj. Primeiro como tragdia, depois como farsa. Traduo. Maria Beatriz de Medina.
So Paulo: Boitempo, 2011.
____________. Violncia. Traduo Miguel Serras Pereira. So Paulo: Boitempo, 2014.

***

Nome: TAIN DA SILVA MOURA CARVALHO (Bolsista CAPES)


Orientador: CELINA MARIA MOREIRA DE MELLO
Opo: LITERATURA FRANCESA

DESCRIES PICTURAIS DA VIDA SOCIAL PARISIENSE


EM NANA (1880) DE MILE ZOLA
O presente trabalho pretende apresentar os caminhos de minha pesquisa de mestrado intitulada
Teatro da vida moderna em Nana (1880) de Zola: Representaes picturais da vida social
parisiense. O tema desta pesquisa um estudo das escolhas estticas no romance Nana (1880) de
mile Zola, dando destaque s descries picturais das personagens e s representaes dos locais
de sociabilidade parisienses. A pesquisa se prope a alcanar trs objetivos: 1. Promover uma
leitura da representao das personagens femininas em Nana. 2. Compreender de que maneira as
descries picturais representam os locais de sociabilidade parisienses. E 3. Confirmar a hiptese de
que Zola um escritor cuja esttica prpria e no uma reproduo literria do impressionismo. O
quadro terico sustentado por quatro eixos: a teoria da autonomia do campo literrio de Pierre
Bourdieu (1992); o trabalho de Philippe Hamon (1981) sobre a descrio enquanto objeto terico; a
noo de descrio pictural proposta por Liliane Louvel (1997); os conceitos de tribo e cenografia
enunciativa de Dominique Maingueneau (2006). O mtodo de pesquisa utilizado neste trabalho o
scio histrico comparativo e de pesquisa bibliogrfica. At o presente momento obtive resultados
que apontam a escrita esttica de Zola no romance Nana, afastada da escrita literria dita
impressionista, isto , aquela que tm descries de paisagens banhadas pela luz natural do sol
(HAMON, 1967). mile Zola, ao contrrio de pintores impressionistas como Monet, representa a
Paris moderna, iluminada artificialmente. A hiptese proposta inicialmente no projeto era de que os
aspectos picturais da escrita de Zola seriam similares queles presentes nas obras de Toulouse
Lautrec. Entretanto, atravs da leitura das crticas de arte de mile Zola, possvel perceber que
suas afinidades artsticas se alinham mais com o pintor Edouard Manet, cujas obras o distingue de
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outros membros do grupo impressionista, como Camille Pissaro e Claude Monet. Alm disso, as
crticas de arte feitas por Zola, cuja escrita crtica distinta de sua escrita literria, levam a crer que
o romancista se props a uma escrita pictural correlata impressionista para o romance Nana. Os
resultados parciais desta pesquisa levam a confirmao da hiptese de que Zola, atravs de sua
trajetria enquanto crtico de arte e frequentador dos ateliers dos pintores impressionistas arranjou
as ferramentas necessrias para construir uma escrita literria que busca representar de maneira
pictural prpria a Paris do segundo imprio francs.

Palavras-chave: Zola; Nana; naturalismo; descrio pictural; Paris.

Referncias bibliogrficas:
BOURDIEU, P. Les rgles de lart. Paris: Seuil, 1992.
HAMON, P. La description littraire; de lAntiquit Roland Barthes: uneanthologie. Paris:
Macula, 1991.
_________. A propos de limpressionnisme de Zola., Les cahiers naturalistes, 1967. Vol :34, 139-
147.
LOUVEL, L. La description picturale; pour une potique de liconotexte.Potique. Paris: Seuil,
n112, 1997, p.475-490.
______. Texte Image: images lire, textes voir. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2002.
MAINGUENAU, D. Discurso literrio. So Paulo: Editora Contexto, 2006). Trad. Adail Sobral

***

Nome: THIAGO JOS MORAES CARVALHAL (Bolsista CAPES)


