O Iluminismo Francês

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O ILUMINISMO FRANCS

Prof. Samuel Swerts


Sobre o Iluminismo francs, ns vamos nos concentrar em
setes pontos:

- Revolta contra as autoridades;


- Racionalismo;
- Pensamento do iluminismo;
- Otimismo cultural;
- Regresso natureza;
- Cristianismo humanista;
- Direitos humanos.
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Aps Hume, o alemo Kant foi o grande sistemtico seguinte.
Mas tambm a Frana teve, no sculo XVIII, muitos
pensadores importantes.

Podemos dizer que, na primeira metade do sculo XVIII, o


centro filosfico da Europa estava em Inglaterra; na segunda
metade, na Frana; e, no final do sculo, na Alemanha.

Veremos resumidamente algumas ideias que eram comuns a


muitos filsofos franceses do Iluminismo, como
Montesquieu, Voltaire, Rousseau e outros.
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Revolta contra as
autoridades

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Vrios filsofos franceses do Iluminismo tinham visitado
Inglaterra, que, em alguns aspectos, era mais liberal do que a
sua ptria.

A cincia da natureza inglesa fascinava-os, principalmente


Newton e a sua fsica universal. Mas os filsofos ingleses
tambm os inspiravam, principalmente Locke e a sua
filosofia poltica.

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De volta a Frana, comearam a opor-se a pouco e pouco s
velhas autoridades.

Achavam importante mostrar ceticismo em relao a todas


as verdades herdadas, e pensavam que o indivduo tinha de
encontrar por si mesmo a resposta para todas as perguntas.
Neste ponto, a influncia de Descartes era evidente.

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A insurreio contra as velhas autoridades dirigia-se tambm
contra o poder da Igreja, do rei e da nobreza. Estas
instituies eram, no sculo XVIII, muito mais poderosas na
Frana do que na Inglaterra.

As novas ideias vieram bem antes, alis, da Revoluo


Francesa (1789).

A prxima palavra-chave o racionalismo.

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Racionalismo

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O racionalismo no desapareceu com Hume. Ele s morreu
em 1776, cerca de vinte anos depois da morte de
Montesquieu e apenas dois anos antes da morte de Voltaire
e Rousseau, em 1778.

O prprio Locke no era um empirista radical. Ele achava, por


exemplo, que a f em Deus e certas normas morais eram
elementos constituintes da razo humana. Esse tambm o
cerne da filosofia iluminista francesa.

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Alm disso, os franceses foram sempre um pouco mais
racionalistas do que os britnicos.

Essa diferena remonta Idade Mdia. Quando os ingleses


falam de common sense, os franceses falam de vidence.
A expresso inglesa pode ser traduzida por senso comum,
a francesa por evidncia.

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Tal como os humanistas da Antiguidade como Scrates e os
estoicos a maior parte dos iluministas tinham uma f
inabalvel na razo humana. Essa caracterstica era to
marcada que muitos tambm designam a poca do
Iluminismo francs simplesmente por racionalismo.

A nova cincia da natureza tinha mostrado que a natureza


estava organizada racionalmente. Para os filsofos do
Iluminismo, a sua tarefa era criar um fundamento para a
moral, a tica e a religio que estivesse de acordo com a
razo imutvel do homem. E isso conduziu ao verdadeiro
pensamento do Iluminismo.

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Pensamento do Iluminismo

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Em primeiro lugar, dizia-se, que os amplos estratos do povo
tinham de ser iluminados.

Isso era a condio absoluta para uma sociedade melhor.


Mas o povo era dominado pela ignorncia e pela superstio.

Foi, portanto, dada muita ateno educao. No por


acaso que a pedagogia como cincia tenha sido fundada na
poca do Iluminismo.

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Pode-se dizer que a noo de escola provm da Idade Mdia,
e a pedagogia, do Iluminismo.

O grande monumento do Iluminismo uma enciclopdia, ou


seja, na Enciclopdia, que foi publicada entre 1751 e 1772,
em vinte e oito volumes, com contribuies de todos os
grandes filsofos iluministas.

Aqui h de tudo, dizia-se, desde a produo de agulhas


at fundio de canhes.

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Otimismo Cultural

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S quando razo e saber fossem difundidos, segundo os
iluministas, que a humanidade faria grandes progressos.

Era apenas uma questo de tempo, e o irracionalismo e a


ignorncia desapareceriam, e haveria uma humanidade
esclarecida.

Esta ideia era dominante na Europa Ocidental at h


algumas dcadas. Hoje j no estamos to convencidos de
que mais saber leve a condies de vida melhores. Alis, esta
crtica da civilizao j tinha sido apresentada pelos
filsofos franceses do Iluminismo.
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Regresso Natureza

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Regresso natureza! era o lema da crtica da civilizao.

Mas, por natureza, os filsofos do Iluminismo entendiam


quase o mesmo que por razo. Porque a razo dada ao
homem pela natureza ao contrrio da Igreja ou da
civilizao.

Dizia-se que os povos primitivos viviam de uma forma mais


saudvel e feliz do que os europeus, justamente porque no
tinham civilizao.

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O estribilho regresso natureza! provm de Jean-Jacques
Rousseau.

Ele explicou que a natureza era boa e por isso o homem


tambm era bom por natureza.

Todo o mal residia na sociedade civilizada que afastava o


homem da sua natureza.

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Por isso, Rousseau queria tambm deixar viver as crianas no
seu estado natural de inocncia tanto tempo quanto
possvel.

