Direito Do Consumidor e Seus Aspectos Penais
Direito Do Consumidor e Seus Aspectos Penais
Direito Do Consumidor e Seus Aspectos Penais
Presidente Prudente/SP
2012
FACULDADES INTEGRADAS
ANTNIO EUFRSIO DE TOLEDO
Presidente Prudente/SP
2012
DIREITO DO CONSUMIDOR E SEUS ASPECTOS PENAIS
The present study analyzes the criminal offenses, describing the figures and the
application of criminal penalties in the penal law of the consumer. It aims to study the
approach of the main considerations and criticisms born in doctrine regarding the
legislative technique guided the criminal types contemplated therein, from the time of
his edition (1990), with special emphasis on the possibility of criminal liability of legal
entities in under the Code of Consumer-CDC. The research makes use of the laws,
Constitution, doctrine of experts in consumer, in particular by the Authors Draft CDC
and jurisprudence. The analysis covers not only criminal penalties, as well as the
application of civil and administrative sanctions in the quest for full protection of the
consumer against the supplier who practices unlawful acts in the consumer market,
as a means of promoting the overall effectiveness of its precepts. Under the historical
aspect, demonstrates that with the strengthening of industries, after the Industrial
Revolution, the supplier has improved steadily in the supply of its products by placing
the consumer at a disadvantage, at which consumer protection law became
supranational theme. Presents discussion that permeates the doctrine and
jurisprudence regarding the definition of consumer, provider, products and services,
to establish a relationship of consumption and ensuring that individuals involved
(individuals or entities) to protect the standards of the CDC. The work also reaches
the primary analysis, appointed by Law 8.078/90 principles governing the National
Consumer Relations. In this context, one comes to the conclusion that the penalties
imposed by the legislature, being not more than two years, are adequate for the
effective protection of the consumer, and the fact of submitting to the jurisdiction of
the Special Criminal Court is no reason to severe criticism, considering that the CDC
is prior to the creation of Special Courts and the benefits brought by this law reflect a
public right of defendant. It also concludes that it is necessary to have the title of
criminal offenses in the Code under discussion and the accountability of the
corporation in the person of its representatives. Proposes an effective performance of
entities that operate in consumer protection in states / municipalities that do not have
specialized Police in the investigation of crimes against consumer relations, as well
as Public Defenders are created for the protection of an individual consumer interests
in all federal entities in the country.
1 INTRODUO................................................................................................... 10
9 CONCLUSO ....................................................................................................95
1 INTRODUO
2 EVOLUO HISTRICA
Era natural que a evoluo das relaes de consumo acabasse por refletir
nas relaes sociais, econmicas e jurdicas. Pode-se afirmar que a
proteo do consumidor consequncia direta das modificaes havidas
nos ltimos tempos nas relaes de consumo, representando reao ao
avano rpido do fenmeno que deixou o consumidor desprotegido diante
das novas situaes decorrentes do desenvolvimento (ALMEIDA, 2011, p.
19).
3.5.1 Produtos
3.5.2 Servios
4.9 Princpio da Coibio e Represso das Prticas Abusivas (art. 4, inciso VI)
[...] de forma a facilitar ainda mais o acesso justia, no Ttulo III do Cdigo
de Defesa do Consumidor esto destacadas as aes coletivas de modo
geral, que visam, principalmente, tutelar os interesses difusos (artigo 81,
pargrafo nico, I), interesses coletivos (artigo 81, pargrafo nico, II) e os
interesses individuais homogneos de origem comum (art. 81, pargrafo
nico, III do CDC). [...] o artigo 5, do CDC dispe sobre os instrumentos de
execuo nacional das relaes de consumo, como a manuteno de
assistncia jurdica integral e gratuita para o consumidor carente; a
instituio de Promotorias de Justia de Defesa do Consumidor, no mbito
do Ministrio Pblico; a criao de Juizados Especiais de Pequenas Causas
e Varas Especializadas para a soluo de litgios de consumo; a criao de
delegacias de polcia especializadas no atendimento de consumidores
vtimas de infraes penais de consumo e a concesso de estmulos
criao e desenvolvimento das Associaes de Defesa do Consumidor.
