Apostila Manejo PDF
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Aproveitvel ou no, a rvore para sobreviver e se desenvolver tem que interagir com
os outros seres vivos, sem perder de vista a relao intrnseca com os fatores do ambiente e do
solo. Tentar manejar uma floresta sem este conhecimento, apostar no fracasso. A floresta
que est sendo explorada na Amaznia tem, aproximadamente, 1500 anos de idade, que foi
desenvolvida sobre solos pobres em nutrientes. A exuberncia da floresta em contraste com a
fertilidade dos solos pode ser explicada pela capacidade da floresta em conservar e reciclar
nutrientes.
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Captulo 1 - conceitos bsicos
1. Ecologia: o estudo dos organismos vivos e suas relaes com o meio ambiente.
2. Meio ambiente: a soma de todos os fatores biticos (vivos) e abiticos que rodeiam e
potencialmente influenciam um organismo.
5. Citologia da planta: a investigao dos eventos que ocorrem dentro das clulas.
6. Bioqumica: a anlise da estrutura qumica final dos seres vivos e os processos da vida.
10. Forma de vida: (i) o tamanho, a durao da vida, a presena de lenho de um txon; (ii) o
grau de independncia de um txon; (iii) a morfologia de um txon; (iv) os traos das folhas
do txon; (v) a localizao dos brotos perenes e (vi) fenologia
12. Formao: um tipo de vegetao que se estende sobre uma grande regio. A formao
pode ser subdividida em associaes.
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16. Dinmica de comunidades: uma outra fase de sinecologia que inclui processos como
transferncia de nutrientes e energia entre membros, relaes antagnicas e simbiticas entre
membros e os processos e causas da sucesso.
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Captulo 2 A rvore
Para Hall et al. (1978), a rvore no pode considerada meramente como um indivduo
num determinado ponto no tempo, mas como um indivduo geneticamente diverso em
processo de desenvolvimento e mudanas, que responde, de vrias maneiras, s flutuaes do
clima e micro-clima, incidncia de insetos, fungos e outros parasitas, particularmente s
mudanas ao redor dela mesma. A rvore ento vista como uma unidade ativa e adaptvel e,
a floresta, feita de um vasto nmero de tais unidades interagindo entre si e com os fatores do
solo e do clima.
Toda espcie de planta capaz de existir e reproduzir com sucesso somente dentro de
um limite definido de condies ambientais.
Os organismos podem apresentar uma larga faixa de tolerncia para um fator e uma
estreita para outro; os organismos que tenham faixas de tolerncia longas para todos os fatores
sero provavelmente os mais amplamente distribudos; quando as condies no so timas
para uma determinada espcie em relao a um fator ecolgico, os limites de tolerncia
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podero ser reduzidos para outros fatores ecolgicos. Os limites de tolerncia no podem ser
determinados a partir de um exame dos fatores morfolgicos; em vez disso, eles so
relacionados com os fatores fisiolgicos que podem ser somente medidos experimentalmente.
(v) Populao:
(vi) Habitat
Lugar onde uma espcie (ou mais de uma) vive. Neste local, os organismos
encontraro, alm do abrigo das intempries do meio fsico e de eventuais ameaas biolgicas
(predao), alimento e condies para reproduo.
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espao, posio do organismo na cadeia alimentar ou ainda um conjunto de diferentes
fatores ambientais, ex: temperatura, umidade, pH, solo, etc.
Do sol vem, direta ou indiretamente, a luz que torna possvel a fotossntese, e o calor
que aquece o ar e o solo permitindo a continuao dos processos de vida da planta. A rvore
precisa de, pelo menos, 1 a 2% de plena luz para se manter. A briga permanente ter o
mximo de luz para acentuar os ganhos pela fotossntese em cima das perdas pela respirao.
Por meio do processo fotossinttico, a energia radiante fixada em energia qumica potencial
utilizada por todos os componentes da cadeia alimentar para realizar os processos vitais.
b) O balano de energia:
O ambiente por meio dos fatores climticos, transfere energia para todos os seres
vivos. Este fluxo de energia que determina o balano de energia da planta e que afeta a sua
temperatura acompanhado primariamente pela radiao solar e terrestre, conveco e
transpirao. Cada processo pelo qual a energia transferida entre uma planta e o meio
ambiente pode causar ganho ou perda de energia, mas a soma total da energia transferida tem
que estar equilibrada. A energia ganhada pela planta do ambiente pode ser armazenada como
calor ou convertida em energia fotoqumica pela fotossntese; e pode ser perdida ao ambiente
pela radiao da planta, pela conduo do calor ou conveco ou pela evapotranspirao
(combinao da evaporao da superfcie do solo e a transpirao das plantas).
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A importncia mais bvia da radiao solar a dependncia da vida em relao
fotossntese, a qual, por sua vez, depende da luz. A luz a radiao solar nas bandas do
visvel do espectro eletromagntico. As bandas do visvel vo de 0,4 a 0,7m (1 m = 1 x 10-6
m), com as cores visveis entre 0,4-0,5 (azul); 0,5-0,6 (verde) e 0,6-0,7 (vermelho). A cor, a
forma e o arranjo das folhas afetam a habilidade relativa de diferentes espcies em competir
sob dada condio de luz.
Ponto de compensao => o nvel de CO2 que est em perfeito equilbrio (nem tira e
nem coloca), ou seja, o ponto que os ganhos fotossintticos se equilibram com as perdas
pela respirao.
A parte area das plantas recebe radiao de vrios tipos e por todos os lados: radiao
solar direta, radiao que sofre espalhamento na atmosfera, radiao difusa em dias nublados
e radiao refletida da superfcie do solo. A forma de crescimento, tipo de ramificao, e a
posio da folha condicionam a luminosidade da copa. A maioria das plantas ordena sua
superfcie de assimilao de forma que poucas folhas recebam radiao solar direta
permanentemente, assim a maior parte das folhas se encontra parcialmente sombreada
(Lacher, 2000).
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(ii) Temperatura
- transpirao
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Todas as fases dos diferentes regimes de temperatura temperatura do dia,
temperatura da noite, somas de calor e termoperiodismo (diferena entre as temperaturas do
dia e da noite) tambm afetam o crescimento da planta.
O arranjo das folhas e a orientao das mesmas, uma resposta intensidade da luz,
podem reduzir a quantidade de energia solar absorvida podendo impedir o superaquecimento
da folha.
d) Formas de vida
(iii) gua
A gua a substncia inorgnica mais requisitada pelas plantas e a sua presena nas
mesmas muito grande, em mdia 40% de seu peso total. A precipitao a principal fonte
da umidade do solo, que a principal fonte dgua que alcana a rvore. Na atmosfera, a gua
est sempre presente na forma de vapor dgua. A troca de vapor dgua entre a planta e a
atmosfera acontece ao longo dos gradientes da presso do vapor. A transpirao ocorre
quando a gua vaporizada e se move para fora das folhas (alta presso) e se misturando com
o ar circundante (baixa presso).
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A gua no solo disponvel planta existe na categoria gravitacional. O fornecimento
da gua planta realizado pela matriz slida e a gua do material poroso interagindo com a
capilaridade (conjunto de fenmenos que se passam quando num capilar se forma uma
interface lquido-vapor) e a adsoro (fixao das molculas de uma substncia na superfcie
de outra substncia). O movimento da gua no solo depende da interao entre o potencial da
gua no solo e condutividade hidrulica.
Alguns mecanismos que as plantas usam para minimizar o efeito do estresse hdrico:
(i) decduas de seca (folhas presentes somente durante os perodos de baixo estresse), (ii)
efmeras (dormentes, como sementes, durante o perodo de estresse), (iii) riprias (aquelas
que crescem perto de reas com grande disponibilidade de gua); (iv) sempre verde (quando
h uma fonte perene de gua).
O solo vai secando gradualmente conforme a gua removida das razes adjacentes;
dessa maneira, restringe a absoro at que a planta no pode mais extrair a gua do solo
(potencial osmtico da planta = potencial da gua do solo) isto o ponto que a planta
alcana uma presso de turgescncia igual a zero e murcha.
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A taxa de transpirao diretamente dependente da planta e da temperatura do ar, da
umidade relativa do ar e o movimento do ar que afeta a espessura da camada de ar que
circunda a superfcie da folha.
Para esses autores, embora no se tenham ainda dados que permitam prever com
preciso as conseqncias da substituio ou simples destruio da cobertura florestal da
regio, algumas previses so possveis:
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devolvendo para a atmosfera na forma de vapor, a gua presente no solo. Uma outra
cobertura, cuja evapotranspirao no substitua a inicial da regio determinar uma menor
disponibilidade de vapor na atmosfera e, em conseqncia, uma reduo na precipitao,
especialmente nos perodos mais secos.
- A energia solar que incide na regio em mdia 425 cal/cm2/dia e , em grande parte
(50 a 60%), utilizada no trabalho de evaporao das guas, por meio de da transpirao das
plantas. No caso de desmatamento em grande escala, o balano de energia ser alterado.
Dessa maneira, parte da energia que hoje utilizada neste processo, ser utilizada no processo
de aquecimento do solo e do ar, fazendo aumentar a temperatura do ar.
- As regies tropicais absorvem mais radiao solar do que perdem por emisso de
ondas longas. No caso de desmatamento, os padres de evapotranspirao iro se alterar
(provavelmente diminuiro). Tais mudanas acarretaro sensveis modificaes no micro,
meso e clima global por meio da alterao do balano de energia de circulao (transporte do
calor dos trpicos para os plos - clulas de Hadley).
De acordo com Victria et al. (1991), do total de gases causadores do efeito estufa
emitidos para a atmosfera, o CO2 contribui com cerca de 50% que, por sua vez, o gs que
tem as fontes de origem mais bem definidas e estudadas. Do total de CO2 emitido, cerca de
80% vem da queima de combustveis fsseis e 20% da queima de florestas, principalmente de
pases tropicais em desenvolvimento.
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pode ser amplamente definida como a capacidade do solo de aceitar, estocar e reciclar gua,
nutrientes e energia.
2.3. Interaes
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Quadro 1 tipos de interaes, interao e exemplos.
TIPOS DEFINIO EXEMPLOS
COMPETIO INTER- Ambas as espcies so prejudicadas. Para GAFANHOTO/GADO (-) (-)
ESPECFICA diminuir a competio as espcies ocupam Vivem em um campo alimentando-se de capim, competem por esse recurso.
nichos ecolgicos diferentes.
COMPETIO INTRA- Competio entre indivduos da mesma PLANTAS ENDMICAS (-)(-)
ESPECFICA espcie. Competem entre si, mas so restritas aos habitats severos porque elas so
competidoras fracas em stios menos severos.
AMENSALISMO uma interao que prejudica um organismo FUNGOS/BACTRIAS (0)(-)
enquanto o outro permanece estvel. O fungo libera substncias antibiticas que matam bactrias, assim o fungo evita
que as bactrias venham a competir com ele por alimento.
COMENSALISMO (alimento) Apenas os indivduos de uma das espcies so HIENAS/LEES (+)(+)
beneficiados, e os de outra espcie no tm, As hienas acompanham, distncia, os bandos de lees, servindo-se dos restos da
aparentemente, nenhum prejuzo ou benefcio. caa abandonados por eles.
INQUILINISMO (local) EPFITAS/RVORES (+)(+)
As epfitas vivem habitualmente instaladas como inquilinas sobre rvores de
grande porte que no sofrem qualquer prejuzo, e as epfitas conseguem, dessa
maneira luminosidade. So verdes e fotossintetizantes.
PROTOCOOPERAO Benefcios para ambas as espcies ainda que AVE/CAVALO (+) (+)
no seja obrigatria, ou seja, o crescimento A ave come os carrapatos do cavalo.
continua ... mesmo na ausncia da interao
MUTUALISMO uma interao obrigatria, ou seja, a ausncia MICORRIZAS/PLANTAS (+)(+)
da interao prejudica os dois parceiros. Fixao simbitica do nitrognio (bactria do gnero Rhyzobium) em plantas
leguminosas.
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Captulo 3 - Comunidades florestais (conceitos)
Comunidade um termo geral usado para designar as unidades sociolgicas de certo
grau de extenso e de complexidade. Formao a maior e o mais compreensivo tipo de
comunidade de plantas, como boreal, temperada, tropical etc. Cada formao composta de
vrias outras comunidades distintas denominadas de associaes (ex.: beech-maple, oak-
hickory, pinheiro-imbuia etc.).
O termo tipo florestal se refere a uma comunidade florestal definida somente pela
composio do dossel. Como a comunidade ou associao pode ou no ser definida pela soma
total do ecossistema, a sua designao normalmente leva em conta as caractersticas das
plantas inferiores tambm ou, alternativamente, as caractersticas do stio.
(i) Associao:
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As espcies numa associao tm os limites similares de distribuio ao longo de eixo
horizontal e a maioria delas se eleva mxima abundncia no mesmo ponto MODA. Os
ectonos (cintures de transio) entre associaes adjacentes so estreitos com uma pequena
superposio do limite das espcies, exceto para poucos taxa onipresentes em vrias
associaes.
Continuum significa que todas as comunidades de tipo de vegetao, por ex., floresta
ou campo, poderiam ser organizadas ou ordenadas numa srie abstrata da qual a composio
de espcies muda gradual-tipicamente ao longo de um ou mais gradientes ambientais.
Cada povoamento representado por um grande quadrado cujo tamanho tem que
encontrar a exigncia da rea mnima. Os dados coletados incluem: cobertura, sociabilidade,
vitalidade e periodicidade (importncia estacional). A tabela resumo revela os traos
sintetizados (presena e constncia). Se a espcie X ocorre em 8 dos 10 quadrados, esta
espcie tem 80% de presena. Constncia, em contraste, baseada nas espcies encontradas
em transectos. A espcie X estando presente em 8 quadrados, mas em somente 6 dos 10
transectos, a constncia ser de 60%.
(a) Tabelas
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(b) Ordenao
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Captulo 4 - Dinmica florestal (introduo)
A populao de plantas tem atributos que permite us-los como ferramentas para
avaliar o meio ambiente. Esses fatores incluem o arranjo dos indivduos no espao dentro de
uma dada comunidade, o arranjo dos indivduos no tempo, que a estrutura de idade e a taxa
de crescimento de uma populao e o padro de alocao de recursos dos indivduos que
caracteriza o modo de sobrevivncia de uma populao em um ambiente particular.
Depois do corte raso, o espao antes ocupado pela floresta, passa pelas seguintes fases:
reorganizao, acumulao, transio e steady-state (estabilizao).
a) Densidade
Da = ni/A
b) Padro de distribuio
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Demografia a cincia ou estudo das estatsticas vitais: nascimentos, mortes, taxas
reprodutivas e idades dos indivduos na populao.
a) Ciclos de vida
- Plantas anuais
- Plantas bianuais
- Herbceas perenes
- Arbreas perenes
- Arbustos
b) Distribuies de idade
1) sementes viveis
2) mudas
3) juvenis
4) imatura, vegetativa
5) madura, vegetativa
6) reprodutiva inicial
8) senescente
- se uma populao apresentar todos os 8 estados, ela estvel e muito provvel que
seja parte de uma comunidade clmax (comunidade que ganha ocupao permanente do
habitat e se perpetua por si s nesse local indefinidamente).
- se ela apresentar apenas os 4 ltimos estados, ela pode no manter sozinha e pode ser
parte de uma comunidade seral.
c) Tabelas de vida
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- Tipo I: populaes tm baixa mortalidade quando jovem
Seleo r => planta de vida curta que amadurece rapidamente, ocupa um habitat
aberto numa comunidade seral e gasta uma grande frao de seus recursos fotossintticos para
produzir flores, frutos e sementes. O tamanho de suas populaes densidade-independente,
isto , elas so reguladas por fatores fsicos como fogo, inundao, congelamento, seca etc.
Seleo k => planta de vida longa que tem um prolongado estgio vegetativo, ocupa
uma comunidade fechada, seral tardia ou clmax e gasta uma pequena frao de seus recursos
para reproduo. O tamanho de suas populaes densidade-dependente, isto , elas so
reguladas por interaes biticas como a competio.
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Caractersticas morfofisiolgicas das estratgias evolutivas r e k (OBRIEN & OBRIEN, 1985)
Seleo r Seleo k
Oportunistas Equilbrio
Habitat Florestas sujeitas a mudanas bruscas, instveis, Florestas estveis e previsveis, com teia
de teia alimentar simples alimentar complexa
Estgio de sucesso Incio Final
Mortalidade Densidade, independente, no direcionada ou Densidade, dependente, mais direcionada
catastrfica
Tamanho da populao No mostra equilbrio, usualmente abaixo da Em equilbrio, constante ao longo do tempo,
capacidade de suporte do ambiente, prximo da capacidade de suporte do
comunidades insaturadas, recolonizao ambiente, sem necessidade de recolonizao
peridica
Competio Varivel, usualmente frouxa Usualmente forte
O que a seleo favorece - Crescimento rpido - Crescimento lento
- Alto ndice de aumento populacional - Baixo ndice de aumento populacional
- Reproduo cedo - Reproduo tardia
- Porte menor - Porte maior
- Reproduo sem padro determinado - Reproduo cclica, repetida
- Disporas pequenas em grande quantidade - Disporas grandes em pequena quantidade
Disperso Longa distncia Local
Longevidade Curta, poucos anos Longa, mais de 20 anos
Leva Produtividade Eficincia
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Captulo 5 - Dinmica florestal (sucesso)
Aos olhos dos seres humanos, a floresta amaznica parece ser esttica, sem nenhuma
mudana perceptvel, resultando em uma paisagem montona. Entretanto, incrveis mudanas so
processadas, a todo instante, dentro de um ecossistema florestal.
Seguindo a morte natural de uma rvore e sua queda, muitas outras so envolvidas e, ao
final, aparece uma clareira. Na seqncia, h um aumento em quantidade e mudana de qualidade
de luz, aumento na temperatura do solo, diminuio na umidade relativa e umidade da superfcie
do solo, mudanas nas propriedades do solo incluindo o aumento no processo de decomposio e
disponibilidade de nutrientes, o solo mineral exposto, mudas estabelecidas morrem, plntulas
comeam a surgir, varas e arvoretas so injuriadas, outras respondem positivamente s mudanas,
as rvores crescem, a floresta reconstruda naquela clareira, o dossel se fecha, a clareira
desaparece etc. (Shuggart, 1984).
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Os estdios sucessionais podem ser iniciais mdios e avanados, nos quais pode-se
observar diferentes fisionomias, distribuio diamtrica, ausncia ou presena de sub-bosque,
espessura da serrapilheira e diversidade biolgica.
Secundria => a invaso da terra que foi previamente vegetada; a vegetao pr-
existente tendo sido destruda por perturbaes naturais ou humanas.
Algena => causada pelas mudanas ambientais que vo alm do controle dos organismos
nativos.
Regressiva => leva direo oposta, em direo a algo mais simples, a uma comunidade
mais empobrecida (com poucas espcies) e em direo a um habitat mais hidrfilo (mido) ou a
um mais xerfilo (seco)
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sob o mesmo de sua prpria espcie ou de outras vai ocorrer a sucesso local quando a matriz
morrer.
A sucesso pode ser documentada usando medidas repetidas numa parcela simples ou
pela referncia do histrico da parcela (stio). Um mtodo indireto amostragem da vegetao
em vrias parcelas separadas de diferentes idades. Tambm, a composio de espcies de mudas
e arvoretas pode ser comparada com o estrato do dossel.
c) Autoecologia
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(v) Modelos estatsticos para a sucesso florestal
- Competio por recursos => fatores limitantes de crescimento que podem limitar o
desenvolvimento de todas as rvores numa floresta em um dado stio.
Clareira se refere a uma abertura na floresta criada pela morte de uma rvore de dossel. O
ecossistema florestal maduro poderia ser visto como uma mdia das respostas da dinmica de tais
clareiras. A floresta composta de um mosaico de clareiras; portanto, entendendo a dinmica da
clareira, fica mais fcil entender a dinmica da floresta.
A queda de uma grande rvore produz uma mudana abrupta no cho da floresta em
relao s seguintes variveis:
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- aumento na temperatura do solo e diminuio da umidade relativa e da superfcie do
solo.
Quando uma pequena rvore cai, a clareira pequena e pode ser preenchida pelo
crescimento de rvores que esto presentes na rea.
1) Especialistas de clareiras grandes => a semente germina sob alta temperatura e luz de
grandes clareiras as sementes so altamente intolerantes.
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Captulo 6 - Anlise de dimenso e produo primria lquida e
Ciclagem de minerais
Este captulo paraticamente dedicado aos estudos de biomassa (acima do nvel do solo e
abaixo do nvel do solo) e a sua dinmica. Neste caso, o grupo de manejo florestal superou o da
ecologia. H vrios trabalhos publicados e sero discutidos na Parte III (Manejo Florestal) desta
apostila.
a) Estimativa de biomassa
Grande parte da floresta amaznica desenvolve-se sobre solos muito pobres em nutrientes
e a sua manuteno depende, fundamentalmente de sua capacidade de conservar e reciclar os
principais elementos que necessita por meio de mecanismos capazes de compensar as perdas de
nutrientes (Schubart et al., 1984).
Essas caractersticas podem dar, primeira vista, a impresso de uma contradio com a
sua exuberante cobertura florestal (Walter, 1979). De fato, quase todas as reservas de nutrientes
exigidas pela floresta esto contidas na fitomassa acima do nvel do solo. Cada ano, uma parte
dessa fitomassa cai, rapidamente mineralizada e, os nutrientes liberados, so imediatamente
reabsorvidos pelas razes. As grandes reservas nutricionais contidas na fitomassa das florestas
virgens dependem de seu capital acumulado durante o tempo que a rocha matriz no estava ainda
intemperizada.
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promove a produtividade biolgica, mantendo o bom estado nutricional das plantas. O
conhecimento disponvel permite concluir que a manipulao dos recursos florestais da
Amaznia no sentido de uma reduo drstica da sua diversidade biolgica poder ter
conseqncias indesejveis, tanto ecolgicas quanto econmicas (Schubart et al., 1984).
Diante dessas condies, Jordan (1991) questiona: como as florestas tropicais midas
sobrevivem num ambiente que tem um grande potencial para perdas de nutrientes? Parece que
um nmero de mecanismos se desenvolveu nas espcies tropicais que as capacitam a minimizar
as perdas. Alguns dos mais importantes mecanismos de conservao de nutrientes de espcies
tropicais so as rvores e o ecossistema subterrneo.
Das rvores, os mecanismos so: (i) grande biomassa das razes; (ii) concentrao de
razes perto da superfcie; (iii) razes areas; (iv) o relacionamento simbitico entre as razes de
plantas superiores e os fungos micorrzicos; (v) tolerncia aos solos cidos; (vi) a cintica da
tomada de nutrientes - como a disponibilidade de nutrientes no solo baixa, as espcies com
baixa exigncia sobrevivero e crescero, ao contrrio de espcies com alta exigncia como
culturas anuais e pastagens; (vii) longa vida das espcies tropicais, que permite a tomada de
nutrientes alm de suas necessidades imediatas durante as estaes de abundncia de nutrientes,
para usar mais tarde em perodos de escassez; (viii) morfologia e fisiologia da folha que reduzem
a necessidade de absoro de nutrientes em substituio de folhas que caram ou foram comidas;
(ix) alelopatia; (x) translocao rpida de nutrientes das folhas para os ramos; (xi) eficincia do
uso de nutrientes; (xii) padro reprodutivo que no somente regula o uso de nutrientes como
tambm pode manter populaes de predadores de sementes em nveis relativamente baixos;
(xiii) alta concentrao de slica na superfcie do solo pode ser um importante mecanismo para
assegurar um suprimento de fosfato para as razes superficiais; (xiv) epfitas que tm um
relacionamento mutualstico com as rvores, de tal maneira que as folhas fornecem suporte fsico
para as epfitas que, por sua vez, aumentam a disponibilidade de nutrientes para as folhas; (xv)
"drip tips" que podem reduzir a quantidade de gua sobre a folha e, conseqentemente, a
lixiviao potencial.
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Bibliografia:
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Lacher, W. 2000. Ecofisiologia Vegetal. So Carlos. Rima. 532p.
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Oldeman, R.A.A. e van Dijk, J.. 1991. Diagnosis of the Temperament of Tropical Rain Forest
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Salati, E., Ribeiro, M.N.G, Absy, M.L e Nelson, B.W. 1991. Clima da Amaznia: Presente, Passado
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e E. Feldberg (eds.). pp.9-20.
Walter, H. 1979. Vegetation of the Earth and Ecological Systems of the Geo-Biosphere.
Springer-Verlag. New York. 274 p.
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Captulo 7 - Desenvolvimento e crescimento de plantas
Normalmente as plantas da floresta para chegar ao estgio de corte devem um dia ter
comeado como sementes viveis, germinado passando pelo estgio de planta juvenil, depois de
algum tempo alcanado a maturidade e finalmente chegando a senescncia. E como se d este
processo crescer, desenvolver e morrer?
GERMINAO
Existem dois tipos de sementes uma com reservas de acares e outra com reservas de
gorduras, que so chamadas recalcitrantes e ortodoxas, respectivamente. As primeiras podem, sob
condies de baixa umidade no tecido, suprir energia para o embrio por um grande perodo,
enquanto a ltima devido a sua composio, perde pouca umidade e sua principal fonte de
energia utilizada rapidamente pelo o embrio.
BANCO DE PLNTULAS
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da situao, muitas vezes a fotossntese insuficiente at mesmo para gerar energia para a
manuteno.
Isto relata o qu e como ocorre o processo de desenvolvimento, mas explica muito pouco
sobre a soma de processos que levam uma semente a se tornar um indivduo adulto complexo (e
grande o suficiente para que possa ser manejado). Assim necessrio falar destes processos que
esto envolvidos com o desenvolvimento das plantas.
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
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O crescimento todo aumento em volume que seja irreversvel. Quando se fala de
plantas importante lembrar o carter irreversvel, pois muitas das variaes de volume dos
tecidos podem no ser permanente e ocorrem principalmente devido ao estado de turgidez do
tecido vegetal.
H2O
H2O + outras
substancias
Diviso
celular
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Meristema Apical Meristema secundrio
(Circulo pontilhado)
FOTOSSNTESE
As plantas precisam se alimentar para poder crescer e a fotossntese a forma com que
elas fazem isto. Este processo na realidade a soma de aes metablicas que ocorrem ao nvel
de cloroplastos das partes verdes da planta que compreendem reaes luminosas e bioqumicas da
fotossntese, que utilizando H2O, CO2 e luz formam glicose e liberam O2.
A luz absorvida por uma antena de pigmentos compostos por carotenides e clorofilas a
e b, que conduzem a energia para um centro de reao, fotossistema II e I (PS II e PS I). Esta
transferncia de energia do fton conduzido pela antena at o PS II e posteriormente ao PS I
ocorre ao nvel de parede do tilacide. E basicamente um conjunto de reaes de xido-
reduo, que pela hidrlise libera eltrons que segue conforme o esquema em Z aumentando o
valor de reduo das molculas, possibilitando a formao de molculas ricas em energia.
Esse eltron passa pela feofitina que o transfere para as plastoquinonas (Qa e Qb), o
complexo citocromo b6f, plastocianina que reduz o PS I, este caminhamento de eltrons por um
diferencial de energia torna o sistema capaz de reduzir o nicotinamida-di-fosfato (NADP+) a
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nicotinamida-di-fosfato reduzida (NADPH) e formao de dois grupamentos adenosinas
trifosfatos (ATP) a partir de dois adenosina di-fosfato (ADP).
Estes compostos energticos formados na fase "clara" da fotossntese sero utilizados para
as fases bioqumicas que so: a carboxilao, reduo e regenerao da ribulose 1,5 bis-fosfato
(RUBP). Estas fases ocorrem no estroma dos cloroplastos.
Desta forma, a planta pode formar acares para ser utilizados como energia nos
processos de manuteno de tecidos ou atividades metablicas e para o crescimento e
desenvolvimento da planta.
RESPIRAO
A respirao celular ocorre em trs etapas: (i) a gliclise, catalisada por enzimas solveis
localizadas no citoplasma, permite a oxidao de uma glicose, produzindo 2 piruvatos, ATP e
gerando NADH; (ii) o ciclo dos cidos tricarboxlicos (Ciclo de Krebs ou ciclo do cido ctrico),
que ocorre na matriz mitocondrial, por meio do qual o piruvato oxidado completamente
liberando CO2 gerando ATP e uma considervel quantidade de NADH e (iii) a cadeia de
transporte de eltrons que ocorre na membrana interna das mitocndrias, atravs da qual so
36
transferidos eltrons do NADH para o O2 gerando-se um gradiente eletroqumico de prtons, que
permite a sntese de ATP via enzima ATP-sintase.
37
PARTE II
O MNIMO DE ESTATSTICA PARA O MANEJO
FLORESTAL
Captulo 8 Conceitos gerais
A estatstica uma ferramenta importante para o manejo florestal, seja pra quem est
interessado em trabalhar em pesquisas ou pra quem tem a responsabilidade de planejar, executar
e acompanhar um projeto. Difcil separar a estatstica pra essas duas frentes. O objetivo desta
Parte da apostila aprofundar em conceitos dos indicadores estatsticos mais freqentemente
utilizados pelos florestais e ajudar na interpretao dos resultados.
38
quando o controle de qualidade aceita ou rejeita um produto manufaturado, quando um jornal ou
revista faz previso de uma eleio, quando um pesquisador projeta a dinmica de uma floresta
etc.
Linguagem terica: quanto mais grossa a rvore, mais madeira ser oferecida
indstria de transformao. Neste caso, dois conceitos so envolvidos: espessura e madeira.
Com definir esses dois conceitos? Espessura pode ser o dimetro de uma rvore. Madeira pode
ser a quantidade de material lenhoso disponvel para a indstria.
39
separar o bom do ruim, o bonito do feio, do quente do frio .. voc pode dispensar os testes
estatsticos.
Um pouco de filosofia.
- O pesquisador tem que manter os olhos abertos, sua mente flexvel e estar
preparado para surpresas.
40
a) Estatstica descritiva => consiste de mtodos para organizar e sumarizar as
informaes.
b) Estatstica de inferncia => consiste de mtodos para inferir sobre uma populao
baseada na informao de uma amostra da populao.
41
Para concluir a discusso, em torno da natureza da estatstica, importante no perder de
vista que a opo por uma das duas estatsticas pode ser pessoal. Entretanto, se a
escolha recair sobre a de inferncia, o pesquisador deve se sujeitar as suas regras e
condicionantes. A estatstica de inferncia, por sua vez, deve ficar sob as condicionantes
da teoria da probabilidade, da normalidade e da independncia; a violao de uma dessas
condicionantes implica em um comprometimento muito srio de todo o seu trabalho.
(i) Erro Amostral => o erro que voc comete por no medir toda a populao.
Este parmetro mensurvel e, dependendo da escolha dos mtodos, voc tem
condies de aumentar ou diminuir este erro. De qualquer modo, trata-se de um
parmetro que pode ser controlado e avaliado por voc. o desvio padro da mdia ou,
simplesmente, erro padro e tem frmula para o seu clculo. a nica medida de
preciso, por mais paradoxal que possa parecer, em qualquer trabalho de pesquisa ou de
inventrio florestal.
(ii) Erro no-amostral => o erro humano, que pode ser cometido acidental ou
deliberadamente. o tipo de erro que voc comete ao alocar uma amostra no lugar
errado ex.: no escritrio voc faz a opo pela amostragem inteiramente aleatria e
sorteia as unidades amostrais e distribui em sua rea estudo; no campo, entretanto, voc
no consegue aloc-las de acordo com as coordenadas pr-estabelecidas e aloc-as em
outro lugar. Voc tambm comete erro no-amostral quando utiliza um equipamento
defeituoso ou, por preguia, voc chuta as medidas de uma determinada varivel. O
problema desse erro que voc no consegue dimension-lo e, neste caso, no h
estatstica que d jeito para consertar o mal-feito. A estatstica e o computador s so
teis na interpretao de fenmenos observados quando os dados so de absoluta
confiana e sem erros no-amostrais.
42
Moral: Busque sempre a melhor metodologia para conseguir a maior preciso de
seu trabalho sem, contudo, aumentar a possibilidade de cometer erros no-amostrais.
BOM PESQUISADOR aquele que no entrega sua coleta de dados para qualquer
PEO.
Ilustrando:
- se voc, no entanto, decidir pela avaliao por amostragem e lanar naquela rea
algumas amostras (ex.: 10 amostras de 1000 m2, aleatoriamente distribudas), o volume
mdio dessas amostras a ESTIMATIVA.
TENDNCIA ou VIS (bias, em ingls) uma distoro sistemtica. Ela pode ser devido
a alguma falha na medio, ou no mtodo de selecionar a amostra, ou na tcnica de
estimar o parmetro.
Se voc medir o DAP com uma fita diamtrica faltando um pedao na ponta (2 cm),
voc medir todas as rvores com 2 cm a mais, ou seja, voc superestimar esta varivel.
Uma maneira prtica de minimizar as tendncias em medies por meio de checagens
peridicas dos instrumentos, treinamento adequado para o pessoal que usa os
instrumentos e cuidado com eles.
43
Tendncia devido o mtodo de amostragem ocorre quando certas unidades ganham
maior ou menor representao na amostra do que na populao. Ex.: se voc excluir 20
metros de bordadura do lado oeste da Reserva Ducke por causa de um igarap. Neste
caso, voc est introduzindo tendncia em sua avaliao simplesmente porque voc no
deu a mesma oportunidade, para as rvores que ocorrem naquela faixa, em aparecer no
seu trabalho. Outro exemplo: quando a equipe econmica faz uma pesquisa nos
supermercados do centro- sul e extrapola o custo de vida para todo o Brasil; isso uma
medida tendenciosa que no reflete o que se passa em Manaus.
Tendncia na forma de estimar determinado parmetro pode ser introduzida quando voc,
por exemplo, toma o volume mdio da Reserva Ducke e junta com o volume mdio do
Distrito Agropecurio da SUFRAMA (600.000 hectares), para avaliar o potencial
madeireiro da regio de Manaus. Um volume mdio no tendencioso seria uma mdia
ponderada considerando os diferentes tamanhos de cada rea, em vez de usar a mdia
aritmtica simples (tendenciosa, neste caso).
PRECISO E EXATIDO uma estimativa tendenciosa pode ser PRECISA, mas nunca
EXATA. Ainda que o Aurlio (dicionrio) pense diferente, para os estatsticos, EXATIDO
refere-se ao sucesso em estimar o valor verdadeiro de uma quantidade; PRECISO
refere-se distribuio dos valores amostrais em torno de sua prpria mdia que, se for
tendenciosa, no pode ser o valor verdadeiro. Exatido ou estreiteza ao valor verdadeiro
pode estar ausente por causa da tendncia, falta de preciso ou por causa de ambas.
44
Captulo 9 Organizao dos dados
9.1 Dados:
Resumindo:
Dados ordinais: dados sobre classificao, ordem ou rank, tais como: classificao de
toras, ordem de chegada etc.
Dados mtricos: dados obtidos de medies de certas quantidades como: tempo, altura,
DAP, volume, peso etc.
45
fornece os dados contveis. Por exemplo, a informao dada no exemplo anterior que foram
aprovados 5 homens e 1 mulher, so dados contveis.
Por outro lado, a maioria dos dados mtricos considerada DADOS CONTNUOS
porque eles envolvem medies sobre uma escala contnua. A escala fica por conta da preciso
do aparelho de medio: na suta ou na fita diamtrica, o mximo que podemos chegar dcimo
de centmetros, ou seja, entre os DAPs 20 e 21 cm ns podemos ter DAPs com 20.1, 20.2, ... ,
20.9; nos cronmetros da Frmula 1, no entanto, o nvel de preciso impensvel para os
nossos relgios de pulso.
46
Exemplo 2: Dados sobre DAP das rvores da parcela-testemunha do bloco 2 (apenas as
40 primeiras rvores).
Os pica-paus normalmente pensam no DAP em classes de 10, 20, 30, 40 cm etc. Para
ver quantos DAPs h em cada classe voc faz o seguinte:
- o nmero de classes no deve ser nem muito pequeno e nem muito grande, ao contrrio,
no meio. Sugere-se um nmero entre 5 e 12 regra do olhmetro. Outra forma atravs da
seguinte frmula:
47
- cada classe tem que ter a mesma dimenso. Do quadro 9.2, as dimenses so: 20 a 29.9,
30 a 39.9 etc.
- cada pedao de dados tem que pertencer a apenas a uma nica classe.
Essa lista poderia continuar, mas isso seria artificial. O propsito de grupar dados
distribu-los em um nmero razovel de classes de igual tamanho para facilitar a interpretao
dos mesmos. Se possvel, os intervalos que tem uma interpretao natural, devem ser utilizados,
como por exemplo: dados em DAP que so normalmente divididos em mltiplos de 10.
Algumas terminologias:
Limite inferior da classe o menor valor que pode ir dentro de uma classe. Na classe 20-
29.9 o limite inferior 20.
48
Limite superior da classe o maior valor que pode ir dentro de uma classe. Na classe
20-29.9 o limite superior 29.9. Se a preciso fosse de duas casas decimais, o limite superior
poderia ser 29.99 e assim por diante.
Intervalo de classe a diferena entre o limite superior e o limite inferior de uma dada
classe. No nosso exemplo, o intervalo 10, ou seja, 30 20 =10.
Ponto mdio da classe a mdia aritmtica entre o limite superior e limite inferior da
classe. Assim, se a classe for: (20+29.99)/2 = 25. Da classe 30-39.9 o ponto mdio 35 e assim
por diante.
Uma outra maneira de dar sentido a um conjunto de dados por meio da representao
grfica dos mesmos.
49
Captulo 10 Medidas descritivas
H muitos critrios, por sinal, bem avanados, para a descrio sucinta dos fenmenos
naturais. Apesar disso, a maioria das caractersticas usadas na estatstica, para descrever as
variveis aleatrias, em populaes particulares, caem em uma das trs categorias: (1) medidas da
tendncia central (alocao de um valor ordinrio); (2) medidas de disperso (distncia relativa
de valores extremos de um valor central); (3) medidas de relacionamento entre as variveis (grau
de similaridade ou dissimilaridade em magnitude).