Orientador: ARY PIMENTEL
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

NARCOCULTURA BRASIL-MXICO:
LITERATURA, MSICA POPULAR, ARQUIVO E NARCOTRFICO
A escalaridade do narcotrfico, fenmeno social inscrito profundamente na espacialidade humana,
noo de relevncia para a anlise de produes subjetivas no campo cultural latino-americano
contemporneo. A mesma convm pesquisa de doutoramento em curso como chave conceitual
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que tem por mrito proporcionar um eixo de acesso para a abordagem comparatista e
transdisciplinar das representaes discursivas que tm no narcotrfico, e em sua territorialidade, o
fundamento para o desempenho de uma vasta sorte de crnicas no Brasil e no Mxico. Obras como
Falco: meninos do trfico (2006), de MV Bill e Celso Athayde e Los morros del narco: historias
reales de nios y jvenes en el narcotrfico mexicano (2011), de Javier Valdez Crdenas so
amostra dessa produo que, ademais, conjectura-se desde a hiptese que uma determinada ordem
de crnicas contemporneas esteja fundada, discursivamente, em um arquivo (como em Foucault, e
em Gonzlez Echevarra), e mais especificamente um arquivo do crime figurarem como
enunciados que remetem s formas do discurso avalizado no poder vigente (em suas muitas
manifestaes), e que a ele convergem. Nessa leitura, o arquivo do crime se oferece
ostensivamente, por exemplo, aos relatos artstico, jornalstico, jurdico-criminal e do mercado de
bens culturais e, dada a circularidade da dinmica de trocas que tais discursos realizam entre si,
neles (e deles) inocula(-se de) das marcas dos enunciados disponibilizados no imaginrio social, no
qual os discursos do mercado de bens culturais (e dos meios massivos) tm reiterada presena.
Nesse mbito, tanto nas crnicas literrias e jornalsticas sobre o trfico de drogas que compem o
corpus literrio da pesquisa, quanto nas canes de gneros musicais massivos como o mexicano
narcocorrido ou a sua contraparte brasileira, o funk proibido na sua variedade de contexto (ou
de faco) e em outros fenmenos artstico-culturais, o arquivo do crime configura
profundamente o ato representacional, cumprindo o papel que caberia classicamente ao mito na
tradio do romance moderno. Dessa feita, em tais narrativas o real est mediado discursivamente
por perspectivas de apreenso em disputa, e a representao fatura da negociao entre discursos.
Assim, o estudo da atuao do fenmeno do trfico nas manifestaes artsticas tem como propsito
investigar as relaes que estabeleceram, nos ltimos 15 anos, comparativamente no Brasil e no
Mxico, poder e arte, quando poder encontra-se convertido em arquivo e desde o real
territorializado pelo cartel ou pela faco passa a fundar, miticamente, o discurso artstico que
articula a representao na crnica do real.

Palavras-chave: Narcocultura; narcoliteratura; crnica; arquivo; narcotrfico.

Referncias bibliogrficas:
ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas. Trad. Denise Bottman. So Paulo: Companhia
BB
73

da Letras, 2008.
FOULCAULT, Michel. A punio generalizada. In: ______. Vigiar e punir. Trad. Raquel
Ramalhete. Petrpolis: Vozes, 2010. pp. 71-99.
______. O a priori histrico e o arquivo. In: ______. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe
Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 2008. pp. 143-149.
GONZLEZ ECHEVARRA, Roberto. Mito y archivo: una teora de la narrativa latinoamericana.
Mxico D.F.: FCE, 2011.
HAESBAERT, Rogrio. Regio, diversidade territorial e globalizao. In: GEOgraphia, Niteri,
vol. 1, n 1, pp. 15-39, 1999.
HOGGART, Richard. Ns e Eles. In: ______. As utilizaes da cultura. Trad. Maria do Carmo
Cony. Lisboa: Presena, 1975. pp. 87-108.
HOLLANDA, Helosa Buarque de. A conferncia. Terceira margem: Revista da Ps-Graduao em
Letras da UFRJ. Rio de Janeiro, ano II, n. 2, p. 9-24, 1994.
KLINGER, Diana. Paixo do arquivo. In: Matraga, Rio de Janeiro, vol. 14, n 21, pp. 170-175,
2007.
LUDMER, Josefina. Las tretas del dbil. In: GONZLEZ, P.E.; ORTEGA, E. (ed.) La Sartn por
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1985. p.51.
MARSTON, Sallie A. The social construction of scale. In: Progress in human geography, v. 20, n.
2, p. 219-242, 2000.
MC RD 155. Nova Holanda e Parque Unio Fbrica de 155 (fonograma). Indito em CD,
publicao no Youtube, 2015.
______. V represent os menor do 155 (fonograma). Indito em CD, publicao no Youtube,
2005.
MV BILL; ATHAYDE, Celso. Falco: meninos do trfico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.
______. Falco: mulheres e o trfico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
RATZEL, Friedrich. O Estado como organismo ligado ao solo. Trad. Matheus Pfrimer. In:
GEOUSP - Espao e Tempo, So Paulo, n 29, pp. 51-58, 2011.
RESENDE, Beatriz. Possibilidades da nova escrita literria no Brasil. In: RESENDE, Beatriz;
FINAZZI-AGR, Ettore. Possibilidades da nova escrita literria no Brasil. Rio de Janeiro: Revan,
2014. pp. 9-23.
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SANTOS, Milton. O retorno do territrio. In: OSAL, Buenos Aires, ano VI, n 16, pp. 255-261,
2005.
SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memria e guinada subjetiva. So Paulo: Companhia
das Letras; Belo Horizonte: UFMG, 2007.
SCHMITT, Carl. O conceito do poltico. Teoria do partisan. Trad. Geraldo de Carvalho. Belo
Horizonte: Del Rey, 2008.
SOUZA, Marcelo J. Lopes de. O territrio: sobre espao e poder, autonomia e desenvolvimento. In:
CASTRO, In Elias de; GOMES, Paulo Cesar da Costa; CORRA, Roberto Lobato (orgs.).
Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. pp. 77-116.
VALDEZ CRDENAS, Javier. Los morros del narco: historias reales de nios y jvenes en el
narcotrfico mexicano. Mxico D.F.: Punto de Lectura, 2012
______. Miss narco: historias reales de mujeres en el narcotrfico mexicano. Mxico D.F.: Aguilar,
2011.