Por bvio, caso seja legislado sobre o assunto, advindo determinada lei
imputando responsabilidade pessoa jurdica a questo estar encerrada, como
ocorre nas sanes penais dos crimes ambientais, onde a lei 9.605/98, assim
determina:
Pode se concluir que a pessoa jurdica foi criada para arcar com
responsabilidades, e, reduzir em regra leses ao patrimnio pessoal dos scios, ou,
ao menos, dirimir o tamanho de sua responsabilidade.
Nesse sentido, Paulo Jos da Costa Jr. (1991, p. 219), diz que, no caso
em concreto, a norma especial, dotada de um maior nmero de requisitos que a
norma geral a nica aplicvel espcie concreta, prevalecendo, na disputa, a
norma especial.
Leonardo Roscoe Bessa (2009, p. 360), ressalta que, mais uma vez o
tratamento penal conferido pelo Cdigo de Defesa do Consumidor refora as
disposies e os preceitos da prpria lei. Para ele, assim , uma vez que o 1 do
art. 10 estabelece que:
A falta de coerncia da lei neste ponto deve ser corrigida pelo intrprete. A
soluo possvel considerar, apenas da redao semelhante dos dois
dispositivos (arts. 10 e 65) alto grau de periculosidade -, que h uma
gradao, uma hierarquia, de gravidade. Os servios com altssimo grau de
gravidade esto vedados (art. 10): no compete sequer a autoridade
administrativa autorizar a sua realizao. De outro lado, h servios com
alto grau de gravidade que no se confundem com os referidos pelo art.
10 que podem ser realizados, desde que se atendam s disposies do
CDC (arts. 8 e 9) e s determinaes da autoridade competente.
Art. 37 [...]
[...]
1 enganosa qualquer modalidade de informao ou comunicao de
carter publicitrio, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
modo, mesmo por omisso, capaz de induzir em erro o consumidor a
respeito da natureza, caractersticas, qualidade, quantidade, propriedades,
origem, preo e quaisquer outros dados sobre produtos e servios.
Assim, o sujeito ativo que incorre neste delito os profissionais que cuidam
da criao e produo de publicidade e os responsveis pela sua
veiculao. Sujeito passivo o consumidor difusamente considerado e
aquele exposto diretamente publicidade enganosa ou abusiva (ALMEIDA,
2011, p. 207).
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser
capaz de induzir, o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa a sua sade ou segurana:
Pena Deteno de seis meses a dois anos e multa.
Pargrafo nico. VETADO.
Por fim, a pena aplicada para este delito de deteno, de trs meses
a um ano, e multa.
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Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste
Cdigo, incide nas penas a esses cominadas na medida de sua
culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente de pessoa
jurdica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o
fornecimento, oferta, exposio venda ou manuteno em depsito de
produto ou a oferta e prestao de servios nas condies por ele proibidas.
Art. 77. A pena pecuniria prevista nesta Seo ser fixada em dias-multa,
correspondente ao mnimo e ao mximo de dias de durao da pena
privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualizao desta multa, o
juiz observar o disposto no art. 60, 1, do Cdigo Penal.
Art. 78. Alm das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser
impostas, cumulativa ou alternativamente, observado o disposto nos arts. 44
a 47, do Cdigo Penal:
I a interdio temporria de direitos;
II a publicao em rgos de comunicao de grande circulao ou
audincia, s expensas do condenado, de notcia sobre os fatos e a
condenao;
III a prestao de servio comunidade.
Determina o art. 79 do CDC que o valor da fiana ser afixado pelo juiz
ou pela autoridade que presidir o inqurito, e dever compreender um valor entre
cem e duzentas mil vezes o valor do Bnus do Tesouro Nacional (BTN) ou ndice
que venha a substitu-lo. o que dispem Fbio e Simone Figueiredo (2009, p. 429).