Mdia simplesmente a soma de todas observaes (DAP, altura, idade) dividida pelo
nmero total de observaes. a medida que tem a menor variabilidade de amostra para amostra,
fcil de ser manuseada matematicamente e tem as propriedades mais desejveis em conexo
com as distribuies de probabilidade.
Moda o valor mais freqente, ou seja, a categoria ou classe com a maior freqncia.
uma medida fcil e rpida de ser obtida, mas, pr outro lado, fica sempre sujeita a variao
extrema de uma amostra para outra, ao menos que a amostra seja bem grande.
50
Mdia geomtrica a n-sima raiz de um produto de n valores, ou antilog da mdia
aritmtica dos logs de um conjunto de valores e sempre to pequeno ou menor que a mdia do
mesmo conjunto de dados.
Para dados ordinais, prefervel utilizar-se da mediana, apesar de que a mdia , as vezes,
utilizada.
Para dados mtricos pode ser usada a mdia ou a mediana. Como com dados ordinais, a
mediana preferida para propsitos descritivos. A maioria das teorias estatsticas para dados
mtricos usa a mdia.
( x 1 + x 2 + .... + x 40 )
x =
40
x = 38.225
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)
25 27 27 27 27.7 28 28 29 30 30
(11) (12) (13) (14) (15) (16) (17) (18) (19) (20)
31.8 32 32 32 33 33 33 33 34 34
(21) (22) (23) (24) (25) (26) (27) (28) (29) (30)
35 36 36 37 37 38.5 39 40 40 41
(31) (32) (33) (34) (35) (36) (37) (38) (39) (40)
43 45 47 47 52 53 58 58 63 77
51
Neste caso, o nmero total de observaes, n, par, a mediana ser a mdia aritmtica dos
vigsimo e vigsimo-primeiro valores, ou seja, (34 + 35)/2 = 34.5.
Moda simplesmente o ponto mdio da classe que tem a maior freqncia, que no
nosso caso, quadro 9.2, 35, que tem a freqncia = 19.
Mdia = 38.225
Mediana = 34.5
Moda = 35.0
Interpretao: um conjunto de dados pode ter mais de uma moda, mas sempre ter
somente uma mdia ou mediana. Como voc pode ver, de um mesmo conjunto de dados, voc
tem diferentes medidas de tendncia central. Qual delas a melhor? A deciso vai depender,
principalmente, do objetivo de sua informao. Quando a gente vende madeira em volume,
normalmente truncada a um determinado dimetro mnimo, a mdia deve prevalecer tendo em
vista a maior facilidade para os clculos posteriores. Se a rvore vendida em p, a moda pode
ser mais interessante, porque ela d uma noo tambm da distribuio de freqncia. A
utilizao da mediana mais prtica na tomada de decises quanto a tratamentos silviculturais,
desbastes etc., quando voc precisa priorizar o tamanho que precisa sofrer intervenes.
Uma medida de disperso um nmero usado para mostrar quanto de variao existe num
conjunto de dados.
52
Quadro 10.1. Idades de alunos dos cursos de manejo e ecologia do INPA
Manejo (CFT) Ecologia
aluno idade aluno idade
1 25 1 22
2 28 2 30
3 30 3 28
4 29 4 21
5 28 5 39
mdia 28 mdia 28
As mdias dos dois grupos so iguais. No entanto, claro que estamos nos referindo a
dois grupos diferentes em idade. D para perceber que o grupo do Manejo mais uniforme em
termos de idade. Neste caso, para ver a variao que h dentro de cada conjunto de dados,
podemos usar a amplitude total ou o desvio padro, as duas medidas de disperso mais
comuns.
- Manejo: 30 25 = 5
- Ecologia: 39 21 = 18
DESVIO PADRO nos d a disperso dos indivduos em relao mdia. Ele nos d
uma idia se os dados esto prximos da mdia ou muito longe. O desvio padro dos indivduos
de uma populao freqentemente simbolizado pela letra grega minscula (). Dificilmente a
gente trabalha com o parmetro. Entretanto, dado uma amostra de valores individuais de uma
populao, podemos fazer uma estimativa de que comumente simbolizada por s.
53
n
2
(x i - x)
i =1
Frmula : s =
n -1
n 2 n
2
x i - (( x i ) ) / n
i =1 i =1
ou , mais simples : s =
n -1
_
Por que o denominador (n-1) em vez (n)? Porque os n desvios, (xi x ), so
_ _
necessariamente conectados pela relao linear ( xi x ) = 0. Se voc especifica o valor de x
e os ( n-1 ) valores de xi, ento o valor do ltimo xi fixo; isto , uma informao redundante.
_
Por esta razo, ao usar a mdia amostral x em vez da mdia da populao como um ponto
central no clculo de s, voc perde um grau de liberdade (gl) e a estimativa de dita ter ( n 1 )
gl associados com ela. O uso de (n 1) em vez de (n) no clculo de s tambm fornece uma
estimativa no-tendenciosa; isto , em uma srie infinita de amostras aleatrias, o valor mdio do
estimador igual a .
- Manejo: s = 1.87
- Ecologia: s = 7.25
Resumindo: quanto maior a variao dentro de um conjunto de dados, maior ser o desvio
padro. Do exemplo 2 ns constatamos agora, que apesar dos dois terem as mesmas medidas de
tendncia central, mdia e mediana, as medidas de disperso so totalmente diferentes. Isto quer
dizer que o grupo de Manejo mais homogneo em idade, comprovada pela menor variao
encontrada.
10.4 Percentil:
Primeiro quarto
25 27 27 27 27.7 28 28 29 30 30
Segundo quarto
31.8 32 32 32 33 33 33 33 34 34
Terceiro quarto
35 36 36 37 37 38.5 39 40 40 41
Quarto quarto
43 45 47 47 52 53 58 58 63 77
Computaes:
55
Segundo quartil = (34 + 35) / 2 = 34.5
Do quadro 10.1, estimamos as mdias (28 para manejo e 28 para Ecologia) e os desvios
padres (1.87 e 7.25). Agora temos o coeficiente de variao (CV),
Do nosso exemplo do quadro 10.1, temos uma populao de rvores, com as seguintes
estimativas: mdia = 38.225 e desvio = 11.28.
Mesmo se tratando de populaes diferentes podemos concluir com base nos CVs: A
populao Manejo mais homognea e a mais heterognea a Ecologia. Isto possvel porque o
CV uma medida relativa, que independente da unidade de medida utilizada.
56
associam com os menores, ou vice-versa, a covarincia negativa. Quando no h uma
associao particular de x e y, a covarincia tende a zero.
As frmulas so:
57
Frmulas teis
n n
( xi ) 2 ( yi ) 2
n i= n i=
2 2
SQCx = xi - 1 SQCy = yi - 1
i= i=
1
n 1
n
n ( xi ) ( yi )
SPCxy = xi y i -
i=1 n
Coeficiente de correlao
SPCxy
r =
SQCx SQCy
58
_
Captulo 11 Distribuio amostral da mdia ( x )
Todo eng florestal sabe que o inventrio florestal o primeiro passo para planejar o
manejo sentido lato de uma floresta, nativa ou artificial. O inventrio, por sua vez, consiste
em obter uma mdia representativa da populao de interesse, seja em termos de volume, rea
basal ou outra varivel de interesse.
Por analogia, mdia (volume) de uma floresta o mesmo que a mdia usada para
definir caf-com-leite em muitos bares do sul e sudeste do Brasil. Em um copo de 100 ml,
uma mdia deveria ter 50 ml de caf e 50 de leite. Certo? Errado ... porque se fosse assim, o
balconista no teria na ponta da lngua aquela pergunta: mais caf ou mais leite? Mais leite
ou mais caf vai depender do gosto do fregus e da mo do balconista. Voc tem que confiar
ou parar de tomar aquela mdia naquele bar. De qualquer modo, o total do copo no passar
de 100 ml, ou seja, o excedente de caf (+) ser anulado pelo que falta de leite (-) ou vice-
versa.
Vamos mostrar neste captulo que a estimativa de uma mdia tende sempre a ser
parecida com a mdia verdadeira da populao. O que muda o desvio padro, que base de
clculo da incerteza. A tendncia diminuir a incerteza (que bom) com o aumento da
intensidade de amostragem. Portanto, mdia representativa aquela que proporciona
confiana (incerteza sob controle) e conforto ($) pra quem vai us-la.
Em geral, as amostras tm que ser tomadas de forma aleatria, pois foi assim que a
estatstica de inferncia foi concebida. No entanto, a amostragem aleatria pode ser
desdobrada em: inteiramente aleatria e aleatria restrita. Tanto nos inventrios, como em
pesquisas de opinio, a aleatria restrita a mais utilizada por causa dos custos de coletas de
dados e tem produzido bons resultados. No caso de eleies presidenciais, a populao de
eleitores brasileiros estratificada por sexo, idade e, principalmente, por densidade eleitoral.
59
Em inventrios na Amaznia, a maioria utiliza a amostragem em dois estgios, ou seja,
seleciona aleatoriamente a unidade primria e distribui as unidades secundrias de forma
sistemtica.
_ _ _
x = (xi ) ( p xi )
e
_ _ _ _
x = ( x i - x )2 (p x i )
Vamos ver isso por meio de um exemplo meio irreal. Vamos considerar as idades
(congelada em 2003) de cada membro de minha famlia (eu, mulher e 3 filhos) como uma
populao, ou seja, N = 5. Esta situao nunca ser encontrada na vida real porque pra saber a
idade mdia dessa famlia basta somar as 5 idades e dividir por 5 ... ningum vai utilizar os
recursos da amostragem. No entanto, se voc entender o significado da estimativa da mdia
da populao e o comportamento do erro padro da mdia conforme se aumenta intensidade
de amostragem, para uma pequena populao (N = 5), fica mais fcil entender essas duas
60
variveis aleatrias quando for trabalhar com uma populao grande ou infinita (nmero de
eleitores do Brasil, N = 115 milhes, floresta da ZF-2 etc.).
bvio que ningum vai fazer todas as possveis combinaes. Se fizesse, a mdia da
mdia seria exatamente igual mdia da populao. Ento, o que feito? As empresas tomam
apenas uma nica combinao de 4000 eleitores pra inferir sobre a populao de eleitores
pressupondo que a mdia estimada na pesquisa ser igual da populao e que n = 4000
produzir uma incerteza (erro) menor que n = 3.999.
Em uma floresta de porte mdio como a da ZF-2, por exemplo, com 21.000 hectares,
temos N = 84.000 (21000 x 4) de amostras possveis de ha cada. Se a gente usar n = 50,
61
quantas possveis combinaes seriam possveis? Vrias. Quantas combinaes a gente faria
no caso de um inventrio florestal? Certamente, apenas uma. A nossa expectativa ter uma
mdia (volume ou outra varivel) representativa da populao com uma margem de erro
aceitvel.
Em inventrios florestais, voc pode se prevenir utilizando boas imagens, bons mapas,
bons equipamentos e mtodos adequados de amostragem, em combinao com planejamento
de coleta e processamento dos dados. Estamos falando de erros de amostragem (o erro que
voc comete por medir apenas parte da populao). No confundir com erros no-amostrais
(humanos, principalmente), que no so tratados aqui. No esquecer tambm que n
denominador.
Vimos at aqui que a confiana na mdia passa pela confiana nas probabilidades que
a gente trabalha. No prximo captulo vamos ver como calcula a incerteza de uma estimativa.
Aqui, vamos nos concentrar nas probabilidades obtidas usando as reas sob as curvas
normais.
Difcil mesmo fazer a nossa varivel ficar dentro dos limites da distribuio normal.
No entre em pnico ainda! O remdio para essa situao o teorema do limite central. O
que diz este teorema?
62
Quando uma amostragem aleatria de tamanho n (onde n pelo menos igual a 30)
_ _
tomada de uma populao, a x aproximadamente normalmente distribuda com x = e
_ _
desvio padro da mdia x = / n . Nestas condies, as probabilidades para x podem ser
encontradas, aproximadamente, utilizando as reas sob a curva normal com os parmetros e
_
x .
Isto quer dizer que: independentemente da forma que a distribuio de sua varivel
aleatria assumir, voc pode calcular as probabilidades usando a tabela-z, desde que n 30.
Significa tambm que para as amostras aleatrias de qualquer distribuio com mdia e
_
desvio padro x , a mdia amostral dessas unidades de tamanho n aproximadamente
normal e esta aproximao melhora conforme se aumenta o n. Para se chegar a este nmero
mgico igual a 30, foram feitas inmeras simulaes at constatar que acima deste nmero
no se percebe diferenas entre as reas sob a curva normal e de outras funes.
63
Anexo 1
Situao 1
Tomando uma amostragem com n = 2 de uma populao com N = 5
Quantas combinaes so possveis?
N N! 5! 120
= -------------- = --------------- = --------- = 10 combinaes
n n! (N-n)! 2! (5 2)! 12
Populao Amostragem
_ _
nome idade comb. idade1 idade2 x p x* p desvio
NH 51 1 51 46 48,5 0,1 4,85 33,49
MIGH 46 2 51 22 36,5 0,1 3,65 3,97
IGH 22 3 51 20 35,5 0,1 3,55 2,81
FGH 20 4 51 12 31,5 0,1 3,15 0,17
GGH 12 5 46 22 34,0 0,1 3,40 1,44
mdia 30,2 6 46 20 33,0 0,1 3,30 0,78
desvio 17,21 7 46 12 29,0 0,1 2,90 0,14
8 22 20 21,0 0,1 2,10 8,46
9 22 12 17,0 0,1 1,70 17,42
10 20 12 16,0 0,1 1,60 20,16
_
x 30,2 88,86
_
x 9,43
= 30,2
_
x = 30,2
Coincidncia? No!
64
Anexo 2
Situao 2
Amostragem de n = 3 da populao com N = 5
Quantas combinaes so possveis?
N N! 5! 120
= -------------- = --------------- = --------- = 10 combinaes
n n! (N-n)! 3! (5 3)! 12
Populao Amostragem
_ _
nome idade comb. idade1 idade2 idade3 x x* p desvio
= 30,2
_
x = 30,2
65
Anexo 3
Situao 3
Amostragem de n = 4 da populao de N = 5
Populao Amostragem
_ _
nome idade idade1 idade2 idade3 idade4 x x* p desvio
NH 51 51 46 22 20 34,75 6,95 4,141
MIGH 46 51 46 22 12 32,75 6,55 1,301
IGH 22 51 46 20 12 32,25 6,45 0,841
FGH 20 51 22 20 12 26,25 5,25 3,121
GGH 12 46 22 20 12 25 5 5,408
_
mdia 30,2 x 30,2 14,810
desvio 17,21 _
x 3,85
= 30,2
_
x = 30,2
2) O que muda o desvio padro da mdia ou erro padro, ou seja, conforme aumenta a
intensidade de amostragem, diminui o erro, aumenta a preciso e diminui a incerteza
da sua estimativa.
66
Captulo 12 - Estimando a mdia da populao
As duas curvas, normal e t, tm em comum as seguintes caractersticas: (i) so
simtricas em torno de zero e (ii) se estendem indefinidamente em ambas s direes
(caudas). A principal diferena entre as duas curvas a forma; a normal mesma
independentemente da intensidade de amostragem (n) e a t varia conforme varia n. Para
intervalo de confiana, isto quer dizer que a rea sob a curva tem que ser obtida olhando as
duas caudas, ou seja, para inferir usando um determinado nvel crtico (por ex., = 0,05),
voc tem que procurar o valor de z ou t para a rea igual a /2 (ou 0,025 do exemplo). Em
geral, os livros textos de estatstica apresentam uma tabela bi-caudal, para /2; os de
inventrio florestal, em geral, do direto a rea sob a curva para . Como voc est
acostumado com livros de inventrio, preciso prestar muita ateno quando for utilizar
livros de estatstica.
Cochran (1977)1, uma das principais fontes da teoria de amostragem para inventrios,
diz o seguinte: "Se n < 50, o valor t pode ser tirado da tabela-t com n-1 graus de liberdade. A
distribuio t perfeita somente se a varivel aleatria for normalmente distribuda e N
infinito. Afastamentos moderados da normalidade no afetam muito o resultado final."
Conselho final: use sempre n 30 pra evitar o teste da normalidade. E vou fornecer os
valores de z para os nveis crticos mais freqentes, = 0,10, = 0,05 e = 0,01, que so,
respectivamente, 1,64, 1,96 e 2,57. No esquecer tambm que n (tamanho da amostragem)
denominador, ou seja, aumentando n voc estar forando o erro pra baixo ... e este o
objetivo final de seu trabalho de inventrio, que fornecer uma estimativa da mdia parecida
com a mdia verdadeira da populao com o mnimo de incerteza.
1
Cochran, W.G. 1977. Sampling Techniques. 3 edio. John Wiley & Sons. 428p.
67
_
Vimos que razovel usar uma mdia amostral x para estimar a mdia da populao (
). Especificamente, a Lei dos Grandes Nmeros diz que: se uma grande amostragem
_
aleatria tomada de uma populao, a x tende a ser parecida com .
E AGORA??
_
Qual a confiana sobre a preciso envolvida ao usar x para estimar ?
Estamos falando do Intervalo de Confiana (IC), que ser definido com exemplos.
Com base em experincia anterior ele sabe que o igual a 11,91 cm. Se ele tomar
_
uma amostragem aleatria de 30 indivduos, qual a probabilidade do DAP mdio x estar
dentro de 5 cm do DAP mdio da populao, ?
_
Soluo: Queremos encontrar a probabilidade da x estar dentro de 5 cm de ; que ,
_
P(-5< x < + 5 ). Como n > 30, recorremos ao Teorema de Limite Central para
_
encontrar as probabilidades para x usando as reas sob a curva normal com parmetros
_
Ento, para encontrar P ( - 5 < x < + 5 ), precisamos encontrar a rea sob a
curva normal (com parmetros e 2,17) entre - 5 e + 5.
68
_
O valor de z para x = - 5
Conseqentemente,
_
P ( - 5 < x < + 5 ) = 0,9786
_
Quer dizer: a probabilidade da x estar entre 5 cm da de 0,9786 ou 97,86%.
_
Vamos colocar a expresso anterior de outra maneira: que a x deve estar 5 cm da
_
, que o mesmo que dizer que est entre 5 cm de x . Isto pode ser re-escrito da
seguinte maneira:
_ _
P ( x - 5 < < x + 5) = 0,9786
Suponha, agora, por exemplo, que o florestal ao tomar uma amostragem aleatria, ele
_
consegue x = 25 cm, ento
_ _
x - 5 = 25 5 = 20 e x + 5 = 25 + 5 = 30
Ele sabe que, 97,86% destes intervalos contero e, por esta razo, ele pode estar 97,86%
certo de que a estar entre 20 e 30 cm. Desta forma, o intervalo de 20 a 30 chamado de
IC 97,86% para .
69
Na seo anterior vimos como encontrar o IC para uma mdia da populao , com
_
base na informao obtida de mdia amostral x . No exemplo anterior especificamos o
tamanho da amostragem e a forma do IC e, com estas especificaes, calculamos a confiana.
Entretanto, freqentemente desejvel especificar a confiana a priori.
_
Sabendo que x = 5,8, encontrar o IC 95% para
Soluo: Encontrar o valor-z, para o qual a rea sob a CNP (curva normal padro)
direita deste z, 0,025 (rea/2) e esquerda de z. Note que a rea total sob a CNP 1, ento
estamos falando de uma rea equivalente a [1 - 0,025 ] = 0,975 e 0,025. Dessa maneira, para
resolver este problema precisamos encontrar o valor-z que tem uma rea entre 0,975 e 0,025
sua esquerda.
Na tabela 1, o valor-z que tem uma rea de 0,975 sua esquerda 1,96 - no encontro
da linha 1,9 com a coluna 6, voc tem uma rea de 0,9750. Neste caso, voc tem o valor
exato de 0,9750 (1 - 0,025) na tabela. Se o valor exato no for encontrado, faa interpolaes.
O valor-z que tem uma rea de 0,025 sua esquerda -1,96.
_
x = / n = 4,4 / 100 = 0,44
70
e ter aproximadamente uma distribuio normal padro.
e
_
x + 0,86 = 5,8 + 0,86 = 6,66
Concluindo que o intervalo entre 4,94 e 6,66 minutos o IC 95% para . A companhia pode
ter 95% de confiana que a durao mdia de uma chamada, , da cidade est entre 4,94 e
6,66 minutos.
_
Procedimento para encontrar o IC para , baseado em x :
Requisitos: (1) n 30 e (2) conhecido
Passo 1: Se o nvel de confiana desejado 1 - , use a tabela 1 para encontrar z /2
71
Exemplo 3: Uma empresa florestal est interessada em obter informaes sobre o
dimetro mdio, , de sua floresta. Um estudo preliminar indicou que = 10 cm. O
empresrio decidiu verificar esta informao com base em uma amostragem de 30 rvores.
_
Ele encontrou uma mdia amostral das 30 rvores, x = 40 cm. Baseado nestas informaes,
vamos encontrar o IC 90% para a .
z /2 = z 0,05 = 1,64
_
2. Desde que z /2 = 1,64, n = 30, = 10 e x = 40, o IC 90% para ser:
_ _
x - z /2* / n a x + z /2* / n
40 - 1,64 * 10 / 30 a 40 + 1,64 * 10 / 30
37 a 43
Concluindo: o empresrio pode ter 90% de confiana que o dimetro mdio, , de sua
floresta est entre 37 a 43 cm. O produto, 1,64 * 10 / 30 ou 2,99, dividido pela mdia
de sua varivel aleatria ser a incerteza do seu trabalho.
72
12.4. A distribuio t (de Student):
Nas sees anteriores deste captulo vimos como encontrar o IC para , quando
lidamos com grandes amostras ( n 30 ). Entretanto, em muitos casos, quando grandes
amostras no esto disponveis, extremamente caras ou, por alguma razo, simplesmente
indesejveis, voc tem que dar outro jeito porque a curva-z no se aplica nestas condies.
Se n < 30, no podemos usar a CNP para encontrar as probabilidades para o IC.
Entretanto, um pesquisador chamado W.S. Gosset desenvolveu curvas de probabilidade que
podem ser usadas, em vez da CNP. Estas curvas so conhecidas como curvas-t de student ou
simplesmente curvas-t. A forma de uma curva-t depende do tamanho da amostra. Se a
amostra de tamanho n, ns identificamos a curva-t em questo dizendo que a curva-t com
(n-1) graus de liberdade.
73
12.5. Intervalos de confiana para mdias - pequenas amostras:
_
Vamos ver agora os procedimentos para encontrar os IC para baseada em x,
quando o tamanho da amostra menor que 30 ( n < 30 ). Vamos ilustrar o procedimento com
um exemplo.
_
Procedimento para encontrar o IC para , baseado em x :
t /2
_
onde t /2 obtido seguindo o passo 1, n o tamanho da amostragem e x e s
so obtidas dos dados da amostragem.
Para isto, ele decide tomar uma amostragem aleatria de 16 pneus e conferiu a
milhagem de cada um.Os resultados deste teste o seguinte:
pneu milhagem pneu milhagem pneu milhagem
1 43.725 7 37.396 13 39.686
2 40.652 8 42.200 14 44.019
3 37.732 9 39.783 15 40.220
4 41.868 10 44.652 16 40.742
5 44.473 11 38.740
6 43.097 12 39.385
Usando estes dados, vamos encontrar o IC 95% para , considerando que a
durabilidade do pneu normalmente distribuda.
Soluo: Vamos usar o procedimento definido anteriormente; neste caso com n = 16.
1. O nvel de confiana desejado 0.95, isto , = 0,05. Usando a tabela 2 para (16-1)
= 15 graus de liberdade.
74
t /2 = t 0,025 = 2,13
2. O IC 95% :
_ _
x - 2,13*( s / n ) para x + 2,13*( s / n )
s = 2.360,32
Conseqentemente
_
x - 2,13*( s / n ) = 41.148,13 - 2,13 * (2.360,32/ 16 = 39.891,26
_
x + 2,13*( s / n ) = 41.148,13 + 2,13 * (2.360,32/ 16 = 42.405,00
Isto quer dizer que o vendedor pode ter 95% de confiana que a (durabilidade mdia
da nova marca) est entre 39.891 a 42.405 milhas. Desta forma, o fabricante est correto em
afirmar que a nova marca tem = 40.000 milhas.
75
Captulo 13 Algumas variveis aleatrias utilizadas em manejo
florestal
13.1 Dimetro altura do peito (DAP)
Na engenharia florestal, o dimetro da rvore DAP e ponto final. DAP se mede a 1,3
m acima do nvel do solo. O objetivo desta seo no ensinar como medir o DAP porque
isto est muito bem explicado nos livros de Machado & Figueiredo Filho (2003)2 e Campos &
Leite (2002)3. Em plantios de eucalipto, o DAP tende a ser medido quase sempre a 1,3 m do
solo. Na Amaznia, a situao um pouco diferente porque h sapopemas e outras
irregularidades no tronco que nem sempre a parte a 1,3 m do solo est disponvel para medir.
Em inventrios em uma nica ocasio, esta situao pode ser superada utilizando
equipamentos especiais ou a projeo do dimetro altura do DAP. Por compensao de
erros, o resultado final no ser afetado. Em inventrios contnuos, a subjetividade na
medio de um mesmo indivduo em ocasies sucessivas, no bem-vinda. Neste caso,
necessrio medir sempre no mesmo local (altura em relao ao solo) e a o recurso medir
aonde possvel e marcar (com tinta) este ponto da medio. Dessa forma, ser possvel
estimar as mudanas ocorridas entre duas ou mais ocasies.
Sigla a reunio das iniciais de um nome prprio composto de vrias palavras e deve
ir, quase sempre, em caixa alta: CNBB, CPI, CPMF, IBGE, BNDS, CBF etc. Certas siglas
silabveis, mesmo estrangeira, so escritas em caixa alta e baixa: Vasp, Ibope, Inpa, Incra,
Aids etc.
Diante disso, o nosso dimetro altura do peito tem que ser pronunciado como Dape
ou Dapi. Certos esto os bilogos, eclogos e outros no florestais e errados esto os
engenheiros florestais. Por conta disso, quero dedicar esta seo queles que pronunciam
errado esta varivel, D-A-P. No critiquem (e nem tripudiem) queles que falam Dape ou
2
Machado, S.A. e Figueiredo Filho, A. 2003. Dendrometria. 309p.
3
Campos, J.C.C. e Leite, H.G. 2002. Mensurao florestal. UFV. 407p.
76
Dapi porque eles esto certos, mas continuem pronunciando D-A-P., que uma tradio
florestal de mais de 40 anos no Brasil.
Tanto para volume e biomassa os seguintes modelos logartmicos podem ser utilizados
para descrever a relao entre volume e DAP e ou H e biomassa e DAP e ou HT:
1) ln V = a + b ln D ou ln PF = a + b ln D
2) ln V = a + b ln D + c ln H ou ln PF = a + b ln D + c ln HT
D = DAP em cm
ln = logaritmo natural
77
Todo o desenvolvimento desses modelos ser detalhado na prxima seo. Aqui,
queremos apenas mostrar os indicadores usados na escolha do melhor modelo, como erro
padro da estimativa syx, coeficiente de correlao (r) e coeficiente de determinao (r2), para
advogar em favor do uso do DAP apenas. Vamos considerar modelo 1 como aquele que tem
apenas o DAP como varivel independente e modelo 2 o que tem DAP e altura (comercial ou
total), separadamente para volume e biomassa.
Volume (n = 959):
Biomassa (n = 498):
78
1,04) e (ii) acrescentar altura total (HT) ao modelo, significa melhorar a preciso em 1,22%
(6,54 5,32). Vale a pena acrescentar a altura? Pense nisso, sobretudo, nos custos de coleta de
dados para o inventrio florestal.
a projeo dos DAPs ao solo, que indica a densidade da floresta. Do ponto de vista
tcnico, a soma da rea transversal de todos os indivduos em um hectare. rea transversal
a rea do crculo altura do DAP. Isto conseguido fazendo (imaginrio) um corte
transversal no DAP e medindo o raio ou o dimetro do crculo. a rea de um plano sobre o
tronco, disposto em ngulo reto ao eixo longitudinal. Portanto, a rea transversal
(classicamente representada pela letra "g") obtida da seguinte maneira:
g = (/4) d2
AB = gi (i = 1, 2, ... n)
Na rea experimental de manejo florestal da ZF-2, a rea basal mdia est em torno de
30 m2/ha. Isso quer dizer que se projetarmos todos os DAPs 10 cm sobre uma rea de
10.000 m2 (um hectare), as rvores ocuparo 30 m2. Algumas estimativas (m2/ha) para
diferentes stios na Amaznia: UHE de Santa Izabel (regio do Araguaia) = 15,2; Projeto Rio
Arinos (norte de MT) = 13,6; Floresta Estadual do Antimary (Acre) = 15,2, Trombetas (Par)
= 24,8; PIC Altamira (Par) = 22, Sul de Roraima = 20,9 e Alto Solimes (Fonte Boa e Juta
no AM) = 27 m2/ha.
Com esses poucos exemplos, podemos dizer que a floresta da ZF-2 mais densa do
que as outras florestas. A estimativa de rea basal, de forma isolada, diz muito pouco sobre
uma determinada floresta. Com esses poucos exemplos, difcil afirmar que a floresta da ZF-
2, por exemplo, muito densa ou pouco ou mdio, porque deve haver florestas mais densas
do que esta. De qualquer modo, no custa nada estimar a rea basal da rea inventariada j
que as medies de DAP so obrigatrias em inventrios florestais.
Antigamente (at incio dos anos 90), era comum ver inventrios florestais com
volumes estimados a partir da rea basal, ou seja, AB x altura x fator de forma. O fator de
forma utilizado era igual a 0,7 proposto por peritos da FAO (Food and Agriculture
Organization) que realizaram os primeiros inventrios na Amaznia nas dcadas de 50 e 60. A
79
altura era, invariavelmente, "chutada". O engenheiro florestal deve utilizar-se de equaes
prprias para estimar o volume de madeira.
13.3. Volume
Volume real
Para desenvolver equaes de volume, voc precisa ter o volume real de vrios
indivduos. Este volume pode ser obtido por meio do mtodo destrutivo (aproveitando reas
exploradas ou desmatadas, autorizadas pelo Ibama) ou utilizando o relascpio de Bitterlich
(por exemplo). O mais comum o mtodo destrutivo. Antes de derrubar a rvore, o DAP
medido. Com a rvore no cho, as alturas ou comprimentos (comercial e total) so
determinados e o tronco dividido em pequenas toras, tentando se aproximar forma do
cilindro.
Alometria => (do grego: allos outra e metron medida) => o estudo das variaes
das formas e dos processos dos organismos e tem dois significados: (i) o crescimento de uma
parte do organismo em relao ao crescimento do organismo inteiro ou de parte dele e (ii) o
estudo das conseqncias do tamanho sobre as formas e os processos.
Voc pode usar uma funo conhecida de distribuio em dimetro (Weibull, por
exemplo) e ver se os dados j coletados se ajustam a esta funo. Teste simples como o qui-
80
quadrado (confrontao entre freqncia esperada e freqncia observada) d conta disso. Se
o teste for significante, colete mais dados das classes que esto faltando e refaa o teste qui-
quadrado. Se o resultado for no significante, voc tem, em mos, uma amostra representativa
de sua populao de interesse. H tambm a possibilidade de utilizar-se do recurso do
inventrio florestal quanto intensidade de amostragem; neste caso, cada indivduo uma
amostra. A frmula a seguinte:
n = ( t2 s2 ) / 2
s2 = estimativa da varincia
O passo seguinte testar modelos matemticos. Antigamente (fim dos anos 70), o
grande desafio era encontrar o melhor modelo para descrever a funo V = f (DAP, H).
Depois de vrias dissertaes e artigos cientficos, verificou-se que qualquer modelo, seja de
simples entrada (apenas DAP como varivel independente) ou de dupla entrada (DAP e H
como variveis independentes, combinadas ou no) produzem bons ajustes. A deciso para
escolher o melhor modelo ficou nos detalhes.
Hoje em dia, qualquer modelo que voc venha a testar, utilizando DAP e H, voc vai
conseguir uma alta e significativa correlao, um modelo que explica mais de 75% da
variao de seus dados (r2) e um erro padro de estimativa aceitvel. O padro de hoje o
modelo que apresenta r > 0,90, r2 > 0,90 e syx (%) < 10. Alm disso, o modelo tem que ter
uma boa distribuio de resduos, que : as diferenas entre os valores estimados e
observados, positivos e negativos, tm que se distribuir uniformemente ao longo da curva (ou
reta) estimada, ou seja, estas diferenas no podem aumentar (ou diminuir) conforme aumenta
4
Freese, F. 1962. Elementary forest sampling. Agriculture Handbook n 232. USDA-Forest Service. 91p.
81
o tamanho da rvore. Por exemplo: se o seu modelo produzir uma diferena de 0,5 m3 para
uma rvore com DAP = 10 cm, esta mesma diferena (mais ou menos) tem que ser verificada
para outra rvore com DAP = 70 cm ou DAP = 150 m.
1) ln V = a + b ln D
2) ln V = a + b ln D + c ln H
Regresso => descreve apenas o relacionamento linear entre uma varivel dependente
(Y) e uma ou mais variveis independentes (X1 = DAP, X2 = altura etc.).
an + b X1 = Y
a X1 + b X12 = X1Y
a = [ Y - b X1 ] / n
b = [ SPCX1Y ] / [ SQCX1 ]
an + b X1 + c X2 = Y
a X1 + b X12 + c X1 X2 = X1 Y
a X2 + b X1 X2 + b X22 = X2 Y
82
matriz de Y (nx1) = matriz de X (nxp) x matriz de coeficientes "b" (px1)
(X'X) b = X'Y
b = (X'X)-1 X'Y
Hoje, com o Excel ficou fcil inverter matrizes de qualquer tamanho e a multiplicao
mais fcil ainda. Mesmo assim, no h necessidade de trabalhar com matrizes para a
obteno dos coeficientes. Os programas de estatstica, em geral, calculam automaticamente
os coeficientes. Sei que para regresses simples (com dois coeficientes), o Excel d conta do
recado. Para regresses mltiplas e as no lineares, melhor usar outro software (Systat, SAS
etc.).
3) Erro padro de estimativa => syx => a raiz quadrada da mdia quadrtica dos
resduos (MQR), logo o desvio padro da relao. Ao comparar duas equaes, o uso deste
indicador direto, ou seja, aquela que apresentar o menor erro a melhor. Isoladamente,
preciso ainda alguns clculos. Dividindo syx pela raiz quadrada de n voc ter o erro padro da
mdia e dividindo o mesmo pela mdia da varivel dependente Y, voc ter o seu erro em
percentagem. Melhor ainda apresentar a incerteza de seu modelo. Neste caso, voc tem
estimar o intervalo de confiana (IC) e aquela poro (z * erro padro) dividida pela mdia
vai te fornecer a incerteza de seu modelo. Em geral, uma incerteza de 10% considerada
aceitvel.
83
4) Coeficientes de regresso => O Systat apresenta a constante ( a ) e os coeficientes
associados s outras variveis independentes (b, c, d etc.) => o Systat apresenta tambm a
significncia de cada coeficiente; se for no significante, voc remov-lo do modelo.
Com o melhor modelo em mos, voc vai aplic-lo em inventrios florestais. Num
inventrio na Amaznia, para rvores com DAP 10 cm, voc deve utilizar uma parcela de,
no mnimo, 2.500 m2 (10 x 250 m ou 20 x 125 m). Numa parcela deste tamanho, voc deve
encontrar entre 100 e 150 indivduos. Lembre-se que, de acordo com o conceito de intervalo
de confiana (IC), em 95 vezes (se o seu p = 0,05, por exemplo) a sua estimativa estar dentro
do seu IC e em 5 vezes, a estimativa estar fora do IC. Portanto, no se surpreenda e confie na
estatstica (na incerteza que o seu modelo declarou). No esquecer que os seus modelos so
logartmicos e, por esta razo, ao estimar o volume de madeira voc tem que usar o inverso do
logaritmo natural que a exponencial.
13.4. Biomassa
84
que exportada do sistema via explorao de madeira e que devolvida via inputs
atmosfricos. No entanto, depois da Rio-92, a biomassa ganhou uma nova dimenso. O
carbono da vegetao passou a ser um elemento importante nas mudanas climticas globais.
O eng florestal sabe (ou deveria saber) que aproximadamente 50% da madeira secada (em
estufa) carbono e que os compostos de carbono so: celulose (45%), hemicelulose (28%) e
lignina (25%).
Quem foi treinado para estimar o volume de madeira tem todas as condies para
estimar a biomassa tambm. O anexo 5 um artigo (manuscrito) sobre biomassa que j foi
publicado na Acta Amazonica5. Este artigo cobre o componente 1 do IPCC.
O componente 2 envolve razes e isto est sendo realizado pelo LMF (laboratrio de
manejo florestal do INPA) e ser includo em uma tese de doutorado. O trabalho de campo
para obteno do peso de razes muito trabalhoso, mas nada que assuste o verdadeiro eng
florestal. Como o solo da Amaznia muito pobre em nutrientes, as rvores tendem a
desenvolver razes superficiais raramente ultrapassam 50 cm de profundidade. Mesmo na
Amaznia, em regies que tm as estaes do ano (chuvosa e seca) bem definidas, as rvores
tendem a desenvolver razes mais profundas para procurar gua, o que no o caso da
Amaznia Central.
Equaes de biomassa
5
Higuchi, N., Santos, J. dos, Ribeiro, R.J., Minette, L. e Biot, Y. 1998. Biomassa da parte area da vegetao da
floresta tropical mida de terra-firme da Amaznia brasileira. Acta Amazonica, 28(2):152-166.
85
Procedimentos iguais aos de volume.
Para o caso de biomassa, cabem ainda as seguintes consideraes: (i) voc estima o
peso fresco; portanto, voc tem que transform-lo em peso seco e depois em carbono basta
multiplicar o peso pelas concentraes de gua e carbono obtidas em laboratrio; (ii) o
carbono como commodity (mercadoria) em bolsas de mercadorias significa estoque e
diferena de estoque; portanto, voc precisa trabalha com inventrio florestal contnuo com,
pelo menos, duas ocasies; (iii) voc precisa separar o peso nos trs componentes definidos
pelo IPCC.