***

Nome: VITOR LOURENO RODRIGUEZ SALGADO (Bolsista CAPES)


Orientador: ARY PIMENTEL
Opo: LITERATURAS HISPNICAS

RELATOS PS-NACIONAIS NA NARRATIVA ARGENTINA:


COMO LER E ESCREVER A SOCIEDADE ATRAVS DO FUTEBOL
Este projeto tem como tema a anlise de dinmicas identitrias de sujeitos ligados ao futebol na
produo narrativa argentina frente a um cenrio de dissoluo do Estado-Nao. Assim como
Ramn Llopis Goig (2009) e Pablo Alabarces (2009) iro sinalizar, a emergncia de grupos de
sujeitos, que imaginam a sociedade e imaginam a si mesmos, enquanto uma comunidade
imaginada (Anderson, 2008), evidencia um panorama no qual o relato nacional perde seu carter
centralizado(r), abrindo espaos para outras formas de organizao e reconhecimento identitrio
dentro do contexto social. A paixo por um clube compartilhada por um determinado grupo, as
formas ritualizadas por torcedores no ambiente do bar, do lar ou do bairro, criando laos de
pertencimento localizados no microterritrio, os encontros de pelada entre um grupo de amigos ou
amigas seriam exemplos atravs dos quais esses crculos sociais, componentes deste cenrio ps-
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75

moderno de neotribalizao (Maffesoli, 2010), demonstram uma sociabilidade que supera o


registro de unidade produzido pelos nacionalismos. Partindo da linha dos estudos culturais (Hall,
2001; Anderson, 2008) e do vis metodolgico da sociologia (Renan, 1990; DaMatta, 1982), so
objetivos centrais deste projeto: 1) apresentar modos de leitura social sob o olhar dos movimentos e
das prticas relacionadas ao futebol e teorizar sobre como, segundo Marc Auge (1998), um fato
social total, que abarca elementos da sociedade, pode servir para compreender uma esfera social
mais ampla; 2) e estudar as estruturas de grupos ligados ao futebol como comunidades de
sentimento (Appadurai, 2001), que partilham laos afetivos vinculados territorialidade do bairro,
colocando-se na tenso entre o global e o local. Nesse sentido, a produo narrativa de futebol na
argentina evidencia contextos particulares que possibilitam, na virada aparente da Modernidade
para a Ps-modernidade, uma outra compreenso dos processos de representao da nao, isto ,
repensar a unidade nacionalista desde a pluralizao de relatos ps-nacionais que se colocariam no
s como chaves para entender a sociedade, mas como alternativas para desenvolver e construir
microssociedades, micronaes. Imaginando-se enquanto comunidade, esses grupos demonstrariam
pratica e representativamente a proposta de Arjun Appadurai (2001): o imaginrio como prtica
social.