Como o BTN foi extinto pela Lei n. 8.177/91, sustenta-se na doutrina
que para efeitos de aplicao legal, a atualizao deve ser pela taxa referencial
(TR), por ser taxa de juros oficiais e no indexador, e tambm por estar prevista sua
utilizao no art. 6 da mencionada lei, para fins de correo monetria substitutiva.
Por fim, o art. 80 encerra o Ttulo II que trata das Infraes Penais,
dispondo que:
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste cdigo, bem
como a outros crimes e contravenes que envolvam relaes de consumo,
podero intervir, como assistentes do Ministrio Pblico, os legitimados
indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais tambm facultado propor
ao penal subsidiria, se a denncia no for oferecida no prazo legal.
[...] ao mesmo tempo que atinge, na sua pessoa ou nos seus bens, um ou
mais indivduos que se apresentam assim, como ofendido, ou ofendidos, o
crime causa um dano social, e, apenas em homenagem predominncia do
interesse social sobre o particular, estabelecida a preferncia de iniciativa
do rgo pblico, para instaurao de ao penal, somente sendo lcito
parte privada apresentar sua queixa, se, no prazo legal, o Ministrio Pblico
deixou de manifestar-se sobre o inqurito, a representao ou a pea de
informaes.
[...] criticam a parte penal, por conter muitos tipos abertos, sem atentarem
para o fato de que, em matria de crimes contra o sistema financeiro (do
colarinho branco) e contra as relaes de consumo; portanto, tm esses
tipos, necessariamente, de serem abertos, ou melhor, de conter elementos
normativos (tipos anormais, elementos subjetivos do injusto), que pedem
valorao normativa pelo juiz, conforme acentuado na mais moderna
doutrina do direito penal.
Por tal razo, correto afirmar que alguns doutrinadores entendem que
o consumidor seria lesado pela no punio das condutas tipificadas no Cdigo de
Defesa do Consumidor, tendo em vista que os benefcios trazidos pela Lei 9.099/95
impediriam uma sentena penal condenatria. A crtica estaria consubstanciada,
principalmente no fato de que os benefcios trazidos pela transao penal e sursis,
gerariam mais um desestmulo aos consumidores do que uma efetiva punio aos
seus destinatrios (fornecedores), acarretando em muitos casos, a inexistncia de
comunicao do fato criminoso ao Ministrio Pblico, Delegado de Polcia, o que
impediria a abertura de um Termo Circunstanciado.
[...] os delitos de consumo so delitos prprios, uma vez que requerem uma
condio especial do sujeito ativo, qual seja, a de fornecedor de bens e
servios, e considerando que os fornecedores, na ampla maioria das vezes,
constituem-se em empresas, alguns pensadores questionam quanto
possibilidade de responsabilizao da pessoa jurdica.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste
Cdigo incide nas penas a esses cominadas na medida de sua
culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa
jurdica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o
fornecimento, oferta, exposio venda ou manuteno em depsito de
produtos ou a oferta e prestao de servios nas condies por ele
proibidas.
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
1 Se a participao for de menor importncia, a pena pode ser diminuda
de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um tero).
2 Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe- aplicada a pena deste; essa pena ser aumentada at (metade), na
hiptese de ter sido previsvel o resultado mais grave.
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Por fim, a questo da tentativa, que por sua vez, cingem-se ao fato
onde, constituindo-se quase todos os crimes contra o consumo em delitos de mera
conduta, nos quais a consumao ocorre com a simples atividade do agente;
portanto, independentemente da existncia de um resultado naturalstico posterior, e
uma vez que esses delitos so unissubsistentes, por no comportarem
fracionamento em seus processos executivos, a tentativa neste delito impossvel.
95
9 CONCLUSO
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
COSTA JNIOR. Paulo Jos da. Crimes contra o consumidor. 2. ed. So Paulo:
Jurdica Brasileira, 2005.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal. v.1. 26.ed. So Paulo: Atlas,
2010.
SANTOS, Juarez Cirino dos. A moderna teoria do fato punvel. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, 2000.
TAVARES, Juarez. Teoria do injusto penal. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.