86
Anexo 4
Distribuio de dimetro: Weibull versus Exponencial
1. Introduo:
Como a altura da rvore difcil de ser medida, com preciso, o dimetro passa a ser a
varivel mais importante e mais segura para estimar o volume e a biomassa de florestas
tropicais de uma regio como a Amaznia. Alm disso, o dimetro consagrou-se como uma
varivel importante na descrio da estrutura florestal, como tambm na comercializao de
madeira. Assim, a quantificao de distribuies de dimetro fundamental para o
entendimento da estrutura da floresta e do estoque da floresta, que so pr-requisitos nas
decises do manejo florestal.
Bailey and Dell (1973), Clutter et al. (1983) e Higuchi (1987) apresentam revises
compreensivas sobre distribuies de dimetro. De acordo com Clutter et al. (1983) e
Lawrence e Shier (1981), entre as vrias distribuies estatsticas, a distribuio Weibull tem
sido a mais usada pelo setor florestal, depois da distribuio exponencial.
87
f(x) = (c/b)xc-1 exp (-(x)c/b; para x0, c>0 e b>0
= 0, em outras circunstncias
b = ( xic ) / n (4)
Dessa forma, o coeficiente c pode ser estimado por meio de qualquer processo
iterativo ou via tentativa-e-erro para igualar os dois lados da equao (5). O coeficiente b
pode ser estimado pela equao (4), depois de estimado o c.
F(x) = 1 exp { - [ ( x - a ) / b ] c
88
ii. Weibull Percentis (PERC):
a = [ x1 xn x22 ] / [ x1 + xn 2x2 ]
b = - a + x (0,63n)
ln { [ ln (1 pk )]/ [ ln (1 pi ) ] }
c = -----------------------------------------
ln { [ x n*pk a ] / [x n*pi a ] }
onde:
x (0,63n) = o DAP rankeado em ( 0,63 * nmero total de DAP observados). Exemplo: num
conjunto de dados de 100 DAPs, x (0,63n) o 63 DAP.
p i = 0,16731 e p k = 0,97366
F(x) = 1 exp { - [ ( x a ) / b ] c
(iii) Exponencial:
Y = a e bx
podem ser obtidos pela linearizao (srie de Taylor) ou por meio do mtodo iterativo
(Marquardt, por exemplo), segundo Draper e Smith (1981). O software Systat pode calcular
os coeficientes pelos dois mtodos.
89
3. Clculo das probabilidades (freqncia esperada): caso Weibull percentis para DAP10
cm
90
Bibliografia:
Bailey, R.L. e T.R. Dell. 1973. Quantifying Diameter Distributions with the Weibull
Function. Forest Science 19:97-104.
Barros, P.L.C., S.A. Machado, D. Burger e J.D.P. Siqueira. 1979. Comparao de Modelos
Descritivos da Distribuio Diamtrica em uma Floresta Tropical. Floresta 10(2):19-31.
Clutter, J.L., J.C. Fortson, L.V. Pienaar, G.H. Brister e R.L. Bailey. 1983. Timber
Management: A Quantitative Approach. John Wiley and Sons, Inc. New York. 333p.
Cohen, A.C. 1965. Maximum Likelihood Estimation in the Weibull Distribution Based on
Complete and on Censored Samples. Technometrics 7(4):579-588.
Draper, N.R. e H. Smith. 1981. Applied Regression Analysis. John Wiley and Sons, Inc. New
York. Segunda edio. 709p.
Lawrence, K.D. e D.R. Shier. 1981. A Comparison of Least Squares and Least Absolute
Deviation Regression Models for Estimating Weibull Parameters. Commun. Statist.
Simula Computa. B10(3):315-326.
Little, S.N. 1983. Weibull Diameter Distribution for Mixed Stands of Western Confiers.
Can.J.For.Res. 13:85-88.
Zarnoch, S.J., C.W. Ramm, V.J. Rudolph e MW. Day. 1982. The effects of Red Pine
Thinning Regimes on Diameter Distribution Fitterd to Weibull Function. MSU
Agricultural Experiment Station East Lansing. RI-423. 11p.
Zarnoch, S.J. e T.R. Dell. 1973. An Evaluation of Percentile and Maximum Likelihood
Estimators of Weibull Parameters.
91
Anexo 5
Biomassa da Parte Area da Vegetao da Floresta Tropical mida de Terra-
Firme da Amaznia Brasileira.
Resumo
Usando um banco de dados com 315 rvores, com DAP5 cm, foram testados quatro
modelos estatsticos - linear, no linear e dois logartmicos - para estimar a biomassa de
rvores em p. Os dados foram coletados, de forma destrutiva, na regio de Manaus, Estado
do Amazonas, em um stio coberto por floresta de terra-firme sobre plats de latossolo
amarelo. Em diferentes simulaes com diferentes intensidades de amostragem, os quatro
modelos estimam precisamente a biomassa, sendo que o afastamento entre a mdia observada
e a estimada, em nenhuma ocasio ultrapassou 5%. As equaes para estimar a biomassa de
rvores individuais em uma parcela fixa, distintamente para rvores com 5DAP<20 cm e
com DAP20 cm, so mais consistentes do que o uso de uma nica equao para estimar,
genericamente, todas as rvores com DAP5 cm. O modelo logartmico com apenas uma
varivel independente, o DAP, apresenta resultados to consistentes e precisos quanto os
modelos que se utilizam tambm da varivel altura total da rvore. Alm do modelo
estatstico para estimar o peso da massa fresca total de uma rvore, outras informaes so
apresentadas, estratificadas nos diferentes compartimentos (tronco, galho grosso, galho fino,
folhas e, eventualmente, flores e frutos) de uma rvore, como: concentrao de gua para
estimar o peso da massa seca, concentrao carbono e a contribuio do peso de cada
compartimento no peso total.
palavras-chaves: Carbono, manejo florestal, modelo estatstico.
Aboveground Biomass of the Brazilian Amazon Rainforest
Abstract
Data set with 315 trees with diameter at breast height (dbh) greater than 5 cm was used to
test four statistical models - linear, non-linear and two logarithmics - to estimate aboveground
biomass of standing trees. The data were collected destructively in Manaus region, Central
Amazonia, in a site covered by a typical dense terra-firme moist forest on plateaus
dominated by yellow latosols. The difference between observed and estimated biomass was
always below 5%. The logarithmic model using a single independent variable (dbh) produced
results as consistent and precise as those with double-entry (dbh and total height). Besides
statistical models to estimate aboveground biomass, the following information are also
presented in this paper: the contribution of each tree compartment (stem, branch, twigs, leaves
and flowers or fruits) to the total weight of a standing tree, water concentration to estimate the
dry weight and carbon concentration of each tree compartment.
Key words: Carbon, forest management, statistical model
1
Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia - Cx. Postal, 478 - Manaus - Am.
2
U. K. Overseas Development Administration (ODA). Victoria Street, 94 - London. SW1E5JL - England.
92
Introduo:
O objetivo deste trabalho o desenvolvimento de modelos estatsticos para estimar a
biomassa individual, de rvores em p, de espcies da floresta densa de terra-firme, regio de
Manaus (AM), assim como a apresentao de informaes necessrias para a converso de
massa fresca para massa seca e de biomassa para estoque de carbono. So testados quatro
modelos, linear, no-linear e dois logartmicos, tendo como varivel dependente, o peso da
massa fresca (no seca) e, como variveis independentes, dimetro altura do peito (DAP) e
altura total, de rvores individuais. O principal atributo dos modelos testados o tamanho da
rvore e, por esta razo, tm que absorver a alta diversidade florstica e as diferentes
associaes botnicas, distribuies espaciais e densidades da madeira (intra e
interespecficas), da vegetao de terra-firme.
As estimativas de biomassa florestal so informaes imprescindveis nas questes
ligadas, entre outras, s reas de manejo florestal e de clima. No primeiro caso, a biomassa
est relacionada com os estoques de macro e micronutrientes da vegetao, que so obtidos
pelo produto da massa pelas concentraes de cada mineral. No caso do clima, a biomassa
usada para estimar os estoques de Carbono, que, por sua vez, so utilizados para estimar a
quantidade de CO2 que liberada atmosfera durante um processo de queimadas.
O manejo florestal est associado ao uso sustentvel dos recursos florestais existentes,
para atender s demandas da sociedade, por produtos madeireiros e no-madeireiros.
Tratando-se de Amaznia, os cuidados tm que ser redobrados porque estes recursos esto em
ecossistemas heterogneos, complexos e frgeis. Os solos da Amaznia so antigos e, em sua
maioria, pobres em nutrientes (especialmente para a agropecuria) e cidos. A contrastante
exuberncia de sua cobertura florestal est associada s estratgias de conservao e de
ciclagem de nutrientes dentro do prprio sistema. importante conhecer a distribuio de
nutrientes nos diferentes compartimentos (tronco, galho, casca, folha), para controlar a
exportao dos mesmos pela colheita florestal e entrada via inputs atmosfricos e, com isto,
minimizar os impactos ambientais da produo madeireira.
Para as questes climticas, h grande interesse em quantificar a biomassa que
convertida, principalmente em dixido de carbono, pelas diferentes formas de uso do solo
amaznico (Fearnside et al., 1993, Foster Brown et al., 1995, Higuchi & Carvalho Jr., 1994,
Skole et al., 1994, Schroeder & Winjum, 1995 e Fearnside, 1996). Esta informao
necessria para uma correta avaliao da contribuio dos projetos de desenvolvimento da
regio, no processo de mudanas climticas globais, no mbito da Conveno do Clima,
assinada pelo Governo Brasileiro durante a Conferncia das Naes Unidas sobre
Desenvolvimento e Meio Ambiente, Rio-92.
As estimativas de biomassa, atualmente disponveis na literatura, dos diversos tipos
florestais da Amaznia, vm de estudos que se utilizam de mtodos diretos e indiretos. O
mtodo direto consiste na derrubada e pesagem de todas as rvores que ocorrem em parcelas
fixas, fornecendo estimativas, que segundo Brown et al. (1989), no so confiveis porque
baseiam-se em poucas parcelas, pequenas e tendenciosamente escolhidas. No mtodo indireto,
as estimativas tm sido produzidas a partir de dados de inventrios florestais, que foram
executados com a finalidade de planejar a explorao e o manejo florestal, sendo o volume da
madeira, a principal varivel. Neste mtodo, a biomassa estimada a partir do volume da
madeira, usando-se a densidade mdia da madeira e um fator de correo para rvores com
DAP < 25 cm.
Estes dois mtodos ainda geram muita polmica e controvrsias e produzem
estimativas desencontradas, mesmo quando se usa o mesmo banco de dados (Fearnside et al.,
1993, Brown et al., 1989 e Higuchi et al., 1994 e Foster Brown et al., 1995). A tabela 1 ilustra
93
o que foi posto anteriormente. Esta tabela foi parcialmente reproduzida de FEARNSIDE et al.
(1993), considerando apenas a biomassa viva acima do nvel do solo. So produzidas
estimativas diferentes, com o passar do tempo, pelos mesmos autores e para o mesmo banco
de dados (montado nos anos 70). Alm disso, Foster Brown et al. (1995) criticam estes
bancos de dados, afirmando que as alturas das rvores foram obtidas sem aparelhos de
medio e que, estes erros no amostrais no so mencionados.
O consenso existente entre os pesquisadores que trabalham com biomassa de que
praticamente impossvel determinar a biomassa de cada rvore, pelo mtodo direto, ao
executar um inventrio florestal. Por esta razo, os recursos da anlise de regresso para o
desenvolvimento de modelos estatsticos, para estimar a biomassa de rvores em p, devem
ser empregados para superar este problema. Salomo et al. (1996) citam apenas dois modelos
estatsticos utilizados na Amaznia; um proposto por Sandra Brown e colaboradores e, outro,
proposto por Christopher Uhl e colaboradores. O primeiro requer o conhecimento da
densidade da madeira de cada indivduo, que praticamente impossvel obte-la durante o
inventrio; e o segundo, recomendado para florestas secundrias. Alm destes, h o modelo
de Overman et al. (1994), para a floresta amaznica colombiana, desenvolvido principalmente
para rvores de pequenos dimetros.
Materiais e Mtodos
(i) Coleta de Dados:
Os dados foram coletados na Estao Experimental de Silvicultura Tropical (EEST)
do INPA, aproximadamente 90 km ao norte de Manaus, em reas derrubadas para
experimentos com liberao de dixido de carbono, usando-se queimadas tradicionalmente
praticadas por pequenos produtores da regio, e em reas especialmente designadas para esta
pesquisa. Nos dois casos foram escolhidas reas de plats sobre latossolo amarelo. Estes
dados constituem o banco de dados de biomassa do INPA.
No total, foram derrubadas e pesadas 315 rvores-amostras com DAP5 cm. O peso
total de todos os indivduos amostrados foi compartimentado em tronco e copa (incluindo
galhos e folhas e, eventualmente, frutos). Alm do peso da rvore, foram tambm medidos o
DAP, altura total, altura comercial, altura da copa e dimetro da copa. A distribuio de
freqncia e a estatstica descritiva dos dados observados encontram-se nas tabelas 2a e 2b).
Na tabela 2c observam-se as estatsticas descritivas para as variveis DAP, altura total e peso
total, quando os dados so divididos em algumas classes de dimetro. Nesta tabela fica
evidente que a varivel peso total tem uma variabilidade natural bem maior que as outras duas
variveis, mesmo em mais classes de dimetro.
Para obteno das concentraes de gua e nutrientes de cada compartimento da
rvores, 38 indivduos (dos 315 amostrados) foram coletados diferentemente, baseando-se no
esquema apresentado por Higuchi & Carvalho Jr. (1994) e Santos (1996). Foram retiradas
amostras (discos) a 0% (base), 25, 50, 75 e 100% (topo) do tronco e do galho grosso
(dimetro de base10 cm). Do tronco foi retirado tambm um disco altura do DAP. Todos
os discos retirados foram imediatamente pesados e enviados ao laboratrio para secagem em
estufas calibradas a 105o C. O mesmo procedimento foi adotado para os galhos finos e folhas,
mas que em vez de discos, foram retiradas, de vrias partes da copa, amostras de 5 e 3 kg,
respectivamente. A estimativa da concentrao de carbono na vegetao das espcies mais
abundantes, no stio estudado, foi feita tendo ainda as amostras coletadas por Higuchi &
Carvalho Jr. (1994).
O peso total de cada uma destas 38 rvores foi compartimentado em tronco, casca,
galho grosso, galho fino (dimetro<10 cm), folha e, eventualmente, flores e frutos. Alm
94
destas concentraes, a coleta compartimentada permite ainda a determinao da contribuio
de cada um dos compartimentos no peso total da rvore. A estatstica descritiva destes dados e
a contribuio de cada compartimento no peso total e a porcentagem do Peso da massa fresca
que transformado em Peso da massa seca, visualizam-se nas tabelas 3a e 3b.
Um desdobramento da pesquisa de Nutrientes o estudo de densidade da madeira
3
(g/cm ), nos sentidos base-topo e casca-medula da rvore (utilizando-se das amostras
coletadas a 0, 25, 50, 75 e 100% da altura comercial e do DAP). Resultados preliminares
deste estudo encontram-se na tabela 4, de 12 rvores analisadas.
O banco de dados de biomassa do INPA vem sendo completado ao longo do tempo e
j foi utilizado preliminarmente por Higuchi et al. (1994), Higuchi & Carvalho Jr. (1994),
Arajo (1995) e Santos (1996).
(ii) Modelos Testados:
Os modelos estatsticos foram selecionados a partir do trabalho de SANTOS (1996),
que testou 34 diferentes modelos em diferentes combinaes.
O banco de dados foi dividido em dois, para rvores com 5DAP<20 cm e DAP20
cm. Foram testados os seguintes modelos estatsticos, para todas as rvores com DAP5 cm,
equao nica, e para as duas classes de tamanho, (a) 5DAP<20 cm e (b) DAP20 cm:
1. ln Pi = 0 + 1 ln Di + ln i
2. ln Pi = 0 + 1 ln Di + 2 ln Hi + ln i
3. Pi = 0 + 1 Di2Hi + i
4. Pi = 0 D 1 H 2 + i
para i = 1, 2, ... 315 - equao nica
i = 1, 2, ... 244 - equao (a)
i = 1, 2, ... 71 - equao (b)
onde:
Pi = peso da massa fresca de cada rvore, em quilograma (para modelos 1, 2 e 4) e em
toneladas mtricas (para o modelo 3).
Di= dimetro altura do peito de cada rvore, DAP, em centmetros (para modelos 1,
2 e 4) e em metros (para o modelo 3)
Hi = altura total de cada rvore, em metros
0, 1 e 2 = coeficientes de regresso
i = erro aleatrio
ln = logartimo natural
Os modelos estatsticos propostos por Brown e Lugo (Foster Brown et al., 1995,
Salomo et al., 1996) e aqueles que apresentaram os melhores resultados no trabalho de
Saldarriaga et al. (1988), que incluem densidade da madeira, no foram testados porque esta
varivel de difcil obteno para cada indivduo em p. Alm disso, segundo Higuchi &
Carvalho Jr. (1994), a densidade da madeira (g/cm3) apresenta significativas variaes intra e
inter-especficas. Pelas mesmas razes, Overman et al. (1994) descartam esta varivel, apesar
do bom desempenho dos modelos que a contm.
95
Na tabela 4, onde visualizam-se as densidades de 12 rvores, observa-se que: a menor
densidade de 0,480 e a maior de 1,031; a densidade tende a diminuir no sentido base-topo;
a densidade mdia, considerando base-topo, de 0,756; e esta ltima varivel sempre menor
que a densidade mdia obtida na altura do DAP. A densidade mdia do DAP igual a 0,803,
que, por sua vez, diferente de todas as estimativas fornecidas por Foster Brown et al. (1995)
e a de Saldarriaga et al. (1988). As variaes no sentido casca-medula tambm so
significativas (Higuchi & Carvalho Jr., 1994).
(iii) Escolha do Melhor Modelo Estatstico:
Para a escolha do melhor modelo estatstico visando-se estimar a biomassa em p da
rea em estudo, foram adotados os procedimentos tradicionais da cincia florestal, que so:
maior coeficiente de determinao, menor erro padro de estimativa e melhor distribuio dos
resduos (Santos, 1996). Alm destes procedimentos, foram simuladas amostras de diferentes
intensidades, para testar a consistncia dos modelos na estimativa da biomassa. Foram
tomadas 15 amostras com 50 rvores selecionadas aleatoriamente do banco de dados original;
10 amostras com n = 100; 5 amostras com n = 200; e 5 amostras com n = 300.
Resultados e Discusso:
Do trabalho de Higuchi & Carvalho Jr. (1994), as seguintes informaes quantitativas
do stio estudado so importantes para uma melhor interpretao destes resultados e para
futuras comparaes com outros stios:
- Em uma parcela fixa de 2.000 m2, o peso da biomassa fresca distribui-se da seguinte
maneira, em relao ao peso total: a vegetao (exceto cips) com DAP5 cm contribui com
86,9% do peso total; a vegetao com DAP<5 cm contribui com 2,4%; os cips contribuem
com 1,3% e a liteira (toda a vegetao morta sobre a superfcie do solo) contribui com 9,4%.
- Os teores mdios de carbono so os seguintes: tronco (48%), galhos grossos (48%),
galhos finos (47%), folhas (39%), plntulas - at 50 cm de altura - (47%), mudas - altura>50
cm e DAP<5 cm - (49%), cips (48%) e liteira (39%).
Os coeficientes de regresso e de determinao e os erros padres de estimativa de
todos os quatro modelos estatsticos testados (rvores com DAP5 cm), incluindo as
variaes (a) para rvores com 5DAP<20 cm e (b) DAP20 cm, verificam-se na tabela 5. De
um modo geral, os quatro modelos (incluindo as variaes a e b) esto aprovados nos quesitos
coeficiente de determinao (r2) e erro padro de estimativa (sy.x) e, por esta razo, poderiam
ser utilizados para estimar a biomassa de rvores em p da rea em estudo.
Todos os modelos apresentam coeficientes de correlao (r) altamente significantes
(<0,01). De um modo geral, os modelos nicos para rvores com DAP 5 cm apresentam
os maiores coeficientes de determinao (r2), exceto para o modelo 3. Com relao ao (sy.x), o
modelo 4 o que tem o melhor desempenho, apresentado os menores erros, seguido do
modelo 2. Combinando as equaes a e b, no mesmo banco de dados, os erros (em
quilogramas) produzidos foram: 949, 693, 356 e 537, respectivamente para os modelos 1, 2, 3
e 4. Nesta situao, o melhor desempenho do modelo 3, seguido do modelo 4.
O exame da distribuio dos resduos mostra que os modelos 1, 2 e 3 no apresentam
nenhum padro, distribuindo-se aleatoriamente ao longo do eixo da biomassa observada e
estimada, ordenada de forma crescente pela varivel DAP. O modelo 4, no entanto, apresenta
um claro padro, aumentando os desvios conforme aumentam os DAPs.
As equaes resultantes so:
Modelo 1:
96
- Equaes a & b: (a) ln P = -1,754 + 2,665 ln D; para 5DAP<20 cm
(b) ln P = -0,151 + 2,170 ln D; para DAP20 cm
- Equao nica: ln P = -1,497 + 2,548 ln D; para para DAP5 cm
Modelo2:
- Equaes a & b: (a) ln P = -2,668 + 2,081 ln D + 0,852 ln H; para 5DAP<20
(b) ln P = -2,088 + 1,837 ln D + 0,939 ln H; para DAP20 cm
- Equao nica: ln P = -2,694 + 2,038 ln D + 0,902 ln H; para DAP5 cm
Modelo 3:
- Equaes a & b: (a) P = 0,0056 + 0,621 D2H; para 0,05DAP<0,20 m
(b) P = 0,393 + 0,473 D2H; para DAP0,20 m
- Equao nica: P = 0,077 + 0,492 D2H; para DAP0,05 m
Modelo 4:
- Equaes a & b: (a) P = 0,0336 * D2,171*H1,038; para 5DAP<20 cm
(b) P = 0,0009 * D1,585*H2,651; para DAP20 cm
- Equao nica: P = 0,001 * D1,579*H2,621; para DAP5 cm
A verificao da consistncia de cada um dos modelos estatsticos para estimar a
biomassa em p, sobre amostras simuladas (tiradas aleatoriamente do banco de dados
original), encontram-se na tabela 6. Nesta tabela verificam-se as mdias observadas e
estimadas em cada simulao. A anlise feita sobre o afastamento da mdia estimada em
relao observada, em percentagem, utilizando-se equaes distintas para estimar a
biomassa de rvores com 5DAP<20 cm e DAP20 cm e uma nica equao para todas as
rvores contidas na amostra com DAP5 cm.
(i) Modelo 1:
- Usando as equaes a e b, para estimar a biomassa do banco de dados original, a
mdia estimada afasta-se -1,9% da mdia observada, ou seja, o desvio6 de -1,9%. Quando
utiliza-se uma s equao para estimar a biomassa das duas classes de dimetro, o
desempenho anterior no repetido, apresentando um desvio de +16%. Excepcionalmente, na
simulao com n = 50, o uso de uma s equao resulta em um desvio mdio de +2,8%, que
poderia ser considerado bom se no fosse a amplitude de variao entre o menor e o maior
desvio, que foi de 0,1 a 24,9%.
- Este modelo (equaes a e b) demonstra a mesma consistncia nas simulaes com n
= 300, n = 200 e n = 100, respectivamente, com desvios de -1,9% (1,6 e 2,3, menor e maior
desvio, em valores absolutos), +0,5% (2,7 e 11,6) e +2,6% (3,7 e 22,1). A simulao com n =
50, o desvio mdio de -10,2%.
- A equao nica para estimar a biomassa, usando este modelo estatstico, no
alternativa para as duas equaes, ou seja, o uso deste modelo requer as duas equaes para
estimar a biomassa de rvores com 5DAP<20 cm e DAP20 cm, separadamente.
6
Desvio afastamento, em %, do peso mdio estimado pelas diferentes equaes, em relao ao peso mdio
observado. Entre parntesis, os desvios aparecem em valores absolutos e o primeiro sempre o menor e, o
segundo, o maior desvio.
97
- Trata-se de um modelo com apenas o DAP como varivel independente, que uma
varivel fcil de ser medida no campo, sem erros no amostrais. O nico problema deste
modelo que o peso ser sempre o mesmo, para um determinado dimetro,
independentemente da altura da rvore, da espcie e de outros atributos da rvore.
(ii) Modelo 2:
- Usando as equaes a e b, para estimar a biomassa do banco de dados original, a
mdia estimada afasta-se -3,6% da mdia observada. Quando utiliza-se uma s equao para
estimar a biomassa das duas classes de dimetro, o seu desempenho melhor do que o
anterior, com desvio de +2,9%.
- Este modelo (equaes a e b) demonstra a mesma consistncia nas simulaes com n
= 300, n = 200 e n = 100, respectivamente, com desvios de -3,6% (3,2 e 4,3, menor e maior
desvio, em valores absolutos), -1,8% (5,2 e 6,7) e -1,1% (0,9 e 12,7). A simulao com n =
50, o desvio mdio de 9,4%. O uso de uma s equao tem um desempenho razovel para
todas as simulaes, que exceto para n = 50, apresenta desvio menor do que quando se
utilizam as equaes a e b.
- Apesar do bom desempenho da equao nica, em relao aos desvios mdios, onde
as diferenas so negligveis, as amplitudes de variao dos mesmos nas equaes a e b so
menores, sendo, por esta razo, mais apropriadas para a estimativa da biomassa.
- A incorporao da altura total neste modelo permite estimar diferentes pesos para
iguais DAPs, ao contrrio do modelo 1.
(iii) Modelo 3:
- Usando as equaes a e b, para estimar a biomassa do banco de dados original, a
mdia estimada afasta-se +1,2% da mdia observada. Quando se utiliza uma s equao para
estimar a biomassa das duas classes de dimetro, o seu desempenho melhor do que o
anterior, com desvio de +0,1%. Apesar de um claro padro na distribuio dos resduos, este
modelo tem uma boa capacidade de compensao quando se utiliza todo o banco de dados,
tanto com as equaes a e b como com a equao nica para as duas classes de dimetro.
- Este modelo (equaes a e b) demonstra a mesma consistncia nas simulaes com n
= 300, n = 200, n = 100 e n = 50, respectivamente, com desvios de +1,2% (0,4 e 1,6, menor e
maior desvio, em valores absolutos), +3,1% (1,1 e 13,7), +3,8% (0,8 e 20,3) e -4,8% (0,4 e
19,4). O uso de uma s equao tem um desempenho to consistente quanto ao anterior, com
desvios de +0,1% (0,2 e 0,9), +2,2% (0,6 e 11,5), +2,4% (0,7 e 17,6) e -6,8% (0,4 e 16,2),
respectivamente para n = 300, n = 200, n = 100 e n = 50.
- A equao nica para este modelo a melhor alternativa para estimar a biomassa,
principalmente considerando apenas a estimativa da biomassa mdia de uma parcela fixa, sem
preocupar-se com as estimativas individuais. Em todos os tamanhos da amostragem, esta
equao demonstrou-se bastante consistente e precisa.
- Sem preocupar-se com as estimativas individuais, prestando ateno apenas no total
ou na mdia das parcelas fixas, este o melhor modelo entre os testados. De um modo geral,
este modelo superestima o peso das menores classes de dimetro. Para grandes inventrios
para estimativa de biomassa, este modelo o mais preciso.
(iv) Modelo 4:
- Usando as equaes a e b, para estimar a biomassa do banco de dados original, a
mdia estimada afasta-se -4,6% da mdia observada. Quando utiliza-se uma s equao para
98
estimar a biomassa das duas classes de dimetro, o desempenho anterior no repetido, com
desvio de -7,3%.
- Este modelo (equaes a e b) demonstra a mesma consistncia nas simulaes com n
= 300, n = 200, n = 100 e n = 50, respectivamente, com desvios de -4,3% (3,4 e 5,1, menor e
maior desvio, em valores absolutos), +0,3% (0,6 e 3,7), -4,0% (1,2 e 7,6) e -7,7% (4,2 e 16,1).
O uso de uma s equao tem um desempenho inferior a todos os outros modelos testados e,
por esta razo, no uma alternativa para as duas equaes. Neste caso, a opo tem que ser
pelas duas equaes, 4 a para rvores com 5DAP<20 cm e 4b para DAP20 cm.
- De todos os modelos testados, este modelo o que apresenta as menores amplitudes
de variao, demonstrando uma boa consistncia na estimativa da biomassa. um modelo
bastante conservador e que apresenta poucas surpresas na estimativa da biomassa das
diferentes classes de dimetro.
Consideraes finais:
1. Os quatro modelos estatsticos testados produzem estimativas confiveis de
biomassa de rvore em p, todos com desvios inferiores a 5% em relao mdia.
2. As equaes distintas para rvores com 5DAP<20 cm e com DAP20 cm so
mais consistentes que a equao nica para todas as rvores com DAP5 cm.
3. Dentre os modelos testados, os melhores so os modelos 1 e 4, respectivamente com
as seguintes equaes:
(a) ln P = -1,754 + 2,665 ln D; para 5DAP<20 cm
(b) ln P = -0,151 + 2,170 ln D; para DAP20 cm
e
(a) P = 0,0336 * D2,171*H1,038; para 5DAP<20 cm
(b) P = 0,0009 * D1,585*H2,651; para DAP20 cm
- O modelo 1 tem a vantagem de ser dependente de apenas uma varivel, o
DAP, que uma varivel fcil de ser medida no campo, com poucos riscos de erros no
amostrais;
- O modelo 4 tem a vantagem de ser muito consistente e de poder estimar mais
realisticamente rvores individuais, com mesmos DAPs e diferentes alturas. Alm disso, este
modelo j foi preliminarmente utilizado por ARAUJO (1995), em Tom-Au (Par), para
confrontar com os resultados obtidos pelo mtodo direto. Em Tom-Au, a biomassa estimada
por este modelo ficou tambm a menos de 5% da observada.
4. A eficincia das equaes est associada utilizao de parcelas fixas para o
inventrio de biomassa de um determinado stio, com as dimenses mnimas recomendadas
para os inventrios florestais na Amaznia.
5. O peso do tronco seco corresponde a 61% de seu peso antes da secagem; e o da
copa corresponde a 58% de seu peso fresco.
6. Do peso total de uma rvore, 65,6% tronco e 34,4% copa. A contribuio de
cada compartimento da rvore em seu peso total a seguinte: tronco (65,6%), galho grosso
(17,8%), galho fino (14,5%), folhas (2,03%) e flores/frutos (0,01%).
7. Os teores mdios de carbono so os seguintes: tronco (48%), galhos grossos (48%),
galhos finos (47%) e folhas (39%).
99
Tabela 1: Algumas estimativas de biomassa para a floresta densa da Amaznia brasileira*.
100
(c) Estatstica Descritiva dos Dados Observados, Divididos em Algumas Classes de Dimetro:
(b) Contribuio de cada compartimento (tronco, galho grosso, galho fino, folhas e flor/frutos)
no peso total de uma rvore e % do PF de cada um que transformado em PS:
101
Tabela 4: Informaes sobre Densidade da Madeira.
Modelo b0 b1 b2 r2 sy.x
1 -1,497 2,548 0,97 1729
1a -1,754 2,665 0,92 43
1b -0,151 2,170 0,90 2035
2 -2,694 2,038 0,902 0,98 812
2a -2,668 2,081 0,852 0,95 35
2b -2,088 1,837 0,939 0,91 1497
3 0,077 0,492 0,90 716
3a 0,0056 0,621 0,94 34
3b 0,393 0,473 0,86 1508
4 0,001 1,579 2,621 0,94 540
4a 0,0336 2,171 1,038 0,94 31
4b 0,0009 1,585 2,651 0,92 1159
b0, b1 e b2 = estimadores dos parmetros 0, 1 e 2, respectivamente.
r 2 = coeficiente de determinao ajustado
ry.x = erro padro de estimativa.
- modelo 1: ln Pi = b0 + b1 ln Di; sendo (1) para DAP5 cm e i = 1,..., 315; (1a) para
5DAP<20 cm e i = 1,..., 244; e (1b) para DAP20 cm e i = 1,..., 71.
- modelo 2: ln Pi = b0 + b1 ln Di + b2 ln Hi; sendo (2) para DAP5 cm e i = 1,..., 315; (2a) para
5DAP<20 cm e i = 1,..., 244; e (2b) para DAP20 cm e i = 1,..., 71.
- modelo 3: Pi = b0 + b1 Di2Hi; sendo (3) para DAP0,05 m e i = 1,..., 315; (3a) para
0,05DAP<0,20 m e i = 1,..., 244; e (3b) para DAP 0,20 m e i = 1,..., 71.
- modelo 4: Pi = b0 D b1 H b2; sendo (1) para DAP5 cm e i = 1,..., 315; (1a) para 5DAP<20
cm e i = 1,..., 244; e (1b) para DAP20 cm e i = 1,..., 71.
102
Tabela 6: Resumo das simulaes utilizando diferentes intensidades de amostragem (tomadas
aleatoriamente do banco de dados).
Biomassa observada
(observada e estimada) equaes a & b equao nica
observada 782,7
banco de dados modelo 1 768,2 [ -1,9 ] 907,7 [+16,0 ]
modelo 2 754,6 [ -3,6 ] 805,2 [ +2,9 ]
(n = 315) modelo 3 792,1 [ +1,2 ] 783,3 [ +0,1 ]
modelo 4 746,9 [ -4,6 ] 725,3 [ -7,3 ]
observada 794,1
amostra com n = 300 modelo 1 779,1 [ -1,9 ] 924,1 [ +16,4 ]
modelo 2 765,5 [ -3,6 ] 817,0 [ +2,9 ]
(5 repeties) modelo 3 803,3 [ +1,2 ] 794,7 [ +0,1 ]
modelo 4 760,2 [ -4,3 ] 738,9 [ -7,0 ]
observada 784,2
amostra com n = 200 modelo 1 788,3 [ +0,5 ] 944,2 [ +20,4 ]
modelo 2 770,0 [ -1,8 ] 826,4 [ +5,4 ]
(5 repeties) modelo 3 808,1 [ +3,1 ] 801,3 [ +2,2 ]
modelo 4 786,3 [ +0,3 ] 740,2 [ -5,6 ]
observada 844,8
amostra com n = 100 modelo 1 866,9 [ +2,6 ] 1052,4 [ +24,6 ]
modelo 2 835,4 [ -1,1 ] 900,5 [ +6,6 ]
(10 repeties) modelo 3 876,6 [+3,8 ] 865,1 [ +2,4 ]
modelo 4 811,3 [ -4,0 ] 790,8 [ -6,4 ]
observada 836,2
amostra com n = 50 modelo 1 750,8 [ -10,2 ] 859,3 [ +2,8 ]
modelo 2 757,2 [ -9,4 ] 799,8 [ -4,4 ]
(15 repeties) modelo 3 795,8 [ -4,8 ] 779,1 [ -6,8 ]
modelo 4 771,8 [ -7,7 ] 750,8 [ -10,2 ]
103
Bibliografia
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Dimensions of Deforestation in Amazonia. BioScience, 44(5):314-321.
104
Captulo 14
Cadeia de Markov para predizer a dinmica da floresta amaznica
1. Introduo:
105
2. Cadeia de Markov:
Segundo Enright e Ogden (1979), nas florestas tropicais, o atributo tamanho pode ser
mais importante do que a idade. Uma razo para isso que o tamanho pode ser mais
ecologicamente informativo do que a idade, quando esta difcil de ser obtida com preciso.
Alm disso, segundo ainda os mesmos autores, a diviso de ciclos de vida em estgios de
desenvolvimento pode permitir a predio do comportamento futuro mais precisamente do
que a diviso em puras classes de idade. Usher (1966) usou o atributo tamanho no lugar da
idade para desenvolver um modelo para o manejo de recursos renovveis. Ele afirma que um
organismo que est na i-sima classe no tempo t, pode permanecer na mesma classe, mudar
para a classe seguinte (mais de uma classe tambm) ou morrer, no tempo t+1.
106
florestal de uma populao de Araucaria numa floresta tropical mida de Papua Nova Guinea
e Nothofagus em floresta montana temperada da Nova Zelndia (Enright e Ogden, 1979);
sucesso de trmitas em Gana (Usher, 1979); sucesso florestal na Nova Jersey (Horn, 1975);
aplicao da Cadeia de Markov em estudos de dinmica florestal em florestas tropicais
(Acevedo, 1981) e a aplicao de Markov para predizer o desenvolvimento de um
povoamento florestal (Usher, 1966; Usher, 1969, Bruner e Moser, 1973; Peden et al., 1973 e
Buogiorno e Michie, 1980).
Alder (1980) tambm descreve a matriz de transio como uma possvel ferramenta
para anlise de dados de crescimento e incremento de povoamentos multianos de florestas
tropicais mistas. Na regio de Manaus, Higuchi (1987) usou Markov para estudar a dinmica
das parcelas testemunhas do projeto de manejo florestal (Projeto Bionte) e Rocha (2001) nos
transectos do projeto Jacaranda. A maioria dos trabalhos citados anteriormente inclui revises
razoveis da teoria do mtodo de Markov. H tambm outras leituras teis sobre o assunto,
como Grossman e Turner (1974), Chiang (1980) e Anderson e Goodman (1957).
depender apenas da diferena entre t e t+1, mas no de t e t+1 separadamente (Chiang, 1980).
p ij = n ij / n j
107
A matriz de transio probabilstica de uma cadeia de Markov para um processo de n
estados pode ser montada da seguinte maneira:
sendo que as probabilidades p ij so no-negativos e a soma de pi1 + pi2 + ... + pim deve ser
igual a 1.
No caso dos dados da parcela permanente do exemplo, vamos considerar 15 estados (i,
j = 1, 2, ...15), onde:
1. Matriz A (Quadro 1) => transio entre a 1 ocasio (1990) e 2 ocasio (1997) =>
tabelas dinmicas do Excel (V. Box). Daqui uns 10 anos, bem provvel que algum no veja
108
nenhuma importncia nas instrues contidas no Box por achar completamente obsoleta.