Palavras-chave: Futebol; ps-nacionalismo; narrativa argentina; Arjun Appadurai; comunidade


imaginada

Referncias bibliogrficas:
ALABARCES, Pablo. Ftbol y Patria, una vez ms. El relato nacionalista del ftbol argentino tras
la crisis de 2001. In: LLOPIS GOIG, Ramon org. Ftbol postnacional: transformaciones sociales y
culturales del deporte global en Europa y Amrica Latina. Barcelona: Anthropos, 2009.
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexes sobre a origem e a difuso do
nacionalismo. Trad. Denise Bottman. So Paulo: Companhia das Letras, 2008.
APPADURAI, Arjun. La modernidad desbordada: dimensiones culturales de la globalizacin.
Trad. Gustavo Remedi. Montevideo / Buenos Aires: Ediciones Trilce, Fondo de Cultura
Econmica, 2001.
AUGE, Marc. Deporte o gran ritual moderno? Trad. Claudia Martnez. Clarn, 14 de junio de
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and New York: Routledge, 1990.

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Nome: WELLINGTON DE JESUS NEVES RODRIGUES


Orientador: FLORA DE PAOLI FARIA
Opo: LITERATURA ITALIANA

AS MARCAS DECADENTISTAS EM IL PIACERE, DE GABRIELE DANNUNZIO


O Decadentismo um estilo que surgiu na Frana mais ou menos nos anos 1885-1886 contrapondo-
se ao estilo naturalista predominante nesta poca. No um movimento cultural ou artstico que
inicia com um manifesto especfico, mas que surge com o desenvolvimento de pensamentos e
atitudes literrios e de artistas cansados da razo e da cincia do Positivismo, Realismo e
Naturalismo, e insatisfeitos com a cultura e o otimismo apresentados. Recupera valores
individualistas e irracionais (intuio, sentimento, vontade, inconsciente) (GENESINI, 2009, p.
165). Assemelha-se ao Romantismo, visto que, dele, reedita e acentua os marcadores estticos do
Corpo e da Arte (COUTINHO, 2010, p. 10) e, como afirma Praz (1996, p. 11 apud COUTINHO,
2010, p. 18), da qual o Decadentismo do fim do sculo passado no mais do que um
desenvolvimento. um movimento que representa um complexo de inquietao no campo tico e
moral, e, no campo da literatura, representa um conjunto de procuras tcnicas formais (RENAUX
e BOWLES, 2010, p. 295).D seus primeiros passos na Itlia com Gabriele dAnnunzio (1863-
1938), um de seus maiores representantes, que desenvolve o tema decadente na direo do
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esteticismo e do mito do super-homem (GENESINI, 2009, p. 166). Esta pesquisa sobre o


Decadentismo na Itlia traz os resultados preliminares a partir da leitura da obra Il piacere (1889),
de Gabriele dAnnunzio. O protagonista desta obra Andrea Sperelli, um esteta, empenhado na
produo e no gozo da arte, beleza e cultura. Ama o luxo e faz da esttica e da beleza, nutrida de
elegncia e magnificncia, um valor absoluto. Neste primeiro momento da pesquisa, que se refere
apenas ao primeiro captulo, sero evidenciadas as marcas do decadentismo no texto dannunziano.
Para esse estudo essa temtica, sero utilizados os ensaios de COUTINHO (2010), GENESINI
(2009) e MUCCI (1990).

Palavras-chave: Decadentismo; Il piacere; Gabriele dAnnunzio; Estetismo; Literatura Italiana.

Referncias bibliogrficas:
COUTINHO, L. E. B.; FARIA, F. de P. Apresentao. In: _____. Faces rituais da poesia. Rio de
Janeiro: Confraria do Vento, 2010.p. 09-10
COUTINHO, L. E. B. Romantismo/Decadentismo: gmeos sinistros? In: COUTINHO, L. E. B.;
FARIA, F. de P. (Org.). Faces rituais da poesia. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2010. p. 17-25
GENESINI, P. Appunti e versionidiletteratura italiana: dalleoriginialduemilla. [s.n.]: Padova, 2009.
MUCCI, L. I. Runas e simulacro decadentista: uma leitura de Il Piacere, de DAnnunzio. Rio de
Janeiro: UFRJ, 1990.
TRECCANI. Decadentismo. Disponvel em:
<http://www.treccani.it/enciclopedia/decadentismo_(Enciclopedia-Italiana)>. Acesso em 07 de jun.
2016.
TRECCANI. Il decadentismo estettizante. Disponvel em:
<http://www.treccani.it/scuola/lezioni/lingua_e_letteratura/Il_Decadentismo_estetizzante.html>.
Acesso em 07 de jun. 2016.