Podemos dizer que a ideia de um valor prprio da infncia


provm do tempo do Iluminismo.

Antes disso, a infncia era vista principalmente como


preparao para a vida de adulto. Mas ns somos seres
humanos e j estamos vivendo quando somos crianas.

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Por isso, Rousseau queria tambm deixar viver as crianas no
seu estado natural de inocncia tanto tempo quanto
possvel.

Podemos dizer que a ideia de um valor prprio da infncia


provm do tempo do Iluminismo.

Antes disso, a infncia era vista principalmente como


preparao para a vida de adulto. Mas ns somos seres
humanos e j estamos vivendo quando somos crianas.

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Cristianismo Humanista

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Para os Iluministas era importante uma religio natural.

A religio tambm tinha de ser posta em harmonia com a


razo natural dos homens. Muitos lutavam por aquilo a
que podemos chamar um cristianismo humanista.

Naturalmente, havia tambm materialistas coerentes que


no acreditavam em Deus e se reconheciam como ateus.
Mas a maior parte dos filsofos iluministas achavam
irracional pensar num mundo sem Deus.

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Consideravam que o mundo tinha uma ordem demasiado
racional. Tambm Newton, por exemplo, defendera o
mesmo ponto de vista. Da mesma forma, a crena na
imortalidade da alma era para eles racional.

Tal como para Descartes, para os iluministas, a questo da


imortalidade da alma humana era mais uma questo de
razo do que uma questo de f.

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Os iluministas queriam libertar o cristianismo dos dogmas
irracionais que, no decorrer da histria da Igreja, tinham sido
enxertados na mensagem simples de Jesus.

Muitos professavam o chamado desmo.

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Por desmo entendemos uma concepo segundo a qual
Deus criou o mundo h muito tempo, mas no se revela ao
mundo desde ento. Deste modo, Deus o Ser supremo que
se d a conhecer aos homens apenas por meio da natureza e
das suas leis, mas que no se revela de modo sobrenatural.

Este Deus filosfico j nos aparecia em Aristteles. Para


ele, Deus era a primeira causa ou o primeiro motor do
universo.

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Direitos Humanos

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A filosofia iluminista francesa tinha uma orientao mais
prtica do que a inglesa.

Os filsofos franceses do Iluminismo no se contentaram


com concepes tericas sobre o lugar do homem na
sociedade. Lutavam ativamente por aquilo a que chamavam
os direitos naturais dos cidados. Tratava-se
principalmente da luta contra a censura, ou seja, pela
liberdade de imprensa.

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Em relao religio, moral e poltica tinha de se assegurar
ao indivduo o direito de pensar livremente e de exprimir
livremente as suas ideias. Alm disso, lutou-se contra a
escravatura, e por um tratamento mais humano dos
criminosos.

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O princpio da inviolabilidade do indivduo culminou
finalmente na Declarao dos Direitos do Homem e do
Cidado, que foi adotada em 1789 pela Assembleia Nacional
Francesa.

Os filsofos iluministas queriam estabelecer determinadas leis a


que todos os homens tinham direito simplesmente por serem
homens. Era o que entendiam por direitos naturais.

Falamos ainda hoje de direito natural, que pode estar em


contradio com as leis oficiais de qualquer pas. Ainda vemos
indivduos ou populaes inteiras que reivindicam a
escravatura e a opresso para estes direitos naturais, quando
se defendem contra a anarquia.

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A Revoluo de 1789 estabeleceu uma srie de direitos que
deviam valer para todos os cidados. Mas, no fundo, s os
homens eram considerados cidados. Porm, justamente
durante a Revoluo Francesa, vemos os primeiros exemplos
de um movimento feminista.

J em 1787, o filsofo iluminista Condorcet publicou um


tratado sobre os direitos da mulher. Nele concedia s
mulheres os mesmo direitos naturais que aos homens.

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Durante a Revoluo de 1789, as mulheres participaram
ativamente na luta contra a aristocracia. Por exemplo, foram
as mulheres que dirigiram as manifestaes que obrigaram o
rei a abandonar o seu palcio em Versalhes. Em Paris,
formaram-se diversos grupos de mulheres. Alm dos
mesmos direitos polticos que os homens, as mulheres
exigiam tambm novas leis do matrimnio e outras
condies de vida.

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Obtiveram esses direitos? No. Como veio a ocorrer tantas
vezes mais tarde, a questo dos direitos das mulheres foi
levantada com uma revoluo. Mas logo que tudo voltou a
acalmar com um novo regime, o velho domnio dos homens
foi restabelecido.

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Uma das mulheres que mais lutou pelos direitos das
mulheres durante a Revoluo Francesa foi Olympe de
Gouges. Em 1791 ou seja, dois anos aps a Revoluo
publicou uma declarao dos direitos das mulheres. A
declarao dos direitos dos cidados no dedicara
propriamente muitos pargrafos aos direitos naturais das
mulheres. Olympe de Gouges exigia para as mulheres
exatamente os mesmo direitos que para os homens.

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E qual foi o resultado? Foi decapitada. As mulheres foram
proibidas de ter qualquer atividade poltica.

S no sculo XIX que o feminismo comeou


verdadeiramente na Frana e por toda a Europa. E, muito
lentamente, essa luta comeou tambm a produzir frutos.
Mas no Brasil, por exemplo, as mulheres s obtiveram o
direito de voto em 1932. E, em muitos pases, as mulheres
lutam ainda pela igualdade de direitos.

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