Hoje, em 2005, apesar deste recurso ser pouco conhecido pelos florestais, um poderoso e
prtico instrumento para organizar os dados. Quando se trabalha com parcelas permanentes,
re-medidas em vrias ocasies sucessivas, a tabela dinmica serve tambm para conferir o
arquivo de dados. A matriz A simtrica; portanto, h 17 colunas e 17 linhas.
1.1. => total 1 ocasio = (total, freqncia da linha 17 e coluna 17 ou f17,17 = 673)
menos recrutas (R, linha 1 e coluna 17 ou f1,17 = 189) = 484
1.2. => total 2 ocasio = (total, f17,17 = 673) menos mortas (M, f17,16 = 45) = 628
2. Matriz B1 e B2 (Quadro 2) => probabilidades de mudanas de um estado (i) para outro (j).
A matriz de probabilidade repetida pra facilitar a multiplicao de matrizes no Excel.
Portanto B1 = B2.
2.1. Recrutas (R) => das 189 rvores recrutadas em 1997 => 160, 22, 3, 3 e 1,
respectivamente, foram recrutadas para a 1 classe (10<15), 2 (15<20), 3 (20<25), 4
(25<30) e 5 classe (30<35).
2.3. 1 classe (10<15) => das 180 rvores que estavam na 1 classe na 1 ocasio
(1990) => na 2 ocasio (1997), 116 permaneceram na 1 classe, 48 mudaram para a 2
classe, 1 passou para a 3 classe e 15 morreram.
2.5. 2 classe (15<20) => das 101 rvores que estavam na 2 classe na 1 ocasio
(1990) => na 2 ocasio (1997), 69 permaneceram na 2 classe, 21 mudaram para a 3
classe, 1 passou para a 4 classe e 10 morreram.
3. Matriz de probabilidade 2 passos adiante (Quadro 3) => at 2004 => matriz de transio
probabilstica elevada ao quadrado (2) => Se quiser 3 passos adiante, a matriz de transio
probabilstica ser elevada ao cubo (3) => Matriz C
- antes ir funo, blocar um espao igual matriz que ser multiplicada (B1
ou B2).
109
- definir matriz 1 (B1) blocando-a (passando o cursor em toda a sua
extenso).
- truque pra ver o resultado (matriz C) => segurar juntos Ctrl e Shift e apertar
Enter mantendo o cursor sobre a funo (Fx).
4.1. Copiar os totais da coluna Q (Q4 a Q 16) ao final da matriz C (recriando a coluna
Q para esta matriz).
5.1. Recrutamento (em diferentes classes de dimetro) => Enquanto no tiver uma
srie histrica de recrutamento, o nico recurso usar o n de indivduos recrutados de
uma ocasio para outra. Se 3 ocasies esto disponveis, o certo usar a mdia [ R =
(R1+R2)/2 ], sendo que R1 o n indivduos recrutados entre a 1 e 2 ocasio e R2 o
n entre a 2 e 3 ocasio.
2 CD = (22+8)/2 = 15
3 CD = (3+0)/2 = 1,5
4 CD = (3+0)/2 = 1,5
5 CD = (1+0)/2 = 0,5
110
5.2. Classe PRX. => esta classe criada apenas para descrever a dinmica das
rvores truncadas ao DAP 65 cm. Na tabela com as freqncias esperadas (E), a
freqncia da classe PRX deve ser acrescentada classe DAP 65 cm.
6. Freqncias esperadas (E) para a 3 ocasio (Quadro 5b) => Projeo feita + recrutamento
ajustado.
7. Comparao entre freqncias esperadas (E), para 2004, fornecida pela Cadeia de Markov
e as freqncias observadas de fato em 2004 (Quadro 6) => uso do teste qui-quadrado ( 2 ).
Este quadro final apenas para ilustrar a eficincia da Cadeia de Markov para fazer
projees. Isso foi feito porque h uma srie histrica longa o suficiente para este tipo de
exerccio. Como se tem verdade de campo, que so as re-medies realizadas em 2004,
possvel comparar a projeo com os valores observados de fato. Neste exemplo, como o 2
tabelado com 11 graus de liberdade e p = 0,10 igual a 17,28, isso significa dizer que h
fracas evidncias para afirmar que E seja diferente de O. Usando p = 0,05, o valor de 2
igual a 19,68 e, do ponto de vista de estatstica, pode-se afirmar que o teste no significante.
O certo seria usar a transio probabilstica de 1990 a 2004 (e no 1997) para fazer
projees para um perodo imediatamente posterior, de 14 anos, ou seja, para 2028 e acreditar
na eficincia de Markov. O exemplo foi usado para comprovar que Markov eficiente para
fazer projees da dinmica de uma floresta manejada. Essa comprovao j tinha sido
realizada em florestas no perturbadas (Rocha, 2001).
111
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113
Box 1
Tabela dinmica do Excel usando o mesmo arquivo de dados do T2-B2SB4.
Passos necessrios:
1. Neste arquivo h as seguintes colunas: nome comum da espcie, DAP90, DAP97 e DAP04
2. Inserir trs novas colunas entre DAP90 e DAP97, entre DAP97 e DAP04 e depois de
DAP04 e nomear como CD1, CD2 e CD3, respectivamente.
3. Clicar em DADOS => FILTRAR => AUTO-FILTRO => apenas para a transio entre
1990 e 1997. Para a transio entre 1997e 2004, o procedimento o mesmo.
4. Identificar as recrutas => so clulas que aparecem em branco ou zero na coluna do
DAP90 em DAPs registrados na coluna DAP97 => clicar em DAP90 e procurar branco e
zero e nomear com R na prpria coluna DAP90 e na coluna CD1 atribuir o cdigo 1 =>
para todas as rvores nessas condies.
5. Calcular as freqncias das classes 10<15, 15<20 ... at 65 => continuar com o
FILTRAR nas colunas DAP90 e DAP97. Comear com 1990 clicando em DAP90 e ir para
PERSONALIZAR. Lembrar que a primeira classe (10<15) o segundo estado. Em
PERSONALIZAR, a primeira condio maior ou igual a 10 (digitando) e a segunda
menor do que 15 (digitando). Depois de OK, digitar em CD1 o nmero da classe (2, neste
caso). Repetir isso at a ltima classe ( 65), que ser a classe nmero 13.
6. Identificar as mortas => so clulas que aparecem em branco ou zero na coluna do
DAP97 e tinham DAPs na coluna DAP90 => clicar em DAP97 e nomear com M na prpria
coluna DAP97 e na coluna CD2 atribuir o cdigo 15 => para todas as rvores nessas
condies.
7. Repetir passo 5 para DAP97. Em DAP97 tem que incluir a classe 14 (PRX). Neste caso, o
trabalho tem que ser feito manualmente (no olho), ou seja, tem que olhar para as colunas
DAP90 e DAP97 e verificar quais rvores que estavam na classe 13 em 1990 e mudaram de
classe em 1997.
8. Ir pra DADOS, clicar em FILTRAR e retirar o AUTO-FILTRO.
9. Em DADOS, clicar em RELATRIOS DE TABELA E GRFICOS DINMICOS e
seguir as instrues lgicas.
10. Pra ter a tabela dinmica:
- arrastar CD1 at a coluna onde est escrito solte campos de linha aqui
- arrastar CD2 at a linha onde est escrito solte campos de coluna aqui
- arrastar DAP97 em cima de solte itens de dados aqui
114
Quadro 1: Matriz (A) => transio do estado i para o estado j durante o perodo de 1990 e 1997.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
R 10<15 15<20 20<25 25<30 30<35 35<40 40<45 45<50 50<55 55<60 60<65 >=65 PRX M TOT
1 R 160 22 3 3 1 189
2 10<15 116 48 1 15 180
3 15<20 69 21 1 10 101
4 20<25 33 25 6 64
5 25<30 19 15 1 4 39
6 30<35 21 10 7 38
7 35<40 19 5 1 25
8 40<45 8 2 10
9 45<50 7 6 1 14
10 50<55 2 2 1 5
11 55<60 1 1 1 1 4
12 60<65 2 2
13 >=65 1 1 2
14 PRX
15 M
16 TOT 276 139 58 48 37 30 13 10 8 3 3 2 1 45 673
115
Quadro 2: Matriz B (B1 e B2) transio probabilstica do estado i para o estado j durante o perodo de 1990 e 1997.
R 10<15 15<20 20<25 25<30 30<35 35<40 40<45 45<50 50<55 55<60 60<65 >=65 prx M
R 0 0,8466 0,1164 0,0159 0,0159 0,0053 0 0 0 0 0 0 0 0 0
10<15 0 0,6444 0,2667 0,0056 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0833
15<20 0 0 0,6832 0,2079 0,0099 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,099
20<25 0 0 0 0,5156 0,3906 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0938
25<30 0 0 0 0 0,4872 0,3846 0,0256 0 0 0 0 0 0 0 0,1026
30<35 0 0 0 0 0 0,5526 0,2632 0 0 0 0 0 0 0 0,1842
35<40 0 0 0 0 0 0 0,76 0,2 0,04 0 0 0 0 0 0
40<45 0 0 0 0 0 0 0 0,8 0,2 0 0 0 0 0 0
45<50 0 0 0 0 0 0 0 0 0,5 0,4286 0 0 0 0 0,0714
50<55 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,4 0,4 0 0 0 0,2
55<60 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,25 0,25 0,25 0 0,25
60<65 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
>=65 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,5 0,5 0
prx 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
M 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
116
Quadro 3: Matriz C ou [ B ]2 transio probabilstica dois passos adiante, at 2004.
R 10<15 15<20 20<25 25<30 30<35 35<40 40<45 45<50 50<55 55<60 60<65 >=65 prx M tot
R 0 0,5456 0,3053 0,0371 0,0151 0,009 0,0018 0 0 0 0 0 0 0 0,0862 189
10<15 0 0,4153 0,354 0,0619 0,0048 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0806 180
15<20 0 0 0,4667 0,2493 0,0928 0,0038 0,0003 0 0 0 0 0 0 0 0,0881 101
20<25 0 0 0 0,2659 0,3917 0,1502 0,01 0 0 0 0 0 0 0 0,0884 64
25<30 0 0 0 0 0,2373 0,3999 0,1332 0,0051 0,001 0 0 0 0 0 0,1208 39
30<35 0 0 0 0 0 0,3054 0,3454 0,0526 0,0105 0 0 0 0 0 0,1018 38
35<40 0 0 0 0 0 0 0,5776 0,312 0,0904 0,0171 0 0 0 0 0,0029 25
40<45 0 0 0 0 0 0 0 0,64 0,26 0,0857 0 0 0 0 0,0143 10
45<50 0 0 0 0 0 0 0 0 0,25 0,3857 0,1714 0 0 0 0,1214 14
50<55 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,16 0,26 0,1 0,1 0 0,18 5
55<60 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0625 0,3125 0,1875 0,125 0,0625 4
60<65 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2
>=65 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,25 0,25 0 2
prx 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
M 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
117
Quadro 4: Matriz D Clculo das freqncias esperadas de cada classe ou estado
10<15 15<20 20<25 25<30 30<35 35<40 40<45 45<50 50<55 55<60 60<65 >=65 prx M
R 103,11 57,696 7,01 2,8512 1,7065 0,3401 0 0 0 0 0 0 0 16,285
10<15 74,756 63,725 11,14 0,8659 0 0 0 0 0 0 0 0 0 14,513
15<20 0 47,139 25,175 9,3735 0,3846 0,0256 0 0 0 0 0 0 0 8,903
20<25 0 0 17,016 25,07 9,6154 0,641 0 0 0 0 0 0 0 5,6579
25<30 0 0 0 9,2564 15,597 5,1945 0,2 0,04 0 0 0 0 0 4,7119
30<35 0 0 0 0 11,605 13,126 2 0,4 0 0 0 0 0 3,8684
35<40 0 0 0 0 0 14,44 7,8 2,26 0,4286 0 0 0 0 0,0714
40<45 0 0 0 0 0 0 6,4 2,6 0,8571 0 0 0 0 0,1429
45<50 0 0 0 0 0 0 0 3,5 5,4 2,4 0 0 0 1,7
50<55 0 0 0 0 0 0 0 0 0,8 1,3 0,5 0,5 0 0,9
55<60 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,25 1,25 0,75 0,5 0,25
60<65 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0
>=65 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,5 0,5 0
prx 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
M 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
tot 177,87 168,56 60,341 47,417 38,909 33,768 16,4 8,8 7,4857 3,95 3,75 1,75 1 57,003
118
Quadro 5a: Ajustes aplicados para R em diferentes classes de dimetro (CD).
Quadro 5b: Freqncias esperadas (E) para 2004 incluindo ajustes feitos para o recrutamento (R)
119
Quadro 6: Comparao entre freqncias observadas (O) e esperadas (E) em 2004.
20<25 64 58 71 62 1,356
25<30 39 48 52 49 0,194
30<35 38 37 37 39 0,147
35<40 25 30 21 34 4,827
40<45 10 13 21 16 1,290
45<50 14 10 11 9 0,550
50<55 5 8 9 7 0,306
55<60 4 3 2 4 0,962
60<65 2 3 3 4 0,150
65 2 3 4 3 0,568
120
Parte III
Manejo florestal na Amaznia
Esta Parte ainda est em construo, assim como as Partes I e II. Aqui, as principais
lacunas esto ligadas explorao florestal e aos aspectos scio-econmicos do manejo florestal.
O nosso desafio preencher estas lacunas j na prxima verso da apostila. No ltimo captulo
desta apostila estamos incluindo a primeira verso sobre a explorao florestal. A parte terica da
explorao est sendo elaborada pelo Prof. Luciano Minette da UFV. Se ele entregar antes do
incio do curso, ns mandaremos aos alunos que devero imprimi-lo novamente, sem prejudicar a
seqncia da apostila. Depois de revisada, ns vamos inserir na apostila numa seqncia lgica.
121
Captulo 15
Amaznia7: Mitos, as vrias Amaznias e Potencialidades
1. Introduo:
A regio sempre viveu de mitos; comeando pelo nome que deriva das mticas Amazonas
as mulheres mais fortes e mais corajosas nunca vistas. O qu essas mulheres ofereciam aos
antigos, a regio oferece aos modernos: um pacote de mal-entendidos e sonhos, um objeto de
meias-verdades e desejos em sntese, uma terra de mitos, de desejos e de sonhos.
2. Alguns Mitos:
Quase sempre a Amaznia vista apenas como um grande tapete verde cortado por rios e
igaraps. No entanto, ela contm uma fantstica diversidade (biolgica, social e cultural). Da
mesma forma, imagina-se que a Amaznia plana isso meia-verdade. Exemplo: a altitude do
municpio de Manaus de aproximadamente 100 m acima do nvel do mar (a.n.m.), mas tem
depresses que chegam quase ao nvel do mar; os plats dessa regio variam em torno de 500 m
de raio.
comum ouvir mundo afora que a Amaznia Brasil e o Brasil a prpria Amaznia.
Por essa razo, nas cidades do Brasil encontram-se cobras, onas e outros bichos; desmatamento
e queimadas por toda parte; o nico responsvel pela destruio da floresta amaznica, perda da
7
Tirado parcialmente do livro Amazonia Without Miths, editado em 1992 pela Comission on Development and
Environment for Amazonia, do Tratado de Cooperao Amaznica.
122
biodiversidade e alterao do clima global. Apesar de responder por quase 60% do territrio
nacional, o Brasil tm outros 17 estados; da mesma forma, apesar de responder por mais de 65 %
do territrio amaznico, h outros 7 pases que compem a regio.
A exuberncia da floresta amaznica criou o mito de que os solos fossem igualmente ricos
e apropriados para a agropecuria. Isso foi o principal argumento para se tentar resolver os
problemas fundirios e da produo de gros e protenas do Brasil. Depois de alguns fracassos,
radicalizou-se de novo, ou seja, a Amaznia no serve para nada e o seu desenvolvimento
impossvel.
Enquanto o mito riqueza diz que a regio um paraso que transborda abundncia e
riquezas o eldorado o da pobreza pinta tambm com cores exageradas contemplao
apenas -; cada lado engajado em meias-verdades para defender a sua posio.
O planeta Terra envolto por uma camada gasosa conhecida como atmosfera. A
atmosfera composta de Nitrognio (78,1%), Oxignio (21%) e traos de muitos outros gases
(inclusive CO2 0,033%) que so extremamente importantes para a manuteno da vida na
Terra. No processo de fotossntese & respirao, as plantas tm a capacidade de absorver gs
carbnico e liberar oxignio. Em condies naturais, a tendncia de equilbrio entre absoro e
liberao.
Apesar da densidade populacional ser baixa, se comparada com outras regies do Brasil e
do mundo, a Amaznia no vazia. No Estado de So Paulo, por exemplo, a densidade
populacional de 120 habitantes por km2, enquanto que no Amazonas, de 2 habitantes por km2.
Os quadros 15.1 e 15.2 do uma idia da ocupao da Amaznia. Os grupos indgenas esto
123
distribudos em toda a regio, sem uma clara correlao entre densidade e tipos de vegetao ou
solos ou gua. O Estado do Acre praticamente todo ocupado por seringueiros. Ocupaes
recentes mostram concentraes de acordo com a capacidade de suporte dos stios.
Hoje, isso mais mito do que realidade. No entanto, no comeo deste sculo e logo
depois da Segunda Guerra, importantes movimentos aconteceram em direo
internacionalizao da Amaznia. O INPA, por exemplo, uma resposta do Governo Brasileiro
proposta de criao de um instituto internacional da Hilia Amaznica. Internacionalizar significa
transformar a Amaznia naquilo que hoje a Antrtica. importante no confundir
internacionalizao com invaso ou ocupao ou imperialismo.
Ser o Boto Tucuxi apenas um mito ou uma lenda ou uma realidade? Quanto ao
Mapinguari8, depois que um pesquisador do MPEG saiu caando-o pelas florestas do Acre,
acompanhado pela mdia, esta figura perdeu o status de lenda ou mito.
3. As Vrias Amaznias:
No Brasil, temos duas Amaznias tambm: a Legal, diviso geopoltica cobrindo uma
rea de 4.988.939 km2 e a Bacia cobrindo uma rea de 3.940.000 km2. O quadro 15.3 apresenta a
rea de cada Estado da Amaznia Legal, com suas coberturas originais, floresta e cerrado. O
quadro 15.4 apresenta a Bacia Amaznica estratificada pelos diferentes tipos florestais e no
florestais.
8
Segundo o Dic. Aurlio, Mapinguari gigante lendrio semelhante ao homem, porm coberto de plos, e que usa
uma armadura de casca de tartaruga o dono da floresta.
124
O rio principal da Bacia composto pelo eixo Amazonas-Solimes-Ucayali, que nasce no
Monte Huagra, Peru, a 5.281 m. a.n.m., 195 km da costa do Pacfico. O eixo tem 6.762 km de
comprimento e, nos primeiros 965 km de sua nascente, ele cai 4.786 m, enquanto que, nos
restantes 5.797 km, a queda at o nvel do mar de apenas 306 m. O eixo Amazonas-Solimes-
Ucayali tem a maior descarga de gua doce do mundo, contribuindo sozinho com quase 15% com
descarga total quadro 15.5.
As vrzeas so formadas pelas plancies holocnicas dos rios Solimes e Amazonas e dos
seus afluentes de gua branca (ou barrenta). Onde a regio inundada por guas negras ou claras,
a formao chamada de igap.
4. Potencialidades da Amaznia:
125
aproveitamento desses recursos, importante refletir sobre as seguintes questes: (1) Pra quem
vamos produzir? e (2) Como sero investidos os cifres gerados? De qualquer modo, o
aproveitamento dos recursos amaznicos tem que estar apoiado nos 4 pilares da sustentabilidade:
tcnico, econmico, ecolgico e social.
No Amazonas, por exemplo, a emisso de Carbono para atmosfera, mdia anual dos
ltimos 20 anos, de aproximadamente 10 milhes de toneladas via desmatamento, enquanto que
a emisso via queima de combustvel fssil de aproximadamente 1,5 milho. Grande parte do
combustvel queimado usada para funcionar o distrito industrial de Manaus, que, por sua vez,
contribui com aproximadamente US$ 10 milhes ao PIB do Amazonas. Usando regra de trs
simples, o setor primrio deveria contribuir com aproximadamente US$ 65 milhes. Se isso est
acontecendo, ningum percebeu.
(i) Madeira:
Entre os vrios recursos naturais da Amaznia, a madeira , sem dvida, o que tem a maior
liquidez. A madeira deve ser considerada como produto de primeira necessidade; importante
quando a gente nasce (beros) e quando a gente morre (urnas funerrias). Ver captulos
Principais Tipos Florestais da Amaznia Brasileira e O Setor Florestal da Amaznia
Brasileira: Explorao Florestal Seletiva e o Mercado Internacional de Madeira Dura Tropical.
O Quadro 15.4 apresenta os tipos florestais e no florestais da Bacia Amaznica.
126
Alm disso, juntando as estimativas de reas florestais fornecidas pela FAO (Schmidt,
1991) e os nveis mdios de produo, obtidos durante o perodo 1988-95, razovel prever que
os estoques de madeira da Malsia e Indonsia podero ser exauridos em menos de 10 e 20 anos,
respectivamente. A demanda mundial por madeira tropical de aproximadamente 60 milhes de
m3 de madeira em toras por ano. O estoque de madeira comercial da Amaznia de
aproximadamente 4 bilhes m3.
Neste ritmo, ainda na primeira dcada de 2000, a Amaznia passar a figurar na lista dos
maiores produtores de madeira dura tropical e, rapidamente, lider-la. Isso pode ser sentido com a
presena de empresrios madeireiros na Amaznia, principalmente do sudeste asitico, procura
de terras para comprar na regio. Por causa de sua grande extenso territorial ainda no
explorada, atualmente o Estado do Amazonas o mais visado pelos empresrios madeireiros, no
s pelos estrangeiros, como tambm por brasileiros que comeam a abandonar outras regies da
Amaznia, especialmente sul do Par.
(ii) Biodiversidade:
Segundo Macilwain (1998)9, grosso modo, 100 amostras em 100.000 apresentam alguma
atividade promissora; 10 dessas 100 amostras promissoras podem chegar aos testes clnicos; e 1
dessas 10 podem chegar ao mercado. Esse autor estima que apenas uma amostra em 250.000
produzir uma droga comercial. Segundo uma companhia qumica, consultada pelo autor, uma
amostra tem que ter pelo menos 1 kg e pode custar US$ 500 para coletar, transportar e armazenar.
Outra possibilidade de uso da biodiversidade, igualmente cara, como informao gentica tanto
para a medicina como para a biotecnologia agrcola. Portanto, a copaba, por exemplo, para
alcanar a condio de droga comercial, haver necessidade de um investimento lquido (sem
pessoal e infra-estrutura laboratorial) de aproximadamente US$ 125 milhes.
9
Macilwain, C. 1998. When Rhetoric Hits Reality in Debate on Bioprospecting. Nature 392:535-540.
127
Mesmo com poucos recursos, o Brasil no tem outra sada a no ser proteger a
biodiversidade. Enquanto aguarda recursos financeiros para investir em bioprospeces, o Brasil
deveria tentar entender o qu a evoluo tem produzido. Temos que priorizar o entendimento da
biodiversidade como modelos genticos para inovaes tecnolgicas em qumica, farmacologia,
medicina e agricultura.
Segundo Pereira Filho10, a ictiofauna de gua doce mais rica do mundo se encontra na
Amaznia, com mais de 1300 espcies j descritas. Apesar da grande diversidade da ictiofauna e
de sua importncia como fonte de alimentos, ainda so poucas espcies comercializadas. No
Amazonas, por exemplo, apenas 36 espcies apresentam algum interesse econmico e, dessas,
apenas 13 apresentam produo em escala comercial. No Amazonas, as principais espcies
comercializadas so: tambaqui, jaraqui, curimat, pirarucu, tucunar, sardinha e pacu.
10
Pereira Filho, M., S.F. Guimares, A. Storti Filho e E.W. Graef. 1991. Piscicultura na Amaznia Brasileira:
Entraves ao seu Desenvolvimento. Em: Bases Cientficas para Estratgias de Preservao e Desenvolvimento da
Amaznia: Fatos e Perspectivas. Editado por A.L. Val, R. Figlioulo e E. Feldberg. pp.373-380.
128
So vrios recursos no madeireiros valiosos na Amaznia, como: leos de copaba e de
andiroba, linalol do pau-rosa, castanha-do-par, borracha, vrios cips usados em artesanatos e
em chs, orqudeas e bromlias, taninos, corantes, frutos variados. Como to caro para obter
esses produtos, por que os mesmos tm contribuies insignificantes ao produto interno bruto
(PIB) da regio?
129
- Regulao de cheias e enchentes
- Oportunidades recreacionais
- Valores estticos
5. Usos do Solo:
130
Estado da Amaznia, em seu site www.inpe.br. O desmatamento anual corresponde o perodo de
agosto de um ano a julho do ano seguinte. Normalmente, a rea do ano em questo provisria e
corrigida no ano seguinte. Exemplo: a rea desmatada de 13.000 km2 de 2006 (agosto de 1005 a
julho de 2006) ser corrigida em 2007 (agosto 2006 a julho 2007).
Logo aps a primeira avaliao oficial em 1989, quando o mundo foi surpreendido com a
fantstica taxa anual de 21.130 km2, a reao do Brasil foi a introduo de vrias medidas para
conteno do desmatamento na Amaznia, entre elas, o Programa Nossa Natureza (criao do
Ibama). Durante o Governo Collor, antecedendo a Rio-92, praticamente todos os incentivos
fiscais para projetos de desenvolvimento na Amaznia foram extintos. Com o Programa Nossa
Natureza e mais as medidas do Governo Collor, o desmatamento foi reduzido substancialmente.
- Esses usos do solo, certamente so os maiores responsveis (em torno de 80%) pelo alto
desmatamento na Amaznia Legal, 66.439.500 hectares at 2006, e destes, 50% podem ser, hoje,
reas abandonadas cobertas por vegetao secundria (capoeiras).
Impactos:
- Perda da biodiversidade
Impactos:
- Eroso gentica
- Riscos de incndios
5.3. Hidreltricas:
Impactos:
- Emisso de GEEs.
- Perda da biodiversidade
5.4. Minerao:
132
- Ferro: Carajs, grandes extenses de florestas primrias so derrubadas para produo
de carvo.
Impactos:
133
Quadro 15.1: Amaznia na Amrica do Sul: rea e populao de cada Pas.
134
Quadro 15.3: Amaznia Legal - rea florestal (em km2) de cada estado brasileiro.
Quadro 15.4: Bacia Amaznica - rea (em km2) dos principais tipos florestais e no florestais.
135
Quadro 15.5: Descargas (m3/sec.) dos principais rios do mundo.
Rio descarga %
Amazonas 176.000 14,97
Zaire 40.000 3,40
Orinoco 36.000 3,06
Mississipi 17.000 1,44
Outros 907.000 77,13
Total 1.176.000
Fonte: TCA (1992).
136
Quadro 15.7: Alguns Minerais e Recursos Energticos da Amaznia Brasileira.
137
Quadro 15.8: Desmatamento bruto (km2/ano) na Amaznia Legal, de 1978 a 2000.
Estado 78/87 87-89 89/90 90/91 91/92 92/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00
Acre 620 540 550 380 400 482 1.208 433 358 536 441 547
Amazonas 1.510 1.180 520 980 799 370 2.114 1.023 589 670 720 612
Maranho 2.450 1.420 1.100 670 1.135 372 1.745 1.061 409 1.012 1.230 1.065
Mt Grosso 5.140 5.960 4.020 2.840 4.674 6.220 10.391 6.543 5.271 6.466 6.963 6.369
Par 6.990 5.750 4.890 3.780 3.787 4.284 7.845 6.135 4.139 5.829 5.111 6.671
Rondnia 2.340 1.430 1.670 1.110 2.665 2.595 4.730 2.432 1.986 2.041 2.368 2.465
Roraima 290 630 150 420 281 240 220 214 184 223 220 253
Tocantins 1.650 730 580 440 409 333 797 320 273 576 216 244
TOTAL 21.130 17.860 13.810 11.130 13.786 14.896 29.059 18.161 13.227 17.383 17.269 18.226
Fontes: INPE (2002). Atualizar no www.inpe.br
Obs.: Nos anos 00/01, 01/02 e 02/03, as reas desmatadas foram, respectivamente, 18.165 km2, 23.266 e 24.497
km2. Em 03/04, 04/05 e 05/06, as reas desmatadas foram, respectivamente, 27.200 km2, 18.900 e 13.000 km2.
Quadro 15.9: Produo de Madeira em toras de Florestas Nativas da Amaznia para Fins
Industriais, por Estado, entre 1975 a 1985 (em 1.000 m3).
138
Bibliografia
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Florstico da Floresta Amaznica. Acta Amazonica 9(4):53-80.
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Relatrio Preliminar (Sumrio Executivo). 59p.
Fearnside, P.M., A.T.Tardin e L.G. Meira Filho. 1990. Deforestation Rate in Brazilian Amazon. 8p.
Grainger, A. 1987. Tropform: A Model of Future Tropical Timber Hardwood Supplies. Em:
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and Management. A. Gomez-Pompa, T.C. Whitmore e M. Hadlely (editores). UNESCO, vol. 6,
pp. 181-203.
TCA (Tratado de Cooperao Amaznica). 1992. Amazonia without miths. Comission on
Development and Environment for Amaznia. 99 p.
139
CAPTULO 16
Principais tipos florestais da Amaznia brasileira
TIPOLOGIA FLORESTAL
Caractersticas fisionmicas:
140
devido ao elevado nmero de indivduos por unidade de rea. Poucas razes (em torno de 5%)
atingem profundidades superiores a 2,5 m. Algumas rvores grandes conseguem se manter em
p com ajuda das sapopemas. Quanto mais mido e mais quente o clima, maior a folha das
rvores. A fenofase uma particularidade de cada espcie e, mesmo dentro da mesma,
algumas variaes so observadas, o que significa, por exemplo, que o perodo de florao da
floresta amaznica no definido, apesar de ter sempre uma ou outra rvore florescendo. H
espcies que florescem uma nica vez e morrem como a Tachigalia myrmecophila. As flores
so grandes e bonitas, mas inconspcuas, predominando o verde na paisagem. Muitas espcies
exibem o fenmeno da caulifloria onde as flores se desenvolvem em galhos velhos ou sobre
os troncos.
Nessa forma de vida predomina o tipo florestal: floresta densa ou floresta ombrfila
densa, tambm denominada de floresta pluvial tropical latifoliada. Estende-se por vasta rea
da Depresso da Amaznia Setentrional, grande parte do Planalto do Amazonas-Orinoco ao
Norte de Roraima e recobre praticamente toda a superfcie da Amaznia Central, abrangendo
grande parte dos estados do Par, Amazonas, Rondnia, Amap e Roraima.
Floresta densa:
O estrato superior deste tipo florestal composto de rvores cujas alturas variam de 30
a 40 m, com apenas poucas espcies que podem ultrapassar este limite. As excees so
141
Cedrelinga catenaeformis (Cedrorana), Dinizia excelsa (Angelim pedra) e Bertholletia
excelsa (Castanha do Par), que alcanam mais de 50 m de altura. O sub-bosque geralmente
limpo, sem emaranhados de cips. Para rvores com dimetro maior ou igual a 20 cm, este
tipo florestal apresenta volume mdio comercial entre 150 a 400 m3/ha e rea basal mdia
entre 20 a 40 m2/ha.
As espcies florestais que caracterizam este tipo florestal so: Dinizia excelsa
(Angelim pedra), Bowdichia nitida (Sucupira preta), Anacardium giganteum (Cajuau),
Caryocar villosum (Piqui), vrias espcies de Manilkara (Maaranduba), Parkia pendula
(Visgueiro), Pithecolobium racemosum (Angelim rajado), Vochysia maxima (Quaruba),
Bertholletia excelsa, vrias espcies de Diplotropis (Sucupiras), Clarisia racemosa
(Guariba), Scleronema micranthum (Cardeiro), vrias espcies de Tabebuia (Ip ou Pau
d'arco), vrias espcies de Ocotea (Louros), vrias espcies de Protium e Tetragastris
(Breus), vrias espcies de Eschweilera (Mat-mat), Minquartia guianensis (Acariquara-
roxa), Aniba rosaedora (Pau-rosa) e vrias espcies de Abiurana (Sapotaceae).
142
Hilia Ocidental (do rio Juru at os limites do territrio brasileiro): vrias espcies de
Leguminosae, Myristicaceae, Bombacaceae, Lauraceae, Vochysiaceae e Rubiaceae.
Caracterizada por uma fitomassa mediana, sub-bosque obstrudo por cips e pobres
em epfitas. Este tipo florestal ocorre em abundncia ao longo da Rodovia Transamaznica,
de Marab at o rio Xingu e, em menor freqncia, at o rio Tapajs. Ao Sul, estende-se at o
limite da Amaznia com o Brasil Central. Manchas deste tipo ocorre ocasionalmente nos
estados do Amazonas, Rondnia e Roraima. A floresta com cips est associada com terrenos
antigos de altitude elevada e ricos em depsitos minerais como ferro, alumnio, mangans,
nquel e ouro.
O bambu do gnero Bambusa dominante neste tipo florestal, tendo dois subgneros
Guadua e Myrostachis. No estado do Acre predomina Guadua werberbaueri com densidade
especfica de 0,49 g/cm3, que pode ser utilizado em papel e celulose, construo civil,
artesanato, mveis e carvo.
Floresta de Encosta:
143
o prprio contraste com a altitude predominante da regio que, apesar de haver
extensas reas sobre terrenos ondulados, no ultrapassa 200 m s.n.m. As formaes da floresta
de encosta so caracterizadas e diferenciadas conforme a altitude e pelos solos rochosos. A
vegetao tpica de lugares rochosos e pode ser floresta ou formaes abertas. Quanto maior
a altitude, mais esparsa a vegetao por causa da reduzida capacidade de reteno de gua.
significante o endemismo neste tipo florestal.
As espcies florestais que caracterizam este tipo florestal so: Aldina discolor, Eperua
leucantha, Hymenolobium nitidum, Clusia spathulaefolia, Couma catingae, Hevea rigidifolia,
Sacoglottis heterocarpa e Scleronema spruceanum.
Floresta Seca:
144
Sterculia striata, Erythrina ulei, Vochysia haenkeana, Vochysia pyramidata, Combretum
leprosum, Bowdichia virgilioides. Em Roraima, ainda que bastante similar fisionomicamente,
a floresta seca apresenta as seguintes espcies mais comuns: Centrolobium paraensi, Mimosa
schomburgkii, Richardella surumuensis e Cassia moschata.
As vrzeas tm solos muito mais frteis do que a maioria dos solos amaznicos porque
so originados da regio andina. Os solos so Aluviais e Hidromrficos Gleizados,
desenvolvidos em sedimentos argilo-siltosos referidos ao Holoceno. As vrzeas do Alto
Amazonas (Rio Solimes) so mais ricas do que as do Baixo Amazonas. Entre os rios Japur
e I h uma grande rea dessas vrzeas que so ligadas entre si por parans, igaraps, furos e
um grande nmero de lagos, transformando os rios principais mais largos durante a estao
chuvosa.
As espcies das vrzeas tendem a ter madeiras mais moles do que as de terra-firme.
Predominam as espcies de rpido crescimento e de casca lisa. As sementes so geralmente
leves e tm diferentes mecanismos para flutuar como tecido esponjoso ou reas ocas ou um
leve mesocarpo. Em alguns casos a prpria semente que flutua como o caso da Hevea
brasiliensis. Em outros casos, o fruto inteiro que flutua como o caso da Montrichardia,
uma Araceae ribeirinha. Algumas dessas sementes flutuantes so coletadas comercialmente
como Carapa guianensis (Andiroba) e Iryanthera surinamensis (Ucuba).
145
Cedrelinga cateniformis (Cedrorana), Hymenaea courbaril (Juta-au), Tabebuia sp., Parkia
sp.
O Igap formado pela inundao pelos rios de guas claras ou negras sem
sedimentos como o Negro, Tapajs e Arapiuns. Trata-se de um tipo florestal relativamente
pobre em biomassa, com vegetao bastante especializada e com pouca diversidade especfica
e, em algumas reas, ricas em endemismos.
Fitomassa baixa, vegetao muito uniforme sem grande interesse florstico e pobre em
epfitas. Acompanha toda a costa brasileira, no s da Amaznia. Nos locais onde o mangue
vermelho substitudo pelo siriba, o manguezal passa a ser Siriubal.
(v) Campina:
As espcies tpicas desse tipo florestal so: Aldina heterophylla, Clusia grandiflora,
Eugenia patrisii, Manilkara amazonica, Protium heptaphyllum, Qualea retusa e Swartzia
dolichopoda.
146
Bibliografia:
147
CAPTULO 17
Desenvolvimento sustentvel: a experincia do setor madeireiro11
Resumo
1. Introduo:
11
Projeto BIONTE (Convnio INPA/ODA)
12
WCED = World Comission on Environment and Development
13
UNCED = United Nations Conference on Environment and Development, Rio-92.
148
necessitados e a segunda por sustentabilidade, para assegurar que no sacrifique o futuro
em nome dos ganhos do presente. Hurka considera muita vaga a definio da WCED e sugere
a separao entre necessidades de suprfluos ou luxos e que, a gerao atual deixe para a
futura, oportunidades para atender as suas necessidades.
O respeito pelos recursos naturais deve ser acompanhado pelo respeito para as
necessidades humanas (Gow, 1992). Segundo este autor, o conceito de desenvolvimento
sustentvel deve considerar a dinmica do comportamento do recurso em questo,
particularmente em resposta s condies ambientais, s atividades humanas e s interaes
entre os diferentes usos e os aspectos do mesmo recurso; combinando, de um lado, a proteo
do recurso e, de outro, a qualidade de vida. Em sntese, o desenvolvimento economicamente
vivel, ecologicamente sadio e socialmente justo.
A certificao florestal, que vem sendo coordenada pelo FSC14, surge como uma
conseqncia natural, tendo em vista a necessidade de cumprir todos os acordos
estabelecidos. Segundo Baharuddin (1995), a certificao um atestado de origem da
matria-prima madeira, que inclui dois componentes: certificao da sustentabilidade lato
sensu do manejo florestal (sade da floresta) e a certificao do produto (qualidade do
produto comercializado). A FAO (Food and Agriculture Organization) sugere que os critrios
para certificao devam contemplar os seguintes conceitos fundamentais: recursos florestais,
funes da floresta, necessidades sociais e de desenvolvimento e questes institucionais
(Lowe, 1995).
14
FSC = The Forest Stewardship Council, Conselho do Guardio da Floresta, organizao no governamental
que tem o papel de credenciar empresas de certificao florestal.
149
Segundo WWF (1996), a certificao no obrigatria, portanto, no substitui as
legislaes existentes em cada pas. Segundo ainda esta fonte, quatro organizaes no
governamentais j foram credenciadas pelo FSC: Forest Conservation Program of Scientific
Certification Systems (americana, com fins lucrativos), SGS Forestry Program (britnica, com
fins lucrativos), Smart Wood Certification Program of Rainforest Alliance (americana, sem
fins lucrativos) e Woodmark of the Soil Association (britnica, sem fins lucrativos). No
Brasil, desde 1992 o setor privado vem desenvolvendo, com o apoio de instituies de
pesquisa tecnolgica, a metodologia de um processo de certificao relacionado com a origem
da matria prima plantada (Deusdar, 1997). Este trabalho resultou no Conselho de
Certificao Florestal - CERFLOR, o qual seguir orientaes da Associao Brasileira de
Normas Tcnicas - ABNT. Existe ainda, o Grupo de Trabalho do WWF, que agrega as
organizaes no governamentais responsveis pela discusso da certificao seguindo os
princpios da FSC.
150
(Legislao florestal brasileira atualizada em 2007). Estima-se que menos de 1% da produo
madeireira oriunda de reas onde se pratica o manejo florestal (MMA/IBAMA, 1997).
151
florestal: funes produtivas da floresta; funes protetivas da floresta; (iii) ligado economia
florestal e s necessidades sociais.
De acordo com Leslie (1994), o manejo sustentvel tem que incluir a produo
madeireira sustentvel com colheita de baixo impacto. Isto pode ser alcanado seguindo as
seguintes condies: (i) derrubada de poucas rvores por ha; (ii) danos negligveis floresta
residual (rvores designadas para o corte subseqente e regenerao natural estabelecida); (iii)
reteno e proteo de todos os tipos de vegetao que tm papel importante no
funcionamento do ecossistema e nos processos ecolgicos. Estas trs condies dependem das
seguintes condies: (1) no usar mquinas pesadas para arraste; (2) derrubada orientada; (3)
estradas e trilhas de escoamento e arraste devem ser bem planejadas; (4) no trabalhar durante
o perodo chuvoso. Uma conseqncia inevitvel ser o aumento dos custos de explorao
florestal, quando comparados com os mtodos usuais na maioria dos pases tropicais.
Contudo, esses custos adicionais, podem ser abatidos com o aumento da eficincia da
explorao (Uhl et al. 1996)
O manejo florestal para ser sustentvel tem que contemplar tambm a conservao dos
recursos genticos. Isto requer a manuteno dos componentes essenciais de funcionamento
do ecossistema (Kemp, 1992) e, por conseguinte, vrias complexas interaes, como por
exemplo, a interao entre a espcie de rvore e seus animais polinizadores e dispersores de
sementes. O no cumprimento de prescries adequadas para a conservao gentica, durante
a execuo de um plano de manejo florestal, compromete imediatamente o estoque em
crescimento e a capacidade de regenerao natural da floresta residual. A diversidade gentica
dos ecossistemas florestais a base para o desenvolvimento sustentvel e para o manejo
florestal, e o tampo para tais ecossistemas contra as mudanas ambientais (Kemp e
Palmberg-Lerche, 1994). Associada s variaes dentro e entre espcies, a diversidade
gentica a base para a adaptao das espcies ao stress ambiental.
152
Kageyama & Gandara (1993) mencionam que o manejo florestal sustentvel, no
decorrer do processo, deve considerar tanto a manuteno da produtividade como a
manuteno da integridade gentica das populaes. Desta forma, a explorao do recurso de
uma ou mais espcies da mata deve ter sob controle as populaes das espcies sob manejo,
como tambm considerar um mnimo de monitoramento sobre as outras muitas espcies que
coexistem no local, principalmente aquelas raras e de difcil controle.
Para Leslie (1994), os seguintes elementos precisam ser coordenados para alcanar a
sustentabilidade: incremento; distribuio das classes de tamanho e idade das espcies
manejadas; a definio dos mtodos de substituio das rvores que sero retiradas durante a
explorao florestal e salvaguardar o suprimento de outros produtos e servios,
principalmente durante a explorao e as operaes de tratamentos silviculturais. De acordo
com Leslie (1994), no h muitas alternativas disponveis para obteno de incremento de
153
floresta tropical; parcelas permanentes so as mais apropriadas formas de obter estimativas
confiveis de incremento. No entanto, no qualquer pas que pode bancar a manuteno de
parcelas permanentes; por esta razo, a aproximao, estimativa e extrapolao de poucos
bancos de dados tornaram-se o procedimento padro, do tipo incremento mdio anual
variando de 1 a 3 m3/ha.
154
Shah (1994a), ao analisar os 150 anos de manejo florestal na ndia, conclui: o sistema
de corte raso falhou; o manejo florestal das agncias governamentais falhou; os objetivos da
produo sustentada de madeira e da proteo das florestas no foram alcanados; a prtica
isolada (desarticulada) da silvicultura falhou; os sistemas silviculturais empregados at agora,
entre outras mazelas, criou uma tragdia humana para 60 milhes de tribais. Por ltimo, o
autor incita os peritos a reiventarem a silvicultura tropical.
Maser (1994) usa os exemplos do Canyon Chaco (Arizona, EUA), Ilha da Pscoa
(pequena ilha no Pacfico Sul, aproximadamente 3.500 km da costa da Amrica do Sul) e a
regio de Petn (norte da Guatemala), para ilustrar como os efeitos do desmatamento podem
ser irreversveis. A histria da Ilha da Pscoa tambm mencionada por Ponting (1991), que
concorda com a abordagem de Maser. Maser (1994) e Pontig (1991) fazem um histrico
compreensivo sobre o uso (e, principalmente, abuso) das florestas de vrias regies do
mundo, mostrando que a decadncia dos povos est diretamente relacionada com o mau uso
de seus recursos florestais.
Maser (1994) faz uma especial nfase na Alemanha, que no incio do sculo passado,
as suas florestas mistas (conferas e folhosas) foram substitudas por plantios de conferas de
rpido crescimento, numa tentativa de re-equilibrar a oferta-procura de madeira. Os grandes
reflorestamentos da Alemanha sempre usados como bons exemplos de silvicultura,
principalmente pelo bom desempenho e alta produtividade do Spruce noruegus durante a
155
primeira rotao. Na segunda rotao, segundo ainda Maser (1994), esta espcie no consegue
repetir a mesma performance, mostrando os primeiros sinais de declnio e de stress, aps mais
de um sculo do primeiro plantio puro.
Nos pases tropicais, manejo florestal sustentvel sempre esteve associado ao conceito
de silvicultura tropical, que nada mais do que uma adaptao, nos trpicos, da silvicultura
desenvolvida na Europa Central. Os sistemas silviculturais foram desenvolvidos tendo como
pressuposto a produo sustentada de madeira. Segundo Lamprecht (1990), o botnico alemo
Dietrich Brandis foi o autor do primeiro plano de ordenamento da teca (Tectona grandis), em
1860, na ndia, sendo, por esta razo, considerado como o criador do manejo florestal tropical.
Na frica e Amrica tropicais, as primeiras atividades de silvicultura tropical aconteceram no
incio do sculo XX, e intensificadas aps a segunda guerra mundial.
Segundo Palmer (1989), pouca coisa evoluiu desde ento, no havendo nada novo na
literatura relacionada com manejo florestal; a maioria das recentes publicaes so meras
revises. Os velhos manuais de silvicultura e manejo, escritos no final dos anos 50 e incio
dos anos 70, na frica e Sudeste Asitico, continuam sendo as mais relevantes publicaes
para o setor florestal. As experincias com aplicao de sistemas silviculturais em florestas
156
tropicais somam-se mais fracassos do que sucessos. Em geral, o culpado tem sido a mudana
da poltica do uso do solo, de floresta para agricultura. Teoricamente, no h um s caso de
insucesso atribudo s questes tcnicas, mas sempre s polticas. Como resultado, o
abastecimento de madeira dura tropical tem sido feito com o primeiro corte de florestas
primrias (Poore, 1989) ou de secundrias quando novas espcies so introduzidas no
mercado madeireiro.
Leslie (1994) estima que no mais de 5% das florestas tropicais midas esto sendo
manejadas de forma sustentvel. Laird (1995), com base em reviso de literatura, apresenta
esta estimativa em valores absolutos, ou seja, 1 milho de hectares esto sendo manejados de
forma sustentvel no mundo tropical; sendo que no neotrpico, para cada 35.000 hectares no
manejados, h um hectare sendo manejado em regime de rendimento sustentado. Wadsworth
(1987) afirma que 37 milhes hectares de florestas da sia e frica estavam sob alguma
forma de manejo florestal, at provavelmente 1987. Estas informaes conflitantes
exemplificam como as estatsticas so tratadas nas regies tropicais. Usando as estatsticas de
Laird (1995) ou de Wadsworth (1987) com a taxa estimada por Leslie (1994), o mundo teria,
na pior das hipteses, pelo menos um milho de hectares manejados de forma sustentvel. O
qu ningum diz onde esto estes hectares e nem quando comearam estes projetos. Num
mundo carente e ansioso por informaes sobre a sustentabilidade do manejo florestal, um
milho de hectares, no passariam to despercebidos assim.
Shah (1994b) faz uma anlise dos aspectos ecolgicos do manejo florestal empregado
na ndia, desde o perodo pr-colonial at 1993-94. O autor chega s mesmas concluses de
Shah (1994a) e, com ironia, diz que os florestais indianos no admitem a crise no setor
florestal e o mximo que eles fazem, como os polticos, culpar o crescimento da populao
por qualquer problema no setor. O autor aponta ainda algumas falcias que o manejo florestal
na ndia baseou-se: (i) tudo aquilo que no tem mercado, no merece ser preservado; (ii) as
florestas podem ser manejadas em regime de produo sustentada para um nmero limitado
de espcies; (iii) os reflorestamentos do a mxima produo; (iv) o Governo quem melhor
sabe de manejo florestal; (v) as prticas tradicionais so primitivas e no cientficas; (vi) os
povos da florestas so analfabetos e ignorantes; no sabem nada de ecologia das florestas;
(vii) as florestas podem ser manejadas independentemente da vida silvestre e do bem-estar
tribal; (viii) floresta e agricultura so dois usos do solo mutuamente independentes; (ix) a
pesquisa florestal importante para preservar os departamentos florestais e os institutos de
pesquisa; (x) todos os problemas florestais tm solues puramente tcnicas.
157
Na Malsia (Peninsular, Sabah e Sarawak), o setor florestal contribuiu com 6.8% do
PIB nacional, em 1983, e apesar da longa experincia com manejo florestal baseado nos
princpios do rendimento sustentvel, a regenerao de suas florestas est ainda coberta de
incertezas (Tang, 1987). Apesar de acumular quase um sculo de experincia, o autor
reconhece que a incerteza sobre o manejo e a renovao das florestas de Dipterocarpaceae
ainda devida basicamente falta de evidncias experimentais sobre a natureza e a dinmica
destas florestas, antes e depois da explorao florestal. Tang sugere que a prioridade
resolver a discrepncia entre os sistemas silviculturais concebidos, que so sadios, e os
sistemas que de fato praticados na Malsia, que no so sadios. A sua previso, mantida a taxa
de explorao florestal poca, as reservas de florestas produtivas da Malsia estariam
esgotadas em 18 anos, aproximadamente em 2005.
158
conhecimento e a tecnologia de manejo florestal; melhorar a produo florestal; e desenvolver
as indstrias de base florestal. Alm disso, a nfase em extrao de madeira em vez de manejo
florestal, reduziu o potencial de oportunidade de empregos, como tambm, a oportunidade de
desenvolver a habilidade e capacidade gerencial na rea de manejo florestal.
Segundo Prado (1997), a atual equao econmica do uso dos recursos florestais na
Amaznia se compe da superabundncia de estoques; da disponibilizao do recurso pelo
desmatamento; pelo acesso itinerante, predatrio, descontrolado em terras privadas, pblicas,
e em terras que, em sua maioria, no so uma coisa nem outra; de elevados ndices de
159
desperdcio, tanto na explorao florestal, como no processamento industrial; da resultante de
um preo vil da madeira e de outros produtos no madeireiros e, por consequncia, de um
baixo retorno econmico, social e ambiental.
4. Concluso:
Pelo tempo que se pratica a explorao de madeira, sob algum tipo de sistema que
preconiza o manejo sustentvel, na sia tropical, pelo menos, grande parte do abastecimento
deveria ser feito por florestas secundrias (segundo ou terceiro ciclo de corte). Se isto est
acontecendo, no h registros. O qu observa-se a pratica do nomadismo tambm neste
setor; com o esgotamento das reservas, procura-se uma nova fonte de abastecimento.
Atualmente, o alvo a Amaznia, que , aparentemente, a ltima fronteira florestal. O
abastecimento de madeira dura tropical, centrado na floresta primria, um indicativo
irrefutvel contra a prtica de manejo sustentvel das florestas tropicais.
possvel produzir a madeira de forma sustentvel? A resposta sim, mas tudo tem
que ser modificado para que isto acontea. A conscientizao per se da necessidade de
praticar o manejo florestal sustentvel no suficiente; preciso assumir o compromisso
em pratic-lo. Alm disso, preciso saber se realmente vale a pena (esforo e dinheiro)
investir no manejo sustentvel. Na Amaznia precisamos ainda fazer uma anlise de
custo/benefcio e responder a pergunta para quem estaremos produzindo?. De um modo
geral, os pases que priorizaram a exportao de seus recursos florestais, continuam pobres e
sem as suas reservas florestais. Ao Poder Pblico, cabe a responsabilidade de fazer cumprir a
legislao vigente e remover os obstculos que dificultam a implementao do manejo
florestal sustentvel.
160
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163
CAPTULO 18
Manejo florestal sustentvel na Amaznia brasileira
Resumo
Neste trabalho apresentada uma reviso das atividades de manejo de florestas tropicais
midas, incluindo conceitos, histrico, aplicaes e pesquisas experimentais sobre o tema, em
importantes pases tropicais da sia, frica e Amrica, com nfase na Amaznia brasileira.
tambm apresentada uma anlise da situao das florestas tropicais midas e das perspectivas
quanto ao desenvolvimento florestal da regio amaznica, depois da Rio-92 e de outros
importantes movimentos ambientalistas que ocorreram nos ltimos anos. Manejar a floresta sob
regime de rendimento sustentado uma forma inteligente de uso do solo amaznico. aplicvel
em muitas sub-regies da Amaznia, mas no para a regio toda. No h modelo especfico de
manejo para as distintas indstrias madeireiras e, a tendncia atual, a diversificao de produtos
para que a sustentabilidade econmica do manejo seja mais facilmente alcanada.
1. CONCEITOS
Princpios:
Tcnicas:
Uso de sistemas silviculturais apropriados para a regio amaznica. Esses sistemas sero
discutidos com mais detalhes na apresentao da evoluo histrica e de alguns resultados de
164
pesquisas sobre o manejo de florestas tropicais midas, neste captulo. Alm disso, temos no
Captulo 22, resultados de pesquisas de manejo florestal e de ecologia que devem auxiliar na
elaborao de planos de manejo florestal.
Normas:
165
retorno aps cumprido o perodo de rotao da floresta. O Sistema Uniforme Malaio o exemplo
de MFS monocclico. MFS policclico, geralmente bicclico, pressupe cortes sucessivos com
retorno de acordo com o ciclo de corte arbitrado.
2. HISTRICO DO MFS
Os sistemas silviculturais utilizados para o MFS nos pases com florestas tropicais so, na
realidade, adaptaes dos modelos clssicos (principalmente europeus) desenvolvidos para as
florestas temperadas. As primeiras experincias silviculturais voltadas ao MFS foram executadas
na ndia e Myanmar (antiga Birmnia), em meados do sculo XIX.
Segundo Lamprecht (1990), a histria do MFS nos trpicos s comeou a ser contada
depois do surgimento dos reinos coloniais europeus. O botnico alemo Dietrich Brandis
escreveu em 1860, na ndia, o primeiro plano de ordenamento para a Teca (Tectona grandis) de
Myanmar, desenvolve o mtodo de "taungya" e funda o servio florestal indiano. A revista "The
Indian Forester" comeou a ser publicada em 1875. O primeiro manual de silvicultura tropical
foi publicado em 1888, na ndia.
Em 1883 foi criado o primeiro Servio Florestal na Malsia, que tinha como principais
atividades: controle do extrativismo madeireiro, manuteno de reservas florestais, legislao e
administrao, no tendo praticamente nada de manejo florestal. Na Malsia Peninsular, entre
1910 e 1922, uma srie de tratamentos silviculturais, conhecidos como Cortes de Melhoramento,
foram implementados para favorecer uma nica espcie, Palaquium gutta. O ltex desta espcie
tinha uma participao significativa na economia do pas. As rvores eram derrubadas para fazer
a extrao. J naquela poca foi observado que em vez de plantios, a conduo da regenerao
natural pr-existente era muito mais conveniente.
Este sistema foi o precursor do Sistema Uniforme Malaio (SUM), que se consolidou em
1948, depois de aposentar o Sistema de Corte de Melhoramento da Regenerao. Isto aconteceu
durante o perodo de reaquecimento da economia mundial e, em particular, com a alta da
demanda de produtos madeireiros de florestas tropicais.
166
com DAP > 45 cm e a eliminao, posterior, de todas as indesejveis que competiam com a
regenerao natural (RN) das desejveis.
O STS consistia de abertura gradual do dossel por meio de envenenamento (com arsenito
de sdio) de espcies no comerciais e tambm corte de cips e limpezas para controlar a
infestao de cips e ervas daninhas, para promover a sobrevivncia e o crescimento da RN de
espcies desejveis. Depois de manejar, aproximadamente, 200.000 hectares de florestas
primrias nigerianas com STS, este sistema foi abandonado. A razo principal foi que a
produo de madeira no competia com outras formas de uso do solo. Onde havia alguma
preocupao com o uso mltiplo da floresta, o STS conseguiu se consolidar.
Os sistemas seletivos vieram depois e hoje so os que predominam no MFS. Uma rara
exceo o Sistema de Faixas de Colheita, utilizado experimentalmente no Vale do Rio Palcazu,
no Peru - mais recentemente.
A evoluo histrica do MFS apresentada na Figura 18.1. Os Quadros 18.1, 18.2, 18.3
e 18.4 apresentam, respectivamente, resumos das operaes do SMU, do STS, de um sistema
seletivo e do sistema CPATU-EMBRAPA.
167
asitico e do oeste africano. Nos pases amaznicos, no incio da dcada de 80, foram planejadas
vrias reas de demonstrao de manejo florestal, totalizando aproximadamente um milho de
hectares, mas que at hoje no foram implementadas.
Depois de quase um sculo de experincia: qual o sistema mais bem sucedido durante
todo este tempo? A resposta nenhum. Em reunio ocorrida na Universidade de Yale, Estados
Unidos, os especialistas em Manejo Florestal do uma boa viso de como est a situao das
atividades florestais em vrios pases do sudeste asitico e do oeste africano, mas nenhum deles
aponta um caso confirmado de sucesso da prtica de manejo florestal (Mergen e Vincent, 1987).
As razes so as mais variadas possveis, como invases pelos sem-terra, mudana de poltica de
uso do solo, catstrofes naturais ou artificiais (guerras e guerrilhas), golpes de Estado (militares
ou no), falta de pessoal treinado, falta de financiamentos etc. Entretanto, praticamente no h
registros de insucesso creditado aos aspectos tcnicos na aplicao desses sistemas no MFS.
168
milhes, do qual o Estado do Par sozinho contribuiu com 80% (segundo AIMEX, Associao
das Indstrias Exportadoras de Madeira do Estado do Par e Territrio Federal do Amap). No
Estado do Amazonas, praticamente 100% das exportaes so de laminado e compensado. No
Amazonas, o setor florestal contribuiu, em 2000, com apenas 0,4% do PIB Estadual. Segundo
Higuchi et al. (2006), a atividade madeireira na regio amaznica tem correlao direta com o
desmatamento (r = 0,99, p < 0,00001) e quase nenhuma com a distribuio de renda (r = 0,17, p
> 0,9999).
Enquanto isso, verifica-se uma diminuio constante dos estoques de madeira tropical,
concomitante a um aumento preocupante de reas degradadas em todo o mundo tropical. O
Quadro 18.5 d uma idia de como est o estoque de florestas tropicais, at 1985, nos principais
pases produtores de madeira. A situao nos pases do sudeste asitico e oeste africano deve ter
agravado nos ltimos 15 anos, porque a demanda por produtos madeireiros tropicais no
diminuiu durante este perodo, ao contrrio, tem-se aumentado exponencialmente. No Captulo 4
temos uma anlise do setor florestal e da perspectiva do MFS no mundo tropical.
169
desmatamento para cada Estado. Houve uma queda das taxas de desmatamento, a partir de
1988, estabilizando-se, a partir de 1990, em torno de 12.000 km2 anuais. As razes para a
queda de 21.130 km2 (1978-1988) para 11.130 km2/ano (1991), foram principalmente:
poltica ambiental do Brasil e falta de recursos financeiros como forma de subsdios para
projetos de desenvolvimento na Amaznia. Segundo Nepstad et al. (1999), a explorao
seletiva de madeira alterou entre 9.730 e 15.090 km2, na safra de 1996-97, de cobertura
florestal original da Amaznia brasileira, que, provavelmente, no est contabilizada como
desmatamento pelo INPE. V. quadro 15.8 (Captulo 15), que no tem as reas desmatadas de
cada Estado a partir de 2000, mas tem os acumulados de toda regio at 2006. Asner et al.
(2005) afirmaram que a explorao seletiva de madeira poderia aumentar de 60 a 123% a rea
desmatada na Amaznia, com base em estudos no perodo de 1999 a 2002.
Nesse aspecto, o Brasil no fica devendo nada aos pases do sudeste asitico e oeste
africano. Na Amaznia brasileira h registros de pesquisas desde fins dos anos 50. De modo
geral, as pesquisas florestais quase que, invariavelmente, so multidisciplinares, com um
crescente aumento de conscientizao quanto aos aspectos ecolgicos e sociais do manejo
florestal.
170
policclico e de uso mltiplo e tm em comum os princpios dos sistemas precursores, Malaio e
Shelterwood Tropical, que utilizam a regenerao natural para garantir ciclos de corte
subseqentes.
5. CONCLUSO:
No Brasil, outra vantagem que nunca se falou que estava utilizando este ou aquele
sistema para o manejo florestal, at 1989. Mesmo assim temos hoje cerca de 65 milhes de
hectares de floresta amaznica, se no totalmente degradados, pelo menos seriamente
comprometidos em termos de sucesso florestal. A partir de 1989, com a exigncia do plano de
manejo (OS no 001/89-DIREN de 7/8/89) e outras instrues por parte do IBAMA, milhares de
171
hectares de floresta amaznica j foram explorados sob algum nome de algum sistema
silvicultural clssico.
A floresta amaznica remanescente ainda muito grande, mas seria muita irresponsabilidade dos
florestais e madeireiros acharem que isto seja suficiente para acomodao. Por outro lado, apesar de todos os
"defeitos" impostos floresta amaznica, como cor da madeira, peso especfico e m distribuio espacial, a
procura por madeira tropical se voltar para esta regio, ainda na primeira dcada deste sculo. Usando com
inteligncia as reas vocacionadas para produo madeireira, a floresta amaznica ser conservada. As pesquisas
indicam que as injrias causadas pelas exploraes florestais so rapidamente cicatrizadas, as clareiras so
colonizadas de acordo com orientaes tcnicas, a floresta residual responde positivamente aos tratamentos
silviculturais e que o manejo florestal, enfim, pode fazer bem a floresta natural.
172
Figura 18.1: Evoluo histrica do Manejo Florestal sob Regime de Rendimento Sustentado, de forma esquemtica.
ndia e Birmnia
(Experincias Silviculturais, Sculo XIX)
Porto Rico, 1948 Filipinas, 1953 Borneo do Norte Indonsia, 1972 Nigria, 1953 Gana, 1945
Seletivo Seletivo SUM, 1955 Seletivo 2 STS STS
Sabah/Sarawak
Bi-cclico, 1980
173
Quadro 18.1: Seqncia de Operaes do Sistema Malaio Uniforme (SMU), verso original.
Cronologia Operaes
7 ou 2 anos antes de Anelamento e Envenenamento de Indesejveis com copas densas
E (n-7 ou n-2) dos dosseis inferior e mdio (indesejveis do dossel superior, se
necessrio). Corte de cips.
n-1.5 Avaliao da RN (plntulas e mudas estabelecidas, mtodo de
Milliacre, LSM, quadrados de 2 x 2m.
n-0.5 IF das rvores grandes
E Explorao Florestal (a concluir em menos de dois anos)
logo aps E Anelamento e Envenenamento de rvores Indesejveis e Corte de
cips
n+2 at n+3 Limpeza do sub-bosque para favorecer RN de desejveis e Corte de
cips.
n+4 at n+5 Inventrio das varas usando LS l/4, quadrados de 5 x 5m.
logo aps LS 1/4 Tratamentos silviculturais incluindo anelamento e envenenamento
de indesejveis, corte de cips e semear desejveis, se necessrio.
n+10 Inventrio das arvoretas, LS 1/2, quadrados de 10 x 10m.
174
Quadro 18.2: Seqncia de operaes do Sistema Tropical Shelterwood (STS), verso original.
CRONOLOGIA OPERAES
E-5 Marcao da rea. Corte de lianas e de indesejveis, arbustos e
herbceas do estrato inferior.
E-4 Segundo corte de lianas etc. Envenenamento do estrato
intermedirio (estao seca). Primeira Contagem da RN (estao
chuvosa).
E-3 Segunda abertura do dossel (estao seca). Primeira e Segunda
Limpezas (estao chuvosa).
E-2 Terceira Limpeza. Segunda Contagem da RN. Quarta Limpeza.
E-1 Quinta Limpeza (estao chuvosa)
E Explorao florestal. Primeira Limpeza ps-explorao.
E+9 Segunda Limpeza ps-explorao.
E+10 Remoo das rvores que serviram de abrigo para a RN de
desejveis. Quarta contagem da RN.
E+14 Terceira Limpeza ps-explorao.
E+19 Quarta Limpeza ps-explorao.
etc Nova explorao florestal 100 anos depois.
CRONOLOGIA OPERAES
E-1 a E-2 Inventrio Florestal pr-exploratrio usando amostragem
sistemtica. Determinao dos ciclos de corte.
E a E-1 Corte de cips para reduzir danos durante a explorao florestal.
Marcao das rvores que sero derrubadas de acordo com direo
de queda.
E Corte de todas as rvores marcadas conforme o plano de corte.
E+2 a E+5 Inventrio Florestal ps-exploratrio usando amostragem
sistemtica para avaliar o estoque residual e para prescrever os
tratamentos silviculturais.
175
Quadro 18.4: Seqncia de Operaes do Sistema CPATU-EMBRAPA.
CRONOLOGIA OPERAES
E-2 Inventrio pr-exploratrio a 100% das rvores com DAP60 cm.
Preparao dos mapas de explorao
E-1 Seleo das rvores que sero derrubadas. Evitar grandes clareiras.
Marcar rvores que sero derrubadas e que sero reservadas para as
prximas colheitas. Corte de cips, se necessrio. Instalao das
parcelas permanentes (PP).
E Explorao Florestal. Observar direo de queda. Intensidade de
explorao = 30-40 m3/ha e DAP mnimo de 60 cm.
E+1 Re-medio das PPs para estimar os danos de explorao e o
estoque da floresta residual
E+2 Envenamento/anelamento de espcies no comerciais ou comerciais
severamente danificadas. Reduzir rea basal em 1/3 da original.
Incluir as redues devidas explorao e aos danos da explorao.
E+3 Re-medio das PPs.
E+5 Re-medio das PPs.
E+10 Refinamento para melhorar o crescimento das espcies comerciais
remanescentes. Re-medio das PPs. Repetir as medies cada 5
anos e aplicar tratamentos silviculturais cada 10 anos.
176
Quadro 18.5: reas de florestas produtivas dos principais pases produtores de madeira tropical
(em milhes de hectares), at 1985.
177
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179
CAPTULO 19
O Setor Florestal da Amaznia Brasileira: Explorao Florestal
Seletiva e o Mercado Internacional de Madeira Dura Tropical15
Resumo
Introduo
15
Trabalho financiado pelo Projeto BIONTE (Convnio INPA/DFID), Em: BIONTE Relatrio Final; pp. 15-
30.
180
corresponde a 60% do territrio brasileiro. At 2006, o desmatamento acumulado era de mais
de 650.000 km2, 65 milhes de hectares, incluindo reas de Cerrado (quadro 15.8 do Captulo
15).
Trata-se de uma regio que desperta ainda muita curiosidade, paixo, cobia, respeito
e um legtimo interesse em proteg-la. J h algum tempo, as florestas deixaram de ser
empecilhos para o desenvolvimento econmico regional, ao contrrio, a madeira disponvel
tem sido usada no lugar dos incentivos fiscais que desapareceram. Alm disso, o mercado
internacional de madeira dura tropical comea a mover-se do sudeste asitico para a regio
amaznica.
181
financeiros como forma de subsdios para projetos de desenvolvimento na Amaznia. As
estatsticas atualizadas at 1997, segundo o INPE (1998) so as seguintes: 13.786 km2/ano
para o perodo 91/92, 14.896 km2/ano para 92/94, 29.059 km2/ano para 94/95 e 18.161
km2/ano para 95/96. Nos 3 primeiros anos do Governo Lula, as reas foram 27.200 km2,
18.900 km2 e 13.000 km2, respectivamente, 03/04, 04/05 e 05/06.
182
A ITTO consolida anualmente, desde 1988, as estatsticas florestais dos pases
signatrios, incluindo dados de produo, consumo, exportao e valores de mercado. At
1995, a ITTO apresentava estas estatsticas em relatrios impressos anuais ou bianuais; a
partir de ento, as estatsticas podem ser obtidas no endereo www.itto.or.jp. So
consideradas trs grandes regies tropicais: (1) frica, (2) Amrica Latina e Caribe e (3) sia
e Pacfico. As estatsticas sobre o volume da madeira so fornecidas em metros cbicos
equivalentes em tora, usando os seguintes fatores de converso:
1,82 para madeira serrada, ou seja, o volume de madeira serrada que cada pas
produz multiplicado por este fator para ter a estimativa do equivalente em toras que foi
retirado da floresta; ou ainda, 55% do volume de uma tora, mdia mundial, transformado em
tbuas ou outro produto serrado;
2,3 para compensado, ou seja, 43% do volume de uma tora, mdia mundial,
transformado em compensado;
1,9 para laminados, ou seja, 53% do volume de uma tora, mdia mundial,
transformado em laminado.
(i) Produtores:
A regio sia/Pacfico, apesar de uma queda de produo de 7,5%, de 1988 para 2004,
em equivalentes em tora, ainda a maior produtora de madeira dura tropical. As duas outras
regies, Amrica Latina/Caribe e frica, mantiveram-se estveis, porm, com uma
participao bem inferior da sia/Pacfico. A participao de cada grande regio tropical
produo mdia (1988-2004) anual a seguinte: sia/Pacfico (67%), Amrica Latina/Caribe
(25%) e frica (8%).
183
vai alm da regio amaznica. Estes trs pases representam 68% da produo mundial de
madeira dura tropical. A Figura 19.1 apresenta a dinmica de produo destes produtores
durante o perodo 1988-2004. H uma clara tendncia de queda (28% de queda), em relao
ao pico de produo da Indonsia e Malsia (35%) e um aumento (em relao ao mnimo) do
Brasil, em torno de 75% da produo de 1988.
184
consegue atingir os padres de qualidade exigidos pelo mercado internacional, principalmente
Europa, Estados Unidos e Japo.
No mesmo site, no relatrio dos pases tropicais, a situao da Indonsia, em 1995, era
a seguinte: floresta remanescente = 63 milhes de hectares sob concesses florestais;
explorao autorizada = 700 mil ha por ano; explorao no autorizada = 500 mil por ano;
desmatamento anual = 5,4 milhes de ha. Hoje, em 2005, quase certo que as reservas
florestais nativas da Indonsia estejam praticamente dizimadas.
185
Malsia => Y = 32.204 1035,74 X => r = 0,91 e sy.x = 2412
A figura 19.3 ilustra o uso dos modelos para projees at 2036. Em termos de
exportao de madeira, o Brasil supera a Malsia em 2012 e a Indonsia em 2017. Em 2018, a
Malsia deixa de exportar e a Indonsia em 2030. O Brasil s conseguir atender a demanda
internacional em 2097. Este cenrio indica que o mercado entra em colapso antes de 2010.
186
Poucas diferenas em relao execuo dos planos de manejo florestal sero
encontradas em outras microrregies do Par, ou mesmo em outros estados amaznicos.
Provavelmente, mudam apenas a intensidade e a durao da interveno. Nas vrzeas do
estado do Amazonas, onde se concentram a principal fonte de abastecimento da matria-prima
madeira do estado, por exemplo, as questes tcnicas e legais envolvidas em um plano de
manejo, so similares s de Paragominas. Nas vrzeas do Amazonas, a explorao muito
mais seletiva e, por esta razo, o volume extrado por unidade de rea menor do que o de
Paragominas.
Desta reunio foi concludo que o problema central do manejo florestal no estado do
Amazonas que a produo madeireira no est sendo feita de forma sustentvel. Como
conseqncia, tem-se de um lado, o risco de faltar o produto madeireiro no mercado, e de
outro, a ameaa integridade dos ecossistemas amaznicos. A causa principal o fato que os
planos de manejo florestal sustentvel no so devidamente implementados.
187
tecnologia da madeira, ergonomia, economia, comercializao & mercado, impactos
ambientais, impactos sociais e culturais).
Concluso
188
competitiva, com a mesma atividade, em outras regies do Brasil. O freio, no entanto, durou
muito pouco porque, enquanto reduziam-se os incentivos, o aproveitamento da madeira
viabilizava-se operacional e economicamente, transformando-se, inclusive, em pr-
investimentos para a agropecuria. A madeira comeou a cobrir, pelo menos, os investimentos
mnimos em infra-estrutura, feitos para a sua explorao. Com isto, o madeireiro contribua
duplamente com o agropecuarista, ou seja, com a prpria infra-estrutura viria e com a
reduo da densidade e volume da floresta primria, facilitando o corte raso e preparao do
solo para a implantao de pastagens.
189
Neste momento preciso ter sabedoria para antecipar-se eminente escassez. Como
vantagem, o Brasil tem todos os instrumentos de medida necessrios para a correta utilizao
dos recursos florestais da Amaznia. O manejo florestal e o uso alternativo esto
regulamentados (Decretos 1.282, 2.788 e 5.975), com normas claras (IN 05) e penas definidas
para aqueles que descumprem as leis e as normas (Lei 9605, crimes ambientais).
190
Quadro 19.1: Bacia Amaznica - rea (em km2) dos principais tipos florestais e no florestais.
Quadro 19.2: Produo de madeira em tora de florestas nativas da Amaznia para fins industriais, por
Estado, entre 1975 a 2004 (em 1.000 m3).
191
Figura 19.1: Dinmica da produo de madeira tropical (em 1.000 m3 equivalente em tora) dos trs
principais produtores individuais.
90.000
80.000
70.000
volume (1.000 m3)
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
ano
192
Figura 19.2: Dinmica (1989-2004) da importao de madeira equivalente em toras dos trs principais
consumidores.
25000
20000
volume (1000 m3)
15000
10000
5000
0
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
ano
China Japo UE
193
Figura 19.3: Projees sobre o suprimento de madeira tropical ao mercado internacional.
60.000
50.000
mercado
40.000
30.000 Mal
sia
volume (1.000 m3)
20.000 Indonsia
10.000
Brasil
Brasil Indons
0 ia
-10.000
Mal
sia
-20.000
-30.000
1988
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2010
2012
2014
2016
2018
2020
2022
2024
2026
2028
2030
2032
2034
2036
ano
194
Figura 19.4: Sumrio da Anlise de Problemas de Manejo Florestal no Estado do Amazonas.
EFEITOS
PROBLEMA CENTRAL
CAUSAS
195
Bibliografia:
Braga, P.I.S. 1979. Subdiviso Fitogeogrfica, Tipos de Vegetao, Conservao e Inventrio
Florstico da Floresta Amaznica. Acta Amazonica 9(4):53-80.
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Silva, J.N.M. et al.. 1996. Diagnstico dos Projetos de Manejo Florestal no Estado do Par -
Fase Paragominas. 87p.
196
CAPTULO 20
CONVENES, ACORDOS INTERNACIONAIS E CERTIFICAO
Neste captulo inclumos as Convenes (trechos mais relacionados com o setor florestal) sobre o Clima
(e o Protocolo de Kyoto) e da Biodiversidade, assinadas por mais de 150 pases, durante a Rio-92. Depois de
ratificadas pelo Senado Federal, essas Convenes se transformaram em leis internacionais. Temos tambm o
acordo informal sobre os princpios para a conservao e manejo sustentvel de todos os tipos florestais, que
apesar de no fora de lei, tem o desejo poltico de todos os pases signatrios. Alm disso, apresentamos um
resumo de outros acordos no obrigatrios como ITTO-2000 e Acordo de Tarapoto. Por ltimo, apresentamos
sucintamente algumas informaes sobre certificao florestal.
Em todos casos, o engenheiro florestal tem importante papel na implementao dos acordos,
especialmente, naqueles relacionados com as questes climticas. Na interao biosfera-atmosfera, a floresta a
protagonista; ora no papel de mocinha seqestrando Carbono da atmosfera, ora como vil emitindo
Carbono, principalmente, via desmatamento. O eng florestal treinado para realizar inventrios florestais,
estimar o volume da madeira e manejar a floresta. Quem sabe tudo isto, saber tambm trabalhar com o Carbono
da vegetao. A adaptao muito simples, talvez, um pouco mais trabalhosa; basta trocar o volume por
biomassa e estimar o Carbono. Talvez, a principal modificao esteja na cabea do eng florestal, ou seja, a
mxima fixao do Carbono no poder ficar apenas no tronco; a fixao tem que ser analisada para a rvore
toda. A principal unidade de medida tonelada mtrica de Carbono; mais tarde, feita a transformao para os
gases especficos (CO, CO2, CH4 etc.).
197
7.1. CONVENO-QUADRO INTERNACIONAL SOBRE MUDANAS
CLIMTICAS (UNFCCC)
Esta Conveno foi assinada no dia 4/6/92, durante a Rio-92. O objetivo desta
Conveno estabilizar as concentraes de gases de efeito estufa (GEE) aos nveis que
impeam que as atividades humanas afetem perigosamente o sistema climtico global. A data
de ratificao pelo Senado da Repblica e publicao no Dirio Oficial da Unio do Texto da
Conveno - D.O.U - 04/02/1994 - Seo - Decreto Legislativo n 01. O texto completo, em
Portugus, pode ser encontrado no link abaixo:
http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/4069.html
198
O mundo se mobilizou no Rio de Janeiro, em 1992, motivado pela publicao do ciclo
global do Carbono do perodo 1980 a 1989 quadro 20.1. Hoje, o tamanho do C perdido j
diminuiu bastante por conta das absores das florestas boreais e tropicais. A absoro pela
atmosfera causou um aumento da concentrao de CO2; atualmente, os estudos indicam que
as concentraes deste gs saltaram de 280 ppm, antes da revoluo industrial iniciada em
1850, para 379 ppm, em 2005.
Quadro 20.1. Ciclo global do Carbono do perodo 1980 1989 em Pg (Pg = peta grama = 1 x
1015 g).
EMISSO ABSORO
O principal objetivo desta Conveno e de todo instrumento jurdico adotado pela Conferncia
das Partes, conseguir, de acordo com os dispositivos pertinentes Conveno, a
estabilizao das concentraes de GEEs na atmosfera a um nvel que impea as
interferncias antrpicas no sistema climtico. Este nvel dever acontecer dentro de um
prazo suficiente para permitir que os ecossistemas se adaptem naturalmente mudana
climtica, assegurar que a produo de alimentos no seja ameaada e permitir que o
desenvolvimento econmico prossiga de maneira sustentvel.
199
(ii) H os pases que tm obrigaes de redues e aqueles que no obrigaes
(Brasil, por ex.). Mesmo os pases que tm obrigaes, h duas categorias baseadas em
obrigaes diferenciadas, definidas no Anexo I16 e Anexo II17.
(iv) Os gases de efeito estufa (GEEs) considerados pela Conveno so: Dixido de
Carbono (CO2), Metano (CH4), xido Nitroso (N2O), Hidrofluocarbonos (HFCs),
Perfluocarbonos (PFCs) e Sulfurhexafluoride (SF6). A Conveno trata os gases
diferentemente, mas os principais so CO2, CH4 e N2O, com maior nfase emisso antrpica
do CO2.
(vi) Por fonte se entende como qualquer processo ou atividade que libera um
GEE, um aerosol ou um precursor de um GEE da atmosfera.
16
Anexo I: Alemanha, Austrlia, Austria, Belaurus, Blgica, Bulgria, Canad, Comunidade Europia,
Checoslovaquia, Dinamarca, Espanha, EUA, Estnia, Rssia, Finlndia, Frana, Grcia, Hungria, Irlanda,
Islndia, Itlia, Japo, Letnia, Litunia, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelndia, Pases Baixos, Polnia,
Portugal, Reino Unido, Romnia, Sucia, Suia, Turquia e Ucrnia.
17
Anexo II: Alemanha, Austrlia, Austria, Blgica, Canad, Comunidade Europia, Dinamarca, Espanha, EUA,
Finlndia, Frana, Grcia, Irlanda, Islndia, Itlia, Japo, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelndia, Pases Baixos,
Portugal, Reino Unido, Sucia, Suia e Turquia.
200
7.2. PROTOCOLO DE KYOTO SOBRE MUDANAS CLIMTICAS :
uma viso geral
Resumo:
O Protocolo de Kyoto UNFCCC foi adotado por mais de 160 naes em 11/12/97.
As providncias mais importantes do Protocolo foram os limites para emisses de GEEs pelos
pases desenvolvidos (PDs), os maiores responsveis pelo atual nvel de poluio do ar. Ao
mesmo tempo, o Protocolo cria significantes incentivos para os pases em desenvolvimento
(PEDs) para controlarem as suas emisses em consonncia ao crescimento econmico.
Fazendo isso, o Protocolo estabeleceu s naes, um caminho em direo ao uso de energia
limpa, renovvel e eficiente, que fortalecer a economia global e proteger o meio ambiente
global.
http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/28739.html
Aspectos Institucionais:
201
de diferentes definies, mtodos de avaliao de emisso e seqestro de Carbono e questes
relacionadas com contabilidade.
Metas e Cronogramas:
Gases Considerados:
(i) Negcio com Bnus para Emisso: Grande parte por causa da insistncia dos EUA,
o Protocolo permite a criao de sistema intl de negcio de bnus entre as Partes do Anexo
B, similar ao Clean Air Act nos EUA. Sob esta providncia, uma Parte do Anexo B com
emisses excedendo os seus limites, ser capaz de comprar bnus de uma Parte do Anexo B
com emisses inferiores aos seus limites.
202
(ii) Negcio de Crdito Baseado em Projetos: Tambm referido como implementao
conjunta, estabelecido sob o Protocolo para as Partes do Anexo B. Atravs desta
providncia, uma Parte do Anexo B receber crditos quando estiver apoiando projetos
especficos que reduzem emisses em uma outra Parte do Anexo B. Aqui, so includos
projetos que aumentam a eficincia de uma fbrica ou usina atravs de assistncia financeira
ou transferncia de tecnologia, ou projetos que seqestram emisses como conservao de
florestas.
Sumidouros:
203
Florestas, agricultura e outros sistemas que podem absorver e armazenar Carbono so
chamados de sumidouros. O Protocolo reconhece a importncia deles ao incluir a
preservao e desenvolvimento de sumidouros como passos que uma Parte do Anexo B
pode tomar para alcanar as suas metas de emisses. Enquanto que a incluso de
sumidouros pode ter um impacto positivo sobre a proteo da atmosfera e das florestas, a
linguagem do Protocolo ambgua e cria tanto incentivos e desincentivos ao MFS. Em
particular, o Protocolo poderia promover a explorao (talvez, a eliminao) de floresta
madura, em favor de outros tipos de uso do solo (reflorestamento ou manejo de capoeiras) que
podem seqestrar CO2. As Partes concordaram em resolver esta ambigidade desenvolvendo
manuais para avaliao de sumidouros.
204
Pases Desenvolvidos (Partes do Anexo B) e Metas
Pas metas
Austrlia 8% acima 1990
ustria 8% abaixo 1990
Blgica 8% abaixo 1990
Bulgria 8% abaixo 1990
Canad 6% abaixo 1990
Crocia 5% abaixo (ano-base)
Repblica Checa 8% abaixo (ano-base)
Dinamarca 8% abaixo 1990
Estnia 8% abaixo (ano-base)
Comunidade Europia 8% abaixo 1990
Finlndia 8% abaixo 1990
Frana 8% abaixo 1990
Alemanha 8% abaixo 1990
Grcia 8% abaixo 1990
Hungria 6% abaixo 1990
Iceland igual 1990
Irlanda 8% abaixo 1990
Itlia 8% abaixo 1990
Japo 6% abaixo 1990
Latvia 8% abaixo (ano-base)
Liechtenstein 8% abaixo 1990
Litunia 8% abaixo (ano-base)
Luxemburgo 8% abaixo 1990
Mnaco 8% abaixo 1990
Pases Baixos 8% abaixo 1990
Nova Zelndia igual 1990
Noruega 1% acima 1990
Polnia 6% abaixo 1990
Portugal 8% abaixo 1990
Romnia 8% abaixo 1990
Federao Russa igual ano-base
Eslovquia 8% abaixo (ano-base)
Eslovnia 8% abaixo (ano-base)
Espanha 8% abaixo 1990
Sucia 8% abaixo 1990
Sua 8% abaixo 1990
Ucrnia igual (ano-base)
Reino Unido 8% abaixo 1990
EUA 7% abaixo 1990
205
7.3. CONVENO INTERNACIONAL SOBRE A BIODIVERSIDADE
Prembulo
As Partes,
.......
.....
....
.....
206
Convieram no seguinte:
Artigo 1. Objetivos
207
Habitat significa o lugar ou tipo de local onde um organismo ou populao ocorre
naturalmente.
Material gentico significa todo material de origem vegetal, animal, microbiana ou outra que
contenha unidades funcionais de hereditariedade.
Pas de origem de recursos genticos significa o pas que possui esses recursos genticos em condies in-situ.
Pas provedor de recursos genticos significa o pas que prov recursos genticos coletados
de fontes in-situ, incluindo populaes de espcies domesticadas e silvestres, ou obtidas de
fontes ex-situ, que possam ou no ter sido originados nesse pas.
Artigo 3. Princpio
Artigo 5. Cooperao
208
(a) Desenvolver estratgias, planos ou programas para a conservao e a utilizao sustentvel
da diversidade biolgica ou adaptar para esse fim estratgias, planos ou programas existentes
que devem refletir, entre outros aspectos, as medidas estabelecidas nesta Conveno
concernentes a Parte interessada; e
(b) Adotar medidas relacionadas utilizao de recursos biolgicos para evitar ou minimizar
impactos negativos na diversidade biolgica;
(c) Proteger e encorajar a utilizao costumeira de recursos biolgicos de acordo com prticas
culturais tradicionais compatveis com a exigncia de conservao ou utilizao sustentvel;
(e) Estimular a cooperao entre suas autoridades governamentais e seu setor privado na
elaborao de mtodos de utilizao sustentvel de recursos biolgicos.
(a) Estabelecer programas de educao e treinamento cientfico e tcnico sobre medidas para
a identificao, conservao e utilizao sustentvel da diversidade biolgica e seus
componentes, e proporcionar apoio a esses programas de educao e treinamento destinados
s necessidades especficas dos pases em desenvolvimento;
209
(b) Promover e estimular pesquisas que contribuam para a conservao e a utilizao
sustentvel da diversidade biolgica, especialmente nos pases em desenvolvimento,
conforme, entre outras, as decises da Conferncia das Partes tomadas em conseqncia das
recomendaes do rgo Subsidirio de Assessoramento Cientfico, Tcnico e Tecnolgico;
(c)
1. Em reconhecimento dos direitos soberanos dos Estados sobre seus recursos naturais, a
autoridade para determinar o acesso a recursos genticos pertence aos governos nacionais e
est sujeita legislao nacional.
1.
3. 4. 5.
210
1. Cada Parte deve adotar medidas legislativas, administrativas ou polticas, conforme o caso, para permitir a
participao efetiva, em atividades de pesquisa biotecnolgica, das Partes, especialmente pases em
desenvolvimento, que provem os recursos genticos para essa pesquisa, e se possvel nessas Partes.
2. Cada Parte deve adotar todas as medidas possveis para promover e antecipar acesso
prioritrio, em base justa e eqitativa das Partes, especialmente pases em desenvolvimento,
aos resultados e benefcios derivados de biotecnologias baseadas em recursos genticos
providos por essas Partes. Esse acesso deve ser de comum acordo.
3.
4.
1. Cada Parte compromete-se a proporcionar, de acordo com a sua capacidade, apoio financeiro e incentivos
respectivos s atividades nacionais destinadas a alcanar os objetivos desta Conveno em conformidade com
seus planos, prioridades e programas nacionais.
2. As Partes pases desenvolvidos devem prover recursos financeiros novos e adicionais para
que as Partes pases em desenvolvimento possam cobrir integralmente os custos adicionais
por elas concordados decorrentes da implementao de medidas em cumprimento das
obrigaes desta Conveno, bem como para que se beneficiem de seus dispositivos.
3. 4. 5. 6. 7.
211
Artigo 34. Ratificao, Aceitao ou Aprovao
1. Esta Conveno e seus protocolos esto sujeitos ratificao, aceitao ou aprovao, pelos Estados e por
organizaes de integrao econmica regional. Os instrumentos de ratificao, aceitao ou aprovao devem
ser depositados junto ao Depositrio.
1. Esta Conveno entra em vigor no nonagsimo dia aps a data de depsito do trigsimo instrumento de
ratificao, aceitao ou aprovao ou adeso.
O Secretrio-Geral da ONU deve assumir as funes de Depositrio desta Conveno e de seus protocolos.
212
7.4. ACORDO INFORMAL SOBRE OS PRINCPIOS PARA A
CONSERVAO E MANEJO SUSTENTVEL DE TODOS OS TIPOS
FLORESTAIS
PRINCPIOS / ELEMENTOS
1. Cada Pas tem, de acordo com a Carta das Naes Unidas e os princpios das leis
internacionais, o direito soberano de explorar os seus recursos conforme as suas prprias
polticas ambientais, mas tem a responsabilidade de assegurar que as atividades dentro de sua
jurisdio ou controles no causem danos ao ambiente de outros Pases.
213
econmicas e perseguir e manter a suas identidades culturais e organizaes sociais, bem
como adequados nveis de vida e bem-estar por meio da posse da terra.
7. Devem ser feitos esforos para promover uma conduta internacional para o
desenvolvimento sustentvel e ambientalmente sadio das florestas em todos os pases,
incluindo, entre outras medidas, a promoo de padres de sustentabilidade de produo e
consumo, erradicao da pobreza e a promoo da segurana alimentar.
8. Devem ser feitos esforos para tornar o mundo mais verde. Todos os pases,
principalmente os desenvolvidos, devem tomar aes positivas e transparentes visando o
reflorestamento, conservao das florestas nativas e outras medidas.
10. Novos e adicionais recursos financeiros devem ser fornecidos aos pases em
desenvolvimento.
214
13. O comrcio de produtos florestais deve ser baseado em regras no discriminatrias e procedimentos
consistentes com prticas e leis de comrcio internacional. Neste contexto, comrcio internacional aberto e livre
de produtos florestais deve ser facilitado.
215
7.5. ITTO-2000
ITTO (International Tropical Timber Organization) quer dizer Organizao Internacional das Madeiras
Tropicais e congrega produtores e consumidores de madeira dura tropical. Os pases que mais consomem e que
mais produzem madeira tropical so os que tm maior poder dentro da organizao. No incio dos anos 90,
representantes da ITTO e do comrcio de madeiras tropicais e as ONGs ambientalistas reuniram-se em Haia,
estabelecendo a meta da ITTO para o ano 2000. Ficou acordado que a ITTO somente comercializaria produtos
madeireiros oriundos de planos de manejo florestal sustentvel.
- Regulamentao dos ndices iniciais de corte com respeito aos ciclos de corte
definidos e a rea (lquida) das florestas de produo.
216
- Medidas tomadas para compatibilizar o primeiro ciclo de corte e os ciclos
subseqentes e controlar a transio do primeiro ao segundo ciclo de corte.
Indicadores:
Indicadores:
Indicadores:
- Consultas comunidade
217
- Existncia de planos de manejo e disposies para sua execuo.
Indicadores:
Indicadores:
Indicadores:
Indicadores:
218
- rea e distribuio geogrfica das matas ciliares e outras reas de proteo de bacias
hidrogrficas.
Indicadores:
Indicadores:
- Consultas comunidade
219
7.6. Acordo de TARAPOTO
Este Acordo foi tirado de uma reunio promovida pelo TCA (Tratado de Cooperao
Amaznica), em Tarapoto (Peru), 1995, com apoio da FAO, PNUD e CIDA (Canadian
International Development Agency).
I. NVEL NACIONAL
- Indicadores
- Indicadores
- Indicadores
- Indicadores
- Indicadores
- Indicadores
- Indicadores
220
Critrio 9: Produo Florestal Sustentada
- Indicadores
- Indicadores
- Indicadores
- Indicadores
221
7.7. CERTIFICAO FLORESTAL:
A certificao florestal, que vem sendo coordenada pelo FSC18, surge como uma
conseqncia natural, tendo em vista a necessidade de cumprir todos os acordos
estabelecidos. A certificao um atestado de origem da matria-prima madeira, que inclui
dois componentes: certificao da sustentabilidade lato sensu do manejo florestal (sade da
floresta) e a certificao do produto (qualidade do produto comercializado). A FAO (Food
and Agriculture Organization) sugere que os critrios para certificao devam contemplar os
seguintes conceitos fundamentais: recursos florestais, funes da floresta, necessidades
sociais e de desenvolvimento e questes institucionais.
18
FSC = The Forest Stewardship Council, Conselho do Guardio da Floresta, organizao no governamental
que tem o papel de credenciar empresas de certificao florestal.
19
WWW Guide to Forest Certification 96. 36p.
222
CAPTULO 21
LEGISLAES FLORESTAIS BRASILEIRAS
Resumo:
O Cdigo Florestal ainda est em vigor, apesar de inmeras alteraes. Hoje, para
submeter um projeto de manejo florestal sustentvel (PMFS), seja de baixa intensidade ou
pleno, o engenheiro florestal precisa estar atento s normas e orientaes contidas na Lei de
Gesto de Florestas Pblicas, Decreto de regulamentao desta Lei, o novo Decreto que
regulamenta o Art 15 do Cdigo Florestal e a Instruo Normativa n 5. Na parte central da
Amaznia, h rvores com at 1500 anos de idade. H uma enorme diferena entre o tempo
gasto para formar uma rvore para a indstria de serraria e a velocidade empregada nas
alteraes das normas de manejo florestal. Certamente, as alteraes no so realizadas com
base no conhecimento. Esta atualizao da legislao florestal de maio de 2007. Isto pode
ser considerado, em grande parte, desatualizado daqui um ano. O Art 15, por exemplo, que
regulamenta o manejo florestal na Amaznia, ficou adormecido durante 29 anos. Assim que
foi regulamentado, em 1994, este artigo j foi alterado 2 vezes. Instrues normativas,
portarias e outras resolues internas do Ibama, do MMA ou do rgo estadual de meio
ambiente so, igualmente, alteradas em alta velocidade. As legislaes estaduais precisam ser
consideradas porque estas leis podem ser mais restritivas do que as federais, mas, jamais, mais
permissivas. No Estado do Amazonas, por exemplo, o EIA/RIMA ainda exigido em planos
de manejo industrial. Portanto, o engenheiro florestal deve estar sempre atento s alteraes
consultando os sites do Ibama ou do rgo estadual de meio ambiente.
21.1. Introduo:
A lei que disciplina o setor florestal brasileiro a Lei 4.771 de 15 de setembro de
1965, que introduziu o Novo Cdigo Florestal. O Art 1 desta Lei diz o seguinte: As florestas
existentes no territrio nacional e as demais formas de vegetao, reconhecidas de utilidade s
terras que revestem, so bens de interesse comum a todos os habitantes do Pas, exercendo-
se os direitos de propriedade, com as limitaes que a legislao em geral e especialmente
esta Lei estabelecem. Isto quer dizer que, legalmente, a floresta no apenas madeira; so
todos os processos evolutivos resultantes que desempenham papis importantes no
funcionamento e manuteno dos ecossistemas e na proteo de outras formas de vida.
223
O texto do Art 1 amparado pela Constituio brasileira de 1988. O Art 225 do
Captulo de Meio Ambiente diz o seguinte: Todos tm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de
vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para
as presentes e futuras geraes. O MFS um poderoso instrumento para defender a floresta
em p, desde que a legislao seja cumprida. Neste caso, o engenheiro florestal tem papel
fundamental na implementao do MFS. O Ibama ou o rgo estadual de meio ambiente no
podem terceirizar este papel fundamental do Estado e devem monitorar o trabalho do
engenheiro florestal. Se estes atores falharem, h o Ministrio Pblico para cobrar o
cumprimento da Lei Florestal e, caso necessrio, aplicar a Lei de Crimes Ambientais.
No que diz respeito Amaznia, antes de tudo preciso ter em mente o 4 do Art
225 da Constituio, que declara a floresta amaznica, como patrimnio nacional e a sua
utilizao far-se- na forma da lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio
ambiente. A questo do manejo florestal na Amaznia foi tratada, principalmente, no Art 15
do Cdigo Florestal, que deveria ser regulamentado um ano aps a aprovao da Lei em 1965.
Esta regulamentao ficou adormecida durante 29 anos e somente, em 1994, o Art 15 foi
regulamentado.
224
Sero destacados e discutidos alguns pontos da legislao florestal. Todo o vis da
discusso para a regio amaznica. A Lei de Gesto de Florestas Pblicas ganhar mais
destaques porque a mais recente e que gerou muito polmica.
Art. 15 Fica proibida a explorao sob forma emprica das florestas primitivas da
bacia amaznica que s podero ser utilizadas em observncia a planos tcnicos de conduo
e manejo a serem estabelecidos por ato do Poder Pblico, a ser baixado dentro do prazo de
um ano.
Este artigo deveria ser regulamentado em 1966, mas acabou ocorrendo apenas em
1994, ou seja, 28 anos alm do prazo. Esta regulamentao foi realizada pelo Decreto n 1.282
(1994), alterado e substitudo pelo Decreto n 2.788 (1998) que, por sua vez, deu lugar ao
Decreto n 5.975 (2006), que o que est em vigor em 2007. Os pontos relevantes destes
decretos sero discutidos nos itens posteriores.
Esta razo foi alterada para 20% (corte raso) e 80% (reserva legal), em 1996, por meio
da MP n 2.166. A motivao foi o pico de desmatamento que ocorreu durante a safra de
1995-1996, na Amaznia. Nos primeiros dois anos, a medida governamental obteve o sucesso
esperado. Com o passar do tempo, o desmatamento voltou a ficar fora de controle. A ltima
republicao desta MP, a 67, ocorreu em 24/08/01, MP n 2166-67.
Em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D1282.htm h o texto
completo deste documento. Este Decreto regulamenta os artigos 15, 19, 20 e 21, da Lei n
4.771, de 15/09/1965 e d outras providncias.
225
O Capitulo I trata da a explorao das Florestas Primitivas e Demais Formas de
Vegetao Arbrea na Amaznia.
Art. 1. A explorao das florestas primitivas da bacia amaznica de que trata o artigo
15 da Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965 (Cdigo Florestal), e demais formas de
vegetao arbrea natural, somente ser permitida sob a forma de manejo florestal sustentvel
(MFS), segundo os princpios gerais e fundamentos tcnicos estabelecidos neste Decreto.
1. Para efeito deste Decreto, considera-se bacia amaznica a rea abrangida pelos
Estados do Acre, Amap, Amazonas, Mato Grosso, Par, Rondnia e Roraima, alm das
regies situadas ao Norte do paralelo de 13S, nos Estados de Tocantins e Gois, e a Oeste do
meridiano de 44W, no Estado do Maranho.
Art. 2. O plano de MFS a que se refere o artigo 1 deste Decreto, atender aos
seguintes princpios gerais e fundamentos tcnicos:
I princpios gerais:
Pargrafo nico. A aprovao pelo Ibama, do plano de manejo de que trata o caput
deste artigo dispensa a apresentao do Estudo de Impacto Ambiental EIA e Relatrio de
Impacto Ambiental RIMA, para projetos com rea inferior a 2.000 ha.
O Ibama regulamentou este Decreto por meio de uma portaria (Portaria n 48)
introduzindo, ao mesmo tempo, o roteiro bsico para apresentao do plano de manejo
florestal sustentvel (PMFS). Este Decreto ficou adormecido durante 29 anos e teve vida
curta, de pouco mais de 4 anos. A exigncia contida no pargrafo nico do Art. 2 (dispensa
de EIA/RIMA para projetos com rea inferior a 2.000 ha) era burlada com projetos em reas
de 1.999 ha.
226
O Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Ibama, no
uso de suas atribuies previstas no artigo 24, incisos I e III da Estrutura Regimental anexa ao Decreto n 78, de
5 de abril de 1991, e no art. 83, inciso XIV, do Regimento Interno aprovado pela Portaria Ministerial GM/Minter
n 445, de 16 de agosto de 1989, tendo em vista o disposto no Decreto n 1.282, de 19 de outubro de 1994, que
regulamenta os artigos 15, 19, 20 e 21 da Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965 e considerando a necessidade
de disciplinar a explorao florestal na Bacia Amaznica, resolve:
Alm do roteiro bsico, esta Portaria deixava claro que o PMFS somente poderia ser
implementado em terras de domnio privado. No fundo, este pargrafo era o instrumento de
medida para impedir a grilagem de terras pblicas. Talvez, a capacidade institucional no
fosse suficiente para o devido cumprimento deste pargrafo, mas o instrumento de medida
persistia. Por exemplo, o gerente do Ibama, que autorizar a implementao de PMFS em reas
griladas, pode ser punido de acordo com o Art. 67 e Art. 68 da Lei n 9.605 de 12/02/98 (Lei
de Crimes Ambientais), que trata da autorizao em desacordo com as normas e omisso
sobre a violao consumada.
227
Neste endereo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2788.htm, o texto completo original
apresentado. Este decreto altera dispositivos do Decreto n 1.282, de 19 de outubro de 1994 e d outras
providncias.
228
florestal e formao de agentes multiplicadores em atividades florestais; (vii) educao
ambiental; (viii) proteo ao meio ambiente e conservao dos recursos naturais.
229
mensales, sanguessugas e outras mazelas da poltica brasileira aconteceram sob as normas
vigentes nesta Lei de Licitaes.
Tecnicamente falando, estes bens de interesse comum levaram, pelo menos, 1500
anos para se estabelecerem (Revista Nature de 1998), sendo produto da interao entre solo,
clima e outros seres vivos, que ainda no foi explicada pela cincia. De outro lado, a pesquisa
sobre MFS mais antiga na Amaznia tem 29 anos; tempo insuficiente para prescrever medidas
que garantam a sustentabilidade lato sensu do manejo florestal. Mesmo assim, a meta do
Governo colocar 13 milhes de hectares em 10 anos, sob concesso florestal, para o MFS.
230
Florestas Pblicas). O decreto trata do Cadastro Nacional de Florestas Pblicas, considerando
apenas as reas cobertas por florestas at o dia 02/03/06 (aprovao da Lei). Este cadastro
constar de 3 estgios: identificao, delimitao e demarcao. Importante lembrar que o
Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF) somente considerar florestas pblicas inscritas no
Cadastro Nacional.
231
Esta Lei foi regulamentada pelo Decreto 3.179 de 21/09/99. O endereo eletrnico
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3179.htm contm o texto original deste
Decreto.
Art. 4o A multa ter por base a unidade, o hectare, o metro cbico, o quilograma ou
outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurdico lesado.
Art. 5o O valor da multa de que trata este Decreto ser corrigido, periodicamente,
com base nos ndices estabelecidos na legislao pertinente, sendo o mnimo de R$ 50,00
(cinqenta reais), e o mximo de R$ 50.000.000,00 (cinqenta milhes de reais).
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por
hectare ou frao, ou R$ 500,00 (quinhentos reais), por metro cbico.
Art. 31. Cortar ou transformar em carvo madeira de lei, assim classificada em ato do
Poder Pblico, para fins industriais, energticos ou para qualquer outra explorao,
econmica ou no, em desacordo com as determinaes legais:
232
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), por metro cbico.
Art. 32. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha,
carvo e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibio de licena do vendedor,
outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que dever acompanhar o
produto at final beneficiamento:
Multa simples de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais), por unidade,
estreo, quilo, mdc ou metro cbico.
Pargrafo nico. Incorre nas mesmas multas, quem vende, expe venda, tem em
depsito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvo e outros produtos de origem vegetal,
sem licena vlida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela
autoridade competente.
Art. 38. Explorar vegetao arbrea de origem nativa, localizada em rea de reserva
legal ou fora dela, de domnio pblico ou privado, sem aprovao prvia do rgo ambiental
competente ou em desacordo com a aprovao concedida.
Multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 300,00 (trezentos reais), por hectare ou frao,
ou por unidade, estreo, quilo, mdc ou metro cbico.
233
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis
SFB Servio Florestal Brasileiro
PAOF Plano Anual de Outorga Florestal
FNDF Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal
EIA Estudo Prvio de Impacto Ambiental
RIMA Relatrio de Impacto Ambiental
MFS Manejo Florestal Sustentvel
PMFS Plano de Manejo Florestal Sustentvel
DMC Dimetro Mnimo de Corte
APAT Autorizao Prvia Anlise Tcnica de PMFS
POA Plano Operacional Anual
UPA Unidade de Produo Anual
AMF rea de Manejo Florestal
UMF Unidade de Manejo Florestal
UT Unidade de Trabalho
AUTEX Autorizao para Explorao
DOF Documento de Origem Florestal (substituiu ATPF)
ATPF Autorizao para Transporte de Produtos Florestais
234
Anexo 21.1
INSTRUO NORMATIVA N 5, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2006
[ DIRIO OFICIAL DA UNIO Seo 1 n 228 de 13/12/06 (pp. 154-159) ]
Dispe sobre procedimentos tcnicos para elaborao, apresentao,
execuo e avaliao tcnica de Planos de Manejo Florestal Sustentvel-
PMFSs nas florestas primitivas e suas formas de sucesso na Amaznia
Legal, e d outras providncias.
A MINISTRA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, no uso das atribuies que lhe confere o art. 87, pargrafo
nico, inciso II, da Constituio, e tendo em vista o disposto nos arts. 15 e 19 da Lei n 4.771, de 15 de setembro
de 1965, no Decreto n 5.975, de 30 de novembro de 2006, no art. 70 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de
1998, e no art. 38 do Decreto no 3.179, de 21 de setembro de 1999, resolve:
CAPTULO I
DISPOSIES PRELIMINARES
Art. 1 Os procedimentos tcnicos para elaborao, apresentao, execuo e avaliao tcnica de Planos de
Manejo Florestal Sustentvel-PMFSs nas florestas primitivas e suas formas de sucesso na Amaznia Legal
observaro o disposto nesta Instruo Normativa.
Pargrafo nico. A avaliao tcnica do PMFS em florestas privadas somente ser iniciada aps a emisso da
Autorizao Prvia Anlise Tcnica de Plano de Manejo Florestal Sustentvel-APAT.
Art. 2 Para os fins desta Instruo Normativa, consideram-se:
I - Proponente: pessoa fsica ou jurdica que solicita ao rgo ambiental competente a anlise e aprovao do
PMFS e que aps a aprovao tornar-se- detentora do PMFS;
II - Detentor: pessoa fsica ou jurdica, ou seus sucessores no caso de transferncia, em nome da qual aprovado
o PMFS e que se responsabiliza por sua execuo;
III - Ciclo de corte: perodo de tempo, em anos, entre sucessivas colheitas de produtos florestais madeireiros ou
no-madeireiros numa mesma rea;
IV - Intensidade de corte: volume comercial das rvores derrubadas para aproveitamento, estimado por meio de
equaes volumtricas previstas no PMFS e com base nos dados do inventrio florestal a 100%, expresso em
metros cbicos por unidade de rea (m3/ha) de efetiva explorao florestal, calculada para cada unidade de
trabalho (UT);
V - rea de Manejo Florestal-AMF: conjunto de Unidades de Manejo Florestal que compe o PMFS, contguas
ou no, localizadas em um nico Estado;
VI - Unidade de Manejo Florestal-UMF: rea do imvel rural a ser utilizada no manejo florestal;
VII - Unidade de Produo Anual-UPA: subdiviso da rea de Manejo Florestal, destinada a ser explorada em
um ano;
VIII - Unidade de Trabalho-UT: subdiviso operacional da Unidade de Produo Anual;
IX - rea de efetiva explorao florestal: a rea efetivamente explorada na UPA, considerando a excluso das
reas de preservao permanente, inacessveis, de infra-estrutura e outras eventualmente protegidas;
X - Plano Operacional Anual-POA: documento a ser apresentado ao rgo ambiental competente, contendo as
informaes definidas em suas diretrizes tcnicas, com a especificao das atividades a serem realizadas no
perodo de 12 meses;
XI - Autorizao para Explorao-AUTEX: documento expedido pelo rgo competente que autoriza o incio da
explorao da UPA e especifica o volume mximo por espcie permitido para explorao, com a validade de 12
meses;
XII - Relatrio de Atividades: documento encaminhado ao rgo ambiental competente, conforme especificado
em suas diretrizes tcnicas, com a descrio das atividades realizadas em toda a AMF, o volume explorado na
UPA anterior e informaes sobre cada uma das Uts;
XIII - Vistoria Tcnica: a avaliao de campo para subsidiar a anlise, acompanhar e controlar rotineiramente
as operaes e atividades envolvidas na AMF, realizada pelo rgo ambiental competente;
XIV - Resduos da explorao florestal: galhos, sapopemas e restos de troncos e rvores cadas, provenientes da
explorao florestal, que podem ser utilizados como produtos secundrios do manejo florestal para a produo
de madeira e energia.
XV - Regulao da produo florestal: procedimento que permite estabelecer um equilbrio entre a intensidade
de corte e o tempo necessrio para o restabelecimento do volume extrado da floresta, de modo a garantir a
produo florestal contnua.
235
Art. 3 Os PMFSs e os respectivos POAs, em florestas de domnio pblico ou privado, dependero de prvia
aprovao pelo rgo estadual competente integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA, nos
termos do art. 19 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965.
1 Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA a
aprovao de que trata o caput deste artigo:
I - nas florestas pblicas de domnio da Unio;
II - nas unidades de conservao criadas pela Unio;
III - nos empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional, definidos em
resoluo do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA.
2 O PMFS e os POAs, cuja atribuio couber ao IBAMA nos termos do 1o deste artigo, sero submetidos s
unidade do IBAMA, na jurisdio do imvel.
3 Excepcionalmente, quando as UMFs se localizarem em mais de uma jurisdio, o PMFS e os POAs,
especificados no 2 deste artigo, sero submetidos unidade do IBAMA mais acessvel.
4 Compete ao rgo ambiental municipal a aprovao de que trata o caput deste artigo:
I - nas florestas pblicas de domnio do Municpio;
II - nas unidades de conservao criadas pelo Municpio;
III - nos casos que lhe forem delegados por convnio ou outro instrumento admissvel, ouvidos, quando couber,
os rgos competentes da Unio, dos Estados e do Distrito Federal.
CAPTULO II
DO PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTVEL
Seo I - Das categorias de Plano de Manejo Florestal Sustentvel-PMFS
Art. 4 Para fins desta Instruo Normativa, das diretrizes tcnicas dela decorrentes e para fins de cadastramento,
os PMFSs se classificam nas seguintes categorias:
I - quanto dominialidade da floresta:
a) PMFS em floresta pblica;
b) PMFS em floresta privada.
II - quanto ao detentor:
a) PMFS individual, nos termos do art. 4, inciso I, alnea a, da Instruo Normativa que trata da APAT;
b) PMFS empresarial, nos termos do art. 4, inciso I, alnea b, da Instruo Normativa que trata da APAT;
c) PMFS comunitrio, nos termos do art. 4, inciso I, alnea c, da Instruo Normativa que trata da APAT;
d) PMFS em floresta pblica, executado pelo concessionrio em contratos de concesso florestal, nos termos do
Captulo IV da Lei no 11.284, de 2 de maro de 2006;
e) PMFS em Floresta Nacional, Estadual ou Municipal, executado pelo rgo ambiental competente, nos termos
do Captulo III da Lei no 11.284, de 2006.
III - quanto aos produtos decorrentes do manejo:
a) PMFS para a produo madeireira;
b) PMFS para a produo de produtos florestais no-madeireiro (PFNM);
c) PMFS para mltiplos produtos.
IV - quanto intensidade da explorao no manejo florestal para a produo de madeira:
a) PMFS de baixa intensidade;
b) PMFS Pleno.
V - quanto ao ambiente predominante:
a) PMFS em floresta de terra-firme;
b) PMFS em floresta de vrzea.
VI - quanto ao estado natural da floresta manejada:
a) PMFS de floresta primria;
b) PMFS de floresta secundria.
1 As categorias em que se adequa sero indicadas no PMFS, que ser elaborado e avaliado em observao s
normas correspondentes, previstas nesta Instruo Normativa e nas diretrizes tcnicas dela decorrentes.
2 Enquadra-se na categoria de PMFS de Baixa Intensidade, para a produo de madeira, aquele que no utiliza
mquinas para o arraste de toras e observar requisitos tcnicos previstos nesta Instruo Normativa, em
especial, no Anexo I desta Instruo Normativa e nas diretrizes tcnicas dela decorrentes.
236
3 Enquadra-se na categoria de PMFS Pleno, para a produo de madeira, aquele que prev a utilizao de
mquinas para o arraste de toras e observar requisitos tcnicos previstos nesta Instruo Normativa, em
especial, no Anexo II desta Instruo Normativa e nas diretrizes tcnicas dela decorrentes.
CAPTULO III
DO PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTVEL PARA A PRODUO DE MADEIRA
Seo I - Dos parmetros de limitao e controle da produo para a promoo da sustentabilidade
Art. 5 A intensidade de corte proposta no PMFS ser definida de forma a propiciar a regulao da produo
florestal, visando garantir a sua sustentabilidade, e levar em considerao os seguintes aspectos:
I - estimativa da produtividade anual da floresta manejada (m3/ha/ano), para o grupo de espcies comerciais, com
base em estudos disponveis na regio;
II - ciclo de corte inicial de no mnimo 25 anos e de no mximo 35 anos para o PMFS Pleno e de, no mnimo,
10 anos para o PMFS de Baixa Intensidade;
III - estimativa da capacidade produtiva da floresta, definida pelo estoque comercial disponvel (m3/ha), com a
considerao do seguinte:
a) os resultados do inventrio florestal da UMF;
b) os critrios de seleo de rvores para o corte, previstos no PMFS; e
c) os parmetros que determinam a manuteno de rvores por espcie, estabelecidos nos arts. 6 e 7 desta
Instruo Normativa.
1 Ficam estabelecidas as seguintes intensidades mximas de corte a serem autorizadas pelo rgo ambiental
competente:
I - 30 m3/ha para o PMFS Pleno com ciclo de corte inicial de 35 anos;
II - 10 m3/ha para o PMFS de Baixa Intensidade com ciclo de corte inicial de 10 anos;
2 Alm dos critrios estabelecidos neste artigo, o rgo ambiental competente analisar a intensidade de corte
proposta no PMFS Pleno, considerando os meios e a capacidade tcnica de execuo demonstradas no PMFS,
necessrios para a reduo dos impactos ambientais, conforme as diretrizes tcnicas.
3 Para os efeitos do disposto no 2 deste artigo, entende-se por:
I - capacidade tcnica de execuo: disponibilidade do detentor em manter equipe tcnica prpria ou de terceiros,
treinada e em nmero adequado para a execuo de todas as atividades anuais previstas no PMFS e nos Planos
Operacionais Anuais-POAs, conforme diretrizes tcnicas;
II - meios de execuo: a capacidade comprovada, no PMFS e nos POAs, do detentor em utilizar tipos e
quantidade de mquinas adequadas intensidade e rea anual de explorao especificadas no PMFS e no POA.
Art. 6 Para os PMFSs de Baixa Iintensidade em reas de vrzea, o rgo ambiental competente, com base em
estudos sobre o volume mdio por rvore, poder autorizar a intensidade de corte acima de 10 m3/ha, limitada a
trs rvores por hectare.
Art. 7 O Dimetro Mnimo de Corte (DMC) ser estabelecido por espcie comercial manejada, mediante
estudos, que observem as diretrizes tcnicas disponveis, considerando conjuntamente os seguintes aspectos:
I - distribuio diamtrica do nmero de rvores por unidade de rea (n/ha), a partir de 10 cm de Dimetro
Altura do Peito (DAP), resultado do inventrio florestal da UMF;
II - outras caractersticas ecolgicas que sejam relevantes para a sua regenerao natural;
III - o uso a que se destinam.
1 O rgo ambiental competente poder adotar DMC por espcies quando dispor de estudos tcnicos
realizados na regio do PMFS, por meio de notas tcnicas.
2 Fica estabelecido o DMC de 50 cm para todas as espcies, para as quais ainda no se estabeleceu o DMC
especfico, observado o disposto nos incisos I e II deste artigo.
Art. 8 Quando do planejamento da explorao de cada UPA, a intensidade de corte de que trata o art. 5 desta
Instruo Normativa ser estipulada observando tambm os seguintes critrios por espcie:
I - manuteno de pelo menos 10% do nmero de rvores por espcie, na rea de efetiva explorao da UPA,
que atendam aos critrios de seleo para corte indicados no PMFS, respeitado o limite mnimo de manuteno
de 3 rvores por espcie por 100 ha;
II - manuteno de todas as rvores das espcies cuja abundncia de indivduos com DAP superior ao DMC seja
igual ou inferior a 3 rvores por 100 hectares de rea de efetiva explorao da UPA.
237
Pargrafo nico. O rgo ambiental competente poder acatar a definio de percentuais de manuteno por
espcie que sejam inferiores aos 10% previstos no inciso I do caput deste artigo, bem como determinar
percentuais superiores a 10%, desde que observado o disposto nos incisos I e II do art. 7o desta Instruo
Normativa.
Art. 9 Podero ser apresentados estudos tcnicos para a alterao dos parmetros definidos nos arts. 5 a 8 no
PMFS ou de forma avulsa, mediante justificativas elaboradas por seu responsvel tcnico, que comprovem a
observncia do disposto no art. 3 do Decreto no 5.975, de 30 de novembro de 2006.
1 Os estudos tcnicos mencionados no caput devero considerar as especificidades locais e apresentar o
fundamento tcnico-cientfico utilizado em sua elaborao.
2 O rgo ambiental competente analisar as propostas de alteraes dos parmetros previstos nos arts. 5 a 8
desta Instruo Normativa, com amparo em suas diretrizes tcnicas.
3 Somente poder ser requerida a reduo do ciclo de corte, especificado no art. 5 desta Instruo Normativa,
quando comprovada a recuperao da floresta.
4 As Cmaras Tcnicas de Floresta subsidiaro os rgos ambientais competentes na anlise da alterao dos
parmetros definidos nos arts. 5 a 8 desta Instruo Normativa.
Art. 10. obrigatria a adoo de procedimentos que possibilitem o controle da origem da produo por meio do
rastreamento da madeira das rvores exploradas, desde a sua localizao na floresta at o seu local de
desdobramento.
Pargrafo nico. Os procedimentos mencionados no caput deste artigo sero definidos em diretrizes tcnicas.
Art. 11. O rgo ambiental competente definir perodos de restrio das atividades de corte e extrao florestal
no perodo chuvoso, para os PMFSs em floresta de terra-firme, observada a sazonalidade local.
Seo II - Da apresentao do Plano de Manejo Florestal Sustentvel-PMFS e do Planos Operacionais Anuais-
POAs Art. 12. O PMFS, seus respectivos POA e o Relatrio de Atividades sero entregues nas seguintes formas,
cumulativamente:
I - em meio digital (CD-rom): todo o contedo, incluindo textos, tabelas, planilhas eletrnicas e mapas,
conforme diretrizes tcnicas.
II - em forma impressa: todos os itens citados no inciso anterior, com exceo do corpo das tabelas e planilhas
eletrnicas, contendo os dados originais de campo dos inventrios florestais.
Pargrafo nico. Quando disponibilizados sistemas eletrnicos pelos rgos ambientais competentes, a entrega
por meio digital dos PMFSs e dos respectivos POAs dar-se- por formulrio eletrnico, pela Rede Mundial de
Computadores-Internet, conforme regulamentao.
Seo III - Da analise tcnica do Plano de Manejo Florestal Sustentvel-PMFS
Art. 13. A anlise tcnica do PMFS observar as diretrizes tcnicas expedidas pelo IBAMA e concluir no
seguinte:
I - aprovao do PMFS; ou
II - indicao de pendncias a serem cumpridas para a seqncia da anlise do PMFS.
Seo IV - Da responsabilidade pelo Plano de Manejo Florestal Sustentvel-PMFS
Art. 14. Aprovado o PMFS, dever ser apresentado pelo detentor o Termo de Responsabilidade de
Manuteno da Floresta, conforme Anexo III desta Instruo Normativa, devidamente averbado margem
da matrcula do imvel competente.
1 O rgo ambiental competente somente emitir a primeira AUTEX aps a apresentao do Termo de
Responsabilidade de Manuteno de Floresta, conforme disposto no caput deste artigo.
2 O Termo de Responsabilidade de Manuteno de Floresta vincula o uso da floresta ao uso sustentvel pelo
perodo de durao do PMFS e no poder ser desaverbado at o trmino desse perodo.
Art. 15. A paralisao temporria da execuo do PMFS no exime o detentor do PMFS da responsabilidade
pela manuteno da floresta e da apresentao anual do POA e do Relatrio de Atividades.
Subseo nica - Da responsabilidade tcnica pelo Plano de Manejo Florestal Sustentvel-PMFS
Art. 16. O proponente ou detentor de PMFS, conforme o caso, dever apresentar notao de Responsabilidade
Tcnica-ART, registrada junto ao respectivo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia-
CREA, dos responsveis pela elaborao e pela execuo do PMFS, com a indicao dos respectivos prazos de
validade.
1 As atividades do PMFS no sero executadas sem um responsvel tcnico.
2 A substituio do responsvel tcnico e da respectiva ART deve ser comunicada oficialmente ao rgo
ambiental competente, no prazo de 30 dias aps sua efetivao, pelo detentor do PMFS.
238
3 O profissional responsvel que efetuar a baixa em sua ART no CREA deve comunic-la oficialmente ao
rgo ambiental competente, no prazo de 10 dias, sob pena de serem tomadas as providncias previstas no art. 36
desta Instruo Normativa.
Seo V - Da reformulao e da transferncia do Plano de Manejo Florestal Sustentvel
Art. 17. A reformulao do PMFS depender de prvia anlise tcnica e aprovao do rgo competente e
poder decorrer de:
I - incluso de novas reas na AMF;
II - alterao na categoria de PMFS; e
III - da reviso tcnica peridica, a ser realizada a cada 5 anos.
Pargrafo nico. A incluso de novas reas na AMF somente ser permitida em florestas privadas e aps a
apresentao de APAT, referente ao imvel em que se localizar a nova rea.
Art. 18. A transferncia do PMFS para outro detentor depender de:
I - apresentao de documento comprobatrio da transferncia, firmado entre as partes envolvidas, incluindo
clusula de transferncia de responsabilidade pela execuo do PMFS;
II - da anlise jurdica quanto ao atendimento do disposto na Instruo Normativa relativa a APAT.
Seo VI - Do Plano Operacional Anual-POA
Art. 19. Anualmente, o detentor do PMFS dever apresentar o Plano Operacional Anual-POA, referente s
prximas atividades que realizar, como condio para receber a AUTEX.
1 O formato do POA ser definido em diretriz tcnica emitida pelo rgo ambiental competente.
2 O POA ser avaliado pelo rgo ambiental competente, o qual informar as eventuais pendncias ao
detentor do PMFS.
3 A emisso da AUTEX est condicionada aprovao do POA pelo rgo ambiental competente.
4 A partir do segundo POA, o rgo ambiental competente poder optar pelo POA declaratrio, em que a
emisso da AUTEX no est condicionada aprovao do POA, por at dois POAs consecutivos.
5 Quando adotado o procedimento previsto no 4 deste artigo e forem verificadas pendncias no POA, o
detentor do PMFS ter o prazo de 30 dias para a correo, findo o qual poder ser suspensa a AUTEX.
Art. 20. A AUTEX ser emitida considerando o PMFS e os parmetros definidos nos arts. 5 a 8 desta Instruo
Normativa e indicar, no mnimo, o seguinte:
I - a lista das espcies autorizadas e seus respectivos volumes e nmeros de rvores, mdios por hectare e total;
II - nome e CPF ou CNPJ do detentor do PMFS;
III - nome, CPF e registro no CREA do responsvel tcnico;
IV - nmero do PMFS;
V - municpio e Estado de localizao do PMFS;
VI - coordenadas geogrficas do PMFS que permitam identificar sua localizao;
VII - seu nmero, ano e datas de emisso e de validade;
VIII - rea total das propriedades que compoem o PMFS;
IX - rea do PMFS;
X - rea da respectiva UPA; e
XI - volume de resduos da explorao florestal autorizado para aproveitamento, total e mdio por hectare,
quando for o caso.
Art. 21. A incluso de novas espcies florestais na lista autorizada depender de prvia alterao do POA e
aprovao do rgo ambiental competente.
Pargrafo nico. A incluso de novas espcies para a produo madeireira s ser autorizada em reas ainda no
exploradas, respeitada a intensidade de corte estabelecida para o ciclo de corte vigente.
Art. 22. O Documento de Origem Florestal-DOF ser requerido em relao ao volume efetivamente
explorado, observados os limites definidos na AUTEX.
239
Art. 23. A emisso do DOF poder se dar em at 90 dias aps o fim da vigncia da AUTEX.
Seo VII - Do Relatrio de Atividades
Art. 24. O Relatrio de Atividades ser apresentado anualmente pelo detentor do PMFS, com as informaes
sobre toda a rea de manejo florestal sustentvel, a descrio das atividades j realizadas e o volume
efetivamente explorado no perodo anterior de doze meses.
1 O formato do Relatrio de Atividades ser definido em diretriz tcnica emitida pelo rgo ambiental
competente.
2 O Relatrio de Atividades ser avaliado pelo rgo ambiental competente, que informar ao detentor do
PMFS a eventual necessidade de esclarecimentos para a expedio da Autex.
Art. 25. O Relatrio de Atividades ser apresentado at 60 dias aps o trmino das atividades descritas no POA
anterior.
Art. 26. O Relatrio de Atividades conter os requisitos especificados em diretrizes tcnicas e apresentar a
intensidade de corte efetiva, computada por rvore cortada.
Seo VIII - Da vistoria tcnica do Plano de Manejo Florestal Sustentvel-PMFS
Art. 27. Os PMFSs sero vistoriados, por amostragem, com intervalos no superiores a 3 anos por PMFS.
Pargrafo nico. As vistorias tcnicas sero realizadas por profissionais habilitados do quadro tcnico do
IBAMA ou rgos estaduais competentes.
Seo IX - Do aproveitamento de resduos da explorao florestal
Art. 28. Somente ser permitido o aproveitamento de resduos das rvores exploradas e daquelas derrubadas em
funo da explorao florestal;
1 Os mtodos e procedimentos a serem adotados para a extrao e mensurao dos resduos da explorao
florestal devero ser descritos no PMFS, assim como o uso a que se destinam.
2 No primeiro ano, a autorizao para aproveitamento de resduos da explorao florestal dever ser solicitada
junto ao rgo ambiental competente, com base em cubagem pelos mtodos mencionados no pargrafo primeiro
deste artigo, ou em estudos disponveis na regio quando indicados pelo rgo competente.
3 A partir do segundo ano de aproveitamento dos resduos da explorao florestal, a autorizao somente ser
emitida com base em relao dendromtrica desenvolvida para a rea de manejo ou em inventrio de resduos,
definidos conforme diretriz tcnica.
4 O volume de produtos secundrios autorizado no ser computado na intensidade de corte prevista no PMFS
e no POA para a produo de madeira.
CAPTULO IV
Seo XI - Do PMFS de Produtos Florestais No-Madeireiros
Art. 29. Para a explorao dos produtos no-madeireiros que no necessitam de autorizao de transporte,
conforme regulamentao especfica, o proprietrio ou possuidor rural apenas informar ao rgo ambiental
competente, por meio de relatrios anuais, as atividades realizadas, inclusive espcies, produtos e quantidades
extradas, at a edio de regulamentao especfica para o seu manejo.
Pargrafo nico. As empresas, associaes comunitrias, proprietrios ou possuidores rurais devero cadastrar-se
no Cadastro Tcnico Federal, apresentando os respectivos relatrios anuais, conforme legislao vigente.
CAPTULO V
DAS SANES ADMINISTRATIVAS
Art. 30. Aquele que explorar vegetao arbrea de origem nativa, localizada em rea de reserva legal ou fora
dela, de domnio pblico ou privado, sem aprovao prvia do rgo ambiental competente ou em desacordo
com a aprovao concedida, sujeitar-se- a multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 300,00 (trezentos reais), por
hectare ou frao, ou por unidade, estreo, quilo, mdc ou metro cbico, por infrao administrativa, nos termos
do 70 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e do art. 38 do Decreto no 3.179, de 21 de setembro de 1999.
Art. 31. O detentor do PMFS sujeita-se s seguintes sanes administrativas:
I - advertncia nas hipteses de descumprimento de diretrizes tcnicas de conduo do PMFS;
II - suspenso da execuo do PMFS, nos casos de:
a) reincidncia em conduta j sancionada com advertncia, no perodo de dois anos da data da aplicao da
sano;
b) executar a explorao sem possuir a necessria AUTEX;
c) prtica de ato que embarace, dificulte ou impea a realizao da Vistoria Tcnica;
d) deixar de cumprir os requisitos estabelecidos em diretrizes tcnicas pelo rgo ambiental competente no POA
ou prestar informaes incorretas;
240
e) executar o PMFS em desacordo com o autorizado ou sem a aprovao de sua reformulao pelo rgo
ambiental competente;
f) deixar de encaminhar o Relatrio de Atividades no prazo previsto no art. 24 ou encaminh-lo com
informaes fraudulentas;
g) transferir o PMFS sem atendimento dos requisitos previstos no art. 18 desta Instruo Normativa;
h) substituir os responsveis pela execuo do PMFS e das ARTs sem atendimento dos requisitos previstos no
art. 16 desta Instruo Normativa;
III - embargo do PMFS, nos casos de:
a) permanecer suspenso por perodo superior a 5 anos;
b) ao ou omisso dolosa que cause dano aos recursos florestais na AMF, que extrapolem aos danos inerentes
ao manejo florestal;
c) utilizar a AUTEX para explorar recursos florestais fora da AMF.
Art. 32. Nos casos de advertncia, o rgo ambiental competente estabelecer medidas corretivas e prazos para
suas execues, sem determinar a interrupo na execuo do PMFS.
Art. 33. A suspenso interrompe a execuo do PMFS, includa a explorao de recursos florestais e o transporte
de produto florestal, at o cumprimento de condicionantes estabelecidas no ato de suspenso.
1 Findo o prazo da suspenso, sem o devido cumprimento das condicionantes ou a apresentao de
justificativa no prazo estabelecido, devero ser iniciados os procedimentos para a embargo do Plano.
2 A suspenso no dispensa o detentor sancionado do cumprimento das obrigaes pertinentes conservao
da floresta.
Art. 34. O embargo do PMFS impede a execuo de qualquer atividade de explorao florestal e no exonera seu
detentor da execuo de atividades de manuteno da floresta, permanecendo o Termo de Responsabilidade de
Manuteno da Floresta vlido at o prazo final da vigncia estabelecida no PMFS.
Pargrafo nico. O detentor do PMFS embargado somente poder solicitar nova aprovao de autorizao para a
execuo de explorao floresta no POA depois de transcorridos dois anos da data de publicao da deciso que
aplicar a sano.
Art. 35. A suspenso e o embargo do PMFS tero efeito a partir da cincia do detentor do correspondente
processo administrativo.
Art. 36. Na suspenso e no embargo do PMFS, o rgo ambiental competente poder determinar, isoladas ou
cumulativamente, as seguintes medidas:
I - a recuperao da rea irregularmente explorada, mediante a apresentao e a execuo, aps a aprovao pelo
rgo ambiental competente, de um Plano de Recuperao de rea Degradada-PRAD;
II - a reposio florestal correspondente matria-prima extrada irregularmente, na forma da legislao
pertinente;
III - a suspenso do fornecimento do documento hbil para o transporte e armazenamento da matria-prima
florestal.
1 No embargo do PMFS imposto pelos casos previstos nas alneas b e c do inciso III do art. 31 desta
Instruo Normativa, sero obrigatoriamente impostas todas as medidas estabelecidas nos incisos I a III do caput
deste artigo.
2 O desembargo do PMFS s se efetivar aps o cumprimento das obrigaes determinadas nos termos dos
incisos I a III do caput deste artigo.
Art. 37. Verificadas irregularidades na execuo do PMFS, o rgo ambiental competente aplicar as sanes
previstas nesta Instruo Normativa e, quando couber:
I - oficiar ao Ministrio Pblico;
II - representar ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura-CREA, em que estiver registrado o
responsvel tcnico pelo PMFS; e
III - efetuar a inibio do registro no Cadastro Tcnico Federal- CTF.
CAPTULO VI
DAS DISPOSIES FINAIS
Art. 38. Fica institudo o Cadastro Nacional de Planos de Manejo Florestal Sustentvel-CNPM, no mbito do
IBAMA, que o organizar e manter, com a colaborao dos rgos estaduais competentes.
Pargrafo nico. obrigatrio o registro de todo PMFS no CNPM, no prazo de 10 (dez) dias, contados da data
de sua aprovao.
241
Art. 39. Todas as informaes disponveis no CNPM sero disponibilizadas na Rede Mundial de Computadores-
Internet.
Art. 40. A taxa de vistoria de acompanhamento, prevista na legislao vigente, ser calculada considerando a
rea a ser explorada no ano, de acordo com o POA.
Art. 41. O rgo ambiental competente expedir as diretrizes tcnicas sobre os procedimentos e parmetros a
serem adotados para a implementao desta Instruo Normativa.
Art. 42. Todas as informaes georreferenciadas apresentadas no PMFS e no POA, cuja competncia caiba ao
IBAMA, observaro o disposto as Instrues Normativas do IBAMA no 93, de 3 de maro de 2006, e no 101, de
19 de junho de 2006.
Art. 43. Esta Instruo Normativa entra em vigor na data de sua publicao e se aplica aos novos PMFSs e aos
POAs de 2007 dos PMFSs em vigor.
MARINA SILVA
242
ANEXO I
Estrutura bsica para elaborao de Documentos Tcnicos
Categoria de PMFS: de baixa intensidade
Produto: Madeira
1. Plano de Manejo Florestal Sustentvel
1.-INFORMAES GERAIS
1.1 - Categorias de PMFS
-Quanto titularidade da floresta:
PMFS em floresta privada ( ) PMFS em floresta pblica ( )
-Quanto ao detentor:
PMFS individual ( ) PMFS comunitrio ( )
PMFS empresarial ( ) PMFS em floresta pblica ( )
PMFS pblico em Floresta Nacional ( )
-Quanto ao ambiente predominante:
PMFS de terra-firme ( ) PMFS de vrzea ( )
-Quanto ao estado natural da floresta manejada:
PMFS de floresta primria ( ) PMFS de floresta secundria ( )
1.2-Responsveis pelo PMFS
Proponente
Responsvel Tcnico elaborao do PMFS
Responsvel Tcnico execuo do PMFS
Pessoa Jurdica (se for o caso)
1.3 - Objetivos do PMFS
2. INFORMAES SOBRE A PROPRIEDADE
2.1 Localizao geogrfica
Municpio
Acesso
2.2 - Descrio do ambiente
Vegetao (tipologia florestal predominante)
Uso atual da terra
2.3 - Macrozoneamento da(s) propriedade(s)
reas produtivas para fins de manejo florestal
reas de preservao permanente (APP)
rea de reserva legal
Localizao das UPAS
3. INFORMAES SOBRE O MANEJO FLORESTAL
3.1 Sistema Silvicultural
3.2 Espcies florestais a manejar e a proteger
Lista de espcies e grupos de uso
Lista de espcies protegidas
3.3 Regulao da produo
Ciclo de corte
Intensidade de corte prevista (m3/ha)
Tamanho das UPAs
Produo anual programada (m3)
3.4 Descrio das atividades pr-exploratrias em cada UPA
Delimitao permanente da UPA
Inventrio florestal a 100%
Corte de cips
243
Critrios de seleo de rvores
3.5 Descrio das atividades de explorao
Mtodos de corte e derrubada
Mtodos de extrao da madeira
Procedimentos de controle da origem da madeira
Mtodos de extrao de resduos florestais (quando previsto)
4. INFORMAES COMPLEMENTARES
4.1 Relaes dendromtricas utilizadas
Equao de volume utilizada
4.2 Mapas requeridos
Localizao da propriedade
Macrozoneamento da propriedade
PMFS de Baixa Intensidade
2. Plano Operacional Anual-POA
1. INFORMAES GERAIS
-Requerente
-Responsvel pela elaborao
-Responsvel pela execuo
2. INFORMAES SOBRE O PLANO DE MANEJO FLORESTAL
-Identificao
-Nmero do protocolo do PMFS
-rea de Manejo Florestal (ha)
3. DADOS DA PROPRIEDADE
-Nome da propriedade
-Localizao
-Municpio
-Estado
4. INFORMAES SOBRE A UPA
-Localizao e identificao (nomes, nmeros ou cdigos)
-Area total (ha)
-rea de preservao permanente (ha)
-rea de efetiva explorao florestal (ha)
5. PRODUO FLORESTAL PLANEJADA
5.1-Lista das espcies a serem exploradas indicando:
-Nome da espcie
-Dimetro Mnimo de Corte (cm) considerado
-Nmero de rvores acima do DMC da espcie que atendam aos critrios de seleo para corte(UPA)
-Porcentagem do nmero de rvores a serem mantidas na rea de efetiva explorao
- Volume e nmero de rvores a serem exploradas(UPA)
5.2 Volume de resduos florestais a serem explorados (quando previsto)
6. PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES NA AMF (PARA O ANO DO POA)
6.1-Especificao de todas as atividades previstas para o ano do POA e respectivo cronograma de
execuo, agrupadas por:
-Atividades pr-explorao florestal
-Atividades de explorao florestal
-Atividades ps-explorao florestal
7. ANEXOS
-Resultados do inventrio a 100%: Tabela resumo do inventrio a 100% contendo: Nmero de rvores por
espcie inventariada, por classe de DAP de 10cm de amplitude.
PMFS de Baixa Intensidade
244
3. Relatrio de Atividades
1. INFORMAES GERAIS
-Requerente:
-Responsvel pela elaborao:
-Responsvel pela execuo
2. INFORMAES SOBRE O PLANO DE MANEJO FLORESTAL
-Identificao
-Nmero do protocolo do PMFS
-rea de Manejo Florestal (ha)
3. DADOS DA(S) PROPRIEDADE(S)
-Nome da propriedade
-Localizao
-Municpio
-Estado
4. RESUMO DAS ATIVIDADES PLANEJADAS E EXECUTADAS NO ANO DO POA (INDICAR O
ANO)
-Atividades pr-explorao florestal
-Atividades de explorao florestal
-Atividades ps-explorao florestal
5. RESUMO DOS RESULTADOS DA EXPLORAO POR UNIDADE DE TRABALHO (UPA)
- rea de efetiva explorao (ha), volume explorado (m3 e m3/ha), volume romaneiado (m3)
6. RESUMO DOS RESULTADOS DA EXPLORAO POR ESPCIE (UPA)
-Volume e nmero de rvores autorizado (m3), volume e nmero de rvores explorado (m3)
7-Resumo da produo de madeira explorada e transportada indstria-Espcie, volume e nmero de
rvores autorizados, volume de madeira transportado
8. DESCRIO DE INFORMAES E ATIVIDADES COMPLEMENTARES
-Descrever suscintamente atividades complementares previstas ou no no POA, quando houver
ANEXO II
Estrutura bsica para elaborao de Documentos Tcnicos
Categoria de PMFS: Pleno
Produto: Madeira
1. Plano de Manejo Florestal Sustentvel
1. INFORMAES GERAIS
1.1 Categorias de PMFS
Quanto titularidade da floresta:
( ) PMFS em floresta privada ( ) PMFS em floresta pblica
Quanto ao detentor:
( ) PMFS individual ( ) PMFS comunitrio
( ) PMFS empresarial ( ) PMFS em floresta pblica
( ) PMFS pblico em Floresta Nacional
Quanto ao ambiente predominante:
( ) PMFS de terra-firme ( ) PMFS de vrzea
Quanto ao estado natural da floresta manejada:
( ) PMFS de floresta primria ( ) PMFS de floresta secundria
1.2 Responsveis pelo PMFS
Proponente
Responsvel Tcnico elaborao do PMFS
Responsvel Tcnico execuo do PMFS
Pessoa Jurdica (se for o caso)
1.3 Objetivos do PMFS
245
Objetivo geral
Objetivos especficos
2 INFORMAES SOBRE A PROPRIEDADE
2.1 Localizao geogrfica
Municpio
Acesso
Regio
2.2 Descrio do ambiente
Clima
Geologia
Topografia e solos
Hidrologia
Vegetao
Vida silvestre
Meio socioeconmico
Infraestrutura e servios
Uso atual da terra
2.3 Macrozoneamento da(s) propriedade(s)
reas produtivas para fins de manejo florestal
reas no produtivas ou destinadas a outros usos
reas de preservao permanente (rea de Preservao Permanente-APP)
reas reservadas (por exemplo: reas de Alto Valor para Conservao; reserva absoluta)
rea de reserva legal
Tipologias florestais
Localizao das UPAS
Estradas permanentes e de acesso
2.4 Descrio dos recursos florestais (inventrio florestal amostral)
Mtodos utilizados no inventrio
Composio florstica
Distribuio diamtrica das espcies (Dimetro altura do peito = 10 cm) para as variveis
nmero de rvores, rea basal e volume, por classe de qualidade de fuste
Estimativa da capacidade produtiva da floresta (anlise estatstica)
3. INFORMAES SOBRE O MANEJO FLORESTAL
3.1 Sistema Silvicultural
Cronologia das principais atividades do manejo florestal
3.2 Espcies florestais a manejar e a proteger
Lista de espcies e grupos de uso
Estratgia de identificao botnica das espcies
Dimetros Mnimos de Corte
Justificativas tcnicas para DMC < 50 cm (quando necessrio)
Espcies com caractersticas ecolgicas especiais
Lista de espcies protegidas
3.3 Regulao da produo
Ciclo de corte
Intensidade de corte prevista (m3/ha)
Justificativas (quando diferentes do estabelecido nesta Instruo Normativa)
Estimativa de produo anual (m3)
3.4 Descrio das atividades pr-exploratrias em cada UPA
Delimitao permanente da UPA
246
Subdiviso em UT
Inventrio florestal a 100%
Microzoneamento
Corte de cips
Critrios de seleo de rvores para corte e manuteno
Planejamento da rede viria
3.5 Descrio das atividades de explorao
Mtodos de corte e derrubada
Mtodo de extrao da madeira
Equipamentos utilizados na extrao
Carregamento e transporte
Descarregamento
Procedimentos de controle da origem da madeira
Mtodos de extrao de resduos florestais (quando previsto)
3.6 Descrio das atividades ps-exploratrias
Avaliao de danos (quanto previsto)
Tratamentos silviculturais ps-colheita (quando previsto)
Monitoramento do crescimento e produo (quanto previsto)
4 INFORMAES COMPLEMENTARES
4.1 Relaes de dendromtricas utilizadas
Equaes de volume utilizadas
Outras equaes
Ajuste de equaes de volume com dados locais
4.2 Dimensionamento da Equipe Tcnica em relao ao tamanho da UPA (nmero, composio, funes,
estrutura organizacional e hierrquica)
Inventrio florestal a 100%
Corte
Extrao florestal
Outras equipes
Diretrizes de segurana no trabalho
Critrios de remunerao da produtividade das equipes (quando previsto)
4.3 Dimensionamento de mquinas e equipamentos em relao ao tamanho da UPA
Corte
Extrao florestal
Carregamento e transporte
4.4 Investimentos financeiros e custos para a execuo do manejo florestal
Mquinas e equipamentos
Infraestrutura
Equipe tcnica permanente
Terceirizao de atividades
Treinamento e capacitao (situao atual e previso para os prximos 5 anos)
Estimativa de custos e receitas anuais do manejo florestal
4.5 Diretrizes para reduo de impactos
Floresta
Solo
gua
Fauna
Sociais (mecanismos de comunicao e gerenciamento de conflitos com vizinhos)
4.6 Descrio de medidas de proteo da floresta
247
Manuteno das UPAs em pousio
Preveno e combate a incndios
Preveno contra invases
4.7 Mapas requeridos
Localizao da propriedade
Macrozoneamento da propriedade
4.8 - Acampamento e infraestrutura
Critrios para escolha da localizao de acampamentos e oficinas
Medidas de destinao de resduos orgnicos e inorgnicos
Medidas para organizao e higiene de acampamentos
Categoria de PMFS: Pleno
2- Plano Operacional Anual
1. INFORMAES GERAIS
-Requerente:
-Responsvel pela elaborao:
-Responsvel pela execuo
2. INFORMAES SOBRE O PLANO DE MANEJO FLORESTAL
-Identificao
-Nmero do protocolo do PMFS
-rea de Manejo Florestal (ha)
3. DADOS DA(S) PROPRIEDADE(S)
-Nome da propriedade
-Localizao
-Municpio
-Estado
4. OBJETIVOS ESPECFICOS DO POA
5. INFORMAES SOBRE A UPA
-Identificao (nomes, nmeros ou cdigos)
-Localizao: Coordenadas geogrficas dos limites
-Subdivises em UTs (quando previsto)
-Resultados do microzoneamento
-Area total (ha) e percentual em relao AMF
-rea efetiva de explorao florestal (ha) e percentual em relao rea da UPA
-rea de preservao permanente (ha)
-reas inacessveis (ha)
-reas reservadas (ha)
-reas de infraestrutura (ha)
6. PRODUO FLORESTAL PLANEJADA
6.1-Especificao do potencial de produo por espcie, considerando a rea de efetiva explorao
florestal indicando:
-Nome da espcie
-Dimetro Mnimo de Corte (cm) considerado
-Volume e nmero de rvores acima do DMC da espcie (UPA)
-Volume e nmero de rvores acima do DMC da espcie que atendam critrios de seleo para corte (UPA)
-Porcentagem do nmero de rvores a serem mantidas na rea de efetiva explorao
-Nmero de rvores e volume de rvores de espcies com baixa densidade (UPA)
Volume e nmero de rvores passveis de serem exploradas (UPA)
Volume de resduos florestais a serem explorados (quando previsto)
6.2-Resumo com volume e nmero de rvores passveis de serem exploradas(ha) por UT
248
7. PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES NA AMF PARA O ANO DO POA
7.1-Especificao de todas as atividades previstas para o ano do POA e respectivo cronograma de
execuo, com indicao dos equipamentos e equipes a serem empregados, e as respectivas quantidades,
agrupadas por:
-Atividades pr-explorao florestal
-Atividades de explorao florestal
-Atividades ps-explorao florestal
8. ATIVIDADES COMPLEMENTARES (QUANDO PREVISTO)
-Coleta de dados para ajuste de equaes
-Avaliao de danos e outros estudos tcnicos
- Treinamentos
-Aes de melhoria da logstica e segurana de trabalho
9. ANEXOS
9.1-Mapas florestais
-Mapa(s) de uso atual do solo na UPA: Escala mnima de 1:10:000 para reas de at 5.000ha, contendo os limites
da UPA, tipologias florestais, rede hidrogrfica, rede viria e infra-estrutura, reas reservadas, reas inacessveis
e reas de preservao permanente
-Mapa(s) de localizao das rvores (mapa de explorao) em cada UT da UPA: Escala de no mnimo 1:25.500
para reas de at 100ha, contendo os limites da UT, rede hidrogrfica, rede viria e infraestrutura atual e
planejada, reas reservadas, reas inacessveis e reas de preservao permanente.
9.2-Resultados do inventrio a 100%
-Tabela resumo do inventrio a 100% contendo: Nmero de rvores, rea basal e volume comercial por espcie
inventariada, por classe de DAP de 10 cm de amplitude e por classe de qualidade de fuste Dados coletados
(arquivo digital contendo a tabela com os dados primrios coletados durante o inventrio a 100%, tratados
conforme diretrizes tcnicas)
Categoria de PMFS: Pleno
3. Relatrio de Atividades
1. INFORMAES GERAIS
- Requerente:
- Responsvel pela elaborao:
- Responsvel pela execuo
2. INFORMAES SOBRE O PLANO DE MANEJO FLORESTAL
- Identificao
- Nmero do protocolo do PMFS
- rea de Manejo Florestal (ha)
3. DADOS DA(S) PROPRIEDADE(S)
- Nome da propriedade
- Localizao
- Municpio
- Estado
4. RESUMO DAS ATIVIDADES PLANEJADAS E EXECUTADAS NO ANO DO POA (INDICAR O
ANO)
- Atividades pr-explorao florestal
- Atividades de explorao florestal
- Atividades ps-explorao florestal
5. RESUMO DOS RESULTADOS DA EXPLORAO POR UNIDADE DE TRABALHO (UT)
5.1-Tabela(s) com as seguintes informaes por unidade de trabalho (UT):
- rea de efetiva explorao (ha), volume explorado (m3 e m3/ha), nmero de rvores exploradas (n e n/ha),
volume romaneiado (m3 e m3/ha)
- Volume selecionado para corte (VS), Volume explorado (VE), Volume romaneiado (VR), VE/VS(%),
VR/VS(%) e VR/VE(%)
6. RESUMO DOS RESULTADOS DA EXPLORAO POR ESPCIE
249
- Volume e nmero de rvores autorizado (m3), volume e nmero de rvores explorado (m3) e respectivos saldos
em p (m3)
- Volume e nmero de rvores derrubadas e no arrastadas
- Volume e nmero de toras arrastadas mas no transportadas, deixadas em ptios ou na floresta
7-Resumo da produo de madeira explorada e transportada indstria
- Espcie, nmero de rvores exploradas, nmero e volume de toras transportados
8. DESCRIO DE INFORMAES E ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Descrever suscintamente atividades complementares previstas ou no no POA
ANEXO III
Termo de Responsabilidade de Manuteno da Floresta
Ao rgo ambiental competente
Aos ... dias do ms de ... do ano de ..., ...... (NOME), .... (NACIONALIDADE), ...(ESTADO CIVIL),
...(PROFISSO), residente ...(endereo), inscrito no CPF/MF ..., portador do RG/rgo Emissor/ UF,
proprietrio (ou legtimo possuidor) do imvel denominado ...municpio de ... neste Estado, registrado sob o n ...
fls ... do Livro ..., pelo presente Termo de Responsabilidade de Manuteno da Floresta, assume o compromisso
de destinar a floresta ou outra forma de vegetao existente na rea de Manejo Florestal-AMF a atividades que
mantenham a estrutura da floresta, nos termos autorizados pelo rgo ambiental competente e em conformidade
com a legislao pertinente.
Fica a rea referida vinculada ao PMFS pelo perodo de vigncia especificado no Plano.
Os mapas de delimitao imvel e a rea de Manejo Florestal-AMF encontram-se na averbao do presente
termo, no Cartrio de Registro de Imveis.
DECLARA, finalmente, possuir pleno conhecimento das sanes a que fica sujeito pelo descumprimento deste
TERMO.
Firma o presente TERMO, em trs vias de igual teor e forma, na presena do rgo ambiental competente, que
tambm o assina, e das testemunhas abaixo qualificadas, rubricando todos os mapas, anexos a cada via.
CARACTERSTICAS E SITUAO DO IMVEL
LIMITES DA AMF
So anexados a este Termo os mapas do imvel e da AMF.
______________________________
Assinatura do Proprietrio ou legtimo possuidor
De acordo,
_____________________________________
Assinatura do Representante do rgo ambiental competente
Testemunhas:
_____________________________
CPF/MF n
_____________________________
CPF/MF n
250
CAPTULO 22
LEI ESTADUAL DE MUDANAS CLIMTICAS
Governo do Estado do Amazonas
http://www.amazonas.am.gov.br/adm/imgeditor/File/LEI_3135_05_2007_CLIMA_assinatura.pdf
Considerando ...
Conveno Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima e Protocolo de Kyoto e as
subseqentes decises editadas
Considerando ...
Conveno Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima e Protocolo de Kyoto e as
subseqentes decises editadas
CAPTULO II
DOS OBJETIVOS
I -
III - a realizao de inventrio estadual de emisses, biodiversidade e estoque dos gases que
causam efeito estufa de forma sistematizada e peridica;
251
IV
VI
VIII IX X XI
XIII
XIV -
CAPTULO IV
Art. 5 Para a implementao da Poltica Estadual de que trata esta Lei, ficam criados os
seguintes Programas:
II - Programa Bolsa Floresta, com o objetivo de instituir o pagamento por servios e produtos
ambientais s comunidades tradicionais pelo uso sustentvel dos recursos naturais,
conservao, proteo ambiental e incentivo s polticas voluntrias de reduo de
desmatamento;
252
VI - Programa Estadual de Capacitao de Organismos Pblicos e Instituies Privadas,
objetivando a difuso da educao ambiental e o conhecimento tcnico na rea de mudanas
climticas, conservao ambiental e desenvolvimento sustentvel;
Pargrafo nico. A estrutura, a regulamentao e a execuo dos Programas de que trata este
artigo sero definidas por meio de Decreto, no prazo de noventa dias contados da publicao
desta Lei.
253
CAPTULO 23
EXPLORAO FLORESTAL NA AMAZNIA
Niro Higuchi, Luciano Minette e Joaquim dos Santos
1. Introduo:
No dicionrio Aurlio, o verbo explorar tem vrios sentidos. O sentido que mais se
aproxima da prtica de madeireiros na Amaznia : tirar proveito de, fazer produzir,
empreender, cultivar: explorar uma mina. Para leigos e newcomer da rea florestal, este o
sentido de explorar a floresta, ou seja, retirar tudo, abandonar e seguir em frente. Este sentido
pejorativo da explorao florestal tem se alastrado pelo Brasil, especialmente, na
Amaznia. A conseqncia disto o aparecimento de apelidos como explorao de impacto
reduzido, explorao de baixo impacto, quase sempre para contrapor com a prtica de
explorao convencional das florestas amaznicas.
No entanto, explorao florestal uma disciplina da Engenharia Florestal. Esta
disciplina foi introduzida com nome de explorao florestal, em 1970, no currculo pleno do
curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paran (Macedo e Machado, 2003).
Em algumas universidades do Sul e Sudeste do Brasil (UFPr, Esalq, UFV, UFLA e UFES),
explorao florestal foi transformada em colheita florestal. De qualquer modo, a ementa de
explorao ou colheita inclui, no mnimo: planejamento (ptios, estradas etc.), corte
(direcionamento de queda, desgalhamento, destopamento etc.), arraste (anlise da
produtividade dos equipamentos, impactos no solo etc.), transporte florestal e anlise de
custos. Alm disso, a maioria dos cursos de Engenharia Florestal tem enfatizado nesta
disciplina as questes relacionadas com ergonomia e segurana no trabalho.
Explorao florestal recebe o cdigo de 01.12-7 do Setor 02.1 (Silvicultura,
Explorao Florestal e servios relacionados com estas atividades) da Classificao Nacional
de Atividades Econmicas. Esta classificao utilizada pelo IBGE e CNPq. No CNPq,
explorao florestal recebe o cdigo de 5.02.03.01-0 da grande rea 5.00.00.00-4 (Cincias
Agrrias). Este termo est explicitado na legislao florestal brasileira comeando pelo Artigo
15 do Cdigo Florestal, que disciplina a explorao florestal na Amaznia. A IN n 5 do
MMA de 11/12/06, que a ltima palavra em termos de normas do manejo florestal na
Amaznia, introduziu a AUTEX (autorizao para explorao) aos planos de manejo florestal.
Portanto, apesar do sentido ambguo da palavra, a atividade ou disciplina explorao
florestal est bem amparada legalmente e bem estruturada nas ementas dos cursos de
Engenharia Florestal. Diante disto, as comparaes entre explorao de impacto reduzido e
explorao convencional, no tm sentido. Na Amaznia existe explorao florestal
aprovada e a ilegal. A aprovada deveria ser executada de acordo com os fundamentos
trazidos da academia e com o plano de manejo aprovado. Se isto no est ocorrendo, somente
os rgos de fiscalizao poderiam responder. Para os engenheiros florestais, para o CNPq e
para o Ibama, explorao florestal o conjunto de tcnicas que do forma ao aproveitamento
da madeira da floresta, sem comprometer a estrutura da floresta, o piso florestal e a sucesso
florestal.
Na Amaznia, h uma relao intrnseca entre explorao florestal e manejo florestal.
O Art. 15 do Cdigo Florestal determina que a explorao florestal na Amaznia seja
permitida somente acompanhada de um plano de manejo florestal. Este artigo foi
regulamentado em 1994 (Decreto 1.282), quando introduziu o termo manejo florestal
sustentvel (MFS), ou seja, para explorar a floresta amaznica no basta ter um plano
254
qualquer de manejo, mas sim um sustentvel. No Cap. 1 deste decreto foram definidos os
princpios gerais e os fundamentos tcnicos que deveriam acompanhar qualquer plano de
MFS (PMFS).
Os princpios do MFS so: (i) conservao dos recursos naturais, (ii) conservao da
estrutura da floresta e de suas funes, (iii) manuteno da diversidade biolgica e (iv)
desenvolvimento scio-econmico da regio. E os fundamentos tcnicos e cientficos so:
(i) caracterizao do meio fsico e biolgico, (ii) determinao do estoque existente, (iii)
intensidade de explorao compatvel com a capacidade da floresta, (iv) ciclo de corte
compatvel com o tempo de restabelecimento do volume de produto extrado da floresta, (v)
promoo da regenerao natural da floresta, (vi) adoo de sistema silvicultural adequado,
(vii) adoo de sistema de explorao adequado, (viii) monitoramento do desenvolvimento da
floresta remanescente e (ix) adoo de medidas mitigadoras dos impactos ambientais e
sociais.
Alm das exigncias legais da explorao florestal planejada, resultados preliminares
de pesquisas indicam que os impactos da explorao so determinantes na sustentabilidade
ecolgica do manejo florestal. Uma explorao florestal executada sem os fundamentos
tcnicos pode provocar: (i) mais danos floresta remanescente; (ii) maior compactao do
solo; (iii) alteraes irreversveis na biologia, fsica e na qumica (hidroqumica, em especial)
do solo; (iv) alteraes no ciclo hidrolgico; (v) comprometimento do trabalho da fauna
decompositora e (vi) alteraes no estoque e dinmica dos nutrientes necessrios para garantir
o segundo ciclo de corte e os ciclos subseqentes. Da mesma maneira, parece bvio tambm
que tudo que ecolgico econmico tambm.
A principal estratgia para garantir o MFS na Amaznia a aplicao correta das
tcnicas aprendidas nas universidades. As tcnicas mais importantes so: inventrio florestal,
explorao florestal, tecnologia da madeira, comercializao e inventrio florestal contnuo.
Se isto for realizado, a lei estar sendo cumprida e o cumprimento lato sensu das leis e
normas a garantia da sustentabilidade do manejo florestal. papel fundamental do Estado
fazer cumprir as leis e normas vigentes. O engenheiro florestal, no exerccio de sua profisso,
tem que estar preocupado em aplicar os seus conhecimentos sem se preocupar com rtulos e
apelidos do tipo explorao de baixo impacto e bom manejo florestal.
Neste captulo, sero abordados: (i) a teoria da Explorao Florestal como disciplina
da Engenharia Florestal e (ii) a prtica da teoria em planos de manejo florestal na Amaznia.
A teoria envolver do planejamento aos estudos ergonmicos da explorao. No item sobre a
prtica, sero apresentados resultados de alguns estudos implementados na regio amaznica.
2. A teoria da Explorao Florestal:
2.1. Inventrio Florestal:
(i) Inventrio florestal por amostragem:
O inventrio florestal de uma Unidade de Manejo Florestal (UMF) a principal
ferramenta utilizada na preparao do plano de manejo florestal sustentvel (PMFS) e, por
conseguinte, no planejamento da explorao florestal. O inventrio vai estimar os estoques de
madeira. Os estoques so utilizados para definir para definir os tamanhos das UPAs (Unidade
de Produo Anual) e o ciclo de corte, respeitando os limites para os volumes explorados. Se
o PMFS pleno, o limite de 30 m3/ha.
Alm dos estoques, o inventrio florestal fornece a base de dados para a anlise
estrutural, principalmente, na definio do ndice de Valor de Importncia (IVI) de cada
espcie. Para isto, a IN n 005 recomenda que este inventrio florestal seja executado em toda
a UMF considerando todos os indivduos arbreos com DAP 10 cm. Esta base pode ser
255
utilizada tambm para montar a distribuio de dimetros da UMF. Estas duas informaes
juntas so chaves na hora da escolha das espcies que sero exploradas e daquelas que
devero ser protegidas para observaes ou para aproveitamento em ciclos de corte
subseqentes.
A identificao de espcies crtica para um bom planejamento da explorao
florestal. Neste caso, h necessidade de juntar o conhecimento emprico com o cientfico
(botnico). O importante saber se o nome comercial da espcie envolve uma nica espcie
ou de um grupo de espcies (morfo-espcies). O engenheiro florestal tem tambm que estar
atento as diferentes sinonmias dos nomes comerciais; da, a importncia de saber a espcies
ou espcies que levam aquele determinado nome comercial. A coleta botnica torn-se
imprescindvel para este tipo de confirmao.
(ii) Inventrio florestal a 100%:
Depois de definidas as UPAs, o passo seguinte a realizao do inventrio florestal a
100% nelas. Neste caso, so levantados apenas os indivduos com DAP 50 cm em
subdivises da UPA, que so as UTs (Unidade de Trabalho). As informaes resultantes do IF
100% so utilizadas para conseguir a AUTEX (Autorizao para Explorao) e so
determinantes no planejamento da explorao florestal, principalmente, na definio das
trilhas de arraste e dos ptios de estocagem das toras. Um IF 100% deve informar
corretamente a espcie, a localizao (coordenadas geogrficas), direo natural de queda,
presena de cips e a classificao do fuste (quantas toras de 4-5 metros, cilndrico, tortuoso,
sem defeitos aparentes etc.).
2.1.1. Produtos cartogrficos:
(i) Mapas da propriedade e da cobertura do solo:
Mapas plani-altimtricos combinados com mapas de cobertura do solo da AMF (rea
de Manejo Florestal) so imprescindveis para a definio da UMF (Unidade de Manejo
Florestal) dentro da propriedade. Hoje, com a evoluo dos processos de aquisio de
imagens, sejam de satlite ou de radar, estes tipos de mapas so bem mais acessveis. Alm
disso, h uma intensa preocupao com o desenvolvimento de algoritmos para racionalizar o
uso das diferentes imagens. A evoluo e a popularizao do GPS tm ajudado muito no
melhor aproveitamento das imagens e nas verificaes de campo.
O planejamento do PMFS e, por conseguinte, da explorao florestal dependem do uso
adequado dos produtos cartogrficos. Estes produtos podem ser produzidos a partir da
combinao de imagens de satlites ou de radar com a verdade de campo (inventrio
florestal). O correto planejamento das estradas primrias, secundrias e trilhas de arraste
dependem tambm de bons mapas. Da mesma maneira, o dimensionamento correto dos
equipamentos e das equipes de trabalho, utilizados na explorao florestal, depende tambm
deste tipo de produto. Sem isto, estas operaes sero mais onerosas e, certamente, vo
provocar mais impactos ambientais. A utilizao de bons mapas vai ajudar tambm no
planejamento do escoamento da produo.
Os mapas contendo as reas de drenagem so essenciais para o cumprimento da lei de
manejo florestal. As reas de preservao permanente dentro da AMF podem ser definidas a
priori. Da mesma maneira, estes mapas podem ser utilizados para estudos de viabilidade para
o aproveitamento de rios e igaraps no escoamento da produo, da AMF a um centro
consumidor.
256
(ii) Mapas da vegetao:
O uso correto de mapas da vegetao crtico na definio das UPAs, que no
precisam ser, necessariamente, de mesmo tamanho. Alm disso, a produo da serraria (por
ex.) que depender apenas da mdia e do desvio padro das estimativas de volume pode ser
surpreendida todos os anos. As estimativas baseadas em estratificao por tipos florestais so
mais confiveis e consistentes. Um bom mapa da vegetao melhora a preciso do inventrio
e diminui os custos de coletas.
2.1.2. Mtodos de inventrio florestal:
(equaes, tamanho de parcelas, tipos de amostragem, variveis coletadas, resultados
incluindo tabela de sortimento).
2.1.3. Tabela de sortimento:
2.2. Planejamento e organizao do trabalho de explorao florestal:
2.2.1. volume a ser explorado anualmente, por espcie
2.2.2. estudo de tempos e movimentos,
2.2.3. trilhas de arraste,
2.2.4. estradas
2.2.5. escoamento da produo.
2.3. Explorao florestal:
2.3.1. corte,
2.3.2. arraste,
2.3.3. transporte (carregamento e descarregamento),
2.3.4. tempo e rendimento, impactos sobre o solo,
2.3.5. Impactos sobre a floresta residual:
Ver item 3 (Explorao Florestal na Amaznia). Em todos os casos so apresentados
alguns impactos ambientais. Preste ateno no caso do BIONTE que conclui que a trilha de
arraste classe de perturbao praticamente irrecupervel.
2.4. Anlise de custos:
2.4.1. custos reais,
2.4.2. custos contbeis
2.4.3. avaliao scio-econmica.
(i) Viabilidade econmica da explorao florestal na Amaznia:
A matria-prima madeira pode ser considerada com um artigo de primeira
necessidade. Ela importante quando a gente nasce (beros) e quando a gente morre (urnas
funerrias). No mercado internacional, temos softwood e hardwood. Traduzindo literalmente
poderiam ser madeira mole e madeira dura, mas no tm estes significados. Na verdade, o
mercado est distinguindo a madeira de conferas (softwood) e de folhosas (hardwood).
Portanto, temos softwood dura (araucria) e hardwood mole (amap, caroba, pau-de-balsa).
Assim, de acordo com o mercado internacional de madeira, na Amaznia s temos hardwood.
257
O trabalho de Higuchi et al. (2006)20 apontam que os dois principais fornecedores de
madeira tropical (hardwood) - Malsia e Indonsia - desaparecero do mercado internacional,
respectivamente, em 2012 e 2017. Ento, a partir de 2017, a Amaznia ser a nica em
condies de abastecer o mercado internacional de madeira tropical. Neste momento, o
tamanho deste mercado gira em torno de 55 milhes de m3 de madeira em toras.
Apesar da imensa rea desmatada at o presente, a rea remanescente coberta por
florestas primrias ainda muito grande. Uma estimativa conservadora aponta para uma rea
de, aproximadamente, 300 milhes de hectares. Com uma mdia de 20 m3/ha de madeira
comercial, o estoque da Amaznia de, aproximadamente, 6 bilhes de m3, o que daria para
abastecer o atual mercado internacional durante 109 anos. Os dois atuais fornecedores no
praticaram manejo florestal sustentvel; por esta razo, eles vo desaparecer do mercado
internacional. A Amaznia, se cumprir a Lei, poder perpetuar a produo e atender o
mercado internacional indefinidamente.
Hoje em dia, a madeira amaznica comercializada a preos muito baixos. Com a
diminuio da oferta, os preos tendem a melhorar. Com preos mais justos, os empresrios
vo dar mais valor a floresta amaznica. Temos florestas, leis rigorosas, um monte de cursos
de engenharia florestal, mercado e muita presso da sociedade para manejar de forma
sustentvel. Portanto, a Amaznia tem tudo para transformar a atividade florestal em uma
atividade econmica com grande peso na formao de riquezas desta regio, qui do Pas.
2.5. Plano operacional anual (POA).
3. Explorao Florestal na Amaznia:
Na Amaznia, temos que distinguir a explorao florestal nas vrzeas da explorao
em florestas de terra-firme. Nos dois tipos de vegetao, temos ainda que considerar a
explorao mecanizada da no mecanizada. Nas vrzeas, a explorao predominante a no
mecanizada. Na terra-firme predominam a explorao mecanizada. Grande parte das
informaes sobre explorao florestal na Amaznia est em literatura cinza, de difcil
acesso.
3.1. Estudo da SUDAM (Superintendncia do Desenvolvimento da Amaznia, j extinta)
em Curu-Una - 1977:
Em terra-firme, o estudo pioneiro sobre explorao florestal foi realizado em Curu-
Una pela SUDAM (SUDAM, 1978). Este estudo foi uma aplicao da teoria completa de
explorao florestal em uma floresta amaznica. Foram utilizados 100 hectares de floresta
primria da Estao Experimental de Curu-Una, no Estado do Par. As avaliaes foram
realizadas para: (i) operaes florestais (planejamento, inventrios, estradas, picadas de
arraste, ptios, derrubada, extrao, traamento, transporte, carregamento, descarregamento,
transporte fluvial, carregamento de balsas e descarregamento de balsas); (ii) tcnicas de
execuo (inventrio pr-exploratrio, diretrizes para construo de estradas, tcnicas de
derrubada, operao de skidder); (iii) estrutura bsica para a execuo da explorao (pessoal,
equipamento, manuteno e reparos, segurana e edificao); (iv) produo e (v) custos.
O experimento foi realizado em 1977. O trabalho foi executado por peritos da FAO e
do PRODEPEF (Projeto de Desenvolvimento e Pesquisa Florestal) do IBDF (atualmente,
Ibama). O estoque disponvel para a explorao florestal era de: 8 rvores por ha e volume
comercial com casca de 48 m3/ha.
Para a extrao da madeira foram testados dois equipamentos (skidder): Clark Ranger
668B de pneus e o Caterpillar D6 de esteiras com arco de arraste. O primeiro foi mais
20
Higuchi, N., Santos, J., Teixeira, L.M. e Lima, A.J.N. 2006. O mercado internacional de madeira tropical est
beira do colapso. SBPN Scientific Journal, 1-2:33-41.
258
produtivo do que o de esteiras com as seguintes produes por dia e por hora,
respectivamente: 160 m 3 de madeira em tora (dia) e 26,7 m3 (hora) e 105 m3 e 17,5 m3. A
distncia mdia percorrida em picadas pelo skidder Clark Ranger foi de 293 m e a da D6 foi
de 358 m.
O custo total por m3 da madeira entregue na indstria foi de R$ 76,43 para um volume
mdio comercial de 40 m3/ha; para um volume de 20 m3/ha, o custo passa a ser de R$ 93,54.
O quadro 1 apresenta a reproduo dos custos de explorao do estudo da SUDAM. Os
clculos dos custos foram realizados em maio de 1977. Os custos do quadro 1 foram
atualizados para abril de 2008 utilizando um divisor de 1,817399 de acordo com os clculos
de correo monetria obtidos no seguinte link:
http://www.calculoexato.com.br/adel/indices/atualizacaoCJuros/calc.asp
Esta atualizao no inclui juros.
As consideraes finais deste estudo destacaram as seguintes condies necessrias
para a execuo da explorao florestal:
(i) Um melhor planejamento baseado em bons conhecimentos da rea: volume a
extrair e as caractersticas do terreno.
(ii) Uma melhor administrao e superviso para assegurar o uso eficiente da floresta,
das mquinas e de mo-de-obra.
(iii) Uma rede de estrada bem planejada e bem construda: (a) espaamento correto;
(b) fazer diferena entre estrada permanente e estrada temporria; (c) boa drenagem; (d) boa
manuteno; (e) construo de estradas bem antes das operaes de extrao (se for possvel,
um ano antes).
(iv) Uma melhor tcnica de derrubada e traamento, especialmente, quanto: (a)
derrubada orientada; (b) o melhor aproveitamento das rvores deixando menos desperdcio na
floresta; (c) melhor afiao da corrente; (d) ao adequado comprimento do sabre (sendo que a
tendncia usar sabres muito compridos).
(v) A melhor utilizao do skidder por meio de: (a) extrao em distncias corretas;
(b) melhor coordenao entre a derrubada e a extrao (derrubada orientada); (c) boa rede de
picadas de extrao preparada pouco antes da derrubada; (d) uso de estropos; (e) utilizao
integral da capacidade de carga da mquina e possibilidade de trabalhar durante o ano todo.
(vi) Uma melhor manuteno e reparao das mquinas para poder reduzir ao mnimo
o tempo que estas ficam paradas.
3.2. Explorao florestal do experimento de manejo florestal do INPA - 1987:
Este componente do manejo florestal foi executado em anos distintos: 24 hectares em
1987, 12 ha em 1988 e 12 ha em 1993. A explorao seletiva de madeira foi realizada com
base em trs diferentes intensidades de corte: (i) T1 - leve (derrubada de 1/3 da rea basal
comercial); (ii) T2 - moderada (derrubada de da rea basal) e (iii) T3 - pesada (derrubada
de 2/3 da rea basal). Em 1987 foram executados T1 e T3; em 1988, o T3 e, em 1993, o T2
foi repetido para estabelecer o tempo-zero da explorao em um projeto de pesquisas sobre
biomassa e nutrientes (projeto BIONTE).
Um resgate histrico do projeto que, hoje, conhecido como BIONTE o fato que a
equipe da SUDAM quem deveria executar a explorao florestal. Isto acabou no
acontecendo por causa de agendas e, de certa maneira, por problemas institucionais. Desde o
incio, o BIONTE no tinha como objetivo estudar a explorao florestal. O objetivo principal
sempre foi avaliar os impactos ambientais da explorao seletiva de madeira. Outra tentativa
para terceirizar a explorao foi com os fazendeiros do Distrito Agropecurio da Suframa.
259
Naquele tempo, por conta dos incentivos fiscais, preparar o terreno para a agropecuria era
mais importante do que o aproveitamento da madeira. Juntando-se aos problemas de
cronogramas de pesquisas em ecologia e de tecnologia, em cima do BIONTE, a explorao
florestal s ocorreu em 1987 neste projeto que iniciou em 1980.
A explorao florestal do BIONTE foi executada pela prpria equipe do laboratrio de
manejo florestal (LMF) do INPA, com reforo de um engenheiro florestal cedido pelo
Convnio CNPq-Cirad Foret. A descrio e os resultados desta operao est no artigo de
Coic et al. (1990). As operaes executadas foram: (i) inventrio florestal, (ii) planejamento
(ptios e trilhas de arraste), (iii) derrubada (orientada) e (iv) arraste at o ptio de estocagem.
A madeira retirada foi subutilizada e desperdiada. Algumas foram aproveitadas pela
Coordenao de Pesquisas em Produtos Florestais para estudos de caracterizao tecnolgica
da madeira. Outras foram desdobradas com uma serraria porttil. Foram doadas tambm para
as Foras Armadas.
Uma nica mquina, Catterpillar D6 de esteiras com 140 HP equipado com um tree
pusher e guincho, fez os trabalhos de aberturas de estradas secundrias, trilhas de arraste e
arraste das toras. A derrubada e o traamento foram executados com uma motosserra Stihl
051 AVE de 90 cc. O transporte das toras, do ptio para Manaus, foi realizado com um
caminho Mercedez Bens 11.13 equipado com um chassi de 5 m e um MUNCK. As equipes
foram constitudas de: 1 operador do trator + 1 ajudante, 1 operador de motosserra + 1
ajudante e 1 motorista do caminho + 1 ajudante.
Originalmente, as trs intensidades de corte eram a derrubada de 1/3 da rea basal
comercial (T1), 50% da rea basal (T2) e de 2/3 da rea basal (T3). O T4 o T2 repetido em
1993. O quadro 2 apresenta os resultados da explorao florestal, em termos de rea basal e
volume de madeira. Os nveis de corte atingidos de fato foram: 32% para T1 (OK), 42% para
T2 (deveria ser 50%), 59% para T3 (deveria ser 66%) e 49% para T4 (OK). As razes entre
volume explorado e volume de rvores danificadas ou mortas foram: 1 : 1,2 m3, 1 : 0,7, 1 : 0,7
e 1 : 1, respectivamente, para T1, T2, T3 e T4. Os melhores resultados foram obtidos no T2 e
T3, ou seja, para cada m3 explorado h uma perda de 0,7 m3 de madeira. Do ponto de vista de
nmero de rvores, as razes foram as seguintes: 1 : 13, 1 : 11, 1: 7 e 1 : 12, respectivamente,
T1, T2, T3 e T4. Quer dizer, por exemplo, que no T1 para cada rvore derrubada outras 13
com DAP 10 cm foram danificadas ou mortas.
Com a incorporao das questes ecolgicas ao projeto de manejo florestal, a partir de
1992, o T2 foi repetido em 1993. Para caracterizao dos impactos ambientais da explorao
florestal, as seguintes categorias de perturbao foram consideradas no levantamento ps-
exploratrio:
(1) Extremamente perturbado trilha de arraste (estrada secundria)
(2) Muito perturbado arraste da tora at a trilha
(3) Perturbado clareira de tronco e copa
(4) Pouco perturbado pequenas clareiras (galhos)
(5) No perturbado transio entre floresta e clareira
A categoria (1) , praticamente, irrecupervel (BIONTE, 1997). A ocorrncia desta categoria
variou de 5,9% a 17,7% da rea explorada, com mdia igual a 12,2%. As demais categorias
so recuperveis dentro de um horizonte compatvel com o ciclo de corte (25 a 30 anos).
Outros resultados:
- Clareiras: as clareiras variaram de 36 m2 a 2500 m2, com mdia de,
aproximadamente, 600 m2.
260
- O custo operacional da motosserra foi de US$ 12 por hora de trabalho total ou US$
0,90 por m3 derrubado e cortado na ponta mais fina da rvore.
- 30% das rvores derrubadas (DAP 50 cm) eram ocas; espcies como tanimbuca
(Buchenavia parvifolia) e angelim pedra (Dinizia excelsa) apresentaram ndices de oco de
73% e 66%, respectivamente.
Por falta de comparadores, estes resultados podem servir de sinais ou metas para
rgos de fiscalizao, tomadores de deciso e empresrios florestais, como:
(i) Um ndice de perturbao inferior a 5,9% para a categoria (1) trilhas de
arraste. Isto significa tambm, fazer as trilhas de arraste as mais
permanentes possveis, ou seja, que nos ciclos de corte subseqentes as
mesmas trilhas sejam utilizadas.
(ii) Tamanho mximo de clareira inferior a 600 m2. Derrubar duas rvores
comerciais com direes de queda diferentes vai provocar clareira de
tamanho indesejvel. No primeiro ciclo, derrubar apenas uma delas e
guardar a outra para o segundo ciclo.
(iii) No permitir danos superiores a 7 rvores com DAP 10 cm para cada
rvore explorada.
(iv) As rvores ocas, certamente, emitem mais do que seqestram C da
atmosfera. Desta forma, estas rvores precisam ser derrubadas para abrir
espaos e aumentar a oferta de gua, luz e nutrientes para indivduos mais
jovens e saudveis. Portanto, o primeiro ciclo de corte dever ser
considerado como corte de melhoramento.
O relatrio final do BIONTE (BIONTE, 1997) apontou, claramente, que a explorao
florestal tem que ser planejada. O planejamento tem que cobrir todas as operaes envolvidas
na explorao, do inventrio ao transporte. Exceto as trilhas de arraste, as demais
perturbaes so recuperveis no horizonte do ciclo de corte. Nestas categorias de
perturbao, o tempo de recuperao depende da intensidade e da durao da perturbao e da
sazonalidade (Mello Ivo et al., 1996, Guilherme e Cintra, 2001 e Costa e Magnusson, 2002).
Em sntese, a sustentabilidade ecolgica do manejo florestal altamente dependente da
qualidade da explorao florestal.
3.3. Explorao florestal na Fazenda Cauaxi, Paragominas Fundao Floresta
Tropical (FFT) 1995 a 1997: EXPLORAO DE IMPACTO REDUZIDO.
um trabalho muito importante para o desenvolvimento do setor florestal da
Amaznia, principalmente, diante dos resultados do BIONTE que indicaram que a
sustentabilidade do manejo florestal dependente da explorao florestal. O objetivo deste
trabalho foi comparar os custos e benefcios financeiros da explorao de impacto reduzido
(EIR) e a explorao convencional. Este trabalho foi publicado por Homes et al. (2002).
Apesar do termo EIR ter aparecido antes desta publicao em boletins do CIFOR, na prtica
Homes e colaboradores podem ser considerados como pais da nova modalidade de explorao
florestal. Uma curiosidade deste trabalho a omisso completa da referncia SUDAM (1978).
Este trabalho foi executado na Fazenda Cauaxi de propriedade da empresa CIKEL
Brasil Verde S.A., em Paragominas, Par. Dos 6 talhes demonstrativos da FFT, neste
trabalho foram utilizados 3, sendo um com EIR, um com explorao convencional (EC) e um
como controle. Os talhes so de 100 ha cada. A estimativa do volume comercial do talho
foi de 25,3 m3/ha. A pesquisa foi executada pela FFT e contou com apoio da USAID, Servio
Florestal Americano e Promanejo (projeto coordenado pelo Ibama e financiado pelo PPG7). O
trabalho de campo foi realizado em 1996.
261
O que considerado como EIR incluiu o planejamento, treinamento de pessoal,
inventrio florestal a 100%, corte de cips e corte direcionado. O planejamento foi definido 8
meses antes do incio das operaes de explorao florestal. Os equipamentos utilizados
foram: motosserra Stihl AV51, trator de esteiras Catterpillar D6 SR para construo de
estradas, skidder de pneus Catterpillar 525 com guincho e gancho para arraste de toras e a
carregadeira Catterpillar 938F para carregamento e descarregamento. Tudo muito parecido
com o trabalho da SUDAM (1978), exceto para o caso das estradas que a SUDAM utilizou,
alm do trator de esteiras D6, escavadeira, motoniveladora e rolo compressor.
Naquilo que chamado de explorao convencional (EC), os equipamentos foram
praticamente os mesmos, com a diferena que os operadores no foram treinados para EIR.
A execuo ficou por conta de parceiro industrial da FFT. O Catterpillar D6 Logger com
guincho no era adaptado para construir estradas ou ptios e para o arraste. As rvores
comerciais foram identificadas na floresta por um mateiro que trabalhava com o operador da
motosserra. As tcnicas de corte direcionado no foram utilizadas. Os operadores de
motosserra foram remunerados por tora cortada, o que encorajou o corte rpido sem se
preocupar com os danos. As equipes de arraste no receberam informaes precisas da equipe
de corte sobre a localizao das rvores cortadas.
O que chamado de explorao convencional (EC) trat-se de uma aberrao legal.
Na ocasio deste estudo, a norma vigente era a Portaria n 48 de 10/07/95. No Box 1
apresentada a seqncia de procedimentos relacionados com a explorao florestal, exigidos
pelo Ibama para aprovao de um PMFS. Comparando a descrio deste estudo envolvendo
EC com o Box 1, percebe-se que no h nada em comum entre o EC (objeto deste estudo) e a
norma vigente.
Um resumo dos resultados desta pesquisa apresentado no quadro 3. Exceto para os
custos relacionados com as atividades pr-exploratrias e preparao da infra-estrutura, a EC
tem desempenho melhor do que a EIR. Em todos os demais itens pesquisados, a EIR tem
desempenho melhor do que a EC. Por ltimo, os custos de 1 m3 colocado no ptio so,
respectivamente, US$ 15,68 e US$ 13,64, para EC e EIR. No cmbio de 17/04/08, o custo de
1 m3 colocado no ptio obtido pela SUDAM seria de US$ 20,54. Fica difcil ter uma noo
exata das diferenas de custos dos dois estudos porque o Homes (2002) foi realizado em 1996
e da SUDAM (1978) foi realizado em 1977. De qualquer modo, fica claro que a explorao
florestal de acordo com as ementas dos cursos de engenharia florestal causa menos impacto
ambiental e mais barata do que a explorao clandestina.
3.4. Explorao florestal na vrzea estudo de caso em Lbrea (AM):
No incio dos anos 90, as indstrias (laminado e compensado) do Estado do Amazonas
eram abastecidas por 3 principais fornecedores (conhecidos como compradores) de madeira
de vrzea. O sistema era o de aviamento. O comprador trabalhava com, aproximadamente, 20
prepostos. Cada preposto comandava a explorao florestal, da derrubada ao transporte at os
principais centros consumidores. O preposto, por sua vez, trabalhava com 30-40 ribeirinhos,
principalmente, durante a derrubada.
Este estudo envolveu o monitoramento de um preposto trabalhando com 33 ribeirinhos
na regio do Rio Mamori, regio Alto Rio Purus, municpio de Lbrea, Amazonas. As trs
fases deste estudo foram: derrubada (de 5 a 27 de outubro de 1992), extrao das toras (de 19
a 31 de maro de 1993) e chegada da jangada em Manaus (julho 1993). Na safra de 1992-93,
as 3 principais espcies exploradas foram: sumama (Ceiba petandra), Muiratinga
(Naucleopsis caloneura) e copaba (Copaifera sp.). Detalhes deste estudo foram publicados
por Higuchi et al. (1994). Equipamentos utilizados: motosserra Stihl 051 AVE, barco de 33
HP e rebocador de 340 HP.
262
Planejamento no existe. O preposto tem apenas uma direo a seguir e explorar o
mximo que for possvel dentro daquilo que a estao do ano permitir. A derrubada
realizada durante o perodo seco. A nica pista que apia a deciso de derrubar ou no uma
rvore a marca dgua no tronco da enchente do ano anterior; se a marca est a 3 m de
altura, o motosserrista derruba aquela rvore. A derrubada tem que ser orientada, caso
contrrio, a tora no sai da floresta. Ao mesmo tempo da derrubada, aberta uma picada por
onde, durante a cheia, o barco vai passar para recolher as toras derrubadas no perodo seco.
Durante a cheia, pequenas embarcaes (motor de 33 HP) entram na floresta alagada
para recolher as rvores derrubadas durante o vero. As toras so trazidas para a margem de
um rio ou para um lago, onde so montadas as jangadas. Dependendo da distncia entre a rea
de explorao e a indstria, as jangadas V. figura 1 - podem assumir 3 formas diferentes: (a)
espinha de peixe para pequenas e mdias distncias em rios no cauldalosos; (b) pente ou
paralela para grandes distncias em rios caudalosos, altamente recomendado para Belm por
causa do efeito da mar e (c) cabea para longas distncias em rios caudalosos.
Os principais resultados deste estudo foram:
(i) O corte de uma rvore consumiu 721 e uma equipe conseguiu cortar 29,4
m3 por hora de efetivo trabalho.
(ii) A jangada monitorada transportou, aproximadamente, 5.000 m3 de toras at
Manaus.
(iii) O tempo gasto da rea de explorao at Manaus foi de 20 dias
ininterruptos.
(iv) O custo de produo da madeira foi de US$ 6 por m3.
(v) Os preos mdios alcanados do m3 colocado em Manaus foram: sumama
(US$ 35), copaba (US$ 25) e muiratinga (US$ 20).
3.5. Outros trabalhos:
3.5.1. Flona de Tapajs:
A explorao florestal do experimento de manejo florestal conduzido pela Embrapa-
CPATU ocorreu em 1979, na Floresta Nacional (Flona) do Tapajs, no municpio de
Santarm, Par. Segundo Silva e Whitmore (1990), foram removidas 16 rvores por ha e um
volume de 75 m3/ha. Esta explorao foi considerada pelos prprios autores como uma
explorao pesada. Segundo ainda os autores, detalhes das operaes da explorao florestal
podem ser encontrados na Circular Tcnica n 9 da Embrapa-CPATU de autoria do Dr.
Permnio Costa Filho.
3.5.2. CPAF-Acre:
Este experimento foi executado em rea de 20 ha da Estao Experimental da
Embrapa-Acre, na regio de Rio Branco, Acre, em 1992. Segundo Oliveira e Braz (1995), as
operaes realizadas foram: (i) inventrio florestal a 100%, (ii) elaborao de um mapa plani-
altimtrico para construo de estradas e trilhas de arraste; (iii) derrubada orientada e (v)
arraste. O volume comercial retirado foi de 20 m3/ha.
263
Os resultados relevantes foram: (i) para cada rvore comercial explorada, 5,3 rvores
por ha com DAP 10 cm foram danificadas; (ii) para cada m3 de madeira explorada, 0,27 m3
foi danificado; (iii) os danos ao dossel causados pela explorao contriburam com 15%.
264
Quadro 1 produo e custos de explorao florestal em Curu-Una durante um ano (250 dias de trabalho),
terreno plano, solo argiloso, 40 m3 comercial por ha utilizando o skidder Clark Ranger 668B.
265
Quadro 2 Estatstica descritiva dos tratamentos do BIONTE.
Tratamentos T1 T2 T3 T4 (*)
Explorada (E) 2,50 3,50 4,91 3,56
Estoque EL (DAP25 cm) 7,87 8,37 8,44 7,37
Intensidade (**) 32 % 42 % 59 % 49 %
Razo E : M/D 1,33 0,80 0,77 1,07
Morta ou danificada (M/D) 3,33 3,33 2,88 3,84
Morta EL (M) 0,85 0,98 0,90 1,00
Morta OUT (M) 2,30 1,76 2,60 2,84
Danificada (D) 0,18 0,14 0,27 -
Tratamentos T1 T2 T3 T4 (*)
Explorada (E) 34,3 49,0 67,5 49,7
Estoque EL (DAP25 cm) 103,5 112,2 112,8 98,8
Intensidade (**) 33 % 44 % 60 % 51 %
Razo E : M/D 1,2 0,7 0,7 1,0
Morta ou danificada (M/D) 40,8 35,2 46,4 47,7
Morta EL (M) 10,3 12,1 10,8 12,2
Morta OUT (M) 28,4 21,4 32,2 35,5
Danificada (D) 2,2 1,6 3,4 -
266
Box 1
267
Quadro 3 Resultados do trabalho de Homes et al. (2002) em talhes de 100 ha.
268
Figura 1 (a) Jangada tipo pente para longas distncias e rios influenciados por mars.
Figura 1 (b) Jangada tipo espinha de peixe para curtas distncias e rios calmos
Figura 1 (c) Jangada tipo cabea para longas distncias e rios caudalosos.
269
Bibliografia:
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270