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Nome: ZADIG MARIANO FIGUEIRA GAMA (Bolsista CNPQ)


Orientador: CELINA MARIA MOREIRA DE MELLO
Opo: LITERATURA FRANCESA

DO PRELO IMPRENSA: MEDIAO CULTURAL DE SUR PHILOMNE (1861)


NOS CAMPOS LITERRIOS FRANCS E BRASILEIRO
Estudo da circulao e recepo do romance escrito por Edmond e Jules de Goncourt, Sur
Philomne (1861), na Frana e no Brasil desde o ano de sua publicao at o incio da I Guerra
Mundial, atravs das informaes encontradas em jornais e revistas de ambos os pases, luz do
conceito de transferncia cultural e da noo de mediador (ESPAGNE, 2013), analisadas sob o vis
da sociologia da cultura (BOURDIEU, 1994, 1992) que articula a ampla percepo da literatura e
de seus valores estticos pela imprensa da poca com os modos e modelos literrios que integraram
os campos literrios francs e brasileiro no perodo em questo (BAGULEY, 1995; BECKER,
2011). Este estudo de carter exploratrio visa identificar que valores estticos e traos estilsticos
foram destacados e/ou atribudos pela imprensa a esse romance, qual a atuao dos mediadores
culturais na promoo de Sur Philomne e quais foram as diferentes posies que os irmos
Goncourt ocuparam nos campos literrios francs e brasileiro em relao ao grupo de escritores
naturalistas do qual faziam parte. A fim de tornar claro o circuito de relaes existentes entre os
mediadores culturais desse romance no campo literrio francs e brasileiro, a atual fase da pesquisa
est voltada para a reviso dos dados e composio de uma cronologia comparada da recepo Sur
Philomne pela imprensa de ambos os pases. Espera-se, dessa maneira, trazer para a discusso as
editoras, os tradutores, os crticos e outros mediadores de Sur Philomne, como aqueles que
participaram da adaptao e montagem desse romance no teatro, e suas respectivas aes na
promoo do romance em questo. Os dados levantados at o presente momento revelam trs
momentos na recepo e circulao do romance Sur Philomne na Frana: o primeiro momento
o de seu lanamento, em 1861; o segundo momento o de sua reedio pela editora de Alphonse
Lemerre (1838-1912), em 1876, e pela editora de Georges Charpentier em 1877; e o terceiro seria o
da recuperao dessa obra pelo Thtre Libre de Andr Antoine, em 1887.

Palavras-chave: Sur Philomne; Edmond e Jules de Goncourt; recepo literria; campo literrio;
transferncia cultural.
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Referncias bibliogrficas:
BAGULEY, David. Le naturalisme et ses genres. Collection Le texte l'uvre. Paris: ditions
Nathan, 1995.
BECKER, Colette. A propos de la gense de Sur Philomne, Cahiers Edmond et Jules de
Goncourt, n18. Paris, 2011, p. 11-24.
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BOURDIEU, Pierre. Les conditions sociales de la circulation internationale des ides. In: Actes de
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______. Raisons pratiques; sur la thorie de l'action. Paris: Seuil, 1994.
______. Les rgles de l'art; gense et structure du champ littraire. Paris: Seuil, 1992.
CHARLE, Christophe. Le sicle de la presse (1830-1939). Paris: Seuil, 2004.
ESPAGNE, Michel (d.). La notion de transfert culturel, Revue Sciences/Lettres, n 1, 2013, p. 1-9.
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GONCOURT, Edmond de & ______, Jules de. Sur Philomne. Collection Moderne Bibliothque.
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______ & ______. Soror Philomena. Traduo de Luiz Cardoso. Coleo Econmica. Lisboa:
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KALIFA, D., RGNIER, Ph., THRENTY, M.-E. & VAILLANT, A. La civilisation du journal;
histoire culturelle et littraire de la presse franaise au XIX e sicle. Paris: Nouveau monde, 2011.
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______. Analyser les textes de communication. Paris: Nathan/HER, 2000